A guerra da triplice aliança contra o governo do Paraguay - Louis Schneider - Tomo II

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A imprensa julgava sufficiente que L o p e z deixasse o paiz e fosse
por algum_ tempo repousar na. Europa das fadigas da I'ampanha,_ e, dominada
por esse desejo, começava a entoar hymnos de paz.
Antes de MI'. G ou 1d voltar para Buenos-Aires publicou um jornal
el'essa cidade uma carta a elle dirigida na qual o ministro paraguayo
Ca mi nos asseverava que L op e z nunca pensára em renunciar ao governo
ou retirar-se do Paraguay; que estava prompto a entabolar
negociações para uma paz honrosa, mas que não lhe era dado ir
além dessas concessões. Além d'isto deprehendia-se da tal carta que
Mr. G o u1d, tendo declarado no quartel-general paraguayo já ter
conferenciado com os generaes alliados a respeito das condições exaradas
na sua proposta, tinha alterado as bases do projecto discutido
em Paso-Pucu.
Esta carta e sua immediata publicação causaram ainda maior impressão
do que o ofi'erecimento da mediação Ingleza. O ministro brazileiro
residente em Buenos-Aires, conselheiro T h o maz F ort unato
de Brito (1), solicitou de Mr. Gould, que acabava de voltar a Buenos­
Aires, a confirmação do que dissera o ministro C a mi nos a respeito
das conferencias havidas com o presidente Mit r e e com o m a r que z
de Ca xias antes de ter fallado com L ope z. Em 6 de Outubro de
1867 declarou MI'. G o uId serem falsas as asserções do minist1'0 C a­
mi nos, nunca ter, de sua parte, conferenciado com os generaes alliados a
respeito de taes assumptos, e que, só communicara a L o p e z e a Ca m i nos
que essas seriam provavelmente as unicas condições aceitaveis para os
Alliados.
De todo este iucidente se infere que Mr. G o u 1d, sem autorisação,
tomou a iniciativa daquellas propostas, e com esta circumstancia des·­
vaneceu- e para os Alliados o receio de uma intervençM ingleza, que
fôra sem duvida muito incommoda (2).
Além ele 'tas complicaçõe diplomaticas surgiam a cada momento
confiictos com as potencias neutras. Sllccessivamente tentaram navios de
guerra norte-americanos, ing'1ezes, italianos e francezes romper o bloqueio
do rio Paraguay ou lJelo menos desconlwcel-o. O" incidentes que
então se- deram e as negociações a e'te respeito havidas acham.se referidas
no Appenclice, onde o leitor verá o singular modo de pensar dos
commandantes das canhoneiras DottorJ, Veloc 1 ! e Decide.' a respeito do bloqueio
estabelecido e mantido pelos navios brazileiros, e a extraordinaria longanimidaele
e paciencia dos commandantes brazileiros diante dos actos
(l) Barão ele AriJlIlS,
(2) Vej, sob. incidente o Relatal'ia da Ministel'io das Negaoias Estl'angei?'os de 1868,
outros pOl'fJlenOres n obra de-Thomps'Jn.