Revista Cleto Fontoura 15° Edição

Câncer e
IMUNOTERAPIA
DR. ANTONIO
H. O. POLETTO
Cirurgia Oncológica
Doutorado - FMUSP
A
imunoterapia moderna tem sido considerada por
diversos autores uma das grandes esperanças
para a cura do câncer, eleita, no início de 2017,
o maior avanço do ano contra o câncer pela Sociedade
Americana de Oncologia Clínica.
No tratamento, são empregadas várias estratégias para o
controle da doença, dependendo diretamente do tipo de
câncer e seu estadiamento. O tratamento racional se divide
em local, cirurgia e radioterapia, e o tratamento sistêmico
consiste em drogas que agem no organismo todo.
Nos últimos anos as drogas de ação sistêmicas evoluíram
muito. O que praticamente se restringia ao uso de quimioterapia
(uso de drogas capazes de acelerar a morte da célula
cancerosa por meio de danos em sua estrutura) deu lugar
ao foco no tratamento do indivíduo, e não só da doença.
Além do diagnóstico específico do tumor de cada paciente
com genes e fatores de crescimento, existe a relação direta
entre a competência imunológica e a evolução favorável da
doença.
A imunoterapia, composta por drogas que estimulam o sistema
imunológico e sua resposta biológica, capazes de modificar
o ambiente celular, tem se mostrado muito efetiva para
alguns tipos específicos de câncer. Nos últimos dois anos,
pelo menos oito novas drogas foram aprovadas pelo FDA
(agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos).
De maneira simplificada, estas drogas estimulam e deixam o
sistema imunológico do paciente mais competente, fazendo
com que as células do câncer que anteriormente eram invisíveis
para o sistema de defesa possam ser reconhecidas e
atacadas pelo próprio sistema imunológico.
Os principais tipos de câncer com benefícios neste tipo de
tratamento são os de pulmão, rim, intestino, linfomas e melanomas,
podendo haver melhora na qualidade de vida e aumento
de sobrevida dos pacientes.
Atualmente, os imunoterápicos têm sido indicados, principalmente,
para os casos de câncer em estágio avançado, pois
é para esses pacientes que se têm os melhores resultados.
No entanto vários estudos encontram-se em andamento e
futuramente podem permitir a ampliação destas indicações.