A guerra da triplice aliança contra o governo do Paraguay - Louis Schneider - Tomo II

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patrulhas paraguayas percorriam os matos e os banhados, collocavam postos
de observação nos CCL1?'tsales e de vez em quando aprisio'navam a tripola;ão
de algum escaler que ia fazer lenha (1).
Outra tarefa da esquadra era atacar Curupaity, obra avançada da
fortaleza ele Rumaita que tinha dé ser inutilisada antes que se tentasse
forçar aquella p1.ssagem. Com cautela devi,a o vice-almirante proceder,
porquanto tin lIa que conL::tr com meios de defeza no fundo do rio ao
deparar com embarcações submergidas, com boias que rareciam indicar
a existencia de torpeuos, e c-om moirões apparecendo à. tona d'agua.
Não queria sacrificar um só de seus navlOS, e foi :aIvez a extrema sollicitude
pelo precioso material confiado à. sua direcção a causa das delongas,
a sumpto inesgotavel de acerbas exprobl'ações. Se os genetaes marchavam
por tel'ra cautelosa e lentamente afim de não serem obrigados a retrogradfU',
maior era ainda a respomabilidade de Ta ma n d a r é, por não
querer expôr a desastre~ e ru.ina a esquadra, elemento precioso de força
para o Imperio. Quando voou pelos are o encou:-açado Rio ele Janeiro
ficou mais que comprovada a justeza de seu procedimento. Uma circumstancia
não deve ser omittida na apreciaç.ãc dos actos de Ta m a n d a r é:
elle tinha a faculdade de operar por sua propria conta, mas havia
tambem para elle a neces idade de fazel-o de accôrdo e harmonia
com o commando em chefe do exercito. O tratado da Triplice Alliança
não o subordinava ao presidente Mi t re e só a el1e competia decidir,
sob sua propria responsabilidade, quando a esquadra devia cooperar e
intervir.
Em 15 de Junho, julgou elle opportuno tentar o ataque de Cnrupaity
(2). Subindo com seus encouraçados e levando como reserva os
navios de madeira, tomou posição, na distancia de tiro de sua" maiores
peças, defronte da ponta de sudoeste do recinto de Curupaity e principiou
a bombardear sem grande resultado, porque os defensores tiveram tempo
sufficiente para se esconderem. Em compensação as balas de espingarda,
lançadas das matas da margem, feriram á gente que trabalhava no
convez dos navios. Reconhecendo ser infructifero o bombardeio, retirou-se'
Ta m a n d a r é outra vez para traz da ilha das Palmas e ahi fundeou (3).
(1) Dos documentos brazl1elros nâo consta o apriSionamento de escaler algum, iletrl
encontramos no Semanal"ia semelhante noticia.
(2) Thompson diz que em 15 de Junho o almirante Tamandaré bombardeou de
longe as baterias de Curupaity, retirandl)-se com alguma perda. Isto, porém. é inexacto,
porque nem houve bombardeamento, nem tivemos perda alguma.
O almirante em fins de Maio tomou a iniciativa de convidar o ~eneral Porto-Alegre
a operar uo rio Paraguay de accôrdo com a esquadra, e estava deliberado a nada emprehender
antes da chegada do exercito desse general.
(3) Tudo isso, como dissemos, ê inexacto.