A guerra da triplice aliança contra o governo do Paraguay - Louis Schneider - Tomo II

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estava autorisado para exercer uma especie de superintendencia, sendo
diariamente mandado do Paso Pucú para algum ponto da posição com
o fim de verificar o estado das cousas e prestar informações.
O flanco esquerdo desde o Paso Gomez até ao Paso Canoa era commandado
pelo general B a r r i os; o general Re s quin, que anteriormente
commandára em chefe o exercito do sul, ficava sempre no quartel-general e
exercia junto ao marechal-presidente as funcções de chefe do estadomaior.
Mltnifestou-se em ambos os exercitos desde o dia 24 grande falta
de cavallos. Ambos tinham numerosas cavalhada, mas nno dispunham
de sufficiente forragem. Os Alliados eram obrigados a transportar de
longe, em seus navios e em carreta, os fardos de alfalfa (1). Lutavam
os Paraguayos iambem com as mesmas difficuldades, pois o capim das
lag'oas, banhados e potreiros era muito aspero e acre, e produzia graves
molestias. Os proprios ca.vallos dos officiaes do estado-maior e dos aju­
.dante foram afrouxando, e o serviço re entio-se da lentidão do animaes.
O transporte das forragens foi durante toda a guerra um dos. maiores
embaraços para os Alliados, e nunca satisfactoriamente regularisado. Só
depois do combates decisivos perto de Assumpçao, e· quando os Paraguayos
foram repellidos até á Cordilheira, é que com as boa pastarias
e te estado de cousas melhorou. Houve por isto necessidade de providencias
especiaes para remediar o mal, e os generaes trataram constantemente
de remontar a cavallaria. O governo de Buenos-Aires desenvolveu
grande actividade no fornecimento de cavallos (2): a principio foram
uflicíentes as compras feitas em Entre Rios, provincia de criação, mas
posteriormente foram os cavallos declarado. artigo de guerra, e sua
compra e venda sujeita á in pecção do governo. Mediante llma indemnisação
foram desapropriados o ravallos de montaria e carro, susceptiveis
de ser aproveitados para o serviç'o de campanha. No mez de Julho
levou o barão de Porto- legre uma excellente cavalhada rio-grandense
(3) j e o proprio general UI' q u.,i z a, parecendo-lhe proxima a victoria
definitiva dos Alliados, fez presente de alguns milhares de cavallos, gene-
.(lJ A~ c.avalhadas_do exercito alliado pereceram inteil'amente nos primeiros dias
da lOvasao, porque nao se contava com S1 falta de pastos. Só depois 8e reparou e sa
falta contratando-se o fornecimento de luzerna (em hespanhol alfalfa) e milho.
(2) O governo brazileiro f F. Octaviano, o ministro da justiça da Republica Argentina, Dr. Eduardo Costa,
os generaes Flores. Ozorio e Polydoro Jordão e o almirante Tamandaré, na qual se lomaram
providencias para que de BueAos-Aires fossem remetUdos cavaUos e mulas para
a cavaU.aria e artilhoTia. e a~ necessarias provisões de milho, feno e alfalfa (Vej. RelaforflJ
do m1ntstro da guen'a, de 18u7, pago 15.)
. O goveruo brazileiro foroel:eu os transportes, sendo as despezas rateadas pelos
alhados na proporção dos cavaUos que receberam. Veja-se no Appendice o n. 28.
(3) Levou mui poucos cavallos.