21.09.2017 Views

A guerra da triplice aliança contra o governo do Paraguay - Louis Schneider - Tomo II

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

TRIPLICE<br />

A GUERR-A<br />

DA<br />

ALLIANCA<br />

b<br />

(lmperio <strong>do</strong> Brazil, Republica Argentina e Republica<br />

Oriental <strong>do</strong> UruguaJ)<br />

CONTRA<br />

oGOVERNO DA REPUBLICA DO<br />

( 1864-1870 )<br />

COM CARTAS E<br />

POR<br />

PLANOS.<br />

PARAGUAY.<br />

L. SCHNEIDER 3<br />

Conselheiro priva<strong>do</strong> e leitor de S. l1JI. o Impera<strong>do</strong>r <strong>da</strong> AUemanho e<br />

Re~ <strong>da</strong> Prussia.<br />

2 0 VOL li ME.<br />

TRADUZIDO DO ALLEMÃO<br />

\ -<br />

POR<br />

ANNOTADO<br />

POlt<br />

J. M. DA SILVA PARANHG8 3<br />

Bt&-Soc"etariO <strong>da</strong> Missão- ~spec!at <strong>do</strong> Braztl no Rio <strong>da</strong> Prato, j[omhl'ó <strong>do</strong> I1I8titrlt(,<br />

lltstor,co e (Jeog,'apnico <strong>do</strong> B.'o:-/.<br />

.-<br />

810 DE JANEIRO<br />

Typographia A~f.ERrcANA, rua <strong>do</strong>s Ourives n. {)<br />

187e


,.


OS<br />

NIAPPAS<br />

:São distribui<strong>do</strong>s com este volume to<strong>do</strong>s os J11appas <strong>da</strong> obra ao<br />

Sr. <strong>Schneider</strong> e mais os de Riachuelo e Passo <strong>da</strong> Patl'ia. O' uoi<br />

ultimo:, como dissemos já, foram aqllÍ lithographa<strong>do</strong> no Archivo<br />

ilitar; o outros vieram de Berlim tae lluae appareceram na edição<br />

a~ en o aproveita<strong>da</strong>s as mesma chapas, apenas verti<strong>do</strong>s para<br />

o portuguez o seus dizeres.<br />

Só tivemo conhecimento <strong>da</strong> encommen<strong>da</strong> depois de feiLa, e por<br />

isso não nos foi passiveI indicar varias erros que facilmente poderiam<br />

ter si<strong>do</strong> rectifica<strong>do</strong>' na presente edição. Assim, por exemplo, no<br />

plano de Humaitá e eug arre<strong>do</strong>l'e~ lê- e- ({ acampamento <strong>do</strong> general<br />

ZaT:jas »-, em vez de-« acampamento <strong>do</strong> general GH!ljão ; >)<br />

-« Porto Elizino >)-, em vez de-« Porto Elisiario. »-<br />

Como esses ha outros enganos no demai mappas.<br />

o ~1A,PPA DO TllEATRO DA G ElU!,\. lIào Lem valur algwn: é iucumpleto<br />

e os limites <strong>do</strong> tcrritorio 1J1l(\~ileil'o estãi, em geral, maI traça<strong>do</strong>s.<br />

Até a nossa colunia <strong>da</strong> MiraJ:ula freoll rUllIpl'OhClllli<strong>da</strong> fi ntro <strong>da</strong>. divisas<br />

rio <strong>Paraguay</strong>, na rabeceil'as 11 UIll uppo to « Rio Blanl·o». R ­<br />

lativamcute ao thealro em 41lC se dI!) 'cnrolvcl'am a operações militares foram<br />

aqui organisa<strong>do</strong>s trabalho. mai completo. que o aulor pudem ter cou'uHa<strong>do</strong>.<br />

-No \.rrhivo ~fiIi1ar <strong>do</strong> Rio de Janeiro e tá con luin<strong>do</strong> pre entcmclite uma<br />

carta geral <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, sen<strong>do</strong> aproveita<strong>do</strong>s para olla o trabalho. parcüte'<br />

e explorações <strong>do</strong> llOS '0::; ellg nhoiro·. Lma ox 'cllentc 'arLa <strong>do</strong>


VI<br />

mesmo paiz foi recentemente organisacla pelo coronel Wisnel' de .Morgenstern,<br />

engenheiro hungaro, desde muitos annos ao serviço <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>,<br />

e primorosamente estampa<strong>da</strong> em Vienna d'Austria (1),<br />

o l\'lApPA DA PARTE iUERIDIO AL DE MATTO-GRossO é imperfeitissimo :<br />

contem os mesmos erros <strong>da</strong> carta de Mouchez e de outras muitas delinea<strong>da</strong>s<br />

segun<strong>do</strong> as antigas informações paraguayas . Seriam tantas as correcções a<br />

fazer que preferimos remetter oltlitor parti a-« Carla <strong>da</strong> f1'onte'ira <strong>do</strong> Imperio<br />

<strong>do</strong> Brazit cOIn a Republica <strong>do</strong> Paragua'y, » traça<strong>da</strong> pelo barão<br />

<strong>da</strong> Ponte Ribeiro (acompanha o Relatorio <strong>do</strong> l\'liriísterio <strong>do</strong>s Negocios<br />

Estrangeiros de 1872), e para a-« Cetrta <strong>do</strong> bnper'io <strong>do</strong> Braz1 g-rz,_<br />

nisa<strong>da</strong> pela Gommissão <strong>da</strong> carta geral, sob a presidencia <strong>do</strong> general H.<br />

de BeaurepaÍ1'e Rohan, com a coadjuvação <strong>do</strong> barão <strong>da</strong> Ponte Ribeiro })<br />

(Rio de Janeiro, 1875, Instituto Heliographico de A. Henschel).<br />

o MApPA DE ENTRE-RIOS E CORRIENTES E DOS TERRITORIOS BRAZrLEIRO<br />

E ORIENTAL SITUADOS .~ ESQUERDA DO URUGUAY, é melhor 'que o precedente.<br />

O leitor, porem, en<strong>contra</strong>rá trabalho mais completo e perfeito no-:"<br />

« j){appa <strong>do</strong> Sul <strong>do</strong> Imperia e paizes lúnitl'ophes }), obra <strong>do</strong>s 'engenheiros<br />

Santos Wefneck e C. fÚ'auss (Iithographa<strong>do</strong> em '1865 no Imperial<br />

Instituto Artistico, Rio de Janeiro).<br />

O PLANO DA BATALHA NAVAL DE llIACHUELO, como já dis emos, foi<br />

aqui especialmente prepara<strong>do</strong> pelo capitão de fragata barão ue Teffé<br />

para acompanhar a presente edição.<br />

O PLAr o DE URUGUAYAi\'A, 'lOSTRANDO AS PU rçÕES OCCUPADAS PELOS AL­<br />

UADOS NO DIA 18 DE SETE~IBEl.O DE 1865, é uma reducção tia planta du etlg(~nheiro<br />

vrivot (Bueno -Aire" 18G5,.lith. VigieI' y Goiran). Escaparam ahi<br />

alguns enganos. Onde se lê (na legen<strong>da</strong>, entre as tropas Ol'ielltaes)- Volu,ntar·ios<br />

ti wciliarcs-leia-se-16° batathe(,o bl'azileiro de volu-níarios <strong>da</strong> patria. O<br />

5° ele fuz'ileiros (e não 3°), o 3° de volunla'rios e o 7° de fuzüeim~><br />

são batalhões brazileiros, e não ol'ientaes. Entre as tl'opas brazileil'as,<br />

onde se lê-io ele iinha-leia-s -4° de voluntarios.- ão estão menciona<strong>do</strong>s<br />

o 1 to batalhão de. linha, e os vapol'es Tmman<strong>da</strong>hy G União<br />

~


V<strong>II</strong><br />

pelo 10 tenente E. C .Jourrlan, mell'l;bro <strong>da</strong> eomm~ssao de el~genhei1'os,<br />

sobre trabalhos seos e de OMtt'OS otllciaes <strong>da</strong> mesma. eommissão » (Rio de<br />

Jilneiro, 1871, Lith. Imp. de E. Rensburg) vê·se outro plano de Uruguayana,<br />

embora menos completo, digno de seI' consulta<strong>do</strong>.<br />

o PLANO HYDROGRAPHICO DA CONFLUENCL\ DO PARAGUAY E PARANÁ foi<br />

reduzi<strong>do</strong> no Arc!l'ivo Militar pelo major Medeiros Mallet, P, levanta<strong>do</strong><br />

em 1866 por uma commissão nomea<strong>da</strong> pelo almirante Taman<strong>da</strong>ré, composta<br />

<strong>do</strong>s distinctos officiaes <strong>da</strong> arma<strong>da</strong> Silveira <strong>da</strong> Mota, barão de Tetré e<br />

Cunha Couto.<br />

o MAPPA DA PARTE ~'lEIUDIONAL DO PARAGUAY é trabalho <strong>do</strong> SI'. Schlleider,<br />

que o desenhou á vista <strong>do</strong> Atlas de Jour<strong>da</strong>n e <strong>do</strong> pequeno iJlano que<br />

acompanlía a obra de Thompson.<br />

Este mappa, em vez de ser colloca<strong>do</strong>, como a principio indicámos,<br />

no fim <strong>do</strong> 10 volume, ficará melhor no 2 0 : é até o llnico <strong>do</strong>s mappas <strong>da</strong><br />

presente cÓ.1lecÇão que corresponde a este volwne.<br />

Tem alguns defeitos, que apontamos em varias nota aos capitulos<br />

IX, X, XI e X<strong>II</strong>, deixan<strong>do</strong>, por este motivo, de menci0nal-o ex.tensamente<br />

aqui. Diremos agora s6mente que os mais nota \'ei:5 são os seguintes:<br />

. To<strong>da</strong> a margem pamguaya cio Passo <strong>da</strong> Patria está erra<strong>da</strong>: o plano<br />

hydrographico, que acompanha a presente edição, corrige e sa parte<br />

(Vej. no 'l" vaI. nota 4', pago 268, e nota 1" pago ~67),-Não havia<br />

communicação directa por torra entl'8 as trincheiras de Chichf e as<br />

de Cumzú: as' aguas <strong>da</strong> Lagoa Lopez, ou J\lendez, uniam-se com as ela<br />

lagoa Chichí.-Lagoa Royas, está no mappa


V<strong>II</strong>I<br />

São elles:<br />

- CARTA DE HilllAITÁ E SEUS ARREDORES (organisa<strong>da</strong> pelo autor á<br />

vista <strong>do</strong> Atlas de Jour<strong>da</strong>n).<br />

- CARTA DO 'rEBICUARY (reproducção de uma de Thompson, com<br />

pequenos accrescimos).<br />

2... CARTA DA CA~IPANHA DE DEZE~mRO DE 1868 (ultimas operações<br />

<strong>do</strong> duque de Caxias :-marcha pelo Chaco, batalhas <strong>da</strong> Ponte de Ytô­<br />

1'61'6 cl <strong>do</strong> Avay, ataque de Lomas Valentinas e Pikisiry, e rendição<br />

de Angostura).<br />

- CARTA DO TJ:lEA'fRO DA GUERRA NO PARA(WAY, NOS MEZES DE ÁBRtL<br />

A SETE~mRo DE 1869. (E' a campanha de S. A. R. o principe Gaston<br />

de Orléans nas Cordilheiras. Esta carta é orgauisa<strong>da</strong> á vista <strong>do</strong>s mappas<br />

de Jour<strong>da</strong>n).<br />

-. CARTA DO THEATRO DA GUERRA DESDE SETE~mRD DE 1869 ATÉ<br />

Á SORPREZA. DE CERRO CoRÁ E MORTE DO DICTADOR LOPEZ NO DIA 1 0 DE<br />

~[ARÇO DE 1870.<br />

Não examinámos ain<strong>da</strong> estes ultimos mappas.<br />

Rio de Janeiro, 5 de Setembro de 1876.<br />

\


.~<br />

.L<br />

Estero-Bellaco e Tuyuty<br />

(flalalhas de .'2 e 2 I de .1.[(lio dI' 1Sa(J)<br />

SUMMA1UO :-Completa ignorancia em que sifll'am os Allia<strong>do</strong>s quanto ao lerrilorio e nos<br />

recnrso, <strong>do</strong> inimigo.-Demoram-se em Hapirú e Passo <strong>da</strong> ralria á espera qu os fmn ­<br />

port.es elesen.barqllem o mat.erial n c ssario para o começo <strong>da</strong>, operaçõ·s.-H sit.ações<br />

elos genemes allia<strong>do</strong>s.-Impaci ncia <strong>da</strong>.opinino publica no Rio. <strong>da</strong> Praia no Drazil.<br />

-Escaramuças entre flS aVflu


proprio paiz fôra medi<strong>da</strong> prudente, afim de disciplinar e fundir os hetel'Oó'enens<br />

ele nentos <strong>do</strong> exercito inv;.:,:or.<br />

O aba.stecimento, dirlgi<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, de Montevidéo e de<br />

Buenos-Aires, effectuava-se por meio de reitera<strong>da</strong>s viagens de numerosos<br />

transportes a vapor, e até o serviço de saude se achava satisfactoriamente<br />

organisa<strong>do</strong>.<br />

Acreditavam os ':\\llia<strong>do</strong>s que poderiam ill1mediatameme tomar Humaita<br />

e chegar sem mais obstaculos á Assumpção, onde com a destituição e<br />

banimento <strong>do</strong> dicta<strong>do</strong>r L op ez, terminaria a <strong>guerra</strong>, que a muitos parecia<br />

já por demais procrastina<strong>da</strong>, e provocava acerba critica aos descontente<br />

e opposicionistas.<br />

Sem duvi<strong>da</strong> favoravel era a posição e ·trategica <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s ao passarem<br />

o Paraná e fôra decisiva si to<strong>do</strong> o exercito, sem per<strong>da</strong> de tempo,<br />

tivesse i<strong>do</strong> acossan<strong>do</strong> os <strong>Paraguay</strong>os, que recuavam ]Jara Humaità. O primeiro<br />

estorvo porém que aos Allia<strong>do</strong>s se deparou, foi a completa ignorancia<br />

·<strong>da</strong>s condições top?graphicas. Basta lançar os olhos sobre o mappa especial<br />

<strong>do</strong> fim <strong>do</strong> lo Volume (1) para se compre1J.ender quão grandes não eram as difficul<strong>da</strong>des<br />

naturaes. Tambem logo na primeira marcha, de Itapirú para o<br />

acampamento paraguayo <strong>do</strong> Paso de la Patria, surgiram os embaraços <strong>do</strong><br />

abastecimento. Até então eram os viveres transporta<strong>do</strong>s pelos navios; agora<br />

porém tinham de ir em carretas á procura <strong>da</strong> tropas. Accrescia a tu<strong>do</strong><br />

is o que os mais experimenta<strong>do</strong>s ofliciaes norte-americano., inglezes e<br />

italianos não cessavam de ele crever as formi<strong>da</strong>veis fortificações de Humaitá<br />

com tão me<strong>do</strong>nhas côres, que o. generaes tinham boas rar.ões para pensar<br />

um pouco antes de encetarem as operações. Oom excepção <strong>do</strong> capit~io<br />

inglez Packenham (Vej. Apendice n. 27), que não <strong>da</strong>va ás obras de Humaitá<br />

superior importancia, to<strong>do</strong>s os outros concor<strong>da</strong>vam em considerar<br />

essa fortaleza uma segun<strong>da</strong> Sebastopol, uma Gibraltar, uma Ooblenz, <strong>da</strong><br />

qual sÓ com extrema prudencia e seglu'ança poderiam approximar-~e esquadras<br />

ou exercitos inimigos.<br />

Como no decurso de nossa narração teremos occasiüo de censurar<br />

as delongas, hesitações e incertezas nos movimentos <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, corre-nos,<br />

por não desejarmos violar a imparciali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> historia, o eleveI' de entrar<br />

na apreciação desses receios e apparente irresolução.<br />

Examinan<strong>do</strong> conscienciosamente valiosos testemunhos de ambos os<br />

la<strong>do</strong>s, sem <strong>da</strong>r credito a accusações infun<strong>da</strong><strong>da</strong>s e ás vezes incomprehensiveis,<br />

suppomos en<strong>contra</strong>r os motivos <strong>do</strong> facto na convicção em<br />

que estavam os Allia<strong>do</strong>s de não poderem recuar um passo siquer diante<br />

de semelhante inimigo, sob pena de sacrificarem em um dia de revez o<br />

fructo de to<strong>do</strong>s os e forços anteriores.<br />

(L) Esse mapp:l acomp:lllha o presente volun é.


Era não só uma neces i<strong>da</strong>de estrategica, como tambem politica (1).<br />

Já vimos de quão tenue fio pendia a alliança à vista <strong>da</strong>s tendencias<br />

parti<strong>da</strong>rias no Esta<strong>do</strong> Oriental -e nas provincias <strong>da</strong> Republica Argentina.<br />

Os chefes procediam com sinceri<strong>da</strong>de e ver<strong>da</strong>deiro tino politico,<br />

mas o elemento popular obedecia por tal mo<strong>do</strong> ás impressões <strong>do</strong> momento,<br />

que durante ~sta <strong>guerra</strong> e por causa d'eUa ateou-se a rebellião<br />

não só no Esta<strong>do</strong> Oriental como em to<strong>da</strong>s as províncias occidentaes<br />

<strong>da</strong> Republica Argentina (2). U r quiz a em Entre-Rios e os federaes de<br />

8anta Fê, Tucuman, Salto, Jejuy, San Luiz e outras provincias,<br />

não hesitariam, ao saberem de qualquer derrota ou retira<strong>da</strong>, em promover<br />

um pronunciamento adverso à alliança. Adiante veremos que não<br />

faltaram aos <strong>governo</strong>s aliia<strong>do</strong>s a importunação <strong>do</strong>s protestos, ingerencias,<br />

mediações e bons officios <strong>do</strong>s neutros com o fim de estorvarem o<br />

an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>; e bem cautelosos tiveram os generaes de ser<br />

para não <strong>da</strong>r a 'Sluupto a complicações diplomaticas, porque <strong>da</strong> menor<br />

falta se aproveitariam o.' inimigos para rebuçarem o pretexto com as<br />

apparencias <strong>do</strong> direito. Só convinha pois avançar, ou desferir um golpe,<br />

quan<strong>do</strong> fos 'e o resulta<strong>do</strong> bem 'eguro.<br />

A isto accrescia terem si<strong>do</strong> completamente illusorias as e 'peranças<br />

e promes a <strong>do</strong>s emigra<strong>do</strong> paraguayos, que em Buenos-Aires se alistaram<br />

voluntariamente, forman<strong>do</strong> uma legiãO. Seu unico intento, ao<br />

abraçarem a causa <strong>do</strong> AUia<strong>do</strong>, fÔl'a libertar o <strong>Paraguay</strong>, <strong>da</strong> dictadura<br />

de Lo p e z, mas os factos iam to<strong>do</strong>s os dias demonstran<strong>do</strong> que não era<br />

,'6 <strong>contra</strong> o dicta<strong>do</strong>r, ma <strong>contra</strong> to<strong>do</strong>s os eus compatriotas, que tinham<br />

ele pelejar.<br />

.<br />

(1) O conselheiro li mem de Mello, na Stl'1 úio[/,-aphia, <strong>do</strong> Ba"ào <strong>do</strong> r,;iumpho<br />

explicou <strong>do</strong> mesmo lJlo<strong>do</strong> que o auLor a lentidão de que eram accusa<strong>do</strong>s os generae~<br />

<strong>da</strong> alliança :<br />

« Dep i~ <strong>do</strong> desasLroso resnlLar10 dO,ass.tlLo de C\ll'llp~itr,» diz esse iUusLra<strong>do</strong> escrip.<br />

tor, ", a ac~ao <strong>da</strong> alh nça, no ue >nvo1vllnelllo <strong>da</strong>s operaçoes <strong>do</strong> <strong>guerra</strong> <strong>contra</strong> o Pamguay<br />

~el? ,sl<strong>do</strong> m dera<strong>da</strong> pela, oompl'ehellsão inteira <strong>da</strong>s oO/lseqtlenoias de um "'~lle: no 8r5l~<br />

tnt'lntgo.<br />

~( D'ahi essa lentidÃo, ,mas tambem ossa segurança in~balavel, quo ella imprimia nos<br />

mOV1lllento' <strong>da</strong>s força ,oali a<strong>da</strong>s, Onele estas puzeram pe, ahi fic'lram, sem retroceder<br />

um passo, recuan<strong>do</strong> empre o inimigo diante d'ellas.<br />

« E' esia a feir1io c'\rncteristica <strong>da</strong>s op Jraçõos cresta campanha, sejam quaes forem<br />

os Ol'l'OS parciaes, que tenJlam si<strong>do</strong> cOlllmetLi<strong>do</strong>s.<br />

,« Os Allia<strong>do</strong>s faziam a <strong>guerra</strong> por nm dever de houl't, violentan<strong>do</strong> o Brazil os seus<br />

habllos de paz, Aval'os de sangue, não iam elies derramal-o esterilmente na terra ingrata<br />

<strong>do</strong> P:U'~guay: sim o vertiam com stoica resignarão, como o exigia a cau a que<br />

represent'1.vnm,<br />

« eu fim uno era, fazer o sacrifi 'ia de "icLimas humanas a um inimig e:condi<strong>do</strong><br />

atroz ele SU'lS t.n~ll:_ltCl!,a em Hill solo OLlI'i


4<br />

Be<strong>do</strong>ya, Rivaro1a (1) e os demais emigra<strong>do</strong>s haviam assegura<strong>do</strong><br />

que os <strong>Paraguay</strong>os achavam-se cança<strong>do</strong>s <strong>da</strong> abjecta servidão em que viviam,-<br />

e só esperavam a entra<strong>da</strong> <strong>da</strong>s tropas alIia<strong>da</strong>s para desamparar a<br />

causa <strong>do</strong> tyranno e adherir em massa á bandeira <strong>do</strong>s liberta<strong>do</strong>res.<br />

Pisava-se já o territorio paraguayo apoz decisivos commettimento e<br />

ninguem transfugia; pelo <strong>contra</strong>rio, feri<strong>do</strong>s e prisioneiros, to<strong>do</strong>s mostravam<br />

maior sanha e obstinação <strong>do</strong> que em Corrientes e no Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Sul, maior respeito e dedicação ao seu presidente e general, maior<br />

adio e execração aos Allia<strong>do</strong>s.<br />

Achavam-se n'este ponto as cou a e era natural que surgisse a<br />

convicção de que um passo retrogra<strong>do</strong>, motiva<strong>do</strong> quer por uma derrota,<br />

quer por um calculo prudellte <strong>da</strong>s circumstancias, acarretaria o completo<br />

malIogro <strong>da</strong>s operações de uma <strong>guerra</strong> feita a de peito de eminentes<br />

pronunciamentos na retaguar<strong>da</strong> e de in tantes offerecimentos de<br />

interven ão por to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s. Que este motivo era bem fun<strong>da</strong><strong>do</strong>, provou-o<br />

a continuação <strong>da</strong>s operações. Uma vez reconheci<strong>do</strong> isto, fica muita<br />

cou a esclareci<strong>da</strong>, que nas combinações <strong>do</strong>s chefes pareceria inexplicavel.<br />

No acampamentó <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os reinava igual irre oluçãO, igual<br />

duvi<strong>da</strong>, igual hesitação. A offensiva com tanto v·igor en aia<strong>da</strong> em Co1'­<br />

rientes e no Rio Grande <strong>do</strong> Sul até á rendição de Uruguayana não<br />

produzira bons resulta<strong>do</strong>s, mas agora tinham os P?-1'aguayos a vantagem<br />

ele estfl.r no prop1'io ter..':ico1'io, no centro de to<strong>do</strong>s os recur os, em terreno<br />

que conheciam perfeitamente para usar de to<strong>da</strong> a habih<strong>da</strong>cle militar<br />

na' fortificações transitorias e nas permanentes, que d'@lIas procedem,<br />

e finalmente a de possuirem a uni<strong>da</strong>de de com man<strong>do</strong>, que nJo menos<br />

proveitosa era pela desapie<strong>da</strong><strong>da</strong> aspereza e aLé cruel<strong>da</strong>de <strong>do</strong> chefe, <strong>do</strong><br />

que pela illimita<strong>da</strong> cledicação <strong>do</strong>s subOl'dil1a<strong>do</strong>s, de cujo orgulho nacional<br />

oJfendi<strong>do</strong> se originavam pungente e.. timulos. Em pre..ença <strong>do</strong>. invasores<br />

o marechal-presidente Lopez não deixou ele to<strong>do</strong> a offensiva, mas era<br />

simplesmente a offen iva <strong>da</strong>s sorti<strong>da</strong>s, sem effeito decisivo, com a preoccupação<br />

<strong>do</strong> acampamento que ficava á retaguar<strong>da</strong>. Com bastante c1'iterio<br />

não contava mais elIe com sua esquadra. Demonstl'anelo-Ihe a batalha<br />

naval de Riachuelo que elIa não podia competir com os navios brazileiros<br />

mais bem arma<strong>do</strong>s e mai numerOS0S, desarmou-a e, asse 'Lamlo<br />

as peças nas trincheiras de Humaitá, Curupaity e Curusu, conservou<br />

apenas algun. navios em serviço para a eveni.uali larIe de ser forçaela<br />

a pa sagem <strong>da</strong> grande fortaleza. S6 deixou em Matto Gro, o as tropas<br />

illllispensavei, pois tambem ahi. se deyia prec:wet' <strong>contra</strong> alguma<br />

diversão <strong>do</strong>s Brazileiros. Desistia <strong>do</strong> plano de avançar até CUj'abá, cai,ital<br />

(I) <strong>II</strong>I englllo ,lo 9nt01' CJllR11t. fi. ('!lics <strong>II</strong> '111(', ..Os f'lllil;:l'.l'luS pn.1'llgnl)'O!'\ 111. i. c 11.hc.<br />

citlos 61' 10l Ilurbllru, Machain, Decoud, Baoz e LOl7.aga.. Rlyarol \ s6 appa~eccu no ultlOlO<br />

peri'J<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, pouco ant:}s de inst üh\tlo o <strong>governo</strong> pl"OlnSOrLO ue Assumpçao.


<strong>da</strong> provincia, mas não aban<strong>do</strong>nou CorumM, Doura<strong>do</strong>s, Albuquerque,<br />

Nova-Coimbra e os fortes ribeirinhos <strong>do</strong> Apa (1); activou as leva de tropas<br />

e o exerclClO <strong>do</strong>s recrutas e emittio papel-moe<strong>da</strong> quanto julgou necessa<strong>do</strong>,<br />

pois já n'este tempo tinha desappareci<strong>do</strong> <strong>da</strong> circulação o numeraria,<br />

que só avultava na fortuna particular <strong>da</strong> familia LopAz. Pelos<br />

principias <strong>da</strong> admini'!tração não se discriminava a fortuna <strong>do</strong> presidente<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, razão pela qual pouco se sabe <strong>da</strong>s condições financeiras <strong>do</strong><br />

paiz no decurso <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

Em principias de Maio (2) estenderam-se as tropas allia<strong>da</strong>s ao uI<br />

<strong>do</strong> E <strong>da</strong><br />

bl'lga<strong>da</strong> de se general, nIa. os nossos abriram caminho int.repi<strong>da</strong>mente travan<strong>do</strong>-se em<br />

seguj~~a um ,rapiclo ,t.irot.eio. ,Tivemos 1 fOl'i<strong>do</strong> e o inimigo 1 morto e i p'risionril'o.<br />

N os.e dlR reUUlram-:e a vanguar<strong>da</strong> a escolta <strong>do</strong> gcn ral 1"101'. a ar111haria orient.al,<br />

o 10 rügm1ento de artilharia hl'R7.ileiro o as diyisõe. dJ infanl.llria 'tamhpJn hl'azileiras,<br />

<strong>do</strong>s gellel'aeS Al'gollo e ~alllpaio. '<br />

No dia 26 o general Floros adiantoll-sc para fazer um reconhecimento e levoll de


6<br />

ao sul <strong>do</strong> Estero Bellaco, julgan<strong>do</strong>-se su!licientemente protegi<strong>do</strong> pelo<br />

alagadiço e pelo denso matto <strong>da</strong>s visinhança. O Relatorio <strong>do</strong> mini'tro<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong> <strong>do</strong> Brazil (l) dec.ara que desde lo de Maio fôra esta vanguar<strong>da</strong><br />

reforça<strong>da</strong> po:' 2 batalhões de infantaria, um corpo de cavallaria ~<br />

e 4 peça de calibre 4 <strong>do</strong> lo corpo de exercito; mas as participações<br />

de Mi t r e e de FIo r e s não mencionam tal reforço e cartas particulares<br />

calculavam a força <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> em 3.000 homens (1) o que de certo<br />

não e coaduna com o computo <strong>da</strong>.' tr,)pas ol'ientaes, <strong>da</strong> 12' briga<strong>da</strong>,<br />

de mais 2 batalhües de infantaria, de um reO'imento de cavG\.llaria e<br />

de 12 peças,<br />

venci<strong>da</strong> uma força inimiga <strong>da</strong>s!.re armas, dirigi<strong>da</strong> pelo capitão Paes, qne Lop~z, entretauto,<br />

promoveu a major para fazer acreditar a:> s~u exercito que obtivera uma<br />

vi 'toria sobre os Allia los. Os <strong>Paraguay</strong>os tiveram uns firo homens fóra de cClmbate (PALLEJA<br />

Dim'io n. 241), os Brazileiros 1 capit-ão e 1 sol.la<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s, e os Orient'1es 1 cabo de<br />

esquadra tambem feri<strong>do</strong>.<br />

No dia 27 quasi t d.) o exer 'ito alLiarh achava- no acampamento <strong>do</strong> Passo <strong>da</strong><br />

Patria. A. cavallal1a <strong>do</strong> ~xt}rcito 011ental, que se conservava ain<strong>da</strong> na mal'gem esquer<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> Parana, menos o regul1'm o « Escolta,» recebeu ordem de rcgres:ar para iVIontevidé ,<br />

deven<strong>do</strong> ficar apenas n <strong>Paraguay</strong> esse re::timento e o lo tla guar<strong>da</strong> nacional. Assim<br />

o exercito de Flore ficou reduúJo a 4, batalhõe de infantaria, I p tluen regimento de<br />

cl\vallaria e 1 esquadrão <strong>do</strong> artilbaria.<br />

No dia 9 fez-se nOTO re ouhecimento obre as forças inimiga que estavam além<br />

<strong>do</strong> Estero Bellaco, e o' Paraglla.yos fugiTam Sf}U! elisparar UllJ tiro. ({ Los paraguayos,»<br />

diz I'alieja no SJU Dial'w, " tienen cierta predilec.cion á las lagunas y los m ntes; parece<br />

que no supieran batirse sino n los baiia los y u las isletas de monte l)<br />

No dia guint· os generaes Mitre e Ozorio procederam a outr.J reconhecimento, e<br />

as forças avança<strong>da</strong>s <strong>do</strong> lIlimigo pnzeram-se ue novo em fuga precipita<strong>da</strong>,<br />

(I) E a parte oflicial <strong>do</strong> gcn'ral Ozorio. 'ej. o App~ndice n. 4. O corpo de cavallaria<br />

e tava. eDl lagar muito distant e C·J1l) os cavailos soltos no momeuto <strong>do</strong> ataque.<br />

(2) A vangnar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s allia<strong>do</strong>s tinha por chl!fc o general Flores, e compunha-se <strong>da</strong>s<br />

tmpas orienta'JS em numero <strong>do</strong> 1.800 llOmens de infantaria (1 batalhões), 180 de artilharin,<br />

com Gcanhões, e uns 200 de cavallaria {I,n80 ao to<strong>do</strong>), e <strong>da</strong> 12a briga<strong>da</strong> brazileira<br />

de infant1ria (c01'anel Pecegueiro), com I.!)üfl homens (batalhões 50 e -;-0 d.) linha, 30<br />

1G· de voluntarios). A's ordens d general PIores, portant), eslavam 3.5 homens.<br />

No dia 9 de Abril o general Ozorio destacou para a vanguar<strong>da</strong> a 5" batetia <strong>do</strong><br />

1· regímeuto brazil~iro com 4 pera raia<strong>da</strong>s de calibre 4, e determinou no dia l° de<br />

Maio que o general Victorino Monteiro, "'mmalltlante <strong>da</strong> na divisão, acampa<strong>da</strong> enLra as<br />

tro;lM de FI:n'es e o exercito imp riaI (e te, como o ex rcilo argenl,iuo, estava aimla<br />

acampa<strong>do</strong> n Pa 50 <strong>da</strong> Patria) protege s) a arlilharia C'.J1ll 2 batalllões. Seglliram I ara<br />

a frent.e, em virtude dessa ordem, os 'batalhões 2[' e :' o de voluntarios, perL 'ncent ~<br />

I\S bri~a<strong>da</strong> Pereira Lobo o Evaristo, tia did iio Viclorino ~lonteiro. 04. 0 corp de canl1·<br />

laria a·! yolun1:nrios, ao lIlan<strong>do</strong> d t ncntc-coronel Manoel Rodà.,ucs de Oliveira, foi po lo<br />

ta.mb·)lU li ord ns <strong>do</strong> general Flore .<br />

Na manhií rle 2 a disp sição <strong>da</strong>s tropas <strong>da</strong> YB.Ugllar<strong>da</strong>. era e ta:<br />

O batalhões i). de Iiuha, :10 e lIio '1 yoluntar:o <strong>da</strong> briCTa<strong>da</strong> Pece,:ruciro ,12" , o la,am<br />

aCRmp'ld atrá? de uma coxilba de liCTcira elenlçno, pouco mni Oll <strong>II</strong>I n s na aUm'a<br />

lIa avança<strong>da</strong> deIS ex rcito, arg'ntino c ul'll'lilciro Ijue lhe fica ·a.m á direiL'l e li. quer<strong>da</strong>.<br />

Ka frcnt <strong>da</strong> coxilha qU) cobria n. briga la Pecegueiro « ]la\'Ía lUU esten o banhad , qu<br />

termina\'a t e-qn 'r<strong>da</strong> ,'lU !Una corca elp ,'spill!JI> rarefeita.» A uma 0(10 braça - d·)<br />

ncampamI'Jut cl -a bri"u<strong>da</strong> esta,vam a- l poras <strong>do</strong> l0 rt!gitllellln, aJ!aslath ~ <strong>do</strong> ma!to<br />

1',0 hraça apena, e (l sem meio a.1RUll> ele 0101 ilidn<strong>do</strong> por i -') quo o animae eh 1il'<br />

tinham si<strong>do</strong> retirailo'.» D' prJtecçào a e ta artilllaria e-taya ac-ampa<strong>do</strong> na sua fr~nt)<br />

o 70 batalh1io uramair dr. linha lenllnle-c(l1''OIPI PeJra" de lacad:> la l>ri{lR<strong>da</strong> Pecegueir."<br />

« o qnal apoiam a sna e qucrt1a em uma oapoeu'u erra<strong>da</strong> u a lIa aireila na la::tóa<br />

que banha qnasi inleirnlli'mt o oapão ou ilha d mal\o que começa d'l e.>lra<strong>da</strong>." « Dua<br />

. mpanbia d,) I) blllalhil " diz UIll" teslcmlluh) ocubl'. « fonnl\\'itI11 os plquctc a,ança.l~.<br />

en lo qUI uma <strong>da</strong>llas " lasa na extr)mn


'7<br />

Defronte desta posIção <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> <strong>do</strong>~ AlUa<strong>do</strong>s achava-se to<strong>do</strong><br />

o exercito paraguayo <strong>do</strong> sul, a margem direita <strong>do</strong> Estero Bellaco,<br />

ten<strong>do</strong> uma vanguar<strong>da</strong> com 6 bocas de fogo na ilha a le, te <strong>do</strong> Pa o<br />

Sidra. Os <strong>do</strong>us exercitas inimigo achavam-se separa<strong>do</strong>s por eSSd esteiro<br />

e varios banha<strong>do</strong>s, provavelmente conheci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os e desconheci<strong>do</strong>s<br />

aos, invasores, pois' de outra maneira não se explica a sorpresa<br />

destes no dia 2 de Maio,<br />

O Estero Bellaco é uma elaquellas depressõe ele terreno, que no<br />

tempo <strong>da</strong>s enchente: formam caud~es correntes e no <strong>da</strong> vasantes não<br />

passam de pantanoso Desagua no rio <strong>Paraguay</strong>, a oeste pela Laguna<br />

Piris, e no Paraná, 100 milhas inglezas a sueste, destacan<strong>do</strong> a im <strong>do</strong><br />

resto <strong>do</strong> territorio to<strong>da</strong> a ponta meridional <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>. Sua, margens<br />

são geralmente cobertas de espesslls matLos de palmeira yatcti, que em<br />

alguns pontos se elevam até 90 pés acima ·<strong>do</strong> mais baixo nivel <strong>da</strong>s<br />

aguas. A's vezes se alarga forman<strong>do</strong> ver<strong>da</strong>deit'os lagos, onde apparecem<br />

ilhas na época <strong>da</strong>s vasantes. Em suas aguas crystallinas e puras<br />

nasce uma especie de junco ou capim bravo, chama<strong>do</strong> pÍ?'i pelo guaranis,<br />

cuja secção apre enta a forma de uma baioneta de tre gumes;<br />

não tem nós, attinge uma altura superior a 9 pés e dà uma e piga<br />

na extremi<strong>da</strong>de. Este junco pid serve para cobrir armazen e casas,<br />

para esteirinhas de janellas e porta, e para varias outros misteres.<br />

O sólo onde cresce é geralmente palu<strong>do</strong>so e coberto de tão luxuriante<br />

vegetação, que as vezes . e divü;;am extensas porções de terreno alcatifa<strong>da</strong>s<br />

de verde sem se suppor que debaixo desta cama<strong>da</strong> exi. ta agua<br />

na profundi<strong>da</strong>de de 6 pés. Esses esteiros são tran itaveis ou nos vaos<br />

naturaes, que nas vasantes apparecem como eminencias de ilha, ou<br />

arrancan<strong>do</strong>-se as pocas de 1Jiri e atulhan<strong>do</strong>-se o lugar com areia, em<br />

cujo caso se tem de atravessar com agua na altura de 3 pés. Os<br />

cavallos, afun<strong>da</strong>n<strong>do</strong> nesse chão incerto, en<strong>contra</strong>m grande difficul<strong>da</strong>de<br />

em passar. (1)<br />

cham'l<strong>do</strong> « ex.ercit.o allia<strong>do</strong> <strong>da</strong> vangn'U'<strong>da</strong> li. e com ellas d via proceder a um reconhecimento,<br />

motivo pelo qual, quan<strong>do</strong> l'Ompell o fogo, não acucUram outras tropas.<br />

'Eram portanto, 4 peças e ti batalhões brazileiros e odentaes, com pouco llIais de 2,000<br />

homens os que estavam na frente, e f nm sorprendi<strong>do</strong>s 1)elo inimigo.<br />

Os tres batalhões <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> Pecegueiro ficavam, como vimos, a \}I)O braças de dis·<br />

tancia, e o general Flores previnira antes a esse chefe que não se incommo<strong>da</strong>sse com<br />

~s tiros <strong>do</strong>. vangllar<strong>da</strong>, e não avançasse sem ordem. Essa briga<strong>da</strong> conservou-se, per<br />

I'SO, prompta em seu acampamento. e s6 meia hora depois de começa<strong>do</strong> o combate<br />

recebeu ordem para avanç'u·, cumprin lo-a immediatamente.<br />

(1) E;;t'l é a descripção de Thompson, que neste lagar, como em muitos outros, servia<br />

de gUIa ao autor:<br />

« Consiste o. Este~o Bellaco em .duas correntes de agull parallela~, que quasi s


Tal era o terreno onde se ia pelejar.<br />

Não é cousa faci! fonuar idéa clara. <strong>do</strong> combate de 2 de Maio. As.<br />

participaçõe. <strong>do</strong>s <strong>do</strong>ns conten<strong>do</strong>res se <strong>contra</strong>dizem nos pontos capitae,<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong> mesmo o devi<strong>do</strong> de::;conto <strong>do</strong> que é facil de explicar pela omissão<br />

<strong>do</strong>s factos desvantajosos. Re 'umiremo', entretanto, a carta, cita<strong>da</strong> por<br />

Thompson, <strong>do</strong> general Flore.. à sua espo.'a (1), a. notas de<br />

K e n n e d y e a. parte officiae <strong>do</strong>s belligerante .<br />

A vangua <strong>da</strong> <strong>do</strong> Allia<strong>do</strong>s tinha pequena força e e tava muito desenvolvi<strong>da</strong>.<br />

A' vista <strong>da</strong>:; circum tancia:>, o general em chefe <strong>do</strong> exercilo<br />

allia<strong>do</strong> devia acrec1ital' que Lopez dispuzera sua tropas, avalia<strong>da</strong>s I elos<br />

prisioneiros em 30,000 homens, atraz <strong>do</strong> E tero Bellaco, protegi<strong>da</strong>s pela<br />

corrente d'agua, e que, para um golpe decisivo, poderia chamar a si<br />

as re 'ervas que estavam em Humaita e nas vi inhanças. Até então não<br />

houvera motivo para que' os invasore' duvi<strong>da</strong>ssem <strong>do</strong> arrojo <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>os<br />

ou para que meooscabassem seu enthusiasmo militar. Em taes<br />

condições topographicas e na presença ele 'elOelhante inimigo foi um erro<br />

destacar na frente 3.000 homens apenas, (2) que além <strong>do</strong> mais pertenciam<br />

a differentes nacionali<strong>da</strong>des. FIo r e s declara na carta cita<strong>da</strong> que<br />

muito clias antes fizera ver a Mi t r e quanto t>ra arrisca<strong>da</strong> e perigosa<br />

a pOSiÇãO. <strong>da</strong> yanguarua, e accrescenta que, em resposta, este general<br />

lhe observara que não havia a receiar nenhum ataque elos barbaras, quan<strong>do</strong><br />

o exercito allia<strong>do</strong> liberta<strong>do</strong>r já pi::;ava o territorio paraguayo. Se.gun<strong>do</strong><br />

a me ma carta o general brazi!eit'o Oz o r i o concor<strong>da</strong>ra com a opinião<br />

de Flores e fizera a Mitre as mesmas declarações. Esses receios explicam<br />

o facto de haver o general Oz o r i o, no dia 1 ele Maio, talvez por<br />

sua propria conta, man<strong>da</strong><strong>do</strong> reforçar com uma pequena co1umna elas<br />

tres armas' a sua 12" briga<strong>da</strong>, já eX1)osta na vanguar<strong>da</strong>. (3) Se é funlIg1·a<strong>da</strong>vel.<br />

E Les juncos crescem na dislancin. de :2 poHega<strong>da</strong>s um elo oULro, é portanto<br />

constHuem um obstaculo á passagem; o leito em que têm as raize é sellllre u.m<br />

aLoleiro profllD<strong>do</strong> coberto de 3 a 6 pés de agua. Os esLeiJ.·os são, conseguintemente,<br />

inLran itaveis, excepLo nos passos, que são lugares onde os ju.ncos foram alTanca<strong>do</strong>s e<br />

a areia foi gradwtlmente substituin<strong>do</strong> o 10Jo elo fun<strong>do</strong>. J sLes passos, como 1I0S outros<br />

pontos Lios esteiros, a profundi<strong>da</strong>de ela agu.\ que se tem de Iltnwessar é de::: a ü pé'.<br />

Em alguns logares uma e aLé duas ou tres pessoa monta<strong>da</strong>s em bons cavaHos podem<br />

passar akavez elos juncos, porém logo que um cavallo )lassa o fun<strong>do</strong> torna-se peior<br />

ain<strong>da</strong>, pelas covas que deix UI os cascos. Estes eSL iros formaram a principal uefeza<br />

<strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os. "<br />

(1) A carta que Thompson transcre\-eu <strong>do</strong> um jorll:ll de Bl1enos Aires 11llnCa foi<br />

scripta pelo general Flores. Os ::>rs. Est.ra<strong>da</strong> e Lewis, que llJ1lloLaram a 1raducção<br />

hespanl10la de Thomp"on, dlssel'ãJ11 a este respeito o seguin'c :<br />

« Esta carta foi decVtra<strong>da</strong> apocrypha, e não comprellendemos como o autor a toma<br />

ao serio. As boas relações em que o general Flores estaya com o Brazi1, b!lslariam para<br />

proY81' que não podia llal'd·a escripto. "<br />

(2) 2.000 e tantos homens eram os que protegiam as -l, peÇls <strong>da</strong> vangull'<strong>da</strong>.<br />

Pi) Em P.EREJRI. DA COSTA, m, 18, lê·se o seguinLe trecho ele uma COl'l'espondencia<br />

de Buenos Aires' •<br />

«..•Na v6spe{'(\ (1 <strong>do</strong> l\lai


9<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> esta declaração <strong>do</strong> genera1 Fio r e s, (1) maior ain<strong>da</strong> é a ua responsabili<strong>da</strong>de<br />

por ter-se deixa<strong>do</strong> sorprençler. Quanto a sorpresas, a critica<br />

militar não admitte attenuantes, porquE) se tornaram impossiveis com a<br />

experiencia de tantos seculos, a qual nos ensina to<strong>da</strong>s as precauções<br />

que devem ser guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s em pre. enga <strong>do</strong> inimigo. Só pode haver desculpa<br />

se não houve aYiso previo, e a' exploraçõe: confirmaram ausencia de<br />

perigo ou se se deu illu'ão ba 'ea<strong>da</strong> na cOIlsciencia <strong>da</strong> propria força,<br />

quanto às condições <strong>do</strong> telTeno, á 'uperiol"i<strong>da</strong>de numerica e ii. facili<strong>da</strong>de<br />

de apoio. Estas hYljothese não se verificaram em relação á vanguar<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s. Fio r e s declara-se convenci<strong>do</strong> <strong>do</strong> risco de sua posiÇãO e<br />

confessa ignorar completamente a po~ição <strong>do</strong> inimigo; devia ter-:e<br />

informa<strong>do</strong> se o Estero Bellaco era vadeavel ou não. Se não o fez,<br />

tanto peior para a apreciação <strong>do</strong> f;eu procedimento. (2)<br />

São to<strong>do</strong>s contestes em affirmar que a sorpresa se effectuon de<br />

repente, com grande violencia e f;uperiori<strong>da</strong>de de numero, no momento<br />

<strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>~ rações e ela sêsta <strong>da</strong>. íanguar<strong>da</strong>. Na mesma hora<br />

achava-se o acampamento peja<strong>do</strong> <strong>da</strong> inevitavel praga de ociosos e suspeitos<br />

que acompanham sempre os exercitos. Antes de tu<strong>do</strong> os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s tiveram<br />

de entrar em formatura para poder resistir, e só com a chega<strong>da</strong> de<br />

reforços é que se estabeleceu o ver<strong>da</strong>deiro combate. Não é certamente<br />

de g-rande importancia o serem repelli<strong>do</strong>s postos avança<strong>do</strong>s e sentinellas<br />

de campo, mas é erro fun<strong>da</strong>mental não ter piquetes <strong>do</strong>bra<strong>do</strong>s e força<br />

de protecção, que, em terreno para isso prepara<strong>do</strong>, vão sustentan<strong>do</strong> a<br />

lucta até que esteja em armas o grosso <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>.<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os descrevem assim as occurrencias desse dia (3):<br />

« Desde que os Allia<strong>do</strong>s occuparam o la<strong>do</strong> meridional <strong>do</strong> Estero Bellaco,<br />

man<strong>do</strong>u L o p e z para os postos avança<strong>do</strong>s 50 homens escolhi<strong>do</strong>s <strong>da</strong> sua<br />

guar<strong>da</strong> com ordem de atirarem exclusivamente sobi'e os officiaes inimigos.<br />

Flores a possibili<strong>da</strong>de de que o inimigo tentasse nlguma sorRresa, receio que elles não<br />

compartiam, mas que os factos não deviam tar<strong>da</strong>r em jusilficar.<br />

t< As corresponJencias <strong>do</strong> exercito para o jornaes argenLinos muito se têm esfor·<br />

ça~o em elogiar a habili<strong>da</strong>de e sciencia com que o general MiLre fez acampar o exercito<br />

alha<strong>do</strong>, ao passo que cartas <strong>do</strong> general Ozorio a um seu amigo <strong>da</strong> esquadra deixavam<br />

perceber que na<strong>da</strong> o satisfazia a cas/;1'ametação a<strong>do</strong>pLa<strong>da</strong>. <strong>II</strong><br />

(I) Lembraremos sempre que o autor referu-se á declaração conti<strong>da</strong> em um <strong>do</strong>cu-.<br />

mento apocl'ypho, <strong>contra</strong> o qual Florus protestou.<br />

. Sobre este pouLo en<strong>contra</strong>mos ainJa no Jo.,."al <strong>do</strong> Oommcl'cio o seguinte I,recho, que<br />

e, (ia p~rte ediLorhl, e que não teria si<strong>do</strong> escripto sem prova, ou sem informação <strong>do</strong><br />

gOi'erno :<br />

- « Por vezes ? .ge!leral Ozorio tinha indic,<strong>do</strong> no conseUlO <strong>do</strong>s generaes a possibili<strong>da</strong>de<br />

de que o 1I11mlgo tenta se uma sorpresa, mas tanto o general Miu'e como o<br />

general Flores repuLavam-se em seglU"ança complot:l. »<br />

(2) J't manhã <strong>do</strong> dia 2 lUl1 desLacamenLo de 12·) homens de cwallaria argenLina fez<br />

a descoberta, afugentou alguns piquetes inimigos, I; trouxe como tropl1éu uma corneta,<br />

declaran<strong>do</strong> que « estayam limpos de inimigos os m:\Ltos visinhos além dí' EstefO<br />

BeUaco, pois tinha ayançarlo além. -ll<br />

(3) S~02 traduzi<strong>do</strong>s <strong>da</strong> obra de Thompson os trechos que se seguem.<br />

,.-<br />

I


10<br />

Estes atira<strong>do</strong>:~es recebiam rações <strong>do</strong>bra<strong>da</strong>s, não montavam guar<strong>da</strong>s e eram<br />

dispensa<strong>do</strong>s de to<strong>do</strong> o serviço pesa<strong>do</strong>. Conseguiram matar muitos <strong>do</strong>s principaes<br />

officiaes allia<strong>do</strong>s (1).<br />

« No dia 2 de Maio ordenou L o p e z que uma columna de 5.000 homens<br />

as ordens <strong>do</strong> general, então tenente-coronel, D i a z, (2) sen<strong>do</strong> ·4.000 de<br />

infantaria e 1.000 de cavallaria, dirigi<strong>do</strong>s estes pelo tenente- coronel Benitez<br />

(3), seu aju<strong>da</strong>nte favorito, procurasse sorprender a vanguar<strong>da</strong> allia<strong>da</strong>.<br />

A infantaria marchou pelo Paso-Sidra e a cavallaria pelo Paso-Carreta,<br />

e to<strong>da</strong> essa força cahio sobre o inimigo sem ser presenti<strong>da</strong> (4). A arti-<br />

(1) lia o'isto muita exageração. Apenas uns 3 omciaes foram mortos nas avança<strong>da</strong>s<br />

dlU'ante os mezes de Abril e Maio.<br />

(2) Já era então coronel. Fóra promovi<strong>do</strong> a esse posto no clia Iode Maio.<br />

(3) Basilio Benitez, o mesmo que commandára as tTopas paraguayas no combate d \<br />

Confiuencia, em 17 de Abril.<br />

(4) Thompson poderia observar que a pequena vanguar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Brazi1eiros e Orientaes<br />

foi sorprendi<strong>da</strong> como o exercito inglez em Inkermann, e c~ue Flores não estava então protegi<strong>do</strong><br />

por fortificações e reductos como os AlIia<strong>do</strong>s na Cnmé:\.<br />

Ten<strong>do</strong> em vista esses e antros episodios <strong>da</strong> historia militar de sua patria, deveria ser<br />

mais indulgente para com as tropas que o obrigaram a render-se mais tarde, em Angostura,<br />

lembran<strong>do</strong>-se que si na Criméa os Ini{lezes, seus compatriotas, segun<strong>do</strong> um escriptor<br />

fl'aucez, mostraram por vezes, que tinham les yeux fcnnés et les Q>'eiUes sOl"'des, nem por<br />

isso se mostraram menos intrepi<strong>do</strong>s e dignos <strong>do</strong> respeito e estima <strong>do</strong>s seus AlUa<strong>do</strong>s e<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> intt:u·o.<br />

O at


<strong>II</strong><br />

lharia' apenas pôde fazer uma descarga antes de ser. toma<strong>da</strong> pelos <strong>Paraguay</strong>os,<br />

que tambem ficaram senhores de to<strong>do</strong> o acampamento allia<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

vanguar<strong>da</strong>, cahin<strong>do</strong> em poder delles até mesmo a barraca <strong>do</strong> general<br />

FIo res. Os tres batalhões orientaes chama<strong>do</strong>s «Flori<strong>da</strong>, 24 de Abril, e<br />

_Libertad, » foram completamente acutila<strong>do</strong>s, porém bateram-se com braraásordens<strong>do</strong>sseus<br />

comman<strong>da</strong>ntes Palleja, Flôres e Castro,<br />

que se houveram como leões, mas foram supplanta<strong>do</strong>s pelo numero (I). Do<br />

estava tambem descui<strong>da</strong><strong>da</strong> e tinha os cavallos soltos a pastar. Seu comman<strong>da</strong>nte, o coro­<br />

Ilel Fortunato Flores, foi incorporar-se ao 10 regimento argentino de linha.<br />

A luta na vanguar<strong>da</strong> continuava renhi<strong>da</strong>, quan<strong>do</strong> o genH'RI Ozorio acudia com reforços<br />

que restabeleceram o combate e puzeram em ~errota o inimigo, não sem grandeJesistencia<br />

ain<strong>da</strong>, como o comprovam as per<strong>da</strong>s qu.} sofl'reram alguns <strong>do</strong>s 1?-0ssos batalhoes .que se<br />

empenharam na ultima phase <strong>do</strong> combate, entre os quaes o herolCo lo de vohwtanos.<br />

Distinguiram-se neste dia, pelejan<strong>do</strong> intrepi<strong>da</strong>mente, os generaes Ozorio (contu~o\ Flores,<br />

Victorino Monteiro, Jacintho J into, e Goya Sllarez, os coroneis Palleja, Perell'a Lobo e<br />

Pecegueiro, e, entre os comman<strong>da</strong>n~~s de batalhões, os tenentes-~oroneis ~ery (I ° de voluntarios),<br />

Pedra (70 de linha), ApollonIO Campello (30 0 de volunta1'1os), Fana Rocha (400 de<br />

vol~ntario~), e Manoel Rodrigues de Oliveira (_1° corpo provisorio de cavallaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong><br />

naCIOnal).<br />

Os com man<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos pará~llayoB que se bateram nesse dia foram:<br />

Columna <strong>da</strong> direita (Valiente): reg1ll1BntoB 4° de cavallaria, comman<strong>da</strong>nte Jesus Martinez,<br />

e 21", comman<strong>da</strong>nte Paez;<br />

Colllmna <strong>do</strong> centro (Jimenez): batalhões de infantaria 130, comman<strong>da</strong>nte Jimenez, 240,<br />

Moreno, 36°, Zavala, e 40' Avalos:<br />

Columna <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> Benitez: regimentos de cavallaria 70, comman<strong>da</strong>nte Oban<strong>do</strong>, e<br />

13°, Delga<strong>do</strong>.<br />

Os corpos que avançaram depois para reforçar Diaz eram comm'\n<strong>da</strong><strong>do</strong>s, o lo batalhão<br />

<strong>do</strong> infantaria pelo capitão Orihuela, o 420 pelo tenente Fernandes, e o 190 pelo capitão<br />

Sarza. O comman<strong>da</strong>nte Cabral tambem avançou com alguma cavallaria para proteger a<br />

retira<strong>da</strong> de Diaz. Além dessRs forças haviam os P.lraguayos deixa<strong>do</strong> no Passo Carreta duas<br />

companhias de infantaria ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenent Escato.<br />

(1) Os batalhões orient~es eram quatro, e não tres, e formavam uma brili:a<strong>da</strong> de infantaria.<br />

Palleja que a comm'ln<strong>da</strong>va, era chefe <strong>do</strong> batalhão Flori<strong>da</strong>; o 24 de Abril era comman<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

pelo major Nicomedes Castro, I) Libertad pelo tenente-coronel Marcelino Castro, e o<br />

Independenoia pelo tenente-coronel Francisco Elias. O Libel'tad entrou em fogo depois <strong>do</strong>s<br />

outros. •<br />

O Flm'i<strong>da</strong> e o 24 de Ab"il foram, <strong>do</strong>s batalhões orientaes, os que mais padeceram, ten<strong>do</strong><br />

aquelle uns 119 homens fóra de combate (PALLEJA, .Diario, <strong>II</strong>, 234), e este M. Os quatro batalhões<br />

ori"ntaes tiveram ao to<strong>do</strong> 36:- homens fóm de combate.<br />

Os annota<strong>do</strong>res <strong>da</strong> obra de Thompson, guian<strong>do</strong>-se por falsas informaçõe , ou obedecen<strong>do</strong><br />

á antipathia de qne somos victimas no Rio <strong>da</strong> Prata, não duvi<strong>da</strong>ram escrever esta<br />

injustíssima ph.rnse:<br />

(I Las fuel'zas b,"asileras sufrieron menos que las odentales pOl'que no se bati'el'on 001no<br />

estas. »<br />

Entretanto, foram os batalhões brazileiros <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> os que receberam, como o<br />

Flo/'i<strong>da</strong> e o 24 de Ab/'il, o primeiro clloque <strong>do</strong> inimigo, e foram elles, como se pMe verificar<br />

em <strong>do</strong>cumfmtos ofliciaes que estão no <strong>do</strong>minio <strong>do</strong> publico, os que maiores p r<strong>da</strong>s lamentaram.<br />

Si o Flol"i<strong>da</strong> teve 119 homen fôra de combate, os batalhões brazilei I.'OS 70 de linha e<br />

1° de voluntarios tiveram, este, 143 homens, e aqnelle 141 fora de combate.<br />

Os quatro batalhões oricntaes tIveram 365 homens fora de combate: o 4 batalhões brazileiros<br />

7° de linha elo, 2]0 e 30° de voluntarios tiveram 451 homens entre mortos e feri<strong>do</strong>s,<br />

figuran<strong>do</strong> nesse numero 2 tenentes-coroneis. 2 majores e 24 ofllciaes subalternos.<br />

A per<strong>da</strong> total <strong>do</strong> exercito oriental seria de 400 homens; a <strong>do</strong> exercito argentino foi apenas<br />

<strong>do</strong> J3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 6 ofliciaes e 30 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>:, ou 49 homens fora de combate. Os<br />

Brazileiros, entretanto, tiveram 1.1/13 homens fora de combate (84 oflicia9S 1.010 inferiores<br />

e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s) (Vej. Appendice pago ll).<br />

Ao passo que se mostram tno injustos para com os Brazileiros, que, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s valentes<br />

Orientaes, sustentaram to<strong>do</strong> o peso <strong>do</strong> comhate, até que os genem s Ozorio e Victorino<br />

acudiram com reforços e levaram de venci<strong>da</strong> o inimigo, têm os illustres annota<strong>do</strong>res argentinos,<br />

a patriolica fraqueza de acreditar que" tres compam,ias de infanteria dei ejército<br />

argefltinl! rompieron el fu~go sobre elo enemigo,)', reforza<strong>da</strong>s convenientemente, no solo<br />

restablecteron el combate, smo que d",tlt1.·tCl·on la marcha de la colHlmnn, sel'i'lmente amaga<strong>da</strong><br />

de ser corta la.... »<br />

Ess.a col.umna era de mais de 5.orO inimigos e (cous't notavel!) tno bl'ilhante result.ad<br />

fOI obtI<strong>do</strong> mostran<strong>do</strong>-se ao longe algumaf; companhL'ls de infantal'ilt c 1 regimento<br />

de cavallaria, que tiveram apenas a seauinte per.Ia :<br />

Infantaria e artilharia:-3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s 'l'norto - officiaes e 6 sold'lrlos feri<strong>do</strong>s;<br />

.Cavallaria:-lO sol<strong>da</strong><strong>do</strong> mortos 1 capil1io e 21 sold'l<strong>do</strong>s f ricl s, e algl1n9 di pE'rso .<br />

('VeJ. no Jornal <strong>do</strong> GommO'cio a part'3 offici'll <strong>do</strong> c~rl)nel SegO'in'.


12<br />

batalhão « Flôri<strong>da</strong> » só se salvaram 40 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e seus 27 officiaes ficaram<br />

reduzi<strong>do</strong>s a 8 (1). O « 24 de Abril » perdeu 9 officiaes e 200 homens<br />

(2). O batalhão brazileiro n. 38 de voluntarios <strong>da</strong> patria s6 ficou<br />

com 41 homens; segun<strong>do</strong> a parte official teve 94 mortos e 188 feri<strong>do</strong>s (3).<br />

O regimento n. 1 <strong>da</strong> cavallaria argentina perdeu 100 homens (4). A divisão<br />

<strong>do</strong> general Flores, Isto é a vanl!uar<strong>da</strong>, <strong>da</strong> qual faziam tambem<br />

parte as tropas brazileiras e argentinas já. menciona<strong>da</strong>s, perdeu 1.600 holllens<br />

e 31 officiaes (5). Emquanto durava a peleja L op e z, recebeu os trophéos<br />

toma<strong>do</strong>s ao inimigo, e que consistiam em 4 canhões Lahitte raia<strong>do</strong>s,<br />

de calibre 9, com os seus armões (6) e 3 bandeiras (7). Esses canhões<br />

(1) o coronel Palleja em seu Dio?'io, n, 254, diz; faUan<strong>do</strong> <strong>do</strong> « Flori<strong>da</strong>, » que era o<br />

seu bat91hão; « '" de 27 officiaes só sahiram incolumes 10 .. , » Portanto teve esse bRtalhão<br />

17 officiaes fóra de combate. Teve mais fóra de combate, « uns 100 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>'.<br />

»<br />

Não podia, portanto, ter fica<strong>do</strong> reduzi<strong>do</strong> a 40 homens como 'uppõe Thompson.<br />

(2) O « 2-! <strong>do</strong> Abril ) só perdeu 3 offici!les e uns 80 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (PALLETA, <strong>II</strong>, 2Ó'1).<br />

(.)) E' inexacto : será alguma parte official inventa<strong>da</strong> por Lopez O 38 0 de volulltarios<br />

perdeu até pouca gente em rolação a outro' I atalhões, pois apena- teve 14. sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

mortos, 6 ofliciaes e -!() sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s extraYia<strong>do</strong>s. (V ej. Appendice<br />

p'tg. 11.)<br />

O 10 de TohlOtarios, por exemplo, que foi <strong>do</strong>s batalhões br'\zileiros o que mais<br />

desfalca<strong>do</strong> fiCOll, teve 1 official e 37 ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, e 11 oí'liciae , inclusive o comman<strong>da</strong>nte,<br />

e 95 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

O ~'o de linha teve 1 official e 32 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, e 6 oJficiaes (sen<strong>do</strong> o comman<strong>da</strong>ote<br />

um d'elies) e 101 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s. _<br />

(4) Foi o unlco corpo argentino que se empenhou no combate, persegnlnd os <strong>Paraguay</strong>os<br />

depois que estes foram derrota<strong>do</strong>s com a che~aJa <strong>do</strong>s refol'


13<br />

foram sempre conheci<strong>do</strong>s pelo nome de « peças de F I or es » e prestaram<br />

l}OS <strong>Paraguay</strong>os mui bons serviço3 durante to<strong>da</strong> a <strong>guerra</strong>. O proprio general<br />

Flores quasi foi toma<strong>do</strong> prisioneiro, porém o general Ozorio<br />

chegou, e pôde salvaI-o, perden<strong>do</strong> I batalhão inteiro de Brazileiros (1).<br />

4( f:e Di a z se houvesse retira<strong>do</strong> depois de venci<strong>da</strong> a vanguar<strong>da</strong>, lavan<strong>do</strong><br />

comsigo 'o reste <strong>do</strong>s canhões (2), esta jorna<strong>da</strong> teria si<strong>do</strong> uma victoria<br />

mais que esplendi<strong>da</strong>, com mui pequena per<strong>da</strong> <strong>da</strong> parte <strong>do</strong>'s <strong>Paraguay</strong>os;<br />

elie resolveu, porém, seguir adiante e então esbarrou com to<strong>do</strong> o exercito<br />

allia<strong>do</strong>, que estava já em movimento, e dirigia-se ao seu encontro.<br />

Na<strong>da</strong> conhecen<strong>do</strong> <strong>da</strong> sciencia <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, foi }mmediatamente flanquea<strong>do</strong><br />

pelo general Mitre (3), que comman<strong>da</strong>va os Allia<strong>do</strong>s, e teve de retirarental<br />

«Flori<strong>da</strong>» e o sol<strong>da</strong><strong>do</strong> Eusebio Avalos apoderou-se de outra brazileira, cujo corpo<br />

não foi declara<strong>do</strong>.<br />

Nenhum batalhão brazileiro, porém, perdeu sua baudeira. O 26° de voluntarios (CearÍl),<br />

que se adiantou muito na perseguição, correu o risco de perder a sua, mas salvou-a,<br />

graça á dedicação e valor <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>' que estavam mais proximos. D screven<strong>do</strong> este<br />

episodio, disse o Nacional de Buenos-Aires em um pequeno artigo que tinha por titulo<br />

- « Hel'oismo <strong>do</strong>s B,-a..ileiros POl' s!ta bandeira 11- .-<br />


14<br />

se, per,len<strong>do</strong> o resto <strong>do</strong>s canhões, que havia toma<strong>do</strong>, e muitos mortos e<br />

feri<strong>do</strong>s. O tenente-coronel Be n it e z (1), morto por uma bala, ficou aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong><br />

no campo de batalha. O ba:talhüo 40° so:fJreu muitíssimo, e foi<br />

necessario renoval-o quasi completamente (2). Ao to<strong>do</strong> perderam os <strong>Paraguay</strong>os<br />

2.300 homens, mortos e feri<strong>do</strong>s, e os Allia<strong>do</strong>s pouco mais ou menos<br />

o mesmo numero (:j). Estes ultimas perseguiram os <strong>Paraguay</strong>os atravez<br />

<strong>do</strong> Bellaco por curta distancia (I), e tomaram 1 peça raia<strong>da</strong> de aço de<br />

differentes generaes, que to<strong>da</strong>s vão juutas a est1 correspondencia, se verá que h'l erro<br />

naquella supposição. '.<br />

" Como intencionalmente fi~ acima observar, o general Mitre ac~


15<br />

calibre 12, que, por escal'll.valha<strong>da</strong>, os <strong>Paraguay</strong>os deixaram em aban<strong>do</strong>no<br />

(1), e por fim estes, tornan<strong>do</strong> a carregar, arrojaram os Allia<strong>do</strong>s<br />

ao outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Bellaco (2).<br />

« Depois, os <strong>do</strong>us exercitas voltaram ás suas primitivas posições (3).<br />

(I) o general Resquin em seu depoimento disse a ver<strong>da</strong>de: « a colum na paraguil.ya<br />

perdeu 4 peças que t,'azia, e tomou oulr9.s 4 que estavam na vanguar<strong>da</strong> brazileirfl. <strong>II</strong><br />

(':) O [O e o 230 de voluntarios e 2 campanhias de 130 de linha que acompanhavam<br />

este ultimo batalhão foram ataca<strong>do</strong>s, já na ultima phase <strong>do</strong> cOlllbate, por forças consideraveis<br />

de cavallaria e infantaria inimig'l, e envolvi<strong>do</strong>s. Resistiram heroicamente, forman<strong>do</strong><br />

quadra<strong>do</strong>, e, intima<strong>do</strong>s para renderem-se, recnsaram fazei-o. O 1;';0 de iufantaria de linha<br />

e outros batalhões acudiram então aos 2 corpos, que recuavam combaten<strong>do</strong>, e o inimigo<br />

paz-se em fuga.<br />

Esta luta travou-se alem <strong>do</strong> Estaro BeUaca, até onde avançamm imprudentemente<br />

aquelles batalhões._<br />

O major Francisco Manoel de Oliveira, 3 tenentes, 2 alferes e 34 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> 26° de<br />

voluntarios, o capitão Gnstavo <strong>do</strong>s Anjos e 6 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> 13° de linhR, for m corta<strong>do</strong>s<br />

pelo inimigo e succnmbiram quasi to<strong>do</strong>s, r~sistin<strong>do</strong>. Seus nomes figuram, na rblação official<br />

publica<strong>da</strong>, entre os <strong>do</strong>s extravia<strong>do</strong>s, mas na reali<strong>da</strong>de foram mortos, e apenas 7 soldn<strong>do</strong>s e<br />

1 alferes, Paula Chaves, cahiram vivos em poder <strong>do</strong> inimigo. ~eis dhs depois foi e!'te<br />

infeliz conduzi<strong>do</strong> ás avança<strong>da</strong>s com gmnde sequito, e, sem duvi<strong>da</strong> por ordem de Lopez,<br />

começon a gritar « que estava multo contente e satisfeito, que entre os <strong>Paraguay</strong>os se gozava<br />

<strong>da</strong> maior libel'<strong>da</strong>de e llbun<strong>da</strong>ncia, que era muito bem trata<strong>do</strong>, e que esperava que<br />

to<strong>do</strong>s os officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s allia<strong>da</strong>s desertassem p,ll'a as fileiras de Lopez» (PALLEJA, n, 265).<br />

Este é provavelmente o mesmo individuo de que faUa M'Isterman, e que em Assumpção<br />

referia-lhe quantll se aguçava a sua eloquencia sempre que os Paragnayos, collocau<strong>do</strong>-o na<br />

trincheira, applicavam-Ihe algumas bayoneta<strong>da</strong>s.- « Falla homem I Grita :lOS Cambais,))­<br />

diziam-lhe os <strong>Paraguay</strong>os atraz <strong>da</strong>s trincheiras, pican<strong>do</strong>-lhe as pernas com as b>lyonetns I) (MAS­<br />

TER<strong>II</strong>IA.-', Uap. XI).<br />

Se fosse um homem brioso, teria sem duvi<strong>da</strong> esse official preferi<strong>do</strong> a morte ao triste<br />

p;lpel que lhe fôra destina<strong>do</strong> e que enchia de vel'gonha seus comp triotas e companheiros<br />

de armas na presença de to<strong>do</strong> o exercito allin<strong>do</strong>.<br />

Fallau<strong>do</strong> <strong>do</strong>s extravia<strong>do</strong>s que tivemos n'esta batl\lha diz o coronel Palleja (Dial'io,<br />

<strong>II</strong>, 257) :<br />

« '" Não vão pensar que os priSIOneiros brazileiros foram tomn<strong>do</strong>s fugin<strong>do</strong>; pelo<br />

<strong>contra</strong>rio, isso foi devi<strong>do</strong> ao demasia<strong>do</strong> ar<strong>do</strong>r de nlguus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong>s batalhões de infantaria<br />

13° e 26° que chegaram até ao campo inimigo. O inimigo carregou com <strong>do</strong>us bat:.­<br />

lhões mais, e esse punha<strong>do</strong> de valentes foi envolvi<strong>do</strong> e feito prisioneiro pela desacerta<strong>da</strong><br />

collocação <strong>da</strong>s reservas n'este dia... ll.<br />

Os officiaes considera<strong>do</strong>s extravia<strong>do</strong>s foram :<br />

Do 26° de voluntarios (Ceará), major F. M, de Oliveira, tenente Brusque, J. M <strong>da</strong><br />

Cunha e Bernardino de Souza (este fôra feri<strong>do</strong> "levemente em 17 de Abril), e os alferes<br />

Panla Chaves e Ferreira Nobre;<br />

Do 130 de infantaria de linha, capitão Gustavo <strong>do</strong>s Anjos.<br />

Como acabamos de dizer, á excepção <strong>do</strong> alferes Chaves, to<strong>do</strong>s os outros succumbimm<br />

combaten<strong>do</strong>.<br />

Tanto no JOl"nal <strong>do</strong> Cowmercio, como na ordem <strong>do</strong> dia n. 523 <strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> I\ju<strong>da</strong>nte<br />

gel~eral, o major Oliveü'a e seus compan.!Jeiros .appll.recem. como pertencen<strong>do</strong> ao 20 de volun­<br />

Umas. O mesmo engano se dá na relaçao nomlDal remetti<strong>da</strong> pelo general Ozorio, e que se<br />

guar<strong>da</strong> no archivo <strong>da</strong> secretaria <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

(3) O destroço <strong>do</strong> illimigo teria si<strong>do</strong> muito maior se a cavallll.l'ia <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s não estivesse<br />

quasi to<strong>da</strong> a pé. Apenas alguns esquadrões brazileiros, no lugar <strong>do</strong> combate, e o 1° regimento<br />

argentino, na direita, entraram em acção. A cavallaria brazileira teve 39 homens f6ra de<br />

combate, entre os quaes 1 tenent'J-coronel e 3 officiaes subalternos: a argentina teve 35<br />

entre os quaes 1 official subalterno.<br />

'<br />

Do DtQ."Ío de Palleja tomaremos os seguintes trechos:<br />

« A cavalbria allia<strong>da</strong>, salvo uma ou outra excepção, como o 1° de linha argentino<br />

não tomou quasi parte no combale. Na vanguar<strong>da</strong> não tivemos nem um esquadrão siquer:<br />

Como eu prophelisei, a nossa cavaHaria ach'l-se muito mal de cavallos, e o terreno que<br />

occnpamos é infernal: nno p6de um corpo carregar em ordem, porque a ca<strong>da</strong> duzentos<br />

metros se eu<strong>contra</strong> um banha<strong>do</strong> ou uma depressão no terreno (caih<strong>da</strong>) com a~ até á cintura,<br />

ou um bosque que desarranja a formatura; e é n'estes lugares onde se faz forte<br />

o inimigo.<br />

« O l° de cavallaria argentina foi o mais feliz, porque, na carga que deu pela frente <strong>do</strong><br />

seu acampamento, tomou um est'lnd'lrte no inimigo. A escolta <strong>do</strong> general Flores e o resto <strong>da</strong><br />

cavaUaria que se achava na vanguar<strong>da</strong> tinha os cavallos soltos a pastar, e por isso apenas<br />

um piquete pôde pelejar a cavllllo <strong>II</strong><br />

Na traducção <strong>da</strong> obra de Thompson lê-se o seguinte trecho:<br />

« Quan<strong>do</strong> os <strong>Paraguay</strong>os chegaram ao passo <strong>do</strong> Estero Bellaco, sua desmoralisação era<br />

t'\l que já não respondiam ao fo~o, e tel'i:'IDOs feito muitos prisioneiro" se o chefe de um


« o generaI Mi t r e em sua parte ameial diz que os Allia<strong>da</strong>s tomaram<br />

4 canhões e :3 bandeiras, quan<strong>do</strong> na reali<strong>da</strong>de foram os seus <strong>contra</strong>rios<br />

os _que isto fizeram (1) .<br />

esquadrão de cavallaria brazileira honvesse cumpri<strong>do</strong> immedhtamente A ordem de carre·<br />

g>,l-os, que recebeu <strong>do</strong> general em chefe em pessoa, A demora no cumprimento d'essa<br />

ordem deu tempo a que se salvAssem grande numero de iJlimigos que estavam completamente<br />

perdi<strong>do</strong>s. O ~eneral Ozorio castigou sevel'wmente este chefe.»<br />

Está mmto longe o generaL Ozorio para que o possamos consulk'1.r sobre este ponto,<br />

mas bastam os <strong>do</strong>cumentos ofliciaes que temos diante <strong>do</strong>s olhos pam qtle nos julguemos<br />

habilita<strong>do</strong>s a asseglll'3r que [\ anec<strong>do</strong>ta em questão, repeti<strong>da</strong> em <strong>do</strong>us lugares distillctos <strong>da</strong><br />

traducção -ie Thompson pelos illustres commenta<strong>do</strong>res argent.inos, é mais uma prova <strong>da</strong><br />

prevenção e má vontade com que são sempre julga<strong>do</strong>s os Brazileiros no Rio dtl PratR.<br />

Nenhum chefe on official d>l. cavaU:1.ria brazileira foi castiga<strong>do</strong> pelo general Ozorio<br />

depois <strong>da</strong> batalha <strong>do</strong> Estero Bellaco, porque qualquer castigo, uma simples ndvertencia,<br />

exoneração ou transferencia deverifl constar dus ordens <strong>do</strong> dia, que examinámos cui<strong>da</strong>·<br />

<strong>do</strong>samente. Em suas communicações ao <strong>governo</strong> tambem na<strong>da</strong> disse a esse respeito o<br />

referi<strong>do</strong> general, e apenas na ordem <strong>do</strong> dia n. 153 (de 10 de Maio), em que trata <strong>da</strong> h'ltRlha<br />

<strong>do</strong> Estero Bellaco, lê·se o seguinte trecho que tem relação com o assumpto, mas que<br />

de mo<strong>do</strong> algum póde autorisar a Rnec<strong>do</strong>tn communica<strong>da</strong> aos annota,jores de Tnompson:<br />

« Não permittin<strong>do</strong> a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> tel'reno que pudessem ter acção as nossas cavall&rias,<br />

apenas o l° esquadrão <strong>do</strong> l0 corpo <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira teve occasião de carregar sobre o<br />

esquadrão inimigo que assomou pela direita, derrotan<strong>do</strong>-o completamente. <strong>II</strong><br />

Accresce que o illustre general Mitre não tomou parte n'est'l b::t.t'llha, e só se reunio<br />

ás tropas brazileiras e orient!1.es, quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> estava termina<strong>do</strong>. O exercHo argentino não<br />

chegou a tempo de auxiliar os combatentes, como se póde verificar p 10 pequeno numero de<br />

baixas que teve, pois apenas um regimento de cavA,llaria e nlgumfls companhias de infan·<br />

taria sll~tentaram lIma rapi<strong>da</strong> luta com os fugitivos que se escapavam pela direitil..<br />

cumprin<strong>do</strong> notar que se o lo regimento de linha teve lu sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos foi por terem<br />

si<strong>do</strong> estes apanha<strong>do</strong>s dispersos e a pé (Vej. a parte oifieial <strong>do</strong> coronel argentino SegJvia).<br />

O presidente Mitre polleria, é certo, ter-se antecipa<strong>do</strong>, deixan<strong>do</strong> atraz fi sua infant'lria ;<br />

mas seguramente, se chegasse a tempo de intervir na peleja e. <strong>da</strong>r ordens, é impossivel<br />

que ao menos algum esquadrão argentino o não acompanhasse tambem, e n'esse C'lSO o<br />

!Janeral em chefe <strong>do</strong>s Allta<strong>do</strong>s não privaria os seus compatriotas <strong>da</strong> gloria de « cortar a<br />

torç'l inimiga e fazer muitos prisIOneiros.»<br />

Em vez de censurar o imaginario comman<strong>da</strong>nte de um esquadrão bl'llzileiro por não<br />

cumprir a tempo a ordem de carregar o inimigo, deveriam os. illustres commenta<strong>do</strong>res de<br />

Thompson explicar as razões que tlveram to<strong>do</strong>s os comman<strong>da</strong>ntes argentinos para não<br />

chegarem a,. tempo á vanguar<strong>da</strong>.<br />

Os unicos genemes que tomaram parte n'esta jornad'l como Já dissemos, foram os<br />

brazileiros Ozorio, Victorino Monteiro, Jacintho Pinto e Netto, e os orientaes FLóres e<br />

Gregorio Suarez. O general Argollo póde tambem nctivar a perseguição.<br />

Só estes deram ordens no lugar <strong>da</strong> acção.<br />

Ozorio recebeu uma contusão e teve o seu cava110 morto; Netto perdeu tambem o<br />

cavallo que montavn, e Flóres teve <strong>do</strong>us cavalJos mortos.<br />

- Estavam já compostas as linhas que o leitor acaba de percorrer quan<strong>do</strong> em uma<br />

correspondencia de Buenos-Aires, escripta em H de Maio de 1866 e publica<strong>da</strong> n-o Jomal<br />

<strong>do</strong> Convrnercio, encontrámos os seguintes trechos sobre o chefe <strong>do</strong> esquadrão que não cumprio<br />

ll. tempo as ordens <strong>do</strong> general Mitre:<br />

« ." Entre os correspondentes <strong>do</strong>s joruaes argentinos ha não só inimigos decI.:\ta<strong>do</strong>s,<br />

mas emulos desfarça<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s glorias <strong>do</strong>s Brazileiros, e por isso succede que entre dnas no·<br />

ticias exactas apparece ou uma insinuação pouco benevola, ou uma falsi<strong>da</strong>de injuriosa.<br />

« Por occasião <strong>do</strong> combate <strong>da</strong> ilha, uma correspondencia <strong>da</strong> Trib·una disse que o ganeral<br />

Ozorio tinha man<strong>da</strong><strong>do</strong> fuzilar (j sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que haviam fugi<strong>do</strong> <strong>do</strong> combate.<br />

(l Era falsissimn a noticia, como houve quem fizesse ver aqui mesmo pela imprensa.<br />

Ultimamente soubemos que um digno deputa<strong>do</strong> brazileiro exigio <strong>do</strong> <strong>governo</strong>, no parlamento,<br />

informações sobre essa invenção <strong>do</strong> leviano e mal intencionaào correspondente <strong>da</strong> T~·iblJ,nQ,.<br />

(l Agora surge outra ridicula e absur<strong>da</strong> imputação, cujo effeito devo prevenir.<br />

« O correspondente Antar <strong>da</strong> Naoion Argentina disse na sun ultima carta que um chefe<br />

de oavalla'I'Ía não deu a carga que o generaL Mit~'e ordenú,"a ; e logo appal'eceram o Pueblo<br />

e outras 1"0111a blanoas e semi-blancas d'aqui e de Montevidéo, dizen<strong>do</strong> que o chefe que não<br />

cumprio a ordem repeti<strong>da</strong> <strong>do</strong> general Mitre para atacar era brazilei/'o, e accrescentam que<br />

tambem um batalhão brazileiJ'o não quiz atacar.<br />

<strong>II</strong> Falsi<strong>da</strong>de escan<strong>da</strong>losa I O general M it?'e apenas esteve na direita, onde só havia<br />

tropas argent;nas; no centro e na esquer<strong>da</strong>, S. Ex. nâo appal"eCeU, como se evidencia. <strong>da</strong><br />

leitura de to<strong>da</strong>s as partes officiaes e de to<strong>da</strong>s as cartas <strong>do</strong> exercito. No lugar <strong>do</strong> combate<br />

acharam-se apenas os generaes Ozo<strong>do</strong> e Flõres. Como, pois, o fa~to referi<strong>do</strong> por Antar<br />

póde ser attribui<strong>do</strong> a tropas brazileirtls?<br />

<strong>II</strong> A ver<strong>da</strong>de é que a apreciação feita pelos jornaea inglez e francez, em que as glorias<br />

<strong>do</strong> dia são quasi exclllsivamente dedica<strong>da</strong>s aos Brazileiros, despertaram nossos emulos e<br />

inimigos, e enes <strong>do</strong>udejam. I) ( J. <strong>do</strong> C. de 20 de Maio).<br />

(1) Apezar <strong>da</strong> negativa de Thompson, qtle apenãs podia saber o que Lopez queria que<br />

os seus officiaes soubessem, é isto ver<strong>da</strong>de. Os Paragua.yos perderam L estan<strong>da</strong>rte, toma<strong>do</strong>


17<br />


18<br />

de cavallaria sobre os <strong>do</strong>us flancos <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> allia<strong>da</strong> (1). O planalto<br />

entre as duas lagunas e o Estero s6 era accessivel pelo espinhaço.<br />

i O que pretendia Lopez com 5.000 homens <strong>contra</strong> to<strong>do</strong> o exercito<br />

allia<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> alJ6z a sorpresa podia estender to<strong>da</strong>s as força pela<br />

margem meridional <strong>do</strong> Estero (2)? As vantagens <strong>da</strong>s orpresas nunca sJO<br />

ver<strong>da</strong>deiras vantagens militares; as mais brilhantes só trazem em resulta<strong>do</strong><br />

mortos, feri<strong>do</strong>s ou alguns trophéos. A causa <strong>do</strong> mào exito foi 1)01'­<br />

tanto a deficiencia <strong>do</strong> plano, e não a inhabili<strong>da</strong>de de Di a z, o qual, sem<br />

. er perito na arte <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, não deixou de cumprir seu dever de mo<strong>do</strong><br />

brilhante. L op e z e seus conselheiros praticaram um erro, que teve immediato<br />

castigo, embora seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. n'este combate como nos anteriores,<br />

se houvessem mostradó valentes e disciplina<strong>do</strong>s.<br />

Em sua participação oflicial o' general 1\1 i t r e (A fJpenclice n. 6),<br />

mencionan<strong>do</strong> perfunctoriamente os acontecimentos, diz que houve surpresa;<br />

que nos primeiros momentos os in~migos obtiveram alguma vantagem;<br />

que as reservas acudiram rapi<strong>da</strong>mente, e, que, ataca<strong>do</strong>s pela frente e<br />

flancos, foram os <strong>Paraguay</strong>os destroça<strong>do</strong>s; mas não .declara que os<br />

Allia<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> pa sa<strong>do</strong> o Estero Bellaco: foram repelli<strong>do</strong>s para as suas<br />

IJosições <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> sul (3). A part'cipação, pelo <strong>contra</strong>rio, visan<strong>do</strong> a<br />

produzir eifeito em Buenos-Aires, parece inculcar que os Allia<strong>do</strong>s permaneceram<br />

<strong>do</strong> la<strong>do</strong> norte, depois de haverem rechaça<strong>do</strong> os <strong>Paraguay</strong>os até<br />

suas trincheiras (4). Segun<strong>do</strong> o mesmo <strong>do</strong>cumento, os <strong>Paraguay</strong>os perderam<br />

1.200 mortos, 3 peças (5), 2 bandeiras, SOO e tantas espingar<strong>da</strong>s (6),<br />

e muitos pri ioneiros, pela maior parte feri<strong>do</strong>s, cujo numero s6 depois<br />

de recolhi<strong>do</strong>s aos hospitaes se poderia sa.ber. As per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s Aliia<strong>do</strong>s consistiram<br />

em 656 homens f6ra de combate, <strong>do</strong>s quaes a maior parte<br />

(l) Esle reparo é feito á vista <strong>da</strong> descripção de thompsoli qüe dã os Paragu!l.yos avàdçan<strong>do</strong><br />

em du'1S columnas; mas já vimos que elles avaulíaram em tres, e fizeram o que<br />

o Sr. <strong>Schneider</strong> indica: emquanto Diaz, pelo Passo Sidra, atacava o centro, Valiente<br />

e Benitez, com a cavallal'Ül, avançavam pelos Passos Pil'is e Carreta, e callÍam sobre os<br />

<strong>do</strong>us flancos <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> alliad'l.<br />

(2) Os militares dirão se semelh'lDte operação podia convir a Lopez: estender o seu<br />

exercito na margem meridional <strong>do</strong> Estero Bellaco, teu<strong>do</strong> pela frente to<strong>do</strong> o exercito<br />

aUia<strong>do</strong> e na retaguard'l esses atoleiros.<br />

(3) Nem podia declarar isso, porque é uma falsi<strong>da</strong>de espalha<strong>da</strong> pelos boletins inimigos<br />

e pelo Sel11anario para illudir o povo pal'i1~uayo, fazen<strong>do</strong>·o acreclitar em derrotas coutinua<strong>da</strong>s<br />

d"s Allia<strong>do</strong>s.<br />

(~) O que IYIitre diz é que, chegan<strong>do</strong> reforços á vangnard'l, estes c'lrregal'am os inimigos<br />

" obligándnles á aban<strong>do</strong>nar el campo y llc\l1.n<strong>do</strong>los hasta mas allá de su tine'! avanzad<br />

de fortificacioues pnsageras, oblig'mc1oles á nband nar los bosques eu que Sv<br />

gual'eci!ln. »<br />

Est'l é a ver<strong>da</strong>de. O autor, porém, presta demasia<strong>da</strong> attenção ás a.sserções de Thompson.<br />

(5) Neste ponto o general Mitre enganou-se: as peças toma<strong>da</strong>s ao inimigo fonm -l.<br />

(6) Foi muito maior o numero de e.~ping1r<strong>da</strong>s tomnd1s, e, na communicaçãn, que o<br />

autor está reslUnin<strong>do</strong>, dirigi<strong>da</strong> ao vice-presidente l\hrcos Paz, disse o gener,.l Mitra que<br />

eram 00 a espingil.l:<strong>da</strong>s recolhi<strong>da</strong>s, accrescentanc10 que até o momento em que escrevia<br />

não era possivel precIsar o numero.


19<br />

feri<strong>do</strong>s (1). O 7" batalhão brazileiro, que no Passo Sidra recebeu o primeiro<br />

choque, mereceu a Mitre um elogio especial (2), e depois d'elle to<strong>da</strong><br />

a briga<strong>da</strong> oriental (3), a divisão <strong>do</strong> gener~l Victorino Monteiro (4),<br />

a cavallaria <strong>do</strong> general N e t to, o 1° corpo de exercito argentino e inclui<strong>do</strong><br />

n'este o lo regimento argentino de linha. 'que, ao ser ataca<strong>do</strong> na direita,<br />

arrebatou ao inimigo um estan<strong>da</strong>rte, (5) o qual, como uma corneta toma<strong>da</strong><br />

antes <strong>do</strong> combate, ao fazer-se a descoberta pela cavallaria correntina,<br />

foi man<strong>da</strong><strong>do</strong> para Buenos-Aires e ahi recebi<strong>do</strong> com grande jubilo. IO<br />

fim <strong>da</strong> participação lê-se: « Mu<strong>da</strong>mos nossso acampamento umâ legua<br />

para diante no ponto mais avança<strong>do</strong> <strong>do</strong> Estero Bellaco » (6). Assim se<br />

podElria suppôr que os Allia<strong>do</strong>s acampavam ao norte <strong>do</strong> Bellaco.<br />

(1) Aqui não ha exactidão. (lomo já vimos, os Allia<strong>do</strong>s tiveram 1.5)1 homens fóra de<br />

combate, sen<strong>do</strong> mais de lous terços brazileiros.<br />

(Z) Os bat!ühões que mais heroic~\mente se portaram foram o 7· de infantaria de linha,<br />

corn:nanduclo pelo tenente-coronel Pedra, o [O de voluntarios (ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Rio de Janeiro),<br />

que já se havia illustr,l<strong>do</strong> e:n S. BJrja, e era dirigi<strong>do</strong> pelo tenente·coronel Jery, e o batalhão"<br />

Flori<strong>da</strong> "~. <strong>do</strong> coronel Palleja. Este nlLimo, pertencente á divisão oriental, ieve,{<br />

como já vimos, uma baixa de 1UJ homens, e aquelles <strong>do</strong>us, brazileil'os, perderam 146<br />

hom ns o Iode voluntarios, e 1-11 o 70 cb linha.<br />

(3) Quatro lJatalhões, cujos nomes e com man<strong>da</strong>ntes já meucionámos.<br />

(4) A divisão <strong>do</strong> general Victorino Monteiro compunha-se de tres briga<strong>da</strong>s, dirigi<strong>da</strong>s<br />

pelos coroueis (hoje brigadeiros) Peceglleiro, Pereira Lobo, e Evaristo Silva (Vej. Appedioe,<br />

n. 7).<br />

A brigad'l P c('gueiro (50 e 70 de liüha, e 30 e ]60 de voluntarios) teve 211 homens<br />

fóra dfl combate. O batalhão 21° de voll! .ta' ios, <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> Lobo, 380, <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> Evaristo,<br />

que cst'wnm na frente, tiveram, nquellu 81, e este 70 homens fóra de combale.<br />

O rest <strong>da</strong> ul'ig-a.l· Lobo, que avançou com o seu chefe (300 e ,l()o de voIuntarios),<br />

teve 141 hom ns fór2 <strong>do</strong> cCt1l1bate. FLli es~a R primcira forca que ~cudio á vanguar<strong>da</strong>.<br />

Os ouLros bntaU10 s la Il'lga<strong>da</strong> Evansto (41 0 510 de volunlanos) apenas tiveram 21<br />

homens fóra de c1rnb'tte. .<br />

(5) Eis a per<strong>da</strong> que teve o lo corpo de exercito argentino, isto é a parte <strong>do</strong> exercito<br />

argenLino q~e entrou em aC(jã? n'osse dia, ameaçan<strong>do</strong> o fi'lnc~ esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> inimigo:<br />

10 R"gllnento de cavallarlFl : 1(1 SOICl


20<br />

Se não intencionalmente, foi de certo inexacta e~ta. noticia. (I)<br />

O general O z o r i o foi acampar mais perto <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> na pO'ição<br />

que o general em chefe já. devia antes ter designa<strong>do</strong> ao grosso<br />

<strong>do</strong> e~ercito.<br />

As parLicipações de O z o r i o (Appenclice n. 4) e de F I or es, (tl1J2Jenclice<br />

n. 5) que Mi t r e resumio na sua, encerram mais algumas puticulari<strong>da</strong>de.'.<br />

Ambos fixam o numero <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os em 6.000. Ozorio<br />

addiciona o adverbio «talvez» (2) e parece querer desculpar a vanguar<strong>da</strong><br />

com os accidentes <strong>do</strong> terreno, que facilitavam a rapi<strong>da</strong> e insensivel<br />

appr'oximação <strong>do</strong> inimigo. (3) Em segui<strong>da</strong> dá testemunho <strong>da</strong> confusão<br />

havi<strong>da</strong>, declaran<strong>do</strong> que «restabeleceu a ordem na vanguar<strong>da</strong>» e rechaçou<br />

o inimigo «até além de ua linha de avança<strong>da</strong>s»; diz que os <strong>Paraguay</strong>os<br />

deixaram no campo para cima de 1. 000 mortos, que um sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

brazileiro tomou' uma bandeira, e que no campo ficaram 3 pe~as desmonta<strong>da</strong>.'<br />

<strong>do</strong> inimigo; orça em 94 mortos e 200 feri<strong>do</strong>s as per<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s<br />

tropa;;; de seu comman<strong>do</strong>, sem contar a briga<strong>da</strong> beazileira á ordens<br />

elo general Flores (4). Este ultime avalia o numero <strong>da</strong>s peças inimigas<br />

em 8, diz que o ataque se deu entre o meio dia e uma hora e pretende<br />

ter repelli<strong>do</strong> os <strong>Paraguay</strong>os até mais de dez quadras além de suas<br />

linhas avança<strong>da</strong>s. Na sua opinião as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os ,ubiram a<br />

1.500 mortos e feri<strong>do</strong>s deixa<strong>do</strong>.' em poder <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong> ; as suas a 350.<br />

O Relato1 io n <strong>do</strong> ministro <strong>da</strong> guena elo B['azil faz menção <strong>do</strong> sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

L o u r e n ç o <strong>da</strong>S iIva, <strong>do</strong> 7° batalhão de infantaria de linha, que,<br />

matan<strong>do</strong> um alferes paraguayo, tomou uma terceira bandeira (5).<br />

Mais circumstancia<strong>da</strong>, <strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s esses <strong>do</strong>cumentos officiaes, é a carta<br />

<strong>do</strong> general FIo r es â sua esposa (1). Confessa elIe que foi derrota<strong>do</strong> e<br />

o<br />

(1) Seria inexacta si o gtlneral Mitre houvesse pretcndir\o diz r o que lhe aUribuc<br />

aulor.<br />

(2) « Umn força inimiga <strong>do</strong>) 6.000 ht lllen lll'LÍS ou menos. »<br />

(3) «....nproveit'ln<strong>do</strong>-so esta (a forlia inimiga) <strong>do</strong> morner.Lo em qne nossa Lro la<br />

conduzia <strong>da</strong> margem <strong>do</strong> rio para os bivouacs as sllas rações, e <strong>do</strong> L"'I'eno montlloso<br />

que contornava a sohr"dH l VilUguar,.ll1. "<br />

A p'üwra-montuoso-é empl'e~'t<strong>da</strong> pelo gõneral Oz·)rio com a significn,ão que t '01<br />

no Rio eh Pl'at'l. E'n hesp'tnhol e muito COmnlll111 dizer-se em vez de-un bosque­<br />

1.ot ,»"onte.<br />

(4) Isto declarou o genenl Ozorio nos primeiros momenLos, quan<strong>do</strong> não podi'\<br />

conhecer Hin 11\ a per<strong>da</strong> soffrid'l pelo seu eX(,l'ciIO.<br />

TO Apptmdice á obra du Thompf


21<br />

até declara que a divisão oriental ficou qua'i inteiramente de. trui<strong>da</strong>,<br />

mas attribue aresiJon abili<strong>da</strong>de ele se <strong>contra</strong> te ao deleixo de Mi t r e.<br />

Dessa carta intima se deprehende que o caudilho gaucho vC j 'lIgava<br />

e torva<strong>do</strong> pela methodica direcção militar de Mit r e e <strong>do</strong> generaes brazileiros<br />

e na<strong>da</strong> entendia de planos, manobra., trincheira. e de quanto<br />

é dependente de um esta<strong>do</strong>-maior. Elle compara isso aos movimentos <strong>do</strong><br />

jogo de xadrez, que não se coadunam com ua ind01e de cavalIeiro (1).<br />

llefere mais que já havia falta de viveres e que alguns corpos tinham<br />

passa<strong>do</strong> trei; dia. sem comer, não haven<strong>do</strong> nem rezes para o corte nem<br />

cavalIos ou bestas para o trem, e accrescenta que si Mi t r ~ não desperta<br />

se de sua apathia terião os Allia<strong>do</strong>s de tran pôr outra vez o Paraná<br />

e ir novamente acampar em Corrientes.<br />

E' certamente explicavel a irt'itação de F lo r e s, principalmente por<br />

ser elIe culpa<strong>do</strong> <strong>da</strong> omissão de muitas medi<strong>da</strong>s de prevenção; mas para<br />

acoimar o general em chefe, não precisava fallar <strong>da</strong> carencia de vivere,<br />

de ga<strong>do</strong> e d animae de trem, circumstan<strong>da</strong>, aliás, que não vemo.'<br />

menciona<strong>da</strong> em <strong>do</strong>cumento algum offieial Quanto a nós o general em<br />

chefe não se livra <strong>da</strong> pecha de tardio e irre oluto ; entretanto, i, como<br />

diz ne ta carta to<strong>da</strong> f,tmiliar o general venci<strong>do</strong>, taes falta se <strong>da</strong>vam,<br />

ficam ufficientemente esclareci<strong>do</strong>s os motivos dessas delongas, motivos a<br />

que já alludimos, aprecian<strong>do</strong> em te 'mos gerae a situação. No pl'Oseguimento<br />

<strong>da</strong> campanha teremos repeti<strong>do</strong>s ensejos de inve tigar a cau a de nova.<br />

demoras e hesitaç.-e. No combate de 2 ue 'laio a exprobração fôra<br />

sem duvi<strong>da</strong> descabi<strong>da</strong>. A POSiÇãO por demais avança<strong>da</strong> e de. protegi<strong>da</strong> de<br />

uma diminuta vanguar<strong>da</strong> foi erro <strong>do</strong> general em chefe, mas o esta<strong>do</strong><br />

de de cui<strong>do</strong> dessa mesma vanguar<strong>da</strong> foi outra culpa mais séria, que seu<br />

comman<strong>da</strong>nte houvera pago muito mais caro, cao não tivesse Lopez<br />

pratica<strong>do</strong> a gravi sima falta de aggredir com 5 ou 6.000 homens apenas.<br />

Talvez acreditára Mi t r e que, ten<strong>do</strong> o Allia<strong>do</strong>s transposto o Paraná,<br />

se retiras 'em logo os Parttguayos para Humaitá, recolhenélo-se á fortaleza,<br />

para deterem, sob a protecção <strong>da</strong>lla, a marcha <strong>do</strong>s invasores sobre<br />

Assumpção. O movimento de o1fensiva que Lopez acabava de praticar<br />

tornava bem claro que não era seu intento deixar o campo livre.<br />

Pelo <strong>contra</strong>rio, sua retira<strong>da</strong> de ltapirú e <strong>do</strong> acampamento <strong>do</strong> Pa"iO de<br />

la Patria, segun<strong>do</strong> parece, fôra ~ó motiva<strong>da</strong> pela intenç.:'io de subtrahir-se<br />

â. ac~ão <strong>da</strong> esquadra braúleira, que de facto ficara assim reduzi<strong>da</strong><br />

á:; funcções de receber, conduzir e de embarcar tropas e genero . Devemos<br />

admittir que fosse o plano de Lo pez attrahir os Allia<strong>do</strong>s mais para o<br />

(1) O inventor dessa cwta pret·u len anle: eX.lôr o general Flor s ao ri licnlo,<br />

fi 'l'ASontan 10-0 COlllJ lllll call1.'ouiu igllor mt'J, rI, 'lll: inLrigrd-o CO<strong>II</strong>I os Bra'lil ir'JB e o<br />

general i\1itl'e.


22<br />

interior, onde, para a defe.~a, lhe seriam de proveito as especialissimas<br />

condições topographicas, e a marcha <strong>do</strong>s invasores seria difficulta<strong>da</strong> pelos<br />

alagadiços e pantanoso Os Allia<strong>do</strong>s sabiam por alto que se estendiam<br />

muitos banha<strong>do</strong>s e atoleiros entre o Estero Bellaco e Humaita e não<br />

desconheciam a pericia paraguaya em levantar fortificações pa sageiras ;<br />

mas <strong>do</strong> tel'ritorio inimigo só tinham elles noticias superficiaes, que não<br />

deixavam traçar um plano segul'o de operações. Sobretu<strong>do</strong> era para<br />

receiar que L o p e z tentasse segun<strong>da</strong> e mais forte investi<strong>da</strong>, porquanto se<br />

a primeira se mallográra diante <strong>da</strong> superiori<strong>da</strong>de numerica <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s,<br />

em to<strong>do</strong> o caso demonstrára que havia necessi<strong>da</strong>de . de uma <strong>triplice</strong><br />

defesa, poden<strong>do</strong> tambem os flancos ser ataca<strong>do</strong>s inespera<strong>da</strong>mente. Os<br />

prisioneiros diziam que 60 a 80.000 homens e centenas de bocas de<br />

fogo, estavam â. disposição de «El Supremo. »<br />

O pnmeiro dever <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s era organisar o serviço <strong>do</strong>s tranllportes<br />

e <strong>do</strong> abastecimento, o que foi muito facilita<strong>do</strong> pela chega<strong>da</strong> de<br />

vapores de Buenos-Aires e <strong>do</strong> Rosario, pois, ao espalhar-se a noticia<br />

<strong>da</strong> passagem <strong>do</strong> Paraná, viera a especulaçãO particular em auxilio <strong>da</strong><br />

administração militar. Em to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong>des ribeirinhas <strong>do</strong> Prata os negociantes,<br />

não temen<strong>do</strong> riscos, e anteven<strong>do</strong> avulta<strong>do</strong>s lucros, fretaram navios<br />

para expedirem provisões de boca e 'objectos de uso<br />

Com grande esforço foram feitos carros e carretas de to<strong>da</strong> a ellpecie,<br />

e q1lÍnze dias depois <strong>do</strong> combate de 2 de l\.1aio (1) pôde o exercito pôr-se<br />

em marcha sem receio de parar por falta de mantimentos. Pensava-se<br />

poder avançar sobre os raraguayos e offerecer-lhes batalha, a qual<br />

por estes só seria aceita em terreno que lhes fosse favoravel: em to<strong>do</strong><br />

(1) 'ó lil dias cle~ois. Qllan<strong>do</strong> Se forio a batalha de 2 de Maio aiu<strong>da</strong> grande parLB<br />

<strong>do</strong> material de quo careciam os Alli:l<strong>do</strong>s para avançnr estava na margem esquer<strong>da</strong> üo<br />

Paraná. O fornecimento <strong>do</strong> viveres fazia-se ain<strong>da</strong> com grande diJIi.culclade peja falta de<br />

c:1.rretas, e a cavallalü : slava 'lua i to<strong>da</strong> em Oorrienles.<br />

Nu Jia J 1 houve um L confel'encÍ'l on~l'e os gen mes em chefe alli't<strong>do</strong>s e rJsolveu-s'~<br />

que o exercito aV:lnç'lSSe uo dh [.1; isso, porém, não s, realisou porque uo 'clia n,PrRza<strong>do</strong><br />

o exercito Rrgentino achW1-se aind'\ f,\!to ele elementos de mobilichüe e de viveres<br />

para acompanha~' o bmzileiro.<br />

Afin:tl murch'U'àm o's Alli \<strong>do</strong>; no dia 20.<br />

Do dia 2- até o ]9 houve il.penas alguma c, C:Lramuças de avan a<strong>da</strong>~.<br />

Os Brnziltlil'0s til'enm fóra de<br />

comb,\te neSties di \s:<br />

4 de M'üo :-1 mort JS e <strong>II</strong>I feri<strong>do</strong>s.<br />

li de J\1aio :-'J soldlt10S feri<strong>do</strong>s<br />

8 de Maio :-0 tenente coronel Simplicio Ferreim, aju<strong>da</strong>nte de campo <strong>do</strong> general<br />

Ozorio, morto nfLS avánç I<strong>da</strong>.> por baUa. de fuzil; 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

feri<strong>do</strong>'.<br />

9 de Maio :-:) solc1'\<strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

10 de li[ io :-1 offichl e :1 sold·v10s r rid·lS.<br />

lí! de M:tio :-2 solc1.1<strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

Os Argentinos no dia 9 tiveram 1 solthclo morto e 1 feri<strong>do</strong>; os Orient'les 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

feri<strong>do</strong> no dia 1.<br />

No pequeno r.ombate d~ 20 de Mai.), fluan<strong>do</strong>. os\llia<strong>do</strong>s avan,,·u'ft1tl,. til'~rall1 os<br />

Bmzileil'os 1 morto e 1~) feri<strong>do</strong>s e os Ol'jelltll.es I fen<strong>do</strong> e..j, contusos. ~os tll'OtelOS desse<br />

dia t.ivemos mui' 3 mortos, e nes de 2~ e 2·3 de Mlia fiC'lr-lm ligeil''lmente feri<strong>do</strong>~<br />

3 Orientaes.


23<br />

o caso convinha transpôr o Estero Bellaco e privar a frente <strong>do</strong>.; inimigos<br />

dessa protecção.<br />

Foi o que se execut.ou com to<strong>da</strong>s as pl'ecauçàe no dia 20 de Maio.<br />

Para rechaçar os <strong>Paraguay</strong>os- de suas posições fronteiras, foram as bor<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong>quelles banha<strong>do</strong>s traiçoeiros guarneci<strong>da</strong>s de bocas de fogo, mas não foi<br />

pequeno o assombro <strong>do</strong>s ata"ante ao verem· os <strong>Paraguay</strong>o, sem dis .ararem<br />

um só tiro, acolher-se a outros entrincheiramentos mais para o<br />

norte. Contavam os Alliá<strong>do</strong>s com uma vigorosa defesa de~ta ecção e por<br />

I isso acompanharam a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo com de. confiança e lentidão,<br />

e, tomandl) as devi<strong>da</strong>s cautelas, occuparam POSiÇãO mais para diante (1).<br />

(1) Não e certo que os Allia<strong>do</strong>s avançassem com essa lentid>io:. l~al'chamm com o<br />

maior entbllsiasmo e em poucos moment.os estavam senhores <strong>da</strong>s pos1roes occupatlas pela<br />

vanguar<strong>da</strong> [laraguaya.<br />

No Passo Sidrtl protegi<strong>da</strong> [lar uma trincheira, estava essa v nglUll'<strong>da</strong>, de que<br />

eram comman<strong>da</strong>nt.es otenente-coronel Avelino Oabral e o major Luiz Gonzo.lez, composta<br />

de forças <strong>da</strong>s tres arma, com'! peças li"eira e um~ estativa d~ fog~letes. POI'. ahi I1l'ançarmn<br />

os OTientaes de Flôres e a divi-ão 'brazileira <strong>do</strong> gpnera Vlct.Ol'ln Montelro,:í. qual<br />

iucorporal am-se os batalbões orieutafJs « Florid'l" e (,24 de Abril», couUTJan<strong>da</strong><strong>do</strong>s jJelo coronel<br />

Palleja.<br />

O gel1er.~1 Flôl'es ordenou que Palleja fizesse a vanguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> d~visão Victorino, <strong>da</strong>n<strong>do</strong>-lhe<br />

o 2 0 bat.alhão brazileiro ,de linha, de que era comman<strong>da</strong>nt.e o major Waoderley Lins.<br />

Palleja descreve assim a toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> trincheir'l inimiga:<br />

« Nosso general em chefe (Flôres), encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> comm3n<strong>do</strong> <strong>da</strong> ,~ngu~r<strong>da</strong>, fez assestar<br />

na frente uma bateria brazileira, que desci logo respoudeu aos fogos <strong>do</strong> mÍJDlgo, e ordenou-me<br />

que tomasse o Passo <strong>do</strong> Est.eü·o e desalojasse o inimigo <strong>do</strong> seu ent.rinclleirament.o, levan<strong>do</strong><br />

na frente o 2 0 de iufanbria brazileira, e apoian'io a c:tTga o « Flori<strong>da</strong>» e o «2l de Abril» em<br />

escalõ"s.<br />

« Chega<strong>do</strong>s a tiro de fuzil, o iniluigo recebeu-nos com ulna chuva de balas, metralha e<br />

foguetes de sua peças e infantes posta<strong>do</strong>s em lUn valia (zanja) e no bosque Em]2 minutos<br />

o entrinche1rlllllPnto estava em nosso podel' e conlinuav~mos a fscopetear o inimigo com os<br />

atira<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Flori<strong>da</strong> e <strong>do</strong> 2. brazileiro, ai e c\ominartl1os a eminencÍl prúxima, onCle fizemos<br />

uma curta para<strong>da</strong>. Emquanto o exercito, lev1n<strong>do</strong> na frente a mini la brig'l<strong>da</strong>, avançava pelo<br />

caminho real, o general Homos com a cavallaria argenLina, menos o reg-iUlellLo . Martin,<br />

transpunha o Estero pula no-sa clireiLa, ene Ulran<strong>do</strong> a"enas um csquadrito, que fugio ao<br />

avistaI-o, e I'onvergia I!ara a esquer<strong>da</strong>, c briudJ a nossa e' trema direita.<br />

« A para<strong>da</strong> que fiz, por ordem <strong>do</strong> general Flôres, foi para <strong>da</strong>r L mpo a que atravessassem<br />

o desfiladeü'o <strong>do</strong> Pass" a divisão Victorino, a art.ilharia oriental, o regimento Escolta<br />

e o S. Martin. A' divisão Victorino s.!guio-se o lo corpo <strong>do</strong> exercito argentino, que<br />

marchou dep is a coliocar sua primeira divisão na altura <strong>da</strong> minha brigaua, cobrin<strong>do</strong> a<br />

nossa direita e desprenden<strong>do</strong> atü·a<strong>do</strong>l·os.<br />

(I Então fOll)OS de marcha bati<strong>da</strong>, levan<strong>do</strong> o inimigo di1nte de nós até o Estero (Rojas,<br />

chama<strong>do</strong> por Thompson Bellaco <strong>do</strong> Nort~) atraz <strong>do</strong> qual se estende seu campo clILrincheira<strong>do</strong>,<br />

sem que houvessem offereci<strong>do</strong> resistencia séria sénão na trincheira avança<strong>da</strong> (Passo idra)<br />

que acabava de ser_toma<strong>da</strong> pelo 2 0 de infant.al'Ía brazileiro; e no qual mais de 2')0 homens<br />

foram corta<strong>do</strong>s, dispersan<strong>do</strong>-se pelo bosque esp sso e quasi impenetravel em que se apoiava<br />

essa Lrincheira.<br />

I·Nossa artilharia (a oriental) e uma baLeria brazileira} díspar u tiros muito bem dirigi<strong>do</strong>s,<br />

qlle afugentaram a artilhal'Ía inimiga s1hidn <strong>do</strong> seu acampament para proteger a retira<strong>da</strong><br />

dl)s corpos de vanguar<strong>da</strong>, que conslsLíam apenas em 3 baLalbões de infantaria e 3 ou 4re·<br />

gimentos de cavalhria. Estes ultimos s6 se occuparam em conter os seus infantes e em<br />

conduzü' os feri<strong>do</strong>s.<br />

(lOS regimentos Escolta e S. Martin sahÜ'am :.\ frente, lJIas pelo pessimo sta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ca­<br />

,alias e por não offerecer o teneuo uma s6 opl'ortuni<strong>da</strong>de, não ]JUderam entrar em acção.<br />

O campo compõe-se de ]Josques de palmeiras, arvore<strong>do</strong> e pantanos: a enas h'\ um ou outro<br />

albardão firme e espraia<strong>do</strong>.<br />

« Os di. paras <strong>da</strong> arlilharia e foguetes inimigos foram muito mal dirigi<strong>do</strong>s. »<br />

Como dis emos acima, a toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> trinch ü'a <strong>do</strong> Passo Sidra pelo major Wanderley<br />

Lins custou·nos ap nas 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> lDorto e 19 bi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> 2 0 batalhão. aos Orlentaes 1 feri<strong>do</strong><br />

e 5 contusos <strong>do</strong> bat!1.lbão Flori<strong>da</strong> ('i'.-j. PEREIRA DA COSTA, Histo1'ia <strong>da</strong> Guen'a, <strong>II</strong>I, 50;<br />

P.lLLEJA, .Diat'io, <strong>II</strong>, 2P2.)<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os deixaram 1 ofiicial e 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos e 5 prisioneu'os e levaram muitos<br />

feri<strong>do</strong>s. Palleja calcul!1 os feri<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inimigo em 100, e os dispersos que se metteram nos<br />

,!>o.sq~es em ma.is de 200. O 2 0 batllbão brazileiro tomou a estativa de foguetes de que o<br />

lUlmlgo se serVIa.<br />

O S~manario declarou que o tenente-coronel Avelino Cabral (l defendi6 h~l'oicamente los


24<br />

Os BrazileÍL'os, comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s por Oz or i o, formavam a ala esquer<strong>da</strong> e<br />

foram acampar a noroes(.e, no lagar de igna<strong>do</strong> no mappa por « Cemiterio. ~<br />

As avança<strong>da</strong>s principiavam no sangra<strong>do</strong>uro <strong>da</strong> lagoa Piris e estendiam-se<br />

atê a frente esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> posição <strong>do</strong> centro, OCC\.i paLla por F 1Ôr es, immediG<strong>da</strong>menie<br />

ao norte <strong>do</strong> Paso Sidm. As tropas deste general, depois <strong>da</strong><br />

refrega <strong>do</strong> dia 2, compunham-se de alguns poucos Orientaes, que tinham<br />

sobrevivi<strong>do</strong>, de duas briga<strong>da</strong>s bl'azileira. I de um regimenio de cavalIaria<br />

argentina, e para a pas agem <strong>do</strong> vão e para a batalha espera<strong>da</strong> tinha<br />

elIe mais 34 peças brazileiras, que foram logo postas em bateria e protegi<strong>da</strong>s<br />

por plataformas (1). As dua briga<strong>da</strong>s brazilairas era mas <strong>da</strong> 6 a divisão<br />

sob o comman<strong>do</strong> closbrigadeiros Victorino Monteiro e Antonio<br />

de Sampaio (2). O flanco direito, forma<strong>do</strong> elos Argentinos ob a ordens <strong>do</strong>s<br />

generaes Gelly y Obes, Paunero e Emilio Mitre, e tendia-se até<br />

Rori, sitio de. igna<strong>do</strong> no mappa com o nome de «antigo forte argentino. »<br />

To<strong>da</strong> a po 'ição occupava cêrca de 4 kilometros. Os Argentinos no flanco<br />

direito e F 1Ô r e s no centro trataram logo de construir <strong>do</strong>us reeluctos (3).<br />

A linha de hatalha por occa'3ião desta mal'cha era de 45.000 homens<br />

pouco mais ou menos e 150 bocas de fogo ela parte <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong> (4).<br />

pasos deI Belhco, y dejó lug:U', uncien<strong>do</strong>. fuego cu l'.jtira<strong>da</strong> con mucha órden y valentia. <strong>II</strong><br />

« El puuto quo ofreciá el espectaculo ele la mas sangl'ienta carlliceria, " diz ~ mesma folhR<br />

cc fué el Pu o-Ciura, <strong>do</strong>nde el enemigo recargá m'lS sus fuerzas. Nuetitros canones hicíeron<br />

fllli un servicio mui imporhnte, y sobreloelo los cohetes, que Abrieron largos varaderos en<br />

11S gruesas y comp~ct1.s coluC1oas que aval1zab'1n. "<br />

E assim eram as noticiaS que registrava em SUAS columnas a folha offlcial de Lopez!<br />

Tivemos nos tiroteios desse dia mais 3 mortos.<br />

(1) Provavelmente o autor refurc-se ao 10 regimento br,\zileiro tle arlilbar'a monta<strong>da</strong>, ás<br />

ortlens <strong>do</strong> tenenle-corouel i\lallet, que á 1 hora <strong>da</strong> tarde de '.ln avançou Até a posição<br />

(lCCup'lela pelos g'Juemes Flóres e \'ictorino Monleiro. Esse regimento seguio para a frente<br />

com 2! bocas ele f go, e uão 31. Pouco elepois, a?p:l.recen<strong>do</strong> ao longe o inilmgo, adiantou-se<br />

a divi. ão brazileira <strong>do</strong> geneml Sampaio e foi hzer alto á esquord::l de Flóres<br />

(0) E' engano elo ::.utor: o general Sampaio comman<strong>da</strong>'-a a~' divisão brazileirn, e o<br />

generJ.l Victori no Monteiro a 6 8 • Esta. ullim'l ficou, depois d, batalh'l de 2 de Maio, ás ordens<br />

<strong>do</strong> g neml Flóres e cumpunha se de 3 brigachs com IL bat'1lbões de infantaria, comman<strong>da</strong><strong>da</strong>s,<br />

quan<strong>do</strong> o exercito alliaelo nvallçou em 20 de Mai.o, pelos coronei K li}' (12a briga<strong>da</strong>),<br />

S·tlu Li'lno uos Reis (14 a ) e Evaristo Silvil (18 8 ). A clivi ão Viclorino tinha 5.30:'> homens.<br />

ALém desta forç" brilzileira tinhil FIôres lLS sU'tS ordens o regimenlo S. Martin, de cavallariR<br />

Argentina, com 38.) praças, pouco mais Olt menos, e uma bateria de arLilll'\I'ia <strong>do</strong> exercito<br />

bl':lzileiro.<br />

A força propriamente orient,u era enlão, approxima<strong>da</strong>mentr, esta:<br />

Infantaria....... .. 1.000 homeris<br />

ArtilharÍ'1.. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180 )l<br />

Cavill1aria... .. 200 )l<br />

A CWllllaria, como qU'lsi Io<strong>da</strong> a uo exorcito AlUa<strong>do</strong>,<br />

1.38:)<br />

poucos c:l.vallos tinh'1.<br />

,3) O exercito ilrgcntino tomou posiç1io á dircit'l. O centro e a esquer<strong>da</strong> foram oceupa<strong>do</strong>s<br />

peLos Brazileiros, collocan<strong>do</strong>-se tmnbem na frente <strong>da</strong> linha elo cenlro os Orientaes.<br />

1T'1 direita o chefe ela anilhllria nl'gentina, coronelVedia, constnllúlUTll'educlo onde coUocou<br />

]7 peças em bateria, e uo centro o bl1tllhão brazileiro de engenb'Jiros le"::I1Jtoll um parapeito<br />

com o competenLe fosso, senelo collocael'l abi 21 bOC1S ele fogo <strong>do</strong> 10 regim'elllo brazileiro<br />

(tf'ncnte-col"onul Mallet) e 6 ela nrlilharia oriental (mnjor Yan.cr). Os lJalalhões brazileirO>l 10 e<br />

3 0 ele arUlhari;' a pé colioc'1ram Iam bem em baLeria p'll'le


25<br />

L o p e'z ordenára á sua vanguar<strong>da</strong> que, sem se 0ppÔl' á passagem <strong>do</strong><br />

Estero Bellaco, se recolhesse ao entl'incheiramcnto que começava a levantar<br />

e no qual continlla<strong>da</strong>mente se trabalhava depois <strong>do</strong> aban<strong>do</strong>no de Itapiru<br />

e <strong>do</strong> Paso ue la Patria; as im, os Allia<strong>do</strong>s foram en<strong>contra</strong>r os Para-<br />

. guayos atr;\z cl'essas linhas fortifica<strong>da</strong>s, que se e,tendiam desde Piris até á<br />

ponta meridional <strong>do</strong> Estero Rojas. Dahi para leste exi tiam s6mente<br />

sentinellas e grandes forças de protecção até ao Estero Bellaco (1). Seu<br />

í!anco direito apoiava-se cm um caTrizal <strong>do</strong> Potrero Sauce, completamente<br />

inaccessivel ao. Allia<strong>do</strong>s. Havia só uma pica<strong>da</strong>, mas fech,t<strong>da</strong> por<br />

Seriam, pois, 120 bocrLS de fogo, ao to<strong>do</strong>, sem conhr as que os Brazileiros conservaVillD em 001'­<br />

rien tes e Passo <strong>da</strong> Patrin.<br />

Quanto á força <strong>do</strong> exercito allh<strong>do</strong>, hrL uo algill'ismo de Thompson, acceHo pelo autor,<br />

notavel exageração.<br />

O exercito <strong>do</strong> geneml Ozorio compunha-se então de uns 36.000 homens, m s é preciso<br />

deduzir desse numero os <strong>do</strong>entes e feri<strong>do</strong>s, a força destnca<strong>da</strong> Da esqua.Jra, a guarmção <strong>do</strong><br />

I asso <strong>da</strong> Pairia, a que ficar" em Oorriel1tes, e os emprega<strong>do</strong>s nos lransporLes, hospitaes<br />

e outros serviços (Vej. os lYlaplJas publica<strong>do</strong>s no 1° vai., pags. 308 a 315).<br />

Do exercito brazileiro estavam promptos no dia 20 de Ma.io, fmtes d'l batalha, m'lis de<br />

26.000 homens. E,clUln<strong>do</strong> 1.500, que e achavam a bor<strong>do</strong> d'l esqu ch·l)., e perto de 3.0UO em·<br />

prega<strong>do</strong>s nas trincheiras <strong>do</strong> Passo d. P. trh ou na gU'lr h <strong>do</strong>s depositas, hospitaes e tl'!lllSportes,<br />

teremos um etrectivo ele 21.500 combatent.es prompt~s•.cumprin<strong>do</strong> notnr quo entre<br />

elies figuravam perto de 4.000 homens de c'tvnllal'la, quasl IDtell'tlmellte a pé.<br />

A força <strong>do</strong> exercito argentino era approxima<strong>da</strong>mente e ta, incluin<strong>do</strong> (loentes o emprega<strong>do</strong>s:<br />

Infantaria '" ..<br />

Cavallaria. '" " .•<br />

Artilha<strong>da</strong> .<br />

8.800<br />

2000<br />

000<br />

11.400<br />

Os Orientaes, como já vimos, tinham 1.360 homens.<br />

Ao to<strong>do</strong>, Argentinos e Orient.aes, 12.760 homens.<br />

Mas, se abatermos 1.5110 <strong>do</strong>entes que esses <strong>do</strong>us exercitas tinh'lm (PALLEJA, <strong>II</strong>, 2. s:­<br />

« " .pue<strong>do</strong> asegm'ar que pasan de 1.500 los enfermos de los ejércitos oriental y argentino...<br />

ll, ficam as forç s <strong>do</strong>s nossos Al.iaclos reduzi<strong>da</strong>s a 11.260, algarismo que snppomos<br />

ain<strong>da</strong> superior ao ver<strong>da</strong>deiro.<br />

Assim, pois, na bat'llh~ de 24 de Maio npl'esentaram os Alli:l<strong>do</strong>s apen'lS a seguinte<br />

força:<br />

Brazileiros.. .. ....•.................•.. .....................•... 21.0110<br />

Argentinos e Orientaes............................................ 11.000<br />

3·~. 0·)0<br />

Cumpre além disso notar, qne nem to<strong>do</strong> o exercito allÍ'l<strong>do</strong> combateu nesse dia porque<br />

o ~rreuo e outras circUl~st!lnciasJ.lão o permit~iram. A divisi;io argentina <strong>do</strong> geneJ'~l Emllio<br />

MItre ,(2° corpo-. <strong>do</strong> .exer~lto arg~ntl.no). pouco pode fazer. Vnl'lo~ batalhões bmzUeil'os, que<br />

proteglBll1 a artllllana, tiveram lllslgl1lficantes par<strong>da</strong>s, estan<strong>do</strong> aluis na linh'l. <strong>da</strong> frente como<br />

o 16° de voluntarios (gal'ibaWinos), que apen'lS teve 3 feri<strong>do</strong>s. o 7° de linha que só t~ve 14<br />

o 16° de linha e o 21° de voluntarios, que tiyernm 6 cll<strong>da</strong> um, e assim ~nis 10 ou l·t b1~<br />

talhões. Outros pouco soJIreram, a?ezllr de marcharem em varias direcções porque quan<strong>do</strong><br />

chegavam, o inimill:o já tinha si<strong>do</strong> repelli<strong>do</strong>, c recebiam então ordem de' acudir a outros<br />

pontos, onde lhes succeJia o mesmo.<br />

D cavallaria allia<strong>da</strong> apenas alglms esqnadrões combateram a cavalio: os outros fizeram<br />

a pé o que lhes foi passiveI.<br />

D que temos dIto se vê que Thompson, c com elIe o autor, não tem razão qU'm<strong>do</strong><br />

assegura que na batalha de 2~ de Maio os Allia<strong>do</strong>s combateram « <strong>do</strong>us <strong>contra</strong> um. J) Jourd!1n<br />

calcula bem em 28.COO os Allh<strong>do</strong>s que se bateram nesse dia.<br />

(ll Até ao Estere BelIaco vinbflm as sentinel1as inimigas, mas antes de OCCuparem<br />

os.Allia<strong>do</strong>s o campo de Tuyuty. Em 20 de Mnio, como acabamos de vêr, o exercito<br />

alIUl<strong>do</strong> Ir~eleceu-se em Tuyuty, fican<strong>do</strong> o BelIaco á sua retaguar<strong>da</strong>.


26<br />

uma trincheira e por um fosso (1), Sl'lg.lmelo T h o m ps o n n'esta posiÇão<br />

contavam os <strong>Paraguay</strong>os 25,000 homens (2), cujos postos avança<strong>do</strong>s<br />

(I) Thompson<br />

assim se exprime;<br />

« Os <strong>Paraguay</strong>os estavam acampa<strong>do</strong>s desde Passo Gomez até Rojas, ten<strong>do</strong> pequenos<br />

destacamentos de tropas com artilhal'Ífl nos passos de lesLe aLé ao Passo Canoa. Sua<br />

direita apoiava-se nos bosques impenetraveis e no carl"ü:al <strong>do</strong> Potrero Sauce. Este<br />

Potrero era uma pica<strong>da</strong> natural no bosque, apenas aecessivel aos Allia<strong>do</strong>s por uma<br />

entra<strong>da</strong> que olhava para leste, aberta ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu acampamento. Fechava esta<br />

entra<strong>da</strong> uma pequena trincbeira, capaz de enfiar as columnas le ataque em to<strong>da</strong> a<br />

extensão <strong>da</strong> clareira.<br />

cc Os <strong>Paraguay</strong>os comll1unicavam-se com o Potrero Sauce por meio de um caminho<br />

aberto na mata. Estes bosques têm tantas arvores eleva<strong>da</strong>s como baixas, e entre elias<br />

ha um impenetravel matagal de arbustos, espinheiros e cipós enre<strong>da</strong><strong>do</strong>s, de sorte que<br />

a vista não pôde alcAnçar mais de vinte varas. O BeUacon (Thompson refere-se ao<br />

que elle chama BeUaco <strong>do</strong> Norte, isLo é, ao EsteI'O Rojas, que sepamva o acampamento<br />

allia<strong>do</strong> de Tuyuty <strong>da</strong>s linhas paragLlayas). cc O 13ellaco em frente <strong>do</strong> exercito<br />

paraguayo e a oeste de Paso Gomez tinhfl mais de 6 pés de proflllldi<strong>da</strong>de até entrar<br />

no bosque, onde se convertia em um pequeno arroio, corrente e claro. O Passo Gomez,<br />

e to<strong>do</strong>s os passos acima d'este, tinham mais ou menos 4 pés de profundi<strong>da</strong>de, e si<br />

os Allia<strong>do</strong>s atacassem de frente os PamgU'l.yos, teriam de transpôr primeiro <strong>do</strong>us<br />

passos igualmente profun<strong>do</strong>s, e sotrreriam em .ambos um fogo tremen<strong>do</strong>. Si tenta sem<br />

tornear a esquer<strong>da</strong> paraguaya, corriam o perigo de ficar com as suas communicações<br />

corta<strong>da</strong>s....<br />

«No (lia em que a vanguar<strong>da</strong> paraguaya retrocedeu dianLe <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s (20 de<br />

Maio), comecei uma trincheira em Paso Gomez, que, arrancan lo <strong>do</strong> bosque <strong>da</strong> direita<br />

(Sauce), terminava no EsteI'o , á esquer<strong>da</strong> de Paso Fernandez. Foram construi<strong>da</strong>s trincheiras<br />

nos demais passos, e a posição <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os tornou-se muito forte.<br />

«Resolveu-se esperar o ataque, e, quan<strong>do</strong> inicia<strong>do</strong> este pelos Allia<strong>do</strong>s, hnçar<br />

sobre a sua retaguar<strong>da</strong> 10,000 homens, que avançariam desde o Potrero Sauce por<br />

um caminho aberto n'1. estreita f!1cha de mato que o circum<strong>da</strong>va, e que já estava<br />

quasi to<strong>do</strong> conclui<strong>do</strong>, excepto algumas varas,_ que, segun<strong>do</strong> o plano, ficaram para ser<br />

corta<strong>da</strong>s á ultima hora. Os Allia<strong>do</strong>s provavelmente estariam attentos para a entra<strong>da</strong><br />

conheci<strong>da</strong> <strong>do</strong> Potrero, porém o novo caminho pratica<strong>do</strong> não era visivel, e os <strong>Paraguay</strong>os<br />

não seriam descohertos antes de estarem carregan<strong>do</strong> a retaguar<strong>da</strong> inimiga. »<br />

(2) Do que diz Thompson (


27<br />

estavam em grande activi<strong>da</strong>de, desde que os Allia<strong>do</strong>s se haviam posto<br />

em marcha. Principalmente a noite <strong>da</strong>vam-se constantes tiroteios, sen<strong>do</strong><br />

os <strong>Paraguay</strong>os nimiamente favoreci<strong>do</strong>s pela natureza accidenta<strong>da</strong> <strong>do</strong> sólo.<br />

D'esse terreno houve acura<strong>da</strong>s ~xplorações (1), que sempre confirmaram<br />

ser elle em alto gráo desvantajo o aos Allia<strong>do</strong>s, e era de<br />

suppôr que havia de sel-o ain<strong>da</strong> mais o espaço que mediava entre as<br />

avança<strong>da</strong>s paraguayas e seus entrincheiramentos; o que de feito se<br />

verificou pela batalha <strong>do</strong> dia 24. Nas trincheiras via-se grande numero<br />

de peças, e as patrulhas declaravam que em to<strong>do</strong>s os pontos estavam<br />

os <strong>Paraguay</strong>os muito atarefa<strong>do</strong>s. Os generaes allia<strong>do</strong>s por<br />

commum accôr<strong>do</strong> fixaram o ataque para o dia 25 e para esse fim<br />

tomaram as necessarias medi<strong>da</strong>s. Não se podia traçar um plano determina<strong>do</strong>,<br />

porque o terreno e as po 'ições <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os atraz <strong>do</strong>s<br />

entrincheiramentos eram de to<strong>do</strong> desconheci<strong>do</strong>s. Havia porém extensas<br />

obras llllilligas na frente <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s e estas deviam ser destrui<strong>da</strong>s,<br />

problema, cuja solução parcial ficava reserva<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> columna que<br />

avançasse para atacar. A ca<strong>da</strong> pa so podia- e delJarar com um pantana<br />

ou uma estaca<strong>da</strong> pelo que nao era de prever uniformi<strong>da</strong>de de<br />

ataque.<br />

picia; mas hoje que o terreno e os recursos <strong>do</strong>s belligerantes deixaram de ser um mysterio.<br />

ninguem desconhecerá que os generaes allia<strong>do</strong>s não podiam ser bem succedi<strong>do</strong>s atacan<strong>do</strong><br />

com pouco mais de 30,OUO homens, inclusive a cavallaria, trincheiras defendi<strong>da</strong>s<br />

por força igual á <strong>do</strong>s assaltantes.<br />

Com os elementos de que dispunha ao provocar arrogantemente a <strong>guerra</strong>, e com<br />

a ignorancia completa <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s quanto aos recursos e ás condições topographicas<br />

<strong>do</strong> paiz inimigo, Lopez teria si<strong>do</strong> invencivel si fos e um grande capitão. i:ieus apologistas,<br />

e os det.ractores <strong>do</strong> nome brazileiro, limitam-se a dizer que de um la<strong>do</strong> pelejavam<br />

as duas maiores potencias sul-americanas e <strong>do</strong> outro um pequeno Esta<strong>do</strong>, de povoação<br />

escassa, menos rico e poderoso; mas não se lembram que não ha paiz pequeno quan<strong>do</strong><br />

um povo inteiro toma armas para resistir em seu territorio á invasão estrangeira, que<br />

esse paiz era um vasto acampamento onde ca<strong>da</strong> habitante se fizera sol<strong>da</strong><strong>do</strong>, e que para<br />

o Brazil, sobre quem recahio to<strong>do</strong> o peso <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, era esta uma expedição longinqua<br />

mais dilficil que a <strong>do</strong> Mexico ou a <strong>da</strong> riméa para a' potencias que as emprehenderam.<br />

Lopez começou a <strong>guerra</strong> em 186,1" ten<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as vantagens <strong>da</strong> sorpreza, e dispunha<br />

de 80,000 homens, quan<strong>do</strong> o Brazil não podia oppôr-lhe mais de 1'1,000. Suas<br />

operações militares foram dirigi<strong>da</strong>s por mo<strong>do</strong> tal que em Matto-Grosso não passou de<br />

OOl'llmbá, e no sul foi bati<strong>do</strong> e repelli<strong>do</strong> ele Corrientes e Rio Grande <strong>do</strong> Sul ao cabo<br />

de cinco mezes.<br />

Tinha de 30 a 40,000 homens para oppôr-se á passagem <strong>do</strong> Paraná, e os Allia<strong>do</strong>s<br />

com força igual á sua e tropas collecticias na maior p'lrte, eiIectuaram essa difficil<br />

operação, sorprenden<strong>do</strong>-o, e estabelecen<strong>do</strong>-se soli<strong>da</strong>mente nas posições por eUe<br />

aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong>s.<br />

Os que se admiram <strong>da</strong> longa dUl'ação <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> não attendem ás circumstancias,<br />

que apontamos, e por isso deprim m os generaes alliailo' 56 POl'llue não marcharam<br />

tão rapi<strong>da</strong>mente como costumam fazel-o os exercitas curopeos, atravez de estra<strong>da</strong>s e<br />

campos conheci<strong>do</strong>s, onde en<strong>contra</strong>m to<strong>do</strong>s os recursos.<br />

Mas que exercito combateu já na Em'opa, lutan<strong>do</strong> com as mesmas dilficul<strong>da</strong>des que<br />

tiveram de vencer os Allia<strong>do</strong>s nos pautanos e bosques <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>?<br />

O erro capital commetti<strong>do</strong>, não pelos genel'aes, mas pelos <strong>governo</strong>s allia<strong>do</strong>s, foi<br />

não terem illvadi<strong>do</strong> O' ParagLlay com 80 ou LOO,oon nomens. Só então poderiam os imp1cientes<br />

exigir que os generaes fizessem mai <strong>do</strong> que fizeram. Ain<strong>da</strong> uJtimamenie vimos em<br />

Hespanha o infante D_ Carlos resi 'til' dUl-ante annos com um exercito que nunca excedeu<br />

de 30,no homens a mais de 130,000 que o <strong>governo</strong> de Madl'id empregou <strong>contra</strong> eUe.<br />

Iss~ o que prova é que o ataque é sempre mal difficil que a defeza, desde que esta se<br />

apOIa em fortificações e tira o necessario partirlo <strong>do</strong>s accidentes <strong>do</strong> terreno.<br />

(t) ão temos noticias de explorações ou reconhecimentos feitos enire os dias 20 e<br />

24 de Maio.


28<br />

Ou não foi guar<strong>da</strong><strong>do</strong> o devi<strong>do</strong> silencio ou os proprios preparati\70s<br />

revelaram o plano: o facto é que L o p e z declarou mais tarde li ue tivera<br />

conhecimento <strong>do</strong> plano de ataque <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, que devia effectuar-se no<br />

dia 25, pelo qlIe tomára a resolução de praveníl-o, antecipan<strong>do</strong>-se para ter<br />

as vantagens <strong>da</strong> iniciativa (1). No dia em que os Allia<strong>do</strong>s passaram o<br />

Estero Bellaco, voltára o dicta<strong>do</strong>r para o Paso Pucu lnde por muito<br />

tempo devia permanecer o seu quartel-general. Ten<strong>do</strong> a mallogra<strong>da</strong> sorpresa<br />

<strong>do</strong> dIa 2 demonstra<strong>do</strong> que o exercito imrasor, por muito numero<br />

o, não podia ser ataca<strong>do</strong> s6 por 5.000 ou 'l.000 homens, resolveu<br />

attrahir o inimigo para o outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Estero Bellaco, de mo<strong>do</strong> a encurralaI-o<br />

entre aquelle extenso pantanal e seus entrincheiramento.. Queria<br />

a principio aguar<strong>da</strong>r o ataque por confia]' na solidez <strong>da</strong>s suas obras de<br />

defeza e no grande numero de bocas de fogo ql1e as guarneciam, na esperança<br />

de que os Allia<strong>do</strong>s se erppenhãnam na luta ao pé <strong>do</strong>s entrincheiramentos<br />

Se tal acontecesse, como ia acontecen<strong>do</strong>, furtes columnas de<br />

cavallaria cahiriam sobre os <strong>do</strong>u" fli1.l1cOS <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>, reperin<strong>do</strong>-o<br />

sobre o Estero Bellaco (2), Para esse fim manelára L o p e z abrir caminhos<br />

para as columnas ele ataque desde o bosque elo Sauce até ao Potrero Piri.:, e<br />

reunia a l)rincipal forc:a de ca.val1aria na pont.a meridional <strong>do</strong> Estero Rojafi.<br />

As vantagens <strong>da</strong> forte posirão que occllpava e <strong>do</strong> habil plano de defeza<br />

que ideára foram depois destrui<strong>da</strong>s por levar o dicta<strong>do</strong>r, para sua segurança<br />

pe soaI, muitos <strong>do</strong>s seus melhores batalhões para Paso Pueu: e,<br />

rereian<strong>do</strong> que. a esquadra brrlzileira, simultaneamente com o exercito,<br />

(1) Thompson assegura ter ouvi<strong>do</strong> isso a Lopez um anno depois. O que é certo é<br />

que essa sua resolução salvou os AUia<strong>do</strong>s de uma derrota inevitavel, si, ceden<strong>do</strong> ás cen­<br />

Sill'as <strong>do</strong>s soffregos, eUes atacassem as linhas de Rojas.<br />

Para defender essas linhas bastavam os 100 canhões <strong>do</strong> general Bruguez e 15.000<br />

homens: os generaes allia<strong>do</strong>s não poderiam dispór de mais de 80.000 homens para o<br />

ataque, e pód-e-se calcular como chegariam elles desorganisa<strong>do</strong>s, 1:en<strong>do</strong> de atravessar debaixo<br />

<strong>da</strong> metralha Inimiga os atoleiros <strong>da</strong> frente, cujos passos não eram conheci<strong>do</strong>s. Verifica<strong>da</strong><br />

a impossibili<strong>da</strong>de (lo at'lque, e quan<strong>do</strong> os AIli


29<br />

atacasse Ourupaity, para ahi destacou tambem uma forte columna, medi<strong>da</strong><br />

de prudencia que enfeaqueceu o ataque geral, resolvi<strong>do</strong> depois.<br />

Parece que a resolução de trocar a defensiva pelo ataque foi to'Da<strong>da</strong> na<br />

manhã de 23, pois na taede d'esse dia percoereu L o I' e z a linha de suas<br />

tropas, dirigin<strong>do</strong>-lhes enthu iasticas expre sões e asseguran<strong>do</strong>-lhes que a<br />

~ictoria era certa, porquanto, se no combate <strong>do</strong> dia 2 apenas alguns<br />

milhares de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s haviam leva<strong>do</strong> de rojo tod1:l. a vanguar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s AlIia<strong>do</strong>s,<br />

agora, que to<strong>da</strong>s as tropas avançavam, seria to<strong>do</strong> o exercito inimigo desbarata<strong>do</strong>.<br />

N'essas alIocuções, no mo<strong>do</strong> de arengar seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, de inflammar-lhes<br />

as paixões ou de curvaI-os ao jugo de ferrea disciplina, era<br />

insigne o marechal-presidente Lo paz. Sabia electrisar seus Guaranys ou<br />

impõr-lhes tacita resignação. N'este dia foi de grande effeito a sua presença<br />

e os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s ficaram Imima<strong>do</strong>s <strong>da</strong> melhores disposições. Na noite<br />

de 23 para 24 man<strong>do</strong>u successivamente chamar ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s generaes,<br />

expoz-lhes o esta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s cousas e a ca<strong>da</strong> um deu instrucções separa<strong>da</strong>s,<br />

porque lhe repugnava dizer aos com man<strong>da</strong>ntes mais <strong>do</strong> que lhes era individualmente<br />

concernente, o que eUes propl'ios mais tarde revelaram, parecen<strong>do</strong><br />

que L o p e z assim procedia pafa desculpar eus erros com a má execução<br />

<strong>da</strong>s ordens, e 1Jl'9CtlI'an<strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>samente impedir que qualquer de<br />

seus comman<strong>da</strong><strong>do</strong>~ julgas e aber mai <strong>do</strong> que os outros ou achar-se em<br />

condições de assumir a direcção :;uprema.<br />

Vejamos agora, segun<strong>do</strong> a verslo paraguaya (1), como correu a<br />

batalha ele TU!Jttt!J, as im chama<strong>da</strong> por ser e te o nome de uma pequena<br />

lagôae de uma antiga estanciaque ficavam peeto <strong>do</strong> acaFnpn.mento allia<strong>do</strong> (1).<br />

{( Ao genem1 B a r r i o:; arden u L o pe z que ataca'-)se a e quee<strong>da</strong> allia<strong>da</strong><br />

(Brazileiros) com 8000 homens de infantaria e 1.000 le cavallaria; ao<br />

general Diaz, então coronel, qne inve"ti-,;se o centro ~o'n 5.000 tle infa ­<br />

t.:tria e 4 obuzes; o general R esq uin re::ebell ordem para cahie sobee o<br />

flanco direito (Argentinos) com 2.000 de infantaria e 7.000 de cavalIaria (-3).<br />

(1) São trechos de Thompson os que o autor vai reproeluzir.<br />

(2) Tuy'Uty significa-laAn,a branca, segun<strong>do</strong> Thompson.<br />

(3) Estas in~ol:n:ações de Thompson são inexactas quanto ao 1110el0 por que esta.vam<br />

orgamsad'ts as dívlsoes paragu.ayas.<br />

Lopez dlvidio o seu exercito em 4 columnas de ataque. O general BUlios com 10 batalhões<br />

de infanhria e 2 regimentos de caval1aria recebeu ordem de, atravessan<strong>do</strong> os bosques<br />

<strong>da</strong> direita paraguaya, atacar o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s (Brazileiros) e penetrar pel:!.<br />

sua retagu'lr<strong>da</strong>, para fazer ahi juocção com o general Hesquin. Este, partin<strong>do</strong> de Yaiaity<br />

Corá com 3 batalhões de infantaria e 8 regimentos de cavall!:lria, devll1 romper por entre<br />

o exercito argentino, que formava o flanco direito <strong>da</strong> linha <strong>do</strong>s Alli'l<strong>do</strong>s. O general Diaz<br />

(então corooel) com 5 batalhões de infantaria, 2 regimentos de cavall'lri"l e 40buzes, devia<br />

ataca~ a esquer<strong>da</strong> allia<strong>da</strong> (Brazilcil'os) de combinação com Bll'rios; e o coronel Hilario<br />

Marco, com 4 batalhões de iofanbl'ia e 2 regimentos de c vallaria foi destina<strong>do</strong> a accometter<br />

o nosso centr (Orieotaes e Brazileiros), <strong>contra</strong> o qual se dirigiram tambem parle<br />

<strong>da</strong>s tropas de Resquin.<br />

O general Bruguez á frente ela artilharia e <strong>da</strong> reserva devia-<strong>da</strong>r o signal <strong>do</strong> ataque.<br />

Calculan<strong>do</strong> em 750 homens ca<strong>da</strong> batalhão paraguayo, o qu não é muito exagera<strong>do</strong>,


30<br />

~ O ataque devia ser simultaneo, e o signal para inicial-o um tiro<br />

de canhão dispara<strong>do</strong> de Paso Gomez quan<strong>do</strong> B a r ri os estivesse prompto,<br />

pois a columna deste tinha de desfilar por uma longa pica<strong>da</strong> atravez de<br />

bosques Devia marchar ao long'o <strong>do</strong> carrizal até chegar ao Potreiro<br />

Piris onde formaria a sua gente. To<strong>da</strong> esta distancia era coberta de bosques<br />

que chegavam até ao intransitavel carrizal, ele sorte que os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

tinh~m de seguir a um de fun<strong>do</strong>, pela estreita e sinuosa vere<strong>da</strong>'<br />

ten<strong>do</strong> a cavallaria de ir a pé com os cavallos pela redea.<br />

« Diaz devia ter suas tropas promptas, occultas no sitio mais prorimo<br />

possivel ao inimigo, e cahir violentamente sobre o centro d'este,<br />

logo que fosse <strong>da</strong><strong>do</strong> o signal; Resq uin devia ter suas força'> forma<strong>da</strong>s,<br />

antes de romper o di I, atraz <strong>do</strong>s pal:nares de Yataity Corá onde não podiam<br />

ser alcança<strong>da</strong>s pelas vistas <strong>do</strong> inimigo.<br />

« A cavallaria deBarrios e Resquin devia fazer um rodeioereunir-se<br />

na retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s.<br />

« Esperava-se que o general B a r ri os conciuisse a passagem <strong>do</strong> desfiladeiro<br />

às 9 horas <strong>da</strong> manhã, porém só ás <strong>II</strong> 1/2 isso aco.nteceu, e então<br />

deu·se o tiro de artilharia convenciona<strong>do</strong>.<br />

~ Os <strong>Paraguay</strong>os cahiram immediatamente sobre os Allia<strong>do</strong>s, atacan<strong>do</strong><br />

to<strong>da</strong> a linha (restes.<br />

« Afortuna<strong>da</strong>mente para a alLiança tu<strong>do</strong> o seu exercito estava sobre<br />

porque alguns d'elles tinham mais de SOO e fi até 900 homens, e em 6110 praças ca<strong>da</strong> regimento<br />

de cavallarift, era esta a força <strong>da</strong>s qu~tro divisões p'tl'aguayas :<br />

Extrema direita para~uaya B ARRIO S ! lnf., 10<br />

(Contra os Brazilelros) S.700 hS.,l Can!., 2<br />

Direita paragu"lxa DIAZ tlnf., 5<br />

(Contra os Brazüeiros') 5.03) hs Cava!., 2<br />

., Art·., 4<br />

entro paraguayo<br />

(Contra os Orientaes e<br />

Brazileiros)<br />

F;squer<strong>da</strong> paraguaya<br />

(Contra os Argentinos<br />

e centro brazileiro)<br />

Somma;<br />

lnfanhria,<br />

Cavallaria,<br />

Art lharia,<br />

f<br />

bats., 7.5~O hs., comm., Luiz GOnlrale:.<br />

regims., 1.200 11s., ») DelJa<strong>do</strong>.<br />

baLs., 3.750 hs., li Jimene....<br />

regims., 1.'200 11s., l) Valiente.<br />

obuzes., SO hs., »<br />

4.200 M:.~ncó hs., lnf., 4 bats., 3.0CO I1s.,<br />

Cavalo, 2 regims., 1.200 11s.,<br />

RESQUIN í lnf., 2 bats., ] .500 hs.,<br />

6.300 hs.,<br />

Caval., 8 regims., t.SOO 11s.,<br />

21 batalhoões .<br />

14 regiment"s.... . .<br />

4 bocas de fogo e varias estativas .<br />

J)<br />

»<br />

"<br />

?<br />

J."M. Aguiar.<br />

Pereira.<br />

15.750 homens<br />

8.400 »<br />

80 J)<br />

24.230 li<br />

Estes <strong>da</strong>'los são toma<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sema·nal"io (Junho, IR66), d1 Centin.el/CL (Maio, 1867), e<br />

<strong>da</strong>s declarações de Resqum e outros prisioneiros (Vej. Ajlpendice, n. lO Comp ra<strong>do</strong>s com os<br />

de Thompson, só varia n quanto ao numero de divisões e CL força de cadCL IlolnCL d'cllCLs;<br />

Segun<strong>do</strong> o escriptor inglez .as columnas defl,taqu~ compunha~-se de 1:'1.1100 homens de infan·<br />

faria e 8.010 de cavaU~l"Ia. O general Resqu1I1 re luz mUlto essas foroas. e declarand"<br />

que a sua divisão compunha-se de 2 bat'llliões e 8 regimentos de cavaHaria, llretende<br />

ter ti<strong>do</strong> ás suas ordens' .000 homens apenlls.


31<br />

l.S armas, porque o general Mit r e ia faíler um reconhecimento á viva<br />

força sobre as posições paraguayas (1).<br />

« Tres minutos depois de <strong>da</strong><strong>do</strong> o signaI convenciona<strong>do</strong> o combate<br />

torlll)U-Se geral, e a fuzilaria era tão bem sustenta<strong>da</strong> que só se ouvia<br />

um estron<strong>do</strong> continuo, realça<strong>do</strong> pelo troar <strong>do</strong>s canhões allia<strong>do</strong>s. .<br />

« Pela direita ogeneral Ba r r i os levou os Brazileit'os até ao Estero Bellaco<br />

(2), onde elles se refizeram e rechaçaram os <strong>Paraguay</strong>os até aos<br />

bosques; ahi estes se reorganisaram por seu turno e levaram diante de<br />

si os Brazilelros, repetin<strong>do</strong>-se ist9 tres vezes durante o dia. »(3)<br />

O ultimo ataquê foi favoravel definitivamente aos Brazileiros.<br />

No combate a cavallaria paraguaya mostrou-se superior a brazileira<br />

(4), mas a artilharia imperial provou me~hor que a paragllaya (5).<br />

(1) O exercito a1lia~o . n~o estava to<strong>do</strong> « sobre ns armas.» A~ p~'imelro foguete a congreve<br />

dispnrn<strong>do</strong> pelo 1UlUJlgO soaram <strong>do</strong> quartel genernl brazlleIro os toques de senti<strong>do</strong><br />

e chama<strong>da</strong> ligeim, e em poucos momentos to<strong>do</strong>~ occuj?anm seus postos de c0n:tb~te.<br />

O inimigo apezar de encoberto por bosques e mOlbs, so poude sorprender, nn dlreltn,<br />

parte <strong>da</strong> c;\vallari~ ~rgentina <strong>do</strong>s gellerRes Homos e eRceres. e no centro 2 batalhões<br />

orientaes e 1 brazileJro que estavam nas avança<strong>da</strong>s.<br />

Na direita Resquin conseguio chegar nté ás peças argentina, porém no centro e esquer<strong>da</strong>,<br />

onde estavam os Brazileiros, as descargas <strong>da</strong> artilharia e infantaria foram t:1es, que um<br />

s6 parnguayo não se npproximou <strong>do</strong>s canhões, como o attestam as insignificantes perdns<br />

que teve o pessoal <strong>do</strong>s. nossos corpos de nrtilharia e <strong>do</strong>s batalhões que a protegiam.<br />

(2) Inexacto: o que não quer dizer que as nossas tropas que defendinm a extrema<br />

esquer<strong>da</strong>, ou antes, a retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> nosso campo não avançassem e recuassem por vezes<br />

até serem apoia<strong>da</strong>s. Por ahi combaterem os generaes Menn'l Barreto (José LlIiz) e o coronel<br />

Tristão Pinto. Depois o general Andréa acudio tambem ii este ponto.<br />

A maior parte <strong>da</strong>s tropas de Barrios, porém, apoiou o ataque de DiRZ <strong>contra</strong> a<br />

divieão Sampaio.<br />

(3) O periodico paraguayo El Centinela. commemoran<strong>do</strong> o primeiro anniyersario <strong>da</strong><br />

batalha, diz que este facto deu-se apenas duas ve~es. 'Vej. no Appendice as partes offiociaes<br />

que publicamos.<br />

(41 O autor truncou aqui a narrativa de Thompson, e substitui01um trecho iuexacto<br />

deste por outro de sua lana. encerran<strong>do</strong> o injusto conceito que se acaba de ler.<br />

O que '.Lhompson diz no trecho snpprimi<strong>do</strong> é que « a cavallaria pamguaya, que<br />

carregou os Brazileiros, quan<strong>do</strong> estes recuavam, fez entre elles grande matança, c:lusan<strong>do</strong><br />

igual d.\mno entre os <strong>Paraguay</strong>os a fuzilaria e artilharia <strong>do</strong>s Brazileiros.»<br />

Dahi concluio o autor Gue 11 cavallnria paraguaya mostrou-se superior li brazileira<br />

e importa isto uma injustiça que não deve passar sem prot~sto.<br />

'<br />

A cavallal'ia <strong>do</strong> 110SS0 exercito -compunha-se to<strong>da</strong> de Rio-Grandenses, e não ha em<br />

exercito algum caTal1aria que exce<strong>da</strong> em intrepidez, a~ili<strong>da</strong>de e pericla á <strong>do</strong> Rio-Granue<br />

<strong>do</strong> Sul, assim como á argentina e á oriental. O conserneiro Homem de Melio disse com<br />

razão na sua Biogmphia, <strong>do</strong> Barão <strong>do</strong> Triwmpho: - « Onde a lança brazileira encontrou-se<br />

com a pnraguaya, esta partio-se para sempre, aniquila<strong>da</strong>s de ll.ma vez as massas fanaticas<br />

que a traziam. »<br />

O autor ignol'rt sem duvi<strong>da</strong> que na batalha de 24 de Maio os Brazileiros não apresentaram<br />

nem 500 homens monta<strong>do</strong>s, combaten<strong>do</strong> a pé, ou fican<strong>do</strong> innctiva, a maior<br />

parte <strong>da</strong> nossa brilhante cavallaria.<br />

O exercito argentino, tambem por fgHa de cavaHos, só oppóz aI) inimigo uns 600<br />

ou 71l() homens monta<strong>do</strong>s.<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os, entretanto, trouxeram ao ataque 8.400 cRvalleiros, que succumbiram<br />

pela maior parte dizima<strong>do</strong>s pela fuzilaria e pela metralha, quan<strong>do</strong> carregavam loucamente<br />

<strong>contra</strong> os nossos canhões.<br />

Dos nossos quadra<strong>do</strong>s de inf.mhria nem um s6 pôde o inimigo romper.<br />

(5) A artiJhari,,: ~llia<strong>da</strong> fez :muito neste. di~ e concorreu poderosamente para o exiLo<br />

<strong>da</strong> batalha. Na dll'elta (Argentmos) era dIriltl<strong>da</strong> pelo coronel Julio Vedia. No centro<br />

além de to<strong>do</strong> o lo regimento b~azileiro de artif!.1llria ~o~ta<strong>da</strong>, de que era chefe o tenente~<br />

coronel Mallet, est'lvam 2 baterIas <strong>do</strong> 3 0 batnlhao brazllelro de artilharia a pé e a bateria<br />

orienbl: estes canhões fulminavam as divisões paraguayas de Marc6 e Dlaz. Sobre o<br />

nosso flanco esquer<strong>do</strong> trabalharam o 10 bntalhão de artilharia a pé e o resto <strong>do</strong>:]o ás<br />

ordens <strong>do</strong> (eneral Andrêa, comman<strong>da</strong>nte geral dessa arma no exercito imperial. As divisões<br />

de Barrios e Diaz solTreram horrlveis estragos pelo fogo dessas peças.


32<br />

« .•. No .centro (1) o general D ia z teve de haver-se com o general<br />

F 1o r e s, cujos canhões e espingar<strong>da</strong>s fizeram horriveis estragos em<br />

suas tropas desde que estas assomaram <strong>do</strong> bosque (2).<br />

«Os Al1ia<strong>do</strong>s levavam gt'ande vantagem, não sómente porque<br />

eram ataca<strong>do</strong>s em suas posições e por tropa indisciplina<strong>da</strong>, corno porque<br />

to<strong>da</strong> a sua artilharia entrou em acção ao passo que a <strong>do</strong>s raraguayos<br />

ficou inactiva. Tinham além disso a vantagem de combaterem 2 <strong>contra</strong> 1,<br />

• (1) Continúa a traelucção ele Thompson. I<br />

(2) A artilharia <strong>do</strong> centro aUla<strong>do</strong>, como vimos na penuHima nota, era to<strong>da</strong> brazileira,<br />

excepto 6 peças orientaes, comman<strong>da</strong>clas pelo major Yance. .<br />

O centro <strong>da</strong> linha, ás oruens <strong>do</strong> genllral Flores, compunha-se ela artilharia que indicámo,<br />

e mais as tl'Op'1S orientaes, o regimento de caval1arÜ1. S. :Martin (argentino), o<br />

batalhão bl'azileiro de enRenheil'os, e as tres briga<strong>da</strong>s- de infantaria brazileira que formavam<br />

a 6a divisão, comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo general Victorino Monteiro (briga<strong>da</strong> Kelly, 50 e íO de<br />

linha, 3° e 160 de volunlarios; briga<strong>da</strong> SalusLiano. 20 ue linha, 11°,21° e :31 0 de volunhrios;<br />

e briga<strong>da</strong> Evaristo, 3 0, 41° e 510 de voluntarios).<br />

Estas forças resistiram aos ataques <strong>da</strong> divisão Mal'có e a parte <strong>da</strong>s tl'opas d'ls divisões<br />

Diaz e Resquin. O grosso <strong>da</strong> divisão Diaz. porém, e a ma.ior p'1rle LIa divisão Barrios atacaram<br />

o nosso flanco esquer<strong>do</strong> onde {(Ii mais aspern e sanguinolenta a pulpj'1.. A 3" divisão brazileil'a,<br />

<strong>do</strong> general Sampaio, sustentou por muito tempo o choqne <strong>da</strong>s massas inimigas,<br />

até que parte <strong>da</strong> 1" divisão, ás ol'dens <strong>do</strong> geneml Argollo, reforçou esse ponto <strong>da</strong><br />

nossn linha. As duas brIga<strong>da</strong>s ele Sampaio eram comman<strong>da</strong><strong>da</strong>s pêlos coroneis Oliveil'a<br />

Belio e Jacintho Macha<strong>do</strong>, e compunham-se de 8 baLalhões, qlle ful'am os que maiOl'êS<br />

perd'ls soffrel'am, como se póele ver no Appendice. Os <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> Belio el'"m o ::lo de<br />

linha (Ienente-coronel Mesquita), que fom destacôl<strong>do</strong> pam proteger a artilhal'ia orient.'l.l. e<br />

o 4· e 60 de linha e 4° de voluntarios (tenentes coroneis Pereira de Carvalho, Paranhos<br />

e DI'. Pi heiro Guimarães); os <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> Jacintho Macha<strong>do</strong> eram o l° de linha (major Guimarães<br />

Peixoto), e üO, 9° e 110 de voluntarios (major AgnelloValente, tenente COl'Onel Oliveira<br />

Bueno e major Cavalcanti de Albuquerque). Só o 40 de volunt'lrios teve 19'2 mortos e feri<strong>do</strong>s,<br />

sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ultimos o seu commrm<strong>da</strong>nte e 14 ofliciaes, além de 31) officiaes mort0S. O<br />

60 de infantnia teve 1-15 homens fóra de combate, o l0 perdeu 152 mortos e feri<strong>do</strong>s e<br />

a sim os outros batalhões.<br />

O bravo general Sampaio recebeu um ferimento de qne veio a fallecer dias depois.<br />

Na extrema esquel'<strong>da</strong> jlUltO aos bo~ques <strong>do</strong> Potrero Piris, Jizerum frente ao inimi&,o<br />

:J. artiliulria <strong>do</strong> 10 batalhão e de parte <strong>do</strong> 30, dirigi<strong>da</strong> pelo general Andréa, parte Cla<br />

-l" divisão de infantaria, <strong>do</strong> general Gulherme de SOtlza, o general J. L. Menna Bal'l'eto,<br />

que combateu com a cavallaria apea<strong>da</strong> di, 2' divisão e de parte <strong>da</strong> 5'. Duzentos<br />

homens monta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> bri~'l<strong>da</strong> ligeir'l <strong>do</strong> gen ral Netto, 2 corpos de cavallaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong><br />

nacional e vari0s batalhoes de infanLaria, que acudimm á nossa retaguard't, resistirnm<br />

ahi ás forças que Rurjos destacára <strong>contra</strong> o parque brazileiro. Alguns <strong>do</strong>s batalhões<br />

que operaram pGr esse la<strong>do</strong> soffreram tambem pel'<strong>da</strong>s <strong>do</strong>lorosas. O l0 e o 240 de voluntarios,<br />

por exemplo (majores Caetano Mello e Valporto) tiveram, este 154, e aqueUe 142<br />

mortos e feri<strong>do</strong>s. .<br />

De to<strong>do</strong>s estes pontos foi o inimigo rechaça<strong>do</strong> com enormes per<strong>da</strong>s e persegui<strong>do</strong><br />

até p&rto de sua trincheiras.<br />

No flanco direito, onde est-wam os Argentinos, succedeu o mesmo, bl,lten<strong>do</strong>-se em<br />

primeira linha a elivisão <strong>do</strong> general Paunero (10 corpo [U'gentino). A 2", ás ordens <strong>do</strong><br />

general Emílio Mitre, apoiou a 1", mas pouco teve de combater.<br />

O presidente Mitre dirigio a batalha na diTeita, Flores com 111 an<strong>do</strong>u os Orientaes e<br />

as tropa brazileiras <strong>do</strong> centro, e Ozorio dirigio o resto' <strong>do</strong> exercito imperial que pelejou<br />

no flanco esqner<strong>do</strong>, apresent'1n<strong>do</strong>-se 110S mais dist,tntes pontos eh linha.<br />

Foram to<strong>do</strong>s unanimes em prochmal' que as honras <strong>do</strong> dh pertenceram ao geneml<br />

Ozorio, á divisão Sampaio e á artilharia Maliet, appelli<strong>da</strong><strong>da</strong> então a'j-('ilhal'ia ,-ewolve'l-.<br />

A bablha começou ás 111f'J <strong>da</strong> manhã e terminou ás '* 1/2 <strong>da</strong> tarde. As per<strong>da</strong>s que<br />

ti,eram os conten<strong>do</strong>res attestam o furor com IJ.ne se combateu de pf1rte a p1rte.<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os, segun<strong>do</strong> Thompson, perderam B.tIOO homens mortos, e aos seus hos·<br />

pUaes fornm recolhi<strong>do</strong> 7.000 feri<strong>do</strong>s gravemente. Ficaram prisioneiros 370, pela maior parte<br />

feri<strong>do</strong>s. Resquin avalia em 12.000 os mortos e feri<strong>do</strong>s paraguayos.<br />

Foram toma<strong>do</strong>s pelas tropas brazileiras os '1 obuzes que trazia a divisão <strong>do</strong> general<br />

Diaz, 1 eslativa de fognetes, 2 bandeiras de batalhão, 1 estan<strong>da</strong>rte de cavaliaria, 10 caixas<br />

de <strong>guerra</strong> e 9 cornetas; .pelos Orientaes 1 bandeira e 3 cornetas; e pelos Argentinos<br />

3 estan<strong>da</strong>rtes de cavallanll, 3 cornetas e 3 caixas de <strong>guerra</strong>. Ficaram ain<strong>da</strong> em poder<br />

<strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s mais de 5.úOO espingar<strong>da</strong>s e 500 e tantas armas, entre lanças, espa<strong>da</strong>s, cara·<br />

binas e sabres-bayonetas.<br />

O exercito argentino teve fóra de combate 606 homens, o oriental 29B e o brazileiro<br />

3.011. Tot'll 3.913 homens (Vej. o AplJendice, pago 3 ).<br />

Não dispon<strong>do</strong> de tempo para <strong>da</strong>r aqui uma descripção exacta, embora succinta, <strong>da</strong><br />

memoravel batalha de 21 de Maio, limitamo-nos a remetter o leitor para as paginas <strong>do</strong> Appen·


33<br />

e a que lhes <strong>da</strong>va a superiori<strong>da</strong>de <strong>do</strong> seu armamento (1). Os <strong>Paraguay</strong>os<br />

possuiam apenas carabina (réfles) e a maior parte <strong>da</strong>s suas espingar<strong>da</strong>s<br />

eram de pederneira; qnasi to<strong>do</strong> o armamento e artilharia <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong> ,<br />

exceptuan<strong>do</strong>-se apenas alguns <strong>do</strong>s canhões argentinos, eram raia<strong>do</strong>s.<br />

« Di a z encontrou outro grande inconveniente, e foi a necessi<strong>da</strong>de de<br />

transpôr um atoleiro para alcançar os Allia<strong>do</strong>·. Este atoleiro ficou litteralmente<br />

peja<strong>do</strong> de ca<strong>da</strong>veres. Um de seus batalhõe, o 25°, composto<br />

qua i to<strong>do</strong> de recrutas, desordenou-se, e os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>, como um rebanho<br />

de carneieos, foram-se apinhan<strong>do</strong> ahi, de' sorte que a artilharia<br />

cLs Al1ia<strong>do</strong>s facilmente os exterminou.<br />

« No flanco esquer<strong>do</strong> paraguayo a caval1aria <strong>do</strong> general R esq u i n<br />

levou de rojo tu<strong>do</strong> quanto encontrounét pr'Ímeira carga (2).» Thompson<br />

clá-lhe, coillÕ jiL vimos, 7.000 homens ele cavallaria e 2.000 de infantaria,<br />

mas Kennedy affil'1l1a que esse general, tinha 6.00J homell lie<br />

infantaria, 3.500 de ca\7allaria e 10 bocas de fogo (3).<br />

ão nos foi possivel obter um <strong>do</strong>cumento official ele fonte paeaguaya.<br />

dice, onde reunimos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>samente to<strong>da</strong>s as peças officiaes e algumaa inform'lções interessantes.<br />

No Append'íce en<strong>contra</strong>rá tambem o leitor a descripção feit'l pelo coronel Pnllejé\<br />

ín. 11, pago .5) e as correcções que, len<strong>do</strong>-a. obsequiosamente se dignou fornecer-nos um<br />

<strong>do</strong>s beroes dessa memoravel jorna<strong>da</strong> (n. 11, pago 4il <strong>do</strong> ,lppendice).<br />

- Foram litbo~raph'l<strong>da</strong>s em 1866 duas plantas <strong>da</strong> batalha de 2! de Maio, uma em<br />

Montevidéo, na oilicina de Mége & Willems, e outra no Rio de Janeiro, no Imperial<br />

IfJstituto Artistico.<br />

A primeira, que é [I mais exacta, embora não forneça to<strong>do</strong>s os esclarecimentos que<br />

seri m P'lra desejar, fui levantadé\ peLos engenheiros André Rebouças e Bernar lino ]';fadur im,<br />

para lIcompanbar a Ordem <strong>do</strong> Di:l n. Ui(j <strong>do</strong> general Ozorio, e tem por titulo :-Planta elo<br />

acampamento e <strong>da</strong> batalha de T'IJ,ytlty a 24 a.e Maio de 1.866. .<br />

A. segun<strong>da</strong>, levantad:l peLo majur Conra<strong>do</strong> Bittencom't, é mais minucio a, porém ncerr \<br />

muiLas inexactidões quanto Í\ posição occupa<strong>da</strong> pelos diJTerentes corpos. A lista <strong>do</strong>s chefes braziteiros<br />

que se lê á margem está tambem mcompleta e erra<strong>da</strong>, como o leitor poderá<br />

verificar, compnran<strong>do</strong>-a com a relaçã que pt1,blicumos no Append·íce. A planta a que nos<br />

referimos tem por tiLul0 -Esboço <strong>da</strong> batalha de T'u'ljtlty em 24 de Maio.<br />

Nenhuma dellas satisfaz a qaem as eX'1.mina, e seria muito para desejar, que, á<br />

vista de ambas e <strong>da</strong>s partes officiaes <strong>do</strong>s comlUan<strong>da</strong>ntes de divisões, brig'l<strong>da</strong>s e corpos, se<br />

org'lnisasse outra em que fossem assignala<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os a:cidente <strong>do</strong> terreno, e as<br />

jlosições e movimentos <strong>da</strong>s trotJas. ão bastf\ dizer, como na planta <strong>do</strong>s engenheiros<br />

Rebouças e B. Madureira., que a divisão deste ou d~quelle generaL combateu em ceI ta<br />

posição: como verá o leitor <strong>da</strong>s partes offiches pub1icad'ls Reliante, muitos batalhões combateram<br />

f6m <strong>da</strong>s sua divisões, incorpom<strong>do</strong>s f\ brigild'ls <strong>II</strong>. que niio pertenciam, e estio<br />

veram em pontos muito dilIerentes, segun<strong>do</strong> flS e igencias eh luta.<br />

Para que essa planta s j complet'l, será necessaJio tambem solicitar <strong>do</strong> g vemo<br />

argentino as parles officiaes de to<strong>do</strong>s os chefes de regimentos e batalhões que occu!'avam a<br />

aLa<br />

direita <strong>do</strong>s A.llia<strong>do</strong>s.<br />

om esses <strong>da</strong><strong>do</strong>s, e com os elemantos que p~ssuimos, será faciL ao h'lbil pessoal <strong>do</strong> nosso<br />

Archivo Militar <strong>II</strong>. organisação de um trllb Ilho completo sobre ft maior e <strong>II</strong>. mais sant7oi·<br />

aolenta batalha feri<strong>da</strong> na Amenca Meridional.<br />

o<br />

(L) Os Allia<strong>do</strong>s tinham, em geral, armamento melhor, eram superiores em numero,<br />

mas já mostrámos que não c.ombntiam (( 2 <strong>contra</strong> I >l. De um la<strong>do</strong> estavam' 2.000 AlJia<strong>do</strong>s pooco<br />

mais ou menos, e desses nem to<strong>do</strong>s entraram activamente no combate: <strong>do</strong> outro mais<br />

de 21.000 "<strong>Paraguay</strong>os. O ataque mais forte elo inimigo foi sobre a no ~i\ esquer<strong>da</strong>, e ahi nntes<br />

de ser soccorri<strong>do</strong>, o general Sampai-l resistio s6, com <strong>II</strong> sua divisão, que teria quan<strong>do</strong><br />

muito 4.000 homens, ás divisões de Barrios e Di'\z, que tinham mais de 13.000.<br />

(2) Resquin, como já vimos, at'1cou a dirJita d)s Allia los, isto é, o exercito argentino.<br />

(3) E' inexacto o que diz Kennedy. O geneuL Resquin tinha 8 regimentos de cavallaTia<br />

e apenas 2 batalliões de infantaria e tuna estativa de fo~uetes. 'uas forças eleva·<br />

vam-se a 6.300 hOlUans e at'\caram não s6 o exercito aq~entlll como part~ <strong>do</strong> c~llltro<br />

brazileiro.<br />

B 5


34<br />

« .. , Na pl'imei I'a cal'ga a cayallaria de R esq u i 11 (l) leyou de rojo<br />

tu<strong>do</strong> quanto encontrou, acutilan<strong>do</strong> e pon<strong>do</strong> em fuga a cavalIaria co1'­<br />

rentina, dirigi<strong>da</strong> pelo generaes Ca c e r e e H or nos, e di persanc1o-a completamente.<br />

Um troço de Pal'aguayo carregou a artilhal'ia <strong>da</strong> direita,<br />

e apezar de succumbir a metade no caminho, puderam os outros tomar<br />

20 canhõe·. Estavam occupa<strong>do</strong>s em removeI-os, quan<strong>do</strong>, por não serem<br />

apoia<strong>do</strong>s em tempo, entraram em acção as resel'vas argentinas, e to<strong>do</strong>s<br />

elies foram mortos, porque não houve um só que se quizesse render (:2).<br />

Então a infantaria de R esq u i n entrou em acção, porém foi destrui<strong>da</strong>,<br />

parte pela artilharia e o restantes pela infantaria. A reserva <strong>da</strong> cava]­<br />

laria de R esqui n voltou á direita <strong>do</strong> ini migo e entrou no bosque de<br />

palmeiras para ir fazer junc~ão com Ba I' ri o s na retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s AlIia<strong>do</strong>s;<br />

mas os Argentinos fizeram-lhe frente n'essa direcção e repelliram-n'a. Só o<br />

major O1a b a r r i e t a (3), ten<strong>do</strong> com as relíquias <strong>do</strong> seu regimento rompi<strong>do</strong> a<br />

(1) Oontinúa a traducção de Thompson.<br />

(2) A caval1aria de Resquin, muito mais numerosa, deban<strong>do</strong>u completamente no pri·<br />

meü:o impeto a cavallaria correnlinn, toman<strong>do</strong>-Ule 2 estan<strong>da</strong>rtes (P.U.I.EH, <strong>II</strong>, 320), e<br />

envolven<strong>do</strong> um batalhão <strong>da</strong> divisão <strong>do</strong> cm'onel Rivas (PHLE.L~ 303). Em segui<strong>da</strong> um regimento<br />

paraguayo lançou-se <strong>contra</strong> a artilharia ue '7edia e chegou a acutilar junto ás suas<br />

peças alguns artilheiros, mas o general Paunero, com a infantaria, sustentou valentemente<br />

a posição. -<br />

O general Ozo<strong>do</strong>, á frente de alguns batalhões, correu para a direita, apen's teve<br />

aviso <strong>do</strong> que ahi se passava, e foi recebi<strong>do</strong> eniliusiasticamente pelos nossos Al1i;l<strong>do</strong>s,<br />

mas verificou ao chegitr que já não ela necessario aUi o seu conCUl"So.<br />

A parte official de Paunero explica este episodio : ".... Los 6 bataUolles nombra<strong>do</strong>s )',<br />

diz eUe, « recibieron el ataque cou firmeza ejemplar, contenien<strong>do</strong>, repelieu<strong>do</strong> y diezman<strong>do</strong><br />

aI enentigo con vigoroso fuego, a distancia de 50 a 60 pasos; sin embargo, como<br />

la carg'l de este fué tau lmpetuósa, uno de los reginlieutos de cabaUaria logró penetrar<br />

por el flanco derecho de nuestra primera linea hasta la artilleria, causan<strong>do</strong>nos al~un!ls<br />

perdi<strong>da</strong>s, mas ni uno solo de los jinEaes que componian el rejlmiento enemigo saltó de<br />

nuestras columnas, porque to<strong>do</strong>s fueron estenninaclos, hombres y cal allos.... li<br />

E' inexacto que a cavallaria de Resquin tivesse a principio toma<strong>do</strong> os canhões argentinos_<br />

Os annota<strong>do</strong>res <strong>da</strong> edição hespanhola de Thompson dizem a este respeito o seguinte:<br />

- "Algunos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de caballeria paraguaya Ilegaron hasta nuestras piezas de<br />

la derecha, :{lero ya sin organisaciou alguna y completamente desmoraliza<strong>do</strong>s. To<strong>do</strong>s<br />

murieron al11, sien<strong>do</strong> completamente inexacto que se hubierau apodera<strong>do</strong> de uno solo de<br />

nuestros canones. »<br />

Não foi a cavallaria argentina de Oaceres e Romos, composta de milici'lnos pouco<br />

disciplina<strong>do</strong>s. a unica força allia<strong>da</strong> que se dispersou diante <strong>da</strong> primeira e impetuosa carga<br />

<strong>do</strong> inimigo. .<br />

Nas avança<strong>da</strong>s <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> nossa linha estavam os 2 batalhões orientaes « Independencia))<br />

e "Libertad li e o ,no de voluntarios brazileil'os. Os <strong>do</strong>us primeiros segun<strong>do</strong> l'efere<br />

Palleja (<strong>II</strong>, 302) foram ataca<strong>do</strong>s de improviso, e não puderam rOl-mar, fugin<strong>do</strong> em<br />

desordem os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, apez'lr <strong>do</strong>s esforços que fizeram para contei-os os seus chefes. O<br />

command'lllte Castro, <strong>do</strong> « Liberbd ", foi morto, e o comman<strong>da</strong>nte Elias, <strong>do</strong> « IndependenciEl<br />

)1, ficou feri<strong>do</strong>. A bandeira d'este ultimo batalhão cahio em poder <strong>do</strong> inimigo, e dias<br />

depois Lopez ordenou que os seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s a passeassem em triumpho por to<strong>da</strong> fi -tensão<br />

<strong>da</strong>s linhas, assim como aos 2 estan<strong>da</strong>rtes argentinos toma<strong>do</strong>s pelo general- Resquin no<br />

primeiro momento de sorpresa (PALLEJA, <strong>II</strong>, 3~01.<br />

O batalhão 41 0 de voluntarios, apezar <strong>do</strong> exemplo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us que lhe fica\'am proximos,<br />

não se c1.Jspersou totalmente, mas recuou em alguma desordem. Seu omman<strong>da</strong>nle, o major<br />

Gabriel Guedes, pôde trazeI-o reuni<strong>do</strong> até incorporar-se. á brig9<strong>da</strong> a que pertencia, onde<br />

se bateu bem, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s outros batalhões.<br />

Alguns corre~pondentes <strong>do</strong> exercito acreditaram que o procedimento <strong>da</strong> cavaUaria correntina<br />

e o <strong>do</strong> batalhão «Independenciall revelava traição. Um d'esses, escreven<strong>do</strong> <strong>do</strong> Passo<br />

<strong>da</strong> Patria disse o seguiute :<br />

". " Os Correntinos que dispararam, assim como muitos <strong>Paraguay</strong>os <strong>do</strong> batalhão Independencia.<br />

chegaram até Itapirú, e causaram grande alarm . E' minha opinião que estes<br />

sujeitos estavam de combinação com o inimigo. ); (Vid. Jor-nal <strong>do</strong> Commel'cio de 4 de Junho.)<br />

(3) Comman{lava o regimento n. 19 de cavallarh.


35<br />

linha, depois de fazer prodigios de valor, conseguia chegar, com uns<br />

20 homens apenas, ao ponto em que devia operar-sp. a juncção com<br />

B a r r ios; mas este ja tinha si<strong>do</strong> destroça<strong>do</strong>, e assim esse punha<strong>do</strong> de<br />

homens via-se obriga<strong>do</strong> a abrir caminho ain<strong>da</strong> atravez <strong>do</strong>s Brazileiros até<br />

ao Potrero Sauce. O] a b a r r i e t a chegou quasi só, e gravemente feri<strong>do</strong>.<br />

« A's 4 horas <strong>da</strong> tarde cessou o fogo (1), achan<strong>do</strong>-se os <strong>Paraguay</strong>os<br />

completamente derrota<strong>do</strong>s, e seu exercito destrui<strong>do</strong>. Os Allia<strong>do</strong>s por sua<br />

parte tinham soffri<strong>do</strong> graves per<strong>da</strong>s, mas restava-lhes ain<strong>da</strong> exercito.<br />

« Deixaram os <strong>Paraguay</strong>os no campo 6.000 ca<strong>da</strong>veres, e apenas 350 (2)<br />

prisioneiros, to<strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s. Isto se <strong>da</strong>va porque eUes nunca se rendiam,<br />

e mesmo feri<strong>do</strong>s pelejavam até serem mortos; Os hospitaes<br />

paraguayos receberam 7.000 feri<strong>do</strong>s, e ain<strong>da</strong> assim não foram admitti<strong>do</strong>s<br />

nos hospitaes os feri<strong>do</strong>s levelllente (3). Parecera extraordinario que os<br />

<strong>Paraguay</strong>os só perdessem um official superior, velho major, que, por<br />

obeso, caminhava a custo; porém quasi to<strong>do</strong>s os que entraram em acção<br />

sahiram feri<strong>do</strong>s.J4) O major Yedr?s (encarcera<strong>do</strong> e algema<strong>do</strong> desde que<br />

Lopez <strong>II</strong> fôra eleito presidente), o major Rojas e o capitão Oorbalan,<br />

to<strong>do</strong>s ex-aju<strong>da</strong>ntes de campo ~e L o p ez, e em outros tempos depositarias<br />

de sua confiança, foram tira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> carcere (ningLlem soube o motiYo<br />

de sua prisão) e man<strong>da</strong><strong>do</strong>s - pelejal\ rebaixa<strong>do</strong>s a sargentos. Morreram<br />

na batalha_ José Martinez, (5) nomea<strong>do</strong> porta-estan<strong>da</strong>rte no Paso de<br />

la l-atria, tenente no combate <strong>do</strong> Banco, (6) capitão depois <strong>da</strong> batalha<br />

de 2 de Maio, em que foi feri<strong>do</strong>, fez instancias para ser man<strong>da</strong><strong>do</strong> a<br />

peleja, e sahinelo della mortalmente feri<strong>do</strong>, foi promovi<strong>do</strong> a major antes<br />

ele morrer. Lopez o apreciava muito. Entre os mortos ficaram mujtos<br />

negociantes <strong>da</strong> Assumpção que acabavam de ser- r0cruta<strong>do</strong>s.<br />

« O fumo era tão den'o durante o combate que os Alliaelos não<br />

percebera,m logo o clamno que haviam causa<strong>do</strong> aos <strong>Paraguay</strong>os; e tanto<br />

purque e:-am difficeis as c6mmunicaç.õe:' atravez elos esteiros, como pela<br />

grande desordem <strong>da</strong>quelles momento,:', Lop e z só no dia seguinte pôde<br />

avaliar to<strong>da</strong> a exten, ão <strong>da</strong> suas per<strong>da</strong>s.<br />

(1) Cessou depois elas 4, 1/2 horas <strong>da</strong> tarde.<br />

(2) 370.<br />

(3) 00l71O se vá, Tlloulpson or~a a per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Par'gu'tyos m mais de 13.000<br />

homens fem de combate, em fallar nos f rid s levement'J e contusos. 1'tescluin avalia<br />

essas per<strong>da</strong>s em 12.000 homens<br />

('1) O Semanario e o Boletin ele C{/I)npafia n. 6 são lllUiLo pal'p'JS de pormenores<br />

sobre esta batalha. Apen'ls citam entre os fel'i<strong>do</strong>s os comman<strong>da</strong>ntcs Aguiar, Jim n z<br />

e Delga<strong>do</strong>. o major José de Jeslls Martinez e o ca,itão Genaro EscaL . Os (Lous ulLi·<br />

mos morreram.<br />

(5) .Iosé de Jesus Martinez. O Sema,nal'ío publicou l.lma noticia necro10gica sobre<br />

este officia!.<br />

(6) Oombate <strong>da</strong> ilha <strong>da</strong> Redempção, em 10 d3 Abril.


36<br />


37<br />

foi occultar-se em um pequeno bosque entre Paso-Fernander, e Rojas,<br />

de onde na<strong>da</strong> mais descobr:a <strong>do</strong> que o fumo. Depois retirou-se cerca<br />

de uma milha para fazer um lnnch; quan<strong>do</strong> mai tarde voltavamos<br />

para o mesmo bosque (I), en<strong>contra</strong>mos ja muitos <strong>do</strong> primeiros feri<strong>do</strong><br />

que regres avam <strong>do</strong> cam po de batalha, mas não podiam <strong>da</strong>r li.IU idéa<br />

exacta <strong>da</strong> situação.,.. Ao anoitecer L o p e z dirigio-se a casa <strong>do</strong> genel'al<br />

B r u g u e z, em Paso Gomez, e ahi reuniram- e-lhe os generaes B a r r i os<br />

e' Di az, que lhe deram as màs noticias, até onde elIe proprios as podiam<br />

saber. Para illudil' a sua gente e o proprio inimigo, fingin<strong>do</strong> que considerava<br />

ter leva<strong>do</strong> a melhor nesta jorna<strong>da</strong>, onlenou que as ban<strong>da</strong>s<br />

de musica tocassem dUl'ante a noite inteira. No Semanal'ia esta batalha<br />

foi descr'ipta como uma grande e gloriosa victoria (2). A's IO<strong>da</strong> noite<br />

L o r e z recolheu-se ao seu quartel-general de Paso-Pucú.<br />

« A maior parte <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os feri<strong>do</strong>s jazia ain<strong>da</strong> então nas<br />

sehas, e durante tres dia consecutivos se foram rouco a pouco arrastan<strong>do</strong><br />

até ao acarppamento. Onze dias depois, em 3 de Junho, os Allia<strong>do</strong>s<br />

en<strong>contra</strong>ram ain&a um feri<strong>do</strong>. Estava moribun<strong>do</strong> (3). O major Coronel (4)<br />

chegou ao acampamento quatr dia" lepoi ; tinha recebi<strong>do</strong> um ferimento<br />

~os pulmõe, e cahio desfalIeci<strong>do</strong> em um bo que, perto <strong>do</strong> inimigo ..<br />

com um .ol<strong>da</strong><strong>do</strong>, tambem feri<strong>do</strong>. Sentin<strong>do</strong>-se sem furça para ~aminhar,<br />

ordenou ao sol<strong>da</strong><strong>do</strong> que o acabasse de matar e entrega. se a L o p e 7. seu<br />

kepi e sua espa<strong>da</strong> com a declaração de que hayia cumpri<strong>do</strong> com o seu<br />

dever até ao nltimo momento. O sol<strong>da</strong><strong>do</strong> nrro quiz executar a ordem,<br />

e afinal foram ambos encontL'a<strong>do</strong> e recolhi<strong>do</strong>: pelo Puraguayo. Pouco<br />

tem;-'o depois melhorou e se official, porém foi morto no ataque <strong>do</strong><br />

Sance, em Julho.<br />

(1) Como se vê deste trech , Thompson era o aju<strong>da</strong>nte de c'lmpo que acompanhaV'\<br />

Lopez.<br />

No. dia 20 ele Maio, apenas os ALlia<strong>do</strong>s occuparam Tuyuty, Lopez percorria 'IS<br />

SU'1S hnhas c]u1.n


38<br />

« Os Allia<strong>do</strong>s declararam que L o p e z embriagara sua gente com<br />

aguardente e polvora, para que comhatessem como combateram. Entretanto<br />

nenhuma ver<strong>da</strong>de havia n'esta declaração: os <strong>Paraguay</strong>os quasi<br />

sempre pelejavam com O estomago vasio, pai em vespera de combate os<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s nlo podiam affastar-se <strong>do</strong>s seus corpos. nem mesmo para cortar<br />

uma rez (1) ...<br />

< Os Allia<strong>do</strong>s tomaram 4 obuzes, 5,000 e$pingar<strong>da</strong>s e 5 bandeiras (2).<br />

O z o r i o presenteou com uma d'ellas o almirante Ta ma n d a r é (3); rÚa<br />

toma<strong>da</strong> matan<strong>do</strong>-se um sargento que a trazia, e que, intimadó para render-se,<br />

depois de feri<strong>do</strong>, empregou seus ultimas momentos em despe<strong>da</strong>çaI-a<br />

com os dente, para que não carnsse em mãos <strong>do</strong> inimigo.<br />

« O 40· batalhão, que tinha si<strong>do</strong> tão terrivelmente dizima<strong>do</strong> no<br />

dia 2, foi quasi extermina<strong>do</strong> de novo, voltan<strong>do</strong> <strong>da</strong> batalha com 80<br />

homens apenas. Os batalhões 6" e 7°, que eram o melhores e mais<br />

antigos <strong>do</strong> exercito, ficaro.m reduzi<strong>do</strong>s a 100 homens ca<strong>da</strong> um (4).<br />

(1) o autor supprimio aqui um trecho em que Thompson diz que-« o~ Br!lzileiros D'esta<br />

batalha, como em to<strong>do</strong>s as que se seguiram á de 2 d,' Maio, entrar'1m em acção sem as suas<br />

bandeiras, provavelmente para impedir que fossem toma<strong>da</strong>s. »E fez bem o autor em SllP'<br />

primit· essas linhas, porque eUas não encerram senão um de>prezivel in~ullo, e uma<br />

impudente falsirlade.<br />

A unica bandeira brnzileira tnma<strong>da</strong> pelo inimigo, depois que assumimos a offensivB<br />

foi a <strong>do</strong> 40 de artilharia, sorrrendi<strong>do</strong> e aprisiona<strong>do</strong> em 3 de Novembro de 1867.<br />

Na batalha de


39<br />

« Os feri<strong>do</strong>' de gravirlade, que eXIgIam longo tratamento, foram<br />

envia<strong>do</strong>: à Assumpção, e aql1elIes cujo curati,o não exigiria tanto tempo<br />

ficaram no acampamento.<br />

«O AlIia<strong>do</strong>s enterraram parte de eus mortos, mas os ca<strong>da</strong>veres<br />

P araO'uavos o •<br />

forJ.m colIocaelos em cama<strong>da</strong>s alterna<strong>da</strong>s com lenha, for-<br />

man<strong>do</strong>-se assim pilhas de 50 a 10J ca<strong>da</strong>veres, á quaes se lançou fogo (1).<br />

~ O~ 10.000 homens que escaparam ficaram completamente desorganisa<strong>do</strong>s<br />

e di::;persos, e s6 alguns dias depois pude am reunir-se de<br />

no \ o (2). »<br />

Tal é a narratÍ\ra paraguaya.<br />

O Relataria apresenta<strong>do</strong> ás camaras brazileiras pelo ministro <strong>da</strong><br />

<strong>guerra</strong> (3) qualifica de « inespera<strong>do</strong> » o repentino ataque elheiro Saraiva, mini$lro interino <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>. a<br />

expedir ordem para que os presidentes de provincia não enviassem mais roforços, edis·<br />

solvessem até, se não nos enganamos, os contingpntes já reuni<strong>do</strong>s. Essas ordens foram<br />

posteriormente retira<strong>da</strong>s pelo ministro Ferraz, que não foi victima <strong>da</strong> mesma illusno.<br />

(4) São estas as palavras <strong>do</strong> relalorio :-ce '" No dia 24. <strong>da</strong>s 11 para as 12 horas <strong>da</strong><br />

manhã, hora em que o exercito allia<strong>do</strong> acabava de reunir suas mumções, o inimigo, trans·<br />

pon<strong>do</strong> as trincheiras, e favoreci<strong>do</strong> pelas matas, que ellcobriam seus primeiros movimentos,<br />

c?m. to<strong>da</strong>s as suas forç 1S reuni<strong>da</strong>s, cahia de improviso sobre elle, atacan<strong>do</strong> com energia pela.<br />

direita, centro e eSluer<strong>da</strong>. »


40<br />

e 2' divisão, <strong>do</strong> general Me n n a B a r r e t o (José Lui7.) ; flanco direito, a<br />

5' divisão <strong>do</strong> coronel T r is tão Pi n to, o lo e 3 D batalhões de artilharia,<br />

e a briga<strong>da</strong> auxiliar, denominação oL-11cial <strong>da</strong> Legião <strong>Paraguay</strong>a (1).<br />

Quan<strong>do</strong> o centro começou a vacillar, o general Ozo r i o man<strong>do</strong>u em seu<br />

auxilio a 4" divisão.<br />

No campo de batalha, nas posições em que combateram os Brazileiros,<br />

jaziam as 5 horas <strong>da</strong> tarde mais de 3. COO ca<strong>da</strong>veres paraguayos.<br />

Foram toma<strong>do</strong>s pelos Brazileiros 4 obuzes, 2 bandeiras, 1 estan<strong>da</strong>rte,<br />

9 armões (2), 12 b:.,cas de fogo (3) e 3.523 espingar<strong>da</strong>s de infantaria (4).<br />

As divisões brazileiras tí"vemm. 419 mortos, em cujo numero 29<br />

officiaes, 294 feri<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> 193 officiaes. Oontusos: 2 generaes, 48<br />

officiaes, 70 officiaes inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (5).<br />

Ao inverso <strong>da</strong> declaração <strong>do</strong> ministro, referiram alguns jornaes<br />

brazileiros e argentinos que os Allia<strong>do</strong>s haviam si<strong>do</strong> informa<strong>do</strong>s, por<br />

um desertor, <strong>da</strong>s intenções <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, o que na ver<strong>da</strong>de parece<br />

inverosimil, pois o ataque foi resolvi<strong>do</strong> por L o p e z sem duvi<strong>da</strong> no dia<br />

2:3. E' po sivel que haja aqui confu ão com a noticia, que Lopez recebeu<br />

por um desertor, acerca <strong>do</strong> ataque <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s no dia 25 (6).<br />

As participações e descripções <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>. a respeito d'esta batalha,<br />

sem duvi<strong>da</strong> a maior até então trava<strong>da</strong> na America <strong>do</strong> Sul, ão muito<br />

deficientes e confusas. Os Argentinos referem que a cavallaria de<br />

Resquin, chegan<strong>do</strong> até Itapirú, feira d'ahi rechaça<strong>da</strong> pelos batalhões<br />

(1) Tu<strong>do</strong> isto é inexacto, e o relatorio <strong>do</strong> ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> não podia dizer seme·<br />

lhante cousa. .Já declarámos em uma <strong>da</strong>s notas anteriores (pag. 32) a posição que<br />

occupavam as diJIerentes divisões <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong> no dia <strong>da</strong> batalha. Briga<strong>da</strong> auxiliar,<br />

não era, com"o suppõe o autor, a denominação o:fl:1cial <strong>da</strong> legião paraguaya. mas o 1I0me por<br />

que era conheci<strong>da</strong> a 19" briga<strong>da</strong> brazileira, <strong>do</strong> coronel Gomes de Freitas (ba'alhiio de enl;le·<br />

nh-iros, e 70 e 42 0 de votuntarios), que servia ás ordens <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte geral de artilharIa.<br />

Sua missão era acompanhar e proteger a artilharia; d'ahi l!le vt'io o nome de « auxiliar ».<br />

A legião paruguaya servia incorpora<strong>da</strong> ao exercito argen1ino<br />

Como o autor trunca e adultera o Relatorio citad', transcreveremos o trecho a que elle<br />

se refere:<br />

« Na ordem <strong>do</strong> acampamentp de exercilo llllia<strong>do</strong> occupava a direita o exercito arg'ntino ;<br />

no cent,·o eslava o general Flores com o exercito <strong>da</strong> vangullr<strong>da</strong>, o qual linha si-1o reforça<strong>do</strong><br />

com 2 brigR<strong>da</strong>s mais <strong>da</strong> (i" divisão de infantaria <strong>do</strong> nossll exercito, com man<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo general<br />

Victorino Monteiro, com a 3" divisão, <strong>do</strong> com man<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Sampaio, e com o lo rrgimento<br />

de artilharia·n cavallo; guar<strong>da</strong>vam a esquer<strong>da</strong> a 1" diviõão, comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo<br />

general Argollo, a 4", pelo general Guilberme de 'onza, a 2", sob o commanuo <strong>do</strong> general<br />

J. L. Menna B,ureto, a 5", dirigila pelo coronel Tristão Pinto. o lo e 3D batalhões de<br />

arlilharia e a respectiva briga<strong>da</strong> auxiliar. ))<br />

Com mais clareza en<strong>contra</strong>rá o leitor assignala<strong>da</strong>s as posiçõeR (lue occupavamos cm a<br />

nola a pog. 32. .<br />

(2) Caixas de gue)')'a e não ®. mões.<br />

(3) Ca")'etas e não bocas de fogo.<br />

(4) São os algarismos <strong>da</strong> ordem <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> general Ozorlo, transcriptos no Relatorio<br />

cita<strong>do</strong>. Ordinariamente não exprimem perfeitamente a ver<strong>da</strong>de os <strong>do</strong>cumentos escriptos<br />

logo depois <strong>do</strong>s combates. (Vej. o que ficou dito nas nOlas anteriores.)<br />

(5) Já dissemos que o exercito brazileiro leve 3,011 mortos, feri<strong>do</strong>s e contusos<br />

(Vej. o Appendice.)<br />

(6) Os 'AlUa<strong>do</strong>s não tiveram denuncia alguma sobre o premedita<strong>do</strong> ataque.


41<br />

argentinos ns. 5 'e 6 (1); um Odental affirma que to<strong>do</strong> o combate se<br />

deu ao sul <strong>do</strong> E'tero Bellaco (2). Quanto ás discl'epancias no numero<br />

de mortos e feri<strong>do</strong>s, não nos deve isso admirar, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> as participações<br />

escriptas umas lugo apóz, e outras muito depois. Por mais escassas<br />

que sejam as noticias d'esta cruenta batalha, gloriosa para os<br />

<strong>do</strong>us inimigos, e para nenhum d'elles deci iva (3), nem por isso são<br />

menos palpavei as razões que lhe deram causa e suas consequencias<br />

irnmediatas (4).<br />

Da parte <strong>do</strong>s invasores não deixava de ser ou a<strong>da</strong> a marcha, ten<strong>do</strong><br />

immediatamente atraz de si os trai<strong>do</strong>res atoleiros <strong>do</strong> Estero Bellaco,<br />

tanto mais quanto os generae allia<strong>do</strong>s não podiam ter certeza de planejarem<br />

ou não os Paragllayos uma diversão pela lagõa Piris, a oeste,<br />

ou pelos pantanos <strong>do</strong> Estero Bellaco, a leste.<br />

A completa inacção <strong>da</strong> esquadra foi sem duvi<strong>da</strong> gravi. simo erro,<br />

para o qual não ha nem se buscou arranjar uma de. culpa. Algumas<br />

chalupas arma<strong>da</strong>s ou uma canhoneira nas aguas <strong>da</strong> lagõa Piris, um<br />

(1) Não houve Argentino que dissesse semelhante consa. A cavaHaria de Resquiu<br />

não conseguio rompe~' o xercito argentino, e não houve Ulll só <strong>Paraguay</strong>o que chegasse<br />

a Itapirú.<br />

(2) E' outra falsi<strong>da</strong>de forja la provavelmente- por algum jornal eUl'op~o 'lddicto á<br />

causa ele Lopez.<br />

A batalha deu-se em Tuyuty, ao norte elo Estero Bellaco, e nenhum Ori ntal<br />

poderia ter dito o <strong>contra</strong>rio, porque nào o disseram os propríos Paragu'\yos.<br />

(3) Bem se vê que Q autor não pôde formar juizo sobre, esta memoravel batalha.<br />

Póde-se dizer, e esta é a ver<strong>da</strong>de, que os Allia<strong>do</strong>s não tiraram o parti<strong>do</strong> que poderiam<br />

tirar <strong>da</strong> victoria de 24 de Maio, mas não a conhece em suas particulari<strong>da</strong>des<br />

e resulta<strong>do</strong>s quem diz que eila não foi decisiva. Elia obrigou Lopez a aban<strong>do</strong>nar<br />

a offensiva, e assegurou-nos a posse <strong>do</strong> terreno que haviamos occnpa<strong>do</strong> deante de<br />

suas trincheiras: fOl o complemento <strong>da</strong> passagem <strong>do</strong> Paraná, e som duvi<strong>da</strong> batalha<br />

muito mais decisiva que a <strong>do</strong> AIUla, ganha pelo exercito allia<strong>do</strong> ao desembarcar na<br />

Criméa.<br />

E' certo que o feito d'armas de que nos occupamos não foi até h j) descripto<br />

pelos Allia<strong>do</strong>s .:om a neces-aria clareza e minuciosi<strong>da</strong>de. Para facilitar essa tarefa a<br />

quem quizer tomai-a a si, fornecemos n'estas notas e no Appendice os elementos<br />

indispensaveis.<br />

(4) Na tarde de 28 de Maio sahio de suas trincheiras uma força de infantaria paraguaya<br />

e sustentou durante al 17 um tempo um forte tiroteio com as avança<strong>da</strong>s <strong>do</strong><br />

centro e esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito aUia<strong>do</strong>. "Una compaiiia de caza<strong>do</strong>res brasile os sostuvo<br />

el fuego cou teson», diz Palleja, "solo para poder tener el frente limpio pal'll jugU'<br />

la artilleria; esta puso termino a este pJquei'io combate' que duró h'lsta despues de esourecer,<br />

con la espantosa griteria de costumbre.» - Vejo t'lmbem I EREIR.o\ D.~ GOSTA, <strong>II</strong>I, 63.<br />

Não encontrámos nos nossos <strong>do</strong>cumentos officiaes a menor referencia a este tir~teio.<br />

Antes de tc:mar o ~omman<strong>do</strong> .<strong>do</strong> _exercito o duque de Caxias, a repartição <strong>do</strong><br />

lI]u.<strong>da</strong>nte gene~'al nao recebIa commUDlCilçoes eX'lctas e regulares ácerca <strong>do</strong>s mortos e<br />

fen<strong>do</strong>s quo tmh'lmos nas escarllmuças de avançl<strong>da</strong>s. ~egun<strong>do</strong> a correspondenci s <strong>do</strong><br />

theatro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, porém, no dia 28 tiveram os Orientaes ;l feri<strong>do</strong>s, entre os quaes o<br />

major Yance, que f l11eceu dias depois (comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> eSfluaili'ão de artilharia onental),<br />

e os Brazileiros 2 officiaes e 10 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong> e 2 mortos. O coronel PaUeja diz<br />

que foi feri<strong>do</strong> o "commanclante <strong>do</strong> corpo de engenheiros brazileiro». 'Seria o tenentecoronel<br />

Carvalho, chefe <strong>da</strong> commissão de ellflenhoiros, ou o major Conra<strong>do</strong> Bittencou1't,<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> batalhão de engenheiros. E admiravel, entretanto, que estes e outros<br />

factos não constem <strong>da</strong>s ordens <strong>do</strong> dia <strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general.<br />

O exercito allia<strong>do</strong> achava=se litteralmente a pé e os generaes Mitre e Ozorio re.<br />

solveram (<strong>contra</strong> o voto de Flores, segun<strong>do</strong> Palleja) manter-se em Tuyuty sem na<strong>da</strong><br />

e!Dprehen.de~·elD <strong>contra</strong> o inimigo até a chega<strong>da</strong> de cavalha<strong>da</strong>s e <strong>do</strong> 20 corpo <strong>do</strong> exer­<br />

CItO brazI1elro, comman<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo general Porto Alegre.<br />

Oomeçou d·.",te mode a longa inacção <strong>do</strong>s A.llia<strong>do</strong>s no territorio inimigo inacção<br />

de que se aproveitou Lopez para reorganisar O seu exeroito e melhorar e áugmentar<br />

as suas obras de defeza.<br />

B6


42<br />

-'-<br />

desembarque de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s navaes (1), uma demonstração qualquer <strong>da</strong> esquadra,<br />

ao menos um ataque simula<strong>do</strong> <strong>contra</strong>. Curupaity teriam si<strong>do</strong> de<br />

muita vantagem (2). I ão terem os Allia<strong>do</strong>s aproveita<strong>do</strong> esta completa<br />

victoria e ° desanimo <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os para chegarem até ao 'canal <strong>do</strong><br />

Sauce (3), é facto que não podemos pezar sem conhecimento <strong>do</strong>s motivos,<br />

se é que por si mesmo não está julga<strong>do</strong>, pois uma longa inacção<br />

subsequente a ca<strong>da</strong> combate e a feição caractel'istica d'esta <strong>guerra</strong>.<br />

As idéas e theorias européas não offerecem explicação para isso.<br />

Não são tambem comprehensiveis os motivos que induziram os Aliia<strong>do</strong>s<br />

a guarnecer o flanco direito, não com cavaliaria regular, mas com<br />

esquadlões de gaúchos correntinos. Reconhecimentos feitos pelas patrulhas<br />

deviam ter mostra<strong>do</strong> que no flanco esquer<strong>do</strong>, nem na frente havia terreno<br />

proprio para a cavallaria, ao pas o que no flanco direito uma determina<strong>da</strong><br />

massa poderia ser perigosa, como de facto foi (4). O que deveriam<br />

fazer os comman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> tropas apoz um combate feliz, não fôra antes<br />

objecto de deliberação como se infere <strong>do</strong> facto de na<strong>da</strong> se ter empreheu"di<strong>do</strong><br />

(5). Em caso de revez, que teria si<strong>do</strong> desastroso, a retira<strong>da</strong> fôra<br />

(1) Estas reflexões <strong>do</strong> autor s6 p6dem ser explica<strong>da</strong>s pelo completo desconhecimento<br />

<strong>do</strong> terreno e <strong>da</strong>s posições occupa<strong>da</strong>s pelos exercitas belligerantes.<br />

A lagõa Piris, aliás muito extensa, mesmo no tempo <strong>da</strong>s cheias, não é navegave!.<br />

Por um ou outro canal estreito podiam nella entrar pequenissimos navios. Alguns dessa<br />

especie nene penetraram, sem outra vantagem mais que a de estabelecer communicações<br />

um pouco mais promptas entre a esquadra e o exercito. Os tiros que dispararam sobre<br />

os matos cerra<strong>do</strong>s occllpa<strong>do</strong>s pelos <strong>Paraguay</strong>os nem os alcançavam. Quereria o autor<br />

que os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s navaes fossem em botes ou callõas, que nem sempre achariam agoa<br />

suificiente, atacar essas matas, onde os <strong>Paraguay</strong>os estavam entrincheira<strong>do</strong>s?<br />

Essa lagoa era um obstaculo invencivel, que resguar<strong>da</strong>va um <strong>do</strong> outro os exercitas<br />

inimigos, e sempre a <strong>do</strong>minámos. Se na mais extrema secca ella fica com alguns pe<strong>da</strong>ços<br />

enxutos, nem por isso podiam os <strong>Paraguay</strong>os por eUa atacar ou ser ataca<strong>do</strong>s.<br />

(


43<br />

muito arrisca<strong>da</strong>. Devemos supp6r que para esta eventuali<strong>da</strong>de haviam si<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong><strong>da</strong>s amplas instrucções, que comtu<strong>do</strong> ficaram secretas.<br />

Quanto a L o pe z não ha duvi<strong>da</strong> que errou com este ataque prematuro.<br />

Desde o momento em que os Allia<strong>do</strong>s pisaram o solo <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>,<br />

achava-se elie na defensiva, pelo que devia aproveitar to<strong>da</strong>s as vantagens<br />

della, isto é, as fortificações. Nos banha<strong>do</strong>s, onde foi extermina<strong>do</strong><br />

pela metralha um de seus batalhões, podiam ter succumbi<strong>do</strong> de igual<br />

mo<strong>do</strong> as 'tropas alUa<strong>da</strong>s. Não utilisou-se <strong>da</strong> sua numerosa ar,tilharia atraz<br />

<strong>do</strong>s entrincheiramentos; pelo <strong>contra</strong>rio, na frente destes foram suas tropas<br />

lança4as à peleja sem que os canhões pudessem entrar em acção. Seu<br />

plano primitivo de deixar-se atacar e durante o ataque arremetter<br />

<strong>contra</strong> os Allia<strong>do</strong>s pelos <strong>do</strong>us flancos e cortar-lhes as communicações com<br />

Itapirú, era melhor em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s. Não terem os Allia<strong>do</strong>s aproveita<strong>do</strong><br />

a incontestavel victoria para avançarem, não podia elle prever<br />

e isto lhe devia certamente ter causa<strong>do</strong> assombro. Tal não poderia ser<br />

para Lopez a causa de seu plano ou antes de ua precipita<strong>da</strong> resolução<br />

em antecipar o ataque imminente e outra não podemos inferir <strong>da</strong>s circumstancias<br />

conheci<strong>da</strong>s.<br />

Os factos demonstram que de ambos os la<strong>do</strong>s se pelejou com deno<strong>do</strong>.<br />

O avulta<strong>do</strong> numero de <strong>Paraguay</strong>os mortos e o pequeno numero<br />

de prisioneiro confirmam a noticia de que nenhum <strong>Paraguay</strong>o em esta<strong>do</strong><br />

de combater pr.dia ou acceitava quartel. Combatiam por « el Supremo »<br />

e pela honra nacional com tal furia e despreso <strong>da</strong> morte, que despertaram<br />

a admiraçãO de seus inimigo, de mo<strong>do</strong> que só quem não comprehende<br />

o que é dedicação pôde propalar que L ope z embriagára seus<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Em vão SEI procuram na hi toria <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> os motivos desta<br />

leal<strong>da</strong>de, amor e abnegação por um soberano que o 'ubmettia á mais<br />

abjecta servidão; mas não pode:n ser nega<strong>do</strong>s e ses sentimentos pois<br />

existiam, e no decurso <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> merecel'am pleno reconhecimento e honra<br />

militar.<br />

Para sub tituir o general Ozo r i o, que fôra feL'Í<strong>do</strong> (1) e assim o requerêra<br />

a 16 de Maio ao mini~tro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> ,2), seguio para o <strong>Paraguay</strong><br />

como general em chefe <strong>da</strong> trolJas imperiaes o marechal de<br />

« Ce plan, au moins partiellement, est contesté par les écrivains anglais; iI l'est en<br />

entier par des narrateurs étrangers aux dellx n'ltions. Ceux-ci prétendent que c'est faíre<br />

aux deux généraux eu chef un honneur tout de suppositiou, que ele leur concéder le mérite<br />

de combinaisons stratégiques; et ils ajoutellt, il, l'appui, qu'iL n'ya I oi'nt de sérieuses com.<br />

binai~ons préelables ,qua~d on es~ d,ans l'enLiére ignorsnce dll PH)'S oú 1'on agit, quand<br />

on n a meme pas prJS som de su, pleer cette 19norance par des reconnaissauces ce qui était<br />

le cas des deux généroux eu ch ef des Alliés. , ,. » ,<br />

(I) O f:(eneral Ozorio fóra mui levemente contuso n s hablhas .1e ~ (' ~J de Muio e i·sso<br />

não influio de mo<strong>do</strong> algum ml su~ resolução de deixar o comUlan<strong>do</strong> <strong>do</strong> l0 corllo de e'xel'cito.<br />

, (:1) 9 general Ozol'i~ (fLgracia<strong>do</strong> com o titulo de barão <strong>do</strong> Hel'v I pela p3ssagem <strong>do</strong> Paraná<br />

e "Vlclona d!l 17 de Abnl) requereu: aI? <strong>governo</strong> er~ ':6 el~ Abril (e não 16 d~ r.


44<br />

campo Poly<strong>do</strong>ro Jordão. As tropas brazileiras tiveram o desgosto<br />

de ficar priva<strong>da</strong>s de um digno, resoluto e experimenta<strong>do</strong> chefe.<br />

Mais tarde o veremos reapparecer no theatro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> (3).<br />

(3) Fomm estas as perd


XI<br />

Yataity-Corá, Boqueron, e potrero-Sauce<br />

(Junho a Agosto de 1.866)<br />

SOMYARIO :- Inacção <strong>do</strong>s Aliia<strong>do</strong>s depois <strong>da</strong> baialha de 24 de Maio.- Enfermi<strong>da</strong>des no<br />

acampamento.- Fallecimento <strong>do</strong>s generaes Sampaio e Netto, aquelle em consequencia<br />

de ferimentos recebi<strong>do</strong>s no dia 24 de Maio. - Falta de cavalha<strong>da</strong>s. - Os Allia<strong>do</strong>s<br />

fortificam-se em Tuyuty; Lopez augmenta e melhora as suas obras de <strong>da</strong>feza, e<br />

remonta o seu exercito.-A escravidão existia no <strong>Paraguay</strong>: os escravos são chama<strong>do</strong>s ás<br />

armas.- Escaramuças nas avança<strong>da</strong>s a partir <strong>do</strong> mez de Junho.- Bombardeamentos continua<strong>do</strong>s,<br />

sen<strong>do</strong> o mais vigoroso no dh 14 de Junho.- Os mangrulhos.- Linhas tele·<br />

graphicas.- Comman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong>s divisões <strong>do</strong> exercito paraguayo.-Combate de Yataity­<br />

Corá (11 de Julho): os <strong>Paraguay</strong>os, diTigi<strong>do</strong>s pelo general Diaz, são repelli<strong>do</strong>s pelus<br />

Argentinos, comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelo coronel Rivas.-Inacção <strong>da</strong> esquadra: apenas faz alguns<br />

Teconbecimentos.- O almirante Taman<strong>da</strong>ré esperava a chega<strong>da</strong> d:) 2° corpo de exercito<br />

hrazileiro para emprehender o ataque de Curm.ú, CUTupaity e Humaità.- O t071le<strong>do</strong>s<br />

no rio <strong>Paraguay</strong>.- Começam a desembarcar no Passo <strong>da</strong> Patri~ as tropas <strong>do</strong> 2! corpo<br />

de exercito bmzileiro.-Lopez começa a coJn tnúr as trincheiras ue PllDta-Naró e<br />

C1rapá, no sitio denomina<strong>do</strong> Boqueron, enire as linhas <strong>do</strong> S1uce e a esquerla <strong>do</strong>s<br />

Allia<strong>do</strong>s.-Seu fim era <strong>do</strong>minar o acampamenio lle Tuyuty e tornar insustentavel aos<br />

AUia<strong>do</strong>s essa posição. - O general Poly<strong>do</strong>ro Jordão (vi,conde de Santa Thereza)<br />

recehe <strong>do</strong> gt:neral Ozorio (marquez <strong>do</strong> Eerval), o com man<strong>do</strong> <strong>do</strong> l° corpo de exercito<br />

braziJeiro [15 de Julhol.-Os generaes allia<strong>do</strong>s resolvem desalojar os paraguayos <strong>da</strong><br />

po ições que estavam fortifican<strong>do</strong>.- Toma<strong>da</strong> <strong>do</strong> lloqueron (lü d.: Julho) - A 4- divião<br />

bmzileira, <strong>do</strong> geneml Guilherme Xavier de Souza, penetra nas mattas <strong>do</strong> Poirero<br />

Piris e apodura·se d.ls trincheiras illimicras.- Esforços que empregam os <strong>Paraguay</strong>os<br />

para reconquistar a posição. - Vigorosa def"za <strong>do</strong>s Brazileü'os -O general Argollo<br />

(visconde de Itaparica), com a l- dhisão brazilr'ira, rende a 4' e sustenta o combate<br />

aié á noite, sen<strong>do</strong> então rendi<strong>do</strong> pela 6- divisão brazileü'a, ao· man<strong>do</strong> <strong>do</strong> genenl Vielorino<br />

Monteiro (barão de S. Borja), e por uma briga<strong>da</strong> argentilla.-Ataque <strong>do</strong> Swuce (18<br />

de Julho).-Na manhã de 18 recomeça o combat,J por um reconhecimento a que procedem<br />

sobre a linh'ls <strong>do</strong> Sauce o general brazileiro Victorino Monteiro e o coronol<br />

argentino Cesario Dominguez.-Os Allia<strong>do</strong>s apoderam-se <strong>da</strong> trin heira Carap:i e são<br />

reflelli<strong>do</strong>s no Sauce -Acodem os generaes Flores, Poly<strong>do</strong>ro JorJão, Guilllerme de<br />

Souza e J. L. Menna Barreto. - Chegam tambem reforços <strong>do</strong> exercito argentino.­<br />

Os Allia<strong>do</strong>s apoderam-se <strong>da</strong>s linhas <strong>do</strong> Sauce, m1S não podem sustentar-se n'elias.­<br />

Desistem <strong>do</strong> ataque ao ;:iauce.,-e fl'rtificam·se nlS posições conquista<strong>da</strong>. - Inncção : espera-se<br />

a cheg'l<strong>da</strong> de cavalha<strong>da</strong>s e <strong>do</strong> 20 c rpo <strong>do</strong> exercito brazileiro.- o me~ de<br />

Agos:.o acha-se esie reuni<strong>do</strong> em Itapiru - Conferencias entre os generaes Allia<strong>do</strong>s.­<br />

Resolve-se aiacar Curuzú e Curupaity sob a protecção <strong>da</strong> eS-Juadra.<br />

o ferimento <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito brazileiro (1); a<br />

nomeação de 'lllU uccessor, que devia ser feita no Rio de Janeiro; as<br />

remessas destina<strong>da</strong>s a preencher o claros que se haviam <strong>da</strong><strong>do</strong> na passa.gem<br />

<strong>do</strong> Parana, na 'orpreza <strong>do</strong> dia 2 e na batalha de 24 de Maio;<br />

os preparativos <strong>da</strong> esquadra; o avulta<strong>do</strong> numero ele feL'i<strong>do</strong> e <strong>do</strong>ente';<br />

a preoccupação <strong>do</strong>s Alliaclos em nfLO serem força<strong>do</strong>' a recuar; ne:lh 1m<br />

(1) J>i. tiiS~"1I10;; cm 110'.11 UlJ cà!,itulo alllerivr que o ferilllellio <strong>do</strong> general Ozorio<br />

não concorreu de mo<strong>do</strong> algum para a sua retir~<strong>da</strong> <strong>do</strong> theatl'o <strong>da</strong> gllerra, ne;n o privou<br />

por um ~ó momeuto Je desempenhar' as altas funcções de que estava encarregnJo.<br />

O general brazileiro recebeI! uma contusão no dia 2 e outr.l no dia 2l de Maio.


d'estes motivo, embora ponderosos, explica a inacção <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s depois<br />

<strong>da</strong> batalha deci iva de Tuyuty, quan<strong>do</strong> tinham meios de avançar<br />

e repellir os <strong>Paraguay</strong>os para dentro <strong>da</strong> fortaleza de Humaítá.<br />

Se os generaes não se julgavam ain<strong>da</strong> em condição de <strong>da</strong>r assalto<br />

aos entrincheiramentos que tinham iliante de si, pelo menos podiam<br />

fazer o que mais tarde fizeram, contornan<strong>do</strong> o EsteI'o Rojas, pelo flanco<br />

esquer<strong>do</strong> paraguayo, e obrigan<strong>do</strong> a gUarni~ão <strong>da</strong>s trincheiras· a recuar<br />

para Humaitá .<br />

Por onde passára no dia 24 a numerosa cavallaria paraguaya ás<br />

ordens de R esqui n, podia tambem passar a infantaria allia<strong>da</strong>, como<br />

aconteceu mais tarde na marcha de Tuyuty para Tuyu-Oué. Confessamos,<br />

pois, que de conhecemos completamente a causa porque não foram<br />

persegui<strong>da</strong>s e acossa<strong>da</strong>s as tropas paraguayas em deban<strong>da</strong><strong>da</strong>, sen<strong>do</strong><br />

então facil, de envolta coro os fugitivos, attingir o alvo de sua fuga.<br />

Ver<strong>da</strong>de é, que por este tempo se fanava <strong>do</strong> pessimo esta<strong>do</strong> sanitario<br />

<strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>; começan<strong>do</strong> então as per<strong>da</strong>s que depois tanto<br />

avultaram. To<strong>do</strong>s os recrutas recem-chega<strong>do</strong>s cahiam <strong>do</strong>entes, facto que<br />

veio provar quão judiciosamente tinham procedi<strong>do</strong> os generaes, dem0­<br />

ran<strong>do</strong> o exercito no acampamento <strong>da</strong> Concordia e acostuman<strong>do</strong>-o áVI<strong>da</strong><br />

de campanha. A apparente inactivi<strong>da</strong>de produzio então excel1entes CCllldições<br />

sanitarias na marcha até ao Parana e até meia<strong>do</strong>s de Maio<br />

de 1866. Com a chega<strong>da</strong> de recrutas, na maior parte de pouca i<strong>da</strong>de,<br />

e que se foram amontoan<strong>do</strong> nos depositas, principiou para o exercito<br />

em operações um perio<strong>do</strong> de terriveis provações. As tropas remetti<strong>da</strong>s<br />

passavam de bor<strong>do</strong> para o acampamento e el'am logo submetti<strong>da</strong>s a um<br />

serviço extenuante, a ponto de subirem as entra<strong>da</strong>s para os hospitaes,<br />

em principias de Maio, a pel'to de cem por dia. O phenomenos morbi<strong>do</strong>s<br />

eram além disso de natUl'eza tão gorave, que presagiavam uma<br />

irrupção <strong>do</strong> cholera, razão pela qual declararam os medicas, que se<br />

deviam tomar sérias precauções para que o exercito não perecesse to<strong>do</strong><br />

por enfermi<strong>da</strong>des. Fez-se o passiveI afim de atalhar o mal, mas a


47<br />

já QS Brazileiros perdi<strong>do</strong> um terço de suas tropas, pelo menos para o<br />

serviço militar, bem que <strong>da</strong>quelles 10,000 alguns se restabeleces em.<br />

D'entre os generaes faUeceram Sampaioe Tetto(l). ARJTIolestiasnão<br />

se limitaram aos homens; accOlumetteram bmbem os animaes, e o<br />

numero <strong>do</strong>s ca<strong>da</strong>veres subia tanto que já não eram <strong>da</strong><strong>do</strong>s á sepultura,<br />

mas queima<strong>do</strong>s. Mencionamos estes factos para explica!' até certo ponto<br />

a pausa que então principiou a <strong>da</strong>r-se nas operações.<br />

Depois <strong>do</strong> dia 24 abriram os Allia<strong>do</strong>s fóssos c levantaram ligeiras<br />

fortificações diante <strong>do</strong>s entrincheiramentos pal'aguaJ'os. A po.'ir;ão que<br />

eUes occupavam apoiava a esquer<strong>da</strong> na Lagoa Pil'is e n'um mato<br />

que orlava a margem pantanosa (2); pela direita estendia-se até<br />

os banha<strong>do</strong>s de' Neembucú, que principiavam ao sul e a le te <strong>do</strong><br />

Estero Rojas. Por sua parte trabalhava L op e z incessantemente em<br />

reforçar as obras de defeza e fazia erguer nos pontos extremos bateriàs<br />

para peças de grosso calibre, trazi<strong>da</strong>s de Humaitâ, na intenção de<br />

bombardear em principlOs de Junho o açampamento alHa<strong>do</strong>. Com isto<br />

pouco conseguio, destruin<strong>do</strong> apenas algumas barracas, que foram aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong>s<br />

e substitui<strong>da</strong>s por outras fóra <strong>do</strong> alcance <strong>da</strong>s balas. No fim<br />

de tres dias parou o bombardeamento, porque os ParaguaJ'o. reconheceram'<br />

sua inefficacia; mas em compensação organisou-se um seI viço<br />

activo de avança<strong>da</strong>s, que punha os Allia<strong>do</strong>s em constante alarma, pois<br />

esperavam um ataque geral, apenas surgia alguma patrulha maior.<br />

A' vista <strong>da</strong>s gravissimas per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s dias 2 e 24 de Maio teve<br />

L o p e z de envi<strong>da</strong>r extraordínarios esforços para recom pôr seu exercito,<br />

e o que elle conseguia realisar atê meiaàos de Jullio desperta<br />

nossa admiração. Ain<strong>da</strong> que não lhe fosse agrac1avel reduzir o numero<br />

de seus batalhões e regimentos, não duvi<strong>do</strong>u s?-crificar o éapricho de<br />

apparentar maior poder militar, e refundio muitos quadros que se<br />

achavam de<strong>da</strong>lca<strong>do</strong>s (3). A' Assumpçao man<strong>do</strong>u buscar reforços e sem<br />

demora chegaram 6,000 homens (4). T ho m p so n chama a estes recrutas<br />

de «escravos», e affirma que a escravidão ain<strong>da</strong> existia no <strong>Paraguay</strong>,<br />

bem que os escriptores europeus ganhos á causa <strong>do</strong> dicta<strong>do</strong>r não cessassem<br />

de apregoar a emancipação <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, declaman<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s<br />

-(I). Até Jul~


os ton <strong>contra</strong> l' E'lI1pi?'(! ('s<strong>da</strong>vagiste du R1'ésil (1). Além desse 6,0 O<br />

homen vieram tambem meninos e velho, incapazes <strong>do</strong> serviço de<br />

campanha, e algumas cente:las de indios <strong>da</strong> tribu Pa,yaguà (2), que<br />

voluntariamente se apresentaram, e, por serem mui robustos, foram<br />

destina<strong>do</strong> à artilharia pesa<strong>da</strong> (3). Em identicas condiçoes climatericas<br />

e locaes era o esta<strong>do</strong> sanitario <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os melhor que o <strong>do</strong>s<br />

Allia<strong>do</strong>s.<br />

Pelo tempo <strong>da</strong> promoção a generaes <strong>do</strong>s coroneis Di a z e B r u g u e z<br />

(1) A escravidão existia no <strong>Paraguay</strong> (Vej. no I' vol. nola á pago 81), o decreto<br />

de 24 de Novembro de 1842 consagran<strong>do</strong> o pl'inc:pio <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s nascituros, com<br />

a clausula de servirem os libertos nos senhores de suas mães até á i<strong>da</strong>de de 25<br />

armos.<br />

A escravidão só foi eXlincta no <strong>Paraguay</strong> por decreto <strong>do</strong> <strong>governo</strong> provisorlo de<br />

Assumpçãc, promulga<strong>do</strong> em 2 de OUlubro de 18flO a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> general em chefe <strong>do</strong><br />

exercito brazileiro, S. A. R. o pl'Íncipe Gaston d'Orléans, conde d'Eu (carta de S. A. R.<br />

tScripta eru 12 de Setembro de 1869 ao <strong>governo</strong> pl'ovisorio )<br />

O conselbeil'o Homem de Mello em sua Viagem ao <strong>Paraguay</strong> (Rev. <strong>do</strong> Inst., XXXVI,<br />

parle 2&, pago 52) diz o seguinte :<br />

« .•.. Um <strong>do</strong>s officiaes paraguayos, prisioneiros em Angostura, disse-me que perdeu<br />

n'esla <strong>guerra</strong> tres escravos em combale. Lopez os alistou a to<strong>do</strong>s no serviço <strong>da</strong>s<br />

armas, não fazen<strong>do</strong> altElração em sua condição servil. Se morrem, perde o senhor respectivo.<br />

( Nã') ha severi<strong>da</strong>de bastante com qne se estigmatise o proceder de tantos escriptores<br />

na Europa, que ousam oppór-nos o PIll'aguay como um <strong>contra</strong>ste em materla de<br />

escravidiio.<br />

« Mesmo no livro de Du Gl'aty sobre essa republica, obra de caracter official, vem<br />

reproduzi<strong>da</strong> integralmente a lei que authenlica a existencia de escravos no <strong>Paraguay</strong>,<br />

estlltuin<strong>do</strong> sobre a ven<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mesmos, - edição de Bruxellas, 1865, pago 195 a 197. <strong>do</strong><br />

Appendice. <strong>II</strong><br />

(2) 200 Payaguás, diz Thompson.<br />

(3) A respeito <strong>do</strong>s Payaguàs observa Thompson:'<br />

« Os indios Payaguãs formavam uma pequena tribu que VIVIa nos<br />

pontos mais cultiva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> J'araguay, e alguns habitavam tol<strong>do</strong>s nas<br />

praias <strong>da</strong> Assumpçi1O, mas conservavam-se affasta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> populaçãO<br />

paraguaya Fallavam uma língua muito differente, composta quasi inteiramente<br />

de sons gutturaes. Sua alimentação consisti'l principalmente<br />

em peixe, crocodilos, etc., que apanhavam no porto <strong>da</strong> Assumpção.<br />

Eram muito <strong>da</strong><strong>do</strong>s ã embriaguez e em nenhuma de suas famílias toleravam<br />

mai de <strong>do</strong>us filhos; matavam o~ outros antes de nascerem.<br />

Nunca se lhes divi$ava no semblante um sorri· o, nem signal que pudesse<br />

indicar a mais passageira alegria; a expressão <strong>do</strong> rosto era<br />

n'elles sempre severa e solemne. Haviam constitui<strong>do</strong> antes uma tribu<br />

podera a, porém, hoje estão quasi extinctos e em breve de to<strong>do</strong> desapparecerà<br />

wa língua. No exercito eram notaveis pela sua homadez<br />

e fideli<strong>da</strong>de. »<br />

Como veremos ao tratarmos <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> em i\:I atto-Grosso, tambem<br />

serviam entre os Brazileiros algum·,s tribus de indios, como as <strong>do</strong>s<br />

Guaycurús e <strong>do</strong>s Terenas, na expedição <strong>do</strong> rio Apa.<br />

Os Payaguàs, viven<strong>do</strong> em contacto com os <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>res <strong>do</strong> paiz,<br />

faziam ou deviam fazer excepção á regra geral, pois to<strong>da</strong>s as tribus<br />

indias que Cjrcavam O <strong>Paraguay</strong> eram inimigas figa<strong>da</strong>es <strong>do</strong>s Paragua'yos<br />

e de «el Supremo».<br />

Na obra de Du Gra t y sobre o <strong>Paraguay</strong> ha o retrato de um<br />

cacique <strong>do</strong>s Payaguás.<br />

(NOTA DO AUTO'1,).


49<br />

no mez de Junho, (1) iniciou-se uma serie de tiroteios e alarmas, que<br />

serviram sÓ para excitar a vigilancia <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s (2). De dia para rlia<br />

er'a o exercito paraguayo reforça<strong>do</strong>, contan<strong>do</strong> já 11') mez de Julho 21).00<br />

homens, Queren<strong>do</strong> assim mesmo disfarçar sua fraqueza, estabeleceu L o p ez<br />

~umerosas e fortes avança<strong>da</strong>s na maior proxi mi<strong>da</strong>de elos postos mais adianta<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>s AlHa<strong>do</strong>, apresentan<strong>do</strong> sempre d'e farte força numerosa para<br />

rechaçar piquetes de exploração, agarrar sentinellm; e correios e incommo<strong>da</strong>l'<br />

os inimigos. Esses tiroteios eram tão seguiclos que durante a noite<br />

inteira ouvia-se fuzilaria nas avança<strong>da</strong>s (3). Ao passo que assim fazia<br />

em to<strong>da</strong> a frente, man<strong>da</strong>va L o p e z grandes partiJas de cavallal'la contornar<br />

o Estero Ro.;as, e ir aggredir o flanco direito <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s. Insinuan<strong>do</strong>-se<br />

pelos palmare~, fozian os Paragua,ros prisioneiros, roubavam<br />

cavallos e rezes, e perturbavam as CDJl1municações com ltapirú (4). Talvez<br />

para inspirar maior confiança à sua numerosa troj a bisonha, foram por<br />

ordem de L o p e z guarneci<strong>da</strong>s com grandes iorças os entrincheiramentoJS.<br />

_-as baterias de Sauce, ao pé <strong>da</strong> lagoa Piri , e tavam 3 peças de 8 pollega<strong>da</strong>s<br />

(5); nas b::1.terias principaes los lugares designa<strong>do</strong>s no lflappa<br />

pelo nome de « trincheiras de atira<strong>do</strong>res » existiam 37 boca de fogo de<br />

calibre 18, 24, etc., de to<strong>do</strong>s os padrões, até velhas peças escaravalha<strong>da</strong>s,<br />

No bombardeamento <strong>do</strong> campo allia<strong>do</strong> distinguiram-se soure to<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>us officiaes de marinha, F a r i fi a e Ma z Ó, os quaes, depois de desarma<strong>do</strong>s<br />

seus navios, passaram para a artilharia de terra, e punham as suas<br />

bombas de 8 pollega<strong>da</strong>s no ponto que queriam (6).<br />

(1) Foram promovi<strong>do</strong>s a generaes em fins de Maio, depois <strong>da</strong> batalh'i <strong>do</strong> dia 24.<br />

(2) Depois <strong>do</strong> tiroteio de 28 de Maio o inimigo conserVOll-se silencioso, e só no dia 7 de<br />

Junho deu começo ás escaramuças de avança<strong>da</strong>s. No dia 14 de Junho bombardearam os<br />

<strong>Paraguay</strong>os o acampamento alHa<strong>do</strong>, e d'alli e:n diante quasi tod'JS os dias era reciproco o<br />

bombardeamento.<br />

Veja-se uo Appendice n. 29 a noticia que <strong>da</strong>m!ls sobre essas ocenrrencias.<br />

Durante o mez de Junho de 1 66 o exercito brazileiro teve I oflicial e 15 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos,<br />

18 offieiaes e 10í sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> extravia<strong>do</strong>, oU I', officiaes e l~l sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

fóra de combate; o oriental 4 oflicines e 41 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fóra de combate, e o argentino 1 omeial<br />

e 4 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Ao to<strong>do</strong> lCO homens fóra de combate.<br />

(3) São exagerações de Thompson. Os <strong>Paraguay</strong>os fizeram; é certo, grande consumo de<br />

polvora e balas, porém pouco prejuizo occnsionaram aos Allia<strong>do</strong>;:, que muiLas vezes nem<br />

siquer respondiam ao seu fogo.<br />

(I) Tu<strong>do</strong> isto é inexncto. Nunca puderam os Paragnayos perturbar as communicações entre<br />

Tuyutye Itapirú. Uo exercito brazileiro só aprisionaram em Junho 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> que por imprudencia<br />

se adianton demais. Não no~ consta que fosse aprisiona<strong>do</strong> oriental al"um, pelo<br />

menos o lJia)'io de Palleja não faz menção disso.<br />

o<br />

Tambem não é certo que o inimi~o nos livesse tomaà.,) gaJo. Os Allia<strong>do</strong>s sim apoderaram-se<br />

uma vez de algumas parelllas <strong>da</strong> artilharia parnguaya, que vieram ter até perto<br />

<strong>do</strong> nOlso acampamento.<br />

(5) Estas 3 ppças de 8 polle~a<strong>da</strong>s foram colloea<strong>da</strong>s no centro <strong>do</strong>s entrincheiramentos<br />

paraguayos, entre Paso Gomez e Paso Fernandez, e não no Sauce (direiLa parilguaya). Além<br />

dessas 3 bocas de folgO foram monta<strong>da</strong>s aui, segun<strong>do</strong> Thompson, 37 peças de 113 a 21, e entre<br />

ellal muitol canhões velhos. A trincheira <strong>do</strong> Potrera Sauce foi tambem ar.ilha la, mas<br />

TllOrnpson não declara o numero de seus canllões,<br />

(Gl Informllçlo di TilOmpion.<br />

a: 7


50<br />

Parece ter si<strong>do</strong> este perioelo para L o p e z de excepcional activi<strong>da</strong>de. Sem<br />

p6rcorrer os entrincheiramentos, sem chegar a alcance <strong>da</strong>s balas, era<br />

informa<strong>do</strong> d0s menores successos e <strong>da</strong>s mais insignificantes occuuencias<br />

nos postos avança<strong>do</strong>s; assistia aos exercicios <strong>da</strong>s tropas recem-forma<strong>da</strong>s,<br />

e de uma eminencia <strong>do</strong> Paso Pucú acompanhava o bombardeio. To<strong>do</strong>s<br />

os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s tinham ordem expres a de se COll'3ervarem cobertos pelos par.'lpeitos<br />

quan<strong>do</strong> os Allia<strong>do</strong>s bombardeavam os entrincheiramentos com suas<br />

peças Lahitte de calibre 24, 12, 9, to<strong>da</strong>s raia<strong>da</strong>s; pelo que, pouco <strong>da</strong>mno<br />

causava o fogo elos atacantes, o que se attribuio tambem aos pavios defeituosos<br />

elas grana<strong>da</strong>s. Não foram raros os casos em que arrebentaram<br />

no cano grana<strong>da</strong>s mal fundi<strong>da</strong>s (1).<br />

De ambos os la<strong>do</strong>s levantaram-se altos mira<strong>do</strong>uros (mang~'ulhos), como<br />

usa o exercito russo no Caucaso. Consistiam em quatro cumpri<strong>do</strong>s troncos<br />

de arvore, finca<strong>do</strong>s no chão em quadro, e uma platafórma pre a no alto<br />

<strong>do</strong>s 4 llostes por meio de correIas, na qual ficava o observa<strong>do</strong>r ~omo<br />

n'um cesto de gavea. A unica differença na construcção d'estes mira<strong>do</strong>uros<br />

era que os Allia<strong>do</strong>s serviam-se de paos falqueja<strong>do</strong>s e os <strong>Paraguay</strong>o's<br />

de troncos de arvores com a propria casca.<br />

Especial cui<strong>da</strong><strong>do</strong> consagrou L o p e z ás communicaçães telegraphicas<br />

<strong>do</strong> quartel-general com os differentes pontos de sua posição. Um engenheiro<br />

allemão, de nome T r e u e n feld t, foi d'isto incumbi<strong>do</strong> e applicou o systema<br />

Morse. A linha principal ia de Paso Pucú para Curllpaity, Humaitá,<br />

Estero Rojas e para o centro pelo Pa o Gomez até ao Potréro-Sance.<br />

Mais tarde foram os fios prolonga<strong>do</strong>s até os angulos salientes de Chichi,<br />

E pinillo, Yasy e Benitez (2). O serviço telegraphico era perfeitamente feito<br />

pelos <strong>Paraguay</strong>os, e de dia e de noite trabalhavam os fios incessantemente.<br />

Um oflicial era encarrega<strong>do</strong> no quartel-general de reunir to<strong>da</strong>s as noticias,<br />

communican<strong>do</strong> sem demora as mais importantes e resumin<strong>do</strong> as de<br />

somenos valor.<br />

No centro, junto a Paso Gomez, comman<strong>da</strong>va o general Bruguez,<br />

o qual tinha tambem debaixo de suas ordens o flanco direito, no Potrero<br />

Sauce, posto que ahi elE:vesse comman<strong>da</strong>r o general Di a z (3). Este<br />

(1) Vejo o oflicio de 9 de Outubro de 1866, <strong>do</strong> general Poly<strong>do</strong>ro ao ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>,<br />

acompanhan<strong>do</strong> a informação <strong>do</strong> general Andréa, coronel Gurjão, major Severiano <strong>da</strong> Fonseca<br />

e capitão Moura. Veja-se tambem a informação de 5 de Dezembro de 1866 <strong>do</strong> marecbal de<br />

exercito Conde d'Eu, commandllnte geral <strong>da</strong> artilharia. To<strong>do</strong>s esles <strong>do</strong>cumentos acham-se<br />

no arcbivo <strong>da</strong> secretaria <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

12) « O telegrapllo, » diz Thompson, « ligava o lJ,uartel-gen~ral (Passo Pucú) com to<strong>da</strong>s<br />

as divisões <strong>do</strong> exercito, nomea<strong>da</strong>mente com Curupalty, HumaHá, a e_qller<strong>da</strong>, o centro e<br />

Sauce. Foi depois leva<strong>do</strong> a Chichi, ao Angulo, a Espinillo, a Yasy e a Eenitez, quan<strong>do</strong> estes<br />

pontos foram occnpa<strong>do</strong>s por diviliões <strong>do</strong> exercito. "<br />

(.~) Thompson, que o autor segue aqui, diz que o general Bruguez comman<strong>da</strong>va a direita<br />

e o centro. desde Potrero Sauce até Paso Feruandez (Paso Gomez ficava .entre os <strong>do</strong>is<br />

pontos) e o general Barrios a esquer<strong>da</strong>. desde Paso Fernandez até Paso VaI. « O general<br />

Diaz não tinha commall<strong>do</strong> fixo: era encarrega<strong>do</strong> por Lopt:z quaai diar!amente de percorrer<br />

tod0 o exercito para Eaber se faltava alRuma cousa. Era o grande favonto de Lopez, que lhe<br />

reservava o comman<strong>do</strong> nas occasiões difficeis. »


~l<br />

estava autorisa<strong>do</strong> para exercer uma especie de superintendencia, sen<strong>do</strong><br />

diariamente man<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> Paso Pucú para algum ponto <strong>da</strong> posição com<br />

o fim de verificar o esta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s cousas e prestar informações.<br />

O flanco esquer<strong>do</strong> desde o Paso Gomez até ao Paso Canoa era comman<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

pelo general B a r r i os; o general Re s quin, que anteriormente<br />

commandára em chefe o exercito <strong>do</strong> sul, ficava sempre no quartel-general e<br />

exercia junto ao marechal-presidente as funcções de chefe <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>maior.<br />

Mltnifestou-se em ambos os exercitos desde o dia 24 grande falta<br />

de cavallos. Ambos tinham numerosas cavalha<strong>da</strong>, mas nno dispunham<br />

de sufficiente forragem. Os Allia<strong>do</strong>s eram obriga<strong>do</strong>s a transportar de<br />

longe, em seus navios e em carreta, os far<strong>do</strong>s de alfalfa (1). Lutavam<br />

os <strong>Paraguay</strong>os iambem com as mesmas difficul<strong>da</strong>des, pois o capim <strong>da</strong>s<br />

lag'oas, banha<strong>do</strong>s e potreiros era muito aspero e acre, e produzia graves<br />

molestias. Os proprios ca.vallos <strong>do</strong>s officiaes <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior e <strong>do</strong>s aju­<br />

.<strong>da</strong>nte foram afrouxan<strong>do</strong>, e o serviço re entio-se <strong>da</strong> lentidão <strong>do</strong> animaes.<br />

O transporte <strong>da</strong>s forragens foi durante to<strong>da</strong> a <strong>guerra</strong> um <strong>do</strong>s. maiores<br />

embaraços para os Allia<strong>do</strong>s, e nunca satisfactoriamente regularisa<strong>do</strong>. Só<br />

depois <strong>do</strong> combates decisivos perto de Assumpçao, e· quan<strong>do</strong> os <strong>Paraguay</strong>os<br />

foram repelli<strong>do</strong>s até á Cordilheira, é que com as boa pastarias<br />

e te esta<strong>do</strong> de cousas melhorou. Houve por isto necessi<strong>da</strong>de de providencias<br />

especiaes para remediar o mal, e os generaes trataram constantemente<br />

de remontar a cavallaria. O <strong>governo</strong> de Buenos-Aires desenvolveu<br />

grande activi<strong>da</strong>de no fornecimento de cavallos (2): a principio foram<br />

uflicíentes as compras feitas em Entre Rios, provincia de criação, mas<br />

posteriormente foram os cavallos declara<strong>do</strong>. artigo de <strong>guerra</strong>, e sua<br />

compra e ven<strong>da</strong> sujeita á in pecção <strong>do</strong> <strong>governo</strong>. Mediante llma indemnisação<br />

foram desapropria<strong>do</strong>s o ravallos de montaria e carro, susceptiveis<br />

de ser aproveita<strong>do</strong>s para o serviç'o de campanha. No mez de Julho<br />

levou o barão de Porto- legre uma excellente cavalha<strong>da</strong> rio-grandense<br />

(3) j e o proprio general UI' q u.,i z a, parecen<strong>do</strong>-lhe proxima a victoria<br />

definitiva <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, fez presente de alguns milhares de cavallos, gene-<br />

.(lJ A~ c.avalha<strong>da</strong>s_<strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong> pereceram inteil'amente nos primeiros dias<br />

<strong>da</strong> lOvasao, porque nao se contava com S1 falta de pastos. Só depois 8e reparou e sa<br />

falta <strong>contra</strong>tan<strong>do</strong>-se o fornecimento de luzerna (em hespanhol alfalfa) e milho.<br />

(2) O <strong>governo</strong> brazileiro f F. Octaviano, o ministro <strong>da</strong> justiça <strong>da</strong> Republica Argentina, Dr. Eduar<strong>do</strong> Costa,<br />

os generaes Flores. Ozorio e Poly<strong>do</strong>ro Jordão e o almirante Taman<strong>da</strong>ré, na qual se lomaram<br />

providencias para que de BueAos-Aires fossem remetU<strong>do</strong>s cavaUos e mulas para<br />

a cavaU.aria e artilhoTia. e a~ necessarias provisões de milho, feno e alfalfa (Vej. RelaforflJ<br />

<strong>do</strong> m1ntstro <strong>da</strong> guen'a, de 18u7, pago 15.)<br />

. O goveruo brazileiro foroel:eu os transportes, sen<strong>do</strong> as despezas ratea<strong>da</strong>s pelos<br />

alha<strong>do</strong>s na proporção <strong>do</strong>s cavaUos que receberam. Veja-se no Appendice o n. 28.<br />

(3) Levou mui poucos cavallos.


52<br />

rosi<strong>da</strong>de amplissimamente compensa<strong>da</strong> pelos avulta<strong>do</strong>s lucros auferi<strong>do</strong>s<br />

em seus fornecimentos de gadp.<br />

Assim se escoou o mez de Junho no meio de reciproca observação,<br />

e <strong>do</strong>s maiores esforços para <strong>da</strong>r desenvolvimento aos recursos militares<br />

Ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>u; conten<strong>do</strong>res media e avaliava as forças <strong>do</strong> outro,<br />

mas sempre exagera<strong>da</strong>mente. Os Alliarlos viram com espanto que depois<br />

<strong>da</strong>s gravissimas per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os nos dias '2 e 24 de Maio, estavam<br />

os postos avança<strong>do</strong>s ain<strong>da</strong> mais fortemente guarne~i<strong>do</strong>s e em grande<br />

activi<strong>da</strong>de, e souberam que constantemente chegavam reforços a Paso<br />

Pucú, julgan<strong>do</strong>, à "Vista <strong>da</strong>s ma'3sas de tropas nos entrincheiramentos,<br />

existir exel'cito mais numeroso e apoia<strong>do</strong> em reservas. Por seu la<strong>do</strong>,<br />

notan<strong>do</strong> os <strong>Paraguay</strong>os, que os inimigos se fi rmavam em suas posições<br />

e recebiam reforços, possuiram-se <strong>do</strong> receio de serem contorna<strong>do</strong>s e de<br />

qualquer mo<strong>do</strong> flanquea<strong>do</strong>s pelo barão de Porto-Alegre, que vinha<br />

<strong>da</strong> Candelaria. Alem disto to<strong>do</strong>s os dias havia conferencias com o comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> esquadl'a, o que fazia temer alg'uma operação <strong>contra</strong><br />

Curupaity e Humaitâ.<br />

Em resumo, além elo inefficaz bombardeamento <strong>do</strong> campo aDiaelo<br />

e de recontrOl:i de patrulhas, que se transformavam em tiroteios, na<strong>da</strong><br />

de memoravel aconteceu ate ao dia 10 de Julho (I) em que o marechalpresidente<br />

man<strong>do</strong>u pelo la<strong>do</strong> septentrional <strong>do</strong> Estere Rojas <strong>do</strong>us batalhões<br />

de infantaria para Yataity-Oora, onde um regimento argentino cobria<br />

o flanco direito ela posição <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s. (2) A pequena lagoa indica<strong>da</strong><br />

no mappa entre palmal'e e chama<strong>da</strong> Leguizamon (3) pelos Paragllayos.<br />

E tes atacaram pelo norte, ma sem resulta<strong>do</strong>, porque elo acampamento<br />

man<strong>da</strong>ram logo os Argentino: reforços. Ten<strong>do</strong> nos movi 11entos<br />

<strong>do</strong>s Par:1guayos julga<strong>do</strong> o general Pau n e r o perceber a intenção de<br />

pro,ocar uma perseguição e de attrahir sua g~nt.e a alguma cila<strong>da</strong>,<br />

prohibiu que fossem persegui<strong>do</strong>s alem <strong>do</strong> Leguizamon, reduzin<strong>do</strong>-se tu<strong>do</strong><br />

de ambos os la<strong>do</strong>s a uma fuzilaria sem effeito. Parece que L o p 87. ficou<br />

descontente com o nenhum proveito desta tentativa, porque a repetia<br />

no dia seguinte em maiores proporções, apparecen<strong>do</strong> na tarde <strong>do</strong> dia 11<br />

no me mo lugar 5 batalhões de infantaria, 2 regimentos de cavallaria<br />

e alguma estativas de foguetes.<br />

(1) Vejo no A1Jpenàice n. 2t1 llma lilteirR noticia sobre as principaes occurrencin!l que<br />

~e deram cm Tuyuty des<strong>do</strong> o I. até 10 de Julho. Durante IlEses dias os Brozileiros<br />

ti,-eram ·1 omcines e 46 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fóra de combate; os Af!~onlinos 15 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e os orienta:;5 .t,<br />

(2) Os Paraltuayos avançaram, por Yataity-Gorá, com 2 batalhões <strong>contra</strong>. 2 companbias<br />

<strong>do</strong> batalhão CalRlJlarquenbo (argentino), posta<strong>da</strong>s ao Rorta <strong>do</strong> Paso Leguizamon. A~udio<br />

logo o coronel ;RivRS com o batalhão Correntinn, e os <strong>Paraguay</strong>C's retiraram-se. deixan<strong>do</strong><br />

6 mflltos e 3 ftlri<strong>do</strong>s.<br />

Os Argentinos apenae tiveram 10 feri<strong>do</strong>s levemente.<br />

(3) Essa denominação não pertence a uma lagoo, mas a um passo <strong>do</strong> llS!eI"O Rojas.


53<br />

Os Argentinos, que haviam toma<strong>do</strong> o ataque <strong>da</strong> vespel'a como um<br />

ensaio, e previsto esta segun<strong>da</strong> investi<strong>da</strong>, tinham leva<strong>do</strong> artilharia para.<br />

Ylltaity-Corá, e assim, mal assomaram os <strong>Paraguay</strong>os, romperam as descargas,<br />

e incontinente voaram as reservas já promp~as <strong>do</strong> acampamento<br />

pilra o lugar <strong>da</strong> peleja. Os 5 batalhões paraguayos, comman<strong>da</strong>dus pelo<br />

coronel R i v a s (1), avançaram deno<strong>da</strong><strong>da</strong>mente <strong>contra</strong> a bateria, (2) mas<br />

esbarran<strong>do</strong>-se com as reservas argentinas, depois de ligeira refrega, retiraram-se<br />

sem resulta<strong>do</strong> de vulto. Como o general Mi t r e prohibio travar<br />

luta séria, pois de na<strong>da</strong> aproveitavam esses tiroteios isola<strong>do</strong>s, limitou-se<br />

a jorna<strong>da</strong> a um combate de atira<strong>do</strong>res, que entretanto por mais de uma<br />

vez pareceu querer tomar caracter grave. A principio um foguete<br />

paraguayo incendinu o capim secco <strong>da</strong> extensa plaillcie e, emquanto a<br />

chammas lavravam, conservaram-se os Argentinos tranquillos. Quan<strong>do</strong><br />

só restavam as cinzas, o general Pau n e r o deu signal de avançar,<br />

(1) Ha nisto engano. O coronel Rivas (depois general) não comman<strong>da</strong>va os Pllrnguayos.<br />

Este dislincto chef~ é oriental de nascimento, e estava então, como hoje, ao se. viço<br />

<strong>da</strong> Republica Ar~entina.<br />

O general' Dlaz foi quem dirigio a acçiio por parte <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os. O batalhão<br />

OorrentJl1o (teneute coronel SOla) e 1 piquete de cavallaria. tambem ccrrenlino, estavam<br />

de serviço no :rasso Leguizamon. O general Diaz ordenou que os batalhões<br />

130 e 20° de infantaria, ás ordens <strong>do</strong> corouei Eliz~r<strong>do</strong> Aquino, com 2 estativos d'l togu~tes<br />

atacassem os Argentinos, fican<strong>do</strong> de res"rva os batalhões 80 e 30° (3 horas <strong>da</strong><br />

tarde.) O batalhão Correntino retirou em ordem até reunir-se ao ]0 de linha e ao<br />

batalhão S. Nicolau. O coronel Rivos dirigio então o fogo, e. acudin<strong>do</strong> to<strong>da</strong> a divisão<br />

<strong>do</strong> coronel ArreJon<strong>do</strong>, foram os <strong>Paraguay</strong>os repelli<strong>do</strong>s, fugindfl em desordem Consegui<strong>do</strong><br />

este resulta<strong>do</strong>, volt.ou Rivos, por ordem <strong>do</strong> general Paunero (4 1/2 <strong>da</strong> tnrde), mas o<br />

presidente Mitre det~rminou que elle avançasse de novo para occupar Yataity·Corá com<br />

o 30 batalhão de linha e a Le~ião Militar.<br />

Os foguetes paroguayos tinham incendia<strong>do</strong> o campo em muitos pontos, e tanto o<br />

fumo como as arvores não deixavam ver as rf>serVas paraguayos. Ao escurecer o general<br />

Diaz e o coronel Aquino atacaram essa força com os batalhões 8°, 13°. 200 e 30. e<br />

alguma caval1ariRo Rivas sustentou a posi\ão que occupava, c ao cabo de dez minutos foi<br />

reforça<strong>do</strong> pelos batalhões 10. 40 e 60 dll linha, la Legião de V..lunlarios, fican<strong>do</strong> de l'pserva<br />

os batalhões S. Nicolau. Correnlino, Riojano, Santafesino, 5° de linha e 2° Legião de<br />

Voluntarioso<br />

A's 7 <strong>da</strong> noite estava termina<strong>do</strong> o combate, sen<strong>do</strong> postos em fuga os <strong>Paraguay</strong>oso<br />

Os Argentiuoll<br />

tiveram a seguinte per<strong>da</strong>:<br />

Mortos o.... 4 ofllciaes e 26 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

Feri<strong>do</strong>s oo o 12 )l 155)l<br />

Oontusos o.. 8 l) 43»<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os, segun<strong>do</strong> o genpral Paunero (argentino) perderam 200 mortos e 4flU<br />

feri<strong>do</strong>s. e, segun<strong>do</strong> Thompson, tiveram 400 homens fóra de' combate. O comman<strong>da</strong>nte<br />

Baez, <strong>do</strong> 8° batalhão parRguayo. foi morto. Em poder <strong>do</strong>s Argentinos ficaram 175 espingar<strong>da</strong>s,<br />

2 caixas de <strong>guerra</strong> e iJO prisioneiros.<br />

O primeiro combate travou-se junto ao Passo Leguizamon, e o segun<strong>do</strong> em Yalaíly­<br />

Corá, que o Semanario descreve assim :<br />

«••••El comhate tuvo lugar en Yataity-Corá, altura pobla<strong>da</strong> de yatays y cRsi circular<br />

de <strong>do</strong>nde con propie<strong>da</strong>d tira el nombre. De alli se baja ai ultimo esteró que sirve de<br />

segun<strong>da</strong> mur~Ila ai enemigo y el PIlSO de Leguizamon, por <strong>do</strong>nde una parte de nue. tra<br />

cabal1eria avanz6 el dia 24: es el paso indispensable ai que quiera Ilegal' por esa parte<br />

a la trinchera y fosos deI enemigo. »<br />

. Como de costume, o boletim paraguayo declarou que os Argentinos solfreram nesse<br />

dIa duas derrotas, que 2 batalhões paraguayos puzeram em fuga 10 balalhões argentinos,<br />

e que os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s destes eram leva<strong>do</strong>s au combate a' chicote e a prancha<strong>da</strong>s, tal era<br />

o terror de que estavam possui<strong>do</strong>s.<br />

Vejo no ÂPPSIHUC6 o n. 31. _<br />

(2) Não havia bateria aliUma nesse lugar,


54<br />

mas o coronel R i v as (1) oppoz-lhe o reforço - de mu itos batalhões.<br />

Este ultimo encontro efi'ectuou-se já à noitinha, mas assim mesmo não<br />

deixou de ser importante pelo efi'eito <strong>do</strong>s foguetes, ten<strong>do</strong> os <strong>Paraguay</strong>os<br />

fóra de combate 400 mortos e feri<strong>do</strong>s, e não sen<strong>do</strong> menores as baixas<br />

<strong>do</strong>s Argentinos, que além disso perderam 3 officiaes superiores (2).<br />

Muita importancia ligava o marechal-presidente a este combate,<br />

como provou pelo forte canhoneio, que de seus entrincheiramentos sustentou<br />

<strong>contra</strong> to<strong>da</strong> a linha <strong>do</strong> acampamento até voltarem as tropas pelas<br />

9 horas <strong>da</strong> noite. E' (lifficil de explicar o que tinha em vista alcançal'<br />

no caso mesmo em que o exito fosse favoravel. a vespera en<strong>contra</strong>ra<br />

já os Argentinos preveni<strong>do</strong> e devia saber que elies facilmente chamariam<br />

as reservas. Se conseguissA rechaçaI-os para o acampamento, lã.<br />

en<strong>contra</strong>ria o centro <strong>do</strong> exercito e na<strong>da</strong> aÇliantava. Não dispunha de<br />

tanta gente, para poder inutilmente sacrifical-a aos centos, e a per<strong>da</strong><br />

equivalente <strong>do</strong>s Aliia<strong>do</strong>s nüo era uma compensação. Em to<strong>da</strong> a linha<br />

de sua frente não. quiz tentar ataques e foi combater no extremo <strong>do</strong><br />

seu flanco esquer<strong>do</strong>, onde na<strong>da</strong> de decisivo podia realisar. Devemos<br />

crêr que pretendia conservar em activi<strong>da</strong>de sua., tropas, acostumar os<br />

recrutas ao fogo ou attrahir a alguma cila<strong>da</strong> os inimigo. que avançassem,<br />

Como ignoramos as di 'po 'ições que tomou para se nelhante occurrencia<br />

fóra e dentro <strong>do</strong>s entrincheiramento:>, desistimo' de lualquer<br />

apreciação. E' fóra de duvi<strong>da</strong>, pOl'em, que por tae' demonstrações não<br />

se perturbaram os Allia<strong>do</strong>s.<br />

AnLes de tratarmo <strong>do</strong>s combate" travaclos no Potrero Sauce, lancemos<br />

uma vista d'olho sobre os movimentos <strong>do</strong> exercito <strong>do</strong> barão de<br />

P o r t o - A 1e g r e.<br />

Depois <strong>da</strong> passagem cio Pai'aná, a 16 de Abril, e <strong>da</strong> retil'a<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

<strong>Paraguay</strong>os para o norte d,o Estero Bel1aco ~essou, pa a as operações de<br />

terra, a cooperação <strong>da</strong> arma<strong>da</strong>. To<strong>do</strong>' os navios que a esquadl'a, como<br />

agente militar, podia dispensar, applicaram-'e ao serviço <strong>do</strong> aba ·tecimenta<br />

e transIJortes, e am<strong>da</strong> aS"im foram insufficientes, ni:'lo ,emlo possivel<br />

a força de terra avançar senão em fin' de !faia. Tinha- e<br />

acredita<strong>do</strong> que ao pisar o exercito o solo <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, desappareceriam<br />

os receios <strong>da</strong> passagem ela' 1'res Bocas, por não ousarem os Pal'aguayos<br />

col1ocar tão ao sul batel'ias ou piqueles de infantaria e que por essa<br />

razão a esquadrn. subiria o rio e iria atacar Curupaity, fortificação<br />

avança<strong>da</strong> de Hllmaita.<br />

Tal não se deu, provavelmente em consequencia <strong>do</strong> boato pl'odigio-<br />

(I) Continua o autor a fazer <strong>do</strong><br />

general Rivas um chefe paraguayo.<br />

(2) Os Ar~entinos tiveram 4 officiaes InOltos, mas apenas 1 em major, e 0& ouLros 3<br />

sub~ltern9s. Vejo Appenclicc.


55<br />

samente augmenta<strong>do</strong> a respeito <strong>da</strong>s fortificações, que foram levanta<strong>da</strong>s<br />

para impedir a navegação <strong>do</strong> rio, Era principalmente a falta de navios<br />

encouraça<strong>do</strong>s que obl'igava õ vice-almirante l' a man d a r é a contemporisar.<br />

Exigira seis como o minimo para o forçamento <strong>da</strong> passagem de<br />

Humaita e o <strong>governo</strong> impel'ial lh'os havia prometti<strong>do</strong>.<br />

Em flns de Maio tinham chega<strong>do</strong> 4, (1) e com elies e com 16 corvetas<br />

e canhoneiras, subia l' a ma n d a r é no dia 20 pela boca oriental<br />

até a altura <strong>do</strong> forte Curuzú (:2) in<strong>do</strong> lançar ancoras atraz <strong>da</strong> ilha <strong>da</strong>s<br />

Palmas, tambem chama<strong>da</strong> de Curuzu, para reconhecer as fortificações<br />

<strong>da</strong>s barrancas de Curupaity Neste lugar man<strong>da</strong>ra o marechal-presidente<br />

submergir, entre a ilha e o Gran-Chaco, o pequeno vapor P~l'aguy?"á.,<br />

que antes estivera arma;<strong>do</strong>, e 2 brigué, a~m de impo~sibilitarem a navegação;<br />

recurso alias completamente inutil, attenta a profundi<strong>da</strong>de e largura<br />

<strong>do</strong> magestoso rio. Ia la<strong>do</strong> oriental <strong>da</strong> ilha, que fÓrma duas <strong>da</strong>s<br />

1'res Bocas e é con idera<strong>da</strong> pertencer ao Gran-Chaco, tinham, os Brazileiros<br />

um deposito de madeiras para construcção naval e estaleil'Os para<br />

concerto de machinas de vapor, que funccionaram durante to<strong>da</strong> a campanha)<br />

é pouco a pouco se transformaram em um ver<strong>da</strong>deiro arsenal de<br />

lüarinha. Davam-lhe o nome de eerrito (3).<br />

De seu ancora<strong>do</strong>uro de CuruzU tratou l'a ma n d a r é de explorar<br />

a circumvisinhança. Ao principio man<strong>do</strong>u escaleres pelo furo <strong>do</strong> E tero<br />

B\311aco até á lagêia Piris e, proce~eu a son<strong>da</strong>gens para verificar a possibili<strong>da</strong>de<br />

de por ahi aggredil' a posiçüo pal'aguava no Potrero Sauce ou<br />

nas trincheiras de Chichy, Então guarneceram os <strong>Paraguay</strong>os to<strong>da</strong> a<br />

bor<strong>da</strong> septentrional <strong>da</strong> lagêia com postos de atil'a<strong>do</strong>res e prolongaram<br />

seus entrincheil'amentos até ao angulo saliente a') sul <strong>da</strong>s trincheiras de<br />

Curupaity. A' vista d'isto pl'ocurou l' a m a n d a r é descobril' um caminho<br />

que fosse <strong>da</strong> barranca até ao quartel-general de Mi t r e em Tuyuty para<br />

pêir o exercito em rapi<strong>da</strong> communícação com a esquadra: descobrio primeiramente<br />

um ao uI, ao depoi outro ao norte <strong>da</strong> lagêia Piris, mas<br />

nenhum d'elles foi de longo e seguro proveito, porque incessantemente<br />

(l) o almirante 'ftlman<strong>da</strong>l é não atllr.ava Curupaily porque não tinha tropas de desem·<br />

barque, e não forçava Humaità. porque seria acto de remata<strong>da</strong> louçura tentar essa ope.<br />

ração antes de occupar o exercito alguma posição rio acima por onde a esquadra pudesse<br />

receber combusllvel, viveres e munições de <strong>guerra</strong>.<br />

Não sabemos se o almirante declarara praticavel a passagem ten<strong>do</strong> 6 encouraça<strong>do</strong>s e<br />

~uppomos até que esta assfllção <strong>do</strong> autor não é exacta. Desde Março tinha a esquadra<br />

( encouraça<strong>do</strong>s: Bra.zil, Ban'oso, Tam.an<strong>da</strong>ré e Bahia. Em 3 de Julho tinha mais 2:<br />

Rio de Jalleiro e Lima Barros, e as uumbardeiras Pedro Afronto e FOl·te de Coimbra.<br />

(2) A's 7 horas <strong>da</strong> m.anhã de 20 de Maio o almirant~ Taman<strong>da</strong>ré. subio o .rio <strong>Paraguay</strong><br />

com 08 encouraça<strong>do</strong>s, Ba/lta, Bal'roso, Taman4al'é e Bl·a.zl/. a canhoneua Mage (em que ia o<br />

almirante) e as divisões 2 a e 3&.<br />

A' 1 hora e 20' avistou as barrancas de Curupaity, e meia hora depois encalhou o<br />

Magé junto à ilha <strong>da</strong>s Palmas.<br />

A's 5 dll tarde to<strong>da</strong> a esquadra desceu o rio e foi fundear de novo pouco acima <strong>da</strong> boca<br />

<strong>do</strong> Atajo.<br />

(3) Cerrito ou Atajo.


56<br />

patrulhas paraguayas percorriam os matos e os banha<strong>do</strong>s, collocavam postos<br />

de observação nos CCL1?'tsales e de vez em quan<strong>do</strong> aprisio'navam a tripola;ão<br />

de algum escaler que ia fazer lenha (1).<br />

Outra tarefa <strong>da</strong> esquadra era atacar Curupaity, obra avança<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

fortaleza ele Rumaita que tinha dé ser inutilisa<strong>da</strong> antes que se tentasse<br />

forçar aquella p1.ssagem. Com cautela devi,a o vice-almirante proceder,<br />

porquanto tin lIa que conL::tr com meios de defeza no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio ao<br />

deparar com embarcações submergi<strong>da</strong>s, com boias que rareciam indicar<br />

a existencia de torpeuos, e c-om moirões apparecen<strong>do</strong> à. tona d'agua.<br />

Não queria sacrificar um só de seus navlOS, e foi :aIvez a extrema sollicitude<br />

pelo precioso material confia<strong>do</strong> à. sua direcção a causa <strong>da</strong>s delongas,<br />

a sumpto inesgotavel de acerbas exprobl'ações. Se os genetaes marchavam<br />

por tel'ra cautelosa e lentamente afim de não serem obriga<strong>do</strong>s a retrogradfU',<br />

maior era ain<strong>da</strong> a respomabili<strong>da</strong>de de Ta ma n d a r é, por não<br />

querer expôr a desastre~ e ru.ina a esquadra, elemento precioso de força<br />

para o Imperio. Quan<strong>do</strong> voou pelos are o encou:-aça<strong>do</strong> Rio ele Janeiro<br />

ficou mais que comprova<strong>da</strong> a justeza de seu procedimento. Uma circumstancia<br />

não deve ser omitti<strong>da</strong> na apreciaç.ãc <strong>do</strong>s actos de Ta m a n d a r é:<br />

elle tinha a facul<strong>da</strong>de de operar por sua propria conta, mas havia<br />

tambem para elle a neces i<strong>da</strong>de de fazel-o de accôr<strong>do</strong> e harmonia<br />

com o comman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> exercito. O trata<strong>do</strong> <strong>da</strong> Triplice Alliança<br />

não o subordinava ao presidente Mi t re e só a el1e competia decidir,<br />

sob sua propria responsabili<strong>da</strong>de, quan<strong>do</strong> a esquadra devia cooperar e<br />

intervir.<br />

Em 15 de Junho, julgou elle opportuno tentar o ataque de Cnrupaity<br />

(2). Subin<strong>do</strong> com seus encouraça<strong>do</strong>s e levan<strong>do</strong> como reserva os<br />

navios de madeira, tomou posição, na distancia de tiro de sua" maiores<br />

peças, defronte <strong>da</strong> ponta de su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> recinto de Curupaity e principiou<br />

a bombardear sem grande resulta<strong>do</strong>, porque os defensores tiveram tempo<br />

sufficiente para se esconderem. Em compensação as balas de espingar<strong>da</strong>,<br />

lança<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s matas <strong>da</strong> margem, feriram á gente que trabalhava no<br />

convez <strong>do</strong>s navios. Reconhecen<strong>do</strong> ser infructifero o bombardeio, retirou-se'<br />

Ta m a n d a r é outra vez para traz <strong>da</strong> ilha <strong>da</strong>s Palmas e ahi fundeou (3).<br />

(1) Dos <strong>do</strong>cumentos brazl1elros nâo consta o apriSionamento de escaler algum, iletrl<br />

en<strong>contra</strong>mos no Semanal"ia semelhante noticia.<br />

(2) Thompson diz que em 15 de Junho o almirante Taman<strong>da</strong>ré bombardeou de<br />

longe as baterias de Curupaity, retirandl)-se com alguma per<strong>da</strong>. Isto, porém. é inexacto,<br />

porque nem houve bombardeamento, nem tivemos per<strong>da</strong> alguma.<br />

O almirante em fins de Maio tomou a iniciativa de convi<strong>da</strong>r o ~eneral Porto-Alegre<br />

a operar uo rio <strong>Paraguay</strong> de accôr<strong>do</strong> com a esquadra, e estava delibera<strong>do</strong> a na<strong>da</strong> emprehender<br />

antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito desse general.<br />

(3) Tu<strong>do</strong> isso, como dissemos, ê inexacto.


57<br />

.~o dia 20 (I) os <strong>do</strong>us navios Bahia e Be~monle foram roça<strong>do</strong>s por <strong>do</strong>u'<br />

torpe<strong>do</strong>s, que vieram, fiuctuan<strong>do</strong>, de Curupaity rio abaixo, ma I ela<br />

prolonga<strong>da</strong> demora na agua provavelmente. e tinham deteriora<strong>do</strong>. Como<br />

aFpal'eceram durante o dia, foram avista<strong>do</strong>s pelos escaleres de vigia<br />

e pesca<strong>do</strong>s de bor<strong>do</strong> <strong>do</strong>s navios. Consistiam em um C) lindeo de zinco,<br />

que continha a carga, e ficava dentro de <strong>do</strong>us outros cylindros A<br />

espoleta era uma capsula de vidro cheia de aci<strong>do</strong> sulphurico, com uma<br />

mistura de chIo rato de pota"sa e assucar branco e por .fóra um involuceo<br />

de lã e algodão. A espol~ta estava encerra<strong>da</strong> em um cylindro<br />

perfura<strong>do</strong>, e devia ser quebra<strong>da</strong> par um piston ao embate de qualquer<br />

corpo soli<strong>do</strong>. A' noite appareceu tamQem um brulote (2), que, felizmente,<br />

deslizou por perto <strong>do</strong>s navios sem causar <strong>da</strong>mno. A consequencia<br />

de tu<strong>do</strong>. isto foi despertar a vigilancia <strong>da</strong> esq uadra, que se estendeu atê aos<br />

mattos <strong>da</strong>s barrancas. Ao menor indicio de movimento <strong>do</strong>s Par~guayo.<br />

nesses bosqueS', despejavam logo os navios metralha, o que to<strong>da</strong>via não<br />

impedio (lue os <strong>Paraguay</strong>os trabalhas em c')m afin~o nas obras <strong>do</strong> forte<br />

de Cueuzu. Gastava-se quasi um dia inteieo el fazer chegar uma noticia<br />

<strong>da</strong> e..quaclra ao quartel-g-eoe'ral p01: Itapirú e vice-versa, o que<br />

era geave inconveniente para a harmonia <strong>do</strong>s movimentos.<br />

L o p e z reconheceu com 'muita razã.o que a . egurança de B umaitá<br />

dependia <strong>da</strong>s obras de Curupai-j,y, e por isso empeegou o maior cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

em reforçaI-a. Junto ao lagar em que ellas chegavam rente ti. margem<br />

<strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, eeguia-se o solo cerca de 30 pés acima <strong>do</strong> nivel commum<br />

<strong>do</strong> rio. O chão deste planalto consta de barro e areia. Na occasião de<br />

chuvas torrenciaes, a agua rasga fen<strong>da</strong>s tão fun<strong>da</strong> na ingreme encosta<br />

(1) No dia 16 de Junho, ás 2 1/2 horas <strong>da</strong> manhã, um torpe<strong>do</strong> roçou na prõa <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong><br />

Bahia e foi desvia<strong>do</strong> pela gual'l1ição deste. A pol vora estava molha<strong>da</strong>.<br />

Na noite de 19 os <strong>Paraguay</strong>os la rgaram rio abaixo diversas jangu<strong>da</strong>s de baDlhus com<br />

barris de alcatrão inflammades. ESS5 s brulotes nenhum <strong>da</strong>mno caUSllram, sen<strong>do</strong> desvia<strong>do</strong>s<br />

pelos escaleres de ron<strong>da</strong>.<br />

No dia 20 foi apanha<strong>do</strong> outro torpe<strong>do</strong> perto <strong>da</strong> canhoneira Araguol·Y. A polvora esla'l'a<br />

lambem humedeci<strong>da</strong>.<br />

No dia 22 itlcorporou-se á osquadm a bombardeira Pedro Arronso.<br />

A 2:3, durante a noite, os Pal'agU(lYoS lançaram rio abaixo lun navio carrega<strong>do</strong> de<br />

pedras, que submergio·se perto <strong>do</strong> Bebel'ibe. Conduzia um enorme tOI pe<strong>do</strong>, que nenllum<br />

e1Jeito prod uzio.<br />

A's 3 <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> de 2G fez explosão na vanguar<strong>da</strong>, perto <strong>da</strong> Jlfem'im um toro<br />

pe<strong>do</strong>. Ao romper L10 dia foi apanha<strong>do</strong> outro, conten<strong>do</strong> mais de GOO libras de polvora.<br />

No dia 28 incorporou·se á esquadra a bombardeira Forte de Coimln·a.<br />

No dia 30 fez' explosão outro torpe<strong>do</strong> perto <strong>do</strong>s navios <strong>da</strong> vanpuar<strong>da</strong>.<br />

No dia 10 de JIJJho, e no dia 3 inwrporaram-se à esquadra os encouraça<strong>do</strong>s Rio<br />

de Joneiro e Lima Bar-ros .<br />

. ~os dias 2, 3 e 5 fizeram explosão outras torpe<strong>do</strong>s que, como os precedentes, nenhum<br />

preJUIZO causaram.<br />

Da~ m.attas <strong>da</strong> margem atil'!lram. os <strong>Paraguay</strong>os foguetes sobre os nossos navios,<br />

mas nao tIvemos a bor<strong>do</strong> um 50 fert<strong>do</strong>. Sempre que de lerra faziam fo"o a esqua.lra<br />

os afugentava com alguns tiros de metralha. o ,<br />

(2) Appareceram muitos durante IL noite.<br />

:E S


58<br />

e carrega tanta al~eia e barro, que torna às vezes possivel um de.­<br />

embarque. Por isto o engenheiro T h o m ps o n foi incumbi<strong>do</strong> de levantar<br />

ahi uma bateria coberta e guaenecer Lo<strong>do</strong> o comprimento <strong>da</strong> margem<br />

com parapeitos para a infantaria e platafÓL'mas para a artilharia. !'01'<br />

meio de fachinas arranjou-se na extremi<strong>da</strong>de sul <strong>da</strong> barranca uma bateria<br />

para I peça de 8 poliega<strong>da</strong>s e 2 de cG'libre 2 (1) e por cima dispôz-se<br />

uma platafórma para 14 peça de campanha, fican<strong>do</strong> este ponto um <strong>do</strong>s<br />

mais seguros Lle to<strong>da</strong> a fortificação. Ahi estava con. tantemente em serviço<br />

um batalhão sob as ordens elo maj 01' Za J' a s, que a ca<strong>da</strong> momento<br />

podia ser reforça<strong>do</strong> de Humaità, <strong>do</strong> Paso Pucú, <strong>do</strong> entrincheiramento<br />

<strong>do</strong> Paso Gomez e <strong>do</strong> Potrero- Sauce (2).<br />

Depois <strong>da</strong> retoma<strong>da</strong> de UruguaJ'ana o general barão de P ort o-A 1eg<br />

r e, reunin<strong>do</strong> sob seu comman<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as tropas qne estavam na provincia<br />

<strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, subiu o rio Uruguay, e, marchan<strong>do</strong> para a<br />

Candelaria pelo territorio <strong>da</strong>s antigas ~issões <strong>do</strong>s Je uitas, chegou ao<br />

Paraná no ponto em que o curso d'este rio, que é <strong>do</strong> norte para o<br />

sul, se volta para oeste, fazen<strong>do</strong> quasi um angulo recto. Parece, fôea<br />

sua primeira intenção atravessar o Paraná em Itapúa, defronte de<br />

S. José, para, marchan<strong>do</strong> ao depois na direcção de noroe~te, approximar-se<br />

de Assumpção pela parte meridional <strong>do</strong> paiz, afim de enfraquece:'<br />

e talvez paralysar a defesa de Hnmaita. Tal diversão não deixava<br />

por certo de ser à pl'imeira vista recommen<strong>da</strong>vel, porque obrigaria<br />

o dicta<strong>do</strong>r L o p e z ou a destacar forças consideraveis em direcção a<br />

leste para, juntamente com Humaitá, cobl'ir Villa-Rica, Cerro Leon e a<br />

mais cultiva<strong>da</strong> porção <strong>do</strong> paiz, ou então a sacrificar Assumpção, limitan<strong>do</strong>-se<br />

á defesa de Humaitá, que para elie era de maxima importancia,<br />

poi SÓ aquella fortaleza podia e torvar a participação <strong>da</strong><br />

esquadra no proseguimento <strong>da</strong> lucta. Ea indicios de que este plano de<br />

operações fôra combina<strong>do</strong> entre os ADia<strong>do</strong>s no acampamento de Uruguayana<br />

e de facto parece o mais simples e natural (3). Mas certamente<br />

não foram aprecia<strong>da</strong>s em to<strong>da</strong> a sua gravi<strong>da</strong>de as difficulclades inherentes<br />

à marcha <strong>do</strong> exer:cito invasor pelo meio de uma população superexcita<strong>da</strong><br />

até ao fanatismo, atravez de montanhas, por entre to<strong>do</strong>s os<br />

c )nfinentes <strong>do</strong> Tebicuary e n'uma região atrozmente devasta<strong>da</strong> (4). Não era<br />

(1) De calibre 32, diz Thompson. lSm nns de Junho CUl'UpaiLy dnha 25 bocas de<br />

fogo, sen<strong>do</strong> 3 de calibre 80, 4 de 32, 2 de 24 e 7 de menor calJlJl'e.<br />

(2) Em 14 de Julhti um torpe<strong>do</strong> fez voar um <strong>do</strong>s nossos escaleres de ron<strong>da</strong>, morren<strong>do</strong><br />

o l0 tenente A. M. <strong>do</strong> Couto e 7 praças.<br />

(3) No Appendice, sob o n. 30, <strong>da</strong>mos varios <strong>do</strong>cumentos ineditos ~ue esclarecerão esle<br />

ponto.<br />

(4) Esta marcha foi executa<strong>da</strong> em 1869 por uma: divisão brazileira ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> general<br />

Portinho.


59<br />

difficil no gabinete <strong>da</strong>s deliberações delinear um a~aque principal e um<br />

movimento de flanco, a oeste, pelo Gran Ohaco, e a leste por Itapúa<br />

até Assumpção, passan<strong>do</strong> por Villa Rica. i Mas como fôra passiveI o<br />

abastecimento no longo percurso por to<strong>da</strong> a parte meridional <strong>da</strong> Republica,<br />

si na pequena distanCla 11.0 Paso d1 la I a~ria a Tuyuty o transporte<br />

<strong>do</strong> viveres fôra por tal moela difficil que demorara tanto, como vimos,<br />

a marcha <strong>da</strong>s tropas? Ú mappa e a comparação <strong>da</strong>s distancias bastavam<br />

para demonstrar a inexequibili<strong>da</strong>de d'essa diversão. Se ella fosse realisavel,<br />

em pouco tempo a campanha se decidiria, pois não bastavam as<br />

forças paraguayas para aifrontar <strong>do</strong>us exercitos, e em batalha campal<br />

a bravura <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s sobrepujou sempre ao inimigo.<br />

Desde o momento em que as tropas allia<strong>da</strong>s começaram a soffrer<br />

desfalques pelas enfermi<strong>da</strong>des, e que as obras defensivas <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os<br />

tomaram maiores proporções, houve necessi<strong>da</strong>de de cui<strong>da</strong>r em reforços<br />

para preencher os claros, e indispensavel foi sacrificar o plano <strong>da</strong><br />

marcha de flanco por Itapúa.<br />

O corpo de exúcito <strong>do</strong> general Porto-Alegre teve, pois, ordem<br />

<strong>do</strong> comman<strong>do</strong> em chefe para partir <strong>da</strong> Oandelaria e de San José e seguir<br />

até ao Paso de la Patria, onde receberia novo destino (1). Em meia<strong>do</strong>s<br />

de Junho principiou a inarcha <strong>da</strong> cavallaria, que aos 12 de Julho chegou<br />

a Itati e San Cosme, vin<strong>do</strong> a infantaria e a artilharia vagarosamente por<br />

etapas (2). Deven<strong>do</strong> a Oandelaria servir de depe' ito para as levas organisa<strong>da</strong>s<br />

nas provincias brazileira' limitrophes, conservaram-se ahi algumas<br />

tropas para ao mesmo tempo fazerem frente a qualquer invasão paraguaya<br />

no antigo territorio <strong>da</strong>s Missões. O grande campo <strong>do</strong> Paso de la Patria foi<br />

aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> e as reservas que ahi estavam foram aggl'ega<strong>da</strong>s às tropas reu-<br />

(1) '1sto foi definitivamente resolvi<strong>do</strong> em conselho de generaes, no dia 25 de .Junho. O commau<strong>da</strong>ntlJ<br />

em chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong> não podia por si s6 <strong>da</strong>r essa ordem. Já antes o almirante<br />

Tarnan<strong>da</strong>ré I,avia conVI<strong>da</strong><strong>do</strong> Porto· Alegre a reunir-se no Passo <strong>da</strong> Palria ao grosso<br />

<strong>da</strong>s forças allia<strong>da</strong>s, afim de operar de combinaç(\o com a esquadra. Vid. Appendice n. ilO.<br />

(2) JOUl'<strong>da</strong>n, na sua Cllum <strong>do</strong> Paroguay, pago 30, diz o seguinte:<br />

« Uma esquadrilha de vapores, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> chefe de divisão Alvim (barão de Iguatemy),<br />

sohe o Alto Paraná afim de facilitar a passagem <strong>do</strong> 2u corpo de exercito, o qual. ten<strong>do</strong> marcba<strong>do</strong><br />

de S. Tbomaz em principios de Julho, tln<strong>contra</strong>-se com ella abaixo <strong>da</strong> Tranquera <strong>do</strong><br />

Loreto, e divide-se em ·1 expedições: a lO', composta de uma briga<strong>da</strong> de caca<strong>do</strong>res a cavallo<br />

ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Piquet, embarca immediatamente e chega ao Passo <strong>da</strong> Plltria no dia<br />

10 ain<strong>da</strong> a tempo de tomar parte IlO combate de 1 de Julho. no. anc ; a 2", de pmbarca a<br />

29 em lfapiní. ; a 3", m'll'cha por terra e chega a Corra\es em meia<strong>do</strong>s de Agosto: a 4", em fim<br />

ao n.anJo ri.·) gener"l Portinho, fica em Ttaimbé de observação ás forças paraguaYRs, que se<br />

acham em ItRpúa e Candelaria.<br />

« O 2 0 corpo, depois de chegar ao Passo <strong>da</strong> Patria, sobe a 11.000 combatentes, perfeitamente<br />

disciplina<strong>do</strong>s e arma<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> 5.~60 infantes, 600 artilheiros e pontoneiros e<br />

1.900 praças de cnvallaria. <strong>II</strong><br />

Esta ultim~s pertenciam to<strong>da</strong>s á guar<strong>da</strong> nacional <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />

A arlilh,ria compunha-se <strong>do</strong> corpo pl'ouisorio de artilharia a cavaUo, e <strong>do</strong> 4 0 batalhão<br />

de al'til~>\l'ia a pé, e a. infantaria <strong>do</strong>s batalhões d~ voluntarios <strong>da</strong> patria 50, 80 (amb~s <strong>do</strong> Rio<br />

de. JanlHrol, I .. (de :i'vlinas Gemes), 29 0 (<strong>da</strong> B' bla e R'A de Janeiro), 320 (<strong>do</strong> RIO de Janell'o),<br />

31 0 (<strong>do</strong> Pará, e de parte <strong>do</strong> extincto 2 o de voluntarios, <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Norte),<br />

36 0 (<strong>do</strong> Maranhão, e parte <strong>do</strong> batl\lhão dissolvi<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Norte), ~7o (<strong>da</strong> Parabyba,<br />

e parte <strong>do</strong> me -mO batalhão dissolvi<strong>do</strong>), e 11° batalhão pl'O'visorio de linha.


60<br />

ni<strong>da</strong>s em Tuyuty (1); o corpo de exercito de J? orto- A 1e g r e embarcou-se<br />

e foi occupar Itapirú, fican<strong>do</strong> d'este mo~o preenchi<strong>do</strong>s os claros que . e<br />

tinham <strong>da</strong><strong>do</strong>. A chega<strong>da</strong> desse novo contingente muito reanimou os<br />

Allia<strong>do</strong>s, o que era de exirema vantagem, pois a obstina<strong>da</strong> resistencia<br />

<strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, o progresso <strong>da</strong> mortaliáade e as molestias iam ~ctuan<strong>do</strong><br />

de mo<strong>do</strong> sinistro.<br />

Ao mesmo tempo, com a vin<strong>da</strong> a 15 de Julho <strong>do</strong> novo comman<strong>da</strong>nte<br />

em chefe <strong>do</strong> lo corpo de exercito brazileil'o, Poly<strong>do</strong>ro Jordão,<br />

reergueu-se o esta<strong>do</strong> mora'l de to<strong>do</strong>s. Apenas chega<strong>do</strong>, emprehendeu esse<br />

general o reconhecimento <strong>da</strong> posição <strong>do</strong> flanco esquer<strong>do</strong> e <strong>do</strong> centro;<br />

e no conselho militar que a 15 trabalhou até alta noite no quartelgeneral<br />

brazileiro advl1gon a conveniencia <strong>da</strong> offensiva, sem a qual<br />

surgiria diante <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s uma eguncla Humaita; opinião acerta<strong>da</strong><br />

que os successos <strong>do</strong>s dias immediatos vieram comprovar (2).<br />

L o p e z reconhecia a imperiosa necessi<strong>da</strong>de de impedir ou pelo menos<br />

difficultar as communicaçàes entre o exercito allia<strong>do</strong> e a esquadra imperial.<br />

Logo ql1e os seus piquetes annunciaram o apparecimento de escaleres na<br />

lagôa Piris e a tentativa <strong>da</strong> abertma de communicações entre a margem <strong>do</strong><br />

<strong>Paraguay</strong> e o acampamento de Tuyuty, percebeu a intenção <strong>do</strong>s AIUa<strong>do</strong>lJ<br />

e tratou de tomar medI<strong>da</strong>s prevElntivas. A experiencia e os resulta<strong>do</strong>s<br />

colhi<strong>do</strong>s na defe 'a de abastopol foram então aproveita<strong>do</strong>s, <strong>da</strong>n<strong>do</strong>-se<br />

caracter 0f1'ensivo â. construcção <strong>da</strong>s obra de defesa.<br />

O Potrero Sauce ficava, por a. sim dizel', em terreno neutro entre o<br />

ataque e a defeza (3). Sua occupação tlJrnaVa-se intere sante para o<br />

aggre SOl'. Contentan<strong>do</strong>-se, 'porém, os AlIia<strong>do</strong>s com reforçar suas linhas<br />

uma vez traça<strong>da</strong>s, tomou L o pez a iniciativa. Seus engenheiros propuzeram<br />

levantar no matto <strong>do</strong> Potrero uma trincheira, <strong>da</strong> qual pode sem<br />

bombardear não só o centro, isto é,as tropas <strong>do</strong> general Flôres (4),<br />

como os Brazileiros, que occupavam a esquer<strong>da</strong>. Contava- e muito com<br />

o eífeito <strong>da</strong> artilharia de um ponto assim escolhi<strong>do</strong>, mas L o p e z rejeitou<br />

a proposta e man<strong>do</strong>u proceder a um exacto reconhecimento <strong>do</strong> Potrero<br />

(1) No Passo <strong>da</strong> Patria tiveram sempre os Brazileiros uma força de guarnição.<br />

(2) O general Poly<strong>do</strong>l'o Jordão (boje visconde ele anla Thereza) assumio o comman<strong>do</strong><br />

em chefe <strong>do</strong> 10 corpo de exercito brazileiro no dia 15 de Julho. No mesmo


61<br />

Piris, porque por e'se la<strong>do</strong> l'eceiava a intervenção <strong>da</strong> e. cluadra (1). E 'e<br />

matto estava cheio rle ca<strong>da</strong>veres <strong>do</strong>s que haviam si<strong>do</strong> mortos, combatenclo,<br />

a 24 de Maio ou, aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s, succumbiram em consequencia de eus<br />

ferimentos. Nunca mai foi percorri<strong>do</strong> pelos Brazileiros; apena uma O'] outra<br />

vez havia si<strong>do</strong> atrave sa<strong>do</strong> por patrulhas paraguayas. Afugenta<strong>do</strong>s os animaes<br />

feroze pelo rui<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, os ca<strong>da</strong>veres não se reduziram a<br />

esqueletos; estavam mirra<strong>do</strong>s, e. pareciam antes o sos revesti<strong>do</strong>s de peUe<br />

secca. Em to<strong>da</strong> a parte jaziam esparsos ramo' de arvores corta<strong>do</strong>, balas,<br />

objectos de equipamento, - emfim os vestigios d aquella sanguinolenta jorna<strong>da</strong>.<br />

A força encarrega<strong>da</strong> <strong>da</strong> construcção <strong>da</strong> nova obra chegon de<br />

Ohichy até ao mato de Piris, em cuja ponta sul encontrou uma collina<br />

e começou, sob a direCjãO <strong>do</strong> engenheiro Thompson, a írabalhartão<br />

encoberta pelas p'rvores, que um piquete de observação, posta<strong>do</strong> de frente,<br />

não a avistou.<br />

Deixemos os venci<strong>do</strong> narrarem os acontecimentos, que então se<br />

deram. Das participações paraguayas colhemos o seguinte (2) :<br />

«... Notaram os Bl'azileiros alguma novi<strong>da</strong>de nos bosques, e immec1iatamente<br />

recolheram o seu ga<strong>do</strong>, julgan<strong>do</strong> que se tratava de alguma<br />

d'essas parti<strong>da</strong>s, que tantos <strong>da</strong>mnos lhes baviam causa<strong>do</strong>, cujo fim fo se<br />

aerebanbar as rezes que encontl'~s. e a pastar (i:J). Entretanto não nos<br />

bostilisaram, e a comitiva, de que faziam parl~ o genel'ae. Diaz e Aq u i n o,<br />

regressou pelo campo aberto. As esculca.J inimig'a n[lO deixaram de<br />

(I) Parece·DOS preferivel reproduzir as palavras de Thompsou :<br />

«... Era necessario )', diz elle, « descobrir um meio para fllrçar os Allia<strong>do</strong>s a levarem um<br />

ataque aos <strong>Paraguay</strong>os, e o meJhor aLvitre proposto consistia na c 110 nção de uma peça de<br />

8 dentro <strong>do</strong> bosque, na Punta- !U'6, que ficava muito perto <strong>do</strong> campo alUa<strong>do</strong> e Cjuasi enfiava<br />

a di visão de Flores.<br />

« A peça poderia seI' monta<strong>da</strong> e construi<strong>do</strong> o parapeite. sem que o ioimigo o suspeilasse.<br />

e ineommo<strong>da</strong>L-o-hia tanto, que eIle seria obriga<strong>do</strong> a tentar tomaL·a. N'esse caso ella seria<br />

defendid •• pelos fogos <strong>da</strong>s baterias de Paso-Gomez e Potrero·Sauee, além <strong>do</strong> seu proprio.<br />

« Eutretanto, este plano foi rejeita<strong>do</strong>, e fez-se um reconbecimento <strong>do</strong> terreno 'intre Sauee<br />

e Potrero-Piris, com o fim de abrir durante a noite uma trincheira desde Puntu- ~a16 até á<br />

malta <strong>do</strong> Potrero Piris, trincheim que punha em ri co o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Brazileiros, e a<br />

relaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Orienlaes.<br />

« As selvas desde Snuce até Piris não eram oecupa<strong>da</strong>s por nenhum <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us exercitos,<br />

porém os Paráguayos tinham sempre pllr ahi alguns explora<strong>do</strong>res. Estes bosques e as cLa·<br />

reiras que os dividiam, estnvam cobertos de ell<strong>da</strong>veres d


vigiar-nos, porém pão fizeram fogo, pOl'que tinhamos uma escolta de<br />

50 carabineiros.<br />

« Participei que a trincheira era praticavel, e L o p ez ordenou que<br />

eu a abrisse immediatamente.<br />

~ Conseguintemente na mesma n ite umas 700 enxa<strong>da</strong>s, pás e picaretas<br />

foram envia<strong>da</strong>s ao Sauce, e os batalhões 6° e 7", que haviam<br />

trabalha<strong>do</strong> nos cortes e aterros <strong>da</strong> estra<strong>da</strong> de fert'O e nas trincheiras<br />

de Humaitá, foram designa<strong>do</strong>s para levar a etreito a. obra. Aos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

recommen<strong>do</strong>u-se o mais profun<strong>do</strong> silencio e as maiores precauções para<br />

que o choque <strong>do</strong>s in trumentos ou o embate <strong>da</strong>s armas não chamasse<br />

a attenção <strong>do</strong> inimigo, Cerca de lOO atira<strong>do</strong>res foram posta<strong>do</strong>s diante<br />

<strong>da</strong> linha <strong>do</strong>s trabalho, estendi<strong>do</strong>s no chão para melhor descobrirem os<br />

que se approximassem, e protegerem os gasta<strong>do</strong>l'es. Assim deita<strong>do</strong>s,<br />

confundiam-se por tal mo<strong>do</strong> com os ca<strong>da</strong>veres, ql1e em alguns lagares<br />

era imp.:> sivel descriminar os vivos <strong>do</strong>s mortos.<br />

~ Fiz traçar a linha á. luz de uma lanterna, colloca<strong>da</strong> na extremi<strong>da</strong>de<br />

opposta e occulta <strong>do</strong> inimigo por um couro. Os sapa<strong>do</strong>res enfileiraram-se,<br />

puzeram suas espingar<strong>da</strong>s no chão, e começaram a abrir<br />

a trincheira com 1 vara de largura e outra de profundi<strong>da</strong>de,... Tão<br />

perto estavamos <strong>da</strong>s linhas brazileiras, que ouviamos as vozes <strong>da</strong>s sentinellas<br />

bra<strong>da</strong>n<strong>do</strong> «alerta», e até a' ri.'a<strong>da</strong>s e a tosse <strong>do</strong>s que se<br />

achavam no acampamento; mas é orprendente que os Aliia<strong>do</strong>s na<strong>da</strong><br />

tivessem llercebi<strong>do</strong> até ao romper <strong>do</strong> sol, hora em que to<strong>da</strong> a extenão<br />

<strong>da</strong> trincheira (UOO jar<strong>da</strong>s) estava t[i.{) avan'ça<strong>da</strong> que O' trabalha<strong>do</strong>res<br />

se achavam a coberto <strong>do</strong> inimigo, e começavam a lançar a terra<br />

para o la<strong>do</strong> oppo to afim ue fazer o parapeito. ~a nova trincheira, perto<br />

de Punta-Naró, foram colloca<strong>da</strong> 4 pequena'> peças de mo<strong>do</strong> que pode<br />

sem ser retira'las quan<strong>do</strong> fo.'se nece'3~ario.<br />

« No meio <strong>da</strong> noite to<strong>do</strong> o campo foi subitamente illumina<strong>do</strong>, e<br />

meio minuto depois um tremen<strong>do</strong> e tampi<strong>do</strong>, que fez estremecer a terra,<br />

anmlllciou a explosao ele um torpe<strong>do</strong> de 1,50) libras cle polvora (1),<br />

Com o clarão poderiam os Allia<strong>do</strong>s ter vi 'to as tri:lúheiras.<br />

~ Logo que, na manhã de 1-1: (2) o inimigo pet'cebeu o Cjue se ar<br />

t


J33<br />

~ A nova trincheira estava dividi<strong>da</strong> Qm <strong>do</strong>us egmentos, e P o ­<br />

ly<strong>do</strong>ro Jordão ordenou ao general Guilherme de Souza que<br />

durante a noite se achegasse <strong>da</strong> menos ext.ensa para atacal-a com a<br />

sua divisão na manhã de 16 de Julho. O general Menna Barret<br />

o (I) recebeu ordem de collocal'- e com a divisão <strong>do</strong> seu comman<strong>do</strong> no<br />

Potrero-Piris, forman<strong>do</strong> a reserva.<br />

« E tas determinações foram cumpri<strong>da</strong>s~ e o <strong>Paraguay</strong>os retiraram-se<br />

para os bosques <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> e retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> pefluena trincheira,<br />

que foi occupa<strong>da</strong> pelos Brazileiros (2). D'alli romperam um fogo nutri<strong>do</strong><br />

sobre a trincheira, e, comquanto os Brazileiros responde em com<br />

igual vivez~, os <strong>Paraguay</strong>os não soffreram tanto como elles por estarem<br />

occultos nas mattas. Uma divisão argentina, dirigi<strong>da</strong> pelo coronel<br />

00 nes a, apresentou-se ao meio dia para servir de reserva, porem<br />

apenas entrou em acção,<br />

« A fuzilaria, quasi a queima roupa, continuou durante to<strong>do</strong> o<br />

dia, cessan<strong>do</strong> depois del6 horas de luta. Os Brazileiros tiveram 2,000<br />

mortos e feri<strong>do</strong>s, entre os quaes 7 officiaes superiores.<br />

« A artilharia continuou a troar durante a noite e to<strong>do</strong> o dia<br />

seguinte.<br />

(1) José Lui: Menna Borreto. Durante a ullinn guerr..l jj~urarl\m lres generae, d,\<br />

familia Menna Barretu. Jose Propicio Mllnna Barreto. barão de S. Gabriel, que comman<strong>do</strong>u<br />

o eXHl'cito brazileiro na campauha <strong>do</strong> E ta<strong>do</strong> Oriental e tomou Paysandú; João Manoel<br />

Menna Barreto, morto na toma<strong>da</strong> de Peribebuy, em 1869; e José Lttü, que é o de que se<br />

trata aqui.<br />

(2) O general G"ilhel'me de Souza pernoitou junto aos bosques <strong>da</strong> nossa esquer<strong>da</strong><br />

com a 4" divisão (3,0011 homens de infantaria) composta <strong>da</strong> 11- e 13- briga<strong>da</strong> de infantaria,<br />

aquella com man<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo coronel Auto Guilllarães, e esta pelo coronel Costa<br />

Pereira. Um comingente de 50 ~apadl)res. ao mall<strong>do</strong> <strong>do</strong> 10 tenente Pego Junior e<br />

outro de art'lharia, com 2 bocas de fogo, dirigi<strong>da</strong>s pelo 2° tenente Fausto de Lima, foram<br />

encorporn<strong>do</strong>s a essa força.<br />

A 11" bril-tadA. compunlJa-se <strong>do</strong>s batnlhões 10° e }4.0 de linha, e 2~0 e 31° de vo­<br />

Juntarios; e a 13- <strong>do</strong>s batalhões 120 de li'lha e l0, 19° e 240 d~ voIunLllrios.<br />

Ontra força ás orde.,s <strong>do</strong> genend Mennn Barreto lJosé Luiz), composta de tres<br />

regimenllts de cavallaria desmonta<strong>do</strong>s (2° e 3° de !illha e l° corpo provisol'io <strong>da</strong> guar<strong>da</strong><br />

naclon.d) e dtl brignua de infalltnl'ill <strong>do</strong> coronel Oliveira Bello (5" briga<strong>da</strong>, 3- divisão)<br />

enu'ou pelo Pot,cro Piris (1,60.0 hO'lIens) par~ conar a retaguar<strong>da</strong> ria trincheira que i~<br />

ser atnl:Hd>l, avançan<strong>do</strong> peja plcll'dn que segllll.l ao 10nRO <strong>da</strong> lagoa P'ris.<br />

A's 51/2 horas <strong>da</strong> manhã começou L at,"ljtle. Os <strong>Paraguay</strong>os fOI um-se concent,ran<strong>do</strong><br />

na primeira trincheira, ain<strong>da</strong> não conclui<strong>da</strong> de t·.<strong>do</strong>, e ahi resistiram ~nergicamente<br />

A artilharia <strong>da</strong> nossa vanguar<strong>da</strong> metralhou-os por algum temp, e os batalhões 20~<br />

e 310 de voluntarios, apoia<strong>do</strong>s pelo 10° e 14° de linha, apoderaram-se:'t llayoneta d'ossa<br />

posição, onde ficaram em n0SSO poder muitas armas, 2 estativas de foguetes e 146 instrumentGlS<br />

de sapa<strong>do</strong>res.<br />

A iulençiio <strong>do</strong> i,limigo não era. de mo<strong>do</strong> al~lIm aban<strong>do</strong>nar RS novas trincbeiras, como<br />

pretendem Thompson e o SemanarlO: a prova mais CltnVIncente de que não entrllva iss')<br />

nos lieus planos es!:'t no empenho com..q'.le procurou retomar a posição. D~sde as 61/2<br />

até ás. 9 <strong>da</strong> manha os Parai'u~yo~, dmgl<strong>do</strong>s pclo general Aquino, esforçaram-se por<br />

de~aloJar·nos <strong>do</strong> ponto qne havJ~mvs c~nqu~ 'la<strong>do</strong>, travalld" se por isso uma luta sangl~lDole.nta<br />

nos .b()sg.ues e est, 110 de~hlhdell o que separav!1111 <strong>da</strong> primeira a spgun<strong>da</strong><br />

trmcb6lra. A dlvlsao <strong>do</strong> g-neral GUllhel'lue de Souza fOI leforça<strong>da</strong> com 2 bocas de<br />

fOliO, ao mao.<strong>do</strong> <strong>do</strong> 20 tenente M.Rrcos de Azeve<strong>do</strong>, e ás 7 <strong>da</strong> manhã com os bntalhoes<br />

60 oe hl!ha _e 9° fe voluntano~, ao ma"<strong>do</strong>.<strong>do</strong> chef~ <strong>da</strong> 7- briga<strong>da</strong>, tenenle-coroneI<br />

Para?hos (3" dlVlsao). As 71/2 o 46° de volnntanos, seguI<strong>do</strong> p·,uco depois pelo 80 e 160<br />

de Imha, marcho u a encol'p rar-se aos combatentes. Estes tres bat lhões pertenciam<br />

á .1" ~visão e fQrmavam a 8" briga<strong>da</strong>, de que era comman<strong>da</strong>nte o coronel D. José <strong>da</strong><br />

Silveira.<br />

Depois de toma<strong>da</strong> a primeira trincheira (Punta-- ./11'6) as tropas <strong>do</strong> general GlÚ'


64<br />

« Na manhã ele J8 de Julho os Allia<strong>do</strong>s abriram um terrivel bombardeamento,<br />

durante o qual voaram <strong>do</strong>u armões de munições pertenlberme<br />

de Souza avan aram, perseguin<strong>do</strong> o inimigo, pelas mattas e p~lo desfiladeiro<br />

que ia ter até 1:\ st:gun<strong>da</strong> fortiJlcaçào. Abi ofl'reram vivissimo fogo, e tiveram de recuar<br />

á posição toma<strong>da</strong> anles. Os <strong>Paraguay</strong>os, dirigi<strong>do</strong>s pelo general Aquino, cahiram<br />

entno solwe os nossos e lançaram-SI:! impetuosamente 1:\0 alaque <strong>da</strong> trincheira de<br />

que est.avamos de posse. Foram sempre repelli<strong>do</strong>s. soffren<strong>do</strong> grandes perd1ls, e lJeJ'segni<strong>do</strong>s<br />

até li. segun<strong>da</strong> trincheira (Oarapá) onde os reforços successivos qne recebiam, a<br />

fuzilaria. a metralha e os fogue.tes de gu na continham o ar<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s 1l0SS0S sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

A Tlatnreza <strong>do</strong> JLIgar n1\o perm ittia que os nossos bata lhõe< chegasse1l1 em ordem a esse<br />

ponlo; d'ahi 1:\ impossibili<strong>da</strong>de em que se viram de repellir o inimigo alé "o Sauce.<br />

Ora avançan<strong>do</strong>. ora recuan<strong>do</strong>, continuaranl a bllter-se os cOllten<strong>do</strong>res. até que o general<br />

Guilherme de Souza limitou-se a sustentar a pl'imeira tlincheira, desistin<strong>do</strong> de ata';ar<br />

a segnn<strong>da</strong>, onde aliás tivera O' inimigo 3 peças desmonta<strong>da</strong>s e muitos mortos em<br />

consequBlIcia de uma telTivel expl são pr


65<br />

centes aos <strong>Paraguay</strong>os; em segui<strong>da</strong> avançaram, atacan<strong>do</strong> a trincheira,<br />

e os <strong>Paraguay</strong>os retiraram-se para o Potrero-Sauce, salvan<strong>do</strong> suas peças (I),<br />

O general Bruguez rompeu o fogo sobre a columnas de ataque,<br />

causan<strong>do</strong>-lhes per<strong>da</strong>s immensas. Ao mesmo tempo alguma cavallaria <strong>do</strong>s<br />

Allia<strong>do</strong>s fez uma diversão pela esquel'<strong>da</strong> paraguaya, porém sem resulta<strong>do</strong><br />

algum (2).<br />

»0 general Flores, sob cuja direcção corria o combate, porque<br />

(1) As peça, qllC os <strong>Paraguay</strong>os tin!Jam na segund>1 trincheira (Oarapá), e eram<br />

dirigi<strong>da</strong>s pelo tenente-c,nonel l't·)a, foram retira:las no dia 17, e não no dia 18 (V j. no<br />

Appel'ldi~e o extractu <strong>do</strong> Semanal'io), enJo coUoca<strong>da</strong>s no S.lUce.<br />

Na trincheira Oarapá ficou apenas uma força de inf.llltHria ar) manJo <strong>do</strong> majo.1<br />

Marcellino Oorone\. Na du ~uce c Jncelltruu Lopez forças ciwsiJeraveiõ <strong>da</strong>s tres arDIas,<br />

<strong>da</strong>n<strong>do</strong> o com man<strong>do</strong> em chefe a' general Diaz. A artilharia era dirig;<strong>da</strong> pelo general<br />

Bruguez.<br />

Na manhã de F os batalhões <strong>do</strong> c'~ronel Oonesa furam rendi<strong>do</strong>s por outra brlga<strong>da</strong><br />

argentina ao mall .!u <strong>do</strong> c ,rullel Oesario D 'Dliugnez.<br />

A 6' divisüo brazl\eira (general Vict rino Mon'eiro) e essa briga<strong>da</strong> argentina c '1\-<br />

tinuaram a occllpar as posições c ,nquislil<strong>da</strong>s na vespera. .<br />

N,l manhã de IS esta força pro cetleu a um reconhecimento, e o ma}'r Ooronel retiruu··e<br />

para o Sauce, deixan<strong>do</strong> em uosso poder a trincheira que occupava. Foi m.)rLo<br />

n'essa occa·iã·'.<br />

Avançan<strong>do</strong> atl'Uvéz <strong>da</strong>s mattas, acharam-se as tropas brazileiras e argentina', sub<br />

a direcção d·, genentl Vlcte-rinlJ, meW<strong>da</strong>s em um f,)ue tão violento, que o cü01bate t"rnou<br />

se logo gera!. Flóres acu lio à frenlp. <strong>do</strong>s batalhões orientaes « Flori<strong>da</strong> <strong>II</strong> e « Voluntario<br />

I',dependente ll, e de varios b,ttalltões brazileiros, e a lula prolongou-se alé depois<br />

de 1 !Jora <strong>da</strong> tarde, soffrendn os Altia los per<strong>da</strong>s consiJerav is. F,cúmos de posse <strong>da</strong><br />

segun<strong>da</strong> trincheira, que o inimigo sustentara n< s dias 16 e 17, mas fomos repellitlos <strong>da</strong><br />

trincheira d,) Sauce. Os restos <strong>do</strong> 21° de voluntarioso <strong>do</strong> 2' de lillha, <strong>do</strong> 1'0 de volunturios,<br />

de 2 batalhões argentinos e <strong>do</strong> butal!Jão oriental « Flori<strong>da</strong> » crnseguiram apoderar<br />

se <strong>do</strong> Patrero Sauce, onde cravaram as tres bandeiras allia<strong>da</strong>s, mas os <strong>Paraguay</strong>os<br />

receberam grllndes reforços e retomaram essa lJosição<br />

Vell<strong>do</strong> as proporções que tomara a luta. o general em chefe brazileiro diri"io.se á<br />

trincheira occupa<strong>da</strong> no dia IH, fez refurç.r a ta divitião com a 4", e enviou ao c geneml<br />

Menoa Barreto (J. L) 2 batalhões de infantaria <strong>da</strong> la di'lisão e um COTpO de caçJ<strong>do</strong>res<br />

a cavallo, que co:nbateu a pé. O general Emílio Mitre apresentou-se tambem no<br />

lugar <strong>da</strong> peleja c·,m 4 batalhões argentiulls, mas os novos alaques dirigi<strong>do</strong>s á linho.<br />

<strong>do</strong> Snuce foram to<strong>do</strong>s illfrucUferos. Em um d'elles o í O batalhão nrazileiro de infant'lTia<br />

de linha cll'\gou o.té á <strong>contra</strong>·e:lcarp,\ <strong>do</strong> fosso. onde succumbio o alferes pOltabandeira,<br />

sentia esta salva a custo por um forrie!.<br />

O general Flores. que dirigira o ataque, inicia<strong>do</strong> sem sciencia e acc'll'<strong>do</strong> <strong>do</strong>s outros<br />

genemes cm chefe, convenceu-se afinal de que erol impossivel tomar a posição e oruenou<br />

a retiT>\<strong>da</strong>,<br />

'<br />

O inimigo não úusou suhir de seus entrincheiramentos,<br />

.. ~m resamo : os Allia<strong>do</strong>s conquistuum no dia 1 u trinchejra Oarupá e obrifluram<br />

o InImIgo a .abanJonar os besques <strong>da</strong> nossa esquer<strong>da</strong> e concentrar-se nas linhas <strong>do</strong> Sauce;<br />

chegaram depois a ap"derar-se d'eslas. mas foram afinal repelli<strong>do</strong>s.<br />

~o. Ap]Jendice publicamos muitos .<strong>do</strong>c~men.Eos sobre es.te c"mbale, lamentan<strong>do</strong> que<br />

a preclpItaçao com que este trabalho e feIto nao nos permltt'l <strong>da</strong>r aqui uma descripção<br />

completa, embora resumidl1, <strong>da</strong>s occurrenciall d'ess1 dia.<br />

Os Brl1zileirús tiveram lOS cfficiaes e 1,615 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, feri<strong>do</strong>s, contusos ou<br />

extravia<strong>do</strong>s; os Argentinos 5:) officides e l!3·) sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, e os Orientaes un~ 250 officiaes<br />

e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Só o 3' batalhão de voluntarios (Bahia) teve 8 officiaes e 290 praças de pret fóra<br />

de combate.<br />

Entre os mortos ficaram os segulnles chefes allia<strong>do</strong>s:<br />

Brazileirlls: majores J. L. Azeve<strong>do</strong>, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> -o batalhão de infantaria<br />

de linha, e M. SeralJhim <strong>da</strong> Silveira <strong>do</strong> 10 corpo de cavallaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional:<br />

Argentino: c ronel Argüero:<br />

Orillntal : general Palleja.<br />

Ficaram feri<strong>do</strong>s o general Victorino Monteiro e 9 oflicines superiores no exercito<br />

brazileiro, e 6 no argentino (Vej. no Appendice os nomes).<br />

(2) Uma força p!!,raguaya apresentou se pela nossa direita, ~meaçan<strong>do</strong> os Argentinos,<br />

e sustentou um tIroteIO c


a pelej~ se feria no sitio em que elle tinha o com man<strong>do</strong>, ordenou<br />

immec1iatamente que se levasse um ataque á pequena trincheira, que<br />

defendia a entra<strong>da</strong> <strong>do</strong> Potrero-Sauce. N'este ataqne empenharam-se<br />

os Brazileiro e Orientaes (1), conseguin<strong>do</strong> chegar a mui CUI ta distancia<br />

<strong>da</strong> trincheira, mas, varri<strong>do</strong>s por um terrivel fogo de metralha,<br />

foram obriga<strong>do</strong>s a retira<strong>da</strong>. O coronel.Aquino, qúe com man<strong>da</strong>va os<br />

<strong>Paraguay</strong>os, seguio com a infantaria o movimento l'etrogra<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong> "<br />

mas estes foram sempre sustentan<strong>do</strong> o fogo emqnanto recuavam (2). QuandJ<br />

A qui n o estava quasi sobre o inimigo, declarou que queria matar alguns<br />

/~cgros com suas proprias mãos, e, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> de esporas ao seu cavallo,<br />

derrubou um sol<strong>da</strong><strong>do</strong>. Outro, porém, que estava perto, voltou sobre eus<br />

passos, ao vêr cahir o companheiro, e, apontan<strong>do</strong> para o chefe paraguayo,<br />

metteu-lhe uma bala no ventre, lançan<strong>do</strong>-o fóra <strong>do</strong> cavalJo.<br />

(( Os <strong>Paraguay</strong>os retiraram-se de nov.o· para o Potrero-Sauce, e<br />

A qui no, mortalmente feri<strong>do</strong>, foi conduzi<strong>do</strong> ao quartel-general, e logo<br />

promovi<strong>do</strong> a general, porém falleceu <strong>do</strong>us dias depoi (3).<br />

« Novo ataque a trincheira foi immediatamente ordena<strong>do</strong> l)elo general<br />

Flores, e d'e ta vez uma divi ão argentina incorporou-se â oriental,<br />

fican<strong>do</strong> ambas ás ordens <strong>do</strong> coronel P a 11 ej a.<br />

« A metade <strong>da</strong> artilharia paraguaya se desmontara pela rapidez <strong>do</strong><br />

fogo e comquanto a que restava e a fuzildria fizessem grande destroço entre os<br />

Aliia<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> em columna cen a<strong>da</strong> elles desciam pelo estreito desfiladeiro,<br />

avançaram estes intrepi<strong>da</strong>mente, e, enchen<strong>do</strong> o fosso com os ca<strong>da</strong>veres<br />

<strong>do</strong>s seus, apoderaram-se <strong>da</strong> trincheira e <strong>da</strong>s peças, mataram quasi to<strong>do</strong>s<br />

os <strong>Paraguay</strong>os que as defendiam, e cravaram no parapeito a bandeira<br />

argentina (4).<br />

« No mesmo instante acudiram <strong>do</strong>s bosques visinhos reforços paraguayos;<br />

200 homens de cavallaria, desmonta<strong>do</strong>s, lançaram-se .de espa<strong>da</strong><br />

.em punho sobre os assaltantes e arrojaram-n'os <strong>da</strong> posição que occu-<br />

(1) Como vimos, empenharam-se tambem Il'esle ataque lropas argentinas.<br />

(2) Isto é equivoco de Thompson. O general Aquino foi feri<strong>do</strong> na manhã de 16. e<br />

estava mOlÍbun<strong>do</strong> \10 dia 1'-l. N'esle ultimo combate. cumo já ficou dito, os <strong>Paraguay</strong>us<br />

não se auimaram a sahir dàS linhas <strong>do</strong> Sance. depois que foram de~aloja<strong>do</strong>s <strong>da</strong> trincheira<br />

Oarnpá o dus muttas visin!las.<br />

(S) Feri<strong>do</strong> na manhã de 16, falleceu no dia la.<br />

(4) A trincheira <strong>do</strong> Sauce não foi tom.a<strong>da</strong> sómellle pelos Argentinos € Odenlaes,<br />

como -e poderiu clêr lenuo este trecho•.Ahl penetraro.!J1. no mes.mo lc,?po o 21·. de voluntarios<br />

(Pern3m buco)..ulgumas compan~as <strong>do</strong> 2° ~ 5° de.lI1fl1ntar.la de linha! eontmgentes<br />

de outros corpos bl'azilen'o:" os 2 b!l;ll1lhoes &l'gentmos oas Pl?VlllCI1.S de .S. Juan e Car<strong>da</strong>va,<br />

o oriental dellominarlo « Flori<strong>da</strong>» e o 160 de \olunlanos (estrangell'os).<br />

Vejo as parles officiaes d~s comman<strong>da</strong>ll~es <strong>do</strong> 20 de i!l.fll~l


pavam, retoman<strong>do</strong> a<br />

de sorte que o inimigo<br />

paraguaya (2).<br />

67<br />

peças (1); a infantaria apresentou-se tambem,<br />

retirou-se, ten<strong>do</strong> antes encrava<strong>do</strong> a artilharia<br />

~ O combate terminou então porque os Allia<strong>do</strong>s jà estavam satisfeitos<br />

com as per<strong>da</strong>s que haviam sofl'ri<strong>do</strong>, e que desde 16 a 18 de<br />

Julho, inclusive, subiram a mais de 5.000 homens (3). Os coroneis<br />

Palleja, Agüero e lVIartini (4), pp.rtencentes ca<strong>da</strong> um <strong>da</strong>lles a<br />

um <strong>do</strong>s tre exercitas aÜiaclos, foram mortos. Além desses ficaram mortos<br />

e feri<strong>do</strong>s muitos outros officiaes, e entre os ultimas o general brazíleiro<br />

V i c t or i n o lVI o n t e i r o.<br />

(1) Nil:'l foram sómente 200 homens de cavallaria, mas, segun<strong>do</strong> o Semanario, o<br />

regimento 21 de cavallaria, os batalhões 6, 7, 12, lR, 36, 40 e Ot~t,·os de infantaria.<br />

V ijj no Ap1?cndice o extracto <strong>do</strong> Semanario).<br />

(2) O~ Srs. Lewis e Estra<strong>da</strong>, anllotan<strong>do</strong> a obra de Thompson, escreveram o seguinte:<br />

« .... O ataque foi ordena<strong>do</strong> peJo general Flores no ar<strong>do</strong>r <strong>da</strong> luta. NOSSflS tropas<br />

não levavam preparativrs, n1'l:::l para rtS altar baterias, nem para encravar canhões, por<br />

que ao partirem ningucm nisso cui<strong>do</strong>u. E' inexdcto que fossem encravadns as pecas<br />

<strong>da</strong> bateria, porque não havia com que fazê l-o ; a unica cousa que se fez foi lançar á<br />

a~ua as munições e procurar desmolltar os canhões (traLar de tumbar l"s canones). Os reforços<br />

que chl'garam aos Paragnayos foram numerosos e enconh'aram Rral'iéle parte dns assai·<br />

tantps dissp.lllina los pelos ranchos. Esta citcumslancia, a flllla de prolecção, e, séguode<br />

se disse, a orde.m de retü'a<strong>da</strong>, foram as causas <strong>do</strong> aban<strong>do</strong>no <strong>da</strong> posição....·"<br />

Que houve ordem para a retira<strong>da</strong> não ha duvi<strong>da</strong>: na parte ofticial <strong>do</strong> comman·<br />

dente <strong>do</strong> 21 0 de v"luntarios lÃ-se o seguinte trecho:<br />

« .... Pude espalhar as companbias pelo malta, olI'erecen<strong>do</strong> frente ao inimigo, e,<br />

aproveitan<strong>do</strong>-me de alguns troncos de ai vores, mandei ajoelhar e resistir, ordenan<strong>do</strong> que<br />

de preferencía fizessem fogo sobra os nrtilheiros. Sustenta<strong>do</strong> este por espaç de uma hora,<br />

result,.u a fURa <strong>do</strong> illimigo em debnn<strong>da</strong><strong>da</strong>, tranllpon<strong>do</strong> o batalhã as trincheirf:ls, e<br />

apossan<strong>do</strong>·se <strong>da</strong>s 4 bocas de fogo.<br />

« Infelizmel te, porém, achava-se o batalhão já bem dizima<strong>do</strong>, e quan<strong>do</strong> procuravamos<br />

inutilisal' as peças, fomos repentinamente lttaca<strong>do</strong>s por nma forlissima columna inimi~ll,<br />

composta oe infantaria c lallceiros a pé, que avauf;ava por difTercntes logares, ouvin<strong>do</strong>·se<br />

nes.'" occasiãu duas vezes o tr/que de t'elira<strong>da</strong>.<br />

« Re~islimos lti .. <strong>da</strong> por algum tempo, sem qne nos chegasse reforço algum, e, conheeen<strong>do</strong><br />

que mais demora importava a perua total <strong>do</strong> batalhão, porque só me restavil<br />

um lagar para retirar, assim o fiz na melhor ordem passiveI, ten<strong>do</strong> sempre consegui<strong>do</strong><br />

virar uma <strong>da</strong>s peças... »<br />

O comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2· companhia <strong>do</strong> 2 0 batalhão de infantaria lambem diz;<br />

« Eslavamos em pn)cura de espol'tas e oe diamantes qnanuo as nossas tropas foram<br />

sorprendidns pela cavallaria (~ infl.\ntarin inimiga, e, por sermos em numero muito inferior,<br />

obedecemos ao toqne de - rogo, l'r'timn<strong>do</strong>. "<br />

. Um <strong>do</strong>s ofticiaes brazileiros que alli ficaram mortos foi o 10 tenente C'lrfleiro <strong>da</strong><br />

Fonloura, éla cOl11míssâo de engenheiros, que se occupava em arrazar os entrincheiramentos<br />

inimigos.<br />

(R) A per<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Allia<strong>do</strong>s desde Iii alé B de Julho (mortos, feri'\os.<br />

llxtravia<strong>do</strong>s) foi esta:<br />

Officiaes<br />

Brazileiros. 261<br />

Ar~en tinos. . ..<br />

Onenta93 ·...<br />

5()<br />

7<br />

Sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

:3.361<br />

090<br />

7<br />

contusos e<br />

TOTAL<br />

1:1.622<br />

749<br />

2501<br />

4.621<br />

(1) Thomp.on, por engano, escreveu ilia"lillez, e assim lambem estiL na edição<br />

1111p.m;- desta obra.<br />

O tenente·cm·onel José Mllrlini era natural de S. João Marcos lprovincia <strong>do</strong> Rio<br />

de Janeiro) e um élos mais distinclos ollicille,: <strong>do</strong> exercito brazileiro. Oomman<strong>da</strong>va o<br />

110 bntalhã'l de linha, composto em sun qU'lsi totali<strong>da</strong>de de gllEll'Iias nacionaes deliglla<strong>do</strong>s<br />

dI) municipio neutro. Sun bin~raphi9, escl'Ípta por Eduar<strong>do</strong> de Sá, foi publica<strong>da</strong><br />

na collecção - « Os He7'6cs Rra.:'iLei7'os na campanha <strong>do</strong> Sul. »<br />

A. ém dOIS trcs chefes que menciona, poderia Thompsnn citar tambem o bravo coronel<br />

Macha<strong>do</strong> éla Cos(o, commandunte <strong>do</strong> alo de voluntarins (curpo policial <strong>da</strong> cidnde<br />

<strong>do</strong> Rio de Janeir r ,). Foi, como vimos, feri<strong>do</strong> no dia:lf> p fallecPll flous dias depoia.


68<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os tiveram 2.500 mortos e feri<strong>do</strong>s. O unico official<br />

de importancia que morreu foi o general A qui n Q. O tenente-coronel<br />

Ji me n e z, um <strong>do</strong>s mais bravos <strong>Paraguay</strong>os, foi feri<strong>do</strong> em um pé, mas<br />

pelejou até ao fim <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong>. O coronel Ro a, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> artilharia,<br />

corta<strong>do</strong> <strong>do</strong> seus, ficou completamente cerca<strong>do</strong>. Com o sabre<br />

partl<strong>do</strong>, nem por isto se quiz render, e salvou-se atiran<strong>do</strong> terra nos<br />

olhos de <strong>do</strong>us officiaes inimigos que o atacaram. Escapou sem a menor<br />

contusão. »<br />

,<br />

Tal é em substancia a narração paraguaya, de atavia<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pbrases<br />

encomia ticas (1). EUa prova que a di posição <strong>do</strong> combate foi acerta<strong>da</strong>,<br />

falhan<strong>do</strong> em muitos senii<strong>do</strong>s a execução. Em primeiro lagar L o p e z<br />

guarneceu mal o ponto, que essencialmente tinha em mente ganhar e<br />

conservar. Não sen<strong>do</strong> pos 'ivel fazer conduzir para a collina durante a<br />

noite maior numel'O de bocas de fogo, devia pelo menos ahi reunir<br />

mais tropa para sustentar o primeiro impeto <strong>do</strong>s Brazileiros. Com 700<br />

homens (2) não se faz frente a uma divisãO inteira i3) e uma posição<br />

dessa não se defende s6mente de cima ou de deniro, mas tambem na frente<br />

e pelos la<strong>do</strong>.". per<strong>da</strong> <strong>do</strong> ponto cobiçaclo foi ajusta punição de não<br />

terem si<strong>do</strong> os Allia<strong>do</strong>s ho tilisa<strong>do</strong>s no dia 16 em to<strong>da</strong> a linha, como<br />

de feito o foram no dia 18 pelos ataques <strong>da</strong> parte <strong>do</strong> proprio centro<br />

alJia<strong>do</strong>. (4) A chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> divisão argentina prova que estavam desembaraça<strong>do</strong>s<br />

o centro e o flanco direito <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s; de outro mo<strong>do</strong> essa<br />

divisãO não teria podi<strong>do</strong> receber ordem de unir-se â extrema esquer<strong>da</strong>.<br />

"ão é menos singular que, tratan<strong>do</strong>-,e de uma manobra de offen iva,<br />

o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os ficasse tranquillo no Paso· Leguizamon<br />

n e aUi espera se o ataque em vez de tomar a iniciativa. Quan<strong>do</strong><br />

se yê minguar a propria força, não se vão arriscar tantas vi<strong>da</strong>s em<br />

em1Jreza , que, mesmo ten<strong>do</strong> prospero exito, não influem sobre os pontos<br />

capitae , que eram sem duvi<strong>da</strong>, para os <strong>Paraguay</strong>os, a defesa <strong>da</strong> fortificação<br />

principal e o impedimento <strong>da</strong> pa sagem <strong>da</strong> esquadra (6).<br />

(1) Eslas palavras poderiam induzir o leitor a crer que o que ficou dito acima é o<br />

transumpto de algum <strong>do</strong>cumento paraguayo, quan<strong>do</strong> não é seuão a traducção <strong>da</strong> obra<br />

de Tholllpson.<br />

(~) O autor não tem <strong>da</strong><strong>do</strong> algum para assegnral que apenas 700 <strong>Paraguay</strong>os floram<br />

encarrega<strong>do</strong>s <strong>da</strong> def~za dessas posições. Porque Thompson diz que 100 enxa<strong>da</strong>s, pús e<br />

picCll'etas fllram envia<strong>da</strong>s ao Sauce, não se srgue que fosse es e o nllmero de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

que occuparam os bosques <strong>da</strong> nossa esquer<strong>da</strong>.<br />

(3) Nos desfiladeiros es reitos e sinuosos por onde operaram as nossas tropas nos<br />

dias 16 e 1 de JullJo não podia desenvolver· se uma divisão iuteira.<br />

(4) Não podemos attingir bem o pensameu to <strong>do</strong> aut\>r.<br />

(5) No Passo Leguizamon, que ficava á'1uem de Yataity-Corá, estavam as forças <strong>da</strong><br />

vanguar<strong>da</strong> argentina e não os Paragnayo3. O 1hllloo esquer<strong>do</strong> destes estendia-se drade<br />

Passo Vai (extrema esquer<strong>da</strong>) até Passo Fern ndez. O oentro ia <strong>do</strong> Passo Fernandez a Passo<br />

Gome?, e deste ponto ao Potrero Sauce a direita..<br />

Em vez de úgui=amon, Iria-se. portanto,-Pllsso Vaí.<br />

(6) Não nos parecem comprehensiveis lo<strong>do</strong>s rstes trechos.


69<br />

o Relatorio <strong>do</strong> conselheiro P a r a n a g u a, ministt'o <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> <strong>do</strong><br />

Brazil, attribue as honras <strong>do</strong> dia 16 a 4' divisão comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo<br />

general Gui1h e r m e de Sou z a e a I', comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo goneral<br />

A r g o110 F e r r ã o, mas cita com igual di.'tincção a briga<strong>da</strong> argentina de 4<br />

batalhões. Além <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> Punta-Nará (1), o Rela'orio men(jÍona um<br />

ataque de flanco no Poirero Piri , empreheodi<strong>do</strong> pelo geneeal Me n n a<br />

Barreto (José Luiz) <strong>contra</strong> a extremi<strong>da</strong>de u<strong>do</strong>este <strong>do</strong>s entrincheiramentos<br />

paraguayos; movimento interrom pi<strong>do</strong> por não se poderem sUI,erar<br />

as difficul<strong>da</strong>des <strong>do</strong> terreno. \. 4' divi ão, depois de haver <strong>da</strong><strong>do</strong> a primeira<br />

investi<strong>da</strong>, foi reforça<strong>da</strong> com 5 batalhõe~ <strong>da</strong> 6' divisão (2) as<br />

ordens <strong>do</strong> general Victorino ,Monteiro, que, peesuadin<strong>do</strong>-se ter o<br />

inimigo feito preparativos durante a noite de 17 para rehavee a posiçãO<br />

toma<strong>da</strong> pelos Brazileiros em Punta- - aró, intentou na manhã de 18 um<br />

reconhecimento à viva força, e via-se logo envolvi<strong>do</strong> por um fogo vivissimo<br />

que partia de to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s. Força<strong>do</strong> a travar combate, foi feri<strong>do</strong><br />

gravemente es e general, e a peleja continuou sob a direcção de<br />

FIo r es até 1 hora <strong>da</strong> tarde, sen<strong>do</strong> os <strong>Paraguay</strong>os rechaça<strong>do</strong>s e obriga<strong>do</strong>s<br />

a recolher-se aos seus entrincheiramentos <strong>do</strong> Sauce. Quan<strong>do</strong> a<br />

1uta se tornou mais encarniça<strong>da</strong>, o general P o 1Yd o r o J o r dão man<strong>do</strong>u<br />

avançar a 4'" divisão e ao mesmo tempo reforçar os corpos que<br />

occupavam o fotrero Piris com o 8° e 16" batalhões de infantarié', 2° e<br />

3" regimentos de cavallaria (a pé), l' corpo provisorio de cavallaria<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional e um corpo de caça<strong>do</strong>res a cavallo, que tambem<br />

pelejou como infantaria. O primeiro dia conferio aos Allia<strong>do</strong>s a po e de<br />

posições im portantes, que, se fica sem occupa<strong>da</strong>s pelo, <strong>Paraguay</strong>o~, teriam<br />

si<strong>do</strong> em extremo perigosa. O segun<strong>do</strong> tornou conheci<strong>do</strong> o terreno occupa<strong>do</strong><br />

Ielo inimigo. As per<strong>da</strong>s <strong>da</strong> tropas brazilE'iras, segun<strong>do</strong> o mesmo<br />

Relatario, elevaram-se a :!.ObO mortos e feri<strong>do</strong>. (l)<br />

Lamentamos que o mappa <strong>do</strong> fim <strong>do</strong> lO volume nã determine a<br />

po ições e locali<strong>da</strong>des, e apena indique o entrincheiramentos de uo e<br />

de outros, apresentan<strong>do</strong> o colori<strong>do</strong> <strong>da</strong>s aguas o e paço COblWtO por<br />

_ (1) No texto Rllemão lê-se sempre Punta-N/lrá, quan<strong>do</strong> o ver<strong>da</strong>driro nome é Punta-<br />

N"ró (Vej. o Semanario e Thompson).<br />

(2) Esle resumo <strong>do</strong> Relatorio eslá inexacto. O ministro dR <strong>guerra</strong> não diz que a<br />

na divisão rendeu a la, mas sim que a la rendeu u 4.a ás 91/'J. <strong>da</strong> r'lan/tã <strong>do</strong> dia 16 e<br />

a (.a rendeu a la ás 10 <strong>da</strong> Mite.<br />

o Appendice encontlará o leitor reproduzi<strong>do</strong>s os trechos <strong>do</strong> RelalOlio a que se<br />

reftlre o autor.<br />

(ll) (lama se verá 01) Appendice, esle é o algarismo que dá o Relatorio <strong>do</strong> ministerio<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong> de a"cGr<strong>do</strong> com R ordem <strong>do</strong> dia dI) general commall<strong>da</strong>nle em chefe <strong>do</strong> 10<br />

corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro ; mas em ot'ficio reserva<strong>do</strong> de 28 de JulllC', o m('smo general<br />

eleva a 9,699 mortos e feri los as perJas <strong>do</strong>s f rnziteiros, sem fallar nos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s con·<br />

tusos e extravia<strong>do</strong>s, 'egun<strong>do</strong> esse omcio tivemos 2~0 ofli 'he>: e 2. .],19 mOl'los e feri<strong>do</strong>s.<br />

A nossa per<strong>da</strong>, porém, incluin<strong>do</strong> os contusos e extra\'ia<strong>do</strong>~, an<strong>do</strong>u, como já dissemos,<br />

p(·r 261 officiaes e 3.361 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (3,622 homens).


10<br />

estas no tempo <strong>da</strong> enchente. Na estarão secca. muitos destes banha<strong>do</strong>s,<br />

como qualquer outro pantano, são transitaveis. (1)<br />

K e n n e dey nos, for lece alguns pormenores sob o ponto de vista<br />

paraguayo. O cimo <strong>da</strong> collina onde os <strong>Paraguay</strong>os queriam collocar suas<br />

bateria avança<strong>da</strong>, apresentava um espaço de 200 metros quadra<strong>do</strong>s. A<br />

collina (2), bastante íngreme, erguia -se no meio de um banha<strong>do</strong>, o qual<br />

sÓ em algun logares <strong>da</strong>va passagem. Os flancos <strong>da</strong> collina estavam<br />

cobertos de palmeiras isola<strong>da</strong>s e e pesso matto de espinheiros; no' alto<br />

havia um espaço de cerca de 100 metros, despi<strong>do</strong> de arvores e de capõe'.<br />

Estava situa<strong>da</strong> a 1.8')0 pés de distancia <strong>do</strong> flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s<br />

e lJOUCO mais ou menos 3.600 pés affasta<strong>da</strong> <strong>do</strong>~ entrincheiramentos<br />

paraguayos. Se tive sem podi<strong>do</strong> levantar a bateria, os Allia<strong>do</strong>s seriam<br />

força<strong>do</strong>s a recuar, deixan<strong>do</strong> suas linha, porque a bateria enfiava to<strong>do</strong><br />

o entrincheiramento até ã extremi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> flanco direito. K e n n e de y<br />

refere que os atira<strong>do</strong>res paraguayos ao pé <strong>da</strong> collina foram sorprendi<strong>do</strong>s<br />

pelos Bl'a~ileiros comman<strong>da</strong>rlos pelo general Sou za, e que, toma<strong>da</strong><br />

a fortificação, os' sapa<strong>do</strong>res brazileiros consumiram to<strong>do</strong> o dia 17 em<br />

dispol-a para resi til' aos <strong>Paraguay</strong>os. Das ob. ervações de K e n n e d e y<br />

se reconhece que os <strong>Paraguay</strong>os por detraz <strong>do</strong> primeiro entrincheiramento<br />

possu:am um segun<strong>do</strong>, que ficou em suas mãos, quan<strong>do</strong> o outro<br />

cabio em poder <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s.<br />

Quanto às apreciações <strong>do</strong>s Drazileiros, Argentinos e Orientaes, julgamo'<br />

suiliciente chamar a attenção <strong>do</strong> leitor para as partes oiliciaes<br />

<strong>do</strong>s generae Mi t r e, P o 1Yd o r o J o r dão e F lo r es, que se acham<br />

no i1ppenâ1á (3). Ellas nos -representam, com to<strong>da</strong> a clareza possivel<br />

(1) o m:lppa <strong>do</strong> fim <strong>do</strong> lo voI. (e que só com este 2 0 senl distribuí<strong>do</strong>) é o quo tom<br />

por titulo Jffarpa <strong>da</strong> porte me' idionaL <strong>do</strong> Pamg!!"!! enlre Itapiri. e J[umoitá.<br />

O combates de ]6 fl 18 <strong>do</strong> Julho foram rod<strong>do</strong>s desde o ponto em que se 10­<br />

Ffwte Pil'is-e-'2á de Maio rie 1 'G6-até {Is tl'incl1oims <strong>do</strong> Sauce.<br />

A batalha de 24 de Maio fui pclp.jach n·) espa,o comproh ndi<strong>do</strong> entro ,',s flontos<br />

designa<strong>do</strong>s pr r-Forte Pi,·is-e-Tu!!ut!/-. Passo Sidm o ll'; linhas <strong>da</strong> direita, que aindl nno<br />

exist aro então. To<strong>do</strong>s us elltl"Íllcheirame71tus alLill<strong>do</strong>s design"lttos ?lO mappa (oram construirius<br />

p05terior71lente. Ahi vê-5e, por exemplo, o l'edl.cto centrol, ponlo no qual se deli o combale<br />

de 3 de Novembro de 187, r,'ducto que só foi levanta<strong>do</strong> nesse anno (l8G7), pouco<br />

antes <strong>da</strong> maroha de flanco.<br />

Desde o ponto designa<strong>do</strong> por For'te Pi"is até 80 Sauce estendiam-se os bosques que<br />

conquistámos em 16 e lide JullJo. A linha ue trincheiras que por al.Li pas5a é acha·<br />

ma<strong>da</strong> Linha Ne!J?-a, que ia além <strong>da</strong>s posições tomaolas em 16 de Julho de 18';6.<br />

O mappa repl'esp.nla o acampamento de Tuyuty com as linhas de defeza completa<strong>da</strong>s<br />

em prillcilJios de 1868, depois <strong>do</strong> :>taque de ::l de Novembro de 1867.<br />

O Estal-O /lojas appareci c mpletamente innlln<strong>da</strong><strong>do</strong> COln o nome de Lagoa Uoyas,<br />

nome que deve ser substilui<strong>do</strong> por nquelle.<br />

De to<strong>da</strong>s essas locali<strong>da</strong>des dão idéa roAois<br />

exacta os mappas <strong>da</strong> collecção Jour<strong>da</strong>n.<br />

(


71<br />

llem um mappa especial, os differentes movimentos <strong>do</strong> bl'llligerantes,<br />

sem comtu<strong>do</strong> na<strong>da</strong> eluci<strong>da</strong>rem obre os resulta<strong>do</strong>s positivos. Apezar<br />

u'lsto fornecem-nos os <strong>da</strong><strong>do</strong>s necessarios para o conhecimento <strong>do</strong> e ta<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong>s cou as.<br />

O que à primeira vista mais nos impressiona é o descui<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Brazileiros<br />

em deixarem de occupar aquella collina, que apenas distava 1.800<br />

pés de seu acampamento. Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> este terreno atravessa<strong>do</strong> na madruga<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> dia 16 por varias divisões de infantaria, tambem antes<br />

d'esse dia poderia tel-o si<strong>do</strong>. Qualquer reconhecimento feito com algum<br />

tino bastariü para mostrar a importancia cl'esse ponto, . itua<strong>do</strong> entre os<br />

<strong>do</strong>us campos inimigos, nas condições topographicas de enfiar os entrincheiramentos<br />

allia<strong>do</strong>s em to<strong>da</strong> a sua extensão. Foi erro l.almar, que custou<br />

muitas. vi<strong>da</strong>s sem proporcionar um resulta<strong>do</strong> brilhante. Pelo <strong>contra</strong>rio,<br />

foi acerta<strong>da</strong> disposição <strong>do</strong> general P 01 y d o r o J o r dão a de render as<br />

divisões umas pelas outra em curtos p~'azos. Raras vezes a tropa que<br />

toma uma posição inimiga possue força e animo para defendel-a de um<br />

ataque; e por isso a rapi<strong>da</strong> succes 'ão, a sub tituição <strong>da</strong> columna victonosa<br />

por outra intacta e descansa<strong>da</strong> e altamente recommen<strong>da</strong>vel. ão<br />

sabemos porque o general P 01 Yd o L' o J o r dão fez para esse fim vir<br />

uma divisão argentina, quan<strong>do</strong> ainlla tinha de reserva duas brazileiras<br />

(1). Talvez fos e um simples acto de deferencia para com o general<br />

em chefe Mit r e, porquanto o procedimento <strong>do</strong>s generaes brazilei<br />

ros até á chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> marechal de exercito marquez de C a x ia s revela<br />

as ordens estrictas <strong>do</strong> 1 m p e r a d o r de obrarem sempre de accor<strong>do</strong><br />

com os Allia<strong>do</strong>s. De nenhuma <strong>da</strong>s narrações se póde inferir se a divisão<br />

argentina, chama<strong>da</strong> então para operar, per~encia ao centro, ao flanco<br />

direito ou á reserva (2). Vemos sómente que apoiou o ataqne <strong>do</strong>s Brazileiros<br />

no flanco direito d'estes, o que faz suppôr que fôra a divi ão argentina<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> ao general F lo r es para o centro. Bem que o 2° corpo de exercito brazileiro,<br />

<strong>do</strong> general P o r t o- A1e g r e, ou ao menos parte <strong>da</strong> sua caval-<br />

(I) Lembraremos sempre que o genel'al Poly<strong>do</strong>ro Jordão tomou o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> 10<br />

corpo rle exercito brllzileiro 'no dia 1- de Julho.<br />

A briga<strong>da</strong> argentina de C~lDesa não tomou parte no ataque de 16, '3 s6 á noite avançou<br />

com parLe <strong>da</strong> 6- divisão brazileira para sustentar as posições que llaviamos conquista<strong>do</strong>.<br />

. Essa briga<strong>da</strong> conc01'l'eu como reserva, não a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> general PolJ'<strong>do</strong>ro, mas por<br />

Indicação <strong>do</strong> general Mitre na conferencia <strong>do</strong> dia 15. Não podia o general brazileiro impedir<br />

que os nossos Allia<strong>do</strong>s concorressem de algum mo<strong>do</strong> para <strong>II</strong> operação.<br />

As divi-ões de infantllria <strong>do</strong> 10 c rpo eram -lo : 1-, Argolo, 3a , Jacintho Macha<strong>do</strong>, 4",<br />

Guilherme de Souza, e 6- Victorinu Monteiro. To<strong>da</strong>s ellus. excepto alguns batalhões. entraram<br />

sllccessivamente em fogo. e lambem p rte <strong>da</strong> 2", de cuyallaria J. I,. Menna Barreto.<br />

A 3& operuu separa<strong>da</strong>. cúmbaten<strong>do</strong> parle <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> Bello incorpora<strong>da</strong> ás forças <strong>do</strong> general<br />

Menna Barreto, e parte <strong>da</strong> bri~adll Paranho's ·com a 'la divisiio e depois com a la.<br />

Quan<strong>do</strong> avançava uma diVisão brazileira de infantaria, ficavam. pois, tres de reserva.<br />

(2) Não tem importancia alguma esta duvi<strong>da</strong> <strong>do</strong> autor. Tanto a briga<strong>da</strong> argentiua de<br />

Conesa, que entrou em rogo na noite de 16, como a de Dominguez, que li foi render na<br />

manhã de 17 e a de Agitero, que reforçou esta durante o comb te de 18, pertenciam á. divisão<br />

<strong>do</strong> general Emílio Mitre. e I.iuham o seu acampamento na extrema direita <strong>do</strong>s AlUa<strong>do</strong>s.


72<br />

laria, já. tivesse chega<strong>do</strong> no dia 12 ao Paso de la Patria (1), não se<br />

falla de sua cooperação nos tres dia de combate nem de sua posição<br />

na reserva (2). Provavelmente não se pôde eJectulr com tanta presteza<br />

a passagem de ItaU para Itapiru. 'ão ignoran<strong>do</strong> Lo pez qne este corpo<br />

partira para Oandelaria, e contan<strong>do</strong>, por isso, que viria para a sua frente,<br />

re olvpu-se talvez a <strong>da</strong>r o ataque um pouco antes. Foi muito debil e<br />

vacillante o procedimento <strong>da</strong>s tropas allia<strong>da</strong>s que occupavam o flanco<br />

direito (3) , pois deven<strong>do</strong> conhecer j â as paragens proxima;;; a Yataity<br />

Cora e a leste <strong>do</strong> Ester.'l Rojas poderiam ter feito uma energica demonstração<br />

(4). N'e ta conjunctura é tambem incomprehen ivel a inacção <strong>da</strong><br />

esquadra. Ta man d a r é já. estava convenci<strong>do</strong> de que poderia utilisar a lagôa<br />

Piris, senão empregan<strong>do</strong> grandes encouraça<strong>do</strong>s, pelo menos st?rvin<strong>do</strong>-se<br />

de pequenos navio e lanchas de to<strong>da</strong> especie, de que não havia falta.<br />

Tinha havi<strong>do</strong> tempo de sobl'a para a construcção de chatas pelo modelo<br />

paraguayo; e ao troar <strong>do</strong> canhão na madruga<strong>da</strong> <strong>do</strong> dia 16 qualquer<br />

movimento naval incommo<strong>da</strong>ria o flanco direito <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, ol)l'igan<strong>do</strong>-o<br />

a destacar tropas e, con equentemente, a enfraquecer a defesa<br />

d.e seus entrincheiramentos no centro. Não foi pequeno no exercito o<br />

desgosto por este de8ampal'O <strong>da</strong> esquadra e se não houvesse morri<strong>do</strong> o<br />

coronel P a 11 ej a, os jornaes de Buenos-Aires teriam publica<strong>do</strong> a respeito<br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong>s tropas aliia<strong>da</strong>s artigos ain<strong>da</strong> mais acrilUoniosos,<br />

<strong>do</strong> que os atê entã.o escriptos por aquelle oflicial (5). As idéas<br />

européas sobre a disciplina militar não comportam sem duvi<strong>da</strong> essa collaboração<br />

accusatoria por parte de ofli~iaes, e não é digno por certo<br />

de imitação o procedimedto <strong>do</strong> coronel P a <strong>II</strong> ej a. Acreditamos que foi<br />

s6mente em attenção a sua bravura e habilitações militares que os generaes<br />

durante as o.perações toleraram publicações tão deprimente. Menos<br />

{I} No dia 10 de Julho chegou ao Passo <strong>da</strong> Patria a primeira expedição, isto é, a briga<strong>da</strong><br />

de caça<strong>do</strong>res a citval10 <strong>do</strong> tenente·c~ronel Piquet. As outras expedições chegaram<br />

depois em 29 de Julho e durante o mez de Agosto.<br />

(2) Dei "P corpo de exercito só entrou em fogo no dia 18 o 2 0 corpo de caça<strong>do</strong>res a cuval1o,<br />

que combateu a pé, e teve fóra de combate 76 homens, sen<strong>do</strong> 1 capitão e 15 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

mortos, 2 alferes e 41 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 1 capiLão e 10 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contusos.<br />

Isto c·msta <strong>da</strong>s ordens <strong>do</strong> dia e partes officiaes <strong>do</strong> tenente·coronel Piquet e major<br />

Tranquillino Velloso.<br />

{3} O exercito argentino.<br />

(i) Falleja em seu Dicwio (Vid. pago 182 <strong>do</strong> Append.i-:e) fIZ igual censura.<br />

As tTopas argentinas na<strong>da</strong> emprehenderilm porque não receberam para isso ordem <strong>do</strong><br />

presidente Mitre.<br />

Apenas no dia 18 os <strong>Paraguay</strong>os, sallin<strong>do</strong> de suas trincheiras <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, sustentaram<br />

um curLn tiroteio com um bJtalbão argentino e um esquadrão de caVãllarill <strong>da</strong> mesma<br />

nacionali<strong>da</strong>de.<br />

(5) O Diario de Palleja era publica<strong>do</strong> em um jornal de Montevidêo. ESSE: officia! fez<br />

por vezes censuras ao coullnan<strong>da</strong>nte em cllefe <strong>do</strong>s exercitos allia<strong>do</strong>s e ao almirante, mas<br />

as suas reflexões não revelavam a acrimonia de que falia o autor; eram feitas mui respeitosaml,.nte.


73<br />

estranhamos o sentimento elo pnblico em Bu:mos-Aire~ (1) ao vel-as<br />

cessar pela morte gloriosa de quem as escrevia.<br />

Ain<strong>da</strong> outra vez nenhum re 'ulta<strong>do</strong> decisivo se colheu com esses<br />

combates de tres dias. Os Allia<strong>do</strong>s, é ver<strong>da</strong>de, arre<strong>da</strong>ram um perigo e<br />

ganharam algumas braças de terreno, mas isso em na<strong>da</strong> modificou a<br />

situaçã0 <strong>do</strong>s belligerantes. O novo sacrificio de alguns milhares de homens<br />

só servio para demonstrar que atraz <strong>da</strong> primeira linha de trincheiras<br />

paraguayas se levantava uma segun<strong>da</strong>, que, tão bem como a primeira,<br />

obstruia o unico caminho de Humaitá, pelo estreito terreno entre a<br />

lagôa Piris e o Estero Rojas. Era presumível que o assalto <strong>da</strong> segun<strong>da</strong><br />

linha viesse revelar uma terceiea, porque a extraordinaria -pericia e<br />

activi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os em levantar fortificações ligeiras na<strong>da</strong> havia<br />

de poupar para prJcrastinar o ataque de Humaitá.<br />

A falta de resulta<strong>do</strong>s decisivos dep \is de tão glorio os e cruentos<br />

combates não deixou de provocar desgostos tanto no acampamento allia<strong>do</strong>,<br />

como no Rio de Janeiro. em Bllenos-Aire' e em MontevHléo. D'al1i pl'oveio<br />

certa exitaçtLO, e nasceram debates. e censuras.<br />

Com a chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> barão de P () r t 0- A.I e g r e, cujo caracter emprehende<strong>do</strong>r<br />

tere.mos ao depois occa ião de reconhecer, alcançava o general<br />

P o1Yd o r o J or dão um grand.e auxiliar para os seus projectos de operações,<br />

e nas conferencias com o presdente M it r e e com o governa<strong>do</strong>'r<br />

Flores, que nào dis imulava sua impaciencia, formou- e mais claro conceito<br />

<strong>do</strong> ver<strong>da</strong>deiro eota<strong>do</strong> <strong>da</strong>s cousas.<br />

Já antes, em fins de Maio, surgira a idea de contornar o inimigo pelo<br />

Gran-Chac até a Villa Occidental, na foz <strong>do</strong> Pilcomayo (2), defronte de<br />

Assnmpção, caminho este que mais tarde foi aproveita<strong>do</strong> entre as Tres<br />

Bocas e o Timbó, e, em segui<strong>da</strong>, desde Pikisil'Y até Villeta (3) As informações,<br />

porém, colhi<strong>da</strong>s pl'incipaImente <strong>do</strong>s indios Mbayâ, qne por serem<br />

inimigos <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os mereciam algum1. confiança, mostravam a absoluta<br />

impossibili<strong>da</strong>de para um exercito regular de avançar parallelamente<br />

a argem direita <strong>do</strong> rio <strong>Paraguay</strong>.<br />

Eram em grande numero os rios e riachos de margens paluc1osas,<br />

muitas as lagôas, exten. issimos os pantanos, e cerra<strong>da</strong>s as mattas vil'gens ;<br />

nem siqner havia ain<strong>da</strong> uma pica<strong>da</strong> qne facultasse o tl'anslorte regular<br />

(1) Em Monlevidéo, diria melhor o aulor. Plllleja servia no exercito oriental.<br />

(2) Deve haver engano <strong>do</strong> autor: niio nos consta que alguem pensasse em semelhanlo<br />

marcha pelo Ohaco desde as Tres Bocas até li Villa Occidental. Essa ularcha era impralicaveJ.<br />

(3) Os BI'BZileiros, quan<strong>do</strong> forçaram, cm 1SG7, a passagem <strong>do</strong> Curupaily, abriram um<br />

caminho pr-Io Ollltcn, desde o Riacho Qlliá, abltixo de Curuzú, alé ao Porto Eliziario, ncima<br />

de Curupaily. Depois assentaram n'e~sa extensão uma estra<strong>da</strong> de ferro.<br />

Os Paragl.layos, tambem em 1867, quan<strong>do</strong> o duque de Caxias flanqueou as obras<br />

aV::lnçadlls de Humaitá, abriram pelo ChaQo um caminho desde o Timbó ale Monte Lin<strong>do</strong>,<br />

pouco Rci ma <strong>da</strong> foz <strong>do</strong> Tebicuary.<br />

Em Outubro e Novembro o exercito bl'azileil'o cOllstruio uma outra estra<strong>da</strong> desde Santa<br />

Thereza, abaixo <strong>da</strong>s forlificações de Jingostura e Pikisil'Y, até Santo Anlonio, acima de Villeta.<br />

B 10


74<br />

<strong>do</strong>s vivere::;, em que ~l e;'quaura podesse subir e <strong>do</strong>minar o rio i'araguay<br />

não havia probabili<strong>da</strong>de alguma de successo. i E como poderiam fazer<br />

isto os navios sem o forçamento prévio <strong>da</strong> pas agem de Humaita? Da<br />

cooperação çla esquadra ficava sempre dependente qualquer movimento de<br />

flanco pelo Gran-Ohaco. Mas se a esquadra forçasse a passagem de Humaita,<br />

não haveria nece 'si<strong>da</strong>de de contornar por terra. As. iro quae quer combinações<br />

estrategicas presuppunham ..empre a coadjuvação <strong>da</strong> esquadra (I).<br />

A eUa, porem, ~e opplll1hum, quer nos con:elho:; de guel'1'a, quer na<br />

pratica, varia'> consiclel'açõe e obitaclllos. Taman<strong>da</strong>l'é persistia na<br />

01 inião de que a passagem não pouia ROl' forçau,t pela e"'luadea, ma<br />

que o exercito pelo la<strong>do</strong> de t~rra devia tornar' pos 'ivel a expugna~ão<br />

<strong>da</strong> fortaleza de Humaitá, Julga'-'l não ser prudente ex.pôr a esqulldra,<br />

elemento precioso e de difficil sub titui)IO, aos pel'igos que lhe reservavam<br />

os longos e escolhi<strong>do</strong>s meio <strong>do</strong> l~efe~;a accnmula los na margem<br />

inimiga. Em seu conceito, não a e quadra, nlas o exercito devia expugna.r<br />

a fortaleza, ou antes, entendia qu a força naval e a terrestre dev~all1<br />

cooperar a.o mesmo tempo; ma. para isso erü preciso chegar ao ponto<br />

ue poderem bombardear efficaí\mente a pl'açu, le\-alltan<strong>do</strong> o exercito a<br />

prj meira paralleJa, Não era licit(l, dÍL:ia e11e, ex probrar a demora <strong>da</strong><br />

eS'luaclra diante <strong>da</strong>s batel'ias de Ollrupaity, quan<strong>do</strong> o exercito parava<br />

diante <strong>da</strong> linha' de Rojas: e'l1q uanLo não recebesse us 6 encouraça<strong>do</strong>s,<br />

que lhe haviam si<strong>do</strong> prometi<strong>do</strong>s e que os pet'itos julgavam necessario , não<br />

poueria expôr de mo<strong>do</strong> j ustificavel os (Jutros na vias a uma de ·truiçito<br />

quasi certa (2). A este argumento, na vet'<strong>da</strong>de ponderosos, mas tambem<br />

?aralysac1ores, os generaes na<strong>da</strong> podiam oppôr, e por isso renunciou-se<br />

(1) Os movimentos <strong>da</strong> esqundra, como pOr vêzed Lemos dito, eque ficavam suborJiuadus<br />

aos <strong>do</strong> exercito.<br />

"Que vantagem viria de forçar ella Ouruzll, OUl'Upaity e Humaitá se os exercitos<br />

allia<strong>do</strong>s não avançavam?<br />

"Quem lhe levaria acima de Humaitá combustivel, vil'erds e munições de g\lerra?<br />

(2) Já dissemos em outra nota, pago 55, que o a1111iraute Tamanoaré não plidia<br />

climo suppõe o autur, ter procl1l:a<strong>do</strong> justificar a inacção <strong>da</strong> esquadra com a necf'ssi<strong>da</strong>d~<br />

que tillha de elevar a 6 os na.vlOs eucouraça<strong>do</strong>s áti suas or<strong>do</strong>ns; tl não podia <strong>da</strong>r essa<br />

razão porque, se. em 16 de Abrtl, fiO operar:se a pRssa~em <strong>do</strong> Paraná, só tinha 4 encouraçatlos<br />

u Braz1l, o Barl'o:ro, o TaTnan<strong>da</strong>re e o Bah1.Q,. em 3 de Junho possuiil mais<br />

2, o Rio de Janeil'o e o Lima BI1IY'r'os, além d LS bombardeiras Pedro Affonso e FOl'te<br />

de Coimbra,<br />

A esquadra na<strong>da</strong> emprehendia CO!llra OUrLlZÚ e Ourupaity, porque nenhum pl'OV ito<br />

se tiraria <strong>do</strong> bOUl?i\r<strong>do</strong>amellto de bat nas de te~'l'a e l)arro solto, que facilmente poderiam<br />

ser reconst!lu<strong>da</strong>s, se um corpo de tropas nao occupasso essas posições, cooperan<strong>do</strong><br />

de aeccr<strong>do</strong> com a força naval.<br />

E o almirante Taman<strong>da</strong>ré só dispunha enlão (.Junho) ele DOO homens de desembarque<br />

(Vej!\-se 01 0 vol., p~g. 31~). . .<br />

A illlprensa argentina. na cessava de aecusai-o, eXlglll<strong>do</strong> que eUo fizesse mais <strong>do</strong><br />

que podia fazer, e .pedln<strong>do</strong> l?stanlemenle que a. esq 1 1Rdra nbrisse as operações cOlltla<br />

Uurut'aity e Humlulá. Para ISSO só esperava o alullranre a chcBatla d~ 2 0 córpo de exercito,<br />

eomman<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo tenente-genera! conde de Porto-.-\Iegre lenlao barao). Apenas este apresenlou-se<br />

no tllealro <strong>da</strong>s gperaçoes, teve cO?1eço o aLaquc3 polo I io e pela direita inimiga,<br />

commettentlo-se o gr,mde .erro ~e dlVtdlr em duas fracções o exercito allia<strong>do</strong>, uma<br />

<strong>da</strong>s quaes, e a mais numerosa, ficou lUlletlva em Tu,yuty. 9l!,.an<strong>do</strong> se quiz reparar esse<br />

erro, concentran<strong>do</strong> grande numerJ de tropas em Ouruzu, a POSIl,1l0 de Curupaity já estava<br />

inexpugnave1.


ao proposito de flanquear, marchan<strong>do</strong> pelo Gran-Chaco, como tambem penetran<strong>do</strong><br />

l'ela Candelal'ia em direcção a Villa-Rica.<br />

Nilo se pódB verificar quem adiantou a idéa <strong>do</strong> ataque de Ourupaity,<br />

para o qual deviam cooperar o exercito e a e"'quadra. A opinião publica<br />

a attribuio ao general bar<strong>do</strong> ele P o r t o- AI e g r e e temos serias razões<br />

para presumir que assim fos e, além de que a ella foi incumbi<strong>da</strong> a realisação<br />

(1). Causou na ver<strong>da</strong>de algum receio ter-se de desfalcar o grosso<br />

<strong>do</strong> exercito d1 tão avulta<strong>do</strong> numero de tropas I as ci:'cumstancia, então<br />

(I) Os distinclos annr,ta<strong>do</strong>rcs de TlJompson, Srs. Eslra<strong>da</strong> e Lewis, declararam em<br />

TI.ais de um ponto <strong>da</strong> edição hespal11101>\ d'oss,\ Obl'U, que €I illusLre general Mitre foi<br />

sen'pre de purecer que se devia flanquear o inimigo pela esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong>s linhas de R .Las.<br />

« Esta operacion ", dizem elles á pago 157. "esta operation, qUA, pratica<strong>da</strong> 2 anos<br />

de~pues, determinó la cai<strong>da</strong> de Humnilft. p(]ú'ece haber súlo el sueno aonstante dei g~ne­<br />

"al en gefe, que no pu<strong>do</strong> ,-esolvel' á los A Ui-:ulos á p,'actica,-la hasta despúes ele esc tiempo, J)<br />

A' pago 19-3, em outrll Axtensa nota, cm qnc tratam <strong>do</strong> ataque de Curllpaity, observam<br />

aiOlla: - (( EI jeneral Mitre se decidió por esta idéa. que mlldillcaba su primitivo pensamiento,<br />

porque, faltan<strong>do</strong>le cabullos pum realiznrla por la derec!la de TUYllLy, queria, una vez<br />

siquiern, aprovechnr ios caballos de vapor de la esquadra brasilera" (vai grande injustiça<br />

n'esta pLJrase. poi~ em Ri~c!Juelo essa esqnadm livr,lu BUl'lnos- \ires ele um bloqueio,<br />

e a difficil operação eh pa,s~gpm <strong>do</strong> Pilrallá não SP- tpria realisa<strong>do</strong> sem ella) ..• «Antes<br />

ele to<strong>do</strong>. debemos decil' que la idéa de ntacar C lrupnity, sobreLo<strong>do</strong> despues de habpr<br />

pel'c!i1o la oporluni<strong>da</strong>d dei elia ;1, no fue deI jene"al Mit"e, que desde la batalla deI<br />

24 de Mayo insistia en opel'ar sobre la '-eta.q!tl1ll·dia deI cnemigo, flanqueOlY!<strong>do</strong> sus liMas<br />

por nuestra del·echa. Esta operacion hnbria prorlllci,lo !ln triunfo n\pirlo y seiluro segun<br />

los <strong>da</strong>tas dpl mismo Sr. Thompson. La ocupacion ele Curupaity habl'ia smo tambien 'muy<br />

ventajosa, lJUes como ya lo hemos dicho, tom'l<strong>do</strong> aquel punto, el enemigo que<strong>da</strong>ba en una<br />

adtica situaeiun. ))<br />

No Appendice tomaremos em consideração o que diz'"m os commenla<strong>do</strong>res de Thompson<br />

sobreo ataque de Curnp1ity. 'astr logar limitar-nos-LJemos a reclamar contnt na serção,lantas<br />

vezes repeli<strong>da</strong>, de haver o general Mitt'e insisti<strong>do</strong> des.le a batalha de 24 de Maio em qu~<br />

se apel-asse sobl'e a retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo, flanqttean<strong>do</strong> suas linhas pela nossa direita.<br />

Pndia n marcha rle flanco, tão brilhantemenLe executacl \ em Julllo de 1868 pelo<br />

duque ele Caxias, ter si<strong>do</strong> o sonho constante <strong>do</strong> clislincto estadista e geneml argentino,<br />

mll~ o que podemos as egural' é que, nem na:! juntas de <strong>guerra</strong> celebra<strong>da</strong>s desde n<br />

batalha de 2,1. de Maio, até no assal•.o de Curupaity, n m em varLicular, propoz elle, uma<br />

só vez sequer, !lOS generaes brazileiros semelhante movimento. 'em ao menos um reconhecimento,)<br />

ordenou pela eSr'Juercla inimiga: só era 4 e 2~ de Setembro. quan<strong>do</strong> já se<br />

opemva pelo ponto opposto, isto é, por Curupaity, foi que o general Flores. com uma<br />

columl1fl ele cavfllla<strong>da</strong>, explc-rou ns visinhanças de Pa~so Vai, e chegou <strong>da</strong> segun<strong>da</strong><br />

vez até Tuyu Cuê.<br />

O plano de concentr,ll' em Tuyuty todu o exercit) alHa<strong>da</strong>, inclusive o 2 0 corpo<br />

brazileiro, para com f,n'çi\s respl'lilnveis conlornar a esqunrrla inimiga, já então tinhn<br />

muitos adeptos no acampamento brazileiro, mas no dlJs nossos Allia<strong>do</strong>s não se [aliava<br />

senão em alacar Gu!'up1ity con~ o npoio <strong>da</strong>. esquadra.<br />

O general Milro hesit.avn, ('<strong>II</strong>, pelo menos, nenhum esforço ou Lentatila fazia. para<br />

que triumphasse a id'a qne os comn'ellln<strong>do</strong>res de Thompson Ih attribllem. De oulr<br />

la<strong>do</strong>. o almirnnle Tamall<strong>da</strong>ré sll~lentavn. com nrdnr a necessi<strong>da</strong>de d·) ataque e occllpaçno<br />

<strong>do</strong> Curul aity, lorquo, Lnnsferi<strong>da</strong>s a, operações para a margem <strong>do</strong> rio, sahia a<br />

esql1adrn <strong>da</strong> inncção em que tinila jazirlo (;om a pre'ença <strong>do</strong> 20 corpo de exercilo,<br />

resolveu-se levar o &taque po,· esse IlItl0, votand tambem por isso O general Mitre,<br />

ma~, a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> o plano, os ~"!!erRes alliadns cnm,metleram o grave eIT') ele não dirigir<br />

<strong>contra</strong> aquelle flanco <strong>da</strong>s poslçoes paraguayas maIOres forças, que pudessem operar sobre<br />

a retagllardn <strong>do</strong> inimigo.<br />

ão lia duvi<strong>da</strong> que ~orlo- legre poderin, depois <strong>da</strong> tomfldu de Curuzú, occupar<br />

em ·t de Se'embro Curu nity, pOIS li!; ohra. tle defeza que deli orU'11 os AlIia<strong>do</strong>s no<br />

rliR 22 não tinham si<strong>do</strong> conleç~<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong>. Mns Portr)·Alegre nã'l avan(i"u porque seria.<br />

remalndl\ 10l\cl\1'i\ ir cllm menus de '.0 O illmen Pxpór-!;e a ,er nlaca,lo por 13 ou<br />

16.00'1 ~omens CJ1l0 J,opp7. pOt]p.rin Innç.ar rnnlra e'1e.<br />

. lleneral Mitr acceitO!l com fri.ez9. nlJle;s rtA; tOIJH1,l.l ,I,' r:urllzil, o Idllno dr alnqu!'<br />

pel~ dIreIta paraguaya. Derr'l'; ri. lmlhnllt13 I'lolorla rle Cll"UZÚ, all~'\nç.H1 \ pelos Braol­<br />

Jei~'" , !icou firmemen.tc c()~venci<strong>do</strong> de .CIne, n.firJ pela esque'l'<strong>da</strong> inimiga. mas por Ourupn1l.y,<br />

o Clue ~e poderIa obllg~r Lnpez il refugi r-se em RUlllnibí. e RdvoO'ou com enthusiasmo<br />

esse plano, lnIlt'chand,) por isso para ünruzú COIll quasi t"riO o exercito argentino<br />

Infelhmcnle as confer.'llc.ias. a entrevista de Yalaily. orá e llIuitas ouLras c'lusas<br />

rel'll'clalam o ala'1"e, e llrlll'lllll' em _2 de Setembro nã! el' m::lis o Olll'llpail\' cle t<br />

a 10 tle ~el 111 1 r . . ,


76<br />

pre<strong>do</strong>minantes. O refol'ço obti<strong>do</strong> pela. chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> corpo rio-grandense (1)<br />

apenas preenchêra os grandes claros abertos por cúmbates e molestias,<br />

e ja se ia destacar um corpo inteiro de exercito para que, separa<strong>do</strong><br />

pela lagôa Piris estendesse ain<strong>da</strong> mais para oeste a linha de ataque.<br />

Podia se prever com certesà que os <strong>Paraguay</strong>os teriam reuni<strong>do</strong> seus<br />

segun<strong>do</strong>s entrincheiramentos com os de Curupaity no extremo norte <strong>da</strong><br />

lagôa Piris e na lagoa Lopeí:. Par:a tão extensa linha de ataque, alem<br />

d'isso inteerompi<strong>da</strong> por grandes alagadiços e pantanos, não bastava certamente<br />

a totali<strong>da</strong>de.<strong>da</strong>s forças allia<strong>da</strong>s. Poder se-ia responder que em<br />

tal caso tambem o inimigo seria força<strong>do</strong> a divillir suas tropas, e, portanto,<br />

a debilitar a defesa <strong>da</strong>s linhas de Rojas. To<strong>da</strong>s as objecções apresenta<strong>da</strong>s<br />

<strong>contra</strong> esse plano emmudeciam diante <strong>da</strong> circumstancia de ter tambem<br />

a esquadra de concorrer para a operação. Oontava-se que a intervenção<br />

<strong>do</strong> element.o naval tral'Ía resulta<strong>do</strong>s tão seguros e deci ivos como na<br />

pa sagem <strong>do</strong> Paraná, ~m frente a Itapirú e ao .campo entrincheira<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paso de la Patria.<br />

Taman<strong>da</strong>rê não podia rejeitar esta combinação (.t), que se conformava<br />

com seus proprios argumentos, pelo que sem demora foram<br />

feitos os rreparativos para o ataque de Ourupaity simultaneamente<br />

pelo rio e por tel'ra. Oonceden-se ao general P or t o - A I egr e plena<br />

liber<strong>da</strong>de para a escolha <strong>do</strong>s meios.<br />

Em primC'iro logar tinha-se de proviuenciar a respei.to <strong>da</strong>s cavalha<strong>da</strong>s,<br />

porque n'esia occasião a peste tomara PI'OLjorções assusta<strong>do</strong>ras.<br />

No A 'Ppenclice acha-se o protocollo de uma c'mferencia havi<strong>da</strong> em 29<br />

de Junho na ci<strong>da</strong>de de Oórrientes entre o minist 1'0 <strong>da</strong> justiça <strong>da</strong> Republica<br />

Argentina, o visconde de Taman<strong>da</strong>ré, e os generaes Flores<br />

e Poly<strong>do</strong>ro Jordão, na qual so tl'atou <strong>do</strong>s meios de obviar a e·te<br />

mal. (3) Não sen<strong>do</strong> no ataque de Curupaity necessaria a caval1aria, man<strong>do</strong>u-se<br />

a que ch,'ga a <strong>da</strong> Candelaria piTa o acampamento de Tllyuty (-I),<br />

(1) o autor sLlppõe que o 2 0 corpo de exercito compunha-se sómenle de Rio-Grandenses,<br />

6 isso é t1m engano. Só a cavallaria, forma\lllo meno. <strong>da</strong> metade d'esse corpo de exercito,<br />

pertencia exclusivamente á provincia elu Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Os 2 corpos de artilharia e ()<br />

de poutoneiros, assim como o 11 0 batalhão de infantaria de linha compnnham se <strong>do</strong><br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de to<strong>da</strong>s as outras provinc as <strong>do</strong> lmperi", e us <strong>da</strong>mais batalhões de infantaria,<br />

to<strong>do</strong>s de voluntarios, pertenciam ás provincias <strong>do</strong> Rio de Janeiro (50, 80 e 320), Minas<br />

Gcrae3 (U3 0 ) , I'ahia (2!J 0 ), Pará (3Jo), Maranhão (36 0 / e Parullyba <strong>do</strong> Norte 0;°).<br />

(2) O almirante fui até quem a propõz e mais concorreu para que prevaleceI! e. O conde de<br />

Porto Alegre secunuou·o porque assim operava com indepp.nd ucin elo com man<strong>do</strong> em ch'lfe de.<br />

Mitre. Aquelles <strong>do</strong>us genemes. que eram amigos e parentes, COlltllv"m <strong>da</strong>r um golpe decisivo<br />

sem repflrtir os louros <strong>da</strong> victoria com seus colleg LS que c'lmmnflF!avam em Tuyuty<br />

O almirante TalfllloU<strong>da</strong>re via sempre com desg')sto a clnllsula <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> de alli nça<br />

relativa av cummnn,lo em chefe <strong>do</strong>s exercitus nlli:l<strong>do</strong>s. E<strong>II</strong>l fins de 1 ~05 chegára mosmo a<br />

aconselhar ao govern,) (gabinet'l Olin<strong>da</strong>) qlte lhe e,jtrcgassc a diz'eccar) grl-ul eZa gllcl'l-a, promettenuo<br />

acc.,lel'ar as OperaçÕeS e o aesfacho <strong>da</strong> lula. •<br />

(jum o 2° corpo de exercito poderia, pois, reali$ar em parte os seus desejos: SP. vencesse,<br />

a vicloria seria exclusiv~mente brazileira.<br />

(::1) Já fizemos menção d'essa conferenciA. em tutra nota. V~j. Appendice n. 28.<br />

(4) Do 2 0 crJrpo de exercito só ficou em Tuyuty uma brigA.<strong>da</strong> de cavallnria, ma..o:; a pé. O resto<br />

<strong>da</strong> cavallaria embarcou pam Ouruzú, lambelll sem ca\'a11os, para apobr o at.'lquo <strong>da</strong> infuntllria.


77<br />

para onde tambem foram dirigi<strong>da</strong> as cavalha<strong>da</strong>s qLle iam desembarcan<strong>do</strong>,<br />

ao pa so que to<strong>da</strong> a infantaria destina<strong>da</strong> <strong>contra</strong> Curupaity se reunia e<br />

se exercitava em Itaplrú, sen<strong>do</strong> remetti<strong>do</strong>s para o acampamento principal<br />

to<strong>do</strong>s os recrutas que chegavam <strong>do</strong> Bralil..<br />

Não foi, porém, cousa facil induzir o general em chefe Mit r e a<br />

emprehender o ataque de Curupaity, porque n'es,a occa ião elle receiava<br />

uma forte investi<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo, e, a julgar pelas anteriores operações<br />

<strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, era bem presumivel tal mo'Vi:nento. Comtu<strong>do</strong> o general<br />

barão de P o r to- A1eg r e in. istio com tanto ar<strong>do</strong>r e foi tão decidi<strong>da</strong>mente<br />

apoia<strong>do</strong> pelo general Poly<strong>do</strong>ro Jordão (I) que se resolveu a<br />

opera~ão no conselho celebra<strong>do</strong> a 18 de Agosto no quartel-general <strong>do</strong><br />

presidenie Mit r e, onde compareceram, além <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us generaes em chefe<br />

bmzileires, o governa<strong>do</strong>r Flores', e o vice-almirante Taman<strong>da</strong>ré.<br />

Concor<strong>do</strong>u-se que iriam os mesmos 8.000 homens <strong>do</strong> 2° corpo de exercito<br />

sob as ordens de. Porto-Alegre, que a esquadra eifectuaria o<br />

transporte <strong>da</strong>s tropas até abaixo <strong>do</strong> Forte Sul (2) e que se <strong>da</strong>ria um<br />

assalto <strong>contra</strong> Curuzu, bombardean<strong>do</strong>-se Curupaity. Com o fim de apoiar a.s<br />

operações <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de Tuyuty oifereceu-se o general Flores para conduzir<br />

<strong>do</strong> Potrero Sauce uma força de caval1rtria pelos matagaes e panrano<br />

a sudueste de Curuzú, a ameaçar o fi. \DCO e. quer<strong>do</strong> <strong>da</strong> linha de<br />

Curupn.ity, de cuja posição e natureza parece que pouco se sabia (3).<br />

Tambem nãú houve grande pressa em realisa,' e ta expedição, porquanto<br />

15 dias decorreram até que tu<strong>do</strong> fica se prompto e em ordem.<br />

Parece que até nem houve reconhecimentos prévios: Ta ma n <strong>da</strong>r é limitou-se<br />

às informações forneci<strong>da</strong>s pela tribu <strong>do</strong>s indios Guaycurus (4), habitantes<br />

<strong>do</strong> Gran-Chaco e inimigo <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, o que não os estorvava<br />

de assasinarem de vez em quan<strong>do</strong> as patrulhas brazt1eira, cujas<br />

armas e roupas iam vender aos paraguayos. Taman<strong>da</strong>ré alistara 200<br />

d'esses Guaycurús (.j) e os armara. E' provavel que a elles de-<br />

(1) Quem propôz e sustentou com ur<strong>do</strong>r o plllno foi o visconde de Tamanclaré, na con·<br />

ferencia de 18 de Agosto. Plll'tO Alegre o apoiou t"mbem com C.1l0T. OS gencrars :Mitre,<br />

Flores, e Poly<strong>do</strong>ro Jordão acceilaram a combinflção. Este ultimo fizera antrs inuteis esforços<br />

junto a Porto Alegra para cOllvencel·o ua neces i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> juncção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us corpos de exercito<br />

em Tuyuty.<br />

(2) A uão ser Curuzú, não sabemos que Forte Sut possa ser esse.<br />

(3) Inexaclo. O genol'tll Flores devia parlir de Tuyuty e nã·) <strong>do</strong> Potrero Sauce (pos;ção<br />

<strong>do</strong> inimigo) à frente de uma columna de c!lvül1aria em direcção ao Passo Canoa, nll esquer<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>s tinhas de Rojas e não de Curupaity. O proprio « Mappa <strong>da</strong> pcwte merid[onal <strong>do</strong><br />

Paj'aguO<strong>II</strong>J ll, mostra que o movimento indicadg pelo autor era impraticavel.<br />

(4) O visconde de Santa ThenlZa possue, em original. o plano d'essa parte <strong>do</strong> rio. apresenta<strong>do</strong><br />

pelo almirant·J na conferencia de 1 de Ag,'sLo, plano que servia de base á discussão<br />

d'esse dia. E' um trabalho muito imperfeito, qlle denr,ta não ttlr havi<strong>do</strong> nntes sérios<br />

reconhecimentos.<br />

(51 Isto iJ repetição <strong>do</strong> qlle diz Thompson cap. X<strong>II</strong>I <strong>da</strong> sua obr : - (l Tamnn<strong>da</strong>ré,<br />

almirante brazileiro. feZ um trata<strong>do</strong> com os indios Guaycorús <strong>do</strong> Chaco e Ilrmou 200<br />

d'elles. Estes indios formam uma tribu bellicosa, que sempre esteve em <strong>guerra</strong> com o<br />

<strong>Paraguay</strong>; entrelanto, não prestaram grandes serviços aos AlliaJos, porque fugiram com as<br />

armas e a roupa que rtlceberam, e sempre que encontrüvam alguDl; Bn,zileiros, em pcq'lerlo


~ ~. E. ~ g § Io ;:g<br />

3 CD 8 Q ~ ~ S u.<br />

~("Jg,,""''"':.-jcnfb ~ tn<br />

:; g 3 - õ·., CJQ ci ~ CD<br />

..... ~ ê.: g; ~ ~ g-~ • p.. c+<br />

BRAZILEIROS<br />

ARGEN-<br />

I TINOS<br />

ORIENTAES<br />

TOTAL<br />

DOS<br />

'rOTAL FÓRA<br />

FónA<br />

ALUADOS<br />

FÓRA<br />

~<br />

? O ~<br />

~C.QC> ~~p.cn tL><br />

ACÇÕE~ I ~ ""':. Q:I ~~ CD co-l/}.<br />

., ., ., ., ., ., ., ., .,<br />

c ., c- c c<br />

~ c<br />

.,<br />

(")<br />

c CD<br />

." ~~9:~~~~ Q ~<br />

'ti 'ti<br />

'ti<br />

" 'g " 'ti 'ti j,'ÓRA rn<br />

ti ti .~ \l> (/J<br />

~ õ Il:::: c ~ c Il:::: c ~ c ~<br />

COMBATE ;:::-:--..::;j;:-O CD ~ ~ ~ CD<br />

O><br />

O tQ O tQ O tQ O tQ O tQ O tQ rn (,;) C ~~-:::;3 ~ Q ~<br />

--- --- -------- ----- --------- --- --- ~ 'l I tio S ~ {JJ<br />

'"O<br />

CD<br />

~1l'O:nrn '""l<br />

..., ~ ~ ~ ~'" ct> ~-<br />

Transporto <strong>do</strong> ultimo<br />

""<br />

~ ~ ~ ~. ~ ~ _ rn g<br />

I'><br />

llIappa, (~osde :i3 l~e rn 3g g 0> ~ r.n t;::j<br />

:M:arl;o ate 31 de MalO (') ~.'" ""ti ~ pj CD<br />

o<br />

P"<br />

""<br />

,lo 1ti(;6......... ···.· 92 1.053 2,8 3.3U8 1 14 371 4.463 M 633 03 608 6.19'1 g~[ro>~ : S (!)<br />

CD 'l"' i..J<br />

;.<<br />

o J cn :::l too ~.<br />

Bomb(wdea·mentos e ti·<br />

CD ~o~~~~ - ~ 8<br />

roteios de a,vança<strong>da</strong>s,<br />

...,<br />

g. ~ :., (") ::1. ~ ~ cn a><br />

dese/e i "I<br />

O até 30 de JIJ..<br />

nho (Vej. no Apllen·<br />

8' ~~3~">~ ~ ~ a<br />

E;~[t::CD':<br />

'"<br />

ó ~<br />

dice, n. 20, o Mappa<br />

0.0 o"<br />

lal'cial) .. ,.......... I'> _~::: ::l l.IJ ~ c+<br />

I em,. idem,. <strong>do</strong> 10 a 10 o ~~8~~ 'g ~ o<br />

de Julho (Appendice<br />

"" ~ ~ o -:: ~ CC- S ~<br />

1 4 ;]0 2 4 40 ...... 15 -1 69<br />

Q<br />

"" §' c;:~ ~ UJ crq<br />

rn r;. ~ _. ~ CI'J ""'j<br />

'CO~:';~' . ;]~ . y ~~:\i~~~<br />

Q<br />

...... 2-1 22,1 ~49 "" "".c o «> \l><br />

0'00.0 ••••••<br />

I COHA (11 <strong>do</strong> Julho) .. 1 ...... ;::- g::: 2 cn '"1 "'t::$<br />

o ."'",CD B 'tl<br />

Bomba,"dea.m.entos e ti,"o-<br />

P"<br />

_<br />

I teios de i2 a i5 de<br />

1 I......<br />

~Q o ~ ~. õ'<br />

"" CD õ~~ @ ~ o<br />

1 •••••• o, •••• 1 1 3 '-< --: 03 w OQ ~ cn<br />

~ ~CAO (l) t:; crq<br />

E:;~~;~o'd~ t~':l~~d~; p~;"~<br />

~<br />

~~:: ~ ~ ~ ~<br />

1 15 18 1';) 1 <strong>II</strong>) 121 1 4 4 ,lI HJO E c ~ ..... ;- ~<br />

lcj<br />

i to de CU?"tl::Ú {<strong>II</strong> <strong>do</strong> C'<br />

I Julho (marinha) .... 1 7 1 7 ...... 8 o<br />

Coo;! ~~. o o (ti<br />

............ ctI~.L-~ Q.. CIJ UJ ~<br />

I CO,IDA'l'E DO DOQUBROIi ~<br />

CD· ~ °â 5° o ~ p..;::<br />

I (l6 de Julho) ....... 213 2.j6 127 1.432 38 1b3 1.7-16 () 55 1.960 ...... ~~~ cn ~ CD-<<br />

CXl<br />

"'O,IDATE DO S.WCf: (18<br />

'" o<br />

cn<br />

-:. ~ o<br />

C/.) ~ (') D (/J.<br />

<strong>do</strong> Julho) ........... 24 311 8l I.2i·4 1 15 108 1.603 53 63:> ? 230? 2.1349 "" o ~ .. p.. :::. o §<br />

------------- ----- -------- --- --- ---._- ~ ~~o éD ~ ~ o<br />

144 1.059 :i12 6.~[j\) 2 70 65~ 7.988 138 1.567 67 ? oo5? ;;:: ~ ~::::r' ~ ~. ~ ~<br />

o<br />

~ p'g @ S" c(") g<br />

""<br />

'-< ~ rn o ::>::> \l><br />

----------- ----.--.-..--...... ------------- ------------- ------------- -------------<br />

., .4.....- & ~ ~ c+<br />

1.803 li.771 72 8.ü46 1.705 972 ? 11.321 ..... ~ 3-e o B CD<br />

rn<br />

~ ..... (1) ..........<br />

c;:J<br />

Clc§e: "" '" ~ P-<br />

P ccn"1 o cn • CD<br />

"


X<strong>II</strong><br />

Curuzu e Curupaity<br />

(~etembro de 1866)<br />

SOMMARIo.-Descripção <strong>da</strong> trincheira de CUl"uzú.-O general Eoito-Alegre. com fJ.800 homens<br />

<strong>do</strong> ~o corpo <strong>do</strong> exercito brazil~iro, el~barca na foz <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> (1. de Setembro).­<br />

Os. transportes que o conduziam, <strong>da</strong>o fU~l<strong>do</strong> eJ!! frente. ao s::lngra<strong>do</strong>uro <strong>da</strong> :L~ôa<br />

Pins.-BombWl'deamel'lto de cW'uz'U e de CUl'U1Ja~ty. - Seis encouraça<strong>do</strong>s brazIleIros<br />

dirigi<strong>do</strong>s pelo almirante Tama'lrlaré, começam a bombardear ('uruzú (1° de Setembro).<br />

-No dia seguinte, 4 encouraça<strong>do</strong>s, subin<strong>do</strong> o ri~, vã~ postar-se junto ás estaca<strong>da</strong>s,<br />

de Curupaity e rompem o fogo <strong>contra</strong> as batenas d ease ponto. O combate com a<br />

bateria de Curuzú é sustenta<strong>do</strong> por 1 encouraça<strong>do</strong>, 2 bombardeiras e 3 chatas (2 de<br />

Setembro).-Começam a desembarcar junto á Guardia deI Palmar as tropas <strong>do</strong> 20 corpo<br />

(tarde de 2 de Setembro'. - Desastre <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> Rio de Jane~r'o, que vai a<br />

pique, em consequencia <strong>da</strong> explosão de <strong>do</strong>is torpe<strong>do</strong>s.-Primeiros tirot ios em terra:<br />

as tropas de desembarque vão desalojan<strong>do</strong> as avança<strong>da</strong>s inimig'lS. - Os <strong>Paraguay</strong>os<br />

incendiam o bosque por onde aV3nç:.wam os Brazileil'os,-Este tl)mam posição diante<br />

de Curuzú (noite de 2 de :Setembro). - Oontinúa no di \ 3 o bombardt:amento de<br />

Curuzú e de Curupaity peh\ esquadra. Uma bateria lavant1<strong>da</strong> dlu'aute a noit.e pelos<br />

engenheiros <strong>do</strong> 2° orpo de exercito abre seus fo~o <strong>contra</strong> a trincheira de Curuzú.<br />

-Assalto e ton-..a<strong>da</strong> de cwr'un' pelos Brazileiros, dIrigi<strong>do</strong>s pelo geneml Porto ·Alegre<br />

(8 de Setembro\.-No Dlesmo di'l o general Poly<strong>do</strong>ru Jordã f z uma demonstração<br />

<strong>contra</strong> as linhás <strong>do</strong> auce e Passo-Gomez. - Exploração feita pelo general Flores<br />

até Passo-Vai, e esc'lmmuças de cwallaria (-! de Setembro). - O generRI Porto-Alegre<br />

pede reforço de inLtntaria para avançar <strong>contra</strong> ClHupaity.-Couferenci1s repeti<strong>da</strong>s<br />

entre os genemes allia<strong>do</strong>s.- DesinLelligencias e rivali<strong>da</strong>des.-Lopez aproveit


80<br />

seria a dü:;tancia por causa <strong>da</strong> geande curva <strong>do</strong> rio. Constava de uma<br />

forte trincheÍl'a com peofun<strong>do</strong> fosso e grandes abatizes na esplana<strong>da</strong>, e<br />

e ·tava arma<strong>do</strong> pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio com La bocas de fogo, cujo calibre variava<br />

de 24 a 63, direcção que denota não terem os <strong>Paraguay</strong>os julga<strong>do</strong><br />

provavel o ataque <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de terra, pelo que s6mente haviam destina<strong>do</strong><br />

a fortificação con:ra a e quadra (1). A suéste ficava uma pequena lagõa.<br />

O terreno entre e ta e a Laguna Lopez era palurloso (2), cumprin<strong>do</strong> n<strong>da</strong>r<br />

que o entrincheiramento indica<strong>do</strong> no mappa como existente diante <strong>da</strong><br />

Laguna Lopez, ain<strong>da</strong> não havia si 10 levanta<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se deu o ataque<br />

de Cnruzú: foi construi<strong>do</strong> depois que os Beazilei!'os tomaram o forte.<br />

Tinha este 4 bastiões e as mattas proximas haviam si<strong>do</strong> abati<strong>da</strong>s na<br />

distancia de tiro para deixar campo livre A. artilharia. A guarnição compunha-se<br />

de 700 horr:ens escolhi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> batalhão n ]0, que por ordem<br />

de L op e z haviam desci<strong>do</strong> de Corumbà, trazen<strong>do</strong> comsigo to<strong>do</strong>s os habitantes<br />

brazileiros d'esse lugar como refens para garanti!' o socego <strong>do</strong>s<br />

districtos de Matto Grosso occupa<strong>do</strong>s pelos <strong>Paraguay</strong>03. Esses refens foram<br />

leva<strong>do</strong>s para Assumpç<strong>do</strong>, onde morreram to<strong>do</strong>s na mais horrorosa miseria<br />

durante a gue!'ea. Uma hOL'a antes <strong>do</strong> embarque, foi-lhes communica<strong>do</strong><br />

(1) E' engano <strong>do</strong> autor. Sobre o rio estavám monta<strong>da</strong>s 1 peça de 68 e 2 de 32,<br />

e na trincheira <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de terra 10 canhões de differentes calibres. Isso mesmo se vê<br />

no « Mappa <strong>da</strong> parte meridional <strong>do</strong> Pal'agllay",), pertencente ao 10 "Volllme. A trincheira<br />

de Curuzú tinha por fim cobrir Curupaity, e era uma obra avança<strong>da</strong> desta.<br />

(2) Eis a descripção de Thompson, que reproduzimos, porque o autor guiou-se por<br />

elh, modifican<strong>do</strong>-a em alguns pontos:<br />

« Como se verá no mappa, si os Allia<strong>do</strong>s tomassem Curupaity teriam fica<strong>do</strong> á<br />

Tet'lgl!ar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Paragllayos. O carrizal estende-se desde o Paraná até Curupaity, e n'este<br />

ponto tem 2.500 jar<strong>da</strong>s. Curupaity pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Tio estava defendi<strong>da</strong> por uma bateria;<br />

se, pois, os Allia<strong>do</strong>s não quizessem expõr suas tropas, amontoa<strong>da</strong>s nos vapores, ao foO'o<br />

<strong>da</strong>s fortificações durante a passagem, teriam de desembarcar ao sul, isto é, antes:le<br />

chegar á bélteria. Preven<strong>do</strong> este caso, Lopez fez abri.r uma trincheira em Curuzú (significa<br />

Cruz) pan proteger a' baterin., 3.000 jar<strong>da</strong>s ao sul de CurupflÍty. Essa tTincheira<br />

estendia-se desde uma lagoa, que lhe ficava á esquer<strong>da</strong>, até ao rio <strong>Paraguay</strong> á dll'eitlt.<br />

Lopez fez collocar <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio 1 canhão de 8 pollega<strong>da</strong>s e 2 de calibre 32. A bau,ria<br />

e a trincheira de Curuzú eram guarneci<strong>da</strong>s por 2.500 homens e estavam arma<strong>da</strong>s<br />

com 13 bocas ele fogo .... Na frente <strong>da</strong> trincheira, pelo la<strong>do</strong> sul, o unico cRminho<br />

que se podia fazer seria atravez de um cannavial, por onde os <strong>Paraguay</strong>os já haviam<br />

abe, to uma estreib picaJa. Esse c'\minho terminava antes de chegar á trincheira em<br />

um descampa<strong>do</strong> firme. especie de praça, cujos quatro la<strong>do</strong>s teriam ca<strong>da</strong> um obra de<br />

400 jard"ls de extensão. A picadn era varri<strong>da</strong> pelos fogos d'l trincheira, e esta não<br />

podia por terra ser ataca<strong>da</strong> de flanco, embora estivesse exposta ao fogo de enfia<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>s navios; entreta'b.to, estes não a podiam ver, pois um bosque a occultava <strong>da</strong> parte<br />

<strong>do</strong><br />

rio.<br />

CC O terreno entre Curuzu e Curupaity é corta<strong>do</strong> por muitas lagoas pequenas, que nascem<br />

<strong>da</strong> continuação .<strong>da</strong> que se.rvia de. apoio a CUl'uzú,. e que se e~tende çruasi até 110 rio<br />

<strong>Paraguay</strong>. Por ISSO, o urnco canullho entre Curuzu, e CurupaIty corna ao longo <strong>da</strong><br />

margem. Enlre as referi<strong>da</strong>s lagoas acham-se pequenas alturas cobertas de cortaderas<br />

e arvores espinhosas chama<strong>da</strong>s a?'omitas, cujas flores exhahm um perfume delicioso.<br />

As lagoas têm pouco mais ou menos 4 I,és de profundi<strong>da</strong>de, e são de fun<strong>do</strong> lo<strong>do</strong>so.<br />

de sorte que póde dizer-se qne o terreno entre liuruzú e Clll'upaity é intransitavel, exceplo<br />

pelo caminho <strong>da</strong> margem, que nos pontos mais estreitos só admitte que mar·<br />

chem de frente quatro homens, alargan<strong>do</strong>-se perto de Curupaity, onde permitte maior<br />

desenvolvimento de forçf.s. Curupaity demora em uma perfeita planura, que é a mesma<br />

em que se levantam Humaitá e Tuyu-Cuê. Está 20 pés acima <strong>do</strong> nivel <strong>do</strong> cal'l"Ízal<br />

e 30 acima <strong>do</strong> lio. »<br />

Cumpre advertir que a lagoa pl'oxim'l a Curupaity, e que no mappa de Thompson<br />

tem o nome de Laguna Lopez, chama-se, segun<strong>do</strong> o Se-ma,nCll1"Ío, - Laguna<br />

Mende::.


81<br />

que iam para o <strong>Paraguay</strong> como garantes <strong>da</strong> tranqui1li<strong>da</strong>de, enuo-lhes<br />

ve<strong>da</strong><strong>do</strong> fecharem suas ca~as e levarem mais de uma caixa com objectos<br />

de uso.<br />

Além <strong>do</strong>s 700 homens <strong>do</strong> 10° batalhão, j .800 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de infantaria<br />

(1) e artilharia guarneciam o forte de Curuzú, cerca<strong>do</strong> de um soli<strong>do</strong><br />

entrincheiramento, cuja extremi<strong>da</strong>de pelo la<strong>do</strong> de terra chegava á Laguna<br />

Curuzú e constava dE: muitos angulos salientes. Demai', o terreno na<br />

frente, pe:o la<strong>do</strong> <strong>do</strong> sul, era col'ta<strong>do</strong> por uma trincheira e lasso, ao<br />

pa so que pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio não e:iLava entrincheil'a<strong>do</strong> por ser inacce~sivel.<br />

O tel'l'eno em ro<strong>da</strong> de, Curuzu e principalmente na dire..:çJo de Curupaity<br />

era quasi impraticaT·el. Pequon'~s lagoas e grandes banha<strong>do</strong>s, altas tabocas,<br />

chama<strong>da</strong>s « cortaderas », e espinhaes torm.vam difficíl o acce:;so. As<br />

lagoas, com obra de 4 pé,,; d'agua, apresentavam um fun<strong>do</strong> inson<strong>da</strong>vel<br />

de lo<strong>do</strong>, não sen<strong>do</strong> possivel senão pela margem .<strong>do</strong> rio <strong>Paraguay</strong> a communicação<br />

entre C:I ruzú e Curupaity; ao sul <strong>do</strong> forte. tinha si<strong>do</strong> aberta<br />

uma estra<strong>da</strong> pelo malta, que de bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> e. quadra não podia ser avi'­<br />

ta<strong>da</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> a'l partes officiaes brazileiras (2) embarcaram no dia 1 de<br />

Setembl'o, defl'OnLe <strong>da</strong> ilha <strong>do</strong> CerriLo, 8.300 homens <strong>do</strong> 2° corpo de<br />

exercito, sen<strong>do</strong> 4.,,00 de infantaria, e desembarcaram no dia 2, poucos<br />

minutos depois <strong>do</strong> meio dia, tres quartos de legua abaixo de Curuzú.<br />

Estabeleci<strong>da</strong> a ordem de marcha, avançaram para o forte atravéz de<br />

vivo fogo que <strong>da</strong>s mattas faziam os Paragllayos.<br />

Difficlll<strong>da</strong>des <strong>do</strong> terreno, até então desconheci<strong>do</strong>, impediram que antes<br />

<strong>do</strong> escurecer chega..:se o exercito a Curuzú, debaixo de cujas baterias<br />

sómente à noite poude tomar POSiÇãO. Na mesma noite construio-se uma<br />

trincheira, e na manhã de 3 e~tavam os Brazileiros cobertos com fortes<br />

baterias. A's 6 <strong>da</strong> manhã rompeu o inimigo intenso fogo de artilharia,<br />

respondi<strong>do</strong> pela e~quaclra. A's 6 1/2. os Brazileiros principiaram o ataque.<br />

A infantaria foi dividi<strong>da</strong> em duas columnas, uma sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

general AI b i no d e Ca r vaI h o para atacar o flanco direito <strong>do</strong> forte,<br />

e outra sob o comma.nclo <strong>do</strong> general G o n . a 1v e s F o n t e s para o flanco<br />

e quer<strong>do</strong>. Os clavineiros e lanceiros <strong>da</strong> 3' diviSãO, a pé, e arma<strong>do</strong>s como<br />

infantaria, formavam uma reserva encanega<strong>da</strong> de acudir aos pontos que<br />

'pelas circumstancias <strong>do</strong> combate exigissem promptos soccorros. Gllar-<br />

(I) Os batalhões dc infanL'lria que gURl'l1eciam lU'UZÚ eram o 40, o 100 e ó g-;-ó.<br />

Comman<strong>da</strong>vll o ponto o coronel Jimen z. A arLilbaria era dil'igi<strong>da</strong> pelo major Lagos e<br />

pelos capHães de marinh'1 Gill e OI'tiz. Além dessas for as bavia C111 uruzll um<br />

regimento de cal'aUaria desmonb<strong>da</strong> ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> caQHão Blaz Montiel.-Jimel1ez, e não<br />

Diaz, como diz Thnmpson, era o com man<strong>da</strong>nte de Curuzú. O general Dhz comman·<br />

<strong>da</strong>va to<strong>da</strong> a dircita paJagllaya, e tinha ás suas ordens O corone1 Jimenez.<br />

(2) egun<strong>do</strong> o rclatario <strong>do</strong> ministerio <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> de 1867. O qUI} o autor diz cm<br />

segui<strong>da</strong> é extrahi<strong>do</strong> d'esse relataria.<br />

B 11


82<br />

<strong>da</strong>va a retaguar<strong>da</strong> uma força de cavallaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional ríograndense.<br />

Quan<strong>do</strong> os Brazileiros chegaram ao forte, a artilharia <strong>da</strong> esquadpa<br />

interrompeu o fogo, e começou o assalto <strong>do</strong> entrincheiramento pelo la<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> sul.<br />

Toma<strong>da</strong>s as trincheiras, os <strong>Paraguay</strong>os bateram-se deno<strong>da</strong><strong>da</strong>mente<br />

homem <strong>contra</strong> homem, mas foram completamente rechaça<strong>do</strong>s para o<br />

forte' (1), Ao mesmo tempo uma briga<strong>da</strong> ele infantaria brazileira metteu-se<br />

pela lagoa Curuzú e envolveu o :flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> inimigo, Este movimento<br />

inespera<strong>do</strong>, 1)01' tal moelo aterrou os Paragua 'os que os fez fugir<br />

em to<strong>da</strong>s as direcções, Foi então occupa<strong>do</strong> o forte no meio ele horrorosa<br />

carnificina, porquanto a gual'lliçào at~ ao ultimo momento offereceu ob tina<strong>da</strong><br />

resistencia. NãO fqram os fub'iti \'os peL'segui<strong>do</strong>s ate Curupaity por<br />

causa <strong>do</strong>s grandes trope~os elo terreno, fadiga elos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e<br />

falta de inf0rmações sobre as condições ele resistencia e defe7.a <strong>da</strong>quelJe<br />

forte.<br />

(1) 'este e em oltlros pontos <strong>do</strong> presente capitulo o autor in orre em engano,<br />

suppon<strong>do</strong> que h:wia um entl'incheinlllJl,ento, que foi toma<strong>do</strong> a principio, e um fOI'te,<br />

toma<strong>do</strong> horas depois.<br />

'<br />

O Sr. <strong>Schneider</strong> foi induzi<strong>do</strong> a esse erro por ver desenha<strong>do</strong> um forte no (l maplm <strong>do</strong><br />

aC3mpamento' de Curu.zú Il pertencente :i collecção Jour<strong>da</strong>n, mappa que, como se sabe,<br />

foi organisa<strong>do</strong> depois <strong>do</strong> ataque. Jo Ma]Jpa <strong>da</strong> parte mer'idional <strong>do</strong> Pal'aguay, que<br />

devi!!. acompanhar o l0 volumo e só agora é distribui<strong>do</strong> com este 20, a trincheira p-­<br />

l',1guaya toma<strong>da</strong> no dia 3 de SGtembro de 1,60 está representa<strong>da</strong> com tinta vel'melha.<br />

Não havia então forte algllm O forle que ahi se vê, assim como as trincheiras descriptas<br />

com tinta lJreta, foram levanta<strong>do</strong>s posteriormente pelo 2° corpo brfl,zileiro, e<br />

formavam o nosso acampamento fortifica<strong>do</strong> de CllrtlZÚ, que o general Porto Alegre<br />

occnpou até meia<strong>do</strong>s de 1867.<br />

O relatorio <strong>do</strong> ministro <strong>da</strong> gllerra uão podia, pois, dizer, e não diz que (lOS <strong>Paraguay</strong>os<br />

foram rechaça10s para o forte de~ois de toma<strong>da</strong>s as trincheira, 11<br />

Cumpre-nos hmbem dllixll.r consignrL<strong>do</strong> que na planta <strong>do</strong> assalto de GU1'UZÍI pertencente<br />

á collecção Jour<strong>da</strong>n (mappa n. 6), escaparam alguns erros quanto á disposição<br />

<strong>da</strong>s tropas. A linha de ataque na manhã de 3 de Setembro era forma<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

seguinte mo<strong>do</strong>:<br />

Na esquer<strong>da</strong>, parte <strong>da</strong> columna <strong>do</strong> general Fontes, composta <strong>da</strong> 2" brig'l<strong>da</strong> (RUTOS<br />

e Vasconcellos, barão de Penalva), que era forma<strong>da</strong> pelos batalhões 110 provisorio de<br />

linha, 5° e 8° de voluntarios (at-lcamm a direita <strong>do</strong> inimigo) ;<br />

No centro, o resto <strong>da</strong> cohlmna elo gener


83<br />

Em Curuzu perderam os <strong>Paraguay</strong>os para cima de 800 homens mortos,<br />

entre os quaes um major e alguns officiaes subaltel'llos, cahin<strong>do</strong> prisioneiros<br />

30 homens, inclusive um capitão. Das 13 peças toma<strong>da</strong>s no forte<br />

uma era de calibre 6~, dua de 3'2 e as outras de menor calibre. A<br />

peça de 68 já tinha si<strong>do</strong> de monta<strong>da</strong> pe'o fogo <strong>da</strong> esquadra e e tava<br />

estraga<strong>da</strong>. Encontrou-se muita munição, armamento e precioso material<br />

de <strong>guerra</strong>. As per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s atacantes, exclusivamente Brazileiros, orçaram<br />

em 773 homens, d'entre os quaes só 59 eram officiaes; mortos foram<br />

somente 10 officiaes e 125 praças.<br />

Tal é a succinta narração afficial elo ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> <strong>do</strong> Brazil,<br />

apresenta<strong>da</strong> ao corpo legislativo. Nella en<strong>contra</strong>mos esta notavel cil'­<br />

cumstancia:<br />

« O ataque de Curuzú não se deu no dia 29 ele I\gosto, como estava<br />

delinea<strong>do</strong> desde a junta de <strong>guerra</strong> de 18 <strong>do</strong> mesmo mez, em consequencia<br />

de muita chuva, e porque assim foi resolvi<strong>do</strong> em uma junta de<br />

<strong>guerra</strong> convoca<strong>da</strong> pelo general MitI' e. 'essa entrevista pedio aquelle<br />

general algumas explicações a respeito <strong>da</strong>s operações de <strong>guerra</strong> <strong>do</strong> 2° corpo<br />

em relação aos exercitos allia<strong>do</strong>s, ao que respondeu o general comman<strong>da</strong>nte<br />

claquelle corpo que tinha instrucções <strong>do</strong> <strong>governo</strong> imperial para<br />

operar sempre de accor<strong>do</strong> com os mesmos éxercitos, ou reuni<strong>do</strong> a eUes<br />

ou a~lxiliHn<strong>do</strong> a esquadra.<br />

« Satisfeito o general MI t r e, suspendeu-se a sessão <strong>da</strong> junta de <strong>guerra</strong>».<br />

Este fa<strong>do</strong> é de difficil explicaçao, tanto mais qnanto se falia de<br />

um con::;elho ou junta ele <strong>guerra</strong>. Talvez que n'essa reunião Qm 18 de<br />

Ago Lo se tivesse resolvi<strong>do</strong>, por meio de um 'imultaneo aLaque <strong>contra</strong><br />

os entrincheiramento.;; de Rojas, apoiar o ata lue de Curuzu fixa<strong>do</strong> para<br />

o dia 29 de Agosto. Como o embarque só se effectuon no dia lu de<br />

~'etembl'O, provavelmente não se deu o ataque <strong>contra</strong> as linhas de<br />

Rujas por nao se ouvir <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de oeste o troar <strong>da</strong> artilharia. Isto<br />

nos faz suppôr que h"uve extraordinario deleixo na transmissão <strong>da</strong>s<br />

ordens ou inespera<strong>da</strong>s difficul<strong>da</strong>de' de communicação entre a esquadra,<br />

o 2° corpo de exercito e o qLlarLel-general de Tuyuty.<br />

Reproduzimo' as palavras textualmente, deixan<strong>do</strong> a outros a intor­<br />

FetaçfLO (1).<br />

A descripção paraguaj'a é esta. (2) :<br />

« No dia lu de Seteml l'O a esqua.rlra brazileira principiou, sem re:sulta<br />

1), a bombardear Curllzú. A bah3l'ia resl nu<strong>do</strong>u ao fogn e ,-ari 3 131'11.­<br />

zileiros foram mortos a bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra.<br />

(1) o Appendice n. 48 <strong>da</strong>mos muitos ulJcl<strong>II</strong>Donlo: sobre estes faclos, li pensan<strong>do</strong>-nos.<br />

por isso, de entrar aqui em jnnteis e longas rectificações.<br />

("2) A. rl crÍjICtÍlJ rle TholllP$OIl, - diri ( mplhor o autrI'.


84<br />

« No dia 2 continuou o bombardeamento, e o 2 0 corpo <strong>do</strong> exercito<br />

brazileiro, à~ ordens <strong>do</strong> general Porto-Alegre, em força de 1-1 000<br />

homens (1), ten<strong>do</strong> embarca<strong>do</strong> em Itapirú, saltou em terra perto ele'<br />

(I) Na junta militar de 18 de Agosto, em que tIDmai-am parte os gl)neraes Mi tre,<br />

Polydflro Jordão, Porto-Alegre e Flores e o almirante Taman<strong>da</strong>ré, propôz este, e SllStentou<br />

com ar<strong>do</strong>r, o ataque e occupação de Curuzú e Cm'upaity, concorren<strong>do</strong> para essa<br />

operação a esquadra e o 2 0 corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro, Porto-Alegre apoiou tambem<br />

essa idéa, embora o general Pol)'<strong>do</strong>ro Jordão houvesse antes insisti<strong>do</strong> com eUe para<br />

que os <strong>do</strong>is corlJos <strong>do</strong> exercito imperial se reunissem em Tuyuty, Aceitaram os genemes<br />

allia<strong>do</strong>s a propo ta <strong>do</strong> almiranle, e licou resolvi<strong>do</strong> que o general Porto-Alegre desembarcasse<br />

abaixo de Cm'uzú e atacasse, protegi<strong>do</strong> pela esquadra, este ponto e o de<br />

Curupaity, Quanto ás forças que ficavam em Tuyuty, resolveu- e que deviam ameaçar<br />

as linhas de Rojas, desprenden<strong>do</strong>-se a cavallaria allia<strong>da</strong>, ás ordens de Flores, para reconhecer<br />

o flanco esquer<strong>do</strong> iniDligo: primoiro reconhecimento que se ia fazer por osse<br />

la<strong>do</strong>!<br />

N'i so consi. tio to<strong>do</strong> oerro <strong>do</strong>s nossos generaes, Por Curuzú e Clll'llpaity, ou pela<br />

esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong>s linhas de Roja., poderiam os Allia<strong>do</strong>s penetrar e batel' o inimigo, obrigan<strong>do</strong>-o<br />

a refugiar-se em Humaitá, Era, porém, Ilecessario lue se decidissem por um<br />

aos <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s, marchan<strong>do</strong> em força para contornar o inimigo pela direita ou pela<br />

esquer<strong>da</strong><br />

Não se ten<strong>do</strong> antes procedi<strong>do</strong> a reconhecimentos sérios, não podiam os generaes allia<strong>do</strong>s<br />

deixar de caminhar ás cégas, embora já tivessem 3,rOO homens monta<strong>do</strong>s, 2.500 <strong>do</strong>s<br />

quaes eram Brazileiros,<br />

Porto-Alegre entendeu, e muito bem, qne com 5 ou 6.000 homens apenas, como<br />

queria o general Mitre, ser-lhe-hia impos~ivel manter-se em Cm'upaity, na retaguardfl.<br />

elo inimigo, exposto a ser esmaga<strong>do</strong> por forças superiores, <strong>Tomo</strong>u, por isso, a deliberação<br />

de levar 8.400.<br />

Os commenta<strong>do</strong>res de TholU;Json asseguraram em nola á pag. 193 lh\ edição de Buenos­<br />

Aires, que o ,:(eneral brazileiro pedio apenas 5 000 homens, e accre-centaram que o gen 'mI<br />

JllIitre « le oJ'denó lleva1'li 8.000. » Reproduzimos no Appendice um <strong>do</strong>cumento que pro"a<br />

ter si<strong>do</strong> juslamente o <strong>contra</strong>rio o que e del!. .<br />

Em to<strong>do</strong> o caso, com a simples inspecção ocuhr <strong>do</strong> mappa, vê-se boje que semelhante<br />

força era nind!! assim insufficiente para rdl'rolltar em Cm'upaiiy as reservas que<br />

Lopez reunira em Pas o-Pucú, salvo si o exercito acampa<strong>do</strong> em Tuyuty alaca~se por sua<br />

,ez a esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong>s ral'agltayo,<br />

No dia 29 ele Agoslo estavam a tropas expedicionarias reuni<strong>da</strong>s na fóz d '<strong>Paraguay</strong>,<br />

e promptas para embarcar, mas o almirante adiou a opel'1çno lJOl'..jue o barometro annun·<br />

ciava chuva. Pela mesma raziio não s f.)z o emb'1.l'ql1e nos dhs 30 e 31, •<br />

A's 3 1/2 ho1.'1s <strong>da</strong> rnaelrugalh de lo de . etembro 'omeçou o 2 0 cor,lO ft embarcar,<br />

meno uma briga<strong>da</strong> le 000 homeus de cavallaria desmonta<strong>do</strong>s, qtt~ licoll reuni<strong>da</strong> ao l°<br />

corf'o. A's 8 horas <strong>da</strong> manhã to<strong>da</strong> a expedição achava-se a hor 10 rlos transporLes fi,<br />

vapor Clw,l'r!ra, Pl'esidente, Genel'al F'loJ'es, Diligente, Leopoldina, Riaclwelo, i\[al'cilio<br />

Dias, Galgo, Onze de Jwtho e Dezeseis de Abl'il, além d tres chatas.<br />

Formav'l. um total le 8.35 homens <strong>da</strong>s tr~s armas, Ren<strong>do</strong> ·1.1,1,1 de infantaria, H.;)' b<br />

de cavallaria e 710 de artilh'tria. A cwallaria h ],rompLn p1ra combaler como infllltaria,<br />

e apenas 200 homens levavam cavallos.<br />

Era essa a força d que dispunha o ?eneral Porto-Alegre, mllito inferior, como se vê,<br />

á que lhe dá Thompson (14.('00 homens). Dos 8. "85 homens devem ainc1-l, ser deduzi<strong>do</strong>s<br />

25~ <strong>do</strong>entes. Rllstavam, poi', 8 132 homens promptos.<br />

A bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra havia mais uma for~a le TOO a 8'Yl homens de infant 1.ria, pertencentes<br />

ao 12 0 e lGo batalhões de ,0Juntarios, companhias de zuayos e contingentes<br />

l<br />

ele outros corpos. Parte cl'essa forç'l desembarcou no Chaco, quan<strong>do</strong> a esquadra snhio,<br />

e d'ahi hostiliso~ Curuzú e Curupaity, impedin<strong>do</strong> que os Pm·ngu't)'os lanç'lssem torpe<strong>do</strong>s<br />

ela margem elu'eIt'l..<br />

Os transportes subiram o rio Paragua . e ás 9 horas e 45 minutos fundearam perto<br />

<strong>do</strong> palacho de <strong>guerra</strong> Iguassú, junlo á ombocadura <strong>da</strong> r~agoa Piris, fóra <strong>da</strong>s nst'lS lo<br />

inimigo.<br />

O almiJ:ante Taman<strong>da</strong>r\ depois de ter man<strong>da</strong>d o perlueno vapor Voluntal"io <strong>da</strong><br />

Pat?'Ía reconhecer o canal <strong>do</strong> rio até ás proximi<strong>da</strong>des de f'uruzú, passou a sua insignia<br />

para a canhonoira ilfagé e seguio para li ilh'1. <strong>do</strong> Plllmar com os onconraça<strong>do</strong>s Li,na<br />

Bal'j'OS (com a insignia <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nle ela 2a elivisfin, EliRi·l.I'in rIos Santo., harfio d<br />

Angra), Bahia, Brazil (com a inRignh <strong>do</strong> c1mmanchnto .1a 3" Ilil'Í~1io .J. If. R dl'igues)<br />

Bal'j'OZO, Rio de Janeiro e Ta1nandw":, as canhoneirRs Pol'fl(Lhyba" Bcbej'ibe, ReLmontl',<br />

Al'aguaya, G.'eenhalg, YjJil'angcL, Iguate.;~y, i'lIea.l'int e Chuy. As canhonei as j1Iaj'aca.nã,<br />

Ivahy, Henrique Mm'tins e AI'agual"y, qu formavam a la divisão ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> chefe<br />

Alvim (barão de IguaLemyl, ficaram protegen<strong>do</strong> os transporte,<br />

A's li e 45 mInutos, o Lima Bal'ros tTOCOU o [rimeiro tiro com as trincheiras de<br />

Curuzú, e logo depois entraram em acção os ouh'os 5 encom'açatlos.<br />

Ao pôr <strong>do</strong> solo fogo 10 Íllimigo f·Ji·setornan<strong>do</strong> lento e cess tl de to<strong>do</strong>. D:lS nos os<br />

encouraçac1os o unico que teve avarias sérÍ'l'l foi o Rio de Janeiro, cuja couraça foi<br />

atravess'l<strong>da</strong> em <strong>do</strong>is lugares proximos á proa por balas de 3'3. Um'l. de Sll'l peças de<br />

6 ficou inutilisa<strong>da</strong> pàr uma bala que baLeu-lhe na paI te inferior d"l moldltra <strong>da</strong> joia,


85<br />

Palmas, sem en<strong>contra</strong>r resistencia, protegi<strong>do</strong> por 7 canhoneira, e marchou<br />

pela margem <strong>do</strong> rio, in<strong>do</strong> acampar diante de Curuzu. O bombanleio<br />

n'esse dia foi furioso. Alguns navios postaram-se em frente de Curuzú,<br />

e o encouraça<strong>do</strong> Rio ele J etneú"o, de 6 bocas de fogo, depoi de ter<br />

suas chapas de 4 pollega<strong>da</strong>s atravessa<strong>da</strong>s por balas de 68, roçou em um<br />

torpe<strong>do</strong> que fez explosão por baixo <strong>da</strong> quilha, e submergio-se, morren<strong>do</strong><br />

afoga<strong>do</strong>s o comlllan<strong>da</strong>nte e quasi to<strong>da</strong> a guarnic;ão (2). Foi o unico<br />

encouraça<strong>do</strong> perdi<strong>do</strong> pelos Brazileiros durante a <strong>guerra</strong>. A I'why recebeu<br />

um rombo na caldeira e to<strong>do</strong>::! os navios que entraram em comb::lte ficaram<br />

mais ou menos <strong>da</strong>mnifica<strong>do</strong>s pelas peças de 32 e por um canhão de 8<br />

pollega<strong>da</strong>s, que jogavam nas trincheiras. E te ultimo foi de monta<strong>do</strong><br />

por uma bala, e um <strong>Paraguay</strong>o que estava de observaç~o em UI11


8ê<br />

apezar <strong>do</strong> fogo de enfia<strong>da</strong> <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os (1), contornou. e118 a trincheira<br />

pela esquer<strong>da</strong> d'esta, fazen<strong>do</strong> com que parte de suas tropas se arrojassem<br />

atravéz <strong>do</strong> lago, que tinha 4 pés de profundi<strong>da</strong>de. A guarnição<br />

ao vêt'-se ataca<strong>da</strong> pelo flanco e retaguar<strong>da</strong> poz-se immediatamente em<br />

retira<strong>da</strong>.<br />

« Os Brazileiros em sua marcha sobre a trincheira perderam perto de<br />

2.000 homens, entre mortos e feri<strong>do</strong>s (2), Q~ian<strong>do</strong> contornaram a po~ição,<br />

perderam alguns mais, e então começaram as per<strong>da</strong>s para os ParaguaYlIs,<br />

que deixaram 700 mortos no campo. além de 1.800 feri<strong>do</strong>s, que quasi<br />

to<strong>do</strong>s conseguiram salvar-se. O 10' batalhão, que nunca entrara em fogo,<br />

tinha de defender a esquer<strong>da</strong>, mas ao vêr que os Brazileiros a flanqueavam,<br />

perdeu o animo e fugio em deban<strong>da</strong><strong>da</strong>, desamparan<strong>do</strong> seu comman<strong>da</strong>nte,<br />

que foi morto O resto <strong>da</strong> guarnição combateu com deno<strong>do</strong>,<br />

homem <strong>contra</strong> homem, mas foi supplanta<strong>da</strong> e teve quo deixar sua artilharia<br />

nas mãos <strong>do</strong>s Brazileiros. lO momento em que estes penetraram<br />

no forte, um paiol de polvora fez explosãO e matou 1'2 homens (:~).<br />

Um <strong>Paraguay</strong>o e um Brazileiro investiram com tal furor um <strong>contra</strong> o<br />

outro, que morreram ambos de pé, ten<strong>do</strong> um crava<strong>do</strong> a baioneta no<br />

corpo <strong>do</strong> outro, O capitão Mo ntiel, comman<strong>da</strong>nte de um regimento de<br />

cavallaria paraguaya, que, por ter perdi<strong>do</strong> os cavallos, servia como infantaria,<br />

foi gravemente feri<strong>do</strong> e ficou como morto no campo, na retaguar<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>s Brazileiros, que avançavam na direcção ele Curnpaity. Quan<strong>do</strong><br />

(1) O Sernana1'ío confessa que os Brazil'Jil'os {( cargaron con illl~)etu,). Na direita<br />

<strong>da</strong> trincheira achava-se o batrrlhão n. '1, 11 centro o n. ')7 e na esqul)rd'lo n. JO, O<br />

coronel Jimenoz 'icol'dh quan<strong>do</strong> o batalhão n. tO<br />

desanimou e ,'etirou-se pOl'qlle uma coll'mna b,'azilei,'a tinha vadea<strong>do</strong> a lagoa <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>. ))<br />

(2j Os Brazileiros 1\ lenas tiveram 7 homens fór,. dI) comh'lte, dentre os quaes (;3<br />

offie.iaes, isto é: mortos, 11 oflici ll'S e 148 inferiores e sol<strong>da</strong>d s (100 homens); fJriüos<br />

52 omciaes e 577 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (6'20). Estes a.lgarism 5, com s; vprá no Appendice.<br />

são toma<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s ,-elações nomin-aes publicad'ls om ordem <strong>do</strong> dia. Cumpre·nos, entretanto,<br />

declarar, qne segllll<strong>do</strong> a parte offichl <strong>do</strong> DI'. l\Ianoul Fclichno, cirLU·gi1i.o-mór <strong>do</strong><br />

exercito, o numero <strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s <strong>do</strong> 2 0 corpo foi de 69:i nos dhs 2 e 3.<br />

Em to<strong>do</strong> o caso, Thompson exagerou, como empre, as nCJSS1S pêI'Cl1-, tl'iplican<strong>do</strong>-'ls<br />

quasi.<br />

A posse de Ouruzú e os bombar<strong>do</strong>1mentos de 1 a 4 de eoo11lbn, cust'll'.lm lambem<br />

li esquadra a perd'l <strong>do</strong> encouraç'lüo Rio de Janei,'o, e St homen::; fón de comb:Llo, sen<strong>do</strong><br />

5 officines e 5:.! l11a.li.nheiros mortos e ] oflicial e 23 I nrinh iros fJrÍllos.<br />

Em um reconhecimento feito uo dh 3 por tropas <strong>do</strong> 10 corpo bnzileiro para o<br />

!'lc1os d1 Lag01 Piris e Sauce livemos ! sol<strong>da</strong>Jo morto e 1 offichl e \J sol13.<strong>do</strong>s feri os.<br />

Ao to<strong>do</strong>, no 2 0 o 10 corpo e na esquadra tivem s nos tres di:J.s llUS 91:i0 homens fón de<br />

comb te, entre os quaes 7lin'1s Gomes), tomou a ban<strong>do</strong>ira<br />

<strong>do</strong> 27 0 batalhão inillligo.<br />

(3) Houve, com elJ ito, uma explo ão, sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s, S) não nos ong'lnamo> 1 official<br />

e alguns sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. umpre verificar esl facto no re'mmo <strong>da</strong>s partes officiaes, quo <strong>da</strong>mo'<br />

no .4ppendice.


87<br />

voltou' a si, conseguio arrastar-se pal'a o matto e foi rennir- 'e aos<br />

seus (1),<br />

« O general P or t o- A1eg r e só perrnittio a persegUlçao <strong>do</strong>s fugitivos<br />

paraguayos na distancia de algumas jar<strong>da</strong>s. Voltan<strong>do</strong> logo depois,<br />

bivacou no campo quadea<strong>do</strong>, que ficava ao sul <strong>da</strong> trincheira de Curuzú,<br />

Se houvesse continua<strong>do</strong> a perseguição, teria passa<strong>do</strong> por Curupaity sem<br />

perder um só homem: teria toma<strong>do</strong> a bateria, restan<strong>do</strong>-lhe ain<strong>da</strong> 12.000<br />

homens para cahil' sobre a retaguar<strong>da</strong> 'ele Lopez, emquanto Mitre e Flores<br />

o accommettessem pela frente (2). Os Allia<strong>do</strong>s tel'iam inevitavelmente<br />

(1) As notas anteriores e os <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> A]Jpendice elisp:.msam-nos de entrar cm<br />

outros pormenores sobre o assalto e toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> CUrLlZÚ: b~lstará nccrescentar ao que<br />

ficou dito, que na manhã de 3 de Setembro os Paragoayo' romperam, com as 12 peças<br />

que lhes restavam (1 fóra inutilisa<strong>da</strong> pela squadrn), um TIVO fogo coutra a bateria de<br />

ô peças que haviamos levanta<strong>do</strong> em terra. Logo d.epois o general Porto-Alegre ordenou<br />

o assalto, e, avançan<strong>do</strong> as nossas tropas com o mmor enthusl smo, saltaram o [osso e<br />

ganharam a h'incheira os 5 batalhões <strong>do</strong> general Fontes (direita e centro <strong>do</strong> inimigo) e<br />

<strong>do</strong>is dirigi<strong>do</strong>s pelo general Albino de Carvalho (esqllerclu inimiga). Da colnmna d'este<br />

ultimo metteram-se pelo banha<strong>do</strong> e lagoa em que' se apoi va a esquerJa <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os,<br />

o 34.0 de voluntarios e os tres corpos de caça<strong>do</strong>res desmonta<strong>do</strong>s, e, com grande sorpreza<br />

<strong>do</strong> inimigo, atacaram-n'o pelo fianco c retaguar<strong>da</strong>.<br />

A força paraguaya que defendia uruzú, e que, como já ficou elito, era comman<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelo coronel Jimenez, compunha-se de 2 '130 homens de infantaria (3 batalhões),<br />

cavallaria desl1lontmla (1 regimento), artilharia de posição e artilharia cie marinha.<br />

A perseglúção foi tenaz, e os Paragllayos, dispersos e envolvi<strong>do</strong>s, perderam então<br />

muita gente.<br />

O general Fontes chegou até curt'l. dist~ncia de Curupaity e pedio reforços para occupar<br />

essa posição, ID'lS Porto-Alegre os recusou, comprehenden<strong>do</strong> que não poderü sllsteutar-se<br />

ahi <strong>contra</strong> um ataque vigoroso <strong>do</strong> inimigo. Estava recluziao a 7.500 homens <strong>da</strong>s<br />

tres armas; a sua infantaria, que anles <strong>do</strong> combate compunha-se de 4. Hl homens, aca·<br />

bava de sofIrer uma baixa de 510fficiaes e 589 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s 110 dia 3, sem contar os mortos<br />

e feri<strong>do</strong>s <strong>do</strong> dia antecedente.<br />

ó então, conhecen<strong>do</strong> 111 lhor o terren9, começou o general Porto· Alegre a vêr que<br />

a empreza nâo em tão focil como tinha si<strong>do</strong> representa<strong>da</strong> n'! conferencia de 18 de<br />

r.gosto, e passou a entrincheirar-se em CurUZlt para evitar alguma sorpreza <strong>do</strong> inimig .<br />

Entretanto, desde a noite de 3 de Setembro os <strong>Paraguay</strong>os augmen1avam as obras de defeza<br />

de Ollrupaity pelo la<strong>do</strong> de terra. Depois de varias conftlrencias os generaes <strong>do</strong><br />

acampam nto de TlJYuty resolveram reuuir em Curuzú to<strong>da</strong> n infl1nt1ria e artilharia<br />

<strong>do</strong> exercito argentino, em numero cl3 8.00u e tn.ntos homens, e UJn'l briga<strong>da</strong> de infant'lria<br />

brazileim de 2.300 pra~,as. O general Mitre impressiona<strong>do</strong> com o brillianttl feito<br />

d'armas de Cnrllzú, qlÚZ ir em pessoa, á frente <strong>do</strong>s seus compatriotas, colher os 10tU·os<br />

<strong>da</strong> victoria em CUl'llpaity. Em vez <strong>do</strong>s 4.000 infantes brazilúros, ~cjlllus por Porto<br />

Alegre, devia este receber um reforço de cerC:1 de 10.50 Argentinos e J3razileiros, mas<br />

o tempo ia sen<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong> em conferencias, e o iJúlnigo aproveitava a nossa inacção<br />

para converter Cnrnpaity em um b:t1uarte inexpugnavel.<br />

12) A cenSlU'a conti<strong>da</strong> neste tl.'echo de Thompson cahe por terrA. desde que se sabe<br />

que o general Porto-Alpgre não desembarcou com 14.00,1 homens, como suppõe o escriptor<br />

inglez, mas com 8. lil7 apena .<br />

Com as per<strong>da</strong>s soffriclas em Curuzú es ava eUe reduzi<strong>do</strong> a menos de 3.500 infantes,<br />

3.400 homens ele cavaUaria desmont'l<strong>do</strong>s (só uns 2PO levavam cavallos) e 697 artilheiros<br />

e pontoneiros; ao to<strong>do</strong> teria ele 7.500 a 7.600 homens. Ha dlfferença muito sensivel<br />

entre este al~arismo e o que apresenta 'fhom son (12 000).<br />

Com a dIminuta forç'l de que dispunha não podia Porto·Al gre ir afTrontl\r por<br />

Cllrnpaity qunsi to<strong>do</strong> o exercito inimigo: na<strong>da</strong> ~eria mais facil a Lopez <strong>do</strong> que atacai-o<br />

com 14 ou 15.000, deixan<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> 12 ou liJ.OOO nas linha de Sauce e Rojas.<br />

Nas juntas militares celebraclas em IS e 2 de Agosto os generaes Mitre, P-oly<strong>do</strong>ro<br />

Jordão e Flores não prometLeram, ('omo suppõe l'hompson, atacar as linh'ls de Rojas.<br />

O Ilue s~ resolveu então foi bombardear es· as posições, ame'\çal-as, c lançar pel esquer<strong>da</strong><br />

elos 1 ara~u1Yos uma columna de camllaria, afim ele -explorar p r esse la<strong>do</strong> o terreno.<br />

EfIectlvamente na manhã de 3 ele Setembro o general Poly<strong>do</strong>ro man<strong>do</strong>u fazer pela<br />

~s. u~r<strong>da</strong> e pelo centro ~a nossa linha um movimento so1;Jr~ as p')sições fronteiras <strong>do</strong><br />

lnlllllgO. Pela esquer<strong>da</strong>, Junto aos banha<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Lagoa PU'lS, foi posto em fuga UIll<br />

piquete inimigo, que deixou no campo 1 homem morto e 25 cavalias ; pelo centro o<br />

coronel Resin, ela divisão Argollo, marchou com os batalhões 9 0 de infantaria de Iiuha,<br />

26 0 de voluntarios e nma alll <strong>do</strong> 2° de voluntarios e repellio as avança<strong>da</strong>s <strong>do</strong> inimigo.<br />

Do nosso la<strong>do</strong> houve 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto e 1 alferes e 8 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

A's ó horas cl manhã de 4 ele Setembro o gener,ll Flores, com uma coluluna de


( 8<br />

toma<strong>do</strong> as po 'lçoes paraguayas e destrui<strong>do</strong> o seu exercito. » Assim o<br />

affirma T h oliPs o n, e certamente teria si<strong>do</strong> facil entãO aos Allia<strong>do</strong>s,<br />

passan<strong>do</strong> a linha de Rojas, chegar ate Humaita.<br />

As informações presta<strong>da</strong>s por testemunhas oculares são mais completas<br />

<strong>do</strong> que as partes officiaes. De differentes fontes extrahimos os<br />

seguintes pOl'menore, sobre que não ha divel'gencias:<br />

2.500 brazileil'Os e argentinos de cavallaria, apoia<strong>do</strong>s por alglms batalhões, fez um reconhecimento<br />

pela esquer<strong>da</strong> paragl1aya até ao Passo-Vai. Foram mortos m'tis de 20 inimigos<br />

e aprisiona<strong>do</strong>s 7. A f01'(;a bra7ileira na<strong>da</strong> sofl'reu; a argentina. teve 4 mortos c<br />

5 feri<strong>do</strong>s.<br />

No dia 4 reuniram-se em Tuyuty os generaes I1'Ütre, Flores le Poly<strong>do</strong>ro, e, compenetra<strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong> neceSSI<strong>da</strong>de de ser reforça<strong>do</strong> o 2 0 corpo, ficou resolvi<strong>do</strong> que o ultimo desses<br />

generatls fosse a l1ruzú conferenciar com o alminnte e Porto-Alegre. Limit'Ju-se esle<br />

a pedir um reforço ele 4.000 infantes e a 'indicar a con I'enicnci.. de avançm' uma columna de<br />

c:w,ü aria desde TuyUly, contorn'ln<strong>do</strong> a esquer<strong>da</strong> elo inimigo, até fazer jl1ncção com o 20<br />

corpo em CUl'UZÚ, indicação que mostra até que p')nto ia aiu<strong>da</strong> então a ignorancia<br />

<strong>do</strong>s generaes allia<strong>do</strong>s qu:mto á topographia <strong>do</strong> theatro <strong>da</strong>s o Jerações, aos recursos <strong>do</strong><br />

inimigo e ás obras dtl <strong>do</strong>feza levanta<strong>da</strong>s por este.<br />

No mesmo clia 1) o general Poly<strong>do</strong>ro Jordão ordenou um reconhecimento sobre a<br />

extrema direit't <strong>do</strong> Sauce, afim de verificar se hwia alguma passagem atravéz <strong>da</strong>s lagoas<br />

Piris e hichi. Foi feito este recon1lecimento por 50 homens de cf\villlaria e 2 companhia<br />

de infantaria. Um Iiquete inimigo que ahi estava foi disperso, deixanelo 4<br />

mortos e prisioneiro o comman<strong>da</strong>nw,<br />

"O dia 6 o general Poly<strong>do</strong>ro deu conta aos generaes Mitre e Flores ch conferenci't,<br />

que tivera com os seus collegas em Curuzú, e combinaram os tre em um plano de operações,<br />

deven<strong>do</strong> MiLre ir entender·. e no dia seguinte com Porto-Alegre e Tamnn<strong>da</strong>ré. O phno<br />

consistia em formar-se em Clll'l1Zl111m ex rcito de 18 a 20.000 homens para toma.r Curl1paity<br />

e operar sobre a ret~guar<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo. O at'lque de Cl1rupaity devia coincidir com<br />

um reconhecimento feito por Flores á frente de to<strong>da</strong> a caval1arÍ'l allia<strong>da</strong> na direcção<br />

de Tuyu-Cuê. As forças que ficassem em TU3'uty deviam ma.nter-se na defensiva, ou<br />

operar so])re as lillhas de Rojas se fossem preveni<strong>da</strong>s em tempo e se o inimig.') se<br />

mostr,\sse fraco n'esse ponto,<br />

Mitre, com effeito, foi a Curuzú no dia 7 e fa110u em geral sobre o plano, sem<br />

<strong>da</strong>r, entretanto, toclos os pormenores. N'esse dia os <strong>Paraguay</strong>os bombardearam o acampamento<br />

de Tuynty na parte occupa<strong>da</strong> peh livisão <strong>do</strong> general Argollo. Responderam<br />

vigorosamente as nossas baterias. Tivemos 2 mortos e 2 fericLos gravemente.<br />

No dia reuniram-se novamente em Tuyuty os generaes Mitre, Poly<strong>do</strong>ro e Flores,<br />

fican<strong>do</strong> definitivamente a<strong>do</strong>pta'lo o plano combina<strong>do</strong> no dia 6, Resolveu-se lll'}is que o<br />

general Mitre segui se para Ouruzú com to<strong>da</strong> a. i"fantaria <strong>do</strong> exercito argentino e l'<br />

peças de artilharia para, uni<strong>do</strong> a0 2 0 corpo brazileiro, dirigir em p"ssoa o ataque de<br />

Curnpaity e as operações sobre a dU'cita e retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo; que Flores ficaria<br />

comm~lll<strong>da</strong>n<strong>do</strong> em Tnyuty até ao momento em que sahisse (Om a columna dc cavallaria,<br />

cabeu<strong>do</strong> lesde então o comman<strong>do</strong> <strong>da</strong>s forças que ficavam n'esse ponto ao general<br />

Poly<strong>do</strong>ro. Lavrou·se n'esse senti<strong>do</strong> uma acta. (Vej. Appendice, n. 48).<br />

. No mesmo clia 8 receberam os gener,\es Mitre e Poly<strong>do</strong>ro cart'ls <strong>do</strong> general Porto­<br />

Alegre: insistia em 'llJll ataque simultaneo por to<strong>da</strong> a lin.ha, po.dÍ't 4.000 infantes brazileiros<br />

e desejav'\ saber se Mitre iria comman<strong>da</strong>r em chefe as forças que devÍ'tlll reunir-se<br />

em Cnrnzú.<br />

O general Poly<strong>do</strong>ro respondeu que lhe m'lllc1aria uma briga<strong>da</strong> de mais de 2.000 homens,<br />

e o presidente Mitre enviou-lhe a acta <strong>da</strong> ultima conferencia, lavra<strong>da</strong> no dia 8, e uma<br />

cxtensa c'\rta sobre as opet·ações.<br />

Porto-Alegre e Taman<strong>da</strong>ré protest'tram <strong>contra</strong> a « posição seclll1<strong>da</strong>ria a. que o pl'lIlO<br />

de operações reduzia o Brazil ", e isso porque em OlU'uzít fic:wa Mitre com o comman<strong>do</strong><br />

em chefe, e em Tnyuty ficaria Flores.<br />

O conselheiro Oc.aviano teve de intervil' tambml nesta questão.<br />

Estes protestos e rlJclamações <strong>da</strong>v.


89<br />

o ataque de Curupaity era o fim proposto, o assalto <strong>do</strong> forte de<br />

Curuzú foi um incidente não antes calcula<strong>do</strong>; ha até motivos para que<br />

se dUvide de que no quartel-general <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s houvesse noticia <strong>da</strong><br />

existencia d'este forte ou se conhecesse a sua importancia. (1) As operações<br />

<strong>da</strong> eSfluadra não corre'jJonderam ás de Porto-Alegre. Sua<br />

acção foi quasi independente <strong>do</strong> ataque <strong>da</strong>s tropas de terra, talvez com<br />

prejuizo <strong>do</strong> plano commum ().<br />

O almirante Taman<strong>da</strong>ré parece ter resguar<strong>da</strong><strong>do</strong>, me mo para<br />

com um general brazileiro, a independencia <strong>da</strong> esquadra, como lhe fôra<br />

outorga<strong>da</strong>. Não houve uni<strong>da</strong>de de acção <strong>da</strong> parte <strong>do</strong>s navios brazileiros.<br />

No dia 1" de Setembro avançou Tama'l<strong>da</strong>ré <strong>contra</strong> Curupaity, passan<strong>do</strong><br />

pela ilha <strong>da</strong>s Palmas (tambem chama<strong>da</strong> Curuzú e Palmar nas<br />

difi'erentes participações! com 5 vapores encouraça los (3), o Bahia, o<br />

B't'o..zil, o Barroso, o Lima Ba?'1'os e o Rio ele Janei?'o, e achou-se<br />

entre <strong>do</strong>us fogos. ten<strong>do</strong> Curupaity na frente e CUl'UZÚ na retaguar<strong>da</strong> (4).<br />

Os outros navios foram destina<strong>do</strong>s a transportar e a rebocar as tropas<br />

de desembarque, com ordem d) não tomarem parte no bombardeamento,<br />

o que eUes pontualmente cumpriram.<br />

Durante quatro dias aquelles 5 encouraça<strong>do</strong>s canhoneiaram os entrinchei·<br />

ramentos de Curupaity e durante <strong>do</strong>is dias e meio o forte de Curuzú (5),<br />

sem resulta<strong>do</strong> definitivo ou favoravel á acção <strong>da</strong>s tropas de terra. No<br />

forte de Curuzú foi desmonta<strong>da</strong> I peça e ficaram levemente <strong>da</strong>mnifica<strong>da</strong>s<br />

as trincheiras na parte superior.<br />

Os Brazileiros não en<strong>contra</strong>ram mortos nem feri<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> tomaram<br />

de assalto Curuzú (6). Em compensação muito sofi'reram os encouraça<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> fogo concentra<strong>do</strong> de norte e de suéste.<br />

(I) O's <strong>do</strong>cumentos que publiCflmos no Appendice deixam fóra de duvi<strong>da</strong> este ponto<br />

e demoustram a to<strong>da</strong> ii luz que aos Allia<strong>do</strong>s não era desconheci<strong>da</strong> a existencia <strong>da</strong> fortificação<br />

de Curuzú.<br />

(2) O almirf1.nte e o g"neral em chefe <strong>do</strong> 20 corpo caminlull'am sempre de accor<strong>do</strong>,<br />

combinan<strong>do</strong> entre si a operação. Os fogos <strong>da</strong> esquadra, elJectivamente, causaram pouco<br />

<strong>da</strong>mno ao inimi~o, pela posição <strong>da</strong>s baterias de Curuzú e Curupaity, e pela naturezf1.<br />

d'essas fortificações. As t.rillcheiras pal'a~uayas estavam colloca<strong>da</strong>s em plano eleva<strong>do</strong> sobre<br />

o nivel <strong>do</strong> rio, e enm ti monticulos de narro solto, on-Ie as balas embaçavam, sen<strong>do</strong> a<br />

desmoronação facilmente repam<strong>da</strong>. ,)<br />

(3) Já dissemos e~ outm nota que os encouraça<strong>do</strong>s eram 6. O autor deixa aqui <strong>do</strong><br />

mencionar o Taman<strong>da</strong>ré.<br />

(-1) Inexacto. Já ficou dito hmbem que \lO dh l0 os 6 encouraça<strong>do</strong>s só bombarJ aram<br />

CuruzÍl. o dia 2, sim, 4 encouraçn<strong>do</strong>s tl'RnS~lUZero.m o. linha <strong>do</strong>s navios submerai<strong>do</strong>s polo<br />

inimigo e foram bombarJear Curupaity. .,<br />

. (5) Durante 3 di'lS alguns <strong>do</strong>s encour~çad?s bombardearam Curupaity, isto é. durante os<br />

dias 2, 3 e 4 de Setembro; dUl'f1.nte 2 eha Incompletos bombnrdeamm Curuzú isto é durante<br />

parte <strong>do</strong> dia l°, to<strong>do</strong> o dia 2, e 1 ou 2 horas <strong>da</strong> manhã ele 3 de Setembro.' , .<br />

(C» O autor quer dizer que o fogo <strong>da</strong> esqu'1clra não offelldeu aos defensores de ('uruzú,<br />

e por isso as nossas tropas, ao ~ntrRrem na fortificação não en<strong>contra</strong>rllm ca<strong>da</strong>veres.<br />

Thompson diz que o unico prejuizo produzi<strong>do</strong> pelo bombardJamento consistio na per<strong>da</strong> de<br />

) .canhão de 68 e \l morte de 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>. O Semanario, além <strong>do</strong> estrago <strong>do</strong> canhão (oecorri<strong>do</strong>,<br />

segun<strong>do</strong> essa folha, no dia 2, e não no dia I, como diz a parte offici\ll lo almir'lnte)<br />

B 12


90<br />

o Rio de J anei?'o, -construi<strong>do</strong> na capital de seu nome,forra<strong>do</strong> ue chapas<br />

de 4 1/2 pollega<strong>da</strong>s e muni<strong>do</strong> <strong>da</strong> casamatas, recebeu no dia lo de Setembro<br />

por diante <strong>da</strong> machina 2 balas de 3:J, que perfuraram as chapas<br />

sem causarem maior <strong>da</strong>mno (1). Uma de 68 penetrou na casamata,<br />

matou 1 homem e ferio 7 (2).<br />

No dia 2 de Setembro esse encouraça<strong>do</strong> submergio-se. Tornan<strong>do</strong> se<br />

o fogo <strong>do</strong> forte na retagual'<strong>da</strong> <strong>do</strong>s navios por demais incommo<strong>do</strong>, o<br />

Rio de J aneú"o recebeu ordem de recuar e de postar-se defronte ele<br />

Curuzú (3). Ate então tinham-se evita<strong>do</strong> os torpe<strong>do</strong>s; mas n'este favoravel<br />

surgi<strong>do</strong>uro o navio foi roça<strong>do</strong> por uma d'essas machinas explosivas,<br />

pois repentinamente levantou-se sobre um jacto extraordinario<br />

d'agua, e, parti<strong>do</strong> pelo meio quasi instantaneamente, afun<strong>do</strong>u-se no<br />

abysmo. Da guarnição composta de 115 homens, 53 morreram em consequencia<br />

<strong>da</strong> explosilO e <strong>do</strong> despe<strong>da</strong>çamento <strong>do</strong> navio, ou pereceram<br />

afoga<strong>do</strong>s e metralha<strong>do</strong>s no rio pelos <strong>Paraguay</strong>os (-1).<br />

O comman<strong>da</strong>nte Ma r iz e Ba r r os, (5) que procurava salvar os papeis<br />

no seu camarote, foi uma <strong>da</strong>s victimas. Os que tentavam salvar-se<br />

a na<strong>do</strong>, ameaça<strong>do</strong>s ora pelos destroços <strong>do</strong> navio, ora pela metralha <strong>do</strong><br />

forte, foram em'parte salvos pela canhoneira I vahy (6) que por detraz<br />

<strong>da</strong> ilha <strong>da</strong>s I'almas assistia á catastrophe e correu a acudir aos sobreviventes.<br />

Mal apanhára este navio alguns <strong>do</strong>s infelizes quan<strong>do</strong> recebeu<br />

uma bala na caldeira, fican<strong>do</strong> escal<strong>da</strong><strong>do</strong>s 4 foguistas, <strong>do</strong> que resultou vogar<br />

declara que em CurupaiLyticarum mortos 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Não ha, porém, quem ignor', que a<br />

respeito d:ls p r<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os neuhuma confiança e p6de ter no SemanaTio.<br />

Descreyen<strong>do</strong> estls occurrencias, diz o mesmo periodico que em OtU'llp\lity s6 havia 1<br />

peça e em Curuzú 3; entretanto, só n'este ultimo [Jonto cabiram em nosso poder 13 bocas<br />

de fogo, e em CurupaiLy, desde meia<strong>do</strong>s de 1865, est~vam ern bateria sobre o l'io 1 canhão<br />

de SO, 2 de 68, 2 de 1:l2 e 14 de campanha.<br />

O comm:lll<strong>da</strong>nte de CurupaiLy, era o major Sayas, qne t.inh~ ás suas ordens 1 batalhão<br />

de infantaria e yarios contingentes de arlilhal'Í[1., Uma <strong>da</strong>s peças era gual'llec.i<strong>da</strong> por artilheiros<br />

<strong>da</strong> marinh'l, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> alferes J. Pantaleão Ur<strong>da</strong>pilleLa.<br />

<strong>II</strong>) Isso aconteceu diante de Clll'UZÚ.<br />

(2) Foi morto 1 mRrinheiro e ficaram feri<strong>do</strong>s o 10 tenente Jansen Müller e Gmarinheiros.<br />

Este joven officiai sofi'reu a amputação de um br:1ço e de uma perna, fallecen<strong>do</strong> logo depois.<br />

(3) Inexacto. O Rio de J anei1'o, depois de reparar as avarias recebi<strong>da</strong>s no dia l0, ubia<br />

o rio p:lra unir-se aos encouraça<strong>do</strong>s que bombardeavam Curupaity quan<strong>do</strong>, na Altura <strong>do</strong>s<br />

navios metti<strong>do</strong>s:l pique, tocou cm <strong>do</strong>is torpe<strong>do</strong>s ás 2 horas <strong>da</strong> tarde de 2 de Setembro.<br />

(4) A guarnição compunha-se de 112 homens, e, segllD<strong>do</strong> a HistoTia Medico Ci7'W1'gica<br />

<strong>da</strong> Esquadra Brazileir'a em Ope1'açôes, morreram 4 officiaes e 50 praça~, e sRlvaram-se 62<br />

llOmens entre officiaes e marinheiros. D'estes uldmos, 7 estavam feri<strong>do</strong>s.<br />

(5) Mariz e Barros, como já vimos no vo1. 10, foi morto em 27 de Marc:o diante de<br />

ILapirÍl, a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> Tamarzdcltl'é, de que era L:omman<strong>da</strong>llte. '<br />

lJ comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> Rio de J a,ne'iro era outro official não me110S di tincto <strong>do</strong> que esse<br />

o 10 teuente Amgrico Silva<strong>do</strong>. Moneram na mesma occasião o 2" tenente Alves Coelho'<br />

o guar<strong>da</strong> marinha Raymun<strong>do</strong> <strong>da</strong> Silva e o piloto Azeye<strong>do</strong> Albuquerque.<br />

'<br />

:6) Foram salvos p.ela canhoneira I vah1/. c0!11.m.an<strong>da</strong>nte o lo tenente. Guilherme J. Pereira<br />

<strong>do</strong>s Santos, por uma lancha <strong>do</strong> B1'aztl, dmgl<strong>da</strong> pelo guard!1 mannha Castro e SHya<br />

(.\. Quintilhanno de) e pelos escal reS ClQ TMI~'f7l<strong>da</strong>l-J.


91<br />

o mesmo a mercê <strong>da</strong> corrente, pelo que foi necessario que viessem outros<br />

navios de detraz <strong>da</strong> ilha e o levassem a reboque (1).<br />

O Lima Barros (anteriormente Bellona), navio de torres construi<strong>do</strong><br />

na Inglaterra, recebeu <strong>do</strong> dia lo ao dia 4 de Setembto 49 tiros,<br />

<strong>do</strong>s quaes 5 nas t')rres Uma bomba entranhou-se pela coberta e causou<br />

grandes desastres no interior.<br />

No dia 4 o navio soffreu muito de 1 peça raia<strong>da</strong> de calibre 80 e<br />

de outra lisa ele 68, assesta<strong>da</strong>s na bateria de Curupaity, e perden o<br />

seu machinista e 1 piloto. A couraça não foi atravessa<strong>da</strong>, mas o bater<br />

<strong>da</strong>s chapas sobre o casco <strong>do</strong> navio foi tão prejudicial, que se teve de<br />

proceder a um sério concerto (2).<br />

O Bahia (anteriormente Minerva), navio de torres construi<strong>do</strong> na<br />

Inglaterra,' recebeu no espaço de 4 dias 38 balas, <strong>da</strong>s quaes 4 na torre.<br />

Entre os projectis en<strong>contra</strong><strong>do</strong>s na coberta reconheceu-se 1 grana<strong>da</strong> de<br />

6'i, lança<strong>da</strong> por I peça de alma raia<strong>da</strong>, e 1 de 68. Em <strong>do</strong>us lagares<br />

foi a couraça perfura<strong>da</strong>, em o:utros fortemente lasca<strong>da</strong>. A bor<strong>do</strong> foram<br />

feri<strong>do</strong>s 5 homens pelos estilhaços e lascas (3).<br />

O Bar1"OSO, navio casamata<strong>do</strong>. construi<strong>do</strong> no Rio de Janeiro, recebeu<br />

15 balas, <strong>da</strong>s quaes 6 entraram meia pollega<strong>da</strong> pela couraça. Ninguem<br />

<strong>da</strong> guarnição foi morto ou feri<strong>do</strong> (4).<br />

Finalmente o B?"\Jzil, corveta casamata<strong>da</strong> construicla em França,<br />

recebeu nos dias I e 2 de Setembro 13 tiros de peças de 68, cujas<br />

balas não perfuraram, mas fizeram depressões de 3jB de pollega<strong>da</strong> na<br />

couraça. (5) A guarnição nenhuma per<strong>da</strong> soffreu.<br />

<strong>II</strong>) Inexacto. A Ivahy foi o unico navio de madeira que se expóz a@ fogo de CUl'UZú.<br />

e fel·o, CJDlO se p6cle 'ver no Appendice (ordem <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> almiritnte), para socconer a<br />

1011cl11. <strong>do</strong> BI'azil, qlle acudira aos olficiHes e praças <strong>do</strong> Rio de Janeil'o.<br />

A Ivahy res)ondeu á uat,}ria inimil{fl. e retirou-se quan<strong>do</strong> o almirante lbe orJenou<br />

por um sigllal qlle « passasse a faUa I) Teve uma <strong>da</strong>s c'üdeiras atravessa<strong>da</strong> por baln de<br />

~B. e -l- marinheiros feri<strong>do</strong>s, mas não foi necessari". como diz o autor, que outros navios<br />

lhe des~el1l reboque,<br />

O Seman.'wio annu.llciou logo que Iil.!lto eStirt canhoneira como o encolU'aça<strong>do</strong> Rio de<br />

Janeiro havi'lm si<strong>do</strong> metti<strong>do</strong>s a pique, perecen<strong>do</strong> neste ultimo ;-l51) homens.<br />

('1) No Lima Bal'/'os foi morta 1 machinista e feri<strong>do</strong> 1 mestre. A ordem <strong>do</strong> dh diz<br />

mais o segltinte, que não combina com as informações <strong>do</strong> autor: .<br />

. « Mrüs de 40 balas acerl-aram no Lima Barros mas nenhuma prejudicou as SUilS obras<br />

V1..;'as. Nfl.s. suas tOl}'es e couraç'1. as _babs oblo!lgas de 84 lihras, que o inimigo hnçava,<br />

nao prOdllzll"lm maIS <strong>do</strong> que clepl'essoes snperficlaes. "<br />

(3) Foram feri<strong>do</strong>s o 10 tenente Bernardino de Queiroz e 4 marinheiros.<br />

0« Bahirz, » diz o <strong>do</strong>cument citalo, '. receheu 38 bqlas e sotfreu avarias sérias, mas<br />

nenhuma que afi'flctasse a torre nem a sua fjrte couraça. "<br />

(~) cc O Barroso recebeu 15 bahs, <strong>da</strong>s quite 1 inutilisou-lllc o cal restanto. »<br />

(5) A part.e ,fficiitl rIo comm:lndqnte diz:<br />

« Recebeu este navio 13 balas ele calibl'e G'\ m diJferentes ll}gnre c felizmente. apezar<br />

de oulros esLilh'lços por ellasJ)l'ndnzi<strong>do</strong>s, n1iil Iizerqm <strong>da</strong>mno algum ás pr~ç s <strong>da</strong> gual:lIil'i\o. »<br />

Do enc lU'açalo Tamam G<strong>II</strong>'é diz o almimnte o seguinte:<br />

« O encoumça<strong>do</strong> Taman<strong>da</strong>n: hosLi Iisou habilmente (] illin'lÍ" 1 sem expôr-se ás 5U<strong>II</strong>.<br />

balas, como eu ordenára" par~ pr8" rvar o ngenhos appal' lho de inutiJisar túrpc:<strong>do</strong>l:', qne<br />

est1 IllYl0 Lem lIrl1l1<strong>do</strong> a proa. "


Para os <strong>do</strong>us conte<strong>do</strong>res foram.<br />

92<br />

insignificantes os resul,ta<strong>do</strong>s.<br />

A per<strong>da</strong> <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> Rio ele Janei?'o, devi<strong>da</strong> ao acaso, nrLo deixou<br />

por isso de ser muito sensivel â esquadra. Causou ao principio sinistra<br />

impressão nas iropas navaes e terrestres; mas a coragem por isso não<br />

diminuio, pelo <strong>contra</strong>rio, ateou-se o odio, inflammou-se o ar<strong>do</strong>r militar.<br />

Na tarde <strong>do</strong> dia 4, visto P ort0-Ale g r e .não tentar por terra o<br />

ataque de Curupaity, voltaram os 4 encouraça<strong>do</strong>s para o arsenal <strong>da</strong>s<br />

'l'reS B0cas, (1) onde deviam reparar as avarias, fican<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as outras<br />

canhoneiras por detraz <strong>da</strong> ilha <strong>da</strong>s Palmas. Taman<strong>da</strong>ré considerou<br />

este infructifero ataque como demonstração cabal de seu anterior asserto<br />

de que a esquadra por si só não poderia vencer as fortificações paraguayas,<br />

sen<strong>do</strong> aliás proveitoso seu concurso <strong>contra</strong> determina<strong>do</strong>s pontos<br />

que de terra lhe fossem indica<strong>do</strong>s para alvo de sua artilharia. E ta<br />

opiniãO não deIxava de ser judiciosa, mas nJo en<strong>contra</strong>va acceitação nem<br />

no quartel-general nem na imprensa. Os resulta<strong>do</strong>s navaes não estavam<br />

em propor~ão com o 'dispendioso e imponente apparato <strong>da</strong> esquadra,<br />

As tropas compunham-se exclusivamente de Brazileit'os, sobretu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s Rio-Grandenses <strong>do</strong> 2 0 corpo de exercito (2) reuni<strong>do</strong> na Candelaria<br />

sob as ordens <strong>do</strong> general Porto-Alegre; e, po<strong>da</strong>nto, com excep~ão<br />

<strong>do</strong>s cascos de batalb oes, que foram deixa<strong>do</strong>s em Uruguayana, cons tavam<br />

de recrutas, isto é, tropas exercita<strong>da</strong>s, mas que nunca tinham entra<strong>do</strong><br />

em fogo. E' ver<strong>da</strong>de que seu odio intenso <strong>contra</strong> os <strong>Paraguay</strong>os, e o ardente<br />

desejo de se desforrarem <strong>do</strong>s ultrajes traga<strong>do</strong>s em S. Borja, exuberantemente<br />

suppriam a inexperiencia militar.<br />

O general em chefe Mitre mostrou desconfiar d'esta expedição e duvi<strong>da</strong>r<br />

<strong>da</strong> seu resulta<strong>do</strong>, não queren<strong>do</strong> que as tropas argentinas tomassem<br />

parte n'el1e ; .quan<strong>do</strong>, porém, <strong>contra</strong> a sua expectativa, 11m resulta<strong>do</strong><br />

completo e brilhante corôou a empreza (3), foi em pessoa dirigir<br />

o ataque de Curupaity e comsigo' levou quasi to<strong>do</strong>s os Argentinos.<br />

(1) Arsenal <strong>do</strong> Cerrito,<br />

(2) As tropas que tomaram Cm'nzú perLonciam to<strong>da</strong>s ao 20 corpo de exercito brazileiro,<br />

e em outra nota já fizemos sentir qne s6 a ca\'allaria compllllba-se le Rio-Grandenses.<br />

Os ,bataThõe~ de infant~ria, q~lO foram os (jue, levaram o assalto, cOll1pnnham-se<br />

de volunt!l;no <strong>do</strong> RIO de JaneIro, l\hnas-Geraes, Ballla, Pará, Maranhão, Parahyba rI<br />

arte, e RIO Grande <strong>do</strong> Norle, Os corpos d cavallaria npJnas tiveram 1:l8 homens fóra<br />

de combate,<br />

(3) Esta ollservação <strong>do</strong> autor é rigorosamente exacta. F:e em fins de Agosto o gen


93<br />

Na<strong>da</strong> se sabe <strong>da</strong> diversão <strong>do</strong> general Flores com um corpo de cavallaria<br />

a leste <strong>da</strong> laguna Curuzú (I). Suppomos que se mallogrou,<br />

tanto no primeiro, como no segun<strong>do</strong> ataque de Curupaity (2), em razão<br />

<strong>da</strong>s difficul<strong>da</strong>des topographicas, porquanto entre mattos e pantanos a caval1aria<br />

s6 podia representar papel secun<strong>da</strong>rio, e é talvez por i.,~o que<br />

a ca<strong>da</strong> momento as partes officiaes fallam em (( caval1aria a pé » (3).<br />

Divergem as narrações que examinamos quanto ao ponto ne embarque<br />

d'esses.8.300 Rio-Grandenses (4), estima<strong>do</strong>s nas relações officiaes <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os<br />

em 14.000. Uns mencionam Itapiru, outros indicam o ponto onde,<br />

ao atravessarem os Allia<strong>do</strong>s o rio Paraná, desembarcaram as tropas que<br />

efi"ectuaram o movimento de flanco. E' muito provavel que o embarque.<br />

se effectuasse em to<strong>do</strong> o espaço comprehendi<strong>do</strong> entr.3 esses <strong>do</strong>us pontos (5).<br />

Para isso foram aprov~ita<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as embarçações disponiveis, reboca<strong>da</strong>s<br />

pelas canhoneiras a vapJr, absten<strong>do</strong>-se os navios de <strong>guerra</strong> d'este serviço<br />

de transporte para não ficarem impedi<strong>do</strong>s com a agglomeração de<br />

tropas a bor<strong>do</strong> (6). Embarca<strong>da</strong>s estas, levantararr. ferro os navios, que no<br />

porto de Corrientes tinham si<strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>s com provisões de boca. A<br />

artilharia foi em botes e lanchas para se evitar o trabalho de guin<strong>da</strong>~-a<br />

para bord0 de navios altos (7). O embarque, principia<strong>do</strong> no ultimo dia<br />

de Agosto e continua<strong>do</strong> durante a noite, permittio que no dia ln de<br />

Setembro (8) pela madruga<strong>da</strong> to<strong>da</strong> a esquadrilha se puzesse em movimento<br />

. (1) O $ener~l rlo~' s não podia, sahill~o de Tl1yuty com um c rpo de cnvlllaria,<br />

Ir t~r a Ul1rUZl1. Tenl de romper pela' linhas <strong>do</strong> Sauce ou de vadear, o qlle era imposslvel,<br />

as lagoas Piris e Chichi (no m~ppa que acompanha esta obra e tá Chuhi em<br />

vez de Chichi).<br />

Já dissemos em oll\.ra· nota que Flores, á frente de 2HI0 homens, Brazileiros e 1\ 1'­<br />

genlinos, fez um reconhecimento no dia -1, não ln direc~fl!) <strong>da</strong> nossa esquer<strong>da</strong> le Tnyuty,<br />

mas )l'1 elirecção <strong>da</strong> esquel'<strong>da</strong> inimiga, isto é, p~m o Iad uo Eslero Rojas. Chegou<br />

até ás visinhanças de Passo V:li, extrema esquerdA. <strong>da</strong>s linhas d Roja.<br />

No dia 2'1 (dia <strong>do</strong> ata']ue de GlU'UPlity) repeli) o mesm) reconhecil11entJ, e parte<br />

eb nossa cavallaria chegou até Tuyu uê.<br />

(2) Não honve sen~o um ataque d Cl1l'upaity no dh 22 ele Set'lmbro.<br />

(3) Causou isso impressão ao autor, ma a razão <strong>do</strong> hci') é outra: é que os AUia ln!;<br />

realmente !Ião tinham cavallos para monbr to<strong>da</strong> A. sua cavnllaria. Em AO',)sto, segun \0<br />

as commum~ações elo general Polyeloro, o exercito brazileiro só podia montll" \2 501) homens,<br />

e o' ~rgenLlDos 500 e bnlos. Os Orientaes só tinham o pirluple <strong>do</strong> general FI res.<br />

. Tao J.:aven<strong>do</strong> então cavallos em numero suffi.clenle, e tendlJ (lS balalhões de infantana<br />

olIn<strong>da</strong> .grandes per<strong>da</strong>s nas hatalhas e combates an tenol es, muitos corpos de cavalo<br />

bna comball'lm a pé, arma<strong>do</strong>s de espingar<strong>da</strong>s ou clal'inas.<br />

(4) Já ficou dilo que só a cavallal-ia <strong>do</strong> 2 0 corJo com:muha-se <strong>do</strong> Rio-Grand nse-.<br />

(5) O embm'quo elfectllou-se na fóz <strong>do</strong> Pnraguay. em frente <strong>da</strong> ilh:\ elo Cerrilo.<br />

(n) Os transportes que conduziram o 2 0 corpo, e cujos nomes foram já mencion'l<strong>do</strong>s<br />

em outra nota, eram toelos a vapor, e, p is. não I'l'ecisavam s r rel>o a<strong>do</strong>.<br />

ehefe Alvim (ba~ão ele Igllalemy), com 4 canhoneims u \ 4/1 divisão, acompanhou<br />

os transportes, e dmglO o embarqne e desembarque.<br />

. . (7) ~ão é e~acto: as pecas de arLilharia foram distribni la p los transpor es M al'­<br />

cill.o Dlas, P1'es~dentll, Genel'al FIOloes e Diligente. Apeu'\s 3 chata" e ossas conduzind<br />

cavallo~. acom !,anbal:


94<br />

e an<strong>da</strong>sse 5 leguas rio acima até à ilha <strong>da</strong>s Palmas (1). Ahi tinha esta<strong>do</strong><br />

to<strong>da</strong> a esquadra encouraça<strong>da</strong>, que ia bombardear Curupaity. Então resolveu-se<br />

atacar o forte de Ouruzú (2), cujas 13 peças bombardeavam os<br />

encouraça<strong>do</strong>s pela retaguar<strong>da</strong> (3). As canhoneiras receberam ordem de<br />

postar-se <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Grau Chaco ou <strong>da</strong> parte occidental <strong>da</strong> ilha dt1.S<br />

Palmas, para que, fóra <strong>do</strong> alcance <strong>do</strong>s canhões de Cnruzú, desembarcassem<br />

n'eUa (4) e na margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio as tropas que traziam,<br />

::len<strong>do</strong>-lhes ve<strong>da</strong>uo, sob quaesquer prelextos, exporem-se ao fogo <strong>da</strong>s baterias<br />

inimigas (5).<br />

Ao serem avistad0s <strong>do</strong> forte e <strong>do</strong> entrincheiramento de Curuzú<br />

os numerosos transportes que singravam rio acima, internou-se uma<br />

força de infantaria pelo matto até á ponta <strong>do</strong> sul, fronteira à ilha<br />

<strong>da</strong>s Palmas, onde no mappa está indica<strong>do</strong> o lugar de desembarque<br />

<strong>do</strong>s Brazileiros. Este bosque foi queima<strong>do</strong> durante o combate, e por isso<br />

devemos fixar sua posição um pouco mais para o norte, pai o mappa<br />

foi traça<strong>do</strong> depois de termina<strong>da</strong> a campa'lha. Oom to<strong>da</strong> a presteza. passiveI<br />

desembar0aram algumas companhias e se dirigiram em escaleres<br />

rasos para o ponto designa<strong>do</strong>, mas foram recebi<strong>da</strong>s com fuzilaria<br />

ao assomarem pela ponta sul <strong>da</strong> ilha <strong>da</strong>s Pa.lmas. Tiveram então<br />

ordem de voltar para se abrigarem por de traz <strong>da</strong> ilha (6). Algumas<br />

canhoneiras, achegan<strong>do</strong>-se ao ponto escolhi<strong>do</strong> para o desembarque, varreram<br />

o matto com« shrapnels » e metralha, fazen<strong>do</strong> calar o fogo inimigo<br />

e proporcionan<strong>do</strong> ensejo aos botes carrega<strong>do</strong>;; de tropas de atracarem<br />

desimpedi<strong>da</strong>mente na barranca. Estas tropas trataram logo de levantar<br />

entrincheird.mentos ligeiros, porque os ParaguaJos estavam occultos no<br />

matto, e os botes precisavam regressar para tra'~erem mais gente (7).<br />

Os ramos <strong>da</strong>s arvores auanca<strong>do</strong>s pela metralha e o matto derruba<strong>do</strong><br />

serviram para' a construcção de ab:1tises que com a chega<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong> bote<br />

rI) Os tmnspOl't s não foram aLé ahi: funu aram ás O horas <strong>da</strong> manhã <strong>do</strong> ln <strong>do</strong><br />

etembl'o junto á omboca'lUl'


95<br />

tiveram de ir avançan<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> diminuio o canhoneio ou ao menos só<br />

prnseguio em longas curvas por cima <strong>da</strong>s tropas desembarca<strong>da</strong>s, reappareceram<br />

os <strong>Paraguay</strong>os e houve tiroteios no matto, que se prolongaram<br />

ate alta noite. Os abatises foram dt:;tancia<strong>do</strong>s para a frente,<br />

para que as tropas com sua artilha:'ia tivessem espaço para o bivouac.<br />

A noite passou-se em desasocego.<br />

A situação era muito singular. ão se podia atacar Curupaity sem<br />

antes tomar Curuzú, que elos navios tinha si<strong>do</strong> bem reconheci<strong>da</strong>, e, pelo<br />

efi'eito de sua artilharia, se suppunha formi<strong>da</strong>vel. [Lo era passiveI, partin<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ponto de desembarque, reconhecer as proximi<strong>da</strong>des, porqp.e os<br />

<strong>Paraguay</strong>os ain<strong>da</strong> occupavam a parte intermedia <strong>do</strong> maito. Os abati es<br />

eram bombardea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> sul, de leste (1) e <strong>do</strong> norte (2) e por<br />

causa <strong>do</strong> matto virgem não se podia calcular o numero <strong>do</strong>s inimigos.<br />

t:e os Brazileiros desembarcassem ao norte de Curuzú, poderia uma columna<br />

inimiga reunir-se na retaguar<strong>da</strong> e ameaçar as provi ões e a<br />

artilharia accumula<strong>da</strong>s no ponto de desembarque.<br />

Na<strong>da</strong> se sabia <strong>da</strong> condições topographicas em re<strong>do</strong>r de Curuzú e<br />

convinha adiar qualquer movimento para o dia seguinte, envi<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-se<br />

então to<strong>do</strong>s os esforços para reconhecer a visinhança <strong>do</strong> forte e sua<br />

provavel communicação com Curupaity (:3). Durante a noite foi a extremi<strong>da</strong>de<br />

~ul <strong>do</strong>s abati es <strong>da</strong> barranca ataca<strong>da</strong> pelos <strong>Paraguay</strong>o sem out ro<br />

resulta<strong>do</strong> sen[Lo perturbar incessantemente a tranquilli<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s Brazileiros<br />

acampa<strong>do</strong>s.<br />

Ao alvorecer <strong>do</strong> dia 2 de Setembro estavam to<strong>do</strong>s em armas. Os<br />

encouraça<strong>do</strong>s recomeçaram o bombardeamento; escaleres de ron<strong>da</strong> exploravam<br />

a barranca não só entre o matto e o forte, como entre este e<br />

Curupaity; em to<strong>da</strong>s as direcções partiram piquetes pelo matto a dentro<br />

para descobrir onde estaria alguma força paraguaya. Principalmente pelo<br />

la<strong>do</strong> <strong>do</strong> sul procuraram os Brazileiros pôr-se a coberto e os seus destacamentos<br />

chegaram até ii lagoa Chichi, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> depois volta para o<br />

norte, sem en<strong>contra</strong>rem corpo algum de tropas paragua'yas. Ficou então<br />

prova<strong>do</strong> que em to<strong>do</strong> o matto só havia atira<strong>do</strong>res (4), aos quaes não era<br />

passiveI apanhar. Elles se encob<strong>da</strong>m optimamente por clctraz de grossas<br />

arvores e densos capões, ao passo que o Brazileiros avançavam a peito<br />

descoberto. D'este mo<strong>do</strong> não se ganhou tPtrreno durante to<strong>da</strong> a manhã.<br />

(1) De leste?<br />

(2) Não comprehendemos isto. Tal vez o autor prelen<strong>da</strong> dizer que parte dn squadrn, postaun<br />

acima de Curuzú, bombardeava d'abi a matta.<br />

(3) O assalto foi adia<strong>do</strong> porque s6 ao anoilecer chegar~m as no's'lS tropas ao descampa<strong>do</strong><br />

proximo á furtiücação inimiKa.<br />

(4) ~as maltas já não estavam atira<strong>do</strong>res inimif:tos. To<strong>da</strong> a força paroguaya refugiouse<br />

na trinch ira desde a tarde de .


96<br />

Quer fosse lança<strong>do</strong> pelos <strong>Paraguay</strong>os, quer produzi<strong>do</strong> pelo fogo <strong>da</strong> esquadra,<br />

que attingia a bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> matto, pela volta <strong>do</strong> meio dia manifestou-se<br />

n'este um incendio (1) que veio augmentar ain<strong>da</strong> os horrores de um<br />

combate ca<strong>da</strong> vez mais encarniça<strong>do</strong>. A principio foram as chammas proveitosas<br />

aos <strong>Paraguay</strong>os, chegan<strong>do</strong> o general P o r to - A1eg r e a querer<br />

embarcar as tropas para aguar<strong>da</strong>r que o bosque ardesse completamente.<br />

Como, porém, o fogo lavrava na direcção de norte a sul, achavam-se<br />

os Brazileiros seguros, porque os fossos e a derruba<strong>da</strong> <strong>da</strong>s arvores não<br />

deixavam que as chammas chegassem até ao rio, ao passo que os <strong>Paraguay</strong>os<br />

perdiam sua defeza natural e se retiravam para o lugar designa<strong>do</strong><br />

no mapra pelo nome de « Oemiterio » (2) afim de, no caso de<br />

avançarem os Brazileiros, p Jderem recuar para o entrincheiramento em<br />

torno <strong>do</strong> forte. Na occasião em que os <strong>Paraguay</strong>os se formavam e os<br />

Brazileiros assomavam <strong>do</strong> matto ain<strong>da</strong> fumegante, deu-se a explosã.o <strong>do</strong><br />

torpe<strong>do</strong> que destruio o encouraça<strong>do</strong> Rio ele J anciro ri). Foi me<strong>do</strong>nho o e'pectaculo<br />

quan<strong>do</strong> esse navio, um <strong>do</strong>s mais beIlos e preciosos <strong>da</strong> marinha imperial,<br />

. e ergueu n'um bulcão de aguas, estourou no meio de nuvens de fumo<br />

e de espuma, e, baixan<strong>do</strong> lentamente, afun<strong>do</strong>u-se no leito fluvial. Involuntariamente<br />

pal'Ou de ambos os la<strong>do</strong>s o fogo. Era a pausa <strong>do</strong> horror.<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os corre:'am por fim á barranca para fuzilarem os que<br />

na<strong>da</strong>vam, ao mesmo tempo em que os canhões <strong>do</strong> forte jogavam <strong>contra</strong><br />

'a canhoneira ú'ahy, que surgira de detraz <strong>da</strong> ilha em auxilio <strong>do</strong>s<br />

naufragas. Um grito de vingança e de desforra echoou pelas columnas brazileiras,<br />

que então se formavam, e os <strong>Paraguay</strong>os, suppon<strong>do</strong> que se ia atacar<br />

o forte, retiraram-se para o entrincheiramento, contornan<strong>do</strong> a laguna<br />

por leste.<br />

Foi então que o general barão de Porto-Alegre reconheceo a<br />

situação. Pelos seus descobri<strong>do</strong>res, que haviam devassa<strong>do</strong> o matto desde a<br />

lagoa Ohichi, sabia que na<strong>da</strong> havia a receiar pela retaguar<strong>da</strong>, mas não tinha<br />

certeza <strong>do</strong> que podia sobrevir pelo seu flanco direito. Na<strong>da</strong> se percebia<br />

<strong>do</strong> prometti<strong>do</strong> ataque de cavaUaria sob a direcção <strong>do</strong> general F lo r e s,<br />

e como os <strong>Paraguay</strong>os sempre estavam bem informa<strong>do</strong>s de to<strong>do</strong>s os planos<br />

e movimentos <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, ficou Porto-Alegre inclina<strong>do</strong> a crêr que<br />

eUes tivessem expedi<strong>do</strong> forças n'aqueUa direcção, poden<strong>do</strong> essas forças,<br />

se FIo l' e s não lhes viesse ao encontro, investir <strong>contra</strong> os atacantes<br />

pelo flanco ou pela retaguar<strong>da</strong>. Além d'isso os entrincheiramentos entre<br />

(1) o incendio deu-se na brde de 2, e teve por fim difficullur a mal'ch <strong>do</strong>~ Brazileiros.<br />

Na manhã de 3 deu-se o assaHo e em poucos momentos estavamos senhores <strong>da</strong> posição<br />

( 8 1{2 <strong>da</strong> manhã).<br />

(2) Tu<strong>do</strong> isto é inexacto.<br />

(8) Isto deu se, como já vimos, na vesperil <strong>do</strong> assalto.


97<br />

Ourupaity e Paso Pucú se estendiam tanto para o sul, que d'ahi se poderia<br />

operar um movimento de flanco.<br />

Sem ter certeza por esse la<strong>do</strong>, não querja o general emprehender<br />

o ataque <strong>do</strong> forte e por isso empregou a tarde <strong>do</strong> dia 2 em reconhecimentos.<br />

As tropas imperiaes, cansa<strong>da</strong>s <strong>do</strong> longo e porfia<strong>do</strong> combate em um<br />

matto em parte ain<strong>da</strong> em chammas, bivacaram fóra <strong>do</strong> alcance <strong>do</strong>s canhões<br />

inimigos (1). Teve-se .muito cui<strong>da</strong><strong>do</strong> em trazer a artilharia para perto.<br />

Em muitos lagares, estan<strong>do</strong> as cinzas ain<strong>da</strong> quentes, os tócos <strong>da</strong>s arvores<br />

a arderem, refugaram os cavallos, e como a artilharia fosse indispensavel<br />

para o ataque de Oumzú e de Ourupaity, não quiz o general levar o<br />

assalto antes de ter junto de si to<strong>do</strong>s os seus canhões (2).<br />

Outro motivo para demorar o combate até ao dia seguinte foi talvez<br />

a esperança de que os encouraça<strong>do</strong>s diminuissem o vigor <strong>da</strong> defesa, porquanto<br />

até então não se notava enfranquecimento algum, e as violentas<br />

detonações pareciam indi,car grosso calibre.<br />

Muitas pessoas no gabinete delinearam outr@ plano de operações,<br />

decidin<strong>do</strong> que Porto-AI e g r e não deveria assaltar, mas simplesmente<br />

observar Ouruzú} e, contcrnan<strong>do</strong> a laguna por léste, investir directamente<br />

<strong>contra</strong> Ourupaity, manobra esta que teria bom efito, se F lare S opportunamente<br />

apparecesse (3) com a cavallaria: uma vez expugna<strong>do</strong> Ourupaity,<br />

diziam, a rendição de Curuzú fôra necessario corollario.<br />

Taes planos se traçam com mais facili<strong>da</strong>de n'um mappa des<strong>do</strong>bra<strong>do</strong><br />

sobre a mesa <strong>da</strong>s conferencias militares} <strong>do</strong> que se executam em terreno<br />

completamente desconheci<strong>do</strong>. O assalto <strong>do</strong> dia 3 teve resulta<strong>do</strong> decisivo,<br />

sen<strong>do</strong> por isto ocioso apreciar as eventuali<strong>da</strong>des d'esta combinação. E'<br />

possiveI que tivesse ti<strong>do</strong> bom desenlace o ataque directo de OUrUl)aity,<br />

mas o plano de Porto-Aleg re tambem trouxe exito feliz e resolveo<br />

o problema.<br />

Durante a noite de 2 para 3 houve correspondencia entre os comman<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>da</strong>s forças de terra e <strong>do</strong>s navios para concertarem nos<br />

moviment.os <strong>do</strong> dia seguinte. Expediram-se as ordens. O general AI b i no<br />

d e Ca r vaI h o foi encarrega<strong>do</strong> de atacar to<strong>da</strong> a face <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> entrin- ,<br />

cheiramento, não deven<strong>do</strong>, porém, <strong>da</strong>r o assalto antes que o general<br />

F on tes, contornan<strong>do</strong> a lagoa, pudesse investir por norde~te (4). Se d',este<br />

q) A.vangu·1l'd'l estava ao alc1nce <strong>do</strong> inimigo, e logo conslruio-se ttm espaldão patll<br />

a artIlhana, .<br />

(2) Só tinham desembarca<strong>do</strong> 6 na farde <strong>da</strong> 2 de StJtembl'o. Na manhã de 3 Porlo<br />

Alegre levou o assalto sem esperar os oulros canhões.<br />

(3) Como podia Flores apparecer por ahi ?<br />

(4) E' o contl.'1rio. O general Fontes levou o assalto â. direita e centro <strong>do</strong> inimigo,<br />

;) o general Albino de Oarvalllo €I esquerdq, atravessan<strong>do</strong> parte de suas tropas a lagoa.<br />

B 13<br />

-<br />

.11(" ,


mo<strong>do</strong> fosse toma<strong>do</strong> o entrincheiramento, então de to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s se<br />

correria ao assalto <strong>do</strong> forte situa<strong>do</strong> na ponta de noroeste (I).<br />

Assim determinou-se pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> sul um bombardeio de artilharia<br />

e uma para<strong>da</strong>, e pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> node uma marcha força<strong>da</strong>.<br />

Ao raiar <strong>do</strong> dia, e emquanto os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s preparavam o seu rancho<br />

e o comiam, os encouraça<strong>do</strong>s e as pe~a" assesta<strong>da</strong>s dueante a noite em<br />

bateria cruzavam o fogo <strong>contra</strong> o forte e o entrincheieamento, sem produzirem<br />

eífeito sensivel. Ao mesmo tem~.o os regimentos <strong>do</strong> general<br />

Flores, que tinham i<strong>do</strong> flanqueae, entravam pelo matto situa<strong>do</strong> na<br />

margem oriental <strong>da</strong> lagoa (2) e o achavam inteieamente desguarneci<strong>do</strong>.<br />

Fez-se então a tentativa de atraves ar a lagoa, em cuja parte septentrional<br />

encontrou-se um vao, de fun<strong>do</strong> c~msistente, com 4 pés d'agua.<br />

As tropas destina<strong>da</strong>5 a atravessar tiraram a roupa e lançaram-se<br />

n'agua. na occasião em que a columna, que devia atacar pelo norte,<br />

acabava de contornar a extremi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> lagoa (3). a~ <strong>Paraguay</strong>os só tinham<br />

conta<strong>do</strong> com um ver<strong>da</strong>deiro ataque pelo la<strong>do</strong> sul, onde e~tavam cerca<br />

de 2.0~O homens, protegi<strong>do</strong>s <strong>contra</strong> o fogo <strong>da</strong> artUharia por parapeitos<br />

de fachinas. Ao norte <strong>do</strong> entrincheiramento havia poucos combatentes;<br />

a leste <strong>da</strong> lagoa nenhum.<br />

a appaeecimento subito <strong>do</strong>s Brazileiros a léste e ao norte <strong>da</strong>s trincheiras<br />

diffundio entre os Paragua:> os tal terror, que, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> o<br />

la<strong>do</strong> <strong>do</strong> sul, uns fugiram para o forte, ao passo que a maior parte,<br />

galgan<strong>do</strong> as trincheiras, dirigio-se para Cueupaity. Em alguns pontos<br />

houve lucta braço a beaço, principalmente quan<strong>do</strong> as tropas <strong>do</strong> general<br />

AI b i n o d e Ca r vaI h o penetraram no entrincheiramento pelo la<strong>do</strong> sul,<br />

mas em um quarto de hora estavam to<strong>do</strong>s os <strong>Paraguay</strong>os lan~a<strong>do</strong>s fór,l <strong>do</strong><br />

entrincheiramento e a exteIlS'l. fortificação em poder <strong>do</strong>s Brazileiros.<br />

Ten<strong>do</strong> as peças de campanha chega<strong>do</strong> muito perto <strong>do</strong>'entrincheiramento,<br />

e começa<strong>do</strong> o bombardeio, os batalhões formaram tres colurnnas<br />

de assalto e investiram por- tres la<strong>do</strong>s <strong>contra</strong> o forte (4). Tinha este si<strong>do</strong><br />

construi<strong>do</strong> para a <strong>guerra</strong> fluvial e não podia pOl' i ;:;0 contestar vigoro o<br />

fogo <strong>contra</strong> um ataque de terra. -Entretanto, foi mortifera a fuzilaria<br />

sobre as columnas assaltantes; os Brazileiros, encaran<strong>do</strong> impavi<strong>do</strong>s a morte,<br />

deprossa galgaram as trincheiras. Em cima, travou-se então me<strong>do</strong>nha<br />

lucta. Ao envez <strong>da</strong>s tropas, que espavori<strong>da</strong>s haviam desampara<strong>do</strong><br />

(1) Toma<strong>da</strong> a trincheira, estaVa col1s gui<strong>do</strong> tu<strong>do</strong>: nfro bWlâ forLo algum lnllependentll<br />

<strong>da</strong> trincheira. O forte que estã Ll0 mappa foi posteriormente levanta<strong>do</strong> pelos Bl'Il.ziloiros.<br />

O) Já dissemos que Flores nenhum reconhecimento fez por esse la<strong>do</strong>.<br />

(:1) Tu<strong>do</strong> isto esl.á tão confuso, que seria longo rectific,u·.<br />

As not'\s anteriores habili~am o leitor a corrigir por si mesmo cortos enganos <strong>do</strong> autor.<br />

(-1) Toma<strong>da</strong> a trincheira, passou a perseguir o inimigo. Esta. seenas <strong>do</strong> supposto forte<br />

n;;o sr. deram.


99<br />

à entrincheiramento, defendeu-se a guarni~ão <strong>do</strong> forte com extr.ema obstinarão'<br />

. , e a resistencia e a carnificina ain<strong>da</strong> mais temI)o teriam dura<strong>do</strong>. se a<br />

entra<strong>da</strong> <strong>do</strong> forte pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> norte não fosse tão pouco propria para<br />

acudir a um assalto violento.<br />

Os Brazileíros entraram em numero avulta<strong>do</strong>, occuparam to<strong>do</strong> o<br />

centro <strong>do</strong> forte e rechaçaram os defensores para as trincheira . Cansa<strong>do</strong>s<br />

de matar, porque nenhum <strong>Paraguay</strong>o se queria render, impelliram<br />

os venci<strong>do</strong>s para o ba'ltião <strong>do</strong> angulo de leste, onde sem esforço foram<br />

desarma<strong>do</strong>s. Um grito de triumpho repercutio até os encouraça<strong>do</strong>s, que<br />

se dirigiam para a barranca, quan<strong>do</strong> horrorosa explosão se deu no bastião,<br />

atopeta<strong>do</strong> de prisioneiros.<br />

As opiniões divergem, se foi um armazem de polvora que vôou, se<br />

uma mina que arrebentou.> se foi casual ou intencional a explosãO. Se<br />

intencional, falholl completamente o fim, lorquanto foram victimas os <strong>Paraguay</strong>os<br />

agglomera<strong>do</strong>s ahi, perecen<strong>do</strong> apenas alguns sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s brazileiros. O<br />

interior <strong>do</strong> forte ficou junca<strong>do</strong> de ca<strong>da</strong>veres e de membros dilacera<strong>do</strong>s.<br />

IO assalto apenas urna pequena parte <strong>da</strong>s tropas tomou parte.<br />

Os batalhões <strong>do</strong> general Fon tes (I), depois de entrarem no entrincheiramento,<br />

correram em perseguição <strong>do</strong>s que fugiam para Curupaity.<br />

Receberam, porém, ordem de não proseguir.<br />

Va<strong>da</strong>s correspondencias publica<strong>da</strong> nos jornaes de Buenos-Aires e<br />

de Montevidéo mencionam uma circum tancia que não foi oflicialmente<br />

cúnfirma<strong>da</strong> Alguns centenares de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, aos quaes a tempo não foi<br />

transmitti<strong>da</strong> a ordem <strong>do</strong> brigadeiro F o n tes, chegaram até á trincheira<br />

<strong>do</strong> recinto de Curupaity, mas como as out!'as tropas não s6 pararam,<br />

como até retroceder~m para o entrincheiramento <strong>da</strong> Curuzú, por isso<br />

ou tiveram elles de sacrificar as vantagens obLi<strong>da</strong>s, ou foram talvez<br />

repelliclos pelo Pal'aguayo', já r'eanima<strong>do</strong>s <strong>do</strong> primeiro de -fallecimento (1).<br />

Lo~:ge <strong>do</strong> theatro <strong>do</strong>s acontecimentos e alheio ás impressões <strong>do</strong> momento,<br />

nrLO póde o historia<strong>do</strong>r apre0iar devi<strong>da</strong>mente o' motivos que induziram o<br />

general Porto-Alegre a renunciar á perseguição e ao ataque immediato<br />

de Curupaity. Pelo mellO foram <strong>do</strong>s mais graves, d'aquelles que mais<br />

concorreram para a 10ngl1. duração <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> e não en<strong>contra</strong>m explicação<br />

plausivel (3). As tl'opas que defendiam o fOl'te re~ü;liram, ê ver<strong>da</strong>de,<br />

(I) For::t1u os que maioro: per<strong>da</strong>s soltrcralll.<br />

(2) E!'i~ fnei') j:'t foi I?xplicnr10 cm U1l1n rla~ notas anil'riorps. O gf\n~ml Foni"s pedil)<br />

!·err)r~o.s p'lra ocr'upar 'Ilrnpaity: fl,r.lIl1-lh' nega<strong>do</strong>, p rl'ce\)C'1I 01'(1 111 pR.1'R retrocpder<br />

lInm iliutamen'e.<br />

_ (l'l) ~ e 'plic8.,;ão é clal';~ : Porto Alegre eslava redllzit10 a 7.3(10 homens e com essa força<br />

n o po 1m fa:'el' fI' 'lJ(p no exel'('it, inimign que il1fal1inlllll(>n1~ o alar -ria em urupalty.


100<br />

com heroico deno<strong>do</strong>, mas as que guarneciam os entrincheiramentos<br />

mostraram fraqueza d'animo diante de uma sorpresa (1).<br />

O forte conquista<strong>do</strong> não preci~ava, attenta a visinhanra <strong>do</strong>s encouraça<strong>do</strong>s,<br />

de maior guarnição; algumas centenas de praças teriam basta<strong>do</strong>.<br />

Ficavam, portanto, a disposição <strong>do</strong> general cerca de 7.000 homens com<br />

uma numerosa artilharia (2). Orêmos, por isso, terem havi<strong>do</strong> ponderosas<br />

razões, inherentes a situa~ão, mas que escapam ii nossa cogitação. Ao<br />

tratarmos <strong>do</strong> ataque tão completo de Ourupaity, teremos occasião de<br />

repetir que não Iôra impossivel o assalto e a tomaéla no dia 3 de 2etembro.<br />

N'isto concor<strong>da</strong>m os o:fficiaes paraguayos, e o~ trabalhos então executa<strong>do</strong>s<br />

por ordem de L op e z demonstram que elle tambem acreditara na possibili<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> expugnação no dia 3.<br />

Parecia ter-se ganho muito, mas a situação militar não ficou altera<strong>da</strong>,<br />

porquanto Ouruzú não passava de uma obra avan~a<strong>da</strong> no caminho<br />

de Humaitã, e os Allia<strong>do</strong>s ain<strong>da</strong> tinham diante de si um obstaculo mais<br />

respeitavel, a fortificaçi1o de Ourupaity. E' ver<strong>da</strong>de que as per<strong>da</strong>s de<br />

ambos os la<strong>do</strong>s eram quasi iguaes (3) sen<strong>do</strong> principalmente avulta<strong>do</strong> o<br />

liu'mero <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s; isso, porém, nH:o era grande embaraço, ten<strong>do</strong>-se a<br />

mão abun<strong>da</strong>ntes meios de transporte e os hospitae de sangue em 001'­<br />

rientes. Sabe-se somente, que o general P o r t o-A I e g r e man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> levar<br />

ao general Mit r e a noticia <strong>da</strong> victoria, tambem man<strong>do</strong>u pedir reforços.<br />

Ja mencionámos, sem poder <strong>da</strong>r os devi<strong>do</strong>s esclarecimentos, que<br />

o general em chefe patenteou ao vence<strong>do</strong>r seu descontentamento (:1).<br />

(1) Tu<strong>do</strong> isto é resulta<strong>do</strong> dAs confusõe unteriorLs. O autor poderia dizer, como o Stllllana1'io<br />

e Thompson, que as for as paraguayus que gU:1ru p ciam" di1'cila e o ccnt,·o bateramso<br />

bem, o qne as <strong>da</strong> e~queràa de. animaram e puzel'am-se em fugfl.. Dizen<strong>do</strong> isso diria a ver<strong>da</strong>de.<br />

(2) E quanto. Parngllayos poderhm avanç'U' de Pa,;so Pucu sobre essa diminuta<br />

columna?<br />

Seto mil e t111l0S homens podi 1m aV6nturtW-se assim no centro <strong>da</strong>s linhls fortifica·las<br />

<strong>do</strong> inimigo?<br />

(3) Os Bl'azileiros tiver m uns 900 homens fóra de ombate e os Paragn'l.Yos 2.'')1]<br />

seglU1<strong>do</strong> Thompson. As per<strong>da</strong>s, portanto, não foram iguues.<br />

(4) Este trabalbo <strong>do</strong> SI'. chneider, como o leitor terá nota<strong>do</strong>, foi escripto com grand:]<br />

precipit.a~~o e d'alli o desalinho e confusão <strong>da</strong> Slltl narrativa.<br />

O que o aut'r mencionou antes, sem poder <strong>da</strong>r os d vi<strong>do</strong> escl:1rl)cimento~, nenhuma<br />

relação tem com a vicloria de Curuzú: foram as expli~llções pe-li<strong>da</strong>s em 28 de Agosto<br />

pelo general Mit.re a r-speito <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> 20 corpo ele exercito, explicações que o generill<br />

'Ill cliefe desejou obt r com o .fim de t.ornar en ivelque sóa clle competi'], pelo trat'l<strong>do</strong> <strong>do</strong> 10<br />

de M·.io, fi dir cção <strong>da</strong> guerrn., e que, portanto, o 2 0 corpo deyia .ficar sujeito ao seu comman<strong>do</strong>.<br />

A toma<strong>da</strong> ele uruzú deu-se - dias depois d'este fuctll.<br />

O guueral l\litre nã'J podia ter fica<strong>do</strong> descontente p r n1(.) havor Porto Ale~.ro an.nça<strong>do</strong><br />

lesde logo alé Curup(\ity. So em I' de Agosto acredita"" o general arg"ntino que<br />

4 :1 6. 00 homenos bastavam para occupar ClM"UZÚ e Curupaity, r.m -~ d at muro já<br />

elie compruhel1clia (\"eja-se no Appendicc a sua carta de 8 de Setembro a I'ort) Alegr l, que cmm<br />

necessarios de 18 ~ 2U.000 homens para se poJer march'u sohre este ultimo ponto,op.'rar<br />

sobre a ret


101<br />

Se este se fun<strong>da</strong>va na ordem que obstou à perseguição e ao immediato<br />

ataque de Curupaity, merece por certo nossa approvação; mas o jubilo<br />

desperta<strong>do</strong> pela victoria paralysou os actos <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> em chefe.<br />

A relação official declara que antes <strong>do</strong> ataque foram leva<strong>da</strong>s <strong>do</strong><br />

forte para Curupaity 5 pE'ças (1), talvez <strong>da</strong>mnifica<strong>da</strong>s lJclo bOllJuardeio<br />

<strong>da</strong> esquadra, que tinham de ser monta<strong>da</strong>s oL1tI'a vez. Foram en<strong>contra</strong><strong>da</strong>s 13,<br />

<strong>da</strong>s quaes 5 de bronze, 1 de 68, 4 de 32; 4 de ferro de calibre 12, 1 de<br />

calibre 9 e as outras de calibre 12 a 4, touas muito bem teabalha<strong>da</strong>s (2).<br />

Algumas balas eh esquadra, voan<strong>do</strong> até Paso Pl1CÚ, onde estava o<br />

quartel-gene.ra1 de L o p e z, tinham i<strong>do</strong> matar um homem, uma mulher<br />

e uma criança.<br />

Incontinente Lopez d'abi r::e retirou 1/2 legua para leste (3), onde<br />

as balas não alcançavam, mas tambem os seus não o podiam en<strong>contra</strong>r.<br />

Logo no dja seguinte ordenou que se levantasse uma alta trincheira<br />

diante de sua casa de Paso Pucu, pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio, e com o mainr<br />

esforço foi ella conclui<strong>da</strong> para que servisse de barreira às balas. Tinha<br />

90 pés de extensão; sua altura era de 15 pés, e tinha na base 36 pés de<br />

gr0ssu ea e 12 na parte su rerior.<br />

No dia 8 principiaram os trabalhos no grande enteincheiramento ao<br />

sul <strong>da</strong> lagoa Lopez, que deviam ser um novo impedimento entre<br />

Curuzu e Curupaity e causar aos AlUa<strong>do</strong>s extraordinarias per<strong>da</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong> no dia 4 o general Dia z referia as circumstancias <strong>da</strong> toma<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> forte e attribuio a culpa à fuga precipita<strong>da</strong> <strong>do</strong> batalhão n. 10, que<br />

tinha vin<strong>do</strong> de Matto Grosso, o marechal-presidente man<strong>do</strong>u põe a ferros<br />

o comman<strong>da</strong>nte, major S ay a s (4), e dizimar o batalhão, sen<strong>do</strong> distri-<br />

(l)<br />

Não eocontr[lJl1as esla circu01slaoch mencion'\<strong>da</strong> em parte algnma.<br />

(2) egnn<strong>do</strong> o relatorio <strong>do</strong> chefe d''1 cOl!lmissiio de engenheil' s, o llllj r, hojtl coronel,<br />

Euéas GaIvão (barão de Maracajú), foi est'l. a artilharh que tom ámos em Ul1lZú:<br />

« 1 peça de ferro de calibre 68, des!nonl'tdl pela esqlladra, t'Ju<strong>do</strong> tUJl <strong>do</strong>s llluubões<br />

parti<strong>do</strong>s.<br />

« 2 de ferro de calibre 32.<br />

« 1 columbrina de lJronze ele calibre 12.<br />

« 3 cnnbões obuzes ele c'\libr'l 12.<br />

« 1 obuz tanllem de bronze de 4 p ll'ga


10 9<br />

bui<strong>da</strong>s as restantes pl'aças por outros corpos, Esta ordem foi executa<strong>da</strong><br />

no dia 10 de Setembro.<br />

O batalhão marchou em linha, e parou desarma<strong>do</strong> dentro de um grande<br />

quadra<strong>do</strong> forma<strong>do</strong> pelas outras tropas, ten<strong>do</strong> os officiaes na fl'ente. O<br />

general Di a z, acompanha<strong>do</strong> de um piquete com as armas carrega<strong>da</strong>s,<br />

encaminhou-se primeiro para os officiaes, a quem man<strong>do</strong>u til'ar por sorte<br />

fios de palha.<br />

Os que tiraram os mais compri<strong>do</strong>s, foram logo fusila<strong>do</strong>s. Depois o<br />

general, percorren<strong>do</strong> a fileira, ia contan<strong>do</strong> àté o numero 9 e man<strong>da</strong>va<br />

o decimo sol<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>da</strong>r um passo em frente; reunia um total de 64,<br />

que foram to<strong>do</strong>s espingardea<strong>do</strong>s. Os officiaes que escaparam foram reaixa<strong>do</strong>s,<br />

e o batalhão dissolvi<strong>do</strong>, não sen<strong>do</strong> mais durante a <strong>guerra</strong> emprega<strong>do</strong><br />

o numero distinctivo que tinha (1).<br />

Reconhecêra Lopez que era impossivel salvar as linha:> de Rojas,<br />

de de que os Aliia<strong>do</strong>s completa sem o ataque de Curuzú pela toma<strong>da</strong><br />

de Curupaity, porquanto esta posição em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>minava<br />

aquella outra. Resolveo, pois, empregal' to<strong>do</strong>s os seus esforços <strong>contra</strong><br />

as operações <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio, e, obriga<strong>do</strong> então pela necessi<strong>da</strong>de,<br />

acceitou o plano, antes regeita<strong>do</strong>, de seu engenheiro T h o mpsan (2)<br />

(1\ Descrevenilo est,l scena, diz ThomiJson: - « Isto não foi sabi<strong>do</strong> senão dóis annos<br />

depois, tal era o proflll1<strong>do</strong> segre<strong>do</strong> que se guarLlava a rilspeito de tu<strong>do</strong>. J)<br />

Enb'etanto, uma correspondencia escripta em Curuzí1 no di::l 20 de Setembro de 1866,<br />

isto é, 17 ,cli'ls depois <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> d'essa posição, diz o seguinte (Vej. PEREIllA DA<br />

COSTA, <strong>II</strong>I, lüO):<br />

({ Por um trausfllga pal'i1guayo soube-se que Lopez, tom:Ld'J de furor pela per<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>quella posição, man<strong>do</strong>u degolar a to<strong>do</strong>s os olliciaes e inferiores que fugiram, e dizimar<br />

os b'ltalhões.<br />

« Naquelle mesmo dia o b:1l'baro dictad r <strong>da</strong>quella desditosa republica escar Oll de<br />

morrer. Em S Soiano, onde se achava, cahio junto a elle tUna bomba, d:l qual não<br />

era possi ,"el fugir. A bom b1, porém, não se incendiou.<br />

({ O monstro em;Jallüleceu e retirol1-se de SU1 quinb. J)<br />

A correspon leucia dll'11de exll'llhimos estes trechos foi publica<strong>da</strong> no J ol'n.al <strong>do</strong> Co.m­<br />

'fite/·cio. Os jorn es <strong>do</strong> Rio d'1. Pnta publicaram tambem OUt1"clS i<strong>II</strong> formações <strong>do</strong> Illesmo<br />

deserLor.<br />

Thompson, p'lTã escrever a sua hisloria, comprou em Bllenos·Aires coUecções d'l<br />

Tribuna, <strong>da</strong> Nacion e <strong>do</strong> Stan<strong>da</strong>rd. E' provavel que tenha extrahi<strong>do</strong> dessas folhas os<br />

episocLios de qllO nos occulamos.<br />

Em to<strong>do</strong> o caso, o castigo imposlo aos olliciaes e sold'l<strong>do</strong>a <strong>do</strong> 100 bltallJão, que,<br />

segun<strong>do</strong> o pl'oprio Semana,-io, portaram-se mal, é verchdeiro e não ficou ignora<strong>do</strong> por<br />

espaço d,} <strong>do</strong>is a'mos, como pretende o escriptor inglez. Pelo <strong>contra</strong>rio, Lopez deu a<br />

eSS'l scena a m'lior publici<strong>da</strong> le, afim de que servissJ de exemplo ás suas trop·ls.<br />

(2) Thompson é qnem diz isso pnl'll atLribuir-se a gloria <strong>da</strong> defeza, mas os oJIlCiaes<br />

paraguayos apoiam to<strong>do</strong>s o te 'le11111nho <strong>do</strong> geneml Resquin. que decl'lra ler si<strong>do</strong> insignillcnule<br />

o papel representa<strong>do</strong> dnrante a <strong>guerra</strong> por esse estrangeiro. Elle executava simplesmenle<br />

as ordens d Lopez, e dirigi'l as obms qU) este deli ne.wa. O engenheiro Wisner<br />

de lVIorgenstern tinh'\, como homem de sciencia, outI' valor, e, entl' buto, Thompsun<br />

occuHa sempre os serviços e o nome deste officil1 para exJ1ibir-se como a alm3. d \<br />

l'esistencia no Panguay e o conselheir,) de torhs as medid,\s ae-<strong>da</strong>rIas que o c1ict'l<strong>do</strong>r<br />

tomava.<br />

A verJade, porém, é que Thomp 01, como eUe proprio con[ossa 110 clpitnlo XXVlI<br />

<strong>da</strong> sua obra, e como o attesta esse c'lpitulo, não p, sal'a dJ um cU/<strong>do</strong>so em materia<br />

de engenha1'ia militar. Era Ulll moço de habili<strong>da</strong>de, traballl'l<strong>do</strong>r, submis$o, amavel e<br />

insinu1ut", mas DllDC'1. o dicla<strong>do</strong>r Lopez, que o estim.wa e protegia, deli aos sens conhe·<br />

cimenlos militares a minim:l import:l1lcia. O dictaclur conhecia-o desde 18::'7 ou 1858, isto


103<br />

de reforçar o mais posi:livel o jà menciona<strong>do</strong> flntrincheiramento em frente<br />

<strong>da</strong> lagoa Lopez (I).<br />

Devia o entrincheiramento principIar na barranca <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> ao<br />

pé <strong>da</strong> bateria de Curupaity <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio, prolongar-se para suéste<br />

até o meio <strong>da</strong> lagoa Lopez, e ficar guarneci<strong>do</strong> de um profun<strong>do</strong> fosso,<br />

em alguns lugares com agua:, coberto nos flancos por baterias levanta<strong>da</strong>s<br />

na bor<strong>da</strong> oriental <strong>da</strong> lagoa, grande obra de 2.000 pés de comprimento<br />

(2), cuja execução foi <strong>da</strong><strong>da</strong> á guarnição de Curupaity, eleva<strong>da</strong><br />

para isso ao effectivo de 5.008 homens e muni<strong>da</strong> de peças de campanha.<br />

O trabalhJ começou na noite de 8. em meio de profun<strong>da</strong> escuridão e<br />

n'um solo tão duro, que o aIvião mal podia rasga.l-o. Para chegarem<br />

a este terreno tiveram de abrir uma pica<strong>da</strong> pelo matto, e como este<br />

e, desele :t época em que elle elesembarcára no Pamguay, Lend enLão l' annos de i<strong>da</strong>de<br />

apenas.<br />

QU'lntlo prisioneiro, o general Res1uin descreveu nssill1 o im,lrOYiS'lclo engenheiro e<br />

militar:<br />

« ... Este Thompson antes de ser encillTEga<strong>do</strong> d JSS~ tnhalh (11 forLificaçã de Ango.<br />

tura) não passava. d UI:!:! protegi<strong>do</strong> de Mme. Lyncll c ,m quen~ vivi') e cujo piano<br />

afinava. Por sua timidez nao ou encarr~g'dtJ de outro sernço mais que o desenh de<br />

plantas.Não ten<strong>do</strong> nunca enl1'a<strong>do</strong> em combate, obteve SU'lS prJmoções a pedi<strong>do</strong> de Mrne. Lynch.<br />

Frequeutes vezes o declarante (Resquin) ouvia Mme. Lynch dizer: - l( Este pobre Thompson<br />

mostra-se tão interessa<strong>do</strong>! E' preciso dm' lhe 1~ma promoção. » E Thompson era Iromoyi<strong>do</strong><br />

ou recebia alguma condecoração ».<br />

(1) A lall'Ôa em que se apJi vam, pela esquprd I, as trincheins Lle Curupaity figun<br />

no mappa organisa<strong>do</strong> pelo autor, e t'lmbem no le Thomp'on, com o nome ue Lagoa<br />

Lopez. O Semanal"io, porém, <strong>da</strong>-lhe o nome de Lagoa Melldez.<br />

Quan<strong>do</strong> os Brazileiros tomaram Ul'UZÚ, (:urupaity era apenas uma fortificn~ão ao<br />

longo <strong>da</strong> margem <strong>do</strong> rio. Do la<strong>do</strong> de terra havÍl uma Íl·acl. trincheil',\ com o compelente<br />

fosso.<br />

A perch dtl Ouruzú foi um golpe terrivel par'\ Lopez, pois lhe LrLluxe o temor le que os<br />

Allia<strong>do</strong>s avançariam imm.!clialamente sobre Guru:JaiJy e Passo-Pucú. Aprovuitan<strong>do</strong>, p rém<br />

a longa inac,ão qne se seguia, ordenou elle immediabl1lente que se completasse a forWicaçã~<br />

de Ourupaity, pelo h<strong>do</strong> de terra, com a construcção de uma nova trincheira. Esses tr.Lbl.lhos<br />

começaram em part.e na noite de :1, e foram presenLi<strong>do</strong>s p h eSLlu'\dra e pelas avança<strong>da</strong>s<br />

<strong>do</strong> 2 0 cor,JO de exercito, CO<strong>II</strong>,O consLa <strong>do</strong>s nossos <strong>do</strong>cumenlos o:flkÍles. Thompson<br />

lJorénl, diz que flS obras ele clefeza só começ'Lram na noiL de 8 de Setembro. '<br />

Jo.urd'll1 dá os s'~guintes pormenores: - « ... Parece exuberantelllen'e prOva<strong>do</strong> que<br />

a conferencia de Yataity-Corá não pas~ou de um ardil a favor <strong>do</strong> lual quiz Lopez ganJlar<br />

temI o para fortific \lO C\ul'llpaity. Oom etreito, a 7 di) Setembro tinh,L alli c!Iuga lo o tenente-coronel<br />

de engeuheiros Wlsner de Morgenstcrn, aliciai austriaco a serviço elo<br />

])ara~uay, e traçava uma linha de. forLificaçõ .s, uniod a~ prioJÍtivas baterias dfl frente<br />

<strong>do</strong> no á margem <strong>da</strong> lagoa Ourupalty, aprovelt'll1<strong>do</strong> para ISSO a b1l'ranca <strong>do</strong> antigo 1 ito<br />

<strong>do</strong> rio e disposição l1atu!'al <strong>do</strong> terren? U~m.6.000 !Iomen trabalhan<strong>do</strong> noite e dia, Lopez<br />

consegue f'lzer de Ourupany uma fOftrficaçao 1l1ex.pugnavel. Arm u-a com 51:> canhões p 'lo<br />

lacto de terra e com 3~ pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio, onde não ",e podia elfectuar desembarque<br />

á visLa <strong>da</strong>s altas c escarpad'ts barraocas. D'est'1s 90 bocas de fogo a maior pllrte era<br />

de grosso calibre;. <strong>II</strong><br />

A primeira linha de defeza de 0Ul'upüLy coo istÍl cm um fos,o de 12 p,llmos de largura<br />

so):>re 10 de fun<strong>do</strong>, com o correspoudente para,Jeilo. A segund'l, que começou a ser<br />

construl<strong>da</strong> no dIa 7 ou 8, ficava em plano maJs elevarIo. e acomp'\Jluava a crisb <strong>da</strong><br />

barranco. que, partin<strong>do</strong> <strong>da</strong> margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio 1l1raguay vai terminar na lagoa<br />

Mendez. Ahi o fosso tinha 27 Ialmos de largUl' (;l 18 ele profundi<strong>da</strong>ue, segun<strong>do</strong> os nossos<br />

<strong>do</strong>cumentos officiaes, ou, segun<strong>do</strong> Thompson, <strong>II</strong> pés de lalgura e 7 de profundi<strong>da</strong>de.<br />

O Semanario descreveu l'Issim utisa fortificação:<br />

« La trinchera arranca su linea, por la derecha de la bateria que <strong>do</strong>fiende el paso<br />

dei rio, y, seguien<strong>do</strong> _un'l m.esE!,ta <strong>II</strong> (diminutivo de mesa, que signilica planura, planic~<br />

sobre monte ou elevaçao) « disen <strong>da</strong> en el terreno, apoya su izquier<strong>da</strong> en un 10."0 denomina<strong>do</strong><br />

Lagwna Mendez, .de l?ues de formar u~a especie de arco tendi<strong>do</strong>, que permite<br />

cruzar los fuegos de la arllllcl"la sobre el enemlgo que avanza por un terreno corta<strong>do</strong><br />

por zanjas <strong>II</strong> (sanjas) « cubierto de malezas y monticulos )1 (espinhlies e moutas) « que<br />

estorban á la escuadra la vista de nuest1"a linea. »<br />

(2) 2.00 jàr<strong>da</strong>s c1e extensâ", seg-du(b 'rhom,lsón, aI! 1.8 O meLros


fosse muito espesso,<br />

lar (1).<br />

qua<br />

104<br />

imposs~:vel era consegUlr um traça<strong>do</strong> regu-<br />

To<strong>do</strong>s se esforçaram com extraordinario atinco, e, COU3a singular!<br />

sem serem percebi<strong>do</strong>s pelos Brazileiros. O bivouac <strong>do</strong> 2. o corpo <strong>do</strong> exercito<br />

era ao sul elo entrincheiramento de Curuzú, mas as sentinel1as e os<br />

postos avança<strong>do</strong>s parece que foram desta~a<strong>do</strong>s para os canaes <strong>da</strong> lagoa<br />

Lopez. E' facto que os trabalhos uos <strong>Paraguay</strong>os por muitas semanas<br />

foram descoJ;lheci<strong>do</strong>s (2) aos Brazileiros, o que sem elu vi<strong>da</strong> fez abortar<br />

a tentativa de tomar Curupaity.<br />

A victo,'ia obti<strong>da</strong> em Curuzu modificou as opllllOes <strong>do</strong> general em<br />

chefe quant~ a oppprtuni<strong>da</strong>de ele uma diversão <strong>contra</strong> Curnpaity, de<br />

mo<strong>do</strong> que não só resolveo dirigir em pessoa <strong>contra</strong> essa fortaleza<br />

avança<strong>da</strong> de Humaitá. o ataque, cujo bom exito lhe parecia seguro,<br />

como até não qujz que os Argentinos deixassem de tomar parte no<br />

espera<strong>do</strong> triumpho. Apenas chegaram nos dias 6 e 7 as participações<br />

minuciosas de Porto-Alegre (3), partiram alguns batalhões argen-<br />

(I) Como estes pormenores são exlrahi<strong>do</strong>s <strong>da</strong> obra de Thompson, melllOr é repl'o<br />

duzir fielmente o que diz esse escriptor:<br />

« .,. Então (.) de etembro) Lopez a<strong>do</strong>ptou a idéa que eu lhe h \via allteriormente<br />

indica<strong>do</strong> e de que n nhum caso fizera, i to é, nbrir uma trincheira ao longo <strong>da</strong> escarpa<strong>da</strong><br />

barranca, que, p1l'tin<strong>do</strong> <strong>da</strong> bateria de Curupaiiy, acompanha a bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> CaTl--isal,<br />

e é o COllleço d"\ planura de 'urupaity.omprehendeo a neces ichd de levai-a a c,\b,)<br />

illlmediatament. Faltan<strong>do</strong> <strong>do</strong> rumo que tomavam os acontecimentos, disse: « As cou.sas<br />

1Ião podem tel' mn aspecto -ma.is diabo/ico. <strong>II</strong> RlJforçou o general Dia?, elemn<strong>do</strong> a 5.001l<br />

llomen n ~uu divi -; , e nviou-lhll mais artilharia de campanha. Foi sómente na tarde<br />

de 'd 'ctembro que elle determinou occupar a posição de Curupaity. <strong>da</strong>n<strong>do</strong> começo<br />

li ITmcheira, que teria 2.00 jal'<strong>da</strong>s de extensão e lhe seria de immensa utiliJ'\Je, <strong>da</strong><strong>do</strong><br />

o c o de estar conclui<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> os A.llia<strong>do</strong>s alaca~sem esse ponto.<br />

« A. escuridão <strong>da</strong> noite era profllU<strong>da</strong>, e tropas e artilharia tinham de abrir caminho<br />

atrnvéz ele um immenso e espess bosque p:l.l'n tomar sua llOva posição e traçar<br />

a lrineheira. A confusão <strong>da</strong>quell Ulovimento foi terrivel: os officiae procuravam os<br />

eus soh.h<strong>do</strong>s e o 1[d"\uo os seus officiaes. D hou-se uma vangllnrd'1 na trincheira que<br />

fica"'1 a meio caminho entre urnzú e CurupuiLy » (Era a pnmeirf1. linha forlifica<strong>da</strong>,<br />

que os AUi,\<strong>do</strong>s 10n1lll'll1n no dh <strong>do</strong> nss1ltoJ_ « tie os Brazileiros avançus em uaquelIa occaião<br />

não leriam encontrJ.<strong>do</strong> opp sição alguma. Foi preciso começ'w [I ITinchei.a no bosque<br />

tno depre -I como fonm derrnbnclls [IS arvoros, (l sem se fazer oulra cousa m[lis que<br />

concluil' o eu perfil ~eraL A argilbl estwa extrem'lment.e cluTa, e os alnõe- qna i nenhum"<br />

impr s lio faziam n'elia. A. 1l1eSm) t m o foram coustrui<strong>da</strong>s nOYlH plataformas para<br />

o c3.uuões !.ant) d la<strong>do</strong> <strong>do</strong> ri J C_1Jll <strong>da</strong> triucheil'a. A nHdeira emprega<strong>da</strong> era sempre<br />

))'tad:l de fre co, pois não havia provisão de reserva, Pôz-se o maior empenllo em <strong>da</strong>r<br />

rllpi<strong>do</strong> n<strong>da</strong>mento ás obras.<br />

« Lopez estRva inteiTament.e convenci<strong>do</strong> de que o Allia<strong>do</strong>s e di-punham a d-1r-lhe<br />

O ao"p de g"àce jlllgou conveuieuto tratar d nleud r-se oU! elIe , ou, pelo menos.<br />

ganhar algulll lemp p1ra forli1icar Curur>aity. om sle fim, em 10 de elembro, diriaio<br />

llUla Cru.'l"l a Pre iJ~llle Mitr ,dizen<strong>do</strong>-li\ simplesmente que tinha a honra de convi<strong>da</strong>I o<br />

para Uill:l. entrevisla particular no logar e 11Ol'l_1 que Mitre indioasse...<br />

« .. , 'a tm\le <strong>do</strong> ;21 de elembro Lop z d lerminou que eu fosse inspec ionar as<br />

forl:ificaçõe de Cumpuly. - E"t:wam int irament. conduidns. fa so tinha 6 PfS de<br />

profundid-lde e 11 de [argllra, e to<strong>da</strong> a arlilharia e-twn lU posição. Uma liaeil'ft facha<br />

de abatis havia i lo e tendi<strong>da</strong> 001 IOua a fr nte d fo soo Parl:ici ei a Lopcz que a per<br />

siçiio s m furti sima e podia s r cI fendi<strong>da</strong> com vantag61ll. .A dir ito"\ <strong>da</strong> trincheira fi Y:l<br />

obre o rio a csqu r<strong>da</strong> obr a Laguna Lopez. Furam loruatla to<strong>do</strong> - a precauç-e<br />

para que o inimigo não pudesse vaJe U' a hgoa e flanquear a po içao omo ha\ia feito<br />

em 'ltrnzú... »<br />

('1) Não é xacto. aj. os <strong>do</strong>cnmen uS que <strong>da</strong>mos rio AppendWá,<br />

(') o mpsmo di'l onbc-se e I Tuyuty que eslav Imo senhores de Cl1rnzô,


i05<br />

tinos <strong>da</strong>s linhas de Tuyuty para Itapirú (L) e, ahi embarcan<strong>do</strong>, foram<br />

man<strong>da</strong><strong>do</strong>s para Ouruzú C0ll10 reforço <strong>do</strong> 2" corpo de exercito. Com essa<br />

remessa constante de tropas achou-se reuni<strong>da</strong> no dia 15 uma força<br />

consideravel, e o ataque de Ourupaity se teria <strong>da</strong><strong>do</strong> u'esse me 'mo dia<br />

~e não sobreviesse um incidente inespera<strong>do</strong>.<br />

O marechal-presidente, reconhecen<strong>do</strong> os perigos de sua posição,<br />

mau<strong>do</strong>u de suas trincheiras di> flanco esquer<strong>do</strong> alguns officiaes com<br />

bandeira branca de parlamenLar (!) às avanl,,'a<strong>da</strong>s argentinas, que ficavam<br />

fron teiras .<br />

Estas, desconfian<strong>do</strong> d'algum ardil, fizeram fogo e obrigaram os <strong>Paraguay</strong>os<br />

á retira<strong>da</strong> (3). Na manhã <strong>do</strong> dia 11 soube-se no acampamento<br />

a intenção <strong>do</strong> grupo que apparecêra na vespera; a bandeira<br />

foi então perfeitamente avista<strong>da</strong> e o parlamenLario entregou uma carta<br />

<strong>do</strong> marechal-presidente, na qual este pedia ao general Mi t re que se<br />

sel'Visse designar dia e' hOl'a para uma couferencia. Chegan<strong>do</strong> ás mEios<br />

<strong>do</strong> general em chefe a missiva Je Lopez, foram chama<strong>do</strong>s ao acampameuto<br />

argentino os generaes Poly<strong>do</strong>ro Jordão e Flores (4).<br />

Não se sabe ao certo o que se passou n'esta entrevista <strong>do</strong>s tres<br />

. generaes allia<strong>do</strong>s e só se póde julgar pelo que posteriormente aconteceu.<br />

1\1 i t r e opinava decidi<strong>da</strong>mente pela aceita.ão <strong>do</strong> convite, e F lare s<br />

dizia que era conveniente ouvir o que desejava ou propunha o presidenta<br />

(I) Inexflcto. A resolução de concenlrnrp.m os AlJia<strong>do</strong>s um exercito de la a 20.0no<br />

homens em Curuzú começou' a ser discuti<strong>da</strong> nos dias 4 e 6, e f.i definitivamente assentu<strong>da</strong><br />

no dia 8, CO<strong>II</strong>'O já ficou dit'l.<br />

Os l.,rimeiros reforços de Tuyuty partiram no dia 11.<br />

mm Ouruzú reuniram-se as seguintes forças:<br />

BraEileit'os :<br />

Do 2°' corpo de exercito (depois <strong>do</strong> combate de Cl1ruzú) : infantaria 3.500 homens:<br />

cavallaria 3.4.00; artilhluia GSO. Total 7.500. Uns 500 homens de cavalia ria <strong>do</strong> 20 corpo, <strong>do</strong>s<br />

que haviam fica<strong>do</strong> em Tuyuty, seguiram fambem para Curuzú. Total 8.080<br />

Do 10 corpo: incorporaram-se, no dia 4, o 1'2° batalhão de voluntarios, com 500 praças,<br />

e no dia 12 a briga<strong>da</strong> Paranhos (5 b:J.~albões) com 2:000.e tantos homens.<br />

Total: infllltaria 6.0 'O; cavallana 3.900: arLllhana 680. Ao to<strong>do</strong> 10.58, mas d'este<br />

numero devem ser desconta<strong>do</strong>s uns 200 enfermos.<br />

At-qentinos : .<br />

Jnfantaria e artilharia, 8 a 9.000 homens, pouco maIs ou menos.<br />

O exercito alli;(<strong>do</strong> reuni<strong>do</strong> em Ouruzú compunha-se, pois, no dia 13 de Setembro, de 18 a<br />

lO 000 homens <strong>da</strong>s tres armas.<br />

. Foi com essa força que os generaes Mitre e Porto-Alegre tentaram no dia 22 tomar<br />

OUl'1lpaity.<br />

(:) Eegun<strong>do</strong> Thompson, foi um só official o coronel Martinez, a,compallha<strong>do</strong> por um corneta,<br />

levan<strong>do</strong> bandeira branca. A participação <strong>do</strong> genel'al Poly<strong>do</strong>ro falla « em varias<br />

pessoas )l.<br />

(3) Os commenta<strong>do</strong>res de Thompson (edição de Buenos-Aires) dizem a esle respeito o<br />

seguinteI. _'.<br />

<strong>II</strong> El parlamento fue rechaza<strong>do</strong> porque se presentó Sl~ las formali<strong>da</strong>des de ordellanza,<br />

y media hora despues de entra<strong>do</strong> '.lI sor. En estas condlc.ones no se reciben parlamentos<br />

ell ningun ejércilo.), .. .<br />

O llfficio <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> 1° corpo brazllelrn diZ qne « <strong>da</strong>s ava.nça<strong>da</strong>s<br />

argentinas partiram alguns tiros. sem d.uvi<strong>da</strong> porque o afficial que as comm.n<strong>da</strong>va nilo<br />

distinguio a bandeira, e, em consequenclD., as pessoas que a traziam, I'egr ssaram para o<br />

campo Inimigo.<br />

(4) Reuntram-sé Os treB gen(!\'aés na barraca <strong>do</strong> general brazileiro.<br />

B 1-!


105<br />

<strong>do</strong> r'araguay, porquanto deviam ser palavras de conciliação, desde que<br />

ene em pessoa vinha entabolar ajustes.<br />

Entretanto o general P 01 Yd o r o J o r d ii. o declarou serem inuteis<br />

quaesquer aberturas, porque tinha ordens <strong>do</strong> Impera<strong>do</strong>r, não para negociar<br />

com Lopez, mas para expellil-o (1) ; não sen<strong>do</strong> este mais, para um<br />

general brazileiro, o chefe <strong>da</strong> republica <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, não se oppunha<br />

comtu<strong>do</strong> a que Mitre aceitasse uma conferencia particular, suspenden<strong>do</strong><br />

as hostili<strong>da</strong>des as tropas brazileiras, rmquanto ena durasse.<br />

A' vista d'i to foi em presença <strong>do</strong> general P o1Y d o r o J o r dão redigi<strong>da</strong><br />

a resposta, que marcava a entrevista para as 9 horas <strong>da</strong> manhã. <strong>do</strong> dia 1:2,<br />

entre as avança<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is exercitos, no Pa so de Yataity-Cora. Mi t re<br />

levaria uma escolta de.20 homens, que devia deixar na altura de<br />

suas avança<strong>da</strong>s, adiantan<strong>do</strong>-se só, d'ahi em diante, ao encontro de Lopez.<br />

Na tarde <strong>do</strong> dia 11 chegou um parlamentario com a respo ta<br />

de L o J9 e z de que seria pontual em comparecer ã hora apraza<strong>da</strong>.<br />

Na ponta suéste <strong>do</strong> EsteI'O Rojas, e defronte <strong>do</strong> flanco direito<br />

argentino está situa<strong>do</strong> Yataity-Corá (2), e não haven<strong>do</strong> ahi edificio algum,<br />

elfectuou-se a entrevista ao ar livre. L o p e z, segun<strong>do</strong> parece, receiou<br />

alguma cila<strong>da</strong> para o aprisionarem, pois ordenou que o batalhão de<br />

« rifleros » ficasse embosca<strong>do</strong> por detraz de uma pequena lomba afim<br />

de acudir em seu auxilio, se assim fosse preciso. Mostrou-se muito abala<strong>do</strong><br />

e vestio sua melhor far<strong>da</strong>, mas sem pôr as dragonas. Apresentou-se de<br />

luvas e com botas compri<strong>da</strong>s e esporas, como usava NapoleãoI.Sobreo<br />

uniforme vestio o seu ponche favorito, de panno esca<strong>da</strong>te, forra<strong>do</strong> de<br />

« vicufía », orla<strong>do</strong> de ouro, e cuja abertura era tambem ricamente bor<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

a ouro. Assim descreveo Thompson o seu exterior (3). A comitiva compunha-se<br />

<strong>do</strong> general Bar<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s irmãos <strong>do</strong> dicta<strong>do</strong>r, Venancio e<br />

B e n i g n o L op e z, to<strong>do</strong>s trajan<strong>do</strong> blusas ou pequeno uniforme. L o p e z chegou<br />

ao entrincheiramento em um pequeno carro americ~no pucha<strong>do</strong> por duas<br />

parelhas, e montou (lepois a cavano. Uma escolta de 24 lanceiros <strong>da</strong><br />

guar<strong>da</strong>, cujo brilhante e aceiaclo far<strong>da</strong>mento foi especialmente menciona<strong>do</strong><br />

nas partes officiaes <strong>do</strong>s Brazileiros, o acompanhavam, bem como uns 50<br />

officiaes, que cavalgavam sem ordem, e ficaram para<strong>do</strong>s no Passo.<br />

Antes de chegar ao ponto <strong>do</strong> encontro, sentio L o p e z a necessi-<br />

(1) Não é exàeto. O general brazileÍro assim commun;c~u o Cacto ao <strong>governo</strong> lniperlai :<br />

-- " .•. deliber'amos, que, tratan<strong>do</strong>-se apenas de uma entrevista ele Lopez com o general<br />

Mitre, convinha aceitC1l1' o convite. " »<br />

(2) Veja-se li pago 53 nota, a descripçãod'este logar.<br />

(3) Lopez dirigio-se em um carro .americano até as trincheiras de Passo Gomez, e al,i<br />

monton e~ um càvallo ~usso. No .tra]eclo. deu voltas desnecessarins para fazer acreditar<br />

que o cammho que seguIll em o umco pratlcaveL .


107<br />

<strong>da</strong>de de reanimar ·se por meio <strong>da</strong> bebi<strong>da</strong> (1). Eviªentemente lhe faltava<br />

a confiança em si ao refiectir c m magoa na sua critica posiçãn.<br />

As 9 horas em ponto appareceo o general Mi t r e com uma escolta<br />

de 20 homens e algun aju<strong>da</strong>ntes de campo. Trajava casaca militar<br />

com talabarte branco e um chapéo velho de feltro, com abas larga e<br />

copa baixa, o qual, na phrase de Thompson, lhe <strong>da</strong>va o aspecto<br />

de - um Dom Quixote.<br />

As escoltas f]r,eram alto simultaneamente, e os <strong>do</strong>us pre identes<br />

approximaram-se, e apearam-se <strong>do</strong>s cavallos, que foram conduzi<strong>do</strong>s pelas<br />

ordenanças. Troca<strong>da</strong>s algumas palavras, Mitre chamou um aju<strong>da</strong>nte<br />

e man<strong>do</strong>u convi<strong>da</strong>r para a conferencia o general brazileirl) Poly<strong>do</strong>ro<br />

J or dão. e o general oriental FIo r e . Provavelmente manifestara o<br />

marechal-presidente esse desejo (2). Flores foi, mas Poly<strong>do</strong>ro Jordão<br />

respondeo que, e tan<strong>do</strong> pre ente o general em chefe, era desnecessaria<br />

sua presença pelas razões ja allega<strong>da</strong>s.<br />

Apenas compareceo o general Flores, e troca<strong>do</strong>s os comprimentos<br />

de estylo, Lopez accusou-o de ser o cau'a<strong>do</strong>r <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> por<br />

haver sollicita<strong>do</strong> a intervenção brazileira na <strong>guerra</strong> civil <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Oriental, ao que Flores retorquio, dizen<strong>do</strong> que I.linguem era mais<br />

cioso <strong>do</strong> qne ene <strong>da</strong> independencia de sua patria, O dialogo assumio<br />

fàrmas asprras e ponco amigaveis, servin<strong>do</strong> maio de uma ver, de media<strong>do</strong>r<br />

o astllto e prudente 111: i t r e (3).<br />

(I) Tambern isto é informação de Thompson. Refere elle que .) dicta<strong>do</strong>r quasi desmaiou e,<br />

para cobrar animo, teve de beber um copo de aguardente com agua.<br />

(2) Ao ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> escreveo o generfll bra?ileiro dizen<strong>do</strong>: «( •• , Durante o tempo<br />

em que o general Mitre esteve com Lopez recebi )Jor parle d'este um comprimento de civili<strong>da</strong>de<br />

e convite para ir ao lugar <strong>da</strong> cl)nferencia. Agradeci o comprimento, e desculpei-me<br />

de não poder comparecer.<br />

« Com o gpneral Flores hOllve igu11 procerlimento, e foi elle ao log~r <strong>da</strong> conferencia,<br />

onde d-morou-se muito pouco tempo... "<br />

(3) Uma correspondencia de Tuyuty publica<strong>da</strong> no Dial'io OfficiaL deu os seguintes<br />

pormenores:<br />

"Lopez começou deplomn<strong>do</strong> os rigore~ de nma <strong>guerra</strong> em que e estavam auiquilanào<br />

as tres republicas em puro proveito d; Brazi!, que Intentava conquistar o I'araguay ; disse<br />

que fóra provoca<strong>do</strong> á luta p~la ameaça que o Imperio fizera fi. independenoia <strong>da</strong> Republica<br />

Orienbl1. cnncluin<strong>do</strong> por declflrar que o ~pu dp,~e.io era terminar pacilicamente a conten<strong>da</strong>.<br />

« Terminan<strong>do</strong> 'Lnppz o sell discurso, tomou fi pa'avra o generfll Flores, que repellio<br />

cm termos energicos o inslllro que se fa.zia :t.) seu paiz e ao Brazil; aCCUSOlI ao proprio<br />

Lopel. de ter provocad·, estR. <strong>guerra</strong>, de cnjns consequencias só elle era culpa<strong>do</strong>. Flores<br />

,·etirou·so. A conferencia 6 conl.innou ent.re Lopez e Mitre. terminan<strong>do</strong> Íls 2 <strong>da</strong> tarde.<br />

« Voltan<strong>do</strong> ao sell acam pamento o general 1\1itre, reunio o seus coJlegas e deu coula <strong>do</strong><br />

resulta<strong>do</strong> de sua eutrevista, que é o segllinte :<br />

I( Ll)pez ftnima<strong>do</strong> dl)s m~lhl)res sp.ntimentos deplora ns desastres na <strong>guerra</strong>. a que<br />

deseja pôr fim por meios pacificos. <strong>da</strong>n<strong>do</strong> para isto to<strong>da</strong>s as satisfações aos goverMs<br />

fl.!lia<strong>do</strong>s. mas declaran<strong>do</strong> que não ab


108<br />

[ ão ha uma narração authentica elo que se passou n'e ta entrevista<br />

de mais ue quatro horas, porém, alguma cou a se póde conhecer pelo protocollo<br />

redigi<strong>do</strong> no acampamento allia<strong>do</strong>.<br />

O general Ba r ri os (1) e os <strong>do</strong>us irmãos de L o p e z foram apreque.<br />

amigo sincero <strong>do</strong> Brazil, não consenÚria passar sem protesto insultos que ellejogava<br />

contrn uma nação amiga e allia<strong>da</strong>: que lião concor<strong>da</strong>ria com proposta alguma que não<br />

tivesse por fim depõr as armas, e render-se o Sr. marechal Lopez com seu ex~rcito á discrição,<br />

A retirou se. Este procedimento nobre <strong>do</strong> glneral Flores desconcertou ii Lopez,<br />

que vio burla<strong>do</strong> o seu ultimo appello. u<br />

A conferencia com o general Mitre durou 5 hor~s.<br />

No Appendice publicamos uma carta onde o l~itor en<strong>contra</strong>rá pormenores que combinam<br />

COUl os <strong>do</strong>s trechos transcriptos_<br />

(I) Referem os i<strong>II</strong>ustres argentinos que nnnotaranl a obra de Thompson a seguinte<br />

anec<strong>do</strong>ta:<br />

«Durante la entrevista el general Banios se acercó á los ayu<strong>da</strong>ntes dei general Mitre,<br />

y, hablan<strong>do</strong> de la <strong>guerra</strong>, hizo rnuchos elogios de los sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s argentinos. AI despedirse<br />

les dijo :-Lo unico que deseamos to<strong>do</strong>s Los Parag",a'Jos es C(1.la Vds. 710S dejen solos con los<br />

l),-asile,-os, aUIl cuandu ésfos <strong>do</strong>bLen su ejél-cito. - Y agregó rien<strong>do</strong>:- asi seria pan<br />

comi<strong>do</strong>. u<br />

Se Barrios proferia, com effeito, palavras tão amaveis em relação aos nossos allia<strong>do</strong>s<br />

e tão offensivas aos Brazileiros, forçoso é reconhecer que o famigera<strong>do</strong> heróe de Nova<br />

Coimbra não era, como geralmente o pintam, um sol<strong>da</strong><strong>do</strong> rude e ignor'lnte, Inas homem<br />

de fino espirito, versa<strong>do</strong> na arte de Iisongear a vai<strong>da</strong>de all1.ia.<br />

O leitor terá nota<strong>do</strong> nos capitulas anteriores não só a im nlensa desigual<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s<br />

elementos com que entraram na conten<strong>da</strong> as tres - nações alliadll~, fornecen<strong>do</strong> o Brazil<br />

to<strong>da</strong>. a esqufvlra e a maior parte <strong>do</strong> exercito em operações, como tambem poderá ter<br />

observa<strong>do</strong> que, exceptuan<strong>do</strong> os combates de Corriente' e Yatay, em ISll5, e de COl'rales<br />

e Yabity-Corá em 1866, em to<strong>do</strong>s os outros pelejaram sós os Brazileiros, ou rrpTo'~entaralll<br />

o principal papel, pela razão, muito natural, de dbpôrem de l1,ail)r numero de tropas.<br />

Entretanto, com a anec<strong>do</strong>ta a que nos referimos pretende-se insinu Ir qUI' foram os nossos<br />

allia<strong>do</strong>s os que deram cabo <strong>do</strong> poder militar de Loper. graças aos J1 ou 12.000 homelos com<br />

que atravessaram o Paraná. .<br />

Mas se Banios desejava que a Republica Argentina dei~asse só em cam i'O o Brazil,<br />

esse desejo, como sabem 9,uElntos acompanhE\TR<strong>II</strong>I a <strong>guerra</strong> em buas differentes pbllses. foi promptamente<br />

satisfeito. A ultIma jorna<strong>da</strong> em que os no~sos allia<strong>do</strong>s se empenbarAm sériamente foi<br />

a de Curupaity. D'ahi em diante o exercito <strong>do</strong> general Mitre não apresentou IlIais lIe7.oo0 homens,<br />

e d'estes 4.000 foram retira<strong>do</strong>s em Janeiro de 1 67 para sutfocar os movimentos politicos<br />

que surgiram nas provincias interiores <strong>da</strong> republica, regressalJu) algum tempo defluis ellJ<br />

muito menor numero <strong>do</strong> que foram. ,<br />

Em Julho de 867. ao emprehemler-se o movimento de /Janco, o exercito argentino,<br />

segun<strong>do</strong> os seus proprios mappas, compunba-se, de 6.0W homens em marcha para Tuyu­<br />

Cuê, e 1. 199 em Tuyuty ; mas, ataca<strong>do</strong> este ultimo pauto cm 3 de Novembro, verificou-se<br />

que os 1.499 bomens não passavam de :-00, como teremos ocenaiiio de demonstrar 110 Jogar<br />

competente. E', portanto, provavel que os 6,OH; de TUYIl Cuê não fl,s~em senão 4 uU 5.000.<br />

Quan<strong>do</strong> callio Humllitá esse exercito tinha 5.000 hOl110ns, e em Novembrll rio .mesmo<br />

anno ele 1868, sem ter·entra<strong>do</strong> em novos combates, apenas contava ,1.354, isto é, a força de<br />

uma simples' divisão <strong>do</strong> exercito imperial.<br />

Por isso Élisée Reclus. um <strong>do</strong>s mais habeis defensorell de Lopez na imprensa eUl'opéa,<br />

e~creven<strong>do</strong> á vista <strong>da</strong>s informações que officialmente lhe eram ministra<strong>da</strong>s pela lef!nção<br />

paraguaya em Pariz. db<strong>da</strong> em 15 de Dezembl'o de 1867 na llevi.\·ta <strong>do</strong>s Dois Mun<strong>do</strong>s.:<br />

« .,. _ Le conlingent de la République At-gen~ine s'éleva't aI'.1JI-us à la scptieme pal·tie<br />

de I'armée, et cepen<strong>da</strong>nt c'est au président lIlitre, c'est à ce génel-aL sans troupe, que<br />

reve71ait l'honnelw de commatlder en cher, tandis que l'Empire devait continueI- á fourtlil'<br />

seuL ws hommes et les reSSOl.wces milil'lit-es . ... » .<br />

Por isso tambem um outro estrangeiro, o capitão Burton, visitan<strong>do</strong> em 18fl8 os exercitos<br />

allia<strong>do</strong>s que sitiavam Humaitá, escrevia o segêlinle :<br />

(I ••• _.4.n excessive natio71alityamom! the Brazllia'l'lS is kept up by their U"eal l11l1ne·<br />

?-ical supel'Íority; w"il~t lhe Al'gelltines, lilie oll?'~elves in Crimea, are sore abuut pla!ling<br />

a part su palpably- $pcomt {iddle. » (LO voL., vejo pago 07, nota).<br />

Depois <strong>do</strong> as~alto de Curupaity, as tropas argentinas s6 figuraram, e em pequeno<br />

numero, no ataque de 3 de "ovembl'O , em Tnyuty. em al~uns cumbates no Cbaco, em<br />

frente a Humaitá, nos mezes de Maio. Julho e Agosto de 1008 ; no ultimo ataque de Lom1l8<br />

VaJentinas, em 27 de Dezembro <strong>do</strong> mesmo anno; no pequeno comliate de Altus e na<br />

toma<strong>da</strong> de Pel'ibebuy em lS6n.<br />

A differença 110 numero de combatentes é o que explica tambem a enorme desproporção<br />

no tributo de sangne que pagaram as naçõln allia<strong>da</strong>s.<br />

Desde a passagem dn Paraná. como se póde ver no mappa que acompanha o capitulo<br />

anterior, o pequeno contingente oriental, quc. jn Liça lhe seja fyilU. IHOI'!'l'cionalmente, fui<br />

o que mais soffreo nos combates, tirot~ios e bOllllJardeamelllos. leve olé ao dia 18 de<br />

lulho de 1868 uns 972 homens, puuco mais ou m"nos l<strong>II</strong>ortos, feri<strong>do</strong>. on c)(lravia<strong>do</strong>s.


109<br />

senta<strong>do</strong>s por este ao general Mit r e, que, por sua vez, apre:enLou ao<br />

rlicta<strong>do</strong>r o generrl argentino H o r nos e alguns ou tros officiaes.<br />

O general F lo r e s visivelmente agita<strong>do</strong>, foi o primeiro a reti-<br />

Até e~se dia o exercito brazileiro tinha fóra de combate 658 officines e 7.9' sol<strong>da</strong>rlos<br />

ou 8.646 homens, e o exercito argenLino aprnas 138 officiaes fl 1.W7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, ou 1.705<br />

homens, inclnioJo até os contusos.<br />

De 19 dr, Julho a 31 de Agosto de 1 66 não en<strong>contra</strong>mos <strong>da</strong><strong>do</strong> algum official a respeito<br />

<strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s <strong>do</strong> exercit? bra~.ileiro. que_sempre as linha em tÍ1:ot~ios, na esqu!,r<strong>do</strong>,<br />

e nos bombardeamentos quasl dlanos, a que fiRO estavam expostos, na dIreIta, os ArgentInOs.<br />

Do l0 a 12 de Setembro tivemos ain<strong>da</strong> em Ouruzú e Tuyuty 73 officiaes e '74 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

fóra'de combate. Os Argentinos desde 19 de Julho até esõe dia s6 tiveram 9 m"rt05<br />

ou feIi<strong>do</strong>s.<br />

Assim, sommon<strong>do</strong> as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is exercitos desde a passagem <strong>do</strong> Paraná alé ao<br />

dia <strong>da</strong> conferencia de Yataity-Oorá, temos os seguintes al~arismos :<br />

Braziteiros (sem contar as per<strong>da</strong>s que tiveram de 19 de Julho a 31 de Agosto) ;­<br />

731 officiaes e 8.862 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, ou 11.593 homens.<br />

.tl7-gentinos :-138 officiaes e 1.576 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s ou 1.714 ]Iomens.<br />

E atten<strong>da</strong>-se a que, se é certo, como em uma nota dizem os illustres commenta<strong>do</strong>res<br />

de TllOmpsoll, que us cllefes argentinos foram uma ,'ez admoesta<strong>do</strong>s "P07' la propcltS'ofl<br />

marcadisilna a aumentar us pe7-d'i<strong>da</strong>s >l, outrotanto não se <strong>da</strong>va no exercito brazileiro,<br />

como o demonstram as rectificações, que mais de uma vez telllos feito, e que nem sempro<br />

nos foi possivel fazer, ás pfl,rticipações officiaes e ordens 110 dia, valen<strong>do</strong>-m,s para isso de<br />

<strong>do</strong>cumentos, tambem ofliciaes, de caracter 7-eserva<strong>do</strong>, ou <strong>do</strong>s trabalbos <strong>do</strong> corpo de saude<br />

<strong>do</strong> exercito e <strong>da</strong> arma<strong>da</strong>.<br />

Referin<strong>do</strong>-se ao avulta<strong>do</strong> sacrifilJio de viJas que fizemos durante a <strong>guerra</strong>, observaram<br />

os ilIustres commenta<strong>do</strong>res de Thompson em tuna nota á pag. 3;.,1 <strong>da</strong> ediçÃO de Buenos­<br />

Aires:<br />

« El gran llUmero de hombres que espouian siempre los Brasileros, muchas veces<br />

sin necessi<strong>da</strong>J, hacia que sus perdi<strong>da</strong>s fueran siempre grandisimas. »<br />

Ellta observação não é justa. () ver<strong>da</strong>deiro motivo é o que apontamos: é que os Argentinos<br />

a presentaram um pequeno exercito, muit.. inferior ao brazileiro, e tomaram parte durante a<br />

gnerra em poucos combates.<br />

Uma só vez em to<strong>do</strong> o decurso <strong>da</strong> luta, no dia 22 de Setembro de 1 66, diante de<br />

Oumpaity. Brazileiros e Argentinos. cOllcorreram com forças iguaes, e o resulta<strong>do</strong> foi terem<br />

n'csse diape7'<strong>da</strong>s tambem ;guae.~.<br />

A carta que em 8 de Setembro de 1 66 eSCl'Cveo o geueral Mitre ao conde de Porto·<br />

Alegre, pôde orientar-nos n respeito <strong>da</strong> f()rça que então tinha o exercito argentino. N'psse<br />

<strong>do</strong>cumento o general em chefe <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s diz que levaria para Ouruzú cc cerca de<br />

9.500 a 10.000 Á7-gellti71os, l) deixau<strong>do</strong> em TUYllty e no Passo <strong>da</strong> Patri


110<br />

rar-se (1). Mi t r e e L o p e z comprimentaram-se beben<strong>do</strong> rhum com agua.<br />

e, para lembrança <strong>do</strong> dia, trocaram o' seus rebenques (2).<br />

Quan<strong>do</strong> Lope?' reunio-se aos seu, apeesentava, segun<strong>do</strong> parece,<br />

um aspecto sombrio (3;, e não quiz logo voltar para o quaetel-general.<br />

Parou, para comer, cm uma casa, a meio caminho, e ahi o bispo<br />

Palacios e ma<strong>da</strong>me Lvnch procuraeam consolaI-o.<br />

Regressan<strong>do</strong> ao campo allia<strong>do</strong>, apeessoll -se Mi t r e em cO'1Jmunicar<br />

aos generaes Pol,)'<strong>do</strong>ro Jordão e Flores o protocollo <strong>da</strong> confeeencia.<br />

egun<strong>do</strong> es e <strong>do</strong>cumento, o dicta<strong>do</strong>r convidára o pr"si<strong>da</strong>nte Mi tre a<br />

procmar meios conciliatorios e igualment~ honrosos para to<strong>do</strong>s os belligerante,<br />

perguntan<strong>do</strong>-lhe se o sangue até então deeramarlo não era<br />

. ufficie)lte para lavar os mutuos aggeavos e pÔr fim a <strong>guerra</strong> mais cruenta<br />

que a America <strong>do</strong> Sul tinha pre encia<strong>do</strong>, por meio de satisfações recipeocas<br />

e equitativa, que garantissem um esta<strong>do</strong> permanente de pa?',<br />

sincera ami?'ade e mutuo 1'e peito entee nações limitrophes. Mitre respondêea<br />

que levaria es a abertura ao conhecimento <strong>do</strong> seu <strong>governo</strong><br />

e ao elas outras potencias allia<strong>da</strong>s, que teeiam ele decidir de conformi<strong>da</strong>de<br />

C1m o accor<strong>do</strong>, que entre si haviam celebra<strong>do</strong>.<br />

Não se sabe e em virtude d'esta communicação houve alg'uma conferencia<br />

<strong>do</strong>s tres generae (4), Mitre dirigio-se, na noile <strong>do</strong> dia 12 (5),<br />

C0m o resto <strong>da</strong> I" e 2- divisão aegen Lina, para Omuzú, e d'ahi endereçou<br />

no dia 14 uma resposta a L o p ez, participan<strong>do</strong> teL' leva<strong>do</strong> ao<br />

explicação. O <strong>governo</strong> argentino pão refOl'çlWa o SIlU pequeno exercito por calculo poUtico:­<br />

-é outra. l<strong>II</strong>as nÃo podemos deixar de reclamftr contl'll os que, inverten<strong>do</strong> factos recentes<br />

Il tão notorios, procuram, por mei" de parvas i "juria~. escurecer a gloria que ao povo<br />

brazileir cnbe pel.r energia Q inabaluVI'lI constancia de (!UP. den provas, sustentftn<strong>do</strong> por<br />

si só, pode-se a sim dizer, essa flnerra lon~inqUfl. prolonga<strong>da</strong>, cruenta e dispendiosa, e<br />

proceden<strong>do</strong> nssi1l1 com o mais raro dpsinle!'es~e, sem ontro fim que o de vingar a 1J0nm<br />

nacion::ll ultraj;túa.<br />

(1) .lã ficou dito que Flores demornu-se ~oucos momentos com Lopez e Mitre.<br />

en Esta scena póde lemhra.r nlguns <strong>do</strong>s episodios epicos dR antignid::lde : por exemplo,<br />

a troc'l de annac1nrns entre Diomedes e Glanco, ou melhor (pois con ta que 11m rebenque<br />

valia. o "utlO), a troca ele p.~pa<strong>da</strong>s elltro Heitl)r e Ajax.<br />

NÃO se sabe Cjllnl <strong>do</strong>s <strong>do</strong>i" se o dicta<strong>do</strong>r p Irngunyn, se o presirlen(e argenlino, teriR<br />

parodia<strong>do</strong> fiS pillavras que Homero põe na boc'\ 1'10 " mllgnanilllo Aja.'(, de cApaceto re-·<br />

planrlecente... <strong>II</strong>: - (I '.' ngora tT0queITIúS pre enles glorioso" pam que 10:1os os Gregos<br />

e Troyanos pOssllm exclamar: - ElIes combalera111 anima<strong>do</strong>s de uma sallha mortal, m'I8<br />

separal'l\m-se unidus pela nmizade I .. <strong>II</strong> (Illia<strong>da</strong>, V<strong>II</strong>).<br />

A differença esu\ Rpenas em qué na entrevist'l rle Yataity-Gorã houve renhi<strong>da</strong> .:liscllssão,<br />

mas nào coOInbate ,ín::llllar, sen<strong>do</strong> l'Imbelll certo qUtl os conten<strong>do</strong>res, segun<strong>do</strong> Il<br />

descripção de Thompson, não leV>lV>im cc (npacetes re3plandecentes n.<br />

(3) Na entrevista L'lp·z declarou qne s"bre a base de sua retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> poder não<br />

havia paz p'lssivel senão depois rle Ulllfl gnerra de tlxtorminí'J, pois eHe tinha por si<br />

to<strong>do</strong> o povo parngua o, que preferia Intar até ÍI nltima extremi<strong>da</strong>de a submetter-se a<br />

e sa humilhação.<br />

(4) Houve em Til ·uty n'essa tarde ulna conferencia. entre Mitre, Poly<strong>do</strong>ro e Flore~,<br />

e depois de leI' leva<strong>do</strong> esses factos :lO conheci nellto <strong>do</strong> general Porto-Alegre, dI) almirante<br />

Taman<strong>da</strong>ré e <strong>do</strong> mimstro F. Octaviann , respondeu Mitre no did li ao dicta<strong>do</strong>r<br />

Lopez.<br />

rI Mitre purtio para Cllruzú no dia 1:J 'llli chegQlI :l noite.


111<br />

conhecimento <strong>do</strong>s generaes allia<strong>do</strong>s o .'eu convite conciliatorio, resolvenrlo<br />

elles referir tu<strong>do</strong> á deci ão <strong>do</strong>s seus respectiyos <strong>governo</strong>s, sem que se<br />

fizesse alteração alguma na situação <strong>do</strong>s belligerantes.<br />

De Paso P ucú respondeo L o p e z tel' consciencia de haver feito o<br />

que lhe era possivel para terminar o horroeoso derramamenLo de sangue,<br />

sentin<strong>do</strong> ver<strong>da</strong>deira satisfação por ter <strong>da</strong><strong>do</strong> com essa tentativa a mais<br />

alta prova de amor á sua patl'ia, de considera~ão aos inimigos que o<br />

combatiam, e de respeito á humani<strong>da</strong>de e ao mun<strong>do</strong> imparcial, que observava<br />

essa luta.<br />

Assim terminou o incidente, L o p e z reconheceo que não havia meio<br />

de abalar o firme proposito <strong>do</strong> Brazil, e, bem que pOl' uas relaçõe<br />

secretas em Buenos-Aires e Montevi<strong>da</strong>o, julgasse achar Mitre maio' acce.­<br />

sivel, porque a Republica Argentina e o Esta<strong>do</strong> Oriental já. estavam<br />

cansa<strong>do</strong>s <strong>da</strong>'<strong>guerra</strong> e muitos politicos influente:; se pronunciavam em<br />

favor <strong>da</strong> paz, comtu<strong>do</strong> em um PO'ltO encontrou-o inflexivel, isto a, que<br />

devia renunciar à cadeira presidencial e sahir <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>. Este ponto,<br />

o es encial, não podia aceital-o L o p e z, e muito estranhou que tanto<br />

aferro mostrasse Mi t r e à politica brazileil'a.<br />

Se um <strong>do</strong>s fins d'esta conferencia era separar o interesses <strong>do</strong> Allia<strong>do</strong>s,<br />

outro tambem lhe foi attribui<strong>do</strong>, que parece justifica<strong>do</strong> pelos immediatos<br />

successos <strong>da</strong>s operações. O marechal-presidente via que o ataque de<br />

Curuzú era precur 01' <strong>do</strong> assalto de Curupaity, o qual não podia deixar<br />

de estar imminente. De seu interesse era, portanto, concluir as obras<br />

de defeza que deviam difficultar ou impossibilitar aquelle ataque. Para<br />

isto convinha adiaI-o, o que só se poderia conseguir por meio de propostas<br />

de paz, que naturalmente acarretariam uma suspensão de hostili<strong>da</strong>des.<br />

Com este expediente ganhava- e tempo, e quan<strong>do</strong>, pela CJssa~ão <strong>do</strong><br />

armisticio, se efi'ectuasse o ataque receiaclo, já. disporia elle de poderoso.<br />

elementos de resistencia.<br />

Com efi'eito a iniciativa de L o p e z causou por <strong>do</strong>us dias uma interrupção<br />

nas operações. Logo que lhe chegou às mãos o convite para uma<br />

entrevista, man<strong>do</strong>u Mi t re su pender em to<strong>da</strong> a sua linh', o fogo <strong>da</strong><br />

artilharia, e a <strong>do</strong>us <strong>do</strong>s seus aju<strong>da</strong>nte deo licença para que fossem faliar em<br />

differentes pontos <strong>da</strong>s avança<strong>da</strong>s com officiaes paraguayos. Teve mão pago<br />


112<br />

De ambos os la<strong>do</strong>~ conversaram desembaraça<strong>da</strong>mente os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s por<br />

espaço de <strong>do</strong>us dias (1), mas estas relações foram interrompi<strong>da</strong>s por uma<br />

violencia de L o pe z, que teriamos repl1gnancia em mencionar se não fosse<br />

transmitti<strong>da</strong> pelos proprios <strong>Paraguay</strong>os.<br />

Como era notorio, nutria elle intenso odio <strong>contra</strong> a chama<strong>da</strong> « legião<br />

paragua'ya 1>, que com bandeira brazileira (2) tomava parte na campanha.<br />

Eram na yer<strong>da</strong>de O' inimigos mais p(~rigoso de sua autori<strong>da</strong>de porque<br />

alem <strong>do</strong>s fins militares LinhaUl. tambem· em vista resulta<strong>do</strong>s politicos.<br />

Um desses officiaes era Luciano Recalde, que deixára o <strong>Paraguay</strong><br />

~m tem;Jo <strong>do</strong> presidente Ca r los L o pe z e pertencia a uma familia notavel<br />

<strong>do</strong> paiz. (/utro, um certo R u iz, commetteo, durante a entr~vista<br />

<strong>do</strong>s <strong>do</strong>us pi'esidentes em Yataity.~Corà, a injustificavel imprudencia<br />

de ir ás avança<strong>da</strong>s de L o p ez, acompanha<strong>do</strong> de um ou <strong>do</strong>is companheiros.<br />

Ahi conversaram, <strong>da</strong>n<strong>do</strong>-se a conhecer, e foram convi<strong>da</strong><strong>do</strong>s para voltar<br />

no dia seguinte a tomar mate, compl'Ometten<strong>do</strong>-se elle a levar tambem<br />

Luciano Recalde e outros mais. Assim fizeram. Lopez, a quem o<br />

facto foi commuDica<strong>do</strong>, ordenou ao tenente (depois coronel) Montiel (3)<br />

que se embosca se e capturasse os visitantes. Com um piquete occultou-se<br />

no meio <strong>do</strong> capim Mo n ti el e cahio subitamente sobre os que<br />

incautos saboreavam o mate. R u i z e outro, de nome S oria no, (4) presos,<br />

depois de mortalmente feridfJs, foram leva<strong>do</strong>s á presença de Lopez,<br />

que ficou contentis. imo, e ordenou que fossem açoita<strong>do</strong>s até morrerem.<br />

Recalde conseguio escapar. Quan<strong>do</strong> o occorri<strong>do</strong> chegou ao conhecimento<br />

<strong>do</strong> general Flores, sob cujas ordens estava então a legião paraguaya, (5)<br />

man<strong>do</strong>u elle romper logo um vigoroso bombardeamento <strong>contra</strong> Paso Gomez.<br />

(1) Os <strong>do</strong> exercito brazileiro não se communlcaram com o inimigo. A conversa foi<br />

apenas entre varios ofllciaes argentinos, alguns paraguayos, que serviam nas fileiras de<br />

Mil.re e Flores, e o inimigo.<br />

Parece que não se guar<strong>do</strong>u reserva sobre cousa alguma, pois os nossos allia<strong>do</strong>s<br />

deram-se pressa em participar que iam atacar Curllpaity. q Banios y Lopez, l) dizem os<br />

commellta<strong>do</strong>res de Thompson, « mm,)ife laron deseos de "er aI cnrol'1el Rivas. Se les dijo<br />

que estilba nn poco l-nrermo, y que se hallaba al fre·nte de s·u divi$ion en la costa deI<br />

rio desde la noche antes, para embarrca;rse con destino á, Ctw'Uzi~. li<br />

Para que Lopez ficasse mais certo de qne era por flbi o grande ataque, o generlll<br />

Mitre <strong>da</strong>tou de OllruZÚ a sua resposta em 14 de Setembro.<br />

D'estas facili<strong>da</strong>des não tinham os <strong>Paraguay</strong>os, e por isso ignoravamos sempre o que<br />

.se passava no seu campo.<br />

(2) -ão é exacto. Nunca a legião paraguaya levou bandeira brazileira, Fez li cam­<br />

,:lanha incorpora<strong>da</strong> sempre ao exercito argentino, e sÓ em 1869 começou a usar <strong>da</strong> ban­<br />


113<br />

Morrer sob os golpes <strong>do</strong> azorrague era a sorte <strong>da</strong>quclles que L ope 7.<br />

suspeitava estarem em relaçlies com seus inimigos. Assim pereceram to<strong>do</strong>s<br />

quantos pela capitulação de Estigarribia cahiram nas mãos <strong>do</strong>s Brazileiros,<br />

e, ten<strong>do</strong> escapa<strong>do</strong> durante o transporte, conseguiram, por longos<br />

desvios, regressar ao acampamento. paraguayo. Em vez de louvaI-os e de<br />

acolheI-os com o mereci<strong>do</strong> carinho, exprobrou-lhes L op e z não terem<br />

volta<strong>do</strong> mais depressa e man<strong>do</strong>u açoutal-os até exhalarem o ultimo suspiro.<br />

Julgava que qualquer <strong>do</strong>s seus, ten<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> por algum tempo em<br />

contacto com os inimigos, ficaria contamina<strong>do</strong> e disposto ã. traição.<br />

Chegan<strong>do</strong> a Curuzu, pa,sou Mi t r e em revista as tropas ahi reuni<strong>da</strong>s,<br />

- cerca de 18,000 homens, - manifestan<strong>do</strong>-se muito esperança<strong>do</strong><br />

sobre o exito feliz <strong>do</strong> premedita<strong>do</strong> ataque de Curupaity, que nece ariamente<br />

forçaria os <strong>Paraguay</strong>os ao aban<strong>do</strong>no <strong>da</strong> linha de Rojas.<br />

As tropas argentinas acampavam junto às brazileiras e estavam bem<br />

provi<strong>da</strong>s, pois innumeros transportes accumulavam em Curuzu tu<strong>do</strong><br />

quanto era necessario As relações de amizade entre os tres generaes<br />

Mitre, Poly<strong>do</strong>ro Jordão e .Flores pareciam um tauto estremeci<strong>da</strong>s<br />

em consequencia <strong>do</strong> procedimento, que a respeito <strong>da</strong> entrevi ta de<br />

Yatait'y-Oorâ tivera o segun<strong>do</strong>, no interesse <strong>do</strong> seu <strong>governo</strong> e em defeza<br />

<strong>da</strong> digni<strong>da</strong>de de sua patria. Não ha duvi<strong>da</strong>r que, recusan<strong>do</strong> acceder ao<br />

convite de Mitre, implicitamente reprovàra eUe a entrevista concedi<strong>da</strong><br />

ao dicta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> (1) e a isto devemos attribuir o facto de não<br />

terem si<strong>do</strong> bem assenta<strong>da</strong>s as combinações a respeito <strong>do</strong> que devia ser<br />

executa<strong>do</strong> <strong>contra</strong> a linha de Rojas pelos generaes que ficavam em TU'yuty,<br />

(1) E' infnn<strong>da</strong><strong>da</strong> esta supposição d" autor. O general brazileiro, como vimos, f6ra<br />

de voto, quP, « tratan<strong>do</strong>·se apena~ de uma entrevista pessoal entre os generaes Mitro<br />

e Lopez. oonviria aceita1" o' oonv-it~ d'este. »<br />

Não hom'e a nJenor desintelligencia entro QS generaes Mitro e P,.lydnro Jordão. Enlre<br />

O primeiro, o general Porto-Alegre e o almirante Taman<strong>da</strong>ré é que nno havia muila cordiali<strong>da</strong>de,<br />

pois os <strong>do</strong>is ultimos Incommo<strong>da</strong>ram-se com a demom na remessa de ref rços<br />

e com a i<strong>da</strong> <strong>do</strong> general arge~tiuo para Cnl'llzú afim de dirigir em pessoa as operações<br />

<strong>contra</strong> Curupaity. Depois surgiram tambem desintelligencias entre o almirante e o general<br />

Porto-Alegre. de um la<strong>do</strong>, o o general PolyrJoro d ~ Ol1t,·O.<br />

O alaque de Curllpait-y ag[o(ravou essa situação, porque ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s gMeraes lançou<br />

sobro os seus collegas a responsabiLj,lade <strong>do</strong> revezo Porto-Alegre e Taman<strong>da</strong>rê, sempre<br />

de accor<strong>do</strong>, ficnram em Curllzú, e Mitre e Poly<strong>do</strong>ro Jordão em Tuyuty. Os ami!!os <strong>do</strong><br />

general Mitre, defenden<strong>do</strong>-o na imprensa de Buenos·Aires. tambem accusaram esle ultimo<br />

general por não haver ataca<strong>do</strong> as lillh~s de Rojas no dia 22 de S tembrd.<br />

Estas desintelligencias e ri"ali<strong>da</strong>des levaram o g'lverno imperial (ministerio Zacarias)<br />

a reunir, por decreto de 10 de Outubro, sob o com mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> duque. enlão mal'quez de<br />

Caxias, to<strong>da</strong>s as forças brazileiras em Qperações, inclusive a esquadra.<br />

Lopez tinha pelos seus espiões noticia exacta <strong>da</strong>s monores occnrreucias que se <strong>da</strong>vam<br />

entre os Allia<strong>do</strong>s; assim é que, em 27 de Outubro, dizia o Sema.w,·io:<br />

« Porto-Alegre no obedece las ordenes de Poli<strong>do</strong>ro. y Taman<strong>da</strong>ré, el soberano de la<br />

arma<strong>da</strong> imperial, no quiere tampoeo entenderse para na<strong>da</strong> con Poli<strong>do</strong>ro, form:m<strong>do</strong> de<br />

consiguiente lIna alianza <strong>contra</strong> P.:>li<strong>do</strong>ro, sin admiltlr en estl\ l<strong>II</strong>itre à I'fuien despreeian<br />

allamente. Resulta de aqui que hOllJ 1tn ejercito sin cabeza, o, mas bien dio!to, con ?'1<strong>II</strong>Uc!ta3<br />

oabezas, hacien<strong>do</strong> imposible una opel'acion cualquiem. Mitre, gefe in '1Omine rlel ejército,<br />

está haeien<strong>do</strong> el papel mns ridiculo dei mun<strong>do</strong>. <strong>II</strong><br />

Pon<strong>do</strong> de parte as exagerações <strong>do</strong> artigo de que extrahimos este trecho. e o que<br />

n'eUe ha dt! desrespeitos,) para com o illustre general Mitre, ninguem dirá que as pnlnvras<br />

gripha<strong>da</strong>s não exprimissem fielmente a situação <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s antes e, sobretu<strong>do</strong>, depois<br />

<strong>do</strong> revez de Curupaity,<br />

B 15


114<br />

deixan<strong>do</strong>, 'obretu<strong>do</strong>, es a combinaçõe de as'umir a f6rma de uma<br />

ordem (1).<br />

De Curuzú nem o general Porto-Alegre nem o general Mitre<br />

emprehendeo reconhecimento algum <strong>do</strong> ponto que iam investir, porquânto<br />

<strong>da</strong> partes officiaes se evidencia que no acampamento <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s na<strong>da</strong><br />

se sabia <strong>da</strong> exi tencia <strong>da</strong>quelle entrincheiramento avança<strong>do</strong>, que os Para.guayo<br />

no dia 6 de Setembro haviam principia<strong>do</strong> e com admiravel<br />

e forço terminaram, incluin<strong>do</strong> em seu syS'tema de defeza os canaes <strong>da</strong> lagôa<br />

Lopez (:2).<br />

Com a toma<strong>da</strong> <strong>do</strong> forte de Curuzú, pelo menos nos primeiros dias,<br />

achava- e to<strong>do</strong> o terreno entre as lagôas Curuzú e Lopez nas mãos<br />

<strong>do</strong> Brazileiro, e se assim não acontecêra, tanto maior era o erro. Os<br />

po to a ança<strong>do</strong> deviam ter chega<strong>do</strong> A bor<strong>da</strong> meridional <strong>do</strong>s váos <strong>da</strong><br />

lagôa Lopez, ain<strong>da</strong> que ficassem distantes <strong>do</strong> lugar <strong>do</strong> acampamento escolhi<strong>do</strong><br />

pelo aeneral Porto-Alegre ao sul <strong>do</strong> entrincheiramento de Curuzú.<br />

Da<strong>do</strong> o ca o que não tives em queri<strong>do</strong> avançar tanto, uma con tante<br />

c3.deia de po tos, ou patrulhas man<strong>da</strong><strong>da</strong>s em frequentes reconhecimentos,<br />

teriam de coberto os trabalhos <strong>do</strong>s Paraguavos, tanto maIS quanto para os<br />

abatises milhares de arvores foram derruba<strong>da</strong>s. Na correspondencias militares<br />

<strong>da</strong>ta<strong>da</strong>s <strong>do</strong> acampamento e publica<strong>da</strong>s nos jornaes de Buenos-Aires<br />

foi o mallogro acrimoniosa e injustamente attribui<strong>do</strong> ao general Mitre,<br />

porque só nos dias 20 e 21 de Setembro é que mandAra um capitão<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional, advoga<strong>do</strong> de profissão e membro de uma boa família<br />

pol'tenha, proceder ao reconhecimento <strong>do</strong>s terr,eno adjacentes, como se<br />

este po ui e os conhecimentos technicos de um official <strong>do</strong> e tadQ-maior (3).<br />

(1) o que deviam fazer os g~nel'aos Poly<strong>do</strong>ro Jordâb e FI~l'es, que ficllram em TuyulY,<br />

<strong>contra</strong> as linhas <strong>do</strong> auce e ROJas, estl't clarameute determIna<strong>do</strong> na acta de ' de e­<br />

tembro:<br />

Flores devia 'partir co'" a ea,allaria <strong>do</strong>s exerci tos allia<strong>do</strong>s e penetrar pelo fianco<br />

esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong>s linhas de Rojas Ilvançan<strong>do</strong> ate onde fosse po ivel;<br />

Polr<strong>do</strong>1'O Jordão. devia manter-se na defensiva ellt T'Uyuty, poden<strong>do</strong>, 0ppOl'tunamente<br />

p,·eueni<strong>do</strong>. operar sobre a direita ( auce) ou sobl'e a ("ente (Pllso-Gomez e Rojas) <strong>da</strong>s linha-&<br />

(ortifica<strong>da</strong>s d


115<br />

Não ten<strong>do</strong> toma<strong>do</strong> parte na persegUlçao que se seguio a toma<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

forte de Curuzú, esse capitão considerou a obra recentemente executa<strong>da</strong><br />

como o antigo e ligeiro entrincheiramento de Curupaity. As inexactas<br />

informações que deo fizeram com que fossem desacerta<strong>da</strong>s as disposições<br />

e grande a sorpresa, quan<strong>do</strong> na manhã <strong>do</strong> dia 22 en<strong>contra</strong>ram os Allia<strong>do</strong>s<br />

uma obra inimiga to<strong>da</strong> nova, muito extensa e evidentemente bem guarneci<strong>da</strong>.<br />

São factos estes, que, para os Europeos, segun<strong>do</strong> os conhecimentos<br />

e experiencia que temos <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, escapam a qualquer apreciação, e<br />

cuja explicação devemos deixar ao que n'essas paragens dirigiam as<br />

operações.<br />

Para o d;a 21 estava fixa<strong>do</strong> o ataque de Curupaity, mas, durante<br />

<strong>do</strong>is dias e duas noites (1), chuvas torrenciaes por tal mo<strong>do</strong> amolleceram<br />

a terra, que só a 22 se pôde com difficul<strong>da</strong>de en<strong>contra</strong>r um lugar,<br />

onde as ro<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s reparos, firman<strong>do</strong>-se soli<strong>da</strong>mente, deixassem descarregar<br />

as peças.<br />

Das partes officiaes não podemos inferir em que relações estavam<br />

os generaes Mitre e Porto-Alegre. Sem duvi<strong>da</strong> aquelle assumio<br />

o com man<strong>do</strong> em chefe, pois em seu boletim diz que a retira<strong>da</strong> de to<strong>da</strong>s<br />

a' tropas foi combina<strong>da</strong> entre elle e Porto-A 1egre (2). Talvez fôra<br />

o desejo de não ser o unico re 'ponsavel pelo mão exito, pois um ataque<br />

feliz teria si<strong>do</strong> annuncia<strong>do</strong> com a assignatura unica <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte<br />

em chefe. Porto-A] egre pedira reforços, indican<strong>do</strong> assim não poder<br />

realisar por si só a operação, mas pedira 5 ou 6 batalhões e Mit r e<br />

o~correo-lhe com 2 divisões inteiras, força por demais numerosa para<br />

o posto que então tinha Porto-Alegre (3). O plano para. o ataque<br />

ordens <strong>do</strong> tenente-coronel Astrogil<strong>do</strong> <strong>da</strong> Costa. que por vezes já havia. percorri<strong>do</strong> a frente<br />

<strong>do</strong> nosso acampamento. "<br />

No dia 15, depois <strong>do</strong> .ueio·dia, os generaes Porto-Alegre e Mitre, acompanlJa<strong>do</strong>s de<br />

varias officiaes, foram pessoalmelJte reconhecer a fortificação inimiga.<br />

Designou-se para o ataque o dia li'<br />

No dia 16 o chefe <strong>da</strong> COOlfilissão de engenheiros e o com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> corpo provisorio<br />

de artilharia. a cavallo. foram com o batalhão 29° de voluntarios, escolher uma<br />

poskão para collocflr a nossa artiLhari".<br />

Desi''lla<strong>do</strong> o lugar, Il ·100 braçfls <strong>da</strong> trinebeira inimiga, segllio para ahi, ao escurecer.<br />

o corpo r'e pontoueiros, e começou-se 11 construir llm espaldão conl 12 canhoneiras_<br />

Pelas 7 horas <strong>da</strong> manhã de 17 Ullla força inimiga veio reconhecer a bateria que<br />

levantnvl\mos. Trocfll'f!m-sc algumas de eargas, e o mesmo aconteceu na mallbã de 18.<br />

Na madrnga<strong>da</strong> de 17, porém, sobreveio um forle temporal (Ofticio <strong>do</strong> Almil'll,nte ao<br />

Ministro <strong>da</strong>, MOIrinha" de 24 de Setembj'o), ao qual seguio·se, desde as 9 1/2 <strong>da</strong> manhã<br />

(H.elatorio <strong>do</strong> chefe <strong>da</strong> com missão de engellheiros) uma. copiosa (;]luva, que durou até<br />

ae dia 20, tornaB<strong>do</strong> impossivel o bombardeamento c o ataque.<br />

(I) A chuva, que começára na m'\nhã de 17, cessou na de 20. Nos dias 20 "1<br />

o tempo foi bom. (Rela,torio <strong>do</strong> chefc ela cOrt'bmissão ele el1g~ilhei.·os).<br />

(2) O gimerul Mitre assumio o commanuo em chefe <strong>da</strong>s forcas reuni<strong>da</strong>s em Omuzú,<br />

a.s quaes, eomo vimos, se compunham, em partes quasi iguacs, de Brazileiros e Argentinos.<br />

Porto-Alegre com man<strong>da</strong>va as tropas brllzileirils, e Mitre dirigia as <strong>do</strong> seu paiz.<br />

(:3) Não tem valor esta reflexão. PortO-Alegl'e era então tenente-genera,l, posto mais<br />

eleva<strong>do</strong> que o <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte em chefe eh 10 corpo (m,a,rechu,Z de Cl1lmpo). Os unie06<br />

ge~er.aes bl'flzileiro~ de gradua ão supmior ú de Porto-Alegre er !TI Sua Alteza R.e~l o<br />

pnnCl)Je Gaston d Orleans e o Dltqn , então M'lrquez de (" xias (marechae de exercIto).


116<br />

foi traça<strong>do</strong> por Mit r e mas sem conhecimento exacto <strong>do</strong> terreno. Evidentemente<br />

fÔl'a o movimento <strong>contra</strong> o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> entrincheiramento<br />

calcula<strong>do</strong> pela lingueta de terra, que divide a lagôa Lopez em <strong>do</strong>is braços,<br />

mas as chuvas haviam opera<strong>do</strong> uma mu<strong>da</strong>nça eEsencial. Provavelmente<br />

contava Mitre .poder atravessar a:ruella lagôa como o haviam feito os<br />

Brazileiros ao contornarem o entrincheiramento de Ouruzú. Este presupposto<br />

falhou.<br />

Um ponto essencial não foi esclareci<strong>do</strong>. O batalhão brazileiro n. 16<br />

de voluntarios, desembarcara no Chaco e com sua fuzilaria incommo<strong>do</strong>u<br />

os artilheiros de Curupait,Y. i Porque razão, nas noites anteriores, não<br />

desembãrcaram os Brazileiros alguma artilharia, e, levantan<strong>do</strong> fortificações<br />

passageiras mascara<strong>da</strong>s, não procuraram opportunamente entorpecer<br />

a defeza? Talvez não houvesse possibili<strong>da</strong>de alguma de ahi construir baterias,<br />

mas com pàos atravessa<strong>do</strong>s arranjava-se plataforma para as peças,<br />

não sen<strong>do</strong> de receiar, com a protecção <strong>do</strong>s encouraça<strong>do</strong>s, aggressão alguma<br />

pelo rio <strong>Paraguay</strong>. Na<strong>da</strong> d'isto se fez, nãO ten<strong>do</strong> os pontoneiros material<br />

necessario para <strong>da</strong>r as tropas passagem pela agua e pelos banha<strong>do</strong>s.<br />

Em primeiro lugar consideremos de que mo<strong>do</strong> estava arma<strong>da</strong> a<br />

primeira linha paraguaya construi<strong>da</strong> com tão assombrosa rapidez Já.<br />

mencionamos as importantes dimensões <strong>do</strong> fosso, em parte alaga<strong>do</strong> em<br />

consequencia <strong>da</strong> chuva. Ahi tinh.a o general Diaz, com man<strong>da</strong>nte de<br />

Curupaity, man<strong>da</strong><strong>do</strong> assestar 8 peças de campanha (1), quatro na frente<br />

pelo la<strong>do</strong> de terra, 2 para o la<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> e as outras 2 para o<br />

la<strong>do</strong> <strong>da</strong> 1d.gõa Lopez (2). Além d'e sas peças no flanco e~quer<strong>do</strong> estavam<br />

a se ta<strong>do</strong>s os chama<strong>do</strong>s« canhões de FIo r es », toma<strong>do</strong>s no combate<br />

de '2 de Maio (3). o proprio forte (4) de Curupaity, que por sua elevaçãO,<br />

<strong>do</strong>minava o rio, e nos angulos salientes. de sua principal muralha só<br />

(1) Como to<strong>do</strong> este t.recho é toma10 LIa obra de Thompson e foi traduzi<strong>do</strong> I ara o<br />

allemão com algumas inexactidões, muIJlOl' é restabelecer a'lui o (lue disse o escriptor<br />

inglez:<br />

« ". Os ParaguaJ'os lrabalh:lram com 1Ilu.it 1 acthi<strong>da</strong>de nas fortificações de Curupaity.<br />

Foram monta<strong>do</strong>s alli 8 canhões dll 8 pollegalas; ,.restes, 2 foram exclnsivamente destina<strong>do</strong>s<br />

a defen ler a linh'l <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de terra, e


117<br />

havia peças de grosso calibre, de U a 68. No forte comman<strong>da</strong>va o major<br />

Sayas; nas baterias <strong>do</strong> flanco direito <strong>do</strong> primeiro entrincheIramento,<br />

lambem junto ao rio, o capitão Ortiz.<br />

As peças de campanha <strong>do</strong> primeiro entrinc':eiramento e tavam debaixo<br />

<strong>da</strong>s ordens <strong>do</strong> capitão Gil1, á direita, <strong>do</strong> capitão .~agu ier, no<br />

centro, e <strong>do</strong> major Hermosa, á esquer<strong>da</strong>. O coronel Gonzales comman<strong>da</strong>va<br />

a infantaria que guarnecia o entrincheiramento e o forte, e<br />

tambem as reservas: ao to<strong>do</strong>, cerca de 5 0:)0 homens (1).<br />

Como principal meio de defesa, que provou bem, empregou-se a<br />

estaca<strong>da</strong> e a inun<strong>da</strong>çlo <strong>do</strong> espaço intermedio entre o novo entrincheiramento<br />

e a principal muralha de Curupaity. O braço <strong>da</strong> lagõa Lopez,<br />

que no tempo <strong>da</strong> secca é um brejo e com as chuvas se transíormára<br />

então em banha<strong>do</strong>, alJresentava e:,.tensa superficie d'agua, aqui e ali coberta<br />

de caniços e matto. Os lugares vadeaveis só eram conheci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

<strong>Paraguay</strong>os, que tinham certeza de poderem uão só levar para Curupaity<br />

as peças, uma vez toma<strong>da</strong>s pelo inimigo as libras avan.a<strong>da</strong>s, como tambem<br />

de retirar sem prejuizo a infantaria até â eSl)lana<strong>da</strong> <strong>do</strong> muro principal.<br />

Por detraz d'esta massa d'agua achava- e a estaca<strong>da</strong> já de·crIpta, que<br />

era capaz de quebrar o mais impetuo o ataque. Teste1l1unhas oculares<br />

são accordes em affirmar que teria si<strong>do</strong> impossivel ás tropas superar<br />

este obstaculo<br />

A acção correo como em taes circumstancias devia correr. De madruga<strong>da</strong><br />

os encouraça<strong>do</strong>s romperam o fogo, auxilia<strong>do</strong>s d'esta vez p


H8<br />

começaram a bombardear ao meio-dia (1), mas n~o receberam immediata resposta<br />

<strong>da</strong> artilharia paraguaya.<br />

A investi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s 5 columnas (2) de assalto fez-se com to<strong>da</strong> a regulari<strong>da</strong>de<br />

e teve em frente o mais completo successo. Apezar <strong>do</strong> fosso<br />

muito profun<strong>do</strong> e em parte inun<strong>da</strong><strong>do</strong>, atiraram-se dentro Argentinos e<br />

Brazileiros e escalaram a primeira linha fortific't<strong>da</strong> sem n'ella en<strong>contra</strong>rem<br />

consideravel resistencia. Parece ate que o general D iaz déra<br />

ordem aos defensores de recuarem, caso o inimigo transpuzesse o' fosso,<br />

e de empregarem to<strong>do</strong>s os esforços para retirar as peças. Com efi'eito<br />

quan<strong>do</strong> os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s galgaram a trincheira já acharam as plataformas<br />

vazias, o terreno inun<strong>da</strong><strong>do</strong> e os <strong>Paraguay</strong>os acompanhan<strong>do</strong> as peças em<br />

fileira singela atravez de um solo, cujos váos só elles conheciam porque<br />

(1\ o exercito allia<strong>do</strong> formou-se ás 7 horas <strong>da</strong> manhã, e á mesma hora a esquadra<br />

imperial começou o bombardêamento. A's S horas <strong>da</strong> manhã a artilharia brazileira<br />

occupou o espaldão construi<strong>do</strong> antes: o corpo provisorio de artilharia a cavalio (major<br />

Almei<strong>da</strong> Gama) levou S peças raia<strong>da</strong>s e 4 estativas de foguetes, e o 4° batalhão de arLilharia<br />

a pé (major Rego Monteiro) 2 canhões obuzes (1 de <strong>do</strong>ze e outro de quatorze,<br />

<strong>do</strong>s toma<strong>do</strong>s em Curuzú) e 2 obuzes de montanha. O corpo de pontoneiros, o 80, o 20° e<br />

o 46° batalhões de "oluntarios coliocaram-se de protecção á artilharia.<br />

Os Argentinos que occupavam a direita, tambem tinham uma bateria de 12 peças.<br />

A artilharia brazileira teve 4 ofliciaes e 36 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s f6ra de combate; a argenLina<br />

6 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> um d'estes morto e os outros feri<strong>do</strong>s ou contusos.<br />

O fogo <strong>da</strong> nossa artilharia começou ás 8 1/'!. <strong>da</strong> manhã, apenas dissipa<strong>da</strong> a cerração,<br />

e cessou ás 12 1/2 horas, quan<strong>do</strong> avançaram ao assalto as columnas de ataque. A's<br />

10 1/2 os <strong>Paraguay</strong>os retiraram para a fortificação principal as peças que tinliam na<br />

sua primeira linh't.<br />

(2) As columnas de ataque fonm 4 e não 5: as duas <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> eram brazileiras<br />

e as duas <strong>da</strong> direita argentinas.<br />

As dua columnas <strong>do</strong> centro eram dirigi<strong>da</strong>s: a brazileir'l, pelo general Albino de<br />

Carvalho, e a argentina pelo general Paunero.<br />

Os corpos que formavam a primeira, contan<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, eram: -briga<strong>da</strong> Paranhos.<br />

110 e 100 batalhões de voluntarios e 60 de linha :- bnga<strong>da</strong> Piquet reavaliaria a pé), 50,<br />

2° e 1° corpos ae caça<strong>do</strong>res a cavallo:- briga<strong>da</strong> Maia BiLtenconrt, 470, 3'!0 e 290 de<br />

voluntm·ios. Total 6 batalhões de infantaria e 3 corpos de caval1aria a pé.<br />

Os que formavam o centro direito (Argentinos, general Paunero) e tomaram parte no<br />

assalto foram: ás ordens dp coronel Rivas (promovi<strong>do</strong> n',~sse dia a general), a brig't<strong>da</strong><br />

Susini (batalhão de anta-Fé, 2' le~ião de voluntarios, batalhão de 'alta e 50 de linha),<br />

a briga<strong>da</strong> Rivas (lo batalhão d) linha, batalhão de . icoláo, 30 batalhão de linha<br />

e legião Militar) e a briga<strong>da</strong> Arre<strong>do</strong>n<strong>do</strong> (,lo e6 0 bata111ão de linha, 1" L gião de voluntarios<br />

e batalhão <strong>da</strong> Rioj'l). Total 12 b'ltalhões.<br />

A ala esquer<strong>da</strong> (Brazileiros), que avan{'ou ao longo <strong>da</strong> margom <strong>do</strong> rio. era dirigi<strong>da</strong><br />

11elo coronel Augusto Cal<strong>da</strong>s. e compunha-se <strong>do</strong>s seguintes corpos:- briga<strong>da</strong> Albiuo<br />

Pereira (caval1aria a pé), 9", 8°, e 70 corpos de cavalhl'ia <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional:- briga<strong>da</strong><br />

Landulpho Medra<strong>do</strong>, batalhões 360, 320 e 180 de voluntal'ios:- I riga<strong>da</strong> Barros e Vosconcellos<br />

(barão de Penalva), 11- bata111ão de linha, 120 e 50 de volll1ü'lrios. Total 6 bah·<br />

lhões <strong>da</strong> infantaria e 3 corpos de cavallaria a pé.<br />

Na ala direita (Argentinos, general Emitia Min'e) empenharam-se no assalto apenfls<br />

5 batqlhões, ás ordens <strong>do</strong> coronel Mateo Martinez:- 90 e 120 de linha, 3° de Entre­<br />

Rios, 20 de linha e 10 <strong>do</strong> 30 regimento de guar<strong>da</strong>s nacionaes.<br />

As columnas de ataque brazileims foram reforça<strong>da</strong>s com a divisão <strong>do</strong> coronel Lucas<br />

de Lima, composta <strong>do</strong>s seguintes corpos, to<strong>do</strong>s de cavallaria a pé :- briga<strong>da</strong> Vasco<br />

Alves (barão de S'tnt' Anua <strong>do</strong> Livramento), 40, 50 e 100 corpos de guar<strong>da</strong>s nacionaes :­<br />

briga<strong>da</strong> Astrogil<strong>do</strong> <strong>da</strong> Costa, 130, l-1o e 150 c.orpos de guar<strong>da</strong>s nacionaes. Total 6 corpos<br />

de cavallaria.<br />

Os batalhões brazileiros 8°,200 e 460 ele voluntarios, que protegiam a artilharia, s6 á<br />

ultima hora entraram em fogo.<br />

Os Argentinos, além <strong>do</strong>s bak'\lhões que foram ao assalto, tinham- em reserva 15,<br />

que softi'eram pequenas per<strong>da</strong>s.<br />

Os Brazileiros, como se vê, empregar'tm no ass·tlto 12 batalhões de infantaria, e<br />

6 corpos de caval1aria arma<strong>do</strong>s como infanhria, e reforçfll'am as column'ts ele ata'il1e<br />

com outros 3 bat1lhões e 6 corpos desmonta<strong>do</strong>s de cavallaria.


(3) O autor diz isto, confian<strong>do</strong> em Thompson. Os traductores <strong>do</strong> escriptor inglez<br />

escreveram a esse respeito o seguinte:<br />

«O Sr. Thompson diz que o general Mitre achava-se em Curuzú. Não é exacto.<br />

O general esteve, com to<strong>do</strong>s os seus aju<strong>da</strong>ntes, durante o combate, debaixo <strong>do</strong> fogo terrivel<br />

<strong>da</strong>s baterias inimigas, que, depois de alguns tiros de bala, s6 despejavam me-<br />

Estava tão perto <strong>da</strong>s 1inhas, que vio-se na necessi<strong>da</strong>de de espalhar o seu esta<strong>do</strong>maior<br />

por estar este !ervin<strong>do</strong> ele alvo no inimigo .... ))<br />

o tralha.<br />

119<br />

as aguas não deixavam perceber os vestigios (1). To<strong>do</strong>s os officiaes e<br />

'ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s ficaram pasmos esbarran<strong>do</strong> com esta imprevista difficul<strong>da</strong>de,<br />

porque, suppon<strong>do</strong> ter escala<strong>do</strong> Curupaity, avistavam por detraz <strong>do</strong> novo<br />

obstaculo as muralhas <strong>da</strong> fortaleza (2). Tal foi a sorpresa que nenhum<br />

se atreveo a entrar logo no banha<strong>do</strong>.<br />

Amontoa<strong>do</strong>s assim junto à peimeira linha de trincheiras, sobre elies<br />

começou a chover, <strong>do</strong>s muros <strong>da</strong> fortificação principal, metralha de<br />

grosso éalibre, morren<strong>do</strong> ou cahin<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s em poucos segun<strong>do</strong>s centenares<br />

de officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Foram enião transmitti<strong>da</strong>s ao peesidente<br />

Mitre noticias sobre esse esta<strong>do</strong> de cousas e'esperaram~8e novas ordens.<br />

A columna argentina dirigi<strong>da</strong> por Emili o Mi t r e, irmão <strong>do</strong><br />

presidente, devia atacar a esquer<strong>da</strong> paraguaya, mas encontrou obstaculos<br />

insuperaveis. As baterias inimigas <strong>da</strong> margem oriental <strong>da</strong> lagõa<br />

Lopez bombardeavam-n'a de flanco, causan<strong>do</strong>-lhe grande prejuizo, e a<br />

profundi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> agua era tal que em nenhum ponto se encollil'ava váo.<br />

Por fim o presidente Mitre, que <strong>da</strong>s trincheiras de Cnruzú dirigia<br />

as operações (3), deo ordem para que fossem investi<strong>da</strong>s as segun<strong>da</strong>s<br />

linhas de Curupaity. Apenas as columnas de assalto ganharam o primeiro<br />

entrincheiramento, .os navios brazileiros dirigiram seos fogos sobre<br />

as baterias <strong>da</strong> barranca <strong>do</strong> rio. A artilharia que os Allia<strong>do</strong>s tinham<br />

em terra foi arrasta<strong>da</strong> até' ao fosso <strong>da</strong> linha exterior, que em alguns<br />

lagares foi obstrui<strong>do</strong> com terra <strong>da</strong>s proprias trincheiras: mas o effeito<br />

produzi<strong>do</strong> por essas peças de campanha, tão proximas <strong>da</strong> artilharia de<br />

grosso calibre <strong>da</strong> fortaleza, foi pequeno. Os Allia<strong>do</strong>s atravessaram os<br />

alaga<strong>do</strong>s que separavam a linha exterior, já conquista<strong>da</strong>, <strong>da</strong> segun<strong>da</strong>, que<br />

pretendiam tomar, mas os abatises e a profundi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> agua não permittiram<br />

que elles chegassem, no centro e na direita, até á bor<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

fosso.<br />

Os Parag'ua,yos, perfeitamente ampara<strong>do</strong>s pelas suas fortificações,<br />

(1) Os <strong>Paraguay</strong>os retiraram a artilharia <strong>da</strong> sua primeira linha de trincheiras ás<br />

'10 1/2 <strong>da</strong> manhã, e s6 'depois <strong>do</strong> meio dia foi que avançaram os Allia<strong>do</strong>s.<br />

Essa primeira linha, como dissemos em outra nota, consistia em um fosso de 12<br />

palmos de largura sobre 10 de profundi<strong>da</strong>de, (om o correspondente parapeito. Durante<br />

o ataque <strong>da</strong> fortificação principal os membros <strong>da</strong> commissão de engenbeiros junto ao<br />

2° corpo de exercito brazileiro, auxilia<strong>do</strong>s por 170 pontoneiros, fizeram uma ligeira<br />

ponte sobre o fosso <strong>da</strong> primeira trincheira e obstruiram-no em varios logares.<br />

(2) Já ficou dito tambem que a segun<strong>da</strong> linha de defeza de Curupaity, começa<strong>da</strong> no<br />

dia 7 ou 8 de Setembro, acompanhava a crista <strong>da</strong> bo.rranca, que, partin<strong>do</strong> <strong>da</strong> margem<br />

eS€J.uer<strong>da</strong> <strong>Paraguay</strong>, vai terminar na lagOa Mendes, ou lagOa Lopez, como a chamam o<br />

autor e Thompson. Ahl o fosso tinha, segun<strong>do</strong> os nossos <strong>do</strong>cumentos officiaes, 27 palmos<br />

de larglll'il e 18 de profundi<strong>da</strong>de. Vejo a plwnta de Curupaity, no Atlas Hi.sto,·ico <strong>da</strong><br />

Guel'l-a <strong>do</strong> Pat/-agllay, de J01JRO.4N.


120<br />

sustentaram nm fogo mortifero de fuzilaria e artilharia, occasionan<strong>do</strong><br />

aos assaltantes per<strong>da</strong>s immensas. Estes, sem descobrirem meio de chegar<br />

até às posições inimigas, achavam-se expostos a peito descoberto, servin<strong>do</strong><br />

de alvo ás balas, o que deo logar a numero~issimos ferimentos.<br />

Da columna qlie atacou a direita <strong>da</strong> fortificação (ala esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Brazüeil'Os),<br />

uma companhia chegou a penetrar em Curupaíty e a apoderar-se<br />

de 4 canbões, ma os <strong>Paraguay</strong>os acudiram logo a esse ponto,<br />

cercaram os assaltantes e mataram quantos não tiveram tempo para fugir (1).<br />

Já o ataque durava duas horas quan<strong>do</strong> o presidente Mitre, de accor<strong>do</strong><br />

com'o general Porto-Alegre, man<strong>do</strong>u <strong>da</strong>r o signal de retira<strong>da</strong>; a<br />

qual se eifectuou na melhor ordem, com os batalhões forma<strong>do</strong>s e as<br />

bandeiras desfral<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

A's 4 boras <strong>da</strong> tarde chegaram os Brazileiros ao seo acampamento,<br />

e pouco depois os Argentinos (2).<br />

A narração paraguaya concor<strong>da</strong> nos pontos essenciaes com o extracto<br />

que acabamos de fazer. Eil-a (3):<br />

« •. ' O grande ataque de Curupaity deo-se em 22 de Setembro<br />

de 1866, começan<strong>do</strong> por um vigoroso bombardeamento <strong>da</strong> esquadr'a, que<br />

contava então oito encouraça<strong>do</strong>s (4). Dois d'estes, o Bra'âl e o Ba?"'oso,<br />

subiram o rio e foram situar-se á retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> bateria, porém com<br />

(I) Este facto consta <strong>do</strong> RelatM-io <strong>do</strong> Ministro <strong>do</strong> Gue1'1'a, e <strong>do</strong> seguinte trecho <strong>da</strong><br />

parte official <strong>do</strong> conde de Porto-Alegre:<br />

• '" Me~mo assim, <strong>da</strong> columna <strong>da</strong> esqner<strong>da</strong>, penetraram no forte de Curupaity mais<br />

de 40 bravos, que chegaram a apoderar-se de 4 bocas de fogo, e que, como era de esperar,<br />

foram victimas <strong>do</strong> seu l)atriotico arrojo. "<br />

(2) D'esto trecho se poderá inferir que os Bmzileiros começaram a retira<strong>da</strong> antes <strong>do</strong>s<br />

Argentinos, o que não é ex~cto. ó depois <strong>da</strong>. 3 1/2 começaram a retirar-se as nossas<br />

tTopas, e alguns batalhões ain<strong>da</strong> sustentaram o fogo deJois <strong>da</strong>s 4 <strong>da</strong> tarde.<br />

O Relatoril) ao chefe dR com missão de engenheiros junto ao nosso 2 0 corpo de exercito<br />

iliz o seguinte sobre a retira<strong>da</strong>:<br />

I< O Exm. Sr. genel"ll Mitre, que ás 2 11-1 horas já tinha 'Man<strong>da</strong><strong>do</strong> reti,-ar seUjS<br />

solta<strong>do</strong>s, coriVhlunioou ao nosso general em ohefe essa ordem e a conven;encia de fazer 1'etil-a1'<br />

tambem os nossos, que se achavam entl"e a p,"ime;"a e a segundrr. trinchei,'a.<br />

I< O Exm. Sr. general em chefe d'este corpo de exercito man<strong>do</strong>u então tocar a reunir,<br />

movímenlo que nossas tropas fizeram vagaros~mente, sen<strong>do</strong> preciso que S. Ex. se achasse<br />

nos mais arrisca<strong>do</strong>s pontos para que nossos sold'l<strong>do</strong>s se retil'1ssem com mais presteza...<br />

A's 3 1/2 horas d'l. tarde retirou-s~ o mesmo Exm. Sr. general a instancias <strong>do</strong> Exm. Sr.<br />

gene!">ll Mitre... ,) .<br />

Jour<strong>da</strong>n diz tambem que a 01'dem de 1'etirad'l começou a ser executa<strong>da</strong> pelo exer·<br />

cito argentino.<br />

A parte official <strong>do</strong> brig'ldeiro Albino de Carvalho


121<br />

mui pouco resulta<strong>do</strong> em consequellcia <strong>da</strong> elevação <strong>da</strong> barranca (1). A<br />

hateria sustentou um fogo continua<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong> aos encouraçaclos muitas<br />

avarias. Uma bala de 150 desmontou. uma peça de 8 pollega<strong>da</strong>s, <strong>da</strong><br />

bateria <strong>do</strong> rio, e matou o major' Zayas (2).<br />

« Ao meio-dia os Allia<strong>do</strong>s começaram o atal]Lle, dividi<strong>do</strong>s em 4<br />

columna : uma dirigia-se <strong>contra</strong> a esquer la paraguaya, duas ,obre o<br />

centro, e a qllarta sobre a tlireita, junto á margem <strong>do</strong> rio (3). A ultima<br />

columna marchava por um bom caminho, e alguns de seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

c::hegarãm até á trincheira, morren<strong>do</strong>. n'ena <strong>do</strong>is ou tres (4). Alguns <strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong>s columnas <strong>do</strong> centro iambem alcançaram a trincheira (5), mas <strong>do</strong>s<br />

(I) o Semana<strong>do</strong> diz o seguinte: - (( Dois encournçfl<strong>do</strong>s chegaram a co11oGor-se um<br />

em frente á baleria e outro acima c m o fim de bomb'1r le'll" púh\ retaguar<strong>da</strong> a trincbeira;<br />

m'lS esla não. era vista <strong>do</strong> rio, d,) sorte que os tiros foram muito erra<strong>do</strong>s. "<br />

O bombardeamento foi feito pelos seguintes navios:<br />

gn DT\7I Xo (J. M. RODRIGUES, capitão de mar e <strong>guerra</strong>) :<br />

.. . ~~~~<br />

Encouraça<strong>do</strong> Rraztl, commau<strong>da</strong>nte J. M. Rodngues.......................... 9<br />

J) BC<strong>II</strong>I'roso J' ::> aI garlo . . . .. .. ü<br />

(" DIVISÃO (ELJ~IARIO DOS SANTOS, barão de Â;ngl''l, capit~o d mar e guena):<br />

Encouraça<strong>do</strong> Ltma Banos, commau<strong>da</strong>nLe AI10lISO de Lima.................. ..j<br />

" Bal<strong>da</strong>, comm'tn<strong>da</strong>nte Rodriglles <strong>da</strong> Cosla......................... :,!<br />

" 'l'ama-nelC<strong>II</strong>I'é, comumn<strong>da</strong>nte Elisiario Bm'bosa.................. " ,1<br />

BOMBARDEIllAS (J. A. F.illIA, capitão rle fr'tgata):<br />

Bombardeira Pedl'o Affonso, comDuu<strong>da</strong>nte Gomes de Faria.. 3<br />

J) Forte ele Coimb"a, comntan<strong>da</strong>nfõe J. CancU<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Heis.......... 3<br />

Ohata bombarleira n. t, cOIUmRn<strong>da</strong>nte Soares Pinto.......................... 1<br />

" » 'l,. 2, " Rice 1<br />

" " n. 3, <strong>II</strong> Uarneiro <strong>da</strong> Ro ha :... 1<br />

CANHONE RAS (BARÃO DO AM-


l22<br />

que deviam investir a esquer<strong>da</strong> paraguaya nem um s6 se approximou<br />

d'ella (1).<br />

« Apenas (IS Allia<strong>do</strong>s deixaram o acampamento de Curuzú os <strong>Paraguay</strong>os<br />

romperam o fogo de artilharia; quan<strong>do</strong> estiveram mais perto,<br />

não obstante a galhardia com que avançaram, foram postos em desordem<br />

pelo terrivel fogo cruza<strong>do</strong> <strong>da</strong>s trincheiras paraguayas que se concentrava<br />

sobre elies em to<strong>da</strong>s as direcções: as enormes metralhas <strong>da</strong>s peças<br />

de 8 pollega<strong>da</strong>s faziam um estrago atroz na distancia de 200 a 300<br />

jar<strong>da</strong>s. Alguns chefes argentinos, monta<strong>do</strong>s a cavallo, chegaram até á<br />

bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> fosso e ahi se conservaram animam'lo seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (2), porém<br />

quasi to<strong>do</strong>s pereceram. A columna que atacou a direita paraguaya<br />

encontrou melhor caminho, porém durante to<strong>da</strong> a marcha esteve exposta<br />

a um fogo de enfia<strong>da</strong>, e quan<strong>do</strong> chegou perto <strong>da</strong> trincheira soffreo o<br />

fogo concentra<strong>do</strong> de muitas peças (3) .. As columnas <strong>do</strong> centro (4) e ela<br />

(1) Era a columna argentina <strong>da</strong> direit1 (general Emilio Mitre).<br />

(2) O mesmo fizeram os chefes brazileiros, circum tancia que Thompson occulta pela<br />

sua conheci<strong>da</strong> parciali<strong>da</strong>de.<br />

Cumpre, porém, notar que as tropas argentinas tmziam um grande numero de coroneis<br />

e tenentes-coroneis, sendn quasi to<strong>do</strong>s os batalhões dirigi<strong>do</strong>s .por officiaes d'es as<br />

patentes. O 2° corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro não contava t'lntos o:fficiaes superioms, e quasi<br />

to<strong>do</strong>s os batalhões eram comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s por majores, fazen<strong>do</strong> as funcções de mojoTes, ou<br />

segund~s comman<strong>da</strong>ntes, simples capitães.<br />

Os Argentinos tiveram fóra de combate os seguintes chefes:<br />

Mortos: Rosetti, Alejandro Dlaz, Charlone, Fraga e S'Ilva<strong>do</strong>res, to<strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes<br />

de batalhões. - 5 mortos.<br />

Feri<strong>do</strong>s: Rivas (comman<strong>da</strong>nte de uma b"?iga<strong>da</strong>), Calvete, Ayala, Ga'par Campos,<br />

R. Victorica, Giribone, Retolaza, Sotel, Lora, L. Mancilla,e um outro cujo nome ignoramos<br />

-11 feri<strong>do</strong>s.<br />

Os Brazileiros tiveram fóra de combate os seguintes comman<strong>da</strong>ntes e majores fiscaes,<br />

ou segun<strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes:<br />

Mortos:<br />

Commandnnt~s de ba~alhões: - Souza Barreto (10 0 de Voiunt'U'ios), Antunes de Abreu<br />

(413 0 de Voluntal'los), FabnclO de Mattos (32 0 de Voluntarios), Hyppolito <strong>da</strong> Fonseca (3Go de<br />

Voluntarios), Souza e Mello (29 0 de Voluntarios) e Oastilho <strong>do</strong>s Reis (40 de Guar<strong>da</strong> Nacional).<br />

Fisc'les : Macha<strong>do</strong> Lemos (47 0 de Volunt'lrios), e Mnrciano L. <strong>da</strong> Rocha Medra<strong>do</strong><br />

(29 0 de Voluntarios) - 8 mortos.<br />

Feri<strong>do</strong>s:<br />

Comman<strong>da</strong>nte de briga<strong>da</strong>: - Vasco Alves, depois barão de Sant


1~3<br />

esquer<strong>da</strong> (I) tiveram grande demora pelos alagadiços intransitaveis que<br />

en<strong>contra</strong>ram.<br />

« Os AlUa<strong>do</strong>s collocaram uma bateria de campanha em uma pequena<br />

altura em frente á esquer<strong>da</strong> paraguaya, porem, suas peças não<br />

causaram prejuizo de importancia, e foram logo desmonta<strong>da</strong>s (2). Enviaram<br />

tambem 2 batalhões ao Chaco (3), em frente ás baterias <strong>do</strong> rio, para<br />

enfiar a trincheira. Os AlUa<strong>do</strong>s sustentaram uma viva fuzilaria desde<br />

que estiveram a alcance, porém só conseguiram matar ou ferir a mui<br />

poucos artilheiros, porque a infantaria paraguaya permanecia occulta<br />

atraz <strong>do</strong>s parapeitos; quan<strong>do</strong>, porém, os Allia<strong>do</strong>s chegaram a tiro <strong>da</strong>s<br />

pobres espingar<strong>da</strong>s de pederneira <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, estes se levantaram<br />

e romperam o fogo.<br />

« Os Alha<strong>do</strong>s levavam fachinas de juncos e cannas para encher<br />

os fossos, e esca<strong>da</strong>s de 15 pés de comprImento. Levavam tambem cassaro1as,<br />

porque esperavam ceiar em Humaltá.<br />

« Quan<strong>do</strong> Mi t r e, que estava immove1 no antigo entrincheiramento<br />

paraguayo 'de Curuzú (4), via que o ataque era mal succedi<strong>do</strong>, ordenou<br />

a retira<strong>da</strong>, deixan<strong>do</strong> no campo um immenso numero de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (5). A<br />

per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s foi de uns 9.000 mortos e feri<strong>do</strong>s (6). As partes<br />

officiaes fallam ape'las em 2.000 Argentinos e 2.000 Brazileiros. E11l<br />

(1) Argentina (general Emílio Mitre).<br />

P) Não sabemos se foram ciesmont'l<strong>da</strong>s peças <strong>da</strong> bateri argentina.: as lia brazíleira<br />

uâo o foram. Verificámos este ponto nas partes ofiiciaes <strong>do</strong>s commRn<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong> corpo<br />

provisorio de artilha- ia a cavaUo e <strong>do</strong> 40 batalhão de artilharia <strong>II</strong> [Já.<br />

. A nossa artilh ria, assesta<strong>da</strong>, como já dissemos, uo espaldão construi<strong>do</strong> pela com­<br />

IUlssâo de engenheiro, CeStiOlt o fogo ao meio-dia qu~n<strong>do</strong> avançaram as columnas de<br />

ataque. DepOIS que est'ls g'lnbaram ;l, primeira linha de rincheiras, foram ps nossas<br />

peças conduzi<strong>da</strong>s até ao fosso cl'essa primeira linb'l c abriram de novo o fogo <strong>contra</strong> a<br />

fortificaçiio principal.. Retiraram-se mai tarcIe por ordem superior.<br />

:3) Um s6 bahlhão, o 16° de Voluntarios que tiervia então a bor<strong>do</strong> ela esquadra.<br />

(4) Já ficou rectifica<strong>do</strong> e ·te ponto em ali tra !lota.<br />

(;,' A re'tira<strong>da</strong> fez-se em ordeul, ,-cnelo t:oneluzi<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>ti os nossos feri<strong>do</strong>s qlle foram<br />

en~ontra<strong>do</strong>s, e aproveita<strong>do</strong> o materhl t:0111 que se construíra a nossa bateria a,rança<strong>da</strong>.<br />

VeJ, JOI,JIlD.m, GuerTa <strong>do</strong> PO<strong>II</strong>-aguay, pago H; o Relatol-io <strong>do</strong> Ohefe <strong>da</strong> GommisstZo de<br />

Engenhetros; PEREIRA DA 00 "1'A, <strong>II</strong>I, 223; e as partes of-Ilciael:l ele Mitre e Porto-Alegre<br />

no Appendioe.<br />

(6) Ha exageração. A pel\ltt <strong>do</strong>s allilt<strong>do</strong>: foi ijsta Vejo o Appendioe':<br />

ARGE.'lTINOS :<br />

Mortos: - ~O officiaes e 557 s lcla<strong>do</strong>s ; feri<strong>do</strong>s e oontllsos, 1;)2 officiaes e 1.207 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s;<br />

exl>"avia<strong>do</strong>s, 1 o1Jieial e 155 sold vI os. Tolal 16:J offir.iaps pI.lH8 :oldn<strong>do</strong> fÓ"a de oombate<br />

ou 2.082 homens.<br />

Bp~-\ZILEmos :<br />

o Oh'lco: g sold'ld') 'fitortos (li " 12 fel'i<strong>do</strong>/; (1/. - 15.<br />

. N a esquadra: - 1 marinheiro morto; 4 officiaes e 30<br />

n<strong>do</strong>s. -35.<br />

mal'inb U'OS sol ad05 fe·<br />

'o a alto de CUl'Upaity: MOl·tOS, 48 olIit:iaes e 360 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s' (eri<strong>do</strong>s e oont'USos 153<br />

~~fieiaes e 1.:390 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; extl'avia<strong>do</strong>s, 10 s Il<strong>da</strong><strong>do</strong>s. - Total 201 ofticiaes e 1. 7UO sold~<strong>do</strong>s<br />

rara ele o:lmbate, ou 1. 961. homens. Adelit:ionall<strong>do</strong> os mortos e fcri<strong>do</strong>s no Ohaco e na<br />

esqu'ldl'a lemos para os. Brazileiro' 205 officioes e 1..806 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s ou 2.01.1 homens .<br />

. Q iltaque le OUl'Upalt:(, 1l0rl'1;nto, .poz f6r'l (le coml.Jate 2.082 Argentinos e 2.01.1.<br />

BUNl!lletl'-1s, Ot, 4..093 A.llia<strong>do</strong>s, lStO a, menos de metade (lo algarismo apresentaria por


124<br />

poder <strong>do</strong>s Pal'aguayos, no campo, fical'am mais d'e 5.00) (1), e ..6 no ho ­<br />

pital de COl'rientes entraeam lo± uflicia:e e I. OJO homens. A parte oflicial<br />

.<strong>do</strong>s Al'gentinos accusa 153 ofticiaes (entre elies 16 chefe) e 1.843 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

mortos e feri<strong>do</strong>, e a <strong>do</strong>s Bl'azileiros 200 officiaes e 1.700 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

(2).<br />

«A parte official de Taman<strong>da</strong>l'é sobre as per<strong>da</strong>s <strong>da</strong> esquadra<br />

menciona 2 officiaes e 19 marinheiros mortos ou feri<strong>do</strong>s (3), porém só<br />

um <strong>do</strong>s encol1raçac1os teve 27 homens fMa de combate (4). Diz tambem<br />

que algumas <strong>da</strong>s chapas <strong>do</strong>s eIicolll'aça<strong>do</strong>s foram qu..bra<strong>da</strong>, muitas ca­<br />

,ilhas saltaram e o enchimento de mac1eil'a <strong>da</strong>s ca'3amata a estebor<strong>do</strong><br />

ficou gravemente allui<strong>do</strong> n. Duas peças de 68 <strong>do</strong> BaJ"?"oso (6) foram<br />

desmonta<strong>da</strong>s, e gl'ande numem de balas entraram nas casamatas d'esses<br />

navio pelas portinholas (7).<br />

« O bravo coronel argentino I i va " feri<strong>do</strong> n'esse dia, foi promovi<strong>do</strong><br />

a geneml no campo de batalha. O coronel Ch ari o n e, ten<strong>do</strong> sidc<br />

feri<strong>do</strong> perto <strong>da</strong> trincheira paraguaya, era carrega<strong>do</strong> por 4 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> quan<strong>do</strong><br />

uma metralha matou aos 5 (8).<br />

« O prejuizo <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>o' foi incrivelmente pequeno: ao to<strong>do</strong><br />

só tiveram 54 homens mortos e fel'i<strong>do</strong>s e (9), a maior parte em con-<br />

Tb.ompsoll. Cumpre, p rém, nrlvel"tir flue 'I per la soJl'l"i<strong>da</strong> pelo 2 0 c)rpo e "eh brig~lh Par"nho'<br />

devia ler si 10 um pouco superior á ill,licacla (1.9tH homens). Anl s <strong>do</strong> ataque, c mo<br />

dissemos em ou.lra n t·, linha Port'1-Alegre, com os rcf rços re 'ebi<strong>do</strong>s, 10.5SU h mens.<br />

Onze dias depois <strong>do</strong> ataque, islo é, em ;


125<br />

sequencia <strong>da</strong>s balas elo' atira<strong>do</strong>res posta<strong>da</strong>s no Chaco. O tenente L ezcano,<br />

aju<strong>da</strong>nte de campo favori<strong>do</strong> de Lopez, foi morto por uma d'e'sas<br />

balas, que lhe atravessou o pescoço. O tenente Ur<strong>da</strong>pilletafoiferi<strong>do</strong><br />

por outra no braço (I).<br />

« Depois ela retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo L o p e z ordenou que o batalhão<br />

n. 12 transpuzesse a trincheira para recaI heI' armas e despojos O batalhão<br />

não só fez isso como truci<strong>do</strong>u to<strong>do</strong>s os feri<strong>do</strong>s (2). Os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

paraguayos perguntavam a estes se podiam an<strong>da</strong>r, e quan<strong>do</strong> respondiam<br />

pela negativa eram immediatamente assassina<strong>do</strong>s, Apenas um ou outro<br />

feri<strong>do</strong> estava no caso de caminhar, pois to<strong>do</strong>s os que podiam arrastarse<br />

tinham i<strong>do</strong> pôr-se ao abrigo elas linhas avança<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s. Um<br />

tenente Qui n te 1'0 s (3), que tinha a perna quebra<strong>da</strong> no joelho, declarou<br />

que lhe 6ra impossivel fazer algum movimento. O sol<strong>da</strong><strong>do</strong> que lhe fizera<br />

_a pergunta começou a carregar a sua e-pingar<strong>da</strong> para !natal-o, porém,<br />

Quinteros cons~guio arrastar-se e foi salvo.<br />

« Apena' ficaram prisioneiros uns 12 feri<strong>do</strong> (4): to<strong>do</strong>s os outros<br />

foram assassina<strong>do</strong>s. Dois <strong>Paraguay</strong>os <strong>do</strong>s que _se renderam em Urugua.rana<br />

foram captura<strong>do</strong>s, e o general Diaz, sob sua 11ropl'ia responsabili<strong>da</strong>de,<br />

os enforcou em umas arvores. Um d'elles custou muito a<br />

morrer, e perlio a Diaz que lhe tirasse de uma vez a vi<strong>da</strong>, porqlle<br />

estava sofl'ren<strong>do</strong> atrozmente. Diaz respondeo que era is'o justamente<br />

o que .e11e queria.<br />

« O batalhão n. 12 voltou ve ti<strong>do</strong> com os unifol'mes argentinos<br />

de que despojàra os mortos. Os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s recolheram muitos relogios e<br />

libras egterlinas - porque o exercito alha<strong>da</strong> tinha si<strong>do</strong> pago pouco antes.<br />

O uniforme <strong>do</strong>s mortos foi distribui<strong>do</strong> por varias batalhões, Foram toma<strong>da</strong>s<br />

mais de 3.000 espingar<strong>da</strong>s de Liege em bom estaria (5), ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> quebra<strong>da</strong>s<br />

e <strong>da</strong>mninca<strong>da</strong>s maior numero. 1me. L y n c 11 recebeo muitos<br />

(1) Parece-nos qlle per<strong>do</strong>o llm braço n'e.:;se dia o capitão 'agllier, que COUlman<strong>da</strong>va<br />

as bat 'rhs elo con tro<br />

(2) No Relatorie elo chefe d'l. com missão de engenheiros j unto ao 2° corpo ele exer ito<br />

brazileiro, Enéa GaIvão (barão de l\Iaracajú), lê- i o seguinte trech :<br />

« .. _. Algnns feri<strong>do</strong>s que por terem Clramente assassinalos, 110 elia<br />

~'4. tivemos de presenciar outr't scena le selvageria, qne, como aquella, revelo a Slla<br />

furoci<strong>da</strong>ele.<br />

" Ao nm>lnhecer d'nqnel1e elia principiaram a <strong>do</strong>scer, pas:an<strong>do</strong> enlre os navios de<br />

nossa esquadra, os ',<strong>da</strong>veres de nossos bl'avo~, que não pUrllllllos tl'aZE:l' lJor terem<br />

fica<strong>do</strong> encobertos,. en<strong>do</strong> a maior parte ,1' sses corp s liga'los por corrIa., de rlois a<br />

<strong>do</strong>is, o mn com plnto esta<strong>do</strong> de Il11Uez. "<br />

(3) Arg nlino.<br />

(4) Ficaram prisi 'n iras 1 tenente argentino, e 82 S' lCl,l<strong>do</strong> :l.r"enlino· e lJl'azileiro ,<br />

to<strong>do</strong>s } rj<strong>do</strong>~. Em cOllseqllencio. <strong>do</strong>s mãos trato, foram morr n<strong>do</strong> '1llasi to<strong>do</strong>s, e dias<br />

'l.e •.ois o Ullll1ll1'O d'esses llrisiol1oiros e ta\-a re luzi lo ao [clJcule ' 28 sol<strong>da</strong>d,)s argentinOS<br />

e 10 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s br'lzil·iros.<br />

(ii) D ve ll


126<br />

soberanos em troca de papel-moe<strong>da</strong>. \Iuitos tambores (1) e cornetas<br />

ficaram tambem em poder <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, porém nenhuma bandeira (2).<br />

« Durante o bombardeamento a esquadra brazileira lançou cerca<br />

de 5.000 bombas, e arrojou tambem algumas lin<strong>da</strong>s balas raia<strong>da</strong>s<br />

Whitworth de I, e bombas fulminantes. Estes projectis São tão bonitos,<br />

-que seria quasi uma consolação morrer-se por um d'elles. Os <strong>Paraguay</strong>os<br />

dispararam uns 7.000 tiros de arLilharia.<br />

« O general Diaz durante to<strong>da</strong> a peleja conservou-se a cavallo,<br />

cheio de enthusiasmo, fazen<strong>do</strong> com que as ban<strong>da</strong>s de- musica executassem<br />

peças e as cornetas e caixa~ de <strong>guerra</strong> repetissem o toque de<br />

s entl'<strong>do</strong>.<br />

« L ope z deixou-se ficar em sua casa de Paso-Pucú emquanto<br />

durou o fogo, mas, distrahin<strong>do</strong>-se um momento, sahio um pouco<br />

<strong>do</strong> abrigo <strong>do</strong>s espaldões de terra que o cercavam. Logo depoi ouvia<br />

o sibillo de uma bala, e immediatamente correo com precipitação a<br />

refugiar-se atraz <strong>do</strong>s espaldões. Actos d'esta ordem a unica influencia<br />

que tinham entre os seus era levaI-os a supplicar-lhe que « não se expuze<br />

se tanto. »<br />

« A' noite o general Di a z appareceo e ceiou com L o p e z. Este<br />

ticou muito excita<strong>do</strong> com os copos de champagne que bebeo, e fez uma<br />

grande gritaria; porém foi a unica vez qne tal succedeo.<br />

« Os ca<strong>da</strong>-veres foram lança<strong>do</strong>s nas vallas, que, como ficou dito,<br />

tinham si<strong>do</strong> abertas ao longo <strong>da</strong>s margens <strong>da</strong> lagl?as fronteiras a Curupaity.<br />

As lagoa estavam tambem atulha<strong>da</strong>s de mortos. Cheias as vallas,<br />

(1) Segun<strong>do</strong> o SeYll.ancwio foram 9 as CaixflS de guern.<br />

(2) 'este ponto diz Thompson a ver<strong>da</strong>de, mas o Semcman'io, ontre as falsi<strong>da</strong>des que<br />

publicou, disse qne ficaram em poder los <strong>Paraguay</strong>os a bandeira <strong>do</strong> 2 0 batalh<strong>do</strong> de<br />

voluntarios brazileiros, e lUll estan<strong>da</strong>rte <strong>da</strong> Legião Militar Argentina.<br />

O 2 0 batalhão de volttntarios achava-se em TUYllty, c não tomou parte no as alLo.<br />

Com o 12° batalhão de voluntarios (corpo policial <strong>da</strong> provincia <strong>do</strong> Rio d,) J'lneiro)<br />

deo-se a respeito ua bandeira um episodio, qUtl transcreveremo' <strong>da</strong> pa.rte aillcial d<br />

seu comman<strong>da</strong>nte, tenente-coronel Brito:<br />

u ." O alferes J. Lopes Ferreira. que l:Ondllzill a b;\.Ild ira, no momento m que<br />

" ia cravar n'1 trinchei.ra inimiga, tevtl


127<br />

os ca<strong>da</strong>veres que restavam foram al'l'oja<strong>do</strong>s ao rio. Iam to<strong>do</strong>s nú',<br />

porque a roupa escasseava muito no exercito paraguayo.<br />

« O general POI,r<strong>do</strong>ro Jordão tinha ovdem de atacar o centro<br />

<strong>da</strong>s linhas paraguayas em Paso-Gomez no me mo dia <strong>do</strong> assalto de<br />

Curupaity (1), mas não a executou, e contentou-se em formar as suas<br />

(1) Isto não é eX'lcto:<br />

Os annota<strong>do</strong>res de Thompson e"cre,eram o seguinte f1. !Jag. 19 <strong>da</strong> edição de<br />

Buenos-Aires:<br />

"Durante n marcbã par.l C'w'upaiLy o general ~Iilre obs~rvaY,l c.ontinUal1lent1 os<br />

fogos <strong>da</strong> Tuyuty, e escapou·1l1e esta per~nta dirigi<strong>da</strong> a wn de seus aju<strong>da</strong>ntes: - Não<br />

lhe pa,'ece que os fogos se app,'oxima-m as linhas inimigu,s?<br />

" Vã eSjJerauça I Em Tuyuty ninguem se - movia, e quan<strong>do</strong> o general Geliy approxi·<br />

mou·se <strong>do</strong> geueral Poly<strong>do</strong>ro, pedin<strong>do</strong>-lhe que fizesse a ene>'gica demonst>'ação convenciona<strong>da</strong>,<br />

este lhe respondeo: - Se o senho,' qUUei' pode,-ei <strong>da</strong>l'-lhe <strong>do</strong>is batalhões. <strong>II</strong><br />

Ião transcrevemos este trecbo senão para declarar que o general Poly<strong>do</strong>ro Jordão nos<br />

autorisou a assegurar que to<strong>do</strong> elie é falso, e que o seu collega Gelly y Obes não<br />

lhe lembrou ou propioz movimento algum.<br />

O general Poly<strong>do</strong>ro Jordão não tinba ordem para nbcar nem para fazer demonstrações<br />

energicas. O que lhe cLUnpl'ia fazer está claramente estabeleci<strong>do</strong> no protocollo<br />

<strong>do</strong> conselho de <strong>guerra</strong> de S de Setem bro :<br />

« ... 40 Mantene>' mientl'as tanto á, la defensiva el campo atrinchera<strong>do</strong> de los alia<strong>do</strong>s<br />

frente á las liueas deI enemigo, p ml lo cual pueden que<strong>da</strong>r con el Sõr mariscai Poly<strong>do</strong>ro<br />

de 18 a 20 Oi O hombres, que en un caso <strong>da</strong><strong>do</strong>, y oportunamente pr'eveni<strong>do</strong>s, pueden<br />

concurrir á operar por la derech'l ó por el frente de las lineas fortifica<strong>da</strong>s deI enemigo. <strong>II</strong><br />

Em Tuyuty, porém, só ficaram UUi) 00 Odentaes (to<strong>do</strong> o exercito oriental reduzi<strong>do</strong><br />

a este numero l:elas b'lÍxas que tiverã nos combates anteriores, pelas molestia e licenças),<br />

uns 1.000 argentinos, e o 10 corpo de exercito brazileiro. Desconta<strong>da</strong> a cavaliaria<br />

e artilharia, em numero de 5.000 homens, e a iufanhria <strong>da</strong> brig'l<strong>da</strong> I aranhos, que achava-se<br />

em Ourupaity, ó restavam ao genaral Poly<strong>do</strong>ro menos de 11.000 homens de infantRria,<br />

muitos <strong>do</strong>s quaes ernm inclispensaveis para guarnecer a ext~nsa linha de trincheiras. A<br />

3' di,isão brazileira por exemplo, foi occupar a direita por ter segui<strong>do</strong> para Ourupaity<br />

quasi to<strong>do</strong> o exercito argentino.<br />

Se quizesse atacar as linhas de Boja não poderia ó general brazileiro levar mais<br />

~e 10.00U bomens; e n'essas linhas tinha Lopez, segllllclo Resquin, tres divisões com<br />

1".0~0 homens de infantaria e 1.000 de cavallaria, além de uma rQserva de 8 batalhões<br />

de infantaria (5.600) e 4 regimentos de cavallaria (2.400 homens) em Paso-~lcÚ. Thompson,<br />

portanto, tem ratão qu~n<strong>do</strong> diz que se as nossas tropas de Tuyuty, atacassem as posições<br />

inimigas sofi'reriam ain<strong>da</strong> mais que as de Porto-Alegre e MJtre diante de Ourupaity.<br />

O trecho, acima transcripto, <strong>do</strong> Pl'otocollo assigna<strong>do</strong> em S de Setembro pelos generaes<br />

Mitra, Poly<strong>do</strong>lo Jordão e Flores, mo tra que o segun<strong>do</strong> devia -manter-se na defensiva<br />

em T'WIJuty, poden<strong>do</strong>, OppOl'tunillmente p,'eveni<strong>do</strong>, opel'QI)'" pela direita (Sance) ou pela f,'ente<br />

<strong>do</strong>eini-migo.<br />

Foi p"eveni<strong>do</strong> o general Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> nece si<strong>da</strong>de de alguma operação?<br />

O almirante combinára com elle, para esse fim, um plano de signaes, que deviam<br />

ser trÇl,nsmitti<strong>do</strong>s <strong>da</strong> esquadra para o patacho Iguassú, posta<strong>do</strong> na boca <strong>da</strong> lagôa Pi,'is,<br />

e d'este para o observatorio <strong>do</strong> 10 corpo, no Potrero Pi.ris.<br />

Os sigllaes eram 9:<br />

].0 A esquadra principiou o ataque ele C1ui'upaity;<br />

2.° Gnru[ aity caIou suas baterias;<br />

3.° O exercito começou o ataque;<br />

'i.° Ourup'litv é \lOSSO;<br />

[0.° Oonvém 'um ataque geral;<br />

(1.0 Nossas forças voltaram ás suas posições 'lute<strong>do</strong>res;<br />

7.° eguem sobre Humaitá; .<br />

8.° Alcançaram victoria;<br />

9.0 O inimigo foge em deban<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

O un.ico signal h'ansmitti<strong>do</strong> d'l esquadra foi o 1·, e, não ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> feito o 30, não<br />

e podia saber em Tuyuty se o exercito avançára. Em consequencia <strong>do</strong> vento só se<br />

ouvia o h'oar <strong>da</strong> artilharia: podia .. er simplesmente um bombardeamento feito pela<br />

f/squ'Idra e respondi<strong>do</strong> pelo i.nimigo.<br />

Para uma demonstração energica seria necessario que apparecesse o 50 signal.<br />

O general Poly<strong>do</strong>ro Jordão, pois, cumprio o seu dever não se aventnran<strong>do</strong> a levar<br />

1l1TI ataque ás posições inimigas, e cingin<strong>do</strong>-se ao que havia si<strong>do</strong> ajusta<strong>do</strong> entro os generaes<br />

allia<strong>do</strong>s.<br />

Cumpre ain<strong>da</strong> notar que o presidente Mitre não podia esperar, como suppõem os<br />

annota<strong>do</strong>res de Thompson, que o general Poly<strong>do</strong>ro atacasse as linhas de Bojas, con-


1'28<br />

tropas fóra <strong>do</strong> entrincheiramento, para fazer crêe aos Pal'aguayos que<br />

ia avançar (I) Se houvesse assalta<strong>do</strong> Paso-Gomez teeia si<strong>do</strong> destroça<strong>do</strong><br />

mais completamente ain<strong>da</strong> <strong>do</strong> que MitreemOurupaitjT, porque sofi'reria<br />

ao mesmo tempo um fogo de frente e flanco, en<strong>contra</strong>ria peior caminho<br />

que o de Ourupaity, e nãO teria o opoio <strong>da</strong> esquadra. Esse general<br />

foi muito vitupera<strong>do</strong> pelos Allia<strong>do</strong>s, porém, con idera<strong>da</strong> a ver<strong>da</strong>deira situação<br />

<strong>da</strong> cousas, obrou com acerto.<br />

« O general F 1or e s, com a cavallaria <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s (2), contornou<br />

a esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Paeaguayos, atravessan<strong>do</strong> o E tero Bellaco em Paso-Oanôa,<br />

onde matou ou aprisionou uns 20 homens que ahi estavam <strong>da</strong> observaçilO,<br />

e chegou até Tl1yu-Ouê, demoran<strong>do</strong>-se algum tempo na altura<br />

proxima ao Paso-Oanôa P).<br />

fU.ndin<strong>do</strong> um'l. demonstração com um assalto. No mesmo protocollo está, em outro trecho,<br />

bem explica<strong>do</strong> o pens mento <strong>do</strong>s generaes allia<strong>do</strong>s.<br />

« Por lo que respccta aI movimiento jeneral el) tod>l la linen enemiga, se com prende<br />

C!.ue debe limitarse á un't demonstracion, ó á una dil'ersion, Ó un reconocimiento, pues<br />

no és conveniente comprometter <strong>do</strong>s ataque diverjenies.. »<br />

(l) Pelos <strong>do</strong>cumentos e notas <strong>do</strong> AplJenc!ice verá o leitor qne o general PolYlloro<br />

linha no ]0 corpo de exercito 4 divisões de infantaria.<br />

A 1" dil'isã (general Argollo) fez uma demonstra~1io pelos la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sance, depois<br />

qu as nossas baicri'ts romperam ) fogo. A 2" general Jacilltho Macha<strong>do</strong> Bittencot.ui)<br />

não eslava complet'l, pois fJ batalhões <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> Paranhos haviam segui<strong>do</strong> para Curupaity.<br />

A briga<strong>da</strong> que t.\)stava, d'essa divisão, e as divisões 3· (gener~l Guilherme de<br />

Souza) e 4. (coronel Resin ' , estavalll r como a P. promptas para marchar, haven<strong>do</strong> anteriormentel:e~opli<strong>do</strong>.<br />

aos depositos as mochi.la~ <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e as ba~agens <strong>do</strong>s o:fficiaes.<br />

A 3" ilivlsao fOl guarnecer o flanco dlreIto <strong>do</strong> aeflmpameoto alha<strong>do</strong>, onde o presi·<br />

dente ll'litre, ausentan<strong>do</strong>-se com quasi toclos os Argentinos, deixára o general Gelly y<br />

Obes com poucos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e a c!\vall'lria que não tinha cavallos, de guar<strong>da</strong> ás bagagens<br />

e á artilliaria ~sa<strong>da</strong>: <strong>do</strong> seu exercito,<br />

As bateria"OIJrazileiras bombardearam desde as 7 1/2 <strong>da</strong> manhã até as 4 1/2 <strong>da</strong> tarde<br />

as posições inimigas, fa7.en<strong>do</strong> 1 07l tiros.<br />

O general Argollo, no reconhecimento qne· f z para os la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sauce, empregou<br />

apenas ;!, batalhões, o o e o 9° de linha, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong>s majores Hermes <strong>da</strong> Fonseca<br />

e Barros Falcão (ambos são hoje generaes).<br />

TiI'emos 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, e 1 o:fficial e 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

(2) Com 3 000 homens de cavallal'Í'l, sen<strong>do</strong> :'.500 Brazileiros e 500 Argentinos e<br />

Orientnes.<br />

(3) ão encoutl'amos a parle o:fficlal de Fl6res sobre esta exploração, e p r isso<br />

poucos pormenores podemos <strong>da</strong>r.<br />

O que a este general competia fazer ficou estabeleci<strong>do</strong> na' conferencia de 8 de :Setembro,<br />

em cujo protocollo lê·se o seguinte:<br />

« 2 0 Desprend.r oportunamente la caLJalleria por nuestra derecha llevan<strong>do</strong>la por la<br />

l'etaguardia deI enemigo hastfl <strong>do</strong>nde fuere posible, á las ordenes deI SOl' general Flores,<br />

con el objeto de cooperar á las opemciones deI ejército expediciou!1rio por la parte deI<br />

<strong>Paraguay</strong> ",<br />

Com effeitfl, na manhã de .2 de Setembro partio de Tuyuty o general Flores com<br />

quasi to<strong>da</strong> a cavallaria <strong>do</strong> exercito alUa<strong>do</strong> que poude ser monta<strong>da</strong>, isto é, com 2.50tl<br />

Brazileiros e 500 Argentinos e Orientaes, e seguio na direcção <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong>s linhas<br />

paraguayas ue Rojas. No Passo Cl1nõa, vao <strong>do</strong> EsteI'O Rojas (Thompson chama o<br />

Rstero BeUaco <strong>do</strong> Norte), deteve-se Flores, destroçan<strong>do</strong> ahi um piquete inimigo, que<br />

te,e varios mortos e feri<strong>do</strong>s, e uns 20 prisioneiros. Segun<strong>do</strong> o general Resquin, o grosso<br />

<strong>da</strong> columna de Flores conservou-se n'esse lugar, e apena um regimento transpõz o<br />

esteu'o, ch .gan<strong>do</strong> até . Solano. To<strong>da</strong> es a face <strong>do</strong> quadrilatero inimigo estava então<br />

aberh, e só no dia seguinte ordenou Lopez aos seus engenheiros que dessem começo á<br />

consLl'Ucrão de triuchell'~s nos intervall'ls <strong>do</strong>s pantltnaes.<br />

o Ília 23, emquanto as baterias <strong>do</strong> lo corpo de exercito bombardeavam o campo<br />

inimigo, o general Guilherme le Souza com as ./ briga<strong>da</strong>s de infantaria ela 3" divisão,<br />

uma <strong>da</strong> 4" e 8 bocas de fogo, avançava na direcção <strong>do</strong> flanco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong>s linhas de<br />

Rojas para proteger a volta de Flores. A's 7 horas <strong>da</strong> noite estava este no acampamento<br />

de Tuyuty, trazen<strong>do</strong> uns 18 ou 20 prisioneiros (Olficios elos generaes Poly<strong>do</strong>?'o<br />

Jordéto e GtlÍlhe,'me de Sou~a).


129<br />

« Lopez tinha alguns batalhões e regimentos de reserva em Paso­<br />

Pucú, mas não permittio que um s6 se move se ante. de dec;di<strong>da</strong> a<br />

victoria de Curupait.v. Só então fez elle pat'tir o batalhão n. l'? para<br />

recolher as at'mas aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong>s pelo inimigo, e destacou 2 regimento<br />

de cavallaria para cortar a retira<strong>da</strong> de Flores; mas este retirou-se a<br />

tempo, conhecen<strong>do</strong> que havia falha<strong>do</strong> o ataque a Curupaity.<br />

«To<strong>do</strong>s o Argentinos embarcaram em Curuzú, voltan<strong>do</strong> para<br />

Tuyuty. 'aquelle ponto ficaram s6mente os Brazileiros <strong>do</strong> 2 0 corpo de<br />

exercito, as ordens de Porto-Alegre. Tinha ain<strong>da</strong> este gel1eral 8.000<br />

homens sãos (1), que trabalharam vigorosamente em entrincheirar-se.<br />

« Se Curupaity tive se si<strong>do</strong> ataca<strong>do</strong> á noite, haveria para o Allia<strong>do</strong>s<br />

alguma prob:tbili<strong>da</strong>de de feliz exito ; porém, nenhuma, assaltan<strong>do</strong>-o, como<br />

o fizeram, de dia, depois de haverem <strong>da</strong><strong>do</strong> aos <strong>Paraguay</strong>os to<strong>do</strong> o tempo<br />

de que precisavam para fortificar a posição. »<br />

O exame <strong>do</strong> extenso campo de operações, medin<strong>do</strong> quasi tres milha'><br />

allemães (2) em um arco desde Curupaity, por Tuyut.r, até Paso Canôa,<br />

suggere considerações a respeito <strong>da</strong> disposição e execução <strong>do</strong>s movimentos<br />

<strong>do</strong>s exercitos.<br />

Os generaes Allia<strong>do</strong>s s6 tarde se persuadiram de que o meio mais<br />

faci! de tomar a linha de Rojas era a occupação de Ourupaity, que<br />

abria a estra<strong>da</strong> de Humaita. De facto era esta a mediàa mais acel'ta<strong>da</strong><br />

e simples, mas, sobretu<strong>do</strong>, devia-se tel' leva<strong>do</strong> em conta (1. grande habili<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os em lev,mtar e aproveitar fortificações pas. ageiras.<br />

Os trabalhos executa<strong>do</strong>s no entrincheiramento <strong>da</strong> lagôa Lopez, que não<br />

foram percebi<strong>do</strong>s pela guarnição de Curuzú, tornaram-se sem duvi<strong>da</strong> uma<br />

<strong>da</strong>s cansas <strong>do</strong> mallogro <strong>do</strong> a salto, alia bem combina<strong>do</strong>. ão se deprehende<br />

<strong>da</strong>s participações officiaes qual seja o ver<strong>da</strong>deiro responsavel <strong>do</strong> descui<strong>do</strong>.<br />

Fôra, porém, injusto attribuir a culpa s6mente ao official-advoga<strong>do</strong> argentino<br />

(3).<br />

O' <strong>Paraguay</strong>os com aquel1a obra de defeza executaram um primol'<br />

de arte, sen<strong>do</strong>, é ver<strong>da</strong>de, auxilia<strong>do</strong>s pelo tempo, que transformou os<br />

charcos em banha<strong>do</strong>s, os banha<strong>do</strong>s em lagoas e to<strong>do</strong> o campo de batalha<br />

em um segui<strong>do</strong> pantanal. Até sem intervenção <strong>do</strong> tempo não deixaria<br />

de ser primorosa a execução d'aquelle entrincheiramento av,mça<strong>do</strong>,<br />

(l) Por um ofHcio elo general I a<strong>do</strong>-Alegre escripto em [) de Outubro (13 dias depois d<br />

ataque de Curupaity) verificámos que o 2 0 corpo de exercito, acampa<strong>do</strong> em CUl'llZÚ, til1h'~<br />

nessa. <strong>da</strong>ta 8,316 homeus.<br />

Porto-Alegre pedia ao general Poly<strong>do</strong>ro Jordão um reforço de 1.600 infantes que lhe<br />

fori\m neg~(los. (Vej. o Appendice, n 19).<br />

(2) Um arco traça<strong>do</strong> de CUl'llpaity n Tuyuty, e d'este ponto a PiloSO Canõa leria<br />

muito maior extensão que a indica<strong>da</strong> pelo autor.<br />

(3) Já ficou dito que ignoramos quem seja este advoga<strong>do</strong> argentino de que falla o<br />

autor.<br />

B 17


130<br />

que diminuio a acção <strong>da</strong> artilharia <strong>do</strong>s ADia<strong>do</strong>s, ~eduúo os atacal1tp,g a<br />

um espaço limita<strong>do</strong> e completamente vanich pelo fogo inimigo, e difficultou,<br />

se não impedio, a communicação entre as columnas de assalto<br />

e sua base de operações em Curuzu. Tal obra, a meio kilometro de<br />

distancia <strong>do</strong> objectivo <strong>do</strong> ataque, deveria ter si<strong>do</strong> observa<strong>da</strong> pelo Allia<strong>do</strong>s,<br />

cnja frente estava d'ahi a <strong>do</strong>ns kilometros (1) .. ls50, porém, não aconteceu,<br />

e sómente no momento <strong>do</strong> ataque ou por meio d'elle foi elia reconheci<strong>da</strong><br />

(2).<br />

Não faltou uma habil e conveniente disposição para'o ataque elo<br />

pretendi<strong>do</strong> Curupaity, o que logo se demon trou pela expugnação elo<br />

entrincheil'amento avança<strong>do</strong>. Se Mit r e ou P or t o-A 1e g r e nno estives<br />

em na ignorancia <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> terreno por traz d'e se entrincheiramento,<br />

teriam provavelmente toma<strong>do</strong> outra:- medi<strong>da</strong>s (3) : teriam e,ita<strong>do</strong><br />

o ataque simultaneo <strong>da</strong>s 5 columnas (4): tel"iam feito to<strong>do</strong> o possive1<br />

para reduzir ao silencio as baterias nos <strong>do</strong>is extremos <strong>do</strong> fosso, cujo<br />

fogo enfiava as tropas allia<strong>da</strong>s, e teriam tenta<strong>do</strong> penetrar por ambos ou por<br />

um <strong>do</strong>s flancos, levan<strong>do</strong> rapi<strong>da</strong>mente artilharia para os <strong>do</strong>us extremos<br />

<strong>da</strong> trincheira, paralysan<strong>do</strong> no centro a primeira linha de defez:a, e hostilisan<strong>do</strong><br />

a retira<strong>da</strong> <strong>da</strong>s peças e <strong>do</strong>s artilheiros. E' preciso que nos<br />

colloquemos na posição <strong>do</strong>s assaltantes, para podermos devi<strong>da</strong>mente avaliar<br />

o e. panto e a sorpre a <strong>da</strong>s suas columnas quan<strong>do</strong> reconheceram,<br />

<strong>da</strong> trincheIra toma<strong>da</strong>, que na<strong>da</strong> ]laviam consegui<strong>do</strong>, que só então iam<br />

encetar a cruenta tarefa. N'esse mesmo momento <strong>da</strong>s bem assesta<strong>da</strong>s<br />

peças <strong>da</strong> trincheira principal rompeu aquella chuva de metralha, que os<br />

proprios <strong>Paraguay</strong>os declararam t~r si<strong>do</strong> me<strong>do</strong>nha. chuva a que só era<br />

passiveI escapar fugin<strong>do</strong> <strong>da</strong> posição conquista<strong>da</strong>.<br />

A rapi<strong>da</strong> retira<strong>da</strong> <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os <strong>do</strong> entrincheiramento avança<strong>do</strong><br />

para Curupaity devia motivar algum reparo, se elies não tivessem<br />

sciencia de que para os Allia<strong>do</strong>s começavam as ver<strong>da</strong>deiras difficul<strong>da</strong>des<br />

depois de toma<strong>do</strong> aquelle entrincheiramento, pois pela lagoa L o p e z não<br />

tinham como levar nenhuma peça de'smonta<strong>da</strong> nem os feri<strong>do</strong>s, e porque,<br />

avançan<strong>do</strong> o inimigo em massas compactas para o assalto de Curupaity,<br />

as peças <strong>do</strong> forte tinham no entrincheiramento avança<strong>do</strong> um alvo<br />

commo<strong>do</strong> (5)<br />

(1) ü leitor não deve ter muita confiança n'estas cl.isLan<strong>da</strong>s.<br />

Pela nossa parte deixamos de verificar este ponto por falta de tempo obriga<strong>do</strong>s como<br />

est


131<br />

A noticia que dá T h o m ps o n (1) de haverem sidQ feri<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

officiaes paraguêtyos pelos atira<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Gran-Chaco augmenta a nossa<br />

sorpre 'a por não se ter n'esse ataque aproveita<strong>do</strong> melhor aquella<br />

margem <strong>do</strong> rio. Onde se pôde estabelecer um batalhão de atira<strong>do</strong>res,<br />

ou <strong>do</strong>nde pelo menos não é rechaça<strong>do</strong>, tambem ahi tem-se meios ele<br />

levantar uma bateria.<br />

Em combates posteriores ao norte de Humaitit mostraram os <strong>Paraguay</strong>os<br />

a possibili<strong>da</strong>de de levantaI-as e os proprios Allia<strong>do</strong>s deveram<br />

suas ulteriores victorias ao proveito que souberam tirar <strong>do</strong> Gran-Chaco,<br />

que, sen<strong>do</strong> invio, se transformou em transitave1. Qó <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> norte<br />

devia ser feito o serio ataque de Curupaity. Uma bateria podia ser<br />

estabeleci<strong>da</strong> sob a protecção de alguma pequena força, que <strong>do</strong>s encouraça<strong>do</strong>s<br />

desembarcasse no Gran-Chaco defronte <strong>do</strong> hospital, pouco mais<br />

ou menos onde esta indica<strong>do</strong> no mappa o ulterior acampamento <strong>do</strong> 2° corpo<br />

<strong>do</strong> exercito brazileiro. Ain<strong>da</strong> não tinham reconheci<strong>do</strong> os generaes<br />

allia<strong>do</strong>s, como mais tar<strong>da</strong> aconteceo, a importancia estrategica <strong>do</strong> Gran­<br />

Chaco.<br />

Naturalment Mitre e os Argentinos procuraram desculpar o revez<br />

que acabavam de so[1'er, feri<strong>do</strong> em seu amor praprio, porquanto os Brazileiros<br />

em identicas circumstancias se haviam apodera<strong>do</strong> de Curuzú.<br />

Não se deve por isso estranhar que a culpa fosse lança<strong>da</strong> sobre o<br />

general Poly<strong>do</strong>ro Jordão, que não atacára ao mesmo tempo alinha<br />

de Roja . Mas o exame calmo <strong>da</strong>s cousas desfal: tal accusação. O general<br />

P o1Yd o r o J or dão, immobilisan<strong>do</strong> u ma parte <strong>do</strong> exercito paraguayo,<br />

que, por temer a ca<strong>da</strong> momento um ataque, não podia acudir<br />

à Curupaity, fez o que lhe era possivel n'es 'as circumstancias: a prova<br />

esta em que L o p e z não ou ou man<strong>da</strong>r para o extremo flanco esquer<strong>do</strong><br />

de 'uas linhas a reservas <strong>do</strong> Paso-Pucú para frustarem a exploração.<br />

.feita pelo general FIo r e s.<br />

A simples demonstração feita por Poly<strong>do</strong> 1'0 Jordão, ameaçan<strong>do</strong><br />

as p0sições inimigas <strong>da</strong> sua frente, conseguia mais <strong>do</strong> que teria consegui<strong>do</strong><br />

um ver<strong>da</strong>deiro ataque, não haven<strong>do</strong> além d'isso nem o risco<br />

nem as per<strong>da</strong>s inevita\ ei ' no as nlto de bem defendi<strong>da</strong>i:l trincheira .<br />

Accrescia que, ten<strong>do</strong> o general Mi t r e reuni<strong>do</strong> em CUfUZU mai de<br />

18.0JO homen', eram as tropas de 'fuyuty muito fraca, para nm vigoro o<br />

commettimento, não e poden<strong>do</strong> ven ar ab olutamente n'isso, porque nem<br />

havia obras ele approche, nem se ti nha aberto brecha, 'e o ataque <strong>da</strong><br />

. (1) TomalllOS a lib r~ade de ,modült;ar aqui :1 tI'UdUC'I;iio, rlanlo o nOlU'" ,I,) oscl'iptol'<br />

lnglez, que o r. SI;hnClder mlUt'lS vezes copia sem citar. );a IH.l,,·ão nllemã está este<br />

trecho redigi<strong>do</strong> <strong>do</strong> seguintil mo<strong>do</strong>: .<br />

« A decbra~ão de um omeial l'nragll""o dI) haVer


132<br />

Curupaity fosse feliz, os <strong>Paraguay</strong>os seriam força<strong>do</strong>s s6 por isso a aban<strong>do</strong>nar<br />

as linhas de Paso Gomes; no caso <strong>contra</strong>rio as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s<br />

Allia<strong>do</strong>s, pelo la<strong>do</strong> de Tuyuty, seriam <strong>do</strong>bra<strong>da</strong>me'1te maiores que as que<br />

soffreram diante de Ourupaity.<br />

Não se sabe ao certo o que induzio o general Flores, 'governa<strong>do</strong>r<br />

provisorio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Oriental <strong>do</strong> Uruguay, a deixar o acampamento<br />

logo apoz o ataque de OUl'Upaity, recolhen<strong>do</strong>-se à sua patria.. Querem<br />

uns que fosse o mallogra<strong>do</strong> movimento de flanco pelo Paso-Oanôa, e<br />

outros que algum desgosto pessoal "(1). Sem duvi<strong>da</strong> não era grata em<br />

Montevidéo a longa ausencia <strong>do</strong> chefe <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, ain<strong>da</strong> que este fosse<br />

apenas interino. Desde o restabelecimento <strong>da</strong> ordem interna no Esta<strong>do</strong>­<br />

Oriental e desde o começo <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> <strong>contra</strong> L o pe z, tinha Montevidéo<br />

recebi<strong>do</strong> grande impulso, tOl'nan<strong>do</strong>-se o emporio e a principal e, cala<br />

de transporte <strong>da</strong>s provisões bellicas e <strong>do</strong>s reforços de tropas. O ouro<br />

brazilei"'o despejava-se abun<strong>da</strong>ntemente n'essa praça, porque o Imperio<br />

não s6 ahi, como em Buenos-Aires, pagava á vista tu<strong>do</strong> quanto precisava.<br />

Repeti<strong>da</strong>s instancias e admoestaçãe recebeo Fio r es para que voltasse,<br />

pois o parti<strong>do</strong> blanco, acoroçoa<strong>do</strong> por sua ausencia, começava<br />

a agitar-se. A carta dirigi<strong>da</strong> por FIo r e s á sua e posa (2) depois <strong>da</strong><br />

derrota por elIe soffl'i<strong>da</strong> em 2 de Maio nos deixa ver o esta<strong>do</strong> de seu<br />

espirito, evidentemente magoa<strong>do</strong> ;'elo exterminio de seus Orientaes, pela<br />

sua posição de general de briga<strong>da</strong> braúleiro, e pela regeição por parte<br />

<strong>do</strong>s generaes alliaLlos de seus planos de guerrilheiro.<br />

Em fins de Setembro deixou Florl}s o acampan1ento alIiaclo ("<br />

regressan<strong>do</strong> a Montevic1éo por Buenos-Aires.<br />

pesde eS'e dia não houve mais cooperaçelo ffecti l7a <strong>da</strong> parte <strong>da</strong><br />

Republica Oriental.<br />

(I) A r'Limd'1 <strong>do</strong> govel'llldul' FI res nenhuma relaçã l.. m com o m'lnogro <strong>do</strong> alaquo<br />

de CUl'llpr.jty, como vlJrá o leitor <strong>do</strong>s d0cUlllentos qu ti mos no Appendice.<br />

Essa. sua resolução, aconselll..<strong>da</strong> pela situação pJliLica <strong>do</strong>. Estatlo-Oriental, fJi<br />

communic~<strong>da</strong>. ao <strong>governo</strong> im Derial pelo l'eprescnbn e ela Republi'u no Rio de Janeiro,<br />

sendu ohjecto de um prolocollo a signa<strong>do</strong> pur os e diplomala e pelo no 50 minislro <strong>do</strong>s<br />

negocios eSLlUngdros em fins <strong>do</strong> JulJlO ou principios de Agosto de 1 CiG.<br />

Em 2* de Ag.Jslo o go erna<strong>do</strong>r Flnr s annunci <strong>II</strong> lOS Olltl'OS genernes alUa 'os 'lue<br />

pUI'Liri'l no dia 5 de }tcmhro. Devon<strong>do</strong>, porém, inici r-so enti:b o ataque <strong>contra</strong> tu'UZÚ o<br />

('Ul'll, aiLy, ndion alie pOI' algulls dias a sua parti<strong>da</strong>. e sú om 26 de .JttJmhl\l deix.ou<br />

o ncampamenlo de 'l'nyul-y, desp (linelo-se <strong>do</strong>s sens comp1nbeiros <strong>do</strong> armas em uma<br />

proclamaçãfl, e asseglU'un<strong>do</strong>-lhe, qne (>lJ1 breve voltaria il r,ompartilhar Lhs E-ldigas tla<br />

campanha, <strong>do</strong> jo qlle lião pôde salisf lzer, p"rl1ue em l(J de Fevereiro elo anno seguinte<br />

foi b.\rLaramente a sa,,;sina<strong>do</strong> em uma LIas ruas mais [lUlJliC:1S Lle MOlltevidéo.<br />

(2) Já o loitor sabe 'lu pssa c'lrta é npocrvpha. o foi inventa<strong>da</strong> por um poriodico <strong>do</strong> Rio<br />

<strong>da</strong> Prat·], com o unico fim L ex.pôr ao ridiculo o gonCl"ll Flores e deprimir os Bl'


ACÇÕES<br />

BRAZILEIR05<br />

ARGEN-<br />

TINOS<br />

ORIENTAES<br />

TOTAL<br />

DOS<br />

MORTOS FERIDOS EXTRAVIADOS<br />

'rO'l'AL F6RA F6RA F6RA ALLIADOS<br />

DB cnMBATlTI DE COMBATE DE CO~mA'l'E<br />

., ., ., ., ., ., I ., ., I<br />

.,<br />

C<br />

~<br />

... C ~ C<br />

... C ... C<br />

'tl<br />

c 'g 'tl 'tl 'tl<br />

~ .~ .~ <br />

~ o<br />

~ I:::l ><br />

«';l c+<br />

trJ _. c+ P(':>~Cl>- o<br />

CIJ ~ I:::l Cl> ~<br />

!" p.. g. a e-t-<br />

CIJ o l=' "'l o<br />

tu ~l CD 3<br />

~ to. o o ~<br />

P, "'l p..<br />

~ ~p..to~<br />

..o ~~P3p..<br />

~ • N ~<br />

CD C1Q _.<br />

rn ~ ~ )-o-J 8.<br />

~ '-":::;Cl>g-<br />

~ ~ ~ ~<br />

'"<br />

8 8'~p..<br />

p... CD CD<br />

o ~ ' I-'<br />

P' o" rn CoO<br />

- t:::: cn ~ .- rn I<br />

tA;)<br />

I'> (':> ....<br />

5' o ~ a<br />

CIJ 15 >:g<br />

p.. ....., t'-3 ~t<br />

E; J=;~o<br />

ê 01 P '<br />

(':> ~ I<br />

o ~ CP.<br />

1=1 "'l Cl><br />

~ ~ S ~<br />

p, p; ~ S'<br />

~ S :::>: g-<br />

rfJ Cl> ~<br />

~ ~e:it'<br />

t:i ~ ~<br />

C ~ a> ~<br />

.., l!:. S "'l<br />

o


X<strong>II</strong>I<br />

Intervenção <strong>da</strong> diplo:rnacia<br />

SO!.DIARTo.-Embargo posto pelo <strong>governo</strong> francez á sahi<strong>da</strong> <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> Brazil.-:Memo­<br />

"'andwJl1, <strong>do</strong> barão <strong>do</strong> Pene<strong>do</strong> iIo de Junho de lS(5).-E' levant


135<br />

<strong>da</strong> Republica <strong>do</strong> Paragua:r .. talvez em maiores proporções e rom caracter<br />

mais ostensivo <strong>do</strong> que permittiriam as condicçõe <strong>do</strong>s povos europeos.<br />

A maior somma de activi<strong>da</strong>de diplomatica coube, é ver<strong>da</strong>de, aos esta<strong>do</strong>s<br />

americanos, mas tambem a Europa concorreo com seu contingente, e<br />

pelos <strong>do</strong>cumentos- publica<strong>do</strong>s se reconhece quão intensa e embaraçosa<br />

foi a intervenção pessoal e reserva<strong>da</strong> <strong>do</strong>s agentes diplomaticos, que porfiavam<br />

naquella zona. As regiões platinas tinham si<strong>do</strong> no decurso <strong>do</strong>s<br />

ultimos 50 annos o theatro de multiplices interesses politicos, commerciae e<br />

humanitarios, que as mais <strong>da</strong>s veze.:J se achavam em conflicto, poden<strong>do</strong>- e<br />

affirmar que a diplomacia quasi sempre ahi se via em activi<strong>da</strong>de.<br />

Os diplomatas europeos consideravam a condicção informe e sempre<br />

variavel <strong>da</strong>s republicas sul-americanas co~o optimo ensejo para o conseguimento.<br />

de vantagens commerciaes, fazen<strong>do</strong> o mais possivel valer sua<br />

protecção e bons officios ou mesmo suas ameaça~.<br />

A principiarem as desintelligencias entre o Brazil e o Esta<strong>do</strong> Oriental,<br />

grande activi<strong>da</strong>de desenvolveo o ministro italiano Barbolani, cuja mira<br />

era a obten~ão de uma ilha. Pela numerosa immigração e pelo estabelecimento<br />

de tantos Italianos em Montevidéo e Buenos-Aires, tem a<br />

Italia grandes interesses comprometti<strong>do</strong>s na bacia <strong>do</strong> Prata, e parece .er<br />

,'ua ardente aspiração ahi alcançar um sitio para e tação e arsenal de<br />

sua marinha. Se Ba r boI a n i não obedecia a instrucções de seu <strong>governo</strong>,<br />

correspondia pelo menos aos vivos desejos de muitos de seus compatriotas<br />

quan<strong>do</strong>, com o engo<strong>do</strong> de coadjuvação, até mesmo material, tentava<br />

obter para a It'llia a posse de uma ilha pertencente á Republica<br />

Oriental.<br />

O singular phenomeno <strong>da</strong> liga de uma monarchia, unica na Á.rnerica,<br />

com duas republicas <strong>contra</strong> uma terceira, que até então vivêra<br />

alheia ás luctas politico-internacionaes, não podia deixar de provocar<br />

grande agitação no corpo diplomatico ahi acredita<strong>do</strong>, agitação que mais<br />

sensivel se tornou pela circumstancia d'3 existirem nas aguas <strong>do</strong> Prata<br />

divisões navaes <strong>da</strong> Inglaterra, França, Italia e <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-Uni<strong>do</strong>s,<br />

que a ca<strong>da</strong> momento podiam apoiar a acção <strong>do</strong>s representantes d'esses<br />

paizes.<br />

Pantenteou-se logo em to<strong>do</strong>s decidi<strong>da</strong> tendencia para evitar a <strong>guerra</strong>,<br />

ou, não sen<strong>do</strong> isso possivel, à vista <strong>da</strong> flagrante violaçãJ <strong>do</strong> direito<br />

<strong>da</strong>s gentes por parte <strong>do</strong> presidente <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, ao menos embaraçar<br />

a alliança e suas' operações militares.<br />

Alguns diplomatas obedeciam a instrucções de seus <strong>governo</strong>s, outros<br />

pelas communicações e noticias que enviavam despertaram taes inclinações.<br />

Durante to<strong>do</strong> o decurso <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> nenhuma potencia neutra


136<br />

mostrou sympathias pela Triplice Allian~a, mas tambem nenhuma coadjuvou<br />

por actos o presidente L o p e z.<br />

Como com o tão falla<strong>do</strong> testamento de Pedro o Grande tem<br />

aconteci<strong>do</strong> na Europa as, im tambem tornou-se um ponto obriga<strong>do</strong> na<br />

discus ões politicas <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s sul-americanos declamar <strong>contra</strong> o Brazil<br />

pela sua tradicional ambição de conquistas territoriaes, e a essa accuação<br />

se ubordinam to<strong>da</strong>s as demais considerações poliLicas.<br />

Em VãO tem procura<strong>do</strong> essa rnonarchia, desde a acclamaç;íQ <strong>do</strong><br />

Impera<strong>do</strong>r D. P e d r o I I, demon traI' por palavras e actos, que não<br />

de eja alargar a sua área territorial, já tão extensa, nem incorporar<br />

á sua nacionali<strong>da</strong>de e1ementos heterogeneos: os ataques <strong>contra</strong> a ambi~ão<br />

brazileira não ces~am nas regiões platinas, onde, segun<strong>do</strong> parece,<br />

se acredita que é elIa uma verba <strong>do</strong> testamento de D. P ed r o I, a quem<br />

se deveo a annexaçrto temporaria <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong>-Oriental ao Imperio (1).<br />

Talvez sirvam de motivo e de desculpa para este pesadelo politico<br />

<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s sul-americanos as condicções particulares <strong>do</strong>s muitos Brazileiros<br />

que possuem estancias nos departamentos septentrionaes <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong>­<br />

Oriental, e suas rela~ões com a provincia <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, as<br />

questões ain<strong>da</strong> pendentes de limites com o <strong>Paraguay</strong>, o Perú e a Bolivia (2),<br />

o con<strong>do</strong>minio <strong>do</strong>s grandes rios Paraná,' Ama~onas e seus confiuentes,<br />

finalmente, um parti<strong>do</strong> no proprio Brazil, que subordina o elemento nacional<br />

ao elemento geographico (3).<br />

Certamente não se en<strong>contra</strong> justificação nos factos, que· qualquer<br />

póde por si apreciar. Não importa, porém, apurar a ver<strong>da</strong>de d'esses<br />

factos: o que, sim, fica sempre de pé é a desconfiança e o receio<br />

de que o Brazil pretende em tempo opportuno 'l.bsorver o Esta<strong>do</strong>-Oriental,<br />

o <strong>Paraguay</strong>, Oorrientes e Entre-Rios, e ha de realizar este anhelo, a<br />

des'peito <strong>do</strong>s sãos pl'opositos <strong>do</strong> <strong>governo</strong> actual, pela força <strong>da</strong>s circumstancias.<br />

N'este particular é caracteristica a asserção <strong>do</strong> presidente Oarlos An tonio<br />

L ope z, que em um memO?'andum sobre as questões de limites com o<br />

Imperio, fallan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s rios Apa e Branco, assim se exprimia pouco mais<br />

ou menos:<br />

« O <strong>Paraguay</strong> nãO tem interesse immediato em occupar a regiãO<br />

deserta entre estes <strong>do</strong>us rios, mas não deve permittir que chegue tão<br />

perto de seus districtos povoadils um vizinho tão poderoso como o Brazil,<br />

Os grandes esta<strong>do</strong>s têm a natural tendencia ou a missão de absorver os<br />

(I) A. occupação milit'lr d·\ BRu<strong>da</strong>-Orieutal fez-se durante o reiua<strong>do</strong> de D. João VI e,<br />

portanto, antes <strong>da</strong> proclam~ção <strong>da</strong> independellcia <strong>do</strong> Brazil. A anuexação ao Reino Unl<strong>do</strong><br />

de Portugal, Brazil e AJgal'Ves foi declara<strong>da</strong> em 1821.<br />

(2) Já estão resolvi<strong>da</strong>s as questões de limites entre o Imperio, o Perú, a Bolivia e o<br />

<strong>Paraguay</strong>.<br />

(3) Não ha parti<strong>do</strong> algum no Brazil que deseje tal cousa. Estamos muito á larga<br />

em nossas fl'onteiras.


137<br />

esta<strong>do</strong>s menores que lhes ficam proximos. E' este o motivo que leva o<br />

<strong>Paraguay</strong> a desejar que seja declara<strong>do</strong> neutro o territorio em litigio. »<br />

Era sem duvi<strong>da</strong> um motivo plausivel. mas não sufficiente para arrastar<br />

um pequeno esta<strong>do</strong> a declarar a <strong>guerra</strong> a outro maior.<br />

Passemos em silencio o procedimento tacanho <strong>do</strong> <strong>governo</strong> imperial<br />

t1e França deten<strong>do</strong> um navio ele <strong>guerra</strong> brazileiro construi<strong>do</strong> em Toulon.<br />

To<strong>da</strong> esta questão se acha explica<strong>da</strong> no AppendicB (1).<br />

O juizo arbitral <strong>do</strong> rei Leopol<strong>do</strong> I <strong>da</strong> Belgica manifestou ao<br />

<strong>governo</strong> inglez a injusta e improcedente'attitude que assumira para com<br />

u Brazil por causa elo confiicto que com a policia <strong>do</strong> Rio de Janeiro<br />

ha'vlam ti<strong>do</strong> alguns officiaes embriaga<strong>do</strong>s <strong>da</strong> warillha ingleza.<br />

Igual resulta<strong>do</strong> con eguio, por seu peoceder energico, o ministro<br />

brazileiro barão de Pene<strong>do</strong>, mo tl'anJo ás autori<strong>da</strong>des fcancezas que<br />

não tinham direito de ingerir-se na questão <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> B?'a':;ll.<br />

Contentamo-nos aqui com chamar a attenção <strong>do</strong> leitor para o Appendice.<br />

Maiores comequencias acarretou a incomprehen:sivel indiscrição <strong>do</strong><br />

conde de R u s s e I, ministro <strong>do</strong>s negocias estrangéi.ros <strong>da</strong> Inglaterra,<br />

man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> publicar no seu relataria (blue book) o teor <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

Triplice Alliança, que confidencial monte lhe fÔra communica<strong>do</strong>.<br />

O encarrega<strong>do</strong> de negocias <strong>da</strong> Inglaterra em Montevidéo, Mr.<br />

Lettson, ten<strong>do</strong> noticias <strong>da</strong> celebração <strong>da</strong>quelle trata<strong>do</strong>, procurou, no<br />

interesse de seu <strong>governo</strong>, colhei' informações a respeito de suas clausulas.<br />

Responden<strong>do</strong>-se-Ihe que eram secretas, pois as partes <strong>contra</strong>taBtes,<br />

por um voto solemne se haviam comprometti<strong>do</strong> a não divulgal-a:s,<br />

L e t t s on, para chegar ao conhecimento <strong>da</strong>s principaes estipulações,<br />

aproveitou-se de suas rela~ões pessoaes com o ministro <strong>do</strong>s negocios<br />

estrangeiros <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> Oriental, Ca r los d e Ca s t r v. Este moço inexperiente,<br />

eleva<strong>do</strong> a tão espinhoso cal'go pela victoria <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> colora<strong>do</strong>,<br />

accedeo não s6 a prestar-lhe informações oraes, como até a fornecer<br />

uma copia <strong>do</strong> trata<strong>do</strong>, sob promessa feita pelo diplomata britannico de<br />

guar<strong>da</strong>r o devi<strong>do</strong> sigmo.<br />

A copia foi logo remetti<strong>da</strong> para Londres e chegou assim ás mãos<br />

<strong>do</strong> c ofi d e d e R u s s e 1.<br />

Quer não désse este importancia alguma ao facto, quer adrede quizesse<br />

pela publicação suscitar embaraços ao <strong>governo</strong> brazileiro, que<br />

(1) Suppl'imimos <strong>do</strong> ,1plJendice o extracto que fez o auLor <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos relillivos<br />

no embal:go posto pelo gOV~l'110 francez á ~ahi<strong>da</strong> <strong>do</strong> enc9uraça<strong>do</strong> Urozil, construi<strong>do</strong> I ela<br />

companhia Forges et chontters de la ltreclttérronée em virtude de <strong>contra</strong>cto assigna<strong>do</strong> em<br />

1863, um anno antes <strong>do</strong> rompimento <strong>da</strong>s hostili<strong>da</strong>des entre o Bmzil e o PlIraguay.<br />

O <strong>governo</strong> fl'ancez levantou o embargo em 9 de Junho de 1865 apenas foi informa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s factos pela leitura <strong>do</strong> memorandum <strong>do</strong> barão <strong>do</strong> Pene<strong>do</strong>.<br />

To<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>cumeatos reI~tivus a esta questão acompanham o Relatorio <strong>do</strong> jJfinistel-io<br />

<strong>do</strong>s Negocios Estrangeiros de 1866.<br />

Deixamos de 0,, h'l\nsCl'eyel' por fll.lti\. de tempo para extrahir cópias.<br />

B 18


13<br />

acabava de sahir triumphante na questão Ohri sti e, o certo é que man<strong>do</strong>u<br />

estampa(o <strong>do</strong>cumento no Livro Azul, que tinha de ser apresenta<strong>do</strong> aos<br />

membros <strong>do</strong> parlamento.<br />

Em defesa de sua honra devemos tambem admittir que não tivesse<br />

li<strong>do</strong> o paragrapho, que determinava a não divulgação <strong>do</strong> trata<strong>do</strong>. A publicação<br />

provocou em to<strong>da</strong> a America Meridional extraordinaria celeuma.<br />

Ohoveram protestos e correspondencias diplomaticas, to<strong>da</strong>s, ao principio,<br />

infensas ao Brazil.<br />

As in<strong>da</strong>gações então havi<strong>da</strong>s mostl'aram serem os cuba<strong>do</strong>s cl'essa<br />

indiscdp ~ão o ministro oriental e o encarrega<strong>do</strong> de negocios <strong>da</strong> Inglaterra.<br />

O ministro Oast r o foi obriga<strong>do</strong> a renunciar o seu cargo, ao<br />

passo que L e t t s on ficou escoima<strong>do</strong> de pecha e contmuúu a merecer<br />

as boas graças de seu <strong>governo</strong>.<br />

À destituição <strong>do</strong> ministro Oast 1'0 deo-se com estrepitoso desabafo,<br />

pOl'que no dia em que fez elle entrega <strong>da</strong> pasta, endereçou uma missiva<br />

ao conde de Russel, a qual na vehemencia <strong>da</strong> linguagem e<br />

na escolha <strong>do</strong>s termos injuriosos talvez não tenha rival nos annaes <strong>da</strong><br />

diplomacia.<br />

Segun<strong>do</strong> o costume desses paizes, costume que infelizmente tam~<br />

bem se vai propagan<strong>do</strong> pela Europa, a carta de recriminação, ao mesmo<br />

tempo em que era expedi<strong>da</strong> para Londres, tambem apparecia publica<strong>da</strong><br />

nos jornaes, tornan<strong>do</strong>-se assim as irrespondiveis invectivas ain<strong>da</strong> mais<br />

ofi'ensivas para o <strong>governo</strong> inglez. Este, porém, julgou ser o melhor alvitre,<br />

como de facto era, fingir ignorar to<strong>do</strong> o incidente, tanto mais quanto nenhum<br />

<strong>do</strong>s ires esta<strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s, para não afflrmar a exactidão <strong>do</strong> teor<br />

divulga<strong>do</strong>, tratou d'esta questão officialmente.<br />

No mun<strong>do</strong> diplomatico causo:! o incidente grande sensação e pro­<br />

"ocou observações e conceitos desagra<strong>da</strong>veis ao conde de Russel.<br />

Alguns orgãos <strong>da</strong> imprensa ingleza aproveitaram-se <strong>da</strong> carta d) ministro<br />

Oa s t r o para commentarios acerbos. No fun<strong>do</strong> não merecia grande reparo<br />

o procedimento <strong>do</strong> <strong>governo</strong> britannico porque de hlt muito a orgulhosa<br />

Inglaterra está afi'eita a tratar com sobranceria os negocias <strong>do</strong>s<br />

turbulentos flsta<strong>do</strong>s sul-americanos; mas ninguem ain<strong>da</strong> tinha ousa<strong>do</strong><br />

«lançar em rosto» a um ministro <strong>do</strong>s negocios estrangeiros <strong>da</strong> Inglaterra<br />

«um abuso de confiança», denominar de «machiavellico» o procedimento<br />

<strong>do</strong> <strong>governo</strong> inglez, classificar o aconteci<strong>do</strong> como um «acto de perfidia»,<br />

declarar «no<strong>do</strong>a<strong>da</strong>» a honra <strong>da</strong> Grã-Bretanha, e convi<strong>da</strong>r o povo inglez<br />

<strong>do</strong> futuro a «lançar o pó <strong>da</strong> ignominia sobre o tumulo <strong>do</strong> improbo<br />

Inglez, que como ministro representa a Inglaterra actual».<br />

Se nos gabinetes respectivos o successo passou sem deixar vestígio<br />

porque os Allia<strong>do</strong>s não queriam nem podiam confQssar seI exacto o texto


139<br />

publica<strong>do</strong> no relatorio inglez, em compensação levantou grande escarcéo<br />

na America <strong>do</strong> Sul. Ml.lito energica se mostrou a Republica <strong>do</strong> Perú,<br />

por ter si<strong>do</strong> .recusa<strong>do</strong> o ofi'erecimento de mediação feito no Rio de Janeiro<br />

em Junho de 18)6 pelo seu <strong>governo</strong>. O ministro brazileiro respondêra<br />

que só poderia haver paz com o presidente L op e z quan<strong>do</strong> fosse<br />

vinga<strong>da</strong> a honra nacional <strong>do</strong> povo brazileiro, porquanto prematuras negociações<br />

de paz só serviriam para acarretar novos e ain<strong>da</strong> mais graves<br />

sacrificios e complicações. Em seu ofi'erecimento fallára o <strong>governo</strong> peruano<br />

<strong>da</strong> acçao collectiva <strong>da</strong>s outras republicas <strong>da</strong> costa <strong>do</strong> Pacifico,<br />

o Chile, a Bolivia e o Equa<strong>do</strong>r (1). Mas sómente <strong>do</strong> Chile veio uma<br />

communicaf/ão identica, dirigi<strong>da</strong> á Republica Argentina.<br />

Conheci<strong>do</strong> o teor <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> <strong>da</strong> Triplice Alliança, man<strong>do</strong>u o <strong>governo</strong><br />

<strong>do</strong> Perú um protesto ao Rio de Janeiro (2), o qual, apezar de<br />

terminante e ameaça<strong>do</strong>r, envolvia tão singulares inferencias e asserções,<br />

que por si mesmo se condemnava á completa inefficacia. Entre outras<br />

cousas declarava o protesto que não havia precedeutes na historia para<br />

que os Allia<strong>do</strong>s fizessem a <strong>guerra</strong> unicamente <strong>contra</strong> o chefe <strong>da</strong> republica<br />

<strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> e não <strong>contra</strong> o povo <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, esqueci<strong>do</strong> de<br />

certo o <strong>governo</strong> peruano de que o reconhecimento official e a emancipação<br />

politica de seu proprio paiz ha.viam si<strong>do</strong> devi<strong>do</strong>s á. <strong>guerra</strong>, que a<br />

Santa Alliança movêra, não ao povo francez, mas ao seu chefe, Napoleão<br />

I.<br />

N'esse àocumento declarava o Peru que as outras republicas <strong>do</strong> Pacifico<br />

partilhavam a idéas ahi enuncia<strong>da</strong>s, e haviam de apre entar identicas<br />

reclamações•. Emquapto os outros <strong>governo</strong>s não se pronunciavam,<br />

o encarrega<strong>do</strong> de negocio. <strong>do</strong> Perú em Montevidéo protestava perante<br />

o <strong>governo</strong> imperial <strong>contra</strong> as consequencias <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> <strong>da</strong> Triplice Alliança,<br />

na supposição de achar-se reproduzi<strong>do</strong> fielmente no relatorio <strong>do</strong><br />

ministro d'esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Inglaterra.<br />

O <strong>governo</strong> imperial recebeo em Agosto o protesto e o memorandum<br />

<strong>do</strong> ministro de negocios estrangeiros <strong>do</strong> Perú, Pacheco, <strong>da</strong>ta<strong>do</strong> em 9<br />

de Julho <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Lima; mas, não lhe sen<strong>do</strong> licito, à vista <strong>do</strong><br />

artigo 18 <strong>do</strong> trata<strong>do</strong>, confirmar a fiel reproducção <strong>do</strong> mesmo na imprensa,<br />

determinou considerar o <strong>do</strong>cumento corno não recebi<strong>do</strong> e deixaI-o<br />

sem resposta. Nem era passiveI ao mini tro brazileiro Sá e AI b u­<br />

querq u e proceder de outro mo<strong>do</strong>, a menos de não querer, corno seu<br />

collega Carlos de CaRtro, <strong>da</strong> Republica Oriental, incnrrer na recha<br />

de indiscreto.<br />

(1) Vejo o Relatorio <strong>do</strong> l\!finiste,'io <strong>do</strong>s N'egocios Eswangeiros de 1867.<br />

(2) Pr?testos de ~ de J~lO, apre!>ent'l<strong>do</strong> el11 2 de Agosto de Hi66, pelo encarrega<strong>do</strong><br />

de negoCIos <strong>do</strong> Peru, Bemgno VI.gtl. Os <strong>governo</strong>s alli'l<strong>do</strong>s não der m respo ta e te<br />

<strong>do</strong>cumento.


140<br />

A Triplice Alliança não podia fazer concessõe , não podia curvar-se<br />

diante de ameaças, ou de hostili<strong>da</strong>des mais ou menos fl'ancas, Provavelmente<br />

houve a este respeito negociar.;n.es particulares entre os <strong>governo</strong>s<br />

<strong>do</strong>s tre esta<strong>do</strong>s allia<strong>do</strong>s, mas na<strong>da</strong> transpirou. No Appenclice (1) mencionamos<br />

os principae argumentos <strong>do</strong> Perú, porque nelles se espelham<br />

as opinilje e as tendeneias, que na America <strong>do</strong> Sul 'acompanharam esta<br />

<strong>guerra</strong>.<br />

Foram igualmente infructiferos os protestos <strong>do</strong> Chile e <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s­<br />

Uni<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Oolombia, em Setembro de 186G, e Junho de 18(H, <strong>contra</strong> a<br />

continua~ão <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> e as clausulas <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> de Alliança.<br />

Ao abrir se o parlamento brazileiro, em Maio de 1867, o <strong>governo</strong><br />

imperial ob,riou a to<strong>da</strong>, a propostas ele media~ão e reclamações com a<br />

olemne e formal declaração dB que a tres potencias allia<strong>da</strong>, pelo tratad<br />

, n io deporiam a'> armas antes de terem consegui<strong>do</strong> os fins de sua<br />

alliança,<br />

Com i so se contentaram essas republicas, que nM de ejavam ser arra<br />

ta<strong>da</strong>s na esteira <strong>da</strong> diplomacia peruana, porquanto o 'govemo de Lima<br />

almejava con tituir- e chefe e prolml 01' de to<strong>do</strong>s os e ta<strong>do</strong>s sul-americano,<br />

Assim pelo menos o demonstl'ou com a peregrinações de seu<br />

agente Seoan e, que aportou ao Rio de Janeiro com a proposta de uma<br />

alliança de to<strong>da</strong> a America Meridional <strong>contra</strong> as intervenções europeas,<br />

O Impera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Brazil não se mostrou adverso a este plagio <strong>da</strong> <strong>do</strong>utrina<br />

de Mon roe, mas o diplomata itinerante naufraóou completamente em Montevidéo<br />

e Buenos-Aires. (2) En<strong>contra</strong>nd.o tão fraco apoio, resol \'80 o <strong>governo</strong><br />

<strong>do</strong> Perú tornar a iniciativa p r sua propria conta. :Ta primeira<br />

es ão <strong>do</strong> congresso constituinte, achan<strong>do</strong>-se o mini.tro braziJein Va r­<br />

n h a g e n com outros collega'> (:3) na. tribuna <strong>do</strong> corpo diplomatico, o dictarror<br />

P r a d o declarou que « na <strong>guerra</strong> movi<strong>da</strong> pela Triplice Allian~a <strong>contra</strong><br />

o Pa"aguay, a ju tiça <strong>da</strong> causa e o heroismo <strong>da</strong> defesa se achavam <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, e o Perú devia protestar <strong>contra</strong> o escanrlalo de uma tal<br />

<strong>guerra</strong> », Qua i nus mesmo~ termos se exprimia o ministro pernano <strong>do</strong>s<br />

negocios e tl'angeiros em sel1 relataria a respeito <strong>da</strong>s relações exteriores<br />

<strong>da</strong> republica.<br />

Logo no dia seguÍ'lte Varnhagen eXIgia uma explicação cathegorica<br />

a res'1eíto <strong>da</strong> interpretação d'aquella palavra que con iderava como<br />

uma declaração de <strong>guerra</strong>. Qnanflo a nota bl'azileira chegou á ecretaria<br />

(1) Deixamo ue reproduúl' no Appendice e la <strong>do</strong>etlm nto pala mesma razilo ap H­<br />

iadu em outn nola, Vej, o Relatorio <strong>do</strong> Mini~tel"io dr,s Negoo os Estt'llngtil-os de I 6-,<br />

2) . bstemo nos d~' fa7.cl' comml'ntal'i.)s, rl'mettcn-lo semp (' o lei 01' paru os R I'lt rio,<br />

<strong>do</strong> ~lil1isterio <strong>do</strong>s Neg


141<br />

<strong>do</strong>s negocias éstrangeiros, já D. Toribio Pacheco, que tinha a~cripto<br />

aquellas palavras, não era mais ministro por ter si<strong>do</strong> demitti<strong>do</strong> pelo dicta<strong>do</strong>r<br />

P r a<strong>do</strong>. Um funccionario subalterno <strong>da</strong> se~retaria deo uma rellposta<br />

evasiva, declaran<strong>do</strong> que não fôra a intenção <strong>do</strong> dicta<strong>do</strong>r P r a <strong>do</strong><br />

irrogar com aquellas palavras offen a ao Brazil, e pedio a Vár n h a g e n<br />

que esperasse a nomeação <strong>do</strong> novo mini troo<br />

O successor de P a c h e c o foi o muito conheci<strong>do</strong> P a r e d e s, que affirmou<br />

não ter hayi<strong>do</strong> intenção de offensa ao Brazil <strong>da</strong> parte <strong>do</strong> coronel P r a d o,<br />

eutão presidente interino. Mas Varnhagen exigio uma retractação tão<br />

publica, como fôra a aggressão. Em consequencia d'isto foi demitti<strong>do</strong> o<br />

ministro Paredes e em seu lugar nomea<strong>do</strong> Osorio (Felippe). Procuran<strong>do</strong><br />

tambem. este evasiva'>, Varnhagen retirou-se de Lima, e, passan<strong>do</strong> pela<br />

republica <strong>do</strong> Equa<strong>do</strong>r, voltou ao Rio de Janeiro, onde seu procediment<br />

n'e'ta questão foi approva<strong>do</strong>. Então o <strong>governo</strong> imperial chamou o negocio<br />

a si, deo os pa saportes ao ministro peruano no Rio de Janeiro,<br />

e tomou to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s necessarias para tornar efficazes suas reclamações.<br />

Àntes que de Lima viesse a resposta, ja o presidente Pra<strong>do</strong> haTia<br />

si<strong>do</strong> deposto pelo vice-presidente general C a n s e c o, que declarou nullos<br />

to<strong>do</strong>s os actos de seu antecessor. Com isto desistia o Bl'a7.il de sua,<br />

queixas em Lima, considerou como não ditas as palavras pronuncia<strong>da</strong><br />

no congre so con~tituiDte, e reatou as rehçõe diplomatica' com a republica<br />

visinha.<br />

A im se desvaneceo a grande que·t:-lO com O Peru (I).<br />

Receio maior, <strong>do</strong> que estas ingerencias <strong>da</strong> republicas sul- americana!';,<br />

.inspirou a nota entregue a 21 de Janeil'o lle 1867 pelo general<br />

W a t s o n We bb, ministro <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong> -Uni<strong>do</strong> <strong>da</strong>· America <strong>do</strong> 1.-arte no<br />

Rio de Janeiro.<br />

Com a longa experiencia que já se tinha acerca <strong>da</strong> pretenções <strong>da</strong><br />

podero a republica <strong>do</strong> norte <strong>do</strong> continente americano, não se podia esperar<br />

que sua intervenção em fa.. 01' <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> podesse ser arre<strong>da</strong><strong>da</strong> como o<br />

prote to dQ Perú, Esta nota dimanava de uma potencia já prompta para<br />

a luta, vence<strong>do</strong>ra por mar e por terra em uma tetTivel guerm civil,<br />

natural protectora de to<strong>da</strong>s as repnhica,> e instituiçoes republicanas<br />

Ante de principiar a <strong>guerra</strong>, os agante' diplomatico <strong>da</strong> União nos<br />

esta<strong>do</strong>s platinos não tinham di, simula<strong>do</strong> sua sympathia,; pessoae e officiaes<br />

em prol <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>. Accrescia a isto que era a sumpto predilecto<br />

<strong>da</strong>s discussões nos Esta<strong>do</strong>s-Uni<strong>do</strong>s a conquista <strong>do</strong> grande rio Amazonas<br />

e a realisação, por meio <strong>da</strong> coloni ação, <strong>da</strong> pro, hecia de A1e x a n d r e<br />

(l) Veja se sobre est~ incic1lmte o Relatorio <strong>do</strong> MinistA'io dO$ Nc!gocio$ Esc.-angcil·os<br />

de 1868.


142<br />

de Humboldt, que aqueUe immenso valle está destina<strong>do</strong> a constituir-se<br />

um dia o centro <strong>da</strong> civilisação.<br />

A nota norte ·americana, redigi<strong>da</strong> em termos benevolos, propunha a<br />

installação de uma conferencia em Washington para reconciliar os belligerantes,<br />

e, se tal resulta<strong>do</strong> não se conseguisse, a nomeação de um<br />

arbitro.<br />

De teor eminentemente pratico e insiuLlante, eram estas propostas<br />

calcula<strong>da</strong>s para tornarem o <strong>governo</strong> norte americano arbitro <strong>da</strong> situação,<br />

e, sem sacrificios, preponderante na America <strong>do</strong> Sul. O presidente <strong>do</strong>s<br />

Esta<strong>do</strong>s-Uni<strong>do</strong>s designava a ci<strong>da</strong>de de Washington como ponto ele reunião<br />

para os delega<strong>do</strong>:> brazileiros, argentinos, orientaes e paraguayos, promettia<br />

um local apropria<strong>do</strong>. e só exigia que á conferencia podesse assistir,<br />

sem direito de intervir, um envia<strong>do</strong> americano. A unica exigencia<br />

formula<strong>da</strong> pelo presidente J oh n s o n era uma suspensão immediata <strong>da</strong>s<br />

hostili<strong>da</strong>des ~ a proclamação de um armisticio ao qual se prenderiam as<br />

negociações de" paz.<br />

O <strong>governo</strong> imperial, comprehenden<strong>do</strong> que o ministro americano não<br />

concor<strong>da</strong>ria em protelar as negociações, respondeo no dia 31 de Janeiro,<br />

que, nãO lhe sen<strong>do</strong> licito decidir só acerca de tão benevolo offerecimento,<br />

ia sem demora conferenciar com os seus allia<strong>do</strong>s.<br />

Neste caso existia um perigo real, se os Esta<strong>do</strong>s-Uni<strong>do</strong>s se quizessem<br />

valer <strong>do</strong> ensejo e provocar um rompimento, que sem duvI<strong>da</strong> traria as<br />

mais graves complicaçoes: parecia até existir tal proposito. Tratava-se<br />

então de alguma cousa mais <strong>do</strong> que <strong>do</strong>s riscos de uma <strong>guerra</strong>. Reconhceo-se<br />

isso, e attendeo· se ao offerecimento com re<strong>do</strong>bra<strong>da</strong> cautela. O<br />

<strong>governo</strong> brazileiro meditou seriamente, mo tran<strong>do</strong>-se o Impera<strong>do</strong>r D. Pedro<br />

inflexivel, porque, na sua opinião, o Brrlzil, ceden<strong>do</strong> ao .<strong>Paraguay</strong>, punha<br />

em risco to<strong>do</strong> o seu desenvolvimento futuro. Assim, no mez de Abril<br />

de 1867, annunciou-se delicaua e comedi<strong>da</strong>mente a rejeição <strong>da</strong> proposta<br />

de mediação norte americana. Annexou-se à. nota um memO?'andum (1),<br />

que mencionava to<strong>do</strong>s os facto, mostrava a impos. ibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> reconciliação<br />

com L o p e z, e allegava já. e ter rejeitarlo identico offerecimento<br />

feito pelo <strong>governo</strong> <strong>do</strong> I'erú. Bem que Wa t t s o n W e b b não contasse<br />

com tãO formal recusa, eUe e seu <strong>governo</strong> na apparencia ficaram<br />

tranquillos por espaço de nove mezcs.<br />

Quan<strong>do</strong> Sá e AI bu que r que se retirou <strong>do</strong> ministerio e foi substitui<strong>do</strong><br />

interinamente por <strong>II</strong> a r a n a g' u á, o ministro <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-Uni<strong>do</strong>s<br />

renovou em Janeiro de 1868 sua reclamações para o acabamento de uma<br />

<strong>guerra</strong>, cujo proseguimento não promettia resulta<strong>do</strong> algum decisivo Sua<br />

(1) Não hou,ve "Mmol"~nd1km. A ropria nota de 26 de Abril de 1867 clã. os moti.vos<br />

<strong>da</strong> recusa.


143<br />

nota nlio reproduzia o ofi'erecimento de mediação, mas mencionava o desgosto<br />

<strong>do</strong> presidente e de to<strong>do</strong> o povo <strong>do</strong>s Estad0s-Uni<strong>do</strong>s por não ter<br />

ena si<strong>do</strong> aceita no anno anterior, e declarava que a continuação <strong>da</strong><br />

<strong>guerra</strong> era tanto mais desagra<strong>da</strong>vel á Uniao, quanto paralysava o oommereio<br />

nas aguas <strong>do</strong> Pratq. e punha em perigo as instituições republicanas.<br />

Nessa nota mais de uma vez se accentuava que to<strong>do</strong> o povo <strong>do</strong>s<br />

Esta<strong>do</strong>s-Uni<strong>do</strong>s de~ejava o termo <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>: insinuaçllo clara que de<br />

nenhum mo<strong>do</strong> podia deixar de ser entendi<strong>da</strong>. Tambem então procurou o<br />

<strong>governo</strong> imperial ganhar tempo, pretextan<strong>do</strong> a necessi<strong>da</strong>de de conferenciar<br />

com os seus allia<strong>do</strong>s, e outra vez respondeo em Abril de 1868 negativamente:<br />

era impossivel pensar em fazer paz com L o p e z, que tanto tinha ultraja<strong>do</strong><br />

ao Brazil, pelo que só com a sua deposição a Triplice Alliança<br />

deixaria as armas.<br />

Para bem se comprehender to<strong>do</strong> o alcance deste.; incidentes diplomaticos<br />

convém ter presente o esta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s cousas no theatro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

Já mencionámos o protesto <strong>da</strong> Bolivia. Por seu teor merece algumas<br />

palavras de eluci<strong>da</strong>ção, porque trata de consequencias posteriores á<br />

<strong>guerra</strong> e de complicações .futuras.<br />

Era a questão <strong>da</strong> posse <strong>do</strong> Gran-Chaco. Paiz ermo, sem cultura,<br />

bem que em alguns pontos susceptivel de ser cultiva<strong>do</strong>, habita<strong>do</strong> por<br />

mingua<strong>da</strong>s tribus de Indios,-situa<strong>do</strong> entre as províncias septentrionaes<br />

<strong>da</strong> Republica Argentina, .0 <strong>Paraguay</strong> e a Bolivia,-o Gran-Chaco é<br />

cobiça<strong>do</strong>, pelos tres esta<strong>do</strong>s limitrophes, sem er occupa<strong>do</strong> por nenhum<br />

d'elles, estan<strong>do</strong> apenas escassamente povoa<strong>do</strong> na raia. Quan<strong>do</strong> se fez o trata<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> Triplice AIliança, foram determina<strong>do</strong>s os futuros limites <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>,<br />

aproveitand~e o plenipotenciario E 1i z aI d e <strong>do</strong> ensejo para <strong>da</strong>r á<br />

Republica Argentina to<strong>do</strong> o Gran-Ohaco, e não se mostranrl0 bastante<br />

cauteloso n'essas circumstancias o plenipotenciario brazileiro. E' ver<strong>da</strong>de<br />

que quan<strong>do</strong> se celebrava o trata<strong>do</strong> sÓ se tinha em vista enfraquecer<br />

o <strong>Paraguay</strong>, tolher-lhe os meios de, para o futuro, perturbar a<br />

tranquilli<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s visinhos, e, além d'isso, angariar a alliança <strong>da</strong> Republica<br />

Argentina. Por estes <strong>do</strong>us motivos se comprehende até certo ponto<br />

a acquiescencia <strong>do</strong> plenipotenciario brazileiro ao artigo 16 <strong>do</strong> trata<strong>do</strong>, pelo<br />

qual to<strong>da</strong> a parte oriental <strong>do</strong> Gran-Chaco até á fr9nteira brazileira<br />

ficaria per'tencen<strong>do</strong> á Republica ~rgentina.<br />

O <strong>governo</strong> de Buenos-Ail'es tinha principalmente em mira a colonia<br />

<strong>da</strong> Villa-Occidental, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> pelos <strong>Paraguay</strong>os na margem direita <strong>do</strong><br />

rio <strong>Paraguay</strong>, defronte de Assumpção. A' parte septentrional d'este<br />

territorio tinha a Bolivia, por causa de suas províncias confinantes<br />

<strong>do</strong> sul, tão bom direito como o <strong>Paraguay</strong> á parte de leste, e a Republica<br />

Argentina á. parte <strong>do</strong> sul.


144<br />

o presidente interino <strong>da</strong> Bolivia, general MeI g a r ej o, julgou-o e<br />

offendi<strong>do</strong> ao saber <strong>da</strong>s clausulas <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> de Alliança, ten<strong>do</strong> sempre<br />

antes esta<strong>do</strong> em relações de amizade com o Brazil; por isso enviou de<br />

sua parte um protesto ao Rio de Janeiro, o qual chegou a essa capital<br />

em Junho de 1866, mas sem connexão alguma com o que fizera<br />

o <strong>governo</strong> peruano. Estava redigi<strong>do</strong> em estylo amigavel, mas insistia<br />

r.nergicamente sobre os direitos inauferiveis <strong>da</strong> Bolívia à pos e d'esse<br />

territorio, como em to<strong>da</strong>s as occasiões tinha reclamao.o. Não era facil<br />

comprehender, dizia o.general Mel g a r ej o , como, estan<strong>do</strong> o Brazil<br />

nas melhores relações com a Bolívia por meio de pactos solemnes, prestára<br />

assentimento ao artigo 16, pelo, que pedia uma explicação official <strong>do</strong><br />

trata<strong>do</strong> de Alliança para saber se de facto o artigo em questão era tal<br />

como tinha si<strong>do</strong> reproduzi<strong>do</strong> no relatorio <strong>do</strong> ministro inglez.<br />

Este protesto, isento de expressões comminatorias, mereceo, pela<br />

equi<strong>da</strong>de de sua reclamação, acolhimento muito diverso <strong>do</strong> que o peruano,<br />

chileno e colombiano, mas teve resposta em separa<strong>do</strong>, porque<br />

na discllssão se receiava offencler os melindres <strong>da</strong> Republica Argentina.<br />

O <strong>governo</strong> imperial reconheceo desde então a imprevidencia de seu<br />

plenipotenci~rio e comprehendeo as con~equencias que resultariam, como<br />

de facto resultaram, <strong>do</strong> dito artigo depois <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> victoriosamente<br />

conclui<strong>da</strong>. A resposta, <strong>da</strong><strong>da</strong> em Setembro de 1866, foi que'o <strong>governo</strong><br />

imperial não podia declarar se era ou não exacta a publicaç~o <strong>do</strong> trata<strong>do</strong><br />

feita em Londres, porque estava para com seus Allia<strong>do</strong>s comprometti<strong>do</strong><br />

a guar<strong>da</strong>r silencio, mas garantia que nenhuma de suas estipulações<br />

prejudicava os .direitos <strong>da</strong> Bolívia sobre o Gran-Ohaco, pelo <strong>contra</strong>rio,<br />

até se achavam elles expressamente resalva<strong>do</strong>s.<br />

Não epcontràmos 110 trata<strong>do</strong> nenhuma reserva n'ess; senti<strong>do</strong> (1)<br />

e ignoramos em que se baseava essa resposta conciliatoria <strong>do</strong> Brazil.<br />

Que a Republica Argentina não quer saber de tal resalva, prova-o<br />

em 1872 sua política direct~mente aggre~siva <strong>contra</strong> o <strong>Paraguay</strong> e a<br />

Bolívia, e indirectamente provoca<strong>do</strong>ra <strong>contra</strong> o . Brazil. Mas, com essa<br />

evasiva o Brazil arre<strong>do</strong>u pelo menos o perigo de um confiicto immediato<br />

com a Bolívia, que n'aquellas circumstancias fôra ~ravissimo<br />

embaraço, e apressou-se em fazer em La Paz, por meio de seu embaixa<strong>do</strong>r,<br />

as mais tranquillisa<strong>do</strong>ras promessas, que trouxeram em resulta<strong>do</strong><br />

o trata<strong>do</strong> de 27 de Março de 1867, ain<strong>da</strong> hoje vigente, a respeito de<br />

limites, navegação, commercio e extradição.<br />

ão s6mente em referencia a esta questãõ, C0n10 para esc1areci-<br />

(1) Os direitos d'l Bo.í.ivh foram resalva<strong>do</strong>s peios negocia<strong>do</strong>res <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> <strong>da</strong> Triplice<br />

Allianca por meio de notas reversaes, sen<strong>do</strong> esta resalva considera<strong>da</strong> pelos mesmos como<br />

parte integrante <strong>do</strong> trata<strong>do</strong>.


145<br />

menta de factos ulteriores <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, vejamos mais de perto que<br />

colonia era essa fun<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo <strong>Paraguay</strong> no Gran-Chaco.<br />

.já no seculo pa sa<strong>do</strong> tinham os povoa<strong>do</strong>res hespanhoes reconheci<strong>do</strong><br />

a importancia de um ponto de defesa de seu principal estabelecimento<br />

de Assumpção <strong>contra</strong> as correrias <strong>do</strong>s Inclios <strong>do</strong> Chaco, que em janga<strong>da</strong>s,<br />

em troncos de arvores, ou na<strong>da</strong>n<strong>do</strong>, atravessavam o fiu <strong>Paraguay</strong>,<br />

e com a mesma facili<strong>da</strong>de desappareciam.<br />

N'ess~ proposito e tabeleceo o padre jesuita Am aneio Gonzalez,<br />

sobre uma eminencia <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio, uma colonia de Guaranys<br />

cathechi~adus, contan<strong>do</strong> por meio d'estes propagar a civilisação e a<br />

religião entre 1)' Indios <strong>do</strong> Chaco. Os restO.5 d'esta primeira povoação<br />

ain<strong>da</strong> hoje conservam o nome de seu fun<strong>da</strong><strong>do</strong>r, « Amancio-Cuá. »<br />

No principio d'este seculo e durante to<strong>da</strong> a dictadul'a <strong>do</strong> Dr.<br />

Francia, o estabelecimento não pas ou de uma tentativa (1). O successar<br />

de Franeia, presidente Carlos Lopez, desejan<strong>do</strong> experimentar<br />

a immigração europea, man<strong>do</strong>u vir <strong>da</strong>s cercanias de Bordeaux<br />

colonos p~ra os quaes preparou lugar no terreno <strong>da</strong> actua1 Villa-Occidental,<br />

organisan<strong>do</strong> em um meio· circulo, obra de legua e meia distante<br />

<strong>do</strong> rio <strong>Paraguay</strong>, p:...stos militares (gu~rdias) para defesa <strong>do</strong>s povoa<strong>do</strong>res.<br />

Estas guardias eram um ensaio para introduzir no paiz o systema<br />

<strong>da</strong>s colonias militares russas e o austriaco de fronteiras militares. Por<br />

isso foram construi<strong>do</strong>s os fortins Confuso e Saladillo, no riacho Confuso;<br />

Curecua, Tuna e Sole<strong>da</strong>d, a nordeste; Raba, Palma Seca, Palma<br />

Sola, Palmar, Estrella e Dulce, ao norte, nos rios Verde e Dulce. Os<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s recebiam cereaes e galo, para nas visinhanças de suas guardias<br />

)}oderem manter-se com o producto <strong>da</strong> lavollra e <strong>da</strong> creação de<br />

animaes sem dependencia <strong>do</strong>s colonos.<br />

Quan<strong>do</strong> em 1855 chegaram os primeiros immigrantes de Bordeaux<br />

fun<strong>do</strong>u-se a colon,ia «Nueva-Bordéos».<br />

O presidente Ca rlo s L o p e z não foi feliz com estes lavra<strong>do</strong>res<br />

francezes. Em parte não eram gente laboriosa, mas o I'~fugo e a sentina<br />

<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de: em parte achavam-se tão eiva<strong>do</strong>s de principias politicas,<br />

que o proprio presidente receiou ficassem contamina<strong>do</strong>s seus Guaranys<br />

tão submissos.<br />

Em r.esumo: gorou completamente a tentativa; Lopez substituío<br />

os Francezes por <strong>Paraguay</strong>os, e deu ás duas aldeias mais importantes<br />

os nomes de «Pilcomayo», por causa <strong>do</strong> rio assim chama<strong>do</strong>, e de<br />

«Villa Occidental».<br />

(1) Estas informações sobre fi Villa-Occidental ão toma<strong>da</strong>s pelo autor n Du GRATY,<br />

La République dtt POI'f'aguay, Bnuellas, 1865, pago 133 e 139. Vejo lambem POUCEL, Le<br />

ParaguaJJ Modeme, Marselha, 1867, pago 64.<br />

B 19


146<br />

De 1857 em diante prosperaram muito estas povoações, cujo districto<br />

se ficou denominan<strong>do</strong> «Departamento <strong>da</strong> Villa Occidental e <strong>do</strong> Pilcomayo»,<br />

e attingio a .uma população de 5,000 almas, esperan<strong>do</strong>-se em breve<br />

tempo a colonisação <strong>da</strong> orla oriental <strong>do</strong> Gran-Chaco.<br />

Como tu<strong>do</strong> quanto se passava no <strong>Paraguay</strong> era um mysterio para o<br />

resto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, nem a Republica Argentina nem a Bolivia tiveram conhecimento<br />

<strong>do</strong>s rapi<strong>do</strong>s progressos d'esta colonia, ou, pelo menos, não se julgaram<br />

ameaça<strong>do</strong>s pela sua existencia; mas se tivessem protesta<strong>do</strong>, pouco teriam<br />

consegui<strong>do</strong>, porque faltavam-lhes os meios de reagir <strong>contra</strong> o <strong>Paraguay</strong> tão<br />

bem constitui<strong>do</strong> militarmente. A \ illa Occidentai tornou-se um ponto<br />

precioso para o <strong>Paraguay</strong>, tanto mais quanto a calonia era. um posto<br />

avança<strong>do</strong> indispensavel para a natural defesa de Assumpção.<br />

O procedimento atila<strong>do</strong> <strong>do</strong> goveeno imperial serenou as cousas pelo<br />

la<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bolivia e arre<strong>do</strong>u sua intervenção; mas uma com plicação com<br />

a Inglaterra veio aggravar a situação. Foi, é ver<strong>da</strong>de, uma questão<br />

pe soaI promovi<strong>da</strong> pelo secretario <strong>da</strong> legação ingleza, mas os Allia<strong>do</strong>:;<br />

desconheciam a opinião <strong>do</strong> <strong>governo</strong> inglez, e não estavam· certos se<br />

seria este ou não o instiga<strong>do</strong>r inclirecto.<br />

Em etembro de 1867 appareceu no quartel-general <strong>do</strong>s ,Allia<strong>do</strong>s,<br />

em Tuyu-Cué, MI'. GouI d, secretario <strong>da</strong> legação britannica ém Buenos<br />

Aires, o qual em Agosto <strong>do</strong> anuo anterior havia subi<strong>do</strong> para Assumpção<br />

a bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> canhoneira Doltorel com o fim de libertar os trabalha<strong>do</strong>res<br />

e machinistas inglezes deti<strong>do</strong>s por ordem de Lopez. Ao general em chefe,'<br />

m a~' quez d e Ca x i a~, declarou esse diplomata que fôra encarrega<strong>do</strong><br />

p')r L o pe z e pelo ministro Ca mi nos de apresentar propostas de paz.<br />

Offereceu me moum esboço, no qual se achava inclui<strong>da</strong> a condição principal<br />

para os Allia<strong>do</strong>s, que era a retira<strong>da</strong> de Lopez para fóra <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>,<br />

mas sem a desistencia <strong>do</strong> cargo de presidente, pois em sua ausencia<br />

devia governar o vice-presidente, que houvesse si<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong>.<br />

Mr. Gould assegurava serem estas as maiores concessões que o<br />

marechal-presidente podia fazer, mas em compensação cessariam incontinento<br />

as hostili<strong>da</strong>des, como era o anhelo de to<strong>do</strong>s.<br />

Pelas conferencias com MI'. G o uI d COIlvenceu-se o m a r que z d e<br />

Caxias que taes propostas não correspondiam às intenções e planos<br />

<strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, mas, não saben<strong>do</strong> se as negociações eram promovi<strong>da</strong>s pelo<br />

<strong>governo</strong> inglez, exigio que se levasse a questão ao conhecimento <strong>do</strong>s<br />

<strong>governo</strong> allia<strong>do</strong>s no Rio de Janeiro e em Buenos-Aires.<br />

O procedimento <strong>do</strong> secretario <strong>da</strong> legação ingleza tornou-se logu<br />

conheci<strong>do</strong> e foi commenta<strong>do</strong> nos jornaes <strong>do</strong> Prata com grande ar<strong>do</strong>r,<br />

naturalmente no senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> terminação <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, <strong>da</strong> qual jà to<strong>do</strong>s<br />

e tavam<br />

cansa<strong>do</strong>.


147<br />

A imprensa julgava sufficiente que L o p e z deixasse o paiz e fosse<br />

por algum_ tempo repousar na. Europa <strong>da</strong>s fadigas <strong>da</strong> I'ampanha,_ e, <strong>do</strong>mina<strong>da</strong><br />

por esse desejo, começava a entoar hymnos de paz.<br />

Antes de MI'. G ou 1d voltar para Buenos-Aires publicou um jornal<br />

el'essa ci<strong>da</strong>de uma carta a elle dirigi<strong>da</strong> na qual o ministro paraguayo<br />

Ca mi nos asseverava que L op e z nunca pensára em renunciar ao <strong>governo</strong><br />

ou retirar-se <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>; que estava prompto a entabolar<br />

negociações para uma paz honrosa, mas que não lhe era <strong>da</strong><strong>do</strong> ir<br />

além dessas concessões. Além d'isto deprehendia-se <strong>da</strong> tal carta que<br />

Mr. G o u1d, ten<strong>do</strong> declara<strong>do</strong> no quartel-general paraguayo já ter<br />

conferencia<strong>do</strong> com os generaes allia<strong>do</strong>s a respeito <strong>da</strong>s condições exara<strong>da</strong>s<br />

na sua proposta, tinha altera<strong>do</strong> as bases <strong>do</strong> projecto discuti<strong>do</strong><br />

em Paso-Pucu.<br />

Esta carta e sua immediata publicação causaram ain<strong>da</strong> maior impressão<br />

<strong>do</strong> que o ofi'erecimento <strong>da</strong> mediação Ingleza. O ministro brazileiro<br />

residente em Buenos-Aires, conselheiro T h o maz F ort unato<br />

de Brito (1), solicitou de Mr. Gould, que acabava de voltar a Buenos­<br />

Aires, a confirmação <strong>do</strong> que dissera o ministro C a mi nos a respeito<br />

<strong>da</strong>s conferencias havi<strong>da</strong>s com o presidente Mit r e e com o m a r que z<br />

de Ca xias antes de ter falla<strong>do</strong> com L ope z. Em 6 de Outubro de<br />

1867 declarou MI'. G o uId serem falsas as asserções <strong>do</strong> minist1'0 C a­<br />

mi nos, nunca ter, de sua parte, conferencia<strong>do</strong> com os generaes allia<strong>do</strong>s a<br />

respeito de taes assumptos, e que, só communicara a L o p e z e a Ca m i nos<br />

que essas seriam provavelmente as unicas condições aceitaveis para os<br />

Allia<strong>do</strong>s.<br />

De to<strong>do</strong> este iucidente se infere que Mr. G o u 1d, sem autorisação,<br />

tomou a iniciativa <strong>da</strong>quellas propostas, e com esta circumstancia des·­<br />

vaneceu- e para os Allia<strong>do</strong>s o receio de uma intervençM ingleza, que<br />

fôra sem duvi<strong>da</strong> muito incommo<strong>da</strong> (2).<br />

Além ele 'tas complicaçõe diplomaticas surgiam a ca<strong>da</strong> momento<br />

confiictos com as potencias neutras. Sllccessivamente tentaram navios de<br />

<strong>guerra</strong> norte-americanos, ing'1ezes, italianos e francezes romper o bloqueio<br />

<strong>do</strong> rio <strong>Paraguay</strong> ou lJelo menos desconlwcel-o. O" incidentes que<br />

então se- deram e as negociações a e'te respeito havi<strong>da</strong>s acham.se referi<strong>da</strong>s<br />

no Appenclice, onde o leitor verá o singular mo<strong>do</strong> de pensar <strong>do</strong>s<br />

comman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong>s canhoneiras DottorJ, Veloc 1 ! e Decide.' a respeito <strong>do</strong> bloqueio<br />

estabeleci<strong>do</strong> e manti<strong>do</strong> pelos navios brazileiros, e a extraordinaria longanimi<strong>da</strong>ele<br />

e paciencia <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes brazileiros diante <strong>do</strong>s actos<br />

(l) Barão ele AriJlIlS,<br />

(2) Vej, sob. incidente o Relatal'ia <strong>da</strong> Ministel'io <strong>da</strong>s Negaoias Estl'angei?'os de 1868,<br />

outros pOl'fJlenOres n obra de-Thomps'Jn.


148<br />

provoca<strong>do</strong>res <strong>da</strong> marinha europea, procuran<strong>do</strong>, em obediencia ás instrucções<br />

<strong>do</strong> <strong>governo</strong> imperial, evitar a to<strong>do</strong> o transe qualquer conflicto.<br />

(1)<br />

Dispensamo-nos aqui de mencionar o reitera<strong>do</strong> apparecimento <strong>do</strong><br />

encarrega<strong>do</strong> de negocias nade-americano, J'<strong>II</strong>r. Washburn, diante <strong>da</strong><br />

esquadea de bloqueio e no qual'tel-gener'al <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s. D'j. o tratamos<br />

no Appendice, fican<strong>do</strong> ao leitor a apreciação <strong>da</strong>' exigencias de Ifr.<br />

Wa s h b u r n (2) .<br />

(1) O leit"r ~ncontnr:i. tocbs esses <strong>do</strong>cumentos n s Rehtorios <strong>da</strong> rep'1rtiçâo <strong>do</strong>s<br />

negocios estrangeiros, desde 1805 até 1870.<br />

(2) Omittim s tu<strong>do</strong> i ·0, pJrquc o '"Iutor a ,en'"lS dá no Appelldice lla edição allemã<br />

um resumo d'"ls peças olIici'1e., e não dispoD1o~ de tempo para \'erilic'tr se esse resulllo<br />

está fiel.<br />

Limitamo-no a chamar a altenção <strong>do</strong> leil.or para os relatorios cita<strong>do</strong>s.


XlV<br />

Inacção em Tuyuty e Curuzü<br />

(Outubro ele 1866 a .rulho rle 1867)<br />

OOME


150<br />

Se em Curupaity, obra avança<strong>da</strong> de Humaitá, o resulta<strong>do</strong> fôra tão<br />

desastroso, tu<strong>do</strong> fazia presagiar, que esta fortaleza. era de to<strong>do</strong> inexpugnavel.<br />

A pericia militar de L o p e z e <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os affigul'ava-se brilhante<br />

e capa'l, de entorpecer quaesquer novas combinações.<br />

Em Bueno -Aires, em Montevidéo e no Rio de Janeiro foi acabrunha<strong>do</strong>r<br />

o effei o, con ideran<strong>do</strong> to<strong>da</strong> a imprensa sul-americana o<br />

acontecimento como fun - i imo ás operações <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, Ao mesmo<br />

tempo, tornavam-~ conheci<strong>da</strong>s as dissenções entre os proprios generaes<br />

e o comman an es <strong>da</strong> esquadra, e to<strong>da</strong>s as noticias e boatos, mais ou<br />

menos fun<strong>da</strong><strong>do</strong> faziam presagiar o proximo rompimento <strong>da</strong> alliança.<br />

ituação interna <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Oriental não era tão ameaça<strong>do</strong>ra que<br />

explicasse atisfactoriamente a volta <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r provisorio FIo r es e<br />

eu apartamento <strong>do</strong> theatro <strong>da</strong> gue Ta. Chegou-se mesmo' a faliar de<br />

um encontro entre o general argentino E m i I i o Mit r e e o visconde<br />

de Tnman<strong>da</strong>ré, no qual se dizia ter si<strong>do</strong> pessoalmente offendi<strong>do</strong> o<br />

almirante brazileiro. (1) lotava-se alguma effervescencia nas provincias<br />

occidentae <strong>da</strong> Republica Argentina, haven<strong>do</strong> atê desconfiança de que o<br />

<strong>governo</strong> <strong>do</strong> Chile promovesse a agitação para tolher a offensiva <strong>do</strong>s<br />

AlUa<strong>do</strong>s e coadjuvar indirectamente o Pal'aguay. Par.-ce que Mitre<br />

per<strong>do</strong>o a fê na propl'ias forças para continuar a dil'igir tão va to<br />

conjuncto de operações; nunca mais pelo menos, desde aquelle dia,<br />

recobrou a an iga energia, descoroçamento que explica ua posterior<br />

retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> theat! o <strong>da</strong> lucta.<br />

. jorna<strong>da</strong> de Curnpait, r seguio- e prolonga<strong>da</strong> inacção. O golpe, por<br />

demai nolento para o' A11iad08, não permittLa immediato pro eguimentu.<br />

Observa\am-se reciprocamente o' belligerante ; recuperavam força e<br />

1rocuravam acn ntelar· e (2).<br />

a mesma proporção em qLle !lO:'; meze ub'equeute- e achava o<br />

abatimento moral <strong>do</strong> llia<strong>do</strong> retemperava-~e o enthu ia m <strong>do</strong> Para­<br />

«ua o~. E te não ou avam inve til' Cun zú, onde ficá.ra ó o general<br />

Porto- A1e {T r e, depoi <strong>do</strong> regre '\0 de {it r e, com o exercito argentino<br />

para Tuyuty' m'\S em compen açao trabalhavam com ar<strong>do</strong>!' em reforçar<br />

urupaity e as linha de Roja. Além <strong>da</strong>' peças que já. ahi exi tiam<br />

ass taram canhõe de 8 pollega<strong>da</strong> : 2 pelo la<strong>do</strong> de ,ClU'UZÚ 4 pelo<br />

<strong>do</strong> rio e .) para o la<strong>do</strong> <strong>da</strong> lag'·a Lopez. Foram trazi<strong>da</strong>s tambem !Uai<br />

algum peça de calibre 32, 5 de 12 e 4 de 9 para o entrincheiramento<br />

l) Isto não ~l'$OU de um'\ falsi.la16 e p'llh 1l1n por cerl 'I'l'i di'o d ~ Rio tla<br />

Pl'Ihl. ul.m.U-ant·, l':uu;lud 1ró, brio") COlli·) (O, l1l'io lol r,ui.:l nnne \ t\ m'lL:; in ignific:\Ul<br />

ft'en l\ ou fal a de I\ttençllo ti sua 01.<br />

\~ Ycj. uo .dppe/ldice n. 4~. UUl omeio.I general Pul -tloro desenn' o<strong>do</strong> l\<br />

ilun\::'io <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong> dup j' <strong>do</strong> rewz d' CUl'llpaity.


151<br />

avança<strong>da</strong>, que d esta maneira ficou guarneci<strong>do</strong> com artilharia grossa.<br />

Estas ultimas 4 peças eram as que tinham si<strong>do</strong> toma<strong>da</strong>s no combate de<br />

2 de Maio, pelo que se chamavam« canhões de Flores ». Alguns dias<br />

depois <strong>do</strong> mallogra<strong>do</strong> assalto (1) existiam nas fortificações de Curupaity<br />

na<strong>da</strong> menos de 2 estativas de foguetes e 49 pe _as de differentes calibres,<br />

<strong>da</strong>s quaes 13 podiam varrer o rio. As trincheiras receberam maior<br />

altura, os fossos maior profundi<strong>da</strong>de, os caminhos para as operacões <strong>da</strong><br />

infantaria foram alarga<strong>do</strong>s e estabeleci<strong>da</strong>s umas como casamatas, ou caminhos<br />

cobertos, para abdgarem <strong>do</strong> fogo <strong>da</strong> artilharia a guarnição, emquanto<br />

'não principIasse o assa.lto (2)<br />

Pouco a pouco vieram de Humaitá quasi to<strong>do</strong>s os canhões ele<br />

grosso calibre, sen<strong>do</strong> ao mesmo tempo toma<strong>da</strong>s às deVI<strong>da</strong>s providencias<br />

para a sua rapi<strong>da</strong> reconducç~o (8). Entre as boca de fogo que reforçaram<br />

a defesa de Curupaity achava-se um enorme canhão ele 12 tonela<strong>da</strong>s<br />

de peso para projectis ôcos de 10 pollega<strong>da</strong>s, feito <strong>do</strong> metal <strong>do</strong>s<br />

sinos de igreja, fundi<strong>do</strong> 'em Ibicuy, e broca<strong>do</strong> em Assumpção; chamava-se<br />

« El Christiano >l. Successivamente foram sen<strong>do</strong> arreca<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

os sinos <strong>da</strong>s igrejas e to<strong>do</strong> o cobre existente nu paiz para o arsenal<br />

de Assumpção, onde, pela fundição, eram tra!:sforma<strong>do</strong>s em armas de<br />

<strong>guerra</strong>.<br />

Além <strong>do</strong> «Christiano» eram especialmente mencIOna<strong>do</strong>s o « General<br />

Diaz », o «Criollo» e o «Acá-vera» (cabeça reluzente), como os melhores<br />

e mais activos canhões.<br />

Sen<strong>do</strong> de presumir que os Allia<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s os mo<strong>do</strong>s procurassem<br />

pôr em cOlllmunicação Curuzú e Tuyuty, os <strong>Paraguay</strong>os, de<br />

sua parte, trataram de burlar es e intento, abrin<strong>do</strong> uma larga pica<strong>da</strong><br />

de Curupaity ate Potrero Sauce pela bor<strong>da</strong> septentrional <strong>da</strong>s lagôas<br />

Lopez, Chichy e Piris, e levantan<strong>do</strong> tim entrincheiramento segui<strong>do</strong> em<br />

substituição <strong>da</strong>s plataformas, de onde as peças deviam atirar sobre o<br />

flanco <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s que investissem Curupaity. as trincheiras de<br />

Chichy organisou-se um acampamento para 3.0JO homens, sob as<br />

ordens <strong>do</strong> tenente-coronel De 19 a<strong>do</strong>, cuja tarefa era impedir que<br />

pelo la<strong>do</strong> de Uuruzú os Brazileiros investissem <strong>contra</strong> a retaguar<strong>da</strong> de<br />

Rojas (4).<br />

(I) Isto é confusão <strong>do</strong> autor. A fll'tilllaria de que faz menção é a que Thompson diz que<br />

foi assesta<strong>da</strong> em Cumpaity antes <strong>do</strong> ataque de 22 de Setembro. como vemos no Cap. xn.<br />

(2) Aqui termin'\ o trecho de Thompson, que o autor resume, relativo aos preparativos<br />

e· obras que os <strong>Paraguay</strong>os fizeram em Cumpaity desde 7 até 21 de Setembro.<br />

Vej. o Cap. X<strong>II</strong>, e as. rectlllcações que ahi fizemos.<br />

(3) Vej. Thompson, Cap. XIV. Diz eIle que a bateri:l de Cu.rupaity, sobre o rilol<br />

ficou com 35 bocas de fogo.<br />

(4) l( Para impedir D, diz Thompson, « que os Brazileiros de Ouruzú tentassem penetrar<br />

por -ahi, ain<strong>da</strong> que os esteiros el'am vel'<strong>da</strong>deu'amente intransit~veis. ))


152<br />

Especial cui<strong>da</strong><strong>do</strong> e esforço mereceo o Potrero Sauce. Ten<strong>do</strong> os<br />

Brazileiros toma<strong>do</strong> a trincheiras avança<strong>da</strong>s que os <strong>Paraguay</strong>os haviam<br />

começa<strong>do</strong> a construir em frente a esse logal' (1), julgou Lopezconveniente<br />

melhorar a fortificação <strong>do</strong> Sauce, ponto cujo comman<strong>do</strong> foi confia<strong>do</strong> ao<br />

coronel R ô a. O engenheIro T h o m pson foi o constructor <strong>da</strong> obra:<br />

levantou uma segun<strong>da</strong> linha entrincheira<strong>da</strong> atraz <strong>da</strong> primitiva e aprofun<strong>do</strong>u<br />

o antigo fosso para <strong>da</strong>r sahi<strong>da</strong> ao Estero-Bellaco, cujas aguas,<br />

por meio d'es e canal, foram po-:tas em communicação com as <strong>da</strong> lagoa<br />

Piris. Uma repre a que ahi se fez elevou de mais 6 pés a agua em<br />

frente a Pu o-Gomez nas linhas de Rojas. O represamento emprega<strong>do</strong><br />

n'esta canali ação forneceo aos <strong>Paraguay</strong>os um novo e poderoso meio de<br />

defe a para as linhas <strong>do</strong> Sauce, porque a prodigiosa massa d'agua accumula<strong>da</strong><br />

podia de repente ser precipita<strong>da</strong> no terreno diante <strong>do</strong> novo<br />

entrincheiramento (2).<br />

Durante estes trabalhos foram os <strong>Paraguay</strong>os incommo<strong>da</strong><strong>do</strong>s sériamente<br />

pelos atira<strong>do</strong>res brazileiros e soffreram consideraveis per<strong>da</strong>s.<br />

Thompson pretende que se os Brazileiros empregassem mai activamente<br />

.UM e pingar<strong>da</strong>s raia<strong>da</strong>s, teriam podi<strong>do</strong> n'esta occasião dispen ar o continuo<br />

einutil bombardeamento. Ao mesmo tempo trabalharam com afan ós <strong>Paraguay</strong>os<br />

pelo la<strong>do</strong> de suéste e de léste para pôr em communicação a linha de<br />

Rojas com Humaita (3). Levantaram uma bateria avança<strong>da</strong> no Paso de<br />

Yataity-Corá, e por isso começaram a abrir um caminho até á lagôa Rojas,<br />

construin<strong>do</strong> sobre esta uma ponte para no caso de ataque poderem salvar as<br />

bocas de fogo ahi assesta<strong>da</strong>s (4). Os Argentinos procuraram estorvar esses<br />

trabalhos por meio <strong>da</strong> artilharia, e atiravam muito bem, sem comtu<strong>do</strong> causarem<br />

maior <strong>da</strong>muo, porque um posto paraguayo de observação, logo<br />

que via a fumaça <strong>da</strong>s peças argentinas, <strong>da</strong>va um grito e os trabalhaderes<br />

ou se deitavam ou abrigavam-se.<br />

Perto de Yataity-Corá. estacionava um piquete avança<strong>do</strong> de cavallaria,<br />

chama<strong>do</strong> « piquete Bomba. » Esta denominação provinha <strong>da</strong> e­<br />

guinte occurrencia: haven<strong>do</strong> em certo dia os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que ahi se achavam<br />

quebra<strong>do</strong> uma <strong>da</strong>s pernas <strong>do</strong> marmitão em que iam preparar o jantar,<br />

apanharam uma grana<strong>da</strong> argentina que ain<strong>da</strong> não tinha arrebenta<strong>do</strong>, e<br />

(1) Trincheu'as de Punta Nar6 e Carapá. tomq<strong>da</strong>s em 16 e iS de Julho. tas posições<br />

conquista<strong>da</strong>s construio o noss exercito uma linha de trincheu'as a que se aeo<br />

o nome de Linha. Negra..<br />

(2) Estas obras foram executa<strong>da</strong>s em Março de 1 61. Vejo a descrípção de Thompson,<br />

a de Jonr<strong>da</strong>n, e a planta <strong>do</strong> auce organisa<strong>da</strong> por este ultimo.<br />

(3) Um fosso, diz Thompson, entre Passo Vai e Hnm:litá. Esse entrincheiramento,<br />

segun<strong>do</strong> o general Resquin, foi começa<strong>do</strong> em 23 de Setembro de 1 66, depois <strong>do</strong> reconhecilnento<br />

feito por Flores.<br />

(4) O caminho foi aberto entre Passo ati e Passo de Yahity Corá. atravez <strong>do</strong> E tero<br />

Bellaco, por meio de <strong>do</strong>is diques com uma ponte no meio; mas- nunca foi de to<strong>do</strong><br />

termina<strong>do</strong>.


153<br />

della se serviram como esc6ra <strong>do</strong> marmitão; a grana<strong>da</strong>, porém, depois<br />

de aqneci<strong>da</strong>, arrebentou e fez voar a comi<strong>da</strong>, sem que, entretanto, offende se<br />

um s6 <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> piquete.<br />

Jo dia 9 de Dezembro de 1866 (1) voou um graude armazem ele<br />

polvora: <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, sem que jamais se podesse averiguar a cau a<br />

<strong>do</strong> sinistro. Pereceram o major A1v a r e n g a, director <strong>do</strong> laboratorio<br />

de artilharia, e 45 artilheiros. Quan<strong>do</strong> se deo a explosãO, romperam<br />

os AlUa<strong>do</strong>s vigoroso canhoneio <strong>contra</strong> o lugar <strong>do</strong> inistro, e o general<br />

B r u g ue z, receiau<strong>do</strong> um ataque, tomou to<strong>da</strong>s as pro videncias que<br />

o caso exigia e fez logo gustrnecer com grandes forças to<strong>do</strong> o entrincheiramento.<br />

Foi muito consideravel a per<strong>da</strong> que o exercito de L o 1) e z<br />

teve então em munições de <strong>guerra</strong>.<br />

Em to<strong>da</strong>s as emergencias mostraram-se os <strong>Paraguay</strong>os sol<strong>da</strong><strong>do</strong> valentes,<br />

destemi<strong>do</strong>s e até temeral'Íos: seus officiaes <strong>da</strong>vam os mais brilhantes<br />

exemplos de deno<strong>do</strong>, gloria esta 'ue de bom gra<strong>do</strong> lhes reconheceram<br />

sempre os AlIja<strong>do</strong>s. D'esta bravura é prova a morte <strong>do</strong> general Diaz,<br />

que foi substitui<strong>do</strong> pelo coronel Allen. Em fins de Janeiro de l8j7,<br />

quan<strong>do</strong> a esquaelra braziIeira bombardeava Gurupaity (2), aquelIe general,<br />

embarcan<strong>do</strong> em uma cauôa, com alguns de seus officiaes, foi pefcar,<br />

passan<strong>do</strong> muito perto <strong>do</strong>s navios inimigos. Uma grana<strong>da</strong> cahio sobre a<br />

canôa, virou-a, e fracturou uma perna ao general. Seu. officiae;;;, a na<strong>do</strong>,<br />

levaram-n'o para terra, e transmittiram logo a noticia a Paso-Pucú.<br />

Lopez incontinente man<strong>do</strong>u o Dr. Skinner, que praticou a amputação.<br />

Mme. Lynch, em seu proprio carro, levou o feri<strong>do</strong> para o quartel-general,<br />

e ahi, na casa <strong>do</strong> general Ba r rios, era D iaz quotidianamente<br />

visita<strong>do</strong> pelo marechal-presidente, mas, a despeito de to<strong>do</strong>s os cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

que lhe foram dispensa<strong>do</strong>s, falleceo ao cabo de alguns dias de graves<br />

soffrimentos.<br />

Entre Paso-Pucú e Humaitá, na direcção de Curupaity e não longe<br />

de uma curva elo rio <strong>Paraguay</strong>, foi estabeleci<strong>do</strong> um grande hos 1 Jital que<br />

por vezes chegou a ter 2000 <strong>do</strong>entes. Além d'isto ca<strong>da</strong> divisão paraguaya<br />

possuia uma enfermaria onde s6 eram recolhi<strong>do</strong>s (JS <strong>do</strong>entes que não<br />

inspiravam cui<strong>da</strong><strong>do</strong> e que n'um momento de apuro podiam pegar em<br />

armas. Como não havia medicamentos, recorriam os facultativos ás planta<br />

indigenas. Havia em Paso-Pucú, junto á casa <strong>do</strong> Dr. St ewart, uma enfermaria<br />

especial para os officiaes superiores, aj u<strong>da</strong>ntes de campo e pessoas<br />

(l) No dia 10, segun<strong>do</strong> o Semanat·io.<br />

(2) egun<strong>do</strong> as declarações de desertores inimigo, o general Diaz, commandnnle <strong>da</strong><br />

gu'\rnição ele Curupaity, foi mortalmente feri<strong>do</strong> durante o bomb'lrdeamento ele 2 de Fevereiro<br />

de 1 6i, succumbin<strong>do</strong> eli'ls depois. Na mesma occasião for.\m mortos 3 ajuduntes<br />

de o~dens e 3 nrd~nanças <strong>do</strong> referi lo general. O Sem~mario, porém, diz que elle foi feri<strong>do</strong><br />

no dIa 26 de Janeu'o por uma bomba <strong>da</strong> esquadra, vm<strong>do</strong> a fatiecer no dia 7 ele Fevereiro.<br />

B 20 .


154<br />

de ilistincção <strong>da</strong> privança de L op e z. Era propriamente uma s'fie de<br />

pequenos telheiros.<br />

Quan<strong>do</strong> em Maio de 1867 começou a grassar o cholera de mo<strong>do</strong><br />

as usta<strong>do</strong>r, foram organisa<strong>do</strong>s diíferentes ho pitaes para cholericos. O<br />

coronel Pereira, comman<strong>da</strong>nte em chefe de to<strong>da</strong> a ca'vallaria paraguaya,<br />

o coronel F r a n c i s c o G o n z a 1e z, com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 6° batalhão<br />

de infantaria e muitos outros officiaes foram victimas <strong>da</strong> epidemia. O<br />

ca os de cholera eram m.uito frequentes, mas não tão fataes como no<br />

acampamento <strong>do</strong> Allia<strong>do</strong>s. Successivamente a<strong>do</strong>eceram os generaes<br />

Re'5quin e Brnguez, Benigno Lopez, irmão <strong>do</strong> presidente, o Dr.<br />

Skinner e muitos outl'OS, que apezar <strong>da</strong> fadigas e privações conseguiram<br />

alvar-se. Quan<strong>do</strong> principiou a epidemia queimavam-se nos acampamentos<br />

folhas de louro e palha para purificar o ar, ma a fumaça<br />

ufi'ocante tornava impossivel a respiração.<br />

O proprio L o p e z esteve de cama alguns dias. Na opinião fle<br />

Thom p on não foi pur <strong>do</strong>ente, mas por me<strong>do</strong> <strong>do</strong> cholera, ao qual, a<br />

despeito de eu autocratico man<strong>do</strong>, não tinha poder para resiE> ir. O terror<br />

de que estava pos ui<strong>do</strong>, levou-o, egun<strong>do</strong> o me mo engenheiro inglez,<br />

a desconfiar <strong>do</strong>s proprio medicos, aos quae attribuio a intenção de<br />

a inal-o. Prohibio-se o emprego <strong>da</strong> palavra (cholera», e em seu logar<br />

foi officialmente decreta<strong>do</strong> o nome «chain». a peior quadra chegaram<br />

o caso fatae a 50 por dia e em to<strong>do</strong> o paiz ceifou a epidemia numerosas<br />

vid<br />

Quan<strong>do</strong> Lopez soube que peia seo'un<strong>da</strong> vez fôra aban<strong>do</strong>ua<strong>do</strong><br />

o plano <strong>do</strong> general O zo r i o de marchar pelo interior <strong>da</strong> republica<br />

desde a Oandelaria até À sumpção (d'i o trataremo po teriormente com<br />

ma' demora), man<strong>do</strong>u voltaI' de Itapúa a tropa <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> major<br />

'ufi ez, deixan<strong>do</strong> ahi apeuas algun posto de ob ervação. im ficaram<br />

disponi,eis mai <strong>do</strong>u batalhões de infantaria um regimento de cavallaria<br />

e 6 boca de fogo, que constituiam a columna de Nunez, e<br />

foram logo para o grande acampamento <strong>da</strong> r erva e tabeleci<strong>do</strong> no batiões<br />

<strong>do</strong> entrincheiramento ao sul de Paso Pucú. e campo tinha<br />

L o p e z sete ba alhÕfo de infantaria, <strong>do</strong>u r gimellto de ca aliaria e 30<br />

peças de campanha, qua i to<strong>da</strong>s raia<strong>da</strong>, n<strong>do</strong> muito exten a a linha<br />

de trincheiras paragua a e não e tan<strong>do</strong>, por i o, convenientemente<br />

guarneci<strong>da</strong>s destinàra L o p e z aquella r ria po~tad em uma paragem<br />

central, para reforçar qualquer p nto ataca<strong>do</strong>. ma tra<strong>da</strong> de<br />

ferro de urupai até Paso Pucú e d'·\ru ao p. o mez, e <strong>do</strong>u ramaes<br />

<strong>do</strong> Paso Pudli para Humait.ã e I ara. o b' ti o pinillo eriam<br />

muito con enien e para o rapi<strong>do</strong> tr~n porte d tro ,mas, por falta<br />

qe trilho não ~e levai'am a eff~i o ~~e~ meio de locomOÇãO hoje in-


155<br />

dispensaveis em qualquer ca,mpo fortifica,lc1n". li<br />

(3) O alLtor e creveo esta inexacta assemão por <strong>da</strong>r credito n.o SlJawutlJ h'echo ue<br />

Tholllpsvn :.- « .... Apezar d'isto:1 iufantal'l~' allia<strong>da</strong> nllnca po.lia resloUr o, uma carg<br />

<strong>da</strong>, co,vallana par.lgll ~'a, Dem ., Infantana p'lraguaya podia competir com a cal', Bana.<br />

alila 'la, 'Jue se a tiava muito lJ 'nl 11I0nta<strong>da</strong>.»<br />

A infantaria alli .<strong>da</strong> re isl io s mpre ("lIn \'anlaaem li cal' 11\1 il inimiga.


i56<br />

procurou obviar por meio de medi<strong>da</strong>s de rigor. Os espiões e desertores<br />

simula<strong>do</strong>s que iam ao campo <strong>do</strong>s .-\llia<strong>do</strong>s poucos serviços pre~tavam<br />

porque quan<strong>do</strong> traziam alguma noticia má L o p e z irritava-se, de sorte<br />

que em pouco tempo habituaram-se a <strong>da</strong>r sómente noticias gratas.<br />

Tambem não faltavam mulheres no exercito, CtlmO nos refere<br />

Thom pson, a quem, em falta de outros informantes, devemos estas<br />

noticias <strong>do</strong> campo paraguayo. Junto ao acampamento de ca<strong>da</strong> divisão occupavam<br />

as mulheres uma fileira de ranchos, e em Paso Pucú formavam elIas<br />

duas aldeias sob a inspecçao de directoras responsaveis pela boa ordem.<br />

Podiam percorrer to<strong>do</strong> o quadrilatero, o que só lhes foi prohibi<strong>do</strong><br />

emquanto grassou o cholera. A principlO só podiam ficar nas barracas<br />

<strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, até ao toque dR recolher; depois, durante a noite inteira.<br />

Lavavam a roupa <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, trabalhavam nos hospitaes e nos transpodes,<br />

mas não recebiam ração, sen<strong>do</strong> sustenta<strong>da</strong>s á custa <strong>do</strong>s proprios<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, e não poden<strong>do</strong> sahir <strong>do</strong> acampamento sem um passe <strong>do</strong> general<br />

Res qui n. Eram muito uteis, pois velavam no asseio <strong>da</strong>s barracas e<br />

na inhllm:,.ção <strong>do</strong>s animaes mortos.<br />

Quan<strong>do</strong> já não havia mais roupa para a tropa, occupavam-se as<br />

mulheres em tecer, e com o seu trabalho conseguira.m alguma fazen<strong>da</strong><br />

para cobrir a nudez <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Era o tempo em que iam escasse'tn<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as cousas, sem que pOl<br />

isso se quebrantas'>cm a coragem e a obsti<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>s Paraguaros. Tambem<br />

o marechal-pre idente sabia por to<strong>do</strong>s os morlos fortalecer o elemento<br />

moral de seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. lém <strong>do</strong> Semctnw'io, que só continha noticias<br />

de triumpho e furiosas diatribes <strong>contra</strong> os AllJa<strong>do</strong>s, man<strong>do</strong>u L o p e h<br />

publicar em hespanhol a folha chama<strong>da</strong> La Centinela, na qual tambem<br />

appareciam artigos em guarany. Além destas, imprimiam-se <strong>do</strong>us periodicos<br />

satyricos e caricatos, escriptos em guarany, com gravuras em<br />

madeira, feltas a canivete pelos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s: o Lamba?"e e o Cabichui (1),<br />

que continham improperios e insultos <strong>contra</strong> os Allia<strong>do</strong>, e principalmente<br />

<strong>contra</strong> os Brazileiros. Era grande a influencia àestas folhas.<br />

Estabeleceo-se no acampamento uma typogl'aphia, mas e ta só estampava<br />

o Cabichui; as outras folhas se imprimiam em Assumpçüo, sen<strong>do</strong><br />

(1) A' Bibliotheca <strong>do</strong> InsLituLo Hist l'ic c Geogl'aphico <strong>do</strong> Brn7,il offel'


157<br />

<strong>da</strong>hi remetti<strong>da</strong>s ao quartel-general. Antes de impressos, eram to<strong>do</strong>s o<br />

artigos li<strong>do</strong>s na presença <strong>do</strong> marechal-presidente. Os que se escreviam na<br />

capital eram transmitti<strong>do</strong>s pelo telegrapho para serem examina<strong>do</strong>s em<br />

Paso PllCÚ, expedin<strong>do</strong>-se tambem para Assumpção por meio <strong>do</strong> fio electrico,<br />

depois de approva<strong>do</strong>s, os que eram redigi<strong>do</strong>s no acampamonto. Qua::>i to<strong>do</strong><br />

o serviço telegraphico consistia na transmissão desses artigos, pela maior<br />

parte muito longos: assim se procedia tambem por causa <strong>da</strong> carestia<br />

de papel. O allemão T rouenfeld procurou supprir a falta, empreganclo<br />

como materia prima o algodão e o caraguata, mas não era possivel<br />

corresponder ao consumo de uma administranão, que por escripto tratava<br />

de to<strong>do</strong>s os negocioso Foi por fim neces ario aproveitar quaesquer<br />

pe<strong>da</strong>:os de papel e até cortal'am-se a tiras em branco <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumento<br />

<strong>do</strong>s archivos e registros, afim de servirem para. as oeden. A. patente<br />

<strong>do</strong>, officiaes eram lavra<strong>da</strong>s em pergaminho, cujo fabeico com pelles de<br />

carneiro tornou-se excellente.<br />

A falta mais sensivel para o sol<strong>da</strong><strong>do</strong> era a <strong>do</strong> sal, cuja im portan,cia<br />

e indispensavel uso só si10 completamente reconheci<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong><br />

elle não existe. Chegou-se a tal extremo que nem para os hospitae'<br />

era possivel arranjar quanti<strong>da</strong>de sufficiente. A penueia fez com que se<br />

lançasse mão <strong>da</strong>s folhas de uma arvore, cujas cinzas tinham antes o<br />

gosto calcareo <strong>do</strong> que de sal. ão era .meno difficil o fabrico <strong>da</strong> polvora<br />

: extrahia-se o enxoree de pyr-ites de ferro, que abun<strong>da</strong> no Paragu11Y;<br />

o salitre se obtinha <strong>da</strong> urina ou de ';lil) tancia' anilllae em decomposição.<br />

A polvora que assim se fa7.ia não era forte (1).<br />

Apezae de to<strong>da</strong>s as privações e soffeimentos, nunca .offreo a dis-·<br />

ciplina. Um official foi fuzila<strong>do</strong> por su'peitas de tee recebi<strong>do</strong> em seu<br />

posto 30 <strong>do</strong>brões <strong>do</strong> inimigo: igual pena soffr6eam tres outros que<br />

subtrahiram rações de carne, destina<strong>da</strong>s às praça'>.<br />

To<strong>do</strong>s os prisioneiros e de eftares, despi<strong>do</strong>s logo de sua. far<strong>da</strong>.. ,<br />

que eram distribui<strong>da</strong>s nas avança<strong>da</strong>s, e semi-nús, com os braços amarra<strong>do</strong>s<br />

para traz, compareciam ante o general R e s '1 u in, que os<br />

examinava. Aos intereogatorios assi tiam, por ordem <strong>do</strong> mareehal-presidente,<br />

alguns oAlcias. ; estes, porém, quan<strong>do</strong> o preso e transfugas<br />

faziam declarações que podiam desagra<strong>da</strong>r a L opez, como, por exemplo,<br />

superiori<strong>da</strong>de numerica <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>.·, chega<strong>da</strong> de refl)l'ços, etc., O'<br />

man<strong>da</strong>vam açoutar até lhes arrancarem depoimentos mais favoravei .<br />

Depois de interroga<strong>do</strong>s, eram os i 1fe1izes encel'l'a<strong>do</strong>'3 3m calabouços,<br />

onde pereciam à fOloe e pelos màos tratos. Lopez só tinha confian~a<br />

nas informações forneci<strong>da</strong>s por seus proprio e,piões, quan<strong>do</strong> estes<br />

de<br />

. (1) O leitor que quizer conhecer to las estas parlicu11l'idtis deve ler o cap. XIV<br />

Thompson, cujas in(orlllaliões são mais completas.


158<br />

conseguiam perretral' nO campo <strong>do</strong>s AlUa<strong>do</strong>s ou stlbornar alguma sentinella,<br />

Tal era () esta<strong>do</strong>, taes fOl'am os preparativos paraguayos no longo<br />

praso de tempo, que mediou entre o mallogra<strong>do</strong> assalto de Ourupaity<br />

e a marcha de flanco executa<strong>da</strong> pelo marechal de Ca x i a s.<br />

Da parte <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, além <strong>da</strong> parti<strong>da</strong> <strong>do</strong> general F I o r e s para<br />

Montevidéo, (I) retirou- e o vice-almirante Taman<strong>da</strong>ré <strong>do</strong> comman<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> esquadra. Em seu lugar entrou em exel'cicio o vice-almirante J o a qui m<br />

José Ignacio, em 21 ele Dezembro de 1866 (2),<br />

Por mais ponderosos que fos em os motivos <strong>da</strong> inae~ão ca e quadra,<br />

fôra objecto de tão gel'al reprovação o procedimento <strong>do</strong> vice-almirante<br />

Ta ma n d a ré, que não era FO sivel continuaI' eUe a com man<strong>da</strong>r,<br />

m6rmente quan<strong>do</strong> ~I itr e lhe attribuia a culpa <strong>do</strong> revez ele Curupait"<br />

Quan<strong>do</strong> chegou ao Rio de Janeiro a desagra<strong>da</strong>vel noticia, o novo<br />

ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, con 'elheiro Para na g uá, succe SOl' de F e r r a z ,<br />

reconhecen<strong>do</strong> a necessi<strong>da</strong>de de, embora respeitan<strong>do</strong> o com man<strong>do</strong> em chefe<br />

<strong>do</strong> general Mitre, reunir sob a me ma direcção os exercitos e a esquadra<br />

<strong>do</strong> Brazil, propoz ao Impera<strong>do</strong>r a nomeação <strong>do</strong> marechal de exercito<br />

marqnez de Oa x ias para comman<strong>da</strong>nte em chefe de to<strong>da</strong>s as forças<br />

brazileiras em operações (3). O velho marechal, cujos serviço <strong>da</strong>tavam<br />

(1) o g 'ueral Flores, como vimo~, p rtio rle Tuynt.y no di< 2- de de etemhl'o de<br />

11)06, As tropa' ori ntaes, ~ numere. de SOO hOlllens, ficaram sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> general<br />

Henrique 0:1 tl'O.<br />

(2) Qnan<strong>do</strong> o go\'erno imperial rccebeo a uoticia <strong>do</strong> re"e~ de 'urupaity e te\'e<br />

conhecim nto d s IDyergencias que r illwam ent.re o gellel'8es em ch"fe, rosolveo concentrar<br />

nqs mãos <strong>do</strong> m~rech'l1 de exercito Illarquez de Caxias, o crolllJnan<strong>do</strong> upr mo de<br />

to<strong>da</strong>s as forças bra~ileiras ~m operações contl';], o 1m aglla~', fican<strong>do</strong>-lh~ lljeita tambem<br />

a esquadra. E ta n mel{'ão foi feita por decreto de lO ue utnbro.<br />

O almirante Taman<strong>da</strong>ré bavi l olicita lo nmfl. licença para tratar de SU1. s'lud,)<br />

n1 capital <strong>do</strong> Imporio, J?eiinuo :10 me-mo lempo ao go\'er 10 que desigD'J, se o ffici'\l<br />

general que de\'Í'l SlluslItnil-o, Foi, por decreto <strong>do</strong> 3 de Dc~olJ1bl'o, nUDlea<strong>do</strong> 'ouunan<strong>da</strong>nte<br />

interino <strong>da</strong> eStjuadra, e rlepois etl'ecLivo, 'J "ice-almiranle Joaquim José 19nacio mais<br />

tar<strong>do</strong> visconde d,; Inhqitma.<br />

O lIl'll'echal I "lxi~ assumio o cnD1manllo om choftl cm TllYllt,v, no dia 1 de 1 r O_<br />

yemÓrO; o alminnt.: Inh tilma rendeo :LO ViS';OIllI) de Til.lll <strong>II</strong>l'I'tré no dia '21 uo Dezembr_l.<br />

(31 obre no nomeação <strong>do</strong> novo gen ,r~ 1 em chere, lii l!lei S'IU n e rech'nqch ;<strong>II</strong>:h<br />

OpillJaO public'l no Bra~il de 'lo qlle começou:l gU~1'l'a U.> P 'l'lgltay, vejam- e, entre outr


1M!<br />

<strong>da</strong> guen~a <strong>contra</strong> o dicta<strong>do</strong>r R o.s a s (1) era presidente <strong>do</strong> conselho supremo<br />

militar, que funcciona no Rio de Janeiro, corporação essa <strong>da</strong> mais<br />

os ministros na secretaria dEi agricultura, excepto o <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, que estava <strong>do</strong>ente, e<br />

decidio·se que era indispenswel convi<strong>da</strong>r-se o Sr. marq"ez de (}lXIas. FO\'E1m deputa<strong>do</strong>s<br />

os Srs. conselheiros Martim Francisco e Souza Dantas ao Sr. barão de Uruguayau ,<br />

nf1m de iTem comlJ1Uuicar-lhe o p ISSO que se bavh resolvi<strong>do</strong>.<br />

« Entretanto, permaneceram os outros ministros na secrelaria, conversan<strong>do</strong> sobre<br />

o desenhce <strong>da</strong> questão, e ficou assent'l<strong>do</strong> qu se o mil1istro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> adheris e li idéa<br />

<strong>do</strong> convite, fosse este immedh'ltameute feito ao Sr. marquez rle Caxias; mas Lambem<br />

ficou assenta<strong>do</strong>, que se o Sr. barão dJ Uruguayula entendess nà dever concor<strong>da</strong>r<br />

n'isso, ou se, concor<strong>da</strong>n<strong>do</strong>, o Sr. mawluez rle Cax·as dechras e lião poder servil' com<br />

::;. Ex., n'esse caso sahiria to<strong>do</strong> o ministerio (O S,-. bCltrão de Cotegipc observa que foi<br />

llm procedimento muito digno).<br />

« Não haviamos de esperar <strong>II</strong> declaração <strong>do</strong> nol)l'e Jl)arquez d!} que não podi"l servir<br />

com o Sr. barão de Uruguayana para que {lor esse motivo houvesse uma modificação<br />

no ministerio: qualquer que fosse a necessi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s Sel'Vi00S <strong>do</strong> nobre geneml, o mini<br />

terio não lh~ reconbeceri1 o poder de determinar a exclusão de um ministro, nem<br />

de indicar quem o subsLituisse.<br />

« Mas 0'1'. barão de Uruguayaua, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>do</strong> espirito peIJetrante que o distinguia,<br />

achan<strong>do</strong> que o <strong>governo</strong> proceelia bem no passo qlle lueria <strong>da</strong>r, dechrou qu rem',lva<br />

se <strong>do</strong> gabinete. Foi só depois d'isto qne convidei o 11..bre marlluez de Oaxias, seguin<strong>do</strong>-se<br />

a conversação que referi. .<br />

C( ••• O nobre marquez de CAl<strong>da</strong>s teve o grande merito de sopitar to<strong>da</strong>s as intrigas;<br />

foi um grande serviço que P' estou ao paiz. Depois <strong>do</strong> desastre de CLlrupaity. o<br />

exercito e a esquadra esl.>wam em más ci rCW11 stancias, não pelo desastre em si, qlle<br />

era na<strong>da</strong> na <strong>guerra</strong>, 1I1'lS porque os cbefes aCIJavam·se em desh'wl11onia, haven<strong>do</strong> as<br />

intrigas esta<strong>do</strong> sufloca<strong>da</strong>s até que aquelle desastre revelou a discordia que enlre elies<br />

reinava, caso cm que o <strong>governo</strong> considl3l'0tl rigorosamente indispenswel a i<strong>da</strong> <strong>do</strong> nobre<br />

marquez de Caxias. Aceitou o marquez a nomeação pura e simplesmente, e foi sÓ depois<br />

d'isso que eu dis e-lhe. como já observei, que o ministerio reti1'Elr-se-hi-l se acas . Ex.<br />

désse a entender que não aceitava a commi 'são por ler de servir com o gabinete,<br />

enxergan<strong>do</strong> sempre no ministerio um perigo pela retaguar<strong>da</strong> (como dizem agora jorn


leiO<br />

eleva<strong>da</strong> hierarchia, que constitue por assim clizer uma e. pecie de conselho<br />

imperial (1).<br />

As circumstancias eram urgentes e o marechal partia no dia 2·2 de<br />

Outubro levan<strong>do</strong> comsigo <strong>do</strong> Rio de Janeiro a maior parte de seu esta<strong>do</strong><br />

maior (2).<br />

O paquete Carmel, que devia conduzíl-o para o Rio <strong>da</strong> Prata,<br />

soffreo desarranjo na machilla e teve de arribar; em substituição foilhe<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong> um transporte especial, o vapor Arinos. Quasi ao mesmo<br />

tempo partia um novo encouraça<strong>do</strong>, o Cabral (3), que acabava de sahir<br />

<strong>do</strong> estaleiro, e embarcaram tambem os primeiros 500 homens <strong>do</strong>s 10,COO<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional mobílísa<strong>da</strong>.<br />

em a noticia <strong>do</strong> revez soffri<strong>do</strong>, nem o boato <strong>da</strong> adhesão de Bolivia a<br />

causa de L op e z abateram a coragem <strong>do</strong> Brazil; pelo <strong>contra</strong>rio, provocaram<br />

novos e maiores esforços, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> P a r a na g n a nomea<strong>do</strong> ministro<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, porque energicamente aconselhara e instigara a continuação<br />

<strong>da</strong> luta (4). Oontribuia sem duvi<strong>da</strong> para a nova disposição de<br />

cousas a carta dirigi<strong>da</strong> ao Tmpera<strong>do</strong>r D. Pedro pelo general Mi tre,<br />

o qual de sua minuciosa participação deduzia a necessi<strong>da</strong>de de ficar a<br />

esquadra subordina<strong>da</strong> ao comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong>s exercitas al1ía<strong>do</strong>s<br />

e de não poder general algum, quaesquer que fossem os motivos, operar<br />

em ordem <strong>do</strong> general em chefe (5).<br />

Em lFl51 organlsou e dirigio o exercito que enviámos ao Rio <strong>da</strong> Prata <strong>contra</strong> os<br />

dicta<strong>do</strong>res Rosas e Oribe.<br />

Foi ministro <strong>da</strong> guerril. desde Junho de 1 -5 até 4 de Maio de 1 57, e presidente<br />

<strong>do</strong> con"elbo d mini Lros desde 3 de 'etembro de 1856 até 4 de Maio de 1857, e depois<br />

desde 2 de Marco de 1861 até 2t de Maio de 1862.<br />

Tal e1'1, em- reStUlI0, a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> illustre general a quem estava reservad'l a gloria<br />

de arrancar o exercito aliia<strong>do</strong> <strong>da</strong> inacção em que jazia desde Maio de 1 66, levan<strong>do</strong>-o<br />

de victoria em victoria até á Assumpção.<br />

. (1) O. autor prova,elmente quer dizei: que o maI:echal Caxia;s era então, como hoje,<br />

"lCe-presldente <strong>do</strong> Supremo Conselho I1IiMar de Justiça. O preSidente d'esse tl'ibunlll é<br />

o Impera<strong>do</strong>r, mas as suas sessões são sempre presidi<strong>da</strong>s pelo mais antigo <strong>do</strong>s conselheiros<br />

de <strong>guerra</strong>.<br />

(2) O marechal Caxias partio <strong>do</strong> Rio de Janeiro no dia 29 de Outubro de 1 66.<br />

hegou fi Montevidéo no dia 2 de ovembro, a Buenos-Aires 110 dia 6 a Corrientes<br />

no dia 14-, e assumio o commall<strong>do</strong> em chefe em Tuyuty 110 clia 18 (Vej. PEREIRA DA<br />

GOSTA, ~58, e seguintes, e 284).<br />

. Coube-lhe o comman<strong>do</strong> . d~p~is <strong>do</strong> desa~tl:e de Curupaity, qne encheo de enthuslasmo<br />

os <strong>Paraguay</strong>os, e COlllClCho com li noticia <strong>do</strong> protesto <strong>da</strong>s republicas d.) Pacifico<br />

<strong>contra</strong> o trata<strong>do</strong> de alliqnça.<br />

O SemanQ/l';o dizia com razão em 8 de Dezembro de 1806: - « el ejército alia<strong>do</strong><br />

no ha <strong>da</strong><strong>do</strong> 'Un paso mas desde el 20 de Jt[Q/lJo.. "<br />

Tu<strong>do</strong> o que haviamos consegui<strong>do</strong> depois de 2! de Maio fóra rcduzir o inimigo li<br />

defensiva.<br />

(3) Os encoill'aça<strong>do</strong>s Cabral re Silva<strong>do</strong> já estwam em Montevidéo quan<strong>do</strong> o almirante<br />

lnhaúnla por ahi pa.ssou em viagem par,. o <strong>Paraguay</strong>.<br />

(-1) Tod~s os ministros e to~o~ os parti~os .<strong>do</strong> paiz e~tavam n'este ponto de accór<strong>do</strong>.<br />

O Gonselheu'o Paunaguá era mlDlstl'O <strong>da</strong> Justiça no gabmetc Zacarias, Passou a exercer<br />

as funcções de ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> em 9 de Outubro de 1 66, retiran<strong>do</strong>-se então <strong>do</strong> gabinete<br />

o conselheiro Ferraz, barão de Uruguayana.<br />

(5) Não temos tempo para verificar se o geueral Mitre representou n'esse senti<strong>do</strong><br />

ao govel'llo imperial.


161<br />

Considera<strong>da</strong> a evidente infelici<strong>da</strong>de <strong>do</strong> general Mí t r e na direcção de<br />

opera~õ~s militares em grande escala, teve o <strong>governo</strong> brazileiro de 1et1ectir<br />

madurameilte no mo<strong>do</strong> de satisfazer a esta exigencia, que não deixava<br />

de ser razoavel. Pelo art. 3" <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> <strong>da</strong> Triplico Alliança pertencia<br />

ao presidente <strong>da</strong> Republica Argentina o comman<strong>do</strong> em chefe, in<strong>da</strong> que<br />

este, attenta a ímpQrtancia drJs contingentes militares, deves e caber ao<br />

Brazi1. Nenhuma moaificaçflo era pos ive1. O Bra7.il tinha subordina<strong>do</strong><br />

muitos tenentes-generaes e marechaes de campo a Mi t r e, que apenas<br />

era brigadeiro (1) ; a esquadreI, porém, precioso e pujante elemento bellico<br />

<strong>do</strong> Imperio, não podia soffrer a mesma sorte. A nomeação <strong>do</strong> marechal<br />

de exercito marquez d e Ca x i a para generalissimo <strong>da</strong>s força~<br />

terrestres e navaes <strong>do</strong> Brazil foi ineontestavelmente dicta<strong>da</strong> pelo desejo<br />

de pÔr ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte em chefe um general cheio de experiencia<br />

e um conselheiro cujo prl:!. tigio pessoal grangeasse o respeito e<br />

a obediencia de to<strong>do</strong>s.<br />

A consequencia immecliata d'esta medi<strong>da</strong> foi a volta <strong>do</strong> general<br />

Oz or i o para o theatro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>. Desgostoso co m os actos miÚtares<br />

de 1\1 it re (2), tinha se retira<strong>do</strong> para sua província natal, prAtextan<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>ença. Amigo pessoal <strong>do</strong> m a r que z de Ca x i a.s, cuiuou o general Ozo r i q<br />

(3) em realisar o plano, que por Porto-Alegre e Mitre fôra aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>,<br />

isto é, reunir um corpo de exrcito na Caudelaria, no antigo territorio<br />

<strong>da</strong>s Missões, e, transpan<strong>do</strong> o Paraná em Itapúa, atravessar o<br />

<strong>Paraguay</strong> até Assumpção. Depois de combinar com Ca xias, dirigia-se<br />

para a Candelaria, onde reunio, as tropas recruta<strong>da</strong>s no Rio-Grande e<br />

fez os prepar8.tivos necessarios para a projecta<strong>da</strong> diversão (4).<br />

Os boatos <strong>da</strong> alliança <strong>do</strong> presidente <strong>da</strong> Bolivia, l.vIelgarejo, com<br />

o dicta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> presagiavam novrs complicações para as potencias<br />

que se achavam em l.uta aberta com este. De varios pontos <strong>do</strong> oeste<br />

argentino chegavam noticias uniforme" e assusta<strong>do</strong>ras a respeito <strong>da</strong>s intenções<br />

<strong>do</strong> <strong>governo</strong> <strong>da</strong> Bolivia, affirman<strong>do</strong>--se que 6.000 homens d'esse<br />

I<br />

paiz já tinham invadi<strong>do</strong> a provincia de Salta, e que o presidente<br />

1\1 e1g a r ej o queria aproveitar-se d~ ensejo <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> paraguaya para<br />

(I) Era brigadeiro-general, pusto que cOl'l'esponde ao de marechal de exercito entre nós<br />

(2) Não nos consta que o general Ozorio tivesse revela<strong>do</strong> de gosto pela razão quo aponta<br />

o autor.<br />

('3) O general Ozorio foi por decreto de 20 de Outubro de 1866 nomen<strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte<br />

~m chefe <strong>do</strong> o orpo de exerCito, destina<strong>do</strong> a estaci nar na fronteir de Missões.<br />

Sobre o seu regresso ao t.heatro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> vej. o que disse n Sena<strong>do</strong>, em sessão de 23<br />

de Junho de 1868 (pag. 3 O<strong>do</strong>s Annaes) o presidente <strong>do</strong> conselho, Zacarias de GÓes.<br />

(4) Começ u a ser organisaclo o 30 corpo ue exercito no mez de Janeiro de 1867, em Orqueta,<br />

perto de Pelott\S, e, gnlça~ á acLivid'lcle ~10 presidente d provincia. couselhoiro Homem de<br />

Mello, e <strong>do</strong> general Ozono, pOJe em 2;) de M·1.1'ÇO transpOr o Uruguay com m:tis de 4.00<br />

homens. Em Julho o 3°' corpo reunio-se em Tnyuty ao exercito allia<strong>do</strong>: Compunha-se então<br />

de 5.40~ homens, e 1'140 12,000, como pretende Thompson.<br />

B 21


eidndicar pelas armas a posse <strong>do</strong> Gran-Chaco e annexar a' provincias<br />

argentinas que confinam com a parte meridirmal <strong>da</strong> Bolivia, como alta,<br />

Jejuy e outras. Ec;ses boatos não e torvavam por certo o plano militar <strong>do</strong>s<br />

Allía<strong>do</strong>s, mas impunham outras direcções. 1-ão tar<strong>do</strong>u, porém, a ficar<br />

patente que taes balella eram adrede- ddfundi<strong>da</strong>s pelo Chile e Perú,<br />

agasta<strong>do</strong>s com os Allia<strong>do</strong>s por terem i<strong>do</strong> regeita<strong>da</strong> suas propostas de<br />

mediação e de preza<strong>da</strong>s suas ameaças. Para a BolíVia foram envia<strong>do</strong>s<br />

agentes afim de incitarem o presidente iVI e1g a r e j o, logo qllGl lJrincipiaram<br />

a circular os boatos a que nos refel'imos. To<strong>do</strong>s esses rumare-',<br />

que no começo na<strong>da</strong> tinham de sérios, eram os prodromos <strong>do</strong>s disturbios<br />

que appareceram em iVIenr1oza, San Luiz e San Juan, com a intenção de<br />

paral sarem as operações <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>


163<br />

terreno situa<strong>do</strong> atraz <strong>da</strong>s linhas 111ll11igas e em torno de Humaitá.<br />

Os depoimentos <strong>do</strong>s prii:oneir(ls e desertare' eram evidentemente <strong>contra</strong>dictorios,<br />

e os <strong>Paraguay</strong>os, que serviam sob as bandeiras <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s,<br />

desconheciam a tal ponto a parte meridional de seu paiz que os generaes<br />

ficavam assombra<strong>do</strong>s diante de tal rnysterio. Se por traz <strong>da</strong> linha<br />

de Hoj as as condições topographicas eram identicas ás que se conheciam<br />

entre'o E-tero Bellaco, a lagoa Piris e o Estero Rojas, avançar constituia<br />

por sem duvi<strong>da</strong> um perigo. Cau a admiração que se man<strong>da</strong>ssem<br />

buscal ao Rio àe Janeiro balões aerostaticos para devassar esse terreno,<br />

ao passu que pelos mangaes <strong>do</strong> Estero Bellaco e de ~reembucú adiante<br />

não se cui<strong>da</strong>va de explorar' os caminhos, váos e pica<strong>da</strong>~, que posteriormente<br />

foram en<strong>contra</strong><strong>do</strong>s. Nem se tratava de um seria reconhecimento<br />

<strong>do</strong> Gran Chaco, quan<strong>do</strong> parecia evidente que tambem por ahi se podia contornar<br />

e expugnar Humaitá. O forçamento <strong>da</strong> passagem pela esquadra já<br />

era um movimento de flanco. Este perio<strong>do</strong> <strong>da</strong> campanha nos apresenta<br />

lanta: circumstancias inexplicaveis e inintelligiveis, que só por uma minuciosa<br />

analyse <strong>do</strong>s l110ÜITOS nos será <strong>da</strong>dJ pronunciar qualquer ·juizo.<br />

Depois que os Argentinos deixaram Curuzú, a e quadra brazileira<br />

bombardeou ince santemente Curupaity em produzir effeito decisivo ..<br />

As relações paraguayas fanam de 2,000 tiros e uma gazeta argentina chegou<br />

a declarar que em uma partici;lação official se mencionava 4,000 tiros<br />

ca<strong>da</strong> dia (1). A exageração é palpavel: o que parece exacto ê qne a<br />

baterias <strong>do</strong>s entrincheiramentos de Tuyuty. assim como a esquadra,<br />

esbanjaram à porfia as munições de <strong>guerra</strong>. Está tambem fóra de to<strong>da</strong><br />

a duvi<strong>da</strong> que os resulta<strong>do</strong>s não corresponderam ao inces ante bombard<strong>do</strong><br />

de qua i tres meze. Para canhonear Curupaity pelo la<strong>do</strong> de terra<br />

tinha o general Porto-Alegre (~) arma<strong>do</strong> uma forte bate<strong>da</strong> com peças<br />

de 32 e 12, e uma outm com canhões Lahitte de calibre 32. O'<br />

<strong>da</strong>mno. cau 'a<strong>do</strong>' nas obras eram repara<strong>do</strong>s durante a noite, e propriamente<br />

aos acampamento paraguayo:s não attingiam as bala. A' tropas<br />

que guarneciam as trincheiras :.cllavam-se abriga<strong>da</strong>s; e será talvez<br />

muito eleva<strong>do</strong> computo <strong>da</strong>r-se como mortos em Yirtu<strong>do</strong> deste bombardeio<br />

a 100 <strong>Paraguay</strong>os em to<strong>do</strong> o tempo, que decorreu de Outubro<br />

de 1866 até Julho de 1867 (3). A's vezes succedia que a artilharia <strong>da</strong><br />

e 'lluaÜri.l parava durante um dia inteiro para jogar COllI reàobra<strong>do</strong> vigor<br />

(1) Exagerações de Thompson. No lJollllJardcu,ulenlo L10 de Jaueiro a esqulld1"l.L fc,t<br />

605 tiros; no dia 2 de .Fevereiro fez ~74. l~omm esses os dnis maioJ'ns hnmhllrdeam nl.·•.<br />

110 perio<strong>do</strong> que o autor descreve.<br />

(2) Foi ~ geneml Argollo quem consiruio as uovas fortifieaçõe ue Curuzú. Vejo Joou­<br />

1JAI', pago 46.<br />

• (;-1) 9 lJue TJ:ompsou diz, fallan,10 <strong>do</strong>s iJolObanleallleuios <strong>da</strong> oSl{ua Ira sobre CllI u-<br />

p~üy, e o segulUte;- « ••• Segurallieut~ o fog,) <strong>da</strong> esqua


164<br />

durante a noite: espectaculo pyrotechnico, na ver<strong>da</strong>de brilhante; mas<br />

de to<strong>do</strong> o ponto inutü (1). Com o correr <strong>do</strong> tempo tornou-se o facto<br />

habitual e innocente. Os <strong>Paraguay</strong>os fizeram <strong>do</strong>s chifres <strong>do</strong>s 'bois cornetas<br />

com estreitos bocaes, e q1ran<strong>do</strong> a esquadra encetava a tarefa quotidiana,<br />

em to<strong>do</strong>s os entrincheiramentos faziam os <strong>Paraguay</strong>os oar seus<br />

rudes instrumento para ludibrio <strong>do</strong>s atacantes. Assim ao menos interpretavam<br />

os Allia<strong>do</strong>s os abomina<strong>do</strong>~ tur~dútús, pois tal era o nome<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong> pelos <strong>Paraguay</strong>os ao original iustrument0 (2).<br />

Os eucouraça<strong>do</strong>s formavam a vanguar<strong>da</strong> d'a esquadra (0): pos-<br />

(1) « A e quadra >l, diz Thompson (cap. XIV), .conservava-se ás vezes em silencio durante<br />

o dia e rompia á noite um fu<strong>do</strong>so bombardeamento. O espectaculo que apresent'lvam<br />

às curva uescriptas pelas bombas e traça<strong>da</strong>s na escuridão pelas suas espolet'ls,<br />

era verd'1.deiramente grandioso- )<br />

(2) Outra )nformação de Thompson.<br />

(3) O autor não faz senão acompanhar a descripção de Thompson. Para corrigir a sua<br />

incompleta e. por vezes. inexacta narrativa, <strong>da</strong>remos aqui um resumo <strong>da</strong>s occul'l'pncias<br />

mais importntes desdd o ataque de OUL'l1paiLyaté i\1arço de 1867.<br />

25 de Setembl'o de 1866.- O general Flores deixa o acampamento de Tuyuty, e retira-se<br />

para i\1ontevidéo. -<br />

2 de Outubro.- O general i\1itre e o exercito argentino partem de Ouruzú e passam<br />

<strong>do</strong> novo a acampar em Tuyuty. .<br />

3 de Oll/ub1"o.- hega a Ourozu uma canhoueira norte-americana, conduzin<strong>do</strong> o mini<br />

tro <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-Uni<strong>do</strong>s. No dia 4 VRe um p9l'lamentario ás linhas inimigas. No dia<br />

6 recebe-se resposta de Lopez, permittin<strong>do</strong> a subi<strong>da</strong> <strong>da</strong> canhoneira até CurlLpaity. As<br />

hostili<strong>da</strong>des ficam, por isso, suspensas até as 8 horas dfL noite de 5.<br />

10 de OUtUb,·O.- Por decreto d'esta <strong>da</strong>ta foi o marechal de exercito marquez de Oaxias<br />

nomea<strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte em chefe de to<strong>da</strong>s as forças brazileiras em operaçõe~ no Pal'aguay,<br />

fican<strong>do</strong> tambem ás suas ordens a esquadra.<br />

13 ele Outubro.- Os Paraguaros de OurupaHy haviam começa<strong>do</strong> a levantar uma trincheir<br />

avauçalh\ pam hostilisar mais de perlo o nCamr'lllJ1ento de Ouruzú. Nó tiroteio <strong>da</strong><br />

manhã d'esse dia tivemos l sol<strong>da</strong>.<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>. O gel1('rnl Porto-Alegre ordenou que uma força<br />

fosse desalojar o inimigo (o Semanal-io diz qne foram 6 batalhões, mas deve haver<br />

n'isso exageração). OousegUlmos esse rem1ta<strong>do</strong>. fugin<strong>do</strong> o inimigo, com a per<strong>da</strong> de vari IS<br />

IlIortlls é feri<strong>do</strong>s.<br />

As baterias de Olu'upn ty romperam um vigoroso bombardeamenf.o. re8­<br />

ponJi<strong>do</strong> pela esquadra. Este pequeno choque cnston-nos 5 mortos e 10 ferillos. (Não<br />

,imos <strong>II</strong> parte official).<br />

1-1 de OUtUbl·O.- Uma força paraguaya veio atacar as nossas avança<strong>da</strong>s de Onruzú.<br />

Foi repeUi<strong>da</strong>. Tivemos 2 feri<strong>do</strong>s (PEREIRA DA. OOSTA, rIT. 252; e correspondencia elo<br />

Jornal <strong>do</strong> Commercio). .<br />

17 de Outull1'o.- Os <strong>Paraguay</strong>os bombardearam o acamp~mento de Ournzú. Foi feri<strong>do</strong><br />

gravemente o tenente G. C. Oavalcanti de Albuquerque (PEREIRA. DA OOSTA. m. 2.3~).<br />

A correspondeociá <strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Com-'lYw'cio diz que tivemos alguns sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

O ScmanaTio limita-se a dizer que foi muito vig')rrJso o bombnrdeamento fc;to pelo<br />

general Diaz.<br />

22 de OUtubl'lI.- Oontinuou o bombnrden.mento de Ouruzú pelas balerias paraguayas<br />

de Onrupaily (PERELRA DA 00ST3, m, 252;. IglJoramos qual a nvSSfL per<strong>da</strong>.<br />

Em Tuyuty continuavam os tiroteios dia e noite. Na noitA de 22 os ParaguaY'Js<br />

aprisionaram uma de no.,sas sentinellas avança<strong>da</strong>s <strong>da</strong> esqller<strong>da</strong>. Foram afuge11ta<strong>da</strong>s pelas<br />

descargas <strong>do</strong> (lo batalhão de \'oluntllrios IPEREIRt DA 00 TA, <strong>II</strong>I, 252, '262).<br />

23 de Outubro.- Em Turnty o 6 0 <strong>do</strong> voluntarios, com man<strong>da</strong>nte Agnello Vnlente,<br />

atacou e pôz em fu.oa uma força inimign. Tivemos 3 fcri<strong>do</strong>s (PEREIRA D.\ OO'lTA, TIr 262).<br />

29 de OutubTO.- Parte <strong>do</strong> Rio de Jancir p rSl. o theatro d <strong>guerra</strong> o mm'echal CaxiRs.<br />

30 de Outuliro.- As baterias <strong>do</strong> Sauce e Paso Gomez LJombardeamm o acampamentu<br />

de Tuynty na parte occupa<strong>da</strong> pela divisiio d·) general rgollo. Responderam ao fogo as<br />

baterias <strong>do</strong> 10 corpo brazileiro_ Tivemos 2 mortos, en tre lIS ql1aes o tenente F. A. Oarrltn)<br />

Pinln, di) 6 0 de voluntarios, e 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s {Ollil:io <strong>do</strong> geueral Poly<strong>do</strong>ro ao<br />

Yínistro <strong>da</strong> Guerra, n. 310).<br />

Durante o mez de Outubro, segnn<strong>do</strong> o S,manar'io, foi aprisiona<strong>do</strong> em Tuyuty 1<br />

tenente argen ino. Juan Gaite.<br />

_~o1JemlJro de 1866.- Os <strong>Paraguay</strong>o~. d.1 Ourupaity continnaram a bombardear dia·<br />

ri:lmente Curnzú. Respondiam sempre as baterias <strong>do</strong> 20 corpo e as na esquR(lra. Nilo<br />

nmos as artes omciaes. Segun<strong>do</strong> o Semanal';o hou


ta<strong>do</strong>s fôra <strong>do</strong> alcance <strong>do</strong> fogo de Curupait,y, defronte <strong>da</strong> bateria <strong>do</strong><br />

rio, não podiam ser avista<strong>do</strong>s por causa ele uma salienoia <strong>da</strong> ma,rgalTl<br />

coberta de matto. A's vezes assotrl3,va,m d'este recanto, quan<strong>do</strong> tinham<br />

Durante o mez de ovembro as nossas tropas acampa<strong>da</strong>s em Curuzú ~ó tivemm<br />

f6ra de comb:l te 8 officiaei> e 113 j nferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> :<br />

Mortos: tenente <strong>do</strong> 270 de voluntarios UIYFses Cal<strong>da</strong>s e 3 sohla<strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s, capitão<br />

<strong>do</strong> 290 de voluntarios An~()nio Maria <strong>da</strong> Costa, tenente <strong>do</strong> 840° de volLlI1.tarios Augnsto<br />

<strong>da</strong> Silva, e 13 praças de pret (Relação official publica<strong>da</strong> em Ordem <strong>do</strong> Dia). -<br />

Nos tiroteios de Tuyuty (2, 3, 5, 6. 7. H. lU, ] I, 12. H, 18, 19, 23, 26, 27 e 30 de<br />

Novcmbro) tivemos 6 officiaes e 4!) inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s f6ra de combate, sen<strong>do</strong>:<br />

Mortos: capitão Vieira de Aguiar, <strong>do</strong> 10 de infantaria de linha; alfe.res .<strong>do</strong> 2(30<br />

de voluntalios Patricia E. de Sepulve<strong>da</strong> Ewerard e Timotheo Rast'ls, e 9 mferJor~s e<br />

solrla<strong>do</strong>s : feri<strong>do</strong>s, tenente Antonio Madureira, <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior; alferes Carlos J\;lalh~lros,<br />

<strong>do</strong> 70 de voluntarios; e Diocleciano de Oliveira, <strong>do</strong> 400 de voluntarios, e 36 mferLOres<br />

e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

No dia 17 de Novembro o marechal Caxias assumia em Tl.tyuty o comman<strong>do</strong> em<br />

chefe <strong>do</strong> exercito e força naval <strong>do</strong> Brazil. Por ordem sua partio <strong>do</strong> Passo cio. Patria uma<br />

expedição ás ordens <strong>do</strong> chefe Alvim, composta <strong>da</strong>s canhoneiras Mea7-im, Ivahy e Igua·<br />

temy, com o fim de fazer a policill <strong>do</strong> Alto-Paraná.<br />

Dezembro de 1866.- O general Porto-Alegre retirou-se com licença, passan<strong>do</strong> a<br />

comman<strong>da</strong>r, durante a sua ausencia, o 20 corpo, em Ouruzi~, o gene.ral Argoll~. .<br />

Durante este mez tivemos f6ra de combate em OUl"llZU G officlaes e 26 Infenores e<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> : .<br />

Mortos: 13 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s, 10 tenente Zeferino Campos, 20 tenente FIl'­<br />

mino Je Andrade, ambos de artilharia, alferes Roza e Innocencio de Souza, de caçad~res<br />

a cavallo, dito Nunes, de cavallaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional, e Paul~, <strong>do</strong> 420 de voluntanos,<br />

e 26 inferiores (l sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (I-telação official publica<strong>da</strong> em Ordem <strong>do</strong> Di.a). .<br />

Dnrante o mesmo mez tivemos nos tiroteios de avança<strong>da</strong>s em Tuyuty 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

morto, e feri<strong>do</strong>s o tenente Cerqueira de Mornes, <strong>do</strong> 160 de Iinhn, e 23 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

(Relação official).<br />

:segun<strong>do</strong> o Semanario foram aprisiona<strong>do</strong>s dnrante esse mez 10 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s brazileiros e 8<br />

argen tinos.<br />

No dia 2~ de Dezembro o vice·almirante Joaquim José Ignacio (visconde de Inl1aúma)<br />

assumia o comman<strong>do</strong> (\111 chefe <strong>da</strong> esquadra brazileira elll operações.<br />

Os bombardeamentos mais vigorosos feitos pelas bllteri'ls de Curup:lity fonuTI os de<br />

2.'3, 24, ~- e 29 de Dezembro. A esquadra durante os dias 21 e 2 respondeo ao fogo<br />

<strong>do</strong> inimigo acompanhan<strong>do</strong> as baterias de Clll'UZÚ, e só se recolheo a~ silencio depois<br />

que (lS canllões tle Cltrupaity d hal'flll1 de host lisar-nos.<br />

Thom pson pretende que os nossos bombarJe.lmento pouco <strong>da</strong> mno causavam nos<br />

<strong>Paraguay</strong>os. E' possil'el que diga a ver<strong>da</strong>de, mas o que é certo é que o grande dispendio<br />

de mUllições que fazia Lopez 1,ão <strong>da</strong>va melhores re, tllta<strong>do</strong>s. No dia 2-'3 s6 tivemo.s<br />

em Curuzú 1 sot<strong>da</strong><strong>do</strong> morto e 1 alferes e:; sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s: nll ~sqlladra tivemos 1 mannheiro<br />

feri<strong>do</strong>. No dia :2 b foram mortos em Cumzú :~ sol<strong>da</strong>Jos e feri<strong>do</strong>s 2 alferes e 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>~.<br />

o dia 29 apenas tivemos 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fericlos.<br />

Os navios que sustentaram o fogo no dia 24 foram os enconl'i1ça<strong>do</strong>s R1'a::-it, Ba7-rJSO<br />

e Taman<strong>da</strong>1-é e u canhoneira 19""lemy. Fizer~1ll 103 tiros. No di:l 25 o bombardeamento<br />

foi feito pslos mesmos navios e pelas bombardeiras Pedro AIfonsu e Fo,-te de Cuimb,-a.<br />

Os tiros dispara<strong>do</strong>s foram 122.<br />

Uma bala inimiga partia a verga <strong>do</strong> traquete <strong>da</strong> Igua!emy. e no Tamf.l<strong>II</strong><strong>da</strong>,·é a.bateo uml1.<br />

taboa <strong>do</strong> cou\"ez, sen<strong>do</strong>, como disi>emos já, feri<strong>do</strong> 1 marinheiro no Bar1·OSO.<br />

No dia 10 de Dezembro uma bomba lanç"<strong>da</strong> dns nossas baterias de Tuyuty fez<br />

voar no acampamento paragnayo um deposito de munições, perecendv 'I major e 4[i<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. ,<br />

Janei1'o de 1867.- Durante este mez coutinuaral11 os combates de llrtill1aria entre<br />

as trincheiras paraguayas de CurupaiLy e flS nossas ue Curuzú e ii. esquarlrn. No acampamento<br />

de CUI'UZÚ Livemos no dia 8, f6ra de combate, 1 poldnd~ morto e 3 officiaes<br />

(tenente Custodio Prates e nlferes I'lIlocencio Soma e Feli'mino Corrêa, <strong>do</strong> 37' de vOltllltarios)<br />

e 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s; no dia 13 ficou feri<strong>do</strong> l sol<strong>da</strong><strong>do</strong>, e no dia ~l tivemos 2<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos e 1 feri<strong>do</strong>.<br />

No dia fi foi consumi<strong>do</strong> pelas chamma o vapor Rpon'inrl" CJue servia de hospitfll,<br />

perecen<strong>do</strong> muitos <strong>do</strong>entes, que estavam na segun<strong>da</strong> c~berta (Vej. JOURDA:-I, 46; VI '­<br />

'l'JRt~O DE BARROS, 196).<br />

No dia 8 o almirante visconde de Inl.:túma foi reconhecer as bnterias de Curupaity<br />

e abria sobre estas um vigoroso bombnrcleamenlo com os enr,nurnçadns lJahia. Tll7l1 Il11­<br />

elaré, Barroso e Colombo. que formavam uma divisão ás ordens <strong>do</strong> capitão de mal' e<br />

guer.ra Rodrigues. <strong>da</strong> ~~stl;t. Estes nav~os suslentaram o fOliO, postan<strong>do</strong>-se a curta distanCIa<br />

<strong>da</strong>s bat"nas tnllnlgas. O almtrante, ten<strong>do</strong> o sen pavilh~o na corveta Magé,<br />

apoiou a divisão IoJrignes tia Costa com os fogos d'essit corveta, <strong>do</strong> encouraç'l.uo B'-azi!,<br />

<strong>da</strong> bombardeira Pedro A/fumo e de :2 cllatas. O 4 ° batalb1io de voluntarins postou-se no<br />

Chnc


166<br />

de oooperar com os outros navios,<br />

tiros <strong>da</strong>' baterias de Ourll paity. A<br />

mas ficavam então expostõs aos<br />

im morrera,m em Fe"ereiro de<br />

e a lancha a vapor João elas Botas. Comman<strong>da</strong>va essa pequena divi:;ã'lo capitão-tenente<br />

Mamede Simões. As 2 canhoneiras e a bambardeira entraram a custo na lagôa, e estiveram<br />

por algnm tempo encalha<strong>da</strong>s; safaram, porém, e ás 7 horas e 40' occupavam as<br />

posições escolhi<strong>da</strong>s, baten<strong>do</strong> de frente e de flanco as baterias inimigas. A baleria "Po·<br />

trero », <strong>do</strong> 10 corpo de exercito, coadjuvou esse bombardeamento. Depois <strong>do</strong> meio dia<br />

retiraram-se esses navios pClI'que a agua <strong>da</strong> lagôa decrc~cia rapi<strong>da</strong>mente, e não era conve·<br />

niente<br />

A<br />

que alli ficassem alé nova enchente.<br />

divisão que operou no rio <strong>Paraguay</strong> lançou 22l projecLis e a di\ lagôa Piris 3 3.<br />

Em Curupaity houve uma explosão, e depois um grande incendio. O encournça<strong>do</strong> Bra.::-it<br />

solfreo algumas avarias, o Bohia <strong>do</strong>is rombos pequeflos, e o Colombo teve o cabrestante<br />

parti<strong>do</strong> e algumas balas de metralha no canu<strong>do</strong>. No Taman<strong>da</strong>ré foi mort l ) um marinheiro<br />

(Vej. VICTORlNO DE BARROS, O allnira·r.tc visconde de [l1haúma, 199-202 ; PEREIRA DA<br />

COSTA, JI'sto7'ia <strong>da</strong> Guena <strong>do</strong> Pa"nguay, <strong>II</strong>I, 214-18'3 ; Relatorio <strong>do</strong> Mimstro ela Ma­<br />

7'inha de 1 67, pago 22).<br />

A esquadra brazileira em operações no <strong>Paraguay</strong> compnnha-se em Janeiro de 1867 de<br />

38 navios com 1 6 bocas de fugll, 4.037 homens e força de 4.805 cavallos (PEREIRA DA<br />

C(lsn, UI. 283).<br />

No dia 12 de Janeiro a canlloneira Henrique l<strong>II</strong>al-tins bombardeou um pequeno acampamento<br />

paraguayo junto no armyo ACll'ajã, nu Altq Paraná. O inimigo nôz-se em fuga.<br />

De~embarcou um contingente de 4'1 fuzileirus n>\vaes e impeliaes marinheiros, e lançon<br />

fogo ao acnmpamento. O 10 tenente F. de Solles "Verneck Ribeiro de Aauilar, com 10<br />

homens apenas, adiantuu-se pelo matto, e foi repAntinamente ataca<strong>do</strong> por 31 solelatloll<br />

de caYilllaria. No chOQue tivemos 4 homens mortos, entre os quaes o 10 tenente Wer·<br />

necJ{, e 2 ferid.ls, sendl) um delJes o gllardn marinha Ellery. (Vej. PEl~EIRA DA Cr'ST', <strong>II</strong>I,<br />

283; THO~PSON, fldição de BU9110s-Aire.s, 206; VlcTomNo DE BARRO, O almirante 1nll al'tm a,<br />

20-!; flisto7-ia Medico·CirUl·gi


167<br />

1867 os commaü<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s encouraça<strong>do</strong>s H cr/Jl(l e illia<strong>do</strong> (1); uma<br />

bala atravessou a couraça <strong>do</strong> Cubral, e com grande custo foi apaga<strong>do</strong><br />

o incendio atea<strong>do</strong> no convez <strong>da</strong> canhoneira Belmonte (2) por uma<br />

bomba paraguaya. 6 navio que servia de hospital em Curuzú ardeo completamente<br />

(3) e aquelle em que costumava <strong>do</strong>rmi!' o general P ori 0­<br />

A1e g r e (4) ficou <strong>da</strong>mmfica<strong>do</strong>.<br />

O transporte M arquez ele Caxias incendiou-se casualmente em 001'­<br />

rientes em ]Jrincipios de 1867 e o encouraça<strong>do</strong> B~'a~il, con trui<strong>do</strong> em<br />

Toulon, foi depois <strong>do</strong> assalto de Curupaity man<strong>da</strong><strong>do</strong> ao Rio de Janeil'o<br />

para ser concerta<strong>do</strong>, só voltan<strong>do</strong> em :Maio dé 1867 (5). Por este<br />

tempo possuiam os Brazileiros no Par:l.guay 12 encCluraça<strong>do</strong>s (6), e algumas<br />

pequeuas bombardeiras (7) arma<strong>da</strong>s ca<strong>da</strong> uma com um morteil'O de lH pollega<strong>da</strong>s.<br />

Não só estas, cómo :2 pequenos encoura~a<strong>do</strong>s foram man<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

em Dezembro de 1866 para a lagoa Piris 18} depois de ter i<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong><br />

e aprofun<strong>da</strong><strong>do</strong> o braço que entra no <strong>Paraguay</strong>. Dahi bombardearam o<br />

Potrero Sauce sem produzirem grande resulta<strong>do</strong>, porque os entrincheiramentos<br />

paraguayos tinham si<strong>do</strong> affasta<strong>do</strong>s para atraz <strong>do</strong> matto (9).<br />

Em reconhecimentos subiram algumas canhoneiras o rio Paraná até<br />

(1) Informação de 1"ompsun. E" !,orém, inei>ll1tn: só foi morto o cornlllauJaute uO<br />

Silva<strong>do</strong>. capitão de fragata Vital de úliveira, no bombardeamento de 2.de Fevereiro<br />

de l8G7.<br />

(2) Outra infurmação de Thompson. Não euconLramos o facto menciou'l<strong>do</strong> em ne·<br />

nhuma parte oJIicial.<br />

(3) O vapor Epunina. O incendio não foi produzi<strong>do</strong> pelo inimig ,. Deo-se. este facto<br />

nt> dia G de Janeiro. Vejo VICT01UNO DE BARROS, O Almirante [llhaúma, pago 196; e<br />

JOURDAN, Gue1Ta <strong>do</strong> Pm-aguay. 411.<br />

(-1) Outra falsi<strong>da</strong>de de Thompsun, rtlpetiJu pelo natol'. O general Porto- Alegre não<br />

<strong>do</strong>rmia a bor<strong>do</strong> de navio algum, mas em terra, ao laJo d.)s sultll<strong>do</strong>s 1],110 CO'1l:l1all<strong>da</strong>va.<br />

(5) Deve h:wer en~ano nestas <strong>da</strong>hs, sen<strong>do</strong>, ;Jorém, certo, que o Bra3ü veio no<br />

arsennl <strong>do</strong> Rio de Jnllell'o. E>se encounlça·io t',mou parte no bombardeame!Jl.o de 8 de<br />

Janeiro de 1867. DJve, port'tnto, ter-se ausenta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> entre os mezes de Janeiro<br />

e Maio.<br />

(6) 10 encour,lça'Íos :-ll?'a::i!, Silva<strong>do</strong>, Cabral, Mari;; e Bar/'os, Colombo, Nerval,<br />

Lima BMl'OS, Bahia. B'","I'OSO e Taman<strong>da</strong>l'l!. Montavam ()st~s encout'aça<strong>do</strong>s 59 bocas<br />

de fogo.<br />

(7) Bombar leiras Ped,'o Alfonso e Forte de Coimb)'a, ca<strong>da</strong> uma com 3 bocas de<br />

fogo, e varias chatas bombardeiras, arma<strong>da</strong>s com 1 bac;], de fogo.<br />

( ) Diz isto Thompson, m'lS não é exacto que entrasse:n encouraça<strong>do</strong>s na Lagoa<br />

Piris. Veja-se o que dissemos em nota anterior obre os bombardeamentos de 8 de<br />

.Janeiro e 2 de Fel'ereiro de 1867.<br />

. (9) O que Tbompson cliz é o seguinte :-« O bombnrdenmento foi feito, mns em<br />

eXIto: <strong>da</strong> Lagoa Piris na<strong>da</strong> se via, oxcepto as selvas qllO rodeavam a posição paragnaya.»<br />

A parle oJIicial <strong>do</strong> almirante, porém, diz o seguinte sobre o bomb:\rdeamento de<br />

8 de Janeiro :-« ...Safaram s()m cliillcul<strong>da</strong>de (as 2 canhon irits e a bombar leira de que<br />

fizemos tambem menção em outm not'1.), e ás 7 h ras e 4'1 minutos occupavam sn'lS<br />

posições escolhi<strong>da</strong>s em frente e de f1anc ás baterias inimigas, nas qU'les pan logo<br />

conheceu-se confusão e movimento de rolira<strong>da</strong>, chegan<strong>do</strong> a I rudencÍll ao ponto de esconderem<br />

a artilharh por detraz <strong>da</strong>s trincheiras. . As trincheims inimigas foram arl'lsa<strong>da</strong>s<br />

em to<strong>da</strong>s as partes em que nossas bombas tocaram, <strong>do</strong> que resultou descobrirem-se algLl­<br />

111'\S casas logo em segui<strong>da</strong> abati<strong>da</strong>s 1 ou incendia<strong>da</strong>s. I)


168<br />

Itapúa Fizeram alguns desembarque~, recolhen<strong>do</strong>-se de ca<strong>da</strong> vez os Pal'agua~o~<br />

aos bosques e levan<strong>do</strong> os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s nava:es para bor<strong>do</strong> o que<br />

en<strong>contra</strong>vam nos postos aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s. Pum desses desembarques os <strong>Paraguay</strong>os<br />

embosca<strong>do</strong>s fizeram uma sorpresa, matan<strong>do</strong> um tenente e alguns<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (1)..<br />

Itapirú e as cercanias: <strong>do</strong> Passo <strong>da</strong> Patria se haviam pouco a pouco<br />

transforma<strong>do</strong> n'um vasto emporio. O consumo de tantas cousas l1ecessarias<br />

a u~ grande exercito attrahia avulta<strong>do</strong> numero de especula<strong>do</strong>res,<br />

que em pouco tempo fizeram deste ponto nm bazar de objectos de luxo.<br />

Surgia uma vasta ci<strong>da</strong>de de telheiras, barracas e armazens, estabeleceo-se<br />

até um theatro e uma caixa filial <strong>do</strong> banco Mau á, de Montevidéo.<br />

Até à marcha para Tuyu-Cué ahi floreRceram a voluptuosi<strong>da</strong>de<br />

e a depravação de uma longa vi<strong>da</strong> de acampamento (2) com varia<strong>da</strong> satisfação<br />

de gosos dispendiosos, ao passo que grassava o cholera, e os postos<br />

avança<strong>do</strong>s soffriam privações.<br />

O choleril, que em Fevereiro de 1867 apparecêea no Rio de Janeiro,<br />

manifestou-se em 26 de Março no Paso de la Patria, desde o principio<br />

com extraordinaria intensi<strong>da</strong>de. Das tropas estaciona<strong>da</strong>s em Curuzú a<strong>do</strong>eceram<br />

4.000 homens, e falleceram 2.400, entre os quaes 87 officiaes (3).<br />

Parecia ser devi<strong>do</strong> á acção mortifera <strong>do</strong>s pantanaes <strong>da</strong> circumvisinhança.<br />

Cincoenta homens occupavam-se noite e dia em abrir covas para enterrar<br />

os ca<strong>da</strong>veres e esta foi propriamente a causa de ser pouco depois aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong><br />

a posição de Curuzú.<br />

(I) Já fizemos menção deste facto em otltrn noia (arroyo Acal'ajá, 12 de Janeiro).<br />

(2) O conselheiro HOMEM DE MELLO, na sua Biographia <strong>do</strong> B,wão <strong>do</strong> Triumpho,<br />

escreveo o seguinte :<br />

« ..•0 inimigo, desbarah<strong>do</strong> (2-l de Maio), fica reduzi<strong>do</strong> á defensiva, reconcentran<strong>do</strong>-se<br />

em suas linhas fortifica<strong>da</strong>s.<br />

« Começou o segun<strong>do</strong> perio<strong>do</strong>, representa io pelos 15 mezes de inacção no Estero<br />

Bellaco. O acampamento <strong>do</strong> exercito toma o caracter de uma colonia militar, re\7elan<strong>do</strong>-se<br />

o typo de nossa in<strong>do</strong>le, essencialmente brand'l e pacifica, mesmo no meio <strong>do</strong>s<br />

horrores <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>. Nos campos de Tuyuty edifica·se a igreja, fUll<strong>da</strong>-s a imprensa,<br />

estabelece-se o theatro, crea-se o periodico, symbolos <strong>da</strong> civilisação brazileira.<br />

« Nesse perio<strong>do</strong> pre<strong>do</strong>mina a arma de artilharia. Deu·se nelle o revéz de Curupaity,<br />

apóz o qual os elementos brazileiros recompuzel'am-se e augmeutaram-se consideravelmente,<br />

para de novo se emprehenderem oper:lções activas uo territorio invadi<strong>do</strong>.<br />

« Começa assim o terceiro perio<strong>do</strong>. em Julho de 1867, em que realisou-se o movimento<br />

<strong>da</strong>s forças allia<strong>da</strong>s sobre o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> inimigo... "<br />

~OURDAN, na sua Gue""a <strong>do</strong> Pa,-a,guay, referin<strong>do</strong>-se ao !pesmo perio<strong>do</strong>, diz o<br />

segumte:<br />

« O aCl)mpa1?~to. de .TUYllty, pouco.a l?ou~o, converte-se e.m um pClyoa<strong>do</strong>, onde se<br />

levantam qualtelroes mtca'os de commerclO, 19reJas, salas de balle, theatro, bilhares etc.<br />

O Passo d Patria conta immensos depositas e hospitaes, e parece um caravans;rail.<br />

« No Cerrito montam-se graneles e uteis arsenaes e hospitaes. Em to<strong>da</strong> parte nota-se<br />

activi<strong>da</strong>de e coustanci'l.. O enthusinsmo <strong>do</strong>s no~sos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, alguns dias abaht<strong>do</strong>, reap­<br />

- prece em to<strong>do</strong> .0 seu YJgo~, e tanto m CurUZ~l como em Tuyuty zombam elles <strong>do</strong>s tiroteios<br />

e cauhonelOs <strong>do</strong> lmmlgo, e appellam, cheiOS de esperança, para o dia <strong>do</strong> ahque. ))<br />

O general Argollo, que já havia construi<strong>do</strong> a celebre Linha :regra no terreno por<br />

nós conquista<strong>do</strong> em 16 e 18 de Julho, occupou-se, de Dezemb.lo de 1866 a Fevereiro<br />

em levantar novas e formi<strong>da</strong>veis trincheiras em Ouruzú, alargan<strong>do</strong> ao mesmo tempo ess~<br />

acampamento para maior commodi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> tropa..<br />

(3) Em notas ao capitulo XVI <strong>da</strong>remos informQ?ões ~ais ~omplet-1s sobre estes fac.tos.


169<br />

lO acampamento de Tuyuty nãC) se apresentou a epidemia com<br />

caracter tão devasta<strong>do</strong>r, se bem chegasse em Maio o numero <strong>do</strong>s acommetti<strong>do</strong>s<br />

a na<strong>da</strong> menos de 11.01..0. Em 2;;). <strong>da</strong>quelle mez foi aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong><br />

a posição de Curuzu (1) com o pretex~o de crescerem as aguas<br />

<strong>do</strong> rio <strong>Paraguay</strong> transforman<strong>do</strong> os banha<strong>do</strong>s em grandes' lagôas, pelo<br />

que viria o proprio forte a ficar inteiramente ~submergi<strong>do</strong>. A causa' real<br />

foi a immensa mortali<strong>da</strong>de. Com a maior presteza foram embarca<strong>do</strong>s<br />

to<strong>do</strong> o material e trem de artilha<strong>da</strong> e pontoneiros, e leva<strong>do</strong>s para o<br />

grosso <strong>do</strong> exercito em Tuyuty. Tambem se esvasiaram os grandes depositas<br />

de provisões de boca (2).<br />

Para () exercito allia<strong>do</strong> foi de certo essa quadra de duras provações,<br />

o que até certo ponto explica a sua inacção (3). Regularmente<br />

(1) Em 29 de Maio embarcaram de Curuzú para TuynLy, em conseqnencia <strong>da</strong> enchenLe,<br />

a maior parte <strong>da</strong>s tropas que alli estavam e parte du material. ü marechal Caxi :l<br />

preparava-se já pal:il a marcha de fial,cu que nali:lon em Julho_ Só em 4 de Julhu,<br />

como veremos no cap, XVI, aban<strong>do</strong>llámos completamente Curuzú.<br />

No dia 29 de Maio a esquadra fez um reconhecimento sobre CUl'Upaity, travan<strong>do</strong>-se<br />

por essa occasião combate entre os nossos navios e as baterias de terra. Tivemos nm<br />

mariuheiro morto, e feri<strong>do</strong>s o lo tenente P~reira de J\Iello e 14 marinheiros. A esquadra<br />

lançou mais de 600 bombas. Vejo PEHEIR.\ 0.\ COSTA, TU, 802.<br />

(2) A força prompla <strong>do</strong> exercito brazileiro em operações no dia U ele Fevereiro de<br />

18(;7, antes <strong>da</strong> lllvasão <strong>do</strong> cholera, era esta:<br />

Officiaes<br />

Corpos especiacs , . . . 117<br />

Artilharia. "<br />

CavaHaria<br />

.,<br />

' . . . . . . . .<br />

149<br />

001<br />

Infantaria... 1.266<br />

Somma 9. \33<br />

P,·aças de pl'et<br />

55!<br />

1.672<br />

6.133<br />

1)0.681<br />

29.0'12<br />

Total<br />

071<br />

1.821<br />

0.73u<br />

21.947<br />

3L1:5<br />

A artilharia, exclni<strong>da</strong>s as bocas rie rogo de reservll que se fichavam no eliifel'cntes<br />

depositos, consistia em 17 canhÕes Wilhworth (de 32, 12, e ae montanha), O obuzes e<br />

8 morteiros. Ao to<strong>do</strong> 101 bocas de fogu.<br />

A força toLaI <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong> no <strong>Paraguay</strong>, Excluí<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>entes e emprega<strong>do</strong>s,<br />

era, pois, no dia 12 de Fevereiro de 1 67 a seguinte:<br />

Brazileiros (marechal Caxias)., .<br />

Argentinos (general Gelly y übes) .•.........<br />

üdentaes (general Henrique Cilstrv) .<br />

31.175 homens<br />

4.000 Il<br />

8')0 Il<br />

3").975<br />

Thompson, com o desembaraço com que faHa sempre á ver<strong>da</strong>de. diz que o exarcilo<br />

allia<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> o marechal Caxias assumia o comman<strong>do</strong>, em Fevf:reiru de 18G7, CO<strong>II</strong>Ipunha-se<br />

de 50.000 hol'lUns sãos lTuollPs'lN, .cap. XVIllJ.<br />

Em 80 de Março o ~sta<strong>do</strong> sanitario <strong>do</strong> f'xercito já era müo, e o alnJirante escrevia<br />

ao ministro <strong>da</strong> marinha: - « Tem05 apenas 11l.OOO infantes e G.OOO praças de a. vallaria:<br />

d'estas s6 4.000 estão monta<strong>da</strong>s. O que falta para 40.000 e tantos homens está<br />

nos hospitaes. Il<br />

(3) A inacção <strong>do</strong>s ALUa<strong>do</strong>s em Tuyut.y durou 15 mezes, conta<strong>do</strong>s de 20 de 1aio de<br />

18611 a ~1 de Ju.1h? de 1861. dia em qUll .0 rnurechnl Cuxias iniciou as opel'(\ções contrl\<br />

o quadnlatero 111lmlgo, march In<strong>do</strong> com a maIOr p.nte <strong>da</strong>s forças para Tuyu-Cuê. ob o comman<strong>do</strong><br />

d'esse prudente e experimenta<strong>do</strong> general o exercito allia<strong>do</strong> não deo um passo 'Iue<br />

não fosse seguro, e a victoria coróou sempre as nossas armas desde Tuyuty até á Assumpção.<br />

Thompson, guian<strong>do</strong>-se sempre pelo seu despeito, chega até a lançor em rosto no<br />

glorioso vllDce<strong>do</strong>r de HUlllaitá e Lomas Va1enlinas essa inacção de 15 mezes (Caxias<br />

dici nolhing for fifteen months) qusn<strong>do</strong> é sabi<strong>do</strong> que o illustre veterano s6 assumia<br />

o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito brazileiro em 1-; de Novembro de )806, e ochou-se por muito<br />

tempo preso. como os SeUS I1ntecessores, á direcção <strong>do</strong> general Mitre que era pelo<br />

trata<strong>do</strong> <strong>do</strong> 10 de Maio, o comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong>s exercitos allia<strong>do</strong>s'. De Novémbro<br />

de 1866 á marcha de flanco (Julho de 1867) vão apeua9 8 me~e$, e nenhum juiz impar-<br />

B 22


170<br />

chegavam reforços de gente <strong>do</strong> Blazil e <strong>da</strong> Republica Arg'entina (1);<br />

eram, porém, recrutas que desembarcavam extenua<strong>do</strong>s de uma longa<br />

viagem por mar, e em taes di._po. ições de espirita, que aos officiaes não<br />

aprazia ter de levaI-os immediatamente a combate,<br />

Como meio de reconhr.cimento, por fim, re olveo o m'lrquez de Caxia<br />

empregar as machinas aerostaticas. A primeira tentativa foi feita por<br />

um francez mediante a quantia de 1=-.000 <strong>do</strong>Uars, mas falhou completamente<br />

logo na primeira asceução, porque o balão incendiou-se. CorrespJndencia<br />

vin<strong>da</strong>s <strong>do</strong> acampamento chegaram a declarar que o france?<br />

era um trai<strong>do</strong>r, que queria lançar fogo aos armazens brazil'eÍl'os e fugir no<br />

balão para o <strong>Paraguay</strong>. Atall'espeito não nos foi passiveI colher mais informações.<br />

ManJaram-se então vir <strong>do</strong>us aero, tatos já. promptos <strong>do</strong> Rio de<br />

Janeiro, cujo manuseio foi confia<strong>do</strong> a um norte-americano. A primeira ascenção<br />

effectuou-se em principias de Junho (2), sen<strong>do</strong> o balão preso por meio<br />

de cor<strong>da</strong>s de 600 pé' de comprimento. Os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que seguravam estas cor<strong>da</strong>s<br />

tinham ordem de dirigir a machina dentro <strong>do</strong>s entrincheiramentos de uma<br />

extremi<strong>da</strong>de para outra. O aeronauta, acompanha<strong>do</strong> de um oflicial <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>maior,<br />

determinava os movimentos <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s por meio de bandeirolas,<br />

de mo<strong>do</strong> que o aerostato se conservava sempre f6ra <strong>do</strong> alcance <strong>do</strong>s tiros<br />

<strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, que, apezar de to<strong>do</strong>s os esforço', neUe não poderam<br />

cial poderá julgar demasia~o longo .este prazo, desde que a~len<strong>da</strong>ademora na Chega<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

refol'ços que eram necess~nos depoIs <strong>do</strong> J:e:ez de CurupaJty, e ao tempo precIso para<br />

di ciplinar os novo' contll1gentes e adqull'1r elementos de mobili<strong>da</strong>de. Ain<strong>da</strong> assim, e<br />

apezar <strong>da</strong> retira<strong>da</strong> de 5.0JO Argentinos, tencionava o marechal Caxias, então general em<br />

chefe interino <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, abrir as operações em principios de Abril, quan<strong>do</strong> surgio o<br />

cholera-morbus. cujos estragos fizcram adiaT 6 movimento para o mez de Julho,<br />

Antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> duque de Caxias ao <strong>Paraguay</strong> as armas allia<strong>da</strong>s, como temos<br />

visto não haviam si<strong>do</strong> felizes na offensíva. Alcançámos as viclorias de 2 e 24 de Maio<br />

porql~e o inimigo nol-as veio trazer. Vencemos ain<strong>da</strong> om 113 de Julho porque Lopez<br />

veio provocar-nos junto ao <strong>II</strong>OSSO flanco esquer<strong>do</strong>; mas fomos logo depois repelli<strong>do</strong>s no<br />

dia 18. no Sauce, Em Setembro, quan<strong>do</strong> apóz uma inacção de quasi cinco mezes, assumimos<br />

a offt'nsivll, tivemos a. brilhante, mas esteril victoria de Curuzú, segui<strong>da</strong> logo<br />

<strong>do</strong> fnnesto desastre dt" Curupa1Ly.<br />

Foi n'essas condições qne recebeo o comDlDu<strong>do</strong> o dUCJue dp, Caxias, E desde que elIe pôde<br />

deliberar só por si, não esperámos mais que o inimigo nos viesse atacar: fomos procurai-o<br />

em suas posições, e desalojan<strong>do</strong>·o de to<strong>da</strong>s ellas, não sO[l'elllos um unico revez,<br />

N'istú e nos brilhantes resulta<strong>do</strong>s que rolheo está a gloria <strong>do</strong> duque de Oaxias,<br />

Seus serviços podem ser ml~~i~os na carta <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>. Achou em Novembro de 1806 os<br />

exercites allia<strong>do</strong>s nas mesmas poslçoes que occupavam desde 20 de Maio, a curta distancia <strong>do</strong><br />

Passo <strong>da</strong> Patria; levou-os de victoria em victoria até li Assumpção, e obrigou os restos<br />

<strong>do</strong> exercito illim.igo a I:efug,iarem-se nas Coydilheiras, A' .sl;la chega<strong>da</strong> ~o Paragllay era<br />

aiu<strong>da</strong> problematJca a vlctona final <strong>do</strong>s AlIlll<strong>do</strong>s; o prestigIO de Lopez L1nha augmenta<strong>do</strong><br />

com as jorna<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Sauce e de Curupaity, e a muitos espiritos afigurava-se invencivela<br />

resistencia <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os atraz de suas liuhss furtifica<strong>da</strong>s, de seus bosques e de<br />

seus pantanos desconheci<strong>do</strong>s, Quan<strong>do</strong> em Janeiro de 1809, apóz a arroja<strong>da</strong> marcha<br />

pelo Ohaco, as batalhas de Ytôról:ó, Avay e Lomas Valentinas, o duque de Caxias,<br />

deixou o comman<strong>do</strong> em chefe, retnan<strong>do</strong>-se, 1101' enfermo, para o BI'azil, já não era<br />

duvi<strong>do</strong>so o exilo <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>: a força moral <strong>do</strong>s AlliaJos era immensa e a victoria de·<br />

finitiva d'estes tornára·se questão de tnmpo, uma vez que a direcção <strong>da</strong> campanha em<br />

sua nltima phase fosse confiad.a a ~m chefe d~ ar<strong>do</strong>r" a~Uvo e perspicaz, qualiclatles<br />

qne, felizmente, revelou no mais subi<strong>do</strong> gl áo o Joven prIDClpe a quenl coube a glona<br />

de pór t.ermo a tão sanguinoleuta e prQlonga<strong>da</strong> lata.<br />

(1) Os reforços que recebeo o ex.ercito bl'azilciro desde Agüslo de 1 66 até Julho de<br />

1867 aa<strong>da</strong>ram por 19.200 homens (Vej. o Relatorio <strong>do</strong> Ministro <strong>da</strong> Guerra de 1867. pago 36).<br />

(2) Suppomos que a primeira ascenção efi'ectuou-se no dia 8 de Julho de 1867,


L71<br />

acertar'. Por tim deixaram eUes de fazer pontaria <strong>contra</strong> o balão e<br />

clirigü:am o fogo <strong>contra</strong> as cor<strong>da</strong>s. Houve alguns ferimentos, mas tambem<br />

estavam sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de reserva para que esse successo não transtornasse<br />

a direcção <strong>da</strong> machina aerea. a<strong>da</strong> conseguin<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong>s tiros, lançaram<br />

mão os <strong>Paraguay</strong>os de outro expediente, ain<strong>da</strong> assim não proveitoso :<br />

quan<strong>do</strong> o balão subia ao ar, faziam muita fumaça diante <strong>do</strong>s entrincheiramentos,<br />

queiman<strong>do</strong> palha secca, mas nem por isso impediram que<br />

se reconhecesse o numero de seus 106 canhões e 3 morteiros e<br />

o terreno interior até ao Paso Pucu. Comtu<strong>do</strong> os explora<strong>do</strong>re não chegaram<br />

á altura necessaria para reconhecerem aquella porção de territorio<br />

que era de maior interesse. Quan<strong>do</strong> pela primeira vez appareceo<br />

o aerostato assustaram-se muito os rudes <strong>Paraguay</strong>os, principalmente porque<br />

fican<strong>do</strong> elle durante algum tempo encuberto aos olhares por uma nuvem,<br />

suppuzeram que os aeronautas tinham a facul<strong>da</strong>de de occultal-o quan<strong>do</strong><br />

quizessem. Por fim habituaram-se e perderam o me<strong>do</strong> de de o momento<br />

em que se convenceram que de cima não era p~ssivel bombardear suas<br />

linhas. Grande proveito não teve a applicação <strong>do</strong> balão nesta <strong>guerra</strong> e<br />

por isso ao depois deixaram de empregaI-o.<br />

Particular menção merece a noticia espalha<strong>da</strong> pelos jornaes <strong>do</strong><br />

Prata em fins <strong>do</strong> anno de 1866 a respeito de uma sedição no<br />

exercito paraguayo. Ella foi relata<strong>da</strong> de mo<strong>do</strong> tão uniforme, e tão pro-<br />

. vavel era, pelo proceder despotico e cruel de L o p e z, que muitos mezes<br />

decorreram antes que se averiguas e a falsi<strong>da</strong>de. Os pormenores a respeito<br />

<strong>do</strong> levantamento de um tenente ou capitão Dolo r esPai v a eram<br />

tão romanticos qlle por isso mesmo foram avi<strong>da</strong>mente li<strong>do</strong>s e anciosamente<br />

acredita<strong>do</strong>s. Ten<strong>do</strong> Lopez viola<strong>do</strong> uma irmã ou noiva de Paiva,<br />

este, para vingar-se, tramou uma conspiração. sahio <strong>do</strong> acampamento com<br />

300 <strong>Paraguay</strong>os, de baratoll 300 solJa<strong>do</strong>s que lhe foram man<strong>da</strong><strong>do</strong>:> no<br />

encalço, e foi entrincheirar-se nas serranias ao suéste <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>.<br />

Fallou-se de relações entabola<strong>da</strong>s por P a i v a com os Brazileiros que se<br />

reuniam na Candelaria, e de reforços que lhe foram envia<strong>do</strong>s pelo<br />

general Ozor i o. Outra narraçõe transferiam e tas scenas para as proximi<strong>da</strong>des<br />

de Assumpção e até para o Gran Chaco. Ohegou-se a propalal'<br />

a completa dissolução <strong>do</strong> exercito paraguayo, a sublevação de to<strong>do</strong>'<br />

os Guaranys, o apuros <strong>do</strong> dicta<strong>do</strong>r e o proximo termo <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>. Na<strong>da</strong><br />

acontecen<strong>do</strong> <strong>do</strong> que estes boatos tinham feito e.'1 el'ar e desejar, deixou- e<br />

de repente de faUar 110 apocrypho c pitão Pa i va e nunca mais facto<br />

algum veio confirmar aqllelles acontecimentos.<br />

Os disturbios que se deram em 1en<strong>do</strong>za, amai occidental <strong>da</strong>s<br />

provincias argentina', propagaram-se, por instigaçõe~ <strong>do</strong> Chile e <strong>da</strong> Bolivia.<br />

O intento era para~ysar a operar:õe <strong>do</strong> Allia<strong>do</strong>' contro o Para-


172<br />

guay, Tornou-se pois necessario que de Tuyuty partisse o general Pau n e r o<br />

com cerca de 1.000 Argentinos, em fins de 1866, e mais tarde voltasse<br />

o general em chefe presidente Mi t r e por algum tempo para Buenos­<br />

Aire,s (1), Ulteriores remessas <strong>do</strong> theatro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> fizeram minguar<br />

consideravelmente o contingente argentino, Ja occasião em que foi mais<br />

avulta<strong>do</strong> contava 14.000 homens (2), mas desde que surgiram aquellas<br />

complicações intestinas não foi mais reforça<strong>do</strong>; quaesquer recursos que<br />

o <strong>governo</strong> podia alcançar eram emprega<strong>do</strong>s em debellar os movimentos<br />

revolucionarios <strong>da</strong>s províncias occidentaes, pequena <strong>guerra</strong> civil que acom- '<br />

panhou por algum tempo a lucta exterior, e por isso mer9ce especial<br />

descrip~ão. Os successos não serão de to<strong>do</strong> intelligiveis, princiralmente<br />

para o leitor europeo, se não eluci<strong>da</strong>rmos as condições internas e o desenvolvimento<br />

hi torico <strong>da</strong> Republica Argentina.<br />

(]) Mitre l'aL'tio no dia!J de Fevereiro <strong>do</strong> 1867, lel'an.jo gr nl0 1111'1,e <strong>do</strong> exercito argentino,<br />

{'nJ numero de 40,0'10 homen Ficaram no th atro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> apenas 4.000 Argentinos.<br />

(") Os commenta 101' ~ de Thompson flst:rel"emm o segl1inle a prop sito <strong>da</strong> parti<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> gonpral Mitre em Fu,ereil'o <strong>do</strong> 1 '(j'i (p~1g. 21lfl ela I'dirfi ,10 Bllonos-Aire!'):<br />

" uan<strong>do</strong> eI ~elleral MUre participá ai marqués de Uaxia la IltJcessi<strong>da</strong>d n glle se<br />

,,"ia de bajar á Buenos,Aires, I ml1rqués le contosto :-E's la lJeo1' not'icia que Vcl me<br />

puede <strong>da</strong>t',-Y lo manifesto, que no se hall ba dis~mest') á cargar con h inmens'\ re-·<br />

pon ahili<strong>da</strong>d de mandqr en jefe 01 ejl!rcito nlia'lo, Y lue s',l') aceptaria el pllPSto si<br />

el jeneral Mih'3 le dejaba 1lU plau de oper'\cione., Asi se hizo. "<br />

Transcrevemos est'lS palaYl'as <strong>do</strong>s cnDlmt\nt·~<strong>do</strong>res nrgentinos unicament para dechral'<br />

qu ell s (oram illudi<strong>do</strong>s em su', boa fé.<br />

Era necossario que o iIlustre duquo de 'axia nãl) so presa se, pan poder ter<br />

seme1b'lnte ·linguagnm. Pelo <strong>contra</strong>rio, não cessou ello3 ponnte o <strong>governo</strong> imperí <strong>II</strong> de<br />

pedir que Sll lhe wn 'edesse certa in !3pondencia <strong>do</strong> commanuo <strong>do</strong> "oneral Milre.


xv<br />

A Republica Argentina<br />

::ii )lMARIO: - Vist.a lI'ulhos oure os principaes acontecim I1tos politicos <strong>da</strong> ReiJuLlica<br />

Argentina desde 1 'LU (1). - População <strong>da</strong>s ditIerentes provincias' <strong>da</strong> ReI uulica.-A idéa<br />

<strong>da</strong> reconsttllCção <strong>do</strong> vice-rein,t<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio d'l Prata.-O exercito argentino. - A l' vohlção<br />

de Men<strong>do</strong>za em 1866.<br />

Do mesmo mo<strong>do</strong> que os blancos e os colora<strong>do</strong>s na Ban<strong>da</strong> Oriental,<br />

as im tambem os «unitarios'» e «federales » disputam entre i, na<br />

Republica Argentina, a posse <strong>do</strong> poder, e por suas renhi<strong>da</strong>s dissenções<br />

não deixam consoli<strong>da</strong>r-se a tranquilli<strong>da</strong>de politica.<br />

Quan<strong>do</strong> as florescentes colonias hespanholas <strong>da</strong> costa oriental <strong>da</strong><br />

America <strong>do</strong> Sul se de prenderam <strong>da</strong> mãi-patria, em 1 10, julgavam o<br />

chefes d'esse movimento revolucionario poder substituir o vice-rei expulso,<br />

Don BalL,sar Hi<strong>da</strong>lgo de Ci neros y la Torre, conservan<strong>do</strong><br />

uni<strong>da</strong>B as terras componentes <strong>do</strong> vice-reina<strong>do</strong>. Em breve, porém, reconheceram<br />

que o exemplo por elles <strong>da</strong><strong>do</strong> com tão pro pero exito en<strong>contra</strong>va<br />

imita<strong>do</strong>res no <strong>Paraguay</strong> e na Ban<strong>da</strong> Oriental,' que não só e<br />

separaram <strong>da</strong> He panha e de Buenos-Aire, como oubel'arn, atravez <strong>da</strong>:<br />

"icis itudes de diuturnas luctas, resgllar<strong>da</strong>r sua autonomia.<br />

Por meio de trata<strong>do</strong>s, convenções de paz e actos politicos de to<strong>da</strong><br />

a especie tem Buenos-Aires e a antiga Confederação, hoje Republica<br />

Argentina, desisti<strong>do</strong> solemnemente de sl}.as pretençães aos membros di '­<br />

persos <strong>do</strong> antigo e vasto reino colonial hespanhol; mas em ca<strong>da</strong> Argentino<br />

vive infel1 a, ain<strong>da</strong> hoje, a idéa <strong>do</strong> futuro renasgimento <strong>da</strong>quelle<br />

grande e ta<strong>do</strong>.<br />

P/)r mais oppostas que sejam as phases <strong>do</strong> desenvolvimento politico,<br />

(1) Deixamos de rectificar este c:lpitulo porclue pouco inteI'csse tcm para o 1 iloI'<br />

brazileiro.<br />

O Sr..Schneiller gnia-s) peh 01.>1'


174<br />

<strong>da</strong>s allianças e <strong>da</strong>s personali<strong>da</strong>des pre<strong>do</strong>minantes na Oonfederação, sempre<br />

se manifesta, de um ou outro mo<strong>do</strong>, a tendencia para a conglomeração de<br />

to<strong>da</strong>s as regiões platinas, outr'ora hespanholas, principalmente em oppo<br />

sição ao Brazil lusitano.<br />

Nenhum presidente ou dic'ta<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Prata, qualquer que<br />

fosse o mo<strong>do</strong> <strong>da</strong> conjuncção politica <strong>do</strong>s mesmos, renunciou completamente<br />

a este desejo e a esta idéa, que só por momentos e graves successos<br />

foram eclipsa<strong>do</strong>s. Certamente existe uma justificação completament~<br />

nacional: a dispersão politica até hoje não produzio resulta<strong>do</strong>s<br />

salutares, principalmente se tivermos em vista o Brazil monarchico,<br />

compacto e prospero, cujo rapiuo desenvolvimento constitue a magoa<br />

perenne <strong>do</strong>s republicanos sul-americanos.<br />

Para succeder ao fraco vice-rei Oisn e r os, installou-se e,m 25 de<br />

Maio de 1810 um cabi<strong>do</strong> e ao depois uma junta (1), que queriam manter<br />

a união com a metropole e com a dynastia; mas, como to<strong>do</strong>s os go~<br />

vernos d'este jaez, eleva<strong>do</strong>s pelas massas revôltas, resvalaram pelo plano<br />

inclina<strong>do</strong> que levou a republica.<br />

Apezar <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de proclama<strong>da</strong>, o novo <strong>governo</strong> constitucional procedeo<br />

despoticamente para com as provinoias, man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> por sua propria<br />

autori<strong>da</strong>de governa<strong>do</strong>res, ou, quan<strong>do</strong> estes não eram aceitos, destacan<strong>do</strong><br />

trop IS para impô1-os.<br />

Em relação ao <strong>Paraguay</strong> e a .Ban<strong>da</strong> Oriental taes medi<strong>da</strong>s falharam<br />

completamente. Successivamente procuraram Entre-Riose Santa-Féoppôr-se<br />

as pretenções de Buenos-Aires, me 'mo quan<strong>do</strong> em 1816 foi proclama<strong>da</strong><br />

a completa emancipação <strong>da</strong>s colonias, e crea<strong>da</strong> a republica sob o titulo<br />

de « Provincias Uni<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Rio <strong>da</strong> Prata ~. To<strong>da</strong>s as provincias se levantaram<br />

<strong>contra</strong> a arrogante hegemonia de Buenos-Aires, e forçaram e te e ·ta<strong>do</strong><br />

a reconhecer a completa igual<strong>da</strong>de ue to<strong>do</strong>s os outros. A supremacia ele<br />

Buenos-Aires não é arbitraria ou ficticia, estã fun<strong>da</strong><strong>da</strong> na natureza <strong>da</strong>s<br />

cousas e ha de sempre prevalecer a despeito <strong>do</strong>s acontecimentos, odiosi<strong>da</strong>des<br />

e interesses momentaneos: é o maior, o mais rico e o mais<br />

populoso <strong>do</strong>s acLuaes 14 esta<strong>do</strong>s federaes; possue a maior capital, e o<br />

unico porto grande, só inferior no Rio <strong>da</strong> Prata ao de Montevidéo.<br />

A desmedi<strong>da</strong> ambição <strong>do</strong>s Portefí.os é um <strong>do</strong>s principaes motores<br />

de inces antes reluctancia n') re'to <strong>do</strong> paiz, mas a sua influencia nunca<br />

deixara de ser decisiva, embora os outros 13 esta<strong>do</strong>s conservem sempre<br />

vivo f) ciume <strong>contra</strong> e sa natural superiori<strong>da</strong>de, e procurem por to<strong>do</strong>s os mo<strong>do</strong>s<br />

transplantar o <strong>governo</strong> geral <strong>da</strong> Oonfederação para outro ponto <strong>do</strong> territorio,<br />

á sombra de algum e ta<strong>do</strong> pequeno e politicamente insignificante.<br />

{<strong>II</strong> Isto não' de toJ.o c;octo. O leitor pMe verUicu os englnos <strong>do</strong> Sr. ScbneHer<br />

na obra. cita<strong>da</strong>.


17º<br />

Jo anno de .1824 declararam os· quatro esta<strong>do</strong>s ribeirinhos de<br />

Buenos-Aires, Sl'lnta-Fé, Entre-Rios e Corrientes quererem ficar desliga<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>s outros 10 e formar uma confederação ã. parte (1). Mas este<br />

agrupamento insustentavel e avesso aos sentimentos de equi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s<br />

Portefios, Santa-Fecinos, Entre-Rianos e Oorrentinos mallogrou-se, votan<strong>do</strong><br />

o congresso em 7 de Fevereiro de 1826 (2) o projecto constitucional<br />

de B e r n a r din o R i v a ti a v i a para uma federação geral.<br />

Em vil'tude <strong>do</strong> novo pacto os esta<strong>do</strong>s apresentavam os candi<strong>da</strong>tos ao<br />

lugar de governa<strong>do</strong>r e o presidente <strong>da</strong> Oonfederação escolhia. A constituição<br />

de Riva<strong>da</strong>via era um arreme<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong> Bl'azil, porquanto este<br />

Imperio na<strong>da</strong> mais é <strong>do</strong> que uma confederação de esta<strong>do</strong>s autonomicos,<br />

ten<strong>do</strong> á sua frente um monarcha.<br />

Os esta<strong>do</strong>s ribeirinhos e o de Oor<strong>do</strong>ba regeitaram esta con tituição;<br />

R i v a d a v ia resignou o poder em 1827 e logo no anuo seguinte o<br />

general L a valIe deo começo ã. <strong>guerra</strong> civil.<br />

N'essas conten<strong>da</strong>s <strong>do</strong>mesLicas começou a sobresahir aquelle que depois<br />

foi o dicta<strong>do</strong>r R os as. O general L a v a 11 e foi bati<strong>do</strong>, e R osas,<br />

vence<strong>do</strong>r, eleito governa<strong>do</strong>r de Buenos-Aires. Sob seus auspiqios effectuou-se<br />

em 4 de Janeiro de 1831 um trata<strong>do</strong> entre os quatro esta<strong>do</strong>s<br />

ribeirinhos, pelo qual se reconhecia o systema federal em to<strong>do</strong>s os<br />

esta<strong>do</strong>s, garantia-se a ca<strong>da</strong> um comp~eta autonomia legislativa, executiva<br />

e judicial, e convocava-se um congresso para regular a navegação<br />

<strong>do</strong>s rios, os impostos aduaneiros, a divi<strong>da</strong> publica e as relações internacionaes<br />

<strong>da</strong> Confederação.<br />

Mal tinham si<strong>do</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s os primeiros passos para esta nova organisação,<br />

quan<strong>do</strong> Rosas se oppoz, declaran<strong>do</strong> não ser ain<strong>da</strong> opportuno operar<br />

uma modificação que dizia com to<strong>do</strong> o futuro.<br />

To<strong>da</strong>via o general E sta n is1ã. o L op e z , governa<strong>do</strong>r de anta<br />

Fé, exigio se executasse o decreto <strong>do</strong> congresso e colligou-se com<br />

o general Qui r og a paea esse fim. R o s ~ s man<strong>do</strong>u assassinar Quir<br />

og a, o mais perigoso de seus inimigos, e, meuoscaban<strong>do</strong> a constituição,<br />

arvorou-se em dicta<strong>do</strong>r de io<strong>da</strong>s as terras <strong>do</strong> Prata, que foram<br />

avassalla<strong>da</strong>s pelo terror e esmaga<strong>da</strong>s pela mais infrene tYl'annia. A<br />

ca<strong>da</strong> momento proferia a palavra « confederação », mas seus actos<br />

<strong>da</strong>vam testemunho <strong>da</strong> mais fe~renha centralisação. Oorrientes, Oatamarca<br />

e Tucuman tentaram quebrar o jugo, mas foram supplanta<strong>da</strong>s.<br />

O «tigre <strong>do</strong> Prata », como geralmente o designavam, assumia então<br />

(I) A liga a que se refere o Sr. <strong>Schneider</strong> fez-se em 1820. O leitor deve estar preveni<strong>do</strong><br />

<strong>contra</strong> a exposição <strong>do</strong> autor. TIa neste capitulo mnitos factos adulter'l<strong>do</strong>s e Infelizmente,<br />

não dispomos de tempo para restabelecer a ver<strong>da</strong>de. • •<br />

(2) Esta é a <strong>da</strong>ta d'l eleição de Riva<strong>da</strong>via para: presidente <strong>do</strong>. republica. Pertencia<br />

n.o parti<strong>do</strong> unitario.


176<br />

francamente a dictadura e proclamou-se senhor absoluto <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>do</strong>s<br />

bens e <strong>da</strong> honra de to<strong>do</strong>s os Argentinos, perseguio os estrangeiros,<br />

desencadeou to<strong>do</strong>s os preconceitos de nacionali<strong>da</strong>de, cortou as<br />

relações diplomaticas com var:as potencias, e promoveo no misero paiz<br />

condições tae3, como a historia raras vezes consigna outras analogas.<br />

Por fim levantou-se <strong>contra</strong> elle o general U r qui z a em 1851.<br />

Era capitão-general e governa<strong>do</strong>r <strong>da</strong> provincia de· Entre-Rios, onde possuia<br />

muitas proprie<strong>da</strong>des. Como politico não era menos habil <strong>do</strong> que Rosas,<br />

Prometteo a a<strong>do</strong>p~ão <strong>da</strong> constituição federal de 1831, Sua proclamação,<br />

chaman<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s o., patriobs ás armas <strong>contra</strong> o tyranno R o sas, só achou<br />

echo ao principio na provincia contigua de Corrientes. As outras<br />

estavam tão sujeitas á autori<strong>da</strong>de de R osas, que nenhum de seus<br />

governa<strong>do</strong>res se atreveu a adherir ao pronunciamento de U r q u iz a.<br />

Este ficou, assim, isola<strong>do</strong> no começo, mas aproveitou a occasião, que lhe<br />

ofi'erecia o assedio de Montevidéo, para desferir sobre seu adversario o<br />

primeiro golpe sensivel.<br />

Fiel ao tradicional pensamento <strong>do</strong>s Porteftos, esforçava-se. R os as<br />

_ por conquistar a Ban<strong>da</strong> Oriental independente, e durante 9 annos hostilisou<br />

ésta republica. Foi justamente o tempo que seu logar-tenente<br />

Or i b e dispendeo diante <strong>da</strong> cobiça<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Montevidéo, sem poder cons .<br />

trangel-a á rendição,<br />

Ten<strong>do</strong> passa<strong>do</strong> o rio Uruguay junto a Paysandú, em 20 de Julho de<br />

1851 (1), fOI Urquiza atacar, com 5,000 cavalleiros gaúchos <strong>da</strong>s províncias<br />

de Entre-Rios e Corrientes, ao general Ori b e, que com 12,000<br />

homens de to<strong>da</strong>s as armas estava acampa<strong>do</strong> no Cerrito diante de Montevídéo.<br />

Quan<strong>do</strong> Urquiza appareceo, os Orientaes violentamente incorpora<strong>do</strong>s<br />

ao exercito sitiante se retiraram <strong>do</strong> aoampamento, fican<strong>do</strong> c.om O r i b e<br />

cerca de 6,000 Argentinos sómente, que, sem derramamento de sangue,<br />

tiveram de capitular no dia 8 de Outubro.<br />

Tal foi o primeiro golpe que recebeo o dicta<strong>do</strong>r R o s as. Em 21<br />

de Novembro concluio-se entre as duas provincias argentinas de Entre­<br />

Rios e Corrientes, o Imperio <strong>do</strong> Brazil e a republica <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong>-Odental<br />

<strong>do</strong> Uruguay um trata<strong>do</strong> de alliança, cujo fim era a expulsãO <strong>do</strong><br />

dicta<strong>do</strong>r R os a s e a organisação <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s platinos em uma confeder'ação.<br />

Quan<strong>do</strong> Urq uiza transpôz o Paraná, e, expeIlin<strong>do</strong> de Santa­<br />

Fé as tropas <strong>do</strong> dicta<strong>do</strong>r, recebeo d'essa provincia um reforço de 2,000<br />

homens, '0 exercito allia<strong>do</strong> chegou a contar 27,000 praças. O Brazil<br />

(1) .Urqui.za marchou co~tra Ori~e em allianç'l. com o .Brazil e o govel'no legal <strong>da</strong><br />

Republica Onenta l • Essa alliança fOI firma<strong>da</strong> em 2D de MaIO de 1851 entre esses <strong>do</strong>is<br />

estad·)s e o de Entre-Rios, Na mesma occasião penetraram no Esta<strong>do</strong> Oriental "O 000<br />

Brazileiros dirigi<strong>do</strong>s pelo marechf\l Caxias. Vejo no VoI. I d'esta -obl'a a nota ap~g.'17,


177<br />

fornecêra 4,000, sob as ordens de Porto-Alegre (1), o Uruguay<br />

2,000, comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelo general Oe s a r Diaz ; as tropas argentinas (lo general<br />

Oribe, rendi<strong>da</strong>s diante de Montevidéo, deram um contingente ele 4,080<br />

homens; Entre-Rios tinha contribui<strong>do</strong> com 10,000, Corrientes com 5,000 e<br />

Santa-Fé com 2,000, exclusivamente de cavallaria. Em principias de<br />

Janeiro de 185'2 entrou este consideravel corpo de tropas na provincia<br />

<strong>da</strong> Buenos-Aires, onde R os a s tinha o seu exercito concentrcl<strong>do</strong> em<br />

Santos-Lugares. Sua vanguar<strong>da</strong> foi totalmente bati<strong>da</strong>, em 31 de Janeiro,<br />

na Puente de Marquez, e o grosso de seu exercito, no dia 3 de Fevereiro, em<br />

Monte-Oaseros, posiçãO fortifica<strong>da</strong>, perto de Santos-Lugares e Moron. R o s a s<br />

fugia com alguns de seus amigos para Buenos-Aires, in<strong>do</strong> procurar abrigo<br />

a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong>s navios de <strong>guerra</strong> estrangeiros.<br />

Oomo era natural, tornou-se U r quiz a chefe supremo de to<strong>da</strong>s<br />

as provincias argentinas e reunia uma conferencia preliminar <strong>do</strong>s governa<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong>s mesmas na pequena ci<strong>da</strong>de de San Nicolas de los Arroyos,<br />

no Paranà, em 20 de Maio de 1852., para delinear as bases <strong>da</strong> constituição,<br />

que devia ser submetti<strong>da</strong> à approvação <strong>do</strong> congresso ordinario.<br />

Apenas esboça<strong>da</strong>s as bases e aceitas pelas provincias, Buenos­<br />

Aires <strong>contra</strong> ellas se insurgia, porque attentavam <strong>contra</strong> sua prepon..<br />

derancia politica. O orgulho <strong>do</strong>s Portenos sentia-se feri<strong>do</strong> por serem<br />

elies postos no mesmo pé de igual<strong>da</strong>de com os outros esta<strong>do</strong>s; deramse<br />

motins na ci<strong>da</strong>de de Buenos-Aires; os ministros foram maltrata<strong>do</strong>s,<br />

o governa<strong>do</strong>r deposto, e dissolvi<strong>da</strong> a camara <strong>do</strong>s representantes.<br />

Ao passo que isto acontecia na capital, elegiam as provincias os<br />

deputa<strong>do</strong>s para o congresso. Com isto mais irrita<strong>do</strong>s ain<strong>da</strong> ficaram os<br />

Portenos. Na noite de 10 para 11 de Dezembro rompeo em Buenos­<br />

Aires uma revolução, que não pôde ser suffoca<strong>da</strong> pelo governa<strong>do</strong>r nomea<strong>do</strong><br />

por UI'qui z a, general G a I a n. Este retirou-se <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de com seus<br />

3 000 Entre-Rianos, e UI' qui z a tambem partia para Entre-Rios, de<br />

mo<strong>do</strong> que estava imminente uma nova <strong>guerra</strong> civil, que de feito não<br />

se fez esperar. Entre UI' quiz a, cioso de sua digni<strong>da</strong>de de presidente<br />

interino, e o esta<strong>do</strong> de Buenos-Aires, que, depois <strong>da</strong> derrota, recusava<br />

entrar para a Confederação, porque, apezar de sua preponderancia, 'não<br />

queria tolerar igual<strong>da</strong>de de direitos com os outros esta<strong>do</strong>s, houve lono'as<br />

c<br />

negociações~ combates, deserções, perfidias, discussões: tu<strong>do</strong>, porém, se<br />

mallograva diante <strong>do</strong> funtamental antagonismo, que existia entre Buenos­<br />

Aires e os demais esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> actual Oonfederaçiio e que ha de existir<br />

(1) Esta foi a força brazileira gue se achou na batalha de Monte-Cas~ros. li Colonia <strong>do</strong><br />

Sacramento estava o resto <strong>do</strong> exerCIto impllrial (16,000 homens), cujo concur o não foi necessa<strong>do</strong><br />

em consequencia <strong>da</strong> fuga de Rosas. O Brazil concorreo t.ambem com nmI esquadra<br />

qu~ fez o bloqueio de Buenos-Ail'es e forçou, em Dezembro de 1851, a passagem <strong>do</strong> Tonelero:<br />

Vejo 10 Vol., nota. pag, 17-18.<br />

B 23


178<br />

sempre emquanto forem estabeleci<strong>do</strong>s iguaes deveres e iguaes direitos sem<br />

attenção à população, extensão territorial, commercio e industria.<br />

O general U r quiza ·foi infeliz no assedio de Buenos-Aires, emprehendi<strong>do</strong><br />

com 13.00J homens, porque parte ue suas tropas se rebellou.<br />

Buenos-Aires não decl:arou formalmente querer segregar-se <strong>do</strong>s outros<br />

esta<strong>do</strong>s, mas a<strong>do</strong>ptou para si urna constituição independente e isenta<br />

de deveres federaes, estabelecen<strong>do</strong> assim a separação de facto.<br />

Apezar desta defecção, os outro esta<strong>do</strong>s firmaram as base de uma<br />

coufederação em 7 de ovembro de 1858, e elegeram Urquiza presidente<br />

definitivo. Esta nova constituição tomava por modelo a <strong>do</strong>s<br />

Esta<strong>do</strong>s-Uni<strong>do</strong>s norte-americanos e designava para residElncia <strong>do</strong> <strong>governo</strong><br />

federal a cHade de Baja<strong>da</strong> deI Paraná, em Entre-Rios.<br />

Era bal<strong>da</strong><strong>do</strong> esforço pretender cO'1ferir por um decreto a uma pequena<br />

ci<strong>da</strong>de a importancia de uma ver<strong>da</strong>deim capital; apezar di to os Portenos<br />

tanto se enfureceram' com este simples ensaio, que, depois de<br />

longos conflictos, luctas e hostili<strong>da</strong>des, chegaram a declarar oillcialmente<br />

<strong>guerra</strong> à Confederação e fizeram grandes aprestos, mas na<strong>da</strong> realisaram<br />

<strong>contra</strong> Urq uiza, general experimenta<strong>do</strong>, e que sabia inflammar os entimento<br />

patriotlCos de seus Entre-Rianos e Oorrentinos.<br />

Em 22 de Outubro foram o Portenos bati<strong>do</strong>s em Cepe<strong>da</strong>, e declararam-se<br />

dispostos a entrar para a Oonfederação, mas, formulan<strong>do</strong><br />

logo depoi condições, a <strong>guerra</strong> recomeçou, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> origem a uma conflagração<br />

geral em to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s argentinos. -Alglms destes se pronunciaram<br />

<strong>contra</strong> Urquiza e em favor de Buenos-Aires.<br />

·De balde procuraram intervir a França, a Inglaterra e o Perú.<br />

E' qua i impossivel formar uma idéa clar LL <strong>da</strong> natureza <strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s e<br />

<strong>do</strong> fim destas luctas. Durante esta sanguinolenta <strong>guerra</strong> civil vemos os<br />

esta<strong>do</strong>s de Oor<strong>do</strong>ba, Oatamarca, Tucuman, La Rioja e Santiago ora<br />

combaten<strong>do</strong> uns <strong>contra</strong> os outros, ora dividi<strong>do</strong>s em grupos inimigos,<br />

ora a favor, ora <strong>contra</strong> Buenos-Aire. Este ultimo apossou-se de to<strong>da</strong><br />

a costa fluvial e uma batalha regulaI', feri<strong>da</strong> em Pavon, no dia l7<br />

de etembro de 1>-


179<br />

<strong>da</strong> ConfederaçHo, que sÕ proseguIrla na <strong>guerra</strong>. se fosse decreta<strong>do</strong> o '<br />

saque de Buenos-Aires para pagamento <strong>da</strong>s despezas <strong>da</strong>"'<strong>guerra</strong>. Então o<br />

Dr. Der-qui renunciou o seu cargo e em seu lugar foi elêito D. Juan<br />

Pederna (1). Quan<strong>do</strong> sob a direc~ão de seu governa<strong>do</strong>r, D. Ba rt olom eo<br />

Mi t re, Buenps-Aires proseguio firme na guerl'a, foi P e de rna induzi<strong>do</strong><br />

a declarar dissolvi<strong>da</strong> a Oonfederação, o que no dii1 15 de Dezembro de<br />

1861 se effectuou.<br />

Assim via Urq uiza mallograr-se seu plano de uma confederação<br />

basea<strong>da</strong> na igual<strong>da</strong>de de direitos, e principiou a negociar com Mi t r e<br />

ostensivamente a re peito <strong>da</strong>s condições em qIle Buenos-Aires havia de<br />

dirigir a Confedera({ão, mas de facto a respeito <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> rie exercer<br />

Buenos-AiTes a hegemonia que lhe competia. O melhor expediente era<br />

que o governa<strong>do</strong>r de Buenos-Aires fosse eleito presidente provisorio, e ao<br />

depois definitivo, <strong>da</strong> futura Confederaçãõ; que se convocasse em Buenos:..<br />

Aires um congresso de to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s, jà fatiga<strong>do</strong>s de uma lucta<br />

cheia de sacrificios, e que se modificasse a constituição, conservan<strong>do</strong> apparente<br />

igual<strong>da</strong>de politica, mas transforman<strong>do</strong> na pratica a mais<br />

poderosa ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Oonfederação em capital <strong>do</strong> <strong>governo</strong> central. Isto se<br />

conseguio a despeito de vehementes luctas parlamentàres no congresso, e<br />

em 25 de Outubro de 1862, foi o general D. Bartolomeo Mitre<br />

eleito presidente e o coronel Dr. Marcos Paz vice-presidente <strong>da</strong> actualmente<br />

denomina<strong>da</strong> «Re pub 1i c a A r g e n t i na». Apezar de nas provincia<br />

occidentaes de Men<strong>do</strong>za, San Juan, San Luis, Cor<strong>do</strong>ba, Tucuman e<br />

Catamarca, romper em 1863, conira a nova organi açlo politica, uma<br />

<strong>guerra</strong> civil, capitanea<strong>da</strong> pelo selvagem P e fi a los a, acarretan<strong>do</strong> horrosas<br />

devastações, que sô ce saram com a morte <strong>do</strong> caudilho; apezar<br />

de Urquiza conservar sempre uma attitude dubia; de arrebentar em<br />

. 1864 uma revolução em Buenos-Aires para arre<strong>da</strong>r desta ci<strong>da</strong>de a sMe<br />

<strong>do</strong> <strong>governo</strong> central; não obstante tu<strong>do</strong> isto, ao começar a <strong>guerra</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Paraguay</strong> achava-se a constituição politica <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> tão regulari a<strong>da</strong>,<br />

tão segura, e protegi<strong>da</strong> por um regimen tão prudente e modera<strong>do</strong>, que<br />

<strong>da</strong> eleição de Mit r e podemos <strong>da</strong>tar a ver<strong>da</strong>deira exi tencia <strong>da</strong> Republica<br />

Argentina.<br />

Ella compõe-se de 14 est~<strong>do</strong>s, occupan<strong>do</strong> uma area de 28 375<br />

milhas geographicas, com uma população de 1.7;30.000 almas. ccrescem<br />

ain<strong>da</strong> os territorios disputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Gran-Ohaco com .2.t)QU milhas geoglaphicas,<br />

<strong>da</strong> Patagonia c.om 17.000 e <strong>da</strong>' Pampaf; com 1.5~)O, los quae<br />

. (I) O general Pec1el'llel'il, el':1 o vice,,'l'c illonLu <strong>da</strong> ollfed l·R:1ill. I' .. DI'. D~I'IJlli o<br />

pl'esldente. .<br />

Quem qlú~el: i}lLeil'al'·se de. Lod.os estes facLos deve con 'ulL \1' a obra' de ~{ARl'lX<br />

DE ~Io}Jss~, ])es~J'1.p~ton de la, I!-~pilb7tqlJ.e Argentine (Paris, 1. fiO, .1 vaIs.', e fi d Bno S.l.RD.<br />

ConsideratlOns htstortques et POlttL'1!


180<br />

a população <strong>do</strong> primeiro regula por 50.000, a <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> por 25.000 e a <strong>do</strong><br />

terceiro por 20.000 almas; calculos para o quaes não ha nenhuma base<br />

estatistica, porque trata-~e de uma população -fluctuant·', de tribus selvagens<br />

ou serni-selvagens.<br />

Como em to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s sul-americanos, não ha proporção alguma<br />

entre a extraordinaria superficie <strong>do</strong> solo e a esca.,sa população. Ate nos<br />

tratos mais cultiva<strong>do</strong>s' faltam arrolamentos authenticos.<br />

Qu.l!lto ao numero <strong>do</strong>s habitantes p0dem os 14 esta<strong>do</strong>s ser assim<br />

clas mca<strong>do</strong> .-<br />

Primeiro Buenos-Aires, com 495,107 almas, isto é, quasi o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong><br />

segun<strong>do</strong>, que é Oor<strong>do</strong>ba, com 210,000 habitantes. E' ain<strong>da</strong> maior a desproporção<br />

nas capitae d'estes <strong>do</strong>us mais populosos esta<strong>do</strong>s, porquanto a<br />

ci<strong>da</strong>de de Cor<strong>do</strong>ba conta 28,000 habitantes, e Buenos-Aires 177,000.<br />

O esta<strong>do</strong> de Entre-Rios possue 134,000 habitantes, o de Santiago<br />

deI E tero 132,000; o de Corrientes 129.000; o de Tucuman 108,000;<br />

o de anta Fé 89,000; o de Salta 88,000; o de Catamarca 79,000<br />

o de Men<strong>do</strong>za 65,000, o de San Juan 60,00 ; o de San Luis 53.000;<br />

o de La Rioja 48,000, o de Jejuy apenas 40.000.<br />

Igual desproporção se nota na população <strong>da</strong>s capitaes: a terceira<br />

Qm importancia tem 17,000 e a ultima só 3,000. As ci<strong>da</strong>des mais florescentes<br />

são as que estão situa<strong>da</strong>l' á. margem <strong>do</strong> Paraná.; as outras não<br />

passam de aldeias.<br />

ão muito frouxos os laços que prendem os 14 esta<strong>do</strong>s ao <strong>governo</strong><br />

central cumpri<strong>do</strong>s o deveres federaes com reluctancia e ás vezes de to<strong>do</strong><br />

despreza<strong>do</strong>. O <strong>governo</strong> central só póde contar com a ci<strong>da</strong>de e o esta<strong>do</strong> de<br />

Bueno -Aires, que de facto tem a preponderancia no negocio militares<br />

e fina:lceiro, a qual, com di 'emos, por nenhum principio querem-lhe<br />

conceder os outro. Nem o mai pequeno a reconhece voluntariamente.<br />

O govel'lla<strong>do</strong>re <strong>do</strong>s di.lferente e 'ta<strong>do</strong>s, ão populare~ na razão <strong>da</strong><br />

oppo i.ão que fazem ao go, erno central; raros os que procedem de<br />

harmonia com e11e. Comtu<strong>do</strong>, em mai de uma occa ião demonstraram<br />

não possuir os elemento nece ario' para a 1'e i tencia. O que de ejam<br />

é que o <strong>governo</strong> central re i<strong>da</strong> :f 1'a. de Bueno -Aire e, e passiveI<br />

fo~ e ucce ivamen e em ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. E' um de ejo VãO, mas<br />

con ante e inaba1a e1.<br />

\.pó longa <strong>guerra</strong> civil recobrava a Confederação a tranquilli<strong>da</strong>de<br />

interna, quan<strong>do</strong> prmcipioll a agitaçuo na Republica Oriental <strong>do</strong> -ruguay.<br />

O general Flore ahio de eu a lo em Bueno -Aire e foi desfral<strong>da</strong>r na<br />

Ban<strong>da</strong> Oriental a bandeira <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> colora<strong>do</strong>: o que motivou como<br />

já. vimo, a intervençao paragua a e a Triplice-Allian~a.<br />

De nos a narra~ão tran luzem o <strong>do</strong>u principiae motores <strong>da</strong> pc-


181<br />

litica de Mit r e: consoli<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> <strong>governo</strong> central, e recuperação <strong>da</strong>s<br />

duas Republicas <strong>do</strong> Uruguay e <strong>do</strong> Pal'aguay, como partes integrantes <strong>da</strong><br />

Confederação. Outro postula<strong>do</strong>, mas secun<strong>da</strong>rio, de seus actos era pôr<br />

fóra de contestação a soberania argentina sobre o Gran Chaco, Patagonia<br />

e as Pampas. Reconhecia, comtu<strong>do</strong>, perfeitamente, que a Cjnfederação,<br />

não possuin<strong>do</strong> exercitos, nao podia apoiar militarmente suas pretenções.<br />

Como em to<strong>da</strong>s as Republicas sul-americanas, repousam na<br />

Argentina os recursos militares sobre o systema de milícias, pelo qual<br />

ca<strong>da</strong> homem em esta<strong>do</strong> de pegar em armas está sujeito ao serviço militar;<br />

mas o <strong>governo</strong> central não tem meios de forçar as provincias<br />

a fornecerem os contingentes necessarios. Para defesa <strong>do</strong> <strong>governo</strong> nacional<br />

e <strong>da</strong>s capitaes, para guarnição ,<strong>da</strong>s fronteiras, para deter as<br />

correrias <strong>do</strong>s Indios e <strong>da</strong>r um ponto de apoio á administração policial,<br />

concede o congresso um corpo permanente de 6;000 homens, <strong>do</strong>s quaes<br />

são, ou devem ser, 3,000 de infantaria, cerca de 2,000 de cavallaria<br />

e 1,000 de artilharia, porquanto o desenvolvimento militar é de to<strong>do</strong><br />

incipiente, apezar de contar a Republica na<strong>da</strong> menos de 30 generaes<br />

e 273 officiaes superiores, que to<strong>do</strong>s percebem sol<strong>do</strong>, e na maior parte<br />

são destina<strong>do</strong>s a comman<strong>da</strong>r os batalhões de milicias em caso de <strong>guerra</strong>.<br />

Esses 6,000 homens são tropas assalaria<strong>da</strong>s, sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de pro:fissào,<br />

completamente estranhos a população, sempre promptos para luctar <strong>contra</strong><br />

os pronunciam':}ntos e revoltas nas provincias, mas estão eiva<strong>do</strong>s de<br />

to<strong>do</strong>s os vicios proprios de velhos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de of:ficio, e quan<strong>do</strong> lhes<br />

acenam com maior paga não deixam ele ser' <strong>do</strong>cil instrumento de revoluções.<br />

a <strong>guerra</strong> <strong>contra</strong> L op e z bateram-se em geral com deno<strong>do</strong>,<br />

Asmilicias constam <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional, que existe em to<strong>da</strong>s as provincias.<br />

Pertence a ca<strong>da</strong> <strong>governo</strong> provincial convocaI-as, equipaI-as, pagal-a<br />

quan<strong>do</strong> em serviço, exercitaI-as e nomear os officiaes subalternos. As tropas<br />

permanentes são engaja<strong>da</strong>s, dependem directam~nte <strong>do</strong> <strong>governo</strong> central e<br />

são estipendia<strong>da</strong>s pelos cofres geraes; quanto ás milicias têm o dever<br />

de concorrer para a defesa <strong>da</strong> provincia e ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> Confederação quan<strong>do</strong><br />

o <strong>governo</strong> central assim julgar necessario. Haven<strong>do</strong> boa vontade <strong>da</strong><br />

parte <strong>da</strong>s províncias, p6de este pôr em campo 50,000 homens. Tambem<br />

são incorpora<strong>do</strong>s ás :fileiras delinquentes tira<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s prisões, cavalleiros<br />

gaúchos avi<strong>do</strong>s de pilhagem, e as fe7,es sociaes <strong>da</strong>s grandes ci<strong>da</strong>des,<br />

assim como os >,Indios, que em tempo de <strong>guerra</strong> costumam offereeer<br />

seus serviços.<br />

Quan<strong>do</strong> principiou a guerr.a <strong>contra</strong> L o p ez dispunha a Confederação<br />

de 1 regimento de artilharia, 6 batalhões de inialltaria e 8<br />

regimentos de cavallaria. ão estavam compreheneli<strong>da</strong> n'este numero as<br />

guarnições <strong>da</strong> fronteiras, a polIcia <strong>do</strong>s porto, etc. o batalhões de


lS2<br />

infantaria figuram muitos homens de côr, mulatos, mestiços, cabras e<br />

negros (1). Pelo <strong>contra</strong>rio, a cavallaria compõe-se exclusivamente de<br />

gaúchos, cuja arma principal é a lança) mas sem o laço e as bolas<br />

tambem não entram em campanha. Sua rnãneira de combater assemelha-se<br />

em tu<strong>do</strong> ti. <strong>do</strong>s gaúchos ollientaes, que já c1esérevemos. ão se póde<br />

imaginar melhor caval1aria irtegul3r, más é preciso áceital-a com to<strong>do</strong>s<br />

os defeitos que Íhe são inherer1tes.<br />

Quan<strong>do</strong> Mi tI' e pronunciou aque1las mernoraveis palavra!>, tantas<br />

ve 'es corrlmeílta<strong>da</strong>s-=--~


Seu plano era excluir Buenos-Aires <strong>da</strong> Confederação, e, admittin<strong>do</strong> o<br />

Uruguay e o <strong>Paraguay</strong>, constituir em favor de Urquiza, <strong>contra</strong> Mitre,<br />

um f.()rte esta<strong>do</strong> hespanhol intermediario entre o Brazil e Buenos-Aires.<br />

L op ez devia servir de instrumento para a realisação d'esse plano, e, como<br />

R os a s, ser ao depois posto á margem. Assim calculavam os adver-sarios<br />

<strong>do</strong>s unitarios ou centralistas, e não se tar<strong>do</strong>u a reconhecer que procediam<br />

de accor<strong>do</strong> com Úl.es idéas.<br />

Mesmo em Bu~nos-Aires não ficaram elles inactivos, e M it r e e o<br />

vice-presidente Dr. i\l arcos Paz tiverp.m de sustentar com eUes renhi<strong>da</strong>s<br />

luctas. Agora, apezar de termina<strong>da</strong> a <strong>guerra</strong>, não são ain<strong>da</strong><br />

de to<strong>do</strong> conhe.ci<strong>do</strong>s os manejos e intrigas, que nos momentos decisivos<br />

paralysararr. a acção <strong>do</strong> <strong>governo</strong> central e p1J.zeram em risco a Triplice<br />

AUiança. Em to<strong>da</strong> a parte o dict.ad'Jl' <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> po suia adherentes<br />

e empregava habeis agentes, que o indicllvam como o melhor <strong>contra</strong>peso<br />

opposto à. prepotencia brazileira na America <strong>do</strong> Sul, atiçavam a<br />

opposição ao unitario Mi t r e e exacerbavam o ciume <strong>contra</strong> a supremacia<br />

de Buénos-Aires, que de outro mo<strong>do</strong> não podia ser s'upplanta<strong>da</strong>.<br />

O centro desta resistencia e hostili<strong>da</strong>de era UI' q u iz a, cuja extraordinaria<br />

opulencia e illimita<strong>do</strong> prestigio em Entre-Rios o tornavam chefe<br />

<strong>do</strong> parti<strong>do</strong> federal. Seu nome achava-se inscripto na bandeita revolucionaria<br />

de to<strong>da</strong>s as provincias; sua influenCIa movia to<strong>do</strong>s os acontecimentos;<br />

mas a pFudencia o demovia de figurar como autor ostensivo.<br />

Era muito rico e muito velho para querer comprometter-se no desabrochar<br />

de uma revolução; mas se algum triumpho brilhante assegurasse<br />

o exito, não hesitaria em tomar-lhe a direcção. Emquanto aguar<strong>da</strong>va<br />

um ensejo propicio, ia exploran<strong>do</strong> impudentemente a <strong>guerra</strong> como<br />

negociante e fornece<strong>do</strong>r. A's suas mãos a:fIiuiram sommas enormes IJela<br />

ven<strong>da</strong> de ga<strong>do</strong>, de cavalha<strong>da</strong>s, provisões de boca, e material de acampamento.<br />

DiaI+te de qualquer Brazileiro, Argentino ou Oriental tomava as<br />

feições de um fervoroso allia<strong>do</strong>. Com qualquer emissario <strong>da</strong>s longinquas<br />

provincias de oeste, ou d0S clubs federaes, com qualquer Inglez, Norte-Americano<br />

ou Francez patenteava-se vehemente adversario <strong>da</strong> Triplice AIliança.<br />

Sua linguagem variava com os successos no theatro <strong>da</strong> lucta ;<br />

nunca era sincera. Antes de se comprehender a improficui<strong>da</strong>de de tal<br />

proceder, era Urquiza causa de sérias inquietaçoes no quartel-general<br />

e nos gabinetes, porque a carla momento podia intervir com 10.000 homens,<br />

quan<strong>do</strong> a sorte <strong>da</strong>s batalhas lhe fornecesse ensejo.<br />

Os primeiros s.vmptomas de revolta <strong>contra</strong> o <strong>governo</strong> central manifestaram-se<br />

em Outubro de 1866 na provincia de JY,Ien<strong>do</strong>za, que, ao pé<br />

<strong>do</strong>s Andes e <strong>do</strong> Ohile, fórma a extrema su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> territorio argentino.<br />

O Dr. Marcos P~z, a quem chegaram as primeiras c.ommunicações,


184<br />

procurou disfarçar a importancia ,lo acontecimento e declarou, que invasões<br />

de indios naquella raia longinqua exigiam remessas de tropas; em particular,<br />

porém, e creveo ao presidente, fazen<strong>do</strong>-lhe vêr os perigos de<br />

uma insurreição no interior <strong>da</strong> Republica·, e a necessi<strong>da</strong>de de vir um<br />

general de confiança com tropas suilicientes para snffocar um movimento<br />

que podia entorpecer as operações <strong>contra</strong> o <strong>Paraguay</strong>, porquanto<br />

as ver<strong>da</strong>deiras noticias vin<strong>da</strong>s de Men<strong>do</strong>za não eram as que circulavam<br />

no publico. Alguns presos politicos, aproveitan<strong>do</strong>-se <strong>da</strong> fraqueza <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r,<br />

e coadjuva<strong>do</strong>s por aventureiros vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Chile, tinham toma<strong>do</strong><br />

o palacio <strong>do</strong> <strong>governo</strong>, expulso o governa<strong>do</strong>r é lança<strong>do</strong> mão <strong>do</strong>s cofres<br />

provinciaes: era uma revolta em regra. Com a maior ingenui<strong>da</strong>de<br />

communicaram eUes ao <strong>governo</strong> central em Buenos-Aires que os liberta<strong>do</strong>res,<br />

por meio de um pronunciamento (como se chama na America hespanhola<br />

qualquer revolução incmenta) tinham consegui<strong>do</strong> derrubar o abominavel<br />

e t rannico <strong>governo</strong> provincial e tratavam de installar um outro,<br />

.que corre l?ondes e aos desejos <strong>do</strong> povo: sen<strong>do</strong> isto um acontecimento<br />

puramente local, não concernente á confederação, não podia affectar ao<br />

<strong>governo</strong> central nem era de sua competencia averiguar <strong>do</strong> pronunciamento.<br />

Desse teor foram as participações <strong>do</strong>s amotina<strong>do</strong>s, mas o governa<strong>do</strong>r<br />

expulso exprimio-se de fórma differente. a opinião deste to<strong>do</strong> o movimento<br />

tinha sua origem na Republica <strong>do</strong> Chile, que praticamente queria<br />

pôr em scena o protesto <strong>da</strong>s Republicas <strong>da</strong> America Occidental <strong>contra</strong><br />

o avassallamento <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> pela Triplice Alliança: publicamente se<br />

organisàra no Chile esta expedição, chegan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os dias gente para<br />

auxiliar a rebellião <strong>da</strong> provincia. Os federaes eram os fautores disfarça<strong>do</strong>s;<br />

os revoltosos com suas declarações de leal<strong>da</strong>de só queriam ganhar<br />

tempo para se fortalecerem e evitarem a pompta chega<strong>da</strong> de tropas<br />

<strong>do</strong> go\""erno; UI' quiz a era menciona<strong>do</strong> como o chefe deste movimento,<br />

e se não déssem as providencias necessarias, de um movimento local<br />

surgiria uma revolução geral <strong>contra</strong> Mi t r e e <strong>contra</strong> o <strong>governo</strong> central<br />

em Buenos-Aires, opinião partilha<strong>da</strong> pelo vice-presidente que insistio<br />

com Mitre para que procedesse com a promptidão e energia exigi<strong>da</strong>s<br />

pelas circurnstancias.<br />

--o acampamento de Tuyuty recebeo o general em chefe <strong>do</strong>s AIJia<strong>do</strong>s<br />

estas noticia! quan<strong>do</strong> seu espirito se achava acabrunha<strong>do</strong> pelo revez de<br />

Onrupaity. Consultou com o marquez de Caxias, que cOll n l)r<strong>do</strong>u na<br />

neces:.-i<strong>da</strong>d.e de se esmagar essa opposiÇão que, assomava n: .taguar<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> exercito, e annuio a to<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s que Mit r e qui .:,se tomar<br />

em relação ao contingente argentino. O general ~ a une. o, que pela<br />

toma<strong>da</strong>. <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>·le de Corrientes se mostrAra digno de to<strong>da</strong> a confiança,<br />

foi por M í t r e encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> força que tinha de marchar


185<br />

para Men<strong>do</strong>za, força compQ:ta de cerca de 3.000 homens, sen<strong>do</strong> 700<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s já experimenta<strong>do</strong>s e os demais tira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> deposito <strong>do</strong> Rozario,<br />

onde estavam os reforços vin<strong>do</strong>s de Santa Fé, Cor<strong>do</strong>ba e Santiago. Os<br />

700 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s embarcaram em transportes a vapor, e Pau n e r o organisou<br />

seu pequeno exercito de 3.000 homens no RozrI rio de onde se<br />

pôz em marcha para oeste (1).<br />

Mais tarde fanaremos desta e:lC.pedição.<br />

(I) o g neral Paunero parLia de TuyuLy em fins de 1 '() leyan<strong>do</strong> uns 1.000 homens<br />

<strong>do</strong> exercito argentino, e fi !) de Fevereiro de 1867 partia o g neral Mitr com outros 4 000.


APPENDICE<br />

AO<br />

2° -VOLU~E<br />

( rOTA.' E DOCUMENTO)


.-


t Sobre o combate de Corrientes (25 de Maio de 1865)<br />

1.<br />

Podemos compleLar agora ai infurma:úe:s <strong>da</strong><strong>da</strong>s sobre este combate<br />

no lo vaI., pago 156, e .1 pfle'Hlicc ao mesmo volume pags. 215, 217<br />

e 219.<br />

A.s parLes officiaes remetti<strong>da</strong>,; ao a1mit'an te Taman<strong>da</strong>re pelo geneeal<br />

Bruce (e!1tão coronel) não eh gar::l1u a' mãos <strong>do</strong> gO\'crno, e c.'sc genemI,<br />

yci"incaml0 algum tempo depoi.' ,l falta na secretaria <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>,<br />

alli deixou a. copias <strong>da</strong> suas' primeira.' eommunicações, que só ultimamente<br />

pudemo.' encont ar.<br />

A força brazileira que ele 'enlbarcou em COl'rientes no dia 25 de Maio<br />

não foi dirigi<strong>da</strong> pelo Lenente-coronel Silm Guimarães (J. Antonio <strong>da</strong>),<br />

como dissemos a pago 156 <strong>do</strong> l" vo1., <strong>da</strong>n<strong>do</strong> credito ás notiçia publicaaas<br />

nes'~a epoca,<br />

E se tenente-coronel era com effeito comman<strong>da</strong>nte elo Do batalhão,<br />

mas não pMe des8mIJarcar a· Lempo; e, lluanrl á noite dispunha-se a<br />

fazel-o com aI" e 2' COmlJanhias <strong>do</strong> .'cu batalhã.O, recebeu aviso de não<br />

ser mais neces'aáo em terra o reforço pedi<strong>do</strong>.<br />

As pri)11eim~ tropa.s clescmbarcaua.· foram as argentinas <strong>do</strong> general Paunero,<br />

que immediaLamente entraram em fogo e começaram a repellir os <strong>Paraguay</strong>os.<br />

Saltaram logo clepoi , <strong>da</strong>s caolwueiL'élS A'/'agua;'!) e flelm.onte,<br />

88 praça'5 elo 9° batalhão e 39 <strong>do</strong> ~ o de artilhal'Ía (lO tenente Tiburcio<br />

de -'ouza) com 2 boca. ele fogo, e em s g'l1i<strong>da</strong> desembarcaram mais 219 praças<br />

<strong>do</strong> O·, batalhão; ao to<strong>do</strong> 34:6 homen'.<br />

O orayo c piLão Pec1l'O \.ftànso 1< erreir


2<br />

argentinas, atacan<strong>do</strong> impetuosamente os <strong>Paraguay</strong>os, os foram levan<strong>do</strong> de<br />

venGi<strong>da</strong> e <strong>da</strong>tTotand0, com o auxilio <strong>do</strong>s fogos <strong>da</strong> esquadra imperial. Assim,<br />

a força brazileira apenas teve fóra de combate 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto, 1 tenente<br />

e 4 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s <strong>do</strong> 9' batalhão, além de 3 artilheiros Lambem feri<strong>do</strong>s.<br />

Oomtu<strong>do</strong>, as 2 peças' <strong>do</strong> lo tenente Tiburcio prestaram muito bons serviços<br />

ao general Paunero, e os atira<strong>do</strong>res <strong>do</strong> 9 0 batalhão puderam, no<br />

fim <strong>do</strong> combaLc) dirigir algum fogo sobre o· inimigo que se retirava.<br />

O combate cessou às -! 1/2 <strong>da</strong> tard , e às 5 hora o general Palluero<br />

pedia ao chefe Barroso que lhe enviasse mais tropa. Desembarcaram<br />

por isso 2~ Argentinos, comman<strong>da</strong>rlos pelo tenente Vellez, e o coronel<br />

Bruce com 166 praças <strong>do</strong> lo


feri<strong>do</strong>s; mas, como nes e dia tivemo.' 16 homens feira o.e combate, sen<strong>do</strong><br />

1 morto, segue-se que a marinha teve 7 feri<strong>do</strong> . que provavelmente<br />

faziam parte <strong>da</strong>s guarnições <strong>do</strong>s escaleres que desembarcavam tropa.<br />

Em 11 de Junho, no Riachuelo, tivemos, como ficou dito à pago 215<br />

0.0 Alpenclic', l° yol., 1 alferes e 19 marinheieos e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s extravia<strong>do</strong>s,<br />

mas os maeinhelros extravia<strong>do</strong>s foram apenas 10 (e lHO 15 como dá o<br />

mappa) e o sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> ~xercito foram 9 (e não 4).<br />

Em 13 de J un110 tivemos 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> exercito mortos e 5 feri<strong>do</strong>s<br />

(não 2 como está no mappa), de orte que, com o:' 3 marinheiro. f"d<strong>do</strong> ,<br />

fical'am fóra de comuate nesse dia 13 homen' (e não 10).<br />

No mesmo mappa, por eero ue impressão, <strong>da</strong>-se 1 oflicial dl:l marinha<br />

morto, quan<strong>do</strong> e.sse oflieial pertencia ao exercito.<br />

Até o cap. V<strong>II</strong>I <strong>do</strong> }O vol., demos sempre os nomes <strong>do</strong>s ofliciae:><br />

brazileirus morto em combate, ma' no cap. IX houve algumas o nissões.<br />

Para reparaI-as, mencionaremos ne te lugar o officiaes <strong>do</strong> exercito mortos<br />

desde a occupa~ão <strong>da</strong> Ilha <strong>da</strong> Redempção até o ultimo di-! de Abril.<br />

Os nome. dO::i officiaes de marinha morto.: vão indiCl<strong>do</strong>s no cap. IX.<br />

Combate ele 10 de f17J7'il,· na Ilh I <strong>da</strong> Reclempr;ão:<br />

Tenente-coronel '.Villagran Cabl'ita (comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> batalh'to de<br />

eng'enheiro ').<br />

Tenente Rol<strong>da</strong>o de Brito (7 0 de yoluntarios).<br />

Alferes C. L. '.VooU (secretario <strong>do</strong> hatalhão de engenheiros).<br />

Com~'ale ele 17 elc Ab?"il, na Conflllenoicl:<br />

Capitão Julio de Carvalho (10 batalhão de linha).<br />

Capitão Licinio Passos C~o batalhão de linha).<br />

Do officiaes feriuos ne se dia morreram log depois o alfere <strong>do</strong><br />

J' batalhan de linha Nogueira Beanman, e o tenente <strong>do</strong> 13 0 de linha<br />

Carlos Miguel de Lima e Silva (<strong>da</strong> familia <strong>do</strong> duque de Caxia..), de sorte<br />

que tive:no nesse combate 4 officiaes mortos e L4 feri<strong>do</strong>.<br />

Feitas as modificações acima aponta<strong>da</strong>., foi e.,ta, al1p"o.'lJimaclamenle,<br />

a nossa perua até 30 de Abril de 186 j :<br />

Mortas :-27 officiaes e 392 ol<strong>da</strong><strong>do</strong>..<br />

Ft?'ülos:-5I » 861 »<br />

EXL1'acia'los:- 9 » 131 »<br />

87 1.381<br />

Ou 1,471 homens fóra<br />

de combate.


-J<br />

,"Ob1'C<br />

o sitio de ['ntguayalllt<br />

Podemos hoje autori~cH' \jOlll o seguinte <strong>do</strong>cumeuLo o que dissemos<br />

no I Vol. (pag. 217, nota, e pao·. XV<strong>II</strong>i <strong>da</strong>s rectificações) sobre o commandu<br />

em chefe <strong>da</strong>s forças allia<strong>da</strong>,' diante de Urugua-yana:<br />

« Illm. e Exm. Sr.-Pelo meus offieios <strong>da</strong>ta<strong>do</strong>s de 29 de Agosto e<br />

3 de Setembro dlJ anno passa<strong>do</strong>, vera V. Ex. tu<strong>do</strong> o que e pas ou<br />

úcerca <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong>s for


meLten<strong>do</strong>-me, na4.uellas cil'cumstal1cia.', ::to COIl1JlIHn<strong>do</strong> Ile um g- n rnl<br />

estrangei1'0, por mais distincto que fosse.<br />

« Ajustauo, pois, e~te ponto, e ten<strong>do</strong>-se o.' generae' mostra<strong>do</strong> convenci<strong>do</strong>s<br />

de Llue não tinham direito :la pretendi<strong>do</strong> comman<strong>do</strong> em chefe<br />

no nosso territorio; chegan<strong>do</strong> nessa oCCClsião S, 1\1. o Impel'a<strong>do</strong>r a quem<br />

V. Ex. tinha a honra ele acompanhar, como V. Ex. sabe, ficou accor<strong>da</strong><strong>do</strong>,<br />

em conferencia entl'e os genemes em chefe, tanto de terra como<br />

<strong>da</strong> esquadra brazileim nas agua elo Prata; que durante a final decisão<br />

<strong>do</strong> sitio ele l'llguayana, S. M. o Impera<strong>do</strong>r seniria, ,'impleslllente, de<br />

elo entre os me~mos generae3, e de arbitro no caso de duvi,las, que<br />

pudessem surgir; c.lhen<strong>do</strong>-me a direcção <strong>do</strong> ataque, como de facto foi<br />

minha a colll)cação <strong>da</strong>s columna que o deveriam reali 'ar', as 'im como fui<br />

eu quem, embora em nome elos generae.::i allia<strong>do</strong>" dirigia aos itia<strong>do</strong>s<br />

a intimação peremptoria para a sua rendição.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Qual'tel general <strong>do</strong> comlDan<strong>do</strong> em chefe<br />

<strong>do</strong> exercito em operações no Sul <strong>do</strong> Ill1perio.-Villa de S. BOl'ja, 28 ele<br />

Fevereiro de 1866.<br />

« Barão de Porto _~.legre. »<br />

Ent: e outro.:: <strong>do</strong>cumentos, acompanha a este officio C! plano de ataque<br />

redigi<strong>do</strong> pelo general Mitre, de accarIo com o resolvieb na conferencia<br />

antes celebra<strong>da</strong>.<br />

Porto Alegl'e, receben<strong>do</strong>-o, dirigia. ~o geneml Mitre a seguinte<br />

nota:<br />

« 111m. e Exm. Sr.-Tive a sati fação de receber hontem á noite<br />

o plano por V. Ex. haLilmeute traça<strong>do</strong> <strong>da</strong>s operações <strong>da</strong>s forças allia<strong>da</strong> ,<br />

e estan<strong>do</strong> em suas l)ases de accor<strong>do</strong> com o que foi assenta<strong>do</strong> em nos as<br />

conferencias, e. em S3US detalhes conforme ao meu peno amento, na<strong>da</strong><br />

tenho a oppôr, ou accrescentar; convém, porém, como á superior intelligencia<br />

de V. Ex., não e capará, que uma conferencia tenha ele novo<br />

lugar, para que possa ser lltil e exactamente applica<strong>do</strong>, ou executa<strong>do</strong> o<br />

mesmo plano.<br />

« Prevalecen<strong>do</strong>-me <strong>da</strong> opportu.ni<strong>da</strong>de, reitero à V. Ex. os protestos<br />

de minha alta estima e di tincta can iclera('"l:o.<br />

« Deus guarde a V. Ex. -Quartel general <strong>do</strong> commanelo em chefe<br />

elo exercito em operações ao Sul <strong>do</strong> Imper ia, em feeute ii. rugua)"ana,<br />

17 ele Setembro de 1865.<br />

« 111m. e EXID. Sr. brigadeiro general D. Dartholomeu MiLre, comman<strong>da</strong>nte<br />

em chefe <strong>do</strong> exercito al'gentino.<br />

(( Barão de Porto Alegre. »


I<br />

(DOe 'ME~TO SOBHE o CAPiT[LO \ DESTA OBRÁ)<br />

Batalha <strong>do</strong>. Estero Bellaco (2 de Maio de 18u!))<br />

" Paí'lc olficial <strong>do</strong> general O.


7<br />

« Entran<strong>do</strong> em combate os primeiros batalhões (lue alli chegaram, e<br />

restabelecen<strong>do</strong>-se a ordem na vanguar<strong>da</strong>, o inimigo foi bati<strong>do</strong> até além<br />

de SI.1a linha de ayança<strong>da</strong>s, penetran<strong>do</strong> em segui<strong>da</strong> no campo que elle<br />

occupava anteriormente parti<strong>da</strong> explora<strong>do</strong>ras de nossa cavallaria e<br />

infantaria.<br />

« O inimigo deixou no campo mais de 1.000 mortos, como igual<br />

numero de armas, especialmente de infantaria, 1 bandeira tomacla pelo<br />

solelauo <strong>do</strong> 7° batalhão de infantaria Seraphim Lourenço <strong>da</strong> Silva, que<br />

matou o respecti\ro po<strong>da</strong>, 3 b')cas de fogo ele montanha, e muito<br />

prisioneiros feri<strong>do</strong>s e são;;; e tes manuei entregar ao com man<strong>da</strong>nte em<br />

chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>, e aquelles fiz recolher ao ho pitaI.<br />

« Este corpo de exercito, comprehendi<strong>da</strong> a briga<strong>da</strong> que está na \'anguar<strong>da</strong>,<br />

t~ve como 140 mortos, e maior numero de feri lo e extravia<strong>do</strong>,<br />

que ain<strong>da</strong> não me é <strong>da</strong><strong>do</strong> precisar, ten<strong>do</strong> perdi<strong>do</strong> os 4 canhMs<br />

acima cita<strong>do</strong>s<br />

«Opportunamente subirá ao conhecimento de V. Ex. a relaçã,o<br />

circum tanciq,<strong>da</strong> <strong>do</strong>s factos d'este dia.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

«Illm. e Exm. Sr. conselheiro Angelo Muniz ela Silva Ferraz,<br />

ministro e secretario d'esta<strong>do</strong> elos negocias <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

(( Manoel Luiz ()zorio,<br />

« Marechal de ampo.»<br />

Pa?'le officíal elo gene'i"al Fló?nIJS ao general Mit1 n e:<br />

« Quartel general em S. Francisco (pa. 50 <strong>do</strong> Estero Bellaco), 2 de<br />

Maio de 1866.<br />

« Tenho a honra ue levar ao conhecimento de Y. Ex. que hoje,<br />

pelo meio-dia, uma columna inimiga de un. 6.000 homens, sen<strong>do</strong> a<br />

quinta parte de cavallaria e trazen<strong>do</strong> 8 peça'> de artilharia, dirigio-'e<br />

sobre o centro de no:' a linha' arança<strong>da</strong>.., marchan<strong>do</strong> sobre eUa com<br />

tanta celeri<strong>da</strong>de que, quan<strong>do</strong> chegou sobre as guar<strong>da</strong>., somente poderam<br />

oppôr-se os 3 batalhõe' que lhe serviam de re 'erva, e que su ·tentaram<br />

o fogo . até tocar-se chama<strong>da</strong>, geral, e chegaram em sua protecção a


8<br />

briga<strong>da</strong> orienlal, a 2' briga<strong>da</strong> lJrazll ira (1), a bl'iga<strong>da</strong> elo coron·l<br />

Kelly (2) e o regimento «Escolta », com cujos reforço,;, e o exercito<br />

argentino il direita e o brazile.iro à e. quenla, tornou- e geral o fogo<br />

sobre to<strong>da</strong> a linha<br />

« No primeiro impeto o inimigo chegou até esto lallo <strong>do</strong> EsLero<br />

Bellaco, porém, repelli<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s o ponto, foi arroja<strong>do</strong> á outra<br />

margem <strong>do</strong> Estero e persegui<strong>do</strong> até l11Ú, de 10. quadras alem de suas<br />

linhas avança<strong>da</strong>s, ficn.u<strong>do</strong> em I10;SO poeler 2 peça, de artJlhal'ia, e uu'<br />

1 500 homeu' entre morLos, feri<strong>do</strong>" e prisioneieos, além de cauhõe ,<br />

bandeiras e al'll1amenio que t':lll . i<strong>do</strong> tomallo.· pela. outra. força qne<br />

entraram em fogo.<br />

«. PLll' parte elo ex ,'cilo allia<strong>do</strong> ela yang,uttl'tla à.. llliuha~ imll1ediata<br />

ol'den' til'emo,' :350 llOIl1Cn'l, mai-; <strong>II</strong> LU nos, fora ele t:'lml ate, entre<br />

mortos e feri<strong>do</strong>s<br />

« A decisão e heroiimo com que .·e po<strong>da</strong>ram nu 'os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>.. nesta<br />

jorna<strong>da</strong> honram-e' altamente e fazem-a'os dignos de serem recOlTImeucla<strong>do</strong>s<br />

á consideração de V. Ex. e <strong>do</strong>s seu' respectivos <strong>governo</strong>s.<br />

« Deus gual'de a V. Ex. muito' anuo.<br />

« "Venancio F'lores. »<br />

Pw'te o!f,...:ial clu general Ll1it,'c ao cÍt:e-pl'csiclente elc,<br />

Republica A ?'[jont i-na :<br />

« O general em chefe elo exercito alHa<strong>da</strong>, ao EXITI. Sr. vice-presidente<br />

<strong>da</strong> Republica, Dl'. D. Marcos Paz.<br />

« Quartel-general no E tero Bellaco, ;) ele Maio de 186Q.<br />

« Tenho a honra ele juntar manusc1'Ípto o <strong>do</strong>cumentos officiaes sob<br />

n. 1 a 4 com o' eu' anuexos, que foemam o 3° boletim <strong>do</strong> exercito<br />

allia<strong>do</strong>.<br />

« POl' elles ficará ciente V. Ex. que, no dia 2 <strong>do</strong> COlTente à 1 hora<br />

<strong>do</strong> dia, o inimigo,;, com uma cJlumna escolhi<strong>da</strong> de 6.000 h0mens <strong>da</strong>s<br />

tl'es anua,;, apoia<strong>da</strong> pelo resLo uo seu exercito ii ['etagual'<strong>da</strong>, acommetteram<br />

no' 'a linha -de vanguar<strong>da</strong> com l11llÍ '. au<strong>da</strong>cia <strong>do</strong> que fortuna,<br />

(l' <strong>II</strong> I eng-luo;<br />

deVd StJ r 12" Uriga.ltl (P"cl'gn 'ilo).


atravessan<strong>do</strong> pelo pas:ôo de S, Francisco o Estero Bellaco, que nos tlivide<br />

de sua linha de avança<strong>da</strong>..<br />

« Comquanto a principio obtivf:1ssem alguma vantagem sobre os primeiros<br />

corpos avança<strong>do</strong>s, promptamente acudiram as reservas, calTegan<strong>do</strong>-os<br />

pela frente é'pelos flancos,' obrigan<strong>do</strong>-os a aban<strong>do</strong>nar o campo, e levan<strong>do</strong>-os<br />

até alem <strong>da</strong> sua linha avança<strong>da</strong> de fortificações provisorias,<br />

obrigan<strong>do</strong>:os a aban<strong>do</strong>nar os mattos em que se abrigavam, e fazen<strong>do</strong>-os<br />

deixar em nosso poder mais de 1.200 mortos, 3 peças de artilharia,<br />

2 bandeiras, obra de 800 espingar<strong>da</strong>s, que são as recolhi<strong>da</strong>s, e grande<br />

quanti<strong>da</strong>de de prisioneiros, na sua mór parte feri<strong>do</strong>s, Cl~O numero at;<br />

este momento não é passiveI determinar, pois são cura<strong>do</strong>s em nossos<br />

hospitaes de par com os nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

« A per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s exercitas aUia<strong>do</strong>s n'esta jorna<strong>da</strong> sobe em sua totalitlade<br />

li cerca de 656 homens fóra de. combate, sen<strong>do</strong> o maior numero feri<strong>do</strong>s.<br />

« To<strong>da</strong>s as tropas bateram-se com vigor, e foram dirigi<strong>da</strong>s com illtelligellcia<br />

pelos seus respectivos chefes especialmente o 7" batalhão <strong>do</strong><br />

infantaria b.razileiro, que sustentou sobre o passo o primeiro arremesso <strong>do</strong><br />

inimigo, a briga<strong>da</strong> oriental, a divisão <strong>do</strong> general Yictorino, a cavallaria<br />

<strong>do</strong> general Netto, o lo corpo <strong>do</strong> exercito arO'entino, que flanqueou o<br />

inimigo pela sua esquer<strong>da</strong>, assim como _o regimento n. 1 de cavallaria<br />

de linha <strong>do</strong> exercito argentino, que repeUio o ataque pela n@ssa direita,<br />

toman<strong>do</strong> 1 estan<strong>da</strong>rte ao inimigo.<br />

«Como mais gloriosos trophéos conquistadus n'este combate pelo<br />

esforço <strong>da</strong>'l armas argentinas,· tenho a homa de remetter a V. Ex. o<br />

estan<strong>da</strong>rte ~nimigo toma<strong>do</strong> pelo n. 1 de cavallaria de linha, e a corneta<br />

toma<strong>da</strong> pela cavallaria correntina na mesma manhã de hontem.<br />

« Felicitan<strong>do</strong> a V~ Ex. por este feito de armas, que tanta homa faz<br />

às armas allia<strong>da</strong>s, espero que V. Ex:. :ôervir-se-ha <strong>da</strong>r publici<strong>da</strong>de a estd<br />

boletim, que pela pressa <strong>do</strong> tempo n.'\o ~ passiveI imprimir em Corriente '.<br />

« Deus guarde a V ..Ex:,<br />

« Dnrtolomé Mit....e.<br />

« p, S. Estabelecemos nosso campo na altura <strong>da</strong>' ultimas 1)0, ições a<br />

que attingimos honieI11 sobre o Estero Bellaco, achan<strong>do</strong>-nos a uma legua<br />

mais ou menos <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> acampamento que occupavamos.<br />

« ~litre (1). »<br />

. (<strong>II</strong> A parLe o.ffici11 <strong>do</strong> general Palmero púJo ler-se lia Lm de '1'1101111'';011, _1Pl>cnd"IC~,<br />

pago 3t<br />

A., 2


10<br />

t Ordem elo elia elo general Ozo?"io<br />

« Quartel-general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> l° corpo <strong>do</strong> exercito<br />

bl'azileiro em operaçõe:.-Acampamento junto ao Estero Bellaco, 10 de<br />

Maio de 1866.<br />

« Ordem <strong>do</strong> dia n. 153<br />

« S. Ex o Sr. general em chefe tem a satisfação de declarar ao exercito<br />

que lhe agra<strong>do</strong>u o comportamento <strong>do</strong>s differentes chefes, ofllciaes e<br />

tropas que o compõem, por o(;casião <strong>do</strong> combate <strong>do</strong> dia 2 <strong>do</strong> corrente,<br />

em que o inimigo com forças consideraveis sorprendeu o exercito d,a<br />

vanguar<strong>da</strong>.<br />

« To<strong>da</strong>s as divisões apromptaram-se em tempo, e em boa ordem avançaram<br />

para os pontos que fpram indica<strong>do</strong>s aos seus dignos comman<strong>da</strong>ntes.<br />

A estreiteza <strong>do</strong> terreno, porém, ou antes por não ter si<strong>do</strong> necessario<br />

mai , só a 6" divisão, o 1° corpo de voluntarios, <strong>da</strong> 2- briga<strong>da</strong> <strong>da</strong> 4" divisão,<br />

o 13° batalhão de infantaria, 26° e 11° corpos de voluntarioso <strong>da</strong> 7- briga<strong>da</strong>,<br />

<strong>da</strong> I' divi ão, tiveram occa~ião ele auxiliar a vanguar<strong>da</strong> na brilhante<br />

repulsa que fez <strong>do</strong> inimigo.<br />

« S. Ex., aprecian<strong>do</strong> devi<strong>da</strong>mente a energia com que avançou com a<br />

ua divisjio o Exm. Sr. brigadeiro Victorino José Carneiro Monteiro, a<br />

pericia que desenvolveu na distribuição <strong>do</strong>s seus batalhões para repellir<br />

e perseguir o inimigo, louva-o e agradece-lhe tão relevante serviço.<br />

« Em referencia á parte <strong>do</strong> mesmo Exm. Sr. brigadeiro Victorino José<br />

Carneiro Monteiro, faz os merecirlos elogios ao Sl". coronel Evaristo 1.adisláo<br />

e Silva, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 18- briga<strong>da</strong>, pelo sangue frio e intelligencia<br />

com que executou as ordens <strong>do</strong> eu distincto chefe na distribuição<br />

<strong>do</strong>s corpos de sua briga<strong>da</strong>.<br />

« São tambem dignos de particular menção, e S. Ex. os recommen<strong>da</strong><br />

â consideração <strong>do</strong> exercito, os bravos tenente-coronel Carlos Bethbezé de<br />

Oliveira ~ery, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> l° corpo de voluntarios, que só depois<br />

<strong>do</strong> erceiro ferimento se retirou <strong>da</strong> frente <strong>do</strong> seu corpo, e o fiscal, major<br />

Antonio de Campos Mello, que tambem foi feri<strong>do</strong>; major Augusto Cezar<br />

<strong>da</strong> Silva, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 13° de i.nfantaria, que marchou em reforço<br />

aos batalhões que se batiam na I" linha; major Francisco Frederico Figueira<br />

de )feUo, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 26° corpo de voluntarios, pela energia<br />

que desenvolveu nas difflcul<strong>da</strong>des em que casualmente se achou; tenentecoronel<br />

ApoUonio Peres Campello Jacome <strong>da</strong> Gama, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

30° corpo de voluntarios, pela presteza e regulari<strong>da</strong>de que apresentou<br />

o seu corpo ao desenvolver-se em linha para carregar sobre .0 inimigo,<br />

a. im como seu fiscal, major Francisco Bibiano de pastro, que ma·is tarde


11<br />

e peias circumstancias <strong>do</strong> terrenp, ten<strong>do</strong> de operar separa<strong>da</strong>mente com<br />

a ala esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> mesmo corpo, mostrou que sabe sustentar o seu posto<br />

com desembaraço e coragem: e o major Innocencio José Cavalcanti de<br />

Albuquerque, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 11 0 de voluntarios, e o seu fiscal, 'major<br />

Joaquim Iguacio Ribeiro de Lima, os quaes tiveram, occasião de patentear<br />

o seu valor e bôa disposição <strong>do</strong>s seus s9l<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

« Não' permittin<strong>do</strong> a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> terreno que pudessem ter acção as<br />

nossas ,cavallarias, apenas o lo esquadrão <strong>do</strong> lo corpo <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira<br />

teve occasirLO de carregar sobre 'o esquadrão inimigp que assomou pela<br />

direita, derl'otan<strong>do</strong>-o completamente.<br />

« Muitos outros ofllciaes e pra<br />

(( Coronel deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> lljll<strong>da</strong>nte-genel'l11. »<br />

Foram e-stas as per<strong>da</strong>s que teve o exercito brazl1eiro no combate<br />

de 2 de Maio:<br />

.roR'I·OS FERlDOS EX.TlUVIADOS<br />

\<br />

CORPOS; ,<br />

TOTAL<br />

Offiaiaes Praças Offiaiaes P?"Q,ças Offiai.aes Pt'aças<br />

---------------<br />

ó a Boteria<strong>do</strong> 10 regimento I:<br />

mollt,n<strong>do</strong> (4 peças i ..••• ........ 4 8 13<br />

21 0 Bata\hãode voluntal'ios I 2! ;) 48 10 84<br />

380 » 14 G -19 7 76<br />

lo »<br />

" 2 37 10 05 141<br />

7° » linha ... 1 il') ,. 6 10\ 140<br />

~n » » .1, ·h G2 60<br />

:';0 » ,·oluntarios. , 1 7 tl 53 •.. ••• .. 1" GO<br />

10° <strong>II</strong> 3 5 ;11 ,n<br />

31)0 » 1 ~l 3 75 83<br />

400<br />

)) I<br />

1 10 4 bi 58<br />

11 "<br />

0 )<br />

li<br />

12 .. 76 ..... 91<br />

26 "<br />

0 Il l)<br />

1 14 5 45 6 31 105<br />

41 0 <strong>II</strong> 1 ..•..... 6 '7<br />

)) "<br />

)) '"<br />

14 14<br />

5t~<br />

linha ...I:::::::: 3 1 19 23<br />

20<br />

,1 4<br />

30 <strong>II</strong><br />

" ·······i· li'" ''1' 3 eh<br />

"<br />

(;0 <strong>II</strong> 5 G<br />

1::10<br />

)) 10 1 7 18<br />

2 "<br />

0 Yolul1tal'io~: : .. ; ..... 5 G<br />

110 <strong>II</strong><br />

1. 5 G<br />

\)0<br />

"<br />

"<br />

<strong>II</strong> 'o. S 2 () 11<br />

10 0 IJl 1 1<br />

Cavallaj'ia, :<br />

4" 'orpn de cava\lariu de<br />

guar<strong>do</strong>. lI11ciono I. _.....<br />

Esquadrões de varios cor'·<br />

poso , .<br />

18 .<br />

IB I~'o"'" . 13<br />

---------------------<br />

\) 182 fi, 77G 7 61 1.102<br />

,<br />

26


12<br />

Dos 7 ofB.ciaes e ·61 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s extravia<strong>do</strong>s apenas 1 alferes e 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

ficaram prisioneiros: os demais cahiram mortos, combaten<strong>do</strong>.<br />

Assim, a no sa per<strong>da</strong> foi:<br />

Mm·tos :-15 officiae'<br />

F e?'i<strong>do</strong>s:-67 »<br />

P?'isioneiros:- 1 »<br />

e 236 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>.s<br />

776 »<br />

7 »<br />

281 homens.<br />

843 »<br />

8· »<br />

,<br />

O general Ozorio recebeu uma contusão.<br />

1.103<br />

Os officiaes superiores<br />

mortos e feFi<strong>do</strong>s foram:<br />

Morto: Major 1\1. F. de Oliveira, <strong>do</strong> 26 0 de yo1untarios.<br />

Feri<strong>do</strong> : Tenente-coronel Oarlos Nery, <strong>do</strong> lo de vo1untarios (3 ferimentos).<br />

:Jlajor<br />

» »<br />

» »<br />

» »<br />

»<br />

l><br />

»<br />

»<br />

Pedra, <strong>do</strong> 7° de linha (levemente).<br />

Rocha Galvão, <strong>do</strong> 3° de voluntarios.<br />

Rodrigue: de Oliveira, <strong>do</strong> 4° corpo provisorio<br />

de ca\'al1arla de guar<strong>da</strong> nacional.<br />

Lima Veiga, <strong>do</strong> 7° de linha.<br />

Ribeiro de Lima, <strong>do</strong> 11 0 de voluntario .<br />

Grul-lpi, comman<strong>da</strong>nte<strong>do</strong> 16° dito (levemente).<br />

Oampos 'Mello, elo 1° dito.<br />

Ferreira de Barros, <strong>do</strong> 40° dito.<br />

\lém <strong>do</strong> major Oliveira (2t3"<br />

mortos:<br />

de vo1untarios), foram estes os officíaes<br />

7° Batalhão de linha :-Oapitão Oaetano de Oliveira.<br />

13° » » »Gustavo <strong>do</strong> Anjos.<br />

1o Voluntario Alferes Vieira Ferraz, e Firmino de Paiva.<br />

3 0 » Tenente 1exandrino de Salles.<br />

4°)t » Borges de Barros (<strong>da</strong> família <strong>do</strong> visconde<br />

de Pedra Branca~;<br />

21°» » . Barros Peixoto.<br />

26°» » A<strong>do</strong>lfo Brusque, J. M. <strong>da</strong> Cunha e J. Bernardino<br />

<strong>da</strong> Silva Souza; alfere Pinto<br />

N<br />

Brandão e EnEias Nobre.<br />

30°» .-\.lferes Antonio Alve' <strong>do</strong>' Santos.<br />

410» Gapitão José J. Pinto.<br />

O officia1 prisioneir é ü alfere <strong>do</strong> 26" de \'olnntario Francisco de<br />

Pa üa Ohaye .


13<br />

Os corpos brazileiros que se empenharam no combate ou na perseguição<br />

pertenciam às seguintes divisões:<br />

6" DIVISÃO, GENERAL VICTORIKO MONTEIRO:<br />

Briga'la Peceg'uei?"O (12"):<br />

CO?'1JOS: FÓl'a ele combale: Comman<strong>da</strong>ntes:<br />

5° Batalhão de infantaria de linha (50 homens) Bento Gonçalves, major.<br />

7° Batalhão de infantaria de linha (140 homens) Pedra, tenente-coronel<br />

(feri<strong>do</strong>) .<br />

3° Batalhão de vo1ulltarios (Bahia) (69 homens) Rocha Gab-ão, tenente-coronel<br />

(feri<strong>do</strong>).<br />

16° Batalhão de voluntario' 'Estrangeiros) (41 hameu ') Gruppi, major (feri<strong>do</strong>).<br />

B?'igacla Pe?'ei?'a Lobo:<br />

21° Batalhão de voluntarios (Pernambuco) ( -± homen) Genuino 8ampaio,<br />

major.<br />

30° Batalhão de voluntarios (Pernambuco) (83 homens) Apollonio Oampello,<br />

tenente-coronel.<br />

40' Batalhão de voluntarios (Bama) (58 homen ) Faria Rocha, tenente-coronel.<br />

B.rigacla E'/)cwisto Silva:<br />

38° Batalhão de voluntarios (Bahia) (76 homens) Freire ele Carvalho, tenente-coronel.<br />

41 ° Batalhão de voluntarios (Bahia) (1 homens) Gabriel Guedes, major.<br />

51° Batalhão ele voluntarios (Pernambuco) (14 homens) Frias Villar, tenente-eoronel.<br />

1a DIVISÃO, GENERAL ARGOLLO:<br />

Briga<strong>da</strong> J acinlho M achaclo :<br />

}O Batalhão de infantaria de linha (23 homens) Guimarães Peixoto, major.<br />

13° Batalhão ele infantaria de linha (18 homen:') Oezar na ilva, major.<br />

6° Batalhão de voluntarios (Rio de Janeiro) (6 homen) Agnello Valente,<br />

major.<br />

9° Batalhão de voluntarios (Rio 'Grande <strong>do</strong> Sul) (lI homen) Oliveira<br />

Bueno, tenente-coronel.<br />

Uo Batalhão de voluntarios (Pernambuco) (91 l.J.omen·) Oavalcanti de Albuquerque,<br />

major.


14<br />

B~'igacla<br />

Resin:<br />

2' Batalhão de infantaria de linha (4 homens) Wanderley Lins, major.<br />

2° Bata.lhão de voluntarios (Rio de Janeiro) (5 homens) Deoeloro <strong>da</strong> Fonseca,<br />

major.<br />

26° Batalhão de voluntarios (Cearà) (105 homens) Figueira de Mello, major.<br />

4'" DIVI 'Io, rENErlAL GUILHERMB DE SOUZA:<br />

l° Batalh[o de voluntarios (Rio de Janeiro) (44 homens) C. Nery, tenebtecoronel<br />

(feri<strong>do</strong>).<br />

3° Batalhão de linha (4 homen~) Mesquita, tenente-coronel.<br />

3- Dln ÃO, GENERAL SAMPAIO:<br />

6" Bat~lhão de linha (6 homen ) A. p[1.ranhos, tenente-coronel.<br />

10° Batalhão ~e voluntarios (1 homem) Mauricio Ferreira, tenente-coronel.<br />

\.RTILHARIA. :<br />

Do lo 'i'egimento ele ar'tilharia es/,wam na ,/;a,Lgnarcla:<br />

5' Bateria (13 homen ) Car<strong>do</strong>so de Mello, capitão.<br />

CA.V ALLARIA :<br />

Algun. esquadl'ões <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> general Netto (Rio Grande <strong>do</strong> Sul)<br />

(12 homens) Netto, general.<br />

4° Corpo provisorio <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional (Rio Grande <strong>do</strong> Sul) (36 homens)<br />

Rodrigues de Oliveira, tenente-coronel (feri<strong>do</strong>). -<br />

.!. Onl,'o POi')/U'JLOi't!S solwe eb batalha elo Este)'o Dellaco, e,n 2 de<br />

Maio ele 1 66.<br />

Depois lle impre su. a: notas ao primeiro capitulo <strong>do</strong> pre ente<br />

,olume enc ntl'~LmO no


I'::><br />

21" e <strong>do</strong> 38° de yoluntarios, [lue se achavam na Ieente, de pl'otec ão<br />

á. artilharia, dizem o seguinte:,<br />

7". BATALHÃO DE INFA.!\TA.HlA DE LINHA.-Comrr.an<strong>da</strong>nte, tenente-coronel<br />

Pecll'a.-Achava-se este corpode promptidão em frente elo inimigo, e<br />

coberto o campo por. nos os piquetes, quan<strong>do</strong> as 11 horas <strong>da</strong> manhã os<br />

<strong>Paraguay</strong>os ro.mperam fogo de artilharia; lançan<strong>do</strong> tambem muitos foguetes.<br />

Formou-se o batalhão e logo, depois assomou o inimigo pela muttas ela<br />

esquer<strong>da</strong> em num~ro de 3.000 homens. O comman<strong>da</strong>nte Peelea man<strong>do</strong>u<br />

sahir uma companhia para a frente em ordem extensa, emquanto desen­<br />

"\ olvia ? batalhão em linha, e assim avançou. obre os <strong>contra</strong>rios na distancia<br />

de quasi uma quadra, sustentan<strong>do</strong> o fogo. .-\chan<strong>do</strong>-se só o 7°<br />

\<br />

batalhão e, ven<strong>do</strong> que ia ser flanquea<strong>do</strong>, foi ceden<strong>do</strong> terreno e resistin<strong>do</strong><br />

aos lanceiros inimigos que o carregavam. Mais tarde, protegi<strong>do</strong><br />

pelos reforços que chegavam, assumia a. offen. Í\'a e, com as outras tropas,<br />

levou o inimigo de venci<strong>da</strong> até as suas posições.<br />

O sol<strong>da</strong><strong>do</strong> Seraphim Lourenço <strong>da</strong> Silva tomou a bandeira de um<br />

batalhão paraguayo, matan<strong>do</strong> o official que a levava.<br />

21°. BATALHÃO DE VüLUNTAIUOS D.\ P!l.TRIA.- Commanc1ante, major<br />

Genuino Sampaio.... Ouvio 6 tiros <strong>da</strong>elos pela artilharia inimiga, CI~OS<br />

projectis foram dirigi<strong>do</strong>s aos acampamentos deste batalhão e <strong>do</strong> 7" de<br />

linha. Apenas teve tempo de formar o batalhão, porque ao sexto tiro<br />

sahia <strong>do</strong> matto fronteiro uma forte linha de infantaria, avançan<strong>do</strong><br />

tambem pelo campo forças de cavallaria e artilharia.<br />

O general Flôres ordenou que o 21° seguis. e a proteger o 7° de<br />

linha. O 21 a seguio logo, 'e Genuino Sampaio collocou-se com a ala ­<br />

direita à direita <strong>do</strong> 7", que se achava e tendi<strong>do</strong> em atira<strong>do</strong>res. A ala<br />

esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> 21°, às ordens <strong>do</strong> capitão BacelJar, cobrio a e querela <strong>do</strong><br />

7°. Durante meia hora sustentaram o fogo as duas alas n'essa posição;<br />

porém, continuan<strong>do</strong> a cavallaria inimiga a sua marcha, e apparecen<strong>do</strong><br />

já. quasi pela nossa retaguar<strong>da</strong> fortes linhas de infantaria inimiga,<br />

recuaram o 21 ° e o 7° até á altura em que se achavam as nos as 4 peças<br />

<strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, ~ ahi fizeram frente aos <strong>Paraguay</strong>o' por algun minutos;<br />

porém o inimigo engrossou, e forçoso foi retirarem-se o 2 batalhões. O<br />

inimigo apoderou-se <strong>do</strong>s 4, canhões. Não foi pO' ivel impedir isso pela<br />

rapidez com que os inimigos, muito superiores em numero, levaram os<br />

canhões.<br />

O comman<strong>da</strong>nte elogiou o tene!lte Barros Peixoto, que morreu, combaten<strong>do</strong><br />

heroicamente, os capitãe Dr. Ramos Ferreira, Caetano Pinto<br />

de Veras (contuso), Gusmão Lobo (Garcin<strong>do</strong>), Dr. Côrte-Real e outros<br />

muitos officiaes.


16<br />

;38 0 • B.\.T.~LHÃ') DE VOLUSTA.nrO~ DA P.\.l'RlA.- Comman<strong>da</strong>ute, teueutecoronel<br />

F;'eh' de Cai' alho.- Achava- e na vanguar<strong>da</strong>, iL direita <strong>da</strong><br />

artilharia quan<strong>do</strong> pelas 11 1/2 rompeu <strong>da</strong> parte <strong>do</strong> inimigo, encoberto<br />

pelo matto, vivi .~imo fogo de artilharia e fuzilaria.<br />

O general Flôres ordenou que o batalhão se colloca se na coxilha<br />

que ficàía na direita e em frente. O i'1Ímigo carregava em gl'ande força<br />

pelo flanco direito <strong>do</strong> batalhão, até que, soan<strong>do</strong> o toque de retira<strong>da</strong>,<br />

parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> ponto em que e tava o general FlôI'es, executou- e e sé<br />

movimento com a ordem po ~ivel. O batalhão reunio- e então ao aeneral<br />

ictorino i.\Ionteiro que avançava com os batalhões 30° e 40 0 , às ordens<br />

<strong>do</strong> coronel Pereira Lobo, e voltou a atacar o inimigo. A luta tornou- e<br />

mui o renhi<strong>da</strong> e o batalhão pôde t Jmar 1 peça inimiga de calibre 3.<br />

Entre ontro ofliciae~ distingUIram-se o alferes Mello Barreto (Theo<strong>do</strong>miro<br />

e o aliere porta bandeira. Horacio de Barro .<br />

A. parte oflicial <strong>do</strong> generál ANDHÉA., com man<strong>da</strong>nte geral <strong>da</strong> A-HTI­<br />

LH.!.'R.A, diz que perdemo o 4 canhões raia<strong>do</strong>s de calibre 4, e 2 carro.<br />

manch 0'0 que e~taíam na frente. Tomamos, porém, 4 peças ao inimigo.<br />

Quan<strong>do</strong> o combate e tornou ITeraI eO'uiram 6 canhõe <strong>do</strong> 30 batalhão<br />

de artilharia a pé para a frente <strong>da</strong> 6" divisão, e ou ros 6 para<br />

flanco e uer<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito.<br />

O tenenie-coronel Pereira <strong>da</strong> Cunha dirigi o fogo d aquelles e o<br />

coronel Gmjão o d e teso<br />

PAlITE OFFICHL DO CO~lliA.~OAi~TE DA. 12" BR1GADA.- Coronel Peceguei.m.-D<br />

11 para o meio dia, depois de ter onvi<strong>da</strong> mnito tiro<br />

de arlliI.baria, recebeu ordem <strong>do</strong> general Flôre para avançar afim de<br />

~ a. artilharia, que e achava na bocca <strong>da</strong> maita, <strong>contra</strong> força<br />

- - - :$ que a ameaça.vam e jà estavam proxima ao acampamento<br />

_~ «»~ rotaI. amais de 5.000 homen~. lmmediatamente aTançou com<br />

6 5" • D.funilia e o 3- e 16" de TOluntario em accelera<strong>do</strong> transpoz a<br />

dha e 111m hinha<strong>do</strong>. e Obs~l'TOU que ,Íllham em retira<strong>da</strong> a-uarruçoes<br />

<strong>da</strong>5 e 2 batalhões. Essa força eUToIT u- e com a na e a custo<br />

e iro -~beIecer a ordem em deixar um momen o a<br />

br· de b ~tilíslr o ínimigo que jã avan.aTa pelo flauco direito. Pelo<br />

moen ')ronei Pedra comman<strong>da</strong>n e <strong>do</strong> o inf


17<br />

de linha e o 3' de voluntarios. Esta ordem foi cumpl'i<strong>da</strong>, e os <strong>do</strong>ns batalhaes,<br />

uni<strong>do</strong>s a outrJ brazileiro, levaram de venci<strong>da</strong> o inimigo.<br />

Elogia os comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong> 3° de voluntarios e 5° de linha, tenentecoronel<br />

Rocha GaIvão, major Bento J. Gonçalves, o t~D,ente-coronel Pedra,<br />

<strong>do</strong> 7' de linha, e o major Gruppi, <strong>do</strong> 16" de voluntarioso<br />

O major G~'uppi foi feri<strong>do</strong>, substituin<strong>do</strong>-o no comman<strong>do</strong> o capitno "ivori.<br />

Parte <strong>do</strong> 5" batalhão, uni<strong>do</strong> a fl'acções de outros corpos, fez o<br />

iilimigo aban<strong>do</strong>nar 3 peças, e 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> 7° batalhão tomou uma bandeira<br />

paraguaya.<br />

PARTE OFFICIAL DO COMMANDANTE DA 14" BRIGADA.. - Coronel, Pereira<br />

Lobo.- Refere que o 21° de Yoluntario~, que entrou de serviço na<br />

frente na manhã de 2, sonbe tirar-se bem <strong>da</strong>s difficul<strong>da</strong>des em que<br />

se achou.<br />

Elogia ~ comman<strong>da</strong>nte d'e se batalhão, major Genuino Sampaio, e o<br />

capitão Bacellar, que salvou a bandeira <strong>do</strong> seu corpo quan<strong>do</strong> o inimigo<br />

se esforçava por tomaI-a.<br />

Os outros batalhões, 30° e 40· de voluntarios, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong>s tenentescoroneis<br />

ApoHonio Campello, e Faria Rocha avançaram com Pereira<br />

Lobo, in<strong>do</strong> à frente d'elles o general Victorino Monteiro, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> divisão.<br />

Não dã. particulari<strong>da</strong>des esta parte oflicial, porque o comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong><br />

divisão achou-se sempre ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, e este se<br />

reporta ao que aquelle presenciou.<br />

O comman<strong>da</strong>nte d.o batalhão 30° de voluntarios diz que entrou em fogo<br />

com menos de 300 homens e teve 86 fóra de combate. Pelejou ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

batalhão oriental 24 de A b,-il, e perseguio o inimigo até ao Estero Bellaco.<br />

O comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 40' de voluntarios diz que marc~ou com 198<br />

praças apenas, por ter o .seu corpo <strong>da</strong><strong>do</strong> n'esse dia a guarnição <strong>do</strong> campo<br />

e estarem distribui<strong>da</strong>s muitas praças em outros serviços. O batalhão<br />

portou-se brilhantemente. Teve 16 mortos, 39 feri<strong>do</strong>s e 3 contusos.<br />

PaRTE OFF.C:AL DO C:lMl'ilANDANTE DA 18 a BRIGADA.-O coronel Dr.<br />

Evaristo Silva, comman<strong>da</strong>nte d'essa briga<strong>da</strong>, avançou com os batalhões<br />

41° e 51° de voluntarioso<br />

Pela posição que occuparam pouco fizeram esses <strong>do</strong>ns· batalhões, e<br />

por isso não extractámos a parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte.<br />

PARTE OFF1CIAL DO COMMANDA)


18<br />

os batalhões 30° e 40° de v.oluntarios (14) briga<strong>da</strong>), e 41" e 51 0 tambem<br />

de voluntal'ios (lS' briga<strong>da</strong>).<br />

Avançou, transPiln<strong>do</strong> a lagoa que ficava á dil'eita <strong>do</strong> seu acampamento<br />

e <strong>da</strong> 5 a divisão. Avi tou o inimigo que avançava perseguin<strong>do</strong> um<br />

batalhão oriental. ~O 30° ~e o 40° de voluntarios desenvolveram-se e romperam<br />

o fogo, atê que o batalhão oriental concluio a sua retira<strong>da</strong> pelo<br />

flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> 30 n de voluntarioso Fican<strong>do</strong> desimpedi<strong>da</strong> a frente, ordenou<br />

que o 41 u e 51° formassem linha parallela à. primeira, e com esta (30·<br />

e 40° de voluntario) e o batalhão oriental foi carregan<strong>do</strong> o inimigo.<br />

Perseguio os <strong>Paraguay</strong>os atê receber <strong>do</strong> generJ.l Flôres ordem para<br />

fazer alto.<br />

O coronel Pereira Lobo, con:man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 14" briga<strong>da</strong>, acompanhou<br />

sempre o general Victorino.<br />

O 38 0 de voluntarios tomou l peça ao inimigo, e o 5'· de linha<br />

tomou 3.<br />

OUTROS BATALHÕES DE I FAc "j AHIA. - O 1° blltalhão de voluntarios<br />

separou-se <strong>da</strong> 2 a briga<strong>da</strong> a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Flôres e as 2 horas <strong>da</strong> tarde<br />

seguio per.seguin<strong>do</strong> uma força il1lmiga. Esta retirou-se e atravessou o<br />

ultimo banha<strong>do</strong>. Da margem opposta, cobertos pelo macegal, fizeram os<br />

<strong>Paraguay</strong>os fogo nutri<strong>do</strong>. -<br />

O tenente-coronel Nery, que já tinha. <strong>do</strong>us ferimentos, recebeu terceiro,<br />

e entregou o comman<strong>do</strong> ao capitão Felix de Albuquerque por já<br />

estar feri<strong>do</strong> o major. O batalhão, cllei'J de en1husiasmo, transpo~ o<br />

banha<strong>do</strong> e á bayoneta desalojou o inimigo <strong>do</strong> macegal e <strong>da</strong>s trincheiras<br />

que occupava. Foi então carrega<strong>do</strong> por cavallaria e corta<strong>do</strong>, mas abrio<br />

caminho, pelejan<strong>do</strong> heroicamente, e, acudin<strong>do</strong> outras forças, fugiram os<br />

<strong>Paraguay</strong>os.<br />

O comman<strong>da</strong>nte Nery faz 'Os maiores louvor~s aos voluntarios fluminenses,<br />

e diz que o seu principal esforço e <strong>do</strong>s officiaes consistia em<br />

moderar e conter o ar<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

O <strong>governo</strong> imperial concedeu a bandeira d'este batalhão e â <strong>do</strong> 7·<br />

de linha a insignia <strong>da</strong> Ordem Imperial ,<strong>do</strong> Cruzeiro.<br />

ão encontràmos a parte offieial <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong>· 21 0 de voluntarjos,<br />

que representou papel importante nesse dia.<br />

A <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 13° de linha diz que <strong>do</strong>us companhias deste<br />

batalhão seguiram com o 26· de voluntarioso Adiantan<strong>do</strong>-se muito, a<br />

cavallaria inimiga cahio sobre este ultimo batalhão e sobre as duas compan<br />

h ias cita<strong>da</strong>., que, forman<strong>do</strong> quadra<strong>do</strong>, 1'e istiram e puderam retirar-se.


19<br />

Alguns officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s foram corta<strong>do</strong>s e desappareceram. O 13 0 de<br />

linha acudio e o inimigo p07.-se em fuga, perden<strong>do</strong> muita gente.<br />

O 6 0 de linha marchou a incorporar-se ao general Flôres e tomou<br />

parte na perseguição.<br />

O 4 0 de voluntarios formou quadra<strong>do</strong>, porque sobre elle vinha<br />

um batalhão oriental que se dispersára, persegui<strong>do</strong> pela cavallaria<br />

inimiga. Os dispersos refugiaram-$e no interior' <strong>do</strong> quadra<strong>do</strong>, e o i nimigo<br />

retirou-se.<br />

elle~<br />

Não extractamos as partes officiaes elos outros batalhoes porque<br />

apena


20<br />

Batalha de Tuyuty (2,~ de Maio).<br />

10<br />

t Forças paragua!Jas e allia~las; 2Je1'cla~ elos <strong>do</strong>us exercitos.<br />

Tanto o Semanario como o boletim n. 6 <strong>do</strong> exercito paraguayo<br />

deram noticias muito confusas sobre esta batalha.<br />

Segun<strong>do</strong> aquelle periodico e o cita<strong>do</strong> boletim, o ataque ao<br />

allia<strong>do</strong> deo-se <strong>do</strong> seguinte mo<strong>do</strong>:<br />

exercito<br />

a) O coronel Diaz, pela direita paraguaya, atacou a esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

allia<strong>do</strong>s, levan<strong>do</strong> 5 batalhões ge infantaria e 2 regimentos de cavallaria,<br />

aquelles comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelo major Jimenez (chefe <strong>do</strong> batalhão<br />

n. 13), e estes. pelo tenente-coronel Fidel Valiente (chefe<br />

<strong>do</strong> regimento n. 1). O batalhão 40 fazia parte d'esta columna.<br />

b) Os tenentes-coroneis Hilario Marcó e José Maria Aguiar dirigiram<br />

o ataque <strong>contra</strong> o centro, â frente de 4 batalhõ'es de infantaria<br />

e 2 regimentos de cavallaria. O batalhão 44: (era o de Marcó)<br />

fazia parte d'esta columna, e o capitão José de Jesuz Martine~<br />

era o segun<strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> cavallaria, pelo que devemos<br />

acreditar que o regimento de dragões <strong>da</strong> escolta, que este official<br />

comman<strong>da</strong>va, fez parte <strong>da</strong> columna <strong>do</strong> centro.<br />

c) O general Resquin atacou a direita <strong>do</strong>s allia<strong>do</strong>s «com as divisões<br />

<strong>do</strong> coronel Pereira e <strong>do</strong> tenente-coronel Avelino Oabral.» O Semanaria<br />

e o boletim não dizem de quantos corpos se compunham<br />

essas divisões, mas Resquin, entre as declarações que fez quan<strong>do</strong><br />

prisioneiro, disse que a sua columna era forma<strong>da</strong> por 8 regimentos<br />

de cavallaria e 2 batalhões de infantaria com uma estativa<br />

de foguetes. Os regimentos ns. 10 e 19 faziam parte d'esta<br />

columna.<br />

d) O general Barrios «atacou a reserva e o quartel general pela<br />

retaguar<strong>da</strong>) in<strong>do</strong> pelo Potrera Piris, e levan<strong>do</strong> como chefe <strong>da</strong> infantaria<br />

o major Luiz Gonzalez e <strong>da</strong> cavallaria o major Delga<strong>do</strong>. »


t?l<br />

Tambem na<strong>da</strong> diz o boletim sobre o numero de batalhões e regimentos<br />

que formavam essa columna. Os prisioneiros e desertores<br />

declararam que Barrios comman<strong>da</strong>va 10 batalhões de infantaria e<br />

2 regimentos de cavallaria. Sabemos mais que os batalhões ns. 4,<br />

6, 7 e 9 e o regimento n. 13 faziam .p3.rte d'esta columna.<br />

Foi a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s que nos fornece o Sernanario quanto ás<br />

columnas de Diaz e Marcó, e completan<strong>do</strong>-os, quanto ás de Resquin<br />

e Barrios, com as declarações d'aquelle general e com as <strong>do</strong>s deserlares<br />

e prisioneIros, que organi'àmos o pequeno mappa <strong>do</strong> exercito<br />

paraguayo publica<strong>do</strong> em uma <strong>da</strong>s notas ao Cap. X. Por ahi se vê<br />

que as quatro columnas inimigas constavam de 21 batalhões de infantaria,<br />

14 regimentos de cavallaria e alguma artilhaTia.<br />

Tanto peias declarações <strong>do</strong>s prisioneiros e desertores, como pelas<br />

condecorações <strong>da</strong> Ordem <strong>do</strong> Merito, distribui<strong>da</strong>s por Lopez depois <strong>da</strong><br />

batalha, sabe-se que combateeam n'esse dia:<br />

A rtilha,-ia: - Officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> lo. e 2 0 • regimento de artilharia<br />

a cavallo.<br />

Infanta'ria:<br />

Commanclantes (i).<br />

Batalhão<br />

de Rifleros (guar<strong>da</strong> de Lopez).<br />

» n. I - Capitão Domingo Resquin.<br />

» n. 3<br />

» n. 4 + Major Cipriano Davalos (2).<br />

» .n. 6 Capitão A. L. Noguera (3).<br />

» n. 7 + Major Luiz Gonzalez (mas como este comman<strong>da</strong>va<br />

to<strong>da</strong> a infantaria de Barrios, parece<br />

que o batalhão n. '7 foi dirigi<strong>do</strong> pelo capitão<br />

Vicente Meza).<br />

n. 9 - + Major Marcelino Coronel (4).<br />

(1) Os. que trazem o signal + eram com certeza comman<strong>da</strong>ntes. Os que não ~<br />

traz~m slgnal receberam eonc1ccorações, e provavelmente el''lm chefes <strong>do</strong>s corpos. Só<br />

publ;icamos esta list't pa.ra que, li vist't <strong>da</strong> TImnemção <strong>do</strong>s eorpos e nomes <strong>do</strong>s<br />

0f!!Claes, algum curioso que queira obter noticia m'\is completa possa orienlar e<br />

aVlyar a memoria <strong>do</strong>s officiaes paraguayos que assistiram á. batalha. Ouvin<strong>do</strong> a<br />

n~U1tos, poder-so-ha então distribuir convementemente os balalhões e regimenlos pelas<br />

dlffercntes columnas de ataque.<br />

(2) Combateu no Potrero Pil'ls, e, pois, fazia parte <strong>da</strong> column'l de Barl'los.<br />

(3) C


22<br />

Batalhão n. <strong>II</strong> - Capitão ManoeI Mendes.<br />

» n. 12 - Capitão Santiago Florentin (era o batalhão <strong>do</strong><br />

major Viveros, mas parece que este não assi<br />

tio á batalha).<br />

». n. 13 - + Major M~noel O. Jimenez (como e ·te dirigia<br />

to<strong>da</strong> a infantaria de Diaz, parece que o seu<br />

batalhão foi comman<strong>da</strong>clo pelo capitão Francisco<br />

('arreras).-<br />

»<br />

»<br />

»<br />

»<br />

»<br />

»<br />

»<br />

n. 19 .- Tenente Pedro l Jicolas Ferreira.<br />

n. 20 - Tenente Estevan Car<strong>do</strong>so (atacou pelo centro).<br />

n. 21 - Tenente Jo é Osorio.<br />

n. 25 - (Parece que fazia parte <strong>da</strong> columna de Resquin).<br />

n. 30 Major Oantli<strong>do</strong> Mora.<br />

n. 37 - Capitão José Orihuela, ou tenente Alejándro<br />

Sanchez.<br />

n. 39 - Tenente Angel '1orres.<br />

n. 40 - + Coronel Jose Diaz (comman<strong>da</strong>va uma columna).<br />

n. 41 - Capitão Gabriel Soza.<br />

n. 42 - Capitão Juan Fernandez.<br />

n. 44 - + Tenente-coroneI Hilario Marcó (comman<strong>da</strong>va<br />

uma' columna).<br />

Palleja falla no batalhão n. 17, ma~ suppomos que e te não entrou<br />

em combate. Ea talvez confu ão com o Hl.<br />

Quanto ao~ regimentos de cavallaria, nrro ha duvi<strong>da</strong> que 14 tomaram<br />

parte na batalha, mas só temos notic}a <strong>do</strong>s eguinte:<br />

Regimento de dragões <strong>da</strong> oscolta. - Capitão José de Je 'uz Martinez<br />

(no centro).<br />

Regimento n. 1 ­ + Tenente-coronel Fidel aliente.<br />

n. 2<br />

n. 4­ + Tenente-coronel Avelino Cabral.<br />

n. 10<br />

n. 13 - T Major Delga<strong>do</strong>.<br />

n. 15<br />

n. 1.<br />

n. 21<br />

n. 23<br />

+ ~Iajor Olabarriata.<br />

(Major J. J. Paaz, ou capitão<br />

Tenente }!iliton Tab a<strong>da</strong>.<br />

Manoel Roja).<br />

Relatimmeme á pel'Jas que offreu ú exercito llnraguayo, já ficou<br />

di o que, 8euaun<strong>do</strong> o tenente-coronel Thompson, an<strong>da</strong>ram eUas por<br />

6000 homens mor~o-. e 7 O O feri<strong>do</strong>~ aravemante, rac lhi<strong>do</strong> a ho-


23<br />

pitaes, além <strong>do</strong>s que ficaram prlslOneiros. A sim, o preJUlzo <strong>do</strong> inimigo<br />

an<strong>do</strong>u por mais de 13,000 homens fóra de combate, ten<strong>do</strong> entra<strong>do</strong> em<br />

fogo 23,000 segun<strong>do</strong> o mesmo aju<strong>da</strong>nte de campo de Lopez,<br />

O general Resquin, chefe <strong>do</strong> e ta<strong>do</strong>-maior no exercito paraguayo,<br />

pouco nos adianta nas declarações que quan<strong>do</strong> pri ioneiro fez. Reduzin<strong>do</strong><br />

muito o numero de combatentes <strong>do</strong> seu la<strong>do</strong>, <strong>da</strong> informações<br />

igualmente inexactas quanto ao numero e composição <strong>da</strong>s columnas<br />

paraguayas ; e isto é mais uma prova de que. até mesmo quan<strong>do</strong> se<br />

tratava de uma batalha geral, Lopez occuItrava' muita cousa ao seus<br />

generaes, e só lhe. dizia o que a ca<strong>da</strong> um interessava particularmente.<br />

Assim é que, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> quatro as columnas paraguayas, Resquin<br />

apenas faz menção de tres, e <strong>da</strong> o general Diaz atacan<strong>do</strong> o centro<br />

allia<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> a divisão d'esse general atacou a nossa esque'rcla, de combinação<br />

com a de Barrios.<br />

Foram estas as declarações de Resquin:<br />

«Lopez tinha então 24,000 homens no acampamento de Rojas,<br />

<strong>do</strong>s quaes 2,500 estavam <strong>do</strong>entes. Dispoz para o ataque de 16 a 17,000,<br />

dividi<strong>do</strong>s em 3 columoas <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> seguinte:<br />

« Uma <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, composta de 8 regimentos de cavaHaria e 2<br />

batalhões de infantaria com 2 estativas de foguetes a congréve, subin<strong>do</strong><br />

o total a 5,000 homens as ordens <strong>do</strong> declarante: esta foi a força que<br />

atacou o exercito argentino e parte <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> brazileira;<br />

«Outra columna, <strong>do</strong> centro, composta de 7,000 homens, levan<strong>do</strong><br />

4 regimentos de cavallaria e alguma artilharia de campanha, ao man<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> coronel Diaz;<br />

« A terceira columD;a, <strong>da</strong> direita, compunha-se de 4 a 5,000 homens,<br />

entre os quaes figurava apenas um esquadrão de cavallari::t. (1),<br />

sen<strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte d'esta columna o general Barrios,<br />

« As duas ultimas colurnnas atacaram o exercito brazileiro.<br />

«A columna <strong>do</strong> centro tinha além d'isso por apoio 4 batalhões,<br />

que formavam a reserva, com um total de 2,000 homens, os quaes só<br />

se empenharam depois que se iniciou a acção (2).<br />

(1) Não póde ser exacto. Os pri ioneiros declal'~ram que 6ram 2 regimentos, e Lopez, que<br />

<strong>da</strong>va a simples tenentes o comman<strong>do</strong> de batalhões, não fallaria en. seu boletim na « cavallaria_<br />

de Barrios, dil'igi<strong>da</strong> pelo m'1jor Delga<strong>do</strong>,» si esta consistisse apenas em um<br />

esquadrao.<br />

(2) Portanto, segun<strong>do</strong> Resquin, tomaram parte no a[.aque, incluin<strong>do</strong> esta força,<br />

uns 19,000 homens, sem cont'U' os que prot1gi'lln a retira<strong>da</strong> e formav>\m a segund:\ linha<br />

ele 'que elle adiante falia.


24<br />

«O resto formou uma segun<strong>da</strong> linha, que protegia a retira<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>s columnas de ataque.<br />

« As columnas de ataque soffl'eram enormemente; sua per<strong>da</strong>, entre<br />

mortos e feri<strong>do</strong>s, subia a 12.000 homens, pouco mais ou menll.'3.<br />

« A derrota foi completa. a mesma noite Lopez man<strong>do</strong>u V<strong>II</strong>' 4 batalhoes<br />

de infantaÍ'ia e 1 regimento de cavalIaria de Humaitã, onde<br />

tinha 14.0;)0 homens inactivos. D'alli vieram 12 l)eças de artilharia de<br />

calibre 32 e 68.<br />

« Lopez passou o dia 25 com muito receio de ser ataca<strong>do</strong>, e então<br />

dizia que se naquella noite ou no (lia seguinte não o fosse, podia contar<br />

com larga vi<strong>da</strong>.<br />

« Entretanto, a esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha, de Rojas desde o Passo Saty, não<br />

tinha trincheiras, estava franca e era apenas defendi<strong>da</strong> por algumas<br />

guar<strong>da</strong>s.<br />

« O Estero era alli vadeavel em qualquer ponto. Os allia<strong>do</strong>s o suppunham,<br />

naturalmente, difficil de atraves 'ar, porque o não reconheceram.<br />

Durante o perio<strong>do</strong> de inacção <strong>do</strong>s alIia<strong>do</strong>s o exercito paraguayo occupau-se<br />

em levantar trincheiras por aquelIe la<strong>do</strong>. »<br />

a batalha ficaram em poder <strong>do</strong>s allia<strong>do</strong>s os seKuintes trophéos:<br />

Toma<strong>do</strong>s Tomll<strong>do</strong>s Tonta<strong>do</strong>s<br />

pelos pelos pelos<br />

B"QZ"ilei,'os A ,'gentinos O/'ientaes Total<br />

Bandeiras de batalhões....... 2 1 3<br />

n<strong>da</strong>rtes de caval1aria.. ' .. I 3 4<br />

anhões.................... 4 4<br />

• as de fo!met~......... 1 1<br />

Caixas de <strong>guerra</strong>....... .... 10 3 13<br />

Corn<strong>da</strong>s e elari.n3•.......... 9 3 3 15<br />

Além clí.eI> recolheram os allia<strong>do</strong>s mais de 5.000 e ping'ur<strong>da</strong> e 1.500 e<br />

tau a: lança:, espa<strong>da</strong>, carabina ~ e machete .'


25<br />

Quanto As per<strong>da</strong>s solfrUlas pelo exercito brasileiro na batalha ele<br />

24 de Maio, ão estes os algarismos extrahi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos officiaes:<br />

10 corpo <strong>do</strong> exerciLo lJrazill'.iro em opcra.~ões<br />

Mortos Feri<strong>do</strong>s Contusos<br />

'"<br />

"" ",o<br />

,~ ~ "'o '" '"<br />

;"''"t:S<br />

\-'1:1<br />

"'" .~~<br />

.~~ '" '" .2 ~<br />

.~ tl<br />

~~


0 • 27<br />

26 ~<br />

3' DIVISÃO (Infantaria)<br />

GENERAL<br />

.AliPAIO<br />

Mortos Feri<strong>do</strong>s Contusos<br />

., ., .,<br />

",,,, .,.,<br />

., o<br />

~~ '" ~~ '"<br />

;...~<br />

g<br />

~<br />

.,<br />

·S ~ .~~ '" .g (:!<br />

'-~<br />

t:l<br />

t:l<br />

.~ .;;; ",- ~<br />

~c<br />

'õ ~~ ....<br />

~ .e'" ~ ~!;l ~ se ., o<br />

...... ...... o ...... H<br />

---- ------ =<br />

rb,t. d, linha 1M",••"). . ....... 1 4 1 23 1 5 35<br />

5' bJ"'i a<strong>da</strong> Lo» » (Pereva de Carpalho). 2 lU 7 117 .... .... 145<br />

9 tiO» » (Pal'anhos) ., ......... '"<br />

30 5 10:3 .... 3 111<br />

OLIVEIRA BELLO 40 » de \"01. (DI'. Pinhei,'o G1J.~-<br />

'l'i~aJ"ães) 3 16 1ó L2S .... .... lO!<br />

~. ,. d f'<br />

~<br />

lia' ,], lin. IG.i~""" P'''''


27<br />

lS a bl'iga<strong>da</strong> )~;:I: b,a,t. de voI. (Fl"eire de Cm' valho) .<br />

\." S ~ » (Gabriel Guedes) .<br />

.J:!,VARISTO ILVA (10» » (Frias Villar) .<br />

Mortos Feri<strong>do</strong>s Oontusos<br />

" "<br />

~ ~ :,,~<br />

>''l:l<br />

~ ~<br />

s..'l:l<br />

'" .~~ '" .s~ '" .~ .~ s..'l:l t:l .~~<br />

.., ~õ<br />

.., ....<br />

~õ<br />

.., '"' .,<br />

~o E-<<br />

~ ~~ ~ :;e'" ~ ~ '" o<br />

o o ..... o ..... E-;<br />

---------- -- =<br />

... .iH'<br />

17 2<br />

3 52 ..<br />

1 3 2.0 ..<br />

2<br />

13<br />

21<br />

7'1<br />

21<br />

1 21 :3 89 2 6 122<br />

--------------<br />

Somma.......................... ·1 30 8 189 6 21 ·258<br />

2' DIVISÃO (Cayallal'ia; comb·tteu a pé)<br />

GENERAL Mm/NA BARRETO (José Luiz).<br />

(",mm..,.." ,. b,igad•.......... .... .... 1 ... . ... ....<br />

20 reg. cavo de linha (Sobinodft Rocha). 1 1 1 ;H 1 1<br />

la b1'iga<strong>da</strong> 30 »» » í IVen~esláo de Oli·<br />

ARAUJO BASTOS vewa) ......... .... 3 2 20 .... ....<br />

lo corpo <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> naco (M. Irltacio<br />

<strong>da</strong> Silva ..... .... 5 6 31 . ... ·1<br />

1<br />

27<br />

49<br />

1 !J 10 76 5 102<br />

. ~~o corpo de g. naco (Gum:illo Mel·cio) .. .... .... 1 2 . ... 4 7<br />

'a br'lga<strong>da</strong> "o» » (Lenna) . ......... .... 6 5 1') 2 7 32<br />

OLIvEm~.BUEKO 170» » (Silveir'a <strong>da</strong> Fon·<br />

totwa} .......... .... 3 2 19 . ... . ,. 21<br />

_=_9=\=_=8~:3=_3==;=~2=7_=1~1~_=~6_3=l1<br />

Somma.. .. .. . .. .. .. . . .. . .. .. .... 1 l' 18 lOIl 3 16 165<br />

I= =================:'='="~<br />

-, DIVISÃO (Cavallaria: apenas alguns esquadrões<br />

combateram a cavallo).<br />

CORONEL Tnrs'l'Ão PINTO<br />

3- briga<strong>da</strong> f ,o corpo de cavo <strong>da</strong> g. naco ( ? ).....<br />

SEZEFREDO DE 6 0 » » • » ( ? I" ..<br />

ME QUITA llo» <strong>II</strong> » (? ...<br />

......,1 ..<br />

. .<br />

.... 1 2 ..<br />

1<br />

3<br />

:]0<br />

15a briga<strong>da</strong> ~ 9"<br />

GUEDES 1)A Luz<br />

H)o<br />

corpo ria g n 'C. (Jal'cli.n) .<br />

» » (Ma:»imiano Pi·<br />

(?nentcl) .<br />

<strong>II</strong> Il DyncTlrLe ],{ello} ..<br />

.... .... 1 3 . ' .. .. 4.<br />

--------------<br />

.. .. 2 1 2l . .. .. .. 24<br />

.. ... .. 1 .. .. 1<br />

... 2 :'l 10 1 .... 10<br />

&lmma .<br />

4<br />

4 5 33<br />

1 41<br />

43


f'<br />

28<br />

Mortos Feri<strong>do</strong>s Contusos<br />

BRIGADA LIGEIRA DE VOLU JTARIOS (eavaliaria;<br />

apenas comuateram a cayallo <strong>do</strong>us esquadrões).<br />

lo corpo<br />

2 0 )<br />

t,0 »<br />

o »<br />

de cavo de vols.<br />

)} ))<br />

» »<br />

»<br />

GE:-IERAL NETTO<br />

(M. Luoas d~ Souza) .<br />

(Caetano Gonçalves) . .....•.<br />

(M. Amm'o Ba?'boza) .<br />

(GI.l


29<br />

N. B -As primeiras relações <strong>da</strong>vam I alferes e '215 infer.iores e<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s extravia<strong>do</strong>s, mas incluimos entre os mortos 50 desses extravia<strong>do</strong>s,<br />

cujos ca<strong>da</strong>veres foram en<strong>contra</strong><strong>do</strong>s logo depois. Nos dias subsequentes<br />

foram sen<strong>do</strong> en<strong>contra</strong><strong>do</strong>s muitos oLltros ca<strong>da</strong>veres, e, não ten<strong>do</strong> o inimigo<br />

feito um so prisioneiro, devem ser inclui<strong>do</strong>s entre os mortos to<strong>do</strong>s<br />

os individuas que figuram como desappareci<strong>do</strong>s.<br />

A per<strong>da</strong> <strong>do</strong> 1" corpo de exercito brazileiro, portanto, foi esta segun<strong>do</strong><br />

os <strong>do</strong>cumentos officiaes:<br />

Mortos (sepulta<strong>do</strong>s nl) campo):-23 officiaes, 657 inferiores e<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. . .. . .<br />

. Fe?'i<strong>do</strong>s':-l general, 174 officiaes, 2.019 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Contusos :-(relação muito incompleta), 2 generaes, 36 officiaes<br />

e 94: inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.. .. . .<br />

685<br />

2.194<br />

132<br />

Fóra de combate (3 generaes, officiaes 238 e 2.770 pra~as de pret) 3.011<br />

Dos officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s falleceram muitos no mesmo dia ou nos seguintes<br />

em consequencia <strong>do</strong>s ferimentos recebi<strong>do</strong>s.<br />

No dia 6 de Julho falleceu o intrepi<strong>do</strong> general Samp:'l.Ío (natural<br />

<strong>da</strong> provincia <strong>do</strong> Ceará), em viagem para Buenos-Aires, a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> vapor<br />

Eponina; e atê 31 deMaio tinham expira<strong>do</strong> nos hospitaes de sangue<br />

<strong>do</strong> exercito 33 comman<strong>da</strong>ntes e officiaes feri<strong>do</strong>s.<br />

Assim, o nosso prejuízo foi e te:<br />

M 01'toS :-1 general, 61 officiaes, 657 inferiores<br />

e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s...................... 719<br />

Feri<strong>do</strong>s e rontusos :-2 generaes, 177 officiaes,<br />

2.113 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.. . . . . . .. 2.292<br />

3.011<br />

Cumpre notar que nas relações officiaes, feitas nos primeiros momento'.<br />

ha alguns enganos. Assim, por exemplo, o 6° batalhão de infantaria teve<br />

145 homens fóra de combate, mas a primeira parte official <strong>do</strong> seu comnlan<strong>da</strong>nte<br />

só faz menção ele 141, e na: relação publica<strong>da</strong> nesta côrte,<br />

em ordem <strong>do</strong> dia <strong>da</strong> repartiçãO <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte-general, só estão menciona<strong>do</strong>s<br />

Ol) nomes de 127.<br />

Na opinião <strong>do</strong>s medico~ que serviam então nos hospitaes, e de muiLos<br />

officiae3 superiores, pode-se calcular o prejuizo <strong>do</strong> exercito brazileiro em<br />

3.200 homens' fóra de combate.<br />

o prejuizo que soffrell o EXE:RCITO ARGE. Tfl'iO segun<strong>do</strong> a ordem <strong>do</strong><br />

dia <strong>do</strong> general Mitre fOI este:


30<br />

~1O?'tos :-11 officiaes, 115 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s ...<br />

Fel'irios: -37 officiaes, 443 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s ..•<br />

126<br />

480<br />

606<br />

Mas, segun<strong>do</strong> uma relação official que obtivemos <strong>do</strong> govemo argentino,<br />

a pedt<strong>do</strong>. <strong>da</strong> legação b:azileira em Buenos-Aires, foi esta a per<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>s nossos allia<strong>do</strong>s:<br />

}ji[orlos: - 19 officiaes, 360 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.......... 379<br />

Fe}'i<strong>do</strong>s: - 36 officiaes, 405 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s......... 531<br />

E xt?'avia<strong>do</strong>s: - 30 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.................. 30<br />

940<br />

Estes algarismos ,parecem-nos muito exagera<strong>do</strong>s e estão em desaccor<strong>do</strong><br />

com as partes officiaes anteriormente publica<strong>da</strong>s. A<strong>do</strong>ptamos, por isso,<br />

de preferencia os <strong>da</strong> ordem <strong>da</strong> dia <strong>do</strong> general JJ itre.<br />

O pequeno EXERCITO ORIENTAL teve fóra de combate:<br />

M motos :-12 officiaes, 211 soleJa<strong>do</strong>s.......... 1:33<br />

Feri<strong>do</strong>s: - 17 officiaes, 146 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. . . . . . . . . . 163<br />

296<br />

Com estes <strong>da</strong><strong>do</strong>s podemos ter, approxima<strong>da</strong>mente, a per<strong>da</strong> total <strong>do</strong><br />

exercito allia<strong>do</strong> na batalha de 24 de Maio:<br />

.<br />

MORTOS<br />

FERlD1S<br />

[J<br />

Generaes Ofliciaes Inferiores Gene"aes Ofliciaes Infe'l"iores I<br />

e ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

--<br />

(j;x'1l'c;Lo Brazileiro. 1 61 6;i7 2 177 :!.llJ :'.011'<br />

» Argentino. .......... <strong>II</strong> 113 ..... ... S7 ·113 GoJ<br />

I<br />

"<br />

Oriental .. o-o<br />

I<br />

]21 ......... 17 140 29.1<br />

••••••• 12<br />

------------_._- ---- --<br />

l 81 S9~ .. 2 1 2 7u:3 3.',n8<br />

- - -<br />

~ ...... -<br />

(l7 2.nSõ<br />

V. B.-Entre os mortos bt'azileiros vão inclui<strong>do</strong>s 33 comman<strong>da</strong>ntes<br />

e officiae mortalmente feri<strong>do</strong>s, que sllccumbiram, Ull no proprio dia<br />

<strong>da</strong> batalha, e outro até o dia 31 nos ho pitae de sangue; e 1 general,<br />

que só veio a. faHecer no dia 6 de Julho.


31<br />

Os nomes <strong>do</strong>.,: officiaes <strong>do</strong> exercito argentino mortos e feri<strong>do</strong>s constam<br />

<strong>da</strong>s parte officiaes que transcreyemo '. Entre os mortos ficaram o coronel<br />

Mathias Rivera, o tenente-coronel Lin<strong>do</strong>lfo Pagola e o major Basabilbaso.<br />

. O exercito oriental teve <strong>do</strong>us officiaes superiores mortos, o tenentecoronel<br />

Marcelino Castro e o major Conde.<br />

No exercito brazileiro os officiaes superiores feritlos fOl'am:<br />

1. Geneml Ozorio (marque7., e então barão elo Herval), levemenLe.<br />

2 General Guilherme de Snuza, comman<strong>da</strong>nte n.a 4& n.ivisã l ), levemente.<br />

COMMANDANTES<br />

DE BRIGADA:<br />

3 Tenente coronel Araujo Bastos, com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> la briga<strong>da</strong> (cavallaria,<br />

2& divisão).<br />

OOMMANDAN'fES DE<br />

CORPQ.·:<br />

4 MaUet, <strong>do</strong> 1° regimento de adilharia.<br />

5 Pereira tle Carvalho, <strong>do</strong> 4° batalhão ele linha.<br />

6 Dr. Pinheiro Guimarães, <strong>do</strong> 4° de voluntarioso<br />

7 Guimarães Peixoto, elo l° batalhão ele' linha.<br />

8 Oliveira Bueno (José), <strong>do</strong> 9° voluntarioso<br />

9 Figueira ele Mello, <strong>do</strong> 26° ele voluntaL'Ío .<br />

10 J. A. Alves, <strong>do</strong> 10° batalhão de linha.<br />

11 Cyrillo ele Castro, <strong>do</strong> 20° de voluntarioso<br />

12 Caetano de Mello, <strong>do</strong> 1° de vaIuntar ias.<br />

13 M. L <strong>da</strong> Silva, <strong>do</strong> l° corpo de cavallaria de guar<strong>da</strong> nacional.<br />

14 Hypolito Ribeiro, substituio o comman<strong>da</strong>nte feri<strong>do</strong> tlo 1° de vo'untario!S.<br />

MAJORES FISCAES:<br />

]6 L. Ewbank, <strong>do</strong> batalhão de engenheiros.<br />

17 Oliveira Botelho, <strong>do</strong> 6° batalhão de linha,<br />

18 Barreto Leite, <strong>do</strong> 4° de vaIuntarias.<br />

19 Ferreira de Azeve<strong>do</strong>, <strong>do</strong> 20° de voluntarioso<br />

20 Gaspar de Mello, <strong>do</strong> 5° corpo de cavallaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional, (comman<strong>do</strong>u<br />

<strong>do</strong>is esquadrões desse corpo e <strong>do</strong>' 7°).


32<br />

Os offiCiaes brazileiros mortos foram e):<br />

• 1 General Sampaio, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3" divisão.<br />

·2 Major Julio de Menezes, <strong>do</strong> 41" de voluntarios, assi ·tente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

aju<strong>da</strong>nte general.<br />

7° de Volunlal-ios<br />

i:l Tenente Pedroso<br />

Goulart.<br />

42° ele Volunlarios<br />

'f 4 Comman<strong>da</strong>nte Pereira Oal<strong>da</strong>s.<br />

• 5 Oapitão Athayde Seixas.<br />

6 Oapitão Oezar Guimarães.<br />

too de Vol1{,nta1"ios<br />

13° Batalhão de linha<br />

'f<br />

'f<br />

'7 Tenente Neves Gonzaga.<br />

8 Alferes Cursino de Oliveira.<br />

nnrJsÃo<br />

ARGOLLO<br />

2- de Vohmtal ios<br />

9 Alferes Azeve<strong>do</strong> 1onteiro.<br />

22° ele VohLntal'ios<br />

t'<br />

'f 10 Major Rodrigo Baptista.<br />

.. 11 Tenente Santos Silva.<br />

26° de Voluntarios<br />

12 Alferes Palacio <strong>do</strong>s Santos.<br />

13 » Amaral Belota.<br />

(') Os que tem o signal • falleceram logo depois <strong>da</strong> batalha nos hospitaell de sangue<br />

excepto o general Sampaio, que só veio a faUeeer no dia 6 de Julho.<br />

Os que não têm signal foram mortos immediatamente.


33<br />

:;0 Búlalhâu ele in(anlaJ:ia<br />

". 14 Capitão Nepol11uceno <strong>da</strong> Silva.<br />

15 Alferes Marcellino Pire!'.<br />

-1" l:alul/dlo de iJllanlcwia<br />

10 1'enente Victor de Albuquerque.<br />

". 17 » Azeve<strong>do</strong> Mace<strong>do</strong>.<br />

18 Alferes Nelson Borges.<br />

ltl » Cavalcanti de Albuquerque (João).<br />

Do flntal!lüo rk inj'an/aria<br />

.... 20 Tenente Robel'tll Rangel.<br />

4° ele TTolun/ai'ios .<br />

DIVISÃO<br />

. SAMPAIO<br />

'/o<br />

21 Tenente Aguiar Tole<strong>do</strong>.<br />

22 » Hibeiro Ramos.<br />

23 » Ferreira 'J'inoco.<br />

2-1: Alferes Duarte Castro.<br />

1° Batalhão de infantaria<br />

25 Tenente Bezerra de Salle .<br />

26 Alferes Noronha de Faria.<br />

27 Tenente vVisland <strong>da</strong> Fonseca.<br />

28 » Mathias Guaranim.<br />

29 Alferes Lucio de Figueire<strong>do</strong>.<br />

30 » Ernesto de Sã..<br />

31 » Pereira Dias.<br />

32 » Fernandes Leão.<br />

9 o ele Voli.mla'l'ios<br />

33<br />

34<br />

»<br />

»<br />

Fernandes Lima.<br />

Saboia de Almei<strong>da</strong>.<br />

11 0 de Vol1.tnta1"ios<br />

.... 35 Comman<strong>da</strong>nte Cavalcanti de Albuquerque (Innocencio).<br />

1f 36 Major Seraphim de Paiva.<br />

37 Tenente Marques Camacho.<br />

A.. 5


'f<br />

20° ele Voluntarios<br />

38 Capitão Kiapp Rubim.<br />

39 Tenente Feliciano Estrella.<br />

40 Alferes Mariano Dia.<br />

'f 41 Alferes Pereira Leal<br />

3 i o ele Vol'unla"ios<br />

DIVISÃO<br />

GUILHER­<br />

ME DE<br />

SOUZA.<br />

Iode<br />

'f 42 Capitão Frederico Silva.<br />

'f 43 Alferes Nicolao Miller.<br />

'f 44 » Pereira Lima.<br />

Voltmlarios<br />

19o de V ol~mta"i()s<br />

'f 45 » Gonzaga de Noronha.<br />

2-1 0 ele Volunta,rios<br />

'f 46 Capitão Tolentino !'ereira.<br />

3 0 ue r olunta<strong>do</strong>s<br />

47 Comman<strong>da</strong>nte Rocha GaIvão.<br />

'f 48 Tenente J. F. <strong>do</strong> Nascimento.<br />

2 0 Ba/.alhão ele linha<br />

DIVISÃO<br />

VICTORINO<br />

MONTEIRO<br />

'f 49 Tenente J. Manoel <strong>da</strong> Silva<br />

50 Alferes Salustiano <strong>do</strong>s Reis.<br />

21 0 de 1 oluntar'ios<br />

51 Alferes Hygino <strong>do</strong>s Santos.<br />

51° ele Vohtnlw'ios<br />

52 Capitão Pereira de Carvalho (Francisco).


DIVISÕES<br />

3,5<br />

2° Regimento de caz;allaria ele linha<br />

53 Alferes Gomes Peixoto.<br />

lo CO?"PO ele caIJallaria ele gMa1'<strong>da</strong> nacional<br />

MENNA 'f 54 Alferes Moreira de Figueire<strong>do</strong>.<br />

BARRETO<br />

ETRrsTÃo 5" Corpo de ca~'allaria de g~~a'"cla nacional<br />

PIN'O<br />

'f 55 Alferes Martinho Pereira.<br />

10° COJ'pO de calXtllaria de guar<strong>da</strong> nacional<br />

y..<br />

56 Alferes 3eraphim <strong>do</strong>s Santos.<br />

1° C01'PO ele vol'unta?"ios ele caIJallaria<br />

BRIGADA<br />

NETTO<br />

57 Tenente Belizario Rocba.<br />

'f 58 » Abel ela Porciuncula.<br />

3° Corpo ele I:oluntarios ele caüallw'ia<br />

59 Capitão Daniel de Moraes.<br />

'f 60 Alferes Francisco Canha<strong>da</strong>.<br />

Não apparece nesta lista o nome de 1 alferes, que foi considera<strong>do</strong> extravia<strong>do</strong>.<br />

Apezar <strong>da</strong>s diligencias que fizemos não se encontrou a relação em<br />

que deve figurar o seu nome.<br />

Cumpre notar que muitos outros oificiaes feri<strong>do</strong>s falleceram depois<br />

nos hospitaes.<br />

<strong>II</strong>.<br />

A batalha de 24 de Maio, ent T1lYMt!JJ descl'ipta pelo coronel<br />

orie/~tal Palleja. (Extrahi<strong>do</strong> elo «Diario ele la Ca npaiía de las<br />

fue?''zas alia las <strong>contra</strong> el Pa1'ag~ta:;, p01' el c01"onel oriental<br />

D. Leon de Palleja, » - Mon(elJidéo, 2 vols., 1866).<br />

« Dia. 24 de Maio.-O inimigo durante to<strong>da</strong> a noite an<strong>do</strong>u em movimento.<br />

Ouviam-se vozes de pessoas tocan<strong>do</strong> carretas e cavalha<strong>da</strong>s.<br />

As aves <strong>do</strong> esteiro an<strong>da</strong>vam inquietas e gritavam alvorota<strong>da</strong>s. Apezar<br />

<strong>do</strong> rumor que partia <strong>do</strong> campo <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelos ParaCTuayo:;, pac; ou-se<br />

a noite sem novi<strong>da</strong>de. Ao amanhecer notou-se muito movimento na<br />

linha <strong>contra</strong>ria. A ca<strong>da</strong> momento chegavam cávalharlas a uns currae


36<br />

que descortinavamos. Os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s tomavam cavaUo', e sahiam corpos<br />

monta<strong>do</strong> para o l)osque situa<strong>do</strong> à nossa esquer<strong>da</strong>, e para o que nos<br />

fica à. direita.<br />

« A descoberta fez- e, como de costume, até á bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> esteiro imme'iiat<br />

, ) á linha inimiga. de entrincheiramentos Os batalhões orientaes<br />

« Libertad ~ e «Independencia» e tavam aloja<strong>do</strong>s a 3 quadras <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> nossa. linha e o regimento «Escoltn., » a pé, tinha um<br />

pequeno piquete de infantaria 2 quadras na frente. Uma companhia <strong>do</strong><br />

batalhão «Flori<strong>da</strong>» cobria a avan('a<strong>da</strong> <strong>do</strong> centro <strong>da</strong> nossa linha. A'<br />

direita, uma a,ança<strong>da</strong>. de cavallaria, e infantarIa <strong>do</strong> l°. corpo argentino<br />

cobriam aquella frente <strong>da</strong> linha exterior.<br />

« r\ linha de batalha compunha-se, a direita, <strong>do</strong> l°. corpo <strong>do</strong> exercito<br />

argentino com to<strong>da</strong> a sua cavallaria que estava monta<strong>da</strong> (menos o regimento<br />

S. Martin) e o regimento de artilharia ligeira <strong>do</strong> coronel Vedia,<br />

em po ição' no centro e tava uma bateria <strong>do</strong> l°. regimento de a.rtilharia<br />

ligeira brazileira, composta de 25 peça'> raia<strong>da</strong>s, e defendi<strong>da</strong> pelos<br />

batalhõe:' orientaes, «Flori<strong>da</strong>» e «24 de Abril, » as minhas ordens (1),<br />

ten<strong>do</strong> a. e.quer<strong>da</strong>, fechan<strong>do</strong> o caminho real, o 2'. batalhão brazileiro<br />

de infantal ia de linha e de reserva 1 briga<strong>da</strong> <strong>da</strong> divisão Victorino;<br />

á quer<strong>da</strong>, uma bateria de 6 peça orientaes e ;3 batalhões brazil€liros<br />

<strong>da</strong> mesma di,i :-0.<br />

O inimiO'o deixara embosca<strong>do</strong>s no pajonal <strong>do</strong> esteiro, em frente â.<br />

ua extrema dir ita 4 batalhões de infantaria. e 2 regimentos de cavallaria<br />

dentro de trincheira no bosque e no teiro, apea<strong>do</strong>s (adentro<br />

de trincherll e.n el monte y en el estem apea<strong>do</strong>).<br />

A' 10 <strong>da</strong> manhã (2) mai ou meno, um foguete a congrev"l,<br />

que lanc,:.a<strong>do</strong> <strong>da</strong> dir. ita inimiga ,aio cahir juuto ao «Flori<strong>da</strong>, ~ foi<br />

o ~ignal <strong>do</strong> ataq\l .<br />

A columlla embo ca<strong>da</strong> lan .011- e em di~paraL' um ô tiL' , a cavallaria<br />

de ~pa<strong>da</strong> em punho e a infantaria de ba)'one a cala<strong>da</strong>, obre<br />

o no o piquete a anca<strong>do</strong> de c ",alIaria e o ') batalhõ «lndep 11-<br />

deneia e Libertad, qu , rprendi<strong>do</strong>. não tiveram tempo pará<br />

~ rrn r. E~Le~ <strong>do</strong>i 01' ficaram d ~feit ~: o primeir e\'e o mman<strong>da</strong>nte<br />

Eli ontu' o egllnflo te, m <strong>do</strong> o ~ u IUman<strong>da</strong>nte


37<br />

M. Castro, e a bandeira, que o respectivo porta diz ter escondi<strong>do</strong> na<br />

lama <strong>do</strong> banha<strong>do</strong>, não appareceu' ain<strong>da</strong>.<br />

« Não obstante, apercebi<strong>da</strong>s a bateria oriental e a brazileira <strong>do</strong> centro,<br />

fizeram fogo com metralha e bala, e deixaram a columna inimiga<br />

quasi to<strong>da</strong> cahi<strong>da</strong> por terra O~l dispersa nos r>o..ionnlt's e banharlo proximos.<br />

A cavallaria, repelli<strong>da</strong> na esquer<strong>da</strong>, lançou-se com au<strong>da</strong>cia<br />

sobre o centro; porém esta bateria era um vulcão (1); 24 peças. com<br />

os intervallos guameci<strong>do</strong>s por uma secção <strong>do</strong>s batalhões «Flori<strong>da</strong>» e<br />

«2-1 de Abril,» faziam d'este lagar um foco impenetravel de fogo.<br />

Entretanto, justiça seja feita, chegaram alg1.lUs inimigos até 50 metros<br />

<strong>da</strong> bateria, e eu tive n'ella 1 official feri<strong>do</strong> e 4 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s 1óra de<br />

combate.<br />

« Metralha<strong>da</strong> e fuzilarla a cavallaria no centro, foi incorporar-se á<br />

columna inimiga que atacava nos a direita.<br />

« Com eieHo, ao me~mo tempo que rompeu o combate pela nossa<br />

esquer<strong>da</strong>, duas fortes columna de ataque, tambem embosca<strong>da</strong>s f6~a <strong>da</strong>s<br />

trincheiras, lançavam-se sobre o centro e a ala direita. Porém a que<br />

vinha pelo centro, retar<strong>da</strong><strong>da</strong> pela passagem <strong>do</strong> esteiro, e pelas volta<br />

que dá o albardão, só veio a chocar-se comnosco depois <strong>da</strong> columna<br />

que atacou a direita. Assim, passarei a narrar o que aconteceu por<br />

esse la<strong>do</strong>.<br />

« A colullma inimiga, composta de 7 batalhõ~s e 2 a 3 regimento~ (2),<br />

cruzou o banha<strong>do</strong>, e destacou a cavallaria pelo Palmar, ameaçan<strong>do</strong><br />

onvolver f) 1". corpo <strong>do</strong> exercito argentino pela retaguar<strong>da</strong> (por la<br />

espal<strong>da</strong>). En<strong>contra</strong>n<strong>do</strong> a cavallaria argentina, que não soube conter o<br />

impeto <strong>do</strong> inimigo, envolveu um batalhãO ela divisão uo coronel Ri vas, sem<br />

qua i <strong>da</strong>r-lhe tempo senão para recolher (replegal') os atira<strong>do</strong>res. Dous<br />

outros batalhões argentinos, destaca<strong>do</strong>s na frente, formaram quadra<strong>do</strong>,<br />

pOl'élU a cavallal'Ía inimiga, mettenuo-se entre os quadra<strong>do</strong>s e a nossa<br />

linha de batalha, deu lugar a que esses quadra<strong>do</strong> soffr"ssem o fogo<br />

de alguns <strong>do</strong>s nossos, que Se) d8st.:oncertam e não vêm o que fazem.<br />

Esta cavallaria pereceu em sua qua'i totali<strong>da</strong>de. Houve paragllayos que<br />

morreram de espa<strong>da</strong> na mão ao pé <strong>do</strong>s canhões argentinus; porém o<br />

coronel Vedia, aju<strong>da</strong><strong>do</strong> pela infantaria de . linha, fez jogar a artilharia<br />

<strong>do</strong> mo<strong>do</strong> mais efficaz e poderoso. A Il'ente fiCOll corno calça<strong>da</strong> de holllens<br />

e ~aval1o.. .\. columua de '* lJatalhõe. inimio·o.. ren<strong>do</strong> fL'U tra<strong>da</strong><br />

a carga <strong>da</strong> caval1al'ia, e olJsel'van<strong>do</strong> o IUOUO horrivel por que fôm<br />

1 A artilharia de MalleL.<br />

2 E' englDO. Resqllin tinha 8 regiJU~ntos de a,aUaria l' 2 h/ltalhõe .


38<br />

metralha<strong>da</strong>, não levou o combate com<br />

imIteis tentativas fugia e foi amparar-se<br />

deixan<strong>do</strong> o campo coalha<strong>do</strong> de mortos e<br />

« Passemos agora ao centro.<br />

vigor;<br />

com os<br />

feri<strong>do</strong>s.<br />

depois de 3 horas de<br />

ba'nha<strong>do</strong>s e o esteiro,<br />

« Este, como eu disse, foi o ultimo ponto que soffreu o ataque <strong>da</strong><br />

infantaria paraguaya.<br />

« Tinhamos fuzila<strong>do</strong> e metralhaeli) a cCLvallaria que atacou a esquer<strong>da</strong>,<br />

quan<strong>do</strong> aquella cruzou para a direita. Repentinamente desembocou pela<br />

nos a frente, atravez <strong>do</strong> albardão que leva ao portão <strong>do</strong> seu campo entrincheira<strong>do</strong>,<br />

outra columna de infantaria, tambem de 4 batalhões' e<br />

2 ou 3 regimentos de cavallaria, avançan<strong>do</strong> impavi<strong>do</strong>s, como disse, até<br />

perto <strong>do</strong>s canh:ies, Mas a nossa linha estava com to<strong>da</strong> a calma e perfeição;<br />

á direita <strong>da</strong> bateria chegou uma briga<strong>da</strong> <strong>da</strong> divisão Victorino,<br />

e formou em batalha; os intervallos <strong>da</strong>s peças estavam cobertos por<br />

duas fileiras de Orientaes valera os, com suas bandeirJ.S desfral<strong>da</strong><strong>da</strong>s,<br />

entoan<strong>do</strong> o hymno nacional; á e:squer<strong>da</strong>, no caminho, ficaram 2 batalhões<br />

brazileiros em batalha. e 3 d~ re erva <strong>da</strong> mesma divisão Victorino;<br />

a bateria oriental estava resguar<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo regimento «E coIta »<br />

e re tos <strong>do</strong>s batalhões «Libertad» e «Inelependencia, » com suas bandeiras<br />

larg·as. Assim o inimigo c0mprehendeu logo que por aqui l.a<strong>da</strong><br />

podia fazer: era um turbilhão de fogo; atravez <strong>da</strong> nuvem e. pessa de<br />

fLlmo que encobria a frente, viam- e, entre relampagos, voar pelos<br />

are membros e roupas elos cavalleiro, arreios e m~mbros <strong>do</strong> cavallos.<br />

« O campo ficou repugnante, cheio de ca<strong>da</strong>vere mutila<strong>do</strong> e cavallos<br />

estripa<strong>do</strong>., de pernas quebra<strong>da</strong>s (1),_ Depois de tres arremetti<strong>da</strong> inutei,<br />

o inimigo, acobar<strong>da</strong><strong>do</strong>, passou a s0ffrer o no 80 fogo a 200 metro' de<br />

distancia atraz <strong>do</strong>s banha<strong>do</strong>s e pajonales.<br />

« 'esse momento apre entou-ie na bateria o genel'al Flores, unico<br />

que se achava na linha <strong>do</strong> centro e e querela (2), e ordenou-me que<br />

tiras e <strong>do</strong>s intervallos <strong>da</strong>s peças a infantaria <strong>do</strong> «Flori<strong>da</strong>» e «2-1: de<br />

Abril» e marchasse para a esquer<strong>da</strong>, onde hayia grande aperto<br />

Formei em columna e segui a marche-marche (aI trote), conforme a<br />

ordem recebi<strong>da</strong>; porém o e,tor\'o <strong>da</strong> barl'acas e enrama<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Brazileiros,<br />

a 'sim como os banha<strong>do</strong>s e um maldito arbu to que aqui abun<strong>da</strong>,<br />

(1) {( El campo qu~dó rapugnante d ca<strong>da</strong>vcl'es mutila'los y aballos despanzurra<strong>do</strong>s<br />

y perniquebra<strong>do</strong> .... <strong>II</strong><br />

•<br />

('2) Na <strong>do</strong> centro estava t.ambem o general brazileiro Vict.ol'ino Mont.eiro· na <strong>da</strong><br />

esquer<strong>da</strong> est.a"am varios genemes brazileiro, ampaio, Argoll'>, Guilherme de' Smzll,<br />

J. L. Menna Barret.o e Andréa. O general Ozorio apresentou- e em t.o<strong>do</strong>s o pont.os<br />

<strong>da</strong> liuha.


obrigaram-me a tomar o passo <strong>do</strong>bra<strong>do</strong> para conservar a forma. Quan<strong>do</strong><br />

desemboquei na baixa<strong>da</strong>, vi <strong>do</strong> que se tratava. A columna inimiga<br />

que atacava a esquer<strong>da</strong> reorganisou-se junto ao bosque, e o mesmo<br />

fizera a outra columna a duas ou tre quadras d'elIe; os 3 batalhões<br />

brazileiros que cobeiam a extrema esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> nossa linha, abriramlhes<br />

caminho, marchan<strong>do</strong> em retira<strong>da</strong> (1), e a columna penetrou em<br />

nosso campo, mas, ataca<strong>da</strong> pela artilharia de po 'Íção <strong>da</strong> 2". linha,<br />

retrocedeu quasi' no momento em que eu desembocava. O batalhão<br />

brazileiro que estava perto de mim refez-se logo, e, a esforços de seu<br />

comman<strong>da</strong>nte e <strong>do</strong> tenente-coronel Fortunato Flores, atacou o inimigo,<br />

ao mesmo tempo que a minha columna. Ven<strong>do</strong>-se perdi<strong>do</strong>, o inimigo<br />

tornou a retroceder e marchou para o bosque, onde os outros 2 batalhões<br />

brazileiros, ja reorganisa<strong>do</strong>s (rehecho), aju<strong>da</strong><strong>do</strong>s pela artilharia<br />

<strong>da</strong> 2'. linha deu cabo de quasi to<strong>do</strong>s os inimigos, toman<strong>do</strong>-lhes 4<br />

obuzes a Paixhan de 16. Dizem-me que os Argentinos tomaram um<br />

outro (2).<br />

« Ven<strong>do</strong> o general em chefe que o la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> estava desombaraça<strong>do</strong>,<br />

ordenou-me que conservasse a direita e me dirigi se ao centro<br />

para carregar á bayoneta os restos <strong>da</strong> columna que atacou. o centro,<br />

e que, reorganisan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> primeiro banha<strong>do</strong>, trazia-nos<br />

um novo ataque. Dispostos em duas columnas parallelas. 0« Flori<strong>da</strong>»<br />

e o « 24 de Abril,» carreguei a frente d'elles e levei de rojo o inimigo<br />

até ao ultimo banha<strong>do</strong> proximo à sua trincheira, deixan<strong>do</strong> o<br />

campo coberto de ca<strong>da</strong>veres e feri<strong>do</strong>s, e ten<strong>do</strong> a fortuna de tomar a<br />

bandeira <strong>do</strong> primeiro corpo que se achava a frente. O resto foi lança<strong>do</strong><br />

no pajonal e extenso banha<strong>do</strong> que ficava á minha direita, onde perdeu-se<br />

eutre os .i uncos. Dons corpos sa1liram, com uma bateria, de suas<br />

trincheiras até a margem opposta <strong>do</strong> esteiro, e estivemos escopetean<strong>do</strong>-nos<br />

com elIes e soffren<strong>do</strong> o fogo de to<strong>da</strong> a frente de ua linha,<br />

qne nã·) tinha menos de 20 a 30 peças de artilharia, 'esta .posiç-o<br />

conservei-me por espaço de 2 horas, até que recebi ordem de retira<strong>da</strong>,<br />

deixan<strong>do</strong> na frente o 7°. brazileiro de infantaria de linha.<br />

« No 50 ama<strong>do</strong> general veio felicitar-nos em pe 'soa pelo procedimento<br />

de nossos corpos n'este dia memorave!.<br />

« A bandeira que lhe mandei em nome <strong>do</strong> «Flori<strong>da</strong>» foi por elle<br />

offereci<strong>da</strong> ao general Ozorio, que fez o obsequio de <strong>da</strong>r-lhe obuzes<br />

prisioneiros.<br />

,,',<br />

(I) Chamamos a attenção <strong>do</strong> leito!' para a nota "ectificativa que acompanha esta<br />

descri'pção, sob o n. n.<br />

(2) Não é exacto.


40<br />

« N'este instante, que seriam 2 1/2 horas <strong>da</strong> tarde, estava tu<strong>do</strong> termina<strong>do</strong><br />

na linha, porém havia mais de meia hora que se ouvia viva<br />

fuzilaria á retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> campo, na direcção <strong>da</strong>s trincheiras que tomei<br />

no p::tsso <strong>do</strong> Estero Bellaco em 20 de Maio (Passo Sidra). A columna<br />

inimiga que recuára para o bosque, ain<strong>da</strong> que hostilisa<strong>da</strong>, foi corren<strong>do</strong><br />

pelo bosque acima, por vêr-se perdi<strong>da</strong>, ate ao indica<strong>do</strong> pas~o <strong>do</strong> Estero;<br />

ahi encontrou a cavallaria l'io-grandense ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Netto.<br />

Este carreguu os <strong>contra</strong>rias com os 2 unkos esquadrões monta<strong>do</strong>s que<br />

tinha, e COlO os desillontaJos os conteve ate que chegaram 2 batalhões<br />

man<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelo general Ozario, e então o combate COllverteu-se em<br />

terrivel carnificina, pelejan<strong>do</strong> ambos os la<strong>do</strong>s com in<strong>do</strong>mavel valor (1).<br />

« A. s 3 1/2 <strong>da</strong> tarJe a batalha estava termina<strong>da</strong>. Só o canhão trab


41<br />

cruzavam, p~ré1l1 foram bem tlirigi<strong>do</strong>s. A bateria oriental fez fogos de<br />

uma precisão e estragos admiraveis. Duas de suas peças ficaram desmonta<strong>da</strong>s<br />

pela ma quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> madeIras <strong>do</strong>s reparos, porém foram<br />

substitui<strong>da</strong>s por 2 obuzes inimigos.<br />

« Eu nunca vi, nem espero vêr um canhoneio igual, nem mortan<strong>da</strong>de<br />

tão espanto a em tão curto espaço de tempo.<br />

« Dia 25 de MaIO. -Acredüava-se geralmente que hoje o presidente<br />

MItre festejasse e'te anniversario leva.n<strong>do</strong> o ataque ao inimigo, porém<br />

não houve<br />

novi<strong>da</strong>de.<br />

« Observa-se gi-ande movimento na linha inimiga. A' noite ouvia-se<br />

mui grande rumor de gente que animava os b is e cavallos nos<br />

màos passos <strong>do</strong> esteiro dentro <strong>do</strong>s" seu' entrincheiramentos. Indubitavelmente<br />

tral:em artilharia de Humaità para robustecer a linha<br />

fortifica<strong>da</strong>. DUI'ante o dia desprenderam gLllll'rilhas para explorar<br />

03 banha<strong>do</strong>s e recolher feri<strong>do</strong>s e dispersos. .'<br />

« Dia 26 de Maio.-Apezar <strong>da</strong> bulha e ,gritaria <strong>do</strong> inimigo durante<br />

a noite passa<strong>da</strong>, não houve novi<strong>da</strong>de....<br />

« Dia 27 de Maio.-....Recebemos um sargento inimigo de.3ertor.<br />

Pertencia ao batalhão n. 20, um <strong>do</strong>s que atacar,lm pelo centro (1).<br />

Dos 4 batalhões que vinham n'a frente formaram um só, e c m menos<br />

forças que os demais, sob a denominação de n. 12 (2) .. " Das outras columnas<br />

de ataque na<strong>da</strong> sabe, porque no exercito paraguayo nenhum<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong> póde separar-se <strong>do</strong> seu C01\10 por COU'la alguma deste mun<strong>do</strong>.<br />

Diz eUe que os dilferentes cortl0s não se cornmunicam. Este desertor<br />

foi preso para ser castiga<strong>do</strong> porque foi sorprendi<strong>do</strong> a conversar sobre<br />

o resulb<strong>do</strong> <strong>da</strong> batalha....<br />

« Dia 27.... Tanto n'este combate, como nos anteriores, sustenta<strong>do</strong>s<br />

desde a passagem <strong>do</strong> Paraná, temos visto que o inimigo se acha bem<br />

arma<strong>do</strong>. To<strong>do</strong> o armamento toma<strong>do</strong> é de espoleta (a piston) de fabrica<br />

ingleza e aUe.mil, e ha corpos arma<strong>do</strong>s à Rifl.eman, com carabinas de<br />

sabre. As munições são inglezas.<br />

« A tropa estava ve3Li<strong>da</strong> ele blusa e chiripá. (3), porém parte d'ella<br />

(I) N'este caso o baf.alhii~ 2{) pertencia á cohLUlUa de Marcó. Outro batalhão d'ess!1<br />

columna era o 41.<br />

(~) O batalhão 12 tambem tomou padc' na batalha, e esta circumstancia pareco<br />

provar que ficou aniquila'lo.<br />

(3) Devem lêr este trecho o nossos pintores de batalhas, que têm a mania de<br />

r~presenlar sempre nús os Pnraguayos, mesmo no começo <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> quan<strong>do</strong> o exer-<br />

Cito de Lopez achava-se perfeitamente uniformisa<strong>do</strong>. '<br />

Ain<strong>da</strong> qU'l.n':1o fosse ssa a ver<strong>da</strong>de lüstoricn, deviam os nossos Vernets, examinan<strong>do</strong>,<br />

por exel11plo, a belll1, collecção de quadros <strong>do</strong> MllSeu Historico <strong>do</strong> \ ersaillos,<br />

Á. 6


vestia calças e blusas de panno azul escuro (1). Dizel)l-me que estes<br />

são os Rifleros, que fazem serviço junto ã pessoa <strong>do</strong> pre3idente Lopez.<br />

A roupa interior é de fabrica creoula, e, em geral, muito limpa.<br />

To<strong>do</strong>s traziam morl'ião em f6ema de kepy, feito com couro <strong>do</strong> paiz (2).<br />

« Dia 29 de Maio.-...•O exel'cito alUa<strong>do</strong> teve fóra de combate<br />

no dia 24 de Maio 3,650 homen, porém estão comprehendi<strong>do</strong>s n'este<br />

numero até mesmo o contusos e feri<strong>do</strong>s insignificantemente, que não<br />

deixaram seus postos na fileira.<br />

« A per<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo, segun<strong>do</strong> a parte. elos officiaes encal'l'ega<strong>do</strong>s<br />

de sepultar os ca<strong>da</strong>veres, obe a 7,000 mortos, e ain<strong>da</strong> ha entre as<br />

linha mais de 200 in epuHos, estan<strong>do</strong> tambem coalha<strong>do</strong>s de mortos<br />

os banha<strong>do</strong>. <strong>da</strong> frente: »<br />

I. B. - Não reproduzimos outras de cripçães <strong>da</strong> batalha feita por<br />

corl~espondentes brazi1eiros, porque é facil examinaI-as nas collecções<br />

<strong>do</strong>s nosso. jornaes, que· se guar<strong>da</strong>m nas' bibliothecas publicas d'e ta<br />

capital.<br />

a obra de Pereira <strong>da</strong> Costa, vaI. <strong>II</strong>I, estão transcriptos muitos<br />

trechos de uma <strong>da</strong>s correspondencias <strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Gormne;·cio.<br />

comprehender que os grandes mestres nunca se escravisaram a to<strong>da</strong>s as pequenas<br />

circumstancias <strong>do</strong>s factos que immortalisaram na téla. O pintor historico deve ter<br />

certa liber<strong>da</strong>de de acção. Os exercitos franceze que, atr'lvessan<strong>do</strong> a Europa inteira,<br />

foram <strong>da</strong>r a batalha dA. i'vIoskowa, no coração <strong>da</strong> Russiu, não podiam ter entra<strong>do</strong> em<br />

fooo com os seus grandes uniformes, barretinas e penuchos. Entretanto apparecem<br />

no quadro que representA. esse feito de armas, ,esU<strong>do</strong>s como em dia de para<strong>da</strong>, e<br />

apenas um Oll outro sol<strong>da</strong><strong>do</strong> ostenta os cotove11os rõtos, e as calças dilacera<strong>da</strong>s, para<br />

attestnr que a campanha foi rude e l'lboriosa.<br />

To<strong>do</strong>s os grandes pintore militares suppuzeram sempre que nas ve peras d'l batalha<br />

haDa dUribuiç.ão de far<strong>da</strong>mento ás tropas.<br />

Napoleão I atravessou os Alpes em 1U1l pacifico jumento, mas foi representa<strong>do</strong> em<br />

um fogoso cavallo.<br />

e o facto se désse com um general brazileiro e o quadro fosse pinta<strong>do</strong> aqui, não<br />

deixaria o jumento de passar li. posteri<strong>da</strong>de.<br />

(1) Em geral a tropa paraguaya trazia blu '\s vermelhas e chiripá. Os que se bateram<br />

em 2 de Maio tambem estavam vesti<strong>do</strong>s assim.<br />

. .<br />

(2) Em outro lugar <strong>do</strong> seu Dia1'Ío descreve Palleja com mais particulari<strong>da</strong>des o<br />

nnifo11ue paraguayo:<br />

«•... A. cavallaria Q'az um pequeno morrião com pala. E' de sola bem cosi<strong>da</strong>. No<br />

mor~ão eslíL pinta<strong>do</strong> o .scu<strong>do</strong> paragua~o c,om 2 bandeh'as d s la'los, colloca<strong>da</strong>s desgraclO~amen~.<br />

~ blus~ e de panDO ,ordinulO encarna<strong>do</strong>, golla e canhões pret.os. Usam<br />

chiripl;1o de la ate aos Jo~lhos, com listras d~ azul celeste e branco, c roulas de algodão<br />

<strong>do</strong> palZ com grande fl'anJa, que chega até mela perna. "arlitentos e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s anelam<br />

descalços. sam grandes e poras de ferro, ele forma antiga. ó os ;ofllci'le anelam calça<strong>do</strong>s.<br />

l( Â infantaria b'az gorras ele quartel com pala, fi motad negm e ouiTa metade<br />

vermelha, com a" letras R. P., de panno ,.rm lho. Usa a mesma blusa, o me mo<br />

chiripá e li mesmaS ceroulas qu fi ca.vallan'l...."


<strong>II</strong><br />

+Obse7'vações sob1'e a descripção <strong>do</strong> c011 Jnel Palleja publica<strong>da</strong><br />

sob o n. i O.<br />

Um distincto 'chefe brazileiro, que cobrio-se de gloria na batalha<br />

de 24 de Maio, forneceu-nos os seguintes apontamentos, que publicamos<br />

sem aUeração alguma:<br />

« No Dia<strong>do</strong> de Palleja lê-se o seguinte trecho:<br />

« Os 3 batalhões brazileiros que cobriam a extrema esquer<strong>da</strong><br />

« <strong>da</strong> nossa linha abriram caminho ao inimigo, marchan<strong>do</strong> em retira<strong>da</strong>,<br />

« e os raraguayos penetral'am em nosso campo; mas ataca<strong>do</strong>s pela arti­<br />

« lharia de posição <strong>da</strong> 2' linha..., etc. »<br />

« Ha nestas linhas uma injusta censura aos intrepi<strong>do</strong>s batalhões brazileiros<br />

que defenderam a esquer<strong>da</strong>.<br />

« Palleja combateu no cent?"o <strong>da</strong> linha [tUia<strong>da</strong>, e não via nem procurou<br />

informar-se <strong>do</strong> que se passou no flanco esquer<strong>do</strong>, onde aUás mais<br />

numerosas foram as forças que ,e chocaram, mais encarniça<strong>da</strong> foi a<br />

luta, mais decisiva a victoria. Se elle lá estivesse, ou pelo menos se<br />

quizesse historiar os factos com <strong>da</strong><strong>do</strong>s seguros, procederia a in<strong>da</strong>gações<br />

que não lhe permittiriarn descrever com tão pouca precisão o que alli<br />

se deu.<br />

« A sua curta e confu,a descripção <strong>da</strong> batalha de 24 de Maio foi<br />

redigi<strong>da</strong> tão precipita<strong>da</strong> e irreflecti<strong>da</strong>mente, que ten<strong>do</strong> elle assegura<strong>do</strong><br />

haver o batalhao « Libertad » perdi<strong>do</strong> a sua bandeira, para não mais<br />

achal-a logo que os <strong>Paraguay</strong>os se arremessaram sobre o exercito allia<strong>do</strong>,<br />

mais adiante diz que os restos desse batalhão, colloca<strong>do</strong>s depois <strong>da</strong>quelle<br />

choque á retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> artilharia, mantinham desfral<strong>da</strong><strong>da</strong> essa mesma<br />

bandeira.<br />

« O que e ver<strong>da</strong>de é que, len<strong>do</strong>-se ô Diw'io cita<strong>do</strong>, ninguem pensará<br />

de certo que, iustamente nesse flanco, em que tão pouco e inexactamente<br />

faUa o valente chefe oriental, foi que se desenrolaram os<br />

mais importantes feitos, e se manifestou a pha e capital desse memoravel<br />

dia.<br />

« Faremos o pos 'ivel 'por preencher essa lacuna, tanto mais que<br />

alli Ó Brazileiro conbateram; o que talvez, melhor <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong> o


44<br />

mais, explique o ter-se queri<strong>do</strong> lan~ar na penumbra, senão no esquecimento<br />

o que nesse ponto se passou (1).<br />

« Seremos, porém, muito concisos; pois para minudencias não dão<br />

ensanchas os estreitos limites de uma nota. Comtu<strong>do</strong> para melhor execução<br />

<strong>do</strong> nosso intuito, <strong>da</strong>remos uma idéa geral ela granele batalha,<br />

mencionan<strong>do</strong> os factos occorri<strong>do</strong>s nos diversos pontos onde a peleja se<br />

travou.<br />

«O mo<strong>do</strong> por que estava acampa<strong>do</strong> o exercito allia<strong>do</strong> favorecia<br />

grandemente urna sorpresa.<br />

« A direita <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> era constitui<strong>da</strong> por uma parte <strong>do</strong> exercito<br />

argentino em que figuravam as cavallarias de Rornos e O:lceres, alguma<br />

infantaria e artilharia: em sua frente havia fortes po tos "avança<strong>do</strong>s.<br />

« No centro <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> acampava to<strong>do</strong> t) pequeno exercito oriental<br />

com as suas 6 ou 8 bocas de fogo. Ia sua direita, entre elle e o argentino,<br />

ficava o lo regimento de artilharia a cavallo (regimento brazileiro)<br />

com 24 canhõe', protegi<strong>do</strong>s pelas tres briga<strong>da</strong>s <strong>da</strong> 6' divisão brazileil'a,<br />

sob o com man<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Victorino Monteiro. Oobriam essas duas<br />

parte' <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, centro e esqu~r<strong>da</strong>J fortes piquetes <strong>do</strong>s batalhões<br />

brazileiros, e <strong>do</strong>us batalhões orienta~ , o « lnclependencia » e o « Libertad. lt<br />

« :Em frente aos postos avançauos havia espe'sas mattas e altissimos<br />

macegaes. A' e querela <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, porém um pouco atraz, acampava<br />

o regimento de caTallaria S. Martin (argentino).<br />

« A' retaguar<strong>da</strong>, em escalão, estava a 3~ divisão de infantaria brazileira,<br />

sob o com man<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Sampaio, e compo ta de dua,; briga<strong>da</strong>s,<br />

ca<strong>da</strong> uma com ql1atro batalh.ões.<br />

« O flanco esquer<strong>do</strong> dessa divin(j ficava prlJximo de uma grande rnatta.<br />

Esta, em poder <strong>do</strong>s Pamguayos, separava o Potrero Pil'is <strong>do</strong> campo de<br />

Tuyuty e prolongava-se por to<strong>do</strong> o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito brazileiro.<br />

.fi.. uma sofi'rivel distancia. dessa' divisão e a retagua:r<strong>da</strong> acampava o grosso<br />

<strong>do</strong> exercito brazileiro: a la c1ivi ão de infantaria, sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

general Argollo, a 4' sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Guilherme de Souza,<br />

a briga<strong>da</strong> de artilharia (17 3 ), a auxiliar (19~ briga<strong>da</strong>), o qnartel 'general<br />

e o 'transporte.<br />

« A cavallaria brazileira, quasi to<strong>da</strong> a pé por falta de cavallos, c:obria<br />

. a retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito; uma parte occupava o Potrero Piris. A' direita<br />

<strong>do</strong> exercito ul'azileiro acampava o gro so <strong>do</strong> exercito argentino.<br />

(1) O general Mit.re não foi injusto pal'.l com os Bn ile'l'Js, pois n Boleti~. q!I0<br />

publicou. e que reproduzimos adiante, couf~ss.l que tocou « el ·nuyor es(u.e,·zo. aI e;el'Clto<br />

brasilel'o. »


« Nas mattas e macegaes vizinhos <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> Lopez escondêra 11<br />

columna comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo generai Resquin, composta principalmente <strong>da</strong><br />

cavallaria, com estativas de foguetes a congréve. Na matta <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong><br />

e nos macegaes vizinhos perto <strong>do</strong> flanco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> regimento<br />

S. Martin e <strong>da</strong> 3" divi ão de infantaria fôra colloca<strong>da</strong> a cslumna<br />

paraguaya comman<strong>da</strong><strong>da</strong> ·pelo general Diaz, então coronel, a mais forte<br />

de to<strong>da</strong>s; aproprio RE:squin dá-lhe 7,000 homens. Compunha-se principalmente<br />

de infantaria e além de estativas de f ,guetes a congréve<br />

tinha a unica artilharia que os <strong>Paraguay</strong>os 'trouxeram a combate.<br />

« A' direita de Diaz, e talvez u u pouco mais avança<strong>da</strong>, estava a<br />

columna de Ban'ios, ameaçqn<strong>do</strong> o Potrero Pieis, o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

grosso <strong>do</strong> exercito brazileiro' e o proprio quartel general e córpo de<br />

transportp.s A columna de Marcó fo"mava a reserva de Diaz e de Barrio~,<br />

e devia apoiar um ou outro, conforme as emergencias <strong>do</strong> c:>mbate.<br />

« Tu<strong>do</strong> as im prepara<strong>do</strong>, e estan<strong>do</strong> (l exercito allia<strong>do</strong> desprevéni<strong>do</strong>,<br />

ao sibilar de um foguete a congréve (seriam mais de 11 horas <strong>da</strong> manhã),<br />

que era o signal convenciona<strong>do</strong>, <strong>da</strong>s mattas e macegaés vizinhos <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong><br />

sahiram as cavalJarias de Resquin, e cahiram com a rapidez <strong>do</strong><br />

raio sobre os postos avança<strong>do</strong>s, levan<strong>do</strong>-os adiante de si. Como diz<br />

Palleja, foram com esse choque de bJ.rata<strong>do</strong>s os batalhõe orientaes,<br />

~(Independencia » e « Lib1rtad» quasi sem úpporem resi:tencia. A infantaria<br />

de Resquin avan70ll a marche-marche e, aju<strong>da</strong><strong>da</strong> pelas estativa. de<br />

foguetes, apoiou o ataque que as cavallarias levaram á vanguar<strong>da</strong>.<br />

~ Na extrema direita as cavallarias de Rornos e Caceres, toma<strong>da</strong>s de<br />

,sapetão, dispararam I ara a retaguar<strong>da</strong>,. in<strong>do</strong> parar muitas praças em<br />

Itapirú. Um regimento de infantaria argentina, cremos q'le o 3° de linha,<br />

formou quadra<strong>do</strong> mas nlO pôde resistir ao choque. Pisad a patas de<br />

cavallo,' foi quasi to<strong>do</strong> acutila<strong>do</strong>.<br />

« Em breve, IJorém, as cousas mu<strong>da</strong>ram de aspecto. Avançaram alguns<br />

batalhões argentinos dirigi<strong>do</strong>s pelo genera~ Paunero.. O coronel Vedia fez<br />

abrir um vivo fogo ele artilharia sobre as columnas paraguayas, que<br />

foram afinal repelli<strong>da</strong>s com grandes per<strong>da</strong>s.<br />

« No centro, a. 24 peças <strong>do</strong> ln regimento de artilharia brazileira, apenas<br />

surgiram na ua frente as columnas paraguayas de cavalla<strong>da</strong>, romperam<br />

sobre elIas um fogo incessante e me<strong>do</strong>nho, 8rremes. an<strong>do</strong> nuvens de metralha.<br />

Os tiros succediam-'se com tal rapidez que es e regimento, sob o COIDman<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> então coronel Mallet, adquiria desde e sa occasião o titulo<br />

de artilharia a ?'e·volwe?'. Parte <strong>da</strong> 6" divisão de infantaria, colloca<strong>da</strong><br />

no intervalIo <strong>do</strong>s canhões, emquanto outra parte form~l'a. a reserva,<br />

aju<strong>da</strong>vam os artilheiro. na sua obra de de truição com cerra<strong>da</strong> fuzilaria.<br />

Na esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> centro a pouco numerosa artilharia oriental, protegi<strong>da</strong> pela


-16<br />

infantaria dessa nacionali<strong>da</strong>de, e pela b~azileira, procedia, <strong>da</strong> me 'ma maneira.<br />

Olltros canhõe <strong>do</strong> 3° de artilharia a pé (brazileiro) reforçaram<br />

o centro.<br />

« unca os <strong>Paraguay</strong>cs, apezar de seu impeto, puderam approximar.se<br />

mais d6 que a 50 metros <strong>da</strong> artilharia <strong>do</strong> centro e extrema esquer<strong>da</strong>.<br />

Torvelinhavam sob a espessa massa de f(}rro que sobre elies 'cahia, e <strong>da</strong>vam<br />

volta para de novo carregar sempre infrnctiferamente. Poucas per<strong>da</strong>,<br />

pois, teriam ti<strong>do</strong> as forças brazileiras e orientaes alli colloca<strong>da</strong>s, se não<br />

concorressem para avultaI-as as soffri<strong>da</strong>s pelos corpos e piquetes que<br />

tinham nos po tos avança<strong>do</strong>s; que, como vimo', colhi<strong>do</strong>s de sorpresa, pouca<br />

ou nenhuma resistencia puderam oppôr. ComtlHlo, as clavinas <strong>da</strong> cavallaria<br />

paraguaya, as e~pingar<strong>da</strong>s <strong>da</strong> pouca infantaria que a acompanhava, e, sobretu<strong>do</strong>,<br />

os foguetes a congreve, abriram alguns claros nas fileiras <strong>do</strong>s<br />

defensores <strong>da</strong> artilharia <strong>do</strong> centro e -vanguar<strong>da</strong>. Os <strong>do</strong>u. batalh'Je de<br />

Palleja, segun<strong>do</strong> e:'rte official, só tiveram cinco homens fóra dtl combate,<br />

depois que a artilharia foi ataca<strong>da</strong> e começou a troar.<br />

« Logo que o foguete-signal cawo no campo <strong>do</strong> allia<strong>do</strong>s, e ao mesmo<br />

tempo que Resquin atacava a vanguar<strong>da</strong>, sahio <strong>da</strong> matta <strong>da</strong> e quer<strong>da</strong><br />

a columna <strong>do</strong> coronel Diaz, e com tal impeto que os piquetes alli<br />

colloca<strong>do</strong>s foram varri<strong>do</strong>s Ílllmediatamente e o regimento S. Martin<br />

(argentino) mal teve tempo de montar a cavallo e disparar, para a<br />

retaguar<strong>da</strong>, indu reunir-se ao e'xercito a que pertencia, onde, cremos,<br />

ain<strong>da</strong> prestou serviços, aju<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a repellir os <strong>Paraguay</strong>o~ de Resquin.<br />

« O general Sampaio, com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3' divisão bl'azileira, ven<strong>do</strong><br />

ameaça<strong>da</strong> pela columna de Diaz o flanco e"quer<strong>do</strong> e a retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

yanguar<strong>da</strong>, qne ficaria corta<strong>da</strong> <strong>do</strong> resto <strong>do</strong> exercito e po ta entre <strong>do</strong>us<br />

fogos, se alguem não n tas e a marcha rapi<strong>da</strong> <strong>da</strong>quella c~lumna,<br />

fez a sua divisão avançar a marche-marche e, já. sob o fogo <strong>do</strong> inimigo,<br />

que ca<strong>da</strong> vez mai e tendia as na fOl'~a metteu -a em linha sobre o flanco<br />

esquer<strong>do</strong>, fican<strong>do</strong> ella as im, não no prolongamento <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, mas<br />

em uma direcçrto pouco mais ou menos perpendicular à linha por aqnella<br />

forma<strong>da</strong>.<br />

« Fazen<strong>do</strong> frente ii. colnmna de Diaz que, aceita" me 'mo a informaçõe.<br />

de Re quin, não tinha como vimos meno de 7,000 b men, a<br />

3' divislo compo ta de oito batalhõe, sem um q'1adrão de cavallaria<br />

paTa apoiaI-a, sem um canhão para T~ponder à artilh ria e ao foguete<br />

a congré,e <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>o , achava-se em evidente e enorme inferiori<strong>da</strong>de<br />

de forças. Era, porém, preciso a to<strong>do</strong> tran'e evitar que a columna de<br />

Diaz toma. -e a. vanguar<strong>da</strong> allia<strong>da</strong>, pela retaguar<strong>da</strong>..Não lte 'itou o general.<br />

SampaiO': atirou obre o inimigo a sua divi ão.<br />

« Sentin<strong>do</strong> que, emquanto o combate fosse a tiro de fuzil n 10 el'ia


47<br />

passiveI conter as massas paraguayas, que rapillamente e iam desenvolven<strong>do</strong><br />

fóra <strong>da</strong> matta, os batalhõe" <strong>da</strong> 3' di.vi ão tiveram rp-peti<strong>da</strong>mente de carregar<br />

á bayoneta. Mais de uma vez levaram as hostes paraguaya até á matta,<br />

impellinc1o-as a. ferro frio; mais de uma vez tiver~m de recuar ob<br />

os fogos que por detraz (la arvores lhe eram dirigi<strong>do</strong>., mas sem nunca<br />

<strong>da</strong>r as costas, responden<strong>do</strong> ao fogo com o fogo. Seria a ·e sas oscillaçães<br />

que sempre se dão quan<strong>do</strong> duas forças, chocan<strong>do</strong>-se, di putam tenazmente<br />

o terreno, e com elle a victoria'; que se quiz referir o coronel<br />

Palleja na parte de sua descripção que motivou esta nota?<br />

« A luta continuou assoo por algum tempo, arcan<strong>do</strong> por vezes <strong>Paraguay</strong>os<br />

e Brazileiros braço a braço, corpo a corpo. Chegou, porém, em<br />

apoio destes ultimas, parte <strong>da</strong>. I" diYÍsão brazileira, e apezar <strong>do</strong>s reforços<br />

que Marcó man<strong>do</strong>u a Diaz, a columna de'te foi recalca<strong>da</strong> para<br />

dentro <strong>da</strong> matta, aniquilla<strong>da</strong> ahi pelo B~azileiros, que a pE)rseguiam, como<br />

o reconhece Palleja, fican<strong>do</strong> em poder <strong>da</strong> :3" divis10 os canhões que ella<br />

trazia. 1'res mil e quinhentos ca<strong>da</strong>veres paraguayos foram conta<strong>do</strong>s no terreno<br />

disputa<strong>do</strong> pela columna de Diaz e pela 3" divisão.<br />

« Es a vantagens,. porém, não foram consegui<strong>da</strong>s sem graves prejuizos.<br />

A 3" di visão teve mai.s de 1.10) homens fóra de combate, quasi a te?"ça<br />

J!arte elas percas sotf?"iclas PO?" to<strong>do</strong> o exercito aUia<strong>do</strong>,. o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> que<br />

perdeu to<strong>do</strong> o exercito argentino, o qumtuplo <strong>da</strong>s baixas de to<strong>do</strong> o exercito<br />

oriental. Entretanto compunha-se apenas de 8 batalhões, desfalca<strong>do</strong>s<br />

por combates anteriores, pel:;ts molestias que victimaram o exercito logo<br />

que ch.egou ao <strong>Paraguay</strong>, e por numerosas fachina man<strong>da</strong><strong>da</strong>s ne sa manhã<br />

ao Passo <strong>da</strong> Patria em busca de mantimentos.<br />

« O 4° de voluntarios, qU8 entrou em combate com menos de 300 praças,<br />

perdeu 192, e entre elias o seu comman<strong>da</strong>nte, o major, o aju<strong>da</strong>nte, o<br />

quartel-mestre, o sargento-aju<strong>da</strong>nte, o sargento quartel-mestre, 5 comman<strong>da</strong>ntes<br />

de companhia, e 4 officiaes tiveram de revesar-se, sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s<br />

um apoz outro, em conduzir a bandeira, que, além de dilacera<strong>da</strong><br />

por balas, foi parti<strong>da</strong> em <strong>do</strong>u pe<strong>da</strong>~o (1).<br />

« Pouco mais ou menos aconteceu o mesmo aos outros batalhões <strong>da</strong><br />

3" divisão. Junto della foi o general Ozorio contuso, feri<strong>do</strong> mortalmente<br />

o general Sampaio, e ficaram fóra de combate 5 <strong>do</strong>s seus 8 comman<strong>da</strong>ntes<br />

de batalhão. Estes factos, estes algarismos pintam melhor <strong>do</strong><br />

que as mais escolhi<strong>da</strong>s flôres de rhetodca quão tenaz, encarniçad~ e<br />

valentemente foi sustenta<strong>da</strong> a luta trava<strong>da</strong> nesse ponto por <strong>Paraguay</strong>os<br />

e Brazileiros.<br />

=m- 7 ~- ~1'1':i<br />

(I) Thompson, que nuo nsslstlo <strong>II</strong> batalha alguma, tem, entretanto, o despejo de asse.<br />

gurar que os batalhões brazileiros enlrarúm em fogo sem bandeIras I


48<br />

« A columna comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo general Banias irrompeu mais tarde<br />

no campo allia<strong>do</strong> <strong>do</strong> que as dirigi<strong>da</strong>s pelo general Re3quin e cor0neis<br />

Diaz e Marc6. Ella atir:m-se sobre o "Potrero Piris e flanco esquer<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> grosso <strong>do</strong> exercito brazileiro. Alguns cavalleiros paraguayos, a to<strong>da</strong><br />

bri<strong>da</strong>, com archote3 acesos, dirigiram-se sobre o transporte. Cahiram fulmina<strong>do</strong>s<br />

pela fuzilaria; um s6 chegou ao seu deMino, mas foi morto por<br />

um sol<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> 7° de infantaria (j) antes de conseguir incendiar, como<br />

pretendia, alguns <strong>do</strong>s carros carrega<strong>do</strong>s ele munições ele fogo.<br />

« A' columna de Bar<strong>do</strong>s fez nobre e valentemente frente a 4 a dh i ão<br />

de infantaria, comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo general Guilherme de Souza, que, apoia<strong>da</strong><br />

pela pouca cavallaria nossa que ain<strong>da</strong> tinha cavallos, e pela briga<strong>da</strong> de<br />

artilharia, esmagou os <strong>Paraguay</strong>os. e obrigou-os a retirarem-se perseguin<strong>do</strong>-os<br />

na fuga. Perdeu essa di visão por sua, parte' 700 pTaças pouco<br />

mais ou menos.<br />

« Do que levamos dito vê-se que a batalha de 24 de Maio foi feri<strong>da</strong><br />

sobre dua~ linhas, ql+e reuniam-se em angulo quasi recto, duas linhas<br />

formaias pela vanguar<strong>da</strong> e flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito brazileiro, toman<strong>do</strong><br />

pouca ou nenhuma parte neUa, o grosso <strong>do</strong> exercito argentino,<br />

o qne se evidencia pela comparação <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s soffri<strong>da</strong>s. Assim, emquanto<br />

o exercito brazileiro perdeu mais de 3.000 praças, o exercito argentillo-,<br />

teve fóra de combate 606, figuran<strong>do</strong> nesse total, alias de si assáz cresci<strong>do</strong>,<br />

muito principalmente as per<strong>da</strong>s soffri<strong>da</strong>s pela sua vanguar<strong>da</strong>, que colhi<strong>da</strong><br />

de improviso, foi em grande llarte acutila<strong>da</strong>, quasi sem ter tempo de<br />

re31s til'. »<br />

t PRIMEIROS DOCUMENTOS OFFICIAES SOBRE A BATALHA DE 24<br />

DE MAIO DE 1863<br />

(11)<br />

P?"imei?"a 'Pa?'te official, <strong>do</strong> pl'esiclente M it?'e ao vice-presidente <strong>da</strong><br />

Republica 11 rgentina :<br />

« O general em chete <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong><br />

« Campo <strong>da</strong> Victoria! em Tuyuty, Maio 24 de 1836. - Ao Exm.<br />

Sr. vice-presidente <strong>da</strong> republica, Dr. D. Marcos Paz.<br />

« Tenho a honra de participar a V. Ex. que no dia de hoje as<br />

(I) JOUl'<strong>da</strong>n menciona est.e fàcto em ?ot.a á pago ~7 <strong>da</strong> s~a Guerra <strong>do</strong> Pal·agua)}.<br />

Suppomo , porém, quo o old~<strong>do</strong> ~ert.enCll\. no 13° de mfantana. Vejo adeante a. plrtJ<br />

official <strong>do</strong> tenente-coronel J. 1< errelra <strong>da</strong> Sll,a., deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> qu rtel-mestre general.


49<br />

armas allia<strong>da</strong>s obtiveram u ma completa victoria sohre o exercito inimigo,<br />

que, fazen<strong>do</strong> uma sorti<strong>da</strong> de suas linhas fortifica<strong>da</strong>:, trouxe o<br />

ataque sobre as nossas posiçõe em circumstancias em que me dispunha<br />

a operar sobre as suas.<br />

« O resulta<strong>do</strong> foi a repulsa completa <strong>do</strong> lJUmlgo em to<strong>da</strong> a linha,<br />

deixan<strong>do</strong> no campo mai:; de 4,000 ca<strong>da</strong>veres, levan<strong>do</strong> maior numero<br />

de feri<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> as declarações <strong>do</strong>s desertores e prisioneiros, fican<strong>do</strong><br />

em nosso poder canhões, anuamento e pel.rsioneil'Os, cujo numero não<br />

me é possi,rel precisar n'este momento, em que ain<strong>da</strong> não recebi as<br />

pades circum tancia<strong>da</strong>rs <strong>do</strong>s geneme, em chefe e <strong>do</strong>s chefes divisionari,}',<br />

não me permittin<strong>do</strong> o pouco tempo de que posso di:::põr para<br />

despachar o coreeio <strong>da</strong>r a V. Ex. mais pormenores.<br />

« As per<strong>da</strong>s <strong>do</strong> nos.'o la<strong>do</strong> foram comparativamente pequenas.<br />

« O inimigo voltou a encanar-se em suas linhas fortifica<strong>da</strong>, salvan<strong>do</strong>-se<br />

de ficar completamente destrui<strong>do</strong> antes de asyIar-se n'ellas<br />

pelas difficul<strong>da</strong>des <strong>do</strong> terreno que nos rodeia, que não permittem uma<br />

perseguição activa e continuad:l..<br />

« Opportunamente terei a homa de remetter a V, Ex. o boletim<br />

<strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>, que farei publicar a 'sim que receba a. partes a<br />

que me referi sobre esta impo<strong>da</strong>nt~ victoria.<br />

«Entretanto, felicito a V. Ex. e ás nações allia<strong>da</strong>' por este glorioso<br />

triumpho, que assegura mais ain<strong>da</strong> o exito <strong>da</strong> campanha, e<br />

cumpro um dever de rigorosa justi~a <strong>da</strong>n<strong>do</strong> testemunho <strong>do</strong> habil e<br />

valoroso comportamento de S. Ex. o Sr. general Flores e <strong>do</strong> Exm.<br />

Sr. marechal Ozorio, que se distinguiram em primeira linha, assim<br />

como o de to<strong>do</strong>s os chefes, officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong>s tres exercitos allia<strong>do</strong>s,<br />

que, sem distincção, cumpriram to<strong>do</strong>s dignamente com o seu dever.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« BartoloUlé Mib"e. "<br />

., '/


50<br />

B)<br />

BOLETB1 1 O EXERCITO<br />

ALLIADO:<br />

« ()?Y/f'1i riO d in.<br />

« O general em chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>.<br />

« Oampo _<strong>da</strong> Victoria, em 'l'uyuty, 31 de Maio de 1866.<br />

« O exercito inimigo foi completamente batid) na jorna<strong>da</strong> de 24 de<br />

Maio nos campos de Tuyuty, e obriga<strong>do</strong> a encerrar-se em suas linhas<br />

fortifica<strong>da</strong>s, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> na sua fuga canhões, bandeiras, armas, mortos<br />

e feri<strong>do</strong>s.<br />

« Depl is de 4 1/2 horas de fogo foi rechaça<strong>do</strong> completamente em<br />

to<strong>da</strong> a extensão <strong>da</strong> linha, a qual trouxe elte o ataque em 4 columnas<br />

e uma reserva, pretenden<strong>do</strong> envolver nossos flancos.<br />

« Ao exercito oriental com duas divi ões brazileiras, e um regimento<br />

argentino no centro, sob o imlllediato cOllllllan<strong>do</strong> de S. Ex. o Sr. general<br />

Flores; â. esquer<strong>da</strong> e 2". e 3'. linha; ao centro, occupa<strong>do</strong> por<br />

tropas brazileiras, sob o comlllan<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. marechal Ozorio, e á. direita,<br />

coberta pelo exercito argentino, achan<strong>do</strong>-se em primeira linha o<br />

1". corpo de exercito <strong>do</strong> me~mo, sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Paunero,<br />

com o coronel. Rivas á. vanguar<strong>da</strong>, cobl'inclo a direita o general Mitre<br />

(Emilio), e o general Harnos com suas respectivas forças, deve-se principalmente<br />

esta victoria, para a qual concorreram effica mente as outras<br />

forças <strong>do</strong>s exercitas alJia<strong>do</strong>s.<br />

« Mais de 4,200 malta <strong>do</strong> inimigo, por elte aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s na sua<br />

fuga sobre o mesmo campo de batalha, 370 prisioneiro, na sua mór<br />

parte feri<strong>do</strong>s, 4 peças de artilharia ue bronze, 5 estan<strong>da</strong>rtes, 3 bandeira,<br />

12 caixas de <strong>guerra</strong>, 15 corneta de cavallaria, obra de 4,700<br />

espingar<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>s quaes mais de um terço de pederneira, mais de 400<br />

clavinas e outras tantas lanças, 300 espa<strong>da</strong>s, 200 machadinhas, uns<br />

50,000 tiros de espingar<strong>da</strong> a bala, cartuxeiras, arreios, etc., etc, e<br />

muitos outros de pojas reco~hi<strong>do</strong>s pelos vence<strong>do</strong>res sobre a linha de<br />

fogo occupa<strong>da</strong> pelo adversaria, são os trophéos d'esta victoria, tão glorio<br />

a para as armas allia<strong>da</strong>s como sanguinolenta e lutuo a para o<br />

inimigo.<br />

« Da parte <strong>do</strong> exercito alHa<strong>da</strong> as per<strong>da</strong>s totaes sobem a 702 mortos,<br />

e 2,645 feri<strong>do</strong>s, que se distribuem pelos tres exercitas <strong>da</strong> maneira<br />

seguinte:


51<br />

« O exercito brazileiro 2,090 feri<strong>do</strong>s, d'elles 183 officiaes, inclusive<br />

um general; e 413 mortos (1). o exercito argentino 126 mortos,<br />

c1'elles 4 chefes e 7 officiaes, com 480 feri<strong>do</strong>s, entre elles 2 chefes a<br />

35 officiaes. No exercito oriental 133 mortos, inclusive 12 officiae3, e<br />

W3 feri<strong>do</strong>s, entre elles 17 officiaes.<br />

«To<strong>do</strong>s, sem excep~ão alguma, Brazileiros, Argentinos e Orientaes,<br />

cumpriram dignamente com o seu dever, de de o primeiro general até<br />

ao ultimo sol<strong>da</strong><strong>do</strong>, caben<strong>do</strong> o maior esforço ao exercito brazilewo (2).<br />

« Distinguia-se o corpo medico <strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s, curan<strong>do</strong> sem<br />

distincção, no mesmo campo de batalha, a amigos e inimigos.<br />

« O general em chefe <strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s saú<strong>da</strong> e felicita a seus<br />

companheiros de armas tdumphantes no campo de batalha, e deixa a<br />

ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s generaes em chefe o grato eleveI' de fazer as recommen<strong>da</strong>ções<br />

e peciaes, que considerem justas, em seus respectivos boletins;<br />

declaran<strong>do</strong> pela sua parte, que tanto os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s brazileiros, como os<br />

oFientaes e argentinos combateram com enthusiasmo e bizarria proprios<br />

<strong>do</strong>s defensores de povos livres e <strong>da</strong> grande e justa causa que susten:'<br />

tamos na <strong>guerra</strong> a que fomos provoca<strong>do</strong>s.<br />

« j Viva o Imperio <strong>do</strong> Brazil!<br />

« i Viva o Esta<strong>do</strong> Oriental .<strong>do</strong> Uruguay!<br />

« i Viva a Republica Argentina!<br />

« I\tlt,re. 1><br />

C)<br />

Pade offlcial elo governaclor Vencmcio Flo?'es:<br />

« O general em chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong> de vanguar<strong>da</strong><br />

« Quartel genel'al em TUYl1ty (Laguna Blanca) (3).<br />

« Maio, 25 de 1866.-ExlU. Sr. genel'al em chefe <strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s,<br />

brigadeiro-general D. Bal'tolomé Mitr~.<br />

« Hontem ás 11 ]/2 <strong>da</strong> manhã o exercito <strong>do</strong> lnlmlgo trouxe-nos ao<br />

centro um rapi<strong>do</strong> e atrevi<strong>do</strong> ataque, desembocan<strong>do</strong> em duas columnas<br />

1\ Foi J1núLo maiol' a per la <strong>do</strong> ex rciLQ braziJeiro, como jtL I'i 105.<br />

(2J «..... tocan<strong>do</strong> eI 111a)'or esfllorzo a1 ojército orasilero. »<br />

(:1' ASSSlll1 estíL no A )ljJelldice ti oora de Th'Jmpson, edição de nlleno~·Aire .


52<br />

<strong>da</strong>s tres armas mais à vanguaràa <strong>do</strong>s bosques <strong>da</strong> nossa esquer<strong>da</strong> e<br />

pela parte <strong>do</strong> ultimo esteiro que c')rresponde á esquee<strong>da</strong> de sua linha<br />

de -fortificações, chegan<strong>do</strong> parte de sna cavallaria até 25 varas de<br />

nossa aetilharia, anele succumbio debaixo <strong>do</strong>s til'OS tle mdralha <strong>da</strong> artilharia'<br />

oriental (1) que occupa o centro <strong>da</strong> linha de vanguar<strong>da</strong> em<br />

sua parte mais avança<strong>da</strong>.<br />

« A columna inimiga <strong>do</strong> centro tratou de flanquear a esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

nosso centro, pelo que foi necessario fazer entrar por esse la<strong>do</strong> a 1'.<br />

divisão brazileira, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Argollo, e a 3' <strong>do</strong> mesmo<br />

exercito, ás ordens <strong>do</strong> general Sampaio, e com es:3as forças tornou-se<br />

geral o fogo em to<strong>da</strong> a linha dJ centro até a bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> bosque <strong>da</strong><br />

nossa esquer<strong>da</strong>, por onde o inimigo trazia o ataque a que fizeram<br />

frente a 2' e 3' divisão as orcíens immediata'3 de S. Ex.. o Sr. marechal<br />

Ozorio.<br />

« A's 2 1/2 <strong>da</strong> tarde o inimigo havia si<strong>do</strong> completamente rechaça<strong>do</strong><br />

em to<strong>do</strong> o centro, e só se sustentava o combate na esquerqa<br />

anele a espessura <strong>do</strong>· bosque e as difficul<strong>da</strong>de <strong>do</strong> terreno lhe<br />

permittiam fazer pé, e onde foi nefinitivamente desaloja<strong>do</strong> peras columna.'3<br />

brazileiras que ma.rcharam n'e sa direcção ás 4 1/:2 <strong>da</strong> tarde<br />

em que se disparou o ultimo tiro, . chamlo-se n'esse momento triuDlph<br />

ante em to<strong>da</strong> a linha o exercito allia<strong>do</strong>, desde a esquer<strong>da</strong> ate a<br />

direita. Mandei por isso cessar o fogo.<br />

« O inimigo, segund~ os meus calculos, não deixou menos de 2,500<br />

mortos na extensao <strong>do</strong> campo coberta pelo centro e parte <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>,<br />

ten<strong>do</strong>-se-lhe toma<strong>do</strong> bandeiras e peças de artilharia; estas ultimas<br />

pelas forças brazileiras <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, como o referirá em sua parte<br />

S. Ex. o Sr. marechal Ozorio.<br />

« Até este momento tenho em meu poder uns 40 prisioneiros, e continua-se<br />

a recolher feri<strong>do</strong>s e dispersos nos bosques. O armamento reuni<strong>do</strong>·<br />

até este momento consta de 1,400 espingar<strong>da</strong>., 203 lanças e 240<br />

espa<strong>da</strong>s.<br />

« De nossa paete, e sem incluir as per<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s tropas brazileiras e<br />

argentinas que combateram as minhas ordens immediatas, de que V. Ex.<br />

terá noticia pelas partes que directamente lhe serão dirigi<strong>da</strong>s, o ex.ercito<br />

oriental teve 133 mortos, <strong>do</strong>s quaes 1 é chefe e 11 officiae, e<br />

16:3 feri<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>s quae 2 chefes e 15 officiaes.<br />

(I) E' llumirayel que, estan<strong>do</strong> no centro perto ele 4() cauhõ 's brll.7.ileiros, g m<strong>do</strong> 2~<br />

<strong>do</strong> 10. regimenlo e os ouLros <strong>do</strong> 3°, b'l.Lalh'i , o general Flo:es só falle nas fi peças<br />

orienlaes.


« Segun<strong>do</strong> as declarações <strong>do</strong>s transfugas vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> campo pal'agua) o<br />

depois <strong>da</strong> batalha; a per<strong>da</strong> to~al <strong>do</strong> inimigo foi immensa, e elles julgam<br />

que não baixa (le 5 a 6,000 homens, haven<strong>do</strong> um de'ertor que<br />

declara ter-se forma<strong>do</strong> um só batalhão com os restos de 4 que formavam<br />

sua direita.<br />

« Ao recommenelar a V. Ex. o heroico comportamento de L<strong>do</strong>s os<br />

chefes, officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que combateram as minhas ordens, tenho a<br />

sa.tisfalião de fazeI-o especialmente <strong>da</strong>s (moças b?'l/zileú-as, que, desde<br />

o p1"imeiro ate ao ulti?no sol<strong>da</strong><strong>do</strong>, se conch6ziram com deno<strong>do</strong> e deciseZo,<br />

assim como <strong>do</strong> illtrepi<strong>do</strong> coronel Garcia e valente comman<strong>da</strong>nte<br />

Revilla e mais officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> reJimento argentino S. Martin,<br />

que me acompanham, os quaes devo recommen<strong>da</strong>r á consideração de<br />

V. Ex.<br />

« Felicito a V. Ex. por este imporLante triumpho, tão glorio 'o para<br />

as armas alUa<strong>da</strong>s.<br />

« Deus gUilrde a V. Ex.<br />

« 'Venancio Flores (1). »<br />

D)<br />

Primei'reG palo'le official elo<br />

general Ozorio:<br />

« Comman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> lo corpo <strong>do</strong> exercito braúleiro em op~.<br />

rações.<br />

« Quartel general em Tuyuty, na Republica <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>,27 de<br />

Maio de 1866 o<br />

« 111m. e Exrn. Sr. presidente D. Bartholomeu Mitre, generJ.I em<br />

chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>.<br />

« Sabe V. Ex. como . e apresentou o inimigo no rapi<strong>do</strong> ataque que<br />

nos trouxe em 21 <strong>do</strong> corrente, ela 11 à 12 hora. <strong>da</strong> manhã, ameaçan<strong>do</strong><br />

em 3 columnas sua frente e seus flancos) e c0ntinuan<strong>do</strong> o combate<br />

até ás 4 1/2 <strong>da</strong> tarde.<br />

. (1) EsL'l parLe omcial ele Flores está publicalla e n PEREIR,~ D.\. (J orA, <strong>II</strong>r, G~, mas<br />

UlUlto LnLncaela e altera<strong>da</strong>.


õ4<br />

« Rechaça<strong>do</strong> esse ataque em to<strong>da</strong> a exten ão <strong>da</strong> linha, será grato a<br />

V. Ex. saber que tanto no centro, coberto pelas tropas brazileiras e<br />

ol'ientaes sob o comman<strong>do</strong> immediato de S. Ex. o Sr. general Flores,<br />

como na esquer<strong>da</strong> ás minhas immediatas ordens, o inimigo foi completamente<br />

repelli<strong>do</strong> e desaloja<strong>do</strong> de suas posições, ten<strong>do</strong> lugar o ultimo<br />

combate, que pessoalmente dirigi, nos potreiros e bosques de nossa<br />

esquer<strong>da</strong>, onde o inimigo tinha desemboca<strong>do</strong>, desde a sua linhá de<br />

fortíficações, por tre pica<strong>da</strong>s abertas no mato, pelas quaes puderam<br />

retirar-se seu' ultimos restos de'pe<strong>da</strong>ça<strong>do</strong>s, salvan<strong>do</strong>-se de uma destruição<br />

total.<br />

« N'estes pontos a victoria foi completa.<br />

« O inimigo deixou no campo mais de 3,000 mortos, incluin<strong>do</strong> uma<br />

grande parte <strong>do</strong> centro, <strong>do</strong>s quaes já. se deu sepultura a 2,200 ca<strong>da</strong>veres;<br />

4 canhões obuzes de 12, 3 bandeiras, 1 estan<strong>da</strong>:,te, 9 caixas<br />

de <strong>guerra</strong>, 12 cornetas, 180 pri ioneiros, na mór parte feri<strong>do</strong>s, e 3,523<br />

espingar<strong>da</strong>s, que são as que ate agora se tem podi<strong>do</strong> recolher, com<br />

di:fficul<strong>da</strong>de, pelos obstaculos naturaes que apresenta o campo de batalha<br />

e que obstaram igualmente a uma perseguição mais decisiva.<br />

« O exercito brazileiro teve fora de combate 413 mortos, <strong>do</strong>s quaes<br />

29 ofliciaes, e 2,094 feri<strong>do</strong>s, entre elles 1 general, 10 chefes e 183<br />

ofliciaes (1).<br />

« i a proporção entre mortos e feridus <strong>do</strong> inimigo f@s e analoga à.<br />

- no 'sa, immen a seria a força que. deixamos fÓl'a de combate.<br />

« Felicito a V. Ex. por este importante triumpho, tão glorioso para<br />

as arma' allia<strong>da</strong>s, em que tive a sati!3fação de vêr combater as tropas<br />

sob o meu immediato commall<strong>do</strong> com to<strong>do</strong> o vigor e galhardia.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« Illm. e Exm. r. pl'esidente D. Barthulomeu Mitl'e, geneeal em<br />

chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>.<br />

« ~Iauoel Luiz Ozol"io,<br />

. li Marechal ele campo. »<br />

(1) Esta fui a per<strong>da</strong> s '''llUL1o) <strong>II</strong> pr'imeil't/,$ i'lrU'·'nfl~·Õt:· I'cllollJ.hlas.


13<br />

il)<br />

t ()ttl?'os <strong>do</strong>cwnenlns ?'elalit)o ri pade que o eXC1'cito ai'genft?10 tomOlt<br />

na balalha de :2 1 ele Júlio<br />

'cglln<strong>da</strong> parte official <strong>do</strong> prcsidente Mitrc:<br />

« EI jeneral en jefe deI ejército.<br />

« Cuartel-Jeneral en Tuyuty, Mayo 31 de 1 6 3.-AI Exm. Sr. Vice­<br />

Presidente de la. Republica, Dr. D. Márcos Paz.<br />

« Habien<strong>do</strong> transmiti<strong>do</strong> al conocimiento de V. E. el boletin n. 4 deI<br />

ejército alia<strong>do</strong>, relativo á la jorna<strong>da</strong> deI 2-1 de Mayo en Tuyuty, tengo<br />

ahora el honor de complementarlo remetien<strong>do</strong> los <strong>do</strong>cumentos adjuntos<br />

dividi<strong>do</strong>s en seis séries (I), que forman el boletin particular deI ejército<br />

arjentino eu cuanto se refiere á la participacion que tuvo en la .menciona<strong>da</strong><br />

batalla. •<br />

« Por estos <strong>do</strong>cumentos se impondrá V. E. de los movimientos y alterf1ativas<br />

deI combate en eI costa<strong>do</strong> derecho que cubria e1 Ejército Arjentino,<br />

asi como de sus resulta<strong>do</strong>s y de sus pérdi<strong>da</strong>s en muertos y hedelos.<br />

« Ya sabra V. E. por el boletin deI Ejercito Alia<strong>do</strong>, que la perdi<strong>da</strong><br />

total deI enemigo pasa de 4 ..200 muertos dejaclos en el campo, y ele 350<br />

pri ioneros en su mayor parte heri<strong>do</strong>s, sien<strong>do</strong> los trofeos de la victoria,<br />

cuatro piezas de artillería, tres banderas, cinco estan<strong>da</strong>rtes. <strong>do</strong>ce cajas<br />

de <strong>guerra</strong>, quince' cornetas de caballería como cinco mil (5,0~0) fusile,<br />

y como mil <strong>do</strong>scientas (1,2:::0) armas entro lanzas, sables, tercerolas y<br />

machetes, ademas deI correaje y mú.niciones.<br />

« De los muertos deI enemigo mas de 1,200 fueron causa<strong>do</strong>s por solo el<br />

Rjércíto Argentino aI costa<strong>do</strong> que ocupaba, que<strong>da</strong>n<strong>do</strong> aI frente de su línea<br />

los cadáveres que lo atestiguan, toman<strong>do</strong> por sí mas de ciento cincuenta<br />

prisioueros, en su mayor parte heri<strong>do</strong>s, que han"si<strong>do</strong> cura<strong>do</strong>s en nuestros<br />

hospitaIes á la par de nuestros sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

« De los troféos de la victoria, los que corresponden aI Ejército Arjen-<br />

(I) Não nos foi possivel dcsoobl'ü' to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>cumenLos n que se refore esta communicac;ão,<br />

e particularmente as partes officiaes <strong>do</strong>s generaes Rornos e Caceres e <strong>do</strong> coronel<br />

Vedia. Devem tei' si<strong>do</strong> publlc:l<strong>do</strong>s nos diarios de Bucnos·Aires.


56<br />

tino, por haber si<strong>do</strong> arranca<strong>do</strong>s por sus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de mano deI enemigo en el<br />

campo de batalla, son los siguient's: tres estan<strong>da</strong>rtes, tres cornetas, tres<br />

cajas de <strong>guerra</strong>, ochocientos cincuemta (850) fusiles, que son los recoji<strong>do</strong>s<br />

ha ta hoy, cuatrocientas tercerolas, <strong>do</strong>scientas lanzas, <strong>do</strong>scient~s veinte<br />

sables, ciento veinte machetes y cuatrocientas cal'tucheras, de lo '. cuales<br />

remito á V. E. uu estan<strong>da</strong>rte, habien<strong>do</strong> presenta<strong>do</strong> los otros <strong>do</strong>s, uno aI<br />

Exmo. Sr. Jeneral Flores, y otr.o aI Exmo. Sr. MariscaI Ozorio, en muestra<br />

de que nuestras glol'Ías sou comunes.<br />

« Rem~to igualmente á V. E. las cajas de <strong>guerra</strong> y las cornetas,<br />

asi como una bandera de guia deI Batallon 25 de Neubucú, que sucumbió<br />

eutero aI frente de nuestra línea, sin escapar casi un solo hombre, habien<strong>do</strong><br />

re.rniti<strong>do</strong> aI Parque Nacional de Corrientes el resto deI armamento toma<strong>do</strong><br />

aI enemigo.<br />

« La pérdi<strong>da</strong> total deI Ejercito Arjentino, como ya lo sabe V. E. Y<br />

como consta de.las adjuntas relaciones pasa<strong>da</strong>s por los cuerpos, no exceden<br />

de ciento veintiseis (126) muertos, y cuatrociento~ ochenta (480) heri<strong>do</strong>s,<br />

contan<strong>do</strong>se entre los muertos el Coronel D. Matias Rivero, el Coman<strong>da</strong>nte<br />

D. Lin<strong>do</strong>lfo Pagola, y el E'argento Mayor D. Benjamin Basavilba o, que sucumbieron<br />

gloriosamente en el campo de bata11a combatien<strong>do</strong> con denue<strong>do</strong><br />

aI frente de su tropa.<br />

« Me es satisfactorio decil' â V. E. que to<strong>do</strong> el Ejercito Arjentino,<br />

desde los Jenerales hasta los sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, han cumpli<strong>do</strong> dignamente con<br />

su deber.<br />

« Debo sin embargo hacer una mencion el'pecial deI primeI' Cuerpo deI<br />

Ejército bajo el man<strong>do</strong> deI Jeneral D. Wenceslao Paunero, aI que tocó<br />

combatir en primera línea, recibien<strong>do</strong> el primeI' ataque y rechazan<strong>do</strong> definitivamente<br />

aI enemigo, asi como de la artiler~a bajo las órdenesdel Coronel<br />

D. Julio de Vedia que cooperó eficazmente à tal resulta<strong>do</strong>, sien<strong>do</strong>, dignos de<br />

la con iderancion deI pl:t.is y deI Gobierno, asi los Cuerpos como to<strong>do</strong>s los<br />

Jefes, OficiaIes y sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que combatieron bajo las órdenes de ambos Jefes,<br />

sin escepcion ninguna, limitan<strong>do</strong>me por- lo tanto á nombrar aI Coronel<br />

D. 19nacio Rivas que, ocupan<strong>do</strong> la vanguardia deI primer Cuerpo de Ejército,<br />

dirigió personalmente el ataque de la primera línea eficazmente,<br />

secun<strong>da</strong><strong>do</strong> por el Corõnel D. Jo,é M. Arre<strong>do</strong>n<strong>do</strong>.<br />

« El segun<strong>do</strong> Cuerpo de Ejórcito baj o las órdenes deI Jeneral D. Emiiio<br />

Mitre, contribuyó eficazmente á la victoria, cubrien<strong>do</strong> la derecha, alJoyan<strong>do</strong><br />

el primeI' Cuerpo, ponién<strong>do</strong>se parte de él en línea de batalla y rechazan<strong>do</strong><br />

el ultimo ataque que el enemigo trajo por nuestro flanco derecho.<br />

« Por lo tanto, confirma eu to<strong>da</strong>s sUs partes las recomen<strong>da</strong>ciones que


57<br />

hacen ambos Jen(3rales, habien<strong>do</strong> si<strong>do</strong> testigos p:'esencialmente de su bizarra<br />

comportacion.<br />

« El Jeneral D. Manuel Horno:>, aI man<strong>do</strong> de la vanguardia de caballeria,<br />

secun<strong>da</strong><strong>do</strong> por el Jeneral D. Nicanor Càceres, ha llena<strong>do</strong> honrosamente<br />

su deber en la posicion que le fué encomen<strong>da</strong><strong>da</strong>; y aun cuan<strong>do</strong><br />

tuvo por un m0rneutü que ceder an'e el numero superior de fuerzas<br />

de aquella arma, causo aI enemigo considerables pérdi<strong>da</strong>s, arrollàn<strong>do</strong>lo<br />

en varios encuentros y cubrien<strong>do</strong> el flanco que tenia el cUI<strong>da</strong><strong>do</strong> de defender:<br />

debiel1<strong>do</strong> hacer una mencion deI Rejimiento n. l' Y 3' ele caballe<strong>da</strong> de linea,<br />

que se di 'tinguiel'On eu . us respectivas arma.' bajo las 6rdenes de su.' Comman<strong>da</strong>ntes<br />

D. Ignacio SeJovia y D Emilio Vi<strong>da</strong>l, a i como deI Rejimiento<br />

».San Martin » aI man<strong>do</strong> deI O, ronel D. Estelra,n Garcia que combatia<br />

en el centro uni<strong>do</strong> aI ej ército br asi leI'O y oriental.<br />

« La conducta deI OueepJ :Medic~ deI Ejército Aejentil10 merece una<br />

mencion honrosa. Ella ba si<strong>do</strong> tan valiente ,como llena de hurnani<strong>da</strong>d,<br />

curan<strong>do</strong> nue'tt'os h:3rid08 en media de la fLIsilel'Ía y el ca:ií.on, y atendien<strong>do</strong><br />

despues de la Latalla à amigos y enemigos, con infatigable constancia.<br />

To<strong>do</strong>s 19s il1uividuos que lo componen, y cuyas listas se adjuntan 'entre<br />

los pades, son acree<strong>do</strong>re.; à la consideracion deI pueblo y deI gobierno<br />

y à la gratitud de la hu mani<strong>da</strong>d.<br />

« 'l'erminaré esta recomen<strong>da</strong>ciones hacien;<strong>do</strong> la mereci<strong>da</strong> justieia à mi<br />

Jefe de Esta<strong>do</strong> Mayor Jel1ecal el Sr. Ministro de Guerra D. Juan A.<br />

Gelly y Obes que ha llena<strong>do</strong> sn deber en la batalla, y despues de ella,<br />

con tanta inteligencia como activi<strong>da</strong>cl, atendienclo to<strong>da</strong>s las necisiclacle ias<br />

deI combate, como deI biene tal' y alivio deI sollla<strong>do</strong>~<br />

« Por ultimo me es satisfactorio acljuntar la lista de los e:ií.ores.Jefes y<br />

Oficiales que me han acompaiía<strong>do</strong> en cali<strong>da</strong>d de Ayu<strong>da</strong>nte3 de campo y<br />

de órdenes, durante to<strong>da</strong> la batalla, inclusos los emplea<strong>do</strong>s de mi Secretaria<br />

Militar, asi como de los que en 630S momentos se ofl'ecieron para acompaiíarme<br />

para im~lartir mis órdenes en medio deI fnego.<br />

« Felicitan<strong>do</strong> nuevamente á V. E. por e.3ta importante victoria para<br />

las armas alia<strong>da</strong>s, como lo es en particular Pêilra el Ejército Arjentino, tango<br />

aI honor de saln<strong>da</strong>rle com mi mas di 'tingui<strong>da</strong> y alta consicleracion.<br />

« Bartololllé 1'tlitJ'e »<br />

A<br />

S


B)<br />

Parle official elo conwlCtn<strong>da</strong>ll[ (J <strong>do</strong> 1. ° COJ"]Jo cwgenlíno :<br />

•<br />

« El Gomman<strong>da</strong>nte en Jefe deI l or . Guerpo ue Ejército Arjentino.<br />

« Gampamento sobre el estero Tuyuty, frente la linea enemiga, Mayo<br />

26 de 1866.<br />

« A. S. E. el Jefe de E. M. deI Ejército Arjentino, Jeneral [l. Juan<br />

A. Gelly y Obe .<br />

« En cumplimie.nto de mi deber, me dil'iju à V. S. manife 'tan<strong>do</strong> .la<br />

participacion que el ler cuerpa deI ejército a mis órdenes tomÓ eu la<br />

batalla deI 24 deI lJresente.<br />

« El caüon de las baterias brasileil'as y orientales dió la alarma ii.<br />

to<strong>do</strong> el Ejército Alia<strong>do</strong> antes de la 12 deI dia, porque el enemigo<br />

en fuertes colurnnas de ataque salió de sus atrincheramientos y se puso<br />

en direccion à nuestra linea. El lor cuerpo deI ejército arjentino se<br />

puso en movimiento en <strong>da</strong>s lineas, de conformi<strong>da</strong>d con lo que de ante<br />

mano habia ordena<strong>do</strong> el Exmo. SI', Jeneral en Jefe.<br />

« La primera, que es la de vanguardia, compuesta de las divisiones<br />

de infanteria la y 2" aI man<strong>do</strong> de los coroneles Rivas y Arre<strong>do</strong>n<strong>do</strong>,<br />

y tú<strong>da</strong> ell~ haja las immediata órdenes deI designa<strong>do</strong> coronel D.· [gnacio<br />

Rivas, marcM à recibir aI enemigo mientras que los escuadrones ele<br />

artilleria 1" y 2°, fuertes de 17 piezas y ~ piezas mas deI 3°, aI<br />

man<strong>do</strong>' deI comman<strong>da</strong>nte en Jefe de dicha arma, coronel D, Julio de<br />

Vedia, cafioneaban con bl'illante suce 'o las fuerzas enemigas, que con<br />

to<strong>da</strong> celeri<strong>da</strong>d se aproximaban, ponien<strong>do</strong>se muy luego aI 'alcance dê<br />

nuestros fuegos de infanteria.<br />

« Debo advertir que, en tales instantes se dirijia sobre el flanco<br />

derecho deI 2° cuerpo deI ejercito arjentino à las órdenes deI Sr. jeneral<br />

D, Emilio Mitre, una gruesa columna de caballeria apaya<strong>da</strong> en <strong>do</strong>s<br />

batallones.<br />

« El coronel Rivas que habia desplega<strong>do</strong> en un terreno estrecho que<br />

hay aI frente y sobre el camino que el enemigo traia, forman<strong>do</strong> un<br />

martillo en ângulo recto, por requerirlo asi el terreno, logró recibir<br />

à aquel con los batallone. ] 0, 3°, 4", Y 6° de linea, Legion Militar<br />

y batal10n guardia nacional de San Nicolás; los batallone 4° y 6°,<br />

que forrran la 3'" brigatla aI man<strong>do</strong> deI com man<strong>da</strong>nte D. Manuel<br />

Fraga; in:ciaron entonces el combate de infanteria, conduci<strong>do</strong>s en<br />

per8 na por el coronel Arre<strong>do</strong>n<strong>do</strong>.


5D<br />

« La batalla que, en momentos antes se habia hecho jeneral en to<strong>da</strong><br />

la linea, lo fué aqui igualmente: yel enemigo que teniamos aI frente,<br />

forma<strong>do</strong> de cuatro fuertes batallones y de cuatro rejimientos de caballeria,<br />

que componian pr6ximamente un total de mas de 4,00) hombres,<br />

cargó con impetu simultimeo nuestras fuerzas y muy especialmente la<br />

primera linea que, en aquel instante y por lo estrecho deI terreno,<br />

s:Jlo constaba de los seis batallones nombra<strong>do</strong>s.<br />

« Estos recibieron el ataque cnn flrmeza ejempIar, contenien<strong>do</strong>, repeli:m<strong>do</strong><br />

J' diezman<strong>do</strong> aI enemigo cnn vigoroso fuego, a distancia de 50<br />

li. 60 passos; sin embal'go, como la. carga de este fué tan impetuosa.,<br />

uno de los rejirnientos de cabulleria Iogró penetrar por el flanco derecho<br />

de nuestra pl'imera linea hasta la artilleria cau an<strong>do</strong>nos algunas pérdi<strong>da</strong>s,<br />

mas, el Exmo. jeneral en jefe, que llegaba en ese mismo momento,<br />

fné testigo que ni uno 010 de los jinete' que componian eI<br />

rejimiento enemigo sa:ió de nuestras columnas, pOl'que to<strong>do</strong>s fueron<br />

estermina<strong>do</strong>s, hombres, y caballo., como lo atestigua el campo de bataila,<br />

a cuyo efecto contribuyeron poderosamente el batallon correntino de la<br />

3 a divison, aI man<strong>do</strong> deI sarjento mayor Sosa, que habia despIega<strong>do</strong><br />

á la derecha deI batallon 3· que sigui6 de pues hasta agotar sus municiones,<br />

hacien<strong>do</strong> fuego sobre eI flanco derecho de la infanteria enemiga,<br />

y la 4' briga<strong>da</strong> de la 2'" division, compue ta de la Lej ion « ln de Voluntarios<br />

»y batallon Caza<strong>do</strong>res de la Rioja, que man<strong>da</strong> el comman<strong>da</strong>nte<br />

Lezica y que habia que<strong>da</strong><strong>do</strong> aI flanco izquier<strong>do</strong> .de la artilleria.<br />

« En vista de tal sucei)O y de haber i<strong>do</strong> destroza<strong>do</strong>s los otros rejill1ientos<br />

aI tratar de envolver nuestra linea por ambos flancos, la poca<br />

caballeria que que<strong>da</strong>ba aI enemigo, aban<strong>do</strong>n6 aI campo de batalla<br />

dejan<strong>do</strong> tendi<strong>da</strong> en él mas de <strong>do</strong>s tereios de su fuerza; pues a su vez<br />

de nuevo, nuestros caííones consiguieron ametl'allar la que se dil'iji6<br />

à la derecha hasta que salió fuera deI alcance de sus tiros.<br />

« Otro tanto sucedia con la infanteria enemiga, la que repeli<strong>da</strong> vigorosamente<br />

por los coroneIe" Rivas y Arre<strong>do</strong>n<strong>do</strong>, empezó à. ceder terreno;<br />

en cuyo momento fué reforza<strong>da</strong> la primera línea de los batallones<br />

Catamarqueíío, de la 3- division, aI man<strong>do</strong> deI sarjen.o mayor Matoso,<br />

8antafe ino, aI de su coronel Avalo, y Salteíío, aI de su coman<strong>da</strong>nte<br />

deI Pra<strong>do</strong>, ambos de la 4 a division, y por una compaííia deI babllon 5.,<br />

conduci<strong>da</strong> por los <strong>do</strong>s jefe deI mislUo, comanàante Victorica y mayor<br />

Diaz.<br />

« Estas última fllerzas llegaron en opportuniclad p:l.ra romper su<br />

fuegosy reforzar dicha línea, que acaba<strong>da</strong> de concluÍL'sus municione , )' muy<br />

luego eI enemigo, ya completainente quebranta<strong>do</strong>, s I u o en vet'gonzosa<br />

fuga, per:egui<strong>do</strong> por nue. iro' infantes ha. ta mu)' ad niro (leI E tero.


60<br />

« Algunos restos ele infanteria enemiga trataroll, en egui<strong>da</strong>, ele organizarse<br />

en el montecillo que se le~nta á nuestro frente, elel otro ladJ<br />

deI Estero; pel'o fueron desaloja<strong>do</strong>s prontamente por un~ parte deI batallon<br />

2' de voluntarios y de los otros cuerpos que habian avanza<strong>do</strong> á<br />

reforzar la izquie,<strong>da</strong> ele la primera linea.<br />

« Durante este saugriento episodio de la batal1a deI dia 24, hemos<br />

teni<strong>do</strong> que lamentar sensibles péreli<strong>da</strong>s que, sin embargo, no alcanzan ni<br />

á la tercera parte de las que el enemigo ha sufri<strong>do</strong>. Las notas y relaciones<br />

adjunta. sefí.alan entre los nuestros muertos aI coronel D. Matias Rivero,<br />

jefe de la tercera elivision; aI coman<strong>da</strong>nte D. Linrlolfo Pagola, terceI'<br />

jefe elel tercero de linea; aI sarJento mayoT deI pdmero de linea, D. Benjamin<br />

Basabilbaso; Capitanes-D. José t Berduga y D. Jo é M. Ore po,<br />

deI cnarto ele linea, .y D, I i<strong>do</strong>ro Meana, deI quinto; ayu<strong>da</strong>nte mayor,<br />

D. Luis A, Benlti elel tercero; teniente primero D. Oarmelo Astra<strong>da</strong><br />

deI tercel'O y tenientes segun<strong>do</strong>s, D. Francisco Fourmartin de la Lejion<br />

militar, D. Alfreelo Serrano elel quinto; h delo -Oapitanes D. Oárlos<br />

vVinkler, elel cuario de linea.; D. José Montescleoca, D. Mariano Garcia<br />

y D. Rafael Bosch deI quin o; D. Liborio Bernal elel sesto; ayu<strong>da</strong>nte<br />

mayor D. Orisólogo Rodriguez deI primero; teniente pi'imero D. Julian<br />

Niella elel tercero; D. Tomá'3 Elliot elel rluinto; D. Julian Portella de<br />

la Lejion militar, D, Emilio Ore3i10 ele la misma, D. Ignacio Lopez del<br />

ba.tallon tucumano; teuielltes segun<strong>do</strong>s D. Cal'1o'3 Blanco :; D. Segun<strong>do</strong><br />

Bonahora, elel primero e D. Felipe Norango y D. Eusebio MenLlez deI sesto;<br />

D. Pedro Hi<strong>da</strong>lgo de la Lejion Miltt.ar; D. M:trceliuo Tor,) d,ü bata1lon<br />

tucumano; subteniente.. !:. Juan Uriarte elel cuarto; D. Ro a Vela que",<br />

D. Penito Rodriguez, D. Ignacio l\ieana elel quinto, D. Balelomero Galzen,<br />

elel se to; D. Pecleo E. Mufí.oz, D. Juan ele Dios Heredia ele la Lejion<br />

filitar; D. Glego<strong>do</strong> Sepúlve<strong>da</strong> leI batalloll caz:1elorl3s ele la Rioja; D' Rafael<br />

Sorol, D. Nepomuceno Diaz, D. Santos Alelerete deI batallon Tucumano;<br />

abanelera<strong>do</strong> D. Juan Toreonce deI cuar,o: contusos-Ooronel D.<br />

Ignacio Riva:s; Sarjentos mayore., [l. Alejandro Diaz deI quinto, y D Lnis<br />

M. Oampos deI sesta, capitanes-D. A<strong>do</strong>lfo MoreI elel pl'imero y D. José<br />

Ferreira deI quinto; teniente priH)el'o D. Anselmo Oabrera deI Batallon<br />

Santafesino; tenientes seg.nnrlos D. Juan ela Dio" Rawson, deI cua<strong>do</strong>;<br />

D. Almanzor Lasag·a. deI batallon santafe:sino; subteniente , E. Lui, O;t~anova,<br />

de la Lejioll 1" de Voluntal'ios y D. G@l'óniIUo Fen'eira deI quinto­<br />

El número de individuos de tropa muertos ascienden ii 96, el de heri<strong>do</strong>s<br />

á 450; el de contu os ii 45.<br />

« Por lo que respecta à las grandes pérdi<strong>da</strong>'3


61<br />

creel' que no es exajel'a<strong>do</strong> el cálculo que las estima en mas le 1.500 hombres;<br />

pues debe notal'se que en ral'ajes <strong>do</strong>nde la mortan<strong>da</strong>d fue menor<br />

ya han si<strong>do</strong> enterra<strong>do</strong>s mas ele 600 car1áveres. La cifl'a de pl'i. ioneros<br />

que contamos ha. ta hoy en nuestro porler, es la de 155, heri<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s<br />

ellos, con rarisimas escepcione y ya muert.os algunos, á. cansa ele la<br />

gl'ave<strong>da</strong>d de sus herirlas; sien<strong>do</strong> de advertir'que e1 enemigo, favoreci<strong>do</strong><br />

por los Esteros y su pràctico conocimiento elel tel'reno, con iguió llevar<br />

fln media ele la fuga la mayoria de sm heri<strong>do</strong>s.<br />

« Los trofeos de la victoria consisten en: -tres e tanelartes de los rejimientos<br />

de caballeria toma<strong>do</strong>s paI' nue tros bravos infantes, mas de<br />

seiscientes fusiles recoj i<strong>do</strong>s en este momento, <strong>do</strong>scienta lanzas y ciento<br />

cinco sable , otras tantas tercerolas, noventa y acho machetes, etc., aseguran<strong>do</strong><br />

á V. E. que el estero ha que<strong>da</strong><strong>do</strong> sembl'a<strong>do</strong> de armamento, el<br />

que es muy difícil recojer por 1a condicion de tal terreno.<br />

« Acerca de la comportacion de nuestro' cuerp')s, tanto el Exm. Sr.<br />

Jeneral en Jefe como V. E , que han presencia<strong>do</strong> e te encarniza<strong>do</strong> episodio<br />

de la batal1a, se han sel'vi<strong>do</strong> espresar Sll juicio. Sin embargo, no pue<strong>do</strong><br />

ni debo deJal' de hacer nua distingui<strong>da</strong> mencion deI COl'onel D. Ignacio<br />

Rivas que man<strong>da</strong>ba la pl'imera línea de vanguardia y deI coronel D. Jo. é<br />

M. Arre<strong>do</strong>n<strong>do</strong>, quien, como que<strong>da</strong> dicho, tuvo la gloria de injcial~ el<br />

combate y acampaM ii. aquel ha ta 'lU conclusion, sostenienc1o ambo. jefes<br />

en prlleba de su bien mereci<strong>da</strong> reputacion, touo el principal pe o de la<br />

jorna<strong>da</strong>; secun<strong>da</strong><strong>do</strong>s dignamente. por los jefes de bl'iga<strong>da</strong>, coman<strong>da</strong>nte<br />

Roseti, Chr-trlone y Fraga; por los coman<strong>da</strong>ntes de batallon, Aldecoa deI<br />

tercero de línea, Baer deI Qan Nicolas; por lo mayores Romero y Campo<br />

, (D. Luis Maria), que man<strong>da</strong>n accidentalmente los batallone cuarto y<br />

se"to de línea; y tambien por el malogl'a<strong>da</strong> sal'jento mayor Basavilbaso,<br />

deI primero de línea, quien recebia la muerte en lo. !\lomento' de animar<br />

à su tropa y cuan<strong>do</strong> la victoria e taba deciditla. To<strong>do</strong> esta jef> fueron<br />

secun<strong>da</strong><strong>do</strong>s tambien e forza<strong>da</strong>mente por la di tingu<strong>da</strong> oficiali<strong>da</strong>d de sus<br />

respectivo batallones, entre la enal solo se hallaria rivali<strong>da</strong>des j se<br />

tratára de particularizar en esta nota la abnegacion, la valentia y la<br />

fideli<strong>da</strong>d en el cumplimiGnto deI deber.<br />

E. ,obre la<br />

Smüni y cobaIa<br />

en cir-<br />

« Igualmente me permito llamar la atencion de V.<br />

digna comportacion ele los otros .iefes de divi~ion, coronel<br />

ronel D. Matias Rivero, quieu cayó tra. pa a<strong>do</strong> de una<br />

cunstancia que de. plegaba .. us fllerzas.<br />

« Cllmplo con un acto de rigorosa justicia, recomen<strong>da</strong>nrlo a la consideracion<br />

ele V. E. à to<strong>do</strong>s lo jefe y nficialps deI E ·ta<strong>do</strong> Mayor<br />

deI primeI' cuerpo, y entre e110s muy enala<strong>da</strong>mcnte aI coronel D. Inelalecio<br />

Chenaut; el cual ademá de desempenar con l'emal'cable acti-


62<br />

vi<strong>da</strong>d los deberes fatigo os de S11 empleo, tuvo su caballo heri<strong>do</strong> de<br />

bala de fusil; lo mi~mo que a luis ayu<strong>da</strong>ntes de camp) cuya relacion<br />

nominal acompailo; quienes por su parte han llena<strong>do</strong> cnmpli<strong>da</strong>mente<br />

su deber, Yi\. impartien<strong>do</strong> Mdenes en to<strong>da</strong>s direcciones, ya coadyuvan<strong>do</strong><br />

a 1llS e8fuerzos de los Cemas.<br />

« Tampccà debo dejar de consignar aqui la sereni<strong>da</strong>d demostra<strong>da</strong> por<br />

el coronel Vedia, ya en los momentos de iniciarse la accion, ora en<br />

a(1nellos en que sus e'cuadl'ones de artilleria se vieron asaIta<strong>do</strong>s por<br />

el enemigo; á cuyo rechazo concurriel'On eficazmente las órdenes que<br />

iml'artió á los cuerpos lmmediatos ele infantaria.<br />

« En conclnsion, séame permiti<strong>do</strong> llamar la atencioIl de V. E. Y<br />

pedir la gratitud deI ejército, en ob 'equio de)a seccion deI cuerpo<br />

médico adicto à las fuerzas de mi man<strong>do</strong> y bajo la direccion deI cirllrjano<br />

principal Dr. D. Caupolicau :Molina, como lo espre a la re­<br />

,lacion tambien adjunta; cuya comportacion, así como la de sus nobles<br />

compaileros no pnede ser ma" valiente en media deI combate, ni mas<br />

llena de abnegacion é infatígable iL to<strong>da</strong>s horas deI dia y de la noche ;<br />

a punto de que es difícil saber cuáles horas destinan à la s9.tisfaccion<br />

de sus necesi<strong>da</strong>des mas premiosa.,<br />

.« Llena ya la tarea que el cleber me ha impnesto, solo me resta<br />

salu<strong>da</strong>r á V. E. con la mayor consideracion.<br />

« Dios gunrde á V. E.<br />

«"UTencelSlao<br />

Paunero.»<br />

C)<br />

Parte of!ic:al <strong>do</strong> com,ritan<strong>da</strong>nle elo ,20. c'Ji'l)O aruentino:<br />

« Coman<strong>da</strong>ncia en Jefe deI ;20. Cuerpo deI Ejército Ar.:entino.-Campaoiento<br />

Jeneral en Tuyuty, Mayo 25 de 1866.<br />

« AI •'r, Jefe deI Esta<strong>do</strong> fayor deI Ejercito Arjentino, JeneraI<br />

D. .Juan A. Gelly y Obeso<br />

«Tengo eI honor de pasar à manos de V. E. los partes en qne<br />

se c1etal1an los distintos movimientos que han ejecuta<strong>do</strong> las fuerzas a<br />

mis 6l'Clenes en el d:a de ayer. El objeto de ellos ha si<strong>do</strong> cu~rir<br />

siempl'e nue'tro flanco uerecho que estaba amenaza<strong>do</strong> por cinco l'ejimientos<br />

de cabaUeria eUl3l1Jiga, que intentauan penetr..Lr por nuesiro


63<br />

flanco, apoya<strong>do</strong>s por <strong>do</strong>s batallones de infanteria, à la vez que servia<br />

de reserva a la primera y segun<strong>da</strong> lineas comprometi<strong>da</strong>s en el fuego<br />

deI centro y de la derecha.<br />

« En esta sitnacion, y obedecien<strong>do</strong> á la 6rden de S. E. el Jeneral<br />

en Jefe, ordené aI coronel Conesa, qne con la Divi-ion de su man<strong>do</strong><br />

marchase á la derecha hasta ponerse en contacto con· nuestra caballeria.<br />

Hizolo aSI, y como cien varas antes de salir deI monte de<br />

palmas, se ha1l6 con una grue. a columna de c.Lballeria, que, aI trote,<br />

avanzaba en' la misma direccion que él llevaba El coronel Conesa,<br />

sin pérdi<strong>da</strong> de tiempo, hizo desplegar a la segun<strong>da</strong> Division é hizo<br />

<strong>do</strong>s descargas sobre la. cita<strong>da</strong> caballeria, que se puso en precipita<strong>da</strong><br />

fuga, dejan<strong>do</strong> un gran número de cadáveres.<br />

« En segui<strong>da</strong>, de confoI'mi<strong>da</strong>d con las prevenciones de E. el Jeneral<br />

en Jefe, hice estender mis columnas à la derecha deI Palmar:<br />

con el objeto de hallarme con la caballeria enemiga en su paso por<br />

el Estero, a la vez de ponerme en la linea con la derecha triunfante.<br />

que arrollaba aI enemigo, avanzan<strong>do</strong> con la primera briga<strong>da</strong> de la<br />

cuarta division por la orilla deI Palmar, la segun<strong>da</strong> division á. mi<br />

derecha à la misma altura y en el mi mo bosque, y tenien<strong>do</strong> siempre<br />

la primera Division en reserva, marchan<strong>do</strong> asi hasta la punt-. deI<br />

bosque de palmas, que sale á la abra de la punta deI Estero.<br />

«Alli permaneci algun tiempo hacien<strong>do</strong> avanzar por la abl'a á. la<br />

septima briga<strong>da</strong>, compuesta de los batallones 2 de Línea y primero<br />

elel tercero de Guarelias Nacionales, así como el rejimiento escolta de<br />

S. E., hasta que, sintien<strong>do</strong> un vivo fuego por la izquier<strong>da</strong> de nuestra<br />

linea, dí 6rden de concentrar las divisione para volver á. mi posicion<br />

de reserva de nuestr·a derecha y centro y ocurrir <strong>do</strong>nde fuera<br />

necegaJ'Ía 'mi presencia, efectuan<strong>do</strong>, con la 4'. Division un cambio de<br />

frente para ponerme en línea, segun lo ordena<strong>do</strong> por S. E. el Jeneral<br />

en Jefe.<br />

« Ejecuta<strong>do</strong> este movimiento, llegó el Sr. jeneral Hornos al frente<br />

de una columna de caballeria à la hora antedicha y me previno, que<br />

la caballeria enemiga iba á. desembocar en esse momento. En consecuencia<br />

ordené á los batalloDes, que hicieran alto y se preparasen á<br />

recibir á. la caballeria enemiga. Esta columna, que bnscaba abrir-se<br />

paso para el estero, se encontr6 primero con la egun<strong>da</strong> division<br />

Buenos Aires, la que la rechazó con grande pérdi<strong>da</strong>s, yen<strong>do</strong> á caer<br />

á fon<strong>do</strong> sobre el batallon 2 de linea, que se hallaba mas á vangual'dia,<br />

el que tuvo en el choque ocho heri<strong>do</strong>s de sable y lanza y<br />

un muerto en sus filas: el mayor deI cuerpo D. Franci 'co Borges<br />

heri<strong>do</strong> de bala, sin que e te batallon se moviesse nn solo instante,


64<br />

rechazan<strong>do</strong> completamente la carga y hacién<strong>do</strong>le esperimentar considerables<br />

pérdi<strong>da</strong>.'.<br />

«Sobre el primero deI tercera de G. N. que quedó a retaguardia<br />

escalona<strong>do</strong>, se dirijó tambien alguna parte de la caballeria, que fué<br />

rechaza<strong>da</strong> sin chocar; Fero este cuel'po hizo uu gran servicio, cubl'ieu<strong>do</strong><br />

nue tra caballeria con sus fuegos y su firmeza.<br />

« En cuauto à las operaciones de la tercera division, rlue dejé à<br />

las órdene deI jefe de E 1. me refiero aI parte bien deLalla<strong>do</strong> de<br />

este jefe, que me· permito acompanar, que obró bajo la immediata direccion<br />

deI jeneral en jefe.<br />

« La octava briga<strong>da</strong> de la cuarta division, la coloqué apoyau<strong>do</strong> las<br />

baterias de artileria deI coman<strong>da</strong>nte Nelson y mayor Mal<strong>do</strong>nes, cuyos<br />

fuegos certems fueron vivamente so teni<strong>do</strong>s durante to<strong>da</strong> la batalla,<br />

colocan<strong>do</strong> al batalion 9 de linea a la derecha, el tercero de Entre<br />

Rios a la izquienla y el 12 de linea de reserva..<br />

«En esta posicion la bateria deI mayol' Mal<strong>do</strong>nes avanzó con aI<br />

intento de Cl'Uzar d estera y toman<strong>do</strong> el albar<strong>do</strong>n deI otro la<strong>do</strong>, flanquean<strong>do</strong><br />

con sus fuegos la linea deI enemigo; pel'o eu los momentos<br />

que se disponia à vadearlo, una columna de caballeria que estaba<br />

oculta en el bosque deI frente, se avanzó resueltamente sobre riuestrit<br />

artilleria. Este movimiento fué observa<strong>do</strong> por ei coman<strong>da</strong>nte Ayala jefe<br />

deI 12 de linea, el cual se lanzó con su cuerpo en proteccion de<br />

aquella bateria, desplegan<strong>do</strong> en gnerrilla sus companias de granadel'Os<br />

y caza<strong>do</strong>res, movimiento que ejecntó à la carrera, llegan<strong>do</strong> oportunamente<br />

y hacien<strong>do</strong> volvér caras á la caballeria con su fnego vivo<br />

y certero.<br />

« AI concluir, solo me resta hacer presente à V. E., que he telli<strong>do</strong><br />

motivo de que<strong>da</strong>r completamente satisfecho de to<strong>do</strong>s los senores<br />

jefes, que han cumpli<strong>do</strong> mis órdenes con rapidez é intelijencia: dei coronel<br />

Gonesa en sn marcha y los <strong>do</strong>s encuentros cou la caballeria<br />

enemiga; deI coronel Arguero, qlle marchó siempre aI frente de la<br />

septima briga<strong>da</strong> de su division; del coronel Bnstillo, que, sirvien<strong>do</strong> de<br />

reserva, con la primera division Buenos Aires à las distintas cal nmnas<br />

de mi fuerza, e tuvo siempre en actitud de apoyarlas de una manera<br />

conveniente; deI coronel Domingue-z que ha ejecuta<strong>do</strong> con pontuali<strong>da</strong>d<br />

é intelijencia la'3 órdenes de mi jeie de Esta<strong>do</strong> Mayor; de este ultimo,<br />

D. Pablo Diaz, que con tanto acierto hizo maniobrar à la tercera division<br />

y finalmente de to<strong>do</strong>s los senores jefes de briga<strong>da</strong> y de cuerpo,<br />

que han cumpli<strong>do</strong> dignamente; sus deberes.<br />

« Debo hacer mencion especial deI sarjento mayor Borges, el cual<br />

ape ar de haberle si<strong>do</strong> atravesa<strong>do</strong> un hombro por una bala, interesan-


65<br />

<strong>do</strong>le el hueso, permaneció aI frente de su batal10n hasta la manana<br />

de hoy en que ha si<strong>do</strong> forzoso pasar aI hospita1.<br />

« Las pêrdi<strong>da</strong>'> sufri<strong>da</strong>s por el cuerpo de ejêrcito a mis órdene:;, las<br />

hallará. V. E. en la lista nominal que me permito acompanar.<br />

« Dias guarlle a V. E,<br />

« EUlilio Mit.re. »<br />

IJ)<br />

Pm'le affie 'ai elo ehe/~> d,> e 'Ia,to '<strong>II</strong>Ufim' <strong>do</strong> (' I er· ...·ito m'genlino:<br />

« El Jefe de E. M. Jeneral deI Ejércilo.-Campamento en Tuyuty,<br />

1'1ayo 27 de 1866.<br />

« AI Exmo. Sr, Presidente de la. Republica y Jeneral en Jefe deI<br />

Ejército Aliad" Beigadier Jenel'al D. Bartolomé Mitre.<br />

« Impuesto V. E. detalla<strong>da</strong>mente de lo ocurri<strong>do</strong> el 24 deI corriente<br />

á las 12 1/:2 deI dia en el violento ataque, que nos trajo el enemigo,<br />

por to<strong>do</strong> el frente de nuestra línea de izquier<strong>da</strong> á. derecha, con fuertes<br />

columnas de infanteria y caballeria y algunas coheteras, por los partes<br />

respectivos de los jefes supel'iores, jeneraIe' D. WencesIao PaLmero,<br />

D. Emílio Mitre y D. Manuel Rornos y coronel D. Julio de Vedia,<br />

solo me resta decil' a V. E. que to<strong>da</strong> las órdenes que ha <strong>da</strong><strong>do</strong> por<br />

mi conducto á. estas mismos y demas jefes deI ejército con man<strong>do</strong> de<br />

fuel'za, fueron fiel y activamente ejecuta<strong>da</strong>s, sin dejar na<strong>da</strong> que desear<br />

en su ejecucion, concul'rien<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s eUos aI completo rechazo deI impetuoso<br />

ataque, tl'ai<strong>do</strong> por el enemigo, que llegó hasta penetrar dentro<br />

ele alg'unas de nue tra baterias, de <strong>do</strong>nde no salió ninguno con vi<strong>da</strong>.<br />

«V. E. lo ha presencia<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, por eso escuso otros pormenore>:,<br />

que hacen resaltar la firmeza de nue tros jefes, oficiales y tropa.<br />

« Mis ayu<strong>da</strong>ntes de E. M. Jeneral como jefe deI detall jeneral, con<br />

los que le estan ad 'cl'ipto', ban e ta<strong>do</strong> en su puesto, llenan<strong>do</strong> su<br />

deber cumpli<strong>da</strong>mente, lo mismo que el jefo <strong>do</strong>I parque con los oficiales<br />

que están encarga<strong>do</strong>s de ambas fracciones.<br />

« Merece una e pecial recomen<strong>da</strong>cion el cnerpo médico deI ejércitCl,<br />

no solo por su arrojo para atender á los heri<strong>do</strong>s que caian en el lui'IUO<br />

campo de bataHa, sino por su afan y empeno en la asi tencia de mas<br />

(le 500 heri<strong>do</strong>s, 350 de nuestro ejército y el resia de pri ioneiros pal'agllayoR,<br />

to<strong>do</strong>s los que han si<strong>do</strong> debi<strong>da</strong>mente asisti<strong>do</strong>s. Los partes de-<br />

Á. ~


66<br />

talla<strong>do</strong>s de los cirUljanos principales Drs, Molina y Be<strong>do</strong>ya, dun una<br />

idea exacta de lo que ha hecho esta reparticion deI ejército arjentino.<br />

« Aqui es deI caso, Exmo, Seno r, hacer una pãrticular y senala<strong>da</strong><br />

mencion de los importantes servicios deI único capellan que se hallaba<br />

en el ejército, el Padre Fray Fortunato Marchi. E 'te dignisimo administra<strong>do</strong>r<br />

de los consuelos de nuestra relijion, de pl'ecian<strong>do</strong> el peligro,<br />

que amenazara su vi<strong>da</strong>, iha, entero y confia<strong>do</strong>, á buscar nuestros sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

en el lugar <strong>do</strong>nde caian para llenar con ellos los deberes sagra<strong>do</strong>s<br />

ele su minLterio, No san menos revomen<strong>da</strong>bles sus desvelos y<br />

fatigas para atender, solo, à nuer-iros sold'uios pacientes en los hospitales.<br />

'<br />

« Las pêrdi<strong>da</strong>s que ha sufl'i<strong>do</strong> eI enemigo en este sangriento hecho<br />

de armas, san inmensa~, aun cuan<strong>do</strong> no<br />

I<br />

puedEJn determinarse con<br />

exactitud en cuanto ai total, por la escabrosi<strong>da</strong>d deI terreno en to<strong>do</strong><br />

nuestro frente, pera no san menos ele 1,5~0 a 2,000 hombres los muel:tos<br />

que ha deja<strong>do</strong> aI frente de la linea arjentina solamente, incluyen<strong>do</strong><br />

el espacio cubierto por la caballeria.<br />

« Solo de la parte de los <strong>do</strong> E tel'Os, que se hallall mas proximos<br />

à nuestro, campo, y á ínmediaciones deI peque~o bo, que, se han sepulta<strong>do</strong><br />

820 ca<strong>da</strong>veres, y horeori.'a recorrer la parte norte, deI mismo<br />

Estero <strong>do</strong>nde se ve una linea no íntereumpi<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong>veres.<br />

~ Ann no ,se ha concluí<strong>do</strong> de recojer to<strong>do</strong> el armamento y correaje<br />

que han eleja<strong>do</strong> en el campo y ya tenemos en el parque 750 fu 'íles<br />

la mayor parte de chispa, 200 tercerolas, 400 lanzas, 200 sables, 400<br />

cartucheras eon 10,000 tiros á bala. Existen en poder de V. E. algunos<br />

troféos, como san cajas de <strong>guerra</strong>, COl'netas y 4 estan<strong>da</strong>rtes de<br />

eaballeria.<br />

« Es cuanto tengo que paneI' en conocimento de V. E. en lo flue<br />

respecta aI ejército arjentino, como resulta<strong>do</strong> definitivo de la gloriosa<br />

batalla y completo triunfo alcanza<strong>do</strong>s por las fuerzas á las inmedlatas<br />

6rdenes de V. E.<br />

« Dias guarde à V. E.<br />

« J. A. Gelly y Obe8. »


ô7<br />

.4<br />

" Quartel general <strong>do</strong> ~omman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> lo Corpo de Exercito<br />

em operações. Acampamento na Republica <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, em Tuyuty,<br />

28 de Maio de [866.<br />

« Ordem <strong>do</strong> dia n. 156<br />

« No dia 24 <strong>do</strong> corrente, <strong>da</strong>s 11 para as 12 horas <strong>da</strong> manhã, o<br />

exercito inimigo, aventuran<strong>do</strong>-se a atacar-nos com o maximo de suas<br />

tropas, transpoz seu entuincheiramentos, e, favoreci<strong>do</strong> pela multidão de<br />

matos e ml)utas, que D1a~carayam as suas disp0'5ições anteriores, e que<br />

encobriram os seus primeiros movimentQs, apresentou de improviso suas<br />

forças desenvolvi<strong>da</strong>s em columnas de massa, ten<strong>do</strong> calcularlamente combina<strong>do</strong><br />

e predisposto as diiferentes armas de que ellas se compunham,<br />

de mo<strong>do</strong> a produzirem o maior effeito nos ponto'> de nossas posiçõe, qne<br />

julgava vulneraveis; e nessa attitude carregaram subitamente sobre o<br />

centro, obre a ala direita e .'5 bre o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong>s nossas linha,<br />

acceleran<strong>do</strong> sempre a suas marchas para melhor se subtrahirem <strong>da</strong> efflcaci<strong>da</strong>de<br />

de nossos fogos<br />

« A veloci<strong>da</strong>de, porém, dessas columnas e a impetuosirl.ade <strong>da</strong>'5 sua'5<br />

cargas s'mente fizeram adiantar 0S revezes que eltas soifreram, porque<br />

mais ce<strong>do</strong> vieram en<strong>contra</strong>r em nossos hravo a resistencia e a defe a<br />

qlle sabem 0pfôr sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fieis, valentes e diciplina<strong>do</strong>s.<br />

« Ao [o corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro no <strong>Paraguay</strong>' felicito, pois,<br />

pelo distincto comportamento que acaba de ter nesta batalha, e com<br />

elle congratulo-me por Lã o brilhante feito de no. sas arma.<br />

« O exercito argentino apoiava a n ssa extrema direita, e ahi opel'0u ;<br />

o exercito oriental, ao qual se acha reuni<strong>da</strong> a 6' divisão, ao man<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Sr. brigadeiro Vktorino Jo.~e Carneiro Monteiro, e o lo regimento rle<br />

artilharia a ca vallo, com man<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo Sr. tenente-coronel Emilio Luiz<br />

Mallet, compunha a linha <strong>da</strong> frente, mais avança<strong>da</strong>, onde combateu,<br />

receben<strong>do</strong> os primeiros :hoques, e era apoia<strong>do</strong> pela -a" divisão, comman<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelo Sr. brigadeiro Antonio de Sampaio, e mais tarje pela la, ao<br />

man<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. brigadeiro Alexandrll Gomes de Argollo Ferrão.<br />

« ['ela ex.trema eSf}u r<strong>da</strong>' Qperaram as divi ões 2',4", e 5' comman<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pel.) Sr'. brigadeiro José Luiz Menua Barreto Duilherroe 'ravier


68<br />

de Souza e coronel Tri tão José Pinto, e a briga<strong>da</strong> ligeira, pelo 'r. brigadeiro<br />

honorario Antonio de Souza Netto.<br />

« As posições que successivamente foram occupa<strong>da</strong>s. pelo' exercitos<br />

allia<strong>do</strong>s e pelo exercito inimigo, e os demais m lvimento'; detalha<strong>do</strong>s que<br />

se efIectuaram durante a batalha ficam conheci<strong>do</strong>s na planta que ac')mpanha<br />

esta ordem.<br />

« As vicis, itude <strong>do</strong> combate tornaram nece '.'ario attender á extrema<br />

esquer<strong>da</strong>, para onde convergiram a 8' briga<strong>da</strong>, o batalhão 13° de infantaria<br />

e rarte <strong>do</strong> 26', e bem assim duas baterias de 12, uma de 6 e a<br />

19- briga<strong>da</strong> a ordens <strong>do</strong> Sr. brigadeiro Jose <strong>da</strong> Victoria Soares de<br />

Andréa, com man<strong>da</strong>nte geral '<strong>da</strong> arma de artilharia.<br />

« Empenha<strong>da</strong> assim a batalha em quasi to<strong>da</strong> a extensão de nossas<br />

linhas, terminou ás 4 1/2 horas <strong>da</strong> tarde, em que o inimigo se pronunciou<br />

em derrota, deixan<strong>do</strong> em nosso poder no campo, mais de 3,000<br />

mortos, 2':'0 feri<strong>do</strong>s de gravi<strong>da</strong>de, que foram recolhi<strong>do</strong>s a'lS hospitaes,<br />

2l pri ioneiros, 4 canhõe' obuzes com os re. pectivos carros de munições,<br />

2 };jandeiras, 1 estan<strong>da</strong>rte, 9 caixas de <strong>guerra</strong>, 12 c0rnetas, grande quanti<strong>da</strong>de<br />

de munições, e de armas de infantaria especialmente, e 1 estativa<br />

de foguetes.<br />

« Esses trophéos e a victoria cu.'taram-nos 29 officiaes e 384 praças<br />

de pret mortos no campo, 193 officiaes e 1,900 praça" feri<strong>do</strong>s e contuzos<br />

(1).<br />

« Das partes e relações apresenta<strong>da</strong>s pelos diversos chefes se vê qual<br />

a conducta de nos a-s tropa::;, e o que ~ ca<strong>da</strong> um ~oube felzer; julgo,<br />

porem, de merecirla ju,stiça louvar o bizarro COll1pllrtamenj;() elos Srs. generaes,<br />

chefes e mai' officiaes abaixo menciona los:<br />

« O brigadeiro chefe <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior Jacintho Pint') de Arauju Corréa,<br />

pela sua bravUl'a e sereni<strong>da</strong>lle no combate.<br />

« Coronel deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general Innocencio Vel1u 'o Pe'lerneiras,<br />

pela coadjuvação que me pre:tou.<br />

« rajor Francisco Duarte unes, assistente <strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> mesmo<br />

deputa<strong>do</strong>, pelos ,:erviços presta<strong>do</strong>s junto a seu chefe.<br />

(I) As primeiras relações, ain<strong>da</strong> incol1l pletas, al'lIl'adus 110 dia 28 de Mnin, ,lavam an<br />

exercito braziloil'o n seguinlll IJllr<strong>da</strong>:<br />

l\loRTOS :-27 olficiaes 11 tenente-cnl'onel, -lo capilãeo, 11 tenentes o <strong>II</strong> alferes) e 398<br />

p"aços de preto Total, 425 homens ~)bOl'tOS.<br />

FERIDOS :-t75 ofliciaes (I brigadeil'o, 6 tenentes-corollei~, 11, majores. 1 ajll<strong>da</strong>nte,<br />

2 quarteis mestrlls, ;H capitães, J(j tenentes, tlO a:C.;res) e 2,017 P"oç"s de p,'et. Total 2,192<br />

homelu feri<strong>do</strong>s.<br />

C' NTUsos:-31 olficiaclJ (1 marechal de cnmpn, I \,riRadeiro, () capitães, n tenellle~,<br />

<strong>II</strong> alferes) e 96 praças de preto Total 127 hom.e.ns contusos,<br />

EXTRA.VIADOS: -1 olficial lnlCeres) 2-15 p"açrrs de pret. Tot l 246 hom,ens ext,·avia<strong>do</strong>s.<br />

TOTAL -Mortos, feri<strong>do</strong>s. conl,usos e eXLl'iIvia<strong>do</strong>s, :1St ofliciaes e 2,756 praças de pret,<br />

ou 2.!)OO homens.


6ü<br />

«Os emprega<strong>do</strong>' I o tenente E tevão Joaquim de Oliveira antos,<br />

alferes Joaquim Elias Amaro, bem assim o 2° oflicial fiscal interino de<br />

fazen<strong>da</strong> Luiz de Al,ere<strong>do</strong> Coutinho Duque-Estra<strong>da</strong>, tenente Jose Antonio<br />

Vaz <strong>do</strong> E'pirito-S:mLo, que ás orrlens rIo mesmo c'Jronel de 'empenharctnl<br />

algumas commissõe',<br />

« Tenente-coronel deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre general Jo €i Ferreira<br />

<strong>da</strong> Silva .Junior, pela activi<strong>da</strong>de com que fez apresentar no' diversos<br />

pontos as munições necessarias para tão renhi<strong>do</strong> e prolonga<strong>do</strong> c?mbate,<br />

em to<strong>da</strong> a nossa extensa linha de batalha.<br />

« Tenente Joaquim José de Araujo Oliveira Lobo, aS5i tente d'esta<br />

-repartição, porqne mesmo <strong>do</strong>ente, se prestou em coadjuvar o. seu c' efe<br />

em tu<strong>do</strong>.<br />

« Brigadeiro José <strong>da</strong> Victoria Soares de Andréa, relo valor com que<br />

se portou no desempenho <strong>da</strong>s obriga~(;es a seu cargo.<br />

« Brigadeiro Antonio de Sampaio, pelo valor com q'Je po<strong>do</strong>u-se ate<br />

ao momento em que recebeu os tres ferimentos que o pozeram fórn<br />

de combate,<br />

(j Brigadeiro Victorino José Carneiro Monteiro, pela coragem com que<br />

t'e portou, e pericia que desenvolveu' na distribuição <strong>da</strong> for~a de ,ua<br />

divisão, que com o lo regimento de aI tilharia a cavallo e uma bateria<br />

<strong>do</strong> 3° batalhão (1) sU>5tentaram o centro <strong>da</strong> linha de batalha, rechaçan<strong>do</strong><br />

o inimigo,<br />

« Brigadeiro Alexandre Gomes de Argollo Ferrão, porfIue, ten<strong>do</strong> ordem<br />

para apoiar a esquer<strong>da</strong> '.<strong>do</strong> centro, ataca<strong>da</strong> por con"ideraveis força,<br />

executou e~ 'a ordem manobran<strong>do</strong> com preci 'ão a. 'uas tropa:;, levan<strong>do</strong><br />

a vicLoria áquella parte <strong>da</strong> no::; 'a linha Cr)m o :,;eu costumarlo valor e<br />

pericia, ten<strong>do</strong> antes deixa<strong>do</strong>' a 8" briga<strong>da</strong>, ao lllandL' d


iü<br />

parte <strong>do</strong> 26" de voluntario. <strong>da</strong> patria, 12" e 13° de inIanbaria de linha,<br />

que to<strong>do</strong>s bem se portaram.<br />

« Brigadeirc Antonio de Souza Netto, que com' a briga<strong>da</strong> ligeira de<br />

que e chefe, ten<strong>do</strong> apenas 200 homens a cavalia, fez com elles sobre<br />

o inimrgo duas brilhantes cargas, que muito concorreram para o nosso<br />

triumpho n'aquelle ponto.<br />

« Coronel Tristão José Pinto, pelo valor que mostrou conduzin<strong>do</strong> ao<br />

combate, e animan<strong>do</strong> a sua divrsão e as mais tropas que com ella<br />

concorriam.<br />

« Coronel Jacintho Macha<strong>do</strong> Bittencourt, porque ten<strong>do</strong> substitui<strong>do</strong> ao<br />

brigadeiro .Sampaio no commanrlo <strong>da</strong> 3 a divisão, se houve n'esse (;omman<strong>do</strong><br />

com pericia e valor.<br />

« Aju<strong>da</strong>nte de ordens tI'este comman<strong>do</strong> em lchefe, capitão <strong>do</strong> 3" regimento<br />

de cavallaria ligeira lzitIoro Fernandes de Oliveira (contusD).<br />

tenente <strong>do</strong> 5 corpo de ca~a<strong>do</strong>res a cavallo José Luiz <strong>da</strong> Costa Junior,<br />

fi <strong>do</strong> 2° de cavallaria ligeira Manoel Jacintho Olorio, e alferes <strong>do</strong> mesmo<br />

regimento Manoel Luiz <strong>da</strong> Rocha Ozorio (contuso), ten<strong>do</strong> o <strong>do</strong>u pr'imeiros<br />

os cavallos mortos, e o <strong>do</strong> I" corpo <strong>da</strong> bri~'a<strong>da</strong> ligeira Francisco<br />

Corrêa de Mello.<br />

« Capitão secretario militar Cesar Augusto Brantlã:>. <strong>do</strong> 3" regimento<br />

de cavallaria ligeira; dito <strong>da</strong> guanla nacional Antonio A<strong>do</strong>lpho Charão ;<br />

tenente de voluntarios <strong>da</strong> patria Henrique de Azeve<strong>do</strong> Pires, estes <strong>do</strong>us<br />

<strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> quartel-mestre general e f111e estiveram ~ob minhas<br />

immediatas orden durante a batalha, e o tenente <strong>do</strong> l° corpo de caça<strong>do</strong>res<br />

a caval'o Joaquim Pantaleão TeUe' de Queiroz, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

meu piquete, to<strong>do</strong>s se houveram com valor, zelo e activi<strong>da</strong>de na transmi.<br />

são <strong>da</strong>s ordens, sen<strong>do</strong> a quarta vez e{ue com igual comportamento<br />

me acompanham em combate, o capitão Fernandes de Oliveira, tenentes<br />

Ozorio (Manoe' Jacintho), Telles de Queiroz, e o alferes Rocha OlOrio.<br />

« l'ara n"LQ repetir o mereci<strong>do</strong>: elogio' que a outro' r. officiaes<br />

e a varia: praça fazem O' seu respectivo' chefe~, e constam <strong>da</strong>s<br />

supra indica<strong>da</strong>s parte', que em egui<strong>da</strong> faço publicar, não mem::iono<br />

alguu nome' distinctos já c ntemplauos u'ella', fazen<strong>do</strong> entretanto particular<br />

menção <strong>do</strong> bravo e ealmo veteraho coronel Carla' Re in, e <strong>do</strong>s<br />

valentes coroneis André lves Leite de Oliveira Bello e Manoel de<br />

Oli,eira Bueno, e te <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional; tenente-coronel Emílio Luiz<br />

i\'1alfet; o de commi:


71<br />

ela Fonseca, Oaetano <strong>da</strong> Oosta Araujo e MelJo, Inuocencio José Cavalcanti<br />

de Albuquerque, José Antonio Alves, Seraphim Felix ele Paiva,<br />

Joaquim Igr:acio Ribeiro de Lima, Fl'anci co Agnello de Souza 'alente,<br />

José Ferreira de Azeve<strong>do</strong> Junior, Rodrigo Luiz Baptista, João Baptista<br />

Barreto Leite, e <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacinoal Manoel Ignacio <strong>da</strong> Silva; capitão<br />

A9gelino de Carvalho, <strong>do</strong> 4° corpo de caça<strong>do</strong>res a cavaHo; Ya~co<br />

Antonio <strong>da</strong> Fontoura Chananeco, <strong>do</strong> l° COI'PO ela guar<strong>da</strong> nacional;<br />

tenente Victor Tavares Leiria, <strong>do</strong> 3° l'egill1ento de cavallaria ligeira, e<br />

Miguel Martins <strong>da</strong> Rosa, <strong>do</strong> 4° corpo <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira.<br />

«O Rev. missionario capuchinho frei Fidelis d'Avola, é t~mbem<br />

cre<strong>do</strong>r <strong>da</strong> particular menção, pela cari<strong>do</strong>sa dedjca~ão, d~sve'o e zelo<br />

qne tem sempre consagra<strong>do</strong> a nos os feri<strong>do</strong>s e enfermo., bem como os<br />

Srs. cirurgiões-móre de brig~<strong>da</strong>s, Dr3. Polycarpo Cesario de Barros,<br />

Manoel Adriano <strong>da</strong> Silva Pontes, José Muniz Corueiro Gitahy, os de<br />

commissão Manoel José de Oliveira, Luiz Q leiroz Mattoso Maia e lo<br />

cirurgião FÜ'mino José Dória.<br />

« O comportamento <strong>do</strong> exercito lisongeia sobre maneira o sell general,<br />

que nutre a esperança de qne em breve o. 'eus camara<strong>da</strong>s farão nova<br />

colheita de louros, que só ,e alcançam á. cnsta de esforços e sacrificios<br />

que já. ll~m sabi<strong>do</strong> fazer, adquirin<strong>do</strong> incontestavel jus á gloria, que é a<br />

recollll,ensa mais preciosa <strong>do</strong>s bravos. .<br />

« O genera; em chefe tem ain<strong>da</strong> o dever de louvaI' a abnegaç-ão e<br />

b'nu comportamento <strong>do</strong>s novos corpos de voluntarios <strong>da</strong> patl'ia, a quel~l<br />

o patrioti"mo conduzio ao campos de batalha em defesa <strong>da</strong> honra<br />

nacional, e que, a par elos mai~ bravos veterano., têm combati<strong>do</strong><br />

galhar<strong>da</strong>mente.<br />

« Finalmente, são tambem publica<strong>da</strong>. as communicaç.::es <strong>do</strong> EX111. Sr.<br />

genel'al D. Venancio FlôrEB, relativa'> ao comi'ortamento <strong>da</strong>s tropas<br />

brazileil'as que combatel'am sob seu comman<strong>do</strong>.<br />

« Ds-u"ão <strong>do</strong> Herval,<br />

q; J.llal'echal de Campo, CommalLclwLte ell~ ClIe(e. »


7:2<br />

-[ Pa,·te rlfJ chf'{e (lo esta<strong>do</strong> maior gene1'a~ <strong>do</strong> to corpo bra::ileij'o<br />

de 1866.<br />

« Qual'tel-general <strong>do</strong> chefe <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maioL' em Tuyuty, 26 de \Iaio<br />

« 111m. e Exm. Sr. - A saz lísongeil'o me é communicar a V. Ex.<br />

que o exel'cito imperial, sob o digno comman<strong>do</strong> de V. Ex, na bablha<br />

de 24 de Maio corrente executou a. manobras por V. Ex. determina<strong>da</strong>..<br />

concorl'en<strong>do</strong> a sua bl'avul'a para a completa victoria que alcançaram a'<br />

al'mas allia<strong>da</strong>s sobre o ousa<strong>do</strong> inimigo, q,ue atacou-no'l com to<strong>do</strong> o seu<br />

exercito pela frente e flanco.<br />

«O. ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> exercito imperial procurararil imitar em valor ao seu<br />

distincto chefe, que foi incansavel em bem dirigil-os, acudm<strong>do</strong> de prompto a<br />

to<strong>do</strong>s os reclamos que exigiam as circumstancia, e percorren<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as<br />

linhas <strong>da</strong> fl'ente,onde pela sua temeri<strong>da</strong>de, foi f"ri<strong>do</strong> e perdeu o cavallo<br />

que montava.<br />

« A I" e 3" divisões foram, sem duvi<strong>da</strong>, as que mais se emrenharam<br />

na batalha, por er o flanco onde se _achavam, o que o inimigo mais<br />

cal're.3ava. Seu. dignos comman<strong>da</strong>ntes, Srs. brigadeiros Alexandre Gomes<br />

de Argollo Fel'rão e Antonio de Sampaiõ merecem menção honrosa.<br />

« A 4" divisão na posiÇãO que occupou à esquêr<strong>da</strong> bem manobrou' á frente<br />

<strong>do</strong> inimigo, fazen<strong>do</strong> seguir, sempre que se tornava mister, corpos a proteger<br />

ao que se achavam empenha<strong>do</strong> no combate, e pelejan<strong>do</strong> com deno<strong>do</strong>;<br />

seu comman<strong>da</strong>ute, o Sr. brigadeiro Guilherme Xavier de Souza, tambem<br />

é' digno de menção; e a 6 J , na poderosa protecção que fez a artilliaria,<br />

que e achaTa na frente, não menos se torna digno de menção assim como<br />

seu comman<strong>da</strong>llte, o Sr. brigadeiro Victorino José Carneiro Monteiro.<br />

« \. artilharia muito 'e deve, mórment"e ao lo regimento, oh o<br />

comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> distincto Sr. tenente coronel Emilio Luiz Mallet, que<br />

muito cooperou para a derrota <strong>do</strong> inimigo; as im como o Sr. brigadeil<br />

Jo é <strong>da</strong> Victo!'ia Soare de Andréa, commall<strong>da</strong>nte geral d'e ta arma.<br />

« A 2", e 5" divi.õe~ e a briga<strong>da</strong> ligei!'a caL'!, garam obre o inimigo<br />

om valor dev u<strong>do</strong>- e muito a eus di tillctO commau<strong>da</strong>n e , os brigadeiro'<br />

Jo é Luiz Menna Barreto brigadeir lionorario Antonio de Souza<br />

Jetto e coronel TrHüo Jo é Pinto, pelo que julgo-os tambem digno<br />

de menção.<br />

\( Tornam- e<br />

Ja inlh l<strong>II</strong>achad<br />

tambem dignos de honrosa menção o I'S. cOToneis<br />

d Bittencourt, comman<strong>da</strong>ute <strong>da</strong> 7" bL'lga<strong>da</strong>, e que


73<br />

assumio rlepois o <strong>da</strong> 3- divisão, ql1e dirigio, até o final <strong>do</strong> combate;<br />

Carlos Resin, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 10- briga<strong>da</strong>; n. José Balthazar <strong>da</strong> Silveira,<br />

c mmanrlante tIa 8'; teuentes-coroneis Salustiano Jeronymo <strong>do</strong>s<br />

Reis, comman<strong>da</strong>ute <strong>da</strong> 14'; Francisco Pinheiro Guimaraes, comman<strong>da</strong>nte<br />

de 4 0 batalhüo de voluntarios;' Joaquim Maurício Ferreira, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> 10° dito; Marcolino de Moura Albuquerque, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> 22' dito; Fraacisc1 Jo é <strong>da</strong> Rocha, commau<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 40° dito;<br />

Luiz José Pereira Carvalho, com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 4° de infantaria, e Augusto<br />

Cezar de Araujo Ba?tos, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> la briga<strong>da</strong>, e os majores<br />

Francisco ~laria elos Guimãraes Peixoto, commanelante <strong>do</strong> Iode infantaria;<br />

Francisco Agnelo ele Souza Valente, comruan<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 6° de voluntarios ;<br />

Innocencio José Cavalcanti ele Albuquerque, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 11 o dito ;<br />

Manoel Deo<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca, comman<strong>da</strong>ute <strong>do</strong> 2° dito; Francisco Frederico<br />

Figueira de MelIo, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 26°, e seu fiscal, o major<br />

Joaquim Ignacio Ribeiro de Lima, pelo bem que dirigiram os corpo::; a<br />

seu man<strong>do</strong>, mostran<strong>do</strong> bravura e sangue frio durante o combate; as im<br />

como o coronel André Alves Leite de Oliveira BelIo.<br />

« São dignos de menção pelo zelo, humani<strong>da</strong>de e dedicação com que<br />

pensaram os feri<strong>do</strong>s os Srs. cirurgiõe Drs. Polycarpo Cesario de Barros,<br />

Antonio de Souza Dantas, Firmino José DÓria, José Rufino de Noronha,<br />

ManoeL Adriano <strong>da</strong> Sílva Pontes, Raymun<strong>do</strong> Caetano <strong>da</strong> Silva, Arthur<br />

Ce7.ar Rios, José Moniz Oordeiro Gitahy, Pedro Gomes de Argollo Ferrão,<br />

Jaime Alves Guimar;les, João ~everiano <strong>da</strong> Fonseca, Numa Guérin ;<br />

capellães Frei Fidelis d'Avola e padre João Cyrillo de Mello, e os<br />

pharmaceuticos Manoel Pedro de Alcantra e João José DÓria.<br />

« Temos a lamentar a per<strong>da</strong> <strong>do</strong> bravo veterano <strong>da</strong> independencia<br />

tenente-coronel Jose <strong>da</strong> Rocha GaIvão, e de differ~ntes officiaeg e praças<br />

mortas; tivemos feri<strong>do</strong> o Sr. brigadeiro Antonio de Sampaio, comman­<br />


74<br />

com a per<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo, que só no campo deixou Jl1a~s de 5,0;)0 mortos,<br />

e grande numeN de feri<strong>do</strong>s e prisioneiros.<br />

« Tenho a honra de recommen<strong>da</strong>r a V. Ex. os officiaes, que compõem<br />

o meu esta<strong>do</strong>-maior, major José Joaquim Coelho, tenente D. Aristides<br />

Balthazar <strong>da</strong> SilVeIra, alfere Luiz Alfonso <strong>do</strong>s Reis e Ro<strong>do</strong>lfo Augusto<br />

de Souza Cal<strong>da</strong>s, por se haverem presta<strong>do</strong> com to<strong>do</strong> sangue frio e valor,<br />

acompanhan<strong>do</strong>-me sempre, e na tl'ansmissüo <strong>da</strong>s ordens; o que tambem<br />

fizeram no combate de 2 deste mesmo mez o<br />

« O alferes <strong>do</strong> 9° de voluntarios, Pedro Parrot, que no dia 24, pelas<br />

circumstancias, acompanhou-me, po<strong>do</strong>u-se bem.<br />

« Felicito a V. Ex. por tão glorioso triumpho.<br />

« Deus guarde a V, l':x.-11lm. e EXll10 Sr. marechal de campo<br />

Barão <strong>do</strong> Renal, digno commanelante em chefe <strong>do</strong> exer cito im periaI.<br />

« JacinLho Pint.o de Araujo Corrêa<br />

<strong>II</strong> Briglluciro, chefe <strong>do</strong> estll,lo-mnior. »<br />

.6<br />

t Plwte otficial <strong>do</strong> depu/a<strong>do</strong> <strong>do</strong> q:ucwlel meslr\! general junto ao 1°<br />

corpo de exercito l ra3ileiro :<br />

« Quartel general. Acampamento elo deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel mestré<br />

general, em Tuyuty, 29 de Maio de 1866.<br />

« 111m. e Exm. Sr.- Para que V. Ex. tenha perfeito conhecimento<br />

ela conducta <strong>do</strong>s officiaes emprega<strong>do</strong>s na repartição a meu cargo no combate<br />

<strong>do</strong>e 24 <strong>do</strong> corrente, tenho tl honra de informar a V. Ex. que, ao<br />

romp~r 9 fogo <strong>do</strong> inimigo, mandei ordem aos encarrega<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s reservas<br />

ele munições de artilharia, cavallaria e infantaria, o capitão Joaquim<br />

Antonio Ferreira <strong>da</strong> Cunha, que seguis. e com a respectiva secção de<br />

carretas para a linha <strong>do</strong> fogo, bem como o alferes João Chrisostomo<br />

Gomes <strong>da</strong> Silveira com as de infantaria, o que cumpriram satisfactoriamente<br />

sem que faltasse soccorro de munição às linhas que combatiam:<br />

igual procedimento teve o alferes Antonio José Pereira Junior com as<br />

munições de cavallaria, sobre o flanco esquer<strong>do</strong>, onde combateu com<br />

uma Unha de atira<strong>do</strong>res outra <strong>do</strong> inimigo, que jã. se achava a 60<br />

passos de di tancia ; Sl1n<strong>do</strong> morto nesta occasião um paraguayo, pelo<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>da</strong> 4- lcompanhia <strong>do</strong> batalhão 13 de infantaria, Guilherme <strong>da</strong>


75<br />

Conceição, quan<strong>do</strong> aquelle se aproximava ii primeira carreta para<br />

incendiaI-a.<br />

« O major João Baptista iederauer, e os alieres Joaquim Melchiades<br />

Ferreira Lobo e João Antunes Barbosa Brandão. cumpriram as ordens que<br />

lhes dei concernentes ao serviço; o tenente assistente desta repartição<br />

Joaquim José d'Aaraujo Oliveira Lobo muito me coadjuvou no serviço<br />

durante o combate, especialmente quan<strong>do</strong> o inimigo penetrava sobre a<br />

nossa esquer<strong>da</strong>; observan<strong>do</strong> eu em to<strong>do</strong>s, coragem e sangue frio. Quanto<br />

ao capitão Antonio A<strong>do</strong>lpho Charão, e tenente Henrique de Azere<strong>do</strong><br />

Pires, ao romper o fog .•, os puz â disposição de V. Ex. para me<br />

transmittir as ordens, e só V. Ex. póde ajuizar sobre o procedimento<br />

destes <strong>do</strong>us officiaes, que, segun<strong>do</strong> fui informa<strong>do</strong> por diversos chefes,<br />

se portaram com coragem.<br />

« O capitão Candi<strong>do</strong> Cordeiro de Souza, <strong>do</strong> esquadrão <strong>do</strong> tran.sporte,<br />

muito trabalhou e foi incansavel em conseguir- retirar to<strong>do</strong> o carretame<br />

<strong>do</strong> flanco sobre o qual o inimigo carregou ouza<strong>da</strong>mente; concorren<strong>do</strong><br />

para o bom desempenho de te serviço a boa vontade e interesse<br />

<strong>do</strong>s officiaes subalternos <strong>do</strong> mesmo esquadrão, distinguin<strong>do</strong>-se entre<br />

elles o tenente João <strong>da</strong> Silva Netto. O major Manoel Corr~a de Araujo<br />

e Silva, que se achava junto a esta repartição acampa<strong>do</strong>, eu o vi sahir<br />

corren<strong>do</strong> com uma clavina em punho, e apresentar-se na frente, quan<strong>do</strong><br />

o inimigo carregava, sen<strong>do</strong> por isso recommen<strong>da</strong>velo seu p.rocedimento.<br />

« Deus guarde a V. Ex. - 111m. e Exm. Sr. general barão <strong>do</strong> Herval,<br />

comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito imperial.<br />

« José Ferreira <strong>da</strong> !!!iilva JUDior.<br />

« 1 enon lo curonrI. "<br />

t Cornmun;c;açcio <strong>do</strong> gOL'6?'IW(lo7' Flôres ao gene)'a~ Ozol:io :<br />

« Quartel general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong> de<br />

vanguar<strong>da</strong>, na Laguna Tranquera, 25 ele Maio ele 1866.<br />

« Illm. Exm. Sr.- Ao commnnicar a V. Ex. o resultafl0 obti<strong>do</strong><br />

obre o inimigo no centro sob minha orclens, na batalha de hontem, cumpro<br />

com satisfaç-.o um dever de justiça fazen<strong>do</strong> em minha parte uma menção<br />

especial de to<strong>do</strong>s 0'- chefes, offiuiae' e tropas brazileira:', que comba-


76<br />

teram ás minhas ordens pelo honroso comportamento que tiveram<br />

na peleja.<br />

« Igual recommen<strong>da</strong>ção permitta-me V. Ex. que fa.a <strong>da</strong>s tropa que<br />

compõem a 6' divi.'fiO, <strong>do</strong> general Victorino Monteiro, que faz Loje<br />

parte <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong> <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, a l- divi ão, <strong>do</strong> general Argolo,<br />

e a 3" divisão, <strong>do</strong> general Sampaio, que entraram pela esquer<strong>da</strong>, e rechaçaram<br />

o inimigo que havia flanquea<strong>do</strong> p::n' esse la<strong>do</strong> o nos o centro.<br />

« O 3" batalhão, <strong>da</strong> diúsão ~ampaio, que combateu na vanguar<strong>da</strong>,<br />

e o lo regimen to de artilharia, ás ordens <strong>do</strong> com man<strong>da</strong>nte Mallet, contribuiram<br />

com certeiros fogos para. que o inimigo fosse rechaçade com<br />

immensa per<strong>da</strong> de gente.<br />

« Deus Guarde a V. Ex.<br />

« Hlm. Exm Sr. marechal de campo barlo <strong>do</strong> Herval, comman<strong>da</strong>nte<br />

em chefe <strong>do</strong> exercito brazileiro.<br />

«' Venancio Flõ:r-es.<br />

« GElllenl em chef03 <strong>do</strong> exercito àlli,1<strong>do</strong> de va'ngu'1I'Ja <strong>II</strong><br />

:iS<br />

t A) Al.TILHA"I.\ BllAZILERA (G'NE:t-L A'\I1]'E.\.l.<br />

i) Parte o/ficilll d'J Comn,an<strong>da</strong>nte Ger'al <strong>da</strong> A?"Whw"i'J,:<br />

« Quartel general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> geral de artilharia, em Tuyuty, 27<br />

de Maio de 1866.<br />

« 111m. e Exm. Sr.·e.... Passan<strong>do</strong> às mãos de V. Ex. as inclusas !'artes<br />

<strong>do</strong>s com man<strong>da</strong>nte de briga<strong>da</strong> e corpos, que ct1m~ õem esLe com man<strong>do</strong> geral,<br />

relativas á batalha de 24 <strong>do</strong> conente mez, tenho a satisfação ele congratular-me<br />

com V. Ex. pelo brilhante resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> pelo exercito<br />

<strong>do</strong> digno com man<strong>do</strong> de V. Ex" que naquelle dia, cobrin<strong>do</strong>-se de gloria,<br />

e creveu uma pagina brilhante na Li~toria militar <strong>do</strong> Brazil. ..\ pre. tesa<br />

com que eSCl'evo e ta não' me permitte relatar detalha<strong>da</strong>mente os pormenores<br />

d'aquella gloriosa jorna<strong>da</strong>; to<strong>da</strong>via vou PÔl' em relevo o;.: factos<br />

principaes occori<strong>do</strong>s com os corpos de te comman<strong>do</strong>.<br />

« O lo Regimento de Artilharia a Cavallo, que se acha na vanguar<strong>da</strong><br />

coberto por um ligeil'o entrincheiramento, foi o primeiro a supportar o<br />

impulso <strong>da</strong>s massas paraguayas, que a to<strong>do</strong> cu to preteadiam assaltaI-o,


77<br />

mas não poderam abrir caminho entre a chuva. de metralhas e grana<strong>da</strong>s<br />

que lhes enviavam os canhões d'aquelle regimento; seu comman<strong>da</strong>nte,<br />

o tenente-coronel Emílio Luiz Mal!et, mais uma yez confirmou<br />

o nome de valente porque é jã. con heci<strong>do</strong> no exercito: seus serviço.',<br />

co agem, e sangue frio inalteravel, o tornam digno <strong>da</strong> attenção dI)<br />

<strong>governo</strong> imperial, e eu cumpro um dever sagra<strong>do</strong> recommenclanJü muito<br />

particularmente a V. Ex. o seu nome.<br />

« Pela parte que deu o me~mo tenente-coronel verá V. Ex. que to<strong>do</strong>s<br />

os seus officiaes e praças tivel'am um comportamento honroso para o paiz<br />

e brilhante para elles : assim tambem os officiaes e mais praças <strong>do</strong> Batalhão<br />

de Engenheiros, que alli se achava, e muito bons e varia<strong>do</strong>s serviços<br />

prestou, sen<strong>do</strong> digno de especial menção o major <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior de<br />

artilharia Conra<strong>do</strong> \1 aria <strong>da</strong> Silva Bittencourt, que, com valor e intelligencia,<br />

mostrou-se digno <strong>da</strong> confiança com que o honrou V. Ex <strong>da</strong>n<strong>do</strong>lhe<br />

o comman<strong>do</strong> interino d'aquelle batalh10.<br />

(( O lo sargento d'aquelle regimento Guilherme Steuben praticou um<br />

acto de ver<strong>da</strong>deiro valor e abnegação, lançan<strong>do</strong> fóra <strong>do</strong> parapeito, onde<br />

detonou, uma gran <strong>da</strong> inimiga, que cahio aceza entre a boca de<br />

fogo ele que é chefe, e um \ outra <strong>da</strong> P bateria <strong>do</strong> mesmo regimento;<br />

este sargento torna-se por i o digno <strong>da</strong> attenção de V. Ex.<br />

« O coronel comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 17" Briga<strong>da</strong>, Hilario 1aximiano Antunes<br />

de Gurjão, muito me coadjuvou dueante a batalha; encarrega<strong>do</strong> por mim<br />

de fazer conduzir e operar aI" bateria <strong>do</strong> 3° Batalh'io de Artilharia,<br />

que mandl"i encorporar á 2° bateria <strong>do</strong> me'mo Batalhão que antes havia<br />

mal'cha<strong>do</strong> para a flanco direito <strong>do</strong> 1'> Regimento de Artilharia a Cavallo J<br />

desempenhou com deno<strong>do</strong> e sangue frio esta ardua mis ã0, fazen<strong>do</strong> metralhar<br />

o iniJUlgo que em grandes ma sa'> carregava n'aqL:elle flanco, o qual<br />

já se achava apoia<strong>do</strong> pela beiosa 6' DivisfLO ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> intrepi<strong>do</strong> general<br />

Victorino Monteiro. D'ahi, em virtude de requi iÇão <strong>do</strong> Exm. Sr. general<br />

n. '\ enancio Flôre, fez o 111 'smo coronel mar 'ha" a 2' bateria <strong>do</strong> já<br />

menciona<strong>do</strong> 3° Batalhão à apoiar a for.'as que heroicamente resistiam<br />

ao canhoneio e fuzilaria inimiga no flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> me mo Regimento<br />

de Artilharia.<br />

« Esta bateria operou ahi primeiramente debaixo <strong>da</strong>s immediatas<br />

ordeno <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> general D. Venancio Flôres e depJis sob a orden <strong>do</strong><br />

Exm. Sr. general com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> I" Divi ão,<br />

« O lo Batalhão de Artilharia e a 3' bateria <strong>do</strong> 3° Batalhão opel'aram<br />

debaixo de minhas ordens no Banco esquel'<strong>do</strong> lo ex.el'cito, onde o inimigo<br />

carregou com fUI'or, nutl'in<strong>do</strong> cel'tamcmte a esperança de por ahi no<br />

cOl'Eal' a retM,Jar<strong>da</strong>, e peranç'a que logo teve de reconhecer malogra<strong>da</strong><br />

á vista <strong>da</strong> resistencia heroica que lhes apre entaram nos 'a cavallaria e infan-


78<br />

taria, efficazmente auxilia<strong>da</strong>s pelos jtl menciona<strong>do</strong>s canhões <strong>do</strong> 1" e 3'<br />

BatalhHo. Os dignos comman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> 17' Briga<strong>da</strong>, coronel Hilario<br />

Maximiano Antunes de Gurjão, <strong>do</strong> 1" Batalhão de Artilharia, major José<br />

'Jhomaz de Almei<strong>da</strong> J'ereira Valente, e tio 3° <strong>da</strong> mesma arma, major<br />

Hermes Ernesto <strong>da</strong> Fonseca, que maio uma vez justificou suas glo<strong>da</strong>s<br />

antecedente, pre taram, n'este dia de immorre<strong>do</strong>ura gloria pl:l.ra o p'liz,<br />

relevantes serviço, tornan<strong>do</strong>- e assim, com as briosas officiali<strong>da</strong>des de seus<br />

corpos, dignos <strong>do</strong>s maiores elogios.<br />

« A 19° Briga<strong>da</strong>, comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo distincto coronel <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior<br />

de artilharia Francisco Gomes de Freitas, prestou muitos serviços no<br />

mesmo flanco de que acabo de fallar, e por isso, chaman<strong>do</strong> a attenção de<br />

V. Ex. para a parte <strong>da</strong><strong>da</strong> por aquelle coronel, o menciono com prazer<br />

como um <strong>do</strong>s tantos Brazileiro que na jorna<strong>da</strong> de 24 souberam sustentar<br />

o jà conheci<strong>do</strong> brilho de nos as armas<br />

« Os officiaes que compõem o meu esta<strong>do</strong>-maior muito me auxiliaram<br />

durante a batalha, transmittin<strong>do</strong> com intelligencia e activi<strong>da</strong>de to<strong>do</strong>s as<br />

minhas orden , encaran<strong>do</strong> o perigo com sangue frio, pelo que se tornam<br />

dignos <strong>do</strong>s maiores elogios.<br />

« Peço liceJlÇ.a a V. Ex. para, citan<strong>do</strong> seus nomes, f1zer uma resenha<br />

<strong>do</strong>s serviços que prestaram ne se dia,: o major <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior de I'<br />

cla. se Carlos Resin, que exerce as funcções de assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> quartel-mestre general junto á. e te comman<strong>do</strong>, foi solicito no fornecimento<br />

<strong>da</strong>s muniç -es, vin<strong>do</strong> pessoalmente á linha de fogo verificar as<br />

faltas que ahi se deram para poder sanaI-as; n'este serviço muito o<br />

coadjuvou o alferes escripturario d'aquella repartição Leocadio .To é<br />

Rodrigue', que em 'to<strong>da</strong>s as occasiões sempre o acompanhou, portan<strong>do</strong>-se<br />

ambo com sangue frio e coragem.<br />

« O capitão <strong>do</strong> 3" de Artilharia Adriano Xl:l.vier de Oliveira Pimentel,<br />

as istente <strong>do</strong> depnta<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general junto a e:>te com man<strong>do</strong>, foi<br />

por mim encarrega<strong>do</strong> de guiar e fazer operar a bateria <strong>do</strong> 3" Batalhão,<br />

que, logo que se mobili ou o referi<strong>do</strong> Batalhão, marchou para apriar a<br />

6" Divi ão no flanco direito <strong>do</strong> l° Regimento de Artilharia a Cavallo.<br />

Por ordem <strong>do</strong> coronel comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 17 Br'ga<strong>da</strong>, que ahi se apresentou<br />

depoi com outra bateria, <strong>do</strong> mesmo Batalhão, foi o dito capitão<br />

as istente guiar a me ma bateria que teve de canhonear o inimigo no<br />

fianco e 'quer<strong>do</strong> <strong>do</strong> I" regimento, operan<strong>do</strong> debaixo <strong>da</strong>s orden <strong>do</strong> Exm.<br />

Sr. general D. Venancio Flôre. Foram to<strong>do</strong>s estas commiss"'e de empenha<strong>da</strong>s<br />

pe~o referi<strong>do</strong> capitão com intelligencia e muita activi<strong>da</strong>de,<br />

portan<strong>do</strong>- e na acção com valor e enthu iasmo. O alfere Leopol<strong>do</strong> \fendes<br />

Ourique aju<strong>da</strong>nte de campo d'e [e comman<strong>do</strong>, trem mittio sempre as<br />

min4a. ordl;lQ com jntelli~encia e a.ctivitlacle, sen<strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong> por


7\1<br />

S. Ex. de levar uma communicação ao Exm. 81'. general D. Venancio<br />

FLOres, que comman<strong>da</strong>va as forças que repelliam o inimigo no centro<br />

<strong>do</strong> exe1'cito. Em to<strong>do</strong> o tempo que durou a acção portou-se com ver<strong>da</strong>deiro<br />

sangue frio e coragem.<br />

« O alferes Francisc.) de Carvalho e Stlva, meu aju<strong>da</strong>nte de ordens,<br />

cumprio o seu dever com coragem e muita activi<strong>da</strong>de.<br />

« O 2° tenente de artilharia a cavallo Alvaro Soares de Anclréa,<br />

escripturario <strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, acompanhou me em to<strong>do</strong><br />

os pontos onde me achei, transmittin<strong>do</strong> com intelligencia e valor to<strong>da</strong>s<br />

as minhas ordens.<br />

« O tenente de infantaria Franklin <strong>do</strong> Rego Cavalcanti de Albuquerque<br />

Barros, que serve as minhas ordens, mesmo depoi de se achar a ré<br />

por haver cansa<strong>do</strong> o seu cavallo, acompanhou-me na linha de fogo,<br />

mostran<strong>do</strong> sempre enthusiasmo e valaI'.<br />

« NãD posso deixar de mencionar o nome <strong>do</strong> tenente <strong>do</strong> estai lo maiol'<br />

de 1· classe Manoel Ignacio Carneiro <strong>da</strong> Fontoura, membro <strong>da</strong> commissão<br />

de engenheiros, o qual, movi<strong>do</strong> unicamente pelo zelo <strong>do</strong> servi.o,<br />

muito auxiliou a 2 a bateria <strong>do</strong> 3" batalhão de artilharia nas dua posições<br />

que occupou na linha de fogo, fazen<strong>do</strong> tran. portar munições, pelo<br />

q'ue mais uma vez se tornou digno de elogios.<br />

« Junto en \ ia a V. Ex. a parte <strong>da</strong><strong>da</strong> pela cirurgião capitão Dr. João<br />

Severiano <strong>da</strong> Fonseca, qne mais uma vez mostrou a sua activi<strong>da</strong>de e<br />

intelligencia no desempenho <strong>da</strong> sua espinhoza mis ão de medico.<br />

« Concluin<strong>do</strong>, tenho a grande satisfação de afiançar a V. Ex. que to<strong>do</strong>s<br />

os officiaes e praças <strong>do</strong>s corpos que compõem o comman<strong>do</strong> geral de artilha1'ia<br />

portaram-se de mo<strong>do</strong> a não desmentir os honrosos precedente <strong>do</strong><br />

exercito que V. Ex. tem sabi<strong>do</strong> conduzir sempre a victoria.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Jllm. Exm. Sr. barão <strong>do</strong> Rerval, comman<strong>da</strong>nte<br />

em chefe <strong>do</strong> exercito.<br />

« JOéé <strong>da</strong> Victoria ~oftres de Andréa,<br />

({ Brtgadeiro. Oufi1man<strong>da</strong>nte Geral de Artilharia, "<br />

2) Parte official <strong>do</strong> commanclante <strong>da</strong> 17- Briga<strong>da</strong>:<br />

« rum. Exm. Sr.-Haven<strong>do</strong> no dia 24 <strong>do</strong> corrente, depoi <strong>da</strong>s <strong>II</strong><br />

h,ras <strong>da</strong> manhã, si<strong>do</strong> ataca<strong>do</strong> o exercito allia<strong>do</strong> pelo eXercito inimigo,<br />

recebi ordem de V. Ex. para man<strong>da</strong>r apromptar os batalhões <strong>da</strong> briga<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> meu cómman<strong>do</strong> para tomar po iÇãO na linha de batalha logo


80<br />

que isso fos e determina<strong>do</strong> por ~. Ex. o Sr. general em chefe. Os<br />

batalhões aprontaram-se com a maior prestesa possivel, seguin<strong>do</strong> a 3 a<br />

bateria <strong>do</strong> 3 0 batalhão de artilharia a pé para a esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito afim de<br />

aux.iliar as forças que ahi se achavam, e a 2' para a direita, de tacan<strong>do</strong><br />

uma boca de fogo para auxiliar o exercito oriental; logo depois segui com<br />

a la bateria desse batalhão para o lugar em que se achava a 2·, e<br />

apresentei-me ao Ex,Tl1. Sr. comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 6' DivisãO, debaixo de<br />

cujas ordens fiquei até o fim <strong>da</strong> batalha por ter V. Ex. marcha<strong>do</strong> com<br />

o lo Batalhão para a esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> e~ercito.<br />

« Os Batalhões <strong>da</strong> br'ga<strong>da</strong> <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong> prestaram relevantes<br />

serviços, já. repellin<strong>do</strong> o inimigo quan<strong>do</strong> este carregava em grande massa<br />

de cavallaria sobre a direita <strong>do</strong> exer.;ito, já. impedin<strong>do</strong> com um bem<br />

dirigi<strong>do</strong> fogo de metralha que os nLlmerOSOs batalhões de infantaria que<br />

nos atacavam pela esquer<strong>da</strong>, envolvessem a nossa infantaria.<br />

« O 3' Batalhão de Artilharia, leva<strong>do</strong> a combate pelo bravo e assás<br />

conheci<strong>do</strong> major Hermes Ernesto <strong>da</strong> Fonseca, por estar enfermo o respectivo<br />

comman<strong>da</strong>nte. auxilia<strong>do</strong> por sua intelligente officiali<strong>da</strong>de, rivalisou<br />

com seus irmãos de armas, aju<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-os a ganhar uma tão explendi<strong>da</strong><br />

victoria como a <strong>do</strong> dia 24 <strong>do</strong> corrente.<br />

« Não menos dignos de elogios são o comman<strong>da</strong>nte, offic,iaes e mais<br />

praças <strong>do</strong> lo Batalhão de Artilharia, pelo comportamento que tiveram,<br />

l)ois, não obstante ser a sua artilharia muito pesa<strong>da</strong> e ser-lhes muito<br />

difficil moveI-a, apr,'sentaram-se na linha de batalha na occasião em<br />

que seus serviços eram maiS necessarios, e lembraram, pela calma e<br />

sangue frio, que <strong>do</strong> seu seio sahio a brilhante e brava guarnição de<br />

artilharia que esteve na ilha em frente á Itaplrú desde o dia 5 até o dia<br />

16 de Abril.<br />

« Das partes que junto envio a V. Ex. e que me foram <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelos<br />

comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s menciona<strong>do</strong>s batalhões, verá, V. Ex. mais detalha<strong>da</strong>mente<br />

qual o comportamento <strong>do</strong>s illversos officiaes e praças, e quaes as<br />

occurrencias que se deram durante aquella gloriosa batalha.<br />

« O capitão Sebastião Chysogno de Mello Tamborim, a sistente <strong>do</strong><br />

deputa<strong>do</strong> C:o aju<strong>da</strong>nte general, o lo tenente José Thomaz Theo<strong>do</strong>~io<br />

Gonçalves, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel mestre general, ambos junto<br />

a este comman<strong>do</strong>, e o 2 0 tenente Raymun<strong>do</strong> Ribeiro <strong>do</strong> Amaral, meu<br />

aju<strong>da</strong>nte de ordens, são dignos de elogios pela calma e intelligencia<br />

com que cumpriram minhas ordens durante a acção.<br />

« O capitão Ad<strong>da</strong>no Xavier d'Olíveira Pimentel, a sistente <strong>do</strong> depL.­<br />

ta<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general junto ao comman<strong>do</strong> geral de artilharia, ten<strong>do</strong><br />

acompanha<strong>do</strong> a 2 a bateria <strong>do</strong> 3 0 batalhão á posi~ão que lhe fôra designa<br />

la. e ignoran<strong>do</strong> o lugar em qne se achava V. Ex. apresentou-se-me


81<br />

e servia debaixo de minhas ordens até terminar-se a luta, ienr10 -ti<strong>do</strong><br />

um comportamento igual ao <strong>do</strong> officiaes acima nomea,<strong>do</strong> ,<br />

« Folgo de poder affiançar a V, Ex.. que não houve uma só l)I'aça<br />

<strong>da</strong> briga<strong>da</strong> de meu· com man<strong>do</strong> que deixas e de bem cumprfl' com seus<br />

deveres.<br />

~ Deus guarde a V. Ex..- lllm. Exm. Sr. brigadeil'o Jo é <strong>da</strong> Victoria<br />

Soares de Andréa, c'>mman<strong>da</strong>nte geral <strong>da</strong> aI'tilharià.<br />

« I-lilario MaxiIniano A~l.tune8 Gl.ujão,<br />

« COl'nnrl con,man<strong>da</strong>nte ria 17 briga<strong>da</strong>. <strong>II</strong><br />

As partes officiaes <strong>do</strong>s commanclantes <strong>do</strong>s corpos que formavam a<br />

17" briga<strong>da</strong> dizem, em resumo, o seguinte:<br />

I.· REGIMENTO DE ARTILH RIA A CAVALLo.-Comman<strong>da</strong>nte, teílentecoronel<br />

Emilio Luiz Alallet (hoje general).- O comman<strong>da</strong>nte foi feri<strong>do</strong><br />

mas não deixou o combate.- A parte omcial diz:<br />

« Este regimento, com 24 bocas de fogo, ca11oca<strong>do</strong> na vanguar<strong>da</strong>,<br />

sobre o centro <strong>do</strong> ex.ercito, sustentou com energia o combate, e repellio<br />

to<strong>da</strong>s as colllmnas <strong>do</strong> inimigo que atacavam o centro, e que depois procuraram<br />

torneal-o pelos flancos.<br />

« Em lloucas horas foi varri<strong>da</strong> a frente <strong>do</strong> exercito e o gra nde<br />

numero de homens e cavallos mortos attesta a efficacia de seus fogos ... »<br />

Depoi'J de elogiar varias officiaes, diz o comman<strong>da</strong>nte Mallet :<br />

« E' <strong>do</strong> meu dever fazer menção muito honrosa <strong>do</strong> distincto Batalhão<br />

de Engenhí:liros, de seu digno comrnan<strong>da</strong>nte, o major Conra<strong>do</strong> Bittencourt,<br />

.e de seus briosos officiaes. Este batalhão, posta<strong>do</strong> primeiro á direita <strong>do</strong><br />

regimento, passou depuis para a esquer<strong>da</strong> e em ambas as posições trabalhou<br />

com energia e deno<strong>do</strong>. »<br />

Era fiscal <strong>do</strong> regimento o major Severiano <strong>da</strong> Fonseca, e comman<strong>da</strong>vam<br />

as baterias os capitães Magalhães (A. C. de), Cunha Mattos, Medeiros<br />

Mallet (J. N. de), Car<strong>do</strong>so de Me110, e Fialho (Anfrisio). Estes<br />

officiaes e alguns outros, assim como varias cadetes, inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

mereceram menção especial na parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte. O sargento<br />

Guilherme Stenbel1 foi um <strong>do</strong>s elogia<strong>do</strong>s, por ter « agarra<strong>do</strong> uma<br />

grana<strong>da</strong> acesa, que cahio perto <strong>da</strong> pe,a ele que era chefe, lançan<strong>do</strong>-a fóra<br />

<strong>do</strong> parapeito, onde immediatamente arreb,mtou. »<br />

O regimento teve 17 homens mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

1o BATALHÃO DE ABTILARIA. A PÊ.- Conllnan<strong>da</strong>nte, major Pe1"eira<br />

Valente.- Diz que teve ordem para fazer seguir para o flanco esquerod<br />

A, 11


82<br />

<strong>do</strong> acampamento geral <strong>do</strong> exercito, tambem ataca<strong>do</strong> pelo inimigo, 2 bocas<br />

de fogo. Para alli man<strong>do</strong>u o capitão Teixeú'a (F. J.) com a segun<strong>da</strong> divisão<br />

<strong>da</strong> 3" bateria.<br />

Posteriormente recebeu ordem para marchar com to<strong>do</strong> o batalhão<br />

afim de occupar tambem posição no mesmo flanco. Ahi chegan<strong>do</strong>. debaixo<br />

<strong>do</strong> fogo <strong>da</strong> infantaria inimiga, que procurava fazer retirar a nossa infantaria<br />

que a tava na frente, coUocou a 2' bateria 'capitã Jfariano <strong>da</strong> Silva)<br />

em posição de defender a r8taguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> exe~cito, que era ameaça<strong>da</strong>, e a<br />

I' bateria (capitão F. A. de Moura) foi reunir-se á segun<strong>da</strong> divisão <strong>da</strong><br />

3 bateria (TeIxeira), e uma secção de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s outra$ entrou em<br />

linha « metten<strong>do</strong> em frente a garganta forma<strong>da</strong> pelos mattos, que correspondiam<br />

à frente. »<br />

O capitão Pereira <strong>da</strong> Cunha (Balbino) tomou o comman<strong>do</strong> desta bateria,<br />

assim forma<strong>da</strong> porque entre eUas, aI" bateria e a segun<strong>da</strong> divisão <strong>da</strong><br />

3" achava-se uma bateria <strong>do</strong> 3' Batalhão de Artilharia a Pé.<br />

O fogo <strong>do</strong> capitão Pereira <strong>da</strong> Cunha deu em resulta<strong>do</strong> a retira<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> inimigo, e protegeu efficazmente a infantaria, que, em segui<strong>da</strong>, avançou<br />

e desalojou os <strong>contra</strong>rias <strong>da</strong>s mattas onde se haviam refugia<strong>do</strong>.<br />

3 0 BATeLHÃO DE ARTILHARIA A PÉ.- Comman<strong>da</strong>nte, o major Hermes<br />

<strong>da</strong> Fonseca (hoje general).- Quau<strong>do</strong> ás Il horas soou o signal de<br />

alarma, os animaes de tiro <strong>do</strong> batalhão estavam no pasto. Não obstante,<br />

antes <strong>do</strong> meio dia poude o batalhão mover-se. .<br />

O comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3" Briga<strong>da</strong> (Sezefre<strong>do</strong>, 2' Divisão, <strong>do</strong> general<br />

Menna Barreto) requisitou uma bateria para o flanco esquer<strong>do</strong>, e o<br />

coronel Gurjão, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 17" Briga<strong>da</strong>, ordenou ao comman<strong>da</strong>nte<br />

Hermes que fizesse seguir a 3' bateria, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> capitão Bernar<strong>do</strong>!<br />

Vasques. Ten<strong>do</strong> eUa parti<strong>do</strong>, Gurjão ordenou que Hermes a seguisse<br />

Foi eUe coUocar-se no flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> lo Batalhão de Artilharia.<br />

Ao mesmo tempo tornou-se necessario destacar para reforçar o lo Regimento<br />

de Artilharia, no centro, outra bateria. Seguio para ahi n 2',<br />

comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo capitüo Pereira (J. J.). Collocaram-se á direita <strong>do</strong><br />

1" Regimento, fican<strong>do</strong> a :.ta á esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> I',<br />

A 2' bateria destacou I boca de fogo ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> lo tenente<br />

Clarin<strong>do</strong> de Queiroz, que incorporou- se primeiro il bateria orIental, e<br />

seguio depois para a frente em persegui~ão <strong>do</strong> inimigo, que se reLÍrava;<br />

e quan<strong>do</strong> os seus serviços não foram mais necessarios por ahi, tomnu<br />

posição em frente ao 30 0 Batalhão de Voluntarios <strong>da</strong> Patria, para responder<br />

a 8 ou 10 bocas de fogo <strong>do</strong> inimigo, que se cruzavam, posta<strong>da</strong>s em<br />

differentes pontos.<br />

O capItão Oliveira Pimentel (2" bateria), com as outras peças, a<br />

principiQ ás ordens <strong>do</strong> general Victorino MonteÍl'o (6" Divisão, centro <strong>da</strong>


3<br />

linha), e depois com as 4, á ordens immediatas <strong>do</strong> general Flôres, prestou<br />

relevantes serviços, assim como a l.~ bateria, <strong>do</strong> capitão Pereira.<br />

Emquanto no centro a menor força <strong>do</strong> batalhão prestava o seu<br />

concurso, na esquer<strong>da</strong> a bateria Vasques, com sua metralha, suspendia<br />

o passo a grossas columnas que por quatro vezes investiram sobre a<br />

a nossa infantaria. « A esteira de perto 1.300 ca<strong>da</strong>veres paraguayos<br />

que foram en<strong>contra</strong>d s na area '<strong>da</strong> acção <strong>da</strong> bateria nãO foi s6mente<br />

estendi<strong>da</strong> pelo fuzil e pela lança: grande parte cedeu ao canhão. »<br />

3) Pa?"te officíal <strong>do</strong> eomman<strong>da</strong>nte<strong>da</strong> 19" Briga<strong>da</strong>:<br />

« 111m. Exm. Sr.-Communíco á V. Ex., para que cheguem ao conhecimenio<br />

de S. Ex. o Sr. general em chefe, as occurrencias que se<br />

deram na Briga<strong>da</strong> sob meu comman<strong>do</strong>, composta <strong>do</strong> Batalhão de Engenheiros,<br />

e 7° e 42° de VaIuntarias <strong>da</strong> PJ.tria, que tiveram a fortuna de<br />

tomar parte na batalha geral de hontem.<br />

« Estan<strong>do</strong> a BL'iga<strong>da</strong> forma<strong>da</strong> em columnas contiguas por grandes<br />

divisões, em protecção <strong>da</strong> I" linha de artilharia, conforme me havia<br />

si<strong>do</strong> anteriormente designa<strong>do</strong>, recebi ordem para iL' proteger o flanco<br />

e3quer<strong>do</strong> <strong>da</strong> mesma linha por onde o inimigo mais se aproximava, e<br />

d'esse flanco me adiantei á ganhar a pequena coxilha em frente <strong>da</strong>s<br />

mattas proximas,' por detraz <strong>da</strong>s quaes se achava já empenha<strong>da</strong> uma<br />

f6rte peleja entre forças <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> paraguaya, o Batalhão de Volunrios<br />

n. 2-1, e fOL'ças de cavallana, que com grande esforço resi tiam á um<br />

fogo vivissimo, e continham o inimigo, que empenha<strong>da</strong>mente procurava<br />

penetrar pelas bocaina que ofi'ereciam as referi<strong>da</strong> mattas.<br />

« Meia hora depois apre:;enton-se n'esse flanco o Exm. Sr. brigadeiro<br />

Netto declaran<strong>do</strong> que o inimigo _reforçava suas columnas, multiplicava<br />

seu:> pontos de ataque, e que havia necessi<strong>da</strong>de urgente de repellir duas<br />

d'essas columnas que especialmente avançavam a contornar pela esquer<strong>da</strong>;<br />

pedi á S. Ex, que providenciasse sobre a garantia de 4 boccas de fogo<br />

que V. Ex. me man<strong>do</strong>u apresentar na posição em que ultimamente me<br />

achava, e que desde então haviam fica<strong>do</strong> sob a protecção <strong>da</strong> Briga<strong>da</strong><br />

conforme V. Ex. expres amente me ordenou; e, annuin<strong>do</strong> S. Ex., dividi<br />

a brigarla de meu comman<strong>do</strong> pela conveniencia <strong>do</strong> ataque, deixan<strong>do</strong> o<br />

42° Batalhão de Voluntarios aa Pairia com ordem de atacar pelo desfiladeiro'<br />

fronteiro <strong>da</strong> direita, ponto este muito ameaça<strong>do</strong>, até reunir-se a


·<br />

84<br />

mim, e avancei dirigin<strong>do</strong> o 7° Batalhão de Voluntarios pelo desfiladeiro<br />

<strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> por onde o inimigo jã. o invadia.<br />

« A' distancia de 70 braças teve este corjlo o pL'Ímeiro encontro com<br />

o inimigo que nos recebeu com sucessivos fogos de fuú aria, acontecen<strong>do</strong><br />

o mesmo pouco depois ao 42°; fiz responder a este fogo e carregar<br />

em segui<strong>da</strong>, rechaçan<strong>do</strong> o mesmo inimigo at.é fóra <strong>do</strong> desfiladeiro<br />

em deban<strong>da</strong><strong>da</strong> e ao encontro de suas grandes reservas que estavam forma<strong>da</strong>s<br />

e occultas em uma baixa<strong>da</strong> e que, apenas nos avistaram, desenvolveram<br />

em linha, rompen<strong>do</strong> logo fogo; o batalhão formou em linha de<br />

batalha, estenden<strong>do</strong> seus atira<strong>do</strong>res, e a 'sim su 'tentamas esta posiÇãO debaixo<br />

de atura<strong>do</strong> fogo.<br />

« N'este interim avançou sobre o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> batalhao, e pOL'<br />

um macegal, um regimento de cavallaria inimiga em direcção a uma<br />

<strong>da</strong>s bocainas para cortar-nos pela retaguar<strong>da</strong>, e ao mesmo tempo a infantaria<br />

inimiga procurava envolver-nos pela direita com a sua extensa<br />

linha. O batalhao formou quadra<strong>do</strong>: mandei avan~ar por uma de suas<br />

faces a collocal-o sobre o prolongamento <strong>da</strong> bocaina por onde devia<br />

despontar a cavallaria, para recebeI-a com fogo pelo seu flanco, continuan<strong>do</strong><br />

entretanto ã. entreter a infantaria inimiga com fogo de atira<strong>do</strong>res<br />

e o de uma <strong>da</strong>s faces <strong>do</strong> quadra<strong>do</strong>.<br />

« A cavallaria inimiga mn<strong>do</strong>u de direcção e atravessou pela retaguar<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> matta immediata que <strong>da</strong>va sahi<strong>da</strong> para o campo <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> que<br />

estava sob a defesa de nossa cavallaria a qual immedíatamente carregou<br />

sobre aquella, levan<strong>do</strong>-a de venci<strong>da</strong>. Aproveitei a occasião para<br />

reformar em columna, e fiz carregar novamente coútra a infantaria inimiga<br />

que foi obriga<strong>da</strong> a retirar-se até o alto <strong>da</strong> pequena coxilha opposta,<br />

onde havia refeito suas forças com as quaes nos atacou pela terceil'a vez,<br />

empregan<strong>do</strong> n'esta ultima foguetes de <strong>guerra</strong> que causaram alguns <strong>da</strong>mnos.<br />

« Esta luta alterna<strong>da</strong> duron até as 4 lp <strong>da</strong> tarde, occasião esta em<br />

que 8. Ex. o Sr. general em chefe me man<strong>do</strong>u prevenir por um des seus<br />

aj u<strong>da</strong>nte: de campo que tinha man<strong>da</strong>uo a van~al' novas forças a co<strong>da</strong>r o<br />

inimigo que eLI accelerasse os mens 1l1Ovimentos; fiz então executar a<br />

ultima carga soure o centl'O ela linha inimiga, ao me mo tempo .em que<br />

a no. sas forças


85<br />

cQmman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 7°, tenente-coronel Carolino <strong>da</strong> f.ilva Tosta, occupou<br />

sempre o seu posto apesar de ter, jà enfermo, marcha<strong>do</strong> com o batalhão,<br />

e o <strong>do</strong> 42', major .José Maria I'ereira Cal<strong>da</strong>s, que foi gravemente feri<strong>do</strong>,<br />

portou-se com bravura. O batalhão de Engenheiros combatp-u ao lad1<br />

<strong>da</strong> Artilharia a Cavallo, e peço a V. Ex. sua attenção para a parte <strong>do</strong><br />

respectivo comman<strong>da</strong>nte. .<br />

« Cumpro mais um dever reclamarlo pela jUiltiça communican<strong>do</strong> a<br />

V. Ex. que são dignos de elogios os capitães Secundino Felafianno de<br />

Me1lo Tamborim, Jorge Diniz de fantiago e o lo tenente Benjamim<br />

Franklin de Albuquerque Lima, que compunham o meu esta<strong>do</strong> maior,<br />

pelo interesse que mostraram em me coadjuvar pela melhor execução<br />

de to<strong>da</strong>s as ordens, ten<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> o cava1lo feri<strong>do</strong> por tres balas.<br />

« Deus guarde a V. Ex.- Illm. Exm. Sr. brigadeil'O José <strong>da</strong> Victoria<br />

Soares de Andrêa, com man<strong>da</strong>nte geral de artilharia.<br />

« Francisco GOIDes de Freit1l.s.<br />

« Coronel comman<strong>da</strong>nltl <strong>da</strong> 19" briga<strong>da</strong>. <strong>II</strong><br />

As partes officiaes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong>s corpos que formavam a<br />

19 a briga<strong>da</strong> dizem, em resumo, o seguinte:<br />

BATALHÃO DE ENGENHEIROs.-Comman<strong>da</strong>llte interino, major Conra<strong>do</strong><br />

Bittencourt.- Pelas 11 3r-1: <strong>da</strong> manhã, ven<strong>do</strong> que o inimigo atacava as<br />

nOS8as linhas, correu com o batalhão a defender o flanco direito d) lo<br />

Regimento de Artilharia a Cavano, coberto com a' obras de fortiflca' ão<br />

de campanha feitas no dia 20. Com quanto em sua maior parte e~tivesse<br />

o batalhão arma<strong>do</strong> com mosquetões tIe pouco alcance e 'em bayonetas,<br />

fez dirigir o fogo para o inimigo, embosca<strong>do</strong> no laranjal em frente ao<br />

flanco direito <strong>da</strong> bateria e no banba<strong>do</strong> que lhe fi"uva contigua.<br />

O batalhão su tentou o fogo ahi, até que foi reclama<strong>do</strong> pelo tenentecoronel<br />

Mallet,' comman<strong>da</strong>llle <strong>do</strong> l" Regimento. para guarnecer a trincheira<br />

e defender a ala esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> mesmo regimento. A.hi continuou o<br />

fogo até que se co1locou galhar<strong>da</strong>mente em sua frente e em posiçfi:O<br />

obliqua uma columna de infantaria brazileil'a, perseguin<strong>do</strong> o inimigo.<br />

Destacou então, o commanuante C. Bittencourt, 2 contingente <strong>do</strong> batalhão,<br />

compostos de p:aças arma<strong>da</strong>s com espingar<strong>da</strong>s e carabinas para<br />

explorar o laranjal e moitas em que o inimigo se embo..cava, sen<strong>do</strong><br />

esses contingentes cOl11man<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelos capitãe'l Tiburcio de Souza e Floriano<br />

Peixoto, que conseguiram afugentar o inimigo, e trazer 14 prisioneiros<br />

(sen<strong>do</strong> 10 ferid.o), 20 espingax<strong>da</strong>-;, 40 la.n~as e 2 clarins.


86<br />

o major Oliveira Ewbank foi feri<strong>do</strong>, O batalhão s6 teve f6ra de combate<br />

8 praças.<br />

Além <strong>do</strong> seu dever na fileira, occupou se o batalhão em recolher<br />

feri<strong>do</strong>s, levar munições, e conduzit, a bra"o a artilharia para o fia co<br />

esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito,<br />

7°. BATALÃo DE VOLUNnRIOS DA PATRIA (8, Paulo), Comman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel Coral no 11o~fa,- A parte official d'este comman<strong>da</strong>nte<br />

não dá pormenores, e limita-se a elogiar vaL'ios officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, Os<br />

movimentos d'este batalhão, porém, constam <strong>da</strong> parte, acima publica<strong>da</strong>,<br />

<strong>do</strong> coronel Gomes de Freitas, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 19" Briga<strong>da</strong>.<br />

Este batalhão teve 1 official morto, o tenente Pedroso Goulart, e<br />

5 feri<strong>do</strong>s, o capitão Diogo de Barros (filho <strong>do</strong> barão de, Piracicaba), tenente<br />

Valentin Rodrigues, Moura Leite (estu<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de de direito de<br />

S. Paulo), Sotero de Castro e F. Pentea<strong>do</strong>.<br />

42° BATAL'IÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (8. Paulo).-Comman<strong>da</strong>nt~,<br />

major Pereira CalrJ,a - Feri<strong>do</strong> mortalmente este comman<strong>da</strong>nte, foi<br />

substitui<strong>do</strong> pelo capitão Filinto Ely'io <strong>da</strong> Costa. A' 1 1/2 hora <strong>da</strong> tarde<br />

achava-se o batalhão forma<strong>do</strong> em linha de combate em frente ao logar<br />

por onde era o inimigo espera<strong>do</strong>, pela esquer<strong>da</strong>. Apenas o coronel Gomes<br />

de Freitas (com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 19' Briga<strong>da</strong>) avançou com o 7° de Voluntarios<br />

pelo desfiladeiro <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, o 42°, ten<strong>do</strong> á sua frenie o major<br />

Pereira Cal<strong>da</strong>s, avançou tambem <strong>contra</strong> o inimigo que, «já. fronteiro a<br />

este batalhão, em uma trincheira, na beira <strong>do</strong> matto e boca <strong>da</strong> entra<strong>da</strong>,<br />

fazia vivissimo fogo de fuzilaria»<br />

Avançou o batalhão em linha, recolhen<strong>do</strong> antes as 2 companhias que<br />

tinha na frente (I' e 8') em linha de atira<strong>do</strong>res ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong>s capitães<br />

Bueno Stockler e Pedro Soare, e, carregan<strong>do</strong> com to<strong>da</strong> a força o inimigo,<br />

desolojou-o <strong>da</strong>s trinceiras, levan<strong>do</strong>-o em deban<strong>da</strong><strong>da</strong> até uma varzea que<br />

se estende além <strong>da</strong> math. Ahi tinha o inimigo grande reforço, e ahi<br />

sustentou o 42° vivissimo fogo pOL' e pa:o de '2, hOL'a, auxilia<strong>do</strong> por uma<br />

ala <strong>do</strong> 12° de linha, que prestou relevantes serviços, até qUB f(li necessario<br />

que a nossa força desoccupas e a frente para que a artilharia, que ficava<br />

á. retaguat'<strong>da</strong> e fronteira à entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> matta, pudesse exerceL' suas funcções,<br />

Os nossos foram, para e se fim, attrahin<strong>do</strong> o inimigo, até que a<br />

artilharia poude intervir, causan<strong>do</strong> grandes estragos, e levan<strong>do</strong> o ínimigo<br />

a fugir em deban<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

Passou o 42", então, a proteger a artilharia por ordem <strong>do</strong> general<br />

Ozorio, até que poude reunir-se ao coronel Gomes de Freitas.<br />

_Foi quan<strong>do</strong> o 42° se batia na matta que o comman<strong>da</strong>nte Pereira<br />

Cal<strong>da</strong>s cahio mortalm~nte feri<strong>do</strong>, vin<strong>do</strong> a fallecer dias depoi .<br />

.


87<br />

o batalhão teve 116 homens fóra de cClmbate, entre O' quaes 8 officiaes,<br />

além <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte. O capiLlo Ricar<strong>do</strong> Pinto fOI morto. O capitão<br />

Abreu Seixas foi mortalmente feri<strong>do</strong>, fallecen<strong>do</strong> pouco depois.<br />

Ficaram tambem feri<strong>do</strong>s o tenente Hermogenes ljitta e os alferes Fernan<strong>do</strong><br />

Araujo, Moraes R0drigues, A. Oarlos <strong>da</strong> Silva, imões Pires<br />

(estu<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de de direito de S. Panlo) e Bento Bicu<strong>do</strong>. Este<br />

ultimo foi especialmente elogia<strong>do</strong>, porque« mostrou-se não só muito<br />

bravo, mas tambem temerario, sen<strong>do</strong> necessario por vezes conteI-o. »<br />

19<br />

t B) l- DIVISÃO BRAZILEIltA (GENERAL ARGOLLO)<br />

1) Parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> l- Divisão<br />

« Quartel general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 1" Divisão em Tuyuty, 27 de<br />

Maio de 1866.<br />

« IUm. Exm. ~r.- Possui<strong>do</strong> <strong>da</strong> mais viva satisfasão cumpro um<br />

,dever communican<strong>do</strong> a V. Ex que á divi iio de meu comman<strong>do</strong> (1" <strong>do</strong><br />

nosso exercito) coube a fortuna de fazer per mais de uma vez o seu<br />

dever na batalha <strong>da</strong><strong>da</strong> á. 24 <strong>do</strong> corrente.<br />

« Pouco depois <strong>da</strong>s <strong>II</strong> horas <strong>da</strong> manhit d'aquelle dia, subitamente<br />

ataca<strong>do</strong>s os exercito allia<strong>do</strong>s, de frente e flanco., pelo parag-uayo, teve<br />

de repeUir a aggressão, e para esse fim, depois de haver, em virtude<br />

<strong>da</strong>s ordens de V. Ex.., deixad,) de pl'otecção á. artilharia de <strong>do</strong>ze a 8'<br />

Briga<strong>da</strong>, com man<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo distincto coronel D. José Balthazar <strong>da</strong> SilveIra,<br />

segui com a lua, de que é chefe I) coronel Carlos Resin, em<br />

dire ção á. extrema esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> no sa linha de batalha por ser a parte<br />

d'ella a. que mais cumpria attender- e ntão, já por sua import Incia,<br />

e já. porque pHa aUi cOllvergiam con 'ideraveis fOl'ças paraguyas <strong>da</strong>s<br />

tres armas ao passo que diminutas eram a' que alli tinhámos nós. Feitas<br />

as predsas disposi ões, e coUoca<strong>da</strong>s as tropas rra devi<strong>da</strong> ordem, attenta<br />

a natureza <strong>do</strong> terreno, e em vista <strong>do</strong> inimigo á. combater, avançaram<br />

elIas, e é para mim summamente grato poder afiançar a V. Ex. que<br />

avançaram bem, e que, depois de feitos alguns movimentos exigi<strong>do</strong>s<br />

pelas occorrencias <strong>do</strong> combate, não obstante a podia<strong>da</strong> e tenaz resistencia<br />

<strong>do</strong> inimigo, ás 4 horas mais ou menos <strong>da</strong> tarde, havia si<strong>do</strong> alle


88<br />

desaloja<strong>do</strong> <strong>da</strong>s posiçQes que occupaí'a, e d'elIas, assim como <strong>do</strong> campo<br />

de batalha, nos achavamos nós de posse, graças, em primeiro lugar, á<br />

Providencia, e depois ao enthusiasmo e bravura de nossas tropa e á<br />

coragem calma e reflecti<strong>da</strong> <strong>do</strong> veterano Carlos Resin, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 10­<br />

briga<strong>da</strong>, e los distinctos chefes <strong>do</strong>s batalhões 2° de Voluntarios, major Manoel<br />

Deo<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca, já tão conheci<strong>do</strong> que b!l.sta dizer delle e <strong>do</strong><br />

seu corpo, que foram o que têm si<strong>do</strong>, pois importa isso dizer que fizeram<br />

brilhante, distincta e nobremente o seu devei'; 22 corpo de Vol1.lntarios,<br />

tenente-:'corouel Marcolino de Moura e Albuquerque, recrut~, mas recruta<br />

que recebeu com o seu batalhão o baptismo de fogo por tal fórma que<br />

sinto vivo prazer ao recor<strong>da</strong>r-me de que a mim coube a fortuna de os<br />

apresentar; nos momentos de maior perigo e11e, calmo, empunhan<strong>do</strong> a<br />

bandeira <strong>do</strong> seu batalhão (1) bem eloquentemente indicava-lhe o caminho<br />

<strong>da</strong> honra; 23 de Voluntarios, major Francisco Frederico Figueira de<br />

Me110, ja bem conheci<strong>do</strong> veterano, que portou-se distincta e dignamente<br />

com o seu batalhão, que é fortuna para mim contar entre os d'esta<br />

divisão; 40 de Voluntarios, tenente-coronel Francisco Vieira de Faria<br />

Rocha, que ten<strong>do</strong> pela segun<strong>da</strong> vez entra<strong>do</strong> em acção no dia 24,<br />

portou-se CQm o seu corpo de maneira tambem digna e distincta, ten<strong>do</strong>,<br />

para recruta, feito brilhantemente quanto podia de11e exigir-se; 13 de<br />

infantaria de linha, major Cezar Augusto <strong>da</strong> Silva, que até 1 hora <strong>da</strong><br />

tarde esteve reuni<strong>do</strong> à Divisão de que faz parte, portou-se com o seu<br />

batalhão, como era de esperar, com to<strong>da</strong> calma e valor; d'aque11a hora,<br />

porém, em diante esteve, bem como o major <strong>do</strong> 26° Joaquim Ignacio<br />

Ribeiro de Lima, realmente bravo, rechac:an<strong>do</strong> o inimigo <strong>do</strong> flanco<br />

83quer<strong>do</strong> <strong>do</strong> nosso acampamento, segun<strong>do</strong> consta-me, sob as ordens <strong>do</strong><br />

Exm. Sr. brigadeiro José Luiz Menna Barreto, e por isso na<strong>da</strong> posso<br />

informar acerca <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong> batalhão, <strong>do</strong> seu respectivo chefe,<br />

e <strong>do</strong>· referi<strong>do</strong> major durante o resto <strong>da</strong> batalha.<br />

« Os officiaes <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> maior d'esta divi'ão capitães Eduar<strong>do</strong> Emiliano<br />

<strong>da</strong> Fonseca e João Eliziario Brandão de Lima, tenente João Xavier <strong>do</strong><br />

Rego e alfere3 Aphrodizio José de Amorim e Francisco de Paula ArgolIo,<br />

€lesem penharam com muita dedicação e valor o seu dever. O lo, que é já<br />

bem conheci<strong>do</strong>, sustentou dignamente os seus foros de bravura, e o ultimo,<br />

ain<strong>da</strong> recruta, mostrou coragem e apreciai el calma, nã~ altera<strong>da</strong> nem<br />

me~mo por tres balias que quasi em segui<strong>da</strong> mataram um prisioneiro<br />

(1) E' mais um'!. prova <strong>do</strong> credito que mel'ece Thompson, quan<strong>do</strong> s6menté para insultar<br />

os Brazileiros, assegura - cUe que nunca ns'is io ii um combate':" que depois <strong>do</strong> dia 2<br />

de Maio os nossos entral1lm sem re em fORO sem levar Sll'lS bandeu·as.<br />

Cham \remos, por isso, a nttcnção <strong>do</strong> leitor p'Ir.\ to<strong>do</strong>s os trechos <strong>da</strong>s partes officif\


89 .<br />

feri<strong>do</strong> paraguayo, que conduzia eUe na garupa <strong>do</strong> cavallo, furaram-lhe<br />

a calça no joelho, e qnebraram-lhe um <strong>do</strong>s vidros <strong>do</strong> binoculo que trazia<br />

á tiracolo. O cabo d'esquadra <strong>do</strong> 2" regímento de cavalIaria ligeira<br />

Manoel Antonio Raymun<strong>do</strong>, minha ordenança, ten<strong>do</strong> o ca\TalIo cança<strong>do</strong>,<br />

atieou -. e além <strong>da</strong> linha sobre um paragua.yo, tambem de cavallaria, e com<br />

elle baten<strong>do</strong>-se á espa<strong>da</strong>, matou-o, e, apossan<strong>do</strong>-se rIo cavalIo, n'este mon·<br />

ta<strong>do</strong> voltou. J'arece-me que ol1e tem incontestavel direito a estas linhas,<br />

que, por amor á justiça, a seu respeito com vivo prazer aqui escrevo.<br />

« Os louros que rolheu a c1ivi.'JO custaram-lhe 4 o01ciaes mortos, 19<br />

feri<strong>do</strong>s, 7 contu[>o ; 22 praças de pret mo' tas, 274 feri<strong>da</strong>s, 27 contusa.<br />

e 13 esteavia<strong>da</strong>s (1), mas a pee<strong>da</strong> elo inimigo") p6rL, a vista <strong>do</strong> numero de<br />

ca<strong>da</strong>veres deixa<strong>do</strong>s sobre o campo de batalha, av liar-se pelo menos no<br />

triplo <strong>da</strong> nossa..Além disso peedeu e11e, toma<strong>da</strong>s pela divisã l, 4 bocc&.s<br />

de fogo com munições etc., 3 caixas de <strong>guerra</strong>, G cornetas e 3 clal'inS,<br />

consideravel quanti<strong>da</strong>de de aemamento de infantaria e alguma de ca'<br />

valIaria que t~m já si<strong>do</strong> entregue á repal'tiç'io competente.<br />

« Das partes <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelos comman<strong>da</strong>ntes de briga<strong>da</strong>s e corpos <strong>da</strong> divisão<br />

e bem assim <strong>da</strong>s relações à que referem-se, dignar-se-ha V. Ex. ver<br />

qual a conch~cta <strong>do</strong>s respectivos officiaes e praças, quaes os nomes <strong>do</strong>s<br />

mortos, feri<strong>do</strong>s, contu os e ext· avia<strong>do</strong>s, e bem assim q'uaes os corpos<br />

que tomaram as boccas de fogo e mai artigos belIicos de que acima trato.<br />

« Acerca <strong>do</strong>s co:pos <strong>da</strong> 8" briga<strong>da</strong> desta divi ão que estiveram durante<br />

a batalha em diversos pontos, outr.o~ que não os <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, na<strong>da</strong> po so<br />

á vista disso cl.i7.er, e assim lilllito-me a declarae a V. Ex. que sinto-o<br />

profun<strong>da</strong>mente, que me re.1ro acerca dessas tropas as partes <strong>da</strong><strong>da</strong>s por<br />

seus respectivos chefes, e que nutro a esperança de que lhes farão a<br />

mereci<strong>da</strong> jLlsii~a os comman<strong>da</strong>ntcs <strong>da</strong>s divisões sob cujas ordens estiveram.<br />

Devo entretanto communicar á V. Ex. que proximamente às 4 hora<br />

<strong>da</strong> tarde se me apre entou na melhor ordem o 8° batalhão de infantaria<br />

pertencente ii essa briga<strong>da</strong>, e ell fil-o encorporar á 10" e conservar em<br />

liJ;lha com O22", e 26° pertencentes a esta ultima, afim de empregaI-o<br />

convenientemente se in<strong>da</strong> neces ario fosse.<br />

« A 1/2 hora <strong>da</strong> tarde, haven<strong>do</strong>-me o Exm. Sr. general D. Venancio<br />

Flores declara<strong>do</strong> que <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> de to<strong>da</strong> a esquer<strong>da</strong> de nossa<br />

linha era eu o incumbi<strong>do</strong>, e ten<strong>do</strong> para i' o à minha di posição tambem<br />

a 3 a • Divisão, comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo distincto coronel Jacintho Macha<strong>do</strong> de<br />

Bittencourt, d'ella conservei junto á I". o 6°. batalhão de voluntario<br />

de que é chefe o distincto major Franci co Agnello de Souza Valente,<br />

que desde o começo <strong>da</strong> acção com elIa esteve na e quer<strong>da</strong>, e que<br />

muito distinctamente se portou.<br />

(1) Vejo pago 25 deste Appendice. A divisão Mgolo teve 315 homens f6m de c?mbatc.<br />

A. 12


-)<br />

no<br />

« Uma bateria de quatro boca') de fogo de calibre 6, comman<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelo capitão Joaquim Xavier de Oliveira Pimentel, e duas peças de<br />

montanha dirigi<strong>da</strong>s pelo 2°. tenente João Luiz Gomes forão postas á<br />

minha disposiçãO quasi ás 4 horas <strong>da</strong> tarde, e assim já não ten<strong>do</strong> conveniente<br />

emprego a <strong>da</strong>r-lhes, consel vei em' posição a bateria, e mandei<br />

as 2 peças de montanha aproximarem-se <strong>da</strong> esqtler<strong>da</strong> á vêr se pode<strong>da</strong><br />

ain<strong>da</strong> empregaI-as, mas haven<strong>do</strong> o inimigo recua<strong>do</strong>, fi-lãs reunir á<br />

bateria de 6, e devo entretanto cOlUmunicar que nos officiaes e guarnições<br />

dessa artilharia notei a mesma animaç'ão e enthusiasmo de que<br />

estavam possui<strong>da</strong>s nos as tropas e que tanto conco1'1'era:n para o bdlhante<br />

triumpho de nossas armas pelo qual felicito á V. Ex.<br />

«Deus guarde à V. Ex.-lllm. e EXlll. Sr. marechal de campo<br />

barão <strong>do</strong> Rerval, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito em opera~ões.<br />

« Alexandre G01'lles d'Argolo Ferrão (1),<br />

«Bl'igadeil·o,l.<br />

2) Parte otlicial elo comman<strong>da</strong>nle <strong>da</strong> 8'" B?'iga<strong>da</strong><br />

« 111m. Exm. S1'.- Oumpre-me levar ao conhecimento de V. Ex.<br />

a di 'posição e parte que tomaram na batalha ele 24, <strong>do</strong> corrente mez<br />

os corpos <strong>da</strong> Briga<strong>da</strong> fiob o meu cOlpman<strong>do</strong>.<br />

« Logo no principio <strong>da</strong> acção recebi orclem de V. Ex. para que fi~asse<br />

a briga<strong>da</strong> de protecção a nossa artilharia de seis e <strong>do</strong>ze, na posiÇãO em<br />

que elIa se achava, destàcan<strong>do</strong>.o 46° Oorpo de Volunta<strong>do</strong>~ <strong>da</strong> Patria para<br />

a esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> 3° Batalhão de Artilharia a pé, e fican<strong>do</strong> os OlÜros Batalhões,<br />

8° e 16 de infantaria de linha, e 10° Oorpo de Voluntarios, protegen<strong>do</strong><br />

0<br />

ao lo Batalhão d'aquella arma. Pouco depoi'., S. Ex. o Sr.' general em<br />

chefe determinou-me que avançasse com os ires ultimas batalhões á<br />

reforçar a lmha <strong>do</strong>s <strong>da</strong> 6" Divi ão, que protegia, na frente, 'as baterias<br />

<strong>do</strong> l° Regimento de Artilharia a Caval!o, para onde fiz immediatamellte<br />

seguir o 46° de Voluntarioso Apenas ahi chega<strong>do</strong>s, por nova ordem de<br />

S. Ex. o 10° e 46° Oorpos de Voluntarios voltaram para atacar o inimigo<br />

que accommettia o nosso flanco e.squer<strong>do</strong>. Fiz entrar o 8° BatalhãO na cita<strong>da</strong><br />

linha <strong>do</strong>s <strong>da</strong> 6" DiviSãO, dispon<strong>do</strong> o 16° Baialhão em ordem semelhante,<br />

na retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> centro <strong>da</strong> mesma. Ali con el'vei-me, assistin<strong>do</strong> ao vivo<br />

e bem nutri<strong>do</strong> fogo de nossa artilhariá e infantaria que fez o inimigo<br />

de istir de seu intento.<br />

« A' requisição <strong>do</strong> Ex. Sr. general D. Venancio Flôres, o 8° BatalhãO.<br />

(I) Vi onde <strong>do</strong> Itapnl'i a.


marchou ain<strong>da</strong> para a frente a sustentar os outros corpos que ahi combatiam,<br />

conservan<strong>do</strong>-se na meSt11a posição o 16· Batalhão até as 5 horas<br />


92<br />

frente, em linha de combate, visto e tal' feri<strong>do</strong> o lUesmo com man<strong>da</strong>nte,<br />

e achar-se ausente o major, l~or ter avança<strong>do</strong> a acudIr ao flanco direito.<br />

Immediatamente seguio o capitão Felix <strong>da</strong> Silva.<br />

Ao escurecer, por or<strong>da</strong>m <strong>do</strong> general Argollo, incorporou-se o 8° de<br />

linha à 10- briga<strong>da</strong>, <strong>da</strong> mesma Divisão, e com ella regres ou ao seu<br />

acampamento.<br />

16° BA.TALHÃO DE INFANTA.1UA DE L1NH-\.-Commall<strong>da</strong>nte, m,Cljo~' Fagimcles<br />

(João de Souza).-A's 11 horas, maIS ou menos, ao signal de<br />

senti<strong>do</strong>, que partiu <strong>do</strong> quartel-general <strong>do</strong> com man<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> exercito<br />

imperial, entrou 9 batalhão em fórma com os demais <strong>da</strong> 8' briga<strong>da</strong>.<br />

Um quarto de hora depois, ordenan<strong>do</strong> o general Ozorio que a<br />

briga<strong>da</strong> avanças'e a reforçar a 6' Divis10, no centto, formou-se o batalhão<br />

no centro <strong>da</strong> linha que alli se achava, onde foi coUoca<strong>do</strong> pelo<br />

general Jacintho Pintó, chefe <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior. Ahi se conservou o batalhãO<br />

até às 5 horas <strong>da</strong> tarde.<br />

10" BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA. PATRIA. (Bahia) .-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

tencnle-cQ?'onel ~IawY'icio F'errei?'a (Joaquim.) Depoi de feri<strong>do</strong>, assumio o<br />

comman<strong>do</strong> o m.ajo?· iYIm"i'liho ,Ie Quei?·o::.-O b~talh:lO marchou á'> ordens<br />

de Mauricio Fetreira para o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong> linha <strong>do</strong> exercito, e<br />

encontrou o inimigo entrincheira<strong>do</strong> e embosca<strong>do</strong> nas matta, « tanto à<br />

direita como a e quer<strong>da</strong>, e principian<strong>do</strong> o ataque, com grande re'istencia<br />

<strong>do</strong> inimigo, foi. este, não obstante, de aloja<strong>do</strong> <strong>da</strong>s 'uas posiç es. »<br />

A's 2 horas <strong>da</strong> tarde, pouco mai ou meno, ten<strong>do</strong>. i<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> Mauricio<br />

Ferreira, passou o cOll1man<strong>do</strong> a Marinho de Queiroz. E ie continuou<br />

a 1erseguir o inimigo, levan<strong>do</strong>-o até à:> suas linhas. 'as'a perseguição<br />

de tacou alguma força sob o colUman<strong>do</strong> de varios officiaes, cujos nomes<br />

mellcionou. Um d'elles era o capitão TUI inalubit. Depoi' recebeu <strong>do</strong> general<br />

Menna Barreto (J. L.) o('üem para fa7.er jUllcção com o 46 de<br />

Voluntarios, e, em segui<strong>da</strong>, pata avançar por uma pica<strong>da</strong> <strong>da</strong> matta que<br />

ficava em frente <strong>do</strong> acampamento, isso já depois <strong>da</strong>s 5 horas <strong>da</strong> ta.rde.<br />

O batalhão marcholl até que o toque ele reunir chamou ao acampamento<br />

to<strong>do</strong> os corp~s.<br />

Os capitães Estevão 'aetano <strong>da</strong> Cunha, Eeico J. Franco, e outros<br />

ofliciaes são elogia<strong>do</strong>s, e com especiali<strong>da</strong>de o alfer ' porta-bandeira Pedro<br />

A. Jery.<br />

Foi morto o capitão Cezar Guimarães, e fica ram ferülo', além tlo COl1lman<strong>da</strong>nte,<br />

o tenente J. Santiago e o alferes Oliveira Guimarães.<br />

46° BATALHÃO DE VOLUNTA.RIOS DA PATltlA (Bahia).-Comman<strong>da</strong>nte, lt'­<br />

nente-co?'onel F. LOlwe~çoete. Araujo (depois brigadeit·o honorario e bar'tio


93<br />

de Sergy).-Quan<strong>do</strong> tocou a reunir, antes <strong>do</strong> rneio dia, furmou-se o Batalhão<br />

com os <strong>da</strong> 8" Briga<strong>da</strong>. Seguio para proteger o 3' Batalhão de Artilharia,<br />

que ficava à retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> Briga<strong>da</strong>, e, chegan<strong>do</strong> pouco depois<br />

outros corpos para o mesmo fim, voltou o Batalhão à sua primitiva posição.<br />

Dahi seguio acompanha!1<strong>do</strong> uma bateria que avançou para a frente<br />

d'essa posiç'lo. Em caminho encontrou o general Ozorio, que o f\Jl voltar<br />

e levou-o a marche-marche para a retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito<br />

argentino, então fortemente carrega<strong>do</strong> pelo inimigo. O general Ozorio<br />

ordenou ao Batalhão 46' que occ!1passe as posiç.ões que deixassem os<br />

Argentinos quan<strong>do</strong> marcha sem.<br />

«. A-vançan<strong>do</strong> nos os Allia<strong>do</strong>s, » diz o comman<strong>da</strong>nte Lourenço de<br />

Araujo, « fizeram g-rande destruição no inimigo. ão tive occasião nem<br />

tempo de disparar alli um SÓ tiro, mesmo porque recebi logo ordem de<br />

regressar a marche-marche para postar-me de protecção á Artilharia,<br />

que se havia assesta<strong>do</strong> na coxilha <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> quartel-general. »<br />

Depois de ahi achar-o e, o 46' recebeu nova ordem para refor.ar os<br />

corpos que, perto <strong>da</strong>s trincheiras toma<strong>da</strong>s no dia 20 (Passo Sidra), batiam-se<br />

com tropas inimigas muito superiores em numero. « Ao chegar<br />

ahi encontrei parte <strong>do</strong> 10- de Voluntarios junto 'aO capão que me ficava<br />

a direita, fazen<strong>do</strong> fogo obliquo ao inimigo. Colloquei-me em linha na.<br />

esquer<strong>da</strong>, perpendicularmente às referi<strong>da</strong>s trincheiras, e depoi' de um<br />

pequeno tiroteIO dirigi-me a tomar posiÇãO a retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> mesmo capão<br />

onde existIa urna pica ia por onde avancei, fazen<strong>do</strong> recuar o inimigo<br />

com o vivo e ~ert.eiro fogo de minha linha. Logo que descobri o campo<br />

em frente reconheci que o lO' avançava em direcçüo perpendicular ã.<br />

em que eu seguia. A im, fizeram juncção as dua forças, e continl1amos<br />

a perseguir o inimigo. Recebi ordem de destacar a 2' grande divisão<br />

para flanquear e bater a matta que me ficava na e 'cluer<strong>da</strong>, e encarreguei<br />

o Sr Julio Pompeo de Barros Lima <strong>da</strong> direcção d'e. sa forl:a. Continuei<br />

a per eguir o iuimigo com o re t.ante <strong>do</strong> batalhão sem lhe <strong>da</strong>r tempo<br />

de resistir-me seriamente, apezar de ter elle caval1aria, sen<strong>do</strong> eu sempre<br />

flal!quea<strong>do</strong> pela direita pela pequena força uo lO' que me acompanh~va,<br />

e algumas forças de outros corpo que se lhe uniram; era tambem :flanquea<strong>do</strong><br />

pela esquer<strong>da</strong> não só pela grande divi 'ão que de taquei, como por<br />

um grupo que formava;n quatro grandes divisões compostas de praças<br />

de diversos corpo', que me con tau serelll reuni<strong>da</strong>s e dirigillas pelo :'1'. major<br />

Ribeiro de LIma (<strong>do</strong> 20' de Voluntal'io). 'esta ordem per. egui os inimigos<br />

sem <strong>da</strong>r-lhes tregua, até que se entranllaram nas matta lue ficavam<br />

em frente, deixan<strong>do</strong> rela minha retaguar<strong>da</strong> gl'ande numero de<br />

morto. »<br />

O 413'<br />

teve apenas 2 mortos, 13 feri<strong>do</strong>s, e 4 officiaes e 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> leve-


04<br />

mente feri<strong>do</strong>s, que foram o tenente Rodrigues Costa e os alfere~ Pinto<br />

<strong>da</strong> Silveira, Sant'Anna e Epiphanio de Souza.<br />

O comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 46° ain<strong>da</strong> fez avançar 2 companhias para baterem<br />

o matto â. esquer<strong>da</strong>.<br />

O comman<strong>da</strong>nte elogia especialmente o alferes <strong>do</strong> seu batalhão Manoel<br />

José Soares, pela sua intrepidez: combateu como simples ol<strong>da</strong><strong>do</strong>, e sen<strong>do</strong><br />

excellente atira<strong>do</strong>r, nHo perdeu um só tiro <strong>da</strong> carabina que levava. Elogia<br />

tambem o sargento Manoel Antonio de Oliyeira.<br />

O maj.or <strong>do</strong> 6 corpo de cavalIaria, J. <strong>do</strong> Amaral Ferra<strong>do</strong>r, acompanhou<br />

o 46° de VoluntarioH.<br />

O illf'smo fizeram um tenente <strong>do</strong> 22 de Voluntarios e varias praças<br />

que vaI avam <strong>do</strong> Passo <strong>da</strong> Patria na occasião em que se travou a lucta.<br />

3) Pa:}'te of(icial <strong>do</strong> cO<strong>II</strong>,man<strong>da</strong>nte (l(t 10· B?'igacla<br />

111m. Exm. ,'r . - Toman<strong>do</strong> parte na batalha <strong>do</strong> dia 24 <strong>do</strong> corrente<br />

mez a beiga<strong>da</strong> sob meu man<strong>do</strong>, cumpre-me levar ao conhecimento de<br />

V. Ex. to<strong>da</strong>s a qccurrencias qUt:l n'ella se deram durante a acção.<br />

« Em virtude de ordem de V. Ex., fazen<strong>do</strong>-a marchal' <strong>do</strong> lugar onde<br />

nos achavamos bivaca<strong>do</strong>s a refol'çar a esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha de batalha, que<br />

ia se achava occupa<strong>da</strong> por uma grande força inimiga, ahi tive a satisfação<br />

de mais uma vez testemunhar a intl'epidez e valor <strong>do</strong> sol<strong>da</strong><strong>do</strong> brazileiro<br />

que abnega a vi<strong>da</strong> pelo amor <strong>da</strong> 'gloria, e desconhece o perigo ante<br />

o dever que o arro ta a reivindicar seus direitos longe <strong>da</strong> patria.<br />

.: Ten<strong>do</strong> a nossa frente a V. Ex., que, calmo e acel'ta<strong>da</strong>mente, nos<br />

dil'igia, fiz, depois de dispo tos em ordem de batalha, o batalhão 13" de<br />

infantaria, 2', 22°, 26°, e 40° de voluntarios <strong>da</strong> patt'ia repelIir com a<br />

maior energia o inimigo que avançava, fazen<strong>do</strong>-o embrenhar'- e na') matas<br />

pr$.ximas ás suas po 'ições, quan<strong>do</strong> já nos offendia com um vivo fogo de<br />

a.rtilharia e foguete a congreve. Em virtude de ordem de V. Ex. fazen<strong>do</strong><br />

retirar os corpos <strong>da</strong>s proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> referi<strong>da</strong>s mattas, para, como quiz<br />

V. Ex., ver se o inimigo voltava á carga, colloquei-os em ordem conveniente<br />

para esperaI-o, e como cego ain<strong>da</strong> pela sua au<strong>da</strong>cia voltasse a<br />

no' aggredir, empenhou-se novamente o combate, e ape7,ar <strong>da</strong> de proporção<br />

com que no batiamos, di:' ponuo elle de ca valIar'ia e artilharia, e<br />

protegi<strong>do</strong> pela uas baterias, foi novamente rechaça<strong>do</strong>, fican<strong>do</strong> junca<strong>do</strong><br />

o campo de ca<strong>da</strong>vere, d~ geande porção de armamento, algumas<br />

boca ele fogo, muniçõe e cavallo., como se vê ela pal'tes juntas <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>do</strong>s referidô corpos.


« Du:,ante as 6 horas que tivemos de batalha notei sempre a melhor<br />

disposiçãO nos Sr'. comman<strong>da</strong>ntes de corpos, tenente-coronel Francisco<br />

Vieira de Faria Rocha, <strong>do</strong> 40' de 'voluntarios, que calmo e com ,alar<br />

muito bem dirigia o seu corpo; tenente-coronel Marcolino de M01\ra Albuquerque,<br />

<strong>do</strong> 22- de voluntario., que com o seu corpo, ain<strong>da</strong>. em a instrucção<br />

preliminar <strong>da</strong> pequena tactica, fez com elle o que se podia desejar<br />

<strong>do</strong> militar' brioso; majores Franci~co Frederico Figueira de Me110, <strong>do</strong> 26°<br />

ele voluntal'ios e Manoel Deo<strong>do</strong>ro cl" Fon'eca, <strong>do</strong> 2° ela mesma denominaç10,<br />

que cumpriram com os seus deveres com valor e digni<strong>da</strong>de, tornan<strong>do</strong>-se,<br />

como aquelles, dignos de menção.<br />

« Ten<strong>do</strong> o Sr. major Augusto Cezar <strong>da</strong> Silva, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 13"<br />

de infantaria, em meio <strong>da</strong> acção, segui<strong>do</strong> por ordem de V. Ex. a<br />

auxiliar outro ponto, como vê-se de sua parte, informo que durante o<br />

tempo que junto a mim combatell, mais confirmou o digno conceito de<br />

que já, goza, pela sua coragem e sangue f<strong>do</strong>.<br />

« O meu esta<strong>do</strong>-maior composto <strong>do</strong>s assistentes capitão <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior<br />

de I' cla se Raymunelo Maximo. ele C;;:epulve<strong>da</strong> Everard, capitlo de com­<br />

,mis ão <strong>do</strong> 4° Batalhão de infantaria João Luiz Ca \ alcanti UcMa e aj u­<br />

elante de ordens, 2' tenente elo l° Regimento de Artilh:tria José SaIu. tiano<br />

Fernandes <strong>do</strong>s Reis, portal'aro-se coro digni<strong>da</strong>de no cumprimento de seus<br />

deveres, transmittill<strong>do</strong> ordens em qualquer ponto <strong>da</strong> linha com desembaraço<br />

e valor. Levo mais ao conhecimento de V. Ex. que o capitão João<br />

Luiz Cavalcanti Uchôa, ten<strong>da</strong> si<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> o major fiscal <strong>do</strong> 22° Corpo de<br />

Voluntarios, encarregou-se <strong>da</strong>s obrigações d'este por acto eSjJontaneo e<br />

consentimento meu, em cujo desempenho bem portou-se, como vê-se <strong>da</strong><br />

parte inclasa <strong>do</strong> respectivo c mmn.n<strong>da</strong>nte<br />

« Devo fazer especial menção a V Ex.. <strong>do</strong>s cabos de esquadra <strong>do</strong> 13'<br />

Batalhão de infantaria Saturnino José Pequeno e .José Antonio de Souza,<br />

pelo seu comportamento e valor apresenta<strong>do</strong>s no combate.<br />

« O nos o preJuizo con ta <strong>da</strong>s partes <strong>do</strong>s com man<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos<br />

d'esta Briga<strong>da</strong>, que juntas remetto a V. Ex., ten<strong>do</strong> apenas de lamentar<br />

a morte de 3 officiaes e differente praça~ de pret e os ferimentos de outras<br />

entre. as quaes contam-se os majore. Figueira de Me110 (substitui<strong>do</strong><br />

no comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> força que dirigia pelo capitlo <strong>do</strong> 8° Batalhão de infantaria<br />

Felix José <strong>da</strong> Silva) e Rodrigo Luiz Bapti ta, que não poderam terminar<br />

ooom~~. .<br />

« Deus guarde a V. Ex.- 111m. Exm. Sr. general Alexandre 'iomes<br />

de Argollo Ferrão, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> I' Divisão.<br />

« Carlos Resin.<br />

a Corollel, commaudnnte <strong>da</strong> lO· brigatlll. "


96<br />

As parLes officiaes <strong>do</strong>s cOlUman<strong>da</strong>ntes de batalhões que formavam a<br />

I • Brigadà dizem, em 1'e. umo, o seguiute :<br />

13° nAT I.-HÃO DE INFANTARIA DE LINHA, - Com man<strong>da</strong>nte, major Cesm'<br />

<strong>da</strong> k 'tlw (A.ugusto). A parte official está um pouco confu a. Veja-se<br />

o que sobre os serviços deste batalhão dizem o. command:;mtes <strong>da</strong> lOa<br />

briga<strong>da</strong>, e <strong>da</strong>s divisões P e 5 a .<br />

O comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> batalhão limita-se a dizer que este avançou com<br />

os outros <strong>da</strong> 11)a briga<strong>da</strong> (à. frente desta briga<strong>da</strong> iam o general Argollo<br />

e o coronel Resin) « <strong>contra</strong> o inimigo que em granue numero e au<strong>da</strong>ciosamente<br />

nos atacava. Conseguimos fazel-o retirar, levan<strong>do</strong>-o até ás<br />

proximi<strong>da</strong>des ue suas posições, e penetran<strong>do</strong> nas' mattas que o protegiam.<br />

Ahi recebi ordem <strong>do</strong> 31'. comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 1" diviso o (Argollo) para couservar-me<br />

de protecção sobre a esquer<strong>da</strong> em uma bocaina de matto,<br />

para evitar qualquer tentativa <strong>do</strong> inimigo por esse la<strong>do</strong>. E porque o<br />

muito distincto major <strong>do</strong> 26° de volun.tarios, Ribdro de Lima, tivesse<br />

avança<strong>do</strong> com parte de seus sol<strong>da</strong>d(i)s, que, leva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> enthusiasmo, mais<br />

se adiantaram, rEhIni praças de alguns corpos que encontrei, e com<br />

elIas formei uma força, di.~lribuin<strong>do</strong> officiaes d'este batalhão e de outros<br />

corpos que tambem e me apresenta.ram, entran<strong>do</strong> neste numero 2 companhIas<br />

<strong>do</strong> 3° Batalhão de Infantaria de linha, com o tenente Onofre<br />

<strong>do</strong>s Santo e outros officiaes <strong>do</strong> mesmo batalhão, e <strong>do</strong> capitão Ferrão de<br />

Campos. tenentes ouza Telles, Bezerra de Menezes, alferes A. de Vasconcellos,<br />

Balduino de Albuquerque e ,-'antos Castro, pertencentes ao 10°<br />

de vaI untarias, e alfeI es <strong>do</strong> 26, tambem de voluntaeios, Duartd Bezerra.<br />

Conservei-me no menciona<strong>do</strong> ponto d'onde fui tira<strong>do</strong> pelo Sr. comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 2' divisão (Menna Barreto), que reunia-me a uma for~a de<br />

clavineiros de cavallaria a pé, comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo capitão Weucesláo de<br />

Oliveira (:3° Regimento de cavalIaria de linha, l' Briga<strong>da</strong> e 2' divisão.)<br />

.» Depois, por ordem ~o general Ozorio, seguia para a esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

artilharia. <strong>do</strong> l° e 3° batalhao. Ahi estava quan<strong>do</strong> avançou de novo com<br />

a cavallaria <strong>do</strong> coronel Tristão Pinto (5' divisão) e outros batalhões,<br />

in<strong>do</strong> to<strong>da</strong> essa força ás or,-1ens <strong>do</strong> general Menna Barreto « por um<br />

potrero em perseguiç~o <strong>do</strong> inimigo, que, em numero consideravel, por<br />

eUe tinha vin<strong>do</strong> atacar-nos. »<br />

OfficIaes e pl'aças deste batalhão, uni<strong>do</strong>s aos de outros corpos, tomaram<br />

2 reças ao inimigo. Para a toma<strong>da</strong> de uma dellas concorreu o alferes<br />

Fernandes Leão, <strong>do</strong> 6° de Voluntarios, e para a <strong>da</strong> outra o tenente <strong>do</strong> 13°<br />

Souza TeIles. Estas peças foram entregue) a primeira, ao comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 3" diviSãO, a que pertencia o 6° de voIuntarios, e a outra


97<br />

ao comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2' divisão, pelo cadete dÓ' 'cavallaria Menezes e Almei<strong>da</strong>,<br />

que tambem concarrera para a sua toma<strong>da</strong>.<br />

N'este batalhão foram mortalmente feri<strong>do</strong>s o tenente Neves Gonzaga<br />

e i) alferes Cursino de Oli veira, e gravemente feri<strong>do</strong>s o capitão<br />

Pires Gomes, o tenente F. A. ~ouza e os alferes Thomaz Labre e Tarquinio<br />

Prelelue.<br />

2° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS PA PATRH (Rio de Janeiro). - Oomman<strong>da</strong>nte,<br />

major Deo(lo?"o <strong>da</strong> Fonseca (hoje general). - Limita-se ª<br />

dizer que o batalhão cumprio o seu dever, e officiaes e praças encheram-n'o<br />

de satisfação.<br />

Menciona os nomes (le alguns officiaes e praças que concorreram<br />

para a toma<strong>da</strong> de p'ças.<br />

N'este batalhão foram feri<strong>do</strong>s gravement~ o capitão A~gelo Gralha,<br />

os tenentes Miguel <strong>do</strong> Nascimento e Delphino PInto, os alferes Argollo<br />

de Queiroz, Pereira <strong>da</strong> Silva, Vilhena de Almei<strong>da</strong>, Americo de Freitas<br />

e Baptista Oarrilho, e con tusos os CalJitles Hypolito Oampello e Vasconcellos<br />

Ferreira.<br />

2~0 BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (Bahia). - Tenente-coronel<br />

Mcwcolino ele i.lt[o~wa Albuquerque (era então estu<strong>da</strong>nte de direito).<br />

- A's 11 1/2 horas <strong>da</strong> manhã pouco mais ou menos, ao :::igna~ de<br />

alarma, seguio este batalhão com a 10' briga<strong>da</strong>. «Apezar <strong>da</strong> pouca instrucção<br />

que tinha, portou-se este batalhão com digni<strong>da</strong>de, avançan<strong>do</strong> e<br />

repellinclo o inimigo. »<br />

O batalhão entrou em acção com 390 pra~as, inclusive 28 officiaes.<br />

Um tenente Ramos, que sahira a objecto de serviço, voltou, ouvin<strong>do</strong> o<br />

fogo, e combateu incorpora<strong>do</strong> ao 46° de Voluntarioso<br />

Este batalhão teve 25 feri<strong>do</strong>s, senclo 3 officiaes: o major Rodrigo<br />

Baptista e os tenentes Santos Silva e Ounha Frota. Os 2 primeiros morreram<br />

em consequencia <strong>do</strong>s seus ferimentos.<br />

26° BATALHÃO DE VOLUNTAUlOS (Ceara). -<br />

d<br />

Comman<strong>da</strong>nte majo?" Figu,eira<br />

ele M ello (foi feri<strong>do</strong> as 4 horas <strong>da</strong> tarde, entregan<strong>do</strong> então o<br />

comman<strong>do</strong> ao capitão Felix <strong>da</strong> Silva, <strong>do</strong> 8° batalhão, por estar ausente<br />

com partp. <strong>do</strong> corpo o major Ribeiro Lima).<br />

A parte <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte di7. apenas o seguinte:<br />

« V. S: (o comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>) presenciou a ordem em- que<br />

este batalhão combateu até as :3 horas <strong>da</strong> tarde, em que V. S., com 2<br />

batalhões <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, foi para o flanco esquer<strong>do</strong>. Ten<strong>do</strong> V. S. por duas<br />

vezes man<strong>da</strong><strong>do</strong> mu<strong>da</strong>r de frente em linha, tambem presenciou a maneira<br />

porque se desenvolveu o corpo. »<br />

A. 13


9<br />

Elogia, entre outros officiaes, o major Ribeiro de Lima, «que até<br />

a occasião em que foi acudir ao flanco direito com 2 companhias, sahin<strong>do</strong><br />

de minhas vistas, mostrou ser o mesmo intrepi<strong>do</strong> sol<strong>da</strong><strong>do</strong> de<br />

Caseros. »<br />

Ha engano n'este trecho <strong>da</strong> parte: o major Ribeiro Lima foi destaca<strong>do</strong><br />

para a extrema esquer<strong>da</strong>, e não para o flanco direito.<br />

O cadete Oandi<strong>do</strong> de Car'--alho tomou espontaneamente a bandeira<br />

<strong>do</strong> batalhão quan<strong>do</strong> foi feri<strong>do</strong> o alferes que a conduzia n.<br />

A's 4 horas <strong>da</strong> tarde, sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> o comman<strong>da</strong>nte, e « achan<strong>do</strong>-se<br />

o 8° batalhão na segun<strong>da</strong> linha de ct',mbate, » pedio um officlal que<br />

tomaSf':e o comman<strong>do</strong>. Veio um, e o batalhão continuou a combater até<br />

á chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> major Ribeiro de Lima.<br />

O batalhão teve 82 mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

Ficaram mortos os alferes Palacio <strong>do</strong>s Santos e Amaral Bellota, e<br />

feri<strong>do</strong>s o comman<strong>da</strong>nte Figueira de Mello, capitão Brigi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos,<br />

tenente Paiva Dias e' alferes Peixoto de Alencar e Sepulve<strong>da</strong> Êwerard.<br />

Recebeu uma contusão o capitão Oliveira Guimarães, cujo nome não<br />

figura na relação official publica<strong>da</strong>.<br />

40° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PURlA. (Bahia) - Comman<strong>da</strong>nte,<br />

Tenente-co?"onel Faria Rocha (hoje brigadeiro honorario). - Limita-se<br />

a elogiar varios officiaes.<br />

A per<strong>da</strong> <strong>do</strong> batalhão foi pequena.. Teve apenas 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto;<br />

feri<strong>do</strong>s, o alferes Genuino <strong>da</strong> Costa e' 12 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; contusos o-capitão<br />

Feliciano Henriques e 12 praças. O nome d'este ultimo official tambem<br />

não figura na relação <strong>do</strong>s contusos publica<strong>da</strong> em ordem <strong>do</strong> dia. .<br />

20<br />

t C) 2". DIVISÃO BRAZILEIRA (GENERAL J. L. MENNA BARRETO).<br />

1) Parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte ela clivisão.<br />

« Quartel general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 2". divisão em Tuyuty, 26 de<br />

Maio de 1866.<br />

« Illm. Exm. Sr.-Tenho a levar ao conhecimento de V. Ex. que<br />

ten<strong>do</strong> a divisão 59b meu comman<strong>do</strong> composta <strong>da</strong> 1". e 4". briga<strong>da</strong>s de<br />

(') Vejo o que dissemos em nota á pago 47 deste Allpendico.


99<br />

tomar posicão á frente <strong>do</strong> inimigo que atacava o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

exercito no combate effectua<strong>do</strong> no dia 24 <strong>do</strong> corrente <strong>da</strong>s 11 horas<br />

mais ou menos <strong>da</strong> manhã ás 5 e meia <strong>da</strong> tarde, muito me lisongeou<br />

o comportamento de mens comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s na calorosa luta que tivemos.<br />

Fazen<strong>do</strong> avançar ala briga<strong>da</strong>, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente-coronel Augusto<br />

Cezar de Araujo Bastos, sobre o flanco direito <strong>da</strong> força inimiga que<br />

nos atacava com viYO fogo, esta carregou com tanta bravura qne o<br />

fez retroceder, procuran<strong>do</strong> eUe em sua retira<strong>da</strong> tomar nova POSiÇãO na<br />

costa <strong>do</strong> mato; porém embalde, por isso que, sempre com deno<strong>do</strong>,<br />

carregava esta briga<strong>da</strong>, graças á bravura <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s como á energia<br />

<strong>do</strong>s officiaes que os comman<strong>da</strong>vam, divisan<strong>do</strong> eu no tenente-coronel<br />

Bastos calma e sangue frio. Foi elle contuso em um pé n'essa<br />

mesma occasião, não deixan<strong>do</strong> comtu<strong>do</strong> de acompanhar sempre a Sua<br />

briga<strong>da</strong> até ao fim.<br />

« Depois de entranhar-se no mato o inimigo, voltei pela costa <strong>do</strong><br />

me;mo a procurar um lugar conveniente para entrar no rincão afim<br />

de cortar a retaguar<strong>da</strong> de outra força inimiga que se achava em fogo<br />

com algumas infantarias nossas, porém n'essa occasião :recebi ordem de<br />

V. Ex. para tomar nova posição. Dei logo cumprimento a €lHa in<strong>do</strong><br />

collocar-rne em frente ao boqueirão aonde recebi nova ordem de V. Ex.<br />

para proteger a briga<strong>da</strong> ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Freitas que se achava<br />

no menciona<strong>do</strong> rincão. Cumprin<strong>do</strong> essa nova ordem, e ten<strong>do</strong> en<strong>contra</strong><strong>do</strong><br />

o inimigo em frente de nossas forças, tomei o ~omman<strong>do</strong> geral<br />

de to<strong>da</strong> lmha, e, man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> carregar sobre a força inimiga não vacilaram<br />

os nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s em bem cumprir minhas ordens, fazen<strong>do</strong><br />

retirar, já desmoralisa<strong>do</strong>, o inimigo que aban<strong>do</strong>nou completamente o<br />

campo que occupav;t. Essa força inimiga era composta de cavallaria e<br />

infant~ria.<br />

«O coronel Manoel de Oliveira Bueno, no man<strong>do</strong> <strong>da</strong> 4 a . brigad.a,<br />

portou-se com o valor e sangue frio que o caracterisam; não obstante ter<br />

pouca força monta<strong>da</strong>, carregou sobre uma massa de infantaria, conseguin<strong>do</strong><br />

fazeI-a retroceder sobre o matto.<br />

«O deno<strong>do</strong> com que se apresentaram na frente <strong>do</strong>s corpos que<br />

comman<strong>da</strong>m o major de commissão Justiniano Sabino <strong>da</strong> Rocha, <strong>do</strong> 2°<br />

regimento, e capitão Venceslao José de Oliveira, torna-os dignos <strong>da</strong>s<br />

attençoes de V. Ex.<br />

« Não posso deixar passar desapercebi<strong>da</strong> a maneira porque se portou<br />

o cirurgião-mór de briga<strong>da</strong> que serve n'esta divisão Dr. Luiz de<br />

Queiroz Mattoso Maia, attenden<strong>do</strong> com presteza, dedicação e cari<strong>da</strong>de<br />

aos feri<strong>do</strong>s que se lhes apres1mtavam, tanto d'esta divisão como <strong>da</strong>s<br />

outras, que subiram a um cresci<strong>do</strong> numero, e bem assim o alfe-


100<br />

res pharmaceutico Augu .. to Alvs de Abreu, no exercicio de sua<br />

profissão.<br />

« Quanto ao meu quartel general, cumpre-me informar à V. Ex.,<br />

que o major <strong>do</strong> 4°. corpo de caça<strong>do</strong>res a cavaUo Francisco de Paula<br />

Camargo, assistente <strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, na tl'ansmis 'ão<br />

d~ minhas ordens, portou-se com valor durante o renhi<strong>do</strong> combate; o<br />

caritão <strong>do</strong> 3° regimento José Coelho BJrges) assistente <strong>da</strong> repartição<br />

<strong>do</strong> quartel-mestre general, cumpria satisfactoriamente com as obrigações<br />

<strong>do</strong> seu cargo; o capitão <strong>do</strong> 8°. co rpo provi. a<strong>do</strong> <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional<br />

Pedro Carlos de Camargo, a quem chamei para servir junto a e.'te<br />

comman<strong>do</strong>, durante o combate portou-se com digni<strong>da</strong>de e valor. Os<br />

alferes escripturarios Frederico Salon de Sampaio Ribeiro, <strong>do</strong> 2° regimento,<br />

e Joaquim <strong>da</strong> Rocha e Souza, <strong>do</strong> 3° dito, assim como os meus<br />

ajuelantes ele campo, tenente José Joaquim Menna Barreto, <strong>do</strong> 10°<br />

corpo provisorio, e o aju<strong>da</strong>nte de ordens alferes João. Carneiro <strong>da</strong><br />

Fontoura Menna Barreto, <strong>do</strong> 3°. rogimeuto, portaramo..se com valor e<br />

dedicação na transmissão <strong>da</strong>s minhas ordens.<br />

« Junto acharà V. Ex. as partes <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelos comman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> 1'.<br />

e 4-. briga<strong>da</strong>s, bem assim <strong>do</strong>s corpos <strong>da</strong>s mesma. acompanha<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s<br />

rela~ões <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e mortos em combate, com declaração elos officiaes<br />

e praças que mais se distinguiram.<br />

«Deu guarde a V. Ex.-Illm. Ex'n. Sr. gen ral barão <strong>do</strong> Henal,<br />

comman<strong>da</strong>ute em chefe <strong>do</strong> exerc~to em opel'açõe··.<br />

« José Luiz l'tlenna lBat-."eto,<br />

« Brigadeiro,»<br />

(2 Parte ofticio.l elo commanclaute <strong>da</strong> l' liriga<strong>da</strong><br />

« rUm. Exm. Sr. - Haven<strong>do</strong> a briga<strong>da</strong> de meu comman<strong>do</strong>, arma<strong>da</strong>· á.<br />

infantaria, toma<strong>do</strong> parte activa na batalha que teve lugar em 24<br />

elo corrente, elas 11 horas, mais ou menos, até as 5 1/2 <strong>da</strong> tarde <strong>do</strong><br />

mesmo dia, cumpre-me levar ao conhecimento de V. E,. as occurrencias<br />

que então se deram.<br />

« Ten<strong>do</strong> eu recebi<strong>do</strong> ordem ele V. Ex, para avançar e atacar o flal~co<br />

direito <strong>do</strong> inimigo, que au<strong>da</strong>ciosamente avançava pelo no. so flanco esquer<strong>do</strong>,<br />

assim o cumpri, fazen<strong>do</strong> avançar pela e tra<strong>da</strong> entre o banha<strong>do</strong>~ e o matto<br />

que flanqueia nos a esquer<strong>da</strong>, até às posições inimigas; e tive a satisfaçflo de<br />

presenciar que os S1's. comman<strong>da</strong>ntes, officiaes ê praças elos corpos se


101<br />

por:aram bem, cumprin<strong>do</strong> seus deveres, repellin<strong>do</strong> com digni<strong>da</strong>de e valor<br />

ao inimigo, que nr'8 fazia um vivo fogo de fuzilaria e artilharia, conforme<br />

foi por V. Ex. presencia<strong>do</strong>, toman<strong>do</strong>-se-lhe nes a jorna<strong>da</strong> uma peça de<br />

artilharia de campanha, que tive a honra man<strong>da</strong>r a V. Ex. pelo 5;0<br />

cadete lo sargento <strong>do</strong> 3° regimento de cavallaria ligeira Eloy Franci co<br />

de Menezes e Almei<strong>da</strong>, que com outras praças, se me apresellLou com<br />

ella na occasião <strong>do</strong> confl.icto.<br />

« Tornam-se digno de menção pelo seu valór e sangue frio ú major<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> l° corpo provisorio de guar<strong>da</strong>s nac~onaes Manoel Ignacio<br />

<strong>da</strong> ~ilva, que, balea<strong>do</strong> seu cavallo, avançou a pé, sen<strong>do</strong> logo depois<br />

feri<strong>do</strong> em uma perna, que o impossibilitou de continuar no comman<strong>do</strong> de<br />

seu corpo, passan<strong>do</strong> a comman<strong>da</strong>l-o ne te acto o seu immedia to, major<br />

Manoel Seraphim <strong>da</strong> Silveira, que se po tou, em tn<strong>do</strong>, com valor, coragem<br />

e sangue frio, bem como O major com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 2° regimento<br />

Justiniano Sabino <strong>da</strong> Rocha e o capitão ,Vence 'Ião José de Oliveira,<br />

com man<strong>da</strong>nte interino <strong>do</strong> 3" regimento.' Tambem se portaram 1Jem o<br />

capitão <strong>do</strong> 3° regimento José Diogo <strong>do</strong> Reis, tenente Joaquim José Baptista,<br />

alferes Pedra, Pereira de Magalhães e Francisco Manoel de A7.eve<strong>do</strong>,<br />

<strong>do</strong> 5° corpo de caça<strong>do</strong>res a cal'allo. São igualmente digno de<br />

louvor pela sua coragem e valor, o r. capitão <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional <strong>do</strong><br />

lo corpo Vasco Antonio <strong>da</strong> Fontoura Ohananeco, e tenente <strong>do</strong> 3° regi·<br />

mento de cavallal'Ía llg ira Victor Tavares Leirias, que ain<strong>da</strong> que feri<strong>do</strong>s<br />

levemente no come~o <strong>do</strong> combate, se conservaram em seu postos<br />

até o fim delle.<br />

« O tene:lte <strong>do</strong> 4 corp:) de caçad res a cavãllo Joaquim Franci,'co<br />

0<br />

Moreira, alfere' <strong>do</strong> 3° regimento Benjamim Pereira MonteirCl, as i. tente<br />

<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, e quartel-me tre general, e alferes<br />

Romualclo Antonio de Mattos Tel1es de Mene7.e , meu aju<strong>da</strong>nLe de ordens,<br />

se portaram com ligni<strong>da</strong>de e sangue frio, levanllo e tran~mittin<strong>do</strong> com<br />

presteza e preci ão as ordens qu. lhe eram <strong>da</strong><strong>da</strong>, por e. te comman<strong>do</strong> ;<br />

ten<strong>do</strong> i<strong>do</strong> logo apó o primeiro e'1contro CClm o inimigo feri<strong>do</strong> oalferes Mattos,<br />

meu aju<strong>da</strong>nte de ordens, chamei para occupar e te lugar o tenente <strong>do</strong> 5°<br />

corpo de caça<strong>do</strong>res addi<strong>do</strong> ao 3" regimento Luiz José <strong>da</strong> Fonseca Ramo ,­<br />

que tambem de empenhou e cumprio ,eus devere com digni<strong>da</strong>de, sangue<br />

frio e presteza. E tas occurrencias tiveram lugar tantó no combate com o<br />

inimigo pelo flanco e estra<strong>da</strong> cita<strong>da</strong>, como quan<strong>do</strong> novamente foi por<br />

v,. Ex. determina<strong>do</strong> que avanças e com a briga<strong>da</strong> para o Ri'ncão á<br />

esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> matto já referi<strong>do</strong>; isto efi'ectua<strong>do</strong>, fui ain<strong>da</strong> coadjuvar a<br />

for~a que ali já se achava, e toman<strong>do</strong> a posição e lugar por V. Ex.<br />

indica<strong>do</strong>s, se fez um vivo fogo avança<strong>do</strong>, de que re ultou ser o inimigo<br />

immediatamente rechaça<strong>do</strong>.


102<br />

« Não posso igualmente deixar de levar ao conhecimento <strong>do</strong> V. Ex.<br />

que o Sr. tenente-coronel João Luiz <strong>da</strong> Costa Lerino, coml11an<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

5°. corpo provisorio de guar<strong>da</strong> nacional, com um pequeno esquadrão a<br />

pé, arma<strong>do</strong> á c1avina, <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong> ,eu comman<strong>do</strong>, que por ordem de<br />

V. Ex. tambem avançou junto à esta briga<strong>da</strong>, se portaram bem, mostran<strong>do</strong><br />

o mesmo tenente-coronel calma e sangue frio.<br />

« Pelas partes e relações j untas <strong>do</strong>s S1's. comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos<br />

I<br />

que tenho a honra de apresentar a V. Ex. se conhece o numero de<br />

ofliciaes e praças feri<strong>da</strong>s e mortas, que temo~ a lamentar durante a<br />

batalha <strong>do</strong> dia acima cita<strong>do</strong>, com declaração <strong>da</strong>quelles officiae e praças<br />

que mais se fizeram recommen<strong>da</strong>1'.<br />

« Esta briga<strong>da</strong> teve, entre mortos e feri<strong>do</strong>s, fóra de combate 96 praças<br />

sen<strong>do</strong>, 11 ofliciaes e 85 praças ele pret, entre esta, sargentos, cabos,<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e clarin'.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Illm. Exm. Sr. brigadeireJ José Luiz Menna<br />

Barreto, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2'. divisão.<br />

« August.o Cezar de Araujo Bast.o§,<br />

«T.mellte-coronel, comm'\u<strong>da</strong>nle d'\ 1-. brig'\d ln.<br />

As partes officiaes <strong>do</strong>s commanL1antes de corpos que formavam es~a<br />

l- briga<strong>da</strong> dizem, em resumo, o seguinte:<br />

2° REGll<strong>II</strong>E. 1'0 DE CAVALLAR.1A DE LINHA.-Comman<strong>da</strong>nte interino, major<br />

J'us"iniano Sabino ela Roclw (hoje coronel: seu pai, o faUeci<strong>do</strong> general<br />

José Joaquim <strong>da</strong> Rocha, militou com distincção no Rio Grande <strong>do</strong> Sul<br />

e Ban<strong>da</strong> Oriental, servin<strong>do</strong> como major, e depois tenente-coronel, em um<br />

<strong>do</strong>s batalhões de illfantaria <strong>da</strong> celebre «Legião de S. Paulo »). Este<br />

regirnento de cavallaria, como os outros <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, combateu a pe,<br />

operan<strong>do</strong> no flanco e~quer<strong>do</strong>.<br />

O com man<strong>da</strong>nte interino limita-se a elogiar o procedimento <strong>do</strong>s seus<br />

ofliciaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Teve o regimento, que entrou em fogo com un 150 homens apenas,<br />

27 mortos e feri<strong>do</strong>s: entre os primeiros o alfere Gomes Peixoto, e entre<br />

os segun<strong>do</strong>s o tonente Borges de Almei<strong>da</strong> e o alferes Juvencio Fraga.<br />

3° REGDIENTO DE CAVALLARIA DE LINHA.-Comman<strong>da</strong>nte interino,<br />

capitão Wenceslâo fle Oliveii'a.-Combateu a pé, como infantaria.<br />

A parte ofllcial não <strong>da</strong> pormenores. O cadete Menezes e Almei<strong>da</strong><br />

e varias praças, uni<strong>da</strong>s a outra.s <strong>do</strong> 13° batalhão de infantaria de linha,<br />

tomaram 1 pe.a de artilharia.


.1'03<br />

o regimento teve 25 mortos e feri<strong>do</strong>s: entre estes o tenente Victor<br />

Leiria e o alferes Telles de Menezes (Romual<strong>do</strong>).<br />

l° CORPO l'ROYISORIO DE CAVALLARIA DA GUARDA NACIONAL -Comman<strong>da</strong>nte,<br />

major 111anoel 1gnacio ela S'ilIJa. Depois de ferid0 foi sub titui<strong>do</strong><br />

pelo major M. Seraphim <strong>da</strong> Silveira.<br />

Este corpo marchou com a 2' divisão para fazer frente a uma linha<br />

inimiga campo ta <strong>da</strong>s -tres arma" . uperior em numero a ·).f;OO homens,<br />

que avançava pela esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> acampamento. »<br />

Chegan<strong>do</strong> ao desfiladeiro por onde o inimigo fazia vivissimo fogo,<br />

deu ordem o general :Menna Barreto (J. L.), commman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divisão.<br />

para que a l' briga<strong>da</strong> entrasse nesse desfiladeiFo. Feri<strong>do</strong> então o comman<strong>da</strong>nte<br />

Manoel Ignacio <strong>da</strong> Silva, as umio a direcção <strong>do</strong> corpo o official<br />

jà indica<strong>do</strong>.<br />

O corpo tomou a frente <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> e avançou, levan<strong>do</strong> o .inimigo<br />

de venci<strong>da</strong> ~té à orla <strong>do</strong> matto. Consegui<strong>do</strong> este resulta<strong>do</strong>, rétirou-se<br />

o corpo, em vil'tude de ordem superior, para a entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> b(lcaina. O<br />

inimig'o avançou de novo, e o corpo sahio ao seu encontro, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> lhe<br />

uma carga que o põz em derrota. Nessa occasião, o capitão Vasco Chananeco,<br />

à frente <strong>do</strong>. pelotão que comman<strong>da</strong>va, arrebatou uma peça ao<br />

inimigo. .<br />

Em segui<strong>da</strong> a briga<strong>da</strong> foi postar-se à direita <strong>da</strong> artilharia, e ain<strong>da</strong><br />

marchou <strong>da</strong>hi <strong>contra</strong> uma força inimiga que se retirava pela e quer<strong>da</strong>.<br />

Na perseguição l)ortou-se o. corpo tão b3m como na luta que a precedeu.<br />

Ficaram mortos ou ferir1->s 49 homens.<br />

O alferes Moreira Figueire<strong>do</strong>, feri<strong>do</strong> mortalmente, succumbio logo<br />

depois. Os outros officiaes feri<strong>do</strong>s, além <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte, foram os capitães<br />

Simão de Bl'ul11 e Vasco Chananeco e os alferes Are so <strong>da</strong> Si!veira e<br />

Constantino <strong>da</strong> Silveira.<br />

N. B.-Parte <strong>do</strong> 5° e 7° corpos provisorio <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional, às<br />

ordens <strong>do</strong> tenente-coronel Lerina, combateu reuni<strong>da</strong> a esta I' briga<strong>da</strong><br />

(Vej. isto na parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 4' briga<strong>da</strong>).<br />

3) Parte official <strong>do</strong> com-man<strong>da</strong>nte ela 4"'. b?"igaela:<br />

« 111m. Exm. Sr.-Tenho a honra de passar ás mãos de V. Ex. as<br />

partes <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelos comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos e forças <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> sob<br />

meu comman<strong>do</strong>, nas quaes relatam o factos que se deram durante o


104<br />

combate que tivemos quan<strong>do</strong> aggredi<strong>do</strong>s pelos <strong>Paraguay</strong>os no dia 2·-1 <strong>do</strong><br />

corrente mez, accre. cen<strong>do</strong> porém, que divisei entre os meus comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

a mais ampla di posição de destruir o inimigo si lhe não faltassem<br />

aR necessarios meios; no entanto na<strong>da</strong> deixaram-me a desejar,<br />

porque os que e reconheceram a pé urigaram como veteranos infantes<br />

até que podemos fazer carga no inimigo e con eguimos sua retira·.1a.<br />

O Sr. tenente-coronel Camillo Mercio Pereira, na occasião <strong>da</strong> carga, prestou<br />

relevantes serviços na esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha, onde por minha ordem comman<strong>da</strong>va,<br />

bem como o Sr. major Gaspar Xavier de Mello <strong>do</strong> 50 corpo, que,<br />

carregan<strong>do</strong> no centl"O, sahio feri<strong>do</strong>, porém sempre com muito valor; quanto<br />

ao Se. tenente-coronel Lerina deixo o seu procedimento ao juizo <strong>do</strong> Exm. Sr.<br />

general comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divisão, vi to que se achava na direita <strong>da</strong> linha,<br />

limitan<strong>do</strong>-me s6rnente a recommen<strong>da</strong>r os meus comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s, pois que<br />

cumpriram o eu dever de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s brazileiros; não poden<strong>do</strong> porém deixar<br />

de mencionar os meus emprega<strong>do</strong>s, pois que talvez deixem de f?er lembra<strong>do</strong>s<br />

em seus corpos, visto que se acham as min 11as ordens; são elles: o<br />

capitão Angelim de Carvalho, que, ten<strong>do</strong>-se posta<strong>do</strong> na linha <strong>da</strong> frente em<br />

, um batalhão, foi balea<strong>do</strong> no braço esquer<strong>do</strong>, em occasiào em que comman<strong>da</strong>va<br />

urna companhia d'esse batalhão; o alferes Paulino Caetano de Souza,<br />

que cumpria o seu dever; e 2·. sargento <strong>do</strong> lo corpo Manoel de Oliveira<br />

Bueno Filho, que com promptidão e valol' transmittio minhas ordens,<br />

sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> pllr uma bayoneta na occasião em que salvava <strong>da</strong>s ganas <strong>do</strong><br />

inimigo o Sr. capitão Aureliano, <strong>do</strong> 7°. corpo, que na occasião ficara<br />

a pé e cerca<strong>do</strong> pelo inimigo.<br />

« Coadjuvaram-me tambem na occasião <strong>da</strong> carga, e transmittiram com<br />

presteza as ordens deste comman<strong>do</strong>, os Srs. tenentes, <strong>do</strong> 2° corpo, Antonio<br />

Marques França, <strong>do</strong> 10°, Firmino Maria Martins, alferes <strong>do</strong> 2°.<br />

corpo Augusto José Corrêa, Antonio Joaquim de Jesus, e <strong>do</strong> 5°. Lucas<br />

José de Araujo, os quaes portaram-se com bravura, sen<strong>do</strong> porém de<br />

justiça levar ao conhecimento <strong>do</strong> <strong>governo</strong>' a intrepidez e bravura <strong>do</strong><br />

capitão <strong>do</strong> 5°. corpo José <strong>do</strong>s Santos Roballo, que ficou aleija<strong>do</strong> <strong>da</strong> mão<br />

direita. E' qllanto me cabe levar ao conhecimento de V. Ex. para<br />

que chegue ao de S. Ex. o Sr. general em chefe.<br />

«. Deus guarde a V. Ex. -.rUm. ExlU. Sr. brigadeiro José Luiz<br />

Menna Barreto, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2 a . divisão.<br />

« rtlanoel de Oliveira Bueno,<br />

« Ooronel-comm~n<strong>da</strong>l1tc ia 4'. bl'ig'1<strong>da</strong> >l.


105<br />

As partes officiaes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos que formavam esta<br />

4& briga<strong>da</strong> dizem, em resumo, o seguinte:<br />

2° CORPO PROVISORD DE CAVALLARIA DA GUARDA NACIONAL.-Co'nman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel Camillo J1e?'c io PC'í"eií-'a.-Tran. creveremos quasi<br />

to<strong>da</strong> a parte official porque dilferentes fracções <strong>do</strong>s corpos desta briga<strong>da</strong><br />

reun'ram-se à <strong>do</strong> g~neral 'etto ou ii. l' briga<strong>da</strong>, combaten<strong>do</strong> alguns officiaes<br />

e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s a cavallo e outros a pé, em lugares distantes, de. sorte<br />

que é muito difficil resumir este e outros <strong>do</strong>cumentos;<br />

« Lavo ao conhecimento de V. S. o occorri<strong>do</strong> na batalha <strong>do</strong> dia<br />

24 de Maio com o corpo sob o meu comman<strong>do</strong>, desde as 11 1/2 horas<br />

<strong>da</strong> manhã, pouco mais ou menos.<br />

« Achava-me eu acampa<strong>do</strong> á esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> e um pouco dis-,<br />

tante <strong>do</strong>s outros corpos <strong>da</strong> mesma, e por is o quan<strong>do</strong> montei a cavaUo<br />

já o inimigo se achava perto. Fiz immediatamente com rlue ~s homens<br />

mal monta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> corpo se fossem incorporar a V. S., e ordenei que os<br />

que se achavam a pé seguissem pe~a costa <strong>do</strong> banha<strong>do</strong> para o mesmo fim.<br />

Fiquei apenas com os necessarios para <strong>da</strong>r logo uma carga sobre o inimigo<br />

e salvar os nossos que iam a pé. Este movimento teve bom exito,<br />

porque, carrega<strong>do</strong> pelo flanco direito, teve o inimigo de fazer-me frente,<br />

e, entreten<strong>do</strong> -se, deu des'e mo<strong>do</strong> lugar a que não perde semos praça<br />

alguma <strong>da</strong>s mal monta<strong>da</strong>s e <strong>da</strong>s que não tinham cavallos.<br />

« O inimigo carregou a trote. Tomei posição á e quer<strong>da</strong> de um<br />

batalhão ou ala de batalhão que se achava no centro. Logo depoi:.õ recebi<br />

ordem de V. S. (coronoel ManeI de Oliveira Bueno) para conter a esquer<strong>da</strong>,<br />

e em segui<strong>da</strong> a mesma ordem <strong>do</strong>s :-:rs. generaes J. L. Menna Barreto,<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> nossa diviSãO, e etto, commanelante ela briga<strong>da</strong> ligeira,<br />

o que executei.<br />

« A nossa infantaria <strong>do</strong> centro formou quadra<strong>do</strong>, e neste interim<br />

chegaram 2 esquadrões <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira, <strong>do</strong>s quaes tomei conta de combinação<br />

com o tenente-coronel Caetano Gonçalves <strong>da</strong> Silva, que tratou<br />

de coadjuvar a infantaria. Ven<strong>do</strong> eu que o inimigo se appl'Oximava. carreguei<br />

a sua direita, <strong>do</strong> que resultou desviaI-o, ten<strong>do</strong> os nossos :,:ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

se manti<strong>do</strong> de permeio entre eUe e a infantaria, pelo que o inimigo<br />

teve de obliquar á direita, afim de apoiar a parte choca<strong>da</strong>, reforçan<strong>do</strong>-a<br />

depois para a esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha. <strong>da</strong> nossa infantaria. Conservei-me ahi,<br />

in<strong>do</strong> de vez em quan<strong>do</strong> cJadjuvar os comman<strong>da</strong>nies de pelotões, e carregan<strong>do</strong><br />

por mais duas vezes o inimigo; uma por ordem <strong>do</strong> tenentecoronel<br />

Cae.tano Gonçalves e de S. Ex. o Sr. general eLto, e outra<br />

porque o inimigo <strong>da</strong> direita depois de nossa infantaria ter-se retira<strong>do</strong><br />

pelo centro, deixan<strong>do</strong> um capão á esquer<strong>da</strong>. eUe tratava de tomar a<br />

A. 14


lOG<br />

retaguar<strong>da</strong> (sic). Em to<strong>da</strong>s estas cargas os nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s se misturavam<br />

com os inimigos, lancean<strong>do</strong>-os, e nesta ultima o contivemos de mo<strong>do</strong><br />

que de istio de seu intento.<br />

« Oommigo se achavam no combate praças de differentes corpos, sen<strong>do</strong><br />

a maior parte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira. Tive mais de 40 homens mortos e<br />

feri<strong>do</strong>s, cujos nomes serão <strong>da</strong><strong>do</strong>s pelos comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos a que<br />

pertencem.<br />

« Os officiaes <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira e de outros corpos portaram-se perfeitamente<br />

bem, e por ultimo prestaram-se a formar um esqualÍl'ãO de<br />

officiaes, que organisei, como mais bem monta<strong>do</strong>s, para perseguir o inimigo.<br />

Entreguei o comman<strong>do</strong> des~e esquR.drão ao major Manoel Amaro<br />

Barboza.... »<br />

Continúa a parte a elogiar os officiaes <strong>do</strong>s differente corpos que<br />

ahi combateram.<br />

O 2° corpo s6 tinha umas 140 praças, inclusive as que estavam<br />

<strong>do</strong>entes, porém apenas 3 otl1ciaes e umas 20 praças combateram, porque<br />

os outros e. tavam a pé. Desses officiaes foi feri<strong>do</strong> um, o capitão Vieira<br />

Xavier, e ficaram feri<strong>da</strong>s 6 praças.<br />

5° e 7" OORPOS PROVISORIO" DE OAVALLARIA DA GUARDA NAOIONAL.-O<br />

tenente-coronel Lerina era comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 5°, e o major Silvei?"a <strong>da</strong><br />

FOl/,to~wa <strong>do</strong> 7". A falta de cavallos, porém, fez com que. esses <strong>do</strong>us corpos<br />

io em reuni<strong>do</strong>s sob o comman<strong>do</strong> de Lerina, dividin<strong>do</strong>-se a tropa em duas<br />

parte: a primeira, dirigi<strong>da</strong> pelo major <strong>do</strong> 7°, Silveira <strong>da</strong> Fontoura, compunha-se<br />

de pl:aças a pé, reparti<strong>da</strong>s em 3 e quadrões (1 esquadrão de<br />

clavineiros <strong>do</strong> 5°, outro <strong>do</strong> 7-', e 1 e~quadrão de lanceiros <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us<br />

corpo); a segun<strong>da</strong> era forma<strong>da</strong> de <strong>do</strong>us esquadrões monta<strong>do</strong>s, um <strong>do</strong> 5"<br />

e outro <strong>do</strong> 7°, ambos comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelo major Gaspar L. de NIello.<br />

A primeira força, isto é, os 3 esquadrões a pé, pelejaram ás ordens<br />

de Lerina incorpora<strong>do</strong>s á I' briga<strong>da</strong>, a que não pertenciam. A segun<strong>da</strong><br />

(Ga par de Mello) combateu ás ordens <strong>do</strong> commanclante <strong>da</strong> 4' briga<strong>da</strong>.<br />

Temos, portanto, duas fracções desses <strong>do</strong>us corpos, combaten<strong>do</strong> em<br />

lugares di tinctos, sob a direcção de Lerina e de Gaspar de Mello.<br />

Vejamos o que dizem as partes officiaes destes <strong>do</strong>us comman<strong>da</strong>ntes.<br />

- O tenente-coronel Lerina diz, em resumo, o eguinte:<br />

Estava bastante <strong>do</strong>ente no acampamento e fÔra dispensa<strong>do</strong> pelo comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 4 a briga<strong>da</strong> de acompanhar os esquadrões monta<strong>do</strong>s que<br />

sahiram para forragear quan<strong>do</strong> ouvio o toque de senti<strong>do</strong>. A sumio então o<br />

"comman<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ofliciaes e praças <strong>do</strong> 5° e 7" corpos de caval1aria, que<br />

formam presentemente um corpo de infantaria assim constitui<strong>do</strong>: c0mman<strong>da</strong>nte<br />

o major <strong>do</strong> 7° corpo, Silveira <strong>da</strong> Fontoura, l° esquadrão de


107<br />

clavineiros <strong>do</strong> 5° corpo, 2° esquadrão de clavineil'os <strong>do</strong> 7° corpo, e 3°<br />

esquadl'ãO de lanceros <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us corpos. » O capitão Quadros comman<strong>da</strong>va o<br />

I° esquadrão e tinha ás suas ordens 3 officiaes subalternos; o capitão Valentirb<br />

<strong>do</strong>s Santos e 3 officiaes subalternos serviam no 2° esquadrão; o<br />

tenente Bento Ribeiro de Almei<strong>da</strong> e 2 subalternos serviam no 3" esquadrão.<br />

Sel'via de porta-estan<strong>da</strong>rte (1) o alferes Gaspar Satter e de man<strong>da</strong>nte o<br />

capitão Bonifacio de Mello. »<br />

4( Ten<strong>do</strong> ordem,» diz o comman<strong>da</strong>nte Lerina, « ten<strong>do</strong> ordem <strong>do</strong> Exm.<br />

Sr. brigadeiro (J. L. Menna Barreto) comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divisão, de atacar<br />

pela esquer<strong>da</strong>, pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> matto, onde nos accommettia o inimigo com<br />

impeto, marchei com esta força iucorpora<strong>da</strong> á 1" briga<strong>da</strong> (Araujo Bastos,<br />

tambem de cavallaria a pé), até a costa <strong>do</strong> matto sobre n('ssa frente, fican<strong>do</strong><br />

alli o esquadrão de lancciros com o capitão que servia de man<strong>da</strong>nte.<br />

Por ordem <strong>do</strong> mesmo Exm. Sr. brigadeiro adiantaram-se os 2 esquadrões<br />

de clavineims até a frente <strong>do</strong> inimigo, que desde meia varzea principiou<br />

a nos dirigir o fogo de flanco em retira<strong>da</strong> para a costa <strong>do</strong> matto, onde<br />

sustentou vivo fogo até ser rechaça<strong>do</strong>. Então continuámos a marchar<br />

na mesma direcç<strong>do</strong> até a e lquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> nossa linha <strong>da</strong> frente, onde fomos<br />

substituí<strong>do</strong>s por outras forças de infantaria, receben<strong>do</strong> ordem <strong>do</strong> mesmo comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> divisão para retirar, afim de reforçar o flanco esquer<strong>do</strong>, onde<br />

durava ain<strong>da</strong> o fogo <strong>do</strong> inimigo <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> matto. N'essa marcha,<br />

]lor ordem de S. Ex. o Sr. gt'neral em chefe, cotioquei a força <strong>do</strong> meu<br />

comman<strong>do</strong> á direita <strong>da</strong> linha que guarnacia as peças que se achavam<br />

em bateria <strong>contra</strong> o boqueirão d'onde o ini'Uigo nos atacava, conservan<strong>do</strong>-me<br />

alli ate âs 6 horas. <strong>da</strong> tarde, quan<strong>do</strong> tive ordem de me retirar<br />

para o acampamento. »<br />

O l° esquadrão (<strong>do</strong> 5° corpo) teve 11 homens mortos ou feri<strong>do</strong>s, e<br />

o 2° (7° corpo) 14.<br />

- O major Gaspar de Mello, que comman<strong>da</strong>va « os 2 esquadrões organisa<strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong>s praças monta<strong>da</strong>s <strong>do</strong> 5° e 7° corpos provi


108<br />

approximou sua infantaria, que nos atacava pela esquer<strong>da</strong> acoberta<strong>da</strong> pelo<br />

matto, ordenou o choque <strong>do</strong>s esquadrÕes, o qual foi feito com tal precisão<br />

e acerto e com tanta bravura, que em menos de 5 minutos foram<br />

mortos 76 inimigos, como V S. via, por achar-se sempre á nossa frente. »<br />

Do nosso la<strong>do</strong> tivemos, no esquadrão <strong>do</strong> 5" corpo, 3 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

mortos, succumbin<strong>do</strong> tambem 2 outros <strong>do</strong> 7°. Ficaram feri<strong>do</strong>s o major<br />

Gaspar de Mello, o cflpitão f:antos Roballo, o tenente. unes Vieira, e<br />

os alferes Martinho Pereira (falleceu pouco dApois) e Souza Brazil (portaestan<strong>da</strong>rte)<br />

(f), e contusos o tenente Silva Braga e o alf"res Souza Duarte,<br />

to<strong>do</strong>s <strong>do</strong> 5° corpo, o capitão Brazilio de Oliveira e o alferes Olin<strong>da</strong><br />

Pinheiro, <strong>do</strong> 7" (este ultimo não ~ervia ás ordens de Gaspar de Me11o,<br />

e combateu em outro lugar.) Foram feri<strong>do</strong>s 11 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

7 0 corpo e contuso 1 <strong>do</strong> 5°. « Muitas praças apearam-se por causa <strong>do</strong><br />

cansaço <strong>do</strong>s cavallos, e pelejaram a pé. » O sargento <strong>do</strong> pO corpo Jeronymo<br />

Xavier Ferreira foi especialmente elogia<strong>do</strong>. O capitão Aureliano Paz, perden<strong>do</strong><br />

o seu cavallo, foi cerca<strong>do</strong> por varias paraguayos, e defendeu-se<br />

intrepi<strong>da</strong>mente, sen<strong>do</strong> logo soccorri<strong>do</strong> pelos sargentos Felismina Paz e<br />

Manoel Bueno e por varias praças.<br />

1.)<br />

t Dj 3'. DIVISÃO BRAZILEffiA (GENERAL SAMPAIO).<br />

.<br />

Pa.?'le oflicial elo commanclante interino ela clivi ão e e(fi'ctíro<br />

<strong>da</strong> 7'. b?"igaela:<br />

é: Comman<strong>do</strong> interino <strong>da</strong> 3", divisão, acampamento em Tuyuty, em<br />

29 de Maio de 1866.<br />

~ 111m. Exm. Sr.-Corre-me o dever como comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 7 a . briga<strong>da</strong>,<br />

no começo <strong>da</strong> acção, e, posteriormente, como interino <strong>da</strong> 3~. divisão,<br />

de <strong>da</strong>r parte <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong>s corpos que a compõem. Eram<br />

11 horas <strong>da</strong> manhã <strong>do</strong> dia 24 <strong>do</strong> corrente, quan<strong>do</strong> o echoar <strong>do</strong>s canhões<br />

e logo após o toque de senti<strong>do</strong> no ex.ercito avisaram-nos <strong>da</strong> aggressão<br />

<strong>do</strong> inimigo; rapi<strong>da</strong> a divisão formou-se, e á frente <strong>da</strong> 7". briga<strong>da</strong><br />

frustei o intento <strong>do</strong> inimigo, que procurava atacar-nos de flanco, manqan<strong>do</strong><br />

os corpos de voluntarios 6'., 9°. e 11". mn<strong>da</strong>rem a frente á<br />

esquer<strong>da</strong> e carregar sobre elle; o lo. de infantaria formou quadra<strong>do</strong><br />

na direita, onde columnas forte de cavallal'Ía e infantaria atacaram-no<br />

(') Vista a Thompson.


109<br />

sen<strong>do</strong> repelli<strong>da</strong>s com energia e vivo fogo. O 6°" 9° . e <strong>II</strong>0, de volnntarios<br />

elo. batalhão de infantaria perseguiam o inimigo até proximo<br />

á sua fortificáÇão, toman<strong>do</strong> o 6°, de voluntarios <strong>do</strong>us canhões de<br />

calibre 4 com seus pertences, A naturel.a <strong>do</strong> terreno difficultava sobremaneira<br />

o desenvolvimento regular <strong>do</strong>s corpos, inconveniente este que<br />

sem prejudicar o fogo deu em resulta<strong>do</strong> o fraccionamento de diversos<br />

corpos. Assim sob minhas ordens tive parte <strong>do</strong> 2°. e 13°. batalhões de<br />

infantaria e o corpo de voluntarios 19".<br />

«0 4°. corpo de voluntaeios, que se unio ao 9°, <strong>da</strong> mesma denominação<br />

bem comportou-se, e· seu comman<strong>da</strong>nte interino, o ca'pitão Antonio<br />

Pedro <strong>da</strong> Silva, com varias praças à esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> matto, tomou<br />

uma peça de 4. Logo no começo <strong>da</strong> acção tive morto meu cavallo<br />

por uma bala de fuzil. Renhi<strong>do</strong> foi o combate e to<strong>do</strong> o empenho e<br />

mais vivo fogo <strong>do</strong> inimigo, sem temor de exageração, foi sobre a 7".<br />

briga<strong>da</strong>: attestam-no os seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos e o esta<strong>do</strong> actual de<br />

suas fileiras. S. Ex. o Sr. brigadeiro Antonio de Sampaio, sempre<br />

attenden<strong>do</strong> e dirigin<strong>do</strong> a divisão, às 3 horas <strong>da</strong> tarde incitava os batalhões<br />

a carregar sobre o inimigo, quan<strong>do</strong> cahio com tres ferimentos<br />

entre as fileiras <strong>do</strong>s bravos que conduzia à victoria. Retiran<strong>do</strong>-se então,<br />

entregou-me o comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> divisão.<br />

« Os corpos <strong>da</strong> S", briga<strong>da</strong>, à excepção <strong>do</strong> 4°. de voluntarios, eram<br />

à direita !3m seus postos d.e honra, como attesta a parte de seu respectivo<br />

com man<strong>da</strong>nte. O 3". batalhão de infantaria esteve sob as oruens<br />

<strong>do</strong> Exm. Sr. general Flores, de protecção á artilharia, onde prestou<br />

bons serviços; o 6". <strong>da</strong> mesma arma à esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong>s forças orientaes<br />

e á direita <strong>da</strong> 7·, briga<strong>da</strong>; o 4° de infantaria à esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> 6°, seguin<strong>do</strong>-se<br />

o 19°, de voluntarios, To<strong>do</strong>s estes corpos muito contribuiram<br />

para repellir o inimigo. O comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 6°. batalhão de infantaria,<br />

tenente-coronel ·Antonio <strong>da</strong> Silva Paranhos, teve o cavallo morto no<br />

começo <strong>do</strong> fogo. O comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> l°. de infantaria, major Francisco<br />

Maria <strong>do</strong>s Guimarães Peixoto, até o momento de ser feri<strong>do</strong> portou-se<br />

com bravura e deno<strong>do</strong>, que lhe tem grangea<strong>do</strong> a mereci<strong>da</strong> reputação<br />

de valente; o <strong>do</strong> 6°. corpo de voluntarios, major Franci co Agnelo de<br />

Souza Valente, corajoso e intrepi<strong>do</strong>, sempre calmo e attento aos movimentos<br />

<strong>do</strong> inimigo, prestou importantes serviços; o tenente-coronel<br />

José de Oliveira Bueno e major Innocencio Jcsé Cavalcanti d'Albuquerque,<br />

este comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 11 0. e aquelle <strong>do</strong> 9°. de voluntarios,<br />

valentes e energicos, dirigiram seus corpos m. peleja, sen<strong>do</strong> em meio<br />

della feri<strong>do</strong>s. O major em commissão <strong>do</strong> l°. batalhão de infantaria<br />

Manoel Jose de Menezes, o <strong>do</strong> 9°. Ernesto Pereira <strong>da</strong> Silva e capitão<br />

José de Almei<strong>da</strong> Barreto, <strong>do</strong> 11°. de voluntal'ios que substituiram seus<br />

respectivos chefes portaram-se com valor. O capitão <strong>do</strong> So. batalhão


110<br />

de artilharia Jacintho 1acha<strong>do</strong> Bittencourt Junior, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general junto á 7". briga<strong>da</strong>, ~empre pressuroso na<br />

transmissão <strong>da</strong>s ordens aos ponto mais arrisca<strong>do</strong>s, foi feri<strong>do</strong> no começo<br />

<strong>da</strong> acção, e morto seu cavallo, porém não quiz retirar-se; mais tarde<br />

a is o foi constrangi<strong>do</strong> por novo e maior feri menta: portou-se com<br />

muito valor, angue frio e coragem. O assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

qnarLel-mestre general junto a 7"'. beiga<strong>da</strong>, alferes <strong>do</strong> 1". regimento<br />

de cavallaria Carlos Macha<strong>do</strong> de Bittenc 0 11rt, no desempenho de minhas<br />

ordens, mostrou muito sangue frio e coragem, rapi<strong>do</strong> acudin<strong>do</strong><br />

aos pontos mais arrisca<strong>do</strong>s: foi levemente feri<strong>do</strong> continuan<strong>do</strong> porém até<br />

o final <strong>da</strong> batalha. Prestou optimos serviços. ~~eu aju<strong>da</strong>nte de ordens, o<br />

alferes <strong>do</strong> l°. batalhão de infantaria Marcos Antonio de Albuquerque<br />

e Mello, portou-se com valor e coragem até o momento de ser feri<strong>do</strong>.<br />

O Sr. coronel André Alves Leite de Oliveira Beilo, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong><br />

50.. briga<strong>da</strong>, como sempre, dil'igio-a com o valor e sangue frio que lhe<br />

são conheci<strong>do</strong>s, e prestou 0 1<br />

timos erviço. O capitão <strong>do</strong> 14°. batalhão de<br />

infantaria Antonio Augusto Sarmento e Meilo, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general junto á 3,'. divisão, cumpria com empenho as 01'­<br />

den que lhe foram <strong>da</strong><strong>da</strong>s, portan<strong>do</strong>-se com digni<strong>da</strong>de, valor e sangue<br />

frio. O tenente <strong>do</strong> 6°. batalhão de infantaria Joaquim Roberto <strong>da</strong> Silva<br />

Rangel, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-me tre general junto á 3".<br />

divisão, sempre a par de seu chefe, foi co.m eile feri<strong>do</strong> na mesma occasião:<br />

este official 'portou ·se com muito valor, sangue frio e coragem.<br />

O tenente <strong>do</strong> 3°. corpo p-rovisorio de cavailaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional<br />

AIsilino Apolinario de Moraes, aju<strong>da</strong>nt;;; de ordens <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

3". divi ão, portou-se com muito de embaraço e valor, transmittin<strong>do</strong> as<br />

ordens a pé depois de perdi<strong>do</strong> eu cavallo.<br />

« O cresci<strong>do</strong> numero de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fóra de combate ne 'ta divisão, e<br />

a boa dispo ição de sua força, que jàmai, apezar de· uma sal'aÍ\ra de<br />

balas, que sobre ella chovia, perdeu a sua formatura, numero pouco<br />

inferior á metade <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito, são os garantes <strong>do</strong> esforços,<br />

que eUa empregou na rejlUlsa <strong>do</strong> inimigo, são seu::; titulas de gloria.<br />

« S. Ex. o Sr. general Flores, que pra enciou o comp rtamento <strong>da</strong><br />

divisão, dirigia-lhe uma allocução e enthusiatico. yh a', te temunho<br />

irrecusavel <strong>da</strong> a~tiva parte 1:01' eUa toma<strong>da</strong> na glori') a joma<strong>da</strong>.<br />

« Junto apre ento a relação <strong>do</strong> morto', feri<strong>do</strong>' e contusos e bem<br />

assim as partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Illm. Exm. r. marechal de campo barão<br />

<strong>do</strong> Herv'al, comman<strong>da</strong>nte e::" chefe <strong>do</strong> exercito em opel'açãe .<br />

«JacinUl.O -,:lcha<strong>do</strong> de ittencourt,<br />

«Coronel-commanc1:lnte interino».


111<br />

2) Parte olficial elo commanclante ela 5&. b'riga<strong>da</strong>:<br />

« 111m. Sr.-Tenho a honra de levar à. presenr'a de V. S. as partes<br />

juntas <strong>do</strong>s corpos <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> de n-:eu comman<strong>do</strong> em que dão conta <strong>do</strong><br />

occorri<strong>do</strong> na memoravel batalha (10 dia 24 <strong>do</strong> corrente. Caben<strong>do</strong>-me por<br />

minha vez informar dessa gloriosa jorna<strong>da</strong>, pouco accrescentarei ao que referem<br />

as partes menciona<strong>da</strong>s, com especiali<strong>da</strong>de as <strong>do</strong> 4°. e 6°. batalhões<br />

de infantaria, corpos estes que estiveram sempre sob minhas immediatas<br />

ordens e direcção; quanto ao 3° batalhão de linha, e 4° de voluntarios, foram<br />

desde o começo <strong>da</strong> peleja destaca<strong>do</strong>s <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> pelo Exm. Sr, general<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divisão, Antonio de Sampaio, o primeiro para proteger<br />

a artilharia, e o segun<strong>do</strong> para reforçar a 7". briga<strong>da</strong> que nessa occasiãO<br />

fôra accommetti<strong>da</strong> por uma grossa columna inimiga composta<br />

<strong>da</strong>s tres armas; operação esta em que o 4". de voluntarios soffreu<br />

grande per<strong>da</strong> em seu pessoal, principian<strong>do</strong> pelo chefe, major e muitos<br />

outros ofliciaes. A conducta <strong>do</strong>s batalhões 4° e G" de infantaria, que<br />

combateram debaixo de minhas ordens, foi superíor a to<strong>do</strong> o elogio,<br />

rechaçan<strong>do</strong> por mais de uma vez as fortes columnas inimigas que nos<br />

àccommetteram pela frente e flancos, causan<strong>do</strong>-lhes consideraveis per<strong>da</strong>s<br />

e levan<strong>do</strong>-as afinal por meio <strong>do</strong>s banha<strong>do</strong>s, e alto macegal, em completa<br />

desordem, até proximo ás suas fortificações, onde ~e refugiara~.<br />

O 3°. batalhão de infantaria, e o. 4". de voluntarios, posto não combatessem<br />

sob minha direcç~o, tenho a satisfação de informar que se mosti'aram<br />

não menos dignos que seus valentes companheiros, segun<strong>do</strong> geralmente<br />

este comman<strong>do</strong> tem si<strong>do</strong> informa<strong>do</strong> por alguns chefes, entre eUes<br />

o Ex'm. Sr. general Flores, que iece ao 3°. batalhão de infantaria os<br />

mais pomposos elogios pelo valor, disciplina e boa ordem com que se<br />

conduzio durante to<strong>da</strong> a batalha.<br />

« Os chefes desta briga<strong>da</strong> tenente-coronel Antonio <strong>da</strong> Silva Paranhos,<br />

com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 6°. batalhão de infantaria, dito Luiz José Pereira de<br />

Carvalho, <strong>do</strong> 4°.; Frederico Àugu -to de Mesquita, <strong>do</strong> 3°.; e Dr. Francisco<br />

Pinheiro Guimarães, <strong>do</strong> 4°. de voluntarios, portaram-se: o tenente-coronel<br />

Paranhos, além de seu já conheci<strong>do</strong> valor, conduzio-se com<br />

calma, e dirigio com acerto o seu batalhão, encorajan<strong>do</strong> a seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

nos momentos mais criticos <strong>da</strong> peleja; o tenente-coronel Pereira de Carvalho,<br />

posto fosse logo no começo <strong>do</strong> combate feri<strong>do</strong>, ~mostrou sangue<br />

frio e calma, sustentan<strong>do</strong> seu po to até retirar-se; o tenente-coronel<br />

Mesquita já conheci<strong>do</strong> no exercito, sou informa<strong>do</strong> que foi admiravel o<br />

seu comportamento no com man<strong>do</strong> <strong>do</strong> batalhüo, pela consumma<strong>da</strong> prudencia<br />

e acerto COm que o dirigio, nos diversos desenvolvimentos com


112<br />

os quaes rechaçou o inimigo por mais de uma vez, quan<strong>do</strong> este, impetuoso,<br />

buscava a nossa artilharia, e por cujo motivo mereceu <strong>do</strong> Exm. Sr.<br />

general Flores, ovações de bravo durante e depois <strong>do</strong> combate. O tenentecoronel<br />

Pinheiro Guimarães, comquanto na<strong>da</strong> presenciasse com respeito<br />

a sua pessoa durante a acção, to<strong>da</strong>via sou informa<strong>do</strong> que até o momento<br />

de ser feri<strong>do</strong> e retirar-se conduzira-se como um veterano sol<strong>da</strong><strong>do</strong>,<br />

o que não era menos de esperar de um cavalheiro tão brioso,<br />

intelligente e valente, como se tem mostra.<strong>do</strong> durante to<strong>da</strong> a campanha.<br />

Os majores fiscaes: <strong>do</strong> 4°. batalhão de mfantaria, Antonio José <strong>do</strong>s<br />

Passos, que succedeu ao respectivo chefe continuan<strong>do</strong> a dirigir o batalhão<br />

até concluir-se a batalha com prudencia, valor e sang~e fl'io; o <strong>do</strong> 6°,<br />

José Antonio de Oliveira Botelho, que, comquanto fosse feri<strong>do</strong> logo no<br />

principio <strong>do</strong> combate, conservou-se durante to<strong>da</strong> a acção no seu posto<br />

com calma e sangue frio, o que lhe é muito houroso porque com isso<br />

mostrou ser bravo mais de uma vez; o <strong>do</strong> 3°. Domingos Alves Barretto<br />

Leite, em commi~são no dito corpo, confirmou a beIla reputação<br />

de bravo adquiri<strong>da</strong> em Moron e Paysandú; o <strong>do</strong> 4° de voluntarios,<br />

João Baptista Barreto Leite, tambem de commissão, conduzio-se bem<br />

até o momento de retirar-se feri<strong>do</strong>; o capitão de commissão Antonio<br />

Pedro <strong>da</strong> Silva, em quem recahio o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> dito corpo, tambem sou<br />

informa<strong>do</strong> de que prestou relevantes serviços, aprisionan<strong>do</strong> na pei'seguição<br />

<strong>do</strong> inimigo um canhão completamente apparelha<strong>do</strong> e municia<strong>do</strong>, o qual<br />

foi entregue ao Sr. comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divisão. Este corpo ain<strong>da</strong> no meio<br />

<strong>da</strong> acção se reunio á bl'iga<strong>da</strong> e concorreu com as demais até a conclu<br />

ão <strong>da</strong> batalha. Este official, sen<strong>do</strong> tenente <strong>do</strong> 6°. batalhão, exerce<br />

a commissão de capitão no ref(~ri<strong>do</strong> 4". corpo de voluntarios: é intelligente,<br />

tem capaci<strong>da</strong>de, e foi jà distingui<strong>do</strong> em Paysandú; pelos seus<br />

serviços na jorna<strong>da</strong> <strong>do</strong> dia 24 se faz cre<strong>do</strong>r de honrosa menção. Tratan<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s officiaes que compõem o esta<strong>do</strong>-maior de ta briga<strong>da</strong> cabe-me<br />

louvar a conducta que tiveram os capitães de commissão Frederico<br />

Christiano Buys, Carlos Frederico <strong>da</strong> Rocha, e alferes André Alves de<br />

Oliveira BeIlo, este aju<strong>da</strong>nte de ordens, e aqueIles as istentes, o primeiro<br />

<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, e o segun<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre<br />

general, se conduziram com inteIligencia e valor, não só na transmissão<br />

<strong>da</strong>s ordens, como até mesmo combaten<strong>do</strong>, dirigin<strong>do</strong> differentes<br />

grupos de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s na peleja, e acoroçoan<strong>do</strong>-os com seu exemplo, pelo<br />

que se tornam dignos de honrosa menção, accrescentan<strong>do</strong> a respeito <strong>do</strong><br />

capitão Buys ser menciona<strong>do</strong> nas partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 3°. e 4·.<br />

batalhões de infantaria; o capitão Rocha e alferes BeIlo, apezar de<br />

terem perdi<strong>do</strong> os cavallos na maior refrega <strong>do</strong> combate, o deste por<br />

ter si<strong>do</strong> cansa<strong>do</strong> e o <strong>da</strong>quelle por ter si<strong>do</strong> morto, continuaram entre-


113<br />

tanto a prestar seus serviços a pé até o final <strong>da</strong> batalha. O tenente<br />

Manoe~ Jacintho Ozorio, aju<strong>da</strong>nte de ordens de S. Ex. o Sr. general<br />

em chefe, que por duas vezes compareceu na linha de combate que<br />

me coube dirigir, preoitou às forças de meu comman<strong>do</strong> o valioso serviço<br />

de providenciar a remessa de cartuxame que j \ começava a faltar-nos,<br />

por cujo motivo merece honeosa ~enção.<br />

« Durante o combate inc1)rporararn-se às forças sob minha direcção<br />

diversos contingentes <strong>do</strong> 6°., 9°., 10°. e 19°. de voluntarios, e l°. de<br />

infantaria, os quaes concorreram na linha de fogo até a conclusão <strong>da</strong><br />

batalha. A' intrepidez e beavura com que V...'., à te:ta ela 7"'. briga<strong>da</strong>,<br />

rechàçou a maior columna inimiga compoGta <strong>da</strong>s tres armas, que<br />

ousou accommette-Ia em seu plOpl'ÍO acampamento; à consideravel per<strong>da</strong><br />

que experimentou nessa occa'3ião e na perseguição que lhe fizemos, e<br />

ás sabias disposições de V. S. se eleve por sem duvi<strong>da</strong> uma boa parte<br />

<strong>do</strong> glorioso triumpho des e dia. Antes de terminar a narração elas occurrencias<br />

de. tão brilhante feito d'armas cumpro um dever de justiça<br />

accrescentar que .0 tenente-aju<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 4°, batalhão de infantaria Jo é<br />

Gonçalves Meirelles, apezar de já menciona<strong>do</strong>· na respectiva parte, tive<br />

occasião de observar que foi um <strong>do</strong>s oillciaes subalternos <strong>da</strong>quelle batalhão<br />

que se conduzio com valor e sangue frio, sen<strong>do</strong> por mais de<br />

uma vez conelll(~to para teansmis. ão de algumas ordens que tive de<br />

expedir às linhas de atira<strong>do</strong>re onde mostt'ou desembara~o; bem COIllO<br />

que o tenente de commissão Fernan<strong>do</strong> José ·<strong>da</strong> G ,ma Lobo, e alferes,<br />

tambem de cOll1missão, ROllorio Corrêa, <strong>do</strong> 3°. batalhão, desde o começo<br />

<strong>da</strong> batalha se conduziram distinctamente no 6°. de infantaria. a que<br />

casualmente se foram incorporar na occasião <strong>do</strong> conflicto.<br />

« Concluo aquí a b!'eve e succinta exposição que me corre o dever de<br />

fazer sobre os acontecimentos mais nota.veis que tiveram lugar na batalha<br />

elo dia 24 <strong>do</strong> corrente, antes e depois de haver V. S. a sumi<strong>do</strong><br />

o com man<strong>do</strong> d'esta divisão, em u.bstituição <strong>do</strong> di tincto general o Exm.<br />

Sr. brigadeiro António de Sampaio, que se retirou com tres ferimentos<br />

que o impossibilitaram de continuar a dirigir seus comlllan<strong>da</strong><strong>do</strong>s na<br />

peleja, cuja falta, apezar de ter si<strong>do</strong> por V. s. dignamente suppri<strong>da</strong>,<br />

não deixou comtu<strong>do</strong> de ser summamente senti<strong>da</strong>.<br />

« Deus guarde a V. S.-lllm. Sr. coronel Jacintho Macha<strong>do</strong> Bittencourt,<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3". divisão.<br />

« André Alves Leite de Oliveira Bello,<br />

«Coronel-comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 5". brigadu».<br />

A. 15


114<br />

As partes officiaes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s b'l.talhões que formavam<br />

. a 5' briga<strong>da</strong> diziam o seguinte:<br />

« 3° BATALHÃO DE I FANTARIA DE LI~lfA, - Comman<strong>da</strong>nte, Tenenlecoronel<br />

Freelerico ele MeslJ.uita (hoje general). -« A's <strong>II</strong> 1/2 hor'as<br />

<strong>da</strong> manhã, diz o comman<strong>da</strong>nte, «tiv.· ordem de collocar o batalhão<br />

á esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> artilharia, e sen<strong>do</strong> por esse la<strong>do</strong> ataca<strong>do</strong>, por cavallaria<br />

e infantaria inimiga, forme' quadra<strong>do</strong> e respondi ao' ataques com vivo<br />

fogo, reconhecen<strong>do</strong> o inimigd a inutili<strong>da</strong>de de sua tentativa, pelo que<br />

recuou. S. Ex. o Sr. g'eneral Flôres ordenou-me que av"tnçasse ent:lO<br />

com o batalhão para carregar à direit'\ sobre a cohuuna inimi';'a, que,<br />

tenaz, avançou dua vezes e outL'as tantas foi for~a<strong>da</strong> a retirar-se dl~sordena<strong>da</strong>mente<br />

sobre o banha<strong>do</strong>, onde experimentou grande per<strong>da</strong>. Depoi.:<br />

d'isso, reforman<strong>do</strong> a columna, fiz sahir a I a gran3.e divisão em atira<strong>do</strong>res<br />

para cobrir não só a frente <strong>do</strong> batalhão como a <strong>da</strong> artilharia<br />

a quem protegia. Já no fogo de quãdra<strong>do</strong>, e já na linha de atira<strong>do</strong>res<br />

fi


115<br />

officiaes e feri<strong>do</strong>s o tenent-;-coronel comman<strong>da</strong>nte e muitas praçê1s. Resolveu<br />

então V. S. (o coronel Oliveira Bello) man~ar atacar á bayoneta<br />

e, collocan<strong>do</strong>-me á frente <strong>do</strong> batalhão, atrave 'sàIDOS o mesmo banha<strong>do</strong>,<br />

colhen<strong>do</strong>-se o mais feliz exito d'essa l'eSOIUçãO, por termos consegui<strong>do</strong><br />

põr o inimigo em completa deban<strong>da</strong>dá. Leva<strong>da</strong> assim a luta muito<br />

além <strong>da</strong>s Larangeira, entendeu V. S. conveniente deixar linhas de<br />

atim<strong>do</strong>res e retirar o resto <strong>do</strong> batalhão. Feito isto, sustentamo-nl)s na<br />

posiÇãO de::iigna<strong>da</strong> por V. S., onde recebemos munições, por terem-se<br />

esgota<strong>do</strong> as que tinhamo'. »<br />

. . • .• « O tenente se0retario Fortunato Lobo foi quem substituio<br />

o of.ficial porta:"band0ira \') logo que este morreu, até que designei<br />

outro. » Foram feri<strong>do</strong>s succes ivamente outro' of.ficiaes que conduziram<br />

a bandeil'a. O alferes Rodrigues Garcia tomou uma bandeira inimiga.<br />

Este batalhão teve 145 mortos e feri<strong>do</strong>s e alguns extravia<strong>do</strong>s, cujos<br />

ca<strong>da</strong>veres foram posteriormente en<strong>contra</strong><strong>do</strong>s.<br />

Foram m lrtos o tenente Victor de Albuquerque e o alferes Nelson<br />

Borges.<br />

Foram feri<strong>do</strong>s e falleúel'am logo depois o tenente Azevedô Mace<strong>do</strong><br />

e o alferes Oa-tralcanti de Albuquerque (João). Ficaram tambem feri<strong>do</strong>s<br />

o tenente-coronel Pereira de Oarvalho, os tenentes Santos Franco e<br />

Athayde Seixas, e os alferes Rodrigues Garcia e Thomaz Moreira.<br />

6° BATALHÃO DE INFA, TARJA DE LINHA. - Tenenle-cO?"onel Antonio<br />

ela Silra j.Jaranllos (depoi general, falleci<strong>do</strong> em 4 de Maio de 1870:<br />

era natural <strong>da</strong> Bahia e irmão <strong>do</strong> Visconde <strong>do</strong> Rio-Branco), - Pouco<br />

depois <strong>da</strong>s 11 boras, ao toque geral de sentulo, formou o batalhão e<br />

por oruem <strong>do</strong> general Sam paio marchou a occupar o flanco esquer<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> bateria .oriental, que a e e tempo era a alta<strong>da</strong> por uma columna<br />

de infantaria e cavallaria paraguaya. O batalhão formou quadra<strong>do</strong>, e,<br />

ataca<strong>do</strong> pelo inimigo, re[:ellio a carga, empregan<strong>do</strong> bem os seus fogos.<br />

O inimigo fugia em differente direcr;õe. Em segui<strong>da</strong>, outra calumna<br />

paraguaya carregou pela esquer<strong>da</strong>, O batalhão, uni<strong>do</strong> ao 4° de, linha,<br />

formou em linha <strong>contra</strong> aquelll3 flanco, e oppoz- e ao movimento <strong>do</strong><br />

inimigo, sen<strong>do</strong> este obriga<strong>do</strong> a recuar. Depois acudio o batalhão à 7'<br />

briga<strong>da</strong>, que lhe fic;ava à esquerua, quan<strong>do</strong> as columna' inimiga a<br />

atacavam, e conc;rr~u para que fo Sêll1 leva<strong>da</strong>s de venci<strong>da</strong>.<br />

, (') o leitor observ;u'á llull temos o cui,hllJ dA nib ('lllitlir o.' trechos dl\S p'tl'les<br />

OffiClí\eS ql1~ e I'uf 'l'Cm á' Im,ld 'il'l~ .1'15 ','rpus. I' ~zen))s iS30 p \l' 1 desmenli!' ü trecho<br />

em qUll Thomp on diz: - « ln tbis buttl'3 the, Br,lziU1.ns wont into '1cl,ion wHhout tlteil'<br />

r. 1.0111'5; fi. ,d they ltaye ah\'l)':; U)Il; :5) SillCO I11\Y 2, jJl'olnb'" t prevent t110m from<br />

bell1g takell. li -<br />

. '. B.-E 'L~s ,linhas jil 'Lavam l:Ulllpostas llllan<strong>do</strong>, cx,ullinanúo a~ pruI as, 1'l1l'iJicámos<br />

llu a I,n!'sma ldea (iLIO nellas S J contem acha-se repoti<strong>da</strong> 111 duas Oll 11' s notas deste<br />

AppendLCe pag 17 o &;). Jsl,o servirá para mostrar a l?r cipitação com que foi feito este traba!ho,<br />

U ill J 110 n{io !,'ermitti'J a revisão <strong>do</strong>s orl'7ina s al1t s le serem 11l1tl'e~U s ao<br />

prel , Para estas e outrus faltas nijo cessaremos <strong>do</strong> pedir a lJenlll'olencia <strong>do</strong> 1 1l0r.


116<br />

o coronel Beno} comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> (5') ordenou que o ba~<br />

talhão per eguisse o inimigo. Ffilz-s~ isto debaixo de vivo fogo de canhão<br />

e foguetes à congréve, atravessan<strong>do</strong>-se varios banha<strong>do</strong>s. Qua i ~ noite<br />

recebeu o batalhão ordem de retirar-se <strong>do</strong> ponto até onde havia chega<strong>do</strong><br />

perseguin<strong>do</strong> os fugitivos.<br />

O batalhão teve 141 homens mortos e feri<strong>do</strong>s. Entre os ultimos o<br />

major Oliveira Botelho, o capitão Braz <strong>da</strong> Camara, e o tenente Roberto<br />

Rangel (que morreu logo depoi) e os alferes Gonçalves <strong>do</strong>s Santos<br />

e Vasconcellos Monteiro.<br />

O comman<strong>da</strong>nte e o aju<strong>da</strong>nte tiveram os seus cavallos mortos, e o<br />

mjtlor teve o seu feri<strong>do</strong>.<br />

O cadete Ahes Borges Junior, «que conduzia a bandeira, foi<br />

morto n, e o alferes .Rodrigues àa Silva, que o substituio, mostrou-se<br />

em to<strong>da</strong> a batalha orgulho. o d'essa honra, enthusia. man<strong>do</strong> os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

e rec r<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-Ihes que em torno rlo emblema de no sa nacionali<strong>da</strong>de devíamos<br />

to<strong>do</strong>s morrer. »<br />

Entre muitos officiaes e ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que se distinguiram, o comman<strong>da</strong>nta<br />

Paranho cita o capitão Francisco de Lima e Silva, que, sen<strong>do</strong> tenente-coronel,<br />

foi morto em 11 ele Dezemhro de 1863 na batalha de<br />

AvaJ.<br />

4° BATALHI) DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Rio de Janeiro).-<br />

Comman<strong>da</strong>nte Tenentc-::or,)ncl D1'. PinheÍl'o Gu~ma1'ães (hoje<br />

brigadeiro honorario e deputa<strong>do</strong>; natural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Rio de Janeiro).<br />

roi feri<strong>do</strong> e ~ub titui<strong>do</strong> pelo cat it(rr) ,lntonio Pe(~ío <strong>da</strong> Sitm. - O batalhão<br />

combatia no flanco esquer<strong>do</strong>, . usLentau<strong>do</strong> renhi<strong>do</strong> fogo, quan<strong>do</strong><br />

em con equencia <strong>do</strong> ferimento <strong>do</strong> tenente-coronel e <strong>do</strong> major assumia<br />

o comman<strong>do</strong> o capilão acima indica<strong>do</strong>. A parte offieial deste 6 refere<br />

{) quo e pas ou dei ais que recebeu o comman<strong>do</strong>.<br />

O capitão Pedro Silva, ten<strong>do</strong> ordem de carregar á bayoneta «desenvolveu<br />

~!l1 coluumas <strong>do</strong> granues divi õ com dieec ão obliqua. à<br />

direita para evitar um grande banhad . e, cO'U o 9° de voluntario,<br />

ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> major Ernesto <strong>da</strong>. ilva, contribuia ! ara que o inimigo<br />

recua e até a entra<strong>da</strong> <strong>do</strong> caplí.o qUf' forma o boqueirão com o inten o<br />

matto <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>. ~ N'e'a occa ião, uni<strong>do</strong> a varia pra a.O' <strong>do</strong> 2", 6·<br />

e 9° de voluntario tomou 1 peça rle artilharia <strong>do</strong> inimip:o.<br />

Não lá. outro' e clarecimento a pl.rte oflicial, e limita..:. e a elogiar<br />

va.rios ofiiciaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong> que e di tinguiram.<br />

(+) Este trecho V!ü com vista ii. Thompson.


117<br />

Transcreveremos, entretanto, os seguintes trechos:<br />

~ •.. O alferes J. L. Herbest houve-se com deno<strong>do</strong>, e foi qnem<br />

tomou a bandeira na occasião em que cahio feri<strong>do</strong> o alferes Fragoso,<br />

~ue a conduzia... O 2° cadete L. Paraguassú de Albuquerque no momento<br />

em que 'Vio diversas praças <strong>da</strong> guarniçt:o <strong>da</strong> bandeira cahirem<br />

f~ri<strong>da</strong>s, incorporou-se a elia e prestou bons serviços... » (*)<br />

O batalhão teve fóra de combate 192 praças.<br />

Foram mortos os tenentes Aguiar Tolê<strong>do</strong>, H.ibeiro Ramos e Fer..·<br />

reira Tinoco.<br />

Ficaram feri<strong>do</strong>s, e morreram logo deIlois, O capitão Almei<strong>da</strong> Baptista<br />

e o alferes Duarte Oastro.<br />

Ficaram feri<strong>do</strong>s o tenente-coronel Dr. Pinheiro Guimarães, o major<br />

Barreto Leite, o aju<strong>da</strong>nte Amorim Tavares, o quartel-mestre Pereira<br />

<strong>do</strong>s Santos, os capitães Nestor Borba, Souza Ooutinho, Pereira de Assumpção<br />

e Silva Peixoto, o tenente Oruz Car<strong>do</strong>so (estu<strong>da</strong>nte de direito). os alferes<br />

A. M. Fragoso, Theophilo Gama, Thadêo Holin<strong>do</strong> e Araujo Ooelho.<br />

Alguns destes falleceram em consequencia <strong>do</strong>s seus ferimentos.<br />

_ As partes officiaes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>.ntes <strong>do</strong>s batalhões que formavam<br />

a 7' briga<strong>da</strong>, dizem o seguinte:<br />

l° BATALHÃO DE INFANTARIA DE LINHA.- O')mman<strong>da</strong>nte, rnajúr Guimarães<br />

Peixoto.-E te official era filho <strong>do</strong> barão de Iguara sú, e fôra<br />

educa<strong>do</strong> em França. Falleceu, sen<strong>do</strong> tenente-coronel, em 1867, em consequellcia<br />

<strong>do</strong>s ferimentos que por veze recebera durante e ta <strong>guerra</strong>.<br />

Na batalha de que nos occupamos recebeu 5 ferimentos. Foi sub':ititui<strong>do</strong><br />

pelo rnajo1" 'Wanoel ele 111enezes.<br />

A parte oflicial d'este di;>; que « avançan<strong>do</strong> o batalhão com a bri­<br />

.ga<strong>da</strong> pelo flanco direito <strong>da</strong> mesma, com .frente â. infantaria inimiga,<br />

que se achava ao a~ca.nce, rompeu o fogo.» 'e ta luta foi feri<strong>do</strong> o<br />

comman<strong>da</strong>nte, e o major Manoel de Menezes, ven<strong>do</strong> que forças inimigas<br />

de infantaria e cavallaL'ia appareciam peta flanco esquer<strong>do</strong>,


118<br />

nicar es. a occurrencia ao Sr. coronel Resin, que com sua briga<strong>da</strong> se<br />

approximava (a 10& briga<strong>da</strong> <strong>da</strong> i & div'são), e ten<strong>do</strong> de attender a esse<br />

flanco, fiz desenvolver a ala direita para este la<strong>do</strong>, 'ustentan<strong>do</strong> o fogo<br />

ate que, chegan<strong>do</strong> outros corpos, o inimigo cedeu, e avançan<strong>do</strong> a ala<br />

esquer<strong>da</strong> para a frente tambem com outros corpus, conséguio o mesmo<br />

a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong>s poucos que nos faziam frente até á matta.<br />

O batalhão teve 161 homens f6ra de combate.<br />

Cahiram mortos o tenente Bezerra ,"a1le: e o alferes íoronha deFaria.<br />

Ficaram gravemente feri<strong>do</strong>s o comman<strong>da</strong>nte Guimarães I eixoto e os<br />

alferes Florentino I'ereira, Antonio C. <strong>da</strong> Silva e Augusto <strong>do</strong>s ~antos,<br />

e levemente os tenentes Themistocles Cacalvanti e Francisco Temis e<br />

os alferes Te1les de Menezes (Relvecia) e Villa-Forte.<br />

O cabo de esquadra José Bernar<strong>do</strong> Ferreira, que estava ás ordens<br />

<strong>do</strong> general Sampaio, tomou 1 bandeira inimiga.<br />

6° BA'Í'.ILHÃO DE VOLUNTARIOS I A ; ATRIA. - (Provincia <strong>do</strong> Rio de<br />

Janeiro.) Comman<strong>da</strong>nte, majol' ri gHelo Valente. - A l,arte' <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte<br />

diz:<br />

« Na batalha <strong>do</strong> dia 24, logo que avançám s, sah'am pela esquer<strong>da</strong><br />

forças inimigas, procuran<strong>do</strong> cortar-nos, pelo que V. S. (o coronel Jacintho<br />

Machél<strong>do</strong>, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> e depoi' de to<strong>da</strong> a divi ão)<br />

ordenou que este batalhão e os 9° e il o de voluntarios mu<strong>da</strong>s em a<br />

:rente para a e. quer<strong>da</strong>. Carregám:s o inimigo, transpon<strong>do</strong> o banha<strong>do</strong>,<br />

e o levamos' de rojo <strong>contra</strong> o matto. Segui com o meu batalhão pela<br />

bocaina, perseguin<strong>do</strong> sempre os <strong>contra</strong>rias até chegar a um campo fronteiro<br />

a uma fortificaçã l )) deixandu na minha l'etaguc,nla 3 bocas de fogo,<br />

uma <strong>da</strong>s quaes foi enteegue ao Sr. comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2 a divi 'ão e outra<br />

li al'tilharia ...<br />

Seguin<strong>do</strong> em persegUlçao <strong>do</strong>s fugitivos, o batalhão tinha a 'ua esquer<strong>da</strong>,<br />

4,uan<strong>do</strong> chegou em frente â fortificação inimiga, o :d.6· de voluntarios.<br />

Recebeu então ordem de regl'essar.<br />

O batalhãó teve li9 homens fora (113 combate.<br />

D'entre os officiaes fiCal'dm morto' os tenente' "\Vislnnd ela Fonsec:.<br />

e j\t[athias G aranim e o alferes Lucia de Figueit'e<strong>do</strong>. Dos feri<strong>do</strong>s morreram<br />

logo depoi' o alferes Eme ·to ele ;:~à, Fernandes Leão (Augustoj<br />

e Fel... i~·a Dias. Os outros feri<strong>do</strong>s fOl'a11l o' tenente' Martil\{ de Lamare,<br />

Rio Guerra e Car<strong>do</strong>so Pinto, e os alfeee' l':cluarclo <strong>da</strong> Costa, Raymun<strong>do</strong><br />

Cartucho e Medeiros de Aguiar.<br />

9 0 BATALHÃO DE VOT.UNTARIOS DA PATRlA (Rio Grande <strong>do</strong> SLl1, Rio<br />

de Janeiro e Perna Jlbuco). - Commanclante, Tenente-coronel OliL'ei1'a


119<br />

. Bueno (José de). - Depois <strong>do</strong> ferimento de. te official, foi o batalhão<br />

dirigi<strong>do</strong> pelo major Ernesto <strong>da</strong> Sil1 ,t (irmão <strong>do</strong> conselheiro Theo<strong>do</strong>ro<br />

<strong>da</strong> Silva, ex-ministro de Esta<strong>do</strong>). - Jão dá pormenores na parte que<br />

dirigio ao comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> bl'iga<strong>da</strong> por ter este presencia<strong>do</strong> o procedimento<br />

<strong>do</strong> batalhão: limita-se a elogiar- varias offkiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Este batalhão teve 119 homen fóra de combate. Us alferes Fernandes<br />

Lima e Saboia de Almei<strong>da</strong>, feri<strong>do</strong>s, morreram pouco depoi.. Os<br />

outros officiaes feri<strong>do</strong>s foram o tenente-coronel Oliveira Bueno e oca..:<br />

pitiLO rreixeira Guimarães, o tenente Valea0io Moreira e os alferes<br />

Souza Jardim, Lopes Meirelle, Ca<strong>do</strong>s Falcoai e Ignacio de Oliveira.<br />

11° BATALHÃo DE VOLUNTAll OS DA. PATHIA. (Pernambuco). - Ooli1man<strong>da</strong>nte<br />

major /"TaIJalucmt i ele .4.tUttfjUC1YFté (Innocen<strong>do</strong>). Feri<strong>do</strong>, foi substitui<strong>do</strong><br />

pelo 1w:jor 8eraphim tl~ j)a.:vl.l,. e, c nduú<strong>do</strong> para o hospital de<br />

..angue, ahi falleceu. O major Paira, tambem feri<strong>do</strong>, morreu pouco depois,<br />

de sorte que ao oapiUio A.l11l 'i<strong>da</strong> Bw'relo coube dirigir o batalhão durante<br />

o resto <strong>do</strong> dia.<br />

Da parte d'e. te capitão<br />

apenas colhemos o seguinte:<br />

« .. O batalh10 cooperou muito pal'a a t'Jma<strong>da</strong> de 3 canhões<br />

inimigos e varias prisioneiros; e depois de ha'. ermos, com outros corpos,<br />

recha~à<strong>do</strong> a columna que no' aggredia pela esquer<strong>da</strong>, desenvolvemos<br />

para a direita e avançamos em protecção as linhas <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> até<br />

as proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s trincheiras inimiga, d'onde voltámos para o nosso<br />

acampamento ás 6 horas <strong>da</strong> tarde... »<br />

Transcreveremos tambem<br />

este trecho:<br />

{( '" O alferes Domingos de Souza L~ãO Rego Barros, que conduzia<br />

a bandeira d'este batalhão ('), portou-se com bravura e enthusiasllJo:<br />

sempre na linha de fogo, animan<strong>do</strong> com o exemplo a seus camara<strong>da</strong>s.<br />

O batalhão teve 12 L homens morto e feri<strong>do</strong>s.<br />

O tenente Marilues Oamacho foi morto, e tambem morreram, como<br />

já ficou dito, o comman<strong>da</strong>nte e o major, segun<strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte. Feri<strong>do</strong>s<br />

gravemente ficaram os capitães Ribeiro de Freitas e Brito GaIvãO, e<br />

os alferes Reis Spinola e DioJleciano Paulo; levemente os alferes Rego<br />

Barros (Miguel), Geral<strong>do</strong> de Aragão e Mendes Lins.<br />

(') Vista a Thompson.


120<br />

t E) 4'. DIVISÃ) RRA.Z.LEIRA (GENERAL GUILHERME DE SOUZA).<br />

1) Parte o,f(iGit'tl <strong>do</strong> comman(lanle ela divisão:<br />

«: Quartel general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 4'. divisão em Tuyuty, 27 de<br />

Maio de 1866.<br />

« lllm. Exm. Sr.-Cumprintlo-me <strong>da</strong>r conta detalha<strong>da</strong> á V. Ex. <strong>do</strong><br />

comportamento, e parte que tomou na batalha <strong>do</strong> dia 24 <strong>do</strong> corrente<br />

a divisão sob meu comman<strong>do</strong>, cabe-me a honra de fazeI-o pela maneira<br />

seguinte:<br />

« A's 11 1/2 horas pouco mais ou menos <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> dia 24, ten<strong>do</strong><br />

o quartel general em chefe <strong>da</strong><strong>do</strong> o signal de senti<strong>do</strong>, e ouvin<strong>do</strong>-se immediatamente<br />

na nossa vanguar<strong>da</strong> tiros de artilharia e de fuzilaria,<br />

haven<strong>do</strong> eu man<strong>da</strong><strong>do</strong> formar a divisão e achan<strong>do</strong>-me à frente della,<br />

recebi ordem' de V. Ex., que aUi chegava n'aquelle instante, para<br />

- marchar para a frente, afi,n de proteger a nossa vanguar<strong>da</strong>, o que fiz<br />

immediatamente com a lI'. briga<strong>da</strong>, comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo coronel José<br />

Auto <strong>da</strong> Silva Guimarãe, e composta <strong>do</strong>s batalhões 10° e 14° de infantaria,<br />

20° e 31 0 corpos de voluntarios <strong>da</strong> patria, por ficar a 13 a .<br />

briga<strong>da</strong> comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo tenente-coronel Domingos José <strong>da</strong> Costa Pereira,<br />

e composta <strong>do</strong> batalhão 12° d,e infantaria, l°, 19 0 e ::!4° corpos de<br />

voluntarios <strong>da</strong> patria, protegen<strong>do</strong> a bateria <strong>do</strong> 3°. batalhão de artilharia<br />

a pé. Esta briga<strong>da</strong> con'ervan<strong>do</strong>-se durante tod~ a batalha fóra<br />

<strong>do</strong> meu immediato commanrlo, em terreno occulto ás minhas vistas por<br />

banha<strong>do</strong>s e mangaes, na<strong>da</strong> pq. so dizer sobre o serviço que prestou, pelo<br />

que envio a V. Ex. a parte <strong>do</strong> respectivo comman<strong>da</strong>nte, a qual V. Ex.<br />

se dignará. tomar na devi<strong>da</strong> consid~ração.<br />

« Quanto a 11". briga<strong>da</strong>, foram a principio por V. Ex. observa<strong>do</strong>s<br />

pes oalmente os seus movimentos, dignan<strong>do</strong>-se acompanhar-nos: de~ois,<br />

ain<strong>da</strong> em uma marcha para a frente, apparecen<strong>do</strong> sobre o nos o flanco<br />

esquer<strong>do</strong> uma linha de atira<strong>do</strong>res de infantaria inimiga que avançava<br />

sobre nós, protegi<strong>da</strong> por um batalhão que se via encosta<strong>do</strong> ao matto,<br />

mandei ao 10°. batalhão de infantaria, que marchava em linha, mu<strong>da</strong>r<br />

a frente â esquer<strong>da</strong> afim de rechaçar o inimigo, o que consegui com<br />

promptidãq, forçan<strong>do</strong>-o a uma fuga em desordem, introduzin<strong>do</strong>-se em<br />

um forte banha<strong>do</strong>, onde ao fogo de nossa fuzilaria e <strong>do</strong> que igual-


121<br />

mente lhe fez o 31°. corpo de voluntarios <strong>da</strong> patria que carregou a<br />

linha inimiga pela direita, foi completamente de barata<strong>do</strong>; sen<strong>do</strong> talvez<br />

raro o que conseguisse sahir <strong>do</strong> banha<strong>do</strong> com vi<strong>da</strong>.<br />

« Ao referi<strong>do</strong> batalhão de infantaria inimiga que se achava além <strong>do</strong><br />

banha<strong>do</strong> e junto ao matto, mandei fazer alguns tiros de artilharia com<br />

as duas peças raia<strong>da</strong>s !le montanha, que V. Ex., havia man<strong>da</strong><strong>do</strong> pôr<br />

á minha di posição; e tlo bem emprega<strong>do</strong>s foram os tiro, dirigi<strong>do</strong>s pelo<br />

20. tenente <strong>do</strong> l°. regimento de artilharia a cavallo Justino <strong>da</strong> Silveiea,<br />

que immediatamente o inimigo ahan<strong>do</strong>nou aquella posição, introduzin<strong>do</strong>-se<br />

no mattc.<br />

q: Do lugar em que estavarnos seguio o 10°, batalhão de infantaria<br />

1 0 1' ordem de V. Ex. com dit'ecção a uma pica<strong>da</strong> á esquer<strong>da</strong>, afim<br />

Je auxiliar uma força nossa que alli se batia rom o inimigo; e o<br />

referi<strong>do</strong> batalhão só se reunio á divi 'àQ no dia seguinte â tarde, em<br />

que por ordem de V. Ex. foi sub titui<strong>do</strong> 101' outro.<br />

« O 20°. corpo de voluntarios <strong>da</strong> patl'ia foi tambem por ordem de<br />

V. Ex. proteger a bateria <strong>do</strong> l°. batalhão de artilharia a pé, reunin<strong>do</strong>-se,<br />

depois á demais f0rça que guar<strong>da</strong>va a esquerdil <strong>do</strong> acampamento<br />

<strong>do</strong> exercito.<br />

~ Marchei então com direcção á linha <strong>da</strong> frente '<strong>do</strong> exercito para<br />

accudir a qualquer eventuali<strong>da</strong>de, e fiz alto proximo à linha que occupava<br />

a 3·. divisão, com cujo com man<strong>da</strong>nte e tive em relação.<br />

« Nesta occasiãa se reunio á divisão o 31°. corpo de valuntarios ela<br />

patria que havia flanquearia o inimigo, e ahi soffren<strong>do</strong> vivissimo fogo<br />

de artilharia inimiga, cujas grana<strong>da</strong>, rebentan<strong>do</strong> sobre a nossa, puzel'am<br />

fÓl'a de combate varias praçéj.s <strong>do</strong> 14°, batalhão de infantaria.<br />

« Forçan<strong>do</strong> porém novamente o inimigo a nossa e.-quer<strong>da</strong>, e ven<strong>do</strong><br />

eu que a 1·. divisão oecupava já nesse senti<strong>do</strong> uma posição à direita<br />

de um capão de matto, sen<strong>do</strong> pelo com man<strong>da</strong>nte desta preveni<strong>do</strong> que<br />

o inimigo procurava inclinar-se para a esquer<strong>da</strong>, marchei novamente<br />

para esta direcção, occupan<strong>do</strong> em linha uma posição conveniente, para<br />

evitar qualquer sorppesa <strong>do</strong> inimigo por este la<strong>do</strong>.<br />

« Ahi permanec;a havia pouco instante, quan<strong>do</strong> observei que uma<br />

força nossa se retirava apre'sa·.1amente pela pica<strong>da</strong> que ficava á nossa<br />

esquer<strong>da</strong>; marchei immediatamen~e para alli, e mandei um <strong>do</strong>s meus<br />

officiaes de ordens saber o que motivava aquella retira<strong>da</strong>, porém antes<br />

de chegar ao 1l1gar a que me destinava, ten<strong>do</strong> para<strong>do</strong> aquelle movimento,<br />

voltou o oflicial dizen<strong>do</strong>-me que haven<strong>do</strong> falla<strong>do</strong> com o cornman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 2". divisão, man<strong>do</strong>u elle informar-me que havia alli força<br />

sufficiente para repellir o inimigo caso tentasse atacar.<br />

« Poucos momentos depois de fazer alto nesse lugar, e chegan<strong>do</strong><br />

A. 16


l22<br />

V. Ex., ordenou ti minha marcha com direcção ao lugar que tinha<br />

occupa<strong>do</strong> a 3'. divisão antes <strong>da</strong> batalha, ten<strong>do</strong> cessa<strong>do</strong> ja o fogo em<br />

to<strong>da</strong>s as nossas linhas e ahi me conservei até receber novamente ordem<br />

de V. Ex., depois de e curecer, pa!'a recolher a divisão ao acampamento,<br />

o que foi. cumpri<strong>do</strong>.<br />

« E' <strong>do</strong> meu dever fazer chegar ao conhecimento de V. Ex. o comportamento<br />

brilhante <strong>do</strong> coronel José Auto <strong>da</strong> ~ilva Guimarães, COIUmannante<br />

<strong>da</strong> supradita lI'. briga<strong>da</strong>, pelo seu sangue frio, comprova<strong>do</strong><br />

em mais de uma batalha, e intelligencia que desenvolveu nos di.fferentes<br />

movimentos que teve de executar a briga<strong>da</strong>, na presença <strong>do</strong><br />

inimigo.<br />

«: Tornam-se igualmente dignos de elogios, pela presteza na transmissüo<br />

<strong>da</strong>s minhas ordens, a 'sim como pela coragem que mostraram sempre durante<br />

ti. batalha, to<strong>do</strong>s os officiaes que servem junto ao quartel-general de ta<br />

divisão, os quaes são os seguintes: major <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior de I' classe<br />

Agostinho Marque" de Sá, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general;<br />

capitão <strong>do</strong> 4° corpo de voluntarios <strong>da</strong> patria Melchiades Augusto de<br />

Azeve<strong>do</strong> Pedra, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre-general;<br />

tenente Manoel Martins de Carvalho, escripturario <strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte-general;<br />

alferes de commis ão Francisco' Maria de Assis, escripturario<br />

<strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> quartel-mestre-general; tenente Joaquim Mariano<br />

de Siqueira meu aju<strong>da</strong>nte de .1rdens, e alferes de commissão Jovita Duarte<br />

Silva, meu aju<strong>da</strong>nte de campo.<br />

« Foi por mim tambem occularmente presencia<strong>da</strong> a cOl'agem G distincção<br />

com que se houveram sempre o coronel Manoel Macha<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

Oosta, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 31° cor-po de yoluntarios <strong>da</strong> patria, o major de<br />

commissão Antonio Pedro de Oliveira, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 14° batalhão de<br />

infantaria, e o ,capitão man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> mesmo batalhão Oyp<strong>da</strong>no José Pires<br />

Fortuna; ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> este o comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> linha de atira<strong>do</strong>res que<br />

cobria a divisão no dia 20 <strong>do</strong> corrente, quan<strong>do</strong> o inimigo foi desaloja<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong>s posições que occupava.<br />

« Não poden<strong>do</strong> entretanto ser presencia<strong>do</strong> por mim, pelos motivos que<br />

deixei a principio expendi<strong>do</strong>s, o comportamento <strong>da</strong> maior parte <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes<br />

de corpos, assim como os <strong>do</strong>s officiaes e algumas praças de<br />

pret, tenho a honra de remetter a V. Ex. as partes <strong>do</strong>s respectivos<br />

comman<strong>da</strong>ntes de briga<strong>da</strong>s e corpos afim de que V. Ex. se cligne de<br />

tomaI-as na devi<strong>da</strong> consideração. Tenho porém consciencia de que to<strong>do</strong>s<br />

cumpriram com o duplo dever de brazileiros e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s} que combatem<br />

unicamente em desafronta <strong>da</strong> honra e <strong>da</strong> integri<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Imperio, e<br />

pela liber<strong>da</strong>de de um povo escravo.<br />

« Incluso achará V. Ex. o mappa <strong>da</strong>s praças <strong>da</strong> divisãO que durante


123<br />

a batalha foram postas fóra de combate, ass.im como a relação nominal<br />

<strong>do</strong>s officiaes mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

« Deus guarde- a V. Ex.-IlIm. Exm. Sr. mal'echal de campo barão<br />

<strong>do</strong> Rerval, comnun<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito em operações.<br />

(( Guilherme Xavier de Souza.<br />

« Brigadeiro, commanilanle <strong>da</strong> -ln divisão. »<br />

2) Parte official rio commanclanle ela i 1&. b'J"iga<strong>da</strong>:<br />

« Illm. Exm. Sr.-Tenho a honra de levar ao conhecimento de<br />

V. Ex. a parte que tomou a briga<strong>da</strong> sob meu comman<strong>do</strong> na batalha<br />

de hontem.<br />

« Das <strong>II</strong> para as 12 horas <strong>do</strong> dia, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> o quartel general <strong>do</strong><br />

exercito signal de - senti<strong>do</strong>, - a n-. briga<strong>da</strong> de meu comman<strong>do</strong> entrou<br />

immediatamente em fórma, prompta a combater. Em sua frente apresentaram-se<br />

o Exm, Sr. general em chefe <strong>do</strong> exercito e V. Ex., ordenan<strong>do</strong><br />

sua marcha em direcção á força inimiga que nos carregava<br />

pela esquer<strong>da</strong>; ahi os batalhões 10° e 14° formaram linha como lhes<br />

foi ordena<strong>do</strong>, seguin<strong>do</strong> o 31°. de voluntarios em columna de ataque de<br />

jJeotf'cção na retaguar<strong>da</strong> e o 20°. <strong>da</strong> mesma denominação para guarnece L'<br />

as baterias <strong>do</strong> l°. batalhão de artilharia; então o 10". mu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> de<br />

posição a esquer<strong>da</strong>, por isso que avançava ao eu encontm uma força<br />

inimiga, fez sobre elIa vivissimo fogo, obrigan<strong>do</strong>-a a tolher o passo. O<br />

1i n • teve de acudil' á esquel'<strong>da</strong> e à direita, fazen<strong>do</strong> nestes movimentos<br />

fogo sobre f) inimigo. O 31°. de voluntarios, mu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a frente a esquer<strong>da</strong>,<br />

avançou pela esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha atravessan<strong>do</strong> um banha<strong>do</strong>, e<br />

seguin<strong>do</strong> pela co ta <strong>do</strong> matto, cahio sobre o flanco <strong>da</strong> linha inimiga j<br />

onde sustentou vivissimo fogo, avançan<strong>do</strong> sempre pela frente até que o<br />

inimigo se retirou em desordem deixan<strong>do</strong> muitos mortos e feri<strong>do</strong>s. Os<br />

batalhões [20 0 de voluntarios e 10° de linha, que foram proteger a ar,·<br />

tilharia, tiveram de sustentar renhi<strong>do</strong> fogo sobre uma forte columna<br />

iLLimiga que pela segun<strong>da</strong> vez tentou cortar-nos o flanco esquer<strong>do</strong>, o<br />

que não conseguio deixan<strong>do</strong> o campo coberto de mortos e feri<strong>do</strong>s. A's<br />

4 1/2 horas <strong>da</strong> tarde reunio-se o 31°. de voluntarios ao 14°. de linha<br />

para apoiarem a esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha <strong>da</strong> 1". divisão, de novo desenvolvi<strong>da</strong><br />

em consequencia de segun<strong>do</strong> ataque <strong>do</strong> inimigo por este ponto,<br />

onde soffreram estes batalhoes vivissimo fogo <strong>da</strong> artilharia inimiga.


12:1:<br />

« A0 escurecer vol'ou a briga<strong>da</strong> a coHocar-se na sua posição, de<br />

protec~ão ao 3°. batalhão de artilharia.<br />

~ Os comman<strong>da</strong>ntes d) 31°. de voluntarios e 14°. de linha t'.rnam-se<br />

dignos <strong>do</strong>s maiores elogios, aquelle perseguin<strong>do</strong> o inimigo com vàlor,<br />

calma e bravura, e este pela calma com que dirigio o seu corpo para<br />

os differentes pontos que lhe eram designa<strong>do</strong>s.<br />

« Os comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong> 20° de voluntarios e 14" de iinha, posto qU(1<br />

longe de minhas vista'i, sou informa<strong>do</strong> (lue portaram-se com muita calma<br />

deno<strong>do</strong> e bravura.<br />

« O comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 10- foi gravemente' feri<strong>do</strong> no peito.<br />

« Tambem são dignos de elogios o capitão João J()sé Car<strong>do</strong>so <strong>do</strong> 9°<br />

batalhão de inÍ:1ntaria, as istente <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general junto a esta briga<strong>da</strong>,<br />

o tenente Luiz Antonio Miran<strong>da</strong> Frei as, <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior de I'<br />

classe, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-me ·tre-general junto a briga<strong>da</strong>,<br />

e o alferes Julião Augusto <strong>da</strong> Serra Martins, <strong>do</strong> 6° batalh'io de<br />

infantaria, aju<strong>da</strong>nte dé ortlens <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, pelo valor, discernimento e<br />

calma na transmis'Jào de minhas ordens, conduzin<strong>do</strong>-as com presteza; ten<strong>do</strong><br />

ain<strong>da</strong> o aju<strong>da</strong>nte ele ordens corri<strong>do</strong> ao deposito de munições a conduzir<br />

cartuxame e capsulas para corpos que já a haviam con'lllni<strong>do</strong> no fogo.<br />

~ Juntas vera V. Ex as p:Htes <strong>do</strong>s comll1an<strong>da</strong>ntes d03 corpos com o<br />

numero <strong>do</strong>s mortos, feri<strong>do</strong>s e' extravia<strong>do</strong>s.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Illm. Exm. ~r. general Gui'herme Xavier<br />

UI3 Souza, commall<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 4~ divisão.<br />

« José Auto <strong>da</strong> 8ih,ra Gnil!Ilarã-el§..<br />

« 001'''11·1 C(l<strong>II</strong>1111:1.lld llllo .lll. 1 • brig1.c1a. l)<br />

As partes officiaes <strong>do</strong>s comnw..n.lantes <strong>do</strong>s iJatalhüo'; que fQrmavam<br />

a 11' briga<strong>da</strong> dizem o seguinte;<br />

10- BATALHÃO DE L FANT,R A DE LI. H.. - C'omman<strong>da</strong>nie, 'inajoi' Jose<br />

A. filves. - Diz eUe:<br />

« Recebi ordem verbal <strong>do</strong> Sr. general commantlante <strong>da</strong> divi ão para<br />

collocar este batalhão em linha à esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, porque uma<br />

força inimiga seguia de encontro à furça de meu comman<strong>do</strong>. Ordenou-me<br />

depois V. S. (o coronel J. Auto, hoje genera1 e barão <strong>do</strong> Jaguarã.) que<br />

':\ atacasse. Lancei-me <strong>contra</strong> o inimigo, carregan<strong>do</strong>-o a bayol1eta e ()<br />

puz em completa derrota. Nova ordem me foi transmitti<strong>da</strong> para seguir


125<br />

em direcção à pica<strong>da</strong> <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, afim de auxiliar os batalhies 20' e<br />

46° de voluntarios, que se achavam em renhi<strong>do</strong> combate. Apenas alli<br />

chegou o bata1hzLO, entrou em fogo, prolongan<strong>do</strong>-se este desde o meiodia<br />

até á; 5 horas <strong>da</strong> tarde.<br />

O comman<strong>da</strong>nte Alves recebeu um ferimento no peito p'r bala<br />

de fuzil. Ficaram tambem gravemente feri<strong>do</strong>s os capines Modesto Netto<br />

e A. L. <strong>da</strong> Cunha e os alferes Alexandre Costa e Moreira Lima, O<br />

alferes Azeve<strong>do</strong> Villa- ova foi feri<strong>do</strong> levemente.<br />

O batalhão teve 123 homens mortos ou feri<strong>do</strong>s.<br />

11" BATALHÃO DE INFANfARIA DE LI liA. -Comman<strong>da</strong>nte interino,<br />

major' Antonio Peel'ro ele Olivei?"a.-EsLe batalhão apenas teve 1O homens<br />

fora de combate. A parte official <strong>do</strong> com man<strong>da</strong>nte diz:<br />

« Tenho a honra de participar a \'. S. que, ten<strong>do</strong> maruhauo com<br />

o batalhão de meu interino comman<strong>do</strong> para o lugar <strong>do</strong> ataque, no dia<br />

24 de Maio, e chegan<strong>do</strong> a 30) braças, pouco mais ou meno', <strong>da</strong><br />

matta <strong>do</strong> lcl<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>, metti em linha, e peran<strong>do</strong> uma columna que<br />

se dil'igla a nós; porem elIa foi acossa<strong>da</strong> por outru corpo que se achava<br />

á nossa esquer<strong>da</strong>, e mais adianta<strong>do</strong>, o que só me permittio empre,~ar<br />

uma elesc:1rga. D'esse ponto, retirei-me p::>r ordem ele S. Ex. o Sr. general<br />

com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divisão em direcção á direiLa, onde rec~bi ordem<br />

de ficar em linha' ele batalha á. fr!3nte <strong>do</strong> inimigo, mas tambem ahi não<br />

tive occasilo de fazer fogo. "estes movimentos tive 1 anspeça<strong>da</strong> morto;<br />

feri<strong>do</strong>s I sargento, 1 forriel e 4 sol<strong>da</strong>ios; e contu30s o tenente Netto<br />

<strong>da</strong> Silva, 1 cabo e 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>.<br />

« Cumpre-me tambom informar, que to<strong>do</strong>s os officiaes e praça que<br />

compunham o batalh-o portaram-se com sangue frio e ardente desejo<br />

de compartilhar com os seus camara<strong>da</strong>s o:; louros que tão brilhantemente<br />

conquistaram. »<br />

20 0 B.\TA[HÃO I'E VOLUNTARIOS lJA PATR:A (Alagôas). - Commanelante,<br />

Tenente-co?"Jnel Cyritlo ele Ca~íl'o (fel'irlo).-« A's 11 1/2 horas <strong>da</strong><br />

manhfi, estan<strong>do</strong> grande numero de praçus na carneaçfto, foi o exen~ito<br />

ataca<strong>do</strong> viramente pelo inimigo, mas as promptas provideilcias <strong>da</strong><strong>da</strong>s, e<br />

a rapidez <strong>do</strong>s movimentos <strong>da</strong>s nossas tropas ob'ltaram os planos <strong>do</strong> inimigo<br />

que foi rechaça<strong>do</strong> por to<strong>da</strong> a parte.<br />

« Ao batalhão de meu comman<strong>do</strong> coube na batalha <strong>do</strong> dia 24 de<br />

Maio, logo no principio <strong>da</strong> acçào, guarnecer as peças <strong>do</strong> 1 0 batalhão<br />

de artilharia, sen<strong>do</strong> depois man<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo Exm. Sr. general em chefe<br />

apoiar o 46' de vaIuntarias que se batia no flanco esquer<strong>do</strong> <strong>contra</strong> forças<br />

inimigas de infantaria e cavallaria. Ahi su tentamos o fogo por algum<br />

tempo, aproveitan<strong>do</strong>-nos <strong>do</strong>s valla<strong>do</strong>s, que antes o inimigo havia feito, e


126<br />

S. Ex. man<strong>do</strong>u avan~ar mais um batalhão. Com este e as forças existentes,<br />

e outras que avançaram pela esquer<strong>da</strong>, levámos por diante' o<br />

inimigo ate aos seus entrincheiramentos. Ahi fizemos alto até que chegou<br />

a ordem de retira<strong>da</strong>, que se effectuou quasi á noite... »<br />

O batalhao teve 94 mortos ou feri<strong>do</strong>s.<br />

Mortos, o tenente Feliciano Estrella e o alferes Mariano Dias; ()<br />

capitão Kiapp Robim, feri<strong>do</strong> mortalmente, succu!1lbio pouco depois. Gravemente<br />

feri<strong>do</strong>s ficaram o tenente-çoronel CJ'rillo de Castro, o major<br />

Ferreira de Azeve<strong>do</strong>, o tenente Moura Ribeiro e os alferes Oliveira<br />

Bueno Junior e J. Callaça; feri<strong>do</strong>s levemente os capitães J. F. Fernandes<br />

e J. Rodrigues de Souza e os tenentes Accioli de Vasconcellos<br />

e Nunes Pinheiro.<br />

31° BATALHÃO DE VOLU~TARIOS DA PATRIA (corpo policial <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong> Rio de Janeiro).-Comman<strong>da</strong>nte, Cor"anel l/acha<strong>do</strong> <strong>da</strong> Costa.--Extractos<br />

<strong>da</strong> parte oflicial:<br />

« .•. Ao meio-dia marchei deste acampamento com o batalhão <strong>do</strong><br />

meu .comman<strong>do</strong>. O inimigo avançava rapi<strong>da</strong>mente pelo centro <strong>do</strong> nosso<br />

flanco esquer<strong>do</strong> com uma linha <strong>da</strong>s tres armas. Recebi ordem para avançar<br />

pela esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha, e atravessan<strong>do</strong> o banhad·), pela orla <strong>do</strong> matto,<br />

fui cahir sobre o flanco <strong>da</strong> linha inimiga, onde sustentei um vivo fogo,<br />

avançan<strong>do</strong> por espaço de 2 horas. O inimigo continuou a fazer fogo em<br />

retira<strong>da</strong> na dl10sa matta que o protegia de um e outro la<strong>do</strong>, forman<strong>do</strong><br />

um boqueirão.<br />

{f( Colloca<strong>do</strong> entre o fogo de frente e flanco, não pôde o 10lmlgo<br />

sustentar-se, e retirou-se em deban<strong>da</strong><strong>da</strong>, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> uma peça de artilharia,<br />

que fôra arreca<strong>da</strong><strong>da</strong> pelos nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, e entranhan<strong>do</strong>-se por<br />

um e outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> matto.<br />

« N'este ponto reunio-se-me pela direita o batalhão que os batia<br />

de frente, que era o 13° de infantaria de linlla.<br />

« Continuei baten<strong>do</strong> o matto de um e outro la<strong>do</strong> ate contornaI-o<br />

completamente, conservan<strong>do</strong> na minha retaguar<strong>da</strong> uma companhia estendi<strong>da</strong><br />

para evitar que os grupos <strong>do</strong> inimigo, dis} er os e entl'incheiraclvs<br />

pela densa matta, cahi 'sem sobre a minha retaguar<strong>da</strong>.<br />

« Quan<strong>do</strong> cheguei á embocadura <strong>da</strong> ill1.tta <strong>do</strong> la<strong>do</strong> opposto áquelle<br />

por onde t~nhamos entra<strong>do</strong>, recebi ordem elo Exm. Sr. comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong><br />

1 4 divisãO (general Argollo) para con ervar-me n'este ponto em linha<br />

com o 6° de voluntarios, continuan<strong>do</strong> a fazer fogo para a matta.<br />

« Finalmente as 4 1/2 horas <strong>da</strong> tarde tive ordem para reuni::-lOe<br />

ao 11" de lmha, servin<strong>do</strong> de apoio à esquercla <strong>da</strong> linha ela Indivisão,<br />

novamente desenvolvi<strong>da</strong> em consequencia dn 2° ataque feito pelos paraguayos...<br />

/)


1~7<br />

Em segui<strong>da</strong> passa o coronel Macha<strong>do</strong> Cosia a elogiar os officiaes<br />

a sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que mais se distinguiram.<br />

O batalhão teve 52 mortos ou feri<strong>do</strong>s e algumas praç~s extravia<strong>da</strong>s.<br />

O alferes secretario Pereira Leal morreu. Sahiram feri<strong>do</strong>s o capitão<br />

Almei<strong>da</strong> Côrte Real, o tenf'nte Firmiano <strong>do</strong>s ~'antos e o alferes Geral<strong>do</strong><br />

Diniz.<br />

3) Part~ Official elo comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 13- briga<strong>da</strong><br />

~ lllm. Exm. Sr.-Esta briga<strong>da</strong> compõe.-se <strong>do</strong> batalhão de infantaria<br />

n. 12°, e <strong>do</strong>s corpos de voluntal'ios <strong>da</strong> patria ns. 1°,19° e 24", estan<strong>do</strong><br />

destaca.<strong>do</strong>s f6ra <strong>da</strong> mesma briga<strong>da</strong> os corpos de vol untarios lo e 24°.<br />

« Quan<strong>do</strong> hontem tocou a senti<strong>do</strong> ? marchou a 4 a divisão para a<br />

fl'ente, qu.iz acompanhar com os <strong>do</strong>us batalhões que restavam, porém<br />

recebi ordem <strong>do</strong> Sr. aju<strong>da</strong>nte general para não desamparar o 3 0 batalhão<br />

de artilharia a pé, pelo que colloquei-me com os ditos <strong>do</strong>us corpos que<br />

me restavam no flanco esquer<strong>do</strong>. Depois, man<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-ma dizer o mesmo<br />

Sr. aju<strong>da</strong>nte general que tomasse cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a columna de infantaria<br />

inimiga que vinha pela costa <strong>do</strong> matto pelo no so flan'co esquer<strong>do</strong>, mandei<br />

logo carregar o batalhãEl 19° o que foi immediamente feito, mostran<strong>do</strong><br />

o. seu digno comman<strong>da</strong>nte o tenente-coronel Joaquim Cavalcanti de<br />

Albuquerque Bello, sua inielligencia e coragem, atravessan<strong>do</strong> com presteza<br />

um banha<strong>do</strong> que tinha em frente, e atacan<strong>do</strong> de prompto o inimigo,<br />

que se achava em linha na costa <strong>do</strong> matto; e, ten<strong>do</strong> este batalhão<br />

segui<strong>do</strong>, não foi passiveI mais me en<strong>contra</strong>r com ene, até depois de<br />

conclui<strong>do</strong> o combate; porém pela parte junta, Cla<strong>da</strong> pelo respectivo comman<strong>da</strong>nte,<br />

se vê que prestou muito bons serviços.<br />

« Continuan<strong>do</strong> a marcha com o batalhão 12' recebi um pedi<strong>do</strong> em<br />

nome <strong>do</strong> Sr. coronel Bueno para proteger os batalhões que estavam no<br />

matto; fiz carregar com o batalhão 12° sobre a abertura <strong>do</strong>s mesmos<br />

mattos que guarnecem a esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> nosso acampamento, o que foi<br />

executa<strong>do</strong> com muita coragem como costuma praticar este batalhão; mas<br />

a força inimiga en<strong>contra</strong><strong>da</strong> era tão superior que uma vez fez retroceder<br />

este batalhão, o qual logo que pôde continuou a avançar, em cujas<br />

occasiões observei que o seu digno .comman<strong>da</strong>nte o major João Neporouceno<br />

<strong>da</strong> Silva, se portou o melhor possivel com valor e intelligencia,<br />

na<strong>da</strong> deixan<strong>do</strong> a desejar, e quanto ao batalhão é o que se vê<br />

<strong>da</strong> parte por elle <strong>da</strong><strong>da</strong>.


128<br />

« O 1° e 24° corpos de v01untarios, como já disse, foram entregues<br />

á direcçlo <strong>do</strong> tenente-coronel de quem acima trato: aHe poderá diZl:lr<br />

qual foi o comporta,mento <strong>do</strong>s mesmos, e pelas partes se ,êm os serviços<br />

que fizeram.<br />

« Pérmitta-me V. Ex. dizer que o ter fica<strong>do</strong> neste ponto a 13" briga<strong>da</strong>,<br />

foi que evitou que o nosso acampamento fosse invacli<strong>do</strong> pela<br />

retaguar<strong>da</strong>, pois foi esta briga<strong>da</strong> a que primeiro fez frente ás grossas<br />

columnas de caval1aria inimiga, que procuravam flanquear-nos i,ela<br />

esquer<strong>da</strong>, e tão fortes eram essas columna ,que foi preciso irem outros<br />

c0rpos aju<strong>da</strong>e a briga<strong>da</strong> de meu comman<strong>do</strong>, a qual pelo prejuizo que<br />

apresenta mostra a resistencia que sofi'rera, e o bom comportamento<br />

<strong>do</strong>s dignos che.fes <strong>do</strong>s corpos de que eUa se compõe.<br />

« Os officiaes <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior desta briga<strong>da</strong>, o assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> quartel-mestre-general capitão de com missão Faustino Januario de<br />

Abreu, o as istente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general tenente <strong>do</strong> 11°<br />

batalhão de linha Augusto Rodrigues Chaves, aju<strong>da</strong>nte de ordens alferes<br />

em commissão José Francisco Lopes de Souza me satisfizeram, toman<strong>do</strong>-se<br />

dignos de to<strong>do</strong> o' elogio, prestan<strong>do</strong>-se com promptidão e sangue<br />

frio durante o combate, sobresahin<strong>do</strong> o alferes aju<strong>da</strong>nte de ordens que<br />

se tornou incansavel para bem servir, pois sen<strong>do</strong> por mim man<strong>da</strong><strong>do</strong> ver<br />

tambem cartuxame e capsulas para municiar os corpos que já precisavam,<br />

promptamente fez a distribuição deyi<strong>da</strong>.<br />

« Espero que o Exm. Sr. general comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 4- divisão approve<br />

o meu l,rocedimento em relação ás ordens que recebi e a maneira por que<br />

procedi à vi ta <strong>da</strong>s urgencias <strong>do</strong> serviço a que me prestei, dispen;an<strong>do</strong>me<br />

de que se mais não fiz não foi porque não envi<strong>da</strong>;;se to<strong>da</strong>s as minhas<br />

forças e boa vontade.<br />

- < Junto q~metto as partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong> 1°, 19° e 24° de voluntarios,<br />

e 12 de infantaria.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Ulm. Exm. Sr. general Guilherme Xavier<br />

de Souza, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 13- briga<strong>da</strong>.<br />

« Domingos José <strong>da</strong> Costa Pereira.<br />

l< Ooronel, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> IS' briga<strong>da</strong>. »<br />

- .....<br />

As partes officiaes <strong>do</strong>s cOTUmanuantes los b::üalhões que formavam<br />

a 13.· briga<strong>da</strong> dizem o seguinte:'<br />

12° B.• TALHÃO DE INFA 'l'ARIA. DE LINHL-Oomman<strong>da</strong>nte 'mterino maior . ,~<br />

r{'pOm~lCeno <strong>da</strong> Silva.-Atacou o inimígo pelo flanco esquer<strong>da</strong>, ten<strong>do</strong>


129<br />

recebi<strong>do</strong> ordem <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> para marchar pela estra<strong>da</strong><br />

que fica A esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> nosso acampamento. Fez isso, estenden<strong>do</strong> logo<br />

flanquea<strong>do</strong>res pelos mattos. Ao chegar ao campo em frente encontrou<br />

uma grande força inimiga, <strong>contra</strong> a qual rompeu fogo. O inimigo avançava,<br />

e a linha elo l' d,: ol'untm'ios vinha baten<strong>do</strong>-se em retira<strong>da</strong>. O<br />

12° de linha continuou o fogo de flanco. O general em chefe (OsJ?'io)<br />

ol:denou então qne este bata1hão se retirasse, afim de que a artilharia<br />

pudesse trabalhar, e determinou mais que se colIocasse na collina em<br />

que estavam as esta<strong>da</strong>s as pe;as. Esse movimento foi executa<strong>do</strong>, fican<strong>do</strong><br />

a 2." companhia, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> capitão) .J. J. Alves, em linha de atira<strong>do</strong>res,<br />

flanquean<strong>do</strong> o banha<strong>do</strong> pela direita.<br />

« Ten<strong>do</strong> a bateria, « continua a parte officiah, feito bastantes tiros<br />

de metralha sobre o inimigo, causan<strong>do</strong>-lhe grande prejuizo, recebi<br />

ordem <strong>do</strong> mes'no EXTll. general (Osorio) para avançar pela mesma<br />

estra<strong>da</strong>, o que cumpri, dispon<strong>do</strong> a força <strong>do</strong> melhor mo<strong>do</strong> que pude, e,<br />

ao sahil' ao campJ, encontrei-me de novo com o inimigo, porém entüo<br />

jA se' achavam A minha esquer<strong>da</strong> o I", 20°, 21° e 42° de voluntarios<br />

e o lO' de linha com extensas linhas de atíra<strong>do</strong>res. A elles reuni-me,<br />

forman<strong>do</strong> a extrema direita. EngajAmos com animação o fogo, levan<strong>do</strong><br />

o inimigo sempre pela frente até desapparecer este de to<strong>do</strong> em uma<br />

grande matta, onde os fugitivos ain<strong>da</strong> foram persegui<strong>do</strong>s pela nossa<br />

gente. Oomo não hóuvesse mais fogo na fl'ente, segui com o 20" e 24"<br />

de voluntarios por uma estra<strong>da</strong> que me ficava.3. direita, vin<strong>do</strong> sahir<br />

à retaguar<strong>da</strong> ele nossa força que fazia o centro <strong>da</strong> linha de fogo... »<br />

O alferes <strong>do</strong> 6° de volillltarios Almei<strong>da</strong> Oastro, que se achava com<br />

varias praças <strong>do</strong> seu corpo, no fornece<strong>do</strong>r, ao romper o fogo, correu<br />

com elIas a incorporar-se ao 12" de linha e portou-se com a maior<br />

distincção,<br />

O batalhão teve 69 homens f íra de combate, entre os quaes 2<br />

oificiaes feri<strong>do</strong>s, o capitão Oesar de Mello e o alferes Raymun<strong>do</strong> OJsta.<br />

l° BATALHÃO DE VOLUNTARlOS DA PARIA (ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Rio de Janeiro).<br />

-Oomman<strong>da</strong>nte interino, majo'r Cael:!no ele },[ello (morto no ataque<br />

de 3 ele Novembro de 1867 em Tuyuty). Foi feri<strong>do</strong>, succeden<strong>do</strong>-lhe no<br />

commanelo o capitão Fre'J,erico Augusto ela Sili:a, o qual, sen<strong>do</strong> por<br />

su~ vez feri<strong>do</strong>, foi substitui<strong>do</strong> pelo mqjO?' H yppoltto Ribei?'o, assistente<br />

<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte-general junto ao comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira.<br />

Este major foi tambem feri<strong>do</strong>, ele sorte que, no fim <strong>da</strong> batalha assumia<br />

o comman<strong>do</strong> o capitão Luiz ArgolIo.-O capitüo Frederico Silva, e OS<br />

alferes Nieolau Miller e Pereira Lima morreram pouco depois. Além<br />

<strong>do</strong>s oificiaes já menciona<strong>do</strong>s ficaram feridós' o capitão Domingos Ramos,<br />

A. 17


13<br />

os tenentes Candi<strong>do</strong> Marques e Audré Cunha e os alferes Borges <strong>da</strong><br />

Cruz, Felisberto Cunha, Pires Ferreira, Domingos Costa, Rodrigues<br />

Valença, Cantuaria Moreira e Fausto <strong>do</strong> Nascimento.<br />

Ao to<strong>do</strong> teve o batalhão 14:2 mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

Este batalhão, ataca<strong>do</strong> pelo inimigo, fez a sua retira<strong>da</strong> em ordem,<br />

sustentan<strong>do</strong> sempre o f(jgo: Foram feri<strong>do</strong>s então o pl'imeiro e o ::;egun<strong>do</strong><br />

comman<strong>da</strong>nte, e o major Hypolito Ribeieo assumio o comman<strong>do</strong>. Alguns<br />

esquadrões de cavallaria <strong>do</strong> coronel Manoel de Oliveira Bueno i4.a briga<strong>da</strong>,<br />

2" divisão) acudiram e carregaeam o inimigo. O lo de voluntal'ios<br />

tomou então a ofrensiva.<br />

Eis as palavras <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte Hypo.ito Ribeiro:<br />

« .•.Quan<strong>do</strong> tomei o com man<strong>do</strong> dg menciona<strong>do</strong> batalh10 sofrei um<br />

Yivissimo fogo, occasião esta em que o muitl) di tincto Sr. coronel M.<br />

de Oliveira Bueno man<strong>do</strong>u fazer uma carga pelo esquadrões de ca vallaria<br />

que apoiavam a infantaria. Tambem man<strong>do</strong>u carregar, e levàmos<br />

o inimigo em derrota até ao matto. O inimigo ahi encontrou reforços,<br />

e obrigou-nos de no.vo a recuar, o que :fiz até fóra <strong>da</strong> pica<strong>da</strong>, f}, for­<br />

.man<strong>do</strong> o batalhão, avancei pelo flanco esquer<strong>do</strong> de uma columna nossa<br />

de infantaria que entrou pela pica<strong>da</strong> (devia ser o 12° de linha). Fui<br />

obriga<strong>do</strong> a retirar por não poder conter o inimigo, pela superiori<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> sua força. Sahín<strong>do</strong> dessa pica<strong>da</strong>, recebi ordem para entrar pela<br />

pica<strong>da</strong> <strong>do</strong> forte. Assim o pl'atiquei, e, reunin<strong>do</strong>-me a outras forças, que<br />

por alli entraram, ajudei a acossar o inimigo até à posição a que se<br />

abrigou no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> Potrero Piris.<br />

« Este batalhão foi o primeiro que esteve em frente <strong>do</strong> inimigo e<br />

o ultimo a aban<strong>do</strong>nar a perseguição... »<br />

19 0 BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (SergilJe, Oearà e Piauhy).<br />

.:.- Comman<strong>da</strong>nte, tenente-coronel Albuque?"que Bello.-Reproduziremos<br />

sempre integralmente os trechos que dão informações sobre os movimentos<br />

<strong>da</strong>s tropas.<br />

Na parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte deste batalhão l~-se o seguinte:<br />

« A's 11 1/2 <strong>do</strong> dia 24 ouvia-se o toque de senti<strong>do</strong>, e immediatamente<br />

rompeu um fogo vivo na linha <strong>da</strong> frente <strong>do</strong> exercito. V. S.<br />

(o comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 13.' briga<strong>da</strong>) marchou com a briga<strong>da</strong> e quan<strong>do</strong><br />

•<br />

chegou ao ponto em que se acha o 3 0 de artilharia a pé man<strong>do</strong>u <strong>da</strong>r<br />

meia volta, e seguimos para o flanco esquer<strong>do</strong>, onde apparecera uma<br />

força inimiga perto de um grande banha<strong>do</strong>. Ordenou V. S. que eu a<br />

fosse bater, e eu segui, ten<strong>do</strong> V. S. fica<strong>do</strong> com outro batalhüo para<br />

proteger-me. Junto ao banha<strong>do</strong> dei vivas a Sua Magestade o Impera<strong>do</strong>r,<br />

e adiantei:-me para transpol-o. O batalhão aC'lmpanhou-me com enthusiasmo,<br />

e, toman<strong>do</strong> a vanguar<strong>da</strong>, carregou o inimigo, causan<strong>do</strong>-lhe grande


131<br />

estrago e pon<strong>do</strong>-o em fuga, protegi<strong>do</strong> pelo fogo de outros corpos. S. Ex.<br />

o fI'. general em chefe (asaria) chegan<strong>do</strong> então, ordenou-me que seguisse<br />

na mesma direcção. Fui avançan<strong>do</strong> até en<strong>contra</strong>r-me com o Sr. coronel<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 7" briga<strong>da</strong> (Jacintho Macha<strong>do</strong>, 3'" divisão), que estava<br />

na frente. Este ordenou-me que reforçasse o flanco direito de um batalhão<br />

oriental, que estava em atira<strong>do</strong>res. Mandei sahir 2 companhias, que<br />

estenderam e seguiram sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> capitão fiscal Souza Barreto,<br />

que a dirigia com muita coragem e calma, fican<strong>do</strong> eu com os demais<br />

em protecção. Na distancia de umas 200 braças <strong>do</strong> lagar onde faliei<br />

com o Sr. coronel comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 7'" briga<strong>da</strong> avistei para a direita<br />

outra linha, obliquei para este flanco e por isso fui batel-a, deixan<strong>do</strong><br />

o capitão fiscal com outrâ linha para a esquer~a, porque já estava protegi<strong>da</strong><br />

por outros corpos. Recebi depois ordem para me retirar <strong>da</strong>quelle<br />

ponto. Oumpri a ordem e me uni á dita briga<strong>da</strong>, seriam 4 horas <strong>da</strong><br />

tarde, quan<strong>do</strong> tambem os outros corpos se retiravam por estar conclui<strong>do</strong><br />

o fogo por esse la<strong>do</strong>. Conservei o corpo em linha quan<strong>do</strong> na nossa<br />

esquer<strong>da</strong> app~receu ain<strong>da</strong> uma força inimiga. Os corpos que ahi se achavam<br />

mu<strong>da</strong>ram a frente para o mesmo lagar, assim como o meu que<br />

estava uni<strong>do</strong> á 5" briga<strong>da</strong>. Mandei sahir a 8'" companhia para atira<strong>do</strong>res<br />

a qual foi di,rigi<strong>da</strong> pelo alferes Gonzaga de Noronha, que se portou<br />

muito bem. Os corpos que estavam mais proximos <strong>do</strong> inimigo fizeram<br />

desapparecer a dita força inimiga.<br />

« As 5 horas <strong>da</strong> tarde recolheu-se o capitão fiscal com a linha,<br />

trazen<strong>do</strong>-me ordens <strong>do</strong> nosso genel'al comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divisão para me<br />

unir á briga<strong>da</strong>, mas não saben<strong>do</strong> eu onde V. S. se achava com a briga<strong>da</strong>,<br />

incorporei-me a divisão, onde recebi ordem para ir guarnecer um<br />

boqueirão <strong>da</strong> matta que nos ficava á. esquer<strong>da</strong>, deven<strong>do</strong> retirar-me ao<br />

acampamento logo ao anoitecer, o que cumpri. ... »<br />

'feve o batalhão 30 mortos e feri<strong>do</strong>s. .<br />

O alferes Gonzaga de Toronha, feri<strong>do</strong> mortalmente, succumbio pouco<br />

depois.<br />

24° RATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (Piauhy e Bahia).­<br />

Comman<strong>da</strong>nte interino, m'ljor r alp0í"lo (hoje brigadeiro) -Achava-se<br />

este batalhão « de prornptidão no flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito junto à<br />

boca de uma matta, e sob as ordens <strong>do</strong> ,"r. tenente-coronel <strong>do</strong> exercito<br />

oriental Leopol<strong>do</strong> Mancini. »<br />

Ao meio dia. pouco mais ou menos, o batalha.o marchou por ordem<br />

<strong>do</strong> mesmo tenente-coronel, atrave san<strong>do</strong> a matta para a esquer<strong>da</strong>, afim<br />

de atacar o inimigo, que já. se achava. mui proximo.<br />

Em um pequeno descampa<strong>do</strong> <strong>da</strong> matta avistou o inillligo que avançava<br />

em linha de atira<strong>do</strong>! es protegi<strong>do</strong> por fortes re ervas de infantaria,


132<br />

e apoia<strong>do</strong> nos flancos por caval1aria. O batalhão sustentou o fogo, ora<br />

avançan<strong>do</strong>, ora ceden<strong>do</strong> terreno, ate que pouco antes <strong>da</strong>s 3 <strong>da</strong> tarde chegaram<br />

3 batalhões de reforço. O batalhão 21° já estava muito reduzi<strong>do</strong>,<br />

e por isso reunia-se ao 7° de voluntarios, continuan<strong>do</strong> o fogo por esse<br />

la<strong>do</strong> atê ás 6 <strong>da</strong> tarde pouco mais ou menos.<br />

O batalhão teve 154 mortos e feri<strong>do</strong>s; entre estes os capitães Tolentino<br />

Pereira (morreu logo: depois) e Gil Lustosa (<strong>da</strong> familia <strong>do</strong> conselheiro<br />

Para~aguá, ex-mmistro de Esta<strong>do</strong>,) tenentes Pinto Freire e João Alves,<br />

alferes Isaac Bensalum, Nogueira Paranaguá, Satyro <strong>do</strong>s Santos e Velloso<br />

de Oliveira.<br />

23<br />

t F) 51 DIVISÃO BRAZILEIRA (CORONEL TIUSTÃO PINTO)<br />

1) Parte otficial elo Comman<strong>da</strong>nle ela Divisão:<br />

« Comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 5' divisão, acampamento em Tuyuty em 26 de Maio<br />

de 1866.<br />

« lllm. Exm. Sr.-E' com satisfação que cumpro o grato dever (le<br />

levar ao conhecimento de V. Ex. as occurrencias que tiveram lagar<br />

no combate de 24 <strong>do</strong> corrente, relativas ao ponto em que me coube a<br />

honra de defender, conforme me foi por V. Ex. ordena<strong>do</strong>.<br />

« Occupan<strong>do</strong> a minha divisão o ponto mais conveniente paea defeza<br />

<strong>do</strong> tran porte que se acha colloca<strong>do</strong> nel retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> e quer<strong>da</strong> <strong>da</strong> nossa<br />

linha, destaquei a 3' briga<strong>da</strong> sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. tenente-c ronel<br />

Sezefre<strong>do</strong> Alves Coelho de Mesquita, em protecção <strong>da</strong> 2" divi ão conforme<br />

me solicitou o Sr. general José Llliz Menna Barreto, que já e achava em<br />

combate, e, em acto immediato, o Sr. brigadeiro honorario Antonio rle<br />

Souza Netto, que fazia frente ao inimigo no Rincão' situa<strong>do</strong> na frente<br />

<strong>do</strong> ponto que occupêi, me pedio protecção visto que o inimigo era supe<br />

rior em numero, e quasi que em sua totali<strong>da</strong>de, de infantaria, avança",'<br />

na direcção <strong>do</strong> boqueirão <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, achan<strong>do</strong>- e em perigo o transporte<br />

e muniçãe de <strong>guerra</strong>: ordenei portanto, que a 15" briga<strong>da</strong> sob<br />

o interino comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. tenente-coronel JO:lquim Guedes <strong>da</strong> Luz,<br />

marchasse para o ponto em que me reclamava o mesmo Sr. brigadeiro. ­<br />

e fiquei unicamente com o 9' corpo provisorio, de que é comman<strong>da</strong>nte<br />

interino o major Duarte Corrêa de Mello, visto que nessa occasião a


133<br />

briga<strong>da</strong> de infantaria comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo Sr. coronel Freitas, se collocava<br />

na minha direita em protecção ás bocas de fogo que requisitei.<br />

« O inimigo, forte em numero, e d'entl'e a espessura <strong>do</strong> mato, continuava<br />

a avançar tanto pelo boqueirão <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> como <strong>da</strong> ui: 1ita, não<br />

obstante o reforço <strong>da</strong> 15' briga<strong>da</strong>, e mandei ordem ao major João Nepomuceno,<br />

que com o seu batalhão avançasse, isto depois <strong>do</strong> inimigo ter<br />

siuo metralha<strong>do</strong> com muita efficacia pela artilharia. Com esse batalhão,<br />

que foi prompto em acudir ao ponto ameaça<strong>do</strong>, com os extravia<strong>do</strong>s<br />

que reuni de diversos batalhões e o tenente-coronel Domingos José <strong>da</strong><br />

Costa Pereira, consegui repellir o inimigo <strong>do</strong> boqueirãO <strong>da</strong> direita, e<br />

retiran<strong>do</strong>-se para o <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> onde estavam suas massas.<br />

« Logo em segui<strong>da</strong> ·tive parte que o inimigo continuava forte neste<br />

ultimo ponto; para alli marchei a prestar ° meu auxilio, ten<strong>do</strong> deixa<strong>do</strong><br />

a direita defendi<strong>da</strong>. A cauceira <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que combatiam desde °<br />

principio, e a circumstancia de não poder aban<strong>do</strong>nar-se a artilharia<br />

fizeram com que a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo fosse um pouco tarde alli, e<br />

reconhecen<strong>do</strong> essas circumstancias, mandei pedir a V. Ex. mais um<br />

batalhão, cujo pedi<strong>do</strong> fei satisfeito com o 13°. Avançan<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as forças<br />

quo alli se acharam, o inimigo teve de retroceder debaixo de um vivo fogo<br />

até entranhar-se nas mattas que formam o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> :cita<strong>do</strong> rincão.<br />

« Faço justiça em declarar a V. Ex. que os Srs. tenentes-coroneis<br />

Guedes e João Francisco Ja;rdim, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 3° corpo prov-isorio,<br />

e capitãO António Mariano Pimentel, comman<strong>da</strong>nte interino <strong>do</strong> la" tambem<br />

provisorio, portaram-se com digni<strong>da</strong>de; e que o capitão Pacifico de Vargas,<br />

assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, tenente João Baptista Pinto<br />

Porto, <strong>do</strong> quartel-mestre-general, tenente Miguel Ribeiro de Moraes,<br />

es~ripturario <strong>da</strong>quella repartição, alferes José Joaquim de Andrade Neves,<br />

escripturario desta, tenente Jo é Rodrigues de Freitas, e alferes Sebastião<br />

Palmeira <strong>da</strong> Fontoura, aju<strong>da</strong>nte.~ de ordens e de campo, to<strong>do</strong>s juntos a<br />

este comman<strong>do</strong>, e finalmente o alferes Tristão Gomes Pinto, que tambem<br />

me acompanhou durante o combate, portaram-se com digni<strong>da</strong>de, cum·<br />

prin<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> um com os seus devere.<br />

« Junto a esta en<strong>contra</strong>rá V. Ex. as partes elos commanc1antes de<br />

briga<strong>da</strong>s e corpos desta divisão relativas ao combate, e assim mais a relação<br />

<strong>do</strong>s mortos e feri<strong>do</strong>s nelle.<br />

« Deus guarde á V. Ex.-Illm. Exm. Sr. barão <strong>do</strong> Herval digno<br />

com man<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito.<br />

«Trist,ão José Pinto,<br />

« Ooronel, Cjmman'hmle <strong>da</strong> ~. Divisã <strong>II</strong>


134<br />

2) Parte official <strong>do</strong> commanclantl! ela 3' Briga<strong>da</strong><br />

« Illm. Sr.- Junto achara V. S. as inclusas partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>do</strong>s corpos, 4, 6° e 11, de que se compõe a briga<strong>da</strong> de meu comman<strong>do</strong>,<br />

relativamente a batalha de hontem; ao que cumpre-me informar que a<br />

briga<strong>da</strong> formou com presteza.• ao toque de senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito e executou<br />

as ordens que me fora.m. expedi<strong>da</strong>s por V. S. e ultimamente pelo<br />

Exm. Sr. general José Luiz Menna Barreto.<br />

« Deus guarde a V. S.- Illm. Sr. coronel Tristão José Pinto comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 5" divisão.<br />

«Sezef're<strong>do</strong> AIves Coelho de Mesquita.<br />

« ':[onente-cor,'nel comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3' briga<strong>da</strong> ))<br />

Esta briga<strong>da</strong> marchou em apoio <strong>da</strong> 2' divisão, como reserva, e não<br />

teve occasião de empenhar-se no combate.<br />

Das partes ofliciaes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos extrahimos o<br />

seguinte:<br />

4" C<strong>II</strong>RPJ PROVIS)HIO DE CAVALLARlA DE GUARDA NACIONAL.- Comman<strong>da</strong>nte<br />

interino, major Mwwel Gon~es <strong>do</strong> Nascimento. - A parte<br />

aflicial limita-se a dizer que os officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s portaram-se bem,<br />

occupan<strong>do</strong> os lagares que lhes foram designa<strong>do</strong>s.<br />

Este corpo só teve 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> feri<strong>do</strong>.<br />

foi<br />

6". CORPO PRúVISORIO DE CAVALLARIA DA GUARDA NACI JNAL. - Não<br />

publicl<strong>da</strong> a parte oflicial, nem teve um só feri<strong>do</strong>.<br />

110 CORPO PROVISORIO DE CAVALLARlA DA GUARDA NACIONAL.- _ ão<br />

foi publica<strong>da</strong> a parte oflicial Foram feri<strong>do</strong>s o capitão J. Rodrigues e<br />

2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s..<br />

3) Pa'r'td o/ficíal elo comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 15" Bl'iga-la<br />

~ 111m. Sr.-Annexas en<strong>contra</strong>ra \'. S. as partes <strong>do</strong>s corpos de cavallaria<br />

de guar<strong>da</strong> nacional que se acharam no combate <strong>do</strong> dia 24 <strong>do</strong> corrente.<br />

de ns. 3 ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. tenente-coronel João Francisco Jardim,


135<br />

elO, comman<strong>da</strong><strong>do</strong> interinamente pelo Sr. capitão Antonio Maximiano<br />

Pimentel, e que fazem parte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> de meu interino comman<strong>do</strong>,<br />

os quaes portaram-se c:n a digni<strong>da</strong>de precisa; quanto ao 9° corpo ao<br />

man<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. major Dinarte Corrêa de MeJlo, que pertence à mesma<br />

briga<strong>da</strong>" ficou por ordem superior de guarnição a artilhar;a aqui posta<strong>da</strong>,<br />

e por isso na<strong>da</strong> POSsãO dizer a seu respeito: por estas partes V. S.<br />

bem ao facto ficará <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> por que se portaram aquelles corpos, e que<br />

eu as ratifico perante V. S. paI' serem ver<strong>da</strong>déiras, pois tal qual presenciei;<br />

não poden<strong>do</strong> por ,forma alguma deixar de mencionar os Srs.<br />

officiaes <strong>do</strong> meu esta<strong>do</strong>-maior capitães Antonio Francisco' <strong>da</strong> Silva Rojão,<br />

assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general e Manoel Rodrigues de Athayde<br />

assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre-general, tenente Ignacio Vicente<br />

de Almei<strong>da</strong>, que unin<strong>do</strong>-se a este mesmo esta<strong>do</strong> n1


136<br />

9° CORPO PROVISORIO DE CAVALLARTA.. DA GUARDA NACIONAL - Comman<strong>da</strong>nte<br />

interino, major Corréa ele ~1eUo (Dynartc). - Este corpo ficou<br />

protegen<strong>do</strong> a artilharia e os transportes. Teve apenas 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> gravemente<br />

feri<strong>do</strong> que combateu nas fileiras <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> Netto.<br />

10° CORPO PRovrsoRIO DE C.\VALLARIA DA GUARDA ACIONAL.- Comman<strong>da</strong>nte<br />

interino, o capitão A . Moreno P t??u,ntel.- Menciona o capitão<br />

Teixeira Cabt'al) que com um esquadrão reunio-se ao ao corpo provi'orio.<br />

Depois foi esse official coadjuvar uma pequena força, que vinha em<br />

retira<strong>da</strong> diante. <strong>do</strong> inimigo, muito superior em numero. O alferes Alano<br />

<strong>da</strong> Silva ficou comman<strong>da</strong>n<strong>do</strong> o esquadrão que se batia ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>do</strong> 3°<br />

corpo provisorio.<br />

O 10· corpo teve as seguintes per<strong>da</strong>s: 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos; feri<strong>do</strong>s,<br />

os -tenentes Dario de Siqueira e Firmino Martins, o alferes Seraphim<br />

<strong>do</strong>s Santos (este falleceu logo depois) e 10 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s;<br />

contuso o alferes Alano <strong>da</strong> Silva. Os 3 officiaes e 4 <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s<br />

receberam os seus ferimentos na linha de atira<strong>do</strong>res. Os outros mortos,<br />

feridcs e contusos pertenciam ao esquadrão destaca<strong>do</strong>.<br />

Entre os officiaes elogia<strong>do</strong>s figura o nome <strong>do</strong> «alferes Paulino J.<br />

Alves, que conduzia o estan<strong>da</strong>rte (~), »<br />

+ C) 6- DIVISÃO BRAZILEIRA (GENERAL VICTORINO MONTEIRO)<br />

1) Pa7'te Otficial elo Commanelante <strong>da</strong> Divisão:<br />

Acampamento <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 6- divisão em Tuyuty, 27 de<br />

Maio de 1866.<br />

« IUm. Exm. Sr.-Ten<strong>do</strong> o inimigo ataca<strong>do</strong> o exercito no dia 24<br />

<strong>do</strong> corrente, pelo centro e flancos, mal'chei com a divisão sob meu comman<strong>do</strong><br />

a tomar POSiÇãO em linha com as 12" e 18" briga<strong>da</strong>s no flanco<br />

direito <strong>do</strong> lo regimento de artilharia a cavaUo, comman<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo tenentecoronel<br />

Emilio Luiíl MaUet; collocan<strong>do</strong> no flanco esquer<strong>do</strong> desse regimento<br />

a 14" briga<strong>da</strong>, e de protecção a mesma artilharia em sua retaguar<strong>da</strong><br />

o 38" corpo de voluntarios <strong>da</strong> patria, fican<strong>do</strong> o 14° <strong>da</strong> mesma denominação<br />

sobre a esquer<strong>da</strong>; sen<strong>do</strong> que nestas posições recebemos o forte<br />

ataque <strong>da</strong>s columnas <strong>do</strong> inimigo, que com au<strong>da</strong>cia nos carregava; sus-<br />

(*) Vista a Thompson.


137<br />

tentan<strong>do</strong> sempre a força <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong> a pOJ3ição que tinha occupa<strong>do</strong>.<br />

« Apresentan<strong>do</strong>-se-me no meio <strong>da</strong> acção o capitão Joaquim Xavier de<br />

Oliveira Pimentel <strong>do</strong> 3° batalh~lo de artilharia a pé, com 4 bocas de<br />

fogo de calibre 6, determinei fossem metti<strong>da</strong>s em bateria no centro <strong>da</strong><br />

infantaria, que se achava à direita <strong>do</strong> lo regimento de artilharia a<br />

cavallo, as quaes aju<strong>da</strong>ram o vivissimo fogo de infantaria, haven<strong>do</strong> em<br />

segui<strong>da</strong> chega<strong>do</strong> o coronel Hilario Maximiano Antunes Gurjão com ma-is<br />

4 bocas de fogo <strong>do</strong> mesmo batalhão 3° de artilharia a pé, que<br />

sen<strong>do</strong> immediatamente reuni<strong>da</strong>s as outras tomou posição à direita denas,<br />

fazen<strong>do</strong> igualmente vivissimo fogo.<br />

« Ten<strong>do</strong> toma<strong>do</strong> o com man<strong>do</strong> e direcção dessas 8 bocas de fogo o<br />

referi<strong>do</strong> coronel Antunes Gurjão, com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 17" briga<strong>da</strong>, <strong>da</strong>va<br />

elIe suas ordens sempre com calma e determinava as pontarias com<br />

preci~ão, pelo que offendia sempre o inilOigo em sua retira<strong>da</strong> em deban<strong>da</strong><strong>da</strong>,<br />

até o alcance de 'nosssa artilharia, sen<strong>do</strong> por isso muito aprecia<strong>da</strong><br />

por este comman<strong>do</strong>.<br />

« As horas e demais episodios <strong>da</strong> batalha deixo de mencionar porque<br />

V. Ex., a quem nãD foram estranhos, os apreciou devi<strong>da</strong>mente.<br />

« O numero de mortos <strong>do</strong> inimigo feito pelo fogo de nossa artilharia,<br />

e infantaria sobl'e a frente, e flanco direito, selO errar direi a V. Ex.<br />

que sóbe a 2.500, não tratan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s que têm si<strong>do</strong> remetti<strong>do</strong>s<br />

para o hospital a cargo <strong>do</strong> cirurgião-mór de briga<strong>da</strong> Dr. Polycarpo Oezario<br />

de Barros.<br />

« Os comman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong>s briga<strong>da</strong>s 12·, coronel Joaquim Rodrigues Ooelho<br />

Kelly, <strong>da</strong> 14', tenente-coronel Salustiano Jeronymo <strong>do</strong>s Reis, e <strong>da</strong> 18",<br />

coronel Evaristo Ladisláo e Silva, cumpriram perfeitamente seus deveres,<br />

accrescen<strong>do</strong> que o tenente-coronel comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 14' briga<strong>da</strong>, sustentou-se<br />

no seu posto pelas minhas primeiras ordens até o final <strong>da</strong><br />

batalha, porque durante ena não pude distrahir-me <strong>do</strong> flanco direito.<br />

« O esta<strong>do</strong>-maior deste comman<strong>do</strong> composto <strong>do</strong>s tenentes Antonio Nicoláo<br />

Falcão <strong>da</strong> Frota, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general;<br />

Manoel Erasmo de Oarvalho Moura, escripturario dessa repartição, José<br />

Joaquim de Carvalho, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre-general;<br />

alferes João Pereira <strong>da</strong> Silva escripturario <strong>da</strong> mesma repal'tição; tenente<br />

Joaquim Sabino Pires Salga<strong>do</strong>, e alferes Manoel José Pereira, este aju<strong>da</strong>nte<br />

de campo, e aquene de ordens; to<strong>do</strong>s portaram-se muito bem<br />

no cumprimento de seus deveres como jà o fizeram np ataque <strong>do</strong> dia<br />

2 <strong>do</strong> corrente: as ordens e necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s occasiões que denes dependiam<br />

eram pelos mesmos cumpri<strong>da</strong>s com to<strong>da</strong> a rapidez e dedicaçuo.<br />

« O que consta <strong>do</strong>s demais comman<strong>da</strong>ntes, officiaes, e praças <strong>do</strong>s corpos<br />

4. 18


138<br />

<strong>da</strong> divisão', Y. Ex. 'Verà <strong>da</strong>s inclusas partes que tenho a honra de apresentar<br />

a Y. Ex.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Illm. Exm. Sr. marechal de campo barão<br />

<strong>do</strong> Herval, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito em operações.<br />

« Victol'ino José Carneiro Monteiro,<br />

« Brigadeir.), Comm'ln<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> Ga Divisão. "<br />

2/ Pcw/.e official <strong>do</strong> CO'1L1nan,la"le (ln, 12 a Erigi/<strong>da</strong><br />

« lllm. Exm. Sr.- Passo ás mãos de V. Ex. as partes e relações<br />

<strong>do</strong>s mortos, feri<strong>do</strong>s e contusos havi<strong>do</strong>s na briga<strong>da</strong> sob meu commallclo<br />

por occaSião elo ataque de hontem; cumpl'iu<strong>do</strong>-me declarar a -V. Ex.<br />

que o comportamento <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos, e mai,s praças que<br />

a compõem foi como V. Ex. mesmo testemunhou.<br />

« Os emprega<strong>do</strong>s deste comman<strong>do</strong>, major de commissão Julio de Menezes,<br />

assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general; capitão <strong>do</strong> 9" batalhão,<br />

tambem major de commissão, Manoel de Azeve<strong>do</strong> <strong>do</strong> Nascimento, assistente<br />

<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre-genel'a1, e o alferes de commissão<br />

que é aju<strong>da</strong>nte de ordens, Tito de Souza Camisão, cumpriram seus<br />

deveres transmittin<strong>do</strong> as ordens que de Y. Ex. recebi para as diversas<br />

posições que a mesm'a briga<strong>da</strong> teve de occupar.<br />

~ Devo declarar que o major assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general<br />

foi feri<strong>do</strong> gravemente no braço direito.<br />

« Deus guarde a V. EX. - Illm. Exm. Sr. general Victorino José<br />

Carneiro Monteiro, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 6" divisão.<br />

« JoaquiIn Rodrigues Coelho Kelly.<br />

« Coronel comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 12" briga<strong>da</strong>.»<br />

5° BATALHÃO DE INFANTARIA DE LINHA.- Comman<strong>da</strong>nte, major Bento<br />

José Gonçalves.-Marchou pora o centro <strong>da</strong> linha <strong>do</strong> exercito de protecção<br />

a artilharia, e sustentou o fogo até ás 5 horas <strong>da</strong> tarde.<br />

Fóra de combate ficaram 24 praças. D'entre os officiaes só ficou<br />

leve!Uente feri<strong>do</strong> o alferes Amorim Va1porto.<br />

7° BATALHÃO DE INFANTARIA DE LINHA. - Comman<strong>da</strong>nte, tenentecoronel<br />

Pedra (heje genera1).- Occupou a pl'incipio a direita <strong>da</strong> 12'<br />

bl'iga<strong>da</strong>, protegen<strong>do</strong> a artilharia <strong>do</strong> centro, e seguio depois para a<br />

.I.


139<br />

frente a occupar a posição <strong>do</strong> batalhão oriental « Flori<strong>da</strong> », que perseguira<br />

o IlllmIgo. N'esta posiÇão avança<strong>da</strong>, além <strong>da</strong> artilharia, o 7­<br />

sustentou o tiroteio, espalhan<strong>do</strong> em atira<strong>do</strong>res uma grande divisão.<br />

O batalP-ão apenas teve 14 homens fóra de combate.<br />

3° BATALHÃO DE VOLUNTARlOS m PATlUÀ (Bahia) Comman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel Rocha. Ga.lvão. - Este veterano <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> <strong>da</strong> independencia<br />

foi morto.<br />

O 3° de Volnntal'ios sustentou a artilhal'ia <strong>do</strong> centro.<br />

O comman<strong>do</strong> passou ao capitão Jayme Pessoa.<br />

Além <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte, foi feri<strong>do</strong> e succumbio pouco depois o tenente<br />

J. F. <strong>do</strong> Nascimento. Foi tambem fed<strong>do</strong> o tenente J. Seabra.<br />

Ao to<strong>do</strong> ileve o batalhão 25 homens fóra de combate.<br />

16° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (unico corpo de estrangeiros,<br />

que tinha o exercito brazileiro; compunha-se em sua maior<br />

parte de italianos).- Comman<strong>da</strong>nte interino, capitão Pietro Per'l'uchino.<br />

- Protegeu a artilharia <strong>do</strong> centro.<br />

O batalhão teve apenas 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

(3 Pa?"te ofl!-ctat <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 14" Briga<strong>da</strong><br />

« illm. Exm. Sr.- Apresento a V. Ex. as inclusas partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>do</strong> 2° batalhão de infantaria, 14", 21° e 30' corpos de volun-.<br />

tat'Íos, que constituem a briga<strong>da</strong> sob meu comman<strong>do</strong>, relativas á batalha<br />

de 24 <strong>do</strong> corrente, e bem a~sim as relações <strong>do</strong>s mortos, feri<strong>do</strong>s e extravia<strong>do</strong>s<br />

que os mesmos tiveram.<br />

« Como é de meu dever, informo a V. Ex que Sr. major Manoel<br />

<strong>da</strong> Cunha Wanderley Lins, com man<strong>da</strong>nte interino <strong>do</strong> 2° batalhão de<br />

infantaria, portou-se com valor, calma e sangue frio, dirigin<strong>do</strong> sempre o<br />

batalhão de . eu camman<strong>do</strong>; que os Srs. majores de commissão Genuino<br />

Olympio de Sampaio e Antonio Joaquim de Bacellar, e. te fiscal, aquelle<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 21 n corpo de voluntarios, portaram-se com sangue frio<br />

e coragem; que o Sr. tenente-coronel Apollonio Peres Campello Jacome<br />

<strong>da</strong> Gama, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 30° de voluntarios, com calma e digni<strong>da</strong>de<br />

dirigio o corpo de' seu comman<strong>do</strong>.<br />

« O corpo 14' de voluntarios, chega<strong>do</strong> ultimamente a este acampamento,<br />

achan<strong>do</strong>-se por ISSO em completo atraso de instrucção, foi assim mesmo<br />

comman<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo capitão de cOlOmissão Polycarpo Jorge de Campos, que


140<br />

com elle concoIreu para a victoria que obteve o exercito, pelo que se<br />

torna recommen<strong>da</strong>vel<br />

« Passo agora a tratar <strong>do</strong>s officiaes <strong>do</strong> meu esta<strong>do</strong>-maior, <strong>do</strong>s quaes<br />

perdi o aju<strong>da</strong>nte de campo alferes <strong>do</strong> 2° de infantaria Salustiano Jeronymo<br />

<strong>do</strong>s Reis Filho, que, ten<strong>do</strong>-me visto perder o cavallo que montava, atravessa<strong>do</strong><br />

por uma balla, apeou-se para ceder-me o seu, e pedin<strong>do</strong>-me para<br />

brigar no dito 2° batalhão, foi mortalmente feri<strong>do</strong> nas fileiras <strong>do</strong> mesmo<br />

por um foguete a congréve, perecen<strong>do</strong> horas depois no hospital de sangue;<br />

tornaram-se dignos de honrosa menção, e eu os recommen<strong>do</strong> a S. Ex.<br />

o Sr. general em chefe, os assistentes, <strong>da</strong> repartiçfL0 <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general,<br />

tenente <strong>do</strong> 18° batalhão de infantaria José Pedro Domingues <strong>do</strong> Couto<br />

e <strong>da</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre-general tenente <strong>do</strong> 4° corpo de caça<strong>do</strong>res a<br />

cavallo Placi<strong>do</strong> Fialho de Oliveira Ramos pela dedicação, inte11igencia<br />

e valor com que transmittiram minhas ordl3ns, mesmo aos batalhões<br />

que mais se achavam empenha<strong>do</strong>s no combate<br />

« Cumpre-me finalmente declarar que, segun<strong>do</strong> as ordens de V. Ex.,<br />

o 2° batalhão de infantaria que já se achava cú11ocaclo em linha á<br />

esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> bateria <strong>do</strong> l° regimento a cavallo ahi permaneceu durante<br />

a oatalha, que col1oquei o 21" corpo de v01untarias <strong>da</strong> patria tambem<br />

em linha á esquer<strong>da</strong> d'aquelle, afim de que a linha de defesa <strong>da</strong> bateria<br />

pela esquer<strong>da</strong> servisse tambem para defender a artilharia oriental pelo<br />

flanco direito, collocan<strong>do</strong> depois á esquer<strong>da</strong> c1'este ao 30" corpo de voluutarios<br />

segun<strong>do</strong> as ordens recebi<strong>da</strong>s de S. Ex. o Sr. general D. Venancio<br />

FlÔres. Assim dispostos os 3 corpos acima, ~ol1oquei o 14° de vaIuntarias<br />

em linha á retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s 2 primeiro., afim de apoiaI-os; e te corpo<br />

e o 30·, depois de haver si<strong>do</strong> o inimigo compelli<strong>do</strong> a retiraI'> 'ain<strong>da</strong> por<br />

ordem <strong>do</strong> dito EXD1. Sr. geBeral Flôres, sahieam em sua perseguiç<strong>do</strong>.<br />

« Deus guarde V. Ex.- 111m. ExlU. SI'. general Victorino José Carneiro<br />

Monteiro, com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 6" diviSão.<br />

« 8alust.iano Jeronynlo~<strong>do</strong>sReis.<br />

" Commal1<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> lia brig1<strong>da</strong> J)<br />

2° BATALHÃO DE INFANTARIA DE LINl:JA..- Comman<strong>da</strong>nte interino,<br />

mfljor nranclerl'JY Lins (hoje general).- Formou o batalhão em tres<br />

fileiras, ten<strong>do</strong> a direita apoia<strong>da</strong> nas trincheiras <strong>do</strong> lo regimento de<br />

artilharia a cavallo e a esquer<strong>da</strong> na bateria oriental.<br />

O batalhão sustentou a artilhal'ia e fez vivo fogo sobre o inimigo<br />

até às 2 1/2 <strong>da</strong> tarde em que cessaram os ataques d'este, sahin<strong>do</strong><br />

varias <strong>do</strong>s no~sos batalhões em sua perseguição.


141<br />

Teve este corpo 23 homens mortos e feri<strong>do</strong>s. Entre os primeiros<br />

o alferes Salustiano <strong>do</strong>s Reis Junior, e entl'e os ultimas o tenente José<br />

Manoel <strong>da</strong> Silva, que tambem falleceu.<br />

14" BATALHÃO DE VOLONTA IaS D,\ !'ATIlIA (Bahia).- Com man<strong>da</strong>nte,<br />

interino, capitão Polycwnpo de Campos. - Protegeu a artiiluria <strong>do</strong><br />

centro, e depois sahio em perseguição <strong>do</strong> inimigo.<br />

Teve apenas 12 homens feri<strong>do</strong>s.<br />

21 0 BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA. (Pernambuco).- 0001­<br />

man<strong>da</strong>nte interinl), major Gem6ino de Sampaio (morreo em combate,<br />

sen<strong>do</strong> coronel, no mez de Junho de [874, atacan<strong>do</strong> os sediciosos de<br />

S. Leopol<strong>do</strong>, no Rio Grande <strong>do</strong> Sul).-Sustentou a artilharia <strong>do</strong> centro.<br />

Teve 6 homens mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

Foi morto o alferes Hygino' <strong>do</strong>s Santos, e ficaram levemente feri<strong>do</strong>s<br />

os alferes.T. \,1. de Andrade, Rodrigues <strong>do</strong>s Santos, e Evangelista Barboza.<br />

30' BATALHÃO DE VOLUNTAllIOS DA PATRh (Pernambuco).- 0001­<br />

fllan<strong>da</strong>nte interino, tenente coronel /1 pollonio Campello. - Conservouse<br />

na linha <strong>do</strong> centro, á esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> bateria. Depois perseguia o inimigo.<br />

Teve 2J mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

4.) Pa,'te a.f[icial ,10 cammanclanle ela 18' Brigarlr:t<br />

« 1Um. Exm. Sr. - ['ar ordem de V. Ex. pouco depois <strong>da</strong>


1-:12<br />

tinuamente.. o fogo, refazen<strong>do</strong>-se de cartuxame por jà ter e gota<strong>do</strong> os<br />

100 cartuxos que havia.m si<strong>do</strong> distribui<strong>do</strong>' por pra.ça. Como V. Ex. presenciou,<br />

tenho a satisfação de dizer que os batalhões menciona<strong>do</strong>s cum­<br />

]?riram seu dever concorren<strong>do</strong> pal'a a fuga. <strong>do</strong> inimigo, que procurou<br />

uma linha na sombra <strong>da</strong>s larangeiras fron<strong>do</strong>sas que ficam bem proximas<br />

na fl'ente <strong>da</strong> extrema direita <strong>da</strong> bateria de que faliei, sen<strong>do</strong> mister<br />

fazer fogo obliquo cruza<strong>do</strong> com o que vinha <strong>da</strong> direita <strong>da</strong> força que<br />

estava além <strong>da</strong> que V. Ex.. com seu olhar firme e perspicaz dirigia<br />

e man<strong>da</strong>va.<br />

« Na continui<strong>da</strong>de <strong>do</strong> combate repeti a recommen<strong>da</strong>ção precisa <strong>da</strong><br />

elevação <strong>da</strong>s pontarias pela neces i<strong>da</strong>de <strong>do</strong> alcance sempre que o<br />

inimigo se retirava e n'isto muito me servio o meu aju<strong>da</strong>nte de ordens<br />

alferes Victol'ino <strong>do</strong>s Santos Silva, porque, accommetti<strong>do</strong> <strong>do</strong> incommo<strong>do</strong>,<br />

que ain<strong>da</strong> soffl'o, <strong>da</strong> garganta, e que me priva <strong>da</strong> voz, não podia por<br />

mim me exprimÍL' com efficacia, posto que pessoalmente falIasse proximo<br />

<strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; porém a macéga que se en<strong>contra</strong> pelo campo intermedio<br />

de combate e por onde ° inimigo se occultava não deixava medir bem<br />

a distancia a vencer, e por isso sem duvi<strong>da</strong>, como de V. Ex. ouví.<br />

ain<strong>da</strong> 'voltaram com vi<strong>da</strong> algumas praças <strong>da</strong> cavalIaria inimiga, que<br />

alias perdeu grande numero ele sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e cavalIos, segun<strong>do</strong> se vio<br />

sobre o campo.<br />

« Os comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong> 38° e 51 0 estiveram nos seus posto::;, occu:­<br />

pan<strong>do</strong> o batalhão 38 o lugar <strong>do</strong> 51°, quan<strong>do</strong> este foi man<strong>da</strong><strong>do</strong> por<br />

V. Ex., depois <strong>da</strong> luta, para a esquer<strong>da</strong>, a tomar outra posição ás ordens<br />

de S. Ex. o Sr. general Flore.<br />

« O assistente <strong>do</strong> depu ta<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general capitão João FI ancisco<br />

Alves, apezar de molesto de uma forte febre intermttente, seguio e me<br />

acompanhou em tu<strong>do</strong> quanto acabo de descrever, e o capitão Hermenegil<strong>do</strong><br />

de Azeve<strong>do</strong> Monteiro, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre general,<br />

foi diligente em sua obrigação quan<strong>do</strong> mandei buscar o cartuxame pai a<br />

repôr o que se ia gastan<strong>do</strong>.<br />

« O batalhão 4[" <strong>do</strong> major Gabl'iel de Souza Guedes havia marcha<strong>do</strong><br />

na vespera para o destino e parte qu~ refei'e o mesmo major.<br />

« O proceuimento deste sol<strong>da</strong><strong>do</strong> antigo no serviço e o mo<strong>do</strong> pe:o qual<br />

se tem conduzi<strong>do</strong> desde que o comman<strong>do</strong> é tão louvavel que não exito<br />

em ier por exacto quanto elIe communica.<br />

« Pelo que diz respeito aos ferid0s, mortos e extravia<strong>do</strong>s, jã fiz apresentar<br />

ao conhecimento de V. Ex. a,' relações <strong>do</strong>s cJrpos, re tan<strong>do</strong>-me<br />

portanto agora sómente tl'l:\.nsmittir ii. V. Ex. as participações inclusas<br />

em OrIginal e por duplicata <strong>do</strong>s 3 comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s batalhões desta<br />

brigalla, dispensan<strong>do</strong>-me de accl'escantar mais' cousa alguma, porque, Gon-


143<br />

forme já disse, a tu<strong>do</strong> V. Ex. esteve attento com sua reconheci<strong>da</strong><br />

vigilancia e activi<strong>da</strong>de.<br />

« Deus guarde a V. Ex.- Illm. Exm. Sr.' general Victorino José<br />

Carneiro Monteiro, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 6" divisão.'<br />

« Dr. Eval'isto Ladisláo e Silva.<br />

cc Coronel, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> l·~· ul'igad>l. "<br />

38 0 BATALiIÃo DE VOLUNTAr.IOS DA PATRIA (13ahia).- Oomman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel Freire di? Ca"vIJZho. - Formou-se junto á baterias <strong>do</strong> lo<br />

regimeuto de artilharia, e d'ahi sustentou o fogo .<br />

. Teve 21 mortos e feri<strong>do</strong>s. Entre os ultimos o tenente Augusto O.<br />

Ferreira e o alferes Pereira n.e Souza.<br />

41° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (Bahia).- Oomman<strong>da</strong>nte,<br />

major Gabriel Guedes. - Achava-se de guar<strong>da</strong> avança<strong>da</strong> desde 23 de<br />

Maio, quan<strong>do</strong> a 24 foi ataca<strong>do</strong> por grande força inimiga, pela maior parte<br />

de cavallaria. Retirou-se sobre a artilharia oriental, ten<strong>do</strong> forma<strong>do</strong> quadra<strong>do</strong>.<br />

Acudiram outras forças, e a artilharia e fuzilaria <strong>do</strong>s Brazileiros<br />

e Orientaes repelliram o inimigo. Depois avançaram 2 peças orientaes<br />

e 2 batalhões <strong>da</strong> mesma nacionali<strong>da</strong>de, transpon<strong>do</strong> o banha<strong>do</strong> <strong>da</strong> frente.<br />

O 41 0 'tomou então posição no flanco direito <strong>da</strong> mesma artilharia e continuou<br />

a sustentar um vivo fogo.<br />

Sua per<strong>da</strong> foi de 74 homens fóra de combate, sem contar o major<br />

Julio de Menezes, que ficou mortalmente feri<strong>do</strong> e ~ervia de assistente <strong>do</strong><br />

deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general junto ao comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>.<br />

Ficaram feri<strong>do</strong>s o capitão Jeronymo Rozen<strong>do</strong>, o tenente FernRn<strong>do</strong><br />

Ruão e o alferes Oabral de Mello.<br />

51° BATALHÃO DE VOLUN'I'ARIOS DA PATRIA (Pernambuco).-Oomman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel Frias Villm'.- Protegeu a bateria <strong>do</strong> 3" de artilharia.<br />

a pé colloca<strong>da</strong> junto ~s baterias <strong>do</strong> regimento a cavallo. Depois<br />

sahio a proteger um batalhão argentino que havia transposto o banha<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> frente, pelo flanco direito.<br />

Teve o batalhão 10 mortos, entre os qnaes o capitão Pereira de Oarvalho,<br />

e 23 feri<strong>do</strong>s, ou 33 homens fóra de combate.


144<br />

fI) BnIGADA LIGEIRA (GENERAL NETTO)<br />

1) Pa?'te official <strong>do</strong> commanclcmte <strong>da</strong> Briga<strong>da</strong><br />

« Illm. Exm. Sr.- Junto remetto a V. Ex. a parte <strong>do</strong> tenentecoronel<br />

Caetano Gonçalves <strong>da</strong> Silva, que comman<strong>da</strong>va os contigentes de<br />

to<strong>do</strong>s os corpos desta briga<strong>da</strong>, que formavam a força <strong>da</strong> mesma. O combate<br />

principiou as 11 1/2 <strong>do</strong> dia, no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> Potrero Piris, onde a briga<strong>da</strong><br />

achava-se <strong>da</strong>n<strong>do</strong> pasto á cavalha<strong>da</strong>, apoia<strong>da</strong> na direita pelo l° corpo de voluntarios<br />

<strong>da</strong> patria, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> tetente-coronel Caetano <strong>da</strong> Costa Araujo<br />

e Mello. Consegui que a briga<strong>da</strong> com promptiàão montasse a cavaIlo e fizesse<br />

frente ao inimigo até que chegou o corpo de voluntarios n. 24, ao<br />

man<strong>do</strong> <strong>do</strong> n;lUito distincto major João Antonio de Oliveira Valporto,<br />

que logo man<strong>do</strong>u estender uma linha de atira<strong>do</strong>res e com esta sustentava<br />

o fogo para a nossa esquee<strong>da</strong>, posição esta que occupavamos; e<br />

ten<strong>do</strong> o inimigo carrega<strong>do</strong> em fortes massas sobre o batalhão fez<br />

de algum mo<strong>do</strong> este perder a ordem. Então mandei pelo tenente-coronel<br />

Caetano Gonçalves <strong>da</strong> Silva carregar com a briga<strong>da</strong>, executan<strong>do</strong><br />

este movimento com tanta- felici<strong>da</strong>de, que, penetran<strong>do</strong> no centro<br />

<strong>do</strong> inimigo, o fiz retroceder. Como por esta occasião, Exm. Sr., foi-me preciso<br />

man<strong>da</strong>r carregar mais duas vezes, e sempre fui bem succedi<strong>do</strong>, para<br />

facilitar as retira<strong>da</strong>s que me foi preciso fazer até ao forte junt 1 l ao Pass6<br />

Piris. Chegan<strong>do</strong> o corpo n. 7 de voluntarios <strong>da</strong> patria, poude-se<br />

rechaçar o inimigo até ao centl'O <strong>do</strong> potreiro, d'onde tornou-nos elIe<br />

a carregar ate a mesma posição <strong>da</strong>s fortificações jâ acima menciona<strong>da</strong>s,<br />

occasião esta em qne chegaram os corpos de voluntarios ns. 20 e 42, que<br />

lJgo se engajaram em fogo, e o inimigo paz-se em retira<strong>da</strong>, auxilian<strong>do</strong>-nos<br />

tambem o Exm. Sr. brigadeiro José Luiz Menna Barreto,<br />

com a força de seu comman<strong>do</strong>, que muito nos coadjuvou, a que levassemos<br />

o inimigo accossa<strong>do</strong> até ao forte que fica no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo potrero,<br />

deixan<strong>do</strong> o inimigo no campo de 50~ â 600 mortos, grande numero de<br />

armamento e muitas munições.<br />

« Me é grato declarar a V. Ex. que to<strong>do</strong>s os officiaes e mais praças<br />

se portaram com bravura, sen<strong>do</strong> digno de especial menção o distincto<br />

tenente-coronel Caetano Gonçalves <strong>da</strong> Silva, por provar mais uma vez<br />

em campo de batalha, coragem, sangue frio e tino. Não é digno de<br />

menor louvor o capitão <strong>do</strong> 2° regimento de cavallaria lígeird Manoel


145


, 146<br />

força de cavaHaria fez a noq "'" direita~ e com eUa le momento combinei<br />

que a força <strong>do</strong> meu commau<strong>do</strong> devia occup:u a no,~:;a extrema esquer<strong>da</strong>,<br />

posição que estava occupa<strong>da</strong> pelos es'!uarlL


147<br />

2. o CORPO DE CAVALLflRU DE \ OLUN1ARIOS. - Teve '1 official mortalmente<br />

feri<strong>do</strong>, o tenente Abel <strong>da</strong> Porciuncula, 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos e 2<br />

feri<strong>do</strong>s.<br />

Não ha pormenores.<br />

3. U CORPO DE CAVALLARU DÉ VOLUNTARlOs,-C0r.nman<strong>da</strong>nte major Manoel<br />

limaro Ba?"bosa.-A parte official não dá pormenores. Ficaram fóra<br />

de combate 1 official, o capitão Daniel de Móraes, e 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos,<br />

3 officiaes e 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s. Os officiaes feri<strong>do</strong>s foram o éapitão<br />

Teixeira d~ Mello, e 9S alferes Sotero Macha<strong>do</strong> e Francisco Canha<strong>da</strong>.<br />

Este uItimo falleceu logo depois.<br />

4 0 CORPO DE CAVALLARIA nE VOLUNTARIOS. - Comman<strong>da</strong>nte interino,<br />

capitão -Gue?"reiro V iClO?"ia. - Tambe!U na<strong>da</strong> adianta a resumi<strong>da</strong> parte<br />

,?fficial deste comman<strong>da</strong>nte: Emita-se a dizer que o seu corpo teve 4<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>§ mortos, 2 officiaes é 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s. Os officiaes feri<strong>do</strong>s foram<br />

o capitão Feliciano Costa -e tenente Martins Rosa.<br />

Por estes extractos terá o leitor visto os nOIDPS de to<strong>do</strong>s os o:fficiaes<br />

mortos, feri<strong>do</strong>s ~ contusos.-Ha ~apenas a accrescentar os seguintes<br />

nomes: - general Sampaio, feri<strong>do</strong> mortalmente; generaes Ozorio e Guilherme<br />

de Souza, contusos; majores Hypolito Ribeiro e Julio de Menezes<br />

as istentes <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, feri<strong>do</strong>s, (este ultimo mortalmente);<br />

capitão Isi<strong>do</strong>ro de Oliveira e tenente Manoel Jacintho Ozorie,<br />

aju<strong>da</strong>.ntes de ordens <strong>do</strong> general em chefe, contusos.<br />

t Cr·mlJate ele :28 ele 111aio de 1866<br />

Não ha participação official <strong>do</strong> general Ozorio, nem ,en<strong>contra</strong>mos<br />

<strong>do</strong>cumento àfficial 'algum sobre e te combate, que, segun<strong>do</strong> as noticias<br />

que pudemos obter, redusia-se a um anima<strong>do</strong> tiroteio entre os <strong>Paraguay</strong>o"<br />

e as avança<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s generaes Flores e Victorino Monteiro, sen<strong>do</strong><br />

afinal o inimigo compelli<strong>do</strong> a recolher-se á suas trincheiras.<br />

Tu<strong>do</strong> quanto abemos sobre as occurrencias deste dia, fiéou consigna<strong>do</strong><br />

em uma cI'as ultimas nota. ao cap. X.


14<br />

Na ordem <strong>do</strong> dia n. 160, <strong>do</strong> general Ozorio (10 -de Julho de 1866)<br />

lê- e apenas o seguinte:<br />

« ... Ouírosim publico os oflicios abaixo transcriptos <strong>do</strong> Exm. Sr, general<br />

D. Venancio Flores, comman<strong>da</strong>nie em cheIe <strong>da</strong> forças <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>,<br />

manifestan<strong>do</strong> seu apreço pelo comportamento e firmeza <strong>da</strong> 6' di\1isiíO,<br />

ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. brigadeiro Victorino Monteiro, no cO'íI/Gale de 28<br />

ele Maio e bombardeio de 14 de Junho .... »<br />

O oflicio de Flores é este:<br />

« Illm. e Exm. 'r.-Recebi a participação de V. Ex. <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de<br />

hoje, aSf;im como as relações <strong>da</strong>. per<strong>da</strong>. que soffrel'am a 14- hrigadà<br />

e o. batalhõe. 41° e 51° de voluntario,', no at(lque que ai 4112 horas<br />

<strong>da</strong> tarde nos trouxe o inimigo.<br />

4( Congratule-me ao ver que no. noyos combates que vamos ten<strong>do</strong><br />

com o inimigo o vàlentes corpos que formam a 6' divis~'o às ordens<br />

(le V. Ex. mo..tram o mesmo heroismo e valor, pelo que nirijo mui<br />

sincera felicitações a V. Ex., que a' transmittirá igualmente a tonos<br />

que compõem tão distincta divi 'ão.<br />

~ Deus guarde a V. Ex.-Qllartel generál <strong>do</strong> ex.ercito allia<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

vanguar<strong>da</strong> na Lagoa Tranquera, 29, de Maio de 1866.<br />

« Illm. e Exm. SI'. general Victorino Jose Ca,l'lleiro Monteiro, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 6 a divisão brazlleira.<br />

«: • 'enancio Flores,<br />

« GenerJl em elJeíe <strong>do</strong> eX"'rcilo oriental e ClJcfl~ d.) centro ,<strong>II</strong> linha. "<br />

FORTIFICAÇÕES DE HUMAITA'<br />

Resumo (lp, pm'ticipação enV1'a<strong>da</strong> ao ministro ingle::: em Buenos-A ires<br />

pelo comman<strong>da</strong>nle <strong>da</strong> canhoneira ingleza Dolte1·el.<br />

Humaitá, 5 de Junho de<br />

1860 ("'),<br />

A canhoneira DottC1'('l seguia de Corrientes para ARsumpção DO ,lin<br />

2 de Junho de 1865 por ordem <strong>do</strong> almirante Elliot para liberLar o~<br />

5ubditos inglezes que e achavam reti<strong>do</strong>s no <strong>Paraguay</strong>.<br />

(*) Esle <strong>do</strong>cumento e as pal!1.vras- que o precedem são traduzic1Rs <strong>da</strong> elliçàc' nllemã


149<br />

Da communicação en.via<strong>da</strong> pelo comman<strong>da</strong>nte Packenham exteallimo'<br />

o seguinte, que é de interesse militar:<br />

« Chegan<strong>do</strong> as Tees Bocas encontrei 6 baterias fiuctuantes de madeira,<br />

arma<strong>da</strong>s ca<strong>da</strong> uma com 1 peça de gro~so calibre.<br />

« Estavam defronte <strong>da</strong>s Tres Bocas na margem correntina.<br />

« Achava-se ahi tambem o Pimbebé (antes Range,,).<br />

« Na barranca notei 7 ou 8 peças de campanha a sesta<strong>da</strong>s nns<br />

clareiras <strong>do</strong> matto.<br />

« Nas proximi<strong>da</strong>de' havia muita infantaria e cavallaria.<br />

« No diG!o 4 a Dolle1"el fundeou diante de Humaità. O que vimos <strong>da</strong><br />

fortalrza não nos fez acrl\ditar que ena pudesse offerecer grande resistencia<br />

<strong>contra</strong> boa artilharia e bons atira<strong>do</strong>re. Contàmos 116 peças de<br />

grande e pequeno calibl e, mas to<strong>da</strong>s ·ena, a excepção de uma bateria<br />

ca amata<strong>da</strong> de 16 pecas, só podem atirar à barbeta, fican<strong>do</strong> por isso os<br />

artilheiros completamente expostos ao fogo de metralha e fuzilaria.<br />

« A bateria casamaia<strong>da</strong> de que fallamos tem canhoneiras muito mal<br />

construí<strong>da</strong>s, porque é muito grande a abertura volta<strong>da</strong> para o mimigo.<br />

São ver<strong>da</strong>deiros receptaculos de balas, muito perigosos para a guarnição.<br />

« Não avistamos peças as esta<strong>da</strong>s na margem fronteira para impedir<br />

qtle ahi o inimigo occupe posição vantajosa.<br />

« O rio esta fecha<strong>do</strong> por tres grossas correntes de ferro de cansan<strong>do</strong><br />

sobre 10 pontMs, e deixan<strong>do</strong> uma pa' agem <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>da</strong> íngreme<br />

barranca <strong>da</strong> fortaleza. Não conseguimos vêr o acampamento e a guarnição,<br />

mas nos asseguram que em differentes poutos <strong>da</strong> margem entre<br />

Humaítá e Assumpção existem baterias mascara<strong>da</strong>s. »


·<strong>II</strong><br />

(DOCU~1ENTOSE l\OTAS SOBRE O CAPITULO Xl DESTA OBRAI<br />

.<br />

Yat~itY-Corá~ Boqueirào e Sàuce (Junho a Agosto de 1866)<br />

. ' .<br />

t Inacção <strong>do</strong>s. 1<strong>II</strong>ia clo. ,. falta ele elemeiJtos ele mooili<strong>da</strong>de<br />

,<br />

Em meia<strong>do</strong>s de Junho o conselheiro F. Octaviano, envia<strong>do</strong> extraordinario<br />

e ministro pleriipotenciario' <strong>do</strong> Brazil, em. uma entrevista que<br />

teve com o Dr. Rufino (le Elizalde, _ministro <strong>da</strong>s relações exteriores<br />

<strong>da</strong> Republica Argentina, expoz a este que o general Ozorio lhe pedia<br />

cavallos por não lh'os hav~r fOlneci<strong>do</strong> o general Mitr~, que a isso se<br />

compromettêra, e ob~ervou-lhe que, ten<strong>do</strong> já o <strong>governo</strong> imperial liberalisa<strong>do</strong><br />

para a <strong>guerra</strong> um' numeroso exercito, uma esquadra poderosa,<br />

dinheiro e munições, devia esperar <strong>da</strong> energia <strong>do</strong> <strong>governo</strong> argentino,<br />

que não nos deixasse faltar úm elemento tao com 111um e barato nas<br />

regiões <strong>do</strong> Prata.<br />

Esta,,; observações <strong>do</strong> representante <strong>do</strong> Brazil produziram algum<br />

resultatlo. Ten<strong>do</strong> elle segui<strong>do</strong> para o theatro <strong>da</strong>s operaçõ~s, afim de<br />

conferenci~r com- os generaes allia<strong>do</strong>s a respeito <strong>da</strong> inacção em que se<br />

achavam, I adio logo depois, de Bueno Aires, e alcançou-o em 001'­<br />

rientes, o Dr. Edual'<strong>do</strong> Costa, ministro <strong>da</strong>. j llstiça <strong>da</strong> Republica Argentina,<br />

o qual lhe propoz uma operação para C> fit~ de obterem o. AlUa<strong>do</strong>s<br />

bons cavallos, habitua<strong>do</strong>s ii. alimentação de al{al{a (luzerna) e milho,<br />

e que não succumbissem no Passo <strong>da</strong> Patria como to<strong>da</strong>s as cavalha<strong>da</strong>s<br />

_ que anteriormente haviam si<strong>do</strong> compra<strong>da</strong>s.


151<br />

o conselheÍl'ú Octaviano emprazou o Dr. Costa para uma eonfemncia<br />

110 Pa so Ja Patria., e alli, no dia 2) ce .J unho, pI'e entes \JS<br />

uous mini tro, os generae Flores,Ozorio e I'oly<strong>do</strong>l'o Jordão e o ahui­<br />

I ante Taman<strong>da</strong>ré, concor<strong>do</strong>u-se no seguinte:<br />

L" O <strong>governo</strong> argentino prepararia dentro de 15 dias, a contar


L52<br />

8 ele Junho.-Houve tiroteio de avança<strong>da</strong>s, lU nenhum feri<strong>do</strong> ou<br />

morto <strong>da</strong> paI te <strong>do</strong> : llia<strong>do</strong>s. .A no lSa artilharia fez ll.lgu fogo, e Q<br />

inimigo recolheu- e ao ilencio.<br />

9 de J uHho.-Neste di foi morto no Potrero PiL"Ís um solJaclo<br />

!.)I'azileiro que ê\hi entrou em armas.


153<br />

como os <strong>Paraguay</strong>os. Ambas as nações concederam uma me<strong>da</strong>lha de distincção<br />

a seus sol<strong>da</strong>~os vence<strong>do</strong>re!>. Tenho em meu poder uma dessas<br />

insilTnias toma<strong>da</strong> a um artilheiro paraguayo morto na batalha de 2 de<br />

t><br />

Maio. Lopez tem a habili<strong>da</strong>de de proclamar-se vence<strong>do</strong>r depois de ca<strong>da</strong><br />

derrota. Len<strong>do</strong> os seus boletins e o 8emanario dirão to<strong>do</strong>s de seu<br />

exercito o que se costuma dizer <strong>da</strong>s aguias de Napoleão, que 'Voavam<br />

de 'victoria em 'victúria. Ain<strong>da</strong> não chegou ás nossas mãos o boletim<br />

em que e11e <strong>da</strong> cont;~ <strong>do</strong>s seus triumphos de 20 e 24 de Maio. Estou<br />

curioso por lêr esse <strong>do</strong>cumento. »<br />

12 ele hmho.-Na<strong>da</strong> de novo. Silencio nas duas linha'.<br />

1:3 de J unho.-Na noite de 12 para 13, -segun<strong>do</strong> Palleja, ouvia-se<br />

na linha inimiga grande movimento de carretas ou peças de artilha<strong>da</strong>.<br />

Na de 13 para 14 notou-se o mesmo rumor.<br />

14 de Jun11O.-A's 11 horas a artilha<strong>da</strong> paraguaya, dirig'i<strong>da</strong> pelo<br />

general Bruguez, rompeu um vigoroso bombardeamento sobre o centro<br />

e esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, onde se achavam os Brazileil'os, os Orientaes<br />

e o regimento S. Martin, <strong>da</strong> cava11aria argentina. O inimigo empregou<br />

mais de 30 canhões de calibre 68, 24, 18, 12 e 6, lançan<strong>do</strong> sobre o<br />

acampamento uns 3.000 projectis.<br />

O exercito brazileiro apenas te"-e 72 homens f6ra de combate,<br />

sen<strong>do</strong> 10 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, e 7 officiaes e 55 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s. Os Orientaes<br />

tiveram 31 homens f6ra de combate, entre os quaes 2 officiaes.-Total<br />

<strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s-I03 homens f6ra de combate.<br />

Forças consideraveis <strong>do</strong> inimigo executaram movimentos perto <strong>da</strong>s<br />

suas trincheiras, mas recolheram-se logo a eUas por comprehenderem<br />

que os Allia<strong>do</strong>s estavam promptos para repe11ir qualquer ataque.<br />

15 de hmho.-As baterias paraguayas conservaram-se em silencio.<br />

16 ele Junho.-Pequeno tiroteio. Os Brazileiros tiveram I sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

feri<strong>do</strong>. Outro que imprudentemente se adiantára para pas. eiar nas mattas<br />

<strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, foi apri iona<strong>do</strong>.<br />

17 ele Junho.-Silencio nas duas linllas.<br />

18 de Junho.-As baterias paraguayas fizeram tres tiros sem resulta<strong>do</strong>.<br />

Antes <strong>da</strong> meia noite hçlUve alarma em consequencia de tiros e<br />

gritos parti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> acampamento argentino. Deu motivo a isso a fuga de<br />

um preso.<br />

19 de Junho.-Os <strong>Paraguay</strong>os bombardearam pela segUll<strong>da</strong> vez o<br />

acampamento allia<strong>do</strong>, fazen<strong>do</strong> 61 tiros de 68 e 3 de 4. Responderam<br />

vigorosamente, e com admiravel precisão' nos tiros, 4 peças raia<strong>da</strong>s<br />

brazileiras de calibre 12 pertence1.tes ao lo batalhão de artilharia a pé.<br />

O lo tenente Greenhalg, ao terceiro tiro, incendiou grande porção<br />

6.. 20


154<br />

de munições ao inimigo. «A explosão », diz Palleja, ({ foi terrivel, e deve<br />

ter occasiona<strong>do</strong> sérias per<strong>da</strong>s ao inimigo.» Pouco depois os 2" tenentes<br />

Costa Guimarães e Theophilo Oar<strong>do</strong>so incendiaram tambem alguns ranchos<br />

'de palha.<br />

Apenas 60 tiros fez a bateria brazileira, e eUes bastaram para<br />

impôr silencio ao inimigo.<br />

Os Paragua)'os tiveram 2 canhões desmonta<strong>do</strong>s.<br />

Os nossos Allia<strong>do</strong>s sau<strong>da</strong>ram enthusia~ticamente os artilheiros <strong>do</strong><br />

1° batalhão.<br />

Do nosso la<strong>do</strong> ficaram feri<strong>do</strong>s o major "\iVanderle)' Lins, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> 2° batalhão de infantaria de linha e 2 .ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Os Argentinos<br />

tiveram 1 official feri<strong>do</strong>, <strong>do</strong> regimento S. Martin.<br />

A barraca <strong>do</strong> g neral Flores foi arrebata<strong>da</strong> por uma bala.<br />

« Os Argentinos», diz Palleja, «esperavam tambem um bombardeamento<br />

sobre a parte <strong>do</strong> campo coberta por elies; porém o inimigo na<strong>da</strong> fe7..<br />

Elles ão los niiios mima<strong>do</strong>s, e n6s los et/,lena<strong>do</strong>s... »<br />

20 ele Junho. -O Paragua)'os fizeram algí:ll1s tiro a que respondeu<br />

a bateria avança<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito brazileit'O. Voaram alguma barracas, e<br />

entre ellas a <strong>do</strong> general Flores, mas s6 ficou feri<strong>do</strong> 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> brM:ileiro.<br />

Mai 2 baterias raia<strong>da</strong>, com 8 peça de calibre 12, <strong>do</strong> 1· batalhãO<br />

de artilharia a pé, foram render n:l. vanguar<strong>da</strong> parte <strong>do</strong> l° regimento<br />

de adilharia a cavalio, cujos canhões de calibre 4 pouco <strong>da</strong>mno podiam<br />

fazer no entrincheiramentos inimigos. «Los argentinos », ob erva ain<strong>da</strong><br />

Palieja, «van pasan<strong>do</strong> de ojito, re pecto à lo bombardeos; el en~l'l1izamienio<br />

de Lopez es olamente <strong>contra</strong> la bateria oriental de la izquer<strong>da</strong><br />

la brasilera deI centro. »<br />

21 de Jtmho.-Poucos tiros de parte a parte.<br />

22 de J'l.mho.-Os <strong>Paraguay</strong>os fizeram 59 tiros e a baterias <strong>do</strong><br />

1° batalhão de artilharia a pé responderam. 1'ivemos 1 oflicial, e os<br />

Orientae~ 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

23 de Junho.-As baterias inimiga 6 fizeram -i tiro, em resulta<strong>do</strong>.<br />

:24 de Junho.-Algun tiros. Os Brazileiro tiveram 1 alferes e 4<br />

ol<strong>da</strong><strong>do</strong> feri<strong>do</strong>, e 1 ol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto, to<strong>do</strong>s <strong>do</strong> lo de infantaria de linha.<br />

25 de Junho.-Na direita houve um tiroteio entre os piquetes correntino<br />

e o inimigo. Ficaram feri<strong>do</strong> 2 cor1'entino .<br />

26 de hmho.-Bombardeamento, 1'e pondi<strong>do</strong> pelas baterias brazileiras.<br />

Tivemo~ 9 ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s morto <strong>do</strong>. 51· de voluntarios, e feri<strong>do</strong>s 1<br />

alferes <strong>do</strong> 38°, 1 ol<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> 3°, outro .:lo 15° de vaIuntaria , e 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>~<br />

<strong>do</strong> 2° de linha.


27 e 28 de J ttnho.-Na<strong>da</strong> de importante.<br />

29 de Junho.--Bombardeamento. Os Brazileiros tiveram 8 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

feri<strong>do</strong>s e 2 os Orientaes.<br />

30 de Junho. -Bombardeamento mais vigoroso. O general Bruguez,<br />

como nos dias anteriores, di.rigio o fogo inimigo, e o general Diaz<br />

dirigia em ressoa os atira<strong>do</strong>res de infantaria.<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os fizeram mais de 500 tiros de canhão e lançaram<br />

100 e tantos foguetes. As baterias brazileiras deram 206 tiros e a<br />

oriental 54. Empregámos tambem com proveito alguns foguetes.<br />

Uma bomba inimiga fez voar um armão.<br />

Os Brazileiros tiveram fora de combate 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto, e 4 ofliciaes<br />

e 25 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s; os Orientae' 1 oflicial morto, 1 feri<strong>do</strong> e 2<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s; o regimento argentino S. Martin teve 1 oI<strong>da</strong><strong>do</strong> morto<br />

e 2 feri<strong>do</strong>s.<br />

- Resumin<strong>do</strong>, foi e ta a per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s nos bombardeamentos<br />

e tiroteios <strong>do</strong> mez de Junho de 18 jô :<br />

Bra?:ileú'os<br />

Mortos: 1 oflicial e 15 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s...... 16<br />

Feri<strong>do</strong>s: 18 ofliciaes e 105 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s............... 123<br />

Extravia<strong>do</strong>: 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>.... 1<br />

Fora de combate. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 140<br />

Or:entaes<br />

Fóra de combate: -1 officiaes e 41 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>.'... . . . . . 45<br />

lrgentinos<br />

Fora de combate: l oflicial e 4 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s......... 5<br />

Fora de com bate (Brazilei ros, Orientaes e Argentinos). 190<br />

- Do dia lo a 14 ele Julho de 186';) foram esta' as principae'<br />

occurrencias e as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s Allja<strong>do</strong>s:<br />

3 de htlho.-Pela mauhã encontrou-se uma pequena força de cavallaria<br />

argentina com outra paragnaya. Esta conseguia aprisiol1.ar 1<br />

argentino.<br />

4 de Julho. -Bombard amentn. O' Beaúleil'O' tiveram 4 mortos e<br />

9 feri<strong>do</strong>, os Orielltao 2 feri<strong>do</strong> e O~ Argentinos 1 m <strong>do</strong>: Extraviaram-se<br />

tambem 2 sol<strong>da</strong>rias <strong>do</strong> batalhão Garibaldinos 06° ne voluntario .)<br />

5 de .) alho. -Bombardeamento. Os Bl'azil iro, ti,'eeall] 2 morto.' e<br />

5 feri<strong>do</strong> ; os Odentaes 1 feri<strong>do</strong>, e us Argentino 1 morto e 1 feri<strong>do</strong>.<br />

7 cle Julho. -Bombardeameutu, Só 1 aro'entino feri<strong>do</strong>.


156<br />

9 ele J1.tlho.-Bombardeamento. Mortos 4 Brazileiros; feri<strong>do</strong>s 5.<br />

10 de Julho.-Bombardeamento. Os Brazileiros 4 mortos e 11 feri<strong>do</strong>s;<br />

os Orientaes 1 morto.<br />

A' tarde houve tiroteio no Passo Leguizamon .(avança<strong>da</strong>s <strong>da</strong> direita)<br />

entre o batalhão Correntino e 2 companhias <strong>do</strong> Catamarquenho, ambos<br />

argentinos, e 2 batalhões paraguayos.<br />

Os Argentinos tiveram lO feri<strong>do</strong>s, e os <strong>Paraguay</strong>os deíxaram 6 mortos e<br />

3 pri ioneiros.<br />

11 ele Julho. - Combale· ele Yataíty-Cora, entre Argentinos e<br />

<strong>Paraguay</strong>os.<br />

Os Argentinos tiveram 4 officiaes e 26 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 12 officiaes<br />

e 165 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, inclusos os 10 <strong>da</strong> vespera, e 8 officiaes e 43<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contuso : ao to<strong>do</strong> 258 mortos, feri<strong>do</strong>s e contusos. Os <strong>Paraguay</strong>os<br />

confessaram 400 homens f6ra de combate. Os Argentinos recolheram 175<br />

espingar<strong>da</strong>s, 2 caixas de <strong>guerra</strong> e 30 prisioneiros.<br />

No mesmo dia houve bombardeamento,<br />

fican<strong>do</strong> feri.<strong>do</strong> 1 oriental.<br />

12 ele Julho. - No bombardeamento foi feri<strong>do</strong> 1 oriental.<br />

13 de Julho. - No Diario de P(lll'ja lê-se o seguinte:<br />

é: Das 8 pàra as 10 horas <strong>da</strong> manhã deram os Paragnayos muitos<br />

vÍ'l:as e morras, e fizeram uma grande algazarra. Provavelmente Lopez<br />

terá percorri<strong>do</strong> o differentes corpo', animan<strong>do</strong>-os para outro combate, e<br />

terá feito distribuir o boletim <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> de 11, descreven<strong>do</strong>-a a seu mo<strong>do</strong>.<br />

E' assim que eUe mantem o moral <strong>do</strong>s corpos, que vi em isola<strong>do</strong>s e sem<br />

communicação uns com os o'tltros, e as esperança e o enthusia mo <strong>da</strong>s<br />

lovoaçôes que na<strong>da</strong> mais vêm <strong>do</strong> que os boletins prepara<strong>do</strong>s pelo tyranno,<br />

e a cartas que e'to ordena que ejam e cripta' para a familia. e pe soa.<br />

<strong>do</strong> interior. Os ultimas recrutas chega<strong>do</strong>s <strong>da</strong> A ·sump\.ão receiaram achar<br />

jà de trui<strong>do</strong> de to<strong>do</strong> o exercito allia<strong>do</strong>, que, segun<strong>do</strong> se dizia n'aquella<br />

capital, s6 ficára com 7.000 homens, de moralisa<strong>do</strong>s e famintos. »<br />

Houve troca de balas e bombas como no ~ dias anteriore.~, mas sem<br />

prejuizo <strong>da</strong> nossa parte.<br />

14 de Julho. - la madruga'la d'este dia um torpe<strong>do</strong>, no rio<br />

<strong>Paraguay</strong>, fez explOSãO junto a um e,caler de ron<strong>da</strong>. Tivemo. I oflicial<br />

(lo. tenente Antonio faria <strong>do</strong> Couto) e 7 marinheiro morto.<br />

\' hora <strong>da</strong> de coberta appareceram o bo ques <strong>da</strong> no sa esquer<strong>da</strong><br />

coberto de Parauuayo. A artilharia bI azil ira rompeu o fogo e dent 1'0<br />

de pouco tempo começaram o Para~uayos a fnn'ir em de' rdem.<br />

Os Brazileiros tiveram 1 feri<strong>do</strong>, e os Argent.ino<br />

outro.


157<br />

- Foram estas as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s AlUa<strong>do</strong>s desde Iode Junho até 15 d<br />

Julho de 1866:<br />

'I MEZ DE JUNHO DE 1800,<br />

FÓ1U<br />

EX TR A-<br />

FEHIDOS TJADf'S TOT.U. DE<br />

co~mA'J'E<br />

(Bombardeamentos e liro 1----1 --,----1---- ----,--1'----1<br />

teios de avança<strong>da</strong>s.)<br />

.. o<br />

'"<br />

'" o ., o .,<br />

'"<br />

'" o .. o<br />

'ti 'ti<br />

'" tl<br />

'ti 'ti<br />

"<br />

'ti<br />

tl .~ t:l .~ " tl .;l tl tl " t:l<br />

'5<br />

.... ;g<br />

~<br />

~ :!:1 •e:;<br />

IE: lE:: ~ IE: o o IE: ~<br />

o ti)<br />

~ ti) o ti) o ti)<br />

o ~<br />

.,<br />

- - - -<br />

:...:..:...:._1 _4_1~:"':":"':'~<br />

.,<br />

FÓRA<br />

DE<br />

co~mATE<br />

7deJunho .<br />

9 » . 1 2 5 3 6<br />

lO » ..<br />

1 1<br />

a » .. 10 7 55 7 65<br />

16 » ••••...••.••..•. , ..<br />

1 1 ~<br />

19 ,) .<br />

1 2 1 2<br />

20 » .<br />

1 1<br />

2"1 )) ...••...•...•••....<br />

1 2<br />

2~ » ....••.. , ......•.•• 1 1 4. 5 2<br />

25 » ..<br />

2<br />

26 » .. 2 1 4 6<br />

2!1 » .. .... S ." 8 1<br />

30 .<br />

_4 ~~--=-~_~<br />

1 15 18 105.. .. 1 ]9 121 1 4 4. 11<br />

16 12 i 1 J4U ;) 45<br />

3 de Jullio ................. .. .. I· .. · I<br />

4 » .. , ...... ........ 4 ] () 2 1 ' 1;) 1 2<br />

5 » ................... 2 5 7 2 1<br />

7 )) ................... 1<br />

...................<br />

9 » 4. 1 li 1 "<br />

10 » o •••• ............. 4. " 11 2 15 10 1<br />

11 » Combate de Yat·\it.y-<br />

,- .... 2l 221 1<br />

Corá ............ 0'0<br />

]2 » ................... o" • .... 1<br />

11 » (*) ., .•....••.. " •.. 1 7<br />

1;j<br />

• ................... 1 a<br />

Bra.zileiros<br />

Argonti- I O:ienL&es<br />

nos<br />

(') 03 8<br />

Dlortos peh<br />

1 ::1 4 31 21 t. 55 2. '!4a 6_1!<br />

22 3) 2 r.a 27:3 6<br />

I---------...!.----:...--~-~----.:.---.:.--- ii<br />

I<br />

[lrazileiros mortos, inciusiv.J 1 offichl, pertencem á marinln.<br />

explosão de um torpe


158<br />

em chefe <strong>do</strong> 2° corpo de exercito brazileiro em operações no Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Sul, o vice-almirante Taman<strong>da</strong>l'é, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>da</strong> esquadea<br />

bl'azi1eil'a em operaÇ.õ,·,s, o general Barth010meu Mitre, presidente <strong>da</strong><br />

Republica Argentina e comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong>s exercitos aliia<strong>do</strong>s em<br />

operações no telTitorio argentino, e o general Venancio Flôres, governa<strong>do</strong>r<br />

provisorio <strong>da</strong> Republica Oriental, e comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong><br />

exercito allia<strong>do</strong> dê vanguar<strong>da</strong>, ficou assenta<strong>do</strong> que a missãO <strong>do</strong> 2° corpo<br />

de exercito brazileiro era cobrir as fl'Jnteiras <strong>do</strong> Rio Gl'an~le e de COl'­<br />

rientes, ten<strong>do</strong> por ponto objectivo o territorio <strong>da</strong>s Mi.-sões na Republica<br />

<strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>. Conforme as circumstancia , deveria esse exercito ameaçar<br />

Itapua, ou mesmo invadir por esse la<strong>do</strong> o Pal'aguay de combinação com<br />

os exercitos allia<strong>do</strong>s que iam fazer a inva. ão pelo Passo <strong>da</strong> Patria.<br />

Porto Alegre marchou de Uruguayana, e em .... Borja começou a<br />

reunir e organi:;ar o 2° corpo.<br />

A primeira communicação que recebeu <strong>do</strong> general Mitre depois que<br />

se separaram em Uruguayana foi esta:<br />

« Quartel-general, costa <strong>do</strong> Riachuelo, Dezembro, 20 de 1865.­<br />

lUm. Exm. Sr. barão de Porto Alegre, general em chefe <strong>do</strong> exercito<br />

<strong>do</strong> Imperio <strong>do</strong> Brazil em operações no Alto Uruguay.<br />

« Tive a honra de receber a presa<strong>da</strong> communicação de V. Ex.,<br />

<strong>da</strong>ta<strong>da</strong> em 8 de Novembro, annnncian<strong>do</strong>-me a sua resolução de seguir<br />

immediatamente para S. Borja.<br />

« Agradeço a V. Ex. esta communicação, e tenho pOl' mui Opp0l'­<br />

tuna e de grande conveniencia a marcha de V. Ex. com o exercito â<br />

suas ordens.<br />

« Realisa<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s hypothese que figurei na ultima.' junta de <strong>guerra</strong><br />

que tivemos em Ul'uguayana, pela retira<strong>da</strong> e campleta evacuação que fez<br />

o inimigo <strong>da</strong> pal'te d'esta provincia (Corrientes) . obre o Paraná, que havia<br />

invadi<strong>do</strong>, deve ter logar o plano de operações que combinámos, invadin<strong>do</strong><br />

/) exercito allia<strong>do</strong> o territorio inimigo em direcçii:o a Humai!á, com<br />

tanto maiol' razão quanto, até aO'ora, tuuo induz a julgar que o presidente<br />

Lopez escolhe aqueUe campo e fortaleza para e perar-no , pela<br />

agglomeração de forças e de to<strong>do</strong>s O, demai elemento de <strong>guerra</strong> que<br />

alli reunio.<br />

« A missão de V. Ex., que em outras circumstancia era inteiramente<br />

passiva e de observação, tOl'na- e; portanto, activa e de muita importancia,<br />

competin<strong>do</strong>-lhe tomar parte nas operaçõe, <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> <strong>contra</strong> o<br />

inimigo, ameaçan<strong>do</strong> seu flanco, de de ai> i\li


159<br />

«Para estar em attitude de realizar esta opera


160<br />

« .•. Digna-se V. Ex. accusar o recebimento <strong>do</strong> oflieio que, na<br />

ve .pera de minha parti<strong>da</strong> <strong>da</strong> Uruguayana para aqui, tive a honra de<br />

endereçar-lhe; fazen<strong>do</strong>-me depois importantes communicações quanto á<br />

~ituação e direcção <strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s sob o digno comman<strong>do</strong> em<br />

chefe de V. Ex., retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo para a margem dir"ita <strong>do</strong> Parana<br />

pelo Pas. o <strong>da</strong> Patria, e concurso que deve prestar o ex:ercito ob meu<br />

comman<strong>do</strong>.<br />

« Quanto a e ta ultima parte. consequencia <strong>da</strong> attitude toma<strong>da</strong> pelo<br />

inimigo de recorrer agora â <strong>guerra</strong> defensiva, uma <strong>da</strong>s variante ou<br />

hypothe e' que, in ocan<strong>do</strong> V. Ex. sua memoria, ha de recor<strong>da</strong>r-se que no<br />

ultimo con elho de <strong>guerra</strong> havi<strong>do</strong> em Uruguayana entre nó~. eu figurava<br />

com o fim de demonstrar o papel que caberia, na marcha <strong>da</strong>s<br />

operações, as trflpa que tinham de e tacionar n'este ponto <strong>da</strong> fronteira<br />

brazileira, faz-me V. Ex. alguma con~iderações tendente ã. pade que<br />

toca a este exercito na operações em que vão entrar os allia<strong>do</strong>,<br />

invadin<strong>do</strong> o territorio paragua."o; e para i o digna-se V. Ex.<br />

lembrar-me a can -eniencia de ter prepara<strong>do</strong> os meios de facilitar a<br />

l)a agem <strong>do</strong> Uruguay e prompto os elementos que eu julgue necessarif)s<br />

para <strong>da</strong>r às forço que conunan<strong>do</strong> a maior facili<strong>da</strong>de de acção. A ~emelhante<br />

1'e peito cump1'e-me cientificar a V. Ex. que de ha mui o procuro<br />

reali:iur isso, afim de que ej:: cel'ta e eflicaz a presença e illiluencia de<br />

meu' exercito em territoriõ inimigo, na época que fôr indica<strong>da</strong>.<br />

« Deixa-me V. Ex. antever que a marcha <strong>da</strong> operações qne ;erei de<br />

realizar deve er a enta<strong>da</strong> em con elho de <strong>guerra</strong>, de que farão par e<br />

o generae <strong>do</strong> exercito alHa<strong>da</strong>. Tenho a convicção de que a decisão<br />

que po 111 tomar tão peritos militare ha de er a melhor e como,<br />

pela 1'ande di tancia que me epara <strong>do</strong> qual' ,el aeneral de . Ex.,<br />

centro <strong>da</strong>s opera oe, u não po a a istir à di cu -o <strong>do</strong> plano de<br />

campanha, para pr venir a iufluencia de qualquel' modificação que eu<br />

po julgai' conveniente ujeitar à pinião <strong>do</strong> conselho de <strong>guerra</strong> bre<br />

a marcha concelltraç..ão d m u exercito, nten<strong>do</strong> que é de,er meu IDinistraI'<br />

de e jã. algum informa.õ, qn r uni<strong>da</strong> ao conhecimento que<br />

. Ex. tem <strong>do</strong> recuI' que oirer c a zona m qu n acham ~ facultaI"<br />

o <strong>da</strong>d n c ~ rio rara qu utfi n" nientemen e ~a empre<strong>do</strong><br />

o ex 'oi o que mm n<strong>do</strong>.<br />

e: .A for~a d i<br />

vallaria .00'<br />

lha1'i<br />

furo<br />

p


161<br />

A esta força de que disponho hoje não reuno to<strong>da</strong> a infantaria que,<br />

ten<strong>do</strong> vin<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeil'O c m destino ao meu exercito, para facilitaI'<br />

essa juncç~ão, teve ordem de seguir por' agoa até Corriente~, afim<br />

de <strong>da</strong>lli subir pelo Paranâ. e de::;embarcar na Tranquera de Loreto, onde<br />

eu a man<strong>da</strong>rei receber. (')<br />

4( Eis o que diz re. peito á força 'numerJca com que posso contar.<br />

« A impossibili<strong>da</strong>de que ha agora em navegar· e pelo Uruguay, em<br />

consequencia <strong>da</strong> baixa dp. suas agua", c a mOl'osi<strong>da</strong>de na conducção pOI'<br />

terra de artigos de iuelarnBnto, al'lllàmento, equipamento e abarracamenta,<br />

de que ain<strong>da</strong> I'\al'ece este exercito, fazem com que até hoje niIo<br />

e achem aqui esses artigos, apezar <strong>da</strong>s providencia, que, com muita<br />

antecedencia, tomei para a sua chega<strong>da</strong> com a maxima brevi<strong>da</strong>cle passivel;<br />

e. po:to que tenha conhecimento ele que parte delles e tão a<br />

call1inho, isso faz com que o excrcitú não esteja convenientemente prepara<strong>do</strong><br />

para marchal'.<br />

« A estaçi:LD invemosa ultimil, que foi bastante rigol'Osa, fez com<br />

que as cavalha<strong>da</strong>3 emmagrece,.;sem muito, e flli causa para que eu não<br />

tenha ain<strong>da</strong> hoje um numero sufficienLe de cayallos ell bom esta<strong>do</strong>'<br />

mas; com as pl'ovidencias que tenho <strong>da</strong><strong>do</strong> e o tempo que corre lavoravel,<br />

e!"pero que e~sa falta desapparecera.<br />

« O material de que di 'ponho para a passagem ele rios é o de que<br />

nos servimos nas nos as <strong>guerra</strong>s <strong>do</strong> sul <strong>da</strong> An;erica: tenho feito e continuarei<br />

a fazer acquisição de canôas para di po. iÇãO de balsa, afim<br />

de servirem a eSS~t opel'ação. Com semelhante matetial, desde jà faço<br />

sentil' a V. Ex. a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> subi<strong>da</strong> de uma e quadrilha que apoie<br />

e proteja a minha passagem no Alto Parana.<br />

« O <strong>contra</strong>cto que vigora para o fomecimellto <strong>do</strong> exercito, fin<strong>da</strong> em<br />

31 <strong>do</strong> corrente. O actual fúmece<strong>do</strong>r não quer <strong>contra</strong>ctar serviço igual<br />

em territorio e trangeiro. Já officiei ao Sr. ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> e ao<br />

Sr. pre idente desta provincia, pedin<strong>do</strong> a pl'ovid ncias nece'sarias afim de<br />

satisfazer-se a e:> e imp:n-tante ramo <strong>do</strong> serviço, mas não me con ta que e<br />

tenha feito novo <strong>contra</strong>cto. Levan<strong>do</strong> isto ao conhecimento de \ , Ex., lembro<br />

que póde <strong>da</strong>r-se o caso de ser eu força<strong>do</strong> a recorrer ao fOl'l1ece<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

exercito brazileiro ao lnan<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. marechal de campo Ozorio pal'a<br />

assegurar a subsi tencia <strong>do</strong> meu exercito de'ue que chegue à margem<br />

<strong>do</strong> Paraná. Isto lia ca. o de ter eu aviso para invadir o <strong>Paraguay</strong> ante'<br />

de ter si<strong>do</strong> por nos,a administração ati feita essa exigencia, ou me mo,<br />

sen<strong>do</strong> sati feita, <strong>da</strong><strong>do</strong> o ca30 de não estar o fomece<strong>do</strong>l' habilitad a<br />

(') Os hablbõe; ,l~ h( lI1tar1~ [\ que se rdel'J o g )uerlll P"rto Ale~re rcunir.lUl-SC :1<br />

10 corpo de exel'ci to.<br />

J.. 21


162<br />

cumprir exactamente o <strong>contra</strong>cto pelo curto praw que medle entre a celebração<br />

deste e a minha marcha.<br />

~ Conto que V. Ex., â. vista <strong>da</strong> exposlçao que fiz, avisat'-me-ha<br />

para a. marcha, com a antecedencia que exige o esta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s forças às<br />

minha ordens.<br />

« Achan<strong>do</strong>-se as cavalha<strong>da</strong>s <strong>do</strong> exercito em pontos differentes e alguns<br />

destes bastaute distantes <strong>do</strong> acampamento, e não convin<strong>do</strong> fazeI-as ,ir<br />

para aqui, porque os pastos são mão', só as reunirei quan<strong>do</strong> receber o<br />

aviso de marcha, deven<strong>do</strong> V. Ex. <strong>da</strong>r-me um prazo nunc· menor de<br />

15 dia para que essa e outras di po ições ejam executa<strong>da</strong>, e eu me<br />

ache na margem direita <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>.<br />

~ Tenho a honra, etc.<br />

« Bal"ão de Porto Aleg."e,<br />

« Tenente General. Il<br />

Em 22 de' Fevereiro a vanguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> 1- r1ivis:io <strong>do</strong> 2 Q<br />

corpo tran p6z<br />

o Uruguay e avallçou pelo territorio correntino. Oomman<strong>da</strong>va-a o tenentecoronel<br />

Seraphim Corrêa de Barro.<br />

Em 28 de Fevereiro o general Mitre e. creveu<br />

Alegre, dizen<strong>do</strong>-lhe o seguinte:<br />

ao conde de Porto<br />

« Quartel general em frente ao Pas o <strong>da</strong> Patria, 28 de Fevereiro<br />

<strong>do</strong> 1876....... O primeiro con elho de <strong>guerra</strong> foi celebra<strong>do</strong> neste<br />

quartel general com o dito Sr. a1 rrurante e o generaes Flores e Ozorio<br />

no dia 25 <strong>do</strong> corrente, occupan<strong>do</strong>-no de ponto geraes, ,em concretar-nos<br />

a concertar operações immediatas por falta ab olu a de conhecimentos<br />

indi pensaveis, especialmente pela parte <strong>do</strong> rio e co'tas <strong>do</strong> inimigo sobre<br />

que devemos operar. E tes reconhecimento e praticarão eill breve, de<br />

maneira que po amo, em noiavel demora celebrar egun<strong>do</strong> con elho,<br />

cujo resulta<strong>do</strong>s é de e'perar que sejam mai efficaz para a continuação<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

« Entretanto, como as operaçõe ,e approximam convêm que . E:t:.,<br />

com o e 'ercito às na orden, e to<strong>do</strong> o I mento bel1ico que tenha<br />

à ua dispo içao, effectue a sua pa . gem para te la<strong>do</strong> <strong>do</strong> ruguay e já<br />

a não tiver verifica<strong>do</strong> de to<strong>do</strong> pai' commuuica.õ~ <strong>do</strong> r. Ma ariaga<br />

<strong>do</strong> Pa o de 10 Libre, me annunciavam qu jã. 11 via <strong>do</strong> p e<br />

<strong>do</strong> exercito de Ex., para e te la o <strong>do</strong> ruanar afim de si uar- e<br />

convenientemente bre a fronteir inimi o ' no pon o mai' imme iato e


163<br />

adeqna<strong>do</strong> para acampar, e ahi aguar<strong>da</strong>r a combinação a que cheguemo.,<br />

e que será opprtunamente communica<strong>da</strong> a V. Ex. para que com o exercito<br />

de seu comman<strong>do</strong> realise a parte que lhe toque em tal combinação.<br />

« IO que respeita ao mais, não se occultará á penetração de V. Ex. e<br />

sua experiencia <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> a conveniencia de que o inimigo se sinta<br />

opportunamente ameaça<strong>do</strong> por essa parte <strong>do</strong> seu teTl'itorio, por um exercito<br />

forte e respeitavel como o que V. Ex. comman<strong>da</strong> ; assim é que<br />

deixo á sua prudencia e saber a a<strong>do</strong>pção de to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s que possam<br />

produzir tão benefico resulta<strong>do</strong> para este exercito allia<strong>do</strong>.<br />

ce E na<strong>da</strong> mai::> me occorre na occasião que mere a 8er communica<strong>do</strong><br />

a Y. Ex... :.<br />

Receben<strong>do</strong> esta carta ·no dia U de Março, o general Porto Alegre<br />

participou ao ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, no me


164<br />

recursos de que di punham, só no dia 16 <strong>do</strong> mez proximo pas 'a<strong>do</strong> puderam<br />

inicial-a, ~<br />

O general Mitre, porém, que, em carta de 23 de Janeiro reconhecia<br />

que Porto Alegre não tinha os elementos nece arios paea realisar<br />

convenientemente a passagem <strong>do</strong> Paran:l C), em carta de 21 de Março<br />

instava por e sa operação reputan<strong>do</strong>-a facillima com esses mesmos elementos.<br />

Quanto ao auxilio <strong>da</strong> e quadra de~larava-o impos ivel : ­<br />

« a e te respecto debo manHe tal' a V. Ex. que la escuadra no puede<br />

prestar a la operacion deI pasage de e e ejército cooperacion de ningun<br />

género, sinó en el caso de que e e pa aje se effectua e mas abajo de<br />

la isla de Apipá, pues, como V, Ex, sabe, selo basta este punto es navegnble<br />

el Alto Paraná á causa deI salto que lo intercepta, y de alli<br />

para arriba el rio solo tiene agua para pequ.efías embarcaciones. »<br />

As fOlças inimigas que se achavam em Itapua formavam, segun<strong>do</strong><br />

Thompson, lIma columna de 3 000 homens, com 12 boca~ de fogo, a0<br />

man<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Nufiez. O general MitL'e, porém, na me ma carta,<br />

<strong>da</strong>va ao inimigo apena 600 h01n0ns <strong>da</strong>s tres armas com 4 ou 6 peça de<br />

artilharia, e pedia a Porto Alegre que Invadisse por Itapua e <strong>do</strong>minas~e<br />

a m.:'lÍor extensão <strong>do</strong> paiz, desde o Alto Paranit até o Tebicuary, ~a<br />

me ma uata ordenava ao coronel Payba, que com a sua divisão ele<br />

COl'rentino (500 bomeu) fica 'e às ordens <strong>do</strong> general brazi 1eira. E' a<br />

for a, porém, já se tinha ubleva<strong>do</strong>, e c ta,a dis ohiela.<br />

Durante os meze de iJ:aio e Junho con erron-se ain<strong>da</strong> junto á margem<br />

<strong>do</strong> Paranã. o o corpo de exercito, receben<strong>do</strong> caYallo~, e outro elemento"<br />

de mo bili<strong>da</strong>de.<br />

Em 3 de Junho o almirante Taman<strong>da</strong>rê dirigia 11m omcio ao conde<br />

de Poeto Alegre propon<strong>do</strong>-lhe a junc~'ão <strong>do</strong> 2° corpo de exercito com<br />

o gros o <strong>do</strong>s exercito allia<strong>do</strong>, poderan<strong>do</strong>-lhe que e. ~a juncç-:o fal'ia<br />

com que ~ahi 'sem <strong>da</strong> inac Uo em que se acha,oam as força acampa<strong>da</strong><br />

em Tu) llL}, e permittieia que a e. CJ.uadra entra .'e em operaçoes ac ivas (").<br />

Porto Alegre, ã. vi. ta d'e te con\ite, não ten<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> communicação<br />

alguma <strong>do</strong> general ntre, con u1tau a e t€'.<br />

(0) « ., .. Por lo (IU~ ruspech <strong>II</strong> 1"5 lcment s d que Y. Ex. di pone paro los ri05, veo<br />

que en efecto son defi lentos, Il 51 V. Ex, 110 !lll U PI'(.por i nRl en numero b'lstallle<br />

será nece 11'io pre-t'lrle e1 nu ilio que indi 'li,» allXilio era I) de tUna esqu'Idrilha.<br />

(H) O almil'llnte milito tempo nnt mnllf~sl:irn o desejo de SI r ene fi incullIbilio <strong>da</strong><br />

direc~ão gerRI <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>. Em officio confid~llci[\1 de l3 cio D~zl'lI1bro de 1. 0,. dirigi<strong>do</strong> ao<br />

on elll.eiro Octa'l'iano elo mini tI'O <strong>do</strong>~ uegocills esll'llng iro cOllselll. iro amiVll. lê-. ~<br />

o segulllte:- «.. . emelhnnte eventnnh j'lde. qnA pllr ·U'lll SI'. vi ·C.Hld


165<br />

o geneL'al ~l itre<br />

respondeu-lhe <strong>do</strong> seguinte mo<strong>do</strong>:<br />

« Quartel-general em Tuyuty, 25 de Junho de 1866.- O general<br />

em chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong> ao lUm. EXI11. Sr. te.nente-general barão<br />

de Porto Aleg{e, general em chefe <strong>do</strong> 2° corpo <strong>do</strong> exercito b:':dleiro<br />

em operações <strong>contra</strong> o <strong>Paraguay</strong>.<br />

« Tive a salisfação de receber a preza<strong>da</strong> communicação de V. Ex.<br />

em <strong>da</strong>ta de 15 <strong>do</strong> corrente, escripta <strong>do</strong> arroio Itaimbé na costa <strong>do</strong> Paraná,<br />

e na qual V. Ex. manifesta haver recebi<strong>do</strong> um oflicio <strong>do</strong> Sr. almirante<br />

visconde de Taman<strong>da</strong>ré, em que este, explican<strong>do</strong>-lhe o motivo <strong>da</strong> inacção<br />

<strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s, que invadiram o <strong>Paraguay</strong>,'lhe diz que « era opinião<br />

não s6 sua, mas <strong>do</strong>s genel'aes em chefe <strong>do</strong>s mesmos exercito, que o<br />

concurso que o 2° corpo poderia prestar era indispensavel para que sahissem<br />

d'e.3sa inacção» e estranhan<strong>do</strong> que eu na<strong>da</strong> lhe dis 'esse sobre este<br />

ponto na communicação que dirigi a V. Ex.<br />

« Ao mesmo tempo, collocan<strong>do</strong>-se V. Ex. no caso de que eu preste<br />

a minha autorisação para a tr;:l.llslação d'esse exercito até este ponto, serve-se<br />

de comml.lnicar-me as instrucções que projecta deixar ao brigadeiro<br />

Portinha, encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> man<strong>do</strong> de um corpo militar de observação para<br />

cobrir as fronteiras de Corrientes e <strong>do</strong> Rio Grande, e assegurar a nos a<br />

. ba e de operações por e sa parte, na falta <strong>do</strong> exercito que V. Ex.<br />

comman<strong>da</strong>.<br />

« Cingin<strong>do</strong>-me ao ponto capital <strong>da</strong> nota de V. Ex. devo dizer-lhe que,<br />

com effeito, a opinião <strong>do</strong>s generaes alIia<strong>do</strong>s, inclusive a <strong>do</strong> visconde de<br />

Taman<strong>da</strong>ré, era a que V. Ex. expressa, ain<strong>da</strong> que não fosse a minha<br />

particular, co;no director <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> e general em chefe <strong>do</strong>s exercitas<br />

alIia<strong>do</strong>s, fun<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-me para is o nas seguintes razões:<br />

1." Que na junta de <strong>guerra</strong> que se celebrou em Uruguayana com as i ­<br />

tpncia. <strong>do</strong> Sr. general Flores e d Sr, vi'conde de Taman<strong>da</strong>ré, achan<strong>do</strong>-se<br />

presentes V Ex. e o Sr. ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> dI) Imperio <strong>do</strong> Brazil,<br />

s·: determinou que a mis:5ão <strong>do</strong> exercito ao man<strong>do</strong> de V. Ex. seria a de<br />

exercito de observação em um caso, e a de auxiliar em outro, ten<strong>do</strong> em<br />

ambos por ponto objectivo o territorio de Mis õe na Republica <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>,<br />

cobrin<strong>do</strong> com as suas operações as f 'onteira <strong>do</strong> Rio Grande e de<br />

Corrientes, e ao mesmo tempo atacan<strong>do</strong>' as <strong>do</strong> inimigo por es. a parte ou<br />

simplesmente ameaçan<strong>do</strong>-as.<br />

2.' Que debilitan<strong>do</strong> essa parte de no 'a base de operaç6e sobre o<br />

Alto Paranà, poderjamo~ abrir a porta ao inimigo para elfectuar, e não<br />

uma invasão, pelo menos frequentes irrupçõ s obre o ho o terLitorio e<br />

o <strong>do</strong> Rio Grande, com!1l'ometten<strong>do</strong> sériamente aquella ba e, e debilitan<strong>do</strong>,<br />

portanto, a nossa frente de operaçõe ,


166<br />

3". Que não ob tante o esta<strong>do</strong> de inacção em que se acha este exercito,<br />

eu con iderava que em 30 dia d'aquella <strong>da</strong>ta pOlleria achar· se ene em<br />

attitude de emprehender operações efficazes, remontan<strong>do</strong> seus meios de<br />

mobili<strong>da</strong>de, contan<strong>do</strong>, como conta com mais de 30.000 homens <strong>da</strong>s' tres<br />

armas pre entes no campo.<br />

« Nilo ob tante tu<strong>do</strong> isto, de de que V. Ex. me diz em sua menciona<strong>da</strong><br />

communic:1.ção, que, deixan<strong>do</strong> um corpo de ob:,ervação n'essa<br />

parte <strong>do</strong> Alto Paranà, e pMe garantir e a fronteira e assegürar nossa<br />

b e de opernçõe ; attenta a demora que soffrell a operação de invadir<br />

'\ . Ex. o territorio parag~ayo por essa pal'te, pelas causas que antes me<br />

indicou e pelo motivos de outra ordem que agora me expõz; estiman<strong>do</strong>,<br />

como devo, a opini-o <strong>do</strong> r. almirante Taman<strong>da</strong>ré e a <strong>do</strong>' r. general<br />

Ozorio, tratan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> melhor destino que se possa <strong>da</strong>r a u::n exercito em<br />

ua totali<strong>da</strong>de campo to de força brazileiras, não tive embaraço em<br />

reunir de novo uma junta de <strong>guerra</strong> <strong>do</strong>s generaes em chefe para resolver<br />

este as um pto.<br />

« E ta junta de <strong>guerra</strong> foi celebra<strong>do</strong> hoje, e, ten<strong>do</strong> exposto ant~ elia<br />

as vantaaen e de vantagens que resultariam <strong>da</strong> incorporaç-.o <strong>do</strong> exercito<br />

ao man<strong>do</strong> de V. Ex. ao exercito aliia<strong>do</strong>' que operam por es a parte,<br />

tod foram de unanime opiniã que era conveniente essa incorporação<br />

tanto ob o ponto de ,i ta <strong>do</strong> inter es gerae <strong>do</strong> Allia<strong>do</strong> como oh o<br />

ponto de vi ta <strong>do</strong> melhor e mai pr mpto erito <strong>da</strong> c, mpanha . e por minha<br />

parte nao ob tante o expo to comprehend n<strong>do</strong> que o concur-o <strong>do</strong> exercito<br />

de . Ex. póde <strong>da</strong>r um viCTor ~ e efficaz impulo I operaçõ <strong>da</strong><br />

campanha. prestei-me ao voto <strong>da</strong> maioria contan<strong>do</strong> como con o que . Ex.<br />

deixará por e a parte <strong>do</strong> Alto Paraná for ufficient ' para ~ran ir<br />

no ~ fron eira' e < - egur.U' quauto ej' po"h'el no'-a h( e de operaç-es.<br />

« Portanto fi . V. Ex.<br />

a p nt com to<strong>do</strong> o<br />

em ca\fallaria lp io' d mobili<strong>da</strong>d .<br />

Taman<strong>da</strong>' faz 'ubir n' ta lat maior<br />

Y. Ex. o ~.l. eff uar com br iii d<br />

t riaI.<br />

ras . lar-se<br />

mb'arc::açiOOS' para que<br />

d ~oal e ma-<br />

d'U' a<br />

d -m<br />

.0<br />

e d


167<br />

corpo de 3.000 homem, que poderão fa7.er frente as emergencias provaveis<br />

n'essa parte <strong>do</strong> tlleatro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> C~).<br />

« Deixan<strong>do</strong> as iro re pondi<strong>da</strong> a communicação de V. Ex. tenho a<br />

honra de sau<strong>da</strong>I-o com a maior estima e consideração.-(Assigna<strong>do</strong>.)<br />

« Bart.ololllé l\'lit,re. ~<br />

Com esta resposta pôz-se em marcha o general Porto Alegre para<br />

en<strong>contra</strong>r-se com a fiotilha <strong>do</strong> capitão de mal' e <strong>guerra</strong> AI vim (barão de<br />

Iguatemy), deixan<strong>do</strong> em Itaimbê o general Portinha com urna divisão<br />

de 2.000 Brazileiros de cavaliaria e 4 canhões obuzes, e 300 Correntinos<br />

ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Reguera e major Monson.<br />

Ao presidente e ao comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong>s armas <strong>da</strong> província <strong>do</strong> Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Sul officiou Porto Alegre em 2 de Julho, pedin<strong>do</strong>-lhes que<br />

reforçassem com mai 1.000 homens a fronteira <strong>do</strong> Uruguay, e o1'denou<br />

ao 49° batalhão de v.oluntarios (350 praça), de guarnição em Uruguayana,<br />

que se incorporasse a divisão Portinho. Assim, ficou este<br />

general com 2.650 homens, sen<strong>do</strong> 300 Correntinos e 2.350 Brazileíros.<br />

Relativamente ao 2° C01'pO de exercito dete1'minou o <strong>governo</strong> imperial<br />

que elle poderia operar ou reuni<strong>do</strong> aos exercitos aliía<strong>do</strong>s, fican<strong>do</strong><br />

sujeito ao comman<strong>da</strong>nte em chefe d'estes, ou sepaea<strong>da</strong>mente e de accor<strong>do</strong><br />

com a esquadra.<br />

A esquadrilha <strong>do</strong> chefe Alvim começou a subir lflntamente o Alto<br />

Parana, em 5 de Junho, son<strong>da</strong>ndv e reconhecen<strong>do</strong> o rio, porque não<br />

tinhamos um só p1'atico. Os <strong>Paraguay</strong>os apenas fizeram um ou outro til'O<br />

de espingar<strong>da</strong>. o dia 11 a expedição deu fun<strong>do</strong> em frente a ilha <strong>do</strong><br />

Apipé, esperan<strong>do</strong> ahi as orden <strong>do</strong> general Porto Alegre.<br />

Já dissemos em uma <strong>da</strong>s notas ao cap. XI, que a primeiras tropas<br />

<strong>do</strong> 2" corpo recebi<strong>da</strong>s pela flotilha desembarcaram em Itapirú no dia 10<br />

de Julho. A segun<strong>da</strong> expedição de"embarcou em 29 <strong>do</strong> mesmo mez, e<br />

a terceira, que marchou por terra, chegou a C01'rales em meia<strong>do</strong>s<br />

de Agosto.<br />

Relativamente a reunião <strong>do</strong>s <strong>do</strong>u corpos de exercito na visinhanças<br />

<strong>do</strong> Passo <strong>da</strong> Patria, transcreverenws ain<strong>da</strong> os seguintes trechos de um<br />

officio que o conselheiro F. Octaviano dirigio em 8 de Julho de 1866,<br />

ao ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>:<br />

« o dia io<strong>do</strong> corrente (inlho) tive a hom'a cie conferenciar coln os<br />

S1's. generaes Mitre, Flores, Taman<strong>da</strong>ré, Poly<strong>do</strong>r{) e barão <strong>do</strong> Herval,<br />

(') A força correntina d'esses <strong>do</strong>us ol1iciaes consistia apenas em 300 bomens (omeio<br />

reserva<strong>do</strong> de;! de Julho <strong>do</strong> lIenerl.1l Porto Alegre no presidente <strong>da</strong> provincia <strong>do</strong> Rio Grande<br />

<strong>do</strong> ~lll).


168<br />

na barraca creste ultimo, no centl'O <strong>do</strong> acampamento brazileiro. Depois<br />

de haver eu apresenta<strong>do</strong> o SI'. Po1y<strong>do</strong>l'o ao general Mitre e communica<strong>do</strong><br />

aos generaes presentes a com missão real <strong>da</strong>quelle senho!', troca,ta<br />

as civih<strong>da</strong>des <strong>do</strong> estylo, o general Mitre o convi<strong>do</strong>u a que permanecesse<br />

na conferencia.<br />

« Em segui<strong>da</strong> expuz ao mesmo general o desanimo que lavrava<br />

em to<strong>do</strong>s os paizes <strong>da</strong> alliança pela demora <strong>da</strong>s operações <strong>da</strong> gnerra e<br />

que eu o desejava ouvil', bem como aos outl'O' generaes, para orientar<br />

o <strong>governo</strong> imperial soure FlS causas <strong>da</strong>quella demora e meios de abreviaI-a.<br />

« O general Mitre, depois de val'ias considerações sobre as cil'cumstancias<br />

que nos tinham força<strong>do</strong> a acceitar a passagem em tel'reno favoravel<br />

ao inimigo, expôz que a situação <strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s na<strong>da</strong> tinha<br />

de perigosa, nem de desanima<strong>do</strong>l'a, porque em to<strong>do</strong>s os recontros com o<br />

inimigo tinham sahi<strong>do</strong> vence<strong>do</strong>res, e as suas baixa deviam ser inferiol'es<br />

as <strong>do</strong> inimigo. Quanto ã. inacção actual, provinha <strong>da</strong> falta de meios de<br />

mobilisar a artilharia sobretu<strong>do</strong>, e <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de defender a retaguar<strong>da</strong><br />

em qualquer operação de frente ou de flanco, necessi<strong>da</strong>de que não<br />

podia seI' attendi<strong>da</strong> sem alguma cavilllaria ligeira, e, portanto, sem cavallos<br />

frescos e fortes. Ooncluio dizen<strong>do</strong> que com a cavalha<strong>da</strong> que se<br />

esperava e com o reforço <strong>do</strong> barão de 1'orto Alegre, a <strong>guerra</strong> seria<br />

activa<strong>da</strong> immediatamente, atacan<strong>do</strong>-se Curllpaity e Humaitá de combinação<br />

com a esquadra.<br />

« Perguntei então aos outros generaes presentes se lhes parecia que<br />

o exercito <strong>do</strong> barão de Porto Alegl'e devia ser chama<strong>do</strong> a operar no<br />

Pa so <strong>da</strong> I'atria ou· pelo no <strong>Paraguay</strong> de accor<strong>do</strong> com a esquadra Foram<br />

to<strong>do</strong>s unanimes na affir mativa. Oonstan<strong>do</strong>-me que o general Mitre, em<br />

nma resposta <strong>da</strong><strong>da</strong> ao barão de Porto Alegre declarara que, embora<br />

conhecesse vantagens n'essa nova direcção <strong>da</strong>s forças <strong>do</strong> 2° corpo <strong>do</strong> exercito<br />

brazileil'O, pen~ava to<strong>da</strong>via que não era eUa essencial, pedi ao dHo general<br />

que expressas e bem o seu pensamento para conhecimento <strong>do</strong> <strong>governo</strong><br />

imperial. O Sr. general Mitre declarou-me que tal fôra o seu pensamento<br />

até então, porque julgara necessario um movimento d'aquelle corpo<br />

de exercito pelo interior <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> para impedir que, depoi de batalhas<br />

decisivas no littoral, o inimigo continua se uma <strong>guerra</strong> de recursos,<br />

promoven<strong>do</strong> a resi tench no interior <strong>do</strong> paiz; mas que 1n"eselltemcnte<br />

acreditava menos po ivel semelhante probabili<strong>da</strong>de, attenta a concentl'at;ão<br />

que Lopez estava fazen<strong>do</strong> de to<strong>do</strong>s as ua forças disponiveis, afim<br />

de reparar a grandes per<strong>da</strong>s soffl'i<strong>da</strong>s nos ultimos combates.<br />

« Accrescentou o Sr. 1itre que tambem acreditava na mais rapi<strong>da</strong><br />

terminação <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> e o barão coopera e com a ua O'ente para reforçar


1~9<br />

os exercitos allia<strong>do</strong>s; os quaes tambem tinham muitas baixas e os não<br />

pouiam substituir de prompto.<br />

'< Perguntei ao Sr. visconde de Taman<strong>da</strong>rê se a esquaura não poderia<br />

operar sem o concurso de qualquer movimento <strong>do</strong> exercito. EUe respondeu<br />

que a bor<strong>do</strong> de seus navio tinha apenas as praça <strong>do</strong> corpo policial<br />

<strong>do</strong> Rio de Janeiro e outl'


170<br />

recebi<strong>do</strong>s pelos batalh.ões 8", 1::3 0 e 20°, fugiram em <strong>da</strong>:>ordem. O' sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

argentinos não queriam bater-se e era 11 leva<strong>do</strong> a combate pelos<br />

afficiae' a chicote e a pran~ha<strong>da</strong>s.<br />

Das 4 1/2 às 7 <strong>da</strong> noite dua outi'o combate.<br />

A parte afficia1 tlo o-eneral argentino Pannero diz o eguinte:<br />

fTO tlia 10 ti Julho o Paragua os, em numero muito cresci<strong>do</strong>, pl'etenderam<br />

flanquear 9 companliia tlo batalhão de Catamarca às ordens<br />

d major Mato , que -e ach:l.nnn de erriço na ,anguar<strong>da</strong>.<br />

O batalhão orl'entino, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente-coronel oum, e sob<br />

a direcção <strong>do</strong> coronel Rivas chefe <strong>da</strong> primeira linha apoiou immediatamen<br />

e aque1l dua ompanhias e o inimigo e põz em fuga, deixan<strong>do</strong><br />

3 pri'ioneiros e a morto, e le,an<strong>do</strong> muitos ferid . O' Al'gentino,<br />

apena iverarn 14 ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s levemen e feri<strong>do</strong> (').<br />

1 Ta manhã de 11 quan<strong>do</strong> o batalhão orrentino foi render no er­<br />

,i.o <strong>da</strong>' anmçad< as dua companhias <strong>do</strong> de atamarca, no ou- e que<br />

o lUlmlO'O ta,a embosca<strong>do</strong> com 2 batalhoes e que uma raser,a de cavallaria<br />

en . rninha,a- e a as e ponto.<br />

A' ... <strong>da</strong> tarde um <strong>do</strong> bata1hõe paragu,1 o com alguma cavallaria<br />

no' flanco e ,ari. ~tatim d fOo"uet~', apre enton-~e inopina<strong>da</strong>ment,<br />

O b talhão rrentino r' mpeu o fo o e pOz- e em retirad ,<br />

rec bend 100-0 apoio <strong>da</strong> l' bl'iaa<strong>da</strong> lUpa ta <strong>do</strong> loba alhão de linha<br />

<strong>do</strong> 2° d' O'uar<strong>da</strong> naciona de .. Nicol de 1 ~ ArroJo. Assim<br />

o o mbat r for <strong>do</strong> o inimi o acudiram briga<strong>da</strong>s arn-en-<br />

4" qn t I'mlwam <strong>II</strong> -2" dh-L' . ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Arre<strong>do</strong>n<strong>do</strong>'<br />

fi ~ 1'.a 11 <strong>II</strong> ji 'Paragua. o~ .... n m precipita<strong>da</strong> fuga,<br />

d . m <strong>do</strong> fi ri<strong>do</strong> per d pin!!'ardà••<br />

['d nou n 10 qu o bata1b ino, empenha<strong>do</strong> na<br />

fi am u . Ex cu movimen o !reneraI<br />

e fim<br />

diri .<strong>do</strong>s pelo<br />

Ioi a<br />

ca<strong>da</strong><br />

rra<br />

ue


171<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os puzeram-se em «pavorosa retira<strong>da</strong>. )) Paunero calculou<br />

as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s contr~rios em ~OO morLos e mais de 400 feri<strong>do</strong>s. Em<br />

poder <strong>do</strong>s Argentinos ficaram ] 65 espingar<strong>da</strong>s, '2 caixas de <strong>guerra</strong> e<br />

30 prisioneiros, quasi to<strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

Os Argentinos tiveram 4 ofliciaes e 26 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, I '2 officiae~<br />

e 165 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, e 8 ofliciaes e 43 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contusos.<br />

Entre os mortos ficou o major gradua<strong>do</strong> Fernan<strong>do</strong> Echegaray. Os<br />

officiaes superiores feri<strong>do</strong> foram o tenente-corenel Aldecoa e o major<br />

gradua<strong>do</strong> A. Balerga.<br />

t Explosão ele um tú1"flêclo (1. 3 para 1-1 de Julho de 1860)<br />

Em oflicio de 23 de Julho de 1866 disse o almirante 'l'aman<strong>da</strong>rá:<br />

« , .• A esquadra continúa a ser, não hostilisa<strong>da</strong> mas incommo<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelos ((wpêrlos que o inimigo lança, quasi que periOdicamente sobre<br />

eila. Entretanto, já tivemo uma desgraça a lamentar causa<strong>da</strong> por uma<br />

de sas machinas de <strong>guerra</strong>. .<br />

« Na madrugava <strong>do</strong> dia 13, um <strong>do</strong>s escaleres que e achavam de<br />

ron<strong>da</strong> na frente <strong>da</strong> esquadra com o lo tenente Antonio Maria <strong>do</strong> Couto,<br />

official <strong>do</strong> vapor Ypyranga, a))proximandl)-se precipitamente de um (011Jeclo,<br />

que vinha a flor <strong>da</strong> agoa. afim de desvial-o <strong>do</strong>s navios <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>,'<br />

soffreu a sua explosãO a mui pequena distancia, succumbin<strong>do</strong> aquelle<br />

oflicial e ma.is 7 praças <strong>da</strong> guarnição <strong>do</strong> e-caleI', que ficou completamente<br />

inutilisa<strong>do</strong> ..•<br />

« ••. Depois deste facto outros lo/·peclo.' têm feito explosão, porém<br />

á distancia de não poderem cau. ar <strong>da</strong>mno ao navios, e algun conten<strong>do</strong><br />

para mais de mil li1ra de polvol'(\, têm i<strong>do</strong> apanha<strong>do</strong>, pelos escalere<br />

<strong>da</strong> ron<strong>da</strong>s.<br />

« No dia 16, a I hora <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>, e em segui<strong>da</strong> à detonaçãO<br />

de um torpe<strong>do</strong>, o' p.u'aguayos larg'aram um bl'uloie agua abaixo.<br />

« Oonsistia e te brulote em quatro grandes janga<strong>da</strong> uni<strong>da</strong> por<br />

meio de grossos arames de cobre, conten<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> uma grandes porções<br />

de lenha e esLopa. embebi<strong>da</strong>s em materias infiammavei , i\Ias to<strong>do</strong>s os<br />

artificias <strong>do</strong> inimigo foram bal<strong>da</strong><strong>do</strong>s e o brulote foi de via<strong>do</strong> <strong>da</strong> es­<br />

'luadra. .. ~


172<br />

33<br />

-r ,'/(7; ·til,~úção <strong>do</strong> genc?'al OZORIO pelo {jenel'al POLYDORO JORDÃO no<br />

cOfnman<strong>do</strong> em (;//{'I'e <strong>do</strong> 10 corpo <strong>do</strong> ('xe?'uito [.?'GRileiro em<br />

operações (15 de Julho de 1866).<br />

Esta<strong>do</strong> em que () novo commandnllL'1 em cbcr~ achou o exercito<br />

Não reproduzimos aqui a ordem <strong>do</strong> dia n. 161, <strong>do</strong> general Ozario<br />

(depois. marquez <strong>do</strong> Renal), annuncian<strong>do</strong> ao primeiro corpo <strong>do</strong> exercito<br />

brazileiro em operações que entregava o comman<strong>do</strong> ao general Poly<strong>do</strong>ro<br />

Jordão 'depoi '\ i conde de Santa Thereza), e a ordem <strong>do</strong> dia n. 1, amba!l<br />

de 15 de Julho, e esta ultima <strong>do</strong> novo comman<strong>da</strong>nte em chefe, porque<br />

esse <strong>do</strong>cumento e'tão publica<strong>do</strong>s no 2 0 yol. pag'. 106 e 107, <strong>da</strong> obra<br />

de Pereira <strong>da</strong> Co ta - Hislor'ia <strong>da</strong> GU(1'?'a. <strong>do</strong> B1'a~il cont1'a as Republica<br />

elo U'J"uguay c Pa?'ag~ta!l.<br />

Daremo, entretanto, aos leitores conhecimento <strong>do</strong> seguinte oflicio<br />

confiuencial, e cripto pelo general Poly<strong>do</strong>l'o Jordão poucos dia depoi<br />

de er assumi<strong>do</strong> o comman<strong>do</strong> em chefe:<br />

« ommanc\u em chefe <strong>do</strong> l- corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro em opera,:(j8S<br />

no raragnaj,.-Quartel General em Tuyuty, 29 de Julho d~<br />

1 'eGo<br />

(. 111m. e Ex.m. r.<br />

'" i\!o JUeu offieio de 15 <strong>do</strong> corrente mez participei a \ . Ex. que elI<br />

havia as'urDi<strong>do</strong> o comman<strong>do</strong> d'e te corpo de exercito, e re 'ervei par-a fazer<br />

U1 offieio confid ncial uma xpo'i "'o <strong>do</strong> ta<strong>do</strong> em que o achei, acompanhan<strong>do</strong>-o<br />

de aln'uma consideraçoes que me parecem conveniente '<br />

por 'm 3. circum tancia de t r a umi<strong>do</strong> o com man<strong>do</strong> no di 15 às 4<br />

hora <strong>da</strong> tarde e d ter no dia .16 havi<strong>do</strong> um 1enli<strong>do</strong> combate que<br />

du 'ou to<strong>do</strong> o dia forçou-m a on el' '11' o. corpo em po 'çõ POl'<br />

to<strong>da</strong> a noit dia r, li l r ain la no dia 18 hayi<strong>do</strong> outl'O combate<br />

que "e prololl ou at' à taru , 8u üment , a nece,'~i<strong>da</strong>de de C(lll._en-ar<br />

a maior ,iO'ilancia nos di~ ,u 'ce iv para. Cru. tl'ar a en a ivas <strong>do</strong><br />

inimirro obrigaram-m a demorar mui a l' m "a d e ta exposiçãO, que<br />

só UaOl'[l po o t r a. llOnl'a d apr eniar a \. Ex.<br />

P r dua.::; \" ze' fui in ta<strong>do</strong> por (fi io e cal'l <strong>do</strong> barão ,<strong>II</strong>I<br />

Rer'Vul l'lra ,-ir tomar o commall<strong>do</strong> d x l'cit J ao que não accedi logo


173<br />

por me parecer que aquelle general era mais propl'io <strong>do</strong> que eu para<br />

concluir a <strong>guerra</strong> que vantajosamente tinha encetano; mas, deven<strong>do</strong><br />

attender ao seu mão esta<strong>do</strong> de saude, tive de ati fazer ás uas solicita~ões.<br />

« Quan<strong>do</strong> assumi o comman<strong>do</strong> foram-me apre,'entu<strong>do</strong>' ne:o barão<br />

aFenas os papeis cujas cópias juntas envio a V. Ex. Nenhuma outra<br />

noticia tive <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito, quer em relação ao pessoal, quer<br />

ao material.<br />

« Não achei na secretaria nenhum papel que m~ podesse <strong>da</strong>r luz<br />

a respeito de instrucções <strong>do</strong> gOI'erno imperial sobre operações e outros<br />

assumptos que necessariamente devem partir <strong>do</strong> I ",nsamento <strong>do</strong> mesmo<br />

<strong>governo</strong>.<br />

« Constou-me ter si<strong>do</strong>' embarca<strong>do</strong> em um <strong>do</strong>s navios <strong>da</strong> esquadra,<br />

pOl' occasião <strong>da</strong> passagem <strong>do</strong> exercito no Pa 'so <strong>da</strong> Patria um caixão de<br />

papeis pertencentes á secretaria; mandei-o procural' e me foi dito que<br />

o barão <strong>do</strong> Renal na sua Jetira<strong>da</strong> levara comsigo de bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> vapor<br />

Ara alguns papeis. Por ora na<strong>da</strong> mais tenho acha<strong>do</strong> de importante a<br />

respeito <strong>da</strong> secretaria e continúo a Vêl' si descubro os papeis a bor<strong>do</strong><br />

de algúns <strong>do</strong>s navios <strong>da</strong> esquadra.<br />

« Estou, portanto, in ciente de cou as muito importantes <strong>do</strong> exercito,<br />

mall procuro por mim mesmo e atravez de algumas difficul<strong>da</strong>des pôr-me<br />

ao facto <strong>do</strong> que me e neces 'ario saber. Empregarei to<strong>do</strong> o e forço para<br />

conseguir esse fim; entretanto, não d8\'0 occultar a V. Ex. que C01~sidero<br />

este exercito em más circurnstancias, carecen<strong>do</strong> de organi ação,<br />

pois que, composto de corpo' alguns <strong>do</strong>s quaes. muito diminutos, têm<br />

si<strong>do</strong> além disto consideravelmenw dizima<strong>do</strong>s nos di1ferente. combates.<br />

A officiali<strong>da</strong>dtl, não obstante parecer numerosa, segun<strong>do</strong> os mappa, é<br />

na reali<strong>da</strong>de insufficiente, carece pela maior parte de instt'ucçfiO militar,<br />

e mesmo deixa de ser habilita<strong>da</strong> para o seniço ele <strong>guerra</strong>, poi"<br />

que alguns postos acham-:;e occupa<strong>do</strong>, por homens que vieram para<br />

aqui nuo pelo desejo real de fazer uma cam~anha, mas sim por não<br />

conhecerem o peso <strong>do</strong> serviço <strong>da</strong>s armas, ou por méra especuhçío.<br />

« A infantaria acha- e reduzi<strong>da</strong> a 12.500 bayoneta (1) . Tão sei<br />

presentemente com que for~a d'esta arma podemos contar no exercitos<br />

allia<strong>do</strong>s, ma ain<strong>da</strong> que a sua totali<strong>da</strong>de suba a 7.000 homens,<br />

não me parece qu tenhamos a bayonetas precis::ls para. uma <strong>guerra</strong><br />

de posiçõe fortifica<strong>da</strong>s como a em que no achamo., ten<strong>do</strong>-se provavelmente<br />

de contar com outras linh,ls de fortificação depoi. de conqui.<br />

ta<strong>da</strong> a que temos em frente.<br />

(1) Excluí<strong>do</strong>s os olliciaes e depois <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s BofIri<strong>da</strong>s tiOS dias 16 e 1 de Julho.


« A cavallaria está a pé; tenho, IJorém, na. proJPmi<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />

margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> Parana cerca de ;2 . 500 ca' allos, 400 mulas e<br />

~. 100 bois, e espera-se que <strong>do</strong> ~,juste feito com o <strong>governo</strong> argentino<br />

nos yenham a tocar cTe 1.5110 a 2.500 cavallos vin<strong>do</strong>s de Buenos-Aires.<br />

Os ca, aUos que vivem ao pasto, não acostuma<strong>do</strong>s á ração de milho e<br />

de alfalfa, se aniquilarão logo que passem para este la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná,<br />

vi to que aqui absolutamellle falta pastagem. Os acostuma<strong>do</strong>s a Imlho<br />

e trato de cavalhariça igualmente se inuti1i~arão se lhes faltar esse<br />

alimento; trata-se, 1)orém, de providenciar para que não falte.<br />

« A arma de artilharia não e ta em ma condições, tanto em relação<br />

ao seu pe soaI como ao material; ma' receio que no faltem meio<br />

de moveI-a porque com as mulas que pre entemente temo s~ dá a<br />

mesma difficul<strong>da</strong>de de aliment~ção que acabei de mencionar acerca <strong>do</strong>.<br />

cavallos; occorren<strong>do</strong> o mesmo quanto aos boi" neeessario para o transporte<br />

de carretas, machinas pesa<strong>da</strong>s e objectos que ó podem er tirá<strong>do</strong>~<br />

por taes animaes.<br />

« Quanto ao material <strong>do</strong> exercito devo informar a Ex. que<br />

tambem não estã. em bom e ta<strong>do</strong>. Em parte acha-se e. palha<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong><br />

si<strong>do</strong> alguns objectos completamente atira<strong>do</strong>' na margem <strong>do</strong> rio quan<strong>do</strong><br />

e fez a passagem, e o resto mal arreca<strong>da</strong><strong>do</strong> em depo'itos fiuctuante<br />

a cargo <strong>da</strong> marinha. E se aban<strong>do</strong>no tem motiva<strong>do</strong> per<strong>da</strong> e deterioração,<br />

e <strong>da</strong> ordem que upponho ter <strong>da</strong><strong>do</strong> 0_ barão <strong>do</strong> Rerval para que<br />

os depo ito fiuctuantes e os vapore compra<strong>do</strong>s e freta<strong>do</strong>s pelo núnisterio<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong> fica em a cargo <strong>da</strong> marinha, re ultou confusão e embaraço<br />

no movilll nto e a impo ibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fi cali~ação <strong>do</strong> material<br />

que existe fóra elo campo.<br />

« Em con equencia di 'so tf)IUO ent.i<strong>do</strong> alguma falta de muni-<br />

.õet de artilha<strong>da</strong>, que aliá. abun<strong>da</strong> am' o morteiro. que tanto servem<br />

no bombardeamento e tão incompleto., faltaD<strong>do</strong>-l11(.)~ 1eça de palamenta,<br />

que el'tcu man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> fa.zer: u. boca de fogo que exi. iem em<br />

re erva estão alo'uma' E"€1l1 palamenia ou algun acce. oric:~ que lI1e~<br />

ao indispe.n::aveL: fillalmente <strong>II</strong>I t d6l o 1l aterial iem buyi<strong>do</strong> en i,ei.:<br />

per<strong>da</strong>" e tl'ago L\ desorgani,ação. Procurar i com empenho remediar taes<br />

incon'enienies. e upponhn que alguma cou'a 'e poderã. conseguir a<br />

e ·e r peiio.<br />

~ O ljo'oi 1'0 bo que acabo le Ü'açar <strong>do</strong> e<br />

não ê d certo li ongeiro e un<strong>do</strong> a minha opinião<br />

nar-m no que [on,o procuran 1) faz i' om qu<br />

pregaeei p ;";"'am <strong>contra</strong>riar o meu juizo.<br />

a<strong>do</strong> d e e exercito<br />

e bem d ejo engaque<br />

em-<br />

« xalá qu o' meu de ejo' e boa yontade correspondes em a<br />

minha il!a..le e llle~I.110 ao: llleu l-xldecimt:utO$, e qu . a le~peito d - ud .


175<br />

sojam preenchi<strong>da</strong>s as vistas <strong>do</strong> <strong>governo</strong> no honroso ('omman<strong>do</strong> que me<br />

ccnfiou.<br />

« Haja V. Ex. de acceital' o que acabo de expôr como.a expressão<br />

<strong>da</strong> minha sinceri<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> convicção em que e tau de que na<strong>da</strong> se<br />

deve occultar ao <strong>governo</strong> de Sua Magestade o Impel'a<strong>do</strong>r.<br />

« Deus Guarde a V. Ex. etc. .<br />

« Poly<strong>do</strong>J'"o <strong>da</strong> ....'on8eca Quintanilba JOI"dão<br />

« Marechnl de campo. <strong>II</strong><br />

Combates de .Boqueron e Sauce<br />

34<br />

otimas sob?"e os cornl)ales ile BOQ[JERO~ (16 de Julho de 1866) e<br />

'AUCE (18 de Julho de 1866).<br />

1 )<br />

o SE~ANA.RIO n. 639 de 24 de Julho de 1866 tl'az uma extensa<br />

P, como sempre, inveridica e pomposa descripção <strong>da</strong>s duas jorna<strong>da</strong>s.<br />

Resumil-a-hemos, aproveitan<strong>do</strong> dena tão s6mente o que p.ossa interessar<br />

a qnem tomar a i a tarefa de escrever a historia desta<br />

<strong>guerra</strong>.<br />

O marechal Lopez, diz o periodico em questão, fez ~evantar uma<br />

1rinchelra «ti?"anclola (1) ele de <strong>II</strong>I Pw~ta f\Ta?"Ó, que lin<strong>da</strong> con nuestras<br />

posiciones hasta la lsla Carapà, que que<strong>da</strong> intermedian<strong>do</strong> otra<br />

linca en la misma cbireccion que t?"()pieza con el monte de Piris,<br />

posision deZ enemtgo. Com esta disposição, a nova trincheil"a, ao<br />

mesmo tempo que fechava os boqueirões (boquerones) e <strong>do</strong>minava as<br />

montanhas (monta?ías) que !in<strong>da</strong>m com a nossa linha de trincheiras<br />

<strong>da</strong> direita, podia enfiar perfeitamente as baterias centraes (las baterias<br />

cent1"ícas) <strong>do</strong> inimigo e fuúlar aos artilheiros <strong>da</strong> sua esquer<strong>da</strong>.<br />

O inimigo via-se na necessi<strong>da</strong>de ou <strong>do</strong> corrigir a sua linha, e então<br />

teria de retroceder com to<strong>da</strong>s as desvantagens <strong>do</strong> terreno, ou de atacar<br />

aquella posição. Afinal tomou este ultimo parti<strong>do</strong>, e a sagaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />

(I) Reprotluzimos este 11'echo em hesp'mhoI porque ní'io o pudemos compreheJldel' bem,<br />

e recaiamos cemmetter alguma. infideli<strong>da</strong>de 11:10 tra111cçiio.


116<br />

n;)sso la<strong>do</strong> esteve TI[LO sómente em ter en<strong>contra</strong><strong>do</strong> o meio de obrigaI-o<br />

[I assumir a offeusiva, como na maneira de arrastaI-o, por uma serie de<br />

enganos e illusões estl'ategi0as, ao ataque <strong>da</strong> nossa linha principal<br />

(l). »<br />

Jé\. di semos, em uma <strong>da</strong>s notas ao capitulo XI, que o plano de<br />

1opez não foi, como pretende o Sema/w1'io, attl'ahir sobre as linhas<br />

d) SlIuce um ataque: era sua intenção sustentar a nova trincheiras<br />

para dellas bombardeal' o acampamento allia<strong>do</strong>. Queria. obrigar-nos a<br />

mu<strong>da</strong>r de campo, o que traria ntesses momentos grande desmoralisação<br />

pal'a a causa <strong>da</strong> alLiaoça. Não se explica de outl'O mo<strong>do</strong> o empenho<br />

com que o dicta<strong>do</strong>r procurou reconqlllstal' as p:l-:ições perdi<strong>da</strong>s no dia<br />

16. Esta historia de combinações estrategicas para attrahir-nos ao<br />

~auce foi inventa<strong>da</strong> com o fim de coloeae a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> tl'incheira <strong>do</strong><br />

BO:lueirão ~- aeó no dia 16, e a de Carapá no dia 1'.<br />

Depois de descrever as im o plano de Lopez, diz o Semanw';o<br />

que no dia 15 de Julho collocou-se artilharia na p \lote <strong>da</strong> nova trincheira<br />

que e tava conclui<strong>da</strong>. Os canhões paeaguayos romperam logo<br />

\J fogo.<br />

Na manhã de 16 os Brazileiros atacaram «pelo bosque e pelo boqueirão<br />

a um tempo o trecho (el 1'etazo) <strong>da</strong> trincheira que tt'opeça<br />

com os bosques de Pil'is, en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong> os <strong>Paraguay</strong>os no trabalho pois<br />

a obea não estava conclui<strong>da</strong> por aquelle la<strong>do</strong>. »<br />

Os Parag'uayo resi tiram, e depois se retiraram.<br />

O genel'al Aquino, que com man<strong>da</strong>va na nova trincheira, levou um<br />

vigoroso ataque sobre a parte aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong>. Travou-se uma luta encarniça<strong>da</strong>.<br />

Aquino retirou-se por ter si<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> mortalmente.<br />

A' tarde o comman<strong>da</strong>nte Jimenez renovou o ataque.<br />

A' noite «abriram-se sen<strong>da</strong>s em I la Carapá e foram col1oca<strong>do</strong>s<br />

convenientemente canhõe' e estativas de foguetes que enfiavam a trincheira<br />

occupa<strong>da</strong> pelos Brazileiros. »<br />

Na manhã de 17 o comman<strong>da</strong>nte Roa retirou- -e com a artilharia<br />

que estava na pal'i;e <strong>da</strong> trincheira que o <strong>Paraguay</strong>os conserva,am, e<br />

foi occupar ell po'to na linha <strong>da</strong> direita ( auce).<br />

O general Diaz dil'igia as operações.<br />

1 a manhã de 18 os AlIia<strong>do</strong> atacaram a nova trincheira, e o major<br />

Marcellil10 Coronel, que a occupava., oppoz, segun<strong>do</strong> a ordens recebi<strong>da</strong>s,<br />

fl'a0a re~i tencia, retil'an<strong>do</strong>-'e obre o auce. enhores <strong>da</strong>s a posiçãO,<br />

o Allia os 8,rrojal'a n- e a atacar a dire~t· <strong>da</strong> linha pal'agua a (Sa uce "<br />

«cayenclo en la ll'mnpa 'P1'epara<strong>da</strong> por la hiJlJil mano ele un<br />

genio.•<br />

l) \. linhl\ <strong>do</strong> auel'.


177<br />

Os AlIia<strong>do</strong>s «avançaram com impeto e combateram n'este dia com<br />

furia e pertinacia.. Isto succedeu porque «os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s estavam beba<strong>do</strong>s<br />

e traziam as cm"amayolas (cantis?) cheias de genebra. »<br />

A artilharia de Bruguez fez estragos horriveis.<br />

As forças inimigas «se apertaron por el boquel'on y los mas<br />

POI' la monta?ía en <strong>do</strong>nde creye?'on encon,tl'ar alg~tn abrigo»; mas<br />

por to<strong>da</strong> a parte foram fulmina<strong>da</strong>s,<br />

Não obstante, chegaram a fazer tres fortes investi<strong>da</strong>s á trincheira,<br />

e na segun<strong>da</strong> conseguiram me3mo gan~al-a (hasta el punio ele at:anza?'la<br />

en la segun<strong>da</strong>) ...<br />

Repelli<strong>do</strong> o primeiro ataque, voltanm os Allia<strong>do</strong>s com os reforços<br />

brazileiros que chegaram e a divisão portenha, e, «el/,cont?'an<strong>do</strong> ctesconpuestos<br />

n'l.test"os 3 canónes que defendian el Boqueron, que desemboca<br />

en el Potre,"o SatLCe, vnuerlos los ma~ de SttS a?'lillel'os,<br />

y sien<strong>do</strong> alli, por el corto espa'Jio, p 1cos los infantes que cubrian<br />

la trinchera, la asaltal"on y se metieron como un reuaií'J de o'Jejas<br />

en el Potre?'o Sauce <strong>do</strong>nde se encont?',J,ban a-:ol')'olaciJs por un<br />

co?'<strong>do</strong>n de vallentes. :.<br />

O regimento 21 de de cavallaria, os batalhões 6', 7", 12, 13, 36,<br />

40 e outros cahiram sobre os assaltantes, exterminan<strong>do</strong>-os á espa<strong>da</strong>,<br />

lança e bayoneta.<br />

Os chefes e officiaes allia<strong>do</strong>s procuraram conter seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, mlS<br />

não o poderam conseguir A bandeira que haviam crava<strong>do</strong> na trincheira<br />

nem 10 minutos permaneceu ahi, sendJ de!1troça<strong>da</strong> logo pelos <strong>Paraguay</strong>os.<br />

Terceira vez avançaram os Allia<strong>do</strong>s, trazen<strong>do</strong> tropas fresca'!.<br />

D'esta vez nem puderam chegar á trincheira.<br />

Na mesma occasião em que estes combates sanguinolentos se feriam<br />

nos bosques <strong>da</strong> direita (paraguaya), a cavallaria <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> carregava<br />

a direita allia<strong>da</strong>, exterminava um batalhão argentirJ.o (1), e fazia o<br />

inimigo aban<strong>do</strong>nar a trincheira.<br />

Distinguiram-se mUlto n'estas jorna<strong>da</strong>s os generaes Diaz, Bruguez<br />

e Aquino, os comman<strong>da</strong>ntes Jimenez, Roa, Luiz e Francisco Gonzalez,<br />

08 majores Viveras, MarcelIino Coronel e outros,<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os tomaram 5.000 espingar<strong>da</strong>s.<br />

Os bosques ficaram cubertos de ca<strong>da</strong>vares. « O teabalho mais ardno<br />

foi ellterrar os mortos e recolher os feri<strong>do</strong>s. Nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s diziam:<br />

- euesta ?naS ente"""1.?" que matar ã estos neg?'os.»<br />

, (i), lã o leitor sàbe qui o ,hat!lllitio argêntlno n. 12 (Lucio IManciUa), que sustentou<br />

esse tiroteio, teve apenas 15 soZ<strong>da</strong><strong>do</strong>s (eri<strong>do</strong>s,<br />

Foi aSlllm quê os Paragl1ayos o ea:termitiatam I<br />

A lia


liS<br />

Entre os prlslOneiros feri<strong>do</strong>s ficou o principal aju<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> general<br />

Mitre. Chamava-se Villalon. ~ Está en nucstro poder'V f'/,6é 'Uno de<br />

los que mas han grita<strong>do</strong>, dicien<strong>do</strong> mil nece<strong>da</strong>des y amenazan<strong>do</strong> elo<br />

bello sexo de la A sunéion »<br />

O general Elizarclo Aqnino falleceu no dia 19 em consequencia<br />

de ferimento que, recebêra na manhã de 16.<br />

2 )<br />

O general paraguayo RESQUlN fez as seguintes decíarações em 20<br />

de Março de 1870:<br />

~ O combate de 16 de Julho de 1866 foi deter'nina<strong>do</strong> pela can.:.<br />

strucção de uma trincheira no· bosque q'le ficava a direita <strong>da</strong>s posições<br />

paraguayas, cuja artilharia devia tomar de flanco o exeráto al­<br />

Ua<strong>do</strong>.<br />

« \ão se terminou a trincheira porque os AIHa<strong>do</strong>s a tomaram no<br />

combate de 16, motiva<strong>do</strong> pela sua po~se.<br />

« No combate de 18 uma força allia<strong>da</strong> chegou à apoderar-se <strong>da</strong><br />

trincheira de Sauce, na direita paraguaya. Esta trIncheira era entãO'<br />

insignificante', pouco eleva<strong>da</strong>, e seu fosso. tióha apenas uina vara de profundi.lade.<br />

Não obstante, depois de ter si<strong>do</strong> toma<strong>da</strong> pelos alliadôs, uma'<br />

força paraguaya carregou sobre os assaltantes e os desalojou, retoman<strong>do</strong><br />

a posição perdi<strong>da</strong>, por não terem as forças Allia<strong>da</strong>s outras de<br />

protecção ou reserva.<br />

« No dia 16 a per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os foi muito cresci<strong>da</strong>, morren<strong>do</strong><br />

o general Aquino.<br />

« Os Paragllayos perderam a artilharia que pretenderam collocar<br />

na nova trincheira (2).<br />

« Depois ele 18 ele Julho os <strong>Paraguay</strong>os se reforçaram <strong>da</strong>n<strong>do</strong> grande<br />

desenvolvimento ás trincheiras. »<br />

o general PARANHO (Antonio <strong>da</strong> Silva), então tenente-coronel, e<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 7"' briga<strong>da</strong>, e~crevia em 15 d.e Agosto de 1866 a seu<br />

irmRo o visconde <strong>do</strong> Rio-Branco :<br />

3)<br />

('2)<br />

Isto não é exacto.


179<br />

« .•.. Já. lhe fallei<br />

'11<br />

por alto nos ataques de 16 e 18 <strong>do</strong> mez<br />

.passa<strong>do</strong>, primeiros' combates que se travam por iniciativa <strong>do</strong> exercito<br />

allia<strong>do</strong>.<br />

« Posso accrescentar algumas informações.<br />

« Levámos o ataque com o fim de tomar as trincheiras que o lUlmigo<br />

estava levantan<strong>do</strong> quasi a nossos olhos, com pasmo de to<strong>do</strong> o exercito,<br />

nas mattas <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>. Ficavam em posiçãO <strong>do</strong>minante, e era<br />

intenção de Lopez bombardear d'ahi o acampamento allia<strong>do</strong>. Si as não<br />

tomassemos seriamos obriga<strong>do</strong>s a mu<strong>da</strong>r de campo immediatamente, e<br />

não poderiamos fazer isso sem quebra de força moral, embora não seja<br />

boa a posição que occupamos.<br />

« Entretanto, o mesmo ponto que o lllimigo começava a fortificar<br />

já tinha esta<strong>do</strong> em nosso poder, e não teriamos si<strong>do</strong> força<strong>do</strong>s a tão<br />

grande sacrificio de vi<strong>da</strong>s se o acommettimento se tivesse feito logo<br />

que os <strong>Paraguay</strong>os se apresentaram, manifestan<strong>do</strong> claramente o seu<br />

intento.<br />

« O Sr. Poly<strong>do</strong>ro assumio o comman<strong>do</strong> no dia 15 e só n'essa<br />

tarde ficou assenta<strong>do</strong> o ataque para a manhã de 16.<br />

« Leva<strong>do</strong>s á acção, procurámos to<strong>do</strong>s cumprir com o nosso dever<br />

de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, e compraz-me o repetir-lhe que conseguimos com gloria<br />

n fim proposto. As nossas tropas, e até os ultimo:, recrutas e voluntarios<br />

chega<strong>do</strong>s, bateram-se com intrepidez e enthusiasmo, e mostraram<br />

a maior constancia e firmeza no fogor.><br />

« A luta, como já. lhe disse, travou-se no meio de mattas, que<br />

favoreciam a defeza. Apoderámo-nos, no primeiro dia, de uma <strong>da</strong>s trincheiras,<br />

e ahi nos mantivemos, inutilisan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os esforços que fez o<br />

inimigo para retomar a posi~ão. N'e sa luta as for. as combatentes ora<br />

avançavam, ora re(luavam, até que a noite recolhera'u-se os <strong>Paraguay</strong>os<br />

definitivamente ás suas segun<strong>da</strong>s trincheiras. o dia 18 o ataque<br />

foi inicia<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> se diz geralmente, sem ordem <strong>do</strong> Sr. Poly<strong>do</strong>~o,<br />

pelos Srs. Flores e Victorino. Tomamos a outra trincheira,<br />

e as tropas allia<strong>da</strong>s, depois de varios ataques em que Brazileiro , Orientaes<br />

e Argentinos fizeram prodigios ele valor, e procuraram exceder-se<br />

uns aos outros, chegaram a apoderar-se <strong>da</strong> ultima fortificação inimiga.<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os carregaram então com muita força e repelliram d'ahi<br />

os poucos que haviam toma<strong>do</strong> a posição; mas desde que sahiram de<br />

suas linhas foram, como sempre, leva<strong>do</strong>s a bayoneta e ol)riga<strong>do</strong>s a<br />

aban<strong>do</strong>nar o terreno. A segun<strong>da</strong> trincheira toma<strong>da</strong> n'esse dia, essa<br />

ficou em nosso - poder apezar <strong>do</strong>s ataques que por vezes tentou trazernos<br />

o inimigo.<br />

« I'erdemos nos <strong>do</strong>i dia inais ele 4.000 homens, i. til fi, no dia 16


180<br />

tivemos para cima de 1.800 fóm de eombate <strong>da</strong> l- e 4· divisões e <strong>da</strong><br />

7& briqa<strong>da</strong>, isto e, de 2 batalhões desta, 6° de linha e 9° de volurlta­<br />

,'ios, p,)r mim comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s; no dia 18 tivemos 1.399 B"azileiros<br />

fóra de combate, e 1.000 e tantos Argentinos e Orienlaes. A per<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>s B,'azileiros, portanto, an<strong>do</strong>u '[lO1' mais ele 3.200 homens (I) Este<br />

é o nosso prpjuizo, p?'ovat'elm6nte climinuiclo ain<strong>da</strong>,. e proc'U?'ei<br />

informa?'-.me com c~tu;laclo porq~te consta-me que /igw'am nas partes<br />

ofticiaes duas cifras, ~tma ostensÍ'/:a e out?'a reserva<strong>da</strong>.<br />

« No dia 16 recebi no peito, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito, um ferimento leve<br />

por bala de fuzil. Nesse dia, como acima disse, entrei em fogo com<br />

o 6° de linha e o 9° de voluntarioso Fui reforçar a 4' divisão às 7 horas<br />

<strong>da</strong> manhã. Rendi<strong>do</strong> ás 11 horas, para <strong>da</strong>r descanço aos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s já fati·<br />

ga<strong>do</strong>s, fui de novo man<strong>da</strong><strong>do</strong> ao combate ás 3 <strong>da</strong> tarde. Pouco depois<br />

recebi esse ferimento.<br />

« O 6° de linha teve 13 officiaes e 167 praças de pret mortos ou<br />

feri<strong>do</strong>s. O 9° de vaIuntarias perdeu tambem muita gente.<br />

« A briga<strong>da</strong> que comman<strong>do</strong> é a 7.., composta <strong>do</strong>s batalhõe.'" l° e<br />

6" de linha e 6° e 9° de vaIuntarias. Pertence à 3& divi ão.<br />

« A ordem <strong>do</strong> dia ultimamente publica<strong>da</strong> faz menção honrosa <strong>do</strong><br />

tenente Fontoura, <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior; foi um acto de justiça, mas esse<br />

officia! mereceu-a tanto como os 4 não menos ditinctos comamn<strong>da</strong>n~ de<br />

batalhões, que, à fmnte de seus corpo, deixaram de exi til' nes as dias: são<br />

~les o coronel Macha<strong>do</strong>, com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> p~licia <strong>da</strong> côtte, que aqui tem o<br />

n. 31 entre os corpos de voluntari'), Martini, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 14" de<br />

linha Azeve<strong>do</strong>, <strong>do</strong> 0', e' Gome, que no dia 16 comman<strong>da</strong>va o 16&, alem<br />

de vario majores e muitos officiaes, cujos nomes ficaram esqueci<strong>do</strong>s.<br />

« Dias depois <strong>do</strong> ataque de 18 foi de igna<strong>da</strong> a minha briga<strong>da</strong> para<br />

de tacar para o Potrero Piri , e Ó r9ndi<strong>da</strong> 22 dia- depoi . Quan<strong>do</strong> para<br />

alli segui offria am<strong>da</strong> <strong>do</strong> meu ferimento: hoje, felizmente estou bom.<br />

«Devo er justo para com o Sr. PaI) <strong>do</strong>ro. Quan<strong>do</strong> elie a umio o<br />

comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito no dia 15 não tinha outro remedia senão aceeitar<br />

a ituação que encontrou. Ião e lhe pôd pois, imputar o descui<strong>do</strong><br />

hUI i<strong>do</strong> no dia 13, 14 e 15 m que o inimigo com o mais desafora<strong>do</strong><br />

arrojo le anta a a trincheira que tau a ,i<strong>da</strong> precios nos cu .aram... :.<br />

(1) aremos adiante que foi um pouco lDaior a no per<strong>da</strong>.


181<br />

(4<br />

o genel'al P ALLEJA (oriental), morto em 18 de Julho, des.:rcveu no<br />

seu Diario o combate de 16.<br />

Como elle é sempre muito dúfuso, <strong>da</strong>remos apenas um resumo <strong>da</strong><br />

sua descripção:<br />

A's 11 horas <strong>da</strong> manhã de 15 o general Flores reunio-se na barraca<br />

<strong>do</strong> general Ozorio com o presidente Mitre. Resolveram desalojar na manhã<br />

<strong>do</strong> dia seguinte os <strong>Paraguay</strong>os <strong>da</strong>s posições que occupavam nos bosques<br />

<strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, deven<strong>do</strong> o ataque ser leva<strong>do</strong> por tropas brazileiras «El<br />

coronel Canesa debe concurrir tambien a la misma hora con la division<br />

- de su man<strong>do</strong> para servir de reserva. 7><br />

Referin<strong>do</strong>-se então á parti<strong>da</strong> <strong>do</strong> gene~al Ozorio diz Palleja:<br />

« A su regreso el general en gefe (Flores) nos di6 la triste noticia<br />

4e la separacion momentanea deI ejército deI general Ozorio... Grande<br />

pesar ha causa<strong>do</strong> en los tres ejércitos esta noticia: to<strong>do</strong>s lo apreciaban,<br />

to<strong>do</strong>s lo querian, por su caracter bell0 y franco, y mas que tod,o porque<br />

el general Ozorio és un valiente... »<br />

Durante á noite houve tres tiroteios entre as avança<strong>da</strong>s brazileiras<br />

e as paraguayas. A's 5 horas <strong>da</strong> manhf~ de 16 começou o ataque, avançan<strong>do</strong><br />

o general Guilherme de Souza com os 8 batalhões brazileiros<br />

<strong>da</strong> 4" divisão e 4 peças de calibl'e 4. Esta força pasRâra a noite entre<br />

o banha<strong>do</strong> e o bosque <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>. O bosque apresenta <strong>do</strong>us boqueirões. Em<br />

to<strong>da</strong> a extensão <strong>do</strong> primeiro abrio o inimigo um fosso (zanja) (1), que<br />

continila ao longo <strong>do</strong> bosque e vai unir-se á nova bateria que fecha<br />

o seguu<strong>do</strong> boqueirão <strong>do</strong> bosque ('!). Esta por sua vez l'eune-se por meio<br />

de outro valla<strong>do</strong> (zanjea<strong>do</strong>) â extrema direita <strong>da</strong>s trincheiras inimigas<br />

(3).<br />

A pr'lmaira garganta (4) communica por dentro. com um grande claro<br />

que ha no bosque e vai sahir por detraz (ã espal<strong>da</strong>s) <strong>da</strong> nova bateria,<br />

no cotovello ou martello que f6rma a f..rincheira inimiga para terminat'<br />

am um banha<strong>do</strong> impenetravel (5).<br />

A divisão Guilherme de 8ouza, depois de quasi uma hora de resis-<br />

(I) No sitio denomina<strong>do</strong> Punta Narõ.<br />

(2) lsla Carapá.<br />

(3) Sauee.<br />

(4) Em hespanhol-boqlUt~,-jsto é, desfiladeir'o, ga,'gamu" entra<strong>da</strong> estreita de qualquer<br />

bosque ou montanha.<br />

(5) Este trecho está traduzi<strong>do</strong> lilt6ralmente.


18~<br />

tencia <strong>do</strong> inimigo, desalojou-o <strong>do</strong> fo.:so (zanja) <strong>do</strong> primeiro desfiladeiro.<br />

e interuou-se no bosque e no grande claro que fica no interior d'el1e.<br />

No desfiladeiro deixou parte <strong>da</strong>s ~:uas tropas para que guar<strong>da</strong>ssem<br />

a retira<strong>da</strong> e levassem o ataque pela direita em direcção à parte posterior<br />

(!laCta la espalclo) <strong>da</strong> bateria nova. O combate se foi tornan<strong>do</strong><br />

ca<strong>da</strong> vez mai geral e o fogo muito nutri<strong>do</strong>. « Jamas vi otro egual por<br />

tanto tiempo, in terminar en una carga por una Ó otra parle.»<br />

Um combate dentro de bosques e banha<strong>do</strong>s impenetraveis como estes,<br />

<strong>contra</strong> um inimigo que conhece to<strong>da</strong> as obras e pica<strong>da</strong>s occultas, offerece<br />

difficul<strong>da</strong>des insupeeaveis para o ataque, pois é impossivel conservar as<br />

tropas em boa ordem. E' uma <strong>guerra</strong> como a <strong>da</strong> Vendéa, com os mesmos<br />

gritos, a mesma pertiuacia na resdencia. o mesmo enthu ia mo. Assim,<br />

pai, apezar <strong>do</strong> reconheci<strong>do</strong> valor e pericia <strong>do</strong> geueral Guilherme de<br />

Souza, uas tropa apenas puderam tomar a primeira posição (1), O ataques<br />

leva<strong>do</strong> à. bateria nova (2) e ao entrincheiramento inimigo (:3) não foram<br />

coroa<strong>do</strong> de esito feliz, e este general teve que «replegar u division<br />

à la zanja primera toma<strong>da</strong> al enemigo por la manana, y esperar em<br />

"e punto el releTo para su tropa fatiga<strong>da</strong>s, como es consiguiente. )I><br />

Ao meio dia a divi 110 Argollo rendeu à de Guilhel'me de Souza<br />

e o combate continuou com for e impul o. O fogo era terrivel. O inimigo<br />

man<strong>da</strong>va em ces ar novo batalhões ao combate, e atê corpos de<br />

cavallaria de monta<strong>do</strong>. De meia em meia hora havia nma nOTa carga<br />

<strong>do</strong> Paragua o que empre eram repelli<strong>do</strong>. « La dh-ision Argollo<br />

OOD er,o ha"ta las 9 de la noche la po icion' conquista<strong>da</strong>s con na<br />

t n di no del maror eloujo. A a hora ian<strong>do</strong> as nas tropas<br />

mortas de f· diua e a" arma jâ em poderem fazer foao foram ren i<strong>da</strong>s<br />

por 5 ba alhõ <strong>da</strong> divLão "\ ictorino Monteiro in<strong>do</strong> de r "erva a esta<br />

o' 4 batalho araentino d coronel onesa.<br />

r' fi<br />

vez de<br />

in<strong>do</strong> à<br />

de uot _ )'.


183<br />

esquer<strong>da</strong> sem que se tente movimento algum estrateglco para diminuir<br />

o luror d'esta. O que sé ganha com isso é tão s6mente augmentar o<br />

sacrificio de vi<strong>da</strong>s, «porque si tenaces son los ParaguaY08 para el fuego<br />

a pié firme, mas tenaces son los Brasileros » •<br />

Houve <strong>do</strong>us momentos em que se púderia ter toma<strong>do</strong> a bateria<br />

nova (1) se houvesse mais metho<strong>do</strong> e conjuncto no ataque. O primeiro foi<br />

as 10 horas <strong>da</strong> manhã. O inimigo retirou suas pe~as ; suas tropas fugiam, e<br />

sahiam em deban<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>do</strong> desfiladeiro, porém os Brazileiros não puderam<br />

ou não souberam como atravessar o claro (no pudieron 6 no acertaron<br />

á cruzar el claro). Um novo batalhão inimigo, chega<strong>do</strong> de reforço, avançou,<br />

e restabeleceu o combate, tornan<strong>do</strong> a coroar de canhõe a bateria, e<br />

fazen<strong>do</strong> retirar os Brazileiros.<br />

Coroa<strong>da</strong> de novo a bateria com sua ± peça, pl'1ncipiou a fazer<br />

. um vivo fogo sobre o acampamento <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> e de revez sobre as<br />

tropas brazileiras que defendiam f) primeiro desfiladeiro consquista<strong>do</strong>.<br />

Uma grana<strong>da</strong> <strong>da</strong> bateria oriental (~) incendiou um armão, e este um<br />

grande deposito de munições e projectis ôcos. Houve uma explosão<br />

terrivel. Das 4: peças inimigas só 1 continuou a fazer fogo no decurso<br />

<strong>do</strong> dia e <strong>da</strong> noite. As outras 3 ficaram provavelmente inutilisa<strong>da</strong>s<br />

com grande, destroço de gente. A bateria ficQU por alguns momentos<br />

quasi. deserta.<br />

Foi esta a oútra occasião que se deveria ter aproveita<strong>do</strong> para tomar'<br />

a bateria a<strong>da</strong> se fez então, e outros reforços chegaram, sustentan<strong>do</strong><br />

a bateria com a peça que ficou.<br />

Além <strong>da</strong> artilharia que ahi tinha, fez o inimigo jogar outras peças<br />

e estativas de foguetes em differentes pontos, assim como as <strong>da</strong>« trincheira<br />

<strong>do</strong> martello no bosque ~ (3), Tambem fizeram fogo <strong>contra</strong> a bateria<br />

de baixo (4) e 4 peças de campanha que foram ao desfiladeiro<br />

com o comman<strong>da</strong>nte Mallet.<br />

A artilharia <strong>da</strong> nossa linha frz tambem fogo iucessante até á. naite,<br />

Os no!!sos tiros foram bem dirigi<strong>do</strong>s e produziram estragos visiveis.<br />

« i Qual foi, » pergunta Palleja, «o reslüta<strong>do</strong> <strong>do</strong> com1;Jate de hoje?<br />

Foi a conquista de uma parte <strong>da</strong> posição entrincheira<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo,<br />

posiÇãO de que o deixa.mos apoderar-sJ e que elle foi fortifican<strong>do</strong> tran-<br />

(t)<br />

Carapa.<br />

(2) Estes estragos f~l'am produziJos p 'lo fogo lia ga bateria e 2 peças de montanha<br />

<strong>do</strong> l° regimento brazileiro de artilharill monta<strong>da</strong>. OOfi'uan<strong>da</strong>va·as o então major Severiano<br />

<strong>da</strong> Fons,'cll, que Coi posto ás ol'r!ene <strong>do</strong> R~nel'al Flores na noite tie 15, e n.\ manhã de 16<br />

occupou uma fraca trincheira na Cl'eute,!l. pouca dist'lllcia:io bosque oecupa<strong>do</strong> pelo inimigo.<br />

(3) Sauee.<br />

(4) A que os Brazlleiros tomaram e occupllum.


184<br />

'luillamente por espa~o de tres dias. Espe 'àmos, para levar. o ataque,<br />

que o inimigo cobrisse de canhões a nova bateria e completasse os<br />

seus entrincheiramentos. Oonquista<strong>da</strong> essa parte, isto é, a trincheira <strong>do</strong><br />

primeiro desfiladeiro (la trinchera deI primeI' boquete) e a desembocadura<br />

que <strong>da</strong>va para o claro <strong>do</strong> interior <strong>do</strong> bosque (y el desembocadero<br />

deI claro deI interior deI monte), seguio-se durante o dia e a noite<br />

um fogo de posiçãO, em que as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s combatentes se equilibraram.<br />

Oonservamos a trincheira conquista<strong>da</strong> a despeito <strong>do</strong>s esforços <strong>do</strong> inimigo,<br />

que, não sen<strong>do</strong> incommo<strong>da</strong><strong>do</strong> em outros pontos, pôde dispôr de<br />

to<strong>da</strong>s as suas forças para tentar rehaver a trincheira perdi<strong>da</strong>. Não o<br />

poude conseguir. Assim, creio que as nossas per<strong>da</strong>., serM pouco mai,5<br />

ou menos iguaes as <strong>do</strong> inimigo. Sem <strong>da</strong><strong>do</strong>s positivos sobre eUas, julgo<br />

que tocaram 400 mortos e 800 feri<strong>do</strong>s a ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s combatentes.<br />

Na<strong>da</strong> de tropMos; a <strong>guerra</strong> de bosques é só <strong>guerra</strong> de exterminio,<br />

sem <strong>da</strong>r nunca brilhantes resulta<strong>do</strong>s, mesmo quan<strong>do</strong> se derrota<br />

o inimigo.<br />

« As forças brazileiras por si sós sustentaram o combate até ás 9<br />

<strong>da</strong> noite, em que o coronel Oonesa e o general Victorino Monteiro<br />

renderam o general Argollo; assim, só eUes tiveram prejuizos de consideração.<br />

As tropas orientaes não tomaram hoje, pela primeira vez,<br />

parte activa no combate. Estivemos cobrin<strong>do</strong> a frente <strong>da</strong>s trincheiras,<br />

promptos para marchar ao primeiro aviso. »<br />

Accrescenta o general Palleja que durante to<strong>da</strong> a noite de 16 para<br />

17 o inimigo' trabalhou, fazen<strong>do</strong>, a macha<strong>do</strong>, abati<strong>da</strong>s no bosque (hacien<strong>do</strong><br />

abati<strong>da</strong>s con hachas en el monte). Ouvia-se tambem o chiar de<br />

carretas. Passou-se a noite a trocar foguetes e balas com o inimigo,<br />

renovan<strong>do</strong>-se a ca<strong>da</strong> passo a fuzilaria, sempre que se <strong>da</strong>vam alguns<br />

momentos de repouso. Ao amanhecer, Oonesa foi rendi<strong>do</strong> pela divisão<br />

argentina de Oesario Dominguez. Victorino Monteiro continuou nas posições<br />

conquistad!ls. Quan<strong>do</strong> clareou o dia cessou a animação no fogo, e apenas<br />

de quan<strong>do</strong> em quan<strong>do</strong> <strong>da</strong>va-se uma rlescarga. « As forças paraguayas<br />

procuram descansar; devem estar exhaustas de fadiga. ,.<br />

Aqui terminam as informações <strong>do</strong> general Palleja.<br />

No combate <strong>do</strong> dia segp.inte era eUe morto.


185<br />

oe Prrclus <strong>do</strong>s ;Illia lus e <strong>do</strong>s Pa,'aguayos 110S co;nJJates de lu e 1<br />

de Julho de 1866<br />

1)<br />

Per.ia <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os<br />

A per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s raraguayos nos combates de Boqueron (16 de Julho)<br />

e Sauce (18 de Julho) é orça<strong>da</strong> pelo tenente coronel Thompson, em<br />

2.500 <strong>II</strong>tGrtos e feri<strong>do</strong>s.<br />

Foi feri<strong>do</strong> mortalmente na manhã de 16, e expirou 'no dia .19, o<br />

general Elizar<strong>do</strong> Aquino. (i)<br />

No dia 18 foi morto o major 1Iarcelino Ooronel, que defendia a<br />

trincheira de Oal'apá, toma<strong>da</strong> pelos Allia<strong>do</strong>s, e feri<strong>do</strong> o coronel Jimenez.<br />

Não temos noticia de outros officiaes inimigos mortos ou feri<strong>do</strong>s,<br />

pois o Sernana?'io occultava sempre as. per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s seu.<br />

O general Poly<strong>do</strong>ro Jordão avalia a per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Paragl1ayos em mais<br />

de 2.500 mo,'los e feri<strong>do</strong>s. Os Brazileiros tomaram-lhes 1 estaliva de<br />

(oguetes â congreo '(2), mais ele 900 espinga"clas e 600 bayonetas, e 146<br />

peças ele {! "ramenta ele sapo..<strong>do</strong>"Js (80 pãs e 76 alviões). No dia 16<br />

tomaram os Brazileiros a tdncheira de Punia ;i;la?'ó, e no dia 18<br />

forças <strong>do</strong>s tres exercitos alliac10s conquistaram a trincheira de Carapá,<br />

sen<strong>do</strong>, porém, repelli<strong>da</strong>s no ataque que levaram ãs linhas elo , aUce,<br />

depois de estarem dentro dessa fortificação.<br />

2)<br />

Per<strong>da</strong> elos Bl'3zi'eiros<br />

Encontrámos grandes difficul<strong>da</strong>des para <strong>da</strong>r com exactidão a per<strong>da</strong><br />

que tivemos nestes sanguinolentos combates, feri<strong>do</strong>s com grande des-<br />

(1) Foi sepultarl0 no cemiterio de Hum) 'á. Em I8Bn tivemos oecAsiii'l rle vllr abi<br />

o modesto monumento que Lopez man<strong>do</strong>u l"vantar á melllona desse g91leral.<br />

(') Em nosso poder ficaro.m 2 cslativas de foguetes, e nãu 1 sómente, c Imo t1iz a ordem<br />

<strong>do</strong> dia. Consta isso <strong>da</strong> parle offieial de um <strong>do</strong>s chefes de batalhão <strong>da</strong> 4& divisão.<br />

A 24


18q<br />

vantagem <strong>da</strong> nossa parte <strong>contra</strong> um lillmlgo protegi<strong>do</strong> por bosques<br />

expessos, por fossos profun<strong>do</strong>s e trincheiras artilha<strong>da</strong>s.<br />

O general Poly<strong>do</strong>ro Jordão, na ordem dú dia n. 3, de 24 de Julho,<br />

diz que tivemos f6ra <strong>da</strong>s fileiras, nos <strong>do</strong>us dias. de combate, ce?"ca de<br />

~ .050 praças ent?"e mortos e feri<strong>do</strong>s; mas este algarismo està muito<br />

longe <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de.<br />

Em officio ? ese?'vaclo, de 23 de Julho (que publicamos adiante)<br />

declarou o mesmo general ao ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> que a nossa pe-I"<strong>da</strong><br />

(ôra maio?'. Segun<strong>do</strong> esse reserva<strong>do</strong> tivemos fóra de combate:<br />

1\[orlos Feri<strong>do</strong>s Contusos ExtrRYiad,'s Somma<br />

Officiaes........... 46 140 6'1 250<br />

Inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. 406 2·.041 2.449<br />

---<br />

45') 2.18 l 61 2.6.9<br />

TaTU, 2.699 homen, seu<strong>do</strong> 2:>0 officiaes e 2.449 inferiores e sol<strong>da</strong>,los,<br />

sem contar os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contusos e os extravia<strong>do</strong>s, que não foram<br />

em pequeno numero.<br />

De accor<strong>do</strong> com este officio foram publica<strong>do</strong>s, no J or,~al elo Commercio<br />

de 31 de Ago to de 1806, <strong>do</strong>us mappa rubrica<strong>do</strong>s pelo coronel<br />

Gome de Freitas, deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte-general, e algumas relações<br />

nominaes incompletas.<br />

Um mappa que possue o illustre vi. conde de 'anta Thereza <strong>da</strong><br />

ao Lo COfl)O a seguinte per<strong>da</strong> no dia 16 DE JULHO:<br />

Mortus Feri<strong>do</strong>s Confllsns Ex travia<strong>do</strong>s Somma<br />

Coronel ............. 1 1<br />

Tenentes-coroneis..... 1 3 5<br />

Majores............. 1 5 2 8<br />

.<br />

Ca'1itãe ............ 8 14 7 â<br />

Tenente ............ 6 14 9 29<br />

Alfere'.............. 10 47 21 78<br />

1'olal <strong>do</strong>s o/ficiaes... 26 84 4') 150<br />

ol<strong>da</strong><strong>do</strong> ., ........... 205 1. 1:36 ? 1.341<br />

231 1.22.) 40 1.491


l n 7<br />

No dia 18 o mesmo mappa dã. ao 1 0 corpo (note-se que o '2 0 corpo<br />

teve 76 homens fóra ele combate) a seguinte per<strong>da</strong>;<br />

Mortos )i'eri,los Contusos Extravia.<strong>do</strong>s Somma<br />

General ............. 1 1<br />

Majores ............. 6 3 9 (1)<br />

Capitães ..... " ..... 6 12 4 22<br />

Tenentes ........ " .. 4 13 4 21<br />

Alferes., ....... , . , .. li 25 10 47<br />

Total elos otficiaes... 21 57 2L 100<br />

Sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s ............. 198 910 1.108<br />

219 ~167 2L 1 1.208 (2)<br />

Reunin<strong>do</strong>, temos NOS naus IlIA8, segun<strong>do</strong> e 'se mappa:<br />

:Vortos Feri<strong>do</strong>s Conlusos Extra.vin<strong>do</strong>s SOlU 111 a<br />

General......... '" . 1 1<br />

Coronel .............. 1 1<br />

Tenentes-coronei' ..... L 3 1 5<br />

Majores..... , , ....... I 11 5 17<br />

Capitães .... , ..... . , H 26 11 5L<br />

Tenentes•......... , . , 10 ;!7 1::3 50<br />

Alfer, s .... , ......... 'lI 7'2, 31 I 125<br />

7'01 al <strong>do</strong>s otfi<strong>da</strong>es . .. 47 141 61 1 250<br />

Sol,la<strong>do</strong>s . , ........... -1(.13 .) .046 2.449<br />

,---<br />

------<br />

-1-'j() 2.187 61 2.699 (3)<br />

. (I) Adiante <strong>da</strong>mos os nomes Iie 11 ntljo·-es. CJ,ue, segun<strong>do</strong> os <strong>do</strong>cumentos oflJ.ciaes<br />

publJca<strong>do</strong>s em ordem <strong>do</strong> dia, foram mortos ou fen<strong>da</strong>s no dia 18.<br />

(2) Accrescenton<strong>do</strong> se li sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 4.8 feli<strong>do</strong>s e 10 cnntllsos <strong>do</strong> 2· corpo<br />

(s~m fallar em 4. officiaes), teremos em vcz de 1.208 homens f6ra de combate, 1.280.<br />

(3) ° 11ta2Jpa elos ('tficiaes ~ pl'aças de lJrP.t mOl'to.Ç, (~ri<strong>do</strong>s c pa;tralliad('3, etc:.<br />

que acompanha o RI';LATOIHO DO MIN1STELUO DA GUERRA de 1870, trabalho que, clJmo Já<br />

disstmos. é imperfe1ti 'simo. <strong>da</strong>nlo quasi sempre algalismos inexactos e ommittin<strong>do</strong><br />

grande nnmero de combates, diz que ti\'emos a seguinte per<strong>da</strong>:<br />

No clio 16:<br />

MOI'los . • , •.... (Officiaefl.•.. , .. ' '" •<br />

IRol<strong>da</strong><strong>do</strong>s , ..<br />

Feri<strong>do</strong>s, •. ... .l0fficiaes : ..<br />

ISnl<strong>da</strong><strong>do</strong>s ,<br />

26<br />

8<br />

'!07l<br />

~:p<br />

l.l2íJ<br />

1.181<br />

1.33~ 1. 414.


188<br />

Ha algumas differenças entre os algarismo~ deste map, a e os <strong>do</strong><br />

oflieio re erva<strong>do</strong> de 23 de Julho: o mappa dá mais 1 oflicial morto e<br />

meno 3 ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos' mais 1 oflieial e 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong> , e menos<br />

1 oflieial contuso. Ias o numero total de ofliciaes (250) e o de praças<br />

de pret \2.499) combinam.<br />

o primeiro dia lilO offici'les fóra de combate' no segun<strong>do</strong> 10).<br />

Ba tatU e te numeros re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s para vel"-se que o algari mo <strong>da</strong>~<br />

communicações reserva<strong>da</strong>s e,'Vp1'imia'r~ apénas um calculo feito antes <strong>da</strong><br />

minuciosa a mraçao <strong>da</strong>s relações parciaes envia<strong>da</strong>s pelo comman<strong>da</strong>ntes<br />

de corpo.<br />

onfrontàmo cuidft<strong>do</strong> amente esses nUlllero com as "elações nomi­<br />

7~a('s publica<strong>da</strong> em ordem <strong>do</strong> dia <strong>da</strong> repaI ição <strong>do</strong> ajn<strong>da</strong>n e-ueneral e<br />

com a I e' ofliciaes mbem repl'oduzi<strong>da</strong>s ~m ordem <strong>do</strong> dia; as e<br />

ame onvenceu-no~ de que os allmri mo", <strong>do</strong> oflieio reser\a<strong>do</strong> de 23<br />

d Julho e <strong>do</strong> mappa .acÍlUl. tran~c ip o ain<strong>da</strong> ficaram nm ponco longe<br />

<strong>da</strong> vel' a e. A verificação <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s ~o 'ri<strong>do</strong> ~ pelo~ di eren corpos,<br />

que e r r ram no di ~ d comb· te ~. com ma', '"" !!ar podia ser<br />

feita poi nem to<strong>do</strong> o~ comm nd ntes reme teram 10CTo informações<br />

mpleta'.<br />

Facíl<br />

i, m<br />

ímeni ~ no proprio<br />

ãs re1açõe-<br />

o<br />

de dizer<br />

orien ar-n ~<br />

- ~ a qu muit<br />

ommi -


189<br />

Ain<strong>da</strong> assim, fornecem-nos taes <strong>do</strong>cumentos <strong>da</strong><strong>do</strong>s seguros para que<br />

não a<strong>do</strong>ptemos como ver<strong>da</strong>deiros os algarismos acima indica<strong>do</strong>s.<br />

Exemplifiquemos.<br />

As relações nominaes publica<strong>da</strong>s em ordem <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general<br />

dão ao 2° batalhão de voluntarios 1. offit-ial e 20- sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, e i o(ficial<br />

oontuso, nu combate de 16 de Julho. Entretanto, segun<strong>do</strong> a parte official<br />

<strong>do</strong> c0mman<strong>da</strong>nte Deo<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca, tambem publica<strong>da</strong> em ordem<br />

<strong>do</strong> dia, esse batalhão teve 1 offioial e 1. 9 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s rno7'los, 10 of{iciaes<br />

e 102 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fen<strong>do</strong>s e j o(ficu,t[ e 12 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s oontusos (1). Diierença :<br />

-em vez de 22 homens fóra de combate, como se publicou, 145.<br />

O 6° batalhão de infantaria de lip.)1a, que pertencia â briga<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

general (ent'io tenente-coronel) Paranhos, teve, segun<strong>do</strong> as 7'elações<br />

nominar>s publica<strong>da</strong>s, « 169 homens fóra <strong>do</strong> combate, » entre elles 4<br />

officiaes mortos, 7 feri<strong>do</strong>s e 2 cantusos (13 officiae'). Segun<strong>do</strong> a parte<br />

official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte intermo, Oliveira Botelho, publicaria em ordem<br />

<strong>do</strong> dia, teve 1.80 homens tora ele combale. entre os quaes 13 officiaes.<br />

Duas cartas, que possuimos <strong>do</strong> general Paranhos, dão a esse batalhão<br />

« 178 homens fMa de combate; » entre os quaes 5 officiaes merto.,<br />

. além de 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> 1° de infantaeia de linha que servia ás suas ordens.<br />

Quanto 'a antros coqJOS notámos as mesmas differenças.<br />

Vejamos algumas:<br />

Segun<strong>do</strong> as relações nominaes<br />

publica<strong>da</strong>s em ordem <strong>do</strong> dia:<br />

4". lnf. de linha\l. 1 morLo ) 2 mortos.<br />

10 feri<strong>do</strong>s \ 12 frri<strong>do</strong> .<br />

'egun<strong>do</strong> a partes officiae <strong>do</strong>s<br />

cornman<strong>da</strong>ntes, publica<strong>da</strong>s e:n<br />

ordem <strong>do</strong> dia:<br />

6°. Voluntarios<br />

. . I 20 morto<br />

15 femIos ) 2 extra" ia<strong>do</strong>~.<br />

22°. VoInntarios<br />

1 official e .:.I: sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s'!<br />

mortos; nenhum feri<strong>do</strong><br />

4 officiae e 46 oI<strong>da</strong><strong>do</strong>' fóra<br />

de combate (2).<br />

3 ~~~~~~s. ~. ~~. ~~1~~~~~'<br />

8°. lnf. de linha .<br />

79 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fen<strong>da</strong>s .....<br />

1<br />

Jenhum official COlitu~O ..<br />

3 officiaes e 14 oI<strong>da</strong><strong>do</strong> morto<br />

.<br />

6 officiaes e 1 ol<strong>da</strong>d f-::-<br />

ri<strong>do</strong>' .<br />

1 official contu~o .<br />

. (1) Na relação nominal só figuril 1 capitão contoso (Almei<strong>da</strong> Brnndiill), en<strong>do</strong> suppriml<strong>do</strong>s<br />

os nomes <strong>do</strong>s seguinles ofliciaes:<br />

Feri<strong>do</strong>s :- major Oampos l<strong>II</strong>ello : capitães l1sconcellos Ferr ira. A.m n<strong>do</strong> ntil. OlBt'O<br />

<strong>da</strong> Silva. Pedro Soares; tenente Malttls alle3; aUeres 'ilVll r ude I n io Li boa<br />

Junior, Albano de Souza e Eugenio Mendes.<br />

(2) Na relação nominal ntio figura um só o.fficil1l. Entretanto ficurtlm 4 fÓTl1 de com·<br />

bate, sen<strong>do</strong> o comman<strong>da</strong>nte, Caetano de Mello, feri<strong>do</strong>.<br />

Tambem no 26° de voluntarios foram feri<strong>do</strong>s o capitão Julio <strong>da</strong> Fonsoca. o lenenl


Segun<strong>do</strong> as relaçõe nominae'<br />

publica<strong>da</strong>s em ordem <strong>do</strong> dia:<br />

12° . lnf. de linha<br />

16°. lnf. de linha<br />

190<br />

Sagun<strong>do</strong> as partes officiaes <strong>do</strong>s<br />

comman<strong>da</strong>nte, publica<strong>da</strong>s em<br />

ordem <strong>do</strong> dia:<br />

109 fóra de combate 119 fóra de combate (t).<br />

<strong>II</strong>I mortos, entre os quaes o<br />

5 ot<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos...... com man<strong>da</strong>nte r<br />

37 ld d f'd 3 officiaes e 37 ol<strong>da</strong><strong>do</strong> feso<br />

a' os er! os .. , " ridús.<br />

3 offi cJaes · cont usos. . . . . . j 3 officiaes t e 10 .ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

con usos.<br />

Nenhum extravia<strong>do</strong>...... 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s extmlÍa<strong>do</strong>'.<br />

3°. Reg. de cavo Nen1lum feri<strong>do</strong>•.........<br />

1 morto.<br />

7 feri<strong>do</strong>s.<br />

o 11· de valunta<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> a pa:rte <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte, teve feri<strong>do</strong>",<br />

mas isso não con ·ta <strong>da</strong> relação nominal publica<strong>da</strong>.<br />

ão precisamo' ir mais longe para mostrar que nenhuma fé merece<br />

a relação nominal a que nos referimos, assigna<strong>da</strong> pelo deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

aju<strong>da</strong>nte-general, Gomes de Freitas (2).<br />

A ver<strong>da</strong>de é que, por precipitação e falta de cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>da</strong> parte <strong>do</strong><br />

officiaes encarrega<strong>do</strong>s d'es e serviço, occultou-se a ver<strong>da</strong>de ao 1aiz quanto<br />

ao tributo de sangue que pagou o nosso valente exercito na jorna<strong>da</strong><br />

de 16 e 18 de Julho de 1866.<br />

Jà dissemos que sem as relaçõe nominaes remetti<strong>da</strong> ao comman<strong>da</strong>ntes<br />

de briga<strong>da</strong>s pelos chefe <strong>do</strong> corpos não poderiamo de cobrir o<br />

algarismo ver<strong>da</strong>dQiro; porém, a[Jeí':ar de S01', como ,imo, muito incompleta<br />

a relação geral publica<strong>da</strong> em ordem <strong>do</strong> dia, . ervir-nos-hemo d eUa,<br />

rectifican<strong>do</strong>-a sempre que o pudermo fazer à vi ta <strong>da</strong> partes oificiae .<br />

Es a mesma relação defeitllo a, rectifica<strong>da</strong> apma ('i/~ pm':e, ervirit<br />

para mostrar que no dia 16 tivem 1 pal'a cima de 1. 99 homen fôm<br />

le combate (o officio resel'va<strong>do</strong> ele 23 de Julho apena fa11a em 1.491)<br />

e no dia 18 mai' de 1 711 (em vez d 1. . O , algari'mo <strong>do</strong> m mo<br />

afficio) .<br />

Dillmiro de Faria e o~ alferes Viri!ÜI) de Medeiros e A. O. Barrelo, como se "óde "er na<br />

parle afficial <strong>do</strong> com man<strong>da</strong>nte. E ses nomes fomm sllpprimid"s : na relação nominal só<br />

applll'eCe 1 capitão morto, 1 alferes feri<strong>do</strong> e (l c mmand oLe e 1 !I:filres contuso-o<br />

(!) ComquanL f,'ssem publica ios os nomes <strong>do</strong>s 5 'lffi ines feri<strong>do</strong> e cootusos que leve<br />

e Le batalhão, appllreceu enLre os dros contusos o <strong>do</strong> alferes Oôrte Re I (Franci co Bor e5<br />

de Almei<strong>da</strong>', feri<strong>do</strong> grnwmente.<br />

,21 O gen Tll.l Argollo e" sua I arle "fficial diz qlle a t divi,;ã·~ te"e ró de combale<br />

~21 homens. A re'llçâo nominal :l qlle nos temo referi<strong>do</strong> di a ess divi fio apenas;:7.! homens<br />

fÓl'a ne combate I<br />

E note· e que o generül Arg.)l1 ,illlencio,nlllmenl ou oii . re.luzio um tanto a as<br />

per.Jas. pois npeuns f.. lla cm 13 ollioiR.es (;ontus~s, qllanJ.o 011 l>articipações <strong>do</strong>s COlUmsu<strong>da</strong>nte~<br />

de c 'rpns <strong>da</strong> sua divisão encontrámos os 11 me' de <strong>II</strong> ulficiall$ C


191<br />

l° corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro em operações<br />

MORTO' FERIU' S CONTU;OS E X.'l'RAYlADOS<br />

TMúADA DO BOQUERON,<br />

em 16<br />

o, o,<br />

" o, "'o,<br />

de Julho de lt6'i :.. o<br />

~<br />

'o '- o<br />

::l 6~ ~<br />

.2 .~~ " .~~<br />

.~ t5<br />

.~ .~<br />

" '" '" "<br />

~ o, ti o,<br />

10-0<br />

o~<br />

...:1<br />

.~ 't t:!


192<br />

~ORTI)S<br />

FERlD<strong>II</strong>S CONTlJSOS EXTRAVI.~DOS<br />

(Contilwação)<br />

H\ de Julho de 1806<br />

<br />

'" ..,<br />

... " o<br />

" ..,<br />

'"<br />

.~ .~ ...


193<br />

(Oontinuação)<br />

MORTOS FERIDOS CONTUSOS EXTR!VIADOS<br />

1-0<br />

" "<br />

fll"<br />

" ~~<br />

fll ..<br />

16 de Julho de 1866 >'0 "'" "<br />

fll .§~<br />

H<br />

..<br />

o'l:! .g'l:!<br />

"<br />

.~ " °t'g -<<br />

b. DmSÃO (Infantaria)<br />

GEl\EHAL VIOTORlNO<br />

MON'IElRO<br />

i2 A<br />

bl'iga<strong>da</strong>, COELHO<br />

MLLY<br />

.~ " t:l .9 -t C:3 "t:l .~ ~<br />

~~<br />

~:a O<br />

lE:: ~ o lE:: ~o lE::<br />

,eo<br />

C ~"<br />

~<br />

..... '" C ..... " C ~ ..... "<br />

---- ----<br />

~~ ~~<br />

.,<br />

50 batalhão de linha. 2 1 3<br />

'i o Il Il 3 3<br />

:lo<br />

I' de vols. 2 2<br />

160 <strong>II</strong> .1<br />

O<br />

14· bl'iga<strong>da</strong>, SALUSTIANO<br />

DOS REIs<br />

20 batalhão de linha;<br />

21° e ao batalhões de<br />

voluntarios ......•.•• 2 2 11 2 3 ...... 20<br />

i8- briga<strong>da</strong>, PINTO DE<br />

ALMEIDA<br />

150 batalhão de vols. 3 1 19 ...... ...... 23<br />

ego e 510 ba.talhões de<br />

voluntarios ........ " ...... ,: ..... O<br />

---- --------<br />

Somma......... 5 3 ~ 2 4 51<br />

2.- DIVISÃO (cavallaria)<br />

GENERAL MENNA BAR-<br />

RETO (J. L.)<br />

3 0 regimento de caval­<br />

'" laria de linha.. " ..•.<br />

/0 corpo provisorio de<br />

cav~llana <strong>da</strong> guar<strong>da</strong><br />

nacIOnaL ..<br />

Somma ..<br />

1<br />

1<br />

1 I......<br />

1<br />

7 ..<br />

..............................<br />

--.----<br />

7 ......<br />

8<br />

1<br />

9<br />

Total.. .•......•<br />

2G 83 1.350 44 101 O 38 1.899<br />

4 25


194<br />

Resumo<br />

MORTOS FERIDt'S CONTUSO EXTRAVIADOS<br />

16 ele Julho de 1866 .,<br />

.,<br />

'"<br />

'"<br />

'"<br />

;J;g<br />

~,..,<br />

~~<br />

~'" ... 0<br />

... 0<br />

BOQUERON<br />

o 'ti ., '" ô'tl<br />

o 'ti<br />

H<br />

'"<br />

'"<br />

'" .~~<br />

.~ ';:: ~ .~ t3<br />

.~<br />

.~ .~~ .~ ~<br />

'"<br />

~~<br />

'"<br />

~~ ~~ ~~ E-<<br />

~ ,:;:0 ~o<br />

~<br />

~ '" ~~ ~ '" ~o O<br />

Cl ..... '" Cl "::;'" Cl ..... Cl ..... '" E-<<br />

-------- ----<br />

I} Primeiras forças que<br />

en Lraram em fogo e<br />

tomaram a trincheira<br />

inimiga:<br />

Divisão GUILITER1iJ:E DE -<br />

SOUZA (4 a de infantaria)<br />

................. 8 121 34 o!)6 22 6 O 3 700<br />

A?'bilhw1'ia........ ..... 1 3 1 16 1 I .. ·· .. ...... . ..... ~2<br />

2) Forças que renderam<br />

a ,l' divisão, e sustentaram<br />

as posições<br />

I<br />

toma<strong>da</strong>s:<br />

Briga<strong>da</strong> PARANlTOS (la -<br />

3' tlivisão de infantaria)<br />

................. 4 3') 10 195 2 O O 2 215<br />

,-<br />

(Divisão AnGOLLO (I'" de<br />

infantaria)........... 12 91 34 476 17 92 O 38 755<br />

3} Forças que tentaram<br />

abrir caminho pelo<br />

flm<strong>do</strong> <strong>do</strong> P o t l' e r O<br />

Piris, ás ordens <strong>do</strong><br />

general M.E:olNA BAa-<br />

RETa (J. L.) e <strong>do</strong> coronel<br />

JACIN1'EIO MA-<br />

CIlADa BITTENCOURT :<br />

Pigtlete <strong>do</strong><br />

general em<br />

che(e .. , ... , . . .. ..,. .... " 1 1 ...... ..... ...... ...... ...... 2<br />

Gaval.lal·ia (o pei <strong>da</strong> 2"<br />

...... 9<br />

divisão .. , ........... 1 1 ...... 7 .. .. ' o, •••• ......<br />

B?"iga<strong>da</strong> BELLO (<strong>da</strong> 3"<br />

divisão de infantaria) ...... 2 ...... 23 ...... ...... . ..... . ..... 25<br />

4) Forças que, uni<strong>da</strong>s a<br />

uma bri9,u<strong>da</strong> argentina,<br />

ren eram á noite<br />

a divisão ARGOLLO e a<br />

bri~a<strong>da</strong> P ARAN HO S,<br />

su entanc10 as posições<br />

toma<strong>da</strong>s:<br />

Divisão VICTORINO MON-<br />

TEmo (6" de infantaria)..................<br />

...... 5 3 37 2 4 ...... ...... 51<br />

----------------<br />

TOTAL.......... 26 256 83 1.350 4.J. 102 O 38 J. 99


195<br />

1 0 e 2 0 corpos (lo exercito ])l'azi}eiro em operações<br />

MORTOS FERIDOS CONTUSOS EXTRAVIADOS<br />

.,<br />

.,<br />

ATAQUE DO RWCE, em 18 '" .,,,, "'" :3", "<br />

~~<br />

..,'"<br />

de Julho de 1tlG6 '" ., o<br />

'- o '-o<br />

·S~<br />

~<br />

.~'tj 0't3 ~<br />

~<br />

.~<br />

..... ~<br />

.....<br />

.~<br />

·t~<br />

~~ .. '" ~~<br />

H<br />

.~ <<br />

c c ~~ c c ~:s1 H<br />

~ i:! o IE:: ., o li:::: i:! o li:::: i:! o O<br />


198<br />

MORTOS FERIDOS CONTUSOS EXTRAVIADOS<br />

Ata3ue <strong>do</strong> Sattce. em 18<br />

e Julho de 1866 " " "<br />

...<br />

"<br />


197<br />

I MORTOS l'ERlDOS CONTUSOS EXTRAVaOOS<br />

IAtaque <strong>do</strong> Satwe em 18 " "<br />

., "'" '" '" ~~<br />

'" " '" '" " '"<br />

.,<br />

:... o :"'0 :"'0<br />

de Julho de 1866<br />

H<br />

" '~'g " 'C'g " .~'g "<br />

.~'g<br />

~<br />

.~<br />

... .~ .~ I -<<br />

<br />

<br />

~~<br />

~~<br />

~:!i<br />

~~ F-i<br />

(Continnação) ~<br />

~o ~ ~~<br />

~ ~o ~<br />

.. o O<br />

C 1-;'" C C 1-;'" C ..:;'" E-<<br />

----------------<br />

Transporte ..... ...... 6 2 23 1 ...... ...... 9 ,H<br />

5" bdga<strong>da</strong>, BELLO<br />

70 batalhão de vols 1 13 7 151 ...... ...... ...... 3 178<br />

110 » » ...... ...... 1. 2 ...... 0'0 ._,<br />

...... ..... 3<br />

30 e 40 batalhões de<br />

linha e 40 de voluntarios<br />

...... ........ ...... ...... ...... ...... ...... ...... .... ...... U<br />

- -------- -- - ----<br />

Somma•........ 1 19 :0 179 1 ...... ....... 12 .222<br />

-------- -- ---- --<br />

CAVALLARfA (combateu<br />

a pé)<br />

GENERAL MENNA BA.R-<br />

RETO (J. L.)<br />

Pertencente á 2" divisão<br />

<strong>do</strong> lo corpo <strong>do</strong><br />

exercito:<br />

10 corpo de cava1laria -<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional 1 4 ...... J2 3 ...... ...... ..... 20<br />

20 re~lment de cavaIlana<br />

de llllha....... ...... 8 2 31 ...... 6 ...... ...... 50<br />

30 regimento de cavaI-<br />

laria de linha...... 1 2 4 23 2 ..... . , .. ., .. 32<br />

Pertencente ao 2 0 corpo<br />

<strong>do</strong> exercito:<br />

2 0 COI'Sf de caç'l<strong>do</strong>res a<br />

cava o .............. 1 14 2 48 1 10 ...... ...... 76<br />

4 0 idem, idem......... ...... .... 1 ...... ...... ...... ...... ...... 1<br />

--~------------<br />

Somma '" ..... 3 28 9 117 G 16 ...... ..... 170<br />

=<br />

.<br />

,<br />

~<br />

ARTILHARIA:<br />

Batalhão de engenheiros......•...<br />

... .. ...... 2 1


19<br />

Resumo<br />

MORTOS FERIDOS CONTUSOS EX'l'RA.~1<br />

18 de Julho dd 1866<br />

S.IUCE<br />

1) T r o p a s brazileiras<br />

que atac'U'a'U as triucheiras<br />

<strong>do</strong> Potrero<br />

Sauce, ás ordens <strong>do</strong>s<br />

gell }rae . FLORE e<br />

VrC'l'oRL'IO MONTEIRO,<br />

e, depOIs <strong>do</strong> feriment'l<br />

d'est·', sob a direcção<br />

<strong>do</strong> general Gun,l<strong>II</strong>cR:\IE<br />

DE Souz.\:<br />

AI·tilharia ; ' .<br />

Estaélo-maior " ..<br />

Divisão YJCTORINO :MON-<br />

T;Ell;l0 (6~ de infant>lna)<br />

.<br />

Divisão GUlL<strong>II</strong>E10IE DE<br />

SOUZ.' (.la de infantaria)<br />

2) T r o p as brazileiras<br />

que ás ordens <strong>do</strong> ga·<br />

neral MENN.\ BAllR1J.TO<br />

(J. L.) atacaram, palo<br />

Potrero Piris, o flanco<br />

direito e1


199<br />

A per<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito brazileiro nos dias 10 e 18 de Julho, como se<br />

vê, an<strong>do</strong>u em mais de 3.622 homens (261 officiaes e 3.361 praças de<br />

pret) , figuran<strong>do</strong> entr e os mortos 5 comman<strong>da</strong>ntes de batalhões: o coronel<br />

Macha<strong>do</strong> <strong>da</strong> Costa, com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 31° de voluntario (1), (feri<strong>do</strong> mortalmente<br />

no dia 16, succumbio no dia 18 ou 19), o tenente-coronel José Martini,<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 14° d.e infantaria de linha (morto no dia lU), os majores<br />

J. L. de Azeve<strong>do</strong>, com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> bO de infantaria cl.e 1 inha, e Manoel<br />

E'eraphim <strong>da</strong> Silva, <strong>do</strong> l° corpo de cavallaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> n.. · ional (mortos<br />

no dia 18) (2), e o comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 16" corpo de linha, A J. Gomes<br />

(no dia 16).<br />

Foi morto tambem no primeiro dia o major Barros Lima (Julio<br />

Pompeu), <strong>do</strong> 46° de voluntarioso<br />

Os comman<strong>da</strong>ntes feri<strong>do</strong>s no dia 16 foram o <strong>da</strong> 7' briga<strong>da</strong>, tenentecoronel<br />

Paranhos, e os chefes <strong>do</strong>s seguintes batalhões: 10° de linha,<br />

Fagundes; 20 de voluntario, Cyrillo de Castro; 12° de linha A. P~ de<br />

Oliveira; 19° de' vuluntarios, Alb~querque Bello; 9° de voluntarios,<br />

A. J. Pereira Junior; 22° de voluntarios, Caetano de 1'ello; 26 u de<br />

voluntarios, Figueira de Mello; 40' de voluntarios, Feliciano Henriques,<br />

e o segun<strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 15° de linha, Santo Coelho ('ub,tituio<br />

o command~l.llte Gomes, morto). .<br />

Os majores fiscaes feri<strong>do</strong>s no dia t6 foram: <strong>do</strong> 10° de linha Theotonio<br />

Fortuna; <strong>do</strong> 14° de linha, 'Cypriano Fortuna; e <strong>do</strong> 2° de voluntarios,<br />

Campos MelIo.<br />

No dia lB, além <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes Azeve<strong>do</strong> e ~eraphim <strong>da</strong> Silva,<br />

mortos, foram feri<strong>do</strong>s o general Victorino Monteiro (barão de S. Borja) e<br />

os seguintes comman<strong>da</strong>ntes: 3° regimento de cavallaria, lziJol'o de Oliveira;<br />

5° batalhão de infantaria de linha, Bento J . Gonçalves; 16° de<br />

voluntarios, P. PerrllChino; 2" batalhão de linha, Genuino Sampaio e<br />

21-0 de voluntarios, A. J. Bacellar.<br />

Sabemos tambem que foram feri<strong>do</strong>s os seguintes majores fi caes; 5° de<br />

infantaria de linha, Faria Goiabeira; 7° de infantaria de linha, J. M. Ferreira<br />

Assumpção; 3° de voluntarios, Tiburcio <strong>da</strong> Souza; 2° de infantaria<br />

de linha, Aurelio Pinto.<br />

Em resumo, tivemos nos <strong>do</strong>us dias 5 com man<strong>da</strong>ntes de corpos e 1<br />

major fiscal mortos; 1 gener.ll, 1 com man<strong>da</strong>nte de briga<strong>da</strong>, 14 comman<strong>da</strong>ntes<br />

de c?rpos e 7 majores fiscaes feri<strong>do</strong>s.<br />

(I) corro policial <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Rio de Janeiro.<br />

O) Foi morto no dia 1 o commandnnte Azeve<strong>do</strong>, mas o eu nome nno fignrn nem<br />

seqner entre os <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s. A julgul'-se pela ?'ela~ão nominal publica<strong>da</strong>. o 80 bnlalhli<br />

não perdeu no dia 18 um s6 homem.


200<br />

3)<br />

Per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s<br />

Argentinos<br />

No ataque de 16 de Julho<br />

ó tomaram parte as tropas brazileiras. As<br />

o horas <strong>da</strong> tarde, porém, o coronel Emilio Cone a (depois general), a<br />

frente de uma briga<strong>da</strong> argentina (1) comp03ta <strong>do</strong>s batalhões 2° (capitão<br />

Nicolas Lavalle), 3° (major Ezequiel rarragona), 4" (majol' Miguel Rasero)<br />

e 5° (majur Dar<strong>do</strong> Rocha), to<strong>do</strong>s <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional de Buenos-Aires<br />

reforçou a diviSãO <strong>do</strong> general Argollo, toman<strong>do</strong> parte no fogo, que o<br />

inimigo sustentava na esperança de reconquistar a trincheira de que<br />

estavamos de posse.<br />

O coronel Conesa comman<strong>da</strong>va essa briga<strong>da</strong>, e tinha ás suas ordens<br />

o coronel Pedro Aguero.<br />

A per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s 4 batalhões argentinos nesse dia foi apenas de 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

mortos, 4 officiaes, e 41 scl<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, I official e 11 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

contusos. Total: 5 officiaes 4;) sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fóra de combate. Foi tambem<br />

feri<strong>do</strong> levemente nesse dia o coronel argentino Garcia, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

regimento de cavallaria «S. Martin. »<br />

A's 9 horas <strong>da</strong> manhã de 17 foi essa briga<strong>da</strong> rendi<strong>da</strong> por outra,<br />

tambem de 4 batalhões, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Cesario Dominguez (3' Divi ion<br />

deI interior). Formavam-n'a os seguintes corpos: 2" batalhão de Entre­<br />

'Rios (Tenente-coronel Caraza), batalhão Men<strong>do</strong>za-S. Luiz (major Ivanowsky),<br />

batalhão de Cor<strong>do</strong>ba (tenente-coronel Cabot), e batalhão de<br />

S. Juan (tenente-coronel Giuffra). Estes tres ultimos comman<strong>da</strong>ntes foram<br />

feri<strong>do</strong>s no combate de 18.<br />

Na manhã de 18 empenharam-se no ataque os 4 batalhões argentinos<br />

de Dominguez, avançan<strong>do</strong> ás ordens <strong>do</strong> coronel oriental Palleja.<br />

O batalhão deste, o «Flori<strong>da</strong>, » incorporou-se para esse fim á briga<strong>da</strong><br />

argentina, O general Emílio Mitre reforçou depois os combatentes com<br />

outra briga<strong>da</strong> argentina (4' division), de que era chefe o coronel Luiz<br />

Maria Argüero, composta <strong>do</strong>s batalhões 2° de linha, lo<strong>do</strong> 3° r~gimento <strong>da</strong><br />

guar<strong>da</strong> nacional, 9° e 12° de linha e 3° de Entre-Rios. Só os <strong>do</strong>us primeiros<br />

tomaram parte no ataque <strong>do</strong> Sauee.<br />

Estas forças operaram em combinação com as brazileiras <strong>do</strong>s generaes<br />

Victorino Monteiro e Menna Barreto, e as orientaes de Flores.<br />

. (I) l?amos-lhe a. t1enomin.llçâo de bri~a<strong>da</strong> po.!quê Sê COlUpunha de 4 batalhÕes de<br />

InfnnlBl'la._ No exercito arg~ntlll(l, porém, a. bat~lhoes e me~~o. 2 formavam uma divis/io.<br />

Os batalhoes de COllesa tlUllam a denomlllacao de-2'" .Dw~lton Buenos·A il'U,


201<br />

Em frente ao flanco direito <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, isto é: para os la<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

Palmares, apresentou-se uma força paraguaya que sustentou algum fogl)<br />

com um piquete de cavallaria argentina, dirigi<strong>do</strong> pelo tenente-coronel<br />

Ayala, e com o 12° batalhão de linha, <strong>da</strong> mesma nacionali<strong>da</strong>de, e de<br />

que era comman<strong>da</strong>nte o então major Lucia Mancilla. E te batalhão teve<br />

apenas 15 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e o piquete 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos e 4 feri<strong>do</strong>s.<br />

Testa e caramuças <strong>da</strong> direita e no ataque <strong>do</strong> Sauce, pela 6squer<strong>da</strong>,<br />

tiveram, pois, os Argentinos a'3 seguintes baixas no dia 18:<br />

Dia 1<br />

Nforlas: 15 officiaes e<br />

Feri<strong>do</strong>s: 32 » e<br />

Contusos: 6 » e<br />

I )6<br />

389<br />

60<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s .<br />

»<br />

»<br />

201<br />

421<br />

66<br />

Somma: 53<br />

635<br />

688<br />

Estes são os algari mos <strong>da</strong> parte official <strong>do</strong> coronel Pablo Diaz, chefe<br />

<strong>do</strong> e ta<strong>do</strong> maior <strong>da</strong> 3' divisão argentina (terceI' cuerpo de ejército).<br />

Os Argentinos tiverarn n'es e dia 1 official superior morto, o coron81<br />

Argüero, e 6 feri<strong>do</strong>s, que foram os tenentes-coroneis Giuffra, Cabot e<br />

A. Orma, e os major-es Ivanowsky, Jerar<strong>do</strong> Palacios e F. Borges. I o<br />

dia 16 foi feri<strong>do</strong>, como dissemos, o coronel Garcia.<br />

Nos <strong>do</strong>us dias, portanto, t.eve o exercito argentino 59 ofticiaes e<br />

690 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fóra de combate: ao to<strong>do</strong> 749 homens.<br />

4)<br />

Per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

Orientaes<br />

Infelizmente nao podemos en<strong>contra</strong>r informações sobre as per<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

pequena mas valente divisão oriental n'este dia.<br />

Elias foram orça<strong>da</strong>, por uns, em 200 homens f6ra de combate, e<br />

por outros em 300.<br />

A mais sensivel de to<strong>da</strong>s foi a morte <strong>do</strong> coronel Leon de Palleja,<br />

hespanhol de na cimento, chefe intrepi<strong>do</strong> e disciplina<strong>do</strong>r, que immen os<br />

serviços havia pre ta<strong>do</strong> á ua patria a<strong>do</strong>ptiva.<br />

O governa<strong>do</strong>r Flores o promoveu a general no momento em que<br />

succumbia.<br />

Os Orientaes s6mente se bateram no dia 18, entran<strong>do</strong> em fogo os<br />

batalh-:es «Flori<strong>da</strong>» (<strong>do</strong> coronel Palleja) e «Voluntario Independente»<br />

(<strong>do</strong> tenente-coronel Elias).<br />

Â. 2G


202<br />

5)<br />

Total<br />

<strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s AlUa<strong>do</strong>s<br />

Fu; esta, portanto, a per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, engloba<strong>do</strong> os feri<strong>do</strong>s<br />

e contusos:<br />

16 JULHO 1866.<br />

Brazileiros. A ,·,qentiflos. 01'ientaes, Total.<br />

M t IOfIiciaes ...... 26 O O<br />

01' os ....... ·I.Praças de pret. 256 3 O<br />

26<br />

251<br />

F .d ~Officiaes ...... 127 6 O<br />

eri os, •. , .... Praças de preto 1.452 5'2 O<br />

133<br />

1,504<br />

E t . d OfIiciaes ...... ü O O<br />

x raVla os ....(Praça de preto 38 O O<br />

O<br />

3'<br />

18 JULHO 1866.<br />

1.899 61 O 1.960<br />

M t tOfficiaes .....• 24 14 ~ ~<br />

01' os ........ Praças de preto 324 186 ~ ~<br />

F .d {Ofticiaes .•..•. 83 38 ? ?<br />

er! os •...... Praças de pret. 1.276 449 ? ?<br />

E t . d lOf&iaes ...... 1 1 ? ?<br />

x raVia os .... Praças de pret. 15 O ~ ?<br />

1.723 688 250 ~ 2.649<br />

TOTAL nos <strong>do</strong>us dias: 3.622 B,·az. 749 Ai·g. 250? O,'i. 4.609 Alli.<br />

36<br />

t Ofliciaes bí'Clzileiros que (icat'am f'ót'a ele combate nos d1as 16 e 18<br />

ele Julho<br />

A lista que se segue não está completa, porém nella figuram<br />

muitos nomes que deixaram de apparecer na rela .fiO official publica<strong>da</strong> (1).<br />

(1) Os nomes precedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> signal- -nao apparcceram na relação ofilcial publica<strong>da</strong>.


203<br />

CO?ffiATE DE 16 DE JULHO DE 1866:<br />

11 •.BRIGADA (4 a Divisão):<br />

10· bato de info de linha:-Major Fagundes (comman<strong>da</strong>nte)...<br />

» Theotonio Fortuna (1) ••••<br />

Capitão João Niemeyero .• o.•.••<br />

» Souza Burity•.• o..•• ~<br />

Tenente Braz Freire.... o.••..•<br />

Alferes Graciliano Serapião. o•••<br />

» Vicente de Lorena••••<br />

» João V iganiga•....•• o.<br />

» Minervino Costa .•.....<br />

» Ferreira<strong>da</strong>Fonseca(AoV.)<br />

» Domingos Mendes.. o.. o<br />

» Frederico Vicknhagen..<br />

» Sanches de Oliveira ooo<br />

» Avelino <strong>da</strong> Cunha.....<br />

14° bato de inf. de linha:-Tenente-coronel José Martini<br />

(comman<strong>da</strong>nte) .. o.......••<br />

Major Cypriano Fortuna. o. o. o.<br />

Capitão Mace<strong>do</strong> 1imentel......•<br />

Tenente Pinheiro Passos. o.....<br />

Alferes Bernarde Pinto. oooo•.<br />

,. Silva Guimarães .<br />

» Herculano Corrêa.. oo..<br />

» Emílio de Mattos .<br />

20° bato de voluntario :-Tenente-coronel Cyrillo de Castro<br />

(comman<strong>da</strong>nte).. o. o. o o<br />

Capitão Rodrigues de Souza .<br />

» J. F. Fernandes oo.<br />

» Nunes Pinheiro .<br />

Tenente Zeferino Soares o. o<br />

Alferes Costa Leite o .<br />

» Graça Bastos. oooo .<br />

» Tenorio de Albuquerque.<br />

» Barros e Va concellos<br />

(Candi<strong>do</strong>, .<br />

!/ '" ..;<br />

... ..; c<br />

o CD Q<br />

;:;;! f'


204<br />

rn<br />

..<br />

o<br />

..<br />

"" ...,<br />

o g<br />

R<br />

~ '"<br />

31" bato de voluntarios :-Coronel Macha<strong>do</strong> <strong>da</strong> Oosta (comman<strong>da</strong>nte)<br />

{l)........ 4<br />

Capitão J. J. de Sant'Anna.... '5<br />

Tenente Manoel Rodrigues..... 6<br />

Alferes Nepomuceno Mai:t...... 7<br />

» Silvino Costa.......... 12<br />

13" BRI


~ o<br />

O<br />

205<br />

ARTILHARIA.<br />

Batalhão de engenheiros :-Alferes Joaquim Benjamin <strong>da</strong><br />

Silva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 10<br />

'f-» Picanço ela Oosta...... :24<br />

10reg.deartil.acavallo:-2° tenente Marcos de Azeve<strong>do</strong>. 32<br />

7· BRIGADA. - (3· divisão).<br />

6° bato de inf. delinha:-Ten.-coronel A. <strong>da</strong> S. Paranhos<br />

(comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>). 33<br />

Capitão Borges oi<strong>do</strong>.......... 11<br />

» Lima e Silva (Francisco) . 25<br />

Tenente Mattos Guerreiro..... 12<br />

» Oypriano <strong>do</strong>s Anjos.... 13<br />

» Vianna de Paiva...... 34<br />

Alferes O<strong>do</strong>rico Pinheiro.. . . . . . 14<br />

» Oentena Junior . . . .. .. 3f:><br />

» Cunha Go<strong>do</strong>lfim .. . . .•. 36<br />

» Teixeira de Oarvalho... 37<br />

» Bueno Parrot. . . . . . . . . . 38<br />

» Leopol<strong>do</strong> G. <strong>da</strong> ilva.. 39<br />

» Silva Bueno........... 26<br />

9" bato de voluntario :-Major Antonio J. Pereira Junior<br />

(comman<strong>da</strong>nte). . . . . . . . . . . 40<br />

Tenente Valencio Moreira..... 41<br />

Alferes Ignacio Bueno........ 4'2<br />

8- BRlGADA.-(la divisão).<br />

8° bat. de inf. de linha: _ 'f- Tenente P. Pierre de Carvalho.<br />

» Olympio de Oarvalho .<br />

» J. Theo<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Silva .<br />

Alferes Severiano de Mello .<br />

» Gome <strong>da</strong> Silva .<br />

» Firmino Passos .<br />

» Martinho <strong>do</strong>s anto '..•<br />

» J. icoláo de Oliveira.<br />

» Ribeiro de Salles .<br />

» F. Fontes.....•.......<br />

15<br />

16<br />

17<br />

43<br />

44<br />

45<br />

46<br />

47<br />

48<br />

27


,.<br />

206<br />

'i; o<br />

(.)<br />

16° bato de inf. de linha:-Oapitão A. J. Gomes (comman-:­<br />

<strong>da</strong>nte interino)...... 18<br />

» Santos Ooelho......... 28<br />

f Tenente Polycarpo Brazil... . . 49<br />

» Firmino Spinola..... 29<br />

Alferes Mauricio Martins. . . . . 50<br />

» Gervasio ._·outo.. . . . . . 5L<br />

» Moura e Camara. . .. . 30<br />

4.6' bato de voluntario :-.Major Barros Lima(Julio Pompeu)' 19<br />

Capitão Rodrigues Vianna. . . . . . 31<br />

'f Tenente Trajano de Freitas. . . 3'2<br />

» irgilio Guimarães. . . 32<br />

10& BRlGAD\ (I" divisão) :<br />

L3· bat. de inf. de linha :-Oapitão Lima e Silva (Affonso.. 20<br />

» Alexandre Araujo. . .. .. 2L<br />

Alfel'es Ar 'enio Barbo a. . . . . . .. 22<br />

» Miguel Oal<strong>da</strong> . . . . . . . .. 23<br />

» Liberato Fernandes. . . . . 33<br />

2" de volllntarlO:s: _ .. Major Oampos Mello .<br />

.. OapItão Va concello Ferreira.<br />

» Aman<strong>do</strong> Gentil .<br />

)} Amaro <strong>da</strong> ilva .<br />

Pedro oares..... ..<br />

» Almei<strong>da</strong> Brandão .<br />

Tenente Elia de Mello .<br />

'f » 1aito. '~lle .<br />

.. Alfere ilva Menezes .<br />

... » Ignacio Li boa Junior ..<br />

'f lbano de ouza .<br />

'f » Euaenio Mende .<br />

~2' '1> d. voluntario :-Tenente ManoelFranci co Ramo 'Y<br />

213° » de vo1untal'io Ten. coron 1 FiO'ueira de Mello. 35<br />

.apitão Bapti ta <strong>da</strong> ruz...... 16<br />

Julio <strong>da</strong> Fon eca. . . . . 63<br />

Tenent I lmiro d Faria.:.. 64<br />

Alfer ~ iriat de ledeiro... '5<br />

A. . Bal'l'eto. . . . . . . . li .<br />

53<br />

54<br />

55<br />

56<br />

57<br />

v<br />

59<br />

60<br />

6L<br />

62<br />

34


207<br />

26" . baL. de voluntarios: - Alferes Jovita Duarte (1) .<br />

» Rogerio <strong>do</strong> Espirito-<br />

Santo . 36<br />

.J( I' » de voluntal"io :-Oapitão Feliciano Henriques (comman<strong>da</strong>nte)<br />

.<br />

Tenente Neves Arru<strong>da</strong> .<br />

» Gomes de Oarvalho .<br />

» Oa1azans Ferreira .<br />

Alferes Borges Barreto , .<br />

» Gaudencio de Lima .<br />

» Leonidio Silva.....•...<br />

6' DIVISÃO:<br />

68<br />

..;<br />

s= o o<br />

aí<br />

38<br />

39<br />

40<br />

41<br />

42<br />

30° bato de vaIuntarias :-Tenente Sabino de Castro•.•....<br />

Alferes Oorrêa Vasques.•...••.<br />

15°» de voluntarios :-Alferes Pereira Pinto (Januario).<br />

210» de voluntarios :-Oapitão Pereira de Mello..•...<br />

Tenente Santos Magalhães..•...<br />

2- DIVISÃO:<br />

69<br />

70<br />

71<br />

43<br />

44<br />

7° corpo provo de cavallaria<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional :-Oapitão Fontoura Oharão...... 27<br />

Piquete <strong>do</strong> gen. em chefe :-Alferes J. B. <strong>da</strong> Silva Telles.. . . 72<br />

As istentes <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

aju<strong>da</strong>nte general :-Major Marques de Sá......... 45<br />

Oapitão Senna Pereira (Remigio)<br />

(2)........... 28<br />

» J. T. Nabuco ,.. 46<br />

Total . • . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . • . . .. 28 72 46<br />

Entre o. mortos figuram o coronel Macha<strong>do</strong>, e o capitão ~enna<br />

Pereira, que na relação <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general foram <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

como feri<strong>do</strong>s.<br />

Para os 83 officiaes feri<strong>do</strong>s de que falla o afficio re erva<strong>do</strong> de 23<br />

(I) Assim está. ntl relação nominal publica<strong>da</strong>. mas talvez pertença a out.ro batalhão.<br />

. (2) Jornalista. Filho <strong>do</strong> falleci<strong>do</strong> chefe de divisão Jllcintho Roque de Se:lna 1'ereu·a.<br />

Remigio de Senna Pereira, apenas ctega<strong>do</strong> de uma viagem á Europa, seguio para<br />

o <strong>Paraguay</strong>. Foi feri<strong>do</strong> mortalmente no dia 16 e succumbio logo depoIs. .


208<br />

de Julho ficam faltanilo, como se vê, 11 nomes, que não podemes<br />

en<strong>contra</strong>r.<br />

Quanto aos officiaes t:ontu os apresentamos 46 nomes, isto é, mais 4.<br />

OOMBATE DE 18 DE JULHO:<br />

Esta<strong>do</strong>-maior g e n e r a 1 :-General Victorino Monteiro...<br />

Esta<strong>do</strong>-maior de I' classe:_1 0 tenente Oarneiro <strong>da</strong> Fontoura.<br />

Batalhão de engenheiro. - 2" tenente Albuquerque Lima<br />

(Benj .) .<br />

'f » Fontoura 00 tallat..<br />

1 0 batalhão de artilharia:-Oapitão Diniz Santiago .<br />

Alferes Tole<strong>do</strong> Ribas .<br />

2<br />

3<br />

I<br />

2<br />

As 'istente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

aju<strong>da</strong>nte g·eneral :_'f Tenente Placi<strong>do</strong> Fialho .<br />

2° ego de cav. ligeira :-Capitrto abino AmorÍfn .<br />

Alferes Zeferino de Souza .<br />

30 reg. de cavo ligeira :-Major I i<strong>do</strong>ro de Oliveil'a (comman<strong>da</strong>nte)..<br />

. . . . . . . . . . 7<br />

Oapitão Brandão de Lima.•.... , 2<br />

» Diogo <strong>do</strong>s Reis. . . . . . . . . 8<br />

Alferes Pereira de Magalhães.. o 9<br />

~ J. J. <strong>da</strong> Rocha... . .. .. 10<br />

:t Fonseca Azambuja..... 3<br />

» Boaventura isnandes... 4<br />

lo corpo prov . de cavaUaria<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional:- 1ajor Seraphim<strong>da</strong> Silveira (comman<strong>da</strong>nte)<br />

. . . .• . . . . .. 3<br />

Oapitão J. J. Quadro o •••••• o o,, 5<br />

» Vasco Ohananeco.•.. o • 6<br />

Alferes Engracio de Moraes. . . 7<br />

2 0 corpo de caço a cavallo:-Oapitão ogueira Angelim o •• 4<br />

'f » M. Pereira <strong>da</strong> Silva .<br />

Alferes Oonstantino Oarneiro. . . . 11<br />

» Oarlos Ru<strong>do</strong>lph... o. . . . 12<br />

lo bato de inf. ele linhn : - Oapitão Macha<strong>do</strong> <strong>da</strong> ilveira. . . 13<br />

Tenente Va concellos Macha<strong>do</strong>. . 9<br />

Alfere Melanio <strong>do</strong> Lago. . . . . . 14<br />

5<br />

6


209<br />

VJ<br />

:;<br />

S<br />

'"<br />

'"<br />

5 c .i:;<br />

õ o<br />

~ ~ r F1<br />

1° bato de inf. de linha: - Majol' Genuino de Sampaio (t'omman<strong>da</strong>nte)...........<br />

10<br />

» Au 'elio Pinto........... 15<br />

Tenente Bezerra Cabral.. '" .. li<br />

. Alferes Corrêa de Moraes...... ;)<br />

» Pontes Marinho...•.. 6<br />

» Baebosa <strong>da</strong>s Neve'>..... 16<br />

» Francisco de Mello ....<br />

5° » » » : - Major Bvnto J. Gonça1ve (comruan<strong>da</strong>nte)<br />

............ 17<br />

» Faeia Goiabeira.......... 18<br />

Capitão J J de Magalh le 1'2<br />

Alfeees Alves de Matto3........ 7<br />

» Coelho de ,_·ouza....... 19<br />

» Julio Silva.......... 20<br />

» J. Baptista Corrêa...... 13<br />

7" li> ~ » :-M~jor J. M. Ferreirad'Assumpção 14<br />

Tenente Conra<strong>do</strong> Meirelles.. 8<br />

» Argollo (Alexandrr).... 2L<br />

» 8everiano Dia~........ 22<br />

Alferes Car<strong>do</strong>so J linior......... 9<br />

» Cas -iano de Menezes... 23<br />

(Falta 1 official contuso).. 15<br />

8· » » • :-' Major J. L. de Azevelo (comma'1<strong>da</strong>nte)<br />

.......•.. 10<br />

12" » » li> :-'" Ali. Joaquim <strong>do</strong> Livramento ••. lG<br />

3° » de voluntarios :-Major Tiburcio de Souza....•.. 24<br />

Capitão Rocha GaIvão Junior..• <strong>II</strong><br />

» Galdino de Almei<strong>da</strong>.... 1:2<br />

» Coelho Gome ........• 25<br />

» Ponte Baixa........•.. ~6<br />

Alferes Cerqueira Monteiro.•.. 13<br />

..<br />

» Leoncio Neiva.....•... 14<br />

,<br />

» Velloso de Oliveil'a•.•.. 27<br />

» Silves Ribeiro.....•.•.. 28<br />

» Tourinho de Pinho•.... 29<br />

» Martins Barbosa.•..... 30<br />

» Medeiros Chaves..•.... 3.l<br />

7" » de voluntarias: -Capitão Diogo de Ba.rros..•..... 3.2<br />

»<br />

 27<br />

Santos Oarias...•.•••.. 33


210<br />

7' bat. de 1Toluntarios :-Tenente Marcomle~ <strong>do</strong> Amaral.<br />

» J. F. de Azeve<strong>do</strong> .<br />

» Pio Rocha .<br />

Alferes Paula Nogueira ·..<br />

» Silva Telle .<br />

» Liborio ele Oliveira .<br />

lO' » de voluntal'ios :-Tenente Damaceno de Matt0 .<br />

À lferes Curvello Ca,alcanti .<br />

l) de voluntal'io : - Alferes Geral<strong>do</strong> de Aragão .<br />

15' » 'de vol untario : - Capitão ilvino de 01 iveira .<br />

Tenente Car<strong>do</strong>so larque . 16<br />

» A. J. de Meura .<br />

Alfere Pereira Marques... . .<br />

» Martiniano de Pinho .<br />

16' » de voluntarios: - lajor Pietro I'erruchino. " .<br />

Capitão J. L. Ferreira .<br />

Tenente Ajani .<br />

» F. Calabre i .<br />

Alfere. C. 'artes .<br />

19· » devolllntarios;-Alfere Flf)festa de Miran<strong>da</strong> 17<br />

21' » de volulltarios :-:\lajo_' A. J. Bacellar (comman<strong>da</strong>nte)..<br />

. . . . . . . . . . . . . . 50<br />

Capitão João A. de Albuquerque. 18<br />

» José Libanio Ribeiro 19<br />

Tenente Gregorio Leite " 20<br />

» Pereira de Lucena (Noval) 18<br />

Alferes Victaliano Lins.·..... " 21<br />

» Magalhães Car<strong>do</strong>so..... 22<br />

» Sil\ ino <strong>do</strong> Rego " 23<br />

» Pereira de Lucena (JoãO). 19<br />

",O, » de voluntarios : -Capitão Araujo Lima 24<br />

» Cavalcanti de Almei<strong>da</strong>.. 51<br />

» Valerio Rodrigues.. . . . . 52<br />

Tenente Beltrão de Alencar. . . . . 53<br />

» Autonio Dornellas. . . . . . 54<br />

» Cerqueira Granja...... 20<br />

Alferes Pereira <strong>da</strong> Cunha. . . . . . 55<br />

..., '" o<br />

...<br />

o<br />

;;S<br />

15<br />

;;;<br />

r:.<br />

34<br />

3(}<br />

36<br />

37<br />

38<br />

:19<br />

40<br />

41<br />

42<br />

43<br />

44<br />

45<br />

46<br />

47<br />

48<br />

49<br />

» Paulo Vellez.. . . . . . . .. .• • 21<br />

Total .. , , ..•......•.. 24 55 21 1<br />

17


211<br />

N'esta relação, organisa<strong>da</strong> a vista de <strong>da</strong><strong>do</strong>s incompletos, temos 24<br />

officiaes morlos, quan<strong>do</strong> o oflicio reserva<strong>do</strong> de 2.3 de Julho e o ma,lpa<br />

organisa<strong>do</strong> pelo deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general apenas fallam em 21.<br />

Quanto aos feri<strong>do</strong>s (57), ficam, como se vê, faltan<strong>do</strong> aqui alguns<br />

nomes:<br />

Participações officiaes sobre os cOInbat.es de 16<br />

e 18 de Julho de 1866.<br />

t Offieios <strong>do</strong> comrnan<strong>da</strong>nte em ehefe <strong>do</strong> 1. o eo'l'po de e/JJe?"cilo b-razileiro<br />

ao ministro <strong>da</strong> guel'?'a.<br />

« Comm


212<br />

« Não envio a V. Ex.. to<strong>da</strong>s as partes <strong>do</strong>s comruan<strong>da</strong>lltes de divisões.<br />

briga<strong>da</strong>s e mais corpos, que entraram em acção, por não ter ain<strong>da</strong> ce sa<strong>do</strong><br />

o trabalho e movimento <strong>da</strong> mesma força, afim de se poder su tentar as<br />

posições conquista<strong>da</strong>s. Espero, entretanto, poder cumprir este dever<br />

dentro de pouco tempo, e então apresentarei a V. Ex.. a ordem <strong>do</strong> dia<br />

<strong>do</strong> exercito ácerca d'estes feitos d'armas, que, não obstante terem-nos<br />

Custa<strong>do</strong> per<strong>da</strong>s sensiveis, consi dera muito impol'tantes e vantajosos para<br />

o proseguimento <strong>da</strong>s no sas operaçõe .<br />

« Deus guarde a V. Ex..- 111m. e Exm. Sr. conselheiro Angelo<br />

Muniz <strong>da</strong> Silva Ferraz, ministro e secretario de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negocias<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

«Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca Quintanilha Jord.ão,<br />

" :'Iarech·,l de campo. »<br />

« Comman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> lo corpo <strong>do</strong> ex.ercito imperial. - QuaeLelgeneral,<br />

em Tuyuty, 23 de Julho de 1866.<br />

« Reserva<strong>do</strong>.<br />

« Te~ho a honra de participar a V. Ex. que enviei ao EXlU.2r.<br />

general Mitre, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s, uma expoúção<br />

identica a que em offieio osten 'ivo d'esta <strong>da</strong>ta pas o às mão de<br />

V. Ex., parecen<strong>do</strong>-mo que com e ·te proceclimento conciliava o dever de<br />

dirigir ao mesmo general uma parte relativa aos Sllccessos d'aquelles<br />

<strong>do</strong>us dias.<br />

« Devo, ent.retanto, declarar a V. Ex. que o ver<strong>da</strong>deiro numero<br />

de hemens que tivemos fóra de combate é de 2.69Q, en<strong>do</strong> 46 officiaeS<br />

mortos, 140 feri<strong>do</strong>s, 63 c ntusos, e 1 extravia<strong>do</strong>, e 403 praçás de pret<br />

morias e 2.043 feri<strong>da</strong>s; porém, felizmente, a maior parte <strong>do</strong>s ferimentos<br />

são realmente .leves. Faltan<strong>do</strong> o tempo absolutamente prer.iso para a<br />

confecção <strong>da</strong> relaçãO nominal <strong>do</strong>s inferiore' e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s morto e feri<strong>do</strong>.,<br />

sÓ envio n'esta occa~ião a <strong>do</strong>s ofliciaes, e espero que V. Ex. tomará esta<br />

falta na devi<strong>da</strong> considera~ão, aitentas a razões p(lndern<strong>da</strong>s n'aquelle<br />

meu oflieio.<br />

« Deus gllarJe a V. Ex.- 111m. e Ex.m.<br />

Muniz <strong>da</strong> ':"ilva Ferraz, ministro e secretario<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

r. eOIl elhe'L'o Angelo<br />

de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negocias<br />

«Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> !Fonseca Quintanilb.c: Jordão,<br />

u lVhrecLal.clc C'IUl, o. "


213<br />

Ei as exposi~ões a que se refere o general em chefe brazileiro (,):<br />

ExPOSIÇÃO DO COMBATE D I'JA 16 DE JULHO DE 1866.<br />

« Comman<strong>do</strong> em chete <strong>do</strong> 1· corpo <strong>do</strong> exercito imperial J'U operações<br />

no <strong>Paraguay</strong>.- Quartel-general em Tuyut.v, 20 de Julho de 18G6.<br />

« No. intuito de adiantar sobre o flanco direito as suas linhas de<br />

fortifka.ões, tratou o inimigo de occupar um boqueirão existente no matto<br />

quasi em frente á extrema esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> uossa linha, e onde principiou<br />

elle a construir uma trincheira como obra avança<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua, com o<br />

dtiplo fim de enfiar o nosso flanco esquer<strong>do</strong>, e mesmo hater-nos de revezo<br />

« A e_ a immensa vantagem para o inimigo accrescia a de poder nos<br />

atacar violentamente, assenhorean<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> lagar denomina<strong>do</strong> Potrero<br />

Piris, para onde facilmente e comm unicaria por a'{eni<strong>da</strong>s e pica<strong>da</strong>s que<br />

sem duvi<strong>da</strong> teria. de abrir.<br />

« Os 81's. generaes Mitre, Flores e barão <strong>do</strong> Herval, ten<strong>do</strong> reconheci<strong>do</strong><br />

a necessi<strong>da</strong>de de ser desaloja<strong>do</strong> o inimigo d'essa importante e vantajosa<br />

posição, tinham resolvi<strong>do</strong> atacaI-o.<br />

« No dia 15 <strong>do</strong> corrente mez, e na occasião em que me apresentei<br />

para assumir o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito brazilejro, ficou ajusta<strong>do</strong> entre<br />

aquelles 81'S. generaes e eu que se levac::se a effeito o ataque, e toma<strong>da</strong><br />

aquelJa posição.<br />

« Na n(lite <strong>do</strong> me mo dia 1- determinei ao Leigadeiro Guilherme<br />

Xa,'ier de Souza, que, com a l' di vi ã <strong>da</strong> infantaria brazileira sob<br />

seu comman<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong> 4 boc" de fogo, além de uma força <strong>do</strong> batalhão<br />

de engenheiros com ferramenta de apa<strong>do</strong>re., fosse pernoitar nas immediações<br />

<strong>da</strong> posição aiacavel com o fim de a sorprender na madruga<strong>da</strong><br />

seguinte, preven<strong>do</strong> que já e tivessem adianta<strong>da</strong>s as obra <strong>da</strong> trincheil'a<br />

em que o inimigo parecia trabalhar <strong>do</strong>us dias antes.<br />

« Determinei igualmente que a briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> coronel Oliveira Bello,<br />

campo ta de 3 batalhões, e pertencente á 3 a diíi:sào, fosse pernoitar no<br />

Potrero Piri, <strong>do</strong>nde, atravez elo maHo, e ele um pequeno campe tre immediato<br />

ao Potrero, se poderia talvez communicar para o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> boqumrão<br />

em que o inimigo con truia a trincheira; e ao brigadeiro J. L. Menna<br />

Barreto, comman<strong>da</strong>nta <strong>da</strong> 3' di viSlO <strong>do</strong> ex.ercito, incumbi a direcção <strong>do</strong><br />

ataque POl e e la<strong>do</strong>.<br />

« Foram. mais de:igna<strong>da</strong> 2 b cus de fogo de campanha, que, á.<br />

dispo ição de 8. Ex. o r. general Flore, poderiam com outra 2 de mon-<br />

. (l) Estes omcios furam publicaLlos oom muitas e 11Otavois altel,,'çães 110 20 vo1. ela.<br />

Htstol'ia de Pereira <strong>da</strong> OSl!\, I ags. 1 8 a l.'·t Esse escriplol' tOlDOU-OS d·.Js 1l')SSllS diarios,<br />

qli, uiio recebeu<strong>do</strong> eopi·.' <strong>do</strong>s ot'igin'I'~s, limitar 1m-se '1 retr.\dUZ11- S <strong>do</strong>s perioJicos de<br />

Blieuos-Aires.


214<br />

tanha existentes nas fortificações <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> nossa linha operar sob as<br />

ordens <strong>do</strong> mesmo general, <strong>contra</strong> a direita <strong>do</strong> entrinche.ramento inimigo.<br />

« Com taes disposiçõe, foi com elfeito ao romper <strong>do</strong> dia ]6 sorprendi<strong>do</strong><br />

o inimigo nos trabalhos <strong>da</strong> trincheira, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> ahi<br />

1 estativa de foguetes a congréve, e 146 peças de ferramenta de 'apa<strong>do</strong>res.<br />

« A força inimiga acudia com vigor ii. uefesa <strong>da</strong> posição, e o no o<br />

batalhão n. 12 de infantaria de linha, que formava a linha de atira<strong>do</strong>res,<br />

abrin<strong>do</strong> um espaço no ~eu centro, deu logar a que os batalhões<br />

21 0 de voluntarios e 14 0 de linha ataca sem vigorosamente a trincheira,<br />

levan<strong>do</strong> o inimigo de rojo até ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> boqueirão, onde, fazen<strong>do</strong> este<br />

uma volta para o la<strong>do</strong> direito, eram os nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s excessivamente<br />

olfendi<strong>do</strong>s pelo inimigo colloca<strong>do</strong> na extensa continuação de sa volta,<br />

receben<strong>do</strong> elles ao mesmo tempo não só tiros de metralha e de foguetes<br />

á congréve, como vivissimo fogo de fuzilaria, que partia de to<strong>do</strong> o interior<br />

<strong>do</strong> matto sobre o flanco direito.<br />

« Kessa situação tornou-se o combate sobremaneira renhi<strong>do</strong>, entretanto<br />

que a nossa artilharia não podia operar pela estreiteza <strong>do</strong> terreno,<br />

occupa<strong>do</strong> to<strong>do</strong> pela infantaria.<br />

« A nossa columna de ataque não pôde deixar de perder terreno,<br />

retiran<strong>do</strong>-se em ordem. até se collocar de now sobre a trincheira de<br />

onde continuou a su tentar o fogo, reve 'an<strong>do</strong>-se os corpus, na melhor<br />

ordem passiveI, nesse desfiladeiro em que nem bem se podia formar em<br />

batalhão de frente.<br />

« Depois de começarIa o combate tinha.eu manfla<strong>do</strong> avançai' a 1&<br />

di visãO de infantaria sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> brigadeiro Argollo FerrãO, e<br />

pelas 91/2 horas <strong>do</strong> dia entroll e ta. divisão em acção, sub titllin<strong>do</strong> a<br />

4" que não só havia offri<strong>do</strong> grave. per<strong>da</strong>, como se achava cansa<strong>da</strong>,<br />

não obstante o vigor ê coragem com que ain<strong>da</strong> pelejava.<br />

. «A la divisão pl'oseguio no combate elo mesmo mo<strong>do</strong> que aquella,<br />

sen<strong>do</strong> reforça<strong>da</strong> com 2 batalhões, e depoic;, pela' 5 horas <strong>da</strong> tarde, por<br />

uma briga<strong>da</strong> argentina sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Conesa, a qual<br />

pelejou tambem com deno<strong>do</strong> e corag'em, revesan<strong>do</strong>-se to<strong>do</strong>s esses corpos<br />

convenientemente.<br />

« Só depois <strong>da</strong>s 9 horas <strong>da</strong> noite começou a diminuir o fogo <strong>do</strong><br />

inimigo, continuan<strong>do</strong>-se, porém, de espÚ.~o em eSJ'aço simultanea fuzilaria,<br />

tiros de metralha e foguet.es à co"gréve, lança<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s pontos occupa<strong>do</strong>s<br />

pelo inimigo.<br />

« A bat?ria <strong>da</strong> extrema esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> nossa vanguar<strong>da</strong>, sob o man<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> general Flores, secun<strong>da</strong>va o ataque, motl'alhan lo o maito em que o


215<br />

mImIgo combatia, e bem assim o caminho por onde se dirigia a força<br />

paraguaya para o la<strong>do</strong> <strong>da</strong> acção.<br />

« Por ordem <strong>do</strong> mesmo general as peças de campanha que tinham<br />

si<strong>do</strong> postas a sua disposição, e as 4 que marcharam com o brigadeiro<br />

Guilherme de Souza convergiram a operar por uma entra<strong>da</strong> na ponta<br />

<strong>do</strong> matto immediatamente ao logar <strong>da</strong> trincheira ataca<strong>da</strong>, e to<strong>do</strong> o movimento<br />

por es a parte foi dirigi<strong>do</strong> pelo referi<strong>do</strong> general.<br />

« A briga<strong>da</strong> que sob a direc~ão <strong>do</strong> brigadeiro J. L. Menna Barreto<br />

occul ava o Potrero Piris, fez a pos ivel diligencia para entrar em combate,<br />

tentan<strong>do</strong> atraves ar o ma to por algumas pica<strong>da</strong>s que pareciam<br />

dirigir-se ao ponto occupa<strong>do</strong> pelo inimigo, o que, porém, não pôde conseguir<br />

pela grande distancia a que ficava e expes ura <strong>do</strong> mesmo<br />

matto.<br />

« A's 10 horas <strong>da</strong> noite fiz substituir to<strong>da</strong> a força que até então<br />

tinha combati<strong>do</strong> por 5 batalhões <strong>da</strong> 6" divisão sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> brigadeiro<br />

Victorino Monteiro, e que devia su tentar a posição conquista<strong>da</strong>.<br />

« O inimigo, não obstante ter i<strong>do</strong> desaloja<strong>do</strong> <strong>da</strong> trincheira disputa<strong>da</strong>,<br />

ain<strong>da</strong> fez alguns tiroteios e tiros de canhão e de foguete a congreve<br />

até pouco depois de meia noite, no que foi sempre correspondi<strong>do</strong>.<br />

« Esta exposição <strong>da</strong> a conhE'cer que o combate <strong>do</strong> dia 16 póde ser<br />

commemOla<strong>do</strong> como um brilhante feito d'armas <strong>da</strong> presente campanha,<br />

obstan<strong>do</strong>-se com eUe que o nimig-o tomasse sobre to<strong>do</strong> o acampamento<br />

<strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s tanta vantagem, que mais tarde tornaria o combate<br />

muito mais sanguinolento, e a no a actual posição de diffic:l e<br />

talvez impossivel su tentação.<br />

« To<strong>da</strong> a força que combateu preencheu bem o seu dever, e tem<br />

direito aos elogios que por mais de uma vaz tem cabi<strong>do</strong> ao ol<strong>da</strong><strong>do</strong> brazileiro<br />

pelo seu deno<strong>do</strong> e valor no combate.<br />

« Aos brigadeiro Guilherme de Souza e Argollo Ferrão, comman<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>da</strong>s divisões que mais parte tiveram na acção, cabem honro o<br />

elogios, e ao coronel Conesa, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> força argentina, bem<br />

mereci<strong>do</strong>s encomios pela coadjuvação presta<strong>da</strong> por ordem de S. Ex. o<br />

Sr. general em chefe <strong>do</strong>s exercitos allia<strong>do</strong>.<br />

« To<strong>do</strong>s os officiaes e mais praça rivalisaram em coragem e contancia<br />

durante a 15 horas deste tão renhi<strong>do</strong> combate. Entretanto, é<br />

de lamentar o perdermos alguns de no sos bravos officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong> 7<br />

pois nos ficaram fóra de combade cerca de 1.20:> praça, entre mortos<br />

e feri<strong>do</strong> 7 en<strong>do</strong> felizmente destes a maior parte levemente, como mais<br />

especifica<strong>da</strong>mente será detalha<strong>do</strong> com os <strong>do</strong>cumentos annexos á ordem<br />

<strong>do</strong> dia <strong>do</strong> exercito.


~16<br />

« Oalcula-se com muito boa razão que a per<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo seja<br />

superior a 2.000 homens, a julgar-se pelo numero de mortos que deLxou<br />

n s lagares em que puderam seI' Vi tos, sem contar Cllm o que ficaram<br />

di.'semina<strong>do</strong>s pelo matto em que combatiam.<br />

« Além <strong>da</strong> estativa de foguetes a congréve e <strong>da</strong> ferramenta aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong><br />

pelo inimigo na trincheira conq ui ta<strong>da</strong>, te,n si<strong>do</strong> achaflas até<br />

hoje nos logare' proximo, ao combate mais de 9~0 espingar<strong>da</strong>s e 600<br />

bayonetas, deven<strong>do</strong>-se mencionar o prejuizo causa<strong>do</strong> no parque d'J inimigo<br />

pur uma <strong>da</strong>s nossas grana<strong>da</strong>, cuja explosão fez voar grande<br />

porção de muniçõ s como foi visto por "to<strong>do</strong> o nosso exercito.<br />

« Este impo.'tante feito d'arma não só nos prestou os esclarecimentos<br />

obti<strong>do</strong>s por um reconhecimento de viva força, como nos deu a<br />

segurança <strong>do</strong> cam po que ora occupamo .<br />

« Deus guarde a V. Ex - Illm. e Exm. Sr. conselheiro Angelo<br />

Muniz <strong>da</strong> Silva Ferraz, mini 'tI'O e secrdtario de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s nfgocios<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

« Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> F. Q. Jordão,<br />

(l Marechal de cam po »<br />

EXPOSiÇÃO DO Gl)MBATE DE 18 DE JULHO DE 1866.<br />

« Oomman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> lo corpo de exercito imperial em operações<br />

no <strong>Paraguay</strong>. - Quartel-general em Tuyuty, 23 de Julho de 1866.<br />

« Depois de conquista<strong>da</strong> a trincheira inimiga, em consequ~ncia <strong>do</strong><br />

combate <strong>do</strong> dia 16, continuou na noite de 'se dia a ser es a posição occupa<strong>da</strong><br />

pela 6' divisão sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> brigadeiro Victorino Monteiro,<br />

bem como pela briga<strong>da</strong> argentina sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Conesa,<br />

que foi substitui<strong>da</strong> no dia 17 por outra briga<strong>da</strong> de 4 batalhões, tambem<br />

argentina, sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Oesario Dominguez. Durante este<br />

dia o inimigo apena fez <strong>contra</strong> aquellas forças ligeiros tiroteios e alguns<br />

tiros de canhão e foguetes á congreve.<br />

N~ noite de. 10 percebeu o brigadeiro Victorino Monteiro que o inimigo<br />

tentavá abrir pica<strong>da</strong> pelo interior <strong>do</strong> matto, protegen<strong>do</strong> este seu<br />

trabalho com repeti<strong>do</strong>s fogos de mosqueta<strong>da</strong>.<br />

« Ao amanhecer <strong>do</strong> dia 18, tratan<strong>do</strong>-se de fazer um reconhecimento<br />

mais positivo, começou o fogo pelo exterior e interior <strong>do</strong> matto que fica<br />

entre a tdncheira conqui ta<strong>da</strong> e a bateria inimiga, toman<strong>do</strong> parte no combate,<br />

e sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> brigadeiro Victorino Monteiro, to<strong>da</strong> a força<br />

brazileira e argentina que alli se achava.


217<br />

« Segun<strong>do</strong> as communicações d'aquelle brigadeiro, recebeu ene n'essa<br />

occa..ião ordem <strong>do</strong> Sr. general Flores para proseguir no ataque até á<br />

trincheira inimiga. O combate tornou-se então renhi<strong>do</strong> n'esse ponto, e<br />

ahi era dirigi<strong>do</strong> de conformi<strong>da</strong>de com as ordens <strong>do</strong> mesmo ::::1'. general,<br />

por isso que a posição ficava proxima ao flanco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong> nossa vanguar<strong>da</strong><br />

de que eUe é comman<strong>da</strong>nte.<br />

« ~em duvi<strong>da</strong> S. Ex, terá detalha<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o combate n'essa pr,sição<br />

o que me não é passiveI fazer por ter eu acudi<strong>do</strong> com outras forças<br />

não só à trincheira anteriormente conquista<strong>da</strong>, como aos pontos extremos<br />

<strong>da</strong> no~sa esquer<strong>da</strong>, por onde desconfiei que pudessemos ser contorna<strong>do</strong>.<br />

« A' 4· divisão sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> brigadeiro Guilherme de Souza,<br />

que marchou em protecção <strong>da</strong> 6'" engaja<strong>da</strong> no fogo, indiquei uma ,posição<br />

conveniente não só para esse fim como para defender aquella trincheira.<br />

« Essa 4" divisll:o concorreu tambem com parte de sua força l)ul'a<br />

o ataque dirigi<strong>do</strong> pelo general Flores, até que, ten<strong>do</strong> ordem para se<br />

retirar, reoccupou a posiÇãO por mim indica<strong>da</strong>.<br />

« Pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Potrero Piris tinha eu man<strong>da</strong><strong>do</strong> po tal' o 8° e 16°<br />

batalhões de infantaria de linha e 10° de voluntarios <strong>da</strong> patria, pertencentes<br />

á 8" briga<strong>da</strong>, <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel D. José Ba1tha ar <strong>da</strong><br />

Silveira, reforça<strong>do</strong> estes corpos com o 2° e 3 0 regimentos de cavallaria<br />

ligeira elo corpo provisol'io de cavallaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional, que e<br />

acham arma<strong>do</strong> como infantaria, e tan<strong>do</strong> to<strong>da</strong> e ta força sob a direcção<br />

<strong>do</strong> brigadeiro J. L. Menna Barreto, com o fim não 6 de chamar a<br />

attenção <strong>do</strong> inimigo para esse la<strong>do</strong>, fazen<strong>do</strong>-a divergir <strong>do</strong> principal ponto<br />

<strong>do</strong> ataque, como tambem para tentar a toma<strong>da</strong> de um posto fortifica<strong>do</strong><br />

e guarneci<strong>do</strong> com artilharia, como obra destaca<strong>da</strong> <strong>da</strong>s linhas inimigas,<br />

e que tem por fim batel' as pl'oximas aveni<strong>da</strong> <strong>do</strong> matto e immediações<br />

<strong>da</strong> lagÔa Piris.<br />

« E bn<strong>do</strong> e11 na tarde de 16, em consequencia <strong>do</strong> renhi<strong>do</strong> combate<br />

d'e se dia requisita<strong>do</strong> por prevenção <strong>do</strong> tenente-coronel Agostinho Maria<br />

Piquet o concurso <strong>do</strong> lo e 2 0 corpos d~ caça<strong>do</strong>re a cavallo, pertencentes<br />

ao ex.ercito <strong>do</strong> barão de Porto Alegre, e que se achavam no Pa so<br />

<strong>da</strong> Patria,oi o dito tenente-coronel prompto em marchar pa1'a, o meu<br />

acampamento na mesma noite de 16.<br />

«Na manhã de 18 lhe ordenei que tambem fos e tomar po'içilo<br />

no Potrero Piris, afim de proteger a força sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> brigadeiro<br />

J. L. Menna Barreto no ataque por aquelle la<strong>do</strong>. Com effeito depoi<br />

de ter e sa força investi<strong>do</strong> <strong>contra</strong> o referi<strong>do</strong> po to fortifica<strong>do</strong>, fiz tambem<br />

entrar em acção os <strong>do</strong>us corpos de caça<strong>do</strong>res a cavallo comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

pelo mesmo tenente-coronel Piquet.<br />

« O ataque durou 'até meia hora <strong>da</strong> tarde, ~onseguin<strong>do</strong>-se que a<br />

A 2l!l


força chegasse até ás proximi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> parapeito d'aquelle posto defendi<strong>do</strong><br />

energicamente pela artilharia e infantaria inimiga.<br />

« Ten<strong>do</strong>, porém, cessa<strong>do</strong> o fogo no ponto principal <strong>do</strong> ataque feito<br />

sob as ordens <strong>do</strong> general Flores, era inutil pro eguir na tentativa <strong>da</strong><br />

toma<strong>da</strong> <strong>do</strong> posto avança<strong>do</strong>, que nrro podia ser con erva<strong>do</strong> senão ten<strong>do</strong><br />

si<strong>do</strong> igualmente toma<strong>da</strong> a outra trincheira inimiga.<br />

« Ao general Emílio 1itre, que havia concor'l'i<strong>do</strong> ao lagar <strong>do</strong> COlllbate<br />

com uma força argentina, di e eu que não conviria tentar ain<strong>da</strong><br />

a toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> trincheira, e im conservar as po. içõe que occu pavamus;<br />

o que com e1feito suecedeu.<br />

« A esse tempo tive noticia que o lllllUlgO fizera um movimen o sobre<br />

o flanco direito <strong>do</strong> acampamento <strong>do</strong> exerCIto argentino, e quan<strong>do</strong> eu me<br />

dirigia a S. Ex. o Sr. general com man<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong>s exercites<br />

allia<strong>do</strong>s para me informar elo occort'i<strong>do</strong>, conhet'i que o inimigo tinha i<strong>do</strong><br />

bati<strong>do</strong> e rechaçaelo por esse la<strong>do</strong>.<br />

«Cessan<strong>do</strong>, portanto, o combate, fiz collocar convenientemente a<br />

força necessaria para sustentarmos to<strong>da</strong> as posições occupa<strong>da</strong>s de~de o<br />

(lia 16, e mandei então levantar algumas obras de fortificação para<br />

tç>rnar mais efficaz a occu pação <strong>do</strong>s nossos postos, e para melhor segurança<br />

<strong>do</strong> acampamento em que nos achamos. O mais breve possivel<br />

erão conclui<strong>da</strong>s essas obras.<br />

« Segun<strong>do</strong> as communicaçõe feitas pelo c01uman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong>s divisões<br />

e mais forças que entraram em acção n este dia, o exercito brazileiro<br />

teve fóra de combate cerca de 850 praças, entre mortos e feri<strong>do</strong>s, contan<strong>do</strong>-se<br />

no numero d'estes o brigadeiro Victorino Monteiro, que so1freu<br />

um ferimento grave na mão e quer<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> para notar que a maior<br />

parte <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s, como succedeu no dia 16, sejam leves, o que attl'ibúo<br />

a terem si<strong>do</strong> produzi<strong>da</strong>s pelos estilhaços <strong>da</strong>s arvore <strong>do</strong> expesso matto<br />

em que teve logar grande parte d'este combate, e por onde atravessava<br />

a fuzilaria e metralha inimiga.<br />

« A per<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo não póde ser deter~ina<strong>da</strong> por isso que combateu<br />

n'este dia sempre coberto pelas suas linhas entrincheira<strong>da</strong>s, mas,<br />

a julgar-se pela intensi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s fogos, deve ter eUe soft'ri<strong>do</strong> grandes<br />

per<strong>da</strong>s, principalmente- pelos mutiplica<strong>do</strong>s projectis de artilharia que lhe<br />

foram lança<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s nossas baterIas.<br />

« As forças que combateram n'esse dia em na<strong>da</strong> desmereceram <strong>do</strong><br />

valor com que o tem feito mais de uma vez.<br />

« Com os <strong>do</strong>cumentos que se devem ain<strong>da</strong> recolher <strong>do</strong> differentes<br />

corpos e briga<strong>da</strong>s <strong>do</strong> ex.ercito, melhor se poderão especificar os nomes<br />

<strong>da</strong>s praças que ficaram fóra de .combate.


« Deus guarde a V. Ex. - lllm. Exm. SI'. conselhei1'O Angelo<br />

Muniz <strong>da</strong> Silva Ferraz, ministro e secretario de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negocias<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

~ Poly<strong>do</strong>l"O <strong>da</strong> Fonseca Quintanilha Jordão~<br />

« Iarcchal de campo n<br />

38<br />

+Ordem <strong>do</strong> Dili <strong>do</strong> general Polyclol'o Jordão sobre os combales<br />

de 1Ô e 18 de Julho de 1866<br />

« Com man<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> lo corpo <strong>do</strong> exercito brasileiro em operações.<br />

- Qual'tel-get1eral em Tuyuty, 24 de Julho de 1866.<br />

O?"dem elo Diu n.<br />

::J<br />

« As~umin<strong>do</strong> o comman<strong>do</strong> deste primeiro corpo de exercito em<br />

opel'ações, achei-o em vespera de um combate, que emprehendi com<br />

plena certeza de que as nossas arma iam conqui tal' novas glorias<br />

para o Imperio, e offerecer à nos a hi toria mais uma pagina honrosa<br />

e brilhante; porque para um exel'cito como e te, acostuma<strong>do</strong> ao soffrimenta<br />

de uma campanha longa e laborio a, aguerri<strong>do</strong> por uma erie<br />

de combates em que tie tem con tantemente ennobreci<strong>do</strong>, o começo de<br />

uma acção e o preliminar de uma ,-jctol'ia infallivel.<br />

« O exercito inimigo, empre derrota<strong>do</strong>, não pode apreciar e ta<br />

ver<strong>da</strong>de, e, acreditan<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> poder tornar efficaz sua re. istencia, pelo<br />

conhecimento que tem de seu territol'i') coberto de ob taculos naturaes,<br />

tentou nma operação que lhe cu tOLl ensivei, per<strong>da</strong>s no eu pe oal,<br />

e mai.. uma humilhação para sua banc1eira; quiz ganllar posição obre<br />

o. nosso flanco e qUel'c10 <strong>do</strong>nJe pude', e bostili a.r no' a' força em eu<br />

p1'opl'Íos acampamentos, bater de ra,-e7. no"a linha.;; mai avança<strong>da</strong>,<br />

e, íodifican<strong>do</strong>- e nesses ponto. augmental' a ua clefeza, e 1'e trin iI'<br />

considerayelmente o no 'so campo.<br />

« Con. tl'uio n'e se intuito nrna trincheira. que, fechan<strong>do</strong> uma <strong>da</strong>s<br />

aveni<strong>da</strong>. <strong>do</strong> mato, flanqueava pela e quer<strong>da</strong> fi, no a vanguar<strong>da</strong>, e no<br />

dia 15 :'e animo\l a encetar .novo;' trabalho~, com () fim d flstender


220<br />

suas linhas pela costa <strong>do</strong> matto até um pequeno campestre forma<strong>do</strong> ahi<br />

em uma reintrancia. Si tivesse realisa<strong>do</strong> este pensamento, a nos a posição<br />

seria insustentavel, sen<strong>do</strong> bati<strong>da</strong>s as nossas linhas, me mo a mais<br />

retira<strong>da</strong>s.<br />

« Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> delibera<strong>do</strong> o assalto <strong>contra</strong> aquellas po.cições, na<br />

noite <strong>do</strong> me mo dia 15 ordenei que a 4- divi. ão, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr.<br />

brigadeiro Guilherme Xavier de Souza, com quatro boccas de fogo e<br />

um contingente <strong>do</strong> batal,hão de engenheiros, avançasse para a margem<br />

<strong>do</strong> matto, e se conservasse occulta <strong>do</strong> inimigo até ao romper <strong>do</strong> dia<br />

seguinte em que devia atacaI-o, e tive a satisfação de ver logo ao alvorecer<br />

<strong>do</strong> dia 16 que o -inimigo, ceden<strong>do</strong> ao impeto <strong>do</strong>s nossos bravos<br />

sol<strong>da</strong>d.os, retirava-se <strong>da</strong> suas posições mais avança<strong>da</strong>s, não só em procura<br />

de um refugio na trincheira que tinha construi<strong>do</strong>, como em parte<br />

disperso pelo matto.<br />

« Nessa trincheira continuou a resistir, ma cedeu ao fogos combina<strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong> no sa infantaria e <strong>da</strong> artilharia <strong>do</strong> exercito <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>,<br />

á qual mandei reunir mais uma bateria à di po ição <strong>do</strong> valente Sr. general<br />

Flores.<br />

« Os corpos que entraram n'essa primeira acção foram os batalhões<br />

20· e 31" de voluntarios, e 10° e 14° de infantaria.<br />

« Toma<strong>da</strong> a trincheira, e recuan<strong>do</strong> o inimigo pelo boqueirão, que<br />

essa fortificaçao cobria, nos as forças souberam conservar valentemente<br />

a sua posição, apezar <strong>do</strong> fogo activo de artilharm que lhe era dirigi<strong>do</strong><br />

de duas baterias paraguayas, que para alli convergiam com -tiros de<br />

grana<strong>da</strong>s, e a despeito <strong>da</strong> fuzilaria <strong>do</strong> borlueirão e <strong>do</strong> matto, que progressivamente<br />

se tornou mais inten. a.<br />

« Grande foi o esforço <strong>do</strong> inimigo para tomar a posição que acabava<br />

de perder, porém, maior foi a energia com que a no. a' forças<br />

se sustentavam, caben<strong>do</strong> e.:sa gloria não sÓ á 4' divisão com man<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelo Sr. brigadeiro Guilherme Xavier de Souza, como ti I' comman<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelo Sr. brigadeiro Alexandt'e Gomes de Argolo Ferrão, que o rendeu no posto<br />

ce honra às 9 1/2 horas <strong>da</strong> manhã, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> reforça<strong>da</strong> com mais<br />

<strong>do</strong>us batalhõe, e às 5 horas <strong>da</strong> tarde por uma briga<strong>da</strong> argentina, de<br />

quatro batalhões, sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. coronel Conesa.<br />

« Em quanto se <strong>da</strong>va na trincheira e.'se combate renhic10 e prolonga<strong>do</strong>,<br />

uma briga<strong>da</strong> de iníantal'ia a di. posição <strong>do</strong> Sr. brigadeiro Jo. é<br />

Luiz Menna Barreto, entrou pelo Potrel'o Piris, e tentou forçar outra<br />

fortificação <strong>do</strong> inimigo pela pica<strong>da</strong>, que bor<strong>da</strong> o gl'ande banha<strong>do</strong> onde<br />

terminam os seus entrmcheiramento .<br />

« As circumstancias locaes difficu1faram c()n~ideravelm(mte e ta 0Feração<br />

e tornou-se prudente aban<strong>do</strong>naI-a.


221<br />

« A persistencia <strong>do</strong> inimigo em querer desalojar-nos <strong>da</strong> sua trincl.;eira,<br />

prolongou o combate sempre renhi<strong>do</strong> até ás ro horas <strong>da</strong> noite<br />

e só então diminuio o fogo, retiran<strong>do</strong>-se eUe logo, aproveitan<strong>do</strong>-se <strong>da</strong><br />

e curidão <strong>da</strong> noite para encobrir os seus. movimentos e disfarçar a<br />

sua derrota; entretanto' continuou a fazer alguns tiros de foguete, de<br />

metralha, e mesmo tiroteios de infantaria <strong>contra</strong> os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> batalhão<br />

de engenheiros, e força que os protegia no trabalho de apropriar<br />

as trincheiras para a nos a defeza, e no accrescimo de outras<br />

faces que desenfiassem as nossas tropas <strong>do</strong>s fogos <strong>da</strong>s suas baterias.<br />

« E ·tes ~ogos de artilharia eram respondi<strong>do</strong>s por uma nossa bateria<br />

de foguetes de <strong>guerra</strong>, e pelas bocas de fogo que se achavam na<br />

extrema esquer<strong>da</strong> de nossa vanguar<strong>da</strong>.<br />

« Depois <strong>da</strong>s 10 horas a primeira divi ão foi substimi<strong>da</strong> por 5<br />

batalhões <strong>da</strong> 6 a divisão ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. brigadeiro Victorino José Carneiro<br />

Monteiro, que continuou a occupar a posiçãO, e bem assim os<br />

batalhões argentinos que antes tinham combati<strong>do</strong>.<br />

« Durante a noite de 17 o Sr. brigadeiro Victorino, persuadin<strong>do</strong>- e<br />

de que o inimigo occupava-se em abrir novas pica<strong>da</strong>.; para tornar a<br />

atacar a trinch ira que lhe tinha i<strong>do</strong> toma<strong>da</strong>, ao amanhecer <strong>do</strong> dia<br />

18 procedeu a um reconhecimento â. mão arma<strong>da</strong> sobre a proximi<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong> ua posição, mas {) inimigo, embosca<strong>do</strong> nos matto ,o metteu em um<br />

fogo tão vivo de diversas direcçõe, que obrigou não só to<strong>da</strong> a força<br />

sob seu com man<strong>do</strong>, como os batalllões arg"ntinos, a se empenharem no<br />

combate, que proseguio sob a direcção <strong>do</strong> Sr. gent'ral Flore-, com o fim<br />

de fazer o inimigo recolher-se aos seus entrincheiramentos.<br />

« Augmentan<strong>do</strong>- e as proporçõe' <strong>da</strong> luta, e para proteger a força<br />

engaja<strong>da</strong> no combate, mandei avan ar a 4' divi 'ão, e ao me mo tempo<br />

reforçar os corpos que occupavam o Potrero Piri, com o 8' e 16 0 batalhõe<br />

de infantaria, 2 e 3° regimento' de cavallaria que e acham<br />

arma<strong>do</strong>s de fuzil, elo corpo provisorio de guar<strong>da</strong> nacionaes, e bem<br />

assim uma força de caça<strong>do</strong>re~ a cavallo, <strong>do</strong> '20 corpo de exercito, ob<br />

o man<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente- coronel Agostinho faria Piquet, quer para [ectuar<br />

a resi~tencia preci 'l no caso de um ataque, quer para algum<br />

acommettimento opportuno 'obre o entrincheiramentos <strong>do</strong> inimio'o,<br />

« Durou o combate até 1 <strong>da</strong> tal'de, en<strong>do</strong> o inilllio'O for' <strong>do</strong> a<br />

recolher- e as suas fortificaçõe fican<strong>do</strong> por nó melhor onheci<strong>da</strong><br />

essas posições.<br />

« E' para la timar lJ.ue nos combate de 16 1 h-e"emo fora<br />

<strong>da</strong>s fileiras cerca de 2,050 praça, entl morto e ferid ucceden<strong>do</strong><br />

felizmente que destes a maior parte ,eja d ~ l'imento leve.<br />

« O inimigo teve per<strong>da</strong> que o accidentes <strong>do</strong> terr no não deixam


222<br />

bem avaliar, por ser este em geande parte coberto de matto e e tal'<br />

<strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por suas trincheiras; mas é fóra de duvi<strong>da</strong> que são ellas muito<br />

superiores as nossas, poden<strong>do</strong>-se mesmo asseveear que excedem de 2.500<br />

praças, a julgar-se pelo numero de mortos deixa<strong>do</strong>s no terreno em que<br />

se combateu; e bem assim uma e tativa de foguetes de <strong>guerra</strong>, e<br />

146 peças de ferramenta de sapa<strong>do</strong>re, aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong>s na trincheira que<br />

construia, e mais de 900 e pingar<strong>da</strong>s e 60J bayonetas recolhi<strong>da</strong>s depois<br />

·<strong>do</strong>s <strong>do</strong>us diaH de combate.<br />

« Mencionan<strong>do</strong> em longos traços, como acabo de fazer, a13 operaçõe<br />

<strong>da</strong>s jorna<strong>da</strong>s de 16 e 18 <strong>do</strong> corrente mez, acredito ter lavra<strong>do</strong> o<br />

termo <strong>da</strong> victoria, porque um exercito deno<strong>da</strong><strong>do</strong> e brioso ..ó ensa.rilha<br />

as suas armas depoi de vencer, e registrar seu feitos é assignalar<br />

os seus triumphos.<br />

« O exercito brazileiro está ne te caso. A sua officiali<strong>da</strong>de comp"'e-se<br />

de uma moci<strong>da</strong>de esperançosa, avi<strong>da</strong> de glorias, orgulhosa de<br />

seus deveres, e zelosa <strong>do</strong> nome e <strong>da</strong> honra nacional; seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s não<br />

são conduzi<strong>do</strong>s ao combate pelas pena impo ta aos cobardes, e, pe'o<br />

<strong>contra</strong>rio, quasi to<strong>do</strong>s militan<strong>do</strong> por vontade, avançam espontaneamente<br />

<strong>contra</strong> o inimigo, abraza<strong>do</strong>s I~elo patrioti mo, e di. putam entre 'i a<br />

preferencia de bater-se pela patria Um exeecito como este faz igualmente<br />

o orgulho <strong>do</strong> seu general em chefe, engrandece o seu raiz, e<br />

ennobrece-se a si proprio.<br />

« Citar os nomes <strong>do</strong>s que cumpriram o seu dever no combate,<br />

seria transcrever os de to<strong>do</strong>s que neUe entraram, e assim acere centarei<br />

apenas os louvores ao Srs. brigadeiros Alexandre Gome. de Argollo<br />

Ferrão (' Guilherme Xavier ele Souza, pelo deno<strong>do</strong> com que comb·1.­<br />

teram e bem dirigiram as forç'ls que comman<strong>da</strong>vam; ao Sr. brigadeiro<br />

Victorin, Jo é Carneiro Monteieo, 1ela me ma ra'~HO caben<strong>do</strong>-lhe mai:<br />

a ·sorte de ter si<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> gravemente, e· ao Sr. brigadeiro .Tosé Luiz<br />

Menna Barreto, por ter bem occu~a<strong>do</strong> o po,to que lhe foi de igna<strong>do</strong>.<br />

« To<strong>do</strong> os Srs. officiaes que compunham o meu esta<strong>do</strong>-maior<br />

transmittiram. com presteza e pontuali<strong>da</strong>de, as minhas orden. O Sr.<br />

deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte geneeal interino, coadjuva<strong>do</strong> pelo sen as istente,<br />

e um <strong>do</strong>s sens aCljuntos, cumpria bem os. eu devere, to<strong>do</strong>s me acompanharam<br />

ao lagares em que me achei; bem como o Sr. tenente­<br />

COl'onel chefe <strong>da</strong> commissão de et'll'enheiro, que, ten<strong>do</strong> vin<strong>do</strong> <strong>da</strong> côrte<br />

e se apresenta<strong>do</strong> ao exercito no dia 18, as istio ao ultimo combate.<br />

« Igualmente bem se portaram to<strong>do</strong>s os rs. officiae'" <strong>do</strong>s e ta<strong>do</strong>smaiores<br />

<strong>da</strong>s divisões e briga<strong>da</strong>s que entraram em acç1o: me~ecem porém<br />

um elogio esrecial o Sr. major Ago tinha Marques de, 'a, porque, ten<strong>do</strong><br />

si<strong>do</strong> contuso elll um b~'aço no combate de IR, Flpl'eSentou-. não oh~tante


2Q3<br />

para o <strong>do</strong> dia 18, e o Sr. tenente aju<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 22° corpo de voluntarios<br />

<strong>da</strong> patria João Rodrigue Freire de Carvalho, porque, servin<strong>do</strong> ás ordens<br />

<strong>do</strong> Sr. bdgadeiro Argollo, o vi sempre durante to<strong>da</strong> a acção de 16 com<br />

muita activi<strong>da</strong>de, coragem e desembaraço, no cumprimento <strong>do</strong>s seus<br />

deveres; e bem a.sim o Sr. major de commis ão Antonio Tiburcio Ferreira<br />

de Souza, porque, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>, posto que levemente, depois<br />

de cura<strong>do</strong> voltou ao combate; o Sr. 2° tenente de artilharia Marcos<br />

de Azeve<strong>do</strong> e Souza, por ter dil'igi<strong>do</strong> com bastante irrtelligencia e coragem<br />

os tiros de uma boca de fogo assesta<strong>da</strong> na trincheira conquista<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong><br />

ahi feri<strong>do</strong> pela metralha inimiga; o Sr. capitão Jorge Diniz de Santiago<br />

por ter dirigi<strong>do</strong> com muita intelligencia uma b teria de foguetes de<br />

<strong>guerra</strong>. O Sr. tenente <strong>do</strong> 4" corpo de caça<strong>do</strong>re a cavallo Placi<strong>do</strong><br />

Fialho de Oliveira Ramos é digno de subi<strong>do</strong> elogio, porque, sen<strong>do</strong> assistente<br />

<strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> quartel-mestre general junto á l5 a briga<strong>da</strong>,<br />

pedia para combater na fileira e po<strong>do</strong>u-se com muita bravura e<br />

foi feri<strong>do</strong>.<br />

« Cabem honro os louvores a to<strong>da</strong>s as praças <strong>da</strong> L" companhia <strong>do</strong><br />

6.° batalhão de voluntarios <strong>da</strong> patria, com man<strong>da</strong><strong>da</strong> , pelo Sr. capitão<br />

Pedro Corrêa de Albuquerque, pela defeza eflicaz presta<strong>da</strong> por to<strong>da</strong>s<br />

essas praça.,; a uma <strong>da</strong>s nos as bocas de fogo, que o inimigo tentou<br />

tomar, e sobre a qUil.l carregou com muita energia.<br />

« O forriel <strong>do</strong> 7.° batalhão de mfantaria Manoel 1arques de Queiroz<br />

e Albuquerque praticou um acto de subi<strong>do</strong> merecimento, levantan<strong>do</strong> e<br />

conduz~n<strong>do</strong> a bandeira de seu batalhão na occa ião em que o portabandeira<br />

c, hio morto pro\imo á <strong>contra</strong>-e5'carpa <strong>do</strong> fo so inimigo (I).<br />

O cabo de esquadra <strong>do</strong> 1.0 ua.talhão de artilharia a pé José :\lves de<br />

Almei<strong>da</strong>, tornou- e recommen<strong>da</strong>vel, porque ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>, continuou a<br />

combater com deno<strong>do</strong> e bravura até que, obriga<strong>do</strong> pelas exce iva dÔre,<br />

foi retira<strong>do</strong> <strong>da</strong> acção; e o corneta <strong>do</strong> 12' batalhão de infantaria Manoel<br />

Sabino <strong>do</strong> Nascimento, praticou um acto de cOl'agem, avançan<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> direita <strong>da</strong> linha em que se achava e matan<strong>do</strong> com o seu abre a um<br />

saq:~ento inimigo, que investia <strong>contra</strong> uma bocca de focio, de montanha.<br />

« Não deixarei de fazer uma men~ão holl1'o a á memoria <strong>do</strong> bravo<br />

e intelEgente tenente <strong>do</strong> e ta<strong>do</strong>-maior de 1.' clas e Manoel Ignacio arneiro<br />

<strong>da</strong> Fontoura, que morreu no dia I glorio a e deno<strong>da</strong><strong>da</strong>mente<br />

no fosso <strong>da</strong> t:'incheira inimigl, quan<strong>do</strong> c mo, sapa<strong>do</strong>re procura,a ntulha1-0,<br />

afim de facilitar a pa'> agem. á no a infantaria. A per<strong>da</strong> d te<br />

prestante oflicial foi de certo muito en i~-el.<br />

« Farei igualmente justiça declaran<strong>do</strong> que<br />

que tomaram parte nos combates de 16 e 1<br />

(1) Vist.a (I. Tho.l1pson.<br />

o corpo d te exercito<br />

ão além <strong>do</strong>' que e


224<br />

acham acima especifica<strong>do</strong>s, os seguintes: l°, 2°, 3°, 6°, ./0, 9", lno, 15°<br />

16", 19°, 2Lo, 22°, 24°, 26°, 30°, 38°, 40° e 4DO de voluntarios <strong>da</strong><br />

patria, o batalhão oriental denomina<strong>do</strong> - Voluntario Independente -, e<br />

os no_sos batalhões de infantaria de linha n'. 1, 2, 4, 5, R, 7, 12 e 13.<br />

~ Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca Quint3nilba Jordão~<br />

(l Marechal de campo. )1<br />

39<br />

t /Jarles of/iciaes elos comman<strong>da</strong>ntes ele divisõe , bl'Íga<strong>da</strong>s e corpos<br />

sobre o combate de 16 ele Julho ele 1886<br />

A) PARTE Olt'FWIAL DJ COMi\lAl DANTE DA 4- DIVI ÃO:<br />

~ Quartel general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 4.· divisão, no acampamento de<br />

Tuyuty, em 17 de Julho de 1866.<br />

« 111m. e EXIll. r.-Em ob. erv .ncia â circular <strong>do</strong> quartel-general<br />

dI) comman<strong>do</strong> em chefe, desta <strong>da</strong>ta, cumpre-me levar ao conhecimento<br />

de V. Ex., que a divisão <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> a destina<strong>da</strong><br />

por V. Ex. para a empreza de apossar-se de uma fortificação<br />

que o inimigo construia sobre o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> acampamento <strong>do</strong> exer­<br />

CIto, marchei na núite <strong>do</strong> dia 15 <strong>do</strong> corrente a pernoitar nas proximi<strong>da</strong>des<br />

de nossa linha de frente, lugar mais proximo <strong>da</strong> dita fortificação,<br />

afim de sorprender o inimigo nessa madruga<strong>da</strong>, na posição que<br />

occupava.<br />

« Pouco antes de clarear o dia, pon<strong>do</strong>-me em marcha com a divisão,<br />

2 peças de montanha de calibre 4, e 50 praças <strong>do</strong> batalhão de<br />

engenheiros com a ferramenta necessaria, sorprendemos o inimigo em<br />

seu entrincheirame~to, onde resistio elie por algum tempo ao batalhão<br />

que fazia a vanguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> columna.<br />

« Força<strong>do</strong>, porém, por outros <strong>do</strong>us batalhões que immediatamente<br />

mandei carregar sobre o entrincjleiramento, foi o inimigo rfchaça<strong>do</strong>) deixan<strong>do</strong><br />

alguns mortos e feri<strong>do</strong>s, e aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> não SÓ uma e tativa<br />

de foguetes á congréve, como grande quanti<strong>da</strong>de de ferramenta com que<br />

trabalhava.<br />

« Continuan<strong>do</strong> a perseguir o inimigo na e treita bocaina em que<br />

se havia entrincheira<strong>do</strong>, onde com difficul<strong>da</strong>de apenas se podia metter<br />

em linha um batalhão, o fomos levan<strong>do</strong> até quasi o fim dessa abertura.


225<br />

Ahi, fazen<strong>do</strong>-se forte o inimigo, por en<strong>contra</strong>r grandes reforços, tornou-se<br />

geral o ataque; e lançan<strong>do</strong> sobre nós foguetes à congreve, fazia<br />

ao mesmo tempo fogo de metralha peh nossa direita, onde além <strong>do</strong><br />

matto, tinha colloca<strong>do</strong> artilharia, hostilisan<strong>do</strong> as im não só a nossa vanguar<strong>da</strong>,<br />

como a força de reserva. Forçoso foi pois principiar a retirar<br />

a nossa vanguar<strong>da</strong>, em conse>quencia <strong>da</strong> grande quanti<strong>da</strong>de de gente que<br />

ia fican<strong>do</strong> fóra de combate.<br />

« Mandei então que as duas peças de montanha, e mais outras duas<br />

que e me tinham reuni<strong>do</strong> <strong>do</strong> l° regimento de artilharia a cavallo, em<br />

posição conveniente fizessem fogo, responden<strong>do</strong> a artilharia <strong>do</strong> inimigo,<br />

e mandei igualmente que alguns batalhões em ordem extensa. se introduzissem<br />

no matto que ficava à nossa direita, afim de transpôl-o e<br />

flanquear a bateria que en~iio jà o inimigo havia colloca<strong>do</strong> em outro<br />

entrincheiramento analogo ao primeiro.<br />

«Infelizmente porém, pouco foi o re ulta<strong>do</strong> que colhemo desta<br />

operação, effectua<strong>da</strong> por muitas vezes, porquanto, além <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong> matto, apena a nossa forya se approximava à margem <strong>contra</strong>ria, era<br />

immediatamente força<strong>da</strong> a retirar-se, com o vivi imo e continua<strong>do</strong> fogo<br />

de metralha e fuzilaria <strong>do</strong> inimigo, sem que nos fosse permitti<strong>do</strong> transpôr<br />

o matto, e conseguirmos o fim que tinhamos em vIsta.<br />

« Ao pas o que o ataque se fazia por este la<strong>do</strong>, não cessava igualmente<br />

de ser feito pela no sa frente; e posto que muita vezes tivessemos<br />

de levar de rojo o inimigo, outras tanta foi forçoso retirar,<br />

pela grande força que este tinha reuni<strong>do</strong> na extremi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> abertura<br />

. que communicava com o campo em que se achava; haven<strong>do</strong> já feito<br />

pas ar para o nosso flanco e quer<strong>do</strong> algumas columnas de infantaria.<br />

« O ataque haven<strong>do</strong> principia<strong>do</strong> ás cinco e meia horas <strong>da</strong> manhã,<br />

e permanecen<strong>do</strong> debaixo <strong>do</strong> mais horrivel fo~o de fuzilaria e metralha<br />

<strong>do</strong> inimigo nesta oscilla)i.o até depois <strong>do</strong> meio dia, man<strong>do</strong>u então V. Ex.,<br />

que a divisão de meu comman<strong>do</strong> pela grande quanti<strong>da</strong>de de praças que<br />

tinha jà fóra de combate, e pela fadiga, fo se substitui<strong>da</strong> pela I" diviSãO,<br />

que em nosso logar engajou o fogo com o inimigo, occupan<strong>do</strong> a posição<br />

que ao mesmo tinhamos toma<strong>do</strong>, e su tentavamos.<br />

« Durante o ataque foi reforça<strong>da</strong> a aivi ão com os batalhões 6° de<br />

infantaria e 9° de voluntarios <strong>da</strong> patria, ambos <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> tenente<br />

coronel Antonio <strong>da</strong> 8ilva Paranhos, e com o 8° e 16° de infantaria,<br />

estes <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> coronel D. José Balthazar <strong>da</strong> Silveira. O comportamento<br />

<strong>da</strong> divisão, e quanto foi renhi<strong>da</strong> a peleja, V. Ex. apre enciou,<br />

e demonstra o eleva<strong>do</strong> numero de cincoenta e oito officiaes po tos fóra<br />

de combate, comprehendi<strong>do</strong>s neste numero, morto, o tenente-coronel José<br />

Martini, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 14° batalhão de infantaria, feri<strong>do</strong>~ gravement~<br />

A 29


o coronel fanoel José ~IachaJo <strong>da</strong> Costa, commall<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 31° corpo<br />

de voluntarios, o tenente-coronel Joaquim Ca\'alcallti de Albuquerque<br />

Bello, comman<strong>da</strong>nte d 19° corpo Je voluntarios, o lIlajtJr João de Souza<br />

Fagun·les, COillman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 10° batalhão de infantaria, e levemente o<br />

tenente-coronel Carlos Cyrillo de Castro, com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 20° COL'pO<br />

de voluntarioso<br />

« Cumprv um d\lver fazen<strong>do</strong> especial m·nção <strong>do</strong> sangue frio e<br />

coragem com que, durante o ataque, .'e portaram o. coronel José Auto<br />

<strong>da</strong> -'ilva Guimarães, com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> lIa briga<strong>da</strong>, o tenente-coronel<br />

Antonio <strong>da</strong> Sil\Ta ParanllO , contuso no peito, e w<strong>do</strong>s os comman<strong>da</strong>nte<br />

de corpos <strong>da</strong> divisão, toman<strong>do</strong>- e por isso dignos <strong>do</strong> maiore' elogios.<br />

','ornam-se tambem dignos <strong>da</strong> mais honro a lUen~ão os officiaes seguintes,<br />

que compoem o esta<strong>do</strong> maior <strong>da</strong> divi 'ão sob meu comman<strong>do</strong>, pela maneira<br />

digna e brilhante com que se portaram durante o combate não 36 na<br />

transmissão de minhas ordens, como pela intelligencia com que cumpriram<br />

seus de, eres: major Ago tinho Marques de Sã, 3s~istente elo<br />

deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general; capitão de voluntarios Remigio ue Senna<br />

Pereira, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-me tre-general; tenente de<br />

commissão Delfino Jo é de Gouvêa, escripturario <strong>da</strong> re;Jartiçãu <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte<br />

general; alferes de commi srw Franci co Maria de As 'is, e cl'ipturario<br />

<strong>da</strong> repartição Jo quartel-mestre-general; tenente Joaquim Mariano<br />

de Siqueira, aju<strong>da</strong>nte de ordens, e alferes de com missão Jovita Duarte <strong>da</strong><br />

Silva, aju<strong>da</strong>nte de campo; haven<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o primeiro contuso, e o segun<strong>do</strong><br />

e ultimo gravemente feri<strong>do</strong>s.<br />

« Deixou de entrar no ataque o lo COl'pO de vol untarias, que com<br />

o 14° batalhão de infantaria foram man<strong>da</strong><strong>do</strong>s guamecer uma bocaina á<br />

direita <strong>do</strong> entrincheiramento inimigo, fican<strong>do</strong> ambos estes corpos sob o<br />

comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente-coronel Domingos José <strong>da</strong> Costa Pereira, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 13' briga<strong>da</strong>; o 14° batalhão de infantaria porém, reunia-se depois<br />

à divisão e tomou parte no ataque.<br />

« Inclusas tenho a honra de remetter à V. Ex. não só as parte!<br />

<strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes de briga<strong>da</strong>s e corpos <strong>da</strong> divis10 e contingente de<br />

engenheiros, como tambem as relações, por corpos, <strong>do</strong>s officiaes mortos,<br />

feri<strong>do</strong>s e contusos, não o pnden<strong>do</strong> fazer ain<strong>da</strong> <strong>da</strong>s praças de pret por<br />

ser o seu numero em escala maior, e depender de mais espaço de<br />

tempo.<br />

« Deus guarde a<br />

polyuoro <strong>da</strong> Fonseca<br />

corpo de exercito.<br />

V. Ex.--- 111m. e Exm. Sr. n1aréchal de campo<br />

Quintanilha Jordrro, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> I"<br />

li: Gui.lhel~nú~ 'X..~vier de §ouza;<br />

« Bragadeiro, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> lu divisão.)'


227<br />

A 1)<br />

Brigaria A~/o<br />

Guirltarães (lI' briga<strong>da</strong>, I' divisãO,)<br />

« IUm. Sr.-Cumpre-me ,levar ao co~hecimeuto de V. Ex. que a<br />

}}' briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong> formou no dia 15 <strong>do</strong> corrente, <strong>da</strong>s 7<br />

para a 8 horas <strong>da</strong> noite, e seguio a tomar POSiÇãO nas proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />

linha <strong>da</strong> frente e á esquer<strong>da</strong>, onde pernoitou, marchan<strong>do</strong> de'te ponto ao<br />

clarear <strong>do</strong> dia 16 em direcção á bocain.a em que o inimigo estava fortifica<strong>do</strong>.<br />

Ao approximar-"e a briga<strong>da</strong> <strong>da</strong> trincheira, recebeu vivo fogo,<br />

e por ordem de V. Ex. carregaram os batalhões 20· e 31" de voluntarios,<br />

que immediatamente a: assaram-se <strong>da</strong> trincheira, 11em como de uma<br />

estati va de foguetes e muitos instrumentos de cavar terra, e levaram o<br />

inimigo até o fun<strong>do</strong> <strong>da</strong> bocaina. O inimigo deixou ahi algum mortos.<br />

« Toma<strong>da</strong> a trincheira seguiram estes corpos em ·persegui ão ao inimigo,<br />

assim como o lO· batalhão de infantaria; fiz tambp.m seguir para<br />

a. linha de fogo o batalhão 14· de infantaria que tinha torna<strong>do</strong> por<br />

ordem de V. Ex. posição á e'quer<strong>da</strong>.<br />

« E te corpos BU tentaram vivi~simo fogo <strong>contra</strong> o inimigo, quer nas<br />

mattas quer fÓra dellas, e só se retiraram ii. I hora <strong>da</strong> tarde, para se<br />

refazerem de muniçãe e descançar, sen<strong>do</strong> nesta occa íà.O substituí<strong>do</strong>s<br />

pelos <strong>da</strong> I' divisão.<br />

« Da,; 2 para a 3 horas <strong>da</strong> tarde avançaram de nOlo para a linho.<br />

<strong>do</strong> fogo, paI' ordem de V. Ex., afim de protegerem o corpos <strong>da</strong> me ma<br />

divi ão, o 20 e 31 de vol11ntario e 14° de infantaria, d'onde se .retiraram<br />

ao escurecer.<br />

0<br />

« O comportamento <strong>da</strong> brig'a<strong>da</strong> foi exemplar, e V. Ex. que nos levou<br />

ao combate, foi deUe testemunhi\ ocular<br />

« Cumpro um dever mencionan<strong>do</strong> o comporLamento <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>do</strong>s corpo., bem como <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>s desta briga<strong>da</strong>.<br />

« O coronel Manoel José Macha<strong>do</strong> <strong>da</strong> Costa, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 3ide<br />

volllntarios, o. tenente" coroneis Carlos Cyrillo de Castro, e JO'é<br />

Martini, c mman<strong>da</strong>nte, e~te, <strong>do</strong> 14° de infantaria, aqnelle, <strong>do</strong> 20' de<br />

volulltarios, e o major João de Souza Fagundes, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> lO'<br />

de linha, portaram-se brilhantementf>, com cor'\gem bravnra. enthusiasmo<br />

e calma até o momento em qt:e deixaram de combater. O coronel<br />

Macha<strong>do</strong> retirou-se feri<strong>do</strong> gra'o'emente; o tl:lnente-coro:lel José<br />

lVIartiní moreeu no combat ; o tenente coronel 'yrillo de Ca tro e o<br />

ma,jor Fagunde.' foram feri<strong>do</strong>·' gravemente,


228<br />

« Tomaram os coruman<strong>do</strong>s destes corpos, e, com eUes continuaram a<br />

combater, os o:ffi.eiaes seguintes: major Affonso Jo é de Almei<strong>da</strong> CÔrte<br />

Real, o <strong>do</strong> 31° de voluntarios <strong>do</strong> qual era fis~al; o capitão Francisco<br />

Manoel <strong>da</strong> Cunha Junior, o <strong>do</strong> 20" de ,oluntarios <strong>do</strong> qual era fi cal;<br />

e<br />

O capitão Francisco Borges Lima (<strong>do</strong> 9° de infantaria e fi 'cal <strong>do</strong> 19°<br />

de voluntarios) o <strong>do</strong> 14° de linha, sen<strong>do</strong> e te tambem sub titui<strong>do</strong>, por<br />

ter si<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>, pelo capitão Francis'co Manoel Soares <strong>do</strong> 12° de linha;<br />

o capitão Manoel Pereira de •'ouza Burity, o <strong>do</strong> 10° de infantaria de<br />

linha por ter si<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> o major fiscal Theotonio Joaquim de Almei<strong>da</strong><br />

Fortuna.<br />

«Este o:fficiaes portaram- e com coragem e bravura.<br />

«( Tambem são dignos de menção pelo di cernimento, coragem e bravura<br />

na transmis ão <strong>da</strong>s minhas ordens, o capitão João Jo é Car<strong>do</strong>so<br />

<strong>do</strong> 9° batalhão de infantaria, e o tenente de esta<strong>do</strong> maior de I' cla'se<br />

Luiz Antonio de Miran<strong>da</strong> Freitas, aquelle a sistente <strong>do</strong> aj u<strong>da</strong>ote general,<br />

e este <strong>do</strong> quartel-mestre general, e o alferes Julião Augusto <strong>da</strong> Serra<br />

Martins, aju<strong>da</strong>nte de ordens; ten<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> o tenente Miran<strong>da</strong> Freitas i<strong>do</strong><br />

buscar munições e distribuir pelos corpo' que ain<strong>da</strong> combatIam, e que<br />

dellas já necessitavam.<br />

(C Juntas achará V. Ex. as parles <strong>do</strong>s com man<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpo, pelas<br />

quaes verá quaes os o:fficiaes e praças que mais se distinguiram no combate,<br />

e assim as relações <strong>do</strong>s morto, feri<strong>do</strong>s e extravia<strong>do</strong>s.<br />

« Cumpro tambem um dever nrro omittin<strong>do</strong> o tenente aju<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

14° batalhão de infantaria Tertuliano <strong>da</strong> Costa, (Jue assumio o oomman<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> mesmo batalhão, quan<strong>do</strong> foi morto o tenente coronel José Martmi, até<br />

que se nomeasse outro comman<strong>da</strong>nte.<br />

« Deus guarde a V. Ex.- Acampamento <strong>da</strong> 11' briga<strong>da</strong> em Tuyut)',<br />

17 de Julho de 1866. - 111m. Sr. brigadeiro Guilherme Xavier de Souza,<br />

mui digno commatl<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 4.' divisão.<br />

« JOl!lé A.ut,o <strong>da</strong> Silva Guhuarães,<br />

« Coronel c mm nchntc. »<br />

Eis, em resumo, o que consta <strong>da</strong>s parte officiaes <strong>do</strong>s commal1<strong>da</strong>ntes<br />

de batalhões <strong>da</strong> 11& briga<strong>da</strong>:<br />

10° BATALHÃO DE INFANTARIA. DE LINHA. - Comman<strong>da</strong>nte majol' Faguncles.-Feri<strong>do</strong><br />

este, a sumio o comman<strong>do</strong> o major Theotonio Fortuna,<br />

que, por ser tambem feri<strong>do</strong>, entregou á., 4 hora <strong>da</strong> tarde o batalhão<br />

&0 capitão Souza Burity (este recebeu tambem uma contusão).


229-<br />

A parte <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte interino limita-se a elogiar o procedimento<br />

<strong>do</strong> batalhfL0, e a recommen<strong>da</strong>r os ofliciaes e praças que mai<br />

se di tinguiram.<br />

Transcreveremos S0mente' o seguinte trecho para o fim indica<strong>do</strong><br />

em notas anteriores:<br />

4(. " o cabo de esquadra <strong>da</strong> I' companhia Renovato José de Andrade,<br />

que fazia parte <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> <strong>da</strong> bandeira (1), ao ver o oflicial que a trazIa<br />

derruba<strong>do</strong> por um ferimento grave, immediatamente della se apossou.,. ,.<br />

14 0 BATÁLHÃO (PR0V1S0IUO) DE INFANTA LUA DE LINHA (guar<strong>da</strong>s nacionaes<br />

designa<strong>do</strong>s, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Rio de Janeiro).-Oomman<strong>da</strong>nte, o tenente<br />

coronel Jose ilIartini.-Morto e' te, ás umio o comman<strong>do</strong> o major Cypriano<br />

Fortuna, que foi feri<strong>do</strong>, a sim como o seu successor capitão<br />

Borges de Lima. O batalhão pa sou a ser dirigi<strong>do</strong> então (4 1/.2 <strong>da</strong><br />

tarde) pelo capitão M. F. Soares.<br />

A parte oflicial deste não descreve as occurrencias <strong>da</strong> manhã, e<br />

limita-se a dizer o seguinte:<br />

Que ás 41/2 <strong>da</strong> tarde assumio' o com man<strong>do</strong> na linha <strong>do</strong> fogo;<br />

que ás 7 <strong>da</strong> noite retirou-.e o batalhão por ordem <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong><br />

briga<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> substitui<strong>do</strong> por outro.<br />

20 0 BATALBÃO DE VOLUNTARIO' DA PÁTRIA (AlagÓas).-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel Cyrillo ele Castro (contuso). -Succedeu-lhe no comman<strong>do</strong><br />

o capitão F. M. <strong>da</strong> Ounha Junior.<br />

OoHoca<strong>da</strong> a 4& divisão em um sitio proximo ao inimigo na noite<br />

de 15 de Julho, seguio na manhã de 16 a desalojar o inimigo <strong>da</strong>s<br />

trincheiras que e tava construin<strong>do</strong>. E te batalhão, 2(Jo de voluntario,<br />

recebeu ordem para atacar as po içõe inimigas. Metteu em linha, e<br />

carregou á bayoneta. A carga foi impetuosa e brilhante. Em um mo~<br />

mento estavamos senhores <strong>da</strong> trincheira, e o inimigo era po to em fuga<br />

precipita<strong>da</strong>, deixan<strong>do</strong> em nosso poder 2 estativa de foguetes a congréve,<br />

ferraP.1enta de pontoneiro e grande quanti<strong>da</strong>de de facões.<br />

O general comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divi ão, e o coronel commall<strong>da</strong>nte <strong>da</strong><br />

briga<strong>da</strong>, a sistiram a e ta carga.<br />

O comman<strong>da</strong>nte Cyrillo de Ca tI'O teve o cavallo morto, e, como<br />

vimos, recebeu uma grave contu ão.<br />

31 0 BATALHÃO DE VOLUNTÁRIOS DA PATRIA (corpo policial <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong> Rio de- Janeiro.)-Oomman<strong>da</strong>nte, coronel Macha<strong>do</strong> <strong>da</strong> Cn ta.-Feri<strong>do</strong><br />

mortalmente, succumbio tre dias depois. Pas ou o batalhão a er çomman<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

pele majol' Corte Real (Affon o Jo é de Almei<strong>da</strong>).<br />

(1) Vista a TllOmpsoll.


230<br />

o batalhão marchou com a briga<strong>da</strong> a que pertencia as 7 horas <strong>da</strong><br />

noit~ de I:' de Julho, e tomou posição junto á forças <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>.<br />

« A's 5 1/2 <strong>da</strong> manhã de 16 de Julho, seguiu em columna, formou<br />

linha em frent'e ao primeiro entl'incheiramento <strong>do</strong> inimigo, situa<strong>do</strong> no<br />

desfiladeiro <strong>da</strong> nossa esquertla, e guarneci<strong>do</strong> por grande força inimiga.<br />

Esta, depois de sustentar vivissimo fogo, teve de ceder à impetuo i<strong>da</strong>de<br />

de nosso solcia<strong>do</strong> " e foi leva<strong>da</strong> de vencich até á 2' linha <strong>da</strong> fortificação,<br />

onde, pelo inten o fogo de fuzilaria, artilharia e foguetes á<br />

congrêve, teve o batalhão de obliquar à direita, carregan<strong>do</strong> por dentro<br />

d:> matto. Tres vezes avançámos, não obstante a grande quanti<strong>da</strong>de de<br />

metralha e fuzilaria que sobre nós fazia sentir o ini ligo, seneio na<br />

ultima vez feri<strong>do</strong> gravemente o Sr. coronel commantiante, pele que<br />

assumi a direcção deste corpo.<br />

« Reconhecen<strong>do</strong> eu depois a impossibili<strong>da</strong>de de continuar na pusição<br />

a que tinhamos chega<strong>do</strong>, pela per<strong>da</strong> consideravel que soffic ia o corpo,<br />

retirei-me para o de,filadeiro, e ahi me conservei em continuo fogo com<br />

o inimigo, que por vezes.rechaçara a nossa linha <strong>da</strong> frente, atê à 1<br />

hora <strong>da</strong> tarde, quan<strong>do</strong> fui sub titui<strong>do</strong> pelo 1:jO de linha, para refazer-me<br />

de munição, como to<strong>da</strong> a briga<strong>da</strong>.<br />

« Das 2 l/2 para a 3 hora <strong>da</strong> tarde, marchou novamente esle<br />

batalhão a encorporar-se à la. divi ão, sob o cumman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. general<br />

Argollo, que se achava su tentan<strong>do</strong> a po ição tomaJa, e desd' essa<br />

hora até ás 10 <strong>da</strong> noite estivemos guamecen<strong>do</strong> o centro <strong>do</strong> entrincheiramento<br />

conqui ta<strong>do</strong>, su tentan<strong>do</strong> sempre vivi :imo fogo contri\ o<br />

inimigo, que sobre nós carregava com fuzilaria, artilharia e foguete~<br />

a congrêve.<br />

« Retirei-me com o batalhão quan<strong>do</strong> a 1" divisão foi sub,tituiJa<br />

pela 5", e recolhi-me ao aCamp.lmlmto ás 11 1/2 horas <strong>da</strong> noite. »<br />

A :2)<br />

Briga<strong>da</strong> Co~la Pe,'ei)·a.-(l3a. briga<strong>da</strong> 4' dilisll.o)<br />

« 111m. E,m. Sr..~-Cumprin<strong>do</strong> o detel'luina<strong>do</strong> na circula.r dI) quartel<br />

general, <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de hoje, levo ao c1nhecitllento de V. Ex., a. occurrencias<br />

que se del'am hontem no combate que enc tamo,> ao romper<br />

<strong>do</strong> dia.


231<br />

« Ten<strong>do</strong> a briga<strong>da</strong> de loeu comman<strong>do</strong> marcha<strong>do</strong> na noite de 15<br />

<strong>do</strong> corrente, conjunctamente com a <strong>II</strong>' briga<strong>da</strong> que formam a divisão<br />

<strong>do</strong> coruman<strong>do</strong> de V. Ex., e à 5 horas <strong>da</strong> manhã <strong>do</strong> dia 16 avança<strong>do</strong><br />

sobre a nova trincheira <strong>do</strong> inimigo, no flanco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>,<br />

ao passar o desfiladeiro, e achan<strong>do</strong>-me a fazer seguir os corpos com a<br />

maior brevi<strong>da</strong>de passiveI, recebi pelo aj u<strong>da</strong>nte de ordens de V. Ex.,<br />

ordem para ir proteger o 14° batalhão de infantaria, que já se achava<br />

em um rincão á esquer<strong>da</strong>, o qual começava a retirar quan<strong>do</strong> alli cheguei<br />

com o 1 0 - corpo de voluntal'ios em . ua protecção; então fiz e te <strong>do</strong>us<br />

corpos tomarem posição conveniente para resistirem ao inimigo, que o.<br />

julgava por detraz <strong>do</strong> matto; pouc mais tarde tive ordem <strong>da</strong> V. Ex.,<br />

para man<strong>da</strong>r retirar o dito batalhão 14 de infcllltaria, fi0an<strong>do</strong>-me somente<br />

o l° de voluntarlOs com o qual procurei glurnecer a po ição que occupava.<br />

« A's 8 horas pouco mais on menos, tornan<strong>do</strong>-se o ataque mais<br />

forte na trincheira aonde combatiam os outros corpos, e ten<strong>do</strong> eu noticia<br />

por diversos officiaes de cavallaria, que se avizinhavam forças inimigas<br />

tanto de infa'ltal'ia como de cavallal'ia, talvez com intenção de entrarem<br />

por uma picaua que existe na luelle matto, e procurarem cortar a retaguar<strong>da</strong><br />

de nossas forças, e ven<strong>do</strong> a I' divi ão a minha direita junto á<br />

ponta <strong>do</strong> matto, mandei por prevenção pedir ao Ex-m. ~r. general comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 1" ôivisjo, um batalhão para protegel'-me em ca o de<br />

alguma nece si<strong>da</strong>de, visto que V. Ex. se tinha entranha<strong>do</strong> pelo matto<br />

em frente ás trincheiras, tanto mais que eu ignorava completamente<br />

qual a dispo ição du terreno, e a for;a que pndes5e atacar-me; com<br />

effeito veio o 8° batalhão de infantaria que logo pouco depois retirou-se<br />

por ordem <strong>do</strong> mesmo Exm. ,Sr. comman<strong>da</strong>ute <strong>da</strong> divi ão.<br />

e: Permanecen<strong>do</strong> no mesmo logar, segun<strong>do</strong> as .ordens de V. Ex..,<br />

cumpl'e-me declarar que o major FranCISco de A.ssis Guimal~a:es, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> referi<strong>do</strong> lo corpo de Toluntarios, portou-se com intelligencia<br />

e muita activiriade, percorren<strong>do</strong> effectivamente as linhas que ahi estabeleci,<br />

e procuran<strong>do</strong> conhecer de prompto qualquer movimento <strong>do</strong> inimigo,<br />

que parecia embosca<strong>do</strong> nas mattas. O comportamento deste batalhão me<br />

sati fez, e o mais consta <strong>da</strong> parte <strong>do</strong> seu respectivo comman<strong>da</strong>nte.<br />

~ Chegan<strong>do</strong> V. Ex., com os de mais corpo As 2 horas <strong>da</strong> tarde<br />

a este ponto, <strong>do</strong>nde nos retir.lmos ás 7 horas <strong>da</strong> noite, na<strong>da</strong> mais tenho<br />

a relatar por se achar V. Ex. presente.<br />

« Quanto ao 1'tO batalhão de infantal'ia, 19° e 2-:1:° de voluntarios,<br />

V. Ex. foi testemunha de seu procedimento, e coo ta <strong>da</strong> parte <strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

pelos respectivos comman<strong>da</strong>ntes o que com elles occorreu, e o numero<br />

de oificiaes e praças que foram mortos e feri<strong>do</strong>s em combate.,


232<br />

« Os officiaes <strong>do</strong> meu esta<strong>do</strong>-maior, capitilo Faustino Januario de<br />

Abreu, a sistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> quartel-mestra-gemal; o tenente <strong>do</strong> 11 o<br />

batalhão de infantaria Augu to Rodrigues Ohaves, as istente interino <strong>do</strong><br />

deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aj u<strong>da</strong>nte general, e o alferes Jo é Franci. co Lopes de Souza,<br />

meu aju<strong>da</strong>nte de ordens, sempre me .acompanharam, cumprin<strong>do</strong> os seus<br />

deveres, no que se mostraram activo e diligentes.<br />

.: Deus guarde a \', Ex. -Acampamento <strong>da</strong> 13" briga<strong>da</strong> no Tuyuty,<br />

17 de Julho de 1866.-Illm. Exm. Sr, general Guilherme Xavier de<br />

Souza, dignis imo com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 4" divi ão.<br />

« Domingos José <strong>da</strong> Co~f,a Pereh-a,<br />

(( Tenente,cOl'onel comm ndtlnte.•<br />

Resumo <strong>da</strong>s partes officiaes a que se r~fere a <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong><br />

13& briga<strong>da</strong>:<br />

12 0 BATALHÃD DE INFANTARIA DE LINHA. - Oomman<strong>da</strong>nte interino,<br />

major A. P. de Oli7;6tra (contuso) .<br />

.: Rontem » (16 de Julho),« marchan<strong>do</strong> com o batalhão de meu interino<br />

comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> entrincheIramento <strong>da</strong>s forças <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, onde<br />

se achava a 4- divisão, a 400 braças de distancia <strong>da</strong>s trincheiras inimigas,<br />

recebi ordem <strong>do</strong> Ex'm. Sr. general Guilherme Xavier de Souza<br />

para estender em linha de atira<strong>do</strong>re a ala direita em frente á abertura<br />

<strong>da</strong> matta onde se achava o inimigo entrincueira<strong>do</strong>, e ao approximar-me<br />

sofi'ri vivissimo fogo de fuzilaria e foguetes á congréve, tanto<br />

<strong>da</strong> trincheira como de uma força que sahio pela direita de outra matta,<br />

obrigan<strong>do</strong>-me a inclinar para esse la<strong>do</strong>. Rechaçan<strong>do</strong> o inimigo, conservei-me<br />

com o batalhão em linha, com a frente para a dita matta, e<br />

ahi recebi uma contusão na verilha esquer<strong>da</strong>. N'esse mesmo ponto foram<br />

feri<strong>do</strong>s 3 a1feres, 2 sargentos, 9 cabos, 4 anspeça<strong>da</strong>s e G7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s com<br />

ferimentos graves e outros leves; mortos 1 sargento, I forriel, I musico,<br />

2 cabos, 3 anspeça<strong>da</strong>s, 14 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; contusos 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e I corneta;<br />

e extravia<strong>do</strong>s 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

« Desta posição retirei-me ás 4 horas <strong>da</strong> tarde afim de reunir-me<br />

á divisão por ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> mesma, e<br />

ás 8 horas <strong>da</strong> noite regressei ao acampamento com a 13" briga<strong>da</strong>. »<br />

O inimigo tentou apoderar-se de 1 pe.a de artilharia de campanha<br />

que acompanhava o batalhão. Foi repelli<strong>do</strong>, distinguin<strong>do</strong>-se muito n'essa<br />

occasião o corneta Manoel Sabino <strong>do</strong> Nascimento, que sahin<strong>do</strong> <strong>do</strong> meio


233<br />

drt linha <strong>da</strong> direita, bateu-se desespera<strong>da</strong>mente


234<br />

tentan<strong>do</strong> apoderar-se de 4 boca' de f )1:)'0 Ulllmgas \ 'aria a trincheira<br />

de Pun a C rapà ; que não a tomamos pOl' n.pl'esental'-se o inimigo em<br />

grande força, ten<strong>do</strong> por is,o o batalhão de recuar ate às po,i õe' conquista<strong>da</strong>s<br />

pela manhã, as quae o inimigo procurou por vezes retomar,<br />

sen<strong>do</strong> sempre vigorosamento l'el)ellic1o<br />

A :l)<br />

...Ir/ilhar/a<br />

SAPADORE5.- O batalhão de engenheil'o (17" bl'iga<strong>da</strong>, COl' nel Gurjã(l)<br />

era comman<strong>da</strong><strong>do</strong> interinamente pelo major Com'a<strong>do</strong> BitlencO'('t't.<br />

A parte offieial d'e-te major diz que o batalhlo desta.cou varias contingentes<br />

para as linhas de combate.<br />

A' 4' divisüo acompanhou um contingente comman<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo I'<br />

tenente Pego Junior. E ·te tomou parte no assalto, teve 1 alferes morto<br />

e 1 alfel'es e ü sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s ou contusos, e recolheu 80 pás e 76<br />

alviões deixa<strong>do</strong>~ pelo. inimigo.<br />

O outro contingente, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente Eu<strong>do</strong>ro E. de Carvalho,<br />

teve 2 sol<strong>da</strong>rlos feri<strong>do</strong>s.<br />

ARTlLHARIA..- Enh'al'am em ac.ão contingente. <strong>do</strong> l' batalhão de<br />

artilharia a pé, e <strong>do</strong> 2° regimento de artilhal'ia a cavano, aquelle comman<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

pelo major Pe1'eira Vttlente, e este pelo coronel J.11allet.<br />

A batel'ias <strong>do</strong> l° batalhão de artilharia a pé bombardearam as<br />

linhas e acampamento inimigo de de 6 horas e 3/4 <strong>da</strong> manhã até as 6 horas<br />

<strong>da</strong> tal'de. I'ahi em diante só a b:.Ltet'ia commanna<strong>da</strong> pelo capitão F. A.<br />

de :MJura continuou ú fogo O bombardeamento esteve anima<strong>do</strong>, e o<br />

nosso fogo produzio duas explosõe. nas baterias inimigas.<br />

D'este batalhão seguil'am as 5 horas <strong>da</strong> manhã de 16 de Julho<br />

2 peças de montanha, de calibre 4, com a 4' divisão para o ataque<br />

<strong>da</strong>s trincheiras inimiga. Comman<strong>da</strong>va essas peças o 2° tenente Fausto<br />

de Lima. Foram ellas rrotegi<strong>da</strong>8, a principio, pelo 12· de infantaria<br />

de linha, que repellio o inimigo, quan<strong>do</strong> este pretendeu tomaI-as, depois<br />

por' uma linha de atira<strong>do</strong>res <strong>do</strong> 6° de infantaria ne linha e afin~l p r<br />

pal'te <strong>do</strong> 6° batalllão de voluntarioso O inimigo tentou ain<strong>da</strong> tomar uma<br />

c'las peças, mas foi afugenta<strong>do</strong> por uma bl'ilhaute carga de ba'yoneta<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> pela I' companhia <strong>do</strong> 6" d voluntal'io" ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> capitão<br />

Pedro Corrêa de Albuquerque (voluntaríos <strong>do</strong> Rio de Janeil'o).


23"<br />

As baterias <strong>do</strong> lo regil1lenLo de artilharia ~, cavallo tambem bombardearam<br />

a ~ linhas inimigas.<br />

U'es!)e regimento foi de taca<strong>do</strong> na noite de 15, com 6 bocas de<br />

fogo, o major Severiano <strong>da</strong> Fonseca, fican<strong>do</strong> este oflicial na trincheira<br />

<strong>da</strong> e quer<strong>da</strong> á di po ição <strong>do</strong> general Guilherme de Souza comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 4' divi ão. O general Guilherme de Souza antes de avançar, na<br />

manhã de 16, determinou ao major Severiano <strong>da</strong> Fonseca que ficasse<br />

às orden <strong>do</strong> general Flores. Este orrienou que o referi<strong>do</strong> major fosse<br />

occupar uma ligeira tl'incheira em frellte, â pouca distancia <strong>do</strong>s bosques<br />

que o inimigo occupava na e'quer<strong>da</strong>. N'esse lagar estavam já assesta<strong>da</strong>s<br />

2 peças de camp;),nha de calibre LJ, pertencentes ao to batalhão de a tilharia<br />

a pê. Essas, e as 6 <strong>do</strong> major Severiano <strong>da</strong> Fonseca, metraTharam<br />

o inimigo, sempre que tiveram a frente de 'embaraça<strong>da</strong> pelas no sas<br />

tropas, e dispararam 1.607 tiros,<br />

O major Severiano <strong>da</strong> Fon eca destacou 2 peças, que, as ordens <strong>do</strong><br />

2- tenente Marcos de Azeve<strong>do</strong> e Souza, reuniram-se as forças <strong>da</strong> 4"<br />

divisão que se batiam, O inimigo procurou tomaI-as com cavallaria e<br />

infantaria, travan<strong>do</strong>-se então uma renhi<strong>da</strong> peleja, em que 40 homens<br />

<strong>do</strong> 6° batalhão de voluntarios, que as protegia, distinguiram-se muito.<br />

Dos artilheir0s ficaram morto ou feri<strong>do</strong>s 7, e <strong>do</strong>s animaes de boléa<br />

cahiram 10 mortos, n'e a occasião, Mais tarde foi feri<strong>do</strong> o 2 0 tenente<br />

Marcos de Azeve<strong>do</strong>.<br />

O 2° tenente Bernardino <strong>da</strong> Silva Torres, pela certeza <strong>do</strong>s seus<br />

tiros, conseguia incendiar o carretame de muniçõe. <strong>do</strong> inimigo.<br />

B.)<br />

Par·te Oftiuial âo 'oin~/1anclrwl(' <strong>da</strong> t· ri icisão<br />

« Illm. e Exm. SI'.-Cumpro um dever fazen<strong>do</strong> chegar ao conhecimento<br />

de V. Ex. varia' OCClll'r nciu, <strong>da</strong><strong>da</strong> por o ca:i'io <strong>do</strong> combat<br />

que teve lagar aI' <strong>do</strong> cOl'rentJ' não o ton<strong>do</strong> [eiLo jà, p rque o trabalho<br />

é fllncção de templl, c, na pOSição em tlue fez-Illo V. Ex.. a honra<br />

de collocar a la divisão, O temp 111 não tem sobl'a<strong>do</strong>.<br />

« A'.. 7 hlJ!'U dlL manhã <strong>do</strong> menciona<strong>do</strong> dia. 16, deu-me ,'. Ex.<br />

ol'dem tle a\'alll:a.I' conl a livi'ião, afilll de apoiar a. -ln, encarrega<strong>da</strong> de<br />

tOlDar ao inimio'o uma tt'iuchBirlt, q le e ach I'a alli coo truin<strong>do</strong>, sobre


236<br />

o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> 1l0S!':0 acampam hora mai ou menos <strong>da</strong> tarde, ten<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong><br />

cnn '1 ler.!\·e', reforços, tentou por quatro vezes retomar a, pos1çoes,<br />

a ";;lIldJ-a, de frc·ut " à b.l)") leta, e de fi Inca por meio de um terrivel<br />

filhO qlle faz' 1. lurtir <strong>do</strong> maLta á no,' a dil'eita.<br />

~ fI" • t recebi<strong>do</strong>s os <strong>contra</strong>rio>, fOl'am ta1l11 em por quatro vezes<br />

r l' J 11tinuamm a prllcumr a. con 'ecuç'Lo <strong>do</strong> . eu fim' por meio<br />

o 11e illfantaria e al,tilllal'Ía, auxiliadO por foguetes a<br />

, lY llll de lançar sobre os no, sos.<br />

1I)r('.n1, sustentou a 1R divi ão o po ·to até à 11<br />

110-1. ( q le foi substitui<strong>da</strong> pela G' ao man<strong>do</strong> elo Extn....'1'.<br />

)1' l1L: o 00 1.10 l, é 'ameiro ~lonteiro,<br />

izet' a V. Ex. o como p rtou-se eHa, parece-me desnece.' ario


237<br />

â vista <strong>da</strong> succinta exp i~ão que acabo de fazer, mÓl'mente quan<strong>do</strong><br />

declaro que ren<strong>do</strong> graças â Providencia IJelo triumpho que no:) fez<br />

alcançar, pela pronuncia<strong>da</strong> protecção que nos deu e nos dã sempre; porque<br />

fez com que a la divi ão se portas'e ain<strong>da</strong> mai uma vez de fÓl'ma que<br />

epara mim distincta hon ra o comman<strong>da</strong>l-a. Além disso elIa prefe 'e deixar<br />

aos que a viram ajuizar <strong>do</strong> que. elIa fez.<br />

« O.;; commanclantes <strong>da</strong>s duas bl"iga<strong>da</strong>., coronel D. Jose Ba.lthasar<br />

<strong>da</strong> Silveira e tenente coronel Francisco de Faria Rocha :fizeram bem<br />

o seu dever: aquelle, veterano <strong>da</strong> nossa independencia, não obstante<br />

sua avança<strong>da</strong> i<strong>da</strong>de, e ter leva<strong>do</strong> um tombo <strong>do</strong> cavalIl), que algum<br />

tanto mole tou-o, não quiz deixar a briga<strong>da</strong>, e fez com ella mUlto<br />

bem o eu dever; e este, comquanto recmta, mJstrou que tambem<br />

póde nm olcla<strong>do</strong> novo cumprir o eu dever com calma, digni<strong>da</strong>de e<br />

valor, como elle o fez.<br />

« Não tive comman<strong>da</strong>nte de corpo que deixa se de portar-se muiio<br />

bem, e folgo de declarar qne mais uma vez ain<strong>da</strong> brilharam os <strong>do</strong><br />

2' de voluntarios, 13° de infantaria, ~2· e 26" de voluntario, majore<br />

Mano~l Deo<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca, Augu to Cesar <strong>da</strong> Silva, Caetano <strong>da</strong> Co ta<br />

Araujo e Mello e tenente coronel Francisco Frederico Figueira de MelIo,<br />

que os <strong>do</strong> 8° e 16" de linha, major Joaquim Luiz de Azeve<strong>do</strong> e capitão<br />

Antonio Joaquim G me', fizeram muito bem (J eu dever, e que<br />

os com man<strong>da</strong>nte interino' <strong>do</strong> "22° e 40' de voluntari05, capitão Antonio<br />

Caetano <strong>da</strong> Silva e Feli iano José Henrique, souberam imitar os effectivos.<br />

« Quanto à. maneira por que e portaram os corpo e o que a ca<strong>da</strong><br />

um deUe c')ube fazer, refir -me à. p:1.rte' de seu' re'pectivo. comman<strong>da</strong>nte,<br />

que junta remetto c:>m a d s commall<strong>da</strong>nte <strong>da</strong>' briga-la<br />

de que fazem parle.<br />

« Nós perdemos 12 officiae morto', :34 feri<strong>do</strong> e 13 contuso:s; 91<br />

praças de pret morta', 476 feri<strong>da</strong>s e 92 contusas e 3 extravia<strong>da</strong>, conforme<br />

vê-se <strong>do</strong>s mappa' e rela~õe que acompanham esta parte.<br />

« o numero <strong>do</strong>s officiaes morto. acham-se infelizmente o coml1lau<strong>da</strong>nte<br />

interino <strong>do</strong> ')" de linha, capit:í.O Antonio Joaquim Gome' e o<br />

major <strong>do</strong> 46" de voluntarios Julio Pompeu de Barro Lima' no <strong>do</strong><br />

feri<strong>do</strong>' o major comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> "2,0 de voluntario Caetano <strong>da</strong>. o ta<br />

Aralljo e MeIl!) , e no <strong>do</strong> contusos o tenente coronel mman<strong>da</strong>nto <strong>do</strong><br />

26° de voluntarios F ranci'co Frederico Figuei ra de Mella.<br />

« Ião me e:,quecerei de declarar que o.. affieiae <strong>do</strong> meu e ta<strong>do</strong><br />

maior capitães Eduar<strong>do</strong> Emiliano <strong>da</strong>. Fou eca e João 'avier <strong>do</strong> Rego<br />

Barros, alfere \.ntonio de Vasconcellos, A1Jhl'odHo Jo é de Amorim<br />

e Francisco de Paula A.rgollo, portaram-se muito bem, fazen,<strong>do</strong>-se po-


238<br />

rém cre<strong>do</strong>res de particular menção o capitão Eduarcl <strong>da</strong> Fon eca, alferes<br />

Francisco Argollo e o tenente aj u<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> :2'2, de voluntar'io João<br />

Rodrigues Freire de arvalho, que dul'ante a acção el"-io ás minhas<br />

ordens, e bl'llhantemente ,e distinguio por seu valor, intelligencia, de­<br />

.dicaçã e activi<strong>da</strong>de.<br />

« Tel'rninan<strong>do</strong> esta exposiçao não o farei sem felicitar a V. Ex,<br />

pelo triumpho alcança<strong>do</strong> a 16 <strong>do</strong> correnL.<br />

« Deus gual'de a. V, Ex, -Quartel genel'al <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 'divi<br />

ão <strong>do</strong> I" corpo <strong>do</strong> exercito imperial em Tuyuty, 23 de Julho de<br />

lS66.--111m. e EXI11. Sr. marechal Poly<strong>do</strong>ru <strong>da</strong> Fon eca Quintauilha<br />

Jordão, comman<strong>da</strong>n te em chefe <strong>do</strong> exercito.<br />

« .i lexandre GOIDes ·e A~golo :Ferrão,<br />

« BrignJeiro." .<br />

B I,<br />

TJi'iga~la '_ 'ilvetl'ct (S' briga<strong>da</strong>, ln. divisHo,.<br />

« 111m. e Exrn. Sr.-Ten<strong>do</strong> a briga<strong>da</strong> sob meu comman<strong>do</strong>, campo ta<br />

<strong>do</strong> 8" e I (j0 batalhões de infantaria, 10" e ':!:{j0 corpo de voluntarios,<br />

toma<strong>do</strong> parte no ataque <strong>do</strong> dia 16 <strong>do</strong> corrente, ê <strong>do</strong> meu dever leval'<br />

ao .conhecimento de V. Ex. as occurrencias que neIla se deram.<br />


«Ne'isa occa. ião foi morto o capitão cornman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> ]6" batalhão<br />

Antmio Joa-luirn Gome,;, que dieigia com valur os seus comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

« Chegan<strong>do</strong> depois V. Ex. e tornan<strong>do</strong> o com man<strong>do</strong> gera] de to<strong>da</strong>s as<br />

forças na<strong>da</strong> mais me cumpre dizer a respeito <strong>do</strong>s movimentos q.ue se<br />

fizeram.<br />

« Jão {o' o deixa.r de fazer menção honl'osa <strong>do</strong> com portarnento <strong>do</strong><br />

tenente-coronel commant1ante <strong>do</strong> 46° de vaJuntario' Franci co Lourenço<br />

de Araujo, pela calma e . angue frio com que dirigio o seu corpó, ain<strong>da</strong><br />

recl'uta, e elo major comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 8" batalhão Joaquim Luiz de Aze·<br />

'e<strong>do</strong>, pela coragem que mostrou no combate.<br />

« Os officiaes que compunham o meu esta<strong>do</strong> maior, capitão José Thomaz<br />

abuco, tenente <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior de lo classe Antouio de Senna Madureira,<br />

assistentes <strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> qual'tel mestre general e aJu<strong>da</strong>nte<br />

general, e alferes de commissão Aurelio Corrêa de Moraes, aj u<strong>da</strong>nte<br />

de ordens, são dignos de e'ogios pelo valor e dedicação que mo traram<br />

no cumprimento de seu deveres, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o primeiro cJntuso em uma<br />

perna, morren<strong>do</strong>-lhe o cavallo na acção.<br />

«Junlas envio a V. Ex. as partes e relações <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s que soffl'eram<br />

os corpo desta briga<strong>da</strong><br />

«Deus guarde a V. Ex.-Acampamento <strong>da</strong> 8' briga<strong>da</strong> em Tuyuty,<br />

21 de Julho de 1866.-Illm. e Exm. Sr. brigadeiro Alexandre Gomes<br />

de Argollo Ferrão, digno com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> l- divisão.<br />

« D. José Bulthazar <strong>da</strong> 8ilveh-a<br />

(l Coronel comman<strong>da</strong>nte »<br />

Re umo <strong>da</strong>s partes officiaes <strong>do</strong>s chefes de batalhão <strong>da</strong> 8-<br />

briga<strong>da</strong>:<br />

8" BATALHÃO DE INFANTARIA DE LINHA.-Comman<strong>da</strong>nte, major Azeve<strong>do</strong><br />

(Joaquim Luiz).-Ao romper <strong>do</strong> dia tomou po i.M á e querd,l <strong>do</strong><br />

exercito. Mai tarde, á 7 horas e 3/-l: foi reunir-se, por ordem <strong>do</strong> general<br />

Argollo, á 13 0 briga<strong>da</strong> <strong>da</strong> 4" divisão, que se batia em uma bocaina.<br />

Encontrou a primeira trincheiea inimiga em poder <strong>do</strong>s nossos,<br />

guar<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-a então o 14° de linha. Continuou a avançar e foi sobre<br />

uma fOl'ça inimiga de cavalla<strong>da</strong> que pôz em fuga. Duas companhia <strong>do</strong><br />

bataUÜlo, dirigirias pelo capitão Nel on Muller, per eguin<strong>do</strong> o inimigo,<br />

adiantaram-se até outra teincheira (Carapá), onele estavam algumas bocas<br />

de fogo, que teriam si<strong>do</strong> toma<strong>da</strong>s se uma força inimiga superior não<br />

procuras e cortar a retaguar<strong>da</strong> elos no os.<br />

O batalhão continuou a bater-se.com o inimigo embosca<strong>do</strong> nas mattas


.240<br />

em que ..e ferio to<strong>da</strong> essa peleja, e via-se obriga<strong>do</strong> a recuar até perto<br />

<strong>da</strong> trinche.ira toma<strong>da</strong> pela manh1 (Punta - ar6., onde su ·tentou-se até<br />

às 6 <strong>da</strong> tarl1e, aju<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a repellir to<strong>do</strong>s os ataque trazi<strong>do</strong> pelo inimigo.<br />

Depois de 1 hora de descanço, e de receber munições, voltou o<br />

batalhão à~ 7 <strong>da</strong> noite para a linha <strong>do</strong> fogo, e ás 11 horas foi rendi<strong>do</strong><br />

por outro.<br />

Teve e te ·corpo 3 officiaes e 14 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 6 officiaes e 81<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong> e 28 ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s extravia<strong>do</strong>.. Ao to<strong>do</strong> 132 homens fóra<br />

de combate.<br />

16° BATALHÃO Dr,: INFA TARIA DE LINHA. - 'omman<strong>da</strong>nte interino,<br />

capitão J1 /llonio Joaqttim Gomes. - Foi morto. O batalhão pas ou a<br />

ser dirigi<strong>do</strong> pelo capitão Sant,)s Coelho (Antonio Hermillo). E te recebeu<br />

á noite uma forte contu!'ião, e teve de entregar o comman<strong>do</strong> ao capitão<br />

Fel':ppe Very elos Anjos.<br />

Este batalhão ~eguio ás 8 hora a reforçar a Ja divisão.<br />

Quan<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> d'esses officiaes as umio o comman<strong>do</strong>, estava o<br />

batalhão metti<strong>do</strong> em linha de atira<strong>do</strong>res, fazen<strong>do</strong> vivis imo fogo sobre<br />

o inimigo. Afinal este recuou e embrenhou-se no mais espesso tia<br />

m· tia.<br />

O batalhão entrou em fogo com 15 officiaes e 144 praças de pret,<br />

por ter <strong>da</strong><strong>do</strong> no dia anterior a guarnição <strong>do</strong> exercito. Teve fóra de combate:<br />

Mortos, 1 comman<strong>da</strong>nte, 2 cabo, 1 an peça<strong>da</strong> e 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s<br />

1 tenente, 2 alferes e 07 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s' crntusos, 1 segun<strong>do</strong><br />

com man<strong>da</strong>nte, 1 tenen te, 1 alfel e e 10 infel'Íores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; extravia<strong>do</strong>s,<br />

5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. T"tal 6J homens.<br />

A's . O hoeas <strong>da</strong> noite voltou para o acampamento o batalhão (O<br />

officifles e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s incolumes).<br />

10° BATALHÃO DE VOLUNTARJOS DA PATRTA (Bahia). - Ião tomou<br />

parte no combate. Ficou de protec )iO ao 1° regimento de artilharia a<br />

cavallo, por ordem <strong>do</strong> general em chefe, Pol)'<strong>do</strong>ro Jordão.<br />

46° BATALHÃO DE VOLU TARlOS DA PATRIA.-(Bahia).-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel F. Lottrenço ele A,"aujo (barão de Sergy).<br />

Este batalhão avançou anLe <strong>do</strong>s <strong>da</strong> 1" divi ão, ás 7 1/2 horas <strong>da</strong><br />

manhã, para reforçar os <strong>da</strong> 4". Foi cc,lloca<strong>do</strong> á direita <strong>da</strong> trinc eira<br />

toma<strong>da</strong>, e d'ahi sustentou o fogo at~ á 3 <strong>da</strong> tarde. A essa hora, ten<strong>do</strong><br />

já si<strong>do</strong> 'substitui<strong>do</strong>s pelos <strong>da</strong> 1" di visã os batalhl'jés <strong>da</strong> 4°, foi o 46° de<br />

voluntarios chama<strong>do</strong> apre sa<strong>da</strong>mente para a trincheira porque o inimigo<br />

a as altava com grande impeto. Repelli<strong>do</strong>s os <strong>Paraguay</strong>os, continuou o


2~1<br />

batalhão a bater-se até ás 6 <strong>da</strong> tarde, hora em que foi rendi<strong>do</strong> por<br />

outro.<br />

O major d'este batalhao foi morto, e feri<strong>do</strong>s ou, contusos I capitão<br />

e 2 alferes.<br />

B 2).<br />

Briga<strong>da</strong> Faria Rocha-(lOa briga<strong>da</strong>, I" divisão<br />

~ !llm. e Exm. Sr. -Assumin<strong>do</strong> o commanno <strong>da</strong> I " briga<strong>da</strong>, por<br />

molestia <strong>do</strong> distincto veterano o bravo coronel Carlos Re'in, á 6 horas<br />

<strong>da</strong> manhã, por ordem de V. Ex., marchei para o combate de 16 <strong>do</strong><br />

corrente, com os batalhões que compõem a mesma briga<strong>da</strong>, pela fÓrma<br />

seguinte:<br />

« 2° de. vaIuntarias, com man<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo major Manoel Deo<strong>do</strong>ro <strong>da</strong><br />

Fonseca, 13° de linha pelo major Augusto Cesar <strong>da</strong> Silva, 2ôo de volnntarios<br />

pelo tenente coronel Franci co Frederico Figueira de Mello, 40°<br />

dito pelo capitão Feliciano José Henriqves, e 22· de voluntario pelo<br />

major Caetano <strong>da</strong> C lsta Araujo e Mello, e ne ta ordem, em frente <strong>do</strong><br />

inimigo, fiz alto para man<strong>da</strong>r os <strong>do</strong>u primeiros batalhões acima menciona<strong>do</strong>s,<br />

que por ordem superior eram exigitio.;, fi;;an<strong>do</strong> os tre ultimas<br />

em linha atê segun<strong>da</strong> ordem, que chegou ás 8 hor.t para e tender em<br />

frente <strong>da</strong>s trincheiras inimigas, o que se fez com denJ<strong>do</strong> e coragem,<br />

en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong> já. os <strong>do</strong>us primeiros, que muitos serviços estavam prestan<strong>do</strong>.<br />

« Escusa<strong>do</strong> é declarar a V. Ex. a forma por que trabalharam este<br />

batalhões, pois já são conheci<strong>do</strong>s pela sua disciplina e garbo militar, e<br />

por V. Ex. ter presencia<strong>do</strong> to<strong>da</strong> a peleja <strong>da</strong>s 8 horas <strong>da</strong> manhã ás<br />

10 <strong>da</strong> noite.<br />

« Os chefes destes intrepi<strong>do</strong>s batalhões colheram mais uma corÔa<br />

de gloria para honrar as suas frontes, e eu me ulano de ter a felici<strong>da</strong>de<br />

de os ver alcançaI-a.<br />

« O tenente coronel Figueira de Mello, e o major Caetano <strong>da</strong><br />

Costa foram, infelizmente, QSte feri<strong>do</strong> e aquelle contuso, e, impossibilita<strong>do</strong>s<br />

de contmuarem a prestar serviços, pa saram a comman<strong>da</strong>r, o 22·,<br />

o fiscal Antonio Caetano <strong>da</strong> Silva, e o 26" o capitào Jorge Maia de<br />

Oliveira Guimarães, que se portaram com muita bravura.<br />

«Pela partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong>s corpos verá V Ex. minuciosamente<br />

as occurrencias que se deram nesse dia, com as quaes me<br />

conformo.<br />

 31


« Os emprega<strong>do</strong>s <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> cumpriram bem os seus deveres, sen<strong>do</strong><br />

digno de especial mençl10 pela bravura e sangue frio com que se portou<br />

durante o combate o distincto alferes Antonio <strong>do</strong>s Santos Vieira, cujo<br />

grave fedmento, recebi<strong>do</strong> em cumprimento de seus deveres, com pezar<br />

levo ao conhecimento de V. Ex. Este oflicial é um <strong>do</strong>s que fazem honra<br />

à classe militar.<br />

« O capitão assistente João Lins Oavalcanti Uchôa, muito me coadjuvou<br />

para que não faltassem muniçoes, e até ia buscaI-as, quan<strong>do</strong> se achava<br />

em outros serviços o capitão assistente <strong>do</strong> quartel mestre general Raymun<strong>do</strong><br />

Maximo de Sepulve<strong>da</strong> Ewera d<br />

« Não posso deixar de mencionar aqui o nome <strong>do</strong> corajo o joven<br />

tenente aju<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> batalhilo 22° João Rodrigues Freire de Oarvalho,<br />

que servio as minhas ordens até pa ar a ordens de V. Ex.., que devi<strong>da</strong>mente<br />

o apreciou.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Acampamento em Tuyuty, 19 de Julho<br />

de 1866.-Illm. e Exm. Sr. brigadeiro Alexandre Gomes de Argollo<br />

Ferrão, digno comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 1& divisão.<br />

« Francisco Vieira de Faria Rocha"<br />

« Tenente corollel comman<strong>da</strong>nte interino <strong>da</strong> lO" bl'iga<strong>da</strong>. ))<br />

Resumo <strong>da</strong>s partes <strong>do</strong>s chefes de batalhão <strong>da</strong> 10 a<br />

briga<strong>da</strong>:<br />

13° BATALHÃO DE INFANTARIA DE LINHA. - Oomman<strong>da</strong>nte, major<br />

Ceza1' <strong>da</strong> Silva (Augusto).- Este batalhão e o 2° de voluntarios avançaram<br />

ás 8 1/:2 <strong>da</strong> manhã para reforçar os <strong>da</strong> 4" divi ão. O general<br />

Argollo seguio em pessoa á frente <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us.<br />

O 13° de linha sustentou o fogo até ás 11 horas <strong>da</strong> noite) sen<strong>do</strong><br />

então rendi<strong>da</strong> a briga<strong>da</strong> a que pertencia por outra.<br />

2° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS (Rio de Janeiro).- Oomman<strong>da</strong>nte,<br />

major Deo<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca.<br />

Este batalhão, como o precedente, avançou às 8 1/2 <strong>da</strong> manhã,<br />

às ordens immediatas <strong>do</strong> general Argollo.<br />

Da parte <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte apenas colhemos o seguinte:<br />

Que sustentou o fogo até 8 1/2 <strong>da</strong> noite; que foram mortos 1 tenente<br />

e 19 praças de pret; feri<strong>do</strong>s 1 major, 4 capitães, 1 tenente, 4<br />

alferes e 102 praças de pret,. fl contusos 1 capitão e 12 praças de preto


243<br />

22° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PA.TRIA (Bahia).- Comman<strong>da</strong>nte<br />

interino, major Gaeta:1.O <strong>da</strong> Gosta A. M ello. - Foi feri<strong>do</strong> ás 5 horas <strong>da</strong><br />

tarde, e entregou o com man<strong>do</strong> ao capitão Antonio Caetano <strong>da</strong> ~ilva.<br />

Este corpo estava muito reduzi<strong>do</strong>, e entrou em fogo com dual! companhias<br />

apenas. Teve fóra de combate 4:' praças de pret e 4 officiaes.<br />

26" BATA.LHÃO DE VOLUNTARIOS DA. PATRIA (Ceará). - Com~an<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel Figueira de ~1ello. - Recebeu duas contusões, e teve<br />

de entregar o comman<strong>do</strong> às - horas <strong>da</strong> tarde ao capitão Jorge Maia<br />

de Oliveira Guimarães.<br />

O batalhão teve fóra de<br />

Mortos: 1 capitão e 20<br />

Feri<strong>do</strong>s: 4 officiaes e 79<br />

Contusos: 2 officiaes e 8<br />

combate:<br />

inferiores<br />

inferiores<br />

inferiores<br />

e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s;<br />

e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s;<br />

e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

40° BATALHÃO DE VOLUNTA.RIOS DA. PA.:rRIA (Bahia). - Comman<strong>da</strong>nte<br />

interino, capitão Feliciano José Henriq'/,tes.- Recebeu uma contusão.<br />

Teye este corpo um renhi<strong>do</strong> choque com o inimigo, e obrigou-o a<br />

pôr-se em fuga. Su t,entou depois o fogo até a hora em que a 1& divis&o<br />

foi rendi<strong>da</strong> pela 6".<br />

O)<br />

Parte o/ficial elo command4,nte ela 3" elimsão<br />

~ Comman<strong>do</strong> interino <strong>da</strong> 3" divisão. - Acampamento em Tuyuty,<br />

17 de Julho de 1866. .<br />

« llim. e Exm. Sr. - Apresento a V. Ex. a succinta exposição<br />

<strong>do</strong> occorri<strong>do</strong> no combate de L <strong>do</strong> corrente.-Dispunha a divisão de<br />

meu com man<strong>do</strong> de 6 batalhões, achan<strong>do</strong>-se os outros de serviço nes e<br />

dia. Receben<strong>do</strong> ordem de rrarchar' para o Potrera Piris, para alli me<br />

dirigi com os batalhões 3° e 4" de infantaria, 4° e 11 0 de voluntarios,<br />

<strong>da</strong> 5" briga<strong>da</strong>, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. coronel André Alves Leite de Oliveira<br />

Bello. Os batalhões 6° de infantaria e 9° de voluntarios, <strong>da</strong> 7" briga<strong>da</strong>,<br />

ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. tenente-coronel Antonio <strong>da</strong> Silva Paranhos, tive ordem<br />

de man<strong>da</strong>r pôr á dispooição <strong>do</strong> E lU. Sr. general comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 4&<br />

divisão. O Exm. t::r . general Jose Luiz Menna Barreto, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> flanco esquer<strong>do</strong> de nossa linha, ordenou-me man<strong>da</strong>r avançar 2 batalhões<br />

por uma e treita pica<strong>da</strong> pela qual nos parecia haver possibili<strong>da</strong>de<br />

de cortar a reta.guar<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo: avança<strong>do</strong>s elie , o 3° e o 4° de infantaria,<br />

e chegad6' a um entrincheiramento forte, experimentan<strong>do</strong> sen ivei per<strong>da</strong>s


244<br />

infructiferas, por isso que o alto parapeito abrigava o inimigo de nossos<br />

tiro e sua metralha varria a e treita. pica<strong>da</strong> por onde avançavamos; ti, e<br />

ordem de man<strong>da</strong>r retiraI-os. Os officiaes <strong>do</strong> meu esta<strong>do</strong>-maior bem cumpriram<br />

seus deveres, bem como os officiaes e praças <strong>do</strong>s corpos, que<br />

entraram na peleja.<br />

« Juntas tenho a honra de enviar as partes e relações <strong>do</strong>s mortos,<br />

feri<strong>do</strong>s e contusos.<br />

«Deus guarde a V. Ex.- Illm. e Exm... 1'. general ç:onselheiro<br />

PolJ'<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fon eca Quintanilha Jordão, comman<strong>da</strong>nie <strong>do</strong> lo corpo de<br />

exercito em operações <strong>contra</strong> o goveTno <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>.<br />

« Jacintho Macha<strong>do</strong> Bittencourt,<br />

«


245<br />

c En<strong>contra</strong>n<strong>do</strong> a nossa força pela frente, um forte entrincheil'amento<br />

<strong>do</strong> inimigo, guarneci<strong>do</strong> de artilharia de grosso calibre que a<br />

recebeu com um chuveiro de metralha, bombas e foguetes a congréve,<br />

forçoso foi parar em sua marcha, participan<strong>do</strong>-me os CI 'mmanfiantes <strong>do</strong><br />

2 batalhões referi<strong>do</strong>s, o seu embaraço no proseguimento. Fui e.n pessoa<br />

verificar e examinar as trincheiras que nos detinham, e então reconheci<br />

que estava em presença <strong>da</strong>s grandes fortificações inimigas <strong>contra</strong> as<br />

quaes não me de tinava, e não me era <strong>da</strong><strong>do</strong> insistir com a mingua<strong>da</strong><br />

força de que di punha, e porque tivesse soffri<strong>do</strong> ja a per<strong>da</strong> de 2 hómens<br />

mortos e 12 feri<strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s de metralha inimiga, e <strong>do</strong> 4° batalhão, á<br />

excepção de I, que pelo uniforme mostrava pertencer ao Iode infantaria<br />

que se no aggregou dUl'ante o confiicto ; e, demais, porque fosse o<br />

.meu intento ho tilisar o inimigo que comb.Ltia para a direita com as<br />

no sas tropa <strong>da</strong> I' e 4" divisõe, ordenei a retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> for:a pela<br />

tal pica<strong>da</strong>, por onde haviamos penetra<strong>do</strong>.<br />

«O embaraços <strong>do</strong> terreno, to<strong>do</strong> coberto de espessa matta virgem<br />

e para nó inteiramente desconheci<strong>do</strong>, e o descobrimento de tre caminhos<br />

ou pica<strong>da</strong>s que conduziam a tl'incheiras inimig'as que acabavamo<br />

de en<strong>contra</strong>r a mui curta distancia, por onde tinham transita<strong>do</strong> suas<br />

tropa no ataque que trouxeram no dia 24 de Maio, tu<strong>do</strong> isso induzi(l-nos<br />

a que guar<strong>da</strong>ssemos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>samente essa posição por onde o<br />

inimigo podia, acoberta<strong>do</strong>, envolver a retaguar<strong>da</strong> de nossas tropas empenha<strong>da</strong>s<br />

no combate que sustentavam, e <strong>da</strong> qual no separava uma<br />

restinga ou isthmo de matto, por nós de conhe-ci<strong>do</strong>, porém pelo inimigo<br />

de antemão bem explora/lo.<br />

« Em con equencia pois, tive ordem de guar<strong>da</strong>r e flanquear por<br />

to<strong>do</strong> o resto <strong>do</strong> dia e noite a po ições o0cupa<strong>da</strong>s, sen<strong>do</strong> ao pôr <strong>do</strong> sol<br />

reforça<strong>do</strong>s os batalhões de mi lha briga<strong>da</strong> com tres corpos de carabineiros<br />

<strong>da</strong> 2' divi ão de cavallaria.<br />

« O 7° corpo de volllntario.. que durante o dia con ervou- e guarnecen<strong>do</strong><br />

a bateria de artIlharia proxi ma de te acampamento, ao pôr <strong>do</strong><br />

sol teve ordem de occupar o flan o direito a proteger nossa tropas<br />

que mantinham a trincheiras conquista<strong>da</strong>.' ne e dia, sen<strong>do</strong> reforça<strong>do</strong><br />

nessa posição pelo 4° corpo de voluntal'io', que desbújuei para e se fim.<br />

« o dia 17 fomo sllb titui<strong>do</strong> pela 'briga<strong>da</strong>, rec01hen<strong>do</strong>-nos ao<br />

acampamento, a excepção <strong>do</strong> 7° de voluntarios que teve ordem de permanecer<br />

na po.'ição occupa<strong>da</strong> de vespora.<br />

« Torto o occorri<strong>do</strong> foi por V. S. pl'esencia<strong>do</strong> como comman<strong>da</strong>nte<br />

interino <strong>da</strong> divisão, e in eparavel de nó .<br />

« A condllcta <strong>do</strong> corpo durante o dia 16, por nÓs pre ancia<strong>da</strong>,<br />

foi sati factoria, e penso fazer-l ha!! o merecirlo elogio nesta palavras<br />

I


246<br />

que têm bastante significação. Quanto aos officiaes que constituem o<br />

esta<strong>do</strong>-malDI' de briga<strong>da</strong>, capitão Carlos Frederico <strong>da</strong> Rocha, assistente<br />

<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre general, tenente Onofre Jo é Antonio <strong>do</strong>s<br />

Santos, <strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, e o alfere André AI ve de<br />

Oliveira Bello, meu aju<strong>da</strong>nte de ordens, se conduziram com intrepidez,<br />

valor e a discrição que é propria de officiaes intelligente e briosos<br />

como o são.<br />

« Faltaria tambem a um acto de rigorosa ju tiça, e omittis e a<br />

valorosa conducta <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us amanuense desta briga<strong>da</strong>, o 2° cadete <strong>do</strong><br />

4° corpo de voluntario Luiz Paraguassú de Albuquerque, e lo sargento<br />

tambem de voluntarios addi<strong>do</strong> ao 6° batalhão de linha Carlos Manoel<br />

<strong>da</strong> Silva Agniar Franco, que, incorporan<strong>do</strong>-se á companhia que penetraram<br />

na pica<strong>da</strong>, foram até às trincheiras inimigas onàe sustentaram<br />

um renhi<strong>do</strong> fogo, até que ordenei a retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> força.<br />

« Deus guarde a V. S.-Illm. Sr. coronel Jacintho Macha<strong>do</strong> Bittencourt,<br />

comman<strong>da</strong>nte interino <strong>da</strong> 3" divisão.<br />

« André Alves LeUe de Oliveira Seno,<br />

u 'orOllel COllmltnrfantc. l)<br />

Resumo <strong>da</strong>s parte officiaes <strong>do</strong>s chefes de batalhãO <strong>da</strong> 5' briga<strong>da</strong><br />

30 BATALHÃO DE INFA, TARJA DE LINfIA. - Comman<strong>da</strong>nte, tenentecoronel<br />

1Jesquita.<br />

E te corpo avançou com o 4° de infantaria para cortar a retira la<br />

ao lUlmlgo, ma não o C'IU eguio pela e pes ura <strong>da</strong> matta.<br />

Não teve um só homem f6ra de combate.<br />

4° B\TALHÃO. DE INFANTARIA DE LI\HA..... Com man<strong>da</strong>nte intel'Íno,<br />

major .1. J. rio, Passos.<br />

Estava de promptião no Potearo riris desde a noite ele 15.<br />

Seguir'~m 7 companhias e estenderam em frente <strong>da</strong> matta por onde<br />

se suppunha que fugisse () inimigo quan<strong>do</strong> bati<strong>do</strong> de frente pela 4'<br />

divisão. Verificou-.e depois que o illimigo tinha outra .pica<strong>da</strong>s que<br />

punll'l n em commnnicação com a pl'incipal as trincheira' avança<strong>da</strong>. O<br />

batalhão entl3:uhou- e pelo matto, inrlo de protecçA:l0 o :30 de linha.<br />

\final o coronel Beno ordenou qu essa força fizes e alto, e de tacou<br />

para explorações <strong>do</strong> logar as companhias I·, '2' e 6,' <strong>do</strong> 4° batalhã'l.<br />

Eram dirigi<strong>da</strong>s pelo tenente A. ele Fl'eit-'\,,' Travan·o, alferes Tristão<br />

<strong>do</strong>s San Los e tenente Athayde Seixa.·.<br />

..


247<br />

Esta pequena força encontrou outra mumga e a foi rl?pellin<strong>do</strong> até<br />

que foi <strong>da</strong>r a um forte entrincheiramento. Delle sahiram grande numero<br />

de <strong>Paraguay</strong>os com uma peça. O comman<strong>da</strong>nte Passos, informa<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

occurrencia, 1:1an<strong>do</strong>u tocar·- fogo, retiran<strong>do</strong>.<br />

Reuni<strong>do</strong> o batalhão, sustentou o fogo até que o inimigo se retirou.<br />

7° BATALHÃo D'~ \ OLUNTARIOS DA PATRlA (S. Paulo).-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

major TTalporlo.<br />

Foi guarnecer a trincheira em frente ao boqueirão <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, e<br />

nenhuma per<strong>da</strong> soffreu.<br />

A' noite seguia para a trincheira conquista<strong>da</strong> e ficou ás ordens <strong>do</strong><br />

general commanclante <strong>da</strong> 6~ divisão.<br />

11° BA'rALHÃO DE \!OLU 'TARI05 DA PATRIA. (Pel'llambuco).-Comman<strong>da</strong>nte<br />

interino, major Ribei,-'o Lima.<br />

Protegeu as uateria <strong>da</strong> e quer<strong>da</strong>, e teve varias sol<strong>da</strong><strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s.<br />

C 2)<br />

Briga<strong>da</strong> Pw'atthos (7" briga<strong>da</strong>, 3- diviSãO)<br />

« Comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 7." briga<strong>da</strong>, acampamento em Tuyuty, 17 de Julho<br />

de 1866.<br />

« 1Um. Sr.-Remetten<strong>do</strong> as inclu as partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

6.° batalhão de infantaria de linha, e <strong>do</strong>s corpos 6° e 9° de voluntarios,<br />

cumpro ao mesmo tempo o dever que me a siste de relatar a maneira<br />

por que foram cumpri<strong>da</strong>s as ordens que recebi durante o ataque<br />

de hontem.<br />

« Ao chegar, ás 8 horas <strong>da</strong> manhã, com o 6° batalhão de infantaria<br />

e 9° corpo de voluntarios ás trincheiràs á eS1uer<strong>da</strong> <strong>do</strong> Exm. r.<br />

general Flores, para onde me dirigi por ordem de V. S., segui por<br />

outra ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general em chefe a incorporar-me á 4' divisão<br />

já empenha<strong>da</strong> em fogo.<br />


corpo teve de avanral' depnis para a pica<strong>da</strong> para atlgmentar a força<br />

d'alli, no momento de ser ataca<strong>da</strong> por outras superiores.<br />

« Assim nos conservámos ate que pelas li horas <strong>do</strong> dia, rendi<strong>do</strong>s<br />

pela l' divisão, fomos colloca<strong>do</strong>s à direita, .le protecçrro.<br />

« Pelas 2 horas <strong>da</strong> tarde, sen<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> novo reforço, tive a honra<br />

de ser designa<strong>do</strong> pelo Exm. ~r-. general Guilherme Xavier de Souza.<br />

Segui com os <strong>do</strong>us batalhces, e 111-0 tomar posiÇãO na trincheira. Ahi<br />

recebi no peito direito uma feri<strong>da</strong> contusa por bala de fuzil; e, sentin<strong>do</strong><br />

que tinha o braço sem movimento e a<strong>do</strong>l'lueci<strong>do</strong>, além de dôres<br />

no peito, entreguei o commau<strong>do</strong> <strong>da</strong> força, pelas 3 horas <strong>da</strong> tarde, ao<br />

major José Antonio de Oliveira Botelho, afim de cmar-me.<br />

« O 6" batalhão mais uma vez demou tr'ou ser bravo. Teve um prejuizo<br />

sensivel de officiaes e de praças. Seu comman<strong>da</strong>nte, o major<br />

Botelho, portou-se bem.<br />

« O 9 0 de voluntarios não desmereceu, e o capitão Luiz Antonio<br />

Macha<strong>do</strong> Rosa, assumind€> o comman<strong>do</strong>, houve-se com valentia e animação.<br />

« O 6 0 de voluntario, mesmo nas trincheiras ã esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> general<br />

Flores, teve f6ra de combate algumas praças, e perdeu outras de uma<br />

companhia que fôra conduzir duas bocas de fogo á beira <strong>da</strong> matta.<br />

« Do Iode infantaria foi feri<strong>do</strong> um cabo de esquadra, que de ordens<br />

à briga<strong>da</strong> me acompanhou.<br />

« Os officiaes <strong>do</strong> meu esta<strong>do</strong> maior cumpriram bem o seu dever.<br />

« Deus guarde a Y. S.-111m. Sr. coronel Jacintho Macha<strong>do</strong> de<br />

Bittencourt, com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3" divi ão.<br />

« Antonio <strong>da</strong> SilvaParanhos"<br />

(l Tenente-coronel, com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 7& briga<strong>da</strong>»<br />

Resumo <strong>da</strong>s partes officiaes <strong>do</strong>s chefes de batalhão <strong>da</strong> 7'" briga<strong>da</strong>:<br />

6 0 BATALHÃO DE INFANTARIA DE LINHA.-Oomman<strong>da</strong>nte, major Oliveira<br />

Bote1ho.- Na parte que dirigio ao coronel Paranhos, com man<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, diz o major Botelho:<br />

« '" Seriam 7 1/2 horas <strong>da</strong> manhã quan<strong>do</strong>, por ordem de V. S·<br />

marchei com o batalhão para atacar o inimigo no boqueirão em que se<br />

havia entrincheira<strong>do</strong>, e que fica na matta à esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> acampamento.<br />

Ahi sustentámos um vivo fogo até i hora <strong>da</strong> tarde, como Y, S, testemunhou,<br />

e a es a hora retirámo-no de dentro <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> boqueirão<br />

afim de distribuir cartu:xame ás praças que haviam conclui<strong>do</strong> o que


249<br />

levavam e o que por differentes vezes fÔra distribui<strong>do</strong> durante o renhi<strong>do</strong><br />

combate. Feito isto, e reuni<strong>do</strong> já grande numero de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que se<br />

haviam dispersa<strong>do</strong> na differente~ cargas que demos, ordenou-me V.•.<br />

que o acompanhasse com o batalhão a tomar posição nas sobreditas trincheiras<br />

para reforçar as linhas que alli se achavam, e assim repellir<br />

a impetuosi<strong>da</strong>de com que o inimigo sobre estas carregava, recolhen<strong>do</strong>-se<br />

aos bosques to<strong>da</strong>s as vezes que era rechaça<strong>do</strong>, e d'ahi .fazen<strong>do</strong>-nos um<br />

fogo activissimo. Quan<strong>do</strong>, porém, para alli marchámos, ás 3 horas <strong>da</strong><br />

tarde, foi c0ntuso em uma perna o capitão Francisco de Lima e Silva,<br />

que serve de fiscal d'este batalhãO, e nilo poude acompanhar a marcha<br />

Por esta razão, ao ser V. S. feri<strong>do</strong>, entregan<strong>do</strong>-me o com man<strong>do</strong><br />

ela brigad:" tive de entregar o d'e te batalhão ao tenente-aju<strong>da</strong>nte f peridião<br />

Moniz, que o exel'ceu até ás 4 1/2 ou 5 horas <strong>da</strong> tarde, mo··<br />

mento em que se me apresentou o referi<strong>do</strong> capitão Lima e Silva. Ao<br />

anoitecer foi este obriga<strong>do</strong> pela contu ão a recolher-se á sua barraca,<br />

e o tenente E. Moniz passou de novo a com man<strong>da</strong>r O batalhão até a<br />

8 horas <strong>da</strong> manhã de hoje (17 de Julho), que fui quan<strong>do</strong> por ordem<br />

superior se retirou <strong>da</strong>s trincheiras »<br />

O com man<strong>da</strong>nte elogia varios officiaes, particularmente os que defenderam<br />

2 bocas de fogo que o inimigo tentou tomar em um <strong>do</strong>s<br />

violentos ataques que trouxe á trincheira de que o de alojámos.<br />

O batalhão teve fóra de combate 13 officiae e 161 praças de preto<br />

6° B\TALHÃo DE OLUNTARlO DA PATRIA.-I,Rio de Janeiro).- 'omman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel 1gnello Valente.-Não tomou parte no combate:<br />

ficou de promptidão nas trlllcheiras á esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito, e ahi<br />

teve 11 praças feri<strong>da</strong>s. D'ahi seguio a l' com'panhia, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> capitão<br />

Pedro Corrêa de Albuquerque, composta de 14 filas e 2 alfere ,<br />

até o logar <strong>do</strong> combate, acompanhan<strong>do</strong> 2 boca de fogo de calibre 4<br />

para e'1tregal-as ahi.<br />

Uma força inimiga chegou a tomar 1 <strong>da</strong>s peça, mas o capitão<br />

Corrêa de Albuquerque retomou-a, carregan<strong>do</strong> à bayoneta sobre os <strong>contra</strong>rios.<br />

Teve esta companhia 9 so·.<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 2 extravia<strong>do</strong>.<br />

9° BATALHÃO DE VOLUNTARlOS DA. PATRIA. - (Corpo policial <strong>do</strong> Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Sul). - Com man<strong>da</strong>nte interino maj 01' A. J. Pereira J unior).<br />

Foi feri<strong>do</strong>, e o capitão Macha<strong>do</strong> Rosa passou a dirigil' o batalhão.<br />

A parte ofricial d'este na<strong>da</strong> diz que seja digno de menção: limita-se a declarar<br />

que o comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> te temunhou o honroso procedimento<br />

<strong>do</strong> corpo, dispensan<strong>do</strong>-se elle, por isso, de <strong>da</strong>r pormenores.<br />

..I. 32


230<br />

D 1)<br />

PARTE OFFlClAL DO CO:M:llA DANTE DA 6" Dn J ÃO.<br />

A parte oflicial <strong>do</strong> beigadeiro Victorino Monteiro sobre as OCCUl'­<br />

rencia <strong>da</strong> noite de 16 de Julho é a mesma em que dá conta <strong>do</strong> combate<br />

de 18 de Julho. Esse <strong>do</strong>cumento, pai, será publica<strong>do</strong> adiante, com os<br />

demais relativos à. jorna<strong>da</strong> de 18.<br />

Por elle vera o leitor que, recebeu<strong>do</strong> o general Victorino Monteiro<br />

ordem para ir r,·nder â noite, 0_ batalhões <strong>da</strong> divisão Argollo, que<br />

defendiam a po ição conquista<strong>da</strong> na manhã de 16, fez, eguir para<br />

ahi a 14" bdga<strong>da</strong>, <strong>do</strong> tenente coronel "'alu tiano <strong>do</strong>s Reis (batalhõe<br />

2- de linha 21° e 30° de ,oluntaeios), e logo apoz eguio com o 5°<br />

de linha e o 3° de vaIuntaria', pertencente á i 1," briga<strong>da</strong>. Com es es<br />

5 batalhõe reunia-se a 4 outro argentinos que formavam a briga<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> coronel Cone_a, receben<strong>do</strong> mai' um reforço de 2 batalhões, o 4° e<br />

7° de voluntarios (<strong>da</strong> 5' briga<strong>da</strong>, 3' divi ão).<br />

Ficaram, as im com o general Victorino 7 batalhões brazileiros e<br />

4 argentino .<br />

D 2)<br />

B1 iga<strong>da</strong> J{elly (12 a briga<strong>da</strong>, 6' divi ão)<br />

« 111m. e EXI11. 1'. - Sen<strong>do</strong> e. ta briga<strong>da</strong> campo ta <strong>do</strong>s batalhões<br />

5° e 7° de infantaria, 3" e l6 u corpo de voluntario, achan<strong>do</strong>,:, e o<br />

ultimo em serviço com a força oriental, e o 7° batalhão ten<strong>do</strong> egui<strong>do</strong><br />

para a feente, nas linha avança<strong>da</strong>, e marchan<strong>do</strong> com . Ex. para o<br />

flanco esqu r<strong>do</strong> à noite o 5° batalhão de infantaria e o 3° corpo de<br />

oluntario, foi-me por V. Ex. ordena<strong>do</strong> que me apre enta e á. S. Ex.<br />

o r. general comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, afim<br />

de receber as ordens <strong>do</strong> me mo Exm. r. a quae me foeam <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

no enti<strong>do</strong> de ficar re ponden<strong>do</strong> pelo ponto <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, onde além <strong>da</strong><br />

for a oriental, ficaram tambem o corpo de volunt rio 15°, 3 ° e 51"<br />

<strong>da</strong> 1 ~., briga<strong>da</strong> de auxilio à artilharia com a comp tent bocas de<br />

fogo fican<strong>do</strong> tod a for.·l ob m U colllman<strong>do</strong>.<br />

« Cumpre-me o d v r de apr ent r a Y. E '. a' part <strong>da</strong><strong>da</strong> pelos<br />

comman<strong>da</strong>ute <strong>do</strong> 5" batalhão d inf ntad', m jor ento Jo Gonçal-<br />

, <strong>do</strong> 7° tenente coronel H rculano an h <strong>da</strong> Uya P dra, <strong>do</strong> 3°


251<br />

corpo de voluntario, coronel <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional Domingos Rodrigue<br />

8eixas, e <strong>do</strong> 16° <strong>da</strong> mesma denominação, major Pedro Perruchino,<br />

que pertencem a briga<strong>da</strong> sob meu comman<strong>do</strong>. .<br />

« To<strong>do</strong>s os referi<strong>do</strong> comman<strong>da</strong>ntes, officiaes e mais praças mostraram-se<br />

anima<strong>do</strong>s durante to<strong>do</strong> o dia.<br />

« Os officiaes de commi são que compõe o esta<strong>do</strong> maior desta briga<strong>da</strong>,<br />

majore Manoel de Azeve<strong>do</strong> <strong>do</strong> ascimento, Bento Macha<strong>do</strong> Gomes<br />

e alferes Tito de Souza Cami~ão, portaram-se <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>.<br />

« Acampamento <strong>da</strong> 12" bríga<strong>da</strong> em Tuyuty, 17 de Julho de 1866.<br />

-lllm. e Exm. Sr. brigadeieo Victorino José Carneiro Monteiro, comman<strong>da</strong>ute<br />

<strong>da</strong> 6 divisão.<br />

4( JoaqniDl. Rodrigue8 Coelho Kelly,<br />

« oronel commun<strong>da</strong>nLe. lJ<br />

5" BATALHÃO DE 1 "FANTARIA DE LINHA. --Comman<strong>da</strong>nte interino, major<br />

Bento José Gonçalves.-Seguio ás 9 1/2 <strong>da</strong> noite para a trincheira<br />

qu~ haviamos conqui ta<strong>do</strong>, e ahi se conservou até o dia 17 ás 3 horas<br />

<strong>da</strong> tarde.<br />

Durante a noite foram a no as linhas provoca<strong>da</strong>s com tiroteios<br />

de fuzilaria e disparos de artilharia e foguetes á congréve.<br />

Só teve o batalhão 3 oMaio fóra de combate.<br />

Ouvin<strong>do</strong>- e gemi<strong>do</strong> no bosque <strong>da</strong> direita, man<strong>do</strong>u pela manhã o<br />

comman<strong>da</strong>nte que fossem explora<strong>do</strong>s: recolhemo varios feri<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inimigo<br />

e 140 e tantas armas até ao momento em que o batalhão foi<br />

rendi<strong>do</strong> por outro.<br />

Foi feei<strong>do</strong> pela. costa' 1 <strong>do</strong>s ol<strong>da</strong><strong>do</strong>' que recolhiam os feri<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

inimigo.<br />

7° BATALHÃO DE I~ FANTARIA OE LINHA. - Comman<strong>da</strong>nte, tenentecoronel<br />

Pedra.-Seguio á 6 1/2 <strong>da</strong> tarde para a a.vança<strong>da</strong>s. Só teve<br />

3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

3° BATALHÃO DE VOLUNTARIO DA PA1'RIA (Bahia). - Comman<strong>da</strong>nte,<br />

coronel Domingos . eixas.-Occupou á noite a trincheira toma<strong>da</strong> ao<br />

inimigo. Teve 2 'ol<strong>da</strong><strong>do</strong>' feri<strong>do</strong> no tiroteio <strong>da</strong> noite. Recolheu e fez<br />

segtúr para o ho pital varíos feri<strong>do</strong> <strong>do</strong> inimigo e arreca<strong>do</strong>u 244 espingar<strong>da</strong>s<br />

que este aban<strong>do</strong>nhra.·<br />

16° BATaLHÃO DE VoLUNTARIOS DA PATRIA (Estrangeiro). - ComlUi:l.fillante<br />

interino, major flcl'),w;/ltlw.-E. teve de 'el'vic,;v na 'anga ela<br />

. frente. Nilo . fJffreu per<strong>da</strong> alguma.


D 2)<br />

B'i'i(Jacla Salustiano-- (14' briga<strong>da</strong>, 6' divisãO)<br />

« 111m. e Exm. Sr. - Tive hontem, ao e curecer, ordem de marchar<br />

com a 14' briga<strong>da</strong> ob meu com man<strong>do</strong> para ficar à disposição<br />

de S. Ex:. o r. general em chefe. Cumprin<strong>do</strong>-a, recebi <strong>do</strong> mesmo<br />

Exm. Sr. a de vir substituir o Exm. Sr. general Argollo e força sou<br />

o seu comman<strong>do</strong> na occupação e defeza <strong>do</strong>s entrincheiramentos toma<strong>do</strong>s<br />

ao inimigo na fral<strong>da</strong> <strong>do</strong> bo"que à esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> acamj amento <strong>do</strong> exercito.<br />

A's 7 para às 8 horas foi effectua<strong>da</strong> a dita substituição, collocan<strong>do</strong> eu<br />

os corpo 21 0 de voluntarios e 2 0 batalhão de infantaria guarnecen<strong>do</strong><br />

as trincheira, e o 30° de voluntal'ios de protecção ao flanco esquer<strong>do</strong><br />

delle, en<strong>do</strong> o direito protegi<strong>do</strong> por um batalhãO argentino; à 2 para<br />

as 3 horas <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> foi a briga<strong>da</strong> substitui<strong>da</strong> em virtude de ordem<br />

de V. Ex. pelos corpos 5° batalhão de infantaria, 3° de voluntarios <strong>da</strong><br />

patria e um batalhão argentino, isto por haver V. Ex. pouco depois<br />

<strong>da</strong> me ma chega<strong>da</strong> vin<strong>do</strong> tomar o commanclo de to<strong>da</strong>s as forças aqui<br />

existentes.<br />

« Me e grato declarar a V. Ex. que touos O' ofliciaes e praça<br />

sob meu com man<strong>do</strong> porLaram-se du rante e ·te serviçu com to<strong>da</strong> a calma<br />

e digni<strong>da</strong>de, não obstante haver-nos o inimigo offendi<strong>do</strong> sempre com<br />

tiros de bomba e bala de artilharia e com foguete á congràve.<br />

« As per<strong>da</strong> 'offri<strong>da</strong>s constam de <strong>do</strong>us mortos, treze feri<strong>do</strong> e<br />

quatro contusos, como V. Ex. verá '<strong>da</strong> partt's e relação inclusas.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Acampamento <strong>da</strong> 14' briga<strong>da</strong> nas trincheiras<br />

toma<strong>da</strong>s ao exercito paraguayo na mutta à ooquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> acampamento<br />

brazileiro, 17 de Julho de 1 66. -lllm. e Exm. r. brigadeiro<br />

Victorino José Carneiro Monteiro, dignissimo comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 6' divi. ão.<br />

« Salustiano Jel'onYlDo <strong>do</strong>s Rei@!j~<br />

"Tenente· ronel commnn<strong>da</strong>l1le. <strong>II</strong><br />

Resumo <strong>da</strong>s partes officiaes:<br />

2' BATALHÃO DE INFA TARJA DE LJNHA.-Comman<strong>da</strong>nte, major Genuino<br />

ampain.-Seguio às horas <strong>da</strong> noite I ara a PI) ições conquista<strong>da</strong><br />

ao inimigo. ão uá pormenor , limitan<strong>do</strong>- e a dizer que o comman<strong>da</strong>nta<br />

<strong>da</strong> briga<strong>da</strong> pra enciou o mo<strong>do</strong> honro o com que e houve o corpo.


253<br />

21° BATALF!ÃO DE VOL TAnIOS DA PATRIA (Pernambuco).-Comman<strong>da</strong>nte<br />

interino, major A. J. Bacellar.-Apenas diz que sustentou o fogo<br />

até que as 2 para as 3 horas <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> o inimigo cessou o seu.<br />

Até essa hora os nossos batalhões que occupavam a trincheira toma<strong>da</strong>,<br />

foram hostilisa<strong>do</strong>s pelos <strong>Paraguay</strong>os, que de vez em quan<strong>do</strong> d.. i':cn descargas<br />

de fuzilaria, acompanha<strong>da</strong>s de foguetes á congreve e tiro de<br />

artilharia.<br />

30° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (Pernambuco).-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel Appollonio Cwrtpello. - A parte official deste<br />

comman<strong>da</strong>nte ê tarnbem muito resumi<strong>da</strong> e não adianta mais que as <strong>do</strong>s<br />

outl'OS batalhões. A per<strong>da</strong> que teve o batalhão consisti') em 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

morto; 1 tenente, 1 cabo e 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s; 1 alfere, 1 cadete e :l<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>' feri<strong>do</strong>s, e 1 extravia<strong>do</strong>.<br />

D 3)<br />

B1'iga<strong>da</strong> Pinto ele 'llmeicla<br />

Não foi publrca<strong>da</strong> a parte official <strong>do</strong> coronel Pinto de Almei<strong>da</strong>.<br />

Os batalhões de t.a briga<strong>da</strong> não tomaram parte no combaie: e tiveram<br />

nas avança<strong>da</strong>s <strong>do</strong> centro, e ahi sustentaram tiroteio com uma força<br />

inimiga.<br />

15° B.\TALHÃO DE VOLUNTARIOS DA. PATRB.. -Comman<strong>da</strong>nte, tenente<br />

coronel Gabi'iel Guedes.<br />

Rio tomou parte no ataque: e tava de . ervi~o nas avança<strong>da</strong> elo<br />

centro, e ustentou tiroteio com o inimigo.<br />

Teve 1 an peça<strong>da</strong> e 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 1 alfere, 2 sargentos, 3<br />

cabos, 1 an peça<strong>da</strong> e 1:3 ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

38° BA'rALHÃO DE VOLUNTARIOS DA. PATRIA (Bahia).-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel F'reire de Carvalho.<br />

Não tornou parte no combate.<br />

51° BATALHÃI) DE VOLUNTÃ-RI DA. PATRIA (I el'llambuco).-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

major Galclino Villas Boas.<br />

Não tomou parte no combate.


E)<br />

PARTE OFFICIAL DO Cll\IMAJ."\'DA.·TE DA 2- DIVI ÃO<br />

« Quartel general elo Gomman<strong>do</strong> <strong>da</strong>, :';' divi ão em TU1uty, 16 de<br />

Jl.llho' de 1 66.<br />

« IUm. Exm. Sr.-Ten<strong>do</strong>- e trava<strong>do</strong> combate com uma força inimiga<br />

que occupava uma fortificaçüo em um ponto <strong>da</strong> e quer<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito,<br />

marçhei com <strong>do</strong>u batalhões pertencente á 5 a briga<strong>da</strong> a approximar-me<br />

<strong>do</strong> lugar em que e. achava engaja<strong>da</strong> em fogo a 4' divi 'ão de infantaria<br />

ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> brigadeir'o Guilherme Xa ier de ouza, afim de auxiliaI-o,<br />

~aso e torna e nece sario, quan<strong>do</strong> recebi ordem de V. Ex. para<br />

ir occupar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> Potrero Piris a evitar uma invasão qualquer<br />

de força inimigas que porventura tentasse atacar e e ponto, ao que<br />

dei logo cumprimento, conservan<strong>do</strong>-me nesse 1ugar até uma hora <strong>da</strong><br />

tarde pouco mai ou menos, quan<strong>do</strong> fui preveni<strong>do</strong> pelo Ex-m. r. general<br />

Flores, para que ataca se pela pica<strong>da</strong>, direita <strong>do</strong> inimigo, e, ten<strong>do</strong> chega<strong>do</strong><br />

ahi o 3° e 4° batalhões, e não en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong> força no a ordenei<br />

a retira<strong>da</strong> de a, soffren<strong>do</strong> ella ahi algun prejuízo. \.' quatro horas<br />

<strong>da</strong> tarde, ten<strong>do</strong> appareci<strong>do</strong> uma força sobre a matta <strong>do</strong> flanco esquer<strong>do</strong>,<br />

mandei que o 3° regimento ob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sr. major lzi<strong>do</strong>ro Fernande<br />

de Oliveira fo e reconheceI-a, ,en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong>-a le ou o inimigo<br />

até ,uas po içõe" en<strong>do</strong> tambem alguma' praça fól"1. de combate. Ei<br />

quanto me cumpre levar ao conhecimento de V. Ex, não poden<strong>do</strong><br />

deixar de accra centar que tornam-se digno de louvores o r,'. coronei<br />

Jacintho Macha<strong>do</strong> de Bittencourt e Andr':' Alve. Leite de Oliveira<br />

BeIlo, aquelle comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> :3" divi ã e este <strong>da</strong> -a briga<strong>da</strong> pertencente<br />

á me ma, pela activi<strong>da</strong>de e boa di pO'içõa que tomaram no comman<strong>do</strong><br />

de ~ua -t rças, e bem a'isim amai comman<strong>da</strong>nt d corllo.<br />

« Inclu a achara ". Ex. a'3 parte e relaçõe <strong>do</strong> corpo a que<br />

acima me refiro, <strong>do</strong> mortos e feri<strong>do</strong>'.<br />

,~Deu guarde a \. Ex. - Il\m. ExlU. l'. con elheiro marechal de<br />

campo PaI o<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fon ec Quintanilha Jordão, comman<strong>da</strong>nte em chefe<br />

<strong>do</strong> exercito Imperial.<br />

« J08' Luiz 'Ienna Barreto.<br />

" Bri • <strong>do</strong>iro. li


255<br />

40<br />

t P.~R'l'f.: OJ.


256<br />

Emesto ela Cunha Mattos, que, com 8 peças às suas ordens, responderam<br />

ao fogo inimigo desde a linha exterior avança<strong>da</strong>.<br />

« Tambem devo fazer menção <strong>do</strong> tenente <strong>do</strong> 5° batalhüo de linha<br />

Candielo Cal<strong>da</strong>s, que, como aju<strong>da</strong>nte em commissão às minhas ordens,<br />

cumpria dignamente o seu dever, e <strong>da</strong>s baterias brazileira . - « Comman<strong>da</strong>nte<br />

Mallet »- às ordens elo major José Thomaz de Almei<strong>da</strong> Pereira<br />

Valente, e baterias- « Barão <strong>do</strong> Rerval »-à orden~ <strong>do</strong> capitão Francisco<br />

A. de Moura, que com acerto responderam ao fogo de canhão, que<br />

de3de sua linha effectuou o inimigo sobre a nossa durante to<strong>do</strong> o combate.<br />

« Deus guarde a V. Ex .<br />

« Venancio Flores. »<br />

t PARTES OFFICIAE DOS COMMANDANTES DE DlVISÔE, BRIGADA E CORPOS<br />

S)BRE o COMBATE DE 18 DE JOLHO<br />

(A<br />

Pm"le official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>l/te <strong>da</strong> 6" divisão<br />

« Illm. e Exm. Sr.- Ten<strong>do</strong> ordem de V. Ex. no dia 16 á noite<br />

para render ao Exm. Sr. general Argollo, e a divisã.o de seu comman<strong>do</strong>,<br />

que se achava no flanco esquer<strong>do</strong>, sustentan<strong>do</strong> a posição toma<strong>da</strong> naquelle<br />

dia ao inimigo, fiz marchar a 14' briga<strong>da</strong> comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo<br />

tenente-coronel Salustiano Jeronymo <strong>do</strong>s Reis, e após ella segui com:o<br />

5° batalhão de infantaria e 3° de voluntarios <strong>da</strong> patria, pertencentes á<br />

12" briga<strong>da</strong>, en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong> no ponto indica<strong>do</strong> a divisão argentina<br />

<strong>do</strong> coronel Conesa, composta de 4 batalhões, assim como o 7° de voI untarios<br />

ela patria.<br />

«No dia 17 foi substitui<strong>da</strong> a divisão Conesa, pela <strong>do</strong> coronel<br />

Cesario Dominguez, tambem composta de 4 batalhões, a qual<br />

ficou sob minhas ordens, e á noite chegou o 4° corpo de voluntarios <strong>da</strong><br />

patria; sen<strong>do</strong> então a sua totali<strong>da</strong>de 11 batalhõe, 7 brazileiros e 4<br />

argentinos.<br />

« Ten<strong>do</strong> parte que o inimigo tentava abrir uma pica<strong>da</strong>, o que<br />

á noite se verificava pelo trabalho de macha<strong>do</strong>s, ordenei ao comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> batalhilo argentino que se' achava na esquer<strong>da</strong>, que impedis"e


257<br />

aquelle trabalho, e, achan<strong>do</strong>-se na noite de 17 11m outro batalhão argentino<br />

naquelle ponto, com man<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo tenente-corenel D. Manoel Caraza,<br />

detel'minei-lhe que man<strong>da</strong>s e observaI' por homens intelligentes e pel':­<br />

picazes, não s6 a direcção <strong>da</strong> pica<strong>da</strong>, como tambem se tinha o inimigo<br />

comsigo alguma artilharia naquelle ponto; porém como nüo pudes8e o<br />

commal1<strong>da</strong>nte araza executar aqul'llla minha deteeminação, em consequencia<br />

de protegeI' o inimigo seu trabalho com um vivo f ·go de mo ­<br />

quetaria, aproveitei a occa ião de fazer um reconhecimento no momento<br />

em que outro batalhão argentino o ia render às 5 horas <strong>da</strong> manhã<br />

<strong>do</strong> dia 18. Mandei uma com panhia des e batalhão até ao flanco <strong>do</strong> valIo<br />

elo inimigo, protegi<strong>da</strong> pelas outra. Depois de ce sal' o fogo retil'Ou-se<br />

o dito batalhão <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte Caraza, mas poucos momento' depoi<br />

participou-me o major 'ilverio (oriental) que S. Ex. o Sr. general<br />

Flores vinha pelo flanco direito, e determinava que eu marchasse com<br />

a minha força, ten<strong>do</strong> já sem o meu conhecimento o me mo major <strong>da</strong><strong>do</strong><br />

dieectamente ordem aos 2 batalhõe argentinos que marcha sem; em<br />

virtude <strong>do</strong> que marchei com a 14' briga<strong>da</strong>, cobrin<strong>do</strong> os movimento <strong>do</strong>s<br />

batalhões argentinos. Ne a occasião recebi ordem em egui<strong>da</strong> <strong>do</strong> me mo·<br />

Exm. Sr. general Flores, pelo tenente-coronel Flore, major Silverio,<br />

capitão Ramires (orientae') e pelo tenente Cal<strong>da</strong>s (brazile)ro), para que<br />

fizesse entrar força e atacasse por aquelle la<strong>do</strong> as bateeias inimigas.<br />

« Fiz avançar o tenente-coronel SaIu tiano com o 2' de linha e o<br />

30' de vaIuntaria , e marchei a despontar o valIa toma<strong>do</strong> ao inimigo<br />

com os batalhões 50 de linha e 21 0 de volul1tarios, aos quaes fiz entral'<br />

em uma pica<strong>da</strong> bastante aperta<strong>da</strong> que ia sahir nas bateria inimigas,<br />

ten<strong>do</strong> ordena<strong>do</strong> ao coronel D. Cesario, Dominguez que proteges e ao<br />

coronel Palleja, na carga que este fazia ao inimigo em frente as bateria,<br />

<strong>da</strong>n<strong>do</strong> íolta immediatamente para fazer 'marchar o 2 0 de linha e<br />

30 0 de voluntarios para entear com elIes onde já tinha feito entrar o<br />

qo de linha e 21 0 de voluntarios.<br />

« e sa marcha foi que recebi o ferimento na mão esquer<strong>da</strong>, e forte<br />

contu ão no quadril <strong>do</strong> mesmo la<strong>do</strong> por bala de metralha, levan<strong>do</strong><br />

igualmente dua o cavallo que montava, o qual cahio commigo; retirei-me<br />

ne sa occasião <strong>do</strong> campo, deixan<strong>do</strong> aquella força entregue ao<br />

tenente -coronel SaIu tiano, até que V. Ex. determina e a ub tituição<br />

por outro.<br />

q; Eis as deliberações que tomei, de conformi<strong>da</strong>de com a ordens<br />

recebi<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Exm. Pr. general D. Venancio Flores, até a occasião em<br />

que infelizmente fui feri<strong>do</strong> gravemente.<br />

«O tenentes Antonio icoláo Falcão<br />

mo de Carvalho Moura, este escripturario,<br />

Ao 33<br />

<strong>da</strong> Frota, ManoeI Era ~<br />

e aquelle as istente <strong>do</strong>


2:58<br />

deputadQ <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general'; José Joaquim de Carva 1 11O, e alferes<br />

João Pereira <strong>da</strong> Silva, este escl'iptUl'al'io, e aquelle assistente<br />

<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre general; tenente Joaquim Sabino Pil'es<br />

Salga<strong>do</strong>, aju<strong>da</strong>nte de ordens, e alferes Manoel José Pereira, aju<strong>da</strong>nte<br />

de ca mpo, to<strong>do</strong>s junto a e~te comman<strong>do</strong>, cumpriram perfeitamente<br />

seus deveres como sempre têm feito em to<strong>da</strong>s as occasiões. Igualmente o<br />

tenente-coronel Salustiano portou-se empre bem cumprin<strong>do</strong> seu devere" ..<br />

« Acampamento em Tuyuty no <strong>Paraguay</strong>, 20 de JUlllO de 1866.<br />

-!llm. e EXll1, Sr. mar chal de campo conselheiro Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong><br />

.Fonseca Quintanilha Jordão, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> lo corpo de<br />

exercito imperial.<br />

« Vict.orino Jo§é


~59<br />

e bem as im os <strong>do</strong> 38°, tenente coronel Domingos José Freire de Carvalho,<br />

<strong>do</strong> :- t" major Galdino <strong>da</strong> Si! va Villas-Boas, officiaes e mais<br />

praça.<br />

« Por esta mesma occa~ião cumpre-me declarar que os officiaes de<br />

commisslío que compõem o e ta<strong>do</strong> maior desta briga<strong>da</strong>, os majores Bento<br />

Macha<strong>do</strong> Gome::, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, Manoel de<br />

Azeve<strong>do</strong> <strong>do</strong> a cimento, assi tente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-mestre-general<br />

e alferes aju<strong>da</strong>nte de ordens Tito de ouza Camisão, cumpriram perfeitamente<br />

seu deveres, o eg-un<strong>do</strong> em dirigir- e á repartição <strong>do</strong> quartelmestre-general<br />

a requisitar e conduzir munições quer de infantaria<br />

como de artilharia, que se faZIam mister; e os outros nas transmissões<br />

de ordens, e conduzin<strong>do</strong> ao logar <strong>do</strong> combate as munições para<br />

a infantaria, sen<strong>do</strong> morto junto á trincheira <strong>do</strong> inimigo ú cavallo em<br />

que ia monta o o mesmo aju<strong>da</strong>nte de ordens.<br />

« Acampamento <strong>da</strong> 12' briga<strong>da</strong> em Tuyuty, 20 de Julho de 1866.<br />

- Illm. (;) Exm. ~'r. brigadeiro Victorino José Carneiro Monteiro, COffiman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 6' divi~ão.<br />

« JoaquilD Rodrigues Coelho I~elly,<br />

« Coronel comman<strong>da</strong>nt.l. "<br />

5° BATALHÃO DE INFA.NTARIA DE LlNH L-Commau<strong>da</strong>nte, major Bento<br />

José GOllçalves. Feri<strong>do</strong>, foi substitui<strong>do</strong> pelo capitão Ca1yloso de Castro.<br />

Na parte official <strong>do</strong> primeiro lê-:e o seguinte:<br />

( .... Achau<strong>do</strong>- e no dia 18 o batalhão forma<strong>do</strong> de reserva e<br />

protecção á linha <strong>do</strong>nde havia ::iirlo rendi<strong>do</strong> na tarde <strong>do</strong> dia antecedente,<br />

por ordem <strong>do</strong> EX1l1. r. general co:nman<strong>da</strong>ute '<strong>da</strong> 6- divi ão, às<br />

9 hora <strong>da</strong> manhã marchou para a frente onde se achava o mesmo<br />

Exm. ~r., e, chegan<strong>do</strong> junto à.., mattas em frente i llllha, man<strong>do</strong>u que<br />

o batalhão estendesse à beira <strong>do</strong> dito matto occupa<strong>do</strong> pelos inimigos,<br />

e depois determinou que penetra se n'elIe. Posto em execução pela direita,<br />

por pelotõe, pelos trilhos <strong>do</strong> inimigo, e debaix.o de um intenso<br />

fogo de mosquetaria e artilharia, o primeiro pelotão, ao ahir <strong>da</strong> matta<br />

no la<strong>do</strong> opposto descobrio aDi o capitão Joaquim Jo ê de Magalhãe,<br />

as trincheIras inimigas d'onde descarregavam as metralhas sobre as<br />

nossas forças; e <strong>da</strong>n<strong>do</strong>-me parte, mandei immeLliatamente que e~ e pelotão<br />

se Cl)nserva~ e de joelho até que os outros <strong>do</strong> flanco esquerd~<br />

que entraram no espesso matto pudes em a.vançar para. man<strong>da</strong>r que<br />

sobre essa~ trincheiras se carregasse. N'este ínterim l'êcebi UIll leve fe-


260<br />

rimento de bala. no pescoço, porém com forte panca<strong>da</strong>, produzin<strong>do</strong><br />

grande contusão, e, ator<strong>do</strong>a<strong>do</strong>, fui obriga<strong>do</strong> a entregar o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

batalhãO ao capÍtão man<strong>da</strong>nte Joaquim Car<strong>do</strong> o de Castro, e, sahin<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> referi<strong>da</strong> matta, dei parte ao mesmo Exm. Sr" o qual ordenou me<br />

retirasse para o acampamento .. , »<br />

A parte official <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> diz o seguinte:<br />

'" .. . O batalhão avançou por entre. um fogo vivis imo' de infa.ntaria<br />

e metralha inimiga, a, fazen<strong>do</strong> um esforço de bravura, pMe,<br />

atravez de grande sacrificio, chegar ao entrincheiramento inimigo onde<br />

depois de renhi<strong>da</strong>mente sustentar uma luta de igual, por i so que os<br />

<strong>contra</strong>rios tinham artilharia, obteve expellil-ús de suas trincheiras,<br />

fazen<strong>do</strong>-os recuar até ao bosque que ficava fronteiro. Auxilia<strong>do</strong>s por<br />

forças argentinas, parte <strong>do</strong> batalhão 21 u de voluntarios e 2 0 batalhão<br />

de infantaria de linha, no assenhoreamos por instantes <strong>do</strong> acampamento<br />

inimigo, e algumas bocas de fogo com to<strong>da</strong> a munição; digo<br />

por instante porque depois de um quarto de hora o inimigo voltou á.<br />

carga com grande força de infantaria e cavallaria, Tivemos de ceder<br />

então o que com grande custo tinhamos podi<strong>do</strong> alcançaI'. Recuamos;<br />

a força <strong>do</strong> inimigo era maior e fresca; nós estavamos fatiga<strong>do</strong>s e já.<br />

faltos de munições. Este incidente no~ privou de obter completa' victoria.<br />

« Recebemos munições e sustentamos o fogo até quatro e meia<br />

horas <strong>da</strong> tarde, quan<strong>do</strong> tivemos ordem para a retira<strong>da</strong>, fican<strong>do</strong> as ordens<br />

de S, Ex. o Sr. brigad"iro Guilherme Xavier de Souza. A's 6 horas<br />

<strong>da</strong> tarde eguimos para o ponto mais importante <strong>da</strong>s avança<strong>da</strong>s, rendenuo<br />

o 10° de voluntarios que alli se achava. O batalhão deu mais<br />

uma prova de resignação e coragem. De ele o dia j 6 a noite tinha<br />

sahi<strong>do</strong> de seu abarracamento para a frente; estava cansa<strong>do</strong> e sentia<br />

fome, porque não lhe foi possivel comer em to<strong>do</strong> o dia <strong>da</strong> acção.... lo><br />

A parte oflicial passa a elogiar os ofliciaas a praças que mais se<br />

distinguiram, e diz que a per<strong>da</strong> que soffreu o batalhiio foi esta: morto,<br />

1 alferes e 29 praças; feri<strong>do</strong>s 3 alferes, 4 inferiores e 63 pl'aças; contuso<br />

1 capitão.<br />

7° BAT..ALHÃO DE INFANTARIA DE LTNHA.-Comman<strong>da</strong>nte, te'neute-coronel<br />

Pedra. -A parte oflicial tem a <strong>da</strong>ta de 19 de Julho.<br />

N'esse <strong>do</strong>cumento diz o com man<strong>da</strong>nte Pedra:<br />

« O batalhão marchou hontem as '1 horas <strong>da</strong> manhã, quan<strong>do</strong> principiou<br />

o combate com as nossas avança.<strong>da</strong>s e extrema esquer<strong>da</strong>) que fJrçavam<br />

as fortificações avança<strong>da</strong>s <strong>do</strong> inimigo. .<br />

« Formei o batalhão, segun<strong>do</strong> a ordeu.' de V. S., e com elle segui


261<br />

para proteger a bateria « com man<strong>da</strong>nte MalIet », o que fiz guarnecen<strong>do</strong><br />

seus flancos. N'esta pOSiÇiiO recebi ordem para marchar em coadjuvação<br />

<strong>do</strong>s que ja combatia'D, receben<strong>do</strong> em marcha ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general<br />

Flôres, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito .<strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, para<br />

avançar sobre uma <strong>da</strong>s aberturas que offerece a matta em que se aiJoia<br />

o flanco direito <strong>do</strong> entrincheiramento geral <strong>do</strong> inimigo, e forçar a bayoneta<br />

o ponto <strong>da</strong> trincheira no extremo <strong>da</strong> abertura.<br />

« Em cumprimento <strong>da</strong> nova ordem dirigi-me com o batalhão a passo<br />

accelera<strong>do</strong> para es e ponto, e ao approxilOar-me, carreguei sobre a referi<strong>da</strong><br />

trincheira, que me recebeu com vivo fogo de canhão e mosquetaria.<br />

« A impetuosi<strong>da</strong>de de te movimento fez calar o canhãe inimigos<br />

em poucos in tantes, o que permittio-me chegar á <strong>contra</strong>-escarpa <strong>do</strong> fosso,<br />

além <strong>da</strong> qual na<strong>da</strong> pude fazer, não só pelo vivo fogo <strong>da</strong> fuzilaria inimiga,<br />

como porque as exagera<strong>da</strong>s dimen ões <strong>do</strong> fosso impossibilitam inteiramente<br />

o a salto, principalmente em presença. de forças consideraveis,<br />

que <strong>do</strong> acampamento inimigo proximo á trincheira partiam em auxilio<br />

<strong>da</strong> guarnição della.<br />

« Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> frustra<strong>do</strong> este primeiro e~forço por taes difficul<strong>da</strong>des,<br />

recuei, e, e ·tabelecen<strong>do</strong>_a ordem, carreguP-i novamente, não sen<strong>do</strong> mais<br />

feliz nesta segun<strong>da</strong> investi<strong>da</strong>, que na primeira. Retirei-me, toman<strong>do</strong> posiÇão,.<br />

e entretive o fogo com o inimigo, chegan<strong>do</strong> depois di so o tenentecoronel<br />

.... a1ustiano Jeronymo <strong>do</strong>s Rei, com o corpo 21 0 de voluntario ,<br />

e com clle novamente avancei e não fomos mai fe1ize. Retiran<strong>do</strong>- e o<br />

dito tenente-coronel com o cita<strong>do</strong> batalhão, ain<strong>da</strong> fiquei u tentan<strong>do</strong> o<br />

ponto, até que chegaram <strong>do</strong>us batalhões argentinos com os quaes ain<strong>da</strong><br />

emprehendio as'alto, fican<strong>do</strong>, porém, meu batalhão de sllpporte ob a<br />

direcção <strong>do</strong> meu major, en<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> e ta tentativa infructifera.<br />

« Depois de retirarem-se a col um nas argentinas, recebi ordem, para,<br />

recoUli<strong>do</strong>s o feri:lo, retirar-me a occupar a trincheira avança<strong>da</strong>, perdi<strong>da</strong><br />

pelo inimigo, oude con. ervei-me até a noite, en<strong>do</strong> então ren·<br />

di<strong>do</strong>. .. »<br />

O comman<strong>da</strong>nte Pedra, em segui<strong>da</strong>, pas. a a elogiai' o officiae e<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que mai se di tinguiram. Entt'e elIes mencionaremos o alferes<br />

J. Joaquim Oar<strong>do</strong>'o Junior, que morreu quan<strong>do</strong> ia plantar sobre a <strong>contra</strong>escarpa<br />

<strong>da</strong> trincheira a bandeira <strong>do</strong> batalhão (1), e o forriel Queiroz e<br />

Albuquerque que n'essa occasião salvou a bandeira. (2j<br />

O batalhqo teve 2 officiaes e _9 praças de pret mortos' feri<strong>do</strong>s 3<br />

officiae e 99 inferiores e ol<strong>da</strong><strong>do</strong>; coutu os 2 ofiiciaes e 21 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>.<br />

(I) Vista a Thompson.<br />

(2) Idem.


?6?<br />

-- =<br />

3° BATALHÃO DE VOLU TARIOS DA r'ATRIA (Bahia). - Comman<strong>da</strong>nte.<br />

coronel Domingos "'eixas.- Trecho <strong>da</strong> parte official:<br />

« . " Ten<strong>do</strong> o 3 0 corpo de voluntarios <strong>da</strong> patria segui<strong>do</strong> deste<br />

acampamento no dia 16 <strong>do</strong> corrente a occupa.r ~a primeira trincheira<br />

conquUa<strong>da</strong> á' forças paraguayas pela 4" divi 'ão, trincheira situa<strong>da</strong> entre<br />

duas mattas que a flanqueam, permaneceu a11i o me mo corpo ate o dia<br />

17 â noite., retirau<strong>do</strong>-se rara o campo im:nec1iatu onde se achava o comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 6' divisão, bt'igadeiro Viclorino Monteiro, e ahi pernoitou,<br />

« No dia 18, pelas 6 hora <strong>da</strong> manhã, tive ordem <strong>do</strong> me mo brigadeiro<br />

para de novo guarnecer a referi<strong>da</strong> trincheira, o que fiz conservan<strong>do</strong><br />

o corpo até \) hora <strong>do</strong> dia, tempo em que já e batiam nossas<br />

forças com a outra tei2cheira ruais centeal, e nessa occasião fOI-me<br />

ordena<strong>do</strong> que segui se com o corpo a ubstituir no combate ao batalhão<br />

16° de linha que se retirava..<br />

« Dan<strong>do</strong> prompta execução a e'ta ordem, avancei com o referi<strong>do</strong><br />

corpo que immediatamente entrou em acção <strong>contra</strong> a predita trincheira<br />

em campo de'coberto} e guarneci<strong>da</strong> de artilharia de campanha, infantaria<br />

e cavallaria em seus <strong>do</strong>us flancos, o que não obstou ao nossos<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de chegarem a distancia de 15 a 20 braça proxima à me ma;<br />

mas a immensa superiori<strong>da</strong>de <strong>da</strong> forças inimiga., quer nas armas com<br />

que e 'defendiam, quer na vantagem que tinham na altura <strong>do</strong>s parapeitos<br />

e largura <strong>do</strong> fo sos, além <strong>da</strong> posição <strong>da</strong> trincheira, apoia<strong>da</strong> em<br />

seus flancos pela matta, nJo foi passiveI er toma<strong>da</strong> pelos nos os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s}<br />

que tinham ne ta acção o maior empenho, por cujo motivo perdeu<br />

o corpo 290 pt'aças de pl'et, entre mo eLos, feri<strong>do</strong>s e exteavia<strong>do</strong>~, além<br />

de 2 capitães e 1 alfere mOl'to, e I major, :l capitães e 5 alfer...<br />

feri<strong>do</strong>s (1,\, cujos nomes con"tn.m <strong>da</strong> relação j unta, fazen<strong>do</strong>-se digno de<br />

h0nrosa menção o major de"te corp) \.ntonio Tiburcio Feereira de 'ouza,<br />

que. distinguin<strong>do</strong>-se na ac


26:3<br />

160 BATALHÃO DE VOLUNTARIOS (italianos ao serviço <strong>do</strong> Brazil).-Comman<strong>da</strong>nte<br />

interino, major Perr·,chino. Trechos ç1a parte oflicial:<br />

« .•••. Haven<strong>do</strong> entra<strong>do</strong> este corpo na linha <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> no dia<br />

17 às 7 hora <strong>da</strong> noite, tive ordem no dia 18, a 6 1/2 horas <strong>da</strong><br />

manhã (hora em que começOtl o fogo) para avançar com as companhias<br />

que estavam estendi<strong>da</strong>s e de reserva ao flanco esquH<strong>do</strong>. <strong>da</strong> linha, até<br />

ás trincheiras onde o inimigo e fazia forte. Era mui vantajoso o ponto<br />

que defendia o inimigo, e seu numero superior ao nos o. Or.lenei carregal'<br />

à bayoneta, e, vi ta a coragem de nossos ol<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo inimigo,<br />

paz-se este em vergonhosa fuga, ten<strong>do</strong> eu a honra de ha. tear a bandeira<br />

(1) que levava, servin<strong>do</strong> de baluarte, na po ição inimiga.<br />

ão tar<strong>do</strong>u muito que o inimigo, reforça<strong>do</strong> por fortes columnas e<br />

duas estativa de foguete á congrêve, pretendes:'e flanquear-nos pela<br />

direita. Ven<strong>do</strong> isto, e em aban<strong>do</strong>nar a posição, fiz mu<strong>da</strong>r de direc.ão<br />

á guerrilha sobre a frente <strong>do</strong> inimigo, que nos fazia vivo e mortifero<br />

fogo de fuzilaria e metralha. Naquella oecasião foi quan<strong>do</strong> ordenei ao<br />

capitão de artilharia Antonio Carlos de Magalhães, fizesse fogo com<br />

uas duas peça em direcção á menciona<strong>da</strong>s columnas, obten<strong>do</strong>-se o melhor<br />

resulta<strong>do</strong>. Pouco depoi tive ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general Flore de retirar<br />

com os pouco companheiros que me ficaram <strong>do</strong> ataque á trincheiras<br />

. avança<strong>da</strong>s.<br />

« Devo communicar a V. S. que no momento de avançar, acompanhou-nos,<br />

fi. nossa esquer<strong>da</strong>, uma companhia <strong>do</strong> batalhão oriental<br />

«Independenêia» cujo com man<strong>da</strong>nte Elias portou-se heroicamente. E' tambem<br />

digno de menção o capitão de artilharia Antonio Carlos de Magalhãe ,<br />

o qual portou-se com muito valor e angue frio, bem como os poucos<br />

sol<strong>da</strong>qos que e tavam sob eu comman<strong>do</strong>. E' tambem dign:> Ud louvor o<br />

Sr. tenente de artilharia oriental Frederico Guilherme Daner, que com<br />

uma carabina em punho no acompanhou, até tomarmos po ição na<br />

trincheiras inimiga.<br />

« São tambem digno <strong>do</strong>" maiores elogios o capitão <strong>da</strong> terceira<br />

companhia João Luiz Ferreira, que e bateu como um heróe, ate que<br />

recebeu uma feri<strong>da</strong> mortal no ventre: igualmente o tenente comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 2" companhia Franci co Calabre i, que pa seava sobre a trincheira<br />

inimiga com um valor heroico, até que foi feri


264<br />

A 2)<br />

B?'ica<strong>da</strong> Sall.lsti:·no-(14 4 briga<strong>da</strong>, 6 4 divisão)<br />

« Illm. Sr. - Em obediencia á lembrança <strong>do</strong> quartel-general em<br />

chefe, de hontem, venho pá.rticipar a V. S. para o fins eom'enientes,<br />

que na manhã de 18 <strong>do</strong> corrente, achan<strong>do</strong>-me com a 14" briga<strong>da</strong> na<br />

proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> tl'incheira toma<strong>da</strong>s no dia 16 ao inimigo, recebi 0.0<br />

Exm. 1'. general Victorino, ordem de marchar com a briga<strong>da</strong> para as<br />

trincheiras jâ cita<strong>da</strong>s, e <strong>da</strong>lli avançar para o rincão fronteiro a elias,<br />

aonde me conservei até que recebi nova ordem para avançar e fazer<br />

penetrar uma força no matto contiguo ao entrincheiramento ain<strong>da</strong> occupa<strong>do</strong><br />

pelo inimigo; mandei quatro companhias <strong>do</strong> 2° batalhão de infantaria<br />

com o respectivo fiscal, o major de commis 'ão Aurelio Joaquim Pinto,<br />

que pouco tempo depoi en<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> se retirou Com e ta quatro companhias<br />

pedio-me para penetrar no dito matto o tenente <strong>do</strong> 4° corpo<br />

de caça<strong>do</strong>res a cavalio Placi<strong>do</strong> Fialho de Oliveira Ramos, assistente <strong>da</strong><br />

reparti.ão <strong>do</strong> quartel-me tre-general junto a este comman<strong>do</strong>: assenti<br />

a e se pedi<strong>do</strong> por ser o tenente Placi<strong>do</strong> um official reconheci<strong>do</strong> bravo<br />

e calmo, e que desde Paysandú se distinguio combaten<strong>do</strong>, Este oflicial,<br />

Segun<strong>do</strong> as informações que tenho, chegou com a praça <strong>do</strong> 2° batalhão<br />

de infantaria e 21 de voluntario a penetrar nos entrincheiramentos<br />

0<br />

inimigos, de onde só se retirou feri<strong>do</strong> e compelli<strong>do</strong> pela desproporção<br />

numerica <strong>do</strong> inimigo.<br />

« O 2' batalhão de infantaria, além <strong>da</strong> quatro companhias já<br />

menciona<strong>da</strong>s, de tacou mai duas para e tenderem pela orla <strong>do</strong> matto,<br />

fican<strong>do</strong> o seu comman<strong>da</strong>nte com outras duas incorpora<strong>da</strong> à briga<strong>da</strong>.<br />

« O 2L° corpo de voluntario ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> pelo ExlU. r. general<br />

Victorino, man<strong>da</strong><strong>do</strong> penetrar no matto,!e carregar sobre o entrincheiramento,<br />

não o vi senão no fim <strong>do</strong> comb.1te quan<strong>do</strong> se retirou. O .... 1'. comman<strong>da</strong>nte<br />

Flores declarou-me que o Exm. 01'. pre idente Flore ordenava<br />

que a .força re tante sob meu comman<strong>do</strong> avança e, ervin<strong>do</strong> o dito comman<strong>da</strong>nte<br />

de guia, o que executei; e quan<strong>do</strong> marchavamos a ahir <strong>do</strong><br />

rincão pelo la<strong>do</strong> <strong>da</strong> trincheira toma<strong>da</strong> nesse dia, VImo uma columna<br />

inimiga que repe11ia <strong>do</strong> inte ior <strong>do</strong> matto força argentina e orientae :<br />

e a força inimiga foi pelas duas companhias <strong>do</strong> 2° batalhão de infantaria<br />

sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> major Genuino O1ympio de Sampaio e pelo<br />

30° corpo de voluntario ob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente-coronel polonio<br />

Peres Camllello Jacomo <strong>da</strong> Gama, e to<strong>do</strong> ob m'nha orden, carrega<strong>da</strong><br />

de flanco e força<strong>da</strong> a recolher-se a outro ntrinchairamento que ha


265<br />

dàntro <strong>do</strong> matto, guarnec'<strong>do</strong>. com artilharia. Não foi po~sivel aos nossos<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s penetrareill com o inimigo, não sÓ por não havermos consegui<strong>do</strong><br />

veucer um espaço que houve sempre entre elIes e nÓ, o qual<br />

lhe permittio transpôr os foss oe;; e fazet'-nos fogo nos ditos entrincheiramentos,<br />

como por ser o lagar muito aperta<strong>do</strong>, en<strong>do</strong> por i o obriga<strong>do</strong>s<br />

03 corpo' a apresentar gran'le profundi<strong>da</strong>de, solft'an<strong>do</strong> a sim em pouco<br />

tempo grande per<strong>da</strong>'; pOl' e 'a razão mandei que a pouca gente re ­<br />

tanta se abrigasse junto ao matto á e_quer<strong>da</strong>, e fizes'e fogo sobre o<br />

inimigo, e fUl <strong>da</strong>r parte <strong>do</strong> occorri<strong>do</strong> ao Exm. Sr. general Guilherme<br />

Xavier de :3ouza, visto comJ o Exm. Sr. general Victorino Jose Carneiro<br />

Monteiro, hora.;' ante' havia i<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>, e perdi<strong>do</strong> o cavalIo que<br />

montava; o Exm. Sr. general Guilherme deu-me então um corpo, o<br />

15° de voluntario sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente-coronel Gabriel de Ç'ouza<br />

Guedes, para ver se com elle con eguia peuetrar no entrincheu'amento,<br />

o que não se pôde con egnir, apezar <strong>da</strong> melhor boa vontalle, em vi. ta<br />

<strong>do</strong> fogo qlU of!1'iamos.<br />

«' O 7" batalhão ue infantaria, ten<strong>do</strong> á. sua frente o eu distincto<br />

chefe o valente tenente-coronel Herculano Sancho <strong>da</strong> Silva Pedra, carregou<br />

depois, e sÓ logrou chegar á <strong>contra</strong>-e carpa <strong>do</strong> fosso: nes e<br />

interim, sen<strong>do</strong>-me <strong>da</strong><strong>do</strong> ain<strong>da</strong> pelo EXll1. Sr. general Gtülherme de Souza ()<br />

31 0 corpo de voluntarios sob o com man<strong>do</strong> <strong>do</strong> major de commissão Affonso<br />

José de Almei<strong>da</strong> Côrte Real, para ain<strong>da</strong> tentar com eUe a toma<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

posiçllo, fui convi<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo já. menciona<strong>do</strong> tenente-coronel Pedra para<br />

reuni<strong>do</strong> tentarmos e te e forço, e coUocan<strong>do</strong>-no;" com o comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> 31 0 corpo, á sua frente, avançamos até onde havia avança<strong>do</strong> o 7°<br />

batalhão de linha, e como além não pudes emos ir por causa <strong>da</strong> metralha<br />

e fuzilaria com a qual já. se nos offenc1ia, fui <strong>da</strong>r parte <strong>do</strong><br />

occorri<strong>do</strong> ao Exm. r. general Guilherme de Souza, quan<strong>do</strong> pouco depois<br />

chegou ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general pre idente Flores para se effectuar a<br />

etira<strong>da</strong>.<br />

« Finalmente, apresentan<strong>do</strong> a V. S. as partes <strong>do</strong>s comma:l<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s<br />

corpos e de forças que operaram isola<strong>da</strong>mente, e as relações <strong>do</strong>s mortos,<br />

fel i<strong>do</strong>s, contusos e extravia<strong>do</strong>, faltaria a um dever de justiça se deixasse<br />

de a segurar ql1e o procedimento de to<strong>do</strong>s os Srs. comman<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>do</strong>s corpos de que faço menção foi digno de louvor; que o tenente <strong>do</strong><br />

18,' batalhão de infantaria José Pedro Domingue <strong>do</strong> Couto, a istente<br />

<strong>da</strong> repartição <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, junto a este comman<strong>do</strong>, teve um<br />

procedimento acima de to<strong>do</strong> elogio, pela sua coragem e activi<strong>da</strong>de na<br />

. transmi são <strong>da</strong>s ordens, e pela calma com que se portou to<strong>da</strong>s as vezes<br />

que a meu la<strong>do</strong> investio os entrincheiramentos, animan<strong>do</strong> e procuran<strong>do</strong><br />

enthusiasmar os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

A 34


:?6l5<br />

« Deus guarde a V. S.- Aca.mpameuto <strong>do</strong> cOlTImau<strong>do</strong> <strong>da</strong> 14' briga<strong>da</strong><br />

em Tuyuty, 20 de Julho de 1866.-Illm. Sr.'coronel Joaquim<br />

l{odrigues Kelly, comman<strong>da</strong>ute interino <strong>da</strong> 6" divisão.<br />

« §31ustiano JeronYIllo <strong>do</strong>s Reis~<br />

« Tencnfe-coronr\ Commanrln.ni.e. J)<br />

2° BATALHÃO DE INFANTAR[A DH LINIU. - Oomman<strong>da</strong>llte, major<br />

Genuíno Sampaio.<br />

Extractos <strong>da</strong> -parte official:<br />

« .•• Marchan<strong>do</strong> este batalhão no dia 18 sobre as trincheira inimigas<br />

com o 21· e 30· de voluntario"s, que constituem a briga<strong>da</strong> sob o<br />

digno commau<strong>do</strong> de V. S., que se subdividia em diversos contigentes, afim<br />

de atacarmos aquellas fortificações em differentes pontos, achei-me s6mente<br />

com a 4' e 5" companhias <strong>do</strong> mesmo 2° batalhão, que combateram<br />

debaIxo de minhas immediatas vistas, não poden<strong>do</strong> eu por esta razão<br />

apreciar pessoalmente as outras çompanhias, que se achavam distantes<br />

de mim ..•.<br />

« E' digno de to<strong>do</strong> o elogio o procedimento <strong>do</strong>s bravos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

que commandei •••<br />

« Das partes que inclusas remetto, vera V. S. o procedimento <strong>do</strong>s<br />

officiaes e praças <strong>da</strong>s outras companhias <strong>do</strong> batalhão..•<br />

« Duas vezes avancei sobre a trincheira inimiga até á cOlltraescar<br />

a, fazen<strong>do</strong> retroceder uma força que perseguia 3 batalhõQs argentinos,<br />

que se retiravam por falta de munição, não poden<strong>do</strong>, porém,<br />

apoderar-me <strong>da</strong> dita trincheira, por ter chega<strong>do</strong> tarde a força que me<br />

foi de protecção, sen<strong>do</strong> eu naquella occasião contuso no braço esquer<strong>do</strong>. »<br />

Das 2 companhias que ficaram sob a direcç;o immediata <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte<br />

foram mortos 2 alferes, e feri<strong>do</strong>s gravemente 1 alferes, e<br />

levemente 1 tenente, e o comman<strong>da</strong>nte.<br />

Além <strong>da</strong> parte official d'este, o major Aurelio Pinto, que dirigio<br />

uma fracção <strong>do</strong> corpo, apresentou outra.<br />

D'ella transcreveremos os<br />

seguintes trechos:<br />

«.. , Ten<strong>do</strong> penetra<strong>do</strong> nas mattas, que cobrem as fortificações<br />

inimigas, com a la grande divisão, avancei até collocar·-me a pequena<br />

distancia <strong>do</strong> parapeito <strong>da</strong>s referi<strong>da</strong>s fortificações que protegem as bocas<br />

de fogo. Ahi reunio-se-me a 4" grande diviSãO, ten<strong>do</strong> antes destaca<strong>do</strong><br />

para a direita <strong>do</strong> ponto que oecupei ala companhia.


« Mortifero foi o fogo que soffremos, e admiraval a bravura e valor<br />

de nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, em su ;;tenta:r semelhante posiÇãO.<br />

" Achan<strong>do</strong>-se muito reduzi<strong>da</strong> a força que comman<strong>da</strong>va, requi itei<br />

mais tropas, pois gra:lde era o numero de mortos e feri<strong>do</strong>s que me<br />

cercava, sen<strong>do</strong> extraordinaria a per<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo.<br />

« Depois de hora e meia de fogo, fui feri<strong>do</strong> no braço esquer<strong>do</strong>.<br />

Então entl eguei o comman<strong>do</strong> ela linha ao capitãO Raphael Fernandes<br />

de Lima.<br />

« Ao sahir <strong>da</strong> matta encontrei o Exm. Sr. general comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> divi ão, o qual pedio-me por amor <strong>da</strong> patria, voltasse a reassumir<br />

o com man<strong>do</strong> <strong>da</strong>s '2 grandes divisões, apezar ele feri<strong>do</strong>. Ao entrar<br />

novamente na referiela matta encontrei o 2l o corpo de voluntarios comman<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

pelo bravo major Antnnio Joaquim Bacellar, a quem me offereei<br />

para guiar ás trincheiras inimigas. Ao approximar-me dellac; recebi<br />

outro ferimento na perna esquer<strong>da</strong>; então vi que era materialmente<br />

impossivel continuar na linha de combate.<br />

« Cumpro um grato dever mencionan<strong>do</strong> o comportamento <strong>do</strong>~ officiaes<br />

que serviram debaixo ele minhas ordens, atê quan<strong>do</strong> retirei-me feri<strong>do</strong>.<br />

« O capitao comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 8' companhia Raphael Fernandes Lima,<br />

os tenentes, comman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> I' Constantino Martins Fernandes, <strong>da</strong> 20.<br />

João Barboza Cordeiro Feitoza, e <strong>da</strong> 7"' alferes Manoel Bezerra Lima,<br />

muito me coadjuvaram e portaram-se com muita bravura e coragem,<br />

direi mesmo com deno<strong>do</strong>, pois foram incansaveis em animar as suas<br />

praças, e, p s ui<strong>do</strong>s de heroico valor, muitas vezes tentaram tomar de<br />

assalto as referi<strong>da</strong>s trincheiras.' O alferes secretario interino Manoel<br />

Clementina Carneiro <strong>da</strong> Cunha Aranha, portou-se com calma no combate.<br />

Quanto as pl'aças de pret, di..'putaram entre si, qual <strong>da</strong>llas seria<br />

amai di:;tincta; portanto só relacionan<strong>do</strong>-as nominalmente, poderei<br />

cumprir o meu dever sem offentlel-a. Passo a tratar <strong>do</strong> tenente assitente<br />

<strong>do</strong> quartel-mestre general junto a l4' briga<strong>da</strong> Placi<strong>do</strong> Fialho de<br />

Oliveira Ramos, que voluntariamonte, se offerec.eu para batalhar debaixo<br />

de minhas orden, e portou-se com tanta br.:tvura, coragem, e presença<br />

de espirito, que torna-se superior a qualquer outro elogio, tanto mais<br />

quanto arma<strong>do</strong> de uma espingar<strong>da</strong>, fez certeiros tiros na guarnição de<br />

uma <strong>da</strong>s bocas de fogo.<br />

« Finalmente quanto à..c; per<strong>da</strong> <strong>da</strong>s 4 companhias V. S. poderá<br />

ajuizar pela relações <strong>do</strong>s re pecti\70s comman<strong>da</strong>ntes. O alfere' JoRo Barboza<br />

<strong>da</strong>s Neve-, teve <strong>do</strong>us f~rimentoc; nas perna p rtanrlo-s com valo]'<br />

e bravura no combate. »<br />

Ten<strong>do</strong> combati<strong>do</strong> em pontos differentes, por ordem superior, as 8<br />

GomlJanhias d'e te baLalhao, haven<strong>do</strong> muitos no eus ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s pene-


268<br />

tra<strong>do</strong> no entrincheiramento <strong>do</strong> Sauce, <strong>da</strong>remos aqui um resumo <strong>da</strong>s partes<br />

officiaes que os comman<strong>da</strong>ntes d'essas co.mpanhias dirigiram ao chefe <strong>do</strong><br />

batalhão.<br />

Com o com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> batalhão, Genuino Sampaio, ficaram apenas<br />

as companhias 4'" e 5".<br />

4" companhia..-Tenente Costa Monteiro. - Esta companhia seguia<br />

com a maior intrepidez, e duas vezes avançou com a 5" até á <strong>contra</strong><br />

escarpa <strong>do</strong> fosso, pon<strong>do</strong> em fuga uma força inimiga que hostilisava outra<br />

argentina quan<strong>do</strong> esta se retirava por falta de munição.<br />

A companhia soffreu per<strong>da</strong> consideravel.<br />

5" (Jompanhia.-Tenente Bezerra Cabral.-Combateu sempre reuni<strong>da</strong><br />

à precedente. Teve I alferes morto e ~9 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fóra de<br />

combate.<br />

As companhias que não combateram sob a immediata direcção elo<br />

chefe <strong>do</strong> batalhão foram estas:<br />

l- compa.nhia.-Tenente Constantino Fernandes.-Marchou em linha<br />

ele atira<strong>do</strong>res ~ob o cOillman<strong>do</strong> <strong>do</strong> major Aurelio Pinto. Entrou nas mattas<br />

<strong>do</strong> Sauce, sustentan<strong>do</strong> sempre fogo com o inimigo que ahi se achava,<br />

e chegou até a fortificação principal elos <strong>Paraguay</strong>os. « Ahi manteve-se<br />

a companhia por espaço de 1 hora », diz o com man<strong>da</strong>nte, « e, apresentan<strong>do</strong>-se-me<br />

algumas praças <strong>do</strong> 50 ele infantaria de linha, tivemos<br />

a gloria de vêr o inimigo de'aloja<strong>do</strong> de sua po~ções. Aros ámo-nos <strong>do</strong><br />

suas trincheiras, que tinham I peça ele artilharia ele gl'OSSO calibre, que<br />

ficava pela nos:>a frente, e 2 de pequeno calibre pela nossa e'quer<strong>da</strong>,<br />

e de grande numero ele muniçãe e foguetes; mas logo fomo obriga<strong>do</strong>s<br />

i retira<strong>da</strong> attento o grande r for o que recebeu o inimigo, e porque jâ<br />

no falLa\'a a muni~ão ... »<br />

2" companhia.-Tellente Cordeiro Feitoza.-~·oml)a.teu a' ordeu' <strong>do</strong><br />

major \urelio Pinto. Penetrou na matta que protegia a trincheiras ini·<br />

migas « parallelas a que fôra toma<strong>da</strong> de a alto no dia 16 ». Foi logo<br />

offren<strong>do</strong> vivo fogo de artilharia e fuzilaria. Apezar d'i o collocou-se a<br />

companhia a 3 braça <strong>da</strong> <strong>contra</strong>-e carpa e1'es as trincheiras, receben<strong>do</strong><br />

mortifero fogo de metralha por e paç0 de 1 hora. A "companhia estava<br />

perto, e ten<strong>do</strong> i<strong>do</strong> já feri<strong>do</strong> o major Aurelio Pinto puzeram-se em communicação<br />

o commal1<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2' e 8" e 1'e olveJ'am pedir reforços.<br />

hegou então o 21 0<br />

de voluntario, dirigi<strong>do</strong> pelo major Bacêllar-. Deste<br />

batalhão cerca de 3 praças encorporaram- e à ')l\ companhia <strong>do</strong> 2° batalhão,<br />

que já e tava muito reduzi<strong>da</strong>. « Refr-e can<strong>do</strong> então o fogo inimigo »,<br />

diz o tenente Feitoza, «e te apena pôde su tentar a na posiçãO por<br />

meia hora, en<strong>do</strong> logo a trincheiras occup_.<strong>da</strong> pela 110' as f'Jrça. 'essa.<br />

occa::;ião J emquantoo capitüo Raphael Fernande Lim:'\ (era o comman-


269<br />

<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 8' companhia) « ·e o alferes Bezerra Lima» (era o comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 7' companhia) « mettiam os nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s em ordem e o me mo<br />

praticavª,m com os seus os briosos officiaes <strong>do</strong> 21 0 de volnntario , convidei<br />

o alferes Costa Aguiar para tomar conta de uma <strong>da</strong>s bocas de<br />

fogo, e fazeI-a trabalhar <strong>contra</strong> os nossos adversarios. EstaVa1110S em<br />

procura de espoletas e diamantes, quan<strong>do</strong> as nossas forças foram sorprendi<strong>da</strong>s<br />

pela cavallaria e infantaria inimiga, e por sermos em numeeo<br />

muito inferior, obedecemos ao toque de - fuga, relÍ?'anclo... »<br />

Esta companhia entrou em fogo com 42 praças de pret: teve fóra<br />

de combate 1 official e 18 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

3' companhia.-Tenente Fonseca Figueire<strong>do</strong>.-Combateu em outl'O<br />

ponto, ten<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ordem para sustentar<br />

fogo em linha de atira<strong>do</strong>l'e , emboscan<strong>do</strong>-se na matta. Ficou sob a direcção<br />

<strong>do</strong> capitão Marcellino de Aragão, que com a 6" companhia <strong>do</strong> mesmo<br />

batalhão achava-se ahi. Entranhou-se por ordem d'e te na matta, para<br />

exploraI-a, e soffreu vivissimo fogo de artilharia e fuzilal'ia. Retirou-se<br />

qllan<strong>do</strong> para isso recebeu ordem <strong>do</strong> capitão Al'agão. Continuan<strong>do</strong> sempre<br />

o fogo, avançou de novo em protecção a uma linha <strong>do</strong> 16 0 de infantaria,<br />

que tentava tomar as trincheiras inimiga. Não foram felizes<br />

n'e sa tentativa, e a força <strong>do</strong> 1Go concentrou-se no matto, ,0Itan<strong>do</strong> tambem<br />

\<br />

a companhia por ordem <strong>do</strong> mesmo capitão Aragrlo.<br />

O prejuiso que teve a companhia foi consideravel.<br />

6" companhia. -Capitão Marcellino de Aragão. Este official comman<strong>do</strong>u<br />

durante o ataque as companhia' 3' e 6".<br />

lJarte officia1 que enviou ao commanuante não dá pOl'lUenorel:l:<br />

limita- e a louvar o procedim ·nto <strong>do</strong>..: seus comman<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

7'" cjlnpanhia. - Ufel'es Bezerra Li!lla.-Penetl'ou, a sim como a 1­<br />

e a 8' companhias (e o 21' batalhão ue voluntal'io.) na tl'incheira rIo<br />

Sauce. Não se puJeram suo tentar n'esse ponto os no ·'0 s'Jlla<strong>do</strong>s porque<br />

o inimigo acudio com fOl'ças muito superiore·.<br />

8' companh:a.-r-.apitão Fernandes Lima -Avançou com a 2' e ;'"<br />

companhias, in<strong>do</strong> as ires sob a direcção <strong>do</strong> major AUl'elio Pinto. Entraram,<br />

debaixo de vivo fogo na ll1atta que lhe nca"a em frente, e,<br />

atravessan<strong>do</strong>-a, foram <strong>da</strong>r com a' trincheiras inimiga.. «Ahi u tentámo-nos<br />

», diz o referi<strong>do</strong> capitão, « por mais de I 110m, e sen<strong>do</strong> reforça<strong>do</strong>s<br />

por praças <strong>do</strong> 50 batalhão de inf lUtaria e pelo 2to de voluntarios,<br />

lançámo-nos <strong>contra</strong> o inimigo e o desalojámos de suas po iS'ões<br />

depois de 2 horas de fogo. De po se <strong>da</strong>s trincheiras, fomos obriga<strong>do</strong>s á<br />

retira<strong>da</strong> em consequencia <strong>do</strong> gl'ande reforço que recebeu o inimigo, e<br />

tambem porque já no' faltavam as muniçõe .


;no<br />

21 ° CORPO DE VOLUNTARIOS DA P~TRIA.-(Pernambuco). - Comman<strong>da</strong>nte,<br />

1. J. Bacellar (feri<strong>do</strong>).<br />

Transcreveremos integralmente a parte d'este comman<strong>da</strong>nte:<br />

4( Achan<strong>do</strong>-se o batalhãO sob meu comman<strong>do</strong>, assim como os demais<br />

<strong>da</strong> 14' briga<strong>da</strong>, em serviço nas fortificações toma<strong>da</strong>s ao inimigo, fomos<br />

adverti<strong>do</strong>s ás 6 para as 7 horas <strong>da</strong> manhã. <strong>do</strong> dia 18 <strong>do</strong> corrente mez<br />

pelo vivo fogo de artilharia, foguetes á congreve e fuzilaria, que o inimigo<br />

atàcava os batalhões que se achavam na guar<strong>da</strong> avança<strong>da</strong>.<br />

« 'essa me-ma occasião' tive ordem de V. S. para estar prompto<br />

a marchar de protecção ao 2° batalhão de infantaria, que havia segui<strong>do</strong><br />

para a frente aos primeiros tiros. Marchan<strong>do</strong> o batalhão com o fim de<br />

proteger duas linhas de atira<strong>do</strong>res <strong>do</strong> menciona<strong>do</strong> 2° de infantaria soffreu<br />

logo algumas per<strong>da</strong>s pelo vivissimo fogo de artilharia que nos fazia o<br />

inimigo.<br />

« Horas depois me foi ordena<strong>do</strong> pelo Sr. brigadeiro Victorino Monteiro,<br />

commanclante <strong>da</strong> 6'''. divisãO, que avançasse com o batalhão afim<br />

de tomar as fortificações <strong>do</strong> inimigo, que nos ficavam no flanco direito,<br />

e cuja guarnição se achava em tiroteio com uma companhia <strong>do</strong> 2° batalhão<br />

de infantaria, e outra <strong>do</strong> 5° <strong>da</strong> mesma arma. Cumprind(lj immediatamente<br />

essa ordem de avançar, guia<strong>do</strong> pelo major <strong>do</strong> dito 2' batalh-'o<br />

Aurelio Joaquim Pinto que na occasião de entrar na matta foi<br />

feri<strong>do</strong>, fiz o batalhãO marchar de costa<strong>do</strong>, por ter de seguir por uma<br />

estreitissima e tortuosa veretla, que a custo assim permittia a marcha.<br />

Avistámos logo depois a fortificação indica<strong>da</strong>, na qual haviam 4 bocas<br />

de fogo, e forte guarnição. Duas <strong>da</strong>s ditas peças enfiavam completamente<br />

a vere<strong>da</strong> por onde avancei; e a despeito <strong>do</strong> fortissimo fogo de metralha<br />

e fuzilaria, que troux.e gTandes per<strong>da</strong>' ao batalhão, pude espalhar<br />

as companhias pelo matto, offerecen<strong>do</strong> frente ao inimigo, e aproveitan<strong>do</strong>-me<br />

tle alguns troncos de arvore", maudei ajoelhar e 1'e i til', ordenan<strong>do</strong><br />

que rle preferencia fizessem fogo sobre os ar ilheiro'<br />

Sustenta<strong>do</strong> este por espaço de uma hora, l'esulbu· a fuga <strong>do</strong> inimigo<br />

em deban<strong>da</strong><strong>da</strong>, transpon<strong>do</strong> o batalhlo a trincheira, e apossau<strong>do</strong>-se<br />

<strong>da</strong>s 4 bocas de fogo.<br />

« Infelizmente, porém, achava-se o batalhão jã. bem dizima<strong>do</strong>, e,<br />

quan<strong>do</strong> procuravamo inutilisar as pe_as, fomos repentiname~te ataca<strong>do</strong><br />

por uma forLis 'iroa coll1mna <strong>do</strong> inimig , compo.. ta de infantaria e lanceiros<br />

a pé, que avançava por dilfe['entes lagares, ouvin<strong>do</strong>-se nessa occasião<br />

por duas vezes o toque de retira<strong>da</strong>.<br />

« Resistimos ain<strong>da</strong> por algum tempo, sem que nos chegasse reforço<br />

algum e, conhecen<strong>do</strong> que mai tlemol'a. import.Q.va a -per<strong>da</strong> LotaI <strong>do</strong>


271<br />

batalhão, porque s6 me re 'lava um lagar para retirar, assim o fiz na<br />

melhor ordem passiveI, ten<strong>do</strong> sempre consegui<strong>do</strong> virar uma <strong>da</strong>s peças.<br />

« V. S. me permittirá que com orgulho diga que nenhum batalhão<br />

<strong>do</strong> exercito brasileiro faria mais <strong>do</strong> que fez o 21° corpo de volulltarios<br />

<strong>da</strong> patria, com algumas praças <strong>do</strong> 2° de infantaria, e outras <strong>do</strong> 5° ela<br />

me~ma ariua.<br />

« Na luta encarniça<strong>da</strong> que teve este batalhão dentro <strong>da</strong>s trincheiras<br />

inimigas, morreram os bravos e intrepidus capitães Jose Antonio de Albuquerque,<br />

e Jose Libanio Ribeiro, o tenente Antonio Gregorio Leite, e<br />

os alferes José Gonçalves de Magalhães Oar<strong>do</strong>so, Victaliano Oordeiro Lins,<br />

8ilvino Jo~é Fintano <strong>do</strong> Rego; e foram contusos o tenente Joval <strong>da</strong><br />

Silva Pereira de Lucena, o alferes João Pereira de Lucena, e não pequeno<br />

numero de praças morta e feri<strong>da</strong>s, como vera V. S, <strong>da</strong> relação<br />

inclusa.<br />

« Tornaram-se dignos de especial menção os Sr;;;, capitãe~ Dr. José<br />

Joaquim Ramos Ferreira, o qual, achan<strong>do</strong>-se ervinrl0 de man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

batalhão, portou-se em to<strong>da</strong>s as occasiões <strong>do</strong>s maiores perigos com valor,<br />

intrepidez e sangue-frio, prestan<strong>do</strong>-me sempre to<strong>da</strong> a coadjuvação, e<br />

João Baptista Oorl'êa Oabelleira; os tenentes Florencio Rodrigues de<br />

:Wran<strong>da</strong> Franco, Joaquim de Sá'Araujo, oval .<strong>da</strong> Silva Pereira de Lucena,<br />

os alferes Henrique Felix de Da<strong>da</strong>, Francisco Menna Barreto de Barros<br />

Falcão, João Pereira de Lucena, To1'quato Ramalho de Souza e Luiz<br />

Antonio <strong>da</strong> Costa Aguiar.<br />

« Este joven oflicial procurou por to<strong>do</strong>s os meios passiveis fazer<br />

fogo ao inimigo com uma <strong>da</strong>s peças toma<strong>da</strong>, quan<strong>do</strong> fomos de novo<br />

ataca<strong>do</strong>s, porém a falta de munição nos privou desse recurso que nos<br />

seria sem duvi<strong>da</strong> alguma de grande vantagem.<br />

« Tornaram-se tambem dignos de especial menção o sargento aju<strong>da</strong>nte<br />

João Baptista de Siqueira, os los cadetes José Pedro de Moura<br />

Gondim e Deodestro de Almei<strong>da</strong> Nobre; o 2 0 cadete Florentino de Araujo<br />

e Albuquerque, o particular ~o sargento Miguel Ribeiro <strong>do</strong> Amaral e<br />

os sargentos Manoel Ferreira Pessoa, Julio Cazar <strong>da</strong> Silva, João Baptista<br />

de Moraes Freire, Antonio Ramos d_a Oruz, José Joaquim Borges DcMa,<br />

Augusto Barboza de Souza Ferraz e João Maria <strong>da</strong> Oruz.<br />

« Y. S. me concederá permissão para aqui mencionar outros bravos<br />

que, não fazen<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> baLalhão <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong>, foram meus companheiros<br />

no combate que se travou com o inimigo; os S1's. tenente<br />

Placi<strong>do</strong> Fialho de Oliveira Ramos, emprega<strong>do</strong> junto á briga<strong>da</strong> sob o<br />

digno comman<strong>do</strong> de V. S. combateu a pé, junto á linha de atira<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> 2° batalhão de infantaria, com a mai r intrepidez até que foi feri<strong>do</strong>;<br />

capitães Antonio José de Magalhães, <strong>do</strong> 5° batalhão de infantaria, Raphael


272<br />

Fernaneles de Lima, tenenle João Barbosa Oordeiro Feitosa, alferes Manoel<br />

Bezerra Lima, <strong>do</strong> 2" batalhão <strong>da</strong> mesma arma, e o alferes Candi<strong>do</strong> Alfre<strong>do</strong><br />

de Amorim Oal<strong>da</strong>s, <strong>do</strong> elito 5°, portaram-se sempre com deno<strong>do</strong> e a1l<strong>da</strong>cia,<br />

tanto na toma<strong>da</strong> elas trincheiras, como na resistencia que fizemos, quan<strong>do</strong><br />

fomos força<strong>do</strong>s a retirar.<br />

« A's 5 ho..-as ela tarde, ten<strong>do</strong> a briga<strong>da</strong> se retira<strong>do</strong> para a POsiÇão<br />

que occupant antes de marchar para o combate, sentin<strong>do</strong>-me bastante<br />

incommo<strong>da</strong>elo pelo ferimento que recebi na cabeça, logo ao entrar em<br />

fogo, tiye permissão de V, S. para entregar o batalhão ao Sr. majol'<br />

fiscal elo 30' corpo ele voluntarios ela patria Francisco Bibiano de Oastro,<br />

e recolher- me á minha barraca, afim de não paiSsar a noite exposto<br />

ao tempo.<br />

cc Assim, pois, limito a minha parte até aquella hora, e recolhen<strong>do</strong>-se<br />

hoje o batalhão ao acampamento me foi entregue pelo dito Sr. major,<br />

informan<strong>do</strong>-me que não houve novi<strong>da</strong>de alguma durante a minha ausencia,<br />

achan<strong>do</strong>-me já prompto para to<strong>do</strong> o serviço.<br />

30° BATALHÃ.O DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (Perl1ambuco):-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel Apollonio Campello<br />

Eis a parte oifieial <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte:<br />

« Ao amanhecer <strong>do</strong> dia 18, quan<strong>do</strong> ia ser rendi<strong>do</strong> por outro batalhão<br />

<strong>do</strong> exercito argentino o que occupava a posição á direita <strong>da</strong> trincheira<br />

toma<strong>da</strong> nas mattas ao inimigo e á. qual este corpo guarneci'l, se travou<br />

um renhi<strong>do</strong> tiroteio, em que ambos tomaram parte, com as forças paraguayas<br />

entrincheira<strong>da</strong>s perto fte seus fo,ilsOS primitivos, e proximos ao<br />

acampamento de suas avança<strong>da</strong>s. Ten<strong>do</strong> na mesma occasião joga<strong>do</strong> as<br />

artilharias <strong>da</strong>quellag posiçõe:;: e algumas <strong>da</strong>s de nossas baterias, se travou<br />

um combate serio, em que se envolveram mais alguns corpos ela divisão<br />

árgentina e outros orientaes e brasileiros <strong>da</strong>s nossas avança<strong>da</strong>s.<br />

« V. S. então reunio os corpos <strong>do</strong> ~u de infantaria, 21° e 30°<br />

de voluntarios <strong>da</strong> patria, que formam a briga<strong>da</strong>, e esperava a determinação<br />

<strong>do</strong> Sr. brigadeiro Victorino, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divisão, quan<strong>do</strong><br />

esse bravo militar foi feri<strong>do</strong> a ponto de se retirar.<br />

« Ten<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> ordem <strong>do</strong> Sr. general Flores, e depois de haver<br />

segui<strong>do</strong> o 21° e parte <strong>do</strong> 2° avançou, o meu batalhão ao tempo que,<br />

toma<strong>da</strong>s galhar<strong>da</strong>mente a'3 primeiras trincheiras, se retirava já. um batalhão<br />

argentino falto de munições, e que havia emprehendi<strong>do</strong> sorprender<br />

outra trincheira adianta<strong>da</strong>.<br />

« As forças dirigi<strong>da</strong>s por V. S., isto é, uma grande divisão <strong>do</strong> 2°,<br />

e este 30° levaram por diante aos Paragua.Y0s que perseguiam aqueilcl<br />

corpo argentino e quasi de envolta com o inimigo se internaram n'uma


273<br />

bocaina longa, atravessa<strong>da</strong> por trincheiras formi<strong>da</strong>veis que embargaram<br />

11ossos passos, ten<strong>do</strong>-se neBas metti<strong>do</strong> os fugiti'cos além <strong>do</strong>s que se<br />

internaram no'> mattos laleraes.<br />

« Ahi soffreu a nossa gente fogo vivissimo, fican<strong>do</strong> fóra de combate<br />

muitos valentes e briosos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s brasileiros e allia<strong>do</strong>s.<br />

« O atrevimento alli foi tal, que perdeu a empreza. Com meno.<br />

arrojo teria aquella trincheira fatal cahi<strong>do</strong> eru nosso poder, se nos houves~em<br />

acompanha<strong>do</strong> poucas peças ligeiras ou uma bateria de foguetes<br />

á congreve. Porém não tinha havi<strong>do</strong> um plano premedita<strong>do</strong>, e a ignorancia<br />

<strong>do</strong> teneno não favorecia o ar<strong>do</strong>r <strong>da</strong> nossa tropa.<br />

« Ven<strong>do</strong> o perigo de perder a força alli interna<strong>da</strong> @ que cra metnlba<strong>da</strong><br />

por peças de campanha <strong>da</strong> trincheira, recebi ordem de V. S.<br />

para ir retiran<strong>do</strong> e fazen<strong>do</strong> face no inimigo, pois que outros corpos não<br />

appareciam para proteger aos <strong>da</strong> bocaina. Fiz recuar o pelotão ele<br />

bandeira (1) e mais alguns sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s emquanto se executava o movimento,<br />

e com essa força me apresentei ao Sr. coronel Auto Guionarães,<br />

e mais tarde ao Sr. bl'igadeiro Guilherme Xavier de Souza, que se<br />

approximavam com alguns corpos, e ahi V. S. me encontrou.<br />

«O procedimento <strong>do</strong> batalhão se comprova pelas inclusas relações de<br />

mortos, feri<strong>do</strong>s, contusos e extravia<strong>do</strong>s.<br />

«Foi digno de louvor o comportament9 <strong>do</strong>s officiaes e praças, e<br />

faço menção especial <strong>do</strong> capitão Manoel Rodeigues de Araujo Lima,<br />

que faÜeceu horas depois de se ter recolhi<strong>do</strong> ao hospital, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />

gravemente feri<strong>do</strong> nas trincheiras, comportan<strong>do</strong>-se com o valor e bravura<br />

<strong>do</strong> ver<strong>da</strong>deiro sol<strong>da</strong><strong>do</strong>. »<br />

A 3)<br />

Briga<strong>da</strong> Pinto ele llmei<strong>da</strong>-(18 a briga<strong>da</strong>, 6 a divisão)<br />

Da 18 a briga<strong>da</strong>, dirigi<strong>da</strong> pelo coronel A. J. Alvares Pinto de Almei<strong>da</strong>,<br />

apenas o 15° de voluntarios tomou parte no ataque, avançan<strong>do</strong> sob a<br />

direcção <strong>do</strong> general Flores. _<br />

15° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS (Bahia)-Comman<strong>da</strong>nte, tenente-coronel<br />

Gabrtel Guedes. -« Ten<strong>do</strong> eu hontem marcha<strong>do</strong> pela manhã com o 15°<br />

corpo de voluntarios de meu com man<strong>do</strong>, a apresentar-me ao Exm. Sr.<br />

(I) Vista a Thompson.<br />

Ao 35


:274<br />

genera1 Flores com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> deste exercito, <strong>da</strong>lle recebi<br />

ordem para substituir na avança<strong>da</strong> ao batalhão oriental «Flori<strong>da</strong>» e proteger<br />

4 peças de artilharia que alli deviam ser colloca<strong>da</strong>s, cuja ordem<br />

foi immediatamente cumpri<strong>da</strong>.<br />

«Não teriam decorri<strong>do</strong> duas horas, quan<strong>do</strong> o mesmo ·Exm. Sr. me<br />

ordenou que seguisse com o corpo a apresentar-me ao lo chefe que<br />

en<strong>contra</strong>sse <strong>da</strong>s forças que pela e. quer<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito atacavam o inimigo,<br />

á vista <strong>do</strong> que iesfilei <strong>do</strong> valla<strong>do</strong> onde me achava e segui na<br />

direcção indica<strong>da</strong>, metten<strong>do</strong> o corpo em columna aberta de pelotõe' com<br />

a esquer<strong>da</strong> em frente, a <strong>da</strong>r execução iL ordem recebi<strong>da</strong>, apre entan<strong>do</strong>-me<br />

ao Sr. tenente-coronel Costa Pereira, comman<strong>da</strong>nte de uma <strong>da</strong> nossas<br />

briga<strong>da</strong>s. que alli se achavam. Logo em segui<strong>da</strong> appareceu o Exm. Sr.<br />

brigadeiro cOp1man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 4" divisão, ordenan<strong>do</strong>-me que <strong>do</strong> Sr. tenente<br />

coronel Salustiano <strong>do</strong>s Reis; comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 14- briga<strong>da</strong> de infantaria,<br />

recebe.:se as orden' e as cumprisse: foi então que o menciona<strong>do</strong> Sr.<br />

tenente-coronel, seguin<strong>do</strong> com migo e o corpo a uma distancia de quinhentas<br />

braças, pouco mais ou meno~, fez uma exhortação aos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

e ordenou-me que tentasse ver se tomava a fortificação inimiga que a<br />

pouca distancia ficava, ordem que immediatamente foi cumpri<strong>da</strong>, mas não<br />

com o resulta<strong>do</strong> que era para desejar, mesmo porqne outros corpos mais<br />

amestra<strong>do</strong>s nos combates não o puderam fazer, como o 2 0 e 7 0 de infantaria<br />

e outro. Entretanto, cnmpro um dever, declaran<strong>do</strong> a V. S. que<br />

to<strong>da</strong>s as praças <strong>do</strong> corpo portaram-se bem, e foi nesse acto temerario<br />

que o corpo teve para mais de 80 individuas fóra ele combate, e bem<br />

perto <strong>da</strong>s trincheiras foi que perdeu a vi<strong>da</strong> o tenente comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong><br />

8" companhia Jose Car<strong>do</strong>so Marques, sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s gravemente o capitão <strong>da</strong> 70.<br />

companhia Salvino Antonio de Oliveira, alfel'es secretario João Baptista<br />

ereil'a Marqnes, morto o lo sargento Umbelino Izidro Lisboa, e feri<strong>do</strong>s<br />

gravemente o lo sargento Nicolau Soares Rodrigues, e o 2 0 cadete 2" sargento<br />

Lucio Ferreira Daria, que se tornam dignos <strong>da</strong> maior recommen<strong>da</strong>ção.<br />

« São tambem dignos ele especial niénçM, ó ,-,to major Sezefre<strong>do</strong><br />

Ataliba Galvão...•.<br />

«...Communicarei ain<strong>da</strong> mais a V S. que por ultimo um corpo<br />

argentino tambem qu~z tentar a toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> trincheira, e teve em resulta<strong>do</strong><br />

perder seu chefe e retirar-se, o que deu lugar a recebermos orde'm<br />

para aban<strong>do</strong>nar as posições occupa<strong>da</strong>s, e ao anoitecer recolhi-me ao<br />

acampamento por ordem <strong>do</strong> mesmo Exm. Sr. general, transmitti<strong>da</strong> pelo<br />

seu aju<strong>da</strong>nte de ordens. »<br />

38o~BATALHÃO DE VOLUNTARIOS (Bahia). ~ Comman<strong>da</strong>nte, tênénte<br />

coronel Freire de Ca?"valho.


275<br />

Não tomou parte no ataque. Esteve de serviço na' avança<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

centro <strong>da</strong>. linha. Sustentou tiroteio com o inimigo.<br />

51° BATALHÃO DE VOLUNl'ARIOS (Bahia). - Comman<strong>da</strong>nte interino,<br />

major Galdino Vil/as-Boas.<br />

JãO tomou parte no ataque. Esteve guarnecen<strong>do</strong> as baterias <strong>do</strong> lo<br />

bataihão de artilharia a pé.<br />

B)<br />

A 1·t ilharia<br />

- Extractos <strong>da</strong> parte offHal <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> BATALHÃO DE ENGE­<br />

NHEIROS:<br />

No dia 18, principian<strong>do</strong> o fogo entre as nossas forças e as inimigas,<br />

teve, ordem para man<strong>da</strong>r ao general Victorino Monteiro, que se batia,<br />

um contingente de sapa<strong>do</strong>res. -'eguiram 80 praças ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente<br />

Eu<strong>do</strong>ro E. de Carvalho. «Este contingente trabalhou derriban<strong>do</strong> os<br />

entrincheiramentos inimigo até o logar mais avança<strong>do</strong> a que chegal'am<br />

nosl.ias forças junto a artilharia de posição <strong>da</strong>quelles. Ven<strong>do</strong>-se, porém,<br />

to<strong>da</strong> a força obriga<strong>da</strong> a ceder essa po ição, foi o contingente o ultimo<br />

a aban<strong>do</strong>naI-a. » Ahi foi morto o tenente Carneiro <strong>da</strong> Fontoura, que<br />

trabalhava no arrazamento <strong>do</strong> parapeito e entulho <strong>do</strong> fosso para que<br />

passassem nôssas tropas.<br />

A's 8 horas ~eguio outro contingente á disposição <strong>do</strong> general Flores.<br />

Compunha-se de 80 praças ao manJo <strong>do</strong> lo tenente Albuquerque Lima,<br />

que foi feri<strong>do</strong> destruin<strong>do</strong> na esquer<strong>da</strong> o entrincheiramento i!;imigo. Foi<br />

substitui<strong>do</strong> pelo lo tenente ~)eo'o Jnnior.<br />

Chegan<strong>do</strong> nova requi..ição, seguiram mais 30 praças com O 2° tenente<br />

Antunes de Albuquerque, in<strong>do</strong> tambem nes 'a occasião o capitão Amorim<br />

Bezerra (Brazilio), que era o fi:;cal <strong>do</strong> batalhão.<br />

Dt'lpois <strong>do</strong> combate occuparam-se esses contingentes em levantar uma<br />

trincheira para a artilharia, trabalhan<strong>do</strong> debaixo de chuva durante Lo<strong>do</strong><br />

o resto <strong>do</strong> dia e noite de 18 até a manhã de 19.<br />

Pe~çl6\.nos 11 pás, 10 macha<strong>do</strong>s, 2 facões, 4 encha<strong>da</strong>s e 2 picaretas.<br />

1" BATALHÃO DE ARTU,HRIA A. pÉ.-As bnterias deste corpo (major<br />

Per ira Valente) bombardearam as posições inimigas por ordem <strong>do</strong> general<br />

Flores, desde as 63/4 <strong>da</strong> manhã até ás 4 <strong>da</strong> tarde.<br />

.-\. bateria denomina<strong>da</strong> «Barão <strong>do</strong> Herval» ficava mais avau('a<strong>da</strong>


276<br />

que as outras <strong>do</strong> l° batalhão. Era comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo capitão F. A. Moura,<br />

e tinha 4 peças, que sustentaram tambem o fogo to<strong>do</strong> 'O dia.<br />

Na trincheira que haviamos conquista<strong>do</strong> no dia 16 estava o capitão<br />

Jorge Diniz Santiago com 3 estativas de foguetes a congreve, protegi<strong>do</strong><br />

pelo 3° de voluntarios <strong>da</strong> patria. Na manhã de 18 principiou o fogo,<br />

porém não o pôde continuar, porque a nossa infantaria se Crusava'lHL<br />

frente <strong>da</strong> bateria, e o matto era tão espesso, que não ofi'erecia outro<br />

logar apropria<strong>do</strong>. O capitão Santiago úrdenou que o 2 J tenente Tole<strong>do</strong><br />

Ribas se retirasse com a bateria, e foi pelejar nas fileiras <strong>do</strong> 3 0 de<br />

voluntarios, receben<strong>do</strong> então um ferimento. Inutilisou-se uma <strong>da</strong>s estativas<br />

por ter um <strong>do</strong>s pés quebra<strong>do</strong> por bala inimiga. O 2° tenente Tole<strong>do</strong><br />

Ribas recebeu uma contusão e ficaram mortos ou feri<strong>do</strong>s 5 inferiores e<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Do lo batalhão de artilharia seguiram 2 bocas de fogo de calibre 4<br />

ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> 2' tenente Fausto de Lima para o logar <strong>do</strong> combate, protegi<strong>da</strong>s<br />

por 2 companhias <strong>do</strong> 1" de infantaria de linha. Seguiram por<br />

ordem <strong>do</strong> general Flores, e ficaram sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> capitão A. C.<br />

de Magalhães <strong>do</strong> lo regimento de artilharia a cavallo.<br />

Apenas avançaram foram fican<strong>do</strong> fóra de ccmbate varias praças, cahin<strong>do</strong><br />

feri<strong>do</strong>s os com man<strong>da</strong>ntes las 2 companhias de infall"taria. O inimigo carregou<br />

sobre as peças e esteve a ponto de tomaI-as. Nessa difficil C011­<br />

junctura valeu-nos o bem dirigi<strong>do</strong> fogo <strong>da</strong> mesmas, e a opportuna chega<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> tenente-coronel Elias à frente de 50 praças <strong>do</strong> batalhão oriental<br />

«Voluntario Independente.» Pouco depois chegaram mais 2. companhias<br />

<strong>do</strong> 1° de infantaria de linha. (Veja-se adiante sob a letra D, pois esse batalhão<br />

pertencia i 3' divisãO). A cavallari·j paraguaya tentou ain<strong>da</strong> apoderar-se<br />

dessas peças, mas foi dé novo repelli<strong>da</strong>.<br />

-- l° REGIMENTO DE AR'rILHARIA A CAVALLO.-:) capitão Magalhães,<br />

com 12 praças deste regimento, incorporou-se ás <strong>do</strong> 10 batalhão de artilharia<br />

a pé que serviam as 2. peças <strong>do</strong> 2° tenente Fausto de Lima<br />

(Veja-se o que ficou dito antes).<br />

As peças deste regimento occupavam no centro <strong>da</strong> linha as baterias<br />

denomina<strong>da</strong>s « Com!nan<strong>da</strong>nte Mallet. » Bombardearam durante to<strong>do</strong> o dia<br />

o acampamento. Ficaram inutilisa<strong>da</strong>.. 2 pe;a.<br />

Na frente <strong>da</strong> bateria oriental, den?lUinacla « \1 i1,jor Yance, » es~abeleceram-se<br />

por ordem <strong>do</strong> general Flores duas outras brazileiras: 1 bateria<br />

<strong>do</strong> l° regimento de artilharia a cavallo, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> capitão Cunha<br />

Mattos, Q' a bateria de voluntarios allemães, clieigicla. pelo capitão Al11­<br />

phriso Fialho.


27'1<br />

O)<br />

PAR'fE) Ol"FIt IA!- pO COM1\'~ANPA~'fE Di\. 4" DIVISÃO<br />

« Quartel general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 4" divi'ão no acampamento de<br />

Tuyuty, 21 de Julho de 1866.<br />

« Illm. e Exm. Sr.-Oumprin<strong>do</strong> a determinação de V. Ex., expres a<br />

em detalhe <strong>do</strong> serviço <strong>do</strong> quartel general em chefe, de 19 <strong>do</strong> corrente,<br />

tenho a honra de expôr a V. Ex. quaes os serviços, e parte que tomou<br />

no dia 18, a divisão sob meu comman<strong>do</strong>.,<br />

« A's 7 horas <strong>da</strong> manhã <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> dia 18, achan<strong>do</strong>-se a div;são<br />

ain<strong>da</strong> em formatura <strong>do</strong> alarma, no seu respectivo acampamento, recebi<br />

ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general D. Venancio Flores, por intermedio de um<br />

official de ordens dI) brigadeiro comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> la divisãO, afim de<br />

marchar com a divisão <strong>do</strong> meu commanalo para llroteger, se necessario<br />

fosse, a 6 a divisão, que se achava engaja<strong>da</strong> em fogo com o inimigo, pouco<br />

alem <strong>da</strong> posiÇãO de que no dia 16 o haviamos desaloja<strong>do</strong>, e proximo<br />

ii sua linha geral de entrincheiramento.<br />

« Marchei immediatamente com a divi ão, e ain<strong>da</strong> em marcha, en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong><br />

V. Ex., que vinha <strong>da</strong> linha <strong>da</strong> . frente, me ordenou V. Ex.<br />

que permanecesse no logar em que me achava, até segun<strong>da</strong> ordem.<br />

« Pouco depois, apresentan<strong>do</strong>-se-me o aju<strong>da</strong>nte de ordens <strong>do</strong> brigadeiro<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 6" divisão communicou-me que o mesmo havia<br />

si<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>, e que se havia retira<strong>do</strong> <strong>da</strong> linha de fogo; nesse momento<br />

recebi igualmente ordem de V. Ex. para avançar com a divisão afim<br />

de sustentar as posições que iamos adquirin<strong>do</strong>, e proteger igualmente<br />

a 6" divisão.<br />

« Ohegan<strong>do</strong> à linha <strong>do</strong> fogo, <strong>da</strong> qual já se havia retira<strong>do</strong> uma<br />

for;a oriental ou argentina que alli ,e achava, mandei reforçaI-a' com<br />

<strong>do</strong>us batalhões mai, e alli SiU tentámos vivissimo fogo, não só de fuzilaria<br />

como de metralha e bombas que nos arrojava o inimigo pelas aveni<strong>da</strong>.<br />

que iam ter ao ..eu entrincheiramento, coberto por espesso matto,<br />

e que só tlanquea<strong>do</strong> podia ser toma<strong>do</strong>: entretanto, continuámos sustentan<strong>do</strong><br />

aquel1a posição, mas sem que resulta<strong>do</strong> algllm proficuo tivessemos,<br />

visto como só opunhamos infantaria ao inimigo, achan<strong>do</strong>-se este entrincheira<strong>do</strong>,<br />

e baten<strong>do</strong>-nos com grossa artilharia.<br />

« Depois de sustentarmos por mais de uma hora e te renhi<strong>do</strong> combate,<br />

recebi ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general Flores para /fectuar a retira<strong>da</strong>,<br />

e vir occupar as posições anteriores; o que cumpri com as cautel1as


278<br />

e preceitos necessarios em taes çirçl~mstancié\.s, afim de prevenir qualquer<br />

occurrencia funesta.<br />

« Passou então a divisão <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong> a occupar a posição<br />

toma<strong>da</strong> ao inimigo no dia 16, e ahi permanecemos até o dia 19 ao meio<br />

dia, em que fomos substitui<strong>do</strong>s pela I' divisão.<br />

~ Desnecessario é levar ao conhecimento de V. Ex. o comportamento<br />

<strong>do</strong>~ officiaes e mais praças <strong>da</strong> divLão durante o combate, por<br />

ter elle si<strong>do</strong> já por V. Ex. presencia<strong>do</strong> no dia 16 <strong>do</strong> corrente; comtu<strong>do</strong><br />

não posso pre-cindir <strong>do</strong> dever de recommen<strong>da</strong>r á consideração de V. Ex.<br />

o major Agostinho Marques de Sá, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte<br />

general junto á divisão, que, haven<strong>do</strong> si<strong>do</strong> no dia 16 fortemente contuso<br />

em um braço, e achan<strong>do</strong>-se ain<strong>da</strong> bastante incommo<strong>da</strong><strong>do</strong>, acompanhou-me<br />

sempre, mostran<strong>do</strong> a maior coragem durante o combate; bem assim o<br />

capitão João José Oar<strong>do</strong>so, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general<br />

junto à n- briga<strong>da</strong>, e alferes Julião Augusto <strong>da</strong> Serra Martins, aju<strong>da</strong>nte<br />

de ordens <strong>da</strong> mesma briga<strong>da</strong>, que tambem me acompanharam, na<br />

falta <strong>do</strong>s officiaes de ordens que perdi no dia 16 <strong>do</strong> corrente, pelo sangue<br />

frio e desembaraço com que se houveram sempre na transmissão <strong>da</strong>s minha:<br />

ordens.<br />

« Inclusas Lenho a honra de remettel' a V. Ex. as partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes<br />

de briga<strong>da</strong>s e corpos <strong>da</strong>. divisão, a 'sim como as relações <strong>do</strong>s<br />

officiaes e praças de pret que tivemos f6ra de combate.<br />

Deus Guarde a V. Ex. -= 111m. e Exm. Sr. marechal de campo<br />

Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> -Fonseca Quintanilha JordãO, digno comman<strong>da</strong>nte em chefe<br />

<strong>do</strong> 1· corpo de tlxercito.<br />

« Guilhe.·ID.e Xavier de Souza,<br />

« Briga/leiro. Il<br />

U 1 )<br />

B?"igacla<br />

A ulo Guimarães.<br />

« IllIR. e Exm. Sr. - Em cumprimento a ordem de V. Ex. marchou<br />

a ll~ briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong>, às 7 horas, mai ou menos, <strong>do</strong> dia 18<br />

<strong>do</strong> corrente, composta <strong>do</strong>:;. batalhões de linha 10' e 14·, e <strong>do</strong>s corpos<br />

~e volqntarios ~O" e ?to, em protecção à força que batia o ençrinchei-


amento <strong>do</strong> inimigo, pelo seu flanco direito. Logo que chegámos h linha<br />

<strong>do</strong> fogo avançou o 31° de vaIuntarias, que com a maior bravura e<br />

enthusiasmo carrt gou até a0S foss(;s <strong>do</strong> entrincheiramento inimigo, onde<br />

deixou com honra algumas praças mortas. O" demais corpos occuparam<br />

outras posições por V. Ex. ordena<strong>da</strong>, notan<strong>do</strong>-se em suas praças as<br />

melhores disposições, e desejo ardente de mellirem sua. al'mas com as<br />

<strong>do</strong> inimigo.<br />

« O batalhão 10° de infantaria foi comnnn<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo capitão Manoel<br />

Pereira de Souza Burity, o 14° de linha pelo capitãIJ <strong>do</strong> 12" tambem<br />

de linha Manoel Francisco Soares; o 20· de voluntario. pelo respectivo<br />

fiscal capitão Francisco Manoel <strong>da</strong> Cunha Junior; e o 31· de ·voluntarios<br />

pelo major de commissão Affonso José de Almei<strong>da</strong> Côrto Real.<br />

To<strong>do</strong>s esses comman<strong>da</strong>ntes portaram-se com calma e valor, mel'ecen<strong>do</strong><br />

especial menção o major Côrte H.eal pelo deno<strong>do</strong> com que na frente <strong>do</strong><br />

seu corpo, cal'regou sobre o entl'incheiramento inimigo.<br />

« Merecem. menção, pelo seu exemplar comportamento e bravura<br />

durante o ataque, os empregad0s desta briga<strong>da</strong>, <strong>do</strong> que V. Ex.. tambem foi<br />

testemunha; são eUes: capitão João José Oar<strong>do</strong>zo, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general, e tenente <strong>do</strong> e)ta<strong>do</strong> maior de l' classe Luiz Antonio<br />

de Miran<strong>da</strong> Freita, <strong>do</strong> quartel me tl'e general; ten<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> por ordem<br />

de V. Ex. i<strong>do</strong> este official buscar munições, não só para os corpos <strong>da</strong><br />

divisão ao man<strong>do</strong> de V. Ex., como tambem para aquelles corpo. que<br />

dellas necessitavam; e o alferes Julião Augusto <strong>da</strong> Sel'l'il. Martins, aju<strong>da</strong>nte<br />

de ordens.<br />

« Pelas partes juntas, <strong>do</strong>s con1man<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos, vera V. Ex.<br />

quaes os officiaes que sobre ahiram entre 03 seus companheil'Os, e pela<br />

relações juntas o numero de feri<strong>do</strong>s e mortos.<br />

« Deus guarde a V. Ex.~ Acampamento <strong>da</strong> 11' briga<strong>da</strong> em Tuyutt J ,<br />

20 de Julho de 1866.- 111m. e Exm. Sr. brigadeiro Guilherme Xavier<br />

de Souza, muito digno comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 4" divisão.<br />

q'<br />

Jo@é Aut;o <strong>da</strong> Silva Guirnarãe@,<br />

({ ol'onel comm·ln<strong>da</strong>nLe...<br />

lO· BATALHÃO ~E INFANTARIA DE LINHA.-Oomman<strong>da</strong>ute, capitão SOZ6ZC~<br />

Bu?"it1J. - Na posiÇão que teve ordem para occupar, apenas l'he coube<br />

sustentar algum fogo com o inimigo.


2130<br />

14° BATALHÃO DE INFANTARIA DE LINHA.- Capitão M. F. 0C/1"e8.·­<br />

Kte corpo estava ele guarni~ão ne:;se dia, e por isso só marcharam para o<br />

lagar <strong>do</strong> combate o comman<strong>da</strong>nte, 5 officiaes e 82 praças de preto<br />

20· BATALHÃO DE VOLUNTAHIOS DA PATI!IA (Alagôas).- Comman<strong>da</strong>nte<br />

intel'ino, capitão F. 111. ria Cunha hmt01".-Não <strong>da</strong> por menores 11 parte<br />

offic ial.<br />

31" BATALHÃO DE VOLU 'TA<strong>II</strong>IO DA [lATRIA, (corpo policial ua ci<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong> Rio de Janeiro)..- Com man<strong>da</strong>nte interino, major llmeicla COl'te Rea'.­<br />

Este batalhãO foi o unico <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> que recebeu ordem para atacar a~<br />

trincheiras <strong>do</strong> Sauce.<br />

Da parLe official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte tomarem)8 o<br />

eguinte trecho:<br />

«... Mal'chan<strong>do</strong> o corpo com ~ bl'iga<strong>da</strong>, ao chegarmos á posição jA<br />

toma<strong>da</strong> p~las nossas forças, man<strong>do</strong>u V. S. que formas e linha para proteger<br />

a nos a força que estava combaten<strong>do</strong> no ultimo forte construi<strong>do</strong><br />

no' fim <strong>do</strong> de filadeiro clo centro; e dep0is de se. tel' executa<strong>do</strong> es a<br />

manobra, e conservar-se ahi por algum tempo, de novo ordenou que<br />

seguisse com o corpo em columna para reforçar o ataque, pois que já<br />

bastante o neces"itava, o que logo cumpri. Antes, porém, de chegar á<br />

po iÇão que devia occupar, já o corpo sentia a metralha e a fuzilaria<br />

inimiga, e não ob tante a grande quanti<strong>da</strong>de de feri<strong>do</strong>' e mortos que ia<br />

ten<strong>do</strong>, avançava sempre, fazen<strong>do</strong> fogo com o valor e intrepidez <strong>do</strong> sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

brasileiro. Por e paço de 1 hora se conservou com o 7" b !talha:o<br />

de linha su tentan<strong>do</strong> vivo fogo, até que carregou para assaltar a posiçãO<br />

entrincheira<strong>da</strong>, onde soffreu grande per<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> por mais<br />

<strong>do</strong>u batalhões qUB o vieram proteger; ma. infelizmente não se pôde<br />

galgar o entrincheiramento, por ter um pal'apeito alto além <strong>da</strong> pl'ofundi<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong> fos o, e <strong>da</strong>hi só retirou quand teve ordem para e encol'pêJrar<br />

à briga<strong>da</strong>. »<br />

C 2)<br />

Brigacla (;0 la Pe1'ei?'a (13· briga<strong>da</strong>, 40' divi ão)<br />

« llim. e Exm. r..-Ten<strong>do</strong> a briga<strong>da</strong> oh meu comman<strong>do</strong> marcha<strong>do</strong><br />

com a dh i ão na manhã <strong>do</strong> dia 1 <strong>do</strong> corl'ente para a vanguardll<br />

ahi recebi ordem de '. Ex, para avançar alem <strong>da</strong> trincheira inimiga,


281<br />

onde se achava parte <strong>da</strong> G' divisão combaten<strong>do</strong>; neste lugar fiz atacar<br />

a matta <strong>da</strong> direita pe~o 12' batalhão de infantaria, 24° corpo de voluntarios,<br />

e o 19 de volllutaeios, a matta <strong>da</strong> e'quer<strong>da</strong>, ten<strong>do</strong> o l° tambem<br />

de vol11ntarios entra<strong>do</strong> pela bocaina ante. <strong>da</strong> trincheiras: to<strong>do</strong>s e tes<br />

wrjJos entraram eill combate, e lJelas parte' üos ['e 'pectivos comwan<strong>da</strong>ntes<br />

\7erà \". Ex. o' .. en·i~os que ca<strong>da</strong> um pre'tou, (icanrlo por<br />

minha parte satisfeito pelo jJrocedilllento <strong>do</strong>s commanuante: LIas corpo'<br />

que compõem esta briga<strong>da</strong>, a im como <strong>da</strong>s praça '.<br />

« Fin<strong>do</strong> o combal.e retirei-me por ordem de V. Ex. com os corpos<br />

para guarnecer a trincheira, o que cumpt'i i.nmediatamente, e ahi pelmaneci<br />

até hoje â. 2 horas üa tarde, que fui rendi<strong>do</strong> por uma briga<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> l' divisão.<br />

«O capitão <strong>do</strong> 19° de voluntarios Fau tino Januario de \breu,<br />

assistente <strong>da</strong> reparti':ão <strong>do</strong> quartel mestre general, tenenl.e elo 11 0 batalhão<br />

de infantaria Augusto Rodrigues Chave as istente <strong>do</strong> aj lltlanle<br />

general, alferes <strong>do</strong> 19'/ de voluutarios José Franci:co Lopes ele Souza<br />

aju<strong>da</strong>nte ele ordens junto a e. l.a briga<strong>da</strong>, portaram-se com a activi<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong> costume. Das rélações <strong>da</strong>ua


quatro de suas companhias entrassem pela matta, estendessem linhas<br />

em frente ao entrincheiramento, reservan<strong>do</strong> as outra quatro na guarnição<br />

de umas trincheims que nos ficavam à direita, e por onde podiamos<br />

ser ataca<strong>do</strong>s pela cavallaria. A nossa linha a saz auxiliou as nos 'as<br />

forças que ja ahi combatiam por mais tempo, e qne acha!am-se exhaustas<br />

de muniçõe', e teve de fazer frente a um inimigo numero. o, que coberto<br />

por uina espessa muralha de madeira e terra, coadjuva<strong>do</strong> por tres bocas<br />

de fogo, que vivamente nos metralhavam, oppunha forte resistencia.<br />

Depois de quatro e meia hora de continuo fogo retirámos por ordem<br />

<strong>do</strong> Exm. Sr. general D. Venancio Flore, sen<strong>do</strong> este corpo o ultimo<br />

que pela esquer<strong>da</strong> se retirou, ten<strong>do</strong> f6ra de combate quatro homens<br />

mortos, e 25 feri<strong>do</strong>s. »<br />

1:)0 BATALHÃO DE OLUNTARlO (3eriSipe, Geará e Piauh,r). -ComhJan<strong>da</strong>nte<br />

interino, capitão Previsto Calwnbia. - Em sua parte -offi.Clal<br />

diz elle:<br />

«...Segui deste acampamento com os demais COI'P ele ta divifão,<br />

para a frente <strong>do</strong> flanco e quer<strong>do</strong> <strong>da</strong>s nossas po 'ições, e alli, na terceira<br />

bocàina, met ti em linha, guar<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a pica<strong>da</strong> <strong>do</strong> fLIU lo <strong>da</strong> m~SlUa para<br />

prevenir que a nos as forças fos'em flanquea<strong>da</strong>s ou sorprendi<strong>da</strong>s, como<br />

V. S. me determinou. Ten<strong>do</strong>-se pOl'em, reuni<strong>do</strong> neste ponto outras<br />

força, man<strong>do</strong>u-me V. S. render o 1:20 batalhão na linha de fogo, o<br />

que execuLei, contornan<strong>do</strong> o capão pela direita, e estenden<strong>do</strong> linha.<br />

conforme e·tava o ba alhão que substittli; mandei fazer fogo para a<br />

matta em fl'ente, to<strong>da</strong>s as vezes que tiros <strong>do</strong> inimigo indicavam-me a<br />

posição em que e.,tava elle embosca<strong>do</strong>.<br />

« Algum tempo depoi , recebi ordem <strong>do</strong> Sr. general Flores, transmitti<strong>da</strong><br />

por um de seus aju<strong>da</strong>ntes de campo e pelo 'r. tenente-coronel<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 7° batalhão de infantaria para retirar-me lentamente<br />

protegen<strong>do</strong> sempre a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> grupos de 'old~<strong>do</strong>s extravia<strong>do</strong>s nas<br />

mattas e <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s que ain<strong>da</strong> estavam no campo <strong>da</strong> peleja, toman<strong>do</strong><br />

depois posIção na trincheira que hora antes tinha si<strong>do</strong> toma<strong>da</strong> ao inillligo;<br />

ordem que cumpri, r.etiran<strong>do</strong>-me com to<strong>da</strong> a lentidão em linha,<br />

conservan<strong>do</strong> sempre uma companhia ele atira<strong>do</strong>res à retaguar<strong>da</strong> para<br />

cobir-me. Ao 'ubir a esplana<strong>da</strong> <strong>da</strong> trincheira, recebeu o corpo successivo<br />

tiros de artilharia que continual'am até o fim <strong>da</strong> tal'de. Uma vez<br />

na trincheil'a, tive orelem <strong>do</strong> mesmo Sr. general Flore, para man<strong>da</strong>r<br />

atira<strong>do</strong>res para a frente e su tentar aquelle ponto.<br />

« Os atira<strong>do</strong>re f·)ram quatro veze ataca<strong>do</strong>s pai' guel'rilhe:ros inimigo,<br />

e empre os repelliram com firmeza e impas ibili<strong>da</strong>de, não ob tante<br />

a bomba e bala que lhe eram joga<strong>da</strong> pela artilharia inimiga.


« A's 7 horas <strong>da</strong> noite foi o corpo rendi<strong>do</strong>, e seguia para a trincheira<br />

proxima onde estava V. 8. com os outros corpos <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, e<br />

ahi se conservou até que foi hoje man<strong>da</strong><strong>do</strong> retirar.<br />

« Tive o alferes porta-bandeira (1) Fileto Izi<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Floresta de<br />

Miran<strong>da</strong> morto, e lamento esta per<strong>da</strong> porque era official ele animo tranquillo.<br />

Tive mais 14 homens feri<strong>do</strong>s ... »<br />

24° BATALHÃO DE VOLU 'TARIOS (Piauhy e Bahia. - Oommau<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel J. Lustom <strong>da</strong> Ganha (barão de Parahim). <strong>Tomo</strong>u posição<br />

além <strong>da</strong>s trincheira conquista<strong>da</strong>s por nossas tropas, e ahi ficou apoian<strong>do</strong><br />

o 12° de linha e o 113°' de voluntarios, Teve o batalhão 3 ol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

mortos e feri<strong>do</strong>, 2 officiaes e 18 inferiore e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

D)<br />

PARTE O~,'FJn.u, DO (O ',\IANIJANTE TIA 3a. ])\VISÃ)<br />

D'esta divisão, com man<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo coronel Jacintho Macha<strong>do</strong> de bittencourt,<br />

apenas o 7° batalhão de voluntarios (<strong>da</strong> briga<strong>da</strong> Bello) e 4 companhias<br />

<strong>do</strong> Iode inúntaria de linha (briga<strong>da</strong> Paranho:) tomaram parte<br />

no combate.<br />

1° BATALHÃO DE INFA..~TA'nA DE LJNHA.- Estava na vanguar<strong>da</strong> protegen<strong>do</strong><br />

uma bateria brazileira, e por ordem <strong>do</strong> general Flores de, tacou<br />

2 companhia,,; para acompanhar 2 bocas ele fogo. Depois seguiram mai<br />

2 companhias.<br />

Ten<strong>do</strong> o inimigo tenta<strong>do</strong> tomar as peça I travou-se luta á bayoneta,<br />

sen<strong>do</strong> os <strong>contra</strong>rios repelli<strong>do</strong>s, e soffren<strong>do</strong> o cúntingente d'este batalhiIo<br />

a per<strong>da</strong> de 3 officiae.s e 38 praça:, entre mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

7° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (8. Paulo).- Comman<strong>da</strong>nte,<br />

rrJajor Vatpo<strong>do</strong>.-- Este batalhãO, assim como o 8" e 16° de linha<br />

(<strong>da</strong> l- divisão), uni -se á uavallaria desmonta<strong>da</strong>, e, ás ordens <strong>do</strong> general<br />

Menna Barreto (J. L), comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2" divisão, atacou pelo Potrero<br />

hris outra face ela fortificação inimiga, soffren<strong>do</strong> gl'ancle pe '<strong>da</strong>.<br />

J Vist I Tholll pson.


284<br />

Eis o que diz o com man<strong>da</strong>nte Valporto.<br />

« No dia 18 <strong>do</strong> corrente, pelas 8 horas <strong>da</strong> manhã, achan<strong>do</strong>-se o<br />

corpo sob meu com man<strong>do</strong> occupan<strong>do</strong> a Fosiçãe que lhe foi determina<strong>da</strong><br />

no dia 16, tive ordem <strong>do</strong> Sr. general Victorino para avançar. pela esquer<strong>da</strong>,<br />

e penetran<strong>do</strong> por· uma ]'ica<strong>da</strong> <strong>da</strong> matta que ia ter as trinch-eiras<br />

fortifica<strong>da</strong>s <strong>do</strong> inimigo, encontrei mais adianto o Sr. general José Luiz<br />

1enna Barreto, que me ordenou avançasse até en<strong>contra</strong>r a referi<strong>da</strong>s<br />

trincheiras, afim ele desalojar o inimigo.<br />

« Este corpo seguio o seu destino, e, proximo ás mesmas, foi já.<br />

soffren<strong>do</strong> fogo de metralha, pelo que man~ei logo estender as compal1hias,<br />

e, acoberta<strong>da</strong>s pelo matto, sustentou-se o foge <strong>contra</strong> o inimigo,<br />

que nos respondia vivamente, não só com a fuzilaria <strong>da</strong>s grossas mu­<br />

1 alhas <strong>da</strong>s trincheiras, como tambem de metralha, grana<strong>da</strong>s, e balas razas<br />

lança<strong>da</strong>s por 6 peças de grosso calibre, que ahi estavam assesta<strong>da</strong>s. Já.<br />

se achavam empenha<strong>do</strong>s no combate os batalhões 8° e 16° ele linha,<br />

bem como uma briga<strong>da</strong> de cavallaria a pé arma<strong>da</strong> a fuzil; mais tarde<br />

chegou o 'i 0 corpo de caça<strong>do</strong>re a cavallo <strong>do</strong> 2° ct.rpo de exercito.<br />

« A posição <strong>do</strong> inimigo era forte, vi to Colmo havia entre nós um<br />

vallo feito pela natureza, além <strong>da</strong>quelle feito junto <strong>da</strong>s trincheiras,<br />

cuja~ muralhas acobertavam os atira<strong>do</strong>res até aos hombros. Tentei carregar<br />

sobre o forte, man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> os corneteirds tocar avançar e fogo. e<br />

fallantlo a s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s debaixo de um viv fogo <strong>do</strong> inimigo; mas na<strong>da</strong><br />

pude conseguir, porque as nossas filp-iras ja e tavam mingua<strong>da</strong>s pelos<br />

ierimenLos e morte, pelo que conservei a linha na me ma posição,<br />

continuan<strong>do</strong> o fogo sobre os atira<strong>do</strong>re , e artilh iras <strong>da</strong>s trincheiras.<br />

« O capitão deste coroo Fortunato de Campos Freire, que se achava<br />

na esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha fazen<strong>do</strong> frente a uma face <strong>da</strong> trincheira onde<br />

havia 2 bocas de fogo, tentou e conseguia avançar com 14 praças, chegan<strong>do</strong><br />

até dentro <strong>da</strong> trincheira, ten<strong>do</strong> logo de retrocedel' á. vista <strong>da</strong><br />

grande força que os vinha repellü', fican<strong>do</strong> 3 praças mortas, e 6 feri<strong>da</strong>s,<br />

pelo que e te offieial torna-se digno <strong>do</strong>s maiore louvores. Continuou o<br />

fogo até a,. J hora <strong>da</strong> tarde, em que veio ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general<br />

em chefe para retirar-se a força; então fiz a retira<strong>da</strong>, trazen<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s<br />

o feri<strong>do</strong>s que ahi e achavam, bem como armamento, e alguns cunhetes<br />

com m11níção.<br />

« Ficaram fóra de combate 80ffieiaes, e 170 pra"as de prei, en<strong>do</strong><br />

1 official morto e 7 feri<strong>do</strong> ; <strong>da</strong>s praças de preL foram mortas 13, feri<strong>da</strong>s<br />

145, e extravia<strong>da</strong>s por e ignorar e11S destinos 1'2; tu<strong>do</strong> conforme o<br />

mappa junto... »


~i5<br />

E)<br />

PARTE OFFIClAL DO COI\1M:ANDANTE DA 2" DIVlSlo<br />

« Quartel-general de comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 2" divisão em Tuyuty, 19 de<br />

Julho de 1867.<br />

« lUm. e Exm. Sr.- Tenho a honra de passar ás mãos de V. Ex.<br />

as partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes de briga<strong>da</strong> e mais corpos que 5erviram<br />

debaixo de minhas ordens no combate que tivemos no dia 18 <strong>do</strong> corrente,<br />

ten<strong>do</strong> apenas a assegurar a V. Ex. que o comportamento desta força,<br />

eu actos de valor, e de seus chefes attestam-se pela per<strong>da</strong> que teve,<br />

e que Vo. Ex. verificará pelas partes juntas. Por esta occassão não pos o<br />

deixar de mencionar o nome de um destes distinctos chefes, o coronel<br />

D. José Balthazar <strong>da</strong> Silveira.<br />

« Recommen<strong>do</strong> tambem á considelação de V. Ex. o cirurgião-mór<br />

de briga<strong>da</strong> desta divisão Dr. Luiz de Queiroz Mattoso Maia, o qual tem<br />

sabi<strong>do</strong> bem comprehender a sua missão de medico caritativo.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-- 111m. e Exm. Sr. conselheiro marechal<br />

de campo Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fon eca Quintanilha Jordão, comman<strong>da</strong>nte em<br />

chefe <strong>do</strong> exercito.<br />

« José Luiz Menna Barreto,<br />

« BI'ip;adeiJ·o. »<br />

E 1)<br />

Brigatla .!lrauJo Ba los (la briga<strong>da</strong>, 2" divi ão.)<br />

A parte official <strong>do</strong> tenente-coronel Araujo Bastos, commçm<strong>da</strong>nte <strong>da</strong><br />

la briga<strong>da</strong> (cavallaria desmonta<strong>da</strong>) diz, em resumo, o seguinte:<br />

Recebeu ordem <strong>do</strong> general M( una Barreto para atacar o flanco<br />

direito <strong>do</strong> entrincheiramento inimigo, e fêl-o com o 2 0<br />

e o 3" regimentos<br />

de cavallaria ligeira e o lo corpo provisorio de cavallarj~ <strong>da</strong> guar<strong>da</strong><br />

nacional. To<strong>do</strong>s os offlciaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s bateram- e bem. Não conseguiram<br />

entretanto, tomar a trincheira inimiga.


286<br />

o 2° regimento de cavallaria era comm~n<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo major Justiniano<br />

Sabino <strong>da</strong> Rocha; o 3° pelo major 1zi<strong>do</strong>ro de Oliveira, que foi gravemente<br />

feri<strong>do</strong>: o Io<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional pelo ma~or Seraphim <strong>da</strong> Silveira,<br />

que foi morto.<br />

As partes officiaes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes d'esses 3 regimentos só dão<br />

pormenores sobre as per<strong>da</strong>s que soffre.ram.<br />

B


8° 8ATALHÃO DE INFA.NTARIA DE I.INH,\. -Comm:m<strong>da</strong>nte, major J.<br />

L. Clb .1 :;('VI~cJO. Foi morto. As un io o comman<strong>do</strong> o capitão Feli.r; <strong>da</strong><br />

Silcl1 .<br />

Diz este: «Haven<strong>do</strong> i<strong>do</strong> morto no combate <strong>do</strong> dia 18 <strong>do</strong> corrente<br />

o 81'. major Joaquim Luiz de Azeve<strong>do</strong>, que com man<strong>da</strong>va este batalhüo<br />

as~umi o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo, e n'e~te caracter cumpre-me o dever<br />

de communicar to<strong>do</strong> o occorri<strong>do</strong> no mesmo combate.<br />

« Achava-se a briga<strong>da</strong> de promptidão á esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito,<br />

quan<strong>do</strong>, <strong>da</strong> ô para as 7 <strong>da</strong> manhã, foi determina<strong>do</strong> a e. te batalhão<br />

entrar na matta contigua ao campo onde estavamos, afim de, por uma<br />

pica<strong>da</strong>, cortar-se a retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo, que, com a maior olJsadja,<br />

fazia fogo sobre as nossas trincheiras, no lugar denomina<strong>do</strong> Bocaina.<br />

« Esta ordem foi immediátamente cumpri<strong>da</strong>, e, sahin<strong>do</strong> tres companhias<br />

em linha de atira<strong>do</strong>res, entranharam-se na referi<strong>da</strong> matta para<br />

o fim de atacar as tri ncheiras e uma fortificação exUente <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />

opposto <strong>da</strong> dita matta. Essa força foi insufficiente, e por isso teve o<br />

resto <strong>do</strong> batalhão, conduzi<strong>do</strong> p lo falleci<strong>do</strong> major Azeve<strong>do</strong>, e acompanha<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Sr. comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, de avançar por dilferentes<br />

pica<strong>da</strong>s. Nessa occasião cahio mot'to o cila<strong>da</strong> majrr.<br />

« Cabe-me ponderar que o fogo <strong>do</strong> inimigo foi tal sfJbre a nossas<br />

forças, que apenas eUas entranharam-se n'es es mattQ~, já. recebiam<br />

gravissimos ferimentos, devi<strong>do</strong>s à muita metralha que para 131113::. ati·­<br />

ravam; to<strong>da</strong>via. pudemos penetrar sobre suas trincheiras, apezar de ser<br />

sem vantagem alguma, visto como forço. o nos foi retirar pelo numero<br />

superior de forças que. elie nos apresentou.<br />

« Pelos inclusos mappa', sob ns. 1 e 2, vel'á. V. ..... o numero de<br />

mortos, feri<strong>do</strong>s, contusos e extravia<strong>do</strong>s, fazen<strong>do</strong> o total de 70 praças<br />

que te~e este batalhão, ê quanto ao comportamento <strong>do</strong>s officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

appl~llo para o testemunho de V,. S. »<br />

16" BATALHÃO DE ÍNIJ'ANTARrA Ím LINHA. - Comman<strong>da</strong>nte interino,<br />

capitão Santos Coelho (A. Hermidio).<br />

Diz a parte official: «Quan<strong>do</strong> apparecen o renhi<strong>do</strong> fogo de fuzilaria<br />

pela manhã dáquelle dia, achava-se a briga<strong>da</strong> de prmptidão no<br />

Potrero que fica ao la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> acampamento <strong>do</strong> exercito, e, receben<strong>do</strong><br />

ordem de V. S. par<strong>do</strong> eguir em frente, tive de invadir uma<br />

pequena pica<strong>da</strong> em que a custo desfilavam as praças de costa<strong>do</strong>, na<br />

retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> 8· batalhão de infantaria de linha, quan<strong>do</strong> prestes a descobrir<br />

o campo occupa<strong>do</strong> pelo inimigo, tive ordem de V. S. para es·<br />

tender o batalhão <strong>do</strong> centro para os la<strong>do</strong>s, e n'essa posição obrar o<br />

que melhor fosde 'conveniente acerca <strong>do</strong> combate. Tomei conta <strong>da</strong> ala


288<br />

dh'eita <strong>do</strong> brltalhão, e a llil'igi par:1. appl'Oximação <strong>da</strong>s trinch.eiras <strong>do</strong><br />

inimigo, de cujos canhões supportei o mais vivo fogo de metralha, a,té<br />

que, toman<strong>do</strong> a deUbaração d~ reunir to<strong>do</strong> o batalhão, visto que não<br />

soube qual o de tiu(. toma<strong>do</strong> pela ala e 'quer<strong>da</strong>, estendi linha de atira<strong>do</strong>res<br />

perto <strong>do</strong> 10° corpo de voluntarios, com intenção de repellit' o<br />

inimigo que <strong>do</strong> la<strong>do</strong> opposto fazia vivo fogo de canl1ô"es 0 fuzil.<br />

« Seriam duas huras <strong>da</strong> t;1.rde quan<strong>do</strong> retirei-mo, com outros corpos,<br />

para a tdncheira tomaria pela nossa tropa. no combate uo dia<br />

16, visto que, chegan<strong>do</strong> nm aj u<strong>da</strong>nte de ordene; ao logar em que oe<br />

achava a parte <strong>do</strong> batalhão metti<strong>da</strong> em linha de atit'a<strong>do</strong>res, come ja<br />

disse, transmittio uma ordem pal'a os corpos retiraram-se para a ja<br />

menciona<strong>da</strong> trincheira....<br />

« .... A bandeira <strong>do</strong> batalhão e sua escolta Ileixei entregue,:; a Vo S.<br />

por me ser isto ordena<strong>do</strong> pelo Sr. general José L-qiz Menna Barreto a<br />

cuja disposiçãO se achava a briga<strong>da</strong> a que pertenço, o' »<br />

10 0 BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATIUA (B:lllia.)- D'e, te batalhão<br />

apenas entraram em fogo '2 cOiapanhias, que o general em chefe,<br />

Púly<strong>do</strong>ro Jordão, levou até um sitio proximo ao entrincheiramento inimigo,<br />

emboscan<strong>do</strong>-as na matta.<br />

Eram comman<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo alferes Santos Castro (5' companhia) e<br />

pelo tenente Borges de Figueire<strong>do</strong> (6' companhia).<br />

E 3)<br />

Br'iga<strong>da</strong> P~quet (4'" <strong>do</strong> 2" corpo ne exercito).<br />

A briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> tenente-coronel Piquet pertencia ao 2° corpo de exercito<br />

brazileiro, e desembarcára em Itapirú no dia 10 de Julho.<br />

D'esta briga<strong>da</strong>, porém, só entrou em combate o 2 0 corpo de caça<strong>do</strong>res<br />

a cavalloo Estava arma<strong>do</strong> de carabinas, e ~vançou a pé. Oomman<strong>da</strong>va-o<br />

o major Tranquillino Velloso, mas o tenente-coronel Piql1et<br />

o dir~io em pessoa durante o combate.<br />

Da parte oflicial d'este extrahiremos o seguin.te trecho:<br />

«Seriam 11 horas <strong>da</strong> manhã quan<strong>do</strong> me achei na presença de<br />

V. Ex'. (Menna Barreto), que me man<strong>do</strong>u avançar com esse corpo, e<br />

manobrar de accor<strong>do</strong> com as circurnstancias. Percorren<strong>do</strong> a pé um long.o<br />

trilho de matta espessa, sobre a qual vomi~ava o inimigo o mais intenso


:2 9<br />

e mortifero fogo, chegámos a avançar sobre as suas trincheira, ma<br />

en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong>-nos alli sós, porque a demais trop


tanto, avaliar como ficaram eUe ddferentes uo original verti<strong>do</strong>s 'nova- ,<br />

mente p.:'ra o portuguez a vista <strong>da</strong> traducção allemã.<br />

Entretanto, não nos. ten<strong>do</strong> siuo passiveI encoutrar nos jornaes <strong>do</strong><br />

tempo as participações de Flore e Mitre, conteiltamo-llos em <strong>da</strong>l-as aqui,<br />

traduzi<strong>da</strong>s <strong>do</strong> allemão pelo Sr. Thomaz Ahes.<br />

42<br />

E;J:tí'actos <strong>da</strong> participação <strong>do</strong> gene1"al Fio"es UL'C1"ca <strong>do</strong> combate de.iS<br />

ele Julho ele i 866 (retradUCÇão) .<br />

«... Quan<strong>do</strong> percel)i que o genet'al Victorino Monteiro, com tropas<br />

bra,~lleiras marchava <strong>do</strong> entrincheiramento toma<strong>do</strong> no dia 16, e o coronel<br />

Cesario Dominguez, com <strong>do</strong>us batalhões argentinos, atacava o segun<strong>do</strong><br />

entrincheiramento, mandei o major Elias avançar com o batalhãO oriental<br />

( Independencia », e o 16° de voluntarios brazileiros em auxilio <strong>do</strong>s Argentino.<br />

Toma<strong>do</strong> o entrincheiramento pelo coronel Dominguez e pelo<br />

major Elias, mandei o coronel -Pallejao atacar a frente <strong>do</strong> inimigo com<br />

o batalhão «Flori<strong>da</strong>» justamente quan<strong>do</strong> o general Victorino penetrava<br />

no matto.<br />

« O inimigo retirou-se em fuga para atraz <strong>da</strong> artilharia, que principiou<br />

a descarregar vigorosamente, ao passo que nós só atiravamos com 2,<br />

e, ao depois, com 6 peças. Mandei avançar <strong>da</strong> posição <strong>da</strong> reserva um<br />

batalhão braúleiro <strong>da</strong> 6" divisão, que ain<strong>da</strong> chegou a tempo de aju<strong>da</strong>r<br />

o assalto <strong>contra</strong> as baterias iniIl).igas.<br />

« Momentos depois cessou o fogo inimigo e o coronel Palleja, communicou<br />

que para poder avançar precisava de mais 2 batalhões.<br />

« Mandei-lhe por isso o 15" de voluntarios brazileiros e o 7° de<br />

linha, tambem brazileiro; antes, porém, que chegassem, já tinha succumbi<strong>do</strong><br />

o coronel Palleja. Os <strong>Paraguay</strong>os haviam chama<strong>do</strong> suas reservas,<br />

nossas tropas haviam aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> o entrincheiramento, o inimigo tinha<br />

recupera<strong>do</strong> suas peças. Os <strong>do</strong>us batalhões brazileiros 15° de voluntarios<br />

e o 7° de linha que acabavam de chegar, rechaçaram o inimigo tanto<br />

quanto permittio a natureza <strong>do</strong> terreno e n'esta occasiãO morreu o capitão<br />

Fontoura que saltàra n'um fosso <strong>do</strong> entrincheiramento com um<br />

contingente de sapa<strong>do</strong>res.<br />

« Por terem esta<strong>do</strong> minhas tropas quatro horas consecutivas eut<br />

fogo, pedi ao general Mitre, que me man<strong>da</strong>sse reforços, o que eUe fez


2 1<br />

sem demora. O general Emílio Mitre atacou pela direita com a 4' divisão<br />

argentina e o general Guilherme de Souza pela esquer<strong>da</strong> com uma<br />

divisão brazileira e ambos as_umiram o comman<strong>do</strong> em logar <strong>do</strong> general<br />

Victorino que fóra feri<strong>do</strong>. Avançaram os <strong>do</strong>us batalhões argentinos, 2°<br />

de linha e o 3" <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional, retomaram o entrincheiratnp.nto e<br />

n'elle plantaram suas bandeiras. Sen<strong>do</strong>-me, participa<strong>do</strong> que os <strong>Paraguay</strong>os<br />

tinham recebi<strong>do</strong> reforços e estan<strong>do</strong> consegui<strong>do</strong> o fim principal que era<br />

expellíl-os <strong>da</strong> pica<strong>da</strong>, dei ordem que se interrompesse o combate e ficassem<br />

occupa<strong>da</strong>s as posições conqui ta<strong>da</strong>s, As tropas voltaram <strong>do</strong> fogo na<br />

melhor ordem.<br />

« São grandes as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong> inimigo'. No fim <strong>do</strong> combate já se vw.<br />

obriga<strong>do</strong> a man<strong>da</strong>r entrar em fogo cavallaria a pé, que sÓ podia combater<br />

com sabres.<br />

« Nossas per<strong>da</strong>s no dia 16 e 18 orç: m em :<br />

Brazileiros, 60 officiaes mortos e UH feri<strong>do</strong>s, 413 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

mortos, 2,224 feri<strong>do</strong>s;<br />

Argentinos, 1,000 mortos e feri<strong>do</strong>s ;<br />

Orientaes, 200 mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

« As posições toma<strong>da</strong>s no dia 16 foram logo entrincheira<strong>da</strong>s e guarneci<strong>da</strong>s<br />

com canhões e morteiros, que podiam bombardear efficazmente<br />

as posições paraguayas. \.bl'in-se uma pica<strong>da</strong> até à ma.rgem <strong>do</strong> rio Dnde<br />

estã a esquadra, que tambem no dia 16 fez uma demon tração, proceoen<strong>do</strong><br />

a son<strong>da</strong>gens, e regre sou ao seu fundea<strong>do</strong>uro.<br />

« Os <strong>Paraguay</strong>os continuam to<strong>da</strong>s as noites a lançar torp13<strong>do</strong>s rio<br />

abaixo. Os navios avança<strong>do</strong>s têm na frente escaleres d'3 vigia e estão<br />

muni<strong>do</strong>s de rêdes para apanhar os torpe<strong>do</strong> e inutilisal-o ; apezar d'isso<br />

na noite de 14 para 15 foi a canhoneira M ea1"im attingi<strong>da</strong> pela explosão<br />

de 2 torpe<strong>do</strong>s, que felizment8 nenhum <strong>da</strong>mno causaram nem ao<br />

navio nem à tripolação. Em compensação voou pelos ares um escaleI' de<br />

vigia por se ter approxima<strong>do</strong> de um torpe<strong>do</strong>, e p receram o tenente Couto<br />

e 7 marinheiros.<br />

« O corpo de exercito <strong>do</strong> barão de ro<strong>do</strong> Uegre com um etrectivo<br />

de 9.000 homens, acha-s.1 no Pas o <strong>da</strong> Patria ; 3.000 <strong>do</strong>entes <strong>do</strong> exercito<br />

foram leva<strong>do</strong>s para os hospitaes de Corrientes. Alem <strong>da</strong> cavalha<strong>da</strong>s<br />

trazi<strong>da</strong>s pelo g'eneral Porto Alegre, chegaram de Entre Rios mais 2.000<br />

cavallos. O general Mit.re pediú de Buenos-Aire~ Ulll refor('o de 3.000<br />

homens e eu de Montevideo 2 O homens <strong>da</strong> gU3.r<strong>da</strong> nacion·al.<br />

« W enancio Flores.»


292<br />

Parlicipa.çãO elo gene?'al Mitrt3 ao vice-pi'esielenle ela Republica<br />

11 T'genlina (retraducção).<br />

« Quartel-general, 2G de Julho de 186 1 i.<br />

« No dia 14 appareceu em nosso flanco esquer<strong>do</strong> o inimigo, que com<br />

forças consideraveis tinha yin<strong>do</strong> pelo matto, por onde prolongára seus<br />

entrincheiramentos, collocan<strong>do</strong> ahi alguma artilharia. gem demora me<br />

puz em communicação com o general Ozorio, que com os Brazileiros<br />

tinha de defender esse la<strong>do</strong> de nOSi"a POSiÇãO. Infelizmente achava-se<br />

enfermo o general Ozorio e por este e outros motivos adiei o ataque<br />

até o dia }fi, em que dei ordem ao general Guilherme de Souza (1) para<br />

com a _1" divi [o brazileira expeliir o inimigo <strong>do</strong> matto, onele se tinha<br />

fortifica<strong>do</strong>. A trincheira foi toma<strong>da</strong> por uma carga de bayoneta, e o<br />

inimigo acossa<strong>do</strong> na fuga até ao segun<strong>do</strong> entrincheiramento. Os nossos<br />

en<strong>contra</strong>ram muitos ca<strong>da</strong>veres no caminho. Não se efl'ectuou a toma<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> entrincheiramento porque falhou uma parte <strong>da</strong> combinação,<br />

m.l.S dei as ·necessarias providencias para llstentarmos <strong>contra</strong> quaesquer<br />

ataques <strong>do</strong> inimigo a posição por nós occupa<strong>da</strong>. O inimigo rompeu o<br />

fogo <strong>contra</strong> a coxilha guarneci<strong>da</strong> pelos nossos, tenlan<strong>do</strong>, abriga<strong>do</strong> por<br />

um terreno favoravel, desalojar-nos duas vezes, mas as duas investi<strong>da</strong>s<br />

fOr.'lm repelli<strong>da</strong>s e a sua artilharia bati<strong>da</strong> pela nos. a.<br />

«Mandei render a divisão Guilherme de Souza pela <strong>do</strong> general<br />

Argollo, ao depois pela divisão de Buenos-Aires, elo coronel Oonesa, e<br />

finalmente pela divisão Victorino Monteiro, e esta ultima, achan<strong>do</strong>-se no<br />

dIa 18 nas pica<strong>da</strong>s por nós conquista<strong>da</strong>s, deu as'alto ao egun<strong>do</strong> entrincheiramento<br />

conjunctamente éom a 3" divisão argentina <strong>do</strong> coronel<br />

Oesario Dominguez. Ao mesmo tempo os Orientae com o general Flores<br />

e o Brazileiros avançaram no centro e no flanco esquer<strong>do</strong>. Fo i assim<br />

toma<strong>da</strong> uma terceira linha de trincheiras, onde por uma carga de bayo-<br />

(1) Parece-nos impossivel que o illustre general Mitre tenha escripto :- dei m'dem<br />

((,0 gen/JI'o,l Guilhel'·nte de Souza-. Estes e outros trechC's <strong>da</strong> sua participação ao vice-presidente<br />

<strong>da</strong> Ropublica AJ:genl.illll devem ter si<strong>do</strong> alterndns na tnlducção <strong>do</strong> Sr. <strong>Schneider</strong>.<br />

Essa ordem e as outrns de que faUa o presenle <strong>do</strong>cumento foram <strong>da</strong><strong>da</strong>'pelo gereral<br />

Poly<strong>do</strong>ro JOl:dão, como terá visto o leitor nas partes officines anteriol'lnonte publi~'l<strong>da</strong>s.<br />

O general {ltre conservou- e durante os 2 di


293<br />

neta cahio em nosso poder uma bateria de 7 peças de calibre 12. Foi<br />

isto devi<strong>do</strong> aos batalhões argentinos e ao batalhão oriental «.Flori<strong>da</strong>»<br />

sob o man<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Palleja. Então o inimigo, que tinha si<strong>do</strong> rechaça<strong>do</strong>,<br />

chamou as reservas e rompeu <strong>do</strong>s mattos fogo vigoroso, não nos<br />

sen<strong>do</strong> possiv-el sustentar as posições toma<strong>da</strong>s. Foi victima d'este bombardeio<br />

concentrico <strong>do</strong> inimigo o coronel Palleja, que succumbio no proprio<br />

reducto que acabava de .tomar. Sua morte desanimou o batalhão «Flori<strong>da</strong>,<br />

» que aban<strong>do</strong>nou o entrincheiramento toma<strong>do</strong> depois de ter inutilisa<strong>do</strong><br />

as peças. As outras tropas acompanharam este movimento de<br />

retira<strong>da</strong>, ao passo que 2 batalhões brazileiros detinham o inimigo por<br />

vigorosas descargas. Em taes circumstancias mandei avançar o general<br />

Emílio Mitre com a 4' divisão e logo tomaram parte no combate o 2"<br />

de linha argentino e o 3° <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional de Buenos-Aires sob o<br />

comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> major Mateo Martinez. Estes 2 batalhões plantaram suas<br />

bandeiras dentro <strong>do</strong> entrincheiramento inimigo, onde foi morto por um<br />

tiro o cavallo <strong>do</strong> coronel Aguero e foram feri<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os comman<strong>da</strong>ntes.<br />

Ain<strong>da</strong> d'esta vez não foí possivel sustentar os entrincheiramentos, e de<br />

novo tiveram de ser aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s.<br />

« Os <strong>Paraguay</strong>os aproveitaralll-s~ d'este momento: com 1.800 homens<br />

de cavallaria, trazen<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> um na garupa I sol<strong>da</strong><strong>do</strong> de infantaria,<br />

investiram <strong>do</strong>s Palmar,~s <strong>contra</strong> o nosso flanco direito e os batalhoes<br />

avança<strong>do</strong>s. O major Ayala junto <strong>da</strong> lagôa ahi exi tente formou quadra<strong>do</strong><br />

para recebeI-os e defendeu o vào que o inimigo queria forçar.<br />

Foi rechaça<strong>do</strong> I batalhão que se approximou protegi<strong>do</strong> pela cavallaria<br />

e teve de recuar para os Palmares; de novo investia <strong>contra</strong> o batalhão<br />

« São Nicolão, » que, unin<strong>do</strong>-se ao batalhão Ayala conseguia recha~al-o<br />

antes que chegas 'em as tropas por mim man<strong>da</strong><strong>da</strong> em seu auxílio. Por<br />

fim, retiran<strong>do</strong>-se, deixaram os <strong>Paraguay</strong>os 86 ca<strong>da</strong>veres, entre os quaes<br />

mnitos officiaes e o comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> columna. Repelli<strong>da</strong> a ultima tentativa<br />

<strong>do</strong> inimigo, cessou o combate e foram occupa<strong>do</strong>s pelos Allia<strong>do</strong>s<br />

os entrincheiramentos, que eram o ver<strong>da</strong>deiro objectivo <strong>do</strong> ataque.<br />

« 1Jm desertor que se apre entou à noite declarou que n'esse combate<br />

<strong>do</strong> dia 1 tinham morri<strong>do</strong> o general Barrios e o coronel Marcó.<br />

De to<strong>do</strong>s os contingentes tivemos 1.500 mortos e feri<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>s quaes cerca<br />

de 500 morto, pertencen<strong>do</strong> uma quarta parte as tropas ~rgentina..<br />

« O pe soaI <strong>do</strong> corpo de saude, principalmente os Drs. Be<strong>do</strong>ya e<br />

Biadma portaram-se admiravelmente no campo de batalha e no meio<br />

<strong>do</strong> fogo. Foram feri<strong>do</strong>s quasi to<strong>do</strong>s os cnmman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong>s tropas que<br />

entraram em fogo, como Orna, Borges, Ivanow 'ky, Guifi'ra, Cabot, Palacio.<br />

,'ómente o major Caraza ahio illeso, apezar de ser <strong>do</strong>: primeiros<br />

que e, calaram as fortificaçõ'e inimiga..


294<br />

« O resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> combate foi avançarmos nosso flanco esquer<strong>do</strong> e<br />

melhorarmos nossa posição ahi, porque <strong>do</strong> entrincheiramento toma<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>minamos to<strong>do</strong> o matto onde os <strong>Paraguay</strong>os -costumavam emboscar-se<br />

e ameaçar-nos.<br />

« Durante estes combates foram os Brazileiros dirigi<strong>do</strong>s. pelo general<br />

Poly<strong>do</strong>ro Jordão, que havia assumi<strong>do</strong> no dia anterior o com man<strong>do</strong> <strong>da</strong>s<br />

tropas imperiaes.<br />

« Barf,oloIDeo Mif,re. »<br />

44<br />

t Parte official elo gene'ra7 EmiTia 1.11 it?"e. Combat ,'S ele i O e 18 ele<br />

Julho ele 1866<br />

« Coman<strong>da</strong>ncia en Jefe deI 2° Cuerpo deI Ejercito Arjeutino.­<br />

Yataity, Julio 21 de 1866.<br />

« Ai r. Jefe de Esl:L<strong>do</strong> ;\1ayol' Jeneral d 1 Ején:ito ArjenLin·'. Jenel'lll D. Juan A.<br />

Gelly y Obeso<br />

« Tengo el honor de poner en manos de V. E. las partes de lo<br />

jefes de division y de cuerpo, en los cuale <strong>da</strong>u cuenta de los distintos<br />

combates sosteni<strong>do</strong>s por las tropas deI 2° cuerpo deI ejército desde el<br />

dia 16 hasta el dia 1:> inclusive. En to<strong>do</strong>s eUos, y en el deI Sr jefe<br />

de Esta<strong>do</strong> Mayor, coronel D. Pabio Diaz, e::;tán clara y distintamente<br />

detalla<strong>da</strong>'> dichas operaciones y cambate ; combates y operaciones en que<br />

los cuerpos to<strong>do</strong>s han rivaliza<strong>do</strong> en valor y b;zarria.<br />

~ La parte que la 2' « Division Buenos Aires» ha toma<strong>do</strong> eu el<br />

combate deI 16, la haIlará V. E. en el parte de sn jefe de Esta<strong>do</strong><br />

Mayor de este cnerpo de ejército que a. el se anexa. Por ella verá<br />

V. E. que los batal10nes que lo constituen se han bati<strong>do</strong> como. e bateu<br />

siempre las tropas que man<strong>da</strong> el valiente coronel D. Emilio Conesa.<br />

« Si sangre nos hau costa<strong>do</strong>, Exmo. Sr., los combates so teni<strong>do</strong>s,<br />

mucho mas caros han si<strong>do</strong> para el enimigú, que ha teni<strong>do</strong> que sostener<br />

con grande refuerzos el iml)etu y denue<strong>do</strong> de nuestras tropas,<br />

a quienes no pu<strong>do</strong> contener la metralla ni la fusilaria deI enemigo' ó.<br />

quienes no pu<strong>do</strong> arredral' la tenaz defen. a de kinchera, sobre la quo<br />

tuvieron que affiuil' 'us. grandes reservas.


295<br />

« H ataque de la 3' « Division


· 296<br />

esta campafía, nuestro cuerpo médico se ha hecho notab1e p~r sus servicios;<br />

pel'o séame permitti<strong>do</strong> decil', que en esta ocasion se ham ostra<strong>do</strong> superior<br />

á to<strong>do</strong> encomio, muy especialmente el cirujano principal.'r. D. Joaquin<br />

de Be<strong>do</strong>ya, quien desde poco despues de emprezar el combate hasta<br />

despues de conclui<strong>do</strong>, ha esta<strong>do</strong> constantemente curan<strong>do</strong> nuestros heri<strong>do</strong>s<br />

y sacan<strong>do</strong> personalmente á los que caian en e1 campo de batalla, acompafía<strong>do</strong><br />

por los cirurjanos de ejército Gallegos y Domionoviche y secun<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

por e1 Dr. ,-oler, y cirurjano Silva.<br />

« Me es satisfactorio participar á V. E, qlIe en to<strong>do</strong>s estos e.ombates,<br />

mi jefe de Esta<strong>do</strong> Mayor ha imparti<strong>do</strong> y hech) ejectuar lUis<br />

órdenes con precision, prontitud é inteligencia, debien<strong>do</strong> tambien recomen<strong>da</strong>r<br />

à la con ideracion de V. E. la digna comportacion ele mil!<br />

ayu<strong>da</strong>ntes de campo los tenientes corone1es D. José E. Ruiz Y D. Modesto<br />

Cabanillas, los sarjentos mayores D. Horacio Benitez y D. M",nue1 Rodriguez<br />

y mi secretarío capitan D. Agustin Marino.<br />

« Me permito acompafíar las relaciones de los muertos, heri<strong>do</strong>s y<br />

contusos. que el 2° cuerpo deI ejército ha teni<strong>do</strong> en estos distintos combaiBs<br />

y à que hacen referencia los partes anexos.<br />

« AI cerrar este parte y recomen<strong>da</strong>r a la consideracion de V. E.<br />

la comportacion de to<strong>do</strong>s, desde el primer jefe hasta el sol<strong>da</strong><strong>do</strong>, solo<br />

me resta tener la satisfacion de asegurar á V. E., que e1 2° cuerpo<br />

deI ejército arjentino ha cumpli<strong>do</strong> dignamente con su deber.<br />

« Díos guarde á V. E.<br />

« Ernilio Mitre. »<br />

tParte offimal<strong>do</strong> coronel Ganesa, sobre o combate de 16 de Julho de 1866<br />

« Campamento en Yataity, Julio 17 de 1866.<br />

« AI Jefe dej Esta<strong>do</strong> Mayor deI 2° Ouerpo deI Ejército, Coronel D. Pablo Diaz.<br />

« En eumplimiento de órden recibi<strong>da</strong> deI Exmo. Sr. Preiidente y<br />

jenaral en jefe deI ejéreito, mareM en el dia de ayer á las 3 1/2 de<br />

la tarde á colocarme en el potrero, que se haIla á la izquier<strong>da</strong> de la<br />

lí.nea ocupa<strong>da</strong> por el ejército brazilero; pocos momentos despues reeibi<br />

nuava órdeu deI mismo Exmo. Sr. para. acudir en preteccion de la


297<br />

divUon Jel Sr. jenaral Al'gollo que se hallaba fuertemenle comprometid,\<br />

en un reni<strong>do</strong> combate C,H fuerl,a;:;' enemiga Ilue luehaban d~: ­<br />

pera<strong>da</strong>m3nte por recuperar la po agota<strong>do</strong> su;:; municione:s, siellllo à su vez relevad 5 en<br />

eI mismo órdeu por la 4 a briga<strong>da</strong> man<strong>da</strong><strong>da</strong> por el c'lrouel Pedro Jo é<br />

Agüero y campuesta del batallon 4" coman<strong>da</strong><strong>do</strong> por su segun<strong>do</strong> jaCo<br />

el mayor Miguel Rasero y el 5" por el de igual clase Dar<strong>do</strong> I ocha.<br />

«Alternan<strong>do</strong> de esta suerte entraron sucesivamente en fueóo <strong>do</strong>'<br />

veces ca<strong>da</strong> batallon, agotan<strong>do</strong> en ca<strong>da</strong> una de elIa las municiones que<br />

lIevaban y las que alli mis.uo se le3 repartió sien<strong>do</strong> releva<strong>do</strong>'" en la<br />

mafiana de hoy por la 3' divi~ion deI ~. cuerJlo.<br />

« Quiera V. E. sel'virse recomen<strong>da</strong>r à la consideracion de quien<br />

corresponde la digna comportacion de los jefes y oficiales que tomamn<br />

p:lrte en el combate y cuya lista nominal acompaJio, como igualmente<br />

ú los guardias naciouales de la divi iou que durante la hora del combate<br />

contribu} eron à sostener la trinc!lera conquista<strong>da</strong> a1 enemigo 1101'<br />

fuerzas brasUeras bajo el fuego de artille. ia, c')1teteria y fu 'ileria paraguayas,<br />

a'3i como tambien la asidua solicitud con qne flleron can. tautemente<br />

atendi<strong>do</strong>s; nue'tros heri<strong>do</strong>s desde el principio )' ,iempre en<br />

primera línea por el practic3.!lte José \..ntollio Ortiz: concurrien<strong>do</strong> ma.,<br />

tarde à prestamos los auxilio de la ciencia lo Dre. Be<strong>do</strong>ya y Gallegos.<br />

« Seria por demas injusto si omitie. e ltacer una espe ial mencion<br />

de la conducta olrervacla p:>l' el surj uto mayor agrega<strong>do</strong> aI E. M. .J.<br />

del ojercito, Exequ iel Tarragona, I)uien se present6 volllnb.riamente h<br />

ofrecerme sus servicios eu el momento de entrar en p21ea la clivic;ion<br />

y á quien confié interinamente el man<strong>do</strong> dei 3 er baiaHou, Cllj'O .i -fe<br />

se hab:a heri<strong>do</strong> casnalmente la noche anterior.<br />

« Nuestras pél'di<strong>da</strong>s segun las relaciones adjuntas son: el capi/an<br />

encargauo de la mayoria (leI 2° batr,l1on, Nicolàs Le\'alle, el cn.pitan<br />

Yital Quirno, (leI 3°, mi ayu<strong>da</strong>nte el capitan Juan Manoel Hosa


21.)<br />

ayu<strong>da</strong>nte mayor deI 3'" batallon Eu. cbio Rolo11 contuso; individuo de<br />

tropa, 3 muertos, 41 heri<strong>do</strong>s y 11 contusos, de los cuales 1 ll1uel'to,<br />

llheri<strong>do</strong>s y 8 rontu os pertellecen a12" batallon, ]2 hel'itlcls y 2 contn os<br />

aI 3', y I heri<strong>do</strong>., 2 muertos y 1 contuso, aI 4" u:l(allon.<br />

« Dia; gual'tle iL V.<br />

>. « ElnHio Conestl »<br />

t Pw


:?9D<br />

chal'a coo la 2' divi 'iOIl, lo que ejecuté yeil<strong>do</strong> ci. la cabeza <strong>do</strong> eUa 1<br />

Sr. coronel Conc:a, que agonia<strong>do</strong> por una fuerte enferme<strong>da</strong>d, se negó<br />

c,nst:J.n{emeI1Le ú querlal'se en ~u campo, à pesar de mis repeti<strong>da</strong>s instancias.<br />

« Llogacla la. 2" clivision à una altura prudencial, me ac1elantê à<br />

tomar ordenes de V. 8. Debien<strong>do</strong> cargar V. S. eu esos momentos con<br />

la 1" briga<strong>da</strong>, me oruenó avanzase con la diyision cita<strong>da</strong>, en prevencion<br />

de lo que podria ocurrir, hasta situarme en el segun<strong>do</strong> bO:luete de<br />

monte de la izquier<strong>da</strong>. Ricelo asi, mas aI ir á llegar aI punto mal'ca<strong>do</strong>,<br />

me halle COIl la 7' briga<strong>da</strong> que :;e retiraba en e-e iustante lel fuego,<br />

toman<strong>do</strong> ln. colocacion que á mi me estaba in~lica<strong>da</strong>. t::itué el1toncos<br />

la 2' division eu la costa dei monte, algo nus à la il,q nienla deI antedicho<br />

boquete, y marcM â vel'me con V. 8.<br />


« o cerrare el pre;ente parte :oitn fe'icitar a v. S., y en su i ersana<br />

ai ejêrcito tod), P0l' la. gloria que à costa ,le su sangre adquirió en<br />

esta accioll el 2' cuerpo deI êjercito arjentino.<br />

«Di,):; gual'l·ú V.....<br />

t Parte olficia~ <strong>do</strong> r.; ....?"onel Cesw'io Domingt~e;; soúl'e o combale â,<br />

18 de Jnlhn..<br />

« El Jefe de la 3' Division,<br />

« Campamento en Tuynty, Julio 20 de 1866.<br />

« Al Si', Jl}fe de E;ta lo !\IaY.ll' del 2° Cuel'po de] Ejército Al'jentiu, Corouel<br />

D. Pablo Diaz.<br />

« En la necesiuad de reunir <strong>da</strong>tos para pa ar a v. S. un parte<br />

circunstancia<strong>do</strong> de la parte que me cupo en la funcion de <strong>guerra</strong> deI<br />

18 deI actual, me ha si<strong>do</strong> indispensable demorar hasta hoy, para poner<br />

en conocimento de V. S. ]0 ocurri<strong>do</strong> en aquella jorna<strong>da</strong>.<br />

« H:J.llan<strong>do</strong>me· de servicio con la division de mi man<strong>do</strong> en las<br />

posiciones fortifica<strong>da</strong>s deI enemigo, a la izquier<strong>da</strong> de l111estra linea, y<br />

tenien<strong>do</strong> de servicio ai frente de ellas, aI batallon 2" de Entre-Rios,<br />

Su jefe, el tentente coronol Caraza, recibió ól'den deI Sr. jen(,ral brasilero<br />

Victorino, jefe inmediato de la linea, para prac icar un reconocimiento<br />

sobre I, s posiciones enemigas, en cuyo cumplimiento marchá<br />

el referi<strong>do</strong> jefe con la I' compaúia de su batallon, y en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong>se<br />

con fllersas enemigas la despleg6 eu caza<strong>do</strong>res, sostenien<strong>do</strong> su posiciou<br />

ha. ta que fuê el resto de su batallon á reforzarlo; mas cargatlo por<br />

número mucho mayor de fuerza, fuê necesario protejerlo.<br />

« Con este objeto marchó el mayor Ivanowsky con el cuerpo de su<br />

man<strong>do</strong>, el bat:'l.110n «Men<strong>do</strong>za-San Lui7-, » poniên<strong>do</strong>me yo en marcha<br />

con el resto de la division, sufrien<strong>do</strong> desde e~te momento grandes pérdi<strong>da</strong>,<br />

ocasiona<strong>da</strong> por el fuego de la artil1eria enemiga situa<strong>da</strong> aI centro<br />

de la lil1ea y cuyo fuego no cesó de hostilizamos, ha ta que entramos<br />

en el boquete de la tateria.<br />

. « En aquel momento recil>i órden de ~. E. cl Sr. jeneral Plore~1


3ül<br />

que man<strong>da</strong>b:\ en jefe la l' linea, de tomar a to<strong>do</strong> trance la bateria<br />

fortifica<strong>da</strong> deI enemigo, obedecien<strong>do</strong> las ó[ dens deI Sr. coronel Pallejas,<br />

lo que fuê cumpli<strong>do</strong> en to<strong>do</strong> su detalle.<br />

fi. La fortificacion deI enemigo está situa<strong>da</strong> en el fon<strong>do</strong> de un boqueto,<br />

forma<strong>do</strong> de bosques á derecha e izquier<strong>da</strong>, que es un desflladero cuya<br />

ma~'ol' anchura tenc1rci. poco ma. ó meno. treinta metros y se prolnngani<br />

como unos trescientos.<br />

« EI rejimiento « Cór<strong>do</strong>ba» que al"


30'2<br />

YiYO fuego S01)1\1 la columna enemiga (que coo 01 escal'miento rt:cebiLlo<br />

no se ateedó à teaernos una fnorte cal'ga), la. contuvieron.<br />

« Adjunto â V. S. un esta<strong>do</strong> que cIemuesr.ra el numero de jefes,<br />

oficiales e individuos dA tropa, muertos, heri<strong>do</strong>s y contusos, que ha<br />

teniclo la division de mi man<strong>do</strong>,. s:en<strong>do</strong> el resulta<strong>do</strong> de êl, el siguiente:<br />

jc{es heri<strong>do</strong>s cuatro (4); o,lciales, muertos diez (!O); hel'i<strong>do</strong>s catorce<br />

(14); contusos seis (6); incl/)iul~~os ele tropa, l11l1el'Los ciento nueve (109),<br />

heei<strong>do</strong>s ciento ochenta (180): contusos sesenta (60) que forman el total<br />

de cuatro jefe~, treinta oficiales y tres(;ientos cincuonta y cinco individuas<br />

de tropa fuera de combate, incluso los contusos leves.<br />

« AI terminar este parte solo me resta manifestar por el órgano<br />

de V. S. aI Sr. Jeneral, coman<strong>da</strong>nte en jefe de e. te cuerpo de ejêreito,<br />

eI justo orgullo de que me hallo posei<strong>do</strong>, por en<strong>contra</strong>rme aI frente<br />

de tan bravos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

« Dificíl me seria, Sr. coronel, hac:er mencion e~pecial, cuftu<strong>do</strong><br />

to<strong>do</strong>s â una se han disputa<strong>do</strong> la glol'ia de ser los primeros en pisaI'<br />

la trinchera enemiga, debien<strong>do</strong> sill embargo hacer una recomen<strong>da</strong>cion<br />

e:::pecial deI deno<strong>da</strong><strong>do</strong> capitan de la compai'íia de caza<strong>do</strong>res deI baiallon<br />

« San Juan» D. Lisandro Sanchez, el que aí frente de su brava compania,<br />

animan<strong>do</strong>la con su brillaute ejemplo} fue el primaro a poner el<br />

piê sobre la bateria, asi como el primera en derramar su sangre en<br />

elIa, pues cayó heri<strong>do</strong> por una bala, 'lo que no Iué bastante para<br />

lmperclirle continuar proclaman<strong>do</strong> â sus companeros, asi mismo deI capitan<br />

de la 4- compania deI regimiento «Cór<strong>do</strong>ba», D. Pec1ro Qosa, que fue<br />

muerto sobre el terraplen enemigo; no sien<strong>do</strong> me:lOS dignos de gloria,<br />

el teniente D. Vlashington Lemo, deI batallon «Menc107.a-8an Luiz»,<br />

el que aI perdeI' sus <strong>do</strong>s piernas, que le arranco un proyectil de<br />

arLilleria, tomó su revolvers y entt-egan<strong>do</strong>sel0 aI capitan Villanuev.a,<br />

e 'clamó: «No 1mporta que yo mueea, si la victoria es nnA. tra mi<br />

amigo». Tan bravo oficial espiraba momentos de 'pues, cuan<strong>do</strong> la victoria<br />

coronaba los esruerzos de sus co mpalieroil.<br />

« Me e grato igualmente recor<strong>da</strong>r la comportacion deI jefe deI<br />

batalIon « an Juan», teniente coronel gradua<strong>do</strong> D. Hómulo Giuffra, y<br />

deI jefe elel bataHon «JtIen<strong>do</strong>za- an Luis», arjento mayor D. Teófilo<br />

lvanow kv, lo quP hericlos ya, upieron conc1ucir sus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s con (10­<br />

nue<strong>do</strong> )' bizaeria sobee el atr'incheramento deI enemigo' a i como el<br />

jefe deI batallon 2° de Entre-Rios, jefe de la 2" briga<strong>da</strong>, teniente coronel<br />

D. fanneI S. earaza y leI sarjento mayor deI bn.tallon «Men<strong>do</strong>za-<br />

an Lui «. D. Demetrio Mayorga, lo que por u ereni<strong>da</strong>d y<br />

enerjia e han heJ10 acrce<strong>do</strong>re aI mayor aprecio d u uperiorcs ;<br />

ignalmente el t ni()nte coronel ;-rradna<strong>do</strong> D. Js' M, abot. .icfe (le la


5° briga<strong>da</strong>, que recibió tl'e' heri<strong>da</strong>s .- e] al'jento mayor d 1 rej imi en (O<br />

«Oónloba», D. Jorarno P;llll::I", amln. han (;umpli<strong>do</strong> su d b.1' . 11110<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>:, tenien<strong>do</strong> que pon r ú hl cabeza deI l'eferi<strong>do</strong> r jimiento al<br />

capitan de granadero <strong>da</strong>I mi 'mo, n, Jo~é antillan, por haber cai<strong>do</strong><br />

heri<strong>do</strong>s amb:>s jefe ; e te oficial condujo com honor y dignitlad ti 01­<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s hast,a los canone. paragllavo,'.<br />

« Recomien<strong>do</strong> tambien à la coa 'ideraci0n ele V. '. la comportacion<br />

de lo, ayu<strong>da</strong>nte' de mi E-sta<strong>do</strong> i\[ayor, a"l1Cbnte lI1a) ai' D. Don ifacio<br />

La tI'a, teniente D. Freclerico Ganna y sllb-teni2111c D. Eliseo Fune.·<br />

lo;:; que ape'ar de encon rat"e rIe~monta{]I}~ han suhirIo cumplir con ,u<br />

debel' deI<br />

mejor mo<strong>do</strong> po ible.<br />


?04<br />

yen<strong>do</strong> en segui<strong>da</strong>. à la cabeza de su camal'a<strong>da</strong>s en la pel"secucion à la<br />

bayoneta, que _e llevo à los que defendian la fortificacion; el sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

Ignacio Acufí I, que eu los momento-, de la retira<strong>da</strong> cargt'> sobre sus<br />

hOinbros al coman<strong>da</strong>nte GiuffL'a, que hahia cahi<strong>do</strong> con <strong>do</strong>s heri<strong>da</strong>s, salvàn<strong>do</strong>le<br />

n;-i de cael" en podel' deI êl1emigo; y el sol<strong>da</strong><strong>do</strong> Nicolás Acosta<br />

que vinien<strong>do</strong> heti<strong>do</strong> en la retira<strong>da</strong>, se volvió sobre UIl oficial enemigo aI<br />

que luchanuo cuerpo a cuerpo, ultimó COIl su bayoneta, trayen<strong>do</strong> co:uo tl'ofeo<br />

de su triunfo, la espa<strong>da</strong> que arrancó de manos de su aclver -atio: son<br />

hechos estos qne, considero muy dignv_ de llarnar la ateuciou deI Exm.<br />

Sr. Presidente rle la República y Jeneral en Jefe deI Ejél"cito. Veo,<br />

selÍJl' corJnel, qne me he sali<strong>do</strong> de mi primer propósito, pera, la necesi<strong>da</strong>d<br />

de hacer justicia me ha obliga<strong>do</strong> à ello. Concluil'é manifestan<strong>do</strong><br />

ii V. S. q Lle los jefes, oficiales y tropa de mi mftuuo, han cumpli<strong>do</strong><br />

con SLl deber, como lo atestiguan nuest-:-as bauderas atravesa<strong>da</strong>s<br />

por multltud de balas, y salpica<strong>da</strong>s algunas ele ellas por la sangl"e de<br />

los que las c~nelujeron á la victoria.<br />

« Dias guarde á V. S.<br />

«( CeS8i"eo DOll"linguez. »


<strong>II</strong>I<br />

(DOCU~1ENTOS E NOTAS SOBRE O CAP. X<strong>II</strong><br />

DESTA OBRA)<br />

Curuzu. e Curupaity<br />

+ I n!oJ',;wções e <strong>do</strong>cwmenlos sobn os .alaquc,s de C'urttzú e Gwrupaity<br />

a 2 corpo <strong>do</strong> exercito braúleiro, em meia<strong>do</strong>s de Agosto, estava<br />

to<strong>do</strong> reuni<strong>do</strong> no antigo acampamento <strong>do</strong> Passo <strong>da</strong> Patl'ia, ten<strong>do</strong> deixa<strong>do</strong><br />

apenas uma divisãO, ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Portinha, no Aguapehy<br />

(Missões Oorrentinas) de observação a ltapua.<br />

a general Poly<strong>do</strong>ro Jordão procurara convencer ao conde de Porto<br />

Alegre e ao almirante Taman<strong>da</strong>ré <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de reunirem-se em<br />

Tuyuty f s <strong>do</strong>us corpos brazileiros.<br />

Tanto o almirante C0mo o geneml Porto-Alegre mostravam-se firmemente<br />

convenci<strong>do</strong>s de que o 2° corpo e a esquadra deviam operar na<br />

margem e quer<strong>da</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> <strong>contra</strong> Ouruzú e Ourupaity.<br />

a 2- corpo compunha-se então de mais de 10.000 homens, sen<strong>do</strong><br />

perto de 4.500 de infantaria, 700 e tantos de artilharia e pontoneiros<br />

e 4.900 de cavallaria.<br />

A infantaria <strong>do</strong> lo corpo, que snstentara quasi s6 o peso de to<strong>do</strong>s<br />

os combates feri<strong>do</strong>s desde a passagem <strong>do</strong> Paraná, soffren<strong>do</strong>, por i so, grande<br />

reducção no seu pessoal, constava apenas de 12. uO) bayonetas (afficio<br />

confidencial <strong>do</strong> general Poly<strong>do</strong>ro, de ~9 de Julho de 186 i), sem fallar<br />

em uns 600 homens que ain<strong>da</strong> se achavam a bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra (1).<br />

(1) Par'cerá talvez mlúto reduzi<strong>do</strong> es e numero, mas aLten<strong>da</strong>-se aos algorismos <strong>do</strong><br />

&swmo publica<strong>do</strong> á p~g. 315 <strong>do</strong> lo vo1., ao grande numero de baixas que ti,eram os lJat l­<br />

lhões de infantaria nos bombardeamentos, tiroteios e combates feri<strong>do</strong>s duranL os mezes<br />

de Junho e Julho, e ver-se-ha que a infantaria <strong>do</strong> lo corpo (força prompta) nno vodia<br />

ir além de 13.000 homens, incluin<strong>do</strong> os ofticiaes.<br />

Pelo Resumo cito verá o leiiol' que no l° de Junho o 10 corpo contava em Tuyuty 87,1<br />

À 39


306<br />

o exercito argentino, desde a invasão, só havia soffri'<strong>do</strong> per<strong>da</strong>s<br />

de importancia (embora muito inferiores as nns 'as) em :A de Maio,<br />

11 e 18 de Julho, e contava uns 9.000 infantes (os generaes brazileIros<br />

avaliavam em menos de 8.000 homens a infantaria argentina.) Os<br />

Orientaes tinham perto de 600 infantes.<br />

Si, pois, to<strong>do</strong> o exercito allia<strong>do</strong> se reunisse em Tuyuty, poderia,<br />

com a chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> 2° corpo brazileiro, apresentar 27.000 homens<br />

de infantaria, e ninguem dira que essa força era excessiva para operar<br />

<strong>contra</strong>. as posiçõe;; fortifica<strong>da</strong>s <strong>do</strong> inimigo.<br />

Tu<strong>do</strong> dependia. de um golpe bem dirigi<strong>do</strong>, contornan<strong>do</strong>-se a esquer<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os, que então estava sem fortificações, e por onde se poderia<br />

penetrar até Paso [Jucú, como depois tieou patente. LOpAZ seria, nesse<br />

caso, obriga<strong>do</strong> a aban<strong>do</strong>nar immec1iatamente a liiihas de Rojas ate ao<br />

Sauce, e tambem as baterias de Curuzú e CUl'upaity.<br />

A emprehender-se o ataque pela margem <strong>do</strong> rio e flanco direito<br />

<strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os era preciso que se fizesse em principias de Setembro o<br />

que se fez no d~a 22, isto é, era indispensavel que uns 18 ou 20.0)0<br />

homens cahissem resolutamente sobre Ouruzú e Curupaity e tomassem<br />

pela retaguar<strong>da</strong> as posições de Sauce, Passo Gomez e Rojas.<br />

Uma ou outra operação poderia ser leva<strong>da</strong> a efi'Aito com vantag-em,<br />

deixan<strong>do</strong>-se em Tuyuty, como fez em 18:>8 o duque de Oaxias, a força<br />

necessaria para guar<strong>da</strong>r esse acampamento.<br />

Na<strong>da</strong> disso se pôde fazer, e a desordem que se seguia foi consequencia<br />

<strong>da</strong>s hesitações e rivali<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s chefes allia<strong>do</strong>s, assim como <strong>da</strong> completa<br />

ignorancia em que estavam a respeito <strong>do</strong> puiz e <strong>da</strong>s fortificações<br />

inimigas.<br />

Em 18 de Agosto reuniram-se no acampamento de Tuyuty em junta<br />

militar os generaes Mitre, Flores, Poly<strong>do</strong>ro Jordão, Porto-Alegre e o<br />

almirante Taman<strong>da</strong>ré.<br />

Do que ahi se resolveu dá-nos uma ligeiril. idéa a confidencial de<br />

20 de Ago to <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> 1° corpo brazileiro.<br />

Diz elle:<br />

« ..• Ante-hontem reunimo-nos neste acampamento os Keneraes Mitre,<br />

Flores, barão de Porto-Alegre, vü;conde de Taman<strong>da</strong>ré e eu para em<br />

conselho deliberarmos sobre as operações <strong>contra</strong> o inimigo.<br />

omciaes e 15.520 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de infantaria, ou 10.40-1 infantes, além de 9(18 em serviço<br />

ii bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra. A partir <strong>do</strong> l0 de Junho morreram, ou foram para os hospi·<br />

taes, fori<strong>do</strong>s nos combates (particularmente nos de 16 o IR de Julho) mais de 3.aOO<br />

infantes (f.óde-se vêr com alguma exactidão o numero nas relações parciaes publioa<strong>da</strong>s<br />

em varios logares deste volume). '<br />

Os reforços man<strong>da</strong><strong>do</strong>s pam o exercito desde Abril de 1,66 (oram diminutos. Assim,<br />

em Maio só seguiram para o theniro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> 70 praças; em Junho 161' em Julho 765; em<br />

Agosto 374.. De Set.embro em di:'~te é qu~ as remessas mensaes pRssn'I·am n. ser de 1.000<br />

fi 2.500 hom n8 (V9]a-Se o Relatol'Jo <strong>do</strong> MlUls~l'o <strong>da</strong> Gue1'l'iI de 1867, pago 36.


307<br />

« Depois de terem os gen~raes com man<strong>da</strong>ntes de ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s<br />

exercitos demonstra<strong>do</strong> a forças sob os seus respectivos' comman<strong>do</strong>s em<br />

esta<strong>do</strong> de operar, emittin<strong>do</strong> algumas considerações ciobre o mo<strong>do</strong> de er<br />

o inimigo ataca<strong>do</strong>, chegou-se ao accor<strong>do</strong> de que 5 ou 6.000 homens <strong>do</strong>' exercito<br />

<strong>do</strong> barão de Porto-Alegre embarca<strong>do</strong>s na esquadra teriam de seguir<br />

rio acima o Paragua,y, e, depois de venci<strong>da</strong>s as difficul<strong>da</strong>des que talvez<br />

se encontrem, provenientes de torpê<strong>do</strong>s e outras machinas de <strong>guerra</strong><br />

submarinas, se procurasse bombardear e atacar as fortificações de Curuzú<br />

e Curupaity e fazer um desembarque que ameace pela retaguar<strong>da</strong> o<br />

flanco direito <strong>da</strong>s principaes e e:-;tensas linhas fortifica<strong>da</strong>s <strong>do</strong> inimigo.<br />

« A fortificação de Curuzú foi, segun<strong>do</strong> boas noticias, ultimamente<br />

levanta<strong>da</strong> sobre a margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Paraguay</strong>, e abaixo de Curupaity.<br />

Supponho não ser de grande importancia.<br />

« Aquelle movimento <strong>da</strong> esquadra, considera<strong>do</strong> como operação prévia,<br />

ou antes, con1o reconhecimento a mão arma<strong>da</strong>, deve ser de inteira combinação<br />

com o exercito allia<strong>do</strong>,' afim de que possa este opportunamente<br />

lançar sobre o flanco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong>s fortificações inimigas uma forte columna<br />

de cavallaria, apoia<strong>da</strong> com a conveniente força de infantaria e artilharia,<br />

e ao mesmo tempo sobre um ou mai·'3 pontos centraes <strong>da</strong>s linhas<br />

inimigas, haven<strong>do</strong> um ataque de uma ou mais columnas a isso destina<strong>da</strong>s,<br />

combinan<strong>do</strong>-se igualmente to<strong>do</strong>s esses movimentos com um violento crusarnento<br />

_de fogos de artilharia sobre a dxtrema direita <strong>da</strong>s fortificações<br />

inimigas, ponto e te em que se pelejou o combate de 18 de Julho ultimo.<br />

« To<strong>da</strong> esta operação me parece que, sen<strong>do</strong> desempenha<strong>da</strong> com<br />

pontuali<strong>da</strong>de e precisão militar <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> por que foi ajusta<strong>da</strong>, nos trará.<br />

ou uma batalha, Clue muito duvi<strong>do</strong> queira o inltDigo su tentar, ou o<br />

aban<strong>do</strong>no completo de sua fortes po ições, o que nos <strong>da</strong>ra uma grande<br />

victoria e inumeras vantagens 'obre a p sição de Humaitá. ou sobre<br />

qualquer outra em que o inimigo queira concentrar suas forças; e isso<br />

lhe sera muito clifficil se por acaso nfio nos faltar a mobili<strong>da</strong>de e energia<br />

necessal'Ía. em taes occasiões, entran<strong>do</strong> ni to lambem a decisão e pontuali<strong>da</strong>de<br />

com que a eS!J.uaclra deve concorrer para e' e movimento.<br />

« O general Flores presta-..e a tomar o comman<strong>do</strong> ela columna de<br />

cav"llaria e maio força que. deve operar sobre a e quer<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo.<br />

« Para a operação que acabo de descrever nos preparamo com a possivel<br />

presteza, e supponho que não se alongarà ella por mai de 15<br />

a 20 dias.<br />

« No terreno em que nos acl1.llnOS é ab.,olutamente impo sivel a<br />

exisl.eneia de cavallos, ll1ula" e boi. a nl"LO serem alimenta<strong>do</strong>s a milho<br />

e pasto !iecco (alfalfa), Ilue e preci-;o l' unir (3 accumular e.m grande


308<br />

quanti<strong>da</strong>de, calculan<strong>do</strong> ao menos para 10 dias o sustento <strong>da</strong>quelles animaes,<br />

<strong>do</strong>s quaes não se póde absolutamente prescindir, embora possa haver<br />

quem pense que um exercito de tal mo<strong>do</strong> numeroso, com excessivo material<br />

de ro<strong>da</strong>gem correspondente a atilhal'ia que tem to<strong>do</strong> o exercito<br />

allia<strong>do</strong>, possa operar ,.em aquelles elementos de mobili<strong>da</strong>de, ain<strong>da</strong> mesmo<br />

não ten<strong>do</strong> muitas leguas a percorrer, e em um terreno tão accidenta<strong>do</strong><br />

como este.<br />

« E' preciso conhecer-se as posiç0es que occupamos em relação com<br />

as <strong>do</strong> inimigo, cerca<strong>da</strong>s como estamos de esteiros, lagôas, sangas, mattos etc.,<br />

para se ajuizar com justeza <strong>da</strong>s difficul<strong>da</strong>des que se devem ve:lcer<br />

sobre uma frente de muito mais de uma legoa de linhas bem combina<strong>da</strong>s<br />

de fortificações que o inimigo tem artilha<strong>do</strong>, offerecen<strong>do</strong> poucos<br />

pontos que se possam julgar accessiveis e que se acham convenientemente<br />

guameci<strong>do</strong>s.<br />

4( "\. Ex. ~abe que to<strong>do</strong>s esses meios m.ateriaes <strong>da</strong> arte de fortifica,ão<br />

triplicam a força <strong>do</strong>s defensores, e, portanto, devemos empregar<br />

previdentemente to<strong>do</strong>s os meios para que se não torne improficua a nossa<br />

offensiva.<br />

« Dan<strong>do</strong> por este mo<strong>do</strong> a V. Ex. conta <strong>do</strong> movimento que proximamente<br />

tem este exercito a fazer, só me resta dizer-l'he que tenho fê<br />

robusta no bom resulta<strong>do</strong> de taes opeeações. Oxalá. que eu possa depois<br />

disso felicitar ao <strong>governo</strong> <strong>do</strong> meu paiz pelo bom exito <strong>do</strong>s nossos esforços<br />

e de tantos sacrificios.»<br />

Logo depois de celebra<strong>da</strong> a junta de <strong>guerra</strong> de 18 de Agosto o<br />

general Mitre dirigia a seguinte nota ao general Porto-Alegre, comman<strong>da</strong>nte<br />

em chefe <strong>do</strong> 2' corpo <strong>do</strong> exercito beazileiro:<br />

« El General em Gefe de los Ejêrcitos Alia<strong>do</strong>s. -Cuadel General<br />

em Tuyuty, Agosto 18 de 1866.<br />

« AI Illm. Exm. Sr. Teniente General Baron de Porto-Alegre,<br />

Goman<strong>da</strong>nt~ em Gefe deI 2' Guerpo de Ejército Brasilero.<br />

« De conformi<strong>da</strong>d con lo acor<strong>da</strong><strong>do</strong> e11 la Junta de Guerra de los<br />

generales alia<strong>do</strong>s a que concurrió V. E. hallan<strong>do</strong>se presente el Exm. Sr. almirante<br />

de Taman<strong>da</strong>ré, tengo el honor de dirigirme a V. E. a fin de munirlo<br />

de to<strong>do</strong>s lo conocimiento y demas que ~n tales Crisos son de regIa.<br />

« Habien<strong>do</strong>se acor<strong>da</strong><strong>do</strong>. que durante los 15 dias que se calculan<br />

necesarios para reunir lo elementos de movibili~ad deI ejército, ' e<br />

hag8. un ataque . obre las posiciones de Curuzú y Gurupaity para cuyo<br />

efecto se ha estabeleci<strong>do</strong> que bastaran de 5 a 6. ODO hombres clel<br />

ejéc'cito de tierra uni<strong>do</strong>s â la e cuadra, y habien<strong>do</strong>se determina<strong>do</strong><br />

que el cuerpo de ejército aI man<strong>do</strong> de V. E. sea el que dé el


309<br />

contingente, la operacion que V. E. va á ejecutar es por consecuencia<br />

una operacion combina<strong>da</strong> deI ejército de tierra con la escuadra, de duracion<br />

limita<strong>da</strong>, sien<strong>do</strong> conveniente por 10 tanto que V. E. mantenga<br />

los elementos de que dispone prontos ii. incorporarse aI ejército cuan<strong>do</strong><br />

fuere necesario, asi los que emplêe- en la operacion indica<strong>da</strong> (;UlllO los<br />

que deje por ahora en Itapirú.<br />

« Para el 11eno de la importante operacion confia<strong>da</strong> à su valor y<br />

à su iuteligencia militar, V. E. debe, segun lo cOllveni<strong>do</strong> ya, obrar de<br />

acuer<strong>do</strong> con el Exmo. Sr. almirante de Taman<strong>da</strong>ré, procedien<strong>do</strong> bajo<br />

su direcciono<br />

« V. E. se servirá avisar oportunamente deI numero y cali<strong>da</strong>d de<br />

tropas que emplêe en esa operacion, asi como de las que deje en ltapirú<br />

para que los generales alia<strong>do</strong>s pue<strong>da</strong>n proceder con conocimiento perfecto<br />

en cualquiera eventuali<strong>da</strong>d; deI mismo mo<strong>do</strong> que el dia em que haya<br />

de emprenderla, .y su resulta<strong>do</strong> luego que ella tenga lugar.<br />

« Realisa<strong>da</strong> que sea la operacion acor<strong>da</strong><strong>da</strong> dentro deI termino de<br />

los indica<strong>do</strong>s 15 dias y en presencia deI parte oficial de V. E. sobre<br />

su resulta<strong>do</strong>, será el caso de acor<strong>da</strong>r en una nueva junta de <strong>guerra</strong>.<br />

la direccion que -se ha de <strong>da</strong>r à las operaciones jenerales de la <strong>guerra</strong>,<br />

ya sea l'ara aprovechal' cualquiera oportuni<strong>da</strong>d qu'e se presente, ya sea<br />

para verificar la incorporacion de V. E. aI ejército allia<strong>do</strong>, ó la continuacion<br />

de las operaciones combina<strong>da</strong>,; con la e..cuadea de las tropas<br />

bajo su immediato man<strong>do</strong> si asi se con. iderase mas conveniente.<br />

« Fiarla aI valor, à la experiencia adquiri<strong>da</strong> y á la inteligencia<br />

militar reconoci<strong>da</strong> de V. E. la importante opel'aciou combinaela que<br />

debe realisar ele acuer<strong>do</strong> con el Sr. almirante ue Taman<strong>da</strong>ré, y bajo su<br />

immediata direcciun, los generales de los ejércitos alia<strong>do</strong>s confian en su<br />

exito, y, por mi p.u'te, c mo general em gefe de eso' ejércitll, confio<br />

igualmente que V. E" en union con la e cuadra deI 1mperio, sabra<br />

conquistar una nueva glana para las armas alia<strong>da</strong>s.<br />

« Dios Guarl:e a V. E.<br />

«BartoloUlé Mit.loe»<br />

E' a este <strong>do</strong>cumento que os commenta<strong>do</strong>res ele Thompson, chamam<br />

'- ol"clcm e 'lllano ele ala7ue - <strong>da</strong><strong>do</strong> pelo general Mitre ao general<br />

Porto-Alegre.<br />

Como este ultimo recebeu e cumprio a ordem verá o leitor pelo<br />

<strong>do</strong>cumento que se segue:<br />

( Comman<strong>do</strong> em chefe du ~o corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro em ope-


310<br />

rações <strong>contra</strong> o <strong>Paraguay</strong>.-Quartcl-general junto ás ruinas <strong>do</strong> forte <strong>do</strong><br />

1tapirú, ~O de Agosto de 1866.<br />

« 111m. e Exm. Sr.<br />

« Tenho a honra de aC0 usar recebi<strong>da</strong> a nota que V. Ex. pensou<br />

conveniente pa sar-me, com <strong>da</strong>ta de 18 <strong>do</strong> corrente, para munir-me<br />

de to<strong>do</strong>s os conhecimentos que lhe pareCercl.ll necessarios de accór<strong>do</strong> com<br />

o que fara decidi<strong>do</strong> na junta de <strong>guerra</strong> <strong>do</strong>s generae'l allia<strong>do</strong>s, a que<br />

assisti.<br />

« Para precisar bem a natureza <strong>da</strong> operação que me foi tão hourosamente<br />

confia<strong>da</strong> em conselho de generaes, et JVO I"BCol'clar a TT" E.1J.<br />

qUB oS?". alim'rante visconde ue Tama ula;"e declarou não deve?' 8("1'<br />

in/e?"iO?' a 7.000 homens o nWnel"O d~ p?Ytças q1,te twesspm ele operai'<br />

com a esqttacl?"rr.. A objecção então posta por V. Ex. confirmou-nos o<br />

acerto <strong>da</strong>quella opinião, porquanto V. Ex. receiava que o inimigo, cal'·<br />

regan<strong>do</strong> com to<strong>do</strong> o impeto e grandes massas sobre a columna de desembarque,<br />

a pudesse esmagar antes de ser soccorri<strong>da</strong> pelos exercitos allia<strong>do</strong>s.<br />

Ficámos então convenci<strong>do</strong>s, na possibili<strong>da</strong>de dessa _hypothese, e por outra<br />

razões <strong>da</strong><strong>da</strong>s, que a columna de desembarque devia ser fOl'te, para evitar<br />

um choque atrevi<strong>do</strong> <strong>do</strong> inimigo, e podeI' sustentar a posição, visto que<br />

trata-se de obrigar o inimigo a rleslocar-se de mo<strong>do</strong> a facilitar os movimentos<br />

<strong>do</strong>s exercitas a11ia<strong>do</strong>s, deslocamento que não terà lugar se a<br />

columna que o vai ameaç;\r pac Curllpaity fól' insignificante, e não<br />

puder manter-se.<br />

« Assim, P01,S, 'YIup't.:har·tJi com 8.391 praças elas tr'es w'mas, (1\<br />

deixan<strong>do</strong> aqui às ordens <strong>do</strong> Sr. marechal de campo Poly<strong>do</strong>ro uma briga<strong>da</strong><br />

de cavallaria de 900 praças, e para não empecer os movimentos<br />

<strong>do</strong>s ex.ercitos, não deixarei objecto algum que precise de guar<strong>da</strong> ou<br />

defeza.<br />

« Recommen<strong>da</strong>-me V. Ex. que eu obre de accor<strong>do</strong> com o Sr. almirante,<br />

proceden<strong>do</strong> sob sua direcção.<br />

« Quanto à primeira parte, é e sa a minha fir.,~e intenção, e n'isso<br />

tenho summo prazer, porque reconheço no almirante a maior leal<strong>da</strong>de<br />

e circumspecção; ma' quanto á egun<strong>da</strong> parte, - acceitar a direcção<br />

<strong>do</strong> almirante, militarmente fanan<strong>do</strong>, - não o posso fazer, porque a antigui<strong>da</strong>de<br />

de minha patente, Igual à cl'elle, me veela semelhante posição.<br />

« Opera<strong>do</strong> o desembarque, ~Ó eu tenho a competencia e a respon-<br />

(1) Veja-se por esle <strong>do</strong>cumento e pelo que o precede, c mo foram ma.l intorm~d~s<br />

os illustres argentinos que annot'lram fi obra de Thompson, e que {~pag. 193 (edlça-o<br />

de Buenos-A.ires) dizem: - « .,. Porlo-Alewe, a consecuencia de la. Junta de Guerra<br />

de que hemos habla<strong>do</strong> (18 de A.gosto) rearotá deI jeneral en ie(e la orden, y cl .plano<br />

de ataeQll' á G-urupaity. Porlo-Alegre piclió solo 5.000 hombres, pero el jcneral en Jefe Ze<br />

onZená lleva,"a 8.000. »


311<br />

sabili<strong>da</strong>de, como v.. Ex. não ignora, para conhecer <strong>da</strong> vantagem ou<br />

desvantagem de um movimento a ordenar-se. Oonclui<strong>da</strong> a operação, <strong>da</strong>rei<br />

immediatamente conhecimento de seus resulta<strong>do</strong>s a V. Ex., e não vejo<br />

nzão que se opponha a uma nova reunião <strong>do</strong>s generaes, como V. Ex.<br />

me indica, a meno que a' consequencias provaveis <strong>da</strong> operação que<br />

vou empl'ohender de accor<strong>do</strong> com o :--'1'. almirante não exijam operações<br />

complementares, que, demora<strong>da</strong>s, tragam irreparavel transtorno para a<br />

consecução <strong>do</strong> grande fim que temo em vista como representante. <strong>da</strong>s<br />

tres nações allia<strong>da</strong>s.<br />

« Ao terminar agradeço a V. Ex. as expressões honrosas com que<br />

se dignou de tratar-me, tanto mais honrosas quanto partem de uma intelligencia<br />

militar tão respeitavel, e <strong>do</strong> digno chefe de uma nacionali<strong>da</strong>de<br />

justamente altiva.<br />

» Farei por cumprir o meu dever, e por corresponder á confiança<br />

de illeu <strong>governo</strong>; e, assim proceden<strong>do</strong>, satisfarei tambem á espectativa de<br />

V. Ex. e <strong>do</strong>s generaes allia<strong>do</strong>s.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« Hlm. e Exm. Sr. General D. Bartholomeo Mitre, comman<strong>da</strong>nte em<br />

chefe <strong>do</strong>s exercitos aiha<strong>do</strong>s.<br />

« Darão de Porto- legl.'e»<br />

Receben<strong>do</strong> esta resposta, o general Mitre convi<strong>do</strong>u, no dia 27, para<br />

uma n')va junta de <strong>guerra</strong> o. 2 generaes em chefe brazileiros, Polydr)ro<br />

Jordão e Porto-Alegre, o almirante Taman<strong>da</strong>ré e o general Flores.<br />

A conferencia effectuou-se no dia 28 de Agosto, reunin<strong>do</strong>-se aquelles<br />

generaes na banaca <strong>do</strong> general Mitre.<br />

O general Porto-Alegre participou nos seguintes termos ao mini!terio<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong> o que se passou n'essa entrevista (Officio confidencial de '29 de<br />

Agosto de 1866):<br />

« Estan<strong>do</strong> marca<strong>do</strong> o dia 29 d'esLe mez para <strong>da</strong>rmos começo á operação<br />

combina<strong>da</strong> <strong>da</strong> esquadra e <strong>do</strong> exercito sob o meu comman<strong>do</strong>, tivemos<br />

de demoral-a em consequencia de haver-nos convi<strong>da</strong><strong>do</strong> a uma nova junta<br />

de <strong>guerra</strong> o general Mitro. Teve logar es a reunião no dia 28.<br />

« Oumpre-me, pois, dizer a V. Ex. qual o objecto <strong>da</strong> conferencia,<br />

e o que n'ella se passou.<br />

« Depois de dizer-nos o mesmo general que ain<strong>da</strong> nec~ssitava de 8 dias,<br />

pelo menos, para achar-se o exercito argentino em esta<strong>do</strong> de mover-se,<br />

sentin<strong>do</strong> por isso que os exercitos allia<strong>do</strong>s não puuessem simultaneamente


312<br />

atacar os pontos furtifica<strong>do</strong>s pelo inimigo sobre a margem esquer<strong>da</strong> elo<br />

rio Paraguav, Curuzti, Curupaity e Humaitâ, parecen<strong>do</strong>-lhe, entretanto,<br />

que convinha não demorar aquella operação,-dec1arou que o fim para<br />

que nos havia convoca<strong>do</strong> lhe era pessoal, e o expôz <strong>do</strong> seguinte mo<strong>do</strong>:<br />

« Que ten<strong>do</strong> elle si<strong>do</strong> declara<strong>do</strong>, pelo trata<strong>do</strong> <strong>da</strong> alliança, general<br />

em chefe <strong>do</strong>s exercitos allia<strong>do</strong>s e clirectoi" ela <strong>guerra</strong>, desejava saber e<br />

o exercito <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong> podia operar independente de intervenção<br />

sua, porque n'esse caso, desde que não pudesse influir na direcção <strong>da</strong><br />

<strong>guerra</strong> como se lulgava com direito, sem que fizesse o menor sacrificio,<br />

declararia que desistiria d'aquelle direito, continuan<strong>do</strong>, não obstante, a<br />

cooperar com seu exercito para o bom resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> em que nos<br />

achavamos empenha<strong>do</strong>s. -<br />

« Responden<strong>do</strong>-se-lhe, porém, que em virtude <strong>da</strong>s instrucçõeg que<br />

eu havia recebi<strong>do</strong> <strong>do</strong> goveruo imperial, o exercito <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong><br />

operaria sempre de accor<strong>do</strong> com os aliia<strong>do</strong>s, ou fosse reuni<strong>do</strong> a estes,<br />

ou auxilian<strong>do</strong> ã esquadra, mostrou-se satisfeito e retirámo-nos.<br />

« Como está ameaçan<strong>do</strong> mão tempo, entende o Sr. vice-almirante que<br />

c'Jnvém esperar que o tempo se firme para que a operação não possa<br />

ser interrompi<strong>da</strong> ou difficulta<strong>da</strong> no seu começo.... »<br />

Sobre esta conferencia escreveo o general Poly<strong>do</strong>ro Jordão o seguinte<br />

(Confidencial de 15 de Setembro, ao ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>):<br />

« . , . Depois d'isto convoeou o general Mitre outra reunião para o<br />

dia 28, no seu acampamento, á qual concorremos o almirante Ta-nan<strong>da</strong>ré,<br />

os generaes Porto-Alegre e Flores e eu.<br />

« Ahi fez o general Mitre varias considerações sobre a operação<br />

que se tinha de praticar e que me pareceram ter por fim recor<strong>da</strong>r,<br />

ou não ficar prejudica<strong>do</strong> o principio de ser elie o director de <strong>guerra</strong>, não<br />

obstante ter' o barão de Porto-Alegre de operar a bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra<br />

e de combinação com. o almirante.<br />

« Pedia tambem o general Mitre uma declaração <strong>do</strong> plano (1) que<br />

teria o barão para pôr em execução o que lhe era incumbi<strong>do</strong>, e bem assim<br />

<strong>da</strong> for~a que para esse fim levava <strong>do</strong> seu exercito.<br />

« Satisfeitos os desejos <strong>do</strong> general Mitra, e declaran<strong>do</strong> o barão que<br />

pretendia levar 9.000 e tantos homens, deixan<strong>do</strong> para que se reunisse<br />

ao exercito sob meu comman<strong>do</strong> uma briga<strong>da</strong> com cenca de 700 praças<br />

de cavallaria, apea<strong>da</strong>s, por falta de cavallos, deu-se por fin<strong>da</strong> a conferencia,<br />

parecen<strong>do</strong> não ter havi<strong>do</strong> alteração no plano a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> na<br />

anterior.. " »<br />

(1) Os commentanores <strong>do</strong> Thompson dizem: « o. Porto Alegre recibió deZ genual el1.<br />

jefe la Ol'de» y el plC/lll de atacC/Il', eto, »


313<br />

o almiI'aute Tamau<strong>da</strong>re (confidencial de 30 de Agosto de 1866<br />

ao ministro <strong>da</strong> marinha) descreveu assim o que se passou na junta de<br />

<strong>guerra</strong> de 28 de Agosto:<br />

« o dia 27 <strong>do</strong> correntH o gdl1eral Mitre convi<strong>do</strong>u o general barão<br />

tle Porto-Alegre para uma j unta de <strong>guerra</strong> que teve lagar no dia seg'uinte<br />

em 0 quartel -general <strong>do</strong> exercito argentino, achan<strong>do</strong>-se tambem presentes<br />

os generaes Poly<strong>do</strong>ro, Flores e eu.<br />

« Propôz então o general Mitre que ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s generaes declarasse<br />

os meios de mobili<strong>da</strong> le de que poLIiam dispôr os respectivos exercitas,<br />

afim de que se pude.'se comhinar um plano palo qual o exerciio<br />

alliad'l atacasse o inimigo sill1ultaneameuie C'll\l a e quadra e a, forças<br />

du barão de Porto-Alegre, que têm de operar <strong>contra</strong> as fortifica: 5es de<br />

CUI'UZÚ, Ourupaity e HLlmaitá, situa<strong>da</strong>s á retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito pClraguaro,<br />

conforme o resolvi<strong>do</strong> precedentemente.<br />

« Pela exposi~ãO feita por ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s genel'aes reconheceu-se que<br />

os Allia<strong>do</strong>s já podiam montar l1l;lis de 3,000 homens de cavallaria, e<br />

que já,dispõem de mulas e bois sufficiente.:i para o movimento <strong>da</strong> ai'tilharias<br />

e carreta'> de munições; e, contan<strong>do</strong> ele mais o genrral Poly<strong>do</strong>ro<br />

que lhe chegariam por este' dias mais alguma' cal'alhauas que man<strong>do</strong>u<br />

comprar, resolveu-se que, quanto ante:, e montasse a for~a que se pudesse<br />

de cavallaria pêFa tentar um r8conhecimento <strong>do</strong> terreno pelo<br />

flanco esquer<strong>do</strong> uo inimigo, pelo qnal este ficara contorna<strong>do</strong> no caso de<br />

ser passiveI atacal-o tambem pOI' ahi.<br />

« Depois de di versas co n::iiderações expenuülas arespeito <strong>da</strong> conveniencia<br />

de accelerarmos as hostil"<strong>da</strong>des activa:, fomos to<strong>do</strong>s de unanime<br />

accol'<strong>do</strong> que ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s generaes oevia preparar com a maior brevi<strong>da</strong>de<br />

as re 'pectivas forças, e que a demora <strong>do</strong>s preparativos <strong>do</strong> exercito<br />

allia<strong>do</strong> não devia protellar a operaçzlo que deve ser feita, de combinação<br />

com a e:>quadra, pelo general Porio-Alegre, que no dia Iode<br />

Setembro, deve estar c(JlUpletamente prompto a embarcar su"s tropas<br />

nos transporte' destina<strong>do</strong>s para este fim e que já se acham atraca<strong>do</strong>s á<br />

barranca onde se deve effectual' o embarque, á foz <strong>do</strong> rio 1 araguay .<br />

« O ataque sim ultaneo às posições que o exercito paraguayo occu pa<br />

presentemente e as forLificaçoes de sua retaguarua, creio que será irresistivel,<br />

e que o inimigo tera llJt3smo difficul<strong>da</strong>de em eifectuar uLUa<br />

retira<strong>da</strong> de recurso com o objecto de prolongar por mais tempo a <strong>guerra</strong>.<br />

« Passou então o general Mitre a pet1iL' explicações sobre a maneira<br />

por que eu entendia que devia operar o 2 0 corpo de exercito brazileiro,<br />

porquanto ficara em duvi<strong>da</strong> se <strong>do</strong> que eu expüzera em nossa<br />

ultima junta de <strong>guerra</strong> este corpo operaria independentemente d'elle<br />

A. 4Q


::ll4<br />

quan<strong>do</strong> a elte reuni<strong>do</strong> e fóra <strong>da</strong>s condíções e111 que se achava '0 l°<br />

corpo <strong>do</strong> nosso exercito.<br />

« Declarei-lhe então que o Sr. ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> no aviso em<br />

que respondeu á. participação que lhe fiz <strong>da</strong> iniciativa que tomei, convi<strong>da</strong>n<strong>do</strong><br />

o Sr. Port(J-Alegre para vir com seu exercito -:oadjuvar as operações<br />

<strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, me declarára que o dito 2° corpo poderia operar<br />

ou junto aos exercitos alIiad'os, nas condições em que se achava o l° c'Jrpo, ou<br />

junto á esquadra, de combinação COIU elIa, nas 0lJerações que encetasse.<br />

Accrescentei a isto que n'este caso procul'ariamos fazer com tlue nossos<br />

movimentos fossem feitos de accor<strong>do</strong> com os chefes <strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s,<br />

sempre que fosse isto po sive1, como até o presente eu tinha feito.<br />

« O general Mitre disse n'esta occasião, .que l_edia semelhante explicação<br />

por ter fica<strong>do</strong> em dtrd<strong>da</strong> se era minha 0iJinião que o barão de<br />

Parlo-Alegre com seu exercito deveria obrar selll pra independentemente<br />

de sua acção como director <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, e que, n'este caso, S Ex.. de-:lararia,<br />

que deixava de exercer tal attribuição, protestan<strong>do</strong> to<strong>da</strong>via, para<br />

r3salvar sua responsabili<strong>da</strong>de e digni<strong>da</strong>de; mas que continuaria a operaI'<br />

de perfeito accor<strong>do</strong> COill os generaes alliauo, como até o presente tinha<br />

feito, pois que nttnt;a enlenclêra a cli?"ecção <strong>da</strong> gue?"?"u senão como<br />

a inlc'iativa na execução <strong>da</strong>s d ciSÕeS toma<strong>da</strong>s em juntas r.le gUfl"l'a.<br />

« A isto respondi que em minha opinião o ex.ercito <strong>do</strong> Sr. uarão<br />

ue farto-Alegre deve a to<strong>do</strong>s os respeitos ser equipara<strong>do</strong> ao <strong>do</strong> general<br />

Poly<strong>do</strong>ro quandu se achar em campo com o exercito allia<strong>do</strong>, e que, estan<strong>do</strong><br />

liga<strong>do</strong> á eSlluadra, deye executar o que se resolver nas juntas de <strong>guerra</strong>.<br />

em que aquell; general tiver toma<strong>do</strong> parte.<br />

« Estas explicações satisfizeram ao general Mitl'e. »<br />

Agosto continuaram os prepa­<br />

Depois ela junta de <strong>guerra</strong> de 28 de<br />

ratix'Os para a operação combina<strong>da</strong>.<br />

O embarque <strong>da</strong>s tropas <strong>do</strong> general Porto-Alegre devia effectuar-se<br />

no dia 29 de Agosto. Estavam eUa, promptas e municia<strong>da</strong>s para 3 dias,<br />

mas o almirante adiou para 31 a operação porque ameaçava chuva (Vej.<br />

adiante a con(ldencial de 15 de Setemu1'O <strong>do</strong> general Poly<strong>do</strong>ro JordãO ao<br />

mini tro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>).<br />

No dia 30 de Agosto o general Porto-Alegre escreveu de Itapirú<br />

ao general Poly<strong>do</strong>ro JordãO, dizen<strong>do</strong>-lhe que no dia seguinte eUe e o alrniranLe<br />

tencionavam <strong>da</strong>r começo ao ataque, e accrescentava: - « SerIa, pois, <strong>da</strong><br />

maior conveniencia que houvesse c!'ahi (Tuyuty) algum movimento sobre<br />

a linha inimiga e particularmente sobre a sua ala direita. ~ Pedia-lhe<br />

que fizesse constar isso ao general Mitre (Vei. a rflnfúlencial de 15<br />

de etembro, de Poly<strong>do</strong>ro),


315<br />

No mesmo dia ?O de Agosto o almirante escreveu a Poly<strong>do</strong>ro, communican<strong>do</strong>-lhe<br />

que a operaçlo ficava adia<strong>da</strong> para o lo de Setembro.<br />

As noticias transmitti<strong>da</strong>s r 01' Porto-Alegre e Taman<strong>da</strong>re a Poly<strong>do</strong>ro<br />

antes <strong>do</strong> ataque e toma<strong>da</strong> de Curuzú '3 de Setembro) constam <strong>da</strong> confidencial<br />

de 15 ele '\etem,1lro, adiante publica<strong>da</strong>, dirigi<strong>da</strong> pelo ultimo ao ministro<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

Assim, em carta <strong>do</strong> Iode Setemb!'o, recebi<strong>da</strong> por Poly<strong>do</strong>ro no dia 2,<br />

depois <strong>do</strong> meio dia, Porto-Alegre annunciava que e tava embarca<strong>do</strong>,<br />

que no dia 2 faria um reconhecimento sobre Curuzú, e accrescent.ava :<br />

« Acho, pois, conveniente que por essa occasião ahi (em Tuyuty)<br />

se faça tambem um movimento de ameaça ou de apoio, como me parece<br />

mais conveniente. ,.<br />

Na tarde de 2 de S2tembro soube o general Poly<strong>do</strong>ro, por carta<br />

<strong>do</strong> ministro F. Octaviano, que as tropas de Porto-Alegre haviam começa<strong>do</strong><br />

o desembarque abaixo de Curuzu, continuan<strong>do</strong> o bombardeamento<br />

feito pela e.squadra.<br />

A's 2 horas <strong>da</strong> mad!'uga<strong>da</strong> de 3 de Setembro recebeu Poly<strong>do</strong>ro<br />

noticias mais completac:; envia<strong>da</strong>s pelo conselheiL'O Octaviano (escriptas<br />

ás 7 e ás 11 <strong>da</strong> noite de 2 de Setembro) : to<strong>da</strong> a força de Porto-Alegre<br />

estava em terra, e já tinha havirlo fogo entre a nos a vanguar<strong>da</strong> e o<br />

inimigo: este iucendiára os bosques; o encouraça<strong>do</strong> Rio de 'Janelro<br />

tinha i<strong>do</strong> a pique.<br />

Na mesma occasião recebeu Poly<strong>do</strong>ro urna carta de Porto-Alegre,<br />

e'cI'ipta às 53/4 <strong>da</strong> tarde: <strong>da</strong>va a'3 mesmas noticias que a <strong>do</strong> conselheiro F.<br />

Octaviano, e accrescentava que a unica posiçã' que havia podi<strong>do</strong> descobri!'<br />

para as sua tropas era má, pois podia ser ataca<strong>do</strong> pelo flanco e re·<br />

taguar<strong>da</strong>.<br />

Ja manhã de 3 o general Pol"<strong>do</strong>ro man<strong>do</strong>u fazer 11m reconhecimento<br />

pelo' la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s banha<strong>do</strong> <strong>da</strong> 1a3'ôa Pieis e <strong>do</strong> S':l.uce. No primeiro<br />

d'aquelIes pontos foi af~lgenta<strong>do</strong> nm, piquete inimigo, que deixou 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

morto e 25 cavalIos em no 'o porler, e no segun<strong>do</strong> o general Argollo<br />

teve I oI<strong>da</strong><strong>do</strong> morto e 9 feri<strong>do</strong> .<br />

No mesmo dia 3 o general :vIitre escreveu uma (;arta ao almirante<br />

Taman<strong>da</strong>re, annuncian<strong>do</strong>-lhe que na manha. de 4: de Setembro a cavallaria<br />

alIia<strong>da</strong>, as arden' de Flores, faria um reconhecimento pela no sa<br />

direita de Tuyuty, convin<strong>do</strong> que POl to-Alegre fi 'es e tambem alguma<br />

demonstração no ponto que occupava.<br />

Ia manhã de 3 Porto-Alegre tomou de assalto a' trincheira de<br />

Curuzú. A noticia, transroitti<strong>da</strong> pelo aI mirante, foi recebi<strong>da</strong> no mesmo<br />

dia 3 por Poly<strong>do</strong>ro. O almirante dirigio-lhe sobre e' e assumpto tres<br />

cartas, cO'lten<strong>do</strong> pormenores: na pe'mltima, cscripta ás 5 horas <strong>da</strong>


o ame<br />

316<br />

tflrde, dizia que nossas tropas cont.inuavam em Curnzú, que não havia<br />

novi<strong>da</strong>de, que os 110SS0S l1escobriclores ti lbam i<strong>do</strong> até às proximiclacle~<br />

de CurupaitJ') que a~ avança<strong>da</strong>s e'tavam a 8 qnadras d'essa fortifica­<br />

~ão, que o inimigo tinha ahi muita força, e que ficava inteira<strong>do</strong> <strong>do</strong> movimento<br />

que pretendia fazer na man 1 !ã de 4 o ge~eral Mitre. Na ultima<br />

communicação, escripta ás 11 horas <strong>da</strong> noite de 3, Tama~<strong>da</strong>ré dizia que o<br />

inimigo trabalhava na matta fronteira ao acampamento de Porto-Alegre,<br />

e que a esquadra perturbava esse trabalho, bombardean<strong>do</strong> a matta.<br />

No dia 4 de etembro, ás 5 horas <strong>da</strong> manhã, o general Flore' poz-se<br />

em movimento com 2 500 homens <strong>da</strong> cavallaria, se.1Clo :2.000 Brazileiros,<br />

dirigi<strong>do</strong> pelo general J. L. Menna Barreto, 400 Argenti os e 50 Orientae..<br />

Foi protegi


317<br />

stallte, e e'preitar o momento de atravessar a cavalbria o eu exercito<br />

para ir juntar-se a') barão de Porto-Alegre (1) e fazer-"e depois um alaque<br />

de flanco e de retaguar<strong>da</strong>.<br />

« A e te aIdtre, que me de::;agl'a<strong>do</strong>u, não oppuz objecçãf\, pOl'que<br />

tenho segui<strong>do</strong> a regra de não me ingerir em a sumptos destu (rdem.<br />

Mas tive o prazer, duas horas depoi, de vêr as idêa que me parecem<br />

mais acerta<strong>da</strong>., e:\postas pelo barão de Porto-Alegre.<br />

« O parecer de te general foi fju.! SI' lhe desse algum 1'cforçn rara<br />

atacar Curupa.il!], mas I~I) rrj,'.~)nj dia e ho?'a de wn ala'l~tc geral<br />

em lo<strong>da</strong> a linha <strong>do</strong> lo exe"cil(l, fazen<strong>do</strong> enlã) o gen('?"al Flores a<br />

op,'?'ação a)ima úulica<strong>da</strong>, al"a, flanqllean<strong>do</strong> à inimigo, rode]'! m jUI ­<br />

lar-se to<strong>da</strong>s as {orças coop· raclúras e lnal'em-no ale lIwnaitd.<br />

« O general Poly<strong>do</strong>ro não ~e mostrou <strong>contra</strong>rio a e.'sa idéa, e ficou<br />

de man:lar e ta nl)ite (6 de Setembro) avisar ao barão de Porto-Alegre<br />

<strong>do</strong> pensamento, resolução e plano que e11e, 1itre e Flôres concertas 'em<br />

em C0n elho de <strong>guerra</strong>.<br />

« Ha tres dias o general Flores com 3.00J homens de cavallal'ia,<br />

quasi tr)<strong>da</strong>. nOl3sa, percorreu a linha inimi:;a, e encontrou-a fortifica<strong>da</strong> na<br />

extensão de uma legua.<br />

« Em ca<strong>da</strong> bocaina, em ca<strong>da</strong> ponto onde p6de penetrar um cavalleiro,<br />

encontrou uma boca de fogo.<br />

«E' e~te o moti,o em que se apoia o general Mitre. Mas por out.ro<br />

la<strong>do</strong> convenceu-se o general Flores que li cava11aria inimiga e ta mal<br />

monta<strong>da</strong> e não p6Je re istir ao primeil'O choque <strong>da</strong> nO.5a, <strong>da</strong> qual diz<br />

elle que n}o póde haver' igual em de.treza e arrojo..<br />

« O barão jã recebeu um reforço de mil e tanto homen, a saber,<br />

a briga,la de cavallaria que deixAra com o general l'oly<strong>do</strong>ro e que e~te<br />

man<strong>do</strong>u armar de infantaria, e o 12' batalhão de voluntario (corpo policial<br />

<strong>da</strong> província <strong>do</strong> Rio de Janeiro), que estava a bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra. »<br />

Uma carta e cripta em 14 de Setembro por Uill dI) aju,lautes de<br />

ordens <strong>do</strong> almirante diz o seguinte:<br />

Que Porto-Alegre pedira aos generaes de Tuyuty um reforço clo<br />

..1.000 infantes brazileiros logo ap6z a occupação de Ouruzú ;<br />

Que á vist d'e sa requisição houve uma confel'encia entre Poly<strong>do</strong>:o,<br />

?Ir itre e Flores, assentan<strong>do</strong>-se então em um plano, cujo fim principal<br />

era impeJir que a victoria de 0urupaity fosse exe1usivamente brazileira,<br />

como o havia si<strong>do</strong> a de Curuzú;<br />

(J) Cê)!<strong>II</strong>() os genel' les al1ialos conheti I:U <strong>II</strong>> posi


31 )<br />

Que n'essa confel'encia resolveu-se que Poly<strong>do</strong>ro fosse a Curuzu conferenciar<br />

com eIle, almirante, e com Porto-Alegre, <strong>do</strong> que receberam<br />

e tes prévio aviso, além <strong>da</strong> segurança de que se lhes <strong>da</strong>ria maior força<br />

<strong>do</strong> que a pedi<strong>da</strong>;<br />

Que o general Poly<strong>do</strong>ro fôra, cl)m effeito a Curuzú, mostran<strong>do</strong>-se<br />

compenetra<strong>do</strong> <strong>da</strong> neces i<strong>da</strong>de de refor~ar o 2 0 corpo, e declaran<strong>do</strong> que<br />

Mitre iria pessoalmente entender-se com os generaes de Curuzú para<br />

habilitaI-os com maior numero de tropas a tentar operação de mais<br />

v~~; .<br />

Que retirou-o e j'oly<strong>do</strong>l'O sem deixar perceber as particulari<strong>da</strong>des <strong>do</strong><br />

plano já ajusta<strong>do</strong>.<br />

Acreditamos que, escreven<strong>do</strong> alguns dias depois d'essas occurrencias,<br />

(a carta é de 14 de Setembro) o offici~l em questão equivocou-s~ quanto<br />

â <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> a<strong>do</strong>pção <strong>do</strong> plano de operações combina<strong>do</strong> pelos generaes Mitre,<br />

Poly<strong>do</strong>ro e Flores, plano que posteriormente foi posto em execução.<br />

A requisição feita lor :'orto-Alegre de 4.00:'> homens de infantaria<br />

<strong>do</strong> lo corpo de exercito brazileiro só foi feita 2JOi' tsc?'iplo no dia 8 de<br />

Se.embro. Na correspondencia que examinámos não apparece um só officio<br />

ou carta anterior de que conste este pelli<strong>do</strong>.<br />

Na confidencial de 15 de Setembro o general Poly<strong>do</strong>ro tambem dá<br />

a entender que só no dia 8 appareceu essa requisição.<br />

Parece-nos, entretanto, que o pedi<strong>do</strong> foi feito verbalmente na noite<br />

de 4 ou na manhã de 5 por intermedio <strong>do</strong> conselheiro F. Octaviano.<br />

O que é certo (embora <strong>da</strong> confidencial de 15 de Setembro não conste<br />

esta circum tancia) ê que quan<strong>do</strong> o general Poly<strong>do</strong>ro entendeu-se com<br />

Po<strong>do</strong>-.Uegre e Taman<strong>da</strong>rê no dia b, e n Curuzú, e tes <strong>do</strong>us declararam<br />

que para e poder tomar e def nde!' Curupait) era indispensavel algum<br />

reforço de tropas.<br />

O con elheiro Octaviano, como vimos acima, declarou ao mini tro<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong> que o parecer de Porto- .\lehre, manife ta<strong>do</strong> a Pol <strong>do</strong>ro na<br />

conferencia de 5 de Setelllbro era « que se l!te de.\'. e algum ?'efo?'ç'o<br />

para atacai' CI'j'l~pa t!l, mas no me mo dia e hora d um ataque geral<br />

em to<strong>da</strong> a linha <strong>do</strong> lo exercito... » O almirante, em uma carta que<br />

vimo, tambem diz que na conferencia (le 5 <strong>do</strong> me mo mez o genel'al<br />

Poly<strong>do</strong>ro mostrou- e convenci<strong>do</strong> <strong>da</strong> nece~si<strong>da</strong>de d-e reforçar o 2'<br />

corpo, fican<strong>do</strong>, entretanto, de entender-,'e rom Mitre.<br />

eja com fôr, o general Poly<strong>do</strong>ro p dia pOl' e, cripto o parecer de<br />

Porto-Alegl'e, e foi o CDn elheiro Octaviano quem o redigio a lapi nos<br />

agninte termo (1):<br />

I' Ti\·o.n::; <strong>II</strong>I <strong>II</strong>.'; , po' 'I' ollo tlocum nlo Ijlle Git:lmuõ 'lU <strong>II</strong>'ILI CI'C'''' .\OS,<br />

Tu I ~ a' lnlU:'icl'i )~'os ii-) feiLls cui<strong>da</strong>tlo"aUlllllle :i YiS.R li·) I,ropri s ol'lgilla~.


319<br />

Onruzú.<br />

« 5 de Setembro, 12 hora e 30 minuto. Barraca <strong>do</strong> g neral em<br />

« O Sr. barão de Porto-Alegre e de opinião (não exige) que se deve<br />

fazer pela extrema direita <strong>da</strong> linha d0s Allia<strong>do</strong> um movimento de cavallaria,<br />

com a maior força pos ivel, com a intenção ("le u tentar-se,<br />

caso seja preciso, ou de penetrar até Ouruzú a fazer juncçüo, haven<strong>do</strong><br />

communicação prévia <strong>da</strong> cer za e hora deste movimento de oavallaria,<br />

acompanha<strong>do</strong> por um movimento geral em to<strong>da</strong> a linha, para poder-se<br />

succe sivamente tomar Ourupaity e Humaitá.<br />

« 'esse caso o barão fará uma demoustração <strong>contra</strong> Ourupaity ou<br />

irá além <strong>da</strong> demonstração se as circum tancias o acon elharem »<br />

-ão sabemos como n'essa nota deixou de ~er consigna<strong>do</strong> que Porto­<br />

Alegre julgava indi pensavel o augmento <strong>da</strong> força sob o seu comman<strong>do</strong>.<br />

A respeito <strong>do</strong>s movimento" por elle propostos dis e Pllly<strong>do</strong>ro Jordão<br />

ao ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>:<br />

« Estes movimentos propostos pelo barão tinham, quanto a mim, muita<br />

inexequibili<strong>da</strong>de, e ao mesmo tempo me f-arl!cet~ qlLe a j"cJrça sob seu<br />

comman<strong>do</strong>, na posição em que se achava, nã,) era sufliciente para<br />

tentar movimentos largos, não poden<strong>do</strong> nem mesmo affastar-'e <strong>da</strong>s proximi<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong> esquadra, e tanto mais que ha algumas leguas de distancia<br />

entre Ouruzú e a extrema esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong>s linhas inimigas, por onde teria<br />

de operar a no!;sa cavallaria, haven<strong>do</strong> mais a considerar a demora,<br />

incerteza e irregulari<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s meios de communica f • ão entre as forças<br />

<strong>do</strong> barão e as que se acham n'este acampamento de Tuyuty. .. »<br />

Emquanto se celebravam E:stas conferencias nos <strong>do</strong>us :Lu.l1pamentos<br />

allia<strong>do</strong>s, trabalhavam dia e noite o <strong>Paraguay</strong>os em fortificar pelo la<strong>do</strong>.<br />

de terra a posição de Ourupaity, e começaram no dia 7, concluin<strong>do</strong><br />

no dra 20, a . egun<strong>da</strong> linha de trincheiras diante <strong>da</strong>s quaes quebraram-se<br />

no dia 22 os esforços de Mitre e Porto-Aiegre.<br />

o mesmo dia 5, por ordem de ~ol.v<strong>do</strong>ro, uma força brazileira,<br />

composta de 2'0 homens de infantaria e 50 de cavallaria foi reconhecer,<br />

pela nossa esquer<strong>da</strong> de Tuyuty, os banha<strong>do</strong>s proximos á lagôa Piris e<br />

ás trincheiras paraguayas <strong>do</strong> Sauce, que terminavam na lagôa Chichi.<br />

Pelo comman<strong>da</strong>nte de um pil1uete inimigo, que foi aprisiona<strong>do</strong>, soube-se<br />

que não havia por ahi caminho para Curuzú; a linha de trincheiras<br />

prolongava-se pela lagÔa Chichi e estava convenientemente artilha<strong>da</strong>,<br />

haven<strong>do</strong> além d'isso uma estaca<strong>da</strong> no unico passo que offerecia transito<br />

no tempo <strong>da</strong>s aguas baixas.<br />

o dia 6 o general Poly<strong>do</strong>ro Jordão escreveu a Porto-Alegre, lembran-


320<br />

<strong>do</strong>-lhe a conveniencia de procura·r a esqua Ira com seu.' fogos incommo<strong>da</strong>.r<br />

o inimigo nos trabalhos de fortifica.ção 4ue estava fazen<strong>do</strong>. Apenas<br />

as bombardeiras Forte de Coimb1'a e Pedro ltrlJns) e as tres chatas<br />

que acompanhavam a esquadra haviam atira<strong>do</strong> algumas bombas sobre as<br />

posições inimigas nos dias 4 e 5. Antes <strong>do</strong> ataque de 22 de Setembro<br />

u bombardeamento fez-se <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>: poucos tiros ee, 'ie.: com gl'a'ldes<br />

intervallos, nos dias 16, 17, 19 e 21.<br />

No dia 6 reuniram-se em Tuyuty os generaes Mitre, Poly<strong>do</strong>ro e<br />

Flores. Depois de haver o segul1l.10 exposto aos seus coliegas a sItuação<br />

<strong>da</strong>s cou~a pelo la<strong>do</strong> de Curuzú e Cllrupaity, e o parecer <strong>do</strong> generéll <strong>do</strong><br />

2° corpo e <strong>do</strong> almirante, assentou-se no pla.!lO de operações que fez<br />

obje<strong>do</strong> <strong>da</strong> acta assignarla em 8 de Seternbro, e que vamos transcrever.<br />

Os ge:leraes al~ia<strong>do</strong>s com preheo.deeal1l afinal que era preciso allgmental'<br />

as força reuni<strong>da</strong>s era Curuzu, que não bastava tomar Curupait~·,<br />

sen<strong>do</strong> indi 'pensavel tambem u te::ltar a prlsição corrtra os esforços de<br />

quac;i to<strong>do</strong> o exercito inimigo.<br />

Mitre foi a Curuzú no dia 7: falia:: na victoria que ahi haviam<br />

alca:lça<strong>do</strong> os Brazileiros, na necessi<strong>da</strong>de de um reforço grande <strong>do</strong> exercito<br />

a~1ia<strong>do</strong> que nos habilitasse a atacar Curupait.r com segurança de<br />

bom exito e a operar no centro <strong>da</strong>s linhas fortifica<strong>da</strong>s <strong>do</strong> inimigo, pela<br />

retaguanla <strong>do</strong> Sance e Roja:'" accrescentou que Flores, com a cavallarirt<br />

allia<strong>da</strong>, fitria uma nova il1cursão pelo :fla.Jco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong>s linhas<br />

de Rojas, e que Poly<strong>do</strong>ro ficaria com man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a:- forças A elltrevista<br />

durou mai de dUil' hnra, e em to<strong>do</strong> e~se tempo, expon<strong>do</strong> as<br />

bases <strong>do</strong> plano concerta<strong>do</strong> no dia 6, Mitre não deu uma palavra sobre<br />

a resolução em que estava ele trocar o campo de Tuyuty pelo de<br />

Curuzú para dirigir em pessoa o ataque. .<br />

'esse dia 7 as baterias <strong>do</strong> Sauce e Paso Gomez bombardearam o<br />

acampamento de Tuyuty. Responderam ao fogo as bateria.' braziloil'as.<br />

Tivemo' 2 mortos e ~ s'Jl<strong>da</strong><strong>do</strong>s gravemeLlte feri<strong>do</strong>s.<br />

Apenas partio Mitre, o almimnte lembrou a Porto-Alegl'e que, desde<br />

que o grande reforço a:muncia<strong>do</strong> não sahi se to<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito b azileiro,<br />

e se compuzesse tambem de forç.as argentinas, era po sivel que aquelle<br />

general quize se assumil' em CUl'UZÚ o com maneio em chefe e a direc ~ão<br />

<strong>do</strong> ataque; que «convinha, pois. pedir explica~ões claras sobl'e e te ponto,<br />

lembl'an<strong>do</strong>-Ule o desar que di. to resultaria para o general brazileil'o ».<br />

Da idéas então troca<strong>da</strong>s eutre Porto-Alegl'e e Tamnn<strong>da</strong>ré re 'ultaram<br />

o offieios que se eiuem, e, criptas pelo primeil'o ao generae Pol~'<strong>do</strong>ro<br />

JordãO e Mitl'e:


321<br />

P07,to-Aleg?'e a Poly<strong>do</strong>ro, Curuzú, 8 de Setembro<br />

« Confidencial. -Quartel general no forte de Curuzú, 8 de Setembro<br />

de 1866.<br />

« Illm. e Exm. Sr.<br />

« Man<strong>do</strong> a V. Ex., aberta, a carta que dirijo ao Sr. general Mitre,<br />

para que V. Ex., inteiran<strong>do</strong>-se <strong>da</strong>s razões por que requisito 4,000<br />

homens <strong>da</strong> infantaria brazileira, me faça Qfavor de apoiar aqueUa requisi~ão.<br />

« A inacção a que sou força<strong>do</strong> pela pouca infantaria <strong>do</strong> meu exercito,<br />

que aliá nem póde ser suppri<strong>da</strong> pela cavallaria, porque V. Ex.<br />

sabe que não tenho cavaUos, póde prejudicar as operações <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> e<br />

o credito <strong>da</strong>s armas brazileiras.<br />

« V. Ex. com o seu patriotismo pesará tu<strong>do</strong> isto e me auxiliará<br />

efficazmente, já perante o general Mitre, já pela sua posiçãO independente<br />

de general em chefe <strong>do</strong> lo corpo de exercito brazileiro, man<strong>da</strong>p<strong>do</strong>me<br />

o reforço para que eu possa marchar sobre Curupaity, operação essencial,<br />

que deve preceder a qualquer outra, se V. Ex. e os outros<br />

generaes não decidirem um ataque simultaneo em to<strong>da</strong> a linha de<br />

operações, o que, como V. Ex. nãO ignora, foi sempre o meu parecer.<br />

« Illm. e Exm. Sr. general Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca Quintanilha Jordão,<br />

comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> 1" corpo de exercito brazileiro em operações<br />

no <strong>Paraguay</strong>.<br />

« Barão de .Por1',o-Alegre. :.<br />

Porto-Alegre a iJtIitre<br />


3 9 ) • I'J_<br />

zileiro, para não dividir as forças <strong>do</strong> eJtercito a.rgentino. Dividi<strong>da</strong>s estas<br />

forças, me parece que V. Ex. nãO terá nma posição condigna de seu<br />

eleva<strong>do</strong> caracter, quer politico, quel' militar, quer individual.<br />

« V. Ex. não póde ser comman<strong>da</strong>nte de uma divisãO, depois de<br />

tão justamente se lhe ter conferi<strong>do</strong> em um trata<strong>do</strong> o comman<strong>do</strong> em<br />

chefe <strong>do</strong>s exercitos allia<strong>do</strong>s. Tambem por meu la<strong>do</strong> (peço licença para<br />

respeitosamente dizeI-o a V. Ex.), de de que o general em chefe <strong>do</strong><br />

exercito argentínCl não venha com to<strong>do</strong> o sen exercito para esta posição,<br />

ficar-me-hia desairoso não com man<strong>da</strong>r em chefe a operação que<br />

eu tivesse de fazer. Ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito argentino o m"u será coopera<strong>do</strong>r<br />

ou auxiliar e então não me desaira o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> general em<br />

chefe <strong>da</strong>quelle exercito, mas ao la<strong>do</strong> de uma divisão al'gentina, comprehende<br />

V. Ex. que essa divisão coopel'a<strong>do</strong>ra ou auxiliar não me poderia<br />

despojar <strong>do</strong> man<strong>do</strong> em chefe. Appello pal'a os sentimentos nobres<br />

e patriotico de que V. Ex. é o modelo. O Bl'azil me tomaria<br />

contas severas, como a \. Ex. a nação argentina em igual<strong>da</strong>de de<br />

circumstancias.<br />

. « Neste senti<strong>do</strong> oilicio ao Sr. general Poly<strong>do</strong>ro para, entenden<strong>do</strong>-se<br />

com V. Ex., destacar para aqui provisoriamente 4.000 homens <strong>da</strong> infantaria<br />

brazileira, ou mais se puder.<br />

« To<strong>do</strong>s os transportes poderão amanhã estar ás ordens de V. Ex.<br />

e <strong>do</strong> Sr. general Polydáro, na Lagõa Piris, si V. Ex. man<strong>da</strong>r-me<br />

aviso hoje, visto que -o Sr. almirante terá to<strong>da</strong> a noite na mesma lagôa<br />

um vapor de <strong>guerra</strong> prornpto para. trazer es~e aviso.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« 111m. e Exm. Sr. general D. Bartholomeu Mitre, com man<strong>da</strong>nte<br />

em chefe <strong>do</strong>s exercitos allia<strong>do</strong>s.<br />

Estas duas communicações de Porto-Alegre chegaram a 1'uyuty no<br />

mesmo dia 8, mas depois de assig-na<strong>da</strong> por Mitl'e, Poly<strong>do</strong>ro JordãO e<br />

Flore a seguinte acta, que consigna o re ulta<strong>do</strong> elas conferencias que<br />

tiveram esses tres generaes nos dia 4 e 6 e na manhã de 8 :<br />

« Reuni<strong>do</strong>s los senores generale deI ejêrcito alia<strong>do</strong> que uscriben,<br />

a saber: general en gefe deI ejército alia<strong>do</strong>, Bartolomé Mitre, general<br />

en gefe deI ejército de vanguardia, Venancio Flores, y general en gefe<br />

deI lo cuerpo deI ejército' brasilero, Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> F. Q. JordãO, y constitui<strong>do</strong>s<br />

en junta de <strong>guerra</strong>, este ultimo expuso:


« Que en virtud deI encargo de los demas generales y en representacion<br />

de e110 habia pasa<strong>do</strong> hasta Curuzú para conferenciar con el<br />

seiíor baron de Porto-Alegre, general en gefe deI 2 0 cuerpo deI ejército<br />

brasilero y con el senor almirante vizconde de Taman<strong>da</strong>ré, à fin de combinar<br />

operaciones llevan<strong>do</strong> adelante el ataque á Curupaity, antêriormente<br />

acor<strong>da</strong><strong>do</strong> y resuelto en la. juntas de <strong>guerra</strong> que tuvieron lugar en lo<br />

dias 18 y 28 deI me' proximo 'pa a<strong>do</strong>, y que, en con ecuencia de e110,<br />

el senor baron de Porto-Alegre habia formula<strong>do</strong> u opinion por e crito<br />

en los termino iguientes: - « Curuzú, barraca deI general á 5 de<br />

« Setiembre 12 h, 30 m.- ,El . enol' baron de Porto-Alegre es de opi­<br />

« nion (non exije) que . e debe hacer por la extrema derecha de la<br />

« linea de los Alia<strong>do</strong>" un mOYimiento de cabaHeria con la mayor fuerza<br />

« po ible, con la intencion de su tentar e, ca o fuera preciso, 6 de pe­<br />

( netrar hasta ()uruzu para hacer junci0n, habien<strong>do</strong> coinmunicacion pre­<br />

« via ele la hora cierta ele este movimiento, con la debi<strong>da</strong>s cautelas,<br />

« . ien<strong>do</strong> e te mO'..-imiento de la caballeria acompaiía<strong>do</strong> por um movi­<br />

« miento jeneral en to<strong>da</strong> la. Lnea para poder e' s uce iva.mente tomar<br />

~ Curupaity ;r Humaita. En ese caso el baron harà una demonstracion<br />

« <strong>contra</strong> Curupaity ó irá mas allá de la demonstracion i las circun­<br />

« stancias le aconsejaren, »<br />

« Impue tos de esta comrnunicac:on se concretó la di cus ion á los<br />

<strong>do</strong>s puntos sigUlentes:<br />

« 1. o Cooperacion lJor pa.de (le la fuerza deI ejército alia<strong>do</strong> que<br />

se hallan aI frente de las lineas de Roja para concurrir aI ataque de<br />

Curupaity, toman<strong>do</strong> en con ideracion la opinion deI Sr. baron de Porto­<br />

Alegre.<br />

« 2.,0 Po ibili<strong>da</strong>d, conveniencia y necesiuad de <strong>da</strong>r mayor ensanche<br />

a. las operacione' militare: para es rechar " vencer aI enemigo en el<br />

JUenor e 'paci posible de Liem pj ': d 1 JllrJrlo ma' completo, obran<strong>do</strong> en<br />

c')mbinacion C'Jn la e ·cu,1'lra.<br />

« Discuti<strong>do</strong> deteni<strong>da</strong>mente e ·Lo.~ <strong>do</strong>s punto capitale, lo tres generales<br />

alia<strong>do</strong>s convenieron en lo siguiente:<br />

« 1. 0 Y por lo que l'e-'pecta á la pl'opue ·.ta deI senor baron de<br />

Porto-Alegre:- o hay inconveniente alguno en hacer con la caballeria<br />

alia<strong>da</strong> el movimiento que e1 indica, no solo por la izquier<strong>da</strong> deI<br />

enemigo, sinó penetran<strong>do</strong> ha t


324<br />

de las tres fuerzas sobre las lineas de Rujas, operan<strong>do</strong> á la vez por aI<br />

frente- y por la retaguardia de elIas. Por lo que respecta aI movimiento<br />

jenera1 en to<strong>da</strong> la linea enemiga, se comprende que debe limitarse a<br />

una <strong>da</strong>monstracion ó à una diversion ó un reconocimiento, pues no as<br />

conveniente comprometer <strong>do</strong>s ataques diverjentes.<br />

« 2. 0 Y por lo que respecta á <strong>da</strong>r mayor ensanche á las operaciones<br />

apr.ovechan<strong>do</strong> las ventajas adquiri<strong>da</strong>s por el 2 0<br />

cuerpo deI e)ército<br />

imperial, á la vez que la concurrencia de la escuadra y los elementos<br />

de moviliclad que hemos reuni<strong>do</strong> para nuestra caballeria, consideran qua<br />

que podria hacerse lo siguienie:<br />

« .1.. Formar un ej êrcito de operaciones sobre la base deI 2 0 cuerpo<br />

deI ejército imperial, elevan<strong>do</strong> hasta el duplo de fuerza con nuavas<br />

tropfl.s de los ejércitos alia<strong>do</strong>s, es decir hasta á 20.000 hombres transla<strong>da</strong>n<strong>do</strong>se<br />

ali elo general en gefe si fuera conveniente.<br />

« 2. 0 Desprender oportunamente la caballeria por nuestra derecha<br />

llevanc101a por la retaguardia deI enemigo hasta <strong>do</strong>nde fuere posible,<br />

à las ordenes deI senar general Flores, con el objeto de cooperar á las<br />

operaciones deI ejercito expedicionario por la. parte deI Paragu~y.<br />

« 3." Oon el nuevo ejército de operaciones asi forma<strong>do</strong> sobre la<br />

costa deI <strong>Paraguay</strong>, atacar Ourupaity en combinacion con la escuadra<br />

y amagar aI ejército enemigo por la retaguardla interceptan<strong>do</strong>le aI<br />

camino de Humaitá à objato de provocal0 á una batalla toman<strong>do</strong>lo<br />

por la espal<strong>da</strong>, para lo cual deberá lIevar to<strong>do</strong>s los elementos, obran<strong>do</strong><br />

segun que<strong>da</strong> dicho en conbinacion con la. caballeria destaca<strong>da</strong>.<br />

« 4. 0 Mantener mientras tanto á la defensiva el campo atrinchera<strong>do</strong><br />

de los Alia<strong>do</strong>.s frente à las lineas deI enemigo, para lo cual pueden<br />

que<strong>da</strong>r con el senor mariscaI Poly<strong>do</strong>ro de 18 à 20.000 hombres, que<br />

en un caso <strong>da</strong><strong>do</strong>, y oportunamente preveni<strong>do</strong>s, pue<strong>da</strong>n concurrir à operar<br />

por la derecha Ó pJr el frente de las lineas fortifica<strong>da</strong>s deI enemigo.<br />

« En consecuencia de to<strong>do</strong> esto, los e~presa<strong>do</strong> generales acor<strong>da</strong>ran<br />

. que el general en gefe se trasla<strong>da</strong>se per~onalmente ha ta Ollruzú para<br />

conferenciar con el senor bal'on de Porto-Alegre y el senor almirante<br />

d'e Taman<strong>da</strong>re, à efevto de re'olver definitivamente sobre el particular<br />

-y habien<strong>do</strong>se efectua<strong>do</strong> asi en el dia de ayer 7 de Setiembre, el<br />

senor general en gefe manife~tó que habia confe; encia<strong>do</strong> con los<br />

referi<strong>do</strong>s generales, y, despue de e ponerles verbalmente lo acor<strong>da</strong><strong>do</strong> y<br />

1eerles la opinion de la junta formula<strong>da</strong> en los terminas anteriores<br />

sobre los puntos capitales que ella comprende, tanto el senor almirante<br />

de Taman<strong>da</strong>ré como el senor baron ,.de Porto-. leg!'e, habian aprova<strong>do</strong><br />

aI p1an acor<strong>da</strong><strong>do</strong> para <strong>da</strong>r maJo!' en._anche á la operacione., acceptan<strong>do</strong>lo<br />

can empeno,


325<br />

« Manifestó ademas que se habia trata<strong>do</strong> de lo que mejor convendria<br />

hacer para tomar por la retagüardia las lineas y ejército deI enemigo,<br />

ponien<strong>do</strong>se en el caso de atacar préviamente á Curupaity ó de prescindir<br />

de es a posiclOn dejan<strong>do</strong>la á la izquier<strong>da</strong> para marchar de de<br />

luego sobre la espal<strong>da</strong> deI enemigo, y que prevaleció la opinion <strong>do</strong> que<br />

la ocupacion de Curupaity era una operacion prévia in,lispensable y muy<br />

importante, tanto para el de'arrollo completo deI plan acor<strong>da</strong><strong>do</strong>, como<br />

para proseguir sucesivamente las ventaj'>s que nos ofrece la posicion<br />

deI enemigo.<br />

« :\!auifestó igualmente que el Sr. almirante de Taman<strong>da</strong>ré habia<br />

ofreci<strong>do</strong> la mas eficaz cooperacion de la escuadra para concurrir aI<br />

ataque de Curupaity, para lo cual, declaró, tania elementos suficiente'>,<br />

comprometien<strong>do</strong>se cn tal caso á obrar sobre esa posicion desde el rio,<br />

batien<strong>do</strong> á tiro de metralla sus fortificaciones é inutili an<strong>do</strong> por e te<br />

media su artillaria para facilitar el asálto con la menor efusion de<br />

sangre posi!l1e por parte de la"l tropas expedicionarias; las que una vez<br />

duenas de Curupaity le permitiria seguir inlediatamente hasta Humaitâ,<br />

mientras essas tropas obraban sobre la espal<strong>da</strong> deI enemigo, segun que<strong>da</strong><br />

ya explica<strong>do</strong>.<br />

« "Por ultimo espuso que el Sr. baron de Porto-Alegre le habia<br />

manifesta<strong>do</strong>: que la cooperacion que creia necesitar por parte de las<br />

fuer7.as alia<strong>da</strong>s situa<strong>da</strong>s en este punto, era un ataque jeneral sobre las<br />

lineas fortifica<strong>da</strong>s deI enemigo, para evitar que sus reservas acudiesen<br />

á Curupaity mientras el se empenase en su ataque; pera que habien<strong>do</strong>se<br />

hecho cargo de los motivos de los generales alia<strong>do</strong>s para no<br />

poder hacer estr) por el momento, habia declara<strong>do</strong> que no era una condicion<br />

indispensab1e deI ataque sobre Curnpaity fun<strong>da</strong><strong>da</strong> eo la maJ'ol'<br />

conveniencia, pues de to<strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s est'l.ba dispue'to á ejecutar lo que<br />

mas conviniese aI honor de las arma" alia<strong>da</strong>s, con lo qual habiau<br />

que<strong>da</strong><strong>do</strong> de perfecto acuer<strong>do</strong>, espel'an<strong>do</strong> tau solo e1 aviso oportuno para<br />

mover 101; transportes y tomar to<strong>da</strong>s las medi<strong>da</strong>s aI logro de la expedicion.<br />

« Impuestos de to<strong>do</strong> los generales alia<strong>do</strong>s, resolvieron definitivamente,<br />

como complemento ele lo acor<strong>do</strong><strong>do</strong> anteriormente y deI acuer<strong>do</strong><br />

sube guiente con el Senor baron de l'orto-Alegre y almirante de Taman<strong>da</strong>re,<br />

lo siguiente:<br />

« 1.o-Que el general en gefe deI ejército allia<strong>do</strong> con 9.000<br />

hombres de infanteria y 12 piezas de artilleria deI ejército argentino<br />

se trasla<strong>da</strong>se á Curuzú para formar la columna expedícit)naria por e a<br />

parte, abrien<strong>do</strong> operaciones segun lo convení<strong>do</strong>, <strong>da</strong>n<strong>do</strong>se un plazo de tres<br />

dias para su ejecucion.


326<br />

« 2. o -Que el resto deI ejército ql1e<strong>da</strong>se en e'te campo a ordenes<br />

deI Senor general Flores hasta tanto que este se moviese con la caballeria<br />

eu la oportuui<strong>da</strong>d yã indica<strong>da</strong>, en cuyo ca o el Sr. mariscaI<br />

Paly<strong>do</strong>ro que<strong>da</strong>ria a cargo deI ejército.<br />

« Y asi acor<strong>da</strong><strong>do</strong>]o firmaron en el campamento general de Tuyuty,<br />

ii. 8 de Setiembre de 1866.<br />

« I-la....t.oloUlé Mit.....e.<br />

« V enancio Flo....et!§.<br />

« Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> F. Q. Jordão. »<br />

Os generaes Mitre e Poly<strong>do</strong>t'o responderam a Porto-Alegee em <strong>da</strong>ta<br />

de 8 de Setembro, mas essas respostas SÓ foram expedidé!s no dia 9, e<br />

recebi<strong>da</strong>s em Ouruzú un dia 10.<br />

Eis a correspondencia tr0ca<strong>da</strong> então entre OS generae allia<strong>do</strong>s, emqnanto<br />

Lopez trabalhava activamente por tornar inexpugnavel a posição<br />

de Ourupaity:<br />

Po{yclo?"o a POI,to-Alegre, 8 de Setembro (recebi<strong>da</strong> no dia 9)<br />

« Oonfidencial.-TuY-l1ty, 8 de Setembro de 1866.<br />

« 111m. e Exm. Se.<br />

« lcabo de receber a confidencial que V. Ex. me dirigia com <strong>da</strong>ta<br />

de hoje, e vi o officio que a acompanhou a 'e11o volante para o t=r.<br />

general Mitre. Este afficio lhe foi eutregne, e, dií:en<strong>do</strong>-me () mesmo<br />

general que ia responder a e11e, e que me cOlllmunical'Ía a resposta,<br />

espe.r:o-a para <strong>da</strong>r a V. Ex. uma decisao à respeito <strong>do</strong> que V. Ex.<br />

expõe<br />

. « Devo) entretanto, dizer a V. Ex. que, além <strong>do</strong> accor<strong>do</strong> de opiniões<br />

em que estivemos, eu, o general Mitre e o general Flores na<br />

nossa reunião <strong>do</strong> dia 4 <strong>do</strong> corrente, opiniões que apresentei a V. Ex.<br />

no dia 5, quan<strong>do</strong> ahi estive, tivemos hoje às 7 horas <strong>da</strong> manhã uma<br />

junta de <strong>guerra</strong> neste meu quadel-general, e nella, de accortlo com a<br />

opinião emitti<strong>da</strong> por V. Ex. no seu acampa,mento, no dia 5, e que foi<br />

transmitti<strong>da</strong> ao mesmo' geucraes, tomou-se uma deliberação que foi<br />

e cripta e por nós firma<strong>da</strong>, a qual será apresenta<strong>da</strong> a V. Ex. A essa<br />

deliberação e..tóu liga<strong>do</strong> emquanio circlimstancias maio' grave me não


obriguem a um diverso accor<strong>do</strong>, deven<strong>do</strong> então considerar a requisição<br />

que V. Ex. me faz na ua supracita<strong>da</strong> confidencial a que ora respon<strong>do</strong>.<br />

~ Deus guarde a V. Ex.<br />

« Ulm. e Exm. Sr. conselheiro barão de Porto-Alegre, tenente-general,<br />

comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> 2° corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro em<br />

operações.<br />

« Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> F. Q~ Jordão,<br />

• Marechal clp "::UllpO. J)<br />

...lhtre a Porto-Aleg1'e, 8 de Setembro (recebi<strong>da</strong> no dia 10):<br />

« Exm. SUl'. Baron de Porto-Alegre, etc.<br />

« Ouartel-general en Tuyuty, Setiembre, 8 de 1866.<br />

« E:;tima<strong>do</strong> Sfir. Baron.<br />

« Oon esta fecha dirijo a V. E. la coutestacion á su nota de<br />

ayer que no me fué l'0ssible enviar el mismo dia por haberIa recibi<strong>do</strong><br />

á la tarde.<br />

« Oontesto a V. E. <strong>contra</strong>yen<strong>do</strong>me principalmente a la parte de<br />

interes general que se (relaciona con el progre'o de nue tras armas y<br />

el desenvolvim"ento deI plau acor<strong>da</strong><strong>do</strong> de que V. E. -parece prescindir<br />

en cierto mo<strong>do</strong> en su communicaciou. Por lo dema, V. E. sabe bien<br />

que ninguno esta mas interesa<strong>do</strong> que yo eu el brillo deI ejército alia<strong>do</strong><br />

y eu el mayor decoro y credito de los generale , y V. E. menos<br />

que nadie, con quien he co~nparti<strong>do</strong> otras veces gloriosas fatiga, y<br />

espero compartilas otra ves ma, sabe el aprecio que hago de sus cali<strong>da</strong>des<br />

y la satisfacion que he teni<strong>do</strong> eu hacer justicia a sus servicios.<br />

Porlotanto, no debe V. E. pensar que su posicion aI la<strong>do</strong> deI ejército<br />

alia<strong>do</strong>, no sea la que corre ponde á su cargo, á SLlS antecedentes, y aI<br />

decoro deI Imperio, como eS?t'ro no lo sera la mia, ui la de mis compatriotas<br />

cuandu m") empefio e:1 llevar a termino esa operacion decisíva,<br />

y deseo ver eu ella las bao.llera alia<strong>da</strong>s sin exclu ion,<br />

para que to<strong>do</strong>s à la vez co;n partan el pelígro y clen U!1 tríbuto de<br />

sangre a la noble lucha que sosteuemos.<br />

« Para el logro de tan impo<strong>da</strong>nte objeto cuento, como se lo digo<br />

oficialmente, con la inteligencia militar de V. E. Y con el valor de<br />

las tropas a sus ordenes, y espero en" retribucio:l su franc a y leal<br />

cooperacion asi deI amigó, como deI compafiere ele armas.<br />

q De V. E., como siempre, afmo amigo y compafiero,<br />

q nartoloIDé MUre. »


328<br />

A esta carta acompanhava a seguinte resposta official:<br />

« El General en Gefe de los Ejércitos .Alia<strong>do</strong>s..<br />

~ OUal'tel General em TUJ'uty, Setiembre 8 de 1866.<br />

i( Illm. e EX1Il. Senor Teniente General Baron de Porto-Alegre,<br />

Ooman<strong>da</strong>nte en Gefe deI 2° cuerpo deI Ejército Imperial.<br />

« He recibi<strong>do</strong> la estimable communicacion de V. E. fecha de hoy<br />

referente a pedir 4,000 hombres que dice necesitar para emprender el<br />

ataque de Ourupaity, y en la' que ã. la vez espone algunas consideraciones<br />

sobre el man<strong>do</strong> immediato de las fuerzas que deben operar por<br />

esa parte.<br />

~ Por lo que respecta aI primeI' punto, és decil' a los 4,GOO hOlllbres<br />

de refuerzo que V. E. considera mas natural sacar der lo cuerpo<br />

deI ejército brasilero aI man<strong>do</strong> deI Sr. mariscaI de campo Poly<strong>do</strong>ro,<br />

debo manifestarle lo que este mismo general dirá a V. E. : que ocupan<strong>do</strong><br />

ese cuerpo de ejército posiciones continuas que constituen un<br />

sistema, y que forman la base deI ataque sobre las lineas enemlgas, a<br />

la vez que la mayor s~guri<strong>da</strong>d de nuestro campo por el centro y la<br />

izquier<strong>da</strong>, no es conveniente debilitar ese ejército, ni reemplazarlo COIl<br />

ventaja desde que ademas está liga<strong>do</strong> à baterias de posicion que dependen<br />

de el. Siu embargo de esto creo que el Sãr. general Poly<strong>do</strong>ro no<br />

tendrá. inconveniente en desprenderse de algunos batallones para reforzar<br />

la columna expedicionaria, siempre que le sea posible hacerlo sin comprometer<br />

su posiciono<br />


329<br />

.« Esta eguri<strong>da</strong>d no pueden <strong>da</strong>rIa a V. E. 4.000 hombres de~prendi<strong>do</strong>s<br />

ue e te campo, y mas bien aumentar el peligro en cierto<br />

murlo, PU'l 4.0·0 hom.bl'es de in{a:ttel'ia menos en est.~ e,jé1'cilo hncen<br />

i'inposible pai' esta parte ttn ataqlb8 ef1ca:: bre las lineas fortifica<strong>da</strong><br />

del enemigo, y este podria eutouces disponer con mas franqueza de u<br />

reservas, que solo distan uua ó uos legllas de Curupaity; mientra. que<br />

la columna de V. E., aun eu el supllesto mas feliz, qual és el de tomar<br />

por asalto las- fortificacione~ de Curupaity, tendria que limitarse fi su<br />

sim pIe ocupacion a. la defensiva, pues eUa, constan<strong>do</strong> de 12 a 13.000<br />

hombres, seria relativamente debil para obrar sobre la espal<strong>da</strong> deI enemigo<br />

y para sacar to<strong>do</strong>s los fmctos immeuiatos que de tal victoria de-o<br />

bemos esperar.<br />

« Fué por e-to que, cuanuo V. E. manife'tá la conveniencia de<br />

que por esta pade se hiciese un ataque jeneral sobre la linea enemiga<br />

a la vez que se destacase llUestra caballeeia por la derecha afin de<br />

cooperar al ataque de V. E. sc>bre Curupaity, los generales deI ejél'­<br />

cito alia<strong>do</strong> de que V. E. forma pade, rellni<strong>do</strong>s eu junta de <strong>guerra</strong>,<br />

no obstante estar de acuer<strong>do</strong> con V, E. sobre lo princ:pal, consideraron<br />

qlle no convenian esos <strong>do</strong>s ataques silllultaneo y divergente, y<br />

qmvínieron unanimemente en que lo mejor y mas eficaz para acelerar<br />

el termino de la g'uerra, era obrar c <strong>II</strong> fueeza. suficientes y de una<br />

manera simultanea obre la retaguardia, el flanco y el frente dei en ­<br />

migo, forman<strong>do</strong> sobee la base de la co1umna expadicionaria de V. E.<br />

un nllevo ejército de operaciones por la parte del ri <strong>Paraguay</strong>, y<br />

convertien<strong>do</strong> u operacion parcial (toma de Curupaity) en maniobra capital<br />

(ataque sobre la espal<strong>da</strong> de1 enemigo), !lacien<strong>do</strong> de ese ejército el punto<br />

de apoyo deI movimiento combina<strong>do</strong>.<br />

« En el plan acor<strong>da</strong><strong>do</strong>, segun tIve el honor de esplicat'lo á. V. E.<br />

en la conferencia de ayer á que asístió e1 SUl'. almirante de. Taman<strong>da</strong>ré,<br />

el ejército alia<strong>do</strong> debia ,dívidir"e en tres cuerpo á columnas de maniobras,<br />

para obrar símultaneamente y de una manera converjente sobre<br />

el ejército enemigo, penetran<strong>do</strong> por Curupaity el ejército que debia<br />

servir de punto de apoyo aI movimiento, con la fuerza suficiente para<br />

presentar immediatª,mente una batalla en combinacion con la caballeria<br />

que deberia penetrar por el flanco opuesto, mientras la otra<br />

columna permaneceria en e te campo atrinchera<strong>do</strong> al frente de. us lineas;<br />

pronta á entrar en aCCil)D en el momento oportuno, para lo cual se<br />

consideró que podrian que<strong>da</strong>r aqui de 18 a 20.0GO hombres aI man<strong>do</strong><br />

deI Sür. mariscaI Poly<strong>do</strong>ro, ademas de la caballeria deI ejército alia<strong>do</strong>,<br />

que á ordenes deI SUl'. general Flores permanecerá. tambien en este<br />

campo hasta emprender el movimiento combina<strong>do</strong>, sien<strong>do</strong> la base de to<strong>do</strong><br />

" 42


:330<br />

est'o elevar aI duplo por lo menos la fuerza de e'a columna- expedicionaria,<br />

és decir,augmentall<strong>do</strong>la com 9 a 10.000 hombres mas de los ejércitos<br />

alia<strong>do</strong>s<br />

« Esta eR la operacion acor<strong>da</strong><strong>da</strong> en la junta de <strong>guerra</strong> de generales,<br />

la misma que instrui verbalmente tanto a V. E. como aI SUl'. almirante<br />

de Taman<strong>da</strong>ré en la conferencia de ayer, en la que, a<strong>da</strong>mas, hice lectura<br />

de las base


331<br />

y no una division de el como V. E. parece creerlo. Tanto por esta<br />

razon, cuauto por ser el punto de mayor responsabili<strong>da</strong>d, he eleji<strong>do</strong> mi<br />

colocacion aI la<strong>do</strong> de las varientes tropas de su digno coman<strong>do</strong>, pues<br />

en el plan acor<strong>da</strong><strong>do</strong> en que esa columna tiene que servir de base aI<br />

movimiento jeneral que vá à efectuarse, solo desde alli pue<strong>do</strong> dirigir cunvenientemente<br />

el conjuncto de las operaciones.<br />

« Em consecuencia, pues, de lo acor<strong>da</strong><strong>do</strong> ayer y de lo definitivamente<br />

delibera<strong>do</strong> hoy en Junta de los generales aliad.os presentes en<br />

este campo, y a la que transmiti la aceptacion de V. E. Y deI Sr.<br />

almirante de Taman<strong>da</strong>ré aI plan combina<strong>do</strong>, se ha levanta<strong>do</strong> la adjunta<br />

acta de que tengo el honor de remitir a V. E. cópia autorisa<strong>da</strong>. Y<br />

como se hace necessario aprovechar el tiempo, esto toman<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s mis<br />

disposiciones para activar mi marcha, espero estar pronto en el termino<br />

fija<strong>do</strong>, esto és, tres dias, contan<strong>do</strong> para mi traslacion con los<br />

transportes que tanto V. E. como el Sr. almirante de Taman<strong>da</strong>ré ofrecieron<br />

poner a mi disposicion para el efecto.<br />

« Habien<strong>do</strong> contesta<strong>do</strong> à V. E., prescindien<strong>do</strong> de to<strong>da</strong> otra consideracion<br />

ajena a los altos intereses de la alianz;a y g'1oria de sus armas,<br />

y <strong>contra</strong>yen<strong>do</strong>me á considerar su nota deI punto de vista de los<br />

principios de la <strong>guerra</strong>, me és grato terminar manife tan<strong>do</strong>le que aI<br />

compartir como otras tantas veses nuevas glorias .y nuevos peligros,<br />

me asiste la esperanza de que el e\ito mas completo ha de coronal' nuestros<br />

esfuerzos, y cuento para ell0 con su intelligencia militar y con eI<br />

valor de las tropas que e haHan á sus ordenes.<br />

li Dios guarde a V. E<br />

«Ba...tololllé Mitre. »<br />

Pol!Jclo?'O a Porlo-.'1lrgre, 9 le Setembro (recebi<strong>da</strong> no dia 10) :<br />

t Oonfidencial. -Oomman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> l° corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro<br />

em operações no Paragua,'".<br />

« Quartel-general em TUJ'ut,)', 9 de -'etembro de 1866.<br />

« 111m. e Exm. Sr.-No meu oflicio confidencial de 8 <strong>do</strong> corrtnte,<br />

responden<strong>do</strong> ao de V. Ex. <strong>da</strong> mesma <strong>da</strong>ta, declarei que quan<strong>do</strong> me fosse<br />

communica<strong>da</strong> a re posta <strong>do</strong> general Mitre a V. Ex., ácerca <strong>do</strong> plano<br />

a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> <strong>contra</strong> o inimigo, <strong>da</strong>ria eu tambem uma decisão a respeito <strong>do</strong><br />

exposto no supracita<strong>do</strong> officio confidencial de V. Ex, e, por isso, cump_e<br />

·me agora dizer o seguinte:<br />

« Esta tarde tive conhecimento <strong>do</strong> que a V. Ex. expendeu o general<br />

Mitre (I), e estan<strong>do</strong> o que elle relata de accor<strong>do</strong> com a resolução toma<strong>da</strong><br />

1 R ['ro-se aJ <strong>do</strong>cumentl anterior.


332<br />

na Junta de Guerra 'a que concorremos o dito general, eu, e o general<br />

Flores, e não haven<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> a minha opinião, motivo para divergir<br />

<strong>do</strong> que foi assenta<strong>do</strong>, estou, portanto, resolvi<strong>do</strong> a executar integralmente<br />

to<strong>do</strong> o plano a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>. Não obstante, paI em, nenhuma duvi<strong>da</strong> tenho em<br />

man<strong>da</strong>r que tambem 1:e reunam á força de V. Ex. 4 a 6 batalhões<br />

de infantaria dJ exercito sob meu comman<strong>do</strong> com cerca de 2,500 homens,<br />

n.) caso de V. Ex. julgar que esse augmento de força é indispensavel<br />

para formar o exercito que vai servir para a operação 1)1'0­<br />

jecta<strong>da</strong>, segun<strong>do</strong> o que se convencionou.<br />

cc Espero a resposta de V. Ex. e bem a 'sim a indicação <strong>da</strong> hora<br />

em que devem embarcar, providencian<strong>do</strong> V. Ex.. sobre os respectivos<br />

transportes.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« Illm. e Exm. Sr. conselheiro barão de Porto-Alegre, tenentegeneral,<br />

comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> 2 0 corpo de exercito brazileiro em<br />

operaçães no Paragua'y.<br />

't Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> F. Q. Jordão. »<br />

Estas communicações, como já di semos, só foram t'xpedi<strong>da</strong>s no dia<br />

9, chegan<strong>do</strong> ás mãos de Porto-Alegre no dia 10<br />

Impaciente com a demfJra na resposta, dirigia elIe o seguinte afficio<br />

ao seu colIega <strong>do</strong> lo corpo:<br />

PO'rto-Aleg?'e a. Polyclo'Y'o, 9 de Setembro, 'recebi<strong>do</strong> na madruga<strong>da</strong> de 10):<br />

« Confidencial.-- Qual'~el-general<strong>do</strong> com man<strong>do</strong> em t:lJefe <strong>do</strong> ~o corpo<br />

de exercito no forte de Ctu·uzú, 9 ue Setembl'o de 1866 (às 8 1/2 <strong>da</strong> noite).<br />

«. Hontem as 4 <strong>da</strong> tarde, ao mais tar<strong>da</strong>r, devia ter chega<strong>do</strong> ao Exm.<br />

Sr. general Mitre a respeitosa carta que lhe dil'igi por intermedio ele<br />

V. Ex., e até agora, 8 1/2 <strong>da</strong> noite, ain<strong>da</strong> n'o mereci uma resposta,<br />

sem embargo de ter colloca<strong>do</strong> o Sr. vice-almirante vapores no ponto<br />

<strong>da</strong> .lagôa Piris com o unico fim de accelerar as .commvuicações entre<br />

as forças deste exercito e as <strong>do</strong>s ex.ercitos allia<strong>do</strong>s.<br />

« V. Ex., no officio, que hontem à. noite me dirigia refere-se à<br />

uma deliberação toma<strong>da</strong> em conselha <strong>do</strong> geneeaes allia<strong>do</strong>s IllfelizmenLe<br />

nem V. Ex. me fez o oJsequio de cOl11municar-me' es"a deliberação, nem<br />

o Sr. general Mitre ain<strong>da</strong> me escreveu à semelhante respeito. ApeTJas<br />

posso fazer conjectul'as J visto que V. Ex. me assevera tel' si<strong>do</strong> ella<br />

basea<strong>da</strong> na opinião que emitii e que c Jnsta de uma nota á lapis que<br />

entreguei a V. Ex.


333<br />

« a espectativa de uma qualquer combinação de V. Ex. com os<br />

outros generaes, tenho de conservar o exercito sob o meu comman<strong>do</strong><br />

em ordem de marcha com to<strong>do</strong>s os inconvenientes e privações correspondentes.<br />

Assim e que achan<strong>do</strong>-se elle alimenta<strong>do</strong> com a maior sobrie<strong>da</strong>de<br />

e com generos compativeis com a rapidez de qualquer movimento,<br />

começa a enfermar sem que eu possa prever o termo desta situação.<br />

E', pois, de meu dever insistir por uma solução rapi<strong>da</strong>, de accor<strong>do</strong> com<br />

os interesses <strong>do</strong> BraziI e com a digni<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s exercitas imperiaes; interesses<br />

à que V. Ex. tem sempre attendi<strong>do</strong> com zelo, e digni<strong>da</strong>de, e<br />

que semiH'e en<strong>contra</strong>ram em V. Ex. um decidi<strong>do</strong> representante.<br />

« Deus guarde à V. Ex.<br />

« Illm. e Exm. Sr. conselheiro Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca Quintanilha<br />

Jordão, marechal de campo, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> Lo corpo de exercito<br />

brazileiro em operações.<br />

« 8arão de Porto-Alegre. ~)<br />

Polycloro a po?"to-Aleg?'e, 10 de Setembro (recebi<strong>do</strong> na noite de 10):<br />

« Confidencial. - Com man<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> 1I' corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro<br />

em opera'tões nf) <strong>Paraguay</strong>.- Quartel-general em Tuyuty, lo de<br />

Setembro de 1863, I 1/2 hora <strong>da</strong> manhã.<br />

« Hlm. e Exm. Sr. - Acabo de receber a confidencial de V. Ex.<br />

<strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de hontem as 8 1/2 horas <strong>da</strong> noite, referin<strong>do</strong>-se à resposta<br />

que V. Ex. esperava <strong>da</strong> carta que no dia anterior, pelas 4 horas <strong>da</strong><br />

tarde, deveria ter chega<strong>do</strong> ás mãos <strong>do</strong> Sr. general Mitre; e bem assim<br />

refere-se V. Ex. ao offieio 1ue ante' de hontem á. noite lhe dirigi,<br />

tratan<strong>do</strong> de uma dilib~.ra:·ão toma<strong>da</strong> em conselho <strong>do</strong>s generaes allia<strong>do</strong>s,<br />

deliberação que então não havia communica<strong>do</strong> ã V. Ex. e nem o Sr.<br />

general Mitre.<br />

« Devo à isso responder que d'aquella deliberação ficaram apontamentos<br />

em poder <strong>do</strong> Sr. general Mitre para ser redigi<strong>da</strong> em tres autJgraphos<br />

e por nós assigna<strong>da</strong>; o que se fez' hontem pelas 8 horas <strong>da</strong><br />

manhã. O Sr. general Mitre declarou que <strong>da</strong>ria re post.a à carta de<br />

V. Ex, e com ella enviaria copia <strong>da</strong> menciona<strong>da</strong> deliberação' o que succedeu<br />

hontem mesmo pela 4 horas <strong>da</strong> tarde, e agora, pelo porta<strong>do</strong>r<br />

<strong>da</strong> confidencial que acabo de receber, con ta-me que com effeito fortIm<br />

esses papeis en~regues a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> vapor ou <strong>do</strong> patacho fundea<strong>do</strong> em<br />

frente <strong>da</strong> lagôa Piris. \,' esta hora, portanto, deverá V. Ex. estar de<br />

posse d'elles.<br />

« Quanto á resposta definitiva que eu devia <strong>da</strong>r á confidencial de<br />

V. Ex. <strong>da</strong>La<strong>da</strong> tIe 8 <strong>do</strong> corrente elIa aqui estava prompLa de 'de


~334<br />

hontem à noite e nesta occasião a envio, fican<strong>do</strong> assim satisfeito to<strong>do</strong><br />

o assumpto <strong>da</strong> supradita confidencial a que ora respon<strong>do</strong>.<br />

« Deus guarde á V. Ex.<br />

« TlIm. e Exm. Sr. conselheiro barão de Porto Alegre, tenentegeneral,<br />

comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> 2" corpo de exercito brazileiro em<br />

operações no ParaguaJ'.<br />

« Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> F. Q. Jordão. ~<br />

Na manhã de lO tiveram o general Porto-Alegre e o almirante<br />

Taman<strong>da</strong>ré conhecimento <strong>da</strong> acta assigna<strong>da</strong> no dia 8 pelos genel'aes Mitre,<br />

Poly<strong>do</strong>ro Jordão e Flores. A irritação de Porto-Alegre e Taman<strong>da</strong>ré foi grande<br />

quan<strong>do</strong> souberam que nos <strong>do</strong>us pontos por onde iam operar os Allia<strong>do</strong>s ficariam,<br />

segun<strong>do</strong> essa acta, as tropas e os generaes brazileiros sob o comman<strong>do</strong><br />

d~generaes estrangeiros, representantes de paizes que entravam com<br />

tão inferior contingente para a luta; Mitre em Curuzú e Flores em Tuyuty.<br />

O ministro F. Octaviano, um <strong>do</strong>s negocia<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> <strong>da</strong> Triplice<br />

Alliança, não leu com menos desgosto essa parte <strong>da</strong> acta, e escreveu<br />

Sobre o assumpto ao general Poly<strong>do</strong>ro.<br />

Porto-Alegre e Taman<strong>da</strong>ré protestaram <strong>contra</strong> « a posiçrl.O subalterna<br />

a que eram reduzi<strong>do</strong>s os generaes brazileiros.»<br />

Eis os <strong>do</strong>cumentos a que nos referimos:<br />

Porto Alegre a Polycloro, 10 de Setembro, (recebi<strong>da</strong> na noite de 10):<br />

« Confidencia1.- Comman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> 2° corpo de exercito em<br />

operações no <strong>Paraguay</strong>.- Quartel-general no forte de Cnruzú, 10 de<br />

Setembro de 1866.<br />

« TUm. e Ex.m. Sr. - Recebi esta manhã <strong>do</strong>us officios confidenciae,<br />

de V. Ex.: o lo de 9, e o 2" de hoje pela madruga<strong>da</strong>.<br />

« Quanto ao primeiro em que V. Ex. me promette man<strong>da</strong>r um<br />

reforço de 2500 homens, na<strong>da</strong> mais terifl. a responder-lhe depois <strong>da</strong>S<br />

minhas requisir;ões anteriores. Eútretanto se V. Ex. 1'0."01ver man<strong>da</strong>I-os<br />

en<strong>contra</strong>rá ahi tran portes nece sarios entenden<strong>do</strong>-se com o Sr. capitão<br />

de mar e gllerra Alvim, que tambem me poderá trazer as mulas que<br />

V. Ex. me prometteu.<br />

« Quanto ao segun<strong>do</strong>, cumpro-me communicar á V. Ex. que recebi<br />

tambem e ta manhã. are. po ta <strong>do</strong> general Mitre <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de 8, comquanto<br />

V. Ex. no mesmo officio me assevr,re que só às 4 horas <strong>da</strong> tarde de 9<br />

fôra es a resposta entregue no patacho I guassú.<br />

« Cumpre-me agora communicar á V. Ex. que ne. ta. <strong>da</strong>ta protesto<br />

<strong>contra</strong> a delibera~ão que V. Ex. tomou com os generaes <strong>do</strong>s ex.ercitos


335<br />

allia<strong>do</strong>s de ficarem os generaes em chefe <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us exercitas brazileiro<br />

sujeitos á direcção, o 1° <strong>do</strong> general Flores, e o 2° <strong>do</strong> gen ral 1itre.<br />

« O general Mitre vin<strong>do</strong> cooperar a meu la<strong>do</strong> com o exercito argenti<br />

no podia, em virtude <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong>, ser considera<strong>do</strong> o general em chefe;<br />

roas o general Flores não }Jóde de mo<strong>do</strong> algum er o director <strong>do</strong>s<br />

movimentos <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de V. Ex. quan<strong>do</strong> V. Ex. está á testa de 20.000<br />

homens e eUe SÓ ficou com man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a cavallaria <strong>da</strong>s 3 naçõe aliia<strong>da</strong>s<br />

e com a obrigação de, em certo caso, destacar-se d'ahi para operar isola<strong>do</strong>.<br />

« Semelhante deliberação desaira, à meu ver, o Imperio <strong>do</strong> Brazi1,<br />

representa<strong>do</strong> por 2 exercitos e I e quadl'a, annullan<strong>do</strong> o 2 generae3<br />

em chefe d'aquelles exercitas.<br />

« Sem embargo, não ponho a menor objecção à que se realise o<br />

plano combina<strong>do</strong>, porque to<strong>da</strong> e qualquer demora é prej udi~ial à meu exercito<br />

e aos interesses de nossa patria.<br />

« Deus guarde à V. Ex.<br />

« lUm. e Exm. Sr. general Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca Quintanilha Jordão,<br />

cam man<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> l° corpo de exercito em operações no <strong>Paraguay</strong>.<br />

« Barão de Port.o-AJegre. »<br />

Porto Alegre a Mit1'e, 10 de Setembro (recebi<strong>da</strong> na noite de 10) :<br />

« Ouruzú, 10 de Setembro de 1866.<br />

« Exm. general e amigo.<br />

« O Sr. almirante Taman<strong>da</strong>ré já man<strong>do</strong>u seguir os tran portes para<br />

V. Ex. e seu exercito. Não me faça V. Ex. a injustiça de crêr que<br />

um só momento me moleste a sua presença à meu la<strong>do</strong>, saben<strong>do</strong> a muita<br />

estima que lhe voto e a sympathia leal que tenho pelos ..\ rgentinos, de cujos<br />

favores em época bem gloriosa nunca me esquecerei (t). Mas a minha posiÇão<br />

de general brazileiro me dicta certo deveres, a que não me esquivarei<br />

jamais, e este sentimento <strong>do</strong> dever ninguem o comprehenderá melhor <strong>do</strong><br />

que V. Ex.<br />

« Remetto á V. Ex. uma nota, para a qual peço a ~lUa conscienciosa<br />

meditação. V. Ex, e o Sr. general Flores, <strong>contra</strong> SEJUS desejos, vão<br />

crear uma irritação nos exercitas brazileiros que lavrará ain<strong>da</strong> mais fartamente<br />

no Imperio, quan<strong>do</strong> alli chegar a noticia de semelhante facto.<br />

« Já é tarde para me 0PPÔl', porque V. Ex. não foi explicito commi~o.<br />

Contento-me com protestar, esperan<strong>do</strong>, porém, de seu cavalheirismo, e<br />

. (1) Aliude á enlhusiastica rece;Jção que teve em Buenos-Aires no nnno de 185'2, quan<strong>do</strong><br />

abl entrou depois <strong>da</strong> batalha de Monte Caseros. N'essa bat'tlh'l o general Porto-AI gre comll.an<strong>do</strong>u<br />

o centro <strong>do</strong> exercito aUia<strong>do</strong>. e entra os oificiaes argentinos que combateram ás suas<br />

ordens figltl'aVa o então coronel de artilbaria D. Bartholomeu Mitre.'


336<br />

<strong>do</strong> cavalheirismo <strong>do</strong> general Flores que alterem esse ponto de detalhe,<br />

de gravlsslmas consequencias politICas.<br />

« De V. Ex., amigo e companheiro afi'ectuoso<br />

« Barão de Port,o .".legre. »<br />

Purto A leg;'e a ,11itre, 10 de Setembro (recebi<strong>do</strong> na noite de lO}<br />

« Comman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> 2" corpo clo. exercito em operações no<br />

<strong>Paraguay</strong>.-Qual'tel general no forte de Curuzú, 10 de Setembro de 1866,<br />

(às 4 horas <strong>da</strong> tarde).<br />

« 111m. e Exm. Sr.-A nota com que V. Ex. me honrou com <strong>da</strong>ta<br />

de 8, entregue no patacho I guassú na tarde de hontem e que chegou<br />

às minhas mãos agora pela manhã, veio acompanha<strong>da</strong> <strong>da</strong> acta lavra<strong>da</strong><br />

li 8 <strong>da</strong>s conferencias de V. Ex., <strong>do</strong> Sr. general Flores, e <strong>do</strong> Sr. general<br />

Polyd-oro, realisa<strong>da</strong>s naquelle dia e no dia 6.<br />

« Releve V. Ex. observar-llie em primeiro lagar, que as considerações,<br />

que lhe dirigi na carta em que V. Ex. me responde, não<br />

eram alheias aos interesses <strong>da</strong> alliança e gloria de suas armas, como<br />

se poderia deprehender <strong>do</strong> final <strong>da</strong>' nota de V. Ex. em que me diz<br />

que prescindia de «to<strong>da</strong> e qualquer consideração alheia áquelles fins. »<br />

O meu <strong>governo</strong>, a quem submetto sempre to<strong>da</strong> a minha correspondencia,<br />

e meu ullico juiz, comprehenderá perfeitamente o alcance <strong>do</strong>s honrosos<br />

motivos que sempre me animam.<br />

« Tambem para a insistencia que tenho feito junto <strong>do</strong> general em<br />

chefe <strong>do</strong> primeiro exercito brazileiro para que reforce o segJ,ln<strong>do</strong> não<br />

houve, nem ha outro motivo senão o desejo de, toma<strong>do</strong> Curupaity, não<br />

me ver obriga<strong>do</strong> a demoras para o caso de se pl)der tirar vantagem<br />

immediata dessa operaçã.D, porque, como V. Ex. sabe, eu incorrena em<br />

grave responsabili<strong>da</strong>de pel'ante o meu <strong>governo</strong> e perante a alliança, se<br />

depois de qualquer operação me collocasse inactivo sem usar <strong>do</strong>s poderes<br />

de general em caso em que houvesse ensejo para proseguir vantajosamente.<br />

A toma<strong>da</strong> de Curupaity por minhas forças combina<strong>da</strong>s com as<br />

<strong>da</strong> esquadra é movimento que me de~vaneço de poder efi'ectuar independentemente<br />

de qualquer outro concurso. O que se observou prudentemente<br />

é que plra impedir-se inutíl derramamento de sangue brazileiro<br />

devia se me garantir eflicazmente a impossibili<strong>da</strong>de de destacar-se o<br />

inimigo <strong>da</strong>s linhas em frente aos exercitas allia<strong>do</strong>s, ou <strong>da</strong>r-5e-me<br />

reforço.<br />

« Assim resalvaclos estes pontos, que era de meu eleve.r eluci<strong>da</strong>I'<br />

bem, não por minha pessoa, mas pela posiçãO que occupo coma general


337<br />

em chefe de um exerçito <strong>do</strong> Brazil em conjuncçrro con~ o generae de<br />

outros exercitas, rele,e ain<strong>da</strong> V. Ex. que, sem fazer de minha parte<br />

objecção ao plàno combina<strong>do</strong>, que V. Ex. fez cherrar ao meu conhecimento,<br />

lhe exponlla, quanto ao detalhe, a invencivel difficul<strong>da</strong>


concurso de V. Ex. e a operar com V. Ex. O meu exercito não precisa<br />

de .dia nenhum para se preparar e os navios de transporte devem<br />

já estar na lagoa Piris ás ordens de V. Ex., porque <strong>da</strong>qui partirão<br />

antes deste meu correio.<br />

(( Reitero a V. Ex. as expI essões de minha maior consideração e<br />

perfeita estima.<br />

«Barão de Porto-Alegre<br />

« 'Vi8conde de Ta:r:nan<strong>da</strong>ré »<br />

O almirante Taman<strong>da</strong>ré, a' ignandu este officio, fe7-, egun<strong>do</strong> diz<br />

um seu aju<strong>da</strong>nte de ordens, o eguinte additamento:<br />

« Protesto <strong>contra</strong> a POSiÇãO secun<strong>da</strong>ria ti. que no plano de .operações<br />

se reduziram os generaes brazileil'os, com man<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us exercitos.<br />

« V. de Ta:r:nan<strong>da</strong>ré »<br />

A copia deste protesto, que exanllnumos no Archi\'o <strong>da</strong> E'ecretaria<br />

<strong>da</strong> Guel'ra não traz o additamento em questão.<br />

Além desse protesto, r~ce}jeu o general Mitre uma carta <strong>do</strong> almirante<br />

Tamanclare em que este «o estimulava, para evitar descontentamentos<br />

e irritação entre os Brazileil'Os <strong>do</strong>s <strong>do</strong>us exercitos, a alterar esse<br />

ponto <strong>da</strong>s resoluções toma<strong>da</strong>s em Tuyuty. »<br />

Tratan<strong>do</strong> d'esses protestos, disse o general Poly<strong>do</strong>ro ao mini tro<br />

<strong>da</strong> <strong>guerra</strong>:<br />

« .. , Na mesma occasião recebi uma confidencial <strong>do</strong> conselheit'o<br />

Octaviano, igualmente <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de 10, referin<strong>do</strong>-se ao com man<strong>do</strong> que se<br />

~'uppunha ficar ten<strong>do</strong> o general Flol"eS neste aCitmpamel1to dUl'ante a<br />

ausencia <strong>do</strong> general Mitre.<br />

« Juntas envio a V. Ex. copias dessas duas confidenciaes (1). A' <strong>do</strong><br />

conselheil'o Octaviano respondi com a que envio sob o n. 3; á <strong>do</strong> barão<br />

de Porto Alegre, porem, ain<strong>da</strong> não respondi e talvez me guarde para a<br />

contestar quan<strong>do</strong> tiver de me defender de alguma accusação formal perante<br />

a autori<strong>da</strong>de competente: »<br />

Estes protestos e reclamações chegaram a Tuyuty na noite de 10 de<br />

.~etembro, depois de se haver apresenta<strong>do</strong> diante <strong>da</strong> linha de avança<strong>da</strong>s<br />

<strong>do</strong> exercito argentino nm parlamel1tario inimigo, que não foi enLãr><br />

(l) . Não nos foi possivel obtei', pOI falla ele t,e111pO, ébph cltls c1ócuiMhlos cllád·)s<br />

i. e., a carta <strong>do</strong> visconde de Taman<strong>da</strong>re no presid nla Mitre, a conftdencial <strong>do</strong> conselhcilO<br />

Octaviano ao general Pcly<strong>do</strong>ro, a a r sposta deste.


eceui<strong>do</strong>, como terá vist.o o leitor em uma <strong>da</strong>' notas ao capitulo X<strong>II</strong>.<br />

No dia 11 foi o parlamentario recebi<strong>do</strong>. .<br />

I O dia seguinte deu-se em Yataity Corá a longa entrevista de Mitre<br />

e Lopez, á. qual com pareceu tambem Flore', retiran<strong>do</strong>-se, porem, este<br />

logo, depoi de uma altercação que teve com o clicta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>.<br />

To<strong>do</strong> e te incidente ficou de 'cripto em notas ao cita<strong>do</strong> capitulo X<strong>II</strong><br />

<strong>do</strong> pre ente volume. Outros <strong>do</strong>cumentos que publicamo adiante completarão<br />

as informaçõe sobre a entr~vista de YataitJ -Corá.<br />

O general Poly<strong>do</strong>ro não respondeu ao protesto <strong>do</strong> general Porto<br />

Alf'gre.<br />

o dia 11 seguia para Itapirú, e ahi foi recebi


340<br />

Foram conduzi<strong>do</strong>s tambem pelos tran por,es brazileiros. O unico<br />

navio de <strong>guerra</strong> argentiuo que se achava no Passo <strong>da</strong> Patria era o<br />

pequeno vapor G~wr(ha Nacional, ten<strong>do</strong> a seu bor<strong>do</strong> o almirante<br />

Mllratori.<br />

To<strong>do</strong> este movimento de tropas devia ter si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> pelos <strong>Paraguay</strong>os,<br />

mas durante a entrevista de Yutaity-Corá os ofliciaes argentinos<br />

que conversaram com os <strong>do</strong> sequito de Lopez, tiveram, segun<strong>do</strong> parece,<br />

a franqueza de não occultar particulari<strong>da</strong>des sobre o plano a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>.<br />

Na noite de 13 de Setembro o general Mitre chegou a Curuzú e<br />

teve uma conferencia com o almirante Taman<strong>da</strong>re e o ministro F.<br />

Octaviano, desde as 9 até ás 1] ] /2 horas.<br />

Um oflicial que servia j unto ao almirante descreveu assim, em<br />

carta particular, a entrevista:<br />

« Mitre procurou por to<strong>do</strong>s os meios convencer ao almirante e ao<br />

conselheiro Octaviano, de que na<strong>da</strong> havia de ofi'ensivo à nossa digni<strong>da</strong>de<br />

em tu<strong>do</strong> o que se tinha passa<strong>do</strong> em sua resoluçãO no conselho de<br />

generaes, e que tu<strong>do</strong> estava no mais perfeito accor<strong>do</strong> com o trata<strong>do</strong><br />

de alliança.<br />

« O almirante repellio formalmente essas assel'ções; mostrou-lhe<br />

que sua vin<strong>da</strong> para tirar o comman<strong>do</strong> em chefe a Porto-Alegre, quan<strong>do</strong><br />

elle acaba\7a ele obter o maior triumpho de ·ta campanha, não podia ser<br />

c~nsideraclo :jenão como receio de que e'te general continuasse por si<br />

a obter outros triumpho', desligad') de sua itúluencia. Octaviano tomou<br />

parte forte, porem com a suavi'<strong>da</strong>de diplomatica; e Mitre declarou que<br />

e tava pl\)mpto a de.5fazer a acta <strong>do</strong> tal plano de opera.ões, se o almirante<br />

e Porto- \.legre retirassem os prote-ito.5, e, a não quererem isto,<br />

que elIe <strong>contra</strong>-protestaria.<br />

« Como assim se de fi ~esse a indigni<strong>da</strong>de de se convertel'em os<br />

generaes brazileiros el1 subditos humildes ele S. Ex., o almirante e o<br />

conselheiro Octaviano annuiram a i",to.<br />

« O almirante deu esta manhã (l4) parte a Po:·to-Alegre ... »<br />

Nos dias 14, 15 e 1ô preparanlln-se as tropas reuni<strong>da</strong>s em Curuzu<br />

para o ataque. O dia :lixa<strong>do</strong> era o 17.<br />

o dia 13 foram reconhecer as posiçõe: inimiga' o clter (la com··<br />

missão de engenheil'os junto ao 2" corpo <strong>do</strong> ox.Ol'citn imperial, Eueas<br />

,GaIVão, e os membro. <strong>da</strong> mesma commilSsão, EmeL'ick e Lopes de Araujo.<br />

Foram pl':Jiegi<strong>do</strong>s pelo 29' de v;luntario as ordens <strong>do</strong> ten nte-coronel<br />

Astrogil<strong>do</strong> <strong>da</strong> Costa.<br />

No dia 15 os generaes Mitre e Purtu-Alegre furam fazer igual<br />

reconhecimento.


341<br />

o dia 16, ao e curecer, começaram o Brazileiros a cau, truir um<br />

e3paldão para 12 bocas de fogo,<br />

Na madruga<strong>da</strong> de 17 abreveio um temporal (officio de 24 de etembro<br />

elo almirante ao ministro <strong>da</strong> marinha). e à 9 1(2 <strong>da</strong> ma:lhã principiou<br />

a chover abtm<strong>da</strong>ntemente, prolongan<strong>do</strong>-se o mao tem: o até a ll,)ile de<br />

18 (relatorio <strong>do</strong> chefe <strong>da</strong> commis ão de engenheiros).<br />

A's 7 <strong>da</strong> manhã de 17 trocarel.lu-se algun tiros entre de CObl'i<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> inimigo e piquetes <strong>do</strong> 36 0 de voluntat'ios, que protQgia os trabalhos<br />

<strong>do</strong> espaldão.<br />

I O dia 18 houve outra vez descargas entre a no a avança<strong>da</strong>s<br />

e as <strong>do</strong> inimigo.<br />

Ta noite de 18 pouco choveu. O espaldão ficou prompto.<br />

o dia 19 continuou a chuva até a manhã de 2n.<br />

Nos dias 20 e ?1 o tempo esteve bom.<br />

I o dia 20 as úbras de defeza de Curupaity, começa<strong>da</strong>s pelos <strong>Paraguay</strong>os<br />

no dia 3 ou 7, estavam de to<strong>do</strong> termina<strong>da</strong>s.<br />

I O dia 22 a esquadra, que apenas lançára algumas bombas sobre<br />

as posi~ões <strong>do</strong> inimigo nos dias 16, 17 19 e 21, rompeu um vigoro, o<br />

bombardeamento. Em segui<strong>da</strong> as tropa beaúleiras e argentinas atacaram<br />

Ourupaity, e depoi de inuteis esforços regre'saram ao acampamento de<br />

Ouruzú.<br />

Vejamos agora o que e pas ava em Tuyuly durante o ataque de<br />

Ourupaity :<br />

({j},ctr7.clt) elas comm!tiúcações 'offioiae)<br />

As tropas brazileiràs que ficaram em Tuyut,\ estavam promptas para<br />

um reconhecimento em fOl'ça, e s6 aguar<strong>da</strong>vam para i'so o signal de<br />

ter o exercito allia<strong>do</strong> investi<strong>do</strong> Curupaity.<br />

A 3' DIVISÃO brazileira, (1) ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Guilherme de 80uza<br />

(5- e 6'" briga<strong>da</strong>s de infantaria, <strong>do</strong> coroneis Auto Guimarãe e Costa<br />

Pereira) occupava a linha tio flanco direito, ' ubstituin<strong>do</strong> a infantaria<br />

argentina, que havia marcha<strong>do</strong> para Curuzú. A parte official <strong>do</strong> com-<br />

(J) O g neral Poly<strong>do</strong>ro Jordiio modificá-ra m Agosto a organisa~õo <strong>do</strong>) lo corpo <strong>do</strong><br />

CXCI:CltO, _rerluzin']o a I as 2 divisões de cavallaria. com ;.J brigadlls cm v 7. de L A hrigad l<br />

hgeu'a nao ficou fazen<strong>do</strong> parte <strong>da</strong> diYlsÕO <strong>do</strong> ca\·alllri!l. As -i di\'i ües d) iufantaria fi 'aram<br />

composla de 2 brigll.hs ca<strong>da</strong> uma. toman<strong>do</strong> nlllllernçuo 'eglú'h ue 1 a , P. senrIo dis·<br />

fiolvl<strong>da</strong>s a. de n. QeIS, qne existilJll anteriorm nle. A. li'" hriga la, CJu,: era a de arlilharia.<br />

cou ten<strong>do</strong> a r1enomiU'1~ão de briguch de llrlilh ll'ia, !lã fazen<strong>do</strong>> parI dplla o ]0 r gim<br />

nto de artilharia a cavnllo, e forman<strong>do</strong> t <strong>do</strong> os outros eorp;)~ d ~la arma, inclusive<br />

~ bal'llhão de engenh iras, o commalluu geral de at'tilhal'i \, tExt. <strong>do</strong> oJ1ieio


342<br />

man<strong>da</strong>nte diz: « .. , . Ten<strong>do</strong> com antecedencia feito recolher a deposito<br />

to<strong>da</strong>s as bagagens e mochilas, esta divisão achou-se ante-hontem, 22<br />

<strong>do</strong> corrente, prompta para executar qualquer movimento. Os corpos<br />

conservaram-se forma<strong>do</strong>s durante o bombardeamento que a esquadra fazia<br />

sobre Curupaity, e de promptidãu estiveram sempre, esperan<strong>do</strong> o momento<br />

asa<strong>do</strong> de operar sobre o inimigo, que durante o dia se mostrou ~empre<br />

em seu entrincheiramento. »<br />

A 4" DIVISÃO, com man<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo coronel ,Resin (7" e 8" briga<strong>da</strong>s de<br />

infantaria, <strong>do</strong>s coroneis Coelho Kelly e Pedra), recolheu no dia 21 ao galpão<br />

destina<strong>do</strong> para deposito as snas mochilas e as bagagens <strong>do</strong>s officiaes. « No<br />

dia 22, » diz o com man<strong>da</strong>nte, « o general Flores marchou com uma força<br />

<strong>da</strong>s tres armas (1), encarregan<strong>do</strong>-me de guar<strong>da</strong>r com a minha divisão<br />

a POSiÇãO occupa<strong>da</strong> pela vanguar<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito. Julguei conveniente, por<br />

ser a linha mui :extensa, man<strong>da</strong>r o coronel Coelho KelIy, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong><br />

7" briga<strong>da</strong>, com 2 b:l.talhões ela mesma, reforçar a esquer<strong>da</strong>, onde se<br />

achava p:J.rte de nossa artilharia e a oriental, com ordem de conservar-se<br />

com a maxima vigilancia, e outro batalhãO para guar<strong>da</strong>r a artilharia<br />

de nossa dIreita, deixadA. pelo exercito argentino, que seguio a<br />

incorporar-se em Curuzú ao <strong>do</strong> Ex.m. Sr. general barão de Porto-Alegre.<br />

. .. Durante o c' ia houve de parte a parte tiros de artilhar ia e de<br />

infantaria nas linhas avança<strong>da</strong>s, como V. Ex. testemunhou, e a minha<br />

divisão conservou-se prompta para entrar em combate. »<br />

A I" DIVISÃO, de que era comman<strong>da</strong>nte o general Argollo (ta. e 2'<br />

briga<strong>da</strong>s, <strong>do</strong>s coroneis D. José <strong>da</strong> Silveira e Pinto Pacca), fez uma<br />

demonstraçrLo pelo la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sauce, depois que as bateria <strong>do</strong> exel'cito<br />

brazileiro romperam o fogo. A este respeito diz o general Argollo:<br />

«Ten<strong>do</strong> V. Ex. (o general I'olj"<strong>do</strong>l'o) on1ena<strong>do</strong> a '2.) <strong>do</strong> corrente que,<br />

sem engajar combate serio, fizesse, emquanto bombarJeavamos O' entrincheiramentos<br />

inimigos, seguir :2 batal1rõas para, sobre as fol'tificaç -es qne<br />

ficam á esquer<strong>da</strong> e para a frente <strong>da</strong> bateria de morteiros, fazerem um<br />

reconhecimento, não só com o fim de chamar ét. attenção <strong>do</strong> inimigo e<br />

evitar que tivesse elle disponi VeIS Sll,tS forças, comI) ain<strong>da</strong> para verificar<br />

o esta<strong>do</strong> em que se achavam a'lllellas, quae' 'ellS armamentos e<br />

as forças que as guarneciam, é <strong>do</strong> meu dever, curo pl'iua a ordem, apresentar<br />

a V. Ex.. a inc1 us L parte <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2" briga<strong>da</strong>, coronel<br />

Pinto Pacca... "<br />

Por essa parte official ve-se que o referi<strong>do</strong> coronel fl.\'ançou com<br />

os batalhões 8° e 9° de infantal'ia de linha, in<strong>do</strong> este ue pl'otecção a<br />

aquelle. Eeam comman<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelo" majol'es Hermes <strong>da</strong> Fonseca e Barros<br />

Falcão (ambos genemes, lroje).<br />

(Il De cavllllaria<br />

apcmas.


343<br />

As baterias paraguayac; responderam ao fogo <strong>da</strong> nossas e apresentaram-se<br />

tambem nas mattas exteriores forças de infantaria<br />

O 8° batalhão teve 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto, e feri<strong>do</strong>s o alferes J. Theo<strong>do</strong>ro<br />

<strong>da</strong> Silva e 4 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; ° 9' ·teve 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto e 1 feri<strong>do</strong>.<br />

Total: -<br />

2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 1 official e 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

Da 2- DIVISÃO esteve prompta uma briga<strong>da</strong> apenas, porque 5 batalhões<br />

<strong>da</strong> mesma (briga<strong>da</strong> Pal'anhàs) achavam-se no ataque de Ourupaity.<br />

A AR'l'ILHARIA (com man<strong>da</strong>nte o general Andréa) trabalhou de de ás<br />

7 1/2 <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>. O coronel GUI'jão dirigia o bombardeamento. A<br />

artilharia que operou foi a seguinte: - na trincheira avança<strong>da</strong> <strong>do</strong> Laranjal,<br />

2 morteiros de Oro,22, e no centl'o <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> 18 canhõe<br />

raia<strong>do</strong>s ele calibre 12, e 4 raia<strong>do</strong>s de cahbre 6; na e'quer<strong>da</strong> <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong><br />

2 morteiros de Oro, '22 e '2 canhões raia<strong>do</strong> de montanha: na<br />

bateria u23 de Julho,', no Potrero Piri, '2 canhões Withworth de calibre<br />

32, e 2 canhões raia<strong>do</strong>s de 12.<br />

A's 3 <strong>da</strong> tarde seguiram para a trincheira <strong>do</strong> Laranjal mais 2 canhões<br />

de 12 e para a d.a vanguar<strong>da</strong> 1 <strong>do</strong> mesmo calibre.<br />

A's 4 1/2 <strong>da</strong> tarde o general Polydqro man<strong>do</strong>u cessar o fogo.<br />

As nossas baterias (to<strong>da</strong>s brazileiras) fizel'am l.071 tiro, em pregan<strong>do</strong><br />

gl'ana<strong>da</strong>s, lanternetas e bombas.<br />

« Oomquanto», diz o coronel Gurjão, «não seja satisfactorio o esta<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> maior parte <strong>do</strong>s nossos canhões, e seja pe 'sima a munição <strong>do</strong>s<br />

de calibre 12 e 6, posso affiançar a V. Ex. que os esforço <strong>do</strong>s officiaes<br />

e pra


De T,uyuty só . e ouvia, em consequencia <strong>do</strong> vento, o troar <strong>da</strong> adilhari~.<br />

344<br />

Na boca <strong>da</strong> lagoa Piris estava o patacho I gaassú, que devia transmittir<br />

para o observatorio <strong>do</strong> Potrero Piris os ignaes convenciona<strong>do</strong>s<br />

entre o almirante e o general Poly<strong>do</strong>ro Jordão.<br />

Eram<br />

9 os signaes:<br />

N. 1. 11 esquadra 7,,"úwipiou, o ataq'ue de Cw'upaít!J;<br />

iI{. 2. w'upail'Y calou suas bale?"ias;<br />

N. 3. O exel'GÍlo começou o ataque;<br />

N. 4. C'/t'Y'upaity ti nosso:<br />

N. 5. Contém ~~m ataque geral;<br />

N. 6. ii{ossas forças voltaram eis s~tas '[Josições ante?"ío?"es;<br />

'v. 7. Seguem sob?"e Humclltá;<br />

N. 8. Alcançaram victoria;<br />

N. 9. O inimgio foge em debancla<strong>da</strong>.<br />

Como se vê, o general Poly<strong>do</strong>ro Jordão só podia fazer uma clemonstmção<br />

ener'gwa, ou um reconhecimento á viva força quan<strong>do</strong> o almirante<br />

transmittisse o signal n. 3 (o pxe?"cilo. começa o ataque) ou °<br />

n. 5 (convem wnataquege?"al).<br />

Entretanto, o unico signal transmitti<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra foi o n. 1:-a<br />

esq,uaclra p?'incipiOt~ o ataque de Ourupaity; (1) e, não haven<strong>do</strong> outro,<br />

acreditou-seque o troar <strong>da</strong> artilhal~ia significava apenas o bombardeamento<br />

feito pela esquadra e respondi<strong>do</strong> pelas baterias inimigas.<br />

O general Poly<strong>do</strong>ro Jordão apenas recebeu o seguinte aviso:<br />

« O patacho I guassu noticia que a esquadra começou o ataque de<br />

Curupaity.<br />

« Obset'vatorio <strong>do</strong> Potrero Piri, 22 de Setembro, 1866, ás 8 horas<br />

e 55 minutos <strong>da</strong> manhã.-(Assigna<strong>do</strong>) ALVA.RO JOAQUIM DE OLIVEIRA,<br />

i o tenente ele engenheiros. »<br />

Os seguintes <strong>do</strong>cumentos tornam mais claro este ponto:<br />

« Comman<strong>do</strong> em chefe <strong>da</strong> força naval <strong>do</strong> Brazil no Rio <strong>da</strong> Prata.<br />

-Bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> vapor Apa em frente a Curuzú, 6 de Novembro de 1866.<br />

« 111m. e Exm. Sr. marechal de campo Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca Quintallilha<br />

Jordão, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> lo corpo <strong>do</strong> exercito brazizileiro.<br />

« Satisfazen<strong>do</strong> ao desejo ,que V. Ex. manifesta em sua carta<br />

de 4 ào corrente, remetto a V. Ex. uma copia <strong>do</strong> roteiro <strong>do</strong>s 9 sigllaes<br />

(I) Os signaes eram fe.ilos por meio ele ~a1hQrdetcs e firma<strong>do</strong>s COlO 2 til'OS de<br />

c'llhâo. O galhardete de Slgn I fic'lVfI por bano de outro com 6 divisões longiturlinaes,<br />

yermelba e branC'I5. O igual n. 1 era vermelho com uma cruz brunc:!.


315<br />

que me lembrei orgauisal' para <strong>da</strong>r a V. Ex. noticia <strong>do</strong>s movimentos<br />

<strong>do</strong> 2° corpo de uOS N


346<br />

« C'omman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> l° corpo <strong>do</strong> exerdto brur.ileiro em operações<br />

no <strong>Paraguay</strong>. - Quartel-general em Tuyuty, 1:) de Setembl'O<br />

de 1866.<br />

« Confidencíal.<br />

« 111m, e Exm. Sr.<br />

» Na minha confidencial de 2'> <strong>do</strong> 111e I, pl'oximo pus'a<strong>do</strong> dei conta<br />

a V. Ex. <strong>do</strong> que. se havia resol viuo em llUa confacenci:'. que tivemos,<br />

os generaes <strong>do</strong>s execcitos aUia<strong>do</strong>s e o visconde de 1'aman<strong>da</strong>eé, no dia<br />

18 <strong>do</strong> mesmo meL:, úcerca <strong>da</strong>s operaçãe' cuntra o inimigo, as quae;<br />

deviam ser executa<strong>da</strong>s dentro de 15 ou 20 dia' <strong>da</strong>quella <strong>da</strong>ta.<br />

« Agoca, cumprin<strong>do</strong>-me continuar a pal'ticipar a V. Ex:. o que<br />

tem occorri<strong>do</strong> sobre o mesmo aS3umpto, [Jermitta-se-me tambem que<br />

algumas considerações eu faça ácerca <strong>do</strong> que se tem resolvi<strong>do</strong>.<br />

« Em miuha intima convicção nunca me pareceu vantajosa a separação<br />

<strong>da</strong>s forças brazileiras, deven<strong>do</strong> operar umas ne te exercito<br />

e outras com a esquadra sobre o rio <strong>Paraguay</strong>. Entretanto, sen<strong>do</strong><br />

esta divisão proposta, apoia<strong>da</strong> e in. ta<strong>da</strong> pele;. vi é~nde


34<br />

pl'etendia levar' 9.000 e tantos homens, deixandQ para que se unisse ao<br />

exercito sob meu comman<strong>do</strong> uma briga<strong>da</strong> com cerca de 700 praças de<br />

cavallaria, mas apea<strong>da</strong>s, por falta de cavallos, deu-se por fin<strong>da</strong> a conferencia,<br />

parecen<strong>do</strong> não ter havi<strong>do</strong> alteração no plano a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> na<br />

anterior.<br />

« Oumpria, portanto, accelerar os preparativos para o movimento<br />

projecta<strong>do</strong> afim de nrro espa~ar o prazo para elle marca<strong>do</strong>.<br />

« I O dia 29 de Ago 'to devia a força sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> barão<br />

de Porto-Alegre embarcar para os assaltos de Ouruzú e Ourupaity,<br />

achan<strong>do</strong>- e então acamparla nas immedia~ões de Itapirú,<br />

4: Nes h, Uypss' ua!.! algull! Ulovil I lit... s...!) 1•<br />

a lmha inimigll, e particnlarmelltlJ sobre a sua ali\, dircit1-. Escre-.-o eaas linhas ás )<br />

l10ras ela tarde, por ler-se tOl11a'lo esta delibemção já tarJe.<br />

« "ou, com a 1ll-1is disLincLft consic1oraçno e apreço.<br />

u De V. Ex. collega e amigo muito atl'~<strong>II</strong>Lo -Bal'éio de Pol'to-A leu,'e. »<br />

(:,)-cr Eorl! tIo npor Apa, no rio !'araguay, 3) <strong>do</strong> AgosLo tle I 'ü6.-Exll1. all1i~o<br />

e collega e ~r. g"neral Qllintallilha Jodão.-Temos a vista caosldll. pel:t a" )ica~'Uo<br />

dB111 em d scobál' tt fngll~Le." 'lue con .. ~nchnall1os atiraI' antes ~ hOLJtem li 1 2 noite,


348<br />

« Neste uitimo dia me communicou o barão de Porto-Alegre de<br />

bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> vapor Charrua, que naquella manhã tinha a esquadra transposto<br />

a linha de torpe<strong>do</strong>s, que se achava pouc') abaixo de CL1ruzú, e<br />

fôra descoberta por um pratico na occasião em que as aguas deixa~am<br />

fiuctuar algumas boias; que os ellcoura~·a<strong>do</strong>s <strong>da</strong> vangua:·<strong>da</strong>, Lúna Bw'ros<br />

e Ba'~ia, haviam á 1 J/2 hora <strong>da</strong> tarde rompi<strong>do</strong> o fogo <strong>contra</strong> a<br />

bateria de Curuzú, continuan<strong>do</strong> o bombardeamento às 4 horas e per~ebendO-se<br />

um incendio no campo contigua a essa bateria: que ao romper<br />

elo dia seguinte (2 de Setembro) seguiria para um ponto pouco abaixo<br />

<strong>da</strong> esquadra e ahi desembarcaria pa.ra fazer um reconhecimento, deven<strong>do</strong><br />

a esquadra atacar ao mesmo tempo Curupaity, e deixar um ou <strong>do</strong>us navios<br />

para bombarelear Curuzú (1).<br />

« O bareto dizia-me ser conveniente qUd por es·a occasiiLo eu fizesse<br />

um movimento de amea(~a ou de apoio, como me parecesse mais adequa<strong>do</strong>.<br />

« Esta carta <strong>do</strong> barão só foi por mim recebi<strong>da</strong> no dia 2 <strong>do</strong> corrente<br />

depois de meio di,1..<br />

« A essa mesma hora e dia recebi commun~cação <strong>do</strong> visconue de<br />

Taman<strong>da</strong>ré, escripta as 8 horas <strong>da</strong> manhã, de qne os encouraça<strong>do</strong>s tinham<br />

transposto a linha de torpe<strong>do</strong>s anteriormente mergulha<strong>do</strong>s pelo inimigo<br />

para estorvar a rassag-em <strong>da</strong> nossa ésquach a, e que o 2" corpo <strong>do</strong> exercito<br />

e..tava prestes a eífectuar o seu desembarque (2).<br />

e -na<strong>da</strong> temos podi<strong>do</strong> ele cobrir. O que, porem, niio se faz em dia de Sania Luzia, faz-se<br />

em outro dia. Peço portn.nto a V. Ex. que hoje :i 1/2 noite se lancem <strong>do</strong>us fogneles nos<br />

ponL s ulais aV:lnçl<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s nossas forç;j~. A cSlluadra ruspollL1erá com foguetes lança<strong>do</strong>s<br />

na frente, centro e pelo navio estaciona<strong>do</strong> l1a laeroa Piris. b1romctro coutiuúa balxau<strong>do</strong>,<br />

e aLé anlllllhiL t'lrelllOS tormenLa, e para eviLar que ella cause agora a Illesma<br />

avaria CJue soJfrcu a fOI'


349<br />

« Tambem no dia 2 me commuUlcara o conselheiro Octaviano alguns<br />

detalhes (1) sobre o movimento <strong>do</strong>s navios <strong>da</strong> esquadea; que ó ao m"io<br />

dia começara aquelle desembarque, e que o almirante Sl) prepat'a,va para<br />

subir até Curupait,}"' Esta comnnmicaçi:'\o foi igu&lll16nte rec~bi<strong>da</strong> na tard<br />

<strong>do</strong> dia '2,<br />

« A' 2 horas <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> seguinte ehegou a minha barraca um<br />

proprio envia<strong>do</strong> pElIo conselheiro Octaviano, trazen<strong>do</strong>-me ain<strong>da</strong> alguns<br />

pormenores, escriptos, uns, as 7 horas, e outros as 1l <strong>da</strong> noite <strong>do</strong><br />

mesmo dia 2, pelus quaes fiquei saben<strong>do</strong> que às 3 horas <strong>da</strong> tarde estava<br />

desembarca<strong>da</strong> to<strong>da</strong> a força <strong>do</strong> barão, (2) achan<strong>do</strong>-se a sua va'Jguar<strong>da</strong>,<br />

(1) « 2 de Setembro.-Ao romper <strong>do</strong> dia, aos primeiros tiros eh esquadra, levantal'ilm ancora<br />

os transportes, e subimos até abaixo de Curuzú. C'llcula-se que estaremos como llu<br />

a 2 milhas. Aqui fez o Apa si~nal de pam<strong>da</strong>. A's 10 chegou o alll1iranL e conferen '1011<br />

com o barão. Ten<strong>do</strong> cu traziao um <strong>do</strong>s passa<strong>do</strong>s que se me mostrára mais sario c<br />

intelligente, mandei-o par~ bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> Chan'ua tis ordens <strong>do</strong> bi1rão. Com effeilo ess'<br />

moço nos deu excellentes indica ·ões. Poe\i·l.-se subir mais nté UI11 rinchuelo fun<strong>do</strong> 'lu<br />

nos coUocaria m'tis perto <strong>do</strong> inimigo; mas o Etchebarne que foi son<strong>da</strong>r o pa so, iechlrOU-:l<br />

perigoso por um torpê<strong>do</strong> que está lN embocadura, e para cujo desvio será nec sSflrio<br />

tempo e protecção de navios m··nores. Eutão resolveu-se o desembarque aqui mesmo.<br />

Fez-se siguaI aos v"pores para se che~arem, mas os transpol·tes tOm vin<strong>do</strong> Jentamente,<br />

por9.ue embora o rio seja flm<strong>do</strong>, to<strong>da</strong>VIa só temos segm'anç'l <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Cb co e os<br />

praticos têm recei1<strong>do</strong> algum compromeitimento. Só agorl1. (meio dia) começa o desembal·que...<br />

Já tivemos feri<strong>do</strong>s em um <strong>do</strong>s encouraça<strong>do</strong>s. O almirante se prQl)am pan<br />

subir a CUl'llpaity. O Etchebarne e o Silveira <strong>da</strong> Mota (êm si<strong>do</strong> incanslweis e presta lo<br />

gran'l~s serviç"s. Antes de começar o desemb1rque tres c'lnboneiras vaI' jaram o matio.­<br />

121/2 ho1'


350<br />

sob o comman<strong>do</strong> .<strong>do</strong> brigadeiro Fontes, já engaja<strong>da</strong> em fogo, ignoran<strong>do</strong>- e,<br />

entretanto, os detalhes, mas ob ervan<strong>do</strong>-se que tinha ce sa<strong>do</strong> o fogo <strong>da</strong><br />

bateria de Curuzú. Que a cavallaria, porém, não ti~ha podi<strong>do</strong> avançar<br />

(o barJo tinha leva<strong>do</strong> 100 e tantos homens monta<strong>do</strong>s) porque o fogt.><br />

posto pelo inimigo vinha ala tran<strong>do</strong> até a margem <strong>do</strong> rio.<br />

« Dizia mais o conselheiro Octaviano que o barão ao despedir-se<br />

deUe lhe pedira me communicasse, que no clia seguinte continuaria a<br />

operar, e que presumia naquella occasião ql18 a~ forças ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

brigadeiro Fontes estavam já engaja<strong>da</strong>s ·em fogo.<br />

« Noticiava ain<strong>da</strong> o c0nselheiro Octaviano que o~ encouraça<strong>do</strong>s tinham<br />

esta<strong>do</strong> bombardean<strong>do</strong> Curupaity, e qOle o Rio ele J a,le;ro tinha i<strong>do</strong> a<br />

. pique instantaneamente, victima de <strong>do</strong>us torpê<strong>do</strong>s na noite anterior.<br />

« Com e:>ta communicação recebi uma carta <strong>do</strong> barão de Porto AlegTe,<br />

escripta ás 6 menos um quarto <strong>da</strong> tarde, (I) na qual me dizia pouco<br />

mais ou menos o mesmo que me noticiára o conselheiro Octaviano,<br />

lledin<strong>do</strong>-me, porem, que fizesse chegar esses acontecimentos ao ccnhecimento<br />

<strong>do</strong> general Mitre, e accrescent.an<strong>do</strong> que a POSiÇão em que estava,<br />

unica que tinha podi<strong>do</strong> descobrir, era mi, porque podia ser ataca<strong>do</strong> pelos<br />

flancos e retaguar<strong>da</strong>.<br />

« Com eife!to cOl11l1luniquei ao general 1itre as n,)ticias que acabo<br />

de referir. Ora, sem entrar na analj':>B <strong>do</strong>s factos menciona<strong>do</strong>s em to<strong>da</strong>s<br />

aquellas noticias. e,ltendi que o lle. embarque <strong>da</strong> força <strong>do</strong> barão e o<br />

ataque de CUl'UZU tinham si<strong>do</strong> feitos sem um reconhecimento previa <strong>da</strong>s<br />

respectivas posições, e que a esquadra parecia na<strong>da</strong> ter adianta<strong>do</strong> j.<br />

semelhante respeito.<br />

« o dia 3 pela manhã mandei fazer pela esquer<strong>da</strong> e pelo centro<br />

<strong>da</strong> no sa linha um movimento .'ob:e as po~i';ões fronteira'> <strong>do</strong> inimigo,<br />

sem comtu<strong>do</strong> determinar um 1:ltilfJ.ue po, itivo, porque r:conheço a difficuI<strong>da</strong>de<br />

que elle traria snlJre trincheiras artilllarlas com peças de gl'OSSO<br />

calibre.<br />

(1) « Exm. Sr. conselheil',l Polydrn·o.-C'Lll1PO as G nHlIlO~ l/b e11 tarde de 2 <strong>do</strong><br />

Sétombro de 1 66.-1\ posição em quo stou. o <strong>II</strong>nün que puu dcscúbrir, é nü, porrjllo<br />

I osso ser ataca<strong>do</strong> pejos f"\ancos o r taguanltt. O fort.e cle CIFUZÚ disla lla'lui 8 Cjltad1',1s.<br />

S~l'1. arliUnria alcall~a-nos. Já perdi 3 homens, o Li\" 8 r ri<strong>do</strong>s, son<strong>do</strong> UUI elestes um:<br />

Cl


351<br />

« Desse movimento resultou, que pelo la<strong>do</strong> no banha<strong>do</strong>.' <strong>da</strong> Lagoa<br />

Piris fos'e morto 1 homem <strong>do</strong> piquete inimigo e arrebanha<strong>do</strong>s '25 cavallos<br />

muito magros que pasta~'am na proximi<strong>da</strong>de de e piq1.1ete, e bem a sim<br />

que na divisão <strong>do</strong> brigadeiro Argollo, que tambem conCOrl"U para aquelle<br />

movimento, por outro ponto, ti, essemo 10 homen feri<strong>do</strong>s, enuo 1 mortalmente:<br />

não ~e p.oden<strong>do</strong> calcular a per<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo por ter-se conseTva<strong>do</strong><br />

dentro elas suas trincheira<br />

({ Nesse mesmo dia tl'es commllnicações me fez o vi c nde de Taman<strong>da</strong>ré:<br />

na pl'imeira (1), sem designar a hora e:11 que foi escripta, dizia-m<br />

que desde as 7 ./2 hOl'as <strong>da</strong> manhã o 2 corpo ele exercito havia toma<strong>do</strong><br />

as bateria de Curuzú, que tinha as sua aYança<strong>da</strong>~ obre CUl'upait·,<br />

e que a artilharia cleixa<strong>da</strong> em nosso po er COlbtava de 1 peça de 68,<br />

2 de 32, 8 de bronze de calibres pequenos e 1 dA 12.<br />

({ Dizia mais que tinhamos tambcm encontl'a<strong>do</strong> caixa de <strong>guerra</strong>,<br />

bandeiras e armas; que fora um completo triumpho; e que a no sa per<strong>da</strong><br />

montava a 500 homens entOre mortos e feri<strong>do</strong>.<br />

({ A outra communicação, e"cripta ás 5 hOl'a <strong>da</strong> tarde (2), dizia que<br />

não havia novi<strong>da</strong>de, que nossas forças occupavam Curllzú; que nosos<br />

descobri<strong>do</strong>re tinhaUl ilo ate ás proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s trincheira de Curupaity,<br />

N<br />

<strong>da</strong>s quae di tavam 8 quadras as nossas avanç~<strong>da</strong>':i' que o inimigo deixava<br />

yer força bastante para obsel'val' a no. SD." qu recebêra uma carla<br />

<strong>do</strong> general :\litl'e e ficavam inteil'a<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que se pretendia fazer na<br />

manhã <strong>do</strong> elil?, 4; e finallllente, que trataria o barão de secun<strong>da</strong>r os<br />

movimentos annullcia<strong>do</strong>s.<br />

« Ora, o gene..al Mitre annunciava ao barão ele P a<strong>do</strong>-Alegre que<br />

no dia -b ao romper d'alva a'ossa cavallaria, comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo general<br />

Flore", faria um reconhecimento pela nOS5a c1iruita sobre a extrema<br />

e quenla <strong>da</strong>" linhas inimiga,>, convin<strong>do</strong> que a fÜl'ça <strong>do</strong> barão, por sua<br />

parte, fizesse alguma demonstração no ponto em que se achava,<br />

« Na terceira communicação, feita as 11 hora <strong>da</strong> noite <strong>do</strong> mesmo<br />

(1) Bord~ elo Vãp r Vol!mtd'1'io <strong>da</strong> Patj'ia proxim n CurUpalty, 3 de Setc'nbl'o ele 1 GG.<br />

-Desde as 7 <strong>II</strong>'}, <strong>da</strong> ma"llã o 2 0 CJl'IJo <strong>do</strong> ex.;rcit'l t m u as bal,;rias (L Curuzú e tem<br />

suas aV'1nçad IS sobra oLlr"paity, ,\ artilharia ficou em noss poder. onst L de 1 peça.<br />


352<br />

dia 3, me di se o visconde de Taman<strong>da</strong>ré (1) que o inimigo tl1abalhava<br />

na malta fronieira ao 2° corpn <strong>do</strong> exercito, e que se suppunha empregava<br />

muita gente pela grandê bulha que se observava; que o fogo <strong>da</strong><br />

esquarlra, nessa noite tinha ti<strong>do</strong> por fim perturbar o proseguimento<br />

<strong>da</strong>queUe trabalho, fazen<strong>do</strong> ao inimigo o maior elamno passiveI; que<br />

ascendia a 800 o numero <strong>do</strong>s ferielos que tivera o 2" corpo, e, finalmente,<br />

que, e haviam conta<strong>do</strong> 463 <strong>Paraguay</strong>os mortos, sen<strong>do</strong> elos nossos<br />

en<strong>contra</strong>elos somente 70 caelaveres<br />

« Pelas 5 horas <strong>da</strong> manhã de 4, paz-se em movimento pelo nosso<br />

flanco direito uma força ele cavaUar"ia com cerca de 2.500 homens,<br />

comman<strong>da</strong>ela pelo general Flores. Esta força, en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong> piquetes <strong>do</strong><br />

inimigo avança<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s suas trincheiras, dispersou-os, fazen<strong>do</strong>-os recolher-se<br />

á eUas. Foi recebi<strong>da</strong> com fogo de artilharia e foguetes á congreve,<br />

e fez depois um reconhecimento pelos caminho' e brejos elo nosso flanco<br />

direito. Concluiela essa (!)peração, occupou uma posição além <strong>da</strong>s nossas<br />

avança<strong>da</strong>s, onde permaneceo até á tarele. Fizeram-se 7 prisioneiros, paraguayos,<br />

e foram mortos mais ele 20.<br />

« Este movimento <strong>da</strong> cavallaria foi pl'otegielo por uma for.a de<br />

infantaria argentina, que tambem soffreu fogo de canhão sobre o esteiro<br />

fronteiro a uma parte· <strong>do</strong> entrincheiramento. inimigo. A força argentina<br />

pereleu 4 sol<strong>da</strong>clos mortos e 5 feri<strong>do</strong>s. Na força brazileira não houve<br />

prejuizo.<br />

« O inimigo parecia ter previsto o ataque, pois o esperava, declaranclo<br />

os prisioneiros que ha dias se achavam em alarma.<br />

« Toela e ta força recolheu-se ao anoitecer.<br />

« TO dia 5, achan<strong>do</strong>-me inquieto pelas noticias que havia recebi<strong>do</strong><br />

acerca <strong>da</strong> má posição em que estava o barão de Porto-AlegN, resolvi,<br />

de accor<strong>do</strong> com os generaes Mitre e Flores, ir ao acampamento de<br />

Cl1l'UZÚ, afim de conferenciar com o barão ele Porto-Alegre e o vis­<br />

~onde de Taman<strong>da</strong>ré sobre a continuação <strong>da</strong>s operações para o ataque de<br />

Curupaity, segun<strong>do</strong> o que antes .se tinha conco:r:<strong>da</strong><strong>do</strong>.<br />

« Com efi'eito, embarcan<strong>do</strong>-me na manhã desse dia, alli cheguei<br />

pelas 1 \ 1/2 horas, e, conferencian<strong>do</strong> com o barão e o visconde, em<br />

presença <strong>do</strong> conselheiro Octaviano, trouxe por escripto a opinião <strong>do</strong><br />

(I) li 1836-3 ele ctembl'o, 11 horas el·, noiLe.-O inimigo trabg,lha m\ l11atta fron·<br />

teh'a ao 20 corpo <strong>do</strong> exel'cit , e suppõe-se que emprega muita gente pel·. gmnde bul)Ht<br />

que faz.<br />

li O f Il'lJ <strong>da</strong> esquadra teye por fim pertmbar que prosigull1 nosse trabalho, e<br />

fazer-lhe tod~ o <strong>da</strong>mno pos~ivel.:<br />

« Ascen le ll. SOO o numero <strong>do</strong>s ftlri<strong>do</strong>s que teve hoje o 20 corlJO; os quaes tem<br />

i<strong>do</strong> panl Conieutes no Eponina, 16 de Abril, Onze de Junho e Marcitio Dias.<br />

li (Jantaram-se mortos 4.GB parag'llaYos : nossos só ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> en<strong>contra</strong><strong>do</strong>s 70 caclavere .<br />

« Na<strong>da</strong> mais ha fi not.iciar.-Viscollde de Taman<strong>da</strong>,·é. "


353<br />

mesmo general nos termo seguintes (I): « Que Q barão de Porto-Alegre<br />

« era de opinião (mas n>to exigia) que pela extrema direita <strong>da</strong> linha<br />

« <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s se fizes.,e um movimento de cavallaria, com a maior<br />

« força IJossivel, com a intenção de sustentar-se caso fosse preciso, ou<br />

« de penetrar atê Curuzú, afim de fazer jUllcção, haven<strong>do</strong> communicação<br />

« pl'évia <strong>da</strong> certeza e hora desse movimento, com as devi<strong>da</strong>!> cautelas,<br />

« sen<strong>do</strong> este movimento acompanha<strong>do</strong> por outro geral em to<strong>da</strong> a linha<br />

« para poder-se successivamente tomaI' Curupaity e Humait.à; e nes e<br />

« caso o barão faria uma demonstração <strong>contra</strong> CUl'upaity, ou iria além<br />

» se as circumstancias o aconselhassem. »<br />

« Estes movimentos propostos pelo barão tinham, quanto a mim)<br />

muita inexequibili<strong>da</strong>de, e ao mesmo tempo me pareceu que a força sob<br />

seu ~omman~o, na posiçãd em que se achava, não era sufficiente para<br />

tentar movimentos largos, não poden<strong>do</strong> mesmo affastar-se <strong>da</strong>s proximi<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong> esquadra, e tanto moais que ha algumas legua de distancia entre<br />

Curuzú e a extrema esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linhas inimigas, por onde teria de<br />

operar a nossa cavallaria, haven<strong>do</strong> mais a considerar a demora, incel'­<br />

teza e il'regulari<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s meios de communicação entre as força <strong>do</strong><br />

barão e as que se acham neste acampamento de Tuyuty.<br />

'« Neste mesmo dia 5 tinha eu deterll1ina<strong>do</strong> que uma força de 50<br />

homens de cavallat'ia, com 2 companhias de infantat'ia, incommo<strong>da</strong>ssem<br />

o inimigo pelo flanco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong>s nossas linhas, pl'ocuran<strong>do</strong> fazer um<br />

reconhecimento nos banha<strong>do</strong>s e terrenos proximos <strong>da</strong> Lagoa Piris, afim<br />

de verificar se algum passo havia pela extrema direita <strong>da</strong> linha<br />

inimiga, que ahi se apoia sobre uma lagoa denomina/la Chichi.<br />

« Desse reconhecimento resultou serem mortos 4 <strong>Paraguay</strong>os que<br />

se achavam n'um piquete avança<strong>do</strong>, e prisioneiro o sargento comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> mesmo piquete, poden<strong>do</strong>-se saber por este prisioneiro, que a<br />

extrema direita <strong>da</strong> linha inimiga está fortifica<strong>da</strong> e artilha<strong>da</strong>, haven<strong>do</strong><br />

além disto uma estaca<strong>da</strong> na Lagoa Chichi para difficultar o transito<br />

por um passo que só poderia ser pratica<strong>do</strong> por sorpreza no tempo <strong>da</strong>s<br />

aguas baixas.<br />

« Quan<strong>do</strong> nesse dia me retirei, com o almirante Taman<strong>da</strong>ré, <strong>do</strong><br />

acampamento <strong>do</strong> barão de Porto-Alegre para o vapor Apa, antes de<br />

(I) A opinião de PorLo-Alegre foi Il\llçad a lapi em uma folJla de papel pelo conselheiro<br />

Octaviano, e l'ecligiuf\ pelo nosso diplom1La na presença d:) <strong>do</strong>u: g


me despedir (le borJo apresentou-se alli um americano qUe" pOI' ordem<br />

<strong>do</strong> almirante tinha i<strong>do</strong> pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Chaco ver o que se passava nas<br />

baterias de Curupaity, dizen<strong>do</strong> que os <strong>Paraguay</strong>os estavam construin<strong>do</strong><br />

mais duas baterias em planos inferiores aos <strong>da</strong>quelles, e que trabalhavam<br />

com muita assidui<strong>da</strong>de. Ora, esse trabalho, augmentan<strong>do</strong> consideravelmente<br />

a defeza <strong>da</strong>quelle ponto, parecia-me que te~'ia de ser retar<strong>da</strong><strong>do</strong> ou<br />

interrompi<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> não obsta<strong>do</strong>, se a esquadra fizesse ao menos alguns<br />

tiros sobre os trabalha<strong>do</strong>res. Não ten<strong>do</strong>, porém, ouvi<strong>do</strong> deste acampamento<br />

tiro algum <strong>da</strong> esquadra, dirigi no mesmo dia 6 uma carta ao<br />

barão de Porto-Alegre, lembra n<strong>do</strong> a conveniencia de procl1rar-se pO!'<br />

meio de fogos <strong>da</strong> esquadra, offender o inimigo naquelles tral)alhos; e<br />

nesse mesmo dia me fez saber o barão que havia communica<strong>do</strong> ao almirante<br />

a minha opinião a tal respeito (1).<br />

« o dia 6 e seguintes' não me consta que <strong>da</strong> esquaura se fizes e<br />

fogo <strong>contra</strong> as baterias de Curupaity.<br />

cc No dia 7 o inimigo fez neste acampamento um forte bombardeamento<br />

sobre as nossas trincheiras defendi<strong>da</strong>s pela divisào <strong>do</strong> brigadeiro<br />

Argollo, no flanco esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong> nossa linha. Este bombardeamento foi<br />

respondi<strong>do</strong>, e <strong>da</strong> nossa parte tivemos a per<strong>da</strong> de 2 homens mortos ~ 2<br />

gravemente feri<strong>do</strong>s.<br />

« A's 7 <strong>da</strong> manhã <strong>do</strong> dia 8, o general Mitre reunio-se na minha<br />

barraca commigo e o general Fiores. Da discu ~ão nessa reunião resultou<br />

a acta cuja cópia inclusa envio a V. Ex. sob a letra A (2), e ten<strong>do</strong><br />

depois, mas nesse mesmo dia, o general Mitre receLi<strong>do</strong> <strong>do</strong> barãO ue<br />

Porto-Alegre urna carta, requisitan<strong>do</strong> 4.000 homens de infantaria brazileira<br />

para reforçar o 2° corpo <strong>do</strong> exercito na posição em que se achava,<br />

recebi tambem <strong>do</strong> mesmo barão a confidencial, cuja cópia envio sob a<br />

letra B (3), insistin<strong>do</strong> em um ataque simultaneo em to<strong>da</strong> a linha de<br />

operações, ataque que não teria de ser feito senão em occasião opportuna,<br />

depois <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de Ourupaity, como condição previa.<br />

«A' essa confidencial <strong>do</strong> barão respondi com a que envio por<br />

(I) Curuzú, 6 de Setembro de 1 66.-Exm. amigo e r. conse]}leirO. - Fico ~cientc<br />

<strong>do</strong> que V. Ex. rue communicou nesta <strong>da</strong>h !icerca <strong>da</strong> conferen ia que entre V. Ex. e<br />

o. Srs. generaes Mitre e Flores tivera hoje lugar abi, e que o pensamento de TI. EEx.<br />

será declara<strong>do</strong> por escripto.<br />

• (l Quanto ao vapOl' que precisam eu'! frent~ á lagoa. Piris, o almirante vai já pal·:t<br />

alh man<strong>da</strong>r um<br />

este campo.<br />

de <strong>guerra</strong>, no qual poderá o Sr. general Mitre vir, como tenciona, il<br />

(l Comrnuniquei 110 almirante a opinião de V. Ex. ácerca <strong>da</strong>s duas baterias que<br />

o inimigo construio ~baL'l:o de .urupaity, e estou cerlo que elIe procmnrá prevenir. o<br />

mal.que ~llas podemo callsar u este acamp'lmenlo. -Son, como 'ulllpre, com 1111l1l!1<br />

conslderaçao e npreço<br />

(l De V. Ex. camara<strong>da</strong> e amigo obriga<strong>do</strong>.-Barão dI!: POl·/o-A7I!:grl!:. »<br />

(2) Já reproduzimos este <strong>do</strong>cumento.<br />

(3) Já reproduzi<strong>da</strong>.


355<br />

rópia sob a letra C, a qual foi expedi<strong>da</strong> no dia 9, com a carta <strong>do</strong><br />

general Mitre, <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> tambem de 8, e cuja cópia remetto sob a<br />

letra D (1).<br />

« Pela communicação <strong>do</strong> barão de Porto-Alegre entendi que elle<br />

chegava a reconhecer que a posição <strong>do</strong> seu exercito não era vantajo.a,<br />

principian<strong>do</strong>-se assim a perder a illusão <strong>do</strong>s importantes movimentos feito<br />

pela esquadra de combinação com seu exercito; e não obstante ter<br />

eu de ficar defenden<strong>do</strong> to<strong>do</strong> este acampamento e nossas exten~as linhas<br />

com forças não avulta<strong>da</strong>s, dispuz-me a enviar ao barão uma briga<strong>da</strong><br />

de 2,000 homens, como lhe fiz ver pela minha confidencial <strong>do</strong> dia 9<br />

inclusa por cópia sob a letra E (2),<br />

« Preven<strong>do</strong> eu mais a necessi<strong>da</strong>de que teria o barão de murur:õe'<br />

de infantaria e dt' meios para transportaI-as, bem como a ua artilharia,<br />

no caso de ter de mover-se para occupar outra posiÇão, tratei de enviar-lhe<br />

6 carros rnanchegos completamente municia<strong>do</strong>s, e cem mula,<br />

como se vê <strong>da</strong> cal ta que no mesmo dia 9 lhe escrevi e' que por cópia<br />

envio sob a letra F.<br />

( A' I l/2 hora <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> de lO recebi uma confidencial <strong>do</strong><br />

barão de Porto Alegre, <strong>da</strong>1a<strong>da</strong> de 9, cuja cópia envio sob a letra<br />

G. (3).<br />

« As expressões dessa confidencial deixaram-me ver uma especie de<br />

resentimento no barão de Porto Alegre que foi para mim ba tante mai<br />

sensivel quanto até então nenhuma desintelligencia tinha occorri<strong>do</strong> relativamente<br />

ás operações que se preparavam, accrescen<strong>do</strong> que eu nenhuma<br />

sciencia tinha ti<strong>do</strong> àa chega<strong>da</strong> de vapore.' á Lagoa Piris, nem<br />

culpa de 'e ter retar<strong>da</strong><strong>do</strong> a entrega de meus officios e <strong>do</strong> mai a que<br />

se refere o mesmo barão,<br />

« Essa confidencial, porém, mais me persuadio de que o barão se<br />

achava em circumstancias não muito lisongeiras, quanto á posiçãO <strong>do</strong><br />

seu exercito~ e só as im se poderia explicar o estylo <strong>da</strong> mesma COllfidencial,<br />

ii. q!lal. respondi immediatamente com a que por cópia envio<br />

.'ob a letra H (4).<br />

« a tarde <strong>do</strong> dia 10 recebi outra confidencial <strong>do</strong> barão com relação,<br />

principalmen te, á acta <strong>da</strong> conferencia que tiVtllllOS, os generaes<br />

Mitre, Flores e eu, na manhã de 8 <strong>do</strong> corrente, e a carta de 'litre<br />

(1) To<strong>do</strong>s e 'lus <strong>do</strong>cum nlos r'lmnl repl'oduzi<strong>do</strong>s já.<br />

2) Tl'i1l1scripla anL ~.<br />

3) Vit!, esle UOCllDIClllo 0111 ll'Il1 <strong>da</strong>s lJ'tg'dlUS prcco,hJ<strong>II</strong>L'Js,<br />

(l' J li. plllllica<strong>da</strong>,


356<br />

ao mesmo barão, <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> tambem de 8 (A e B) (1) e então me certifiqüei<br />

de que o resentimento ou susceptibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> barão provinha <strong>da</strong> materia<br />

conti<strong>da</strong> nesses <strong>do</strong>us <strong>do</strong>cumentos.<br />

« Na mesma occasião recebi uma confidencial <strong>do</strong> conselheiro Octaviano,<br />

igualmente <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de 10, referin<strong>do</strong>-se ao comman<strong>do</strong> que se suppunha<br />

ficar ten<strong>do</strong> o general Flores n'este acampamento durante a ausencia<br />

<strong>do</strong> general Mitre (2).<br />

«Junta envio a V. Ex. sob n. i e '2, cópias dessas duas confidellciaes.<br />

A' <strong>do</strong> conselheiro Octaviano respondi com a que envio sob<br />

n. 3; (3) á <strong>do</strong> barão de Porto Alegre, porém, ain<strong>da</strong> não respondi e<br />

talvez me guarde para a contestar quan<strong>do</strong> tiver de me defender de<br />

alguma accu ação formal perante a autori<strong>da</strong>de competente.<br />

« Terminan<strong>do</strong> aqui esta minha exposiç,ão, peço a V. Ex. desculpa<br />

de ter si<strong>do</strong> tão minucioso n'ella, devi<strong>do</strong> isso ao desejo que tenho de<br />

que seja bem transparente o meu procedimento na pesa<strong>da</strong> commis ão em<br />

que me acho.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

K IUm. e Exm. Sr. conselheiro Angelo Moniz <strong>da</strong> Silva Ferra?, minisLro<br />

e eCi etario de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negocios <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

« Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> F. Q. Jordão.<br />

« ~I


«Depoi de porfia<strong>da</strong> luta u tenta<strong>da</strong> pelo almirant Iara c n ­<br />

guir que no a~ arma e vi 'em li res d a infi1lencia qu~ de'de o com ~o<br />

d'esfa campanha entorpece a marcha glorio a ue nos o bravo, julO"a, t\ eUe<br />

que o tinhamo con,egui<strong>do</strong>, e e~ta persua ão 6 durou o tempo em qu<br />

nos a força obtiveram uma completa VIctoria obre o inimigo em 'urulú.<br />

« Venci<strong>do</strong> este pdmeiro degrão <strong>da</strong> e ca<strong>da</strong> que no deveria I vai'<br />

por Ourupaity a Humaitá e A' umpção to<strong>do</strong> deveriam e peral' que<br />

aproveit


358<br />

pal'a ficar esta força habilita<strong>da</strong> a atacar Curupaity desassombra<strong>da</strong>mente,<br />

como para bater o inimigo pela retaguar<strong>da</strong> nas fortificações que tem em<br />

frente <strong>do</strong>s exercitas allia<strong>do</strong>s. Accrescentou que Flores faria uma orti<strong>da</strong><br />

pela esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo para tentar hàstilisal-o quanto pudesse, e 11<br />

não ser passiveI conseguir vantagens, regressaria a seu posto;. que 1>0­<br />

ly<strong>do</strong>ro ficaria comman<strong>da</strong>n<strong>do</strong> as for{:a~ (aqui foi por nnura;, mas não<br />

falIou <strong>da</strong> su I vin<strong>da</strong> durante mais <strong>da</strong> duas horas que conversou com o<br />

almirante e com o general em chefe <strong>do</strong> 2° corpo.<br />

« Logo que elIe se retirou, o visconde de Taman<strong>da</strong>ré combinou<br />

com o barão de Porto-Alegre na conveníencia de se lhe pedir uma<br />

clara explicação sobre se eUe viria ou não comm an<strong>da</strong>r em chefe, mostran<strong>do</strong>-lhe<br />

o desar que 'd'isto resultaria ás nossas forças.<br />

«Porto-Alegre assim o fez, e no dia 8 recebeu Mitre a carta.<br />

« A' ~ houve magno conselho no campo, e a 10 respondeu filitre<br />

em cartas a Porto-Alegre e a Taman<strong>da</strong>ré, dizen<strong>do</strong> que não havia<br />

razão alguma para se mostrarem sénti<strong>do</strong>s, e (eu-lhes conhecimento <strong>da</strong><br />

acta <strong>da</strong> reunião que tiveram no dia 6, em que se resolveu a vin<strong>da</strong><br />

d'elle para a frente d'esta força, fican<strong>do</strong> Flores dirigin<strong>do</strong> o outro exercito<br />

ate que deixasse aquelle acampamento, em cujo caso ficaria Poly<strong>do</strong>l'O<br />

comman<strong>da</strong>n<strong>do</strong> em chefe as forças qne alli ficavam que era só o<br />

seu exercito e a artilharia pesa<strong>da</strong> argentina.<br />

« Esta deliberação nilo podia ficar sem a mais cabal desapprovação<br />

por parte <strong>do</strong> visconde e <strong>do</strong> barão, e o conselheiro Octaviano t0mou<br />

n'ella igual parte.<br />

« Em consequencia, dirigio Porto Alegre tuna muito poli<strong>da</strong> cal'ta<br />

a litre, li'ongean<strong>do</strong> seus meritos e e timan<strong>do</strong> 'ua vin<strong>da</strong>, mas mostran<strong>do</strong><br />

o desar que se irrogaria ao Braúl, fazen<strong>do</strong> com que seus generaes<br />

ficassem subordina<strong>do</strong>s a generaes estrangeiros nos <strong>do</strong>u.-' logares em que<br />

operavam, e concluia protestan<strong>do</strong> por ,'i e pelo a.1mirante <strong>contra</strong> i 'to.<br />

O almirante additou ao officio esta declaração: - cc Protesto <strong>contra</strong> à<br />

« posição secun<strong>da</strong>ria a que no plano de operações se reduzir am os ge­<br />

« neraes bmzileiros comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s <strong>do</strong>u exercitas.»<br />

« Quan<strong>do</strong> se <strong>da</strong>vam .estes passos para demorar a continuaçãO de<br />

nossos tl'iumphos, D. Solano Lope~ escreveu a Mitre, pedin<strong>do</strong> uma entrevista<br />

pessoal, isto no dia 10, ii. tarde; mas o pal'lamenta-rio só foi<br />

recebi<strong>do</strong> no dia 11, e no dia 12 teve lagar essa entrevista.<br />

« Mitre achou Lopez amavel e fino. Este fallou-lhe em senti<strong>do</strong><br />

republicano e ele visinho, <strong>contra</strong> o Brazil: di e de ajar a paz, porém,<br />

com seu man<strong>do</strong> perpetuo, e como lhe respondesse aquelle que sua re­<br />

-t!I'él:dq ~ra condi


Pat'aguay em uma tumba, ante.<br />

Leandro Gomez.<br />

359<br />

<strong>do</strong> que annuit, a i. to. Teremos. egun<strong>do</strong><br />

« Lopet desejou fallar aos generaes allia<strong>do</strong>s: l'oly<strong>do</strong>ro não quiz ir<br />

vêl-o, porem Flores foi. Contam que Lopez exprobrára a este :lua<br />

alliança com o Brazil, visto como €lUe Lopez só nos fazia a <strong>guerra</strong><br />

para evitar que o Brazil escravisasse sua patria.<br />

« Flores, dizem, que se irritou muito com isto, e que lhe rep1icára<br />

que ninguem mais <strong>do</strong> que elle pugna 'pela' independencia <strong>do</strong> seu paiz,<br />

e que o Brazil era o seu melhor amigo, e estava seguro <strong>da</strong> leal<strong>da</strong>de<br />

com que o protegia, e que as instituições liberae. <strong>do</strong> Im pe<strong>do</strong> valiam<br />

mais <strong>do</strong> que as <strong>da</strong>s visinhas republicas.<br />

« flontem á noite afinal (13) chegou Mitre, e teve uma conferencia<br />

com O almirante e o conselheiro Octaviano, <strong>da</strong>s 9 ás 11 1/2 <strong>da</strong> noite.<br />

Procurou por to<strong>do</strong>s os meios convencêl-os de que na<strong>da</strong> havia de offen ivo<br />

á nossa digni<strong>da</strong>de em tu<strong>do</strong> o que se tinha passa<strong>do</strong> em sua resolução<br />

no conselho de generaes, e que tu<strong>do</strong> estava no mais perfeito accor<strong>do</strong><br />

com o trata<strong>do</strong> de alhallça.<br />

« O almirante repellio formalmente esta asserções; mostrou-lhe<br />

que sua vin<strong>da</strong> para tirar o comman<strong>do</strong> em chefe a Porto Alegre quan<strong>do</strong><br />

este acabava de obter o maior triumpho desta campanha, não podia ser<br />

considera<strong>da</strong> sinão como receio de que este general continuasse por si só a<br />

obter outros triumphos, desliga<strong>do</strong> de sua influencia. Octaviano tomou<br />

parte forte, porém, com a uavi<strong>da</strong>cle diplomatica; e Mitre declarou que<br />

estava prompto a desfazer a acta <strong>do</strong> tal plano de operações, se Taman<strong>da</strong>re<br />

e Porto-Alegre retirassem os protestos, e, a não quererem<br />

isto, que elle <strong>contra</strong>-protesta<strong>da</strong>.<br />

« Como assim se desfizesse a indigni<strong>da</strong>de de se converterem os<br />

generaes brazileiros em subditos humildes de S. Ex., annuiram a isto<br />

o almirante e o conselheiro Octaviano.<br />

« O almirante deu esta manhã parte a Porto-Alegre .. »<br />

A carta passa a tratar de outros assumptos.<br />

\lo<br />

* *<br />

Os 81'';. Lewis e Estra<strong>da</strong>, traductores <strong>da</strong> obra ele Tompson, tantas<br />

vezes cita<strong>da</strong> pelo autor e por nus (LA GUERRA DEL PARAGUAY, por Tompson<br />

-Anota<strong>da</strong> y aumenta<strong>da</strong> con tm apendice en que se re(tttan. algwws<br />

aprer.iaciones del aulor.-Buenos Aires. 1869) consagraram ao revéz<br />

de Curupaity uma extensa nota, que reproduziremos aqui com ligeiras<br />

rectificações, porque os <strong>do</strong>cumentos anteriormente publica<strong>do</strong>s oastam para<br />

que o leitor possa formar. o ~eu juizo.


360<br />

Eis a nota em questão.<br />

« Como eI ataque de Cllrupaity ha <strong>da</strong><strong>do</strong> lugar á tantos comentarias<br />

vamos á recopilar aIgunos <strong>da</strong>tas, desconoci<strong>do</strong>s hasta hOJ, que<br />

colocan la cuestion en su ver<strong>da</strong>dero punto de vista, y, levantan<strong>do</strong><br />

cargos injustos, arl'Ojan una vercladera luz sobre aquel acontecimiento.<br />

« En la Junta de Guerra (1) de 16 de Agosto de 1866 y la complementaria<br />

deI 28 de mismo, se decidió el ataque de Curupayty, que,<br />

como lo dice eI Sr. Thompson, era un punto hábilmente eseúji<strong>do</strong><br />

por las ventajas que podria reportarse de la posiciono El jeneral<br />

Mitre ~e decidió por esta idea. que modificaba su primitivo pensamiento<br />

porque, faltàn<strong>do</strong>le caballo para realizarIa por la derecha de Tuyutí (2),<br />

(1) Veja-se os <strong>do</strong>cumentos que publicamos sobre as ,Tuntas de Guerra de 18 (e não lG)<br />

e 23 de Agosto de 1906. .<br />

('~) A irléa de um ataque pela


361<br />

queria, uma vez siq uiera, aprovechar los caballos de vapor de la e cuacll'a<br />

brazilera (1).<br />

« PMto Alegre, á c nse uencia de la Junta de Guerra de que<br />

hemos habla<strong>do</strong>, recibió deI jeneral eu jefe la órden y el plan de atacar<br />

á Curupayty (2). EI baron pidió solo 5,000 hombre~ para la operacion,<br />

pera el jeneral en jefe le or<strong>do</strong>nó llevara 8,000 (:3) Y e ta e una<br />

rectificacion aI senor Thompson que supone un numero de fuerzas muy<br />

snperior. Sea por falta de perícia ó por falta de la escuadea, Porto<br />

Alegre se conteutó con tomae á Ourl1zú, aunque, segun paeece, Ol1rupaity<br />

estaba casí de, guameci<strong>do</strong> y habria cai<strong>do</strong> facilmente en su<br />

poder (4). Decimos por falta de pericia, y de la escuadl'a, porque Por;o<br />

Alegre y su ejército se batierou gallar<strong>da</strong>mente en aquel dia.<br />

« Es pues evidente, que Ourupaity no cayó eu nuestro poeler, porq ue<br />

no .se ejecutó el plan acor<strong>da</strong><strong>do</strong>. Tomán<strong>do</strong>l0 el dia 3, cuan<strong>do</strong> 8e triuufó<br />

eu Curuzú, se habria ahorra<strong>do</strong> el ~n.crificio ele millares de vi<strong>da</strong>s (5) I<br />

pues, corta<strong>do</strong> el enemigo, supliamos en ciel'to moela la falLa de cabal­<br />

Ie<strong>da</strong> porque nuestras columnas pOl' su po icion, le ameuJzaban la retaguardia,<br />

"J' su pêrdi<strong>da</strong> habria si<strong>do</strong> irremediable.<br />

« Pasemos ahora aI ver<strong>da</strong>dero ataque de Ourupa;ity.<br />

« Antes de to<strong>do</strong>, debemos decil' que la idea de atacar a OurupaitJT,<br />

sobre to<strong>do</strong> despues de haber perdi<strong>do</strong> la oportuui<strong>da</strong>d deI dia 3, no fuê<br />

deI jeneral Mitre, que desde la batalla deI 24 de Mayo insistia eu<br />

operar sobre la retaguardia deI euemigo, flanquean<strong>do</strong> sus lineas por<br />

nuestra derecha. Esta operacion habria produci<strong>do</strong> un triunfo rapi<strong>do</strong> y seguro<br />

segun los <strong>da</strong>tos deI mismo snor TholUllson. La ocupacion de Ourupait<br />

(1) São iujustos para com a esquadra brazileira os commentll<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Thompson.<br />

Essa esquadra, com a victoria <strong>do</strong> Hillchuelo, salvou Buonos Aires de um insulto; em<br />

Corriontes protE geu as tropas de Paunoro, o no Passo d!l PaLria tornou possivel o<br />

desembarque <strong>do</strong>s exercitos allia<strong>do</strong>s e a invasão <strong>do</strong> territorio inimigo. (lOS cavalLos de<br />

vapor <strong>da</strong> esquadra brazileira " prestaram, pois, mais de um serviço aos nossos alJia<strong>do</strong>s,<br />

e, se não fossem eltes, o general Mitre não teria meios para transportar até Ouruzú<br />

as forças argentinas ~lie foram atacar Curupaity.<br />

(2) O que os annota<strong>do</strong>l'es de Thompson chamam plano de ataque {; a nota de<br />

18 de Agoslo, já publica<strong>da</strong> á pago 30 d'este Appendice. Como o general Porto Alegre « rocebeu<br />

a ordem e o plano » pôde-se ver pela resposta deste, de 20 de Agosto (pag. 310<br />

d'este Appendice). '<br />

(3) Pela nota ele 18 de Agosto, de Mitre. e resposta. de .20 <strong>do</strong> ,mesmo moz, <strong>do</strong><br />

Porto Alegre verá o leitor que deu-se justamente o <strong>contra</strong>no dlSS0. Mitre nllo of-deflOU<br />

fi Porto Alegre que levasse 8.000 homens; este (oi que cummunicou áquelle que nãu<br />

levaria 5.000, mas sim 8.390.<br />

(4) O proprio genf'ral Mitre reconheceu dias depois que para atacar Curupaity eram<br />

necessarios de 18 a 20.000 homens. Se Porto Alegre avançasse com os 7.00l que liJe<br />

restavam depois <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de Curuzú seria ataca<strong>do</strong> por 14 ou 16.000 <strong>Paraguay</strong>os.<br />

15) A leitura attenta <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos e infllrmações publica<strong>do</strong>s an~riormente mostra<br />

que o erro não foi deste ou <strong>da</strong>quelle general, mas de to<strong>do</strong>s, por nllo conhecerem o<br />

terreno em que operavam e os recursos <strong>do</strong> inimigo. .. .<br />

Se em principios de Setembro se fizesse o que o general Abtre qUlz fazer depOIS,<br />

não sofi'reriamos o revez de Ourupaity.<br />

A 46<br />

.. ,.. , '


Ihabria gi<strong>do</strong> tambiên muy vBntajosa, pues eomo ya lo hemos dicho, toma<strong>do</strong><br />

aquel punto, el enemigo que<strong>da</strong>ba en una edUca posiciono<br />

~( A principios de Setiembre se reunieron e'n Junta de Guerra los<br />

jenerales: Mitre, jeneral en jefe; Flores, jeneral deI ejército oriental;<br />

y Poli<strong>do</strong>ro, jeneral deI 1or. cuerpo deI ejército bl'asilero. .;El jeneral<br />

Poli<strong>do</strong>ro manifest6 que, habien<strong>do</strong> pasa<strong>do</strong> á conferenciar con el baron de<br />

Porto Alegre y el almirante Taman<strong>da</strong>r, á fin de llevar à cabo el<br />

ataque de Curupayty, el baron de Porto Alegre habia formula<strong>do</strong> su<br />

opinion por escrito, que e~ta era (1): « Hacer un movimiento con la<br />

« mayor fuerza posible de caballe<strong>da</strong> por la derecha de los Alia<strong>do</strong>s, eon<br />

« la intencion de sustentar y, si fuera posible, penetl'ar hasta Ouruzú,<br />

« para re:l.1izar una junccion; que aI mismo tiempo se realizara uu<br />

« mOVlmiento geral en to<strong>da</strong> la línea, com el objecto de tomar á Tnyuti<br />

« y Humaitá; que realiza<strong>do</strong> esto, el haria un amago 6 un vercladero ataque<br />

« segun lo aconsejaran las circun~tancias. »<br />

« Comp se vê, Porto Alegre, que aI principio ~e contentaba CaD<br />

5,00Q hombres para tomar á Ourupaity, y se le man<strong>da</strong>ron 8,000, que<br />

despues pidi6 refuerzo y se le envi6 el resto de su division, lo que le<br />

<strong>da</strong>ba un ejército de 10,000 bombeei, vacilaba ahora cuan<strong>do</strong> el ataque<br />

era irremediable, si no se queria perder el honor y las ventajas obteni<strong>da</strong>s<br />

el dia 3. Los 10,000 hombres que teni'a le parecieron poco tambien,<br />

y pidi6 refuerzos á Poli<strong>do</strong>ro, êste se los neg6; entonces el jeneral MitL 1 e<br />

se decidi6 á concurriT con su ejército (2).<br />

« Pero Porto Alegro estaba desmoralisa<strong>do</strong>, y queria, como se ha<br />

visto, que el ejército de Tuyutí atacara las líneas


· 63<br />

« Despues de una larga discusion resolvió - lo Hacer un movimiento<br />

de caballeria, no solo por eI flanco sino tambien por la retaguardia deI<br />

enemigo, <strong>do</strong>minar la campana, provocar â la caballeria enemiga y batirla<br />

si po~ible fuera. La juncion propuesta por Porto Alegre fué considera<strong>da</strong>.<br />

impracticable. La idea de un ataque jeneral fué tambem rechaza<strong>da</strong>,<br />

por considerarse imprudente y perjudicial emprender <strong>do</strong>s ataques diverjentes,<br />

determinan<strong>do</strong> que el ejército de Tu)'uti se limitara á hacer una<br />

séria demostracion ó recollocimiento.<br />

« Para sacar aIgunas ventajas deI triunfo úbteni<strong>do</strong> por el 2 0 cuerpo<br />

brasilero eI 3 de Setiembre, se rasolvió formar en Curuzú un ejército<br />

de 20,OCO hombres, dejan<strong>do</strong> em Tuyutí 18,000. Se dete~minó igualmente,<br />

que la caballeria. alia<strong>da</strong>, à las órdenes deI jeneral Flores saliera por la<br />

derecha de nuestras lineas, cayen<strong>do</strong> sobre la retaguardia de] enemigo,<br />

con eI objecto ue cooperar aI ataque por la parte deI rio <strong>Paraguay</strong> ; que<br />

entonces el ejérci10 de la costa atacara á Curupaity, en combinacion<br />

c(m la escuadra, mientras la retaguardia de la fortificacion era amaga<strong>da</strong><br />

por nuestra caballeria, interceptan<strong>do</strong> eI camino de Humaitâ, con el objeto<br />

de provocar aI enemigo â una baialla tomán<strong>do</strong>lo por la espal<strong>da</strong>. Poli<strong>do</strong>ro<br />

debia permanecer á la defensiva, pero pronto á cooperar oportunamente<br />

por la derecha ó por eI frente de las lineas fortifica<strong>da</strong>s de los <strong>Paraguay</strong>os.<br />

Se acordó igualmente que eI jeneraI en jefe pasara á Curuzú á.<br />

conferenciar con el almirante Taman<strong>da</strong>ré y eI baron de Porto-Alegre. (1)<br />

« Esta conferencia se efectuó eI 7 de Setiembre.·<br />

« En la Junta de Guerra, que tuvo lugar eI 8 deI mismo mes, el<br />

jeneraI Mitre espuso eI resulta<strong>do</strong> de su conferencia, manifestan<strong>do</strong> que<br />

el baron y eI:almirante estaban de acuer<strong>do</strong> con eI plan formula<strong>do</strong> por la<br />

Junta de Guerra anterior. En la conferert'cia iieni<strong>da</strong> con estos jefes, eI<br />

jenepaI en jefe, consecuente con :!lU idea primitiva, habia opina<strong>do</strong> que<br />

la mejor operacioll eria llevar eI ataque á la retaguardia deI 6lnemigo,<br />

prescindien<strong>do</strong> de Curupaity, que eria deja<strong>do</strong> á la izquier<strong>da</strong>, y pasan<strong>do</strong><br />

por nuastra derecha, para caer deste luego sobre la retaguardia deI enemigo;<br />

(2) en esta reunion, como en la de Tuyuty, triunfó la idea de<br />

que era indispensable la ocupacion prévia de Curupaity. En este acuer<strong>do</strong><br />

Taman<strong>da</strong>ré ofreció la mas eficaz cooperacion de la escuadra, comprometién<strong>do</strong>se<br />

ele la manem mas fm'mal ci batir las fortificaciones ri tiro<br />

ele 'fnt!lralta, y, desU'Lti<strong>da</strong>s las bale~·in.s deI rio, ('olo('.01' sns buques en<br />

una posicion, desde <strong>do</strong>nde se enfilc/?'a la baleria de tieJ'ra; inutiliza?'<br />

to<strong>da</strong> la arttlleria y ua9'rer ó comover toelos sus defensores, para<br />

evita;' asi la efusion de sangre ele los asalfanles ; agregan<strong>do</strong>, que<br />

(l) Vej'l.-se a aet'l. publie:lcla antes.<br />

(2) lTão consh (la aela Semelhl\nte COllS>\.


364<br />

te1'1,ia elementos' mas que de sob'-a para 'Practicar lo que ofrecia.<br />

El jeneral en jefe, que sin du<strong>da</strong> creJ'ô en la promesa, despues de<br />

tanta seguri<strong>da</strong>d, debió sin embargo conservar ciertos temores, aunque<br />

vagos, porque hizo constar en el acta con la mayor minuciosi<strong>da</strong>d los<br />

ofrecimientos deI almirante: 'Famall<strong>da</strong>ré prometió tambien que, apenas<br />

toma<strong>do</strong> Curupait, marcharia s(,bre Humaita mientras las tropas de<br />

tierra lo atacaban por la' e.3paldâ. Esla última promesa ilemue<br />

tra hasta que punto dió esperanzas de su conducta, y, sobreto<strong>do</strong>,<br />

que las. seguri<strong>da</strong>des <strong>da</strong><strong>da</strong>s a Mitre y Porto-Alegre, sobre la manera<br />

como desempenaria su mision en el combate (l? que por otra parte era<br />

fácil de cumplir <strong>da</strong><strong>do</strong>s los elementos con que contaba) indujeron á ambos<br />

jenerales á crer, que cumpliria lo que espontaneamente les habia ofreci<strong>do</strong>,<br />

en cUJo caso la cai<strong>da</strong> de Curupaity" era índu<strong>da</strong>ble y el rie'go deI<br />

ataque insignificante. Porto Alegre insistió en que aI mismo tiempo que<br />

atacára à Curupaity, se atacaran tambien las lineas de Tuyuty; pera<br />

convenci<strong>do</strong> de la inconveniencia de esta operacion, se acordó, que Poli<strong>do</strong>ra<br />

amagaria las lineas de su frente, para evitar que el enemigo<br />

man<strong>da</strong>ra reservas a Cu rupaity.<br />

« Una vez que el jeneral Mitre manifestó à la Junta de Guerra,<br />

lo que habia conveni<strong>do</strong> con aI almirante y e1 baron de Porto-Alegre eu<br />

la junta deI dia anterior 7 de Setiembre, e -ta determinó definitivamente:<br />

loque e1 jenera1 en jefe con una iuerte columna arje"ntina, se trasla<strong>da</strong>ra<br />

à Curuzú para reforzar e1 ejército de Porto-Alegre y practicar<br />

e1 ataque- ~o que el jenera1 Flores con la caballeria alia<strong>da</strong>, amenazára<br />

la retaguardia deI punto asalta<strong>do</strong>, cortan<strong>do</strong> el camino de Humaitá­<br />

3 0 que Poli<strong>do</strong>ro hicic'ra una rnanifeslaGion end?-:jica por Tuyuty. (1)<br />

« Estas determinaciones fie la Junta deI dia 8, comenzaron à ponerse<br />

en ejecucion inmediatamente. El 12 de Setiembre, dia de la conferencia<br />

de los <strong>do</strong>s presidentes, varias diYisiones arjentinas estaban en la costa<br />

deI rio próximas à embarcarse para Curuzú, <strong>do</strong>nde desembarcaron e1 13.<br />

« Como se vê, e1 jeneral Mitre no tenia predi1eccion por e' ataque<br />

de Curupaity (2), sobre to<strong>do</strong> en estas circunstancias, y solo se<br />

adhirió a la idea por haber triunfa<strong>do</strong> en la junta y por las seguri<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong>s por Porto-Alegre, que debia conocer ó haber conoci<strong>do</strong> la posicion<br />

que tenia à su frente, y que asseguró aI jenel'a1 Mitre, «que si<br />

sus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s no hubiemn eslarf.o tan fatiga<strong>do</strong>s, habrian toma<strong>do</strong> las<br />

<strong>do</strong>s batel'ias el dia 3; »á lo que se agregan las protestas de Taman<strong>da</strong>rá,<br />

que segun su costumbre prometiô barreI' la costa con su escnadra,<br />

(1) Esta terceira conclusão não es lÁ. na acta.<br />

com<br />

(2) Veja-se o que ene escrevia em 8 <strong>do</strong> Setembro a I orto-Alegre, e o entbusiasmo ,<br />

que então fllllavl1> des a operação.


365<br />

pidien<strong>do</strong> solamente <strong>do</strong>s horas. Y ademas, porque en e tas circun tancias,<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> la falta de caballos y medios de mobili<strong>da</strong>d, era la única practicable,<br />

mucho mas contan<strong>do</strong> con el apoyo de la e cuadra<br />

«E~tanLlo reuni<strong>da</strong>s te<strong>da</strong>s las fuerzas el 14, se determinó que el<br />

ataque tendria lugar el 17. Los jenerales se reunieeon en 1 uampamento<br />

de Curuzú y se acordó definitivamente, que la e cuadra comenzaria<br />

el bombardeo aI amanecer, colocán<strong>do</strong>se, como lo habia prometti<strong>do</strong><br />

Taman<strong>da</strong>ré, à tiro de metralla de las baterias, (lua de pues de haber<br />

destrui<strong>do</strong> las de la costa, se colocaria en uu punto conveniente para<br />

barrer de enfila<strong>da</strong> las baterias de tierra, y que, cuan<strong>do</strong> Io<strong>da</strong> la artilleria<br />

estuviera de:>trui<strong>da</strong>, 6 la guarnicion com pletamente conmovi<strong>da</strong>,<br />

enarbolal'ia una bandera blanca y roja, que seria la senal para que<br />

las columnas arjentinas y brasileras se lanzaran aI combate.<br />

«Mitre y Porto-Alegre debieron retirarse plenamente seguros deI<br />

exito, porque si Taman<strong>da</strong>ré aprovechaba, como parecia di. puesto á hacerlo,<br />

la poderosa escuadea que tenia bajo us ordene, era impo'ible<br />

du<strong>da</strong>r de la victoria.<br />

« Amaneció el 17 de Setiembre y Bra ileros y Al'j ntinos se aprestaron<br />

aI ataque ocupan<strong>do</strong> las posiciones convenientes; pero el prometi<strong>do</strong><br />

bo .. bardeo no se dejó oiro Las columuas de ataque estab~m impaciente.<br />

y pronta, à la vicwL'ia (1).<br />

« EI dia anterior, cuan<strong>do</strong> los jeuerales alia<strong>do</strong>s estaban reuni<strong>do</strong>,<br />

Taman<strong>da</strong>ré, hacien<strong>do</strong> u o de ..;u [ra'e favorita, habiu dicho :-.lmanhã<br />

escangalhar.:i lu~to isto UI/, r.tt6aS lIo}·as. in embargo, la. horas pa 'aban<br />

y úl bo.mbaedeo no empezaba. Mandóse averignar la cansa y se supo<br />

que: la esuuad"a no bomlard('abr.b -porque cl (lia amena aba UUüia (2).<br />

« Entónces se sabia, y hoy se tiene la completa certeza, que i.<br />

el ataque se realiza en aquel dia, la posiciou cae en nue tro poder ã.<br />

pesar de la e cuadra. EI senor Thompson mismo, clice que la bateria<br />

se concluyó j ustamellte en la tarde dei 2i de Setiembre; jJor con 'igniente,<br />

el 17 estaba to<strong>da</strong>via em embrion (3).<br />

« liay otra prueba evidente, no solo deI esta<strong>do</strong> de las obras, sino<br />

tambien, de que en ese dia no.:e habiau m~nta<strong>do</strong> la baterias que<br />

.(1) Os <strong>do</strong>cum 'ntos brazileiros não f Ize:n men ão elesla fOl'lnatum, limitan<strong>do</strong>-se Il<br />

elizJr qlle em conseqllellcia <strong>do</strong> má') temilo fóra o ataque a li.vIo.<br />

(2) A parte ollici",1 <strong>do</strong> almir~nt') diz que « sob,'eceio um (ol'te temlJOI'ul 'Ia madruga<strong>da</strong><br />

de 17, ao qual seguio-se copiosa cJlllvll por e. paço ie tres


combatimos el 22, y es que, habién<strong>do</strong>se aproxima<strong>do</strong> nuestras tropas (en<br />

el dia 17), recorrieron sin sufdr ni una sola bala de calÍon, lugares<br />

que el dia :â eran bani<strong>do</strong>s por la metra11a (1).<br />

« A medio dia deI 17 de ::etiembre, sobrevino una copiosa 11m ia,<br />

que continuó hasta el 20 hacien<strong>do</strong> imposible €lI ataque hasta €lI 22 de<br />

Setiembre,<br />

«El dia 22 las columnas occuparon sus puestos: el jeneral en<br />

jefe con sus ayu<strong>da</strong>ntes recorrió L linea por afuera de las avanza<strong>da</strong>s,<br />

llegan<strong>do</strong> á las siete aI campamento de Por.o-Alegre. El bombardeo<br />

tronaba furiosamente; durante el camino el jeneral observaba continuamente<br />

los fuegos de Tuyuty, y se le escapó esta pergunta diriji<strong>da</strong> a<br />

uno de sus ayu<strong>da</strong>nte :<br />

«-No le pa1'ece q~te los fuegos se ap?·ú.J;i?na',~ (2) a las lineas enemigas?<br />

- Vana esperanza! En Tuyuty nadie se movia, y cuan<strong>do</strong> el<br />

jeneral Gelly se aproximó aI jeneral Poli<strong>do</strong>ro, pidién<strong>do</strong>le que hiciera la<br />

energwa clémons{rar:wn conveni<strong>da</strong>, este 1e contestó :-Si ustecl quiel'p,<br />

le podré <strong>da</strong>r <strong>do</strong>s batallones (3).<br />

« Despues de conferenciar con Porto-Alegre, €lI jeneral volvió, y<br />

almorzó con sus ayu<strong>da</strong>ntes en un montecito deI camino.<br />

« A las 1'2 deI dia la tan desea<strong>da</strong> selÍal se hizo ver.<br />

« Creemos haber dicho antes, y lo repetimos ahora, que es,t s:>:iíal<br />

im portllba :<br />

« 1. 0 la destruccion ó <strong>do</strong>miNio absoluto de las baterias de la costa.<br />

« 2. Q que<strong>da</strong>r espêdito el pasaje deI rio intercepta<strong>do</strong> por una fuerte<br />

paliza<strong>da</strong> de vigas; y<br />

« 3. 0 que la escuadra, remontan<strong>do</strong> e1 rio a una altura conveniente,<br />

llabia enfilaclo la linea que clebia a.tacar et ejel'cilo de tierra, destruyell<strong>do</strong><br />

Ó inutilizan<strong>do</strong> en gran pa rte la artilleria enemiga.<br />

« Esta aI menos, fuê la prome'a dei almirante Taman<strong>da</strong>rê eu<br />

la junta de <strong>guerra</strong> de que hemo. habla<strong>do</strong>, en que se couvino, despue:;<br />

de una larga discusion, el mo<strong>do</strong> de llevar el ataque a CurLI paity ; promesa<br />

reitera<strong>da</strong> el mismo dia ~2 eu el campo elel l.!-troo de Porto Ale·<br />

gre duraute las primeras horas dei bombardeo.<br />

-----,.~<br />

1) Prov,welmenle o inimigll assim "roc deu lJluito inlenclonalmente, para que os<br />

Allia<strong>do</strong>s se l;lnçassem ao assalto sem conhecer a im orlallci'\ <strong>da</strong> fortilic,ção principal,<br />

que nem podia ser descobert.'1. <strong>do</strong> rio, nom fór", convenientemenle estu<strong>da</strong><strong>da</strong> 1I0S ill1p r­<br />

feitos reconhecimentos li que se procoll'!u.<br />

E' isso ,1 fIue explica a sorpr


367<br />

« Antes de ocupat'nos elel ejército de tierra, diremos en <strong>do</strong> palabras<br />

lo que pasó en el rio.<br />

« Despues de cinco horas de fuego, <strong>do</strong>s encoraza<strong>do</strong>s se dirijieron<br />

ai estrecho abierto en media de la paliza~a con la portas de us torres<br />

vueltas aI Chaco, y mientras que uno de eUos subia hasta ponerse<br />

fuera de tiro, el otro viraba sobre la paliza<strong>da</strong>, déjall<strong>do</strong>se arrastrar por<br />

ia corriente, y, rompien<strong>do</strong> con su costa<strong>do</strong> mucha~ vigas, volvió imediatamente<br />

á. su puesto en la linea de combate (1).<br />

« En medio de un immenso hw-ra, que <strong>do</strong>minó por un momento<br />

el estruen<strong>do</strong> deI cafion, se levantó bien alto una bandera blanca y roja<br />

que lanzó 10.000 combatientes aI asaIto de las baterias de OUl'upaity.<br />

Era la sefial de que<strong>da</strong>r termina<strong>da</strong> la obra enc men<strong>da</strong><strong>da</strong> á la escuadra<br />

!...<br />

« Las fuerzas brasileras a. las órdenes de Porto Alegre marchaban<br />

por el monte de la costa, que terminaba a tiro de fusil de la bateria,<br />

á cuya distancia fueron recilJi<strong>da</strong>s por la metralla enemiga. Contestat'On<br />

bizarramente aI fuego, llegan<strong>do</strong> algunos cuerpos aI borde de la trinchera,<br />

y batién<strong>do</strong>se con arrojo durante las cuatro horas que dul'ó el<br />

combate:<br />

« EL ejército arjentino marcM aI asaIto con la impetuosi<strong>da</strong>d y brio,<br />

que han <strong>da</strong><strong>do</strong> nombre a su infanteria en la América dei Sud, recorrien<strong>do</strong><br />

una estension de mil quinientos metros eu colUlllnas de ataque,<br />

sin que consiguieran detenerle un solo instante los fnegos cruza<strong>do</strong>s de<br />

40 piezas de calibre.<br />

« La primera divisioD, aI man<strong>do</strong> deI coronel Rivas, lleg6 la primera<br />

aI borde de la trinchera, rompien<strong>do</strong> sobre sus defensores un vivissimo<br />

fuego, no obstante el estrago que hacia en ella la metralla<br />

enemiga. Una hora mas tarde se envió en su proteccion la segun<strong>da</strong>,<br />

aI man<strong>do</strong> deI coronel Arre<strong>do</strong>n<strong>do</strong>, y los batallones 9 y 12 de linea y 3<br />

de Entre Rios, pertenecientes aI 2° cuerpo de ejercito.<br />

« Estas bataHones fueron man<strong>da</strong><strong>do</strong>s por e 1 jeneral en jefe para<br />

protejer el flanco de una de las colu.mnas comprometi<strong>da</strong>s, y se vieron<br />

obliga<strong>do</strong>s á variar de rumbo á consecuencia de algun inconveniente<br />

deI terreno.<br />

« En êste punto el plan de ataque fué modifica<strong>do</strong> sobre el campo.<br />

« A las cuatro de la 'tar'de se dió la órden de retira<strong>da</strong>, y de tal<br />

maneta habia impuesto el ataque aI enemigo, que ni una sola guerrilla<br />

salid de sus t'rincheras cí hostiliza?' 'Ivt~esl?'os diezma<strong>do</strong>s batallones.<br />

. (1) vejo sobre este porito .ds pàrtes oftllillles <strong>do</strong> filmil'l1ute ~ <strong>do</strong>s comtnandlrlites «os<br />

encoul'8ça<strong>do</strong>s.


368<br />

« El ataque fracasó, pues:<br />

« 1.' porque no se hizo el 17 á causa ele esta?" el elia n1",blaclo.<br />

« 2,° p.lrque Tamau<strong>da</strong>ré hizo la seíht.l para que Arjentinos e Brasileros<br />

se lanzarau á la muerte, sin haber hecho la décima parte de<br />

lo que prometió;<br />

« 3.· porque la caballeria que se iutrodujo aI territorio ocupa<strong>do</strong><br />

por el enemigo, en vez de dirijiL'se á la izquier<strong>da</strong> (1) e dirijió á la<br />

derecha y no amagó la retaguardia de Cllrupaity para llamar la atencion<br />

de sus defensora, de lo que resultó que su cooporacion eu aquel<br />

dia no ~irvió para coadyuvar aI atalJ.ue, antes aI <strong>contra</strong>rio su enol' eu<br />

la direccion que debia tomar, produjo el geave mal de hacer conocer<br />

aI enemigo la debili<strong>da</strong>d de su linea por aquel cami'uo, que era el<br />

indica<strong>do</strong> por 'el jeneral en jefe eu su plan predilecto de operaciones (2).<br />

Apesar de esta advertencia y de las obras que praticó, los Alia<strong>do</strong>s<br />

realizaron ma,; tarde la operacion, sin que los Paeaguayos pudieran<br />

evitaria; lo que muestra hasta que punto hab<strong>da</strong> siela preferible realizarIa<br />

en vez de atacar à Curupaity.<br />

« Brasile1'Os y Arjen"tinos protestaron <strong>contra</strong> Tamau<strong>da</strong>ré, y se dice<br />

que sérios reclamos fueron eleva<strong>do</strong>s ; 1 Empera<strong>do</strong>r. No podemos decil'<br />

]0 que en esta haya de positivo: Taman<strong>da</strong>ré fué releva<strong>do</strong> poco tiempo<br />

despnes (3).<br />

« EI senor Thompson, di-ce que el jeneral Mitre se hallaba en<br />

Curuzú. Esto no es exacto; el jeneral COrl to<strong>do</strong>s sus ayu<strong>da</strong>ntes estuvo<br />

durante el combate bajo el terrible fuego de las baterias, que despues<br />

(1) 'Flores executou o movimento de inteiro Rccor<strong>do</strong> com o resolvi<strong>do</strong> Das confertmcias<br />

de ·1, 6 e ti de Setembro,<br />

(:..) Jâ dissemos que esse plelnO pl'edilecto <strong>do</strong> geneml Mitre ficou sempre em segre<strong>do</strong>,<br />

Nunca foi apresenta<strong>do</strong> aos seus collegas,<br />

(3) Como se vê, o empenho <strong>do</strong>s commenta<strong>do</strong>res de Thomp on é lançar sobre o alo<br />

mir.lnte Tam'ln<strong>da</strong>ré to<strong>da</strong> a res'lonsabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> desastrlJ de Curupaity, quan<strong>do</strong> os outros<br />

gen r es concorreram igualmente 'para esse r6sult\l<strong>do</strong>, sem exceptuar o general Mitre,<br />

que, pelo tri\ta<strong>do</strong>, en o director' <strong>da</strong>s ope,-açães.<br />

O alminan.e ,Taman<strong>da</strong>ré não foi demitti<strong>do</strong>, como poderiam algun deprehender <strong>da</strong>s<br />

palavras que motivaram est~ nota.<br />

Inicia<strong>da</strong>s as OpJrllçÕes <strong>contra</strong> CllruzÚ e Curupaity um <strong>do</strong>s membros <strong>do</strong> gabinete dl)<br />

3 de. Ago to propôz li substituiçãu <strong>do</strong> almIrante Taman<strong>da</strong>re, apreci'ln<strong>do</strong> em <strong>do</strong>us extensc1s<br />

memoraiulUtlS, que forltm li lus em conselho, o mo<strong>do</strong> por que l1avhl si<strong>do</strong> dirigi<strong>da</strong><br />

a e quanra desde o começo <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>. Uma d'e sas memorias terminava assim : ­<br />

« ,., A conclus~o, po~s, <strong>do</strong> que exposto fica no pr' ente '».emol'und'lVm é que, pOSt:1S<br />

de la<strong>do</strong> as conslderaçoes de que é digno o visconae de Taman<strong>da</strong>ré, ctlDlpre retiral·o <strong>do</strong><br />

comman<strong>do</strong> em chefe <strong>da</strong>s fOl'ças navaes brazileiras em operações <strong>contra</strong> o Paraauay, e<br />

substituil-o por outro ofiicirtl de marinha, que á incontesta el bravura reuna experiellcia<br />

e talentos mililares. »<br />

Esta opinião não prevaleceu no conselho de ministros, Ia mesma occasião recebia<br />

o conselheiro Affo1?so Ct:lsó, minisb:o <strong>da</strong> marinha, urna carta <strong>do</strong> almiranle, escl'ipta em<br />

31 d~ Agosto, pedin<strong>do</strong>, por motivo de molestia, uma licença para vil' ao RIO de<br />

Janeiro.<br />

Em confidenci.ll de 2 de Outubro foi essn licenca concedi<strong>da</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> o almirante a recebeu jâ estava no theitro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> o duque de Caxias<br />

n quem o <strong>governo</strong> confiam a direcção suprema <strong>da</strong>s forças terrestres e naviles <strong>do</strong><br />

Imperia.<br />

Parece que ao almiranto l'am n<strong>da</strong>rá l;epugúl1VI! SElI'Vil' ás ordens de outro gen,mll


369<br />

de alguno tiro á bala ya no tiraban sino metra11a; estaba tau próximo<br />

à las linea) que tuvo que de~parraniar u e taelo ma) ar porque<br />

servia de blanco aI enemigo.<br />

« AI principio deI combaLe, habien<strong>do</strong> man<strong>da</strong><strong>do</strong> con una órdeu aI<br />

ayu<strong>da</strong>nte Bal a, una bala de cafion lo salpicó de barro; aI voller le<br />

dijo el jeneral : -« Que mal lo tralan los Pa'raguayos 'l~w sob l<br />

tiran con ban'O .' »- Algnu tiempo despues el caballo de e te ayu<strong>da</strong>nte<br />

fué muerto por una metralla enemiga.<br />

« La mayor parte de nuestros bizarros jefes de batallou y oficiale<br />

entraron aI combáte de gran uniforme, y monta<strong>do</strong>s á cabailo, iryien<strong>do</strong><br />

asi de blanco aI enemigo. Muchos de e110s para<strong>do</strong>s en el borde de la<br />

trincheras, á diez paso de los cafíones euemigos, e citaban gallar<strong>da</strong>mente<br />

á sus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, y hasta hubo alguno que animaba aI ataque<br />

para<strong>do</strong> en un tronco de árbol de los abati. Un casco de grana<strong>da</strong> hirió<br />

aI caballo deI jeneral en jefe.<br />

« La division bra"ilera de Porto Alegre y este vallente jeneral'e<br />

sacrificó igualmente en aquel dia de tremen<strong>da</strong>s decepciones.<br />

« El jeneraf Mitre tenia hajo sus órdenes 32 batal1ones, pel'O vien<strong>do</strong><br />

que el ataque era infructuoso solo comprometió 17. Por consiguieute el<br />

asalto no se dió con las fuerzas que el efior' Thomp on indica. La<br />

tercera division comprometi<strong>da</strong>, solo ell{ró aI fuego para sostener la retira,<strong>da</strong><br />

de nuestros batallones, y recojer los heri<strong>do</strong>s.<br />

« El enemigo ~e mantuvo rigurosamente encerra<strong>do</strong> en ns trincheras,<br />

no solo, porque el valor de nuestro sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s le habia imI uesto,<br />

sino porque comprendió que con las nnmerosas reserva, que no e<br />

habian bati<strong>do</strong>,<br />

abierto.<br />

l::leria completamente derrota<strong>do</strong> si se presentaba en campo<br />

« Nuestras pérdi<strong>da</strong>s, segun listas nominales que exi ten en la inspeccion<br />

de armas, fueron: muertos, jefes 5, o6.ciales 27, tropa 666 (1);<br />

heri<strong>do</strong>s, jefes 11, oficiales 97, tropa 1,054; contusos, oficiales ~3,<br />

tropa 151 ; dispersos 155; total de jefes, o6.ciales y sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s muerto J<br />

porque, em carta de 17 dil Novembro, declarll,'a ao ministro ua marinha, que, ue né<br />

cor<strong>da</strong> CuJll o marechal de Caxias, continuaV'a aina" no comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra, s m<br />

aproveitar-se <strong>da</strong> licenç1 que lhe fóra concedi<strong>da</strong>, até que o <strong>governo</strong> indicasse o oJIicial<br />

general <strong>da</strong> armad'1 que o devh substitnor, accrescentava :<br />

« .... S. Ex. o :::>1'. marquez de Caxias disse-me qU3 n' ste enti<strong>do</strong> escrilveria a<br />

V. Ex., e eu conto que V. Ex. satisfará com fi maior breviJatle a minha sub tituiçà<br />

afill'~ .de que eu pos a tambem ir cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> minha saude e <strong>do</strong>s interesses de minha<br />

famllla.<br />

« Accresce, ainh, que, n'estas circumstancias, a minha' demo"a na esquadra é até<br />

prejudicial á digni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> minha posição tnilita,· honoi'Ífica.... li<br />

Chegan<strong>do</strong> ao Rio de Janeiro o almirJnte redb e obteve a sua exouemção.<br />

(1) Estão erra<strong>do</strong>' e t~, algarismos, e nelú a omUla está de accor<strong>do</strong> com e~les. Segl1.n~o os<br />

lnappas public' <strong>do</strong>s pelos 'proprios commenta<strong>do</strong>res de Thompson no A1?eend~oe <strong>da</strong> cdlçao de<br />

Buenos-Aires os Argentmos tiveram: - mortos, 4 chefes, 27 ofliclaes e 557 sol<strong>da</strong>los;<br />

feri<strong>do</strong>, 11 chefes e I "5! solel l<strong>do</strong>s; contusos, I chefe, 23 Q.lIlci'1.c.; e 153 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; r x­<br />

travia<strong>do</strong>s, 155 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>~, Total 2,082 homens.<br />

A 47


:370<br />

lleri<strong>do</strong>s, contusos J' dispel'sos el :!2 de Setiembre en el campo de ba·<br />

talla-2,078 hombres.<br />

« Murieron en el campo, el coronel gradua<strong>do</strong> D. Manuel Roseti,<br />

teniente coronel. D. Alejandro Diaz, el sarjento mayor Salva<strong>do</strong>res, los'<br />

capitanes D. Domingo Sarmiento y D. Francisco Paz. Murieron de sus<br />

heri<strong>da</strong>s el coronel gradua<strong>do</strong> Cha<strong>do</strong>na, y el teniente coronel Fraga.<br />

Entre los jefes heri<strong>do</strong>s estaban el jeneral Rlva , los tenientes coroneles<br />

Ayala, Calvete, Garcia, Mansilla y Olascoaga.<br />

« El jeneral Mitre, que queria ,aIvaI' la alianza y conocia el mal<br />

que le haria la publicacion de ciertos antecedientes, silenció profun<strong>da</strong>mente<br />

to<strong>do</strong>s os incidentes de este uceso y en una carta aI vice-presidente<br />

de la República, Dr. D. Marco Paz, decia, poco mas ó menos,<br />

lo siguiente :<br />

« N11evos continjentes remontaran nllestl'os bataHones, pero la per­<br />

« di<strong>da</strong> de beneméri'tos jefes y oficiales, no se repone con igual facili<strong>da</strong>d.<br />

« Las sombras, que hace algun tiempo vienen dibujan<strong>do</strong>se en el clelo<br />

« de la alianza, se condensan por los hechos de Curupaity y forman<br />

(\ amenaza<strong>do</strong>res nllbarrones, pero confio en que, con bllena voluntad y<br />

« alguna abnegacion para silenciar cargos que dejarian alguna respcn­<br />

« sabili<strong>da</strong>d pa a to<strong>do</strong>s, conseguirá despejar SllS horisontes. »<br />

« Tiempo \ endrá en que el jeneral Mitre rompa su silencio: entouces<br />

SllS tletracLores que<strong>da</strong>rán cínfundi<strong>do</strong>s.<br />

« Cuan<strong>do</strong> se CODozca el archivo deI jeneral en jefe, su paciente<br />

silencio causará ver<strong>da</strong>dero assombro.<br />

« El patriotismo ha <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> su amor propio, y su prudencia ha<br />

salva<strong>do</strong> la alianza y con ella â los pueblos deI Plata. »<br />

t Depois


371<br />

o ataque combina<strong>do</strong> de que tratamo na reunião <strong>do</strong> dia 95 de etembro,<br />

para que, no caso de terem occorri<strong>do</strong> circum tancils imprevi'ta que<br />

obstem a execução <strong>do</strong> plano, podermos tratar de outro, C


372<br />

a impossibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> nosso exercito prosuguir nas operações de <strong>guerra</strong>,<br />

v:sto que, de intelligencia com o <strong>governo</strong> de Buenos Aires, se tinha ~ssenta<strong>do</strong><br />

na vin<strong>da</strong> de cavallos e mulas amilha<strong>da</strong>s como meios de mobili<strong>da</strong>de<br />

para o exercito, no intuito de se pod~r continuar nas mesmas<br />

operações; entretanto, ê passiveI que aquelles ministros se deixassem<br />

preoccupar com as ideas <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> que ha muito faz opposição systematica<br />

à <strong>triplice</strong> allian.a e á <strong>guerra</strong>.<br />

«Por minha parte não vejo impossibili<strong>da</strong>de em que a <strong>guerra</strong> se<br />

faça com vantag-em, mas para que isso se consiga efficazmente me parece<br />

indispensavel um augmento pelo illellOS de 8.000 homens ao ex~r­<br />

. cito brazI1eiro, e que se ~à ain<strong>da</strong> fazen<strong>do</strong> face à grande despeza com os<br />

cavallos e mulas trata<strong>da</strong>s a milho e alfalfa, unico meio para obter esse<br />

necessario elemento de <strong>guerra</strong> no lagar em que nos achamos.<br />

~ O excrcito argentino está deficiente de forças e de meios de mobili<strong>da</strong>de,<br />

e sen<strong>do</strong>, sem duvi<strong>da</strong>, muito di.fficil ao <strong>governo</strong> de Buenos Aires<br />

remediar esse mat não deixa is o de influir no animo <strong>do</strong> ministro<br />

Elizalde e <strong>do</strong> seu <strong>governo</strong>.<br />

« Quan<strong>do</strong> se tratou <strong>da</strong> vin<strong>da</strong> <strong>do</strong> 2° corpo de exercito, pareceu-me<br />

que com esta força ficariamos em esta<strong>do</strong> de poder, venci<strong>da</strong> a opposição <strong>da</strong>s<br />

trincheiras inimigas, abrir as operações em escala mais la~ga, não só<br />

sobre o Humaitit, como sobre outros pontos elo territorio paraguayo, para<br />

o que jámais se poderia prescindil' de um refveço no exercito, porquanto,<br />

colloca<strong>do</strong> nas circum tancias de ,invasor, teria de attender a diversas opera~õe,<br />

que em muitos casos necessitariam <strong>da</strong> divisão de ~orças.<br />

«_ idéa fixa, porém, <strong>do</strong> vi,conde de Taman<strong>da</strong>ré, conserva<strong>da</strong> ha muito<br />

tempo, de ter um exercito ás :mas ordens para operar de combinação com<br />

a esquadra, c ,mo que independentemente elo exercito alHa<strong>da</strong>, teve prepnnderancia,<br />

e lã. e ta separa<strong>do</strong> o 2° corpo <strong>do</strong> exercito, que, julgo, pouco<br />

ou na<strong>da</strong> poderá fazer em vista <strong>do</strong> frustra<strong>do</strong> ataque de Curupaity.<br />

« O exercito <strong>do</strong> meu com man<strong>do</strong>, ain<strong>da</strong> mesmo reuni<strong>do</strong> às tropas<br />

argentinas, e á muito diminuta força <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Oriental, não esta hoje,<br />

segun<strong>do</strong> o meu mo<strong>do</strong> de pensar, em circumstancia de abrir operações<br />

offensivas no territoeio inimigo, e nem tenho esperanç~s de que seja<br />

este exercito reforça<strong>do</strong> com o tio barão de Porto- legre; por consequencia,<br />

paralysa<strong>da</strong>s a ~im a operações, teremo de espel'al' eventuali<strong>da</strong>des<br />

futuras que I1('S possam trazeI o pro eguimento deltas.<br />

« Entretanto, .erá passiveI que, esgota<strong>do</strong> os recur os quP. devemos<br />

ter como' meios de mobili<strong>da</strong>de, se augmeutem as dil'l1.cul<strong>da</strong>des a vencer<br />

na presente guerea. .<br />

« a<strong>da</strong> direi acerca <strong>da</strong><br />

que hoje mai du que nunca,<br />

e aração <strong>do</strong> '20 corpo <strong>do</strong> exercito, pois<br />

e tau convenci<strong>do</strong> que ella na<strong>da</strong> tem de


373<br />

proveitosa, e isso mesmo 'em contar com os reveze' que po a '0111"1'<br />

aquelle corpo no mào terreno que occupa.<br />

« E te meu juizo a respeito rio futuro <strong>da</strong> no as op rações, nã<br />

importa a crença de que ella não po sam er feita c m 'Y1o"h' pod -<br />

mos sem duvi<strong>da</strong> ir por diante, mas i 'o no:; cu bl.ra muit an ue<br />

dinheiro, e quanto ao tel'mo <strong>da</strong>. gueL'ea tenho por acertadl) uppOr que<br />

não esta, proximo.... »<br />

e te oflicio descrevia Pol~'<strong>do</strong>ro a ituação <strong>do</strong> exercito acampa<strong>do</strong><br />

em Tuynty. O maior inconveniente <strong>do</strong> lugar era, egun<strong>do</strong> elie, a falta<br />

de pastos.<br />

Podia então fazer montar 2.000 homen em cavallo amllha<strong>do</strong>,<br />

vin<strong>do</strong>s de Buenos-Aires, e e. perava mai. cavalha<strong>da</strong>, ten<strong>do</strong> para a ua<br />

compra commis iana<strong>do</strong> um official. A artilhaeia con tava de 70 canhoes<br />

de campanha, incluin<strong>do</strong> ne'S8 numero não só o <strong>do</strong> lo coep <strong>do</strong> exercito<br />

como o <strong>do</strong> argentino e <strong>da</strong> força oriental, além <strong>da</strong> 20 boca de<br />

fogo de calibre 12, 4 morteiros de 22 centimetro e 4 ele 15 que guarneciam<br />

os (-mtrincheiram~ntos brazileiro.<br />

Depois de outra'> informaçõv, continuava o geueml Poly<strong>do</strong>ro:<br />

« Com a cavalha<strong>da</strong> exi tente e a de llue adll1.l faUo, com .l..'<br />

lliulas c bois que actualmente tclmo, o exercito poderá mover-se, não<br />

para marchas longa e continua<strong>da</strong>, ma' para o;J.3rar sobee o inillligo<br />

mesmo até algumas leguas <strong>do</strong> pauLo em que estamo', havend , comh1!lo I<br />

o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> de re tl'ingie tanto quanto fóe llece"sario o movimentos dA.<br />

cavallal'ia, porque pre entemente e ta flll...·a,· apen'.1.' cheóarà a 3.000<br />

homens, contan<strong>do</strong>-se com a <strong>do</strong> exercito aL'gentino.<br />

« Se, porém, os nossos ll1ovimentos se retar<strong>da</strong>rem, como me paeece<br />

que acontecerà em vi ta <strong>do</strong> ultimo succe so de CUl'llpaity, e <strong>da</strong> medi<strong>da</strong>s<br />

que o general Mitre julga llecessal'ias pclra 'e refazeI' <strong>da</strong>.;; baixas que<br />

teve, e jJara reol'ganisar o seu exercito, que soffl'eu geaves per<strong>da</strong> de<br />

officiaes, muito receio que ellfl'aqueçam o nos os meios de mobili<strong>da</strong>de,<br />

e tenhamos por i-'so novas uifficul<strong>da</strong>des a vencer, ,enuo uma <strong>da</strong>s principaes<br />

a falta de uma fOl'çd. de infa'1taria tal, que p rmitta ao ex


374<br />

se emprehender com segurança movimentos em maior escala sobre o<br />

terl'itorio ain<strong>da</strong> occupa<strong>do</strong> pelo inimigo. - »<br />

Em Gon(i'lcntjL'll d') 1° cl ~ Ol.ttubr·o, ao ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, o<br />

general Polyd 1'0, allegan<strong>do</strong> a sua iuarle de 64 anno q , e sua" enformi<strong>da</strong>des<br />

antigaq, que se haviam aggrava<strong>do</strong> na campanha, pedia uma licença<br />

para vir ao Rio de Janeiro, e acon. elhava ao <strong>governo</strong> que reunisse sob<br />

o comman<strong>do</strong> de um sÓ general os <strong>do</strong>us cl)rr~· <strong>do</strong> exercito brazileiro em<br />

operações.<br />

a tarrle de 3 de Outubro recebeu Puly<strong>do</strong>ro o seguinte offkio de<br />

POl,to-Alegre :<br />

« Qnartel-general <strong>do</strong> commal1<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> 2° corpo <strong>do</strong> exercito<br />

brazileiro em operações no <strong>Paraguay</strong>. Fl)l'te dp. Quruzú/ 2 de Outubro<br />

de 186:i.<br />

«111m. e Exm. Sr. - Sen<strong>do</strong> ::\ctualmente a força prompta deste<br />

exercito, inclusive officiaes, 6.616 pra~ac:;, as 1.7 .) a que está reduzi<strong>da</strong><br />

a briga<strong>da</strong> auxiliar, com man<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo tenente-coronel P


:.:lI5<br />

tat'es em relação ao' meu;;, ao meno:; 'ustentavel pela posição l[ue occupo,<br />

igllal á ue V. Ex., como commantlante em chefe de um exercito, e<br />

que me traz uma grande responsabili<strong>da</strong>de, deven<strong>do</strong> por isso ter eu tambem<br />

a liber<strong>da</strong>de de pensar e de 01;rar.<br />

« Minha opiniãO particulal' é que, malogra<strong>da</strong>, como infelizmente<br />

foi, a toma<strong>da</strong> de Curupaity, que aliás tão facil -e figurava, me:;mo<br />

com f01'.,;as muito inferioreS, uão ha absoluta nece'. i<strong>da</strong>de de !:iustentação<br />

<strong>do</strong> ponto que V. Ex. OCljUpa, e sim couveniencLt, pela morali<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />

acto, <strong>da</strong> occllpa~üo de um 'ponto conquista<strong>do</strong> qual o de Curu~ú. Esta<br />

foi a opinião geral <strong>do</strong>s generae reuni<strong>do</strong>s no dia 2à de Setalubro pl'Oximo<br />

fill<strong>do</strong> à bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> vapor lpa, prevalecen<strong>do</strong> ahi tuwbem a opinião,<br />

com a qual V. Ex. concor<strong>do</strong>u, de que esse pon o et'a sustentavel 6mente<br />

com as forças <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> de V. Ex.<br />

~ Além disto, esso ]Jonto occupa<strong>do</strong> de nenhuma maneira p6de, seg'lll1<strong>do</strong><br />

o meu humilde mo<strong>do</strong> de pensar, servir de ba e de operal:õe para o<br />

exercito allia<strong>do</strong>, p ,r muitas raz jes que não é es ta a occasiüo ue discutit',<br />

« Estou, portanto, muito convenci<strong>do</strong> que, para a imples occupa,:ão<br />

<strong>do</strong> refet'i<strong>do</strong> ponto, tem V, Ex. forças 'uperabun<strong>da</strong>ntes, e em t'ela~ão<br />

a area <strong>do</strong> terreno lue occupa, julgo que o mal que j!os,a haver, depois<br />

ele feitas as convenientes obras de defeza, serú, não a falta de gente<br />

mas a sua agglomeração em pet'imetro muito re tricto, poden<strong>do</strong> por isso<br />

ser di,-ima<strong>da</strong> pela artilharia <strong>do</strong> inimigo sem o recurso de se desenvolver,<br />

ou de uma defeza conveniente.<br />

« Debaixo destes principios, bem vê V. Ex. que agglomerar maioreS<br />

força'3 nesse ponto seria augmentar o mal. Além <strong>do</strong> que, occorre, que,<br />

en<strong>do</strong> eu de defender uma posiÇãO importantissima em fren~c la uem e tabeleci<strong>da</strong>s<br />

linhas <strong>do</strong> inimigo, com um immenso desenvolvimento, onde qua i<br />

diarialllente soffro bombardeamentos e tit'oteios durante a noite, seria de<br />

minha parte reprehensivel im previdencia privar-me la principal força<br />

defensiva desta posil;ão -a infantaria-para augmeutar a de V. Ex. na.<br />

persuasão em que estou <strong>da</strong> nenhuma necessi<strong>da</strong>de disso. Accresce ain<strong>da</strong>,<br />

que o fim para que aqui est;)ll não é unicamente o de defender esta<br />

posiÇão, mas tambem o de atacar o inimigo, fazen<strong>do</strong> um movimento em<br />

tempo e logar opportllno; fim e te para que V. Ex. concorreu com a<br />

,ua valio a opinião na n enciona<strong>da</strong> reunião de 25 d3 Setembro, accrescentan<strong>do</strong><br />

que deveria isso ter logar o mais breve passiveI.<br />

« Em vista, pois, <strong>do</strong> expendi<strong>do</strong>, ceclaro á V. Ex. que enten<strong>do</strong><br />

que não devo man<strong>da</strong>r, nem de facto desprenderei ne huma força mais<br />

<strong>do</strong> corpo de exercito sob meu comman<strong>do</strong>, para reforçar o de Y. Ex.,<br />

pedin<strong>do</strong>-lhe desculpa P01' Mo annuir á sua requisiçã'O; porquanto, como


376<br />

acima disse, me j.ulgo com direito á ter e a sustentae esta opinião como<br />

general em chefe de te exeecito.<br />

« Por este mo<strong>do</strong> <strong>do</strong>u igualmente como respondi<strong>do</strong> o. oflicio confidencial<br />

que V. E:. me dirigia em <strong>da</strong>ta de 2 <strong>do</strong> corrente, sobre o<br />

mesmo assumpto, deven<strong>do</strong>, com a leal<strong>da</strong>de que me é propria, dizer à<br />

V. Ex. que dei aI) <strong>governo</strong> imperial communicação desta exigencia de<br />

V. Ex., declaran<strong>do</strong> que ia responder no sentid0 em que ora o fa~().<br />


377<br />

impossivel desalojaI-o rlaquella posiÇão, nã0 obstante o vigor e tenaci<strong>da</strong>de<br />

0.0 ataque, ecun<strong>da</strong><strong>do</strong>, como foi, pelo. exercito argentino, cujas força,<br />

segun<strong>do</strong> me disse o Sr. geileral Mitre, que ã. frente delle veio, alcançavam<br />

a 9.000 homens.<br />

« Em segun<strong>do</strong> Iogar, por não ter precedi<strong>do</strong> a e. te aLaque o el<br />

exercito de V. Ex., como foi minha opinião ele 'ele o momento em q u'~<br />

reconheci, que o inimigo reunia a maior parte <strong>da</strong>s sua for as em Cueu­<br />

[laity, alem ele ter, como jã. di se augmenta<strong>do</strong> consideravelmente os seus<br />

meios de defeza E permitta-me V. Ex. que lhe diga, que nem me mo,<br />

como se tinha combina<strong>do</strong>, teve lagar por ·parte des e exercito o ataque<br />

simultaneo.<br />

« Quanto ã. occupação de te ponto, ten<strong>do</strong>-se concor<strong>da</strong><strong>do</strong> unanil11 ­<br />

mente na. mencioua<strong>da</strong> Junta de Guerra na conveniencia <strong>da</strong> ua sustentação,<br />

para a. nova operação que se combinou fazer <strong>contra</strong> Curupaity,<br />

reconhecera V. Ex:. que se de~lembrou <strong>do</strong> que à respeito e pas ou<br />

entre n6s, affirman<strong>do</strong> no officio á que respon<strong>do</strong> que concordámos não<br />

haver absoluta nece i<strong>da</strong>~.le de semelhante occupação.<br />

« Ten<strong>do</strong> por vezes manife ta<strong>do</strong> em presença de V. Ex. a minha<br />

opinião sobre a nossa ver<strong>da</strong>deira base de operações, julgo ocioso demonstrar<br />

agora a V. Ex. que jamais tive em mente fazer de Curuzú ba. e<br />

de operações para os exercitas allia<strong>do</strong>s.<br />

« Respeitan<strong>do</strong>, como respeito, os conhecimentos profissionaes de<br />

que em alto grâo V. Ex. di põe, to<strong>da</strong>via pe:o venia para dizer que<br />

V. Ex. encarou a força de que disponho em rehçüo â area que ella<br />

occupa, e não em relação a força que nos póde atacar. Ser-me-hia facU<br />

provar a V. Ex. que o augmento de força me proporcionaria meio seguro<br />

de alargar a area que occupo; deixo, porém, de o fazer para evitar<br />

prolixas demonstrações, que os conhecimentos de V. Ex. dispensam.<br />

« Aflirma V. Ex. que eu concordàra na opinião de que este ponto<br />

ê sustentavel sómente com as forças sob meu comman<strong>do</strong>.<br />

« Seguramente, por equivoco, affirma V. Ex. que eu concordei com<br />

aquella opiniãO, visto como n lo declarei o meu pensamento â emelhante<br />

respeito, quanclo, por incidente, V. Ex. tratou <strong>do</strong> assumpto com<br />

o Sr. general Mitre; e nem tinha necessi<strong>da</strong>de de o fazer; ·mesmo porque<br />

se lembrará. V. Ex. <strong>da</strong>s expressões <strong>do</strong> Sr. general Mitre, que, pouco<br />

mais ou menos, foram as seguintes: «Sobre a segurança deste campo,<br />

na<strong>da</strong> ha que receiar, porque s6 partirei <strong>da</strong>qui na noite <strong>da</strong> vespera <strong>do</strong><br />

dia que se assignalar para o novo ataque. »<br />

« Creio que V. Ex. convirá., que, se a força de que disponho póde<br />

ser bastante para repellir um ataque, não é sem duvi<strong>da</strong> sufficiente para<br />

evitaI-o, como convem para poupar per<strong>da</strong>s inuteis.<br />

.\48<br />

I<br />

.- ~.....


078<br />

~( Se V. Ex. se j ulgO.ll habilita<strong>do</strong> pam emprehender um ataque contea<br />

o inimigo independente <strong>do</strong> auxilio <strong>do</strong> exercito argentino, que hoje acha-se<br />

de novo reuni<strong>do</strong> ao ele V. Ex., parece-me que sem inconveniente e sem<br />

perig'n, podiam set' di. pensa,los, os 1, (3( O infantes, que pedi, em haemania<br />

com o avi o de 5 de Agosto


379<br />

Pairia, com o 1v tenen'te F..rancisco Romano Stepple d'l Si!va e o prati"o<br />

Feman<strong>do</strong> E~chebarne, reconhecer os obstaculos que o inimigo tivesse<br />

porventuea lança<strong>do</strong> no canal <strong>do</strong> rio até aquelle ponto.<br />

« O resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> reconhecimento combinou com as informações <strong>do</strong>s<br />

ultimas transfugas paraguayos, confirman<strong>do</strong>-se a existencia de torpe<strong>do</strong>s<br />

e de tlma estaca<strong>da</strong> de navios a pique em frente á bateria de CurUllú.<br />

« Verificou-se, porém. que o canal <strong>da</strong> margem <strong>do</strong> Ohaco <strong>da</strong>vª, facil<br />

accesso até a estaca<strong>da</strong>,<br />

« Passei minha insignia para o vapor .1/age e s 'gui até a ilha <strong>do</strong><br />

Palmàr, com os navios seguintes: Lima lJa?'l"os, Bah/a, Parnah!Jhu,<br />

Bmzil, Ban'oso, Rio de Jun:.:i?'o, Tam/tndw'p, Bebe?'tlJe, Ypzrango,<br />

Belmonte, 1ragtta!J e G'i·ee<strong>II</strong>IJalgh.<br />

« No canal entre a ilha <strong>do</strong> Palmar e o Ohaco mandei ancorar o<br />

navios de madeira e dei ordem ao, comman<strong>da</strong>ntes de divi ão <strong>II</strong>i ia<strong>do</strong><br />

:\ ntonio <strong>do</strong>e; Santo e Jose Maria Rodrigues que ,eguissem avante e que<br />

tomassem a posiçõe mai" convenientes para bater a fortificação inimiga.<br />

« Meia hora depois <strong>do</strong> meio dia o ~ima Ba?"J'o~ trocava o primeiro<br />

tiro de artilharia <strong>contra</strong> o inimigo, e succe, sivamente o Bahia, o Braúl,<br />

o Ea1'?'oSO, o Rio cL J alteiro e o Tamanclare ff)ram entran<strong>do</strong> na acção,<br />

que durou até o pôr <strong>do</strong> sol, sem outro resulta<strong>do</strong> apparente senão o de<br />

ter-se toma<strong>do</strong> milito lento. o fogo <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os,<br />

« As bombardeiras PedrO! .1tron o e Jj'()}'te ele Coimbr'Ct lançaram<br />

tambem algumas bo~bas ~obre Curuzú,<br />

« O Liina Bar?'os, o I ahia, o Brazil, e o Um"'oso receberam<br />

!Uuitas balas <strong>do</strong> inimigo, 1) 'incipalmente o pl'imeiro deste', mas não<br />

soffl'eram avaeiae; de consideea~ã0.<br />

« O Rio (le f.ut!i1o, porem, teve a sua comaça avante <strong>da</strong> ca 'a,­<br />

mata perfUl'adf\ em <strong>do</strong>ns j)uuto' pur balas de feno fundi<strong>do</strong> e le calibl'e<br />

3!, e teve mai.' uma peça de calibre 68 inutilisa<strong>da</strong> por uma bala,<br />

que, baten<strong>do</strong>-lhe na moldura <strong>da</strong> joia pela pal'te inferior, fendeu a sua<br />

boca na pal'te supel'iol' elU UlTIa exten ão de um palmo no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

eixo. Esta mesma bala, fazen<strong>do</strong>-se estilhaços, foi ferie gravem~nte 'ao<br />

lo tenente Napoleão Jansen Müller e a um imperial marinheiro, matan<strong>do</strong><br />

uma praça. e ferin<strong>do</strong> levemente a mais cinco. o L~ma /1an"os<br />

foi morto P0l' um estilhaço o 3" machini ·ta, Antonio José de Oliveira,<br />

que se achava na tol<strong>da</strong>.<br />

(I No mesmo dia, ás 5 hor.li> <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>, e ta\'a o general barão<br />

de Porto-Alegre embarca<strong>do</strong> com o o corpo de exercito braúleiro, no,'<br />

transporte:; seguinte: ,1/ a,úlio Di.ls, [zaue!, Leúpr.ldma, ('lzal~l'ua,<br />

!'Jili:íe"/". [>rr;5idt'tl (', Deze ei' rle _ ÚI"iC Rio.h1lero, Pedro [r, Gal:; I,


380<br />

Gene?'ctl Flo?"es e Onze de Junho, com o. pessoal <strong>do</strong> corpo de sande<br />

e ambulancias. Fomos de parecer que o de embarque s6 se deveria fazer<br />

no dia seguinte, e a força embarCfl.c1a conservou-se f6ra c1as vistas <strong>do</strong><br />

inimigo.<br />

« Apenas desembarquei <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Chaco os batalhões 12° e 16° de<br />

voluntarios, que se acham na esquadra, com o fim não s6 de <strong>do</strong>minar<br />

a margem <strong>do</strong> rio na parte occupa<strong>da</strong> pela esquadra, como para chamal'<br />

a attenção <strong>do</strong> inimigo para aquelle ponto, emqual1to se effectuasse o<br />

desembarque em seu littoral.<br />

« Com esta força no Chaco ficaram os navios fundea<strong>do</strong>s no canal<br />

contigua, livre8 de que o inimigo viesse ncommo<strong>da</strong>l-o por aquella margem,<br />

lançan<strong>do</strong> torpe<strong>do</strong>s e brulotes sobre eUes, como fazia quan<strong>do</strong> estavamos<br />

fundea<strong>do</strong>s mais abaixo.<br />

« A 4' divisão <strong>da</strong> esquadra, sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> capitão de mar<br />

e <strong>guerra</strong> Alvim, designa<strong>da</strong> para proteger o desembarque, compunha-se<br />

<strong>do</strong>s navios seguintes: Aragua!), Igualem!), Aragua?"!J, ~[a'racanã,<br />

Henrique l11w,tins, e <strong>do</strong>s transportes acima menciona<strong>do</strong>s.<br />

« Durante a noite o pratico Etchebarne, com o engenheiro americano<br />

Tombs, ten<strong>do</strong> reconheci<strong>do</strong> que havia entre os navios a pique um canal<br />

por onde podia avançar a esquadra sem risco <strong>do</strong>s torpe<strong>do</strong>s, mandei que<br />

os el1couraça<strong>do</strong>s seguissem até à distancia de bater o Curupaity,<br />

« Esta ordem ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> executa<strong>da</strong> com acerto na madruga<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

dia 2, estiveraró. os encouraça<strong>do</strong>s Balua, Lima Ba?"i'OS, B?"t1z il e Baí'·<br />

roso, fundea<strong>do</strong>s durante to<strong>do</strong> o dia em linha de combate com as bateria8<br />

de Curupaity . na distancia de 500 braça, fazen<strong>do</strong> o inimigo f~go<br />

com bombas e balas razas espherica de calibre 68 e com projectis<br />

oblongo de artilharia raia<strong>da</strong> de calibre 80 de um ystema ameTicano.<br />

« O Bldúct e Lima ECW1'OS soffre1'am muitas avaria", ma nenhuma<br />

que prejudicasse as suas obras vivas. As couraças de tes ,navio' não ~ofireram<br />

senão ligeiras mó sas. O Bí'a.;;il e -o BU1'í'OSO tiveram avarias<br />

que constam <strong>da</strong> parte <strong>do</strong>s 1'e pectivos comman<strong>da</strong>nte " que inclusa<br />

transmitto a V. Ex., as im como a <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> Bahia, e uma<br />

de c1'ipção 'uccinta <strong>da</strong>s avarias soffti<strong>da</strong>s pelo Lima Bar1'Os.<br />

« Continuou durante to<strong>do</strong> o dia o bombardeamento de Curuzú pelo<br />

Tarnancla?"é e pelas bombardeIras Pedro Alfonso e Forte ele Coimbra.<br />

Duas chatas paraguayas que converti em bombardeiea. com morteiros<br />

franceze. de 10 3/-1 pol1ega<strong>da</strong> deram excel1ente re u1ta<strong>do</strong> . Uma outra<br />

chata paragua)'a com uma peça de calibre 68 tambelO bombardeava co1­<br />

loca<strong>da</strong> na posição vantajosa que lhe permittia o eu pequeno cala<strong>do</strong> (1).<br />

tIl Relativ!l.m I1Le aos serviços pl'esta<strong>do</strong>s pela' bJll1lmrddra - em l'nruzú vej. adillulc<br />

l15 parL s o1liciaes subre urupaity.


38t<br />

A' 1 hora e 20 minuto<br />

<strong>da</strong> tarde a 4' divi ão <strong>da</strong> e quadl'


382<br />

« Na noite de :3 a esquadra bombardeou d.ul'antu algumas horas o<br />

aca1upamento <strong>da</strong>s força' inimigas no CUI'upaity.<br />

« Emquanto faziamos esta opel'açúe no rio <strong>Paraguay</strong>, pela retaguar<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> inimigo, o exercito allia<strong>do</strong> simulava a.taque de frente, com<br />

o objecto de chamar a attenr;ão <strong>da</strong>quelle para diveesos pontos ao mesmo<br />

tempo.<br />

« No (lia 4 o Lim'! B'I!'i'OS, o Bal i'j.O e o B)'azil appeoxilllaram-se<br />

de Curupaity, e bateram-se durante uma hoeu com a bateria<br />

<strong>da</strong> barranca de que fallei.<br />

« flontem aqui esteve o general Pol,'<strong>do</strong>ro, e amanhã esperamos o<br />

general Mitee, para com o geneeal barão de Porto-Alegre, combinaemos<br />

Q movimento de fOl'ça", que convem fazer agora.<br />

« Conto que as operações subsequentes serão pelo meno. tão vantajosas<br />

como a toma<strong>da</strong> de Guruzú.<br />

« Nesta occasião não posso deixae de manifestar a V, Ex. que me<br />

acho possui<strong>do</strong> de ver<strong>da</strong>deiea . atisfa~ão pelo comportamento <strong>do</strong>: ~e,3. oomman<strong>da</strong>ntes<br />

de divisõe:, commau<strong>da</strong>ntes de navios, officiaes de to<strong>da</strong>s ,LS<br />

elas es e g'uarnição em geeal de to<strong>do</strong>s. os navios <strong>da</strong> e quadra; e pel'-<br />

.mitta-me V, Ex. que rlo me",mo mo<strong>do</strong> recommende â. cou idera~ão de<br />

V. Ex. o .el'viços


eL[uitatira que pos"o f~lzer rlOl> rvi(,:os de ca<strong>da</strong> Ulll dll' IlleU'i L:tlllll1tall<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Mas, ante" de entrar ne.'sa narrarão, . rr~io er fiel int r,<br />

JreLo<br />

<strong>do</strong>s sentimentos de to<strong>da</strong> a e quadra, dirigin<strong>do</strong> ne ta occasiflu, e em<br />

nome dena, um voto de a lmirai)iu e reconhecimento ao Exm. Sr. barilo<br />

de Porto-Alegre e á legião de bravo 'oh seu digno CO111 l11ul1l1o. pelo<br />

brilhante feito Lie arma::; (lo dia 3, em que cáhio em nu.' 'o poder u<br />

f0rte de Curuzú.<br />

« ~-o dia 1 <strong>do</strong> corrente, às 4 llOl'as <strong>da</strong> madruga la, mandei o<br />

vapor roll.l,n.{ario <strong>da</strong> PllÚ"Úi com o r. l° tenellt, Franci'co 10lUaoo<br />

Stepllle <strong>da</strong> Silva e ü pratico, 2 n tenente gradua<strong>do</strong>, Fel'llan<strong>do</strong> Etchebarn ,<br />

protegi<strong>do</strong> pela canhoneira Belmonte, reconbecer e on<strong>da</strong>r o rio até<br />

Curuzú.<br />

« Verifica<strong>do</strong> por este reconhecimento que o caual <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> haco<br />

oiferecia agua bastante e estava livre de quae.'quet· ob -ta(;ulo passei<br />

minha insígnia para o vapor -'1age, e ás 7 1/2 hora avancei com o<br />

navios se,suintes: .l/age, I,illi.a Ran'o. (com a in igllia no commandclUte<br />

<strong>da</strong> 2 a divisão), Bel/tia, RiiJ (ta .1a n,cirü B;'a,-il (com a ill.ignia<br />

<strong>do</strong> comma!1<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3" divisão), Barl'osn, TO;,lfli/,r!m';, HdJc'/'iúc, }'pi­<br />

1'any,;, Belnonte, Par.nahyba., Iguatem!!, ,1ff'a}·/,.t, .l}·aguay e 'huy .<br />

. s canhoneiras JEa1'acanã, I vah!J, <strong>II</strong>enrirjMt' .lIai'l iiI. e .I} 'ag1~a?'!!<br />

compunham a 4' divi ão, sob as ordens <strong>do</strong> I. capitão de mar e gnena<br />

Alvim, encarrega<strong>do</strong>' de dirigir o desembarque <strong>do</strong> 2° corpo du exeecito<br />

beazileiro, que sob sua dil'ecção se havia ~mbal'cC\.<strong>do</strong> durante a noiLe<br />

n JS transportes seguintes: .lIcwcilio Dias, I zabel, Leopoldina, Galgo,<br />

Pt·t,Js'iclentf', Diligente, Per.lr·o I I, Riachuelo Op.ne·'at PlO1 JS, De eseú;<br />

de Abr·a e ChW'1"MCL<br />

« A's 11 horas <strong>da</strong> manh.ã ancol'ei com o. navios de l11~vl"i~'a entre<br />

a ilha <strong>do</strong> palmaI' e o Chaco, e dei ol'dem- aos I 'r commandunte, <strong>da</strong><br />

2' e 3 a dIvisões que avançassem com O' 8l1couraç:a<strong>do</strong>s e tomassem a<br />

posição que eu havia préviamente de igna<strong>do</strong>, 1ara, fundea<strong>do</strong>s, baterem<br />

Curuzú.<br />

« A's 11 hora e 45 minutos o Lúnct BW"I'oS tl'ocava a primeira bala<br />

com o inimigo, e successivamente O' outro encoul'aça<strong>do</strong>s foram entran<strong>do</strong><br />

em acção. O inimigo atirava projectis ôcos e oli<strong>do</strong>s de calibre 68 e<br />

3~, e pouco a pouco seu fogo foi- e tornan<strong>do</strong> mais lento, até que<br />

cessou completamente ao pôr <strong>do</strong> sol.<br />

« ma peça inilUiga de Ci;\libre 6 foi de monta<strong>da</strong> por bala de um<br />

<strong>do</strong>s nossos encouraça<strong>do</strong>s, que partia-lhe um <strong>do</strong>s munb,õe ; o que se<br />

verificou depois <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>do</strong> Curuzú.<br />

« As balas inimigas eram certeira,s, e quasi to<strong>da</strong>s foram emprega<strong>da</strong>s<br />

no~ nossos encouraçf1<strong>do</strong>s; de. tes, pOl'ém, o tJnico que soffreo avarias


384<br />

de consideração foi n Rio de .Janeiro, cuja couraça foi atravessa<strong>da</strong><br />

em <strong>do</strong>u lugares proximos â prõa e pouco abaixo <strong>do</strong> trincanil.<br />

« Uma de suas peças de calibre 68 ficou inutilisa<strong>da</strong> por uma bala<br />

que bateo-lhe na parte mferior <strong>da</strong> moldura <strong>da</strong> joia. O mesmo projectil<br />

fez-se em pe<strong>da</strong>ços, que, entran<strong>do</strong> na casamata, causaram a morte ar)<br />

imperial lllat:inheiro João Izi<strong>do</strong>ro Gonçalves e feriram gravemente ao lo<br />

tenente Napoleão Jansen Müller e aos imperiaes marinheiros Antonio<br />

Barbosa e Jos' Joaquim Feijó; e levemente a quatro praças mais.<br />

« O encoUl'a~a<strong>do</strong> Tamanâaré, que mandei collocar pouco abaixo <strong>da</strong><br />

ponta <strong>da</strong> ilha, em fl'ente à bateria inimiga, hostilisou a esta durante<br />

to<strong>do</strong> o dia, mas nenhum projectil lhe tocou.<br />

« A' noite os praticos Etchebarne e Bernardino Gustavino com o<br />

engenheiro norte-americano MI'. G. [-I. Tombs, reconheceram e son<strong>da</strong>ram<br />

um canal bastante fun<strong>do</strong> e livre de obstaculos pelo meio <strong>da</strong> estaca<strong>da</strong><br />

de navios a pique, situa<strong>da</strong> pouco acima <strong>da</strong> bate<strong>da</strong>, pelo qual ao romper<br />

o dia os encouraça<strong>do</strong>s Lima Barl'OS, Bra~il, Bal<strong>da</strong> e Bar1'oso avançaram<br />

até pe!'to <strong>da</strong> estaca<strong>da</strong> de Ourupaity, e <strong>da</strong>lli, fundea<strong>do</strong>s, sustentaram<br />

o fogo durante to<strong>do</strong> o dia com a bateria <strong>do</strong> mesmo nome.<br />

« As bombardeiras PedrJ Affonso e Forte ele Coimbra e as chatas<br />

bombardeiras ns. I e 2 continuaram os fogos curvos sobre Ouruzú, bem<br />

como o Taman<strong>da</strong>ré e a chata n. 3, arma<strong>da</strong> de um canhão de 68, a<br />

qual sob a direcção <strong>do</strong> lo tenente Manoel Carneiro <strong>da</strong> Rocha, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> canhoneira Itajeth!J, approximou-se <strong>da</strong> bateria inimiga pelo<br />

la<strong>do</strong> exterior <strong>da</strong> ilha <strong>do</strong> Ouruzú, tanto quanto permittia o seu pequeno<br />

cala<strong>do</strong>.<br />

« A' i horà e 30 minutos, depois de bombardeà<strong>do</strong>s e metralha<strong>do</strong>s<br />

os bosques adjacentes à guar<strong>da</strong> <strong>do</strong> Palmar, atracaram à barranca <strong>do</strong><br />

mesmo lugar os transportes que conduziam as tropas, e o Sr. general<br />

barão de pOI·to-Alegre desembarcou alli' à frente de seu exercito, sem<br />

que o inimigo lhe oppuzesse a menor resistencia.<br />

« A's 2 horas <strong>da</strong> tarde quan<strong>do</strong> o encouraça<strong>do</strong> Rio de Janeiro<br />

avan~ava para tomar o seu lugar na vanguar<strong>da</strong>, depois de ter repara<strong>do</strong><br />

as avarias que soffrêra na vespera, tocou em um torpe<strong>do</strong> proximo<br />

à estaca<strong>da</strong> dqs navios a pique, <strong>do</strong> qual não havia o menor indicio, e<br />

que fez explosão debaixo de sua põpa, por onde entrou logo uma grande<br />

columna d'agua. Minutos depois outro torpe<strong>do</strong> arrebentou pela prõa <strong>do</strong><br />

me mo navio, que submergio-se quasi instantaneamente.<br />

« Succumbiram victimas desta catastrophe e <strong>da</strong> metralha llllilllga,<br />

que era dirigi<strong>da</strong> para o navio até seu desapparecimento, o seu bI'avo<br />

comman<strong>da</strong>nte, o lo tenente Americo Brazilio Si! va<strong>do</strong>, o 2 0 tenente Joaquim<br />

Alves Ooelho <strong>da</strong> Silva Junior, o guar<strong>da</strong>-marinha Raymun<strong>do</strong> Antonio


385<br />

<strong>da</strong> Silva


q; o IJahw l'eéebeo :j~ balas e 'otfl'eo aval··as séria, lUas nenhuma<br />

'1ue affectasse a torre nem a sua forte COl! 'aça.<br />

« -este navio ficaram contusos leve;nente o lo tenente José Bernardino<br />

de Queiro..: e os imperiaes marinheiros Jose Bispo <strong>do</strong>s Santos,<br />

Manoel Francisco <strong>do</strong>s Santos e Trajauo Jusé <strong>do</strong>" Santos, e gravemente<br />

o imperial marinheiro José Luiz Bartholomeo, que e achavam na casalilata<br />

quan<strong>do</strong> uma bala rOlllpeo o convés e penetr'oLl nella.<br />

« O BaJ'r'usú recebeo 15 balas, <strong>da</strong>::l quaes uma inut.ilisou-lhe o<br />

cabrestante.<br />

« O TamanJ.aí"e hostilisoLl habilmenLe o inimigo sem ex.l)ôl'-Se ~L,<br />

suas balas, C01UO eu orLlenclra, para pre:serv,lr o engenhoso apparel~o<br />

de inuti1isar os torpê<strong>do</strong>s, que es.Le navio tem Mmauo na prôa.<br />

« O Sr. capiLão de mar e <strong>guerra</strong> Elisiario Antonio <strong>do</strong>:s "anta:><br />

correspondeo brilhantemente nos ultimos comLJate' ii. confiança que tem<br />

sempre mereci<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>governo</strong> imperial, pelo valor e perícia militar que<br />

desenvolveo e que seriam bastantes para fazer a reputação de um o{ficial<br />

que já não tivesse em sua carreira os antecedentes hon,osos Jo<br />

Sr. Elisiario.<br />

« O Sr. capitão ue fragata Antonio Affonso Lima, que mandei para<br />

bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> Lima BU1'í'OS, afim de substituir o Sr. capitão<br />

de mal' e <strong>guerra</strong> EJisiario, quan<strong>do</strong> e,-te chefe tivesse de occu par-se com<br />

a direcção <strong>da</strong> divisão <strong>do</strong> seu comman<strong>do</strong>, tornou-se muito recommen<strong>da</strong>vel<br />

pelo seu valor, segun<strong>do</strong> informa o mesmo chefe, assim como to<strong>do</strong>s<br />

os officiaes ob sua oruens, d'entre os quaes são merece<strong>do</strong>res de louvor<br />

o Sr. lu tenente (inJlllediato) Luiz <strong>da</strong> Costa Fel'llanues, e os 81'S, l"<br />

tenentes José Carlos Palmeira, Octaviano Antonio Vital de Oliveira e<br />

Antonio 8everiano :Tunes, distinguin<strong>do</strong>-se os <strong>do</strong>u. ultimos pelo acerto<br />

com que dirigiram a artilharia.<br />

« O 81'. guar<strong>da</strong>-marinha Luiz de Paula Mascarenhas, que se achava<br />

ás ordens <strong>do</strong> 81'. comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2' divisã.o, e que acompanhou os<br />

.}ratico nos reconhecimentos <strong>do</strong>s torpêelos e <strong>da</strong> estaca<strong>da</strong>, portou-se com<br />

muita coragem em, combate, e em to<strong>do</strong>s os serviços em que foi emprega<strong>do</strong>.<br />

« O pratico Berriardino Gustavino, quê tão bons servlços nos ten1<br />

presta<strong>do</strong> nesta campanha, mostrou mais de uma vez, a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> Lima<br />

BWTOS, a dedicação com que nos serve, e dirigio com raro sangue frio<br />

a navegação <strong>da</strong>quelle navio por entre o obstaculos com que o inimigo<br />

pretendeo impedir o acce, so ;\ e quadra na altura de Curuzú.<br />

« O Sr. c :pitão de mar e <strong>guerra</strong> Jo é Maria Rodrigues dirigia a<br />

divisão <strong>do</strong> eu comlUanrlo com muito sangue frio, e empregou com vantagem<br />

a podero a bateria <strong>do</strong> Br'a:;ll.


3 i<br />

« O Sr capitão de fragata Antonio Lope. de ie quita, que mandei<br />

para bor(10 <strong>do</strong> Br 1


388<br />

« A canhonheira Jt'ah!J foi o müco navio de madeit'a que esteve<br />

exposto ao fogo <strong>da</strong> Dateria de Curuzú, ao que foi leva<strong>da</strong> por excessivo<br />

zelo <strong>do</strong> seu co·mman<strong>da</strong>nte, o bravo I o te~1ente Guilherme José Pereira<br />

<strong>do</strong>s Santos, que, ven<strong>do</strong> a lancha <strong>do</strong> Era;; :l, com o guar<strong>da</strong>-marinha acima<br />

menciona<strong>do</strong>, gravemente compromeiti<strong>da</strong>, avançou para protegêl-a até a<br />

altura <strong>da</strong> bateria inimiga. 'l'eve 4 praça fóra de' combate e uma <strong>da</strong><br />

suas caldeiras foi atravessa<strong>da</strong> por uma bala, Não obstante continuou a<br />

responder ao fogo <strong>da</strong> bateria e só retirou-se quan<strong>do</strong> signifiquei-lhe por<br />

um signal que passasse á fana.<br />

(t O Sr. capitão de mar e <strong>guerra</strong> Francisco Cordeiro Torres e Alvim,<br />

no serviço de que tem esta<strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong>, não tem si<strong>do</strong> menos digno<br />

de elogios pelo seu zelo e activi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> que o·é por seu valor sempre<br />

que entra em combate.<br />

« Nesta occa


t Parles officia··s d()s commanclanles <strong>da</strong> ~& e 3' (/,1/ isões <strong>da</strong> (J,: :',ad,'a,<br />

Il <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>n1es <strong>do</strong>s encouraçaclos « Ha,hia » I. « Lima Barl'os »<br />

2' Divisão <strong>da</strong> Esquadra<br />

« Bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> fragata encouraça<strong>da</strong> Lima Bw'}'os, em operações no rio<br />

<strong>Paraguay</strong>, 6 de Setembro de 1866.<br />

« J11m. e E1m. Sr.-Haven<strong>do</strong> V. Ex. determina<strong>do</strong> no dia l° <strong>do</strong><br />

corrente que, com a divisão <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, composta desta fragata e <strong>da</strong>s<br />

corvetas encouraça<strong>da</strong>s Bl°az7l, Bahia, Bw rozo, Rio elc .!nneú,u e Taman<strong>da</strong>r'e<br />

fosse bater o forte de Curuzú, separei-me <strong>da</strong> esquadra, que se<br />

tinha posto em movimento pelas 8 hora <strong>da</strong> manhã, e, fundean<strong>do</strong> ás<br />

11 horas e 45 minutos em frente àque11e forte, del principio ao ataque.<br />

« Logo no começo de11e, uma bala, entran<strong>do</strong> por uma <strong>da</strong> portinllOla<br />

<strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> Rio de Janeiro, produzio neUe a. morte de um imperial<br />

mârinheiro e ferimentos graves no l° tenente


390<br />

«'Encetàmos o ataque <strong>do</strong> forte de Cu-rupait,)" que nos respondia<br />

com balas raia<strong>da</strong>s de peso de 81 libra, e de uma configuração especial,<br />

<strong>da</strong> quaes enVIeI uma a V. Ex.. Concentrand·) o mimigo o seu<br />

fogd n'esta fragata e no Bai,io, que se achavam na frente, n'este,<br />

uma bomba, arrebentan<strong>do</strong> no seu convéz, o arrombou, continuan<strong>do</strong> o<br />

mesmo navio, ape 'ar d'isto, a su.'tentar o fogo.<br />

«O encouraça<strong>do</strong> Rio de Jwwij'(l, suLin<strong>do</strong> á tarde, infeli!.mente<br />

chocou em um torpê<strong>do</strong> submergi<strong>do</strong> junto â linha de navios metti<strong>do</strong>s a<br />

dique, par oride haviamos passa<strong>do</strong>, e ftli destrui<strong>do</strong>, com perd:-t <strong>do</strong> seu<br />

com man<strong>da</strong>nte, outros officiaes e praças, de que V Ex. jà teve conhecimento.<br />

« Ao anoitecer descemos o rio, e, ancoran<strong>do</strong> em frente ao forte<br />

de Curuzú, mandei que o Ba,hia procurasse logar abriga<strong>do</strong> para reparar<br />

os rombos que tIvera no convez e outl'as avarias.<br />

« I O dia 3 a força comman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo Sr. barão de Porto-Alegl'e'<br />

atacou o forte de Curuzú, e as 8 1/2 horas tremulava n'elle () pavilhão<br />

nacional, que fôra substitui<strong>do</strong> por outro presta<strong>do</strong> por este navio,<br />

que fe..:: alguns tiros para o forte por occa~ião de er ataca<strong>do</strong>, e ao<br />

inimigo~ que fugiam.<br />

« A's 11 1/2 horas d'e:-:;te dia subi de novo com os encouraça<strong>do</strong>s<br />

Brazil e Bar,'OW para a posição que tinha occupa<strong>do</strong> no dia antecedente,<br />

â vista <strong>do</strong> forte de Curupait,)', e no dia 4 rompi o bombardeamento<br />

sobre o mesmo forte toman<strong>do</strong> tambem n'e le parte as- canhoneiras Belmnnte,<br />

Pa'l'nohyhn. e Oj'el~"hal[}h, e a-o bombardeiras, que ficaram acoberta<strong>da</strong>s<br />

pel'l, ponta <strong>da</strong> terra que vai ao forte; e n'e'te dia deo-se<br />

n'esta fragq.ta o mesmo incidente que se r!el'a no Bahia, de SAl' o<br />

copvéz arromba<strong>do</strong> por outra bomba, Ao anoitecer cessou o fogo e tratei<br />

de reparar a avaria <strong>do</strong> convéz, quP, é importante.<br />

« A bor<strong>do</strong> d'e'te navio houve a mnrte ele) 3° m'l.chinHa, José Au<br />

tonio de Oliveira, cujrl, copia <strong>do</strong>,' a:-; entamentos remetto a V. Ex" e o<br />

ferimento leve <strong>do</strong> mestre Antonitl Joaquim Pinto de Souza. .I unto remetto<br />

a V. Ex. a l-arte <strong>da</strong>rla pelo CO'llm ,n<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> Ba'tia, não acom<br />

panhan<strong>do</strong> a <strong>do</strong> outros comman,Jante por nã') m'as terem envia<strong>do</strong><br />

como lhe cumpria, e a relc"lf~ãO <strong>da</strong>s avarias que t ve esta fragata.<br />

(( O. comman<strong>da</strong>ntes e officiaes sob minhas oruens Fortaram-se CO<strong>II</strong>I<br />

digni<strong>da</strong>de, e comprehenderarn bem o seu dever.<br />

« Deus guarde a Y. Ex.<br />

« !lIm. e EXH1. 'r. 'i'isconde ne 'l'a1llan<strong>da</strong>ré, cOl1l1l1al1<strong>da</strong>nte em cher~<br />

<strong>da</strong> esquarlra em o eraçõe <strong>contra</strong> o Pal·aguay.<br />

« Jilisiurio ntonio <strong>do</strong><br />

(( ()"IJIJ1Jalld'IJle dI'" di Isâr. ~


'i91<br />

3" Divisão <strong>da</strong> Esquadra:<br />

« Cornman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 3- divi ão <strong>da</strong> esquadra em operações. - Bor<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

corveta encoura~a<strong>da</strong> Brazil, em 6 de Setembro de 1866.<br />

«111m. e Exm. Sr.- Cumpre-me levar ao conhecimento de V. Ex.,<br />

a fim de que se s;rva levar ao de. Ex. o . r. vice-almiraute visconde<br />

de 'l'aman<strong>da</strong>ré, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>da</strong> esquadra em operações <strong>contra</strong><br />

o <strong>Paraguay</strong>. que aos 35 minutos depois <strong>do</strong> meio-dia <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> corrente,<br />

receben<strong>do</strong> ordem de S. Ex., por intermedio de seu seCl'etario o lo tenente<br />

Silveira <strong>da</strong> Mota, para me approximar <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> Lima 8a1"ros<br />

a 'fim de bater aba'eria inimiga que se avistava na margem <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>,<br />

chama<strong>da</strong> de Cllruzu (pois por falta de vapor, por negligencia <strong>do</strong> lo<br />

machinista, havia fica<strong>do</strong> e~ta corveta fol'a <strong>do</strong> eu log-ar na vanguar<strong>da</strong>,<br />

por alg'um tempo), segui logo á vante; e quan<strong>do</strong> chegámos a posiÇãO<br />

conveniente, principiamos a batel-a com balas ôcas de calibre 70 raia<strong>da</strong>s<br />

e c~libfe 68 alma lisa, fazen<strong>do</strong> fogo sômente com duas pe~as de va.nte,<br />

por não se prestarem as de rê a pontarias convenientes.<br />

« No dia seguinte seguimos á vante para fazer fogo com to<strong>da</strong> a<br />

bateria, fican<strong>do</strong> pela prôa <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> Lima Ba1'1"OS; porem, sen<strong>do</strong><br />

a po, ição propria aquella em que estão submergi<strong>do</strong>s alg'uns navia, não<br />

foi passiveI fazeI-o, e continuámos a trabalhar com rluas peças ô­<br />

mente.<br />

« As 9 <strong>da</strong> manhâ, suspenden<strong>do</strong> o dito encouraça<strong>do</strong> Lima Barros,<br />

com o comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2" divisao, para descobrir a bateria dJ Curupaity,<br />

suspendemos tambem e fomos fundear a pequena distancia <strong>da</strong> estaca<strong>da</strong><br />

colloca<strong>da</strong> no canal, e d'ahi principiámos a bombarJear a bateria<br />

que se avistava, e <strong>da</strong> qual nos faziam fogo com uma peca de calibre 68,<br />

fican<strong>do</strong> a linha forma<strong>da</strong> com os encouraça<strong>do</strong>s Bahia e L1'ma BarJ'Os<br />

<strong>da</strong> 2" divisão, Brazil e Ba1'1'osO <strong>da</strong> 3" <strong>do</strong> mell comman<strong>do</strong>.<br />

«As pontarias feitas, tanto por e te navio como pelo Ba1 rosa, e<br />

pelos <strong>da</strong> 2" divisãO, foram bem dirigi<strong>da</strong>s, e se nilo fosse a bateria inimiga<br />

colloca<strong>da</strong> sobre uma barreira, melhof se poderia calcular os estragos que<br />

fizemos.<br />

« As avarias que sof1reu este navio são as menciona<strong>da</strong>s na relação<br />

inclusa. Recebeu este naviu 13 balas de calibre 68 em differentes lagares,<br />

e, felizmente, apezar de muitos estilhaços por eUas produzi<strong>do</strong>s,<br />

não fizeram <strong>da</strong>mno algum ás praças <strong>da</strong> guarniçilO.<br />

« To<strong>do</strong>s os officiaes d'esta corveta, bem como o .capitão de fragata<br />

Antonio Lopes de Mesquita, com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong>s depositas e transportes<br />

reuni<strong>do</strong>s à esquadra, que veio para bor<strong>do</strong> no lo <strong>do</strong> corrente para pra tal'


:,92<br />

servir,os, portaram-se como era de esperAr oe officiaes que conhecem a<br />

coragem militar de que devem estar possuí<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> se trata de defender<br />

a honra e digni<strong>da</strong>de nacional.<br />

~ Em geral to<strong>da</strong>s as praças <strong>da</strong> guarnição mostraram sangue frio<br />

e se prestaram de bom gra<strong>do</strong> o satisfeitas ao trabalho <strong>da</strong> bateria e <strong>do</strong><br />

mais preciso n'e3sas occasiões.<br />

« Deus gua1'de a V. Ex.<br />

« 111m. e Exm. SI'. Barão <strong>do</strong> Amazonas, chefe de divisão e de<br />

esta<strong>do</strong>-maior <strong>da</strong> esquadra em operações.<br />

« José Maria Rodrigues,<br />

« Oomman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3~ divisão. )<br />

Encou1'aC'a<strong>do</strong> Bahia :<br />

« B01'<strong>do</strong> <strong>do</strong> vapor encoul'aça<strong>do</strong> Bahia, no rio Pa1'aguay,' 3 de Se­<br />

Lembro de 1866.<br />

«Illm. Sr. - Participo a V. S. que, no combate que teve logar<br />

hontem entre a divisão comman<strong>da</strong><strong>da</strong> por V. S. e a bateria de CUl'Upalty,<br />

os ofliciaes e guarnição d'este vapor cumpriram com o seu dever,<br />

distinguin<strong>do</strong>-se o lu tenente JQsé Bemardino de Queiroz e o ;(.0 tenente<br />

.Toão José Lopes Ferràz e Castro, que com activi<strong>da</strong>de e sangue ft'io<br />

dirigiram os fogos <strong>da</strong> torre, que muito mal causara.m ao inimigo com<br />

suas acerta<strong>da</strong>s pontarias.<br />

1, O l° tenente Francisco Goulart Rolim, commissario Marciano<br />

Marques <strong>do</strong>s Santos e escrivão José <strong>da</strong> Silva Picanço conservaram-se<br />

em eus postos, dirigin<strong>do</strong> os trabalhos com muita activi<strong>da</strong>de.<br />

« O Dr. Tristão Arthllr de Campos Pio é digno de to<strong>do</strong> o elogio<br />

pela promptidão e humani<strong>da</strong>de C0m que soccorreu os feri<strong>do</strong>s.<br />

« O guardião Cyro Possi<strong>do</strong>nio de Si/mas, o 2-0 sa11gento <strong>do</strong> corpo de<br />

imperiaes marinheiros Antonio Pacheco de Miran<strong>da</strong>, e o cabo de marinheiros<br />

Eduarc1, Senag são dignos de to<strong>do</strong> o elogio pela eoragem que<br />

mostraram estan<strong>do</strong> ao leme, não o abon<strong>do</strong>nan<strong>do</strong>, nem mesmo quan<strong>do</strong><br />

a tol<strong>da</strong> era varri<strong>da</strong> pelas balas inimigas.<br />

« O. pratico Lúiz Repeto é dign0 de to<strong>do</strong> o elogio pela maneira p01'que<br />

di1'igio a praticagem <strong>do</strong> vapor, éom muita calma, quan<strong>do</strong> passamos as estacas<br />

onde existiam os torpê<strong>do</strong>s, conhecen<strong>do</strong> felizmente o logar em que<br />

se acham alguns. Afastou o navio <strong>do</strong>s mesmos, estan<strong>do</strong> n'estas circumstancias<br />

exposto no passadiço ás balas <strong>do</strong> inimigo, onde ia sen<strong>do</strong> victima<br />

de uuas balas de 1\J;'tilharia.


393<br />

« O I o machinista Benjamin Berthell tambem é digno de to<strong>do</strong> o<br />

elogio: teve a machina em esta<strong>do</strong> de funccionar e trabalhar com promptidão<br />

nesta critica circumstancia, trabalhan<strong>do</strong> para ré ou para vante, com<br />

um e outro helice, conforme lhe ordenava.<br />

«Ficaram contusos levemente o I o tenente .lo é Bernardino de<br />

Queiroz e os imperiaes marinheiros José Bispo <strong>do</strong>s Santo" Manoel Francisco<br />

<strong>do</strong>s Santos, e gravemente o imperial José Luiz Bartholomeu, que<br />

se achavam dentro <strong>da</strong> casamata, por estilhaços de uma bala que arrombou<br />

o convés na altura <strong>da</strong> mesma.<br />

« E te navio recebeu 38 balas, sen<strong>do</strong> 4 na torre, 1 no escovém de<br />

E. B., que foi parti<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> corta<strong>da</strong> a amarra <strong>da</strong> ancora com que estava<br />

fundea<strong>do</strong> o vapor, perden<strong>do</strong>-se a mesma com l(j braças de filame.<br />

As outras avarias deram-se na cabrestante, turcos, braçolas <strong>da</strong> escotilha<br />

<strong>da</strong> praça d'armas, estaleiro de ferro <strong>do</strong>s e calere, e no convé, onde<br />

houve <strong>do</strong>us rombos; fican<strong>do</strong> o mesmo corta<strong>do</strong> em differentes logares<br />

pelas balas que o varriam.<br />

~ Acharam-se a bor<strong>do</strong> duas balas, sen<strong>do</strong> uma de calibre 68 e<br />

outra raia<strong>da</strong> de f6rma não conheci<strong>da</strong>, com O pezo de 82 libra, as<br />

quaes já remetti a V. S.<br />

« Deus guarde a V. S.<br />

« lllm. Sr. Elisiario Antonio <strong>do</strong>s Santos, capitão de mar e <strong>guerra</strong><br />

e comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> :l' divisão.<br />

« JoaquiOl Rodrigues <strong>da</strong> Costa,<br />

« Capitão de fragata, commllnd nta. "<br />

Encouraça<strong>do</strong> Barroso:<br />

« Bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> corveta encouraça<strong>da</strong> Bar:'I'oso, no rio <strong>Paraguay</strong>, 6 de<br />

Setembro de 1866.<br />

« 111m. Sr.-Vou commuuicar a V. S. as occurrencias -havi<strong>da</strong>s no<br />

navio de meu comman<strong>do</strong> nos combates <strong>do</strong>s dias I e 2 <strong>do</strong> corrente <strong>contra</strong><br />

a bateria de Curuzú e outra em frente á estaca<strong>da</strong>.<br />

c A's 9 1/2 horas <strong>da</strong> manhã su pendeu este navio e seguio a esquadra<br />

navegan<strong>do</strong> nas aguas <strong>do</strong> Bl"azil, ao meio fundeou a nlagrf, que levava<br />

a insignia de S Ex. o Sr. vice-aimirante, e as divisões encouraça<strong>da</strong>s<br />

foram tomar posição em frente á primeira bateria.<br />

«Por uma ordem transmitti<strong>da</strong> pelo secretario <strong>da</strong> esquadra o Sr.<br />

lo tenente Silveira <strong>da</strong> Mota, devia este navio fundear entre o Brazil<br />

e o Lima Bar}'os; mas como entre estes navios não havia espaço bastante,<br />

fundeei entre o ultimo, e o Bahia, e d'ahi acompanhei as divisões<br />

no combate até ás 6 horas, em que oessou o fogo de terra.<br />

... 60


3!)4<br />

cc No dia seguinte as 5 1/2 horas <strong>da</strong> nianhii' suspenileram os encouraça<strong>do</strong>s<br />

e pa saram além <strong>da</strong> bateria, onde tomaram posição para<br />

hostilisar o inimigo.<br />

« Este navio fundeou pela rôpa <strong>do</strong> Lima Barros, por me ter<br />

ordena<strong>do</strong> o 111m. Sr. comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2" divisão que a'Ssim o fizesse;<br />

~ d'essa POSiÇãO sustentou um renhi<strong>do</strong> combate <strong>contra</strong> a bateria até ao<br />

escurecer, que cessou o fogo.<br />

l no convé á ré, 4 na face<br />

de E. B. <strong>da</strong> casamata, 2 na frente, 2 na bor<strong>da</strong> de madeira, 2 no taboa<strong>do</strong><br />

acima ela casamata e I na cantoneira de rê a E. B. A mais<br />

importante foi a <strong>do</strong> cabrestante; as <strong>da</strong>s chapas fizeram pequenas depressões,<br />

sen<strong>do</strong> a maxima de uma pollega<strong>da</strong> e 1/8.<br />

« Fui muito feliz por não ter de lamentar o mais leve ferimen:o.<br />

V. S. consinta que cumpra o meu ·dever <strong>da</strong>n<strong>do</strong> conta <strong>do</strong> comportamento<br />

<strong>do</strong>s dignos officiaes deste encouraça<strong>do</strong>.<br />

« O immediato l° tenente Felippe Firmino Rodrigues Chaves, apezar<br />

de Sua enfermi<strong>da</strong>de, apresentou-se e tomou o comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> batf'ria<br />

onde conservou a calma que lhe é habHual, e prestou os melhores<br />

serviços no emprego <strong>da</strong> artilharia.<br />

« Do l° tenente Antonio Pompeu de Albuquerque Cavalcanti,<br />

encarrega<strong>do</strong> <strong>da</strong> ln secção, tive occaSlaO de conhecer a sua pericia<br />

e valor militar. Dir'igio elle com acerto as pontarias e a sua guarnição.<br />

« O 2° tenente Joaquim Antonio Cor<strong>do</strong>vil Maurity dirigia a 2 n secção,<br />

e não desmentio a informação que d'elle dei a V. S. noe; ataques<br />

<strong>do</strong> Itapirú.<br />

(( O guar<strong>da</strong>-marinha Manoel José Alves Barbosa coadjuvava a 1" secção<br />

e attendia aos signaes quan<strong>do</strong> estava a mesma secção de servi~o;<br />

portou-se com muita sereni<strong>da</strong>de e valor.<br />

cc O piloto Jose Manoel Fontes coadjuvava a 2 n sec~ão e attendia<br />

aos signaes quan<strong>do</strong> a secção estava de serviço, e tambem não desmentio<br />

a informação que dei a V. S. nos ataques de Itapirú.<br />

cc O commis ario ManoeI JosP. <strong>do</strong> ascimento, apezar de <strong>do</strong>ente, estava<br />

no sen posto.


39'<br />

« O Dr. Franci'co de Paula Travas o tambem e teve no 'u<br />

posto, felizlllente na<strong>da</strong> teve que fazer; 6 á. noite foi chama<strong>do</strong> ao Rio<br />

de Janeiro onde amput u o braço <strong>do</strong> tenente apoleão Müller.<br />

« O me tre de 1· clasi'e reforma<strong>do</strong> Valentim José de Almei<strong>da</strong>,<br />

apezar de ua avança<strong>da</strong> i<strong>da</strong>de,' portou- e com bravura incomparavel.<br />

« a occasião em que tive de uspender, debaixo <strong>do</strong> fogo <strong>da</strong> bateria<br />

de Curuzú, sem cabre tante, reconheceu- e, quan<strong>do</strong> o ferro estava<br />

a vi ta, que uma grossa amarra o prendia pela unha: o me tre empregou<br />

os apparelhos preci os; e debaixo de continuos tiro de metralha<br />

<strong>do</strong> inimigo, que atirava ao grupo, consentio em pouco tempo desembaraçar<br />

ferro. Com sua coragem animou a guarnição e o trabalho teve uma<br />

solução rapi<strong>da</strong>: este facto veio augUlentar o conceito que formo d'este<br />

"Velho: servi<strong>do</strong>r.<br />

« A guarnição em geral conc1uzio- e bem.<br />


396<br />

« Occupar-me <strong>da</strong>s peripecias <strong>do</strong> ataque seria repetir. ariui o que<br />

está consigna<strong>do</strong> na parte que abaixo vai transcnpta.<br />

« Sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s! Se vingar a honra vilmente ultraja<strong>da</strong>, o direito conculca<strong>do</strong>,<br />

e a liber<strong>da</strong>de opprimi<strong>da</strong>, foi, é, e será sempre a mais nobre<br />

mis ão que póde ter o exercito de um paiz livre, ufanai-vos, porque<br />

tal é a nossa incumbencia.<br />

~ Barão de Porto A.legre.})<br />

« Illm. e Exm. Sr. - Muito perfunctoriamente participei a V. Ex.<br />

no dia 3 <strong>do</strong> corrente, que o exercito sob meu comman<strong>do</strong> tinha combati<strong>do</strong><br />

e toma<strong>do</strong> de assalto o forte de Curuzú, guarneci<strong>do</strong> com 13 peças<br />

de diversos calibres, e defendi<strong>do</strong> por cerca de 3,000 homens.<br />

« Não me foi possivel então precisar o nosso prejuízo, e menos o <strong>do</strong><br />

inimigo, por falta de <strong>da</strong><strong>do</strong>s que me habilitassem a fazel-o com a desejave1<br />

exactidão; recolhi<strong>da</strong>s, rorém, como se acham, as informações parciaes<br />

<strong>do</strong>s differentes comman<strong>da</strong>ntes, vou fazer a V. Ex. minuciosa descripção<br />

d'este primeiro feito de armas, pratica<strong>do</strong> pelo exercito à cuja frente<br />

me acho, e que mostrou-se digno de hombrear com os seus valentes<br />

companheiros de armas.<br />

« Resolvi<strong>do</strong> em conselho de <strong>guerra</strong> <strong>do</strong>s generaes em chefe <strong>do</strong> exercito<br />

aDia<strong>do</strong> que o <strong>do</strong> meu comman<strong>do</strong>, de combinação com a esquadra<br />

ao man<strong>do</strong> <strong>do</strong> Exm. visconde de Taman<strong>da</strong>ré, iniciaria as operações<br />

atacan<strong>do</strong> os fortes de C'uruzú e Curupaity, embarcámos no dia l° de<br />

Setembro defronte <strong>da</strong> ilha <strong>do</strong> Cerrito nos transportes que foram postos<br />

à minha disposição sob a intelligente e activa direcção <strong>do</strong> capitão de<br />

mar e <strong>guerra</strong> Francisco Cordeiro Torres e Alvim.<br />

<strong>II</strong> Compunha-se o exercito de 8,300 praças <strong>da</strong>s 3 armas, sen<strong>do</strong> 4,500<br />

de infantaria, e no dia '2, poucos minutos depois <strong>do</strong> meio-dia, estavamos<br />

no logar destina<strong>do</strong> para o desembarque, tres quartos de legua abaixo<br />

de Curuzu, nosso ponto objectivn. Realisa<strong>da</strong> e~ta operação em menos<br />

de duas horas, pela efficaz cooperação que nos prestou a esquadra e<br />

sou digno chefe o Sr. visconde de Taman<strong>da</strong>ré, moveu-se o exercito com<br />

seis bocas de fogo de pequeno calibre.<br />

« Determina<strong>da</strong> a ordem de marcha, fiz seguir na frente a 2" briga<strong>da</strong><br />

levan <strong>do</strong> o 11 batalhão de 0 linh~ na sua vanguar<strong>da</strong>, destina<strong>do</strong> a<br />

occupar ° extremo <strong>da</strong> pica<strong>da</strong> que desembocava em frente ao forte, onde<br />

se construio uma trincheira.<br />

« A estreiteza <strong>do</strong> caminho aberto pelo inimigo, a extensão a percorrer,<br />

o fogo atea<strong>do</strong> na mata pelos van<strong>da</strong>los, atravez <strong>do</strong> qual rompeu<br />

a no sa cavallaria, e outras muitas circumstancias, impediram-me de<br />

chegar a Curuzú antes de escurecer.


397<br />

« Só á noite pôde este exercito tomaI' posição debaixo <strong>da</strong>s batel'ia<br />

inimigas, que nos disparav:'Lm n'e.;sa occasião diversos tiros que pouco<br />

<strong>da</strong>mno causaram. N'essa mesma noite se com:truio uma trincheira e ao<br />

amanhecer estavam as nossas pe" as convenientemente colloca<strong>da</strong>~.<br />

« A's 6 horas <strong>da</strong> manhã <strong>do</strong> dia 3 rompeu o inimigo sob. e


398<br />

e Silva, provou immediatamente o acecto de minha previsão, e quanto<br />

era fun<strong>da</strong><strong>da</strong> a confiança que aquelIe tenente-coronel in.'pirava.<br />

« Logo que o inimigo pre entio esta manobra, que não pôde evitar,<br />

desmoralisou-se, e, fugin<strong>do</strong> em to<strong>da</strong>s as direcções, offerecia apenas fraca<br />

resistencia aos valente


399<br />

Jose Antonio Corrêa <strong>da</strong> Gamara, deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel-me tre general,<br />

tanto pelo valor e sangue frio que ostentou durante o ataque, como<br />

pelos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s que lhe mereceram os feri<strong>do</strong>s, in<strong>do</strong> por vezes ao hospital<br />

de sangue ver a maneira por que alli se prestavam os primeiros soccarros<br />

aos feri<strong>do</strong>s tanto nossos, como <strong>do</strong> inimigo, que haviam si<strong>do</strong><br />

prisioneiro .<br />

« A commissão de engenheiros, de que é digno chefe o major Enéas<br />

Gustavo GaIvão, sen<strong>do</strong> por mim encarrega<strong>da</strong> de levantar durante a<br />

noite uma trincheira a duas quadra e meia <strong>da</strong>s baterias inimigas para<br />

collocar-se neHas as nos~a'l seis bocas de fogo, antes de amanhecer o<br />

dia, tinha, com o corpo de pontoneiros sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> major Umbelino<br />

Alberto de Campo Limpo, conclui<strong>do</strong> tão importante tra balho, e<br />

sen<strong>do</strong> depois tnseparaveis de mim seus dignos membros, tive occa ião de<br />

testemunhar o sangue frio e valor com que, não só o menciona<strong>do</strong> major<br />

Galvúo, como os outros membros <strong>da</strong> commissão se conduziram, ten<strong>do</strong><br />

visto com dôr cahir a meu la<strong>do</strong> mortalmente feri<strong>do</strong> por uma bala de<br />

metralha o lo tenente de engenheiros Vicente Pereira Dias, um <strong>do</strong>s mais<br />

intelligentes e esperançosos officiaes <strong>da</strong> corporação a que pertencia, sen<strong>do</strong><br />

feri<strong>do</strong> pela mesma bala que lhe fracturou o bra~o esquer<strong>do</strong>, o tambem<br />

distincto capitão <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior de I" classe Francisco Antonio Pimenta<br />

Bueno, que, ten<strong>do</strong> licença para recolher-se a côrte, leva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s nobres<br />

sentimentos que tanto o distinguem, preferia continuar a prestar seus<br />

serviços neste exercito quan<strong>do</strong> eUe punha-:se em movimento em deman<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> inimigo.<br />

'<br />

« A repartição de saude, dirigi<strong>da</strong> pelo seu já. bem conheci<strong>do</strong> e distincto<br />

chefe, o cirurgião-mór <strong>do</strong> exercito Christovão José Vieira, houve-se<br />

no desempenho de seus humanitarios deveres com muito zelo e pericia,<br />

como consta <strong>da</strong> parte que me dir igio o menciona<strong>do</strong> chefe, á qual me<br />

refiro.<br />

« O Rev. padre Joaquim Lopes Rodrigues, sen<strong>do</strong> vigario <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de<br />

Jaguarão, impelli<strong>do</strong> por seus patrioticos sentimentos offerecera-se para<br />

servir e prestar neste exercito os soccorros espirituaes de seu sagra<strong>do</strong><br />

ministerio, sen<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong> capellão-capitão, e os capellães Dr. José Raymun<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> Cunha e José Feliciano Castilho cumpriram os seus deveres<br />

com muito zelo, cari<strong>da</strong>de e religião.<br />

« O major de esta<strong>do</strong>-maior de 2" classe Manoel José de Alencastro,<br />

na quali<strong>da</strong>de de meu aju<strong>da</strong>nte de ordens, não só transmittio com valor<br />

e promptidão to<strong>da</strong>s as ordens que por seu conducto dei, como animava<br />

os nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s a proseguirem no ataque.<br />

« O capitão de estadl)-maior de la classe Julio Anacleto Falcão <strong>da</strong><br />

Frota não ob tante estar servin<strong>do</strong> interinamente de meu secretario, pedio-me


400<br />

hcença para acompanhar l) major Galvão, chefe <strong>da</strong> ~ommissão de engenheiros,<br />

á qual se acha addi<strong>do</strong>, no reconhecimento qne eu havia ordena<strong>do</strong><br />

que este fizesse ás posições <strong>do</strong> inimigo, sen<strong>do</strong> depois insepara reI<br />

de minha pessoa durante o ataque, portan<strong>do</strong>-se com valor e sangue frio.<br />

« O capitão de commissão Sebastião Lino de Azambuja, meu aju<strong>da</strong>nte<br />

de ordens de pessoa, transmittio com muito valor e pomptidão<br />

as minhas ordens.<br />

« Faltaria a um eleveI' se deixasse de fazer aqui especial menção<br />

<strong>do</strong> comportamento digno <strong>do</strong> brig'adeiro Alexandre Manoel Albino de Carvalho,<br />

que collocou-se á testa <strong>da</strong> columna de infantaria que levou o<br />

ataque ao flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> entrincheiramento inimigo, executou esse<br />

movimento com precisão, efficacia e inalteravel sangue frio, corresponden<strong>do</strong><br />

assim á justa confiança que sempre me mereceu.<br />

« Caben<strong>do</strong> ao Sr. brigadeiro Joaquim Jose Gonçalves Fontes o comman<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> columna que atacou o flanco direito <strong>da</strong> fortiflcaç'io inimiga,<br />

posto que seus incommo<strong>do</strong>s de saude não lhe permittissem montar a<br />

cavallo, dirigio e acompanhou o ataque <strong>da</strong> columna que lhe confiei com<br />

pericia e sangue fri0.<br />

« O coronel Manoel Lucas de Lima, no comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> columna de<br />

reserva, seguin<strong>do</strong> de perto as de ataque, conduzio-se com valor, manifestan<strong>do</strong><br />

com os bravos que comman<strong>da</strong>va ardente desejo de tomar parte<br />

mais activa na refrega, bem que estivessem sempre expostos aos fogos <strong>do</strong><br />

inimigo que lhe cansaram mnitas baixas, como se vê <strong>da</strong>s respectivas partes.<br />

« O major Manoel de Almei<strong>da</strong> Gama Lobo d'Eça, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

10 corpo provisorio de artilharia a cavaDo, é digno de especial menção<br />

já pelos esforços que empregou para o prompto desembarque e conducçãO<br />

<strong>da</strong> artilharia que por falta de cavallos foi tira<strong>da</strong> a braços por praças<br />

<strong>do</strong> mesmo cúrpo até á trincheira que se construio. durante a noite, e<br />

onde foi colloca<strong>da</strong>, e já pelo valor com que se houve, sob os fogos<br />

converg,mtes <strong>da</strong> artilharia inimiga, a que respondia com o mais vivo e<br />

bem dirigi<strong>do</strong> canhoneio.<br />

« O corpo de pontoneiros, sob o comman<strong>do</strong> e direcçito de seu activo<br />

e intelligente comman<strong>da</strong>nte o major de esta<strong>do</strong>-maior de I" classe Umbelino<br />

Alberto de Campo Limpo, satisfez com a maior promptidão e pericia<br />

os trabalhos que lhe foram incumbi<strong>do</strong>s, conservan<strong>do</strong>-se com sangue frio<br />

de protecção á artilharia durante o ataque.<br />

« O 4° batalhão de artilharia a pê, comman<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo major de<br />

com missão Joaquim <strong>da</strong> Costa Rego Monteiro, colloca<strong>do</strong> á direita <strong>da</strong> bateria,<br />

ah'i permaneceu dmante o ataque; sen<strong>do</strong> o seu comman<strong>da</strong>nte digno de<br />

louvor pelo sangue frio que manifestou.<br />

li O tenente <strong>do</strong> 4° regimento de caçauores a cavallo e capitão de


401<br />

commissão Joaquim Mendes Jacque, na quali<strong>da</strong>de de commau<strong>da</strong>nte de<br />

um piquete, deu nes~'e dia mai uma prova de seu reconheci<strong>do</strong> valor.<br />

« Da parte que me dirigia o r. Dr. Manoel Feliciano Pel'eirn. le<br />

Carvalho, cirurgião-mór elo exercito, con ·tam o humanitario serviços<br />

presta<strong>do</strong>s no curativo de grandre numero ele feri<strong>do</strong>s por tão eximia chefe, e<br />

pelos distinctos medicos cujos nomes vão menciona<strong>do</strong>s na referi<strong>da</strong> parte.<br />

« Constan<strong>do</strong> <strong>da</strong> parte a que alIu<strong>do</strong> que o esta<strong>do</strong> de de arranjo <strong>da</strong><br />

maior parte <strong>do</strong>s apparelho' applica<strong>do</strong>' aos fel'i<strong>do</strong> que foram trata<strong>do</strong><br />

pela repartição de saude deste exercito no ho pital ele sangue deman<strong>da</strong>va<br />

que fossem levanta<strong>do</strong>s para serem novamente cura<strong>do</strong>s, exigi <strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> mesma repartição que me informasse, . e ten<strong>do</strong> elIe si<strong>do</strong> convenientemente<br />

trata<strong>do</strong>s, como eu fui informa<strong>do</strong>, podiam <strong>da</strong>r-se taes desarraujo<br />

e quaes as causas. Pela informação <strong>da</strong>na pelo referÍllo encarrega<strong>do</strong>, vê-se<br />

que não era passiveI deixar de app:lrecerem a'luelles inconveniente', <strong>da</strong><strong>da</strong>,<br />

como se deram, as causas que os determinaram.<br />

« Julgo ain<strong>da</strong> <strong>do</strong> meu devel' fazel' menção honros3. <strong>do</strong> comportamento<br />

que tiveram durante o ataque o major <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional Jo é<br />

Victorino <strong>da</strong> Rocha, que sen<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> no fornecimento deste exel'­<br />

cito, anima<strong>do</strong> por nobres sentimento, apre entou-se para tomar parte<br />

no combate, portan<strong>do</strong>-se com muito valor; e o 2° tenente honol'ario,<br />

José Mária de Albuquerque" Bloem, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> tl'ansporte P1'eside"te,<br />

que, leva<strong>do</strong> pelo enthusiasmo que inspiea a justiça de no. t1<br />

causa, tomou tambem parte no ataque, acompanhan<strong>do</strong> o exel'ciLo quanno<br />

avançou sobre as trincheiras inimiga .<br />

« Torna-se tambem digno de menção o voluntario I' l'ancisco de Camerino,<br />

porque, guia<strong>do</strong> unicamente pelo seus sentimento.> patrioticos combateu<br />

heroicamente nas fileira5 <strong>do</strong> 8' batalhão de vaIuntarias <strong>da</strong> patria.<br />

Este individuo nem é alista<strong>do</strong> e nem recebe <strong>do</strong>s cofl'es publicas remuneração<br />

alguma.<br />

« Nesta occasiã.o sêrão entregues a V. Ex. as tl'es bandeiras toma<strong>da</strong>s<br />

ao inimigo. e a planta ligeiramente levanta<strong>da</strong> <strong>do</strong> lagar em que se<br />

deu o ataque, e <strong>da</strong>s obras posteriormente feitas. Contribuil' com os 'eus<br />

esforços na peleja, para o desaggl'avo <strong>da</strong> honra e digni<strong>da</strong>de nacional<br />

atrozmente offendi<strong>da</strong> pelo tyranl10 desta republica, eram os ardentes<br />

desejos <strong>do</strong> exercito que tanto me ufi:l.no de comman<strong>da</strong>r; felicito-me, pai"<br />

por ter visto realisa<strong>do</strong>, com tanta gloria para o paiz e para a arma<br />

brazileiras tão nobres sentimento .<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« Illm. e Exm. Sr. conselheiro Angelo Moniz <strong>da</strong> ilva Fel'raz,<br />

ministro e secretario de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negocias <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

A 51<br />

« Darão de Porto-Alegre »


T Pa?°te official (lI) chefe <strong>da</strong> commissão de engei'l,liei'ros soujOe fJ,<br />

[(Jma<strong>da</strong> de CU?'U.Z1,i.<br />

« Acampamento <strong>do</strong> 2° c01'110 de exercito no fOl'te ele 'Ul'UZÚ, "1:l<br />

de • etembro de lR66.<br />

« 111m. e Exm. 81'.-0 2° corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro, obteve uo<br />

dia 3 elo corrente mez, um esplendi<strong>do</strong> triumpho, toman<strong>do</strong> de assalto em<br />

menos ele duas horas este forte; caben<strong>do</strong>-me em cumprimento <strong>do</strong> que<br />

determinam os' arts. 14 e 16 <strong>da</strong>s instrucções, que V. Ex. dignou~se<br />

transl.nittir-me, fazer a seguinte exp()si~ãO de tão gloriosa jorna<strong>da</strong>.<br />

{( I o dia I <strong>do</strong> corrente ás 3 1/3 horas <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>, principiou<br />

a embarcar o exercito, que já achava-se acampa<strong>do</strong> na barra du <strong>do</strong><br />

<strong>Paraguay</strong>, nos seguintes transporte : comman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> exercito,<br />

repartições <strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte e quartel-mestre general, chefe<br />

<strong>da</strong> commissão de engenheiros, major MaximilIano Emerick, membro <strong>da</strong><br />

mesma commissão, e o piquete de cavallaria ás ordens <strong>do</strong> Exm. general<br />

em chefe, no vapor Charr!ta,. commissão de engenheiros e briga<strong>da</strong><br />

ligeira, no vapor PrestClente; comman<strong>do</strong> geral de artilharia, 4° batalhão<br />

de artilharia, corpo provisol'io ele artilharia a ca,"-allo, e o corpo<br />

lambem provisorio ele engenheiros, no vapor Genp?Oal Flo?Oes; comman<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> la divisf"LO (infantaria) e I' briga<strong>da</strong>, lia vapor I zauel; 2" no vapor<br />

Leopoldina; 3' no vapor Riachuelo; 4- e 5' de caça<strong>do</strong>res a cavallo,<br />

no vapor .l11al'cilio Dias; comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 2' divi ão (cavallaria), e 8" briga<strong>da</strong>,<br />

no vapor Galgo; 6' no vapor Peltro I I; repartição de sande, no<br />

vapor Onze de Junho, destina<strong>do</strong> para hos~Jiti:1.1 de sangue; e a cavalha<strong>da</strong><br />

no vapor Dezeseis ele Abl'il e em tres chatas.<br />

« Iam na frente destes üansportes, to<strong>do</strong>s brazileiros, á excepção<br />

<strong>do</strong> Char,"ua, diversos vapores de <strong>guerra</strong>.<br />

« A's 8 horas <strong>da</strong> manhã achava-se embarca<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o exercito, e<br />

chegan<strong>do</strong> logo depois o Exm. general cOtnmap.<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito,<br />

principiou a navegar a expedição ás 8 1/2 horas.<br />

« A's 9 horas e 45 minutos <strong>da</strong> manhã fundeou-se perto <strong>do</strong> patacho<br />

de <strong>guerra</strong> Iguassú em frente a embocadura ela lagôa Piris.<br />

({ A 1 hora <strong>da</strong> tarde, pouco mais ou menos, chegou à dita embocadura<br />

um official <strong>do</strong> l° corpo <strong>do</strong> exercito com communicarões para<br />

a esquadra, subin<strong>do</strong> logo a canhoneira Henrique iJIa?,tins com es as<br />

communicaçães para o Exm. comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>da</strong> mesma esquadra.


403<br />

« .S. Ex.o Sr. genemI em chefe, que na mesma occa.sião eguio, desenctJotrou-'e<br />

<strong>do</strong> nOSi:>O almirante, que pela manhl, tinha segui<strong>do</strong> para a<br />

esquadra, e <strong>do</strong> nosso mini tro, reunin<strong>do</strong>-se ao depoi' to<strong>do</strong> a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Char"r~~a ás 4 1/2 <strong>da</strong> tarde; e em segui<strong>da</strong> á conferencia que teve logar,<br />

man<strong>do</strong>u-se distribuir pela tropa munição de <strong>guerra</strong>.<br />

« As 5 1/2.. hora <strong>da</strong> tarde atracou o vapor Diligente ao CharrHa,<br />

e pa_sou para e,te o commanc1aute <strong>do</strong> batalhão provisorio de artilharia<br />

a cavallo, quatro boca de fogo, e as respectivas guarni~õe.<br />

« A's 11 horas <strong>da</strong> manhã <strong>do</strong> dia 2 vieram a bor<strong>do</strong> elo Cha?')'ua,<br />

por or<strong>do</strong>tn <strong>do</strong> Exm. general em chefe, o comman<strong>da</strong>nte geral de arLilharia,<br />

os comman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong>s duas divi õe.' e <strong>da</strong> brig:l<strong>da</strong> ligeira, os qllae<br />

retiraram-se pouco depois. O cumman<strong>da</strong>nte geral de artilharia teve ordem<br />

de tomar conta <strong>da</strong> ala direita <strong>da</strong> l- divisão.<br />

~ Pouco antes <strong>do</strong> meio-dia principiaram algumas canhoneiras a vapor<br />

a varrer com artilharia o ponto <strong>da</strong> margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio, e colhi<strong>do</strong><br />

para desembarcar o exercito, e logo depois <strong>da</strong>quella hora altou em<br />

tena o Exm. general em chefe, seu e ta<strong>do</strong>-maior, o chefe <strong>da</strong> commissão<br />

de engenheiro, e o major Maximiliano Emerick, membro <strong>da</strong><br />

mesma commissão, principian<strong>do</strong> com muito enthusiasmo o de embarque<br />

elo exercito pela 2- briga<strong>da</strong>.<br />

« Em virtude de ordem de S. Ex, o Sr. general em chefe march~i<br />

para a frente com a dita briga<strong>da</strong> afim <strong>da</strong> reconhecer as po ições <strong>do</strong><br />

inimigo, m<strong>do</strong> commigo o capitão de esta<strong>do</strong>-maior de 1" cla se Julio<br />

Anacleto Falcão <strong>da</strong> Frota, membro desta commissão, e exercen<strong>do</strong> interinamente<br />

o lagar de secretario-militar, que se havia offereci<strong>do</strong> para<br />

esse erviço.<br />

« A'. 2 horas e 40 milluLos <strong>da</strong> tardê, depois de L1nJa marcha de<br />

0/1 de legua por uma pica<strong>da</strong> aberLa dentro de um tall uaral que margêa<br />

o rio <strong>Paraguay</strong>, a vi tamos a bandeira <strong>do</strong> inillligo tremulan<strong>do</strong> ne"te<br />

forte.<br />

« O commandcmte <strong>do</strong> batalht10 11" de linha, que ia na frente,<br />

destacou, logo que av:stamos a bandeira, uma guerrilha, trocand")­<br />

se em segui<strong>da</strong> tiro'> entre ena e o inimigo; porém dentro em pouco<br />

di!'igiu-no' e ·te tiros cle llleL1'alha, 1'e 'ultanllo diver'>o.' f\:l1'imentos, 'an<strong>do</strong><br />

alguns graves.<br />

«Nossa pn içãO era mà, pOl'qne a briga<strong>da</strong> achava-se e tendi<strong>da</strong><br />

pela e:;treita pica<strong>da</strong> pela qual ennava o Inimigo 'eu tiros.<br />

« Aquelle batalhão e 11 8° de voluntari s ela patti sahiralll <strong>da</strong><br />

pica<strong>da</strong> e estabeleceram-se pam a di reitn. em uma gal'gania que depois<br />

vio-se qlle <strong>da</strong>va em um campestre.<br />

« Logn que c\legou o baialhao provi 'orio rle engenheiros tratei de


404<br />

levantar com o referi<strong>do</strong> capitão Frota uma trincheira, que, cortan<strong>do</strong> a<br />

pica<strong>da</strong> impedisse que o inimigo nos sorprendesse.<br />

« A's 4 1/2 horas <strong>da</strong> tarde, quan<strong>do</strong> S. E.x. o Sr. general em chefe<br />

uirigio-se a esse logar, dei-lhe parte <strong>do</strong> occorri<strong>do</strong>, e receben<strong>do</strong> ordem<br />

<strong>do</strong> mesmo Exm. Sr. ás 7 1/2 <strong>da</strong> noite para escolher uma posiÇão, afim<br />

de n'elIa construir um espaldão para assestar nossa artilharia, marchei<br />

pelas 8 horas com os outros membros <strong>da</strong> commissão que tinham-se apresenta<strong>do</strong><br />

ao mesmo Exm. Sr. logo que desembarcaram, segun<strong>do</strong> foi..:lhes<br />

determina<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> a commissilo na escolha d'esse ponto muito auxilia<strong>da</strong><br />

pelo incansavel t'enente-coronel Astrogil<strong>do</strong> Pereira <strong>da</strong> Costa.<br />

« Fican<strong>do</strong> a referi<strong>da</strong> posição além de nossos piquetes avança<strong>do</strong>s, pedi<br />

um batalhi:o de infantaria para proteger os trabalhos de engenharia,<br />

aos quaes dei começo antes <strong>da</strong>s 10 horas <strong>da</strong> noite, e pouco depois <strong>da</strong>s 4<br />

horas <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> achan<strong>do</strong>-se prompto o espaldão, constan<strong>do</strong> de cinco<br />

canhoneiras, entreguei-as ao comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> uatalhão 36 0 de voluntarios<br />

<strong>da</strong> patria, que esteve de protecção aos trabalhos, man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> retirar o<br />

batalhão provi orio de engenheiros, que muito trabalhou.<br />

« Durante a noite o inimigo lançou fogo em diversos pontos ao<br />

re<strong>do</strong>r de nosso acampamento, que esteve ameaça<strong>do</strong> de ser devora<strong>do</strong> pelas<br />

chammas, se o vento fresco que soprava não tivesse ron<strong>da</strong><strong>do</strong> e se não<br />

tivessemos esforça<strong>do</strong> em man<strong>da</strong>r extinguir o fogo em frente ao lagar onde<br />

a commissão levantava o eSl'aldão.<br />

« N'esse serviço estiveram sempre commigo os capitães Francisco Xavier<br />

Lopes de Araujo, Francisco Antonio Pimenta B~eno e Antonio<br />

Villela de Castro Tavares, o primeiro <strong>do</strong> corpo de engenheiro e 0'5 <strong>do</strong>us<br />

ultimos <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior de I a classe, bem como o lo tenente de engenheiros<br />

Vicente Pereira Dias e o lo tenente de artilharia José Arthur<br />

ele MunirellJ , to<strong>do</strong>s membros d'esta commissão, que não se esqueceram<br />

um só momento <strong>do</strong> cumprimento de sens deveres, e tJ'abalharaOl durante<br />

to<strong>da</strong> a noite com muita dedicação.<br />

« Ao amanhecer, quan<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> se collocavam as nossas peças nas<br />

canhoneiras, rompeu o inimigo um vivo fogo de artilharia <strong>contra</strong> o espaldão,<br />

responden<strong>do</strong> logo a nossa bateria.<br />

« To<strong>da</strong> a commissão achava-se então junto a S. Ex. o Sr. general<br />

em 'chefe, que depois de man<strong>da</strong>r tocar avançar o acompanhou a galope<br />

em direcção ao forte, pam onde marchava cheio de enthusiasmo e de<br />

valor o nosso exercito, que desenvolveu uma extensa lmha quasi paralleIa<br />

ao entrincheiramento d) inimigo, reforça<strong>da</strong> nos flancos, bem como<br />

no centro pela 3' divisão, forma<strong>da</strong> em columna por corpos, como tv<strong>do</strong><br />

se vê <strong>da</strong> planta junta.<br />

« Uma ver<strong>da</strong>deira chuva de bala' e fuzil e de metralha que des-


405<br />

pejavam 12 bocas de fogo de bom calibre, dizimava no so ex.ercito, que<br />

com to<strong>da</strong> a galhardia avançava, e aos gritos de-viva o Impera<strong>do</strong>r,­<br />

viva a nação brasileira-e-vivam os voluntarios <strong>da</strong> patria, precipitou-se<br />

sobre as trincheiras, que foram galga<strong>da</strong>s com rapidez incrivel.<br />

« Já nossos batalhões penetravam no forte, quan<strong>do</strong> cahio mOl'Ld-!mente<br />

feri<strong>do</strong> o habi! e bravo l° tenente Vicente Pereira Dias, e foi feri<strong>do</strong> gravemente<br />

nl> braço esquer<strong>do</strong> o distincto e corajoso capitão Francisco rlntonio<br />

Pimenta Bueno, ambos membros d'esta commissão ; e pon<strong>do</strong> â minha<br />

disposiçãO o Exm general em chefe uma praça de seu piquete, mandei<br />

conduzir o mesmo capitão para o hospital de sangue, seguin<strong>do</strong> eu a galope<br />

a reunir-me de novo ao quartel· general.<br />

« Dentro em pouco a mais brilhante victoria coroava a bravura <strong>do</strong><br />

noss'J exercito, o qual sau<strong>do</strong>u com to<strong>do</strong> o enthusiasmo ao Exm. general<br />

em chefe, que agradeceu, levantan<strong>do</strong> vivas ao Impera<strong>do</strong>r, â nação brasileira<br />

e aos bravos <strong>do</strong> 2° corpo ele exercito.<br />

« To<strong>do</strong>s os membros <strong>da</strong> commissão portaram-se com coragem durante<br />

o combate, bem como o capitão Julio Anacleto Falcão <strong>da</strong> Frota, no reconhecimento<br />

que commigo fez na tarde de 2.<br />

« Cahiram em nosso poder as segllintes bocas de fogo de alma<br />

lisa: uma peça de ferro de calibre 68, desmonta<strong>da</strong> pela esquadra, ten<strong>do</strong><br />

um <strong>do</strong>s munhões parti<strong>do</strong>; duas tambem de ferro de calibre 32; uma<br />

columbrina de bronze de calibre 12; tres canhões úbuzes de calibre 12;<br />

um obuz tambem de bronze de 4 pollega<strong>da</strong>s, e cinco peças de ferro de<br />

calibre 0, muito armamento de infantaria, munição de <strong>guerra</strong>, 3 bandeiras,<br />

etc.<br />

« To<strong>da</strong> a artilharia toma<strong>da</strong> foi remetti<strong>da</strong> para bor<strong>do</strong>, bem como o<br />

armamento e outros objectos.<br />

« Depois <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>do</strong> forte percorri-o com algun membros <strong>da</strong><br />

commissão, não en<strong>contra</strong>n<strong>do</strong> machina alguma de <strong>guerra</strong> singulat'.<br />

« O forte, C0mo se vê <strong>da</strong> planta junta, consta de uma trincheira<br />

que partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio vai terminar na lagôa, que ignorava-se ser vadeavel.<br />

o. Em cumprimento <strong>da</strong> ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general em chefe, dei<br />

começo, na noite <strong>do</strong> mesmo dia 3, â construcção de uma trincheira<br />

<strong>do</strong> inimigo, como se vê <strong>da</strong> planta, e u'esse arduo serviço muito auxiliou-me<br />

o esclareci<strong>do</strong> major honorario de engenheiros Maximiano Emerick,<br />

e o l° tenente José Arthur ele Murinelly, achan<strong>do</strong> por tal maneira<br />

fortifica<strong>da</strong> esta posição que p6de resistir a um inimigo poderoso.<br />

lo( O batalhão provisorio de engenheiros e a 3" divisão especialmente<br />

muito trabalharam n'esta obra e na reparação <strong>da</strong>s trincheiras toma<strong>da</strong>s.<br />

« A planta junta d'este forte e de sua immediaçães, que tenho


406<br />

a honra de apresentar a V. Ex não e tá mais bem desenha<strong>da</strong> por falta<br />

de rejursos, visto ter o exercito desembarva<strong>do</strong> sem bagagem; porém é<br />

esse trabalho de confiança: n'elle empregou-se o capitao Francisco Xavier<br />

Lopes de Araujo, auxilian<strong>do</strong> tambem este serviço o capitão Julio<br />

Anacleto Falüão <strong>da</strong> Frota, não obstante exercer interinamente o lagar<br />

de secretario militar.<br />

«Tae foram os trabalhos qUEl executuu a com missão antes e depois<br />

<strong>do</strong> combate, e os movimentos m-ti' importantes que fez o 2° corpo<br />

de exercito para tomar esse forte, e peço a V. Ex. se digne desCU~tlar-me<br />

:,;e C0m mai' brevi<strong>da</strong>de não satisfiz ao determina<strong>do</strong> nos cita<strong>do</strong>s artigos<br />

<strong>da</strong>~ in:-truc';ões, vi~to a falta de tempo que tive em con::;equnn<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> muita affiuencia dq trabalho que teve a commLão logo depois<br />

d'aquella operação.<br />

« Ueus guarde a V. Ex.<br />

Illm. e Exm. Sr. con::;elheiro Angelo Muniz <strong>da</strong> Silva Ferraz, ministro<br />

e secretario de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negocias <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

« Maj(H' Rufino iEnéas Gustavo Gal'Vão~<br />

(I Chefe ela co'n missão ele cilgenheiros. "<br />

t Pal'les otfiuiae <strong>do</strong>s c'on,na·n lant:!s de rlivisõ>Js, u?'iya{las e Ufl?'POS<br />

sobre a [,J'tiw


-l07<br />

de avan:ar sobre a e quer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha inimiga, ten<strong>do</strong>-se-me apre entatlo<br />

para guia de marcha o tenente coronel A trogil<strong>do</strong> Pereira <strong>da</strong> Costa.<br />

« Cumpri immediatamente e ta ordem, fazen<strong>do</strong> avançar a primeil'a<br />

briga<strong>da</strong> em linha, e a qua:'ta na retaguar<strong>da</strong> de ta, em columna parallelas<br />

á quarta distancia.<br />

« A marcha teve lagar primeiramente, Ifebaixo de VIVIS uuo fogo<br />

de artilharia inimiga, e logo que chegámos a alcance de fusilal'ia, começou-se<br />

a experimentar o fogo desta.<br />

« A sim que avistámo a trincheira inimiga, o que teve lagar a<br />

muito pequena distancia della, rompeu o fogo <strong>da</strong> no sa primeira briga<strong>da</strong>,<br />

e continuou até chegar ã. bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> fosso. Então os corpos 29°<br />

e 47° pricipitaram-se n'elle para galgar a trincheria, o que chega,ram<br />

a conseguir com grande difficul<strong>da</strong>de, em consequencia <strong>da</strong> immensa largura<br />

e profundi<strong>da</strong>de d0 dito fosso; entretanto, o corpo 34°, guia<strong>do</strong><br />

brilhantemente pelo valente tenente coronel AstrogU<strong>do</strong>, dirigin<strong>do</strong>-se para<br />

a extrema esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> inimigo, e aproveitan<strong>do</strong>-se <strong>da</strong> terminação <strong>do</strong><br />

fosso, distinguia uma cerca que servia rle resto de fecho <strong>da</strong> linha inimiga,<br />

torneou o extremo <strong>da</strong> trincheira, e galhar<strong>da</strong>mente envolveu o<br />

flanco esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> inimigo, que foi d'ahi avante leva<strong>do</strong> á bayoneta, por<br />

tal mo<strong>do</strong>, que no fim de hora e meia de combate, cantavamos .a victoria.<br />

« A quarta· briga<strong>da</strong>, que acompanhava Os movimentos <strong>da</strong> primeira,<br />

pendeu to~a para a ~xtrema esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha inimiga, fazen<strong>do</strong> o torneamento<br />

d'esse flanco li retaquar<strong>da</strong> <strong>do</strong> 34°, conjunctamente com a<br />

praça, c19 ~9° e _:170 que não poderam galgar o fosso.<br />

« Das partes <strong>do</strong>s comm::tp<strong>da</strong>ntes de briga<strong>da</strong>s e corpos inclu as, se<br />

colhem os detalhes mais importantes relativos ao numero de mortn e<br />

feri<strong>do</strong>s que tivemos, e estão menciona<strong>do</strong>s os officia' s e praças que mais<br />

se distinguiram.<br />

« Por ellas se vê, quanto a primeira briga<strong>da</strong>, que se portaram bizarramente<br />

o major comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 34° Francisco de Lima e ilva,<br />

tenente coronel romman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 20° Al~xandre Freire Maia Bittencourt,<br />

tenente coronel comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 47° Luiz Ignacio Leopol<strong>do</strong> de Albuquerque<br />

Maranhüo; e quanto á quaria briga<strong>da</strong>, reporto-me li parte <strong>do</strong><br />

respectivo comman<strong>da</strong>ntE'. O comman<strong>da</strong>nte desta briga<strong>da</strong>, porto-u-se com<br />

valor.<br />

« O commall<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> pl'Ímeira briga<strong>da</strong> pJrtou- e com distincto valor,<br />

sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s l,rimeiro que transpoz a trincheira.<br />

« O meu esta<strong>do</strong> maior•...<br />

« Tivemos 189 feri<strong>do</strong>s, 35 mortos, 6 contusos, 15 extravia<strong>do</strong>s, n'um<br />

total de 245, entre officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fóra de combate.


~08<br />

« Deus guarde a V. S.<br />

« Illm. Sr. coronel Antonio Peixoto de Azeved, deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte<br />

general e chefe de esta<strong>do</strong> maior, interino.<br />

« Alexandre Manoel Albino de Carvalho,<br />

« Brigadeiro, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> a1'1 direita. »<br />

AI)<br />

B?"iga<strong>da</strong> Cal<strong>da</strong>s<br />

Acampamento <strong>da</strong> I' briga<strong>da</strong> junto ás ruinas de Ouruzú, 4 de Setembro<br />

de 1866. .<br />

« Ulm. e Exm. Sr. - Das partes <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelos Srs. comman<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>do</strong>s corpos, que compõem a briga<strong>da</strong> sob o meu comman<strong>do</strong>, verá V. Ex.<br />

o occorri<strong>do</strong> no combate que teve lagar hontem na toma<strong>da</strong> <strong>do</strong> furte de<br />

Ollruzú; corren<strong>do</strong>-me o dever de fazer constar a V. Ex. o procedimento<br />

brioso <strong>do</strong>s valentes Srs. comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s corpos, officiaes e<br />

praças de pret, que rivalisaram em bravura; especifican<strong>do</strong> o nome <strong>do</strong><br />

Sr. major Francisco de Lima e Silva, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> batalhão 31-°<br />

.que, flanquean<strong>do</strong> a esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha inimiga, deu logar a que eu<br />

pudesse, com o digno comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 29' de voluntarios, atacar de<br />

frente o inimigo, que nessa occasião fazia um fogo intenso, sen<strong>do</strong> logo<br />

apoz suffoca<strong>do</strong>. com o auxilio <strong>do</strong> intrepi<strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 47" de voluntarios,<br />

que atacou vigorosamente com parte <strong>do</strong> seu batalhão, levan<strong>do</strong>-se<br />

o inimigo de venci<strong>da</strong> nesta importante parte <strong>do</strong> ent rincheiramento,<br />

conquista<strong>da</strong> pela minha briga<strong>da</strong>....<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« 111m. e Exm. Sr. general Alexandre Manoel Albino d~ Oarvalho,<br />

digno comma,n<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> ala direita <strong>da</strong> I' divisão.<br />

4( Augusto Francisco Cal<strong>da</strong>s,<br />

« Tenente cJrollel, comman<strong>da</strong>nte interino. Il<br />

29° DE YOLUNil'ARIOS DAPATRIA (Bahia e Rio de Janeiro).-Oomman<strong>da</strong>nte<br />

tenente-coronel 1.11aia Bittencou'l't.-Na parte oflicial deste comman<strong>da</strong>nte<br />

lê-se o seguinte trecho:<br />

« •.•Entre esses nomes figuram... o <strong>do</strong> alferes Virginio Thomaz<br />

de Aquino, porta-bandeira, pela coragem com que marchou e subio ao<br />

centro <strong>da</strong> trinchei~a inimiga, plantan<strong>do</strong> ahi o estan<strong>da</strong>rte nacional (1). »<br />

(1) Vista a Thompson.


409<br />

o batalhão teve 6 homens morto (' otliciae), .~ feri<strong>do</strong>' (30 0111­<br />

ciaes) e 1 official contuso. E te ultimo foi contu o {( por e.fT'ito (la<br />

explosão <strong>do</strong> paiol <strong>do</strong> forte inimigo. »<br />

34° BATATRÃO DE YOLUNT \RIO l>A PATlUA (Pal'


410<br />

A 2)<br />

« 2° corpo de exercito brazileiro. -4' bl'iga<strong>da</strong>. --·Acampamento Da.<br />

ruínas <strong>do</strong> forte de Ouruzú, 4,


4LI<br />

5· CORPO DE CAÇ'ADORE A C'A' ALLO. - Comman<strong>da</strong>ute, Jla we[ .1.<br />

Hocl1'igHe Junio?'.- 6 teve 4 ol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto, e lO feri<strong>do</strong>.<br />

B)<br />

UlVISÃO DO ENERAL FONTE,<br />

« Quartel-general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> l- divi ão de infau aria <strong>do</strong> _.<br />

corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro em opelaçõe <strong>contra</strong> o Paragua,}'.-Acampamento<br />

nas fortificações de Curuzú, 5 de Qetembro de 1 66.<br />

«!llm. 'r.--Ordenan<strong>do</strong>-me S. E:k. o Sr. general comman<strong>da</strong>nte em<br />

chefe <strong>do</strong> exercito, que com os corpos <strong>da</strong> 2" e 3" briga<strong>da</strong>, que vinham<br />

embarca<strong>do</strong>s a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong>' vapore de transporte, fizes e prúmpto desembarque,<br />

e com elte egtú se pela pica<strong>da</strong> que no ficava em frente ao<br />

lagar onde ti ha de desembarcar to<strong>do</strong> o e~ercito, a im o fiz, ao meio<br />

dia de 2 <strong>do</strong> corrente, e, eguin<strong>do</strong> pela dita pica<strong>da</strong>, conforme a orden<br />

de S. Ex., villl até encont~'ar acampe tre, onde, fortifica<strong>do</strong> p lo inimigo,<br />

e com gros a artilharia, tomei diver as posiçõe, cobrin<strong>do</strong>-as com<br />

atira<strong>do</strong>res, depois <strong>do</strong> que aguardei a orden de . Ex" que logo depoi<br />

chegou com o resto <strong>da</strong> força.<br />

« o dia seguinte, pelas 6 horas <strong>da</strong> manhã, toman<strong>do</strong> nàva po ição<br />

a :3& brigli<strong>da</strong> e um corpo <strong>da</strong> ~- em ordem de batalha, teve principio<br />

a acçfio, de conformi<strong>da</strong>de com o plano de S. Ex., caben<strong>do</strong>-me a parte<br />

direita <strong>do</strong> entrincheiramento e fortificação <strong>do</strong> inimigo, e debaixo de um<br />

fogo vivo de 13 canhões de diversos calibres, e de grande força de<br />

infantaria que guarnecia o entrincheiramento, o qual tinha para mai'<br />

de 400 bra'~as de desenvolvimento, apoian<strong>do</strong> o ,eu f1.. nco esquer<strong>do</strong> em<br />

uma grande lagôa, e o direito á margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Paraguay</strong>.<br />

Ne a occasião tive de admirar a bravura e angue frio com que o<br />

corpos 11° batalhão de infantari' de linha, 5° e S" de voluntario J que<br />

compunham a :.c" briga<strong>da</strong>, ISo e 32° que compunham a 3', avançavam<br />

ob um fogo mortifero <strong>do</strong> inimigo, transpon<strong>do</strong>, em hora e meia de<br />

vivi' imo combate, o entrincheiramento e em primei.ro lagar os corpo<br />

11· de linha, 5" e 8° de vaIu tar'io', e logo apoz, o 18° e 32° <strong>da</strong><br />

me:'ma denominação, o quaes, fa-~en<strong>do</strong> areear a bandeira. paraguaya,<br />

collocaram com deno<strong>do</strong> e enthusia. mo o pavilhão brazileiro (1) em um<br />

<strong>do</strong> pontos mais fortes <strong>do</strong> entrincheiramento; le\'an<strong>do</strong>-s em segui<strong>da</strong> o<br />

inimigo em completa deban<strong>da</strong><strong>da</strong>, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> to<strong>da</strong> a artilharia, munição<br />

e muito objecto de guere;!, que ficaram 111 un.. o poder helH<br />

<strong>II</strong> Vis l " Thompson.


412<br />

como duas bandeira', sen<strong>do</strong> uma toma<strong>da</strong> pelo capitão de zuavos, addi<strong>do</strong><br />

ao 8° corpo de voluntarios, ~Jarcolino Jo é Dias, e outra pelo sol<strong>da</strong>no<br />

<strong>do</strong> mesmo 8° José Antonio <strong>da</strong> Penha, e a no,sa, collocaela no entrincheiramento<br />

pelo capitão <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> corpo Gustavo de Menezes (1).<br />

« O inimigo, sen<strong>do</strong> sempre persegui<strong>do</strong>, foi leva<strong>do</strong> até perto <strong>da</strong>s<br />

linhas de Curupaity, onde terminou o combate.<br />

« O Sr. coronel Dr. Jose Maria Barreto, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3' briga<strong>da</strong><br />

e os comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s respectivos corpos, 18°, tenente-coronel de<br />

commissão Antonio Martins de Amorim Rangel (e capitão <strong>do</strong> 21 ° batalhão<br />

de infantaria de linha) e <strong>do</strong> 32", capitão <strong>do</strong> 11° <strong>da</strong> mesma arma<br />

Joaquim Fabricio de Mat.tos, e o Sr. tenente-coronel Antonio Augusto<br />

de Barros Vasconcellos, commancl'rtnte <strong>da</strong> j' briga<strong>da</strong>, e os comman<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>do</strong>s corpos que o compõem, 11° batalhão de infantaria de linha, major<br />

de com missão José Lopes de Oliveira, (é capitão dJ 3" <strong>da</strong> mesma arma)<br />

<strong>do</strong> 5° de voluntarios, major <strong>do</strong> 16° de linha Raymun<strong>do</strong> José de Souza,<br />

e <strong>do</strong> 8° dito, major de commissão Rufino Voltaire de Carapeba, mostraram<br />

bravura e sangue frio; e bem a. sim to<strong>do</strong> os officiaes cujos<br />

nomes constam <strong>da</strong>s relações j untas, distinguin<strong>do</strong>-se os officiaes e praças<br />

menciona<strong>da</strong>s nas demais.<br />

« O 36° corpo de voluntarios, pertencente à 3' briga<strong>da</strong>, protegen<strong>do</strong><br />

sempre a artilharia, portou-se muito bem.<br />

« O capitão <strong>do</strong> 2" corpo de caça<strong>do</strong>res a cavaDo João Carlos Abbadie,<br />

al,resentou-se ao comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 3-2,0 corpo ele voluntarios ela patria,<br />

em cujas fileira portou-se com coragem e sangue feio, coadjuvan<strong>do</strong> fi<br />

referi<strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte em to<strong>do</strong> o combate.<br />

« O capitão de commissão Antonio Augusto <strong>da</strong> Costa, esteve junto<br />

ao meu esta<strong>do</strong>-maior durante a. tarde elo dia 2 ate ao escurecer, e<br />

:;obre a linha <strong>do</strong> inimigo em descobrimento, conforme lhe ordenei, mostran<strong>do</strong><br />

sempre sangue frio e coragem.<br />

« Os officiaes de que se compõe o meu esta<strong>do</strong>-maior, major <strong>da</strong><br />

guar<strong>da</strong> nacional Jose Fernandes de Araujo Vianna, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> quartel-mestra-general, capitão <strong>do</strong> 4° batalhão de infantaria de<br />

linha Hortencio Maria <strong>da</strong> Gama- Souza e Mello, escripturario <strong>da</strong> mesma<br />

repartição tenente Francisco ele Paula Cavalcanti de Albuquerque Trovão<br />

(é cadete sal'gento <strong>do</strong> 11" batalhão oe infantaria de linha), e aju<strong>da</strong>nte<br />

de campo tenente <strong>do</strong> corpo de policia de Porto-Aleore, Antonio José<br />

Dias <strong>da</strong> Silva, e de ordens, alferes <strong>do</strong> 47° corp de voluntarios Mariano<br />

Fortunato Ribas, to<strong>do</strong>s sempre a meu la<strong>do</strong>, cumpl'iram satisfactoriamente<br />

seu devere, transmittinlo aR minha ordens na linhas <strong>do</strong> fogo,<br />

(I) Visla á 1'hompsou.


413<br />

sempre com muita coragem, sangue frio e rlctivi<strong>da</strong>de; e bem assim o<br />

tenente-coronel <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional Gustavo A<strong>do</strong>lpho de Meneze , e major<br />

<strong>do</strong>' corpo de esta<strong>do</strong>-maior de I" classe Joaquim <strong>da</strong> Silva Maia, adjuntos<br />

ao mesmo esta<strong>do</strong>-maior.<br />

« O major José Lopes de Oliveira, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> batallião 11 0<br />

de infantaria de linha, portan<strong>do</strong>-se sempre com muita bravura e digni<strong>da</strong>~e,<br />

foi feri<strong>do</strong> antes de transpôr as trincheiras inimigas, por uma bala<br />

de revólver, e por um official paragua.vo que incontinente o cita<strong>do</strong><br />

major fez com a espa<strong>da</strong> cahir morto, e pagar assim o seu arrojo. O<br />

major Lopes acha-se recolhi<strong>do</strong> ao hospital.<br />

« Dan<strong>do</strong> conta <strong>do</strong> combate <strong>do</strong> dia 3 <strong>do</strong> corrente, como fica dito,<br />

orgulho-me de decl~rar que o brilhante feito de nossas arma' nesse<br />

dia, foi um padrão de gloria p'lra o 2° corpo de exercito brazileiro<br />

em 0lJerações <strong>contra</strong> o <strong>Paraguay</strong>, e para to<strong>do</strong>s aqueDes que a elle pertencem,<br />

porque souberam,. com bn.vura e sangue frio, mostrar no calor<br />

<strong>do</strong> combate que eram brazileiros; devi<strong>da</strong> em parte a no sa victoria á<br />

intelligencia, pericia, intrepidez e bravura <strong>do</strong> nosso general comman<strong>da</strong>nte<br />

em chefe o Exm. Sr. barão de Porto~Alegre, a cujo conhecimento<br />

.V. S. levará a materia deste officio, e apresentará as partes e relaçcres<br />

annexas.<br />

« Illm. Sr. coronel t\ntonio Peixoto de Azeve<strong>do</strong>, deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte-general.<br />

( Joaquhn José Gonçalves Fontes"<br />

« Brigadeiro.•,<br />

B 1)<br />

li?'igacla B'lr,ro e Vasc'Jncello<br />

« Acampamento <strong>da</strong> 2' briga<strong>da</strong> pertencente á i a divisão <strong>do</strong> 2" corpo<br />

<strong>do</strong> exercito braziieiro, junto as trincheiras <strong>do</strong> Curuzú, cm 5 de Setembro<br />

de 1866.<br />

« rUm. e Exm. Sr. - Ao meio dia de 2 <strong>do</strong> corrente, ten<strong>do</strong> em<br />

nrtude de oedem de S. Ex. o ,I'. general barão de Porto-Alegre,<br />

comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito, de. embarca<strong>do</strong> cerca ue tres quartos<br />

11e legua deste acampamento a briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> meu com man<strong>do</strong>, !'; g-uio logo<br />

esta por uma pica<strong>da</strong> á margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Paraguay</strong>, afim de<br />

explorar o terreno e observar as posições <strong>do</strong> inimigo, até que depois<br />

de haver caminha<strong>do</strong> mais de meia legua, chegou á. extremi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> !Desma<br />

pica<strong>da</strong> e à entra<strong>da</strong> <strong>do</strong> campa tre, fronteira ao lagar' em que o inimigo<br />

tinha hast·:a<strong>do</strong> a sua bandeira, e alli chega<strong>da</strong>, metteu a [orça


414<br />

em linha, em virtude de ordem de V, Ex. que ebtão já. nesse ponto<br />

se achava.<br />

«Depoi de nos conservarmos em semelhante posi.ção por espaço de<br />

duas horas e de soffrermos vivissimo fogo de metralha e de fuzilaria,<br />

que poucos mortos e feri<strong>do</strong>s nos causou, retirou o 50 de voluntario<br />

para o campestre á. direita <strong>da</strong> pica<strong>da</strong>, fican<strong>do</strong> na frente <strong>do</strong> entrincheiramento<br />

durante a noite o o de volui;Larios e o 11 0 de linha.<br />

«A's 6 horas <strong>da</strong> manhã <strong>do</strong> dia seguinte, receben<strong>do</strong> ordem para<br />

fazer avançar a briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> seu com man<strong>do</strong> sobre o flanco direito <strong>do</strong><br />

inimigo, carregaram os batalhões 50 e 8" de voluntarios <strong>da</strong> patria e 11 0<br />

de iinha, de que eDa e compõe, com tal bravura e enthusiasmo, que<br />

o inimigo foi com pouca demora desaloja<strong>do</strong> de sua posição, apezar de não<br />

pequeno numero le bocas de fogo que possuia, e <strong>da</strong> pertinaz re~istencia<br />

a que as tri cheiras se poderiam prestar, a não serem, como foram ataca<strong>da</strong>s<br />

por ver<strong>da</strong>deiros Brazileiros, que tu<strong>do</strong> sabem sacrificar quan<strong>do</strong> se<br />

trata <strong>da</strong> gloria e <strong>da</strong> digni<strong>da</strong>de de seu paiz. .<br />

« 'l'ransmitto a V. Ex. as partes que me foram <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo:; comman<strong>da</strong>nte.<br />

<strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s batalhões, acompanha<strong>da</strong>s a relação nominal <strong>do</strong>s<br />

officiaes que assistIram á ac~ão <strong>do</strong> menciona<strong>do</strong> dia 3, e bem a~ im <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>s officiaes e pl'a~as que mais se distinguiram.<br />

« Os officiae <strong>do</strong> e ta<strong>do</strong> maior deste comman<strong>do</strong>, ca-pitãô <strong>do</strong> 6° batalhão<br />

de infantaria Felizar<strong>do</strong> Antonio Oabral, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte genel'al, alferes <strong>do</strong> 12° de infantaria Jose Roberto de<br />

Oarvalho, assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel mestre general, e alferes<br />

de voluntarios José Rodrigues <strong>da</strong> Silva Lopes, aju<strong>da</strong>nte de ordens, hüuveram-se<br />

com basbnte sangue fl'io, e cumprirallJ mui satisfactol'iamente<br />

os 'eus deveres, .'en<strong>do</strong> inl'elizLl1enLe no currer <strong>da</strong> acção morto por um<br />

tiro de mútralha o mesmo aju-lante de ol'dens, em occasião era que se<br />

achava a meu la<strong>do</strong>. O lo sargento <strong>do</strong> '26' corpo provisorio de cavallaria<br />

Demetrio Antonio Ferreira, que serve de amanuense <strong>da</strong> repartil?ãO<br />

<strong>do</strong> quartel me 'tre general ao comman<strong>do</strong> de'ta beiga<strong>da</strong>, conduzia-se bem<br />

durante a acção, tl'atan<strong>do</strong> de reunir as praças que ficavam dispel'sas.<br />

« O major Raymun<strong>do</strong> Jose de Souza, comman<strong>da</strong>nte intel'ina <strong>do</strong> 50<br />

rle oluntarias, poduu-se com bl'avura e muita calma, animanll0 sempl'e<br />

o' seus cOI11l1lan<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

« O major ele commi:).'ão Rufino Yoltaire Oampeba comman lante<br />

intel'ino <strong>do</strong> go de voluntal'ios, conduzio-se bem, dirigin<strong>do</strong> com calma e<br />

angue feio o seu batalbão.<br />

« O majol' de COl1ll11i..:;ào .'o~·' Lopes d Oliveit'a, comman<strong>da</strong>nte interino<br />

<strong>do</strong> 11" batalhão de infantaria de linha, que, com o maior sangue<br />

frio dirigia em boa orelem () eu batalhã , foi no m·)mento de ubir à.


-415<br />

tl'incheil'as inimigas, fel'i<strong>do</strong> em uma cox:t, por um til'O de r volv r dispara<strong>do</strong><br />

por um oificial paragua'yo, o qual em segui<strong>da</strong> foi estendi<strong>do</strong> morto<br />

por um golpe de espa<strong>da</strong>, que recebeu <strong>da</strong>quelle major, que só depois disso<br />

entregou o comman<strong>do</strong> a seu immediato, capitão João Gonralves Bapti ta<br />

de Moura, €i retirou-se para o hospital. O capitão Moura portou-se bem,<br />

durante to<strong>da</strong> a acção.<br />

« Os oillciaes e praças <strong>do</strong>s corpos <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> cumpriram to<strong>do</strong>s bem<br />

o seu dever, como V Ex. teve occasião de presenciar. Ohamo porém<br />

a attenção de V. Ex. para aquelles que, como declaram os respectivo<br />

comman<strong>da</strong>otes nas relações juntas, mais se distinguiram.<br />

« Deus guarde a V. Ex.- Illm. e Exm. Sr. brigadeiro Joaquim Jo é<br />

Gonçalves Fonte', comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> I" divi 'ão de infantaria.<br />

« Antonio Augusto de Barros 'Tasconcellos,<br />

« Tanente coronel c rnmandnnte. »<br />

5" BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (Rio de Janeiro).-Oomman<strong>da</strong>nte,<br />

major Raymunclo .J. ele Souza. -Soffreu fogo <strong>do</strong> inimi!,o<br />

na tarde de 2, logo depois <strong>do</strong> desembarque, sen<strong>do</strong> nes a occasião feri<strong>do</strong>s<br />

2 officiaes.<br />

No dia 3 atacou intrepi<strong>da</strong>mente o flanco direito <strong>da</strong>s fortiôcaçõe<br />

inimigas.<br />

Teve este batalhã'l '2 officiues e 22 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s morto , 4 oificiaes, 71<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 2 oificia es contusos.<br />

8 0 BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA (Rio de Janeiro).-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

major Voltazre Carap,·ba.-Desembarcou no dia 2 cerca de<br />

meia legua abaixo de OUrLlZÚ, encontr an<strong>do</strong> já. ahi o general Porto-Alegre,<br />

que «com to<strong>do</strong> o sangue frio e deno<strong>do</strong> aju<strong>da</strong>va os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s a transpôrem<br />

a eleva<strong>da</strong> barranca <strong>do</strong> rio. » Dahi recebeu o batalhão ordem<br />

para avançar, com o 11 0 provisorio de linha, por uma estreita pica<strong>da</strong>,<br />

que ia ter a~ acampamento inimigo. O terreno só permittía a marcha<br />

a <strong>do</strong>us de fun<strong>do</strong>: assim foi ella feita, l~van<strong>do</strong> o batalhão uma linha<br />

de flanquea<strong>do</strong>res pelo la<strong>do</strong> direito. A' distancia de meia legua o comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> 11 0 , que ia na vanguar<strong>da</strong>, deu aviso ao dI.! 8" de vaIuntarias<br />

de achar-se já. em frente ao inimigo. Fizeram alto os 2 batalhões e<br />

verificaram estar a poucas quadras <strong>do</strong> entrincheiramento. O inimigo<br />

começou a metralhar os <strong>do</strong>us batalhõe «e de umas pequenas trincheiras<br />

que ficavam em frente à bocaina <strong>da</strong> matta» rompeu tambem sobre os<br />

no sos fogo de fuzil. Assim estavam quan<strong>do</strong> chegou o general Fontes,<br />

ordenan<strong>do</strong> que permanece sem nessa posição. Pelas 3 horas <strong>da</strong> tarde passou<br />

pela frente <strong>da</strong> linha <strong>do</strong> 8° o corpo de pontoneiros. O inimigo augmentou


416<br />

o seu fogo, ten<strong>do</strong> logo o bataihão 6 praças f6ra de combate. Então<br />

recebeu nova ordem <strong>do</strong> general Fontes «para avançar (o 8" de voluutarios)<br />

e, Gonjuntamente com o 11 0 de linha, tomar uma aberta que<br />

faz ahi a matta» afim de proteger o corpo de pontoneiros nos trabalhos<br />

tIe fortificação que ia alli executar.<br />

Os pontoneil'O retiraram-se ás 8 <strong>da</strong> noite, continuan<strong>do</strong> nessa<br />

posição o 8° e 11°.<br />

A's 6 1/"2 <strong>da</strong> manhã de 3 de Setembro o batalhão 8° avançou com<br />

os ouiros <strong>contra</strong> o entrincheimmento inimigo.<br />

« O corpo sob meu comman<strong>do</strong>, » diz a parte official, «atacou e<br />

transpôz a fJrincheira em sua direita, em frente aos ranchos em que<br />

tremulava a bandeira inimiga, caben<strong>do</strong>-me a honra


41'7<br />

Dr. José Maria Barreto, depoi:s barão de Anajatuba (falleceu em 1 7l<br />

na ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Rio de Janairo, sen<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> à a emblêa geral).<br />

A ua parte offieial limita- e a <strong>da</strong>r pOl'menore obre a per<strong>da</strong> que<br />

soffreram os tres batalhõe. O 36 ficou de protecção à artilharia. vançaram<br />

sobre a .direita. <strong>da</strong> trincheira inimiga. o batalhõe I' e '2",<br />

conduzindO-'e to<strong>do</strong>s os officiae~ e tiolua'lo com a maior intrepidel..<br />

O 'ol<strong>da</strong><strong>do</strong> Paulo Jo ê de ouza Gl1imarãe.', pertencente ati lu de<br />

voluntario' (Rio de Janeiro) e adili<strong>do</strong> ao 18° (jIina) tomou uma bandeira<br />

ao inimigo.<br />

IS' BATALÃO DE VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA pUna Gerae ).-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

tenente-coronel lmo1'im RangeL-Avançou a marche-marche,<br />

uebaixo <strong>do</strong> fogo inimigo, e as altou a trincheira, penetran<strong>do</strong> nella.<br />

O sol<strong>da</strong><strong>do</strong> Paulo Guimarães tomou uma bandeira ao inimigo.<br />

O batalhão teve 1 official e l6 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s morto e 10 officiae e<br />

S6 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

32° BATALHÃO DE VOLUNTÁRIOS DA PATRU (Rio de Janeiro).-'=omman<strong>da</strong>nte,<br />

ca.pitão Fabricio de iJ.1allos.-Formou com o ISo de voluntario á<br />

esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> 4' briga<strong>da</strong> (Piquet). Logo que o inimigo avi tau fl no a<br />

tropa rompeu ú fogo, e o batalhão teve varias oI<strong>da</strong><strong>do</strong>' mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

« Ao signal de avançar, ,) diz o comman<strong>da</strong>nte, «<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo quartel<br />

general em éhefe, e correspondi<strong>do</strong> enthusiasticamente por to<strong>do</strong> o exercito<br />

com 'vivas ao ImperaGlor, avançou o batallJão com ordem, em<br />

linha, por entre um immenso macegal e grande atoleiro' e para logo<br />

o batalhllO rompeu um vivis imo fogo <strong>contra</strong> a trincheira inimiga, que,<br />

apoia<strong>da</strong> na ua extrema esquer<strong>da</strong> por uma grande lagêJa e palissa<strong>da</strong>,<br />

respondia com tenaci<strong>da</strong>de a e se fogo. Ao signal de carregar á. bayoneta,<br />

to<strong>do</strong>s os officiaes e' sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, electrisa<strong>do</strong>s pela presença imponente <strong>do</strong><br />

nosso general, a quem viam na linha <strong>do</strong> fogo, falian<strong>do</strong>-Ihes com ar<strong>do</strong>r,<br />

atiraram-se á. carga e transpozeram a trincheira inimiga, cujo fosso<br />

naquelle lagar tinha agoa que <strong>da</strong>va pelos joelhos. Cessan<strong>do</strong> ,então a fuzilaria<br />

inimiga, os nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s cahiram impetuosamente obre o defen ores<br />

<strong>da</strong> trincheira e os puzeram em fuga. A perseguição tornou-se mais activa<br />

quan<strong>do</strong> appareceu o tenente-coronel Astrogil<strong>do</strong> <strong>da</strong> Costa, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira, com a lança em riste, carregan<strong>do</strong> o inimigo. A<br />

praças deste batalhão, seguin<strong>do</strong> no encalço <strong>do</strong>s fugitivos, acharam-se então<br />

promiscuamente com as de diversos corpos, e assim continuaram na per e­<br />

guiÇão, ain<strong>da</strong> mesmo depois <strong>da</strong> expIo ão de uma mina á direita delle,<br />

na qual pereceu instantaneamente 1 cabo, e ficaram feri<strong>do</strong> o. aMere<br />

Bolivar de Araripe e Avellino Gama) que conduzia a bandeim I), cuja<br />

(1) Vista a Thompson.<br />

A 53


41<br />

hasLe se quebrou, e 1 cadete. O Inlmlgo fugia pelo capãr) ue matto, e<br />

nós o perseguimos até ao toque de retira<strong>da</strong>. »<br />

Teve o . batalhão 14 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos e -d. officiaes e<br />

40 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

36° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA PATHIà. (Maranhão e Rio Grande<br />

<strong>do</strong> orte).-Comman<strong>da</strong>nte interino capitão lntonio .1l.tgusto Alves.­<br />

Desde as 8 horas <strong>da</strong> noite de 2 de Setembro at~ á - <strong>da</strong> manhã de<br />

3 esteve em frente às linhas avança<strong>da</strong>s, protegen<strong>do</strong> a construcção <strong>da</strong>s<br />

trincheiras. Depois recebeu ordem para ficar protegen<strong>do</strong> a artilharia.<br />

Durante o combate teve o batalhão 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 1 official contuso.<br />

DrVI ÃO LUCA DE LIMA<br />

A parte official <strong>do</strong> coronlill Lucas de Lima, com~an<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3& divi.<br />

ão (guar<strong>da</strong>s nacionaes e voluntarios <strong>do</strong> Rio-Grande <strong>do</strong> Sul), que «protegeu<br />

a retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong>s infantarias», limita-se a elogiar os officiaes que<br />

mai se distinguiram.<br />

A's ordens desse coronel estavam as briga<strong>da</strong>s 6& (Vasco Alves) e<br />

8' (Florentino Bueno) que formavam a 3' divisão, e a briga<strong>da</strong> ligeira.<br />

Essas tres briga<strong>da</strong>s apenas tivel'arn 3 officiaes e 51 inferiores e<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>;; fóra de combate.<br />

C 1)<br />

B1°iga<strong>da</strong><br />

TTasco Alves<br />

O tenente coronel Vasco AIves marchou com os corpos provisorios<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional 4° e 5° de protecção ao 11 ° batalhão de infantaria,<br />

que atacou a direita <strong>do</strong> forte inimigo. Foi feri<strong>do</strong> o assistente<br />

<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte general.<br />

4° CORPO PROVISORIO DE CAVALLARIA. DA GUARDA N.\CIONAL. - Comman<strong>da</strong>nte,<br />

major Oliveira. Ay,·es. Teve 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto e 14 feri<strong>do</strong>s.<br />

5° DITO. -:- Oomman<strong>da</strong>nte, tenente coronel J. Gomes ele Gar'/;alho.<br />

Teve 1 otficial e 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s,


41~<br />

02)<br />

Briga la Floren,tino B'/.~eno (1)<br />

o tenente coronel Florentino Bueno e Silva não dá pormenores,<br />

e apenas diz que to<strong>do</strong>s os officlaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> 8" briga<strong>da</strong> cumpriram<br />

o seu dever. A briga<strong>da</strong> teve 2 officiae e 21 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s fóra de<br />

combate, e compunha-se <strong>do</strong>s seguintes corpos:<br />

10· OORPO PROVISOR!) DE C.\VALLARIA DA GUARDA NACIONAL.-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

major Rodrigues Canclid. Teve 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> morto e 1 official<br />

e 8 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s.<br />

11° DITO. -Comman<strong>da</strong>nte, tenente coronel Theophilo Mattos. Teve<br />

7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, 1 official e 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> contu os.<br />

12" DITo.-Comman<strong>da</strong>nte, tenente coronel Ftoj'entino 8wmo, Apena<br />

2. ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 2 contuso .<br />

3 )<br />

Brigu.cla<br />

1st'/'ogil<strong>do</strong><br />

A briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> tenente coronel strolgl<strong>do</strong> Pereira <strong>da</strong> Gosta tinha a<br />

denominação de br'igacta tLgeíra, e, comquanto não pertencesse á divisão<br />

<strong>do</strong> corollel Lucas de Lima, ficou quasiJo<strong>da</strong>, durante o ataque, ás ordens<br />

d'este coronel.<br />

A briga<strong>da</strong> compunha-se <strong>do</strong>' corpos provisorios <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional<br />

13" (major Vasco <strong>da</strong> Co ta), 14° (major João Sabino de Sampaio Menna<br />

Barreto) e 15° (tenente coronel Joaquim José <strong>da</strong> Silva).<br />

Estes tre corpos apenas ti\'eram 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s e 1 contu o.<br />

a parte <strong>do</strong> eomman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 10° lê-se o eguinte: .. , «o sargento<br />

porta.estan<strong>da</strong>l'te Maneio Vieira runes (2) .. , »<br />

a <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>!:te <strong>do</strong> 14° lê-se: « . " () 2° sargento serra-fila<br />

<strong>do</strong> estan<strong>da</strong>rte (;3) Pedro <strong>da</strong> Gosta Car<strong>do</strong>so, sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> .. , »<br />

Durante o ataque esta briga<strong>da</strong> não foi dirigirIa pelo t.enente coro-<br />

(1) Par ce-nos que esta brig>t<strong>da</strong> era comman<strong>da</strong><strong>da</strong> e fOl Jirigid'l durante o cornbate pelo<br />

tenente:corvuel Balbino de "ou~a. que, a<strong>do</strong>ecen<strong>do</strong> no dia seguinte, entregou o comman<strong>do</strong> a<br />

Flol'entlUo Blleno, 'I ,[uem couhe por isso a t 1'efl1. Lle redjgir e a< i~nar a nRl'te offieial. Não<br />

uffir~al1los o [~clo I!orrlue no momento <strong>da</strong> revisão <strong>da</strong>s provns já nao temOR m 1'OSSO poder<br />

11.15 or~ells dll dl'\ <strong>do</strong> '" corpo; mas Snpp0111roS '111 P.11l nmn rlel1ns 110 nmn (1I'c1[\"(1c51'\ a I'Rfl'<br />

l'e peIto.<br />

(') Vi L. a l'homp. IlU,<br />

'$) \'isÜl a T11 mps'Jn.


420<br />

nel Astrogil<strong>do</strong>. Este chefe fÔra para a direita, afim de servir de guia<br />

á briga<strong>da</strong> de infantaria <strong>do</strong> tenente coronel Cal<strong>da</strong>s, acompanhan<strong>do</strong>-o<br />

apenas 2 esquadrões <strong>do</strong> 13° <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional, á., ordens <strong>do</strong> major<br />

Vasco <strong>da</strong> Costa. Esta era a unica força monta<strong>da</strong> que tinhamos.<br />

O resto <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ficou as orden.· <strong>do</strong> tenente coronel Silva,<br />

<strong>do</strong> 15°.<br />

11)<br />

ARTILHA.RJA<br />

E ENGENHEIRO.<br />

CORPO PROVISORIO DE ARTILHARIA A CAVALLO. - Comman<strong>da</strong>nte, major<br />

M. ele Almei<strong>da</strong> Gama Lobo d'Eça. Por falta ele animaes para a conducção<br />

<strong>da</strong> artilharia só desembarcámos no dia 2 seis bocas de fogo<br />

(2 Withworth, 2 canhõe" obuzes de quatorze, 2 raia<strong>do</strong>s de quatro) e<br />

2 estativas de foguetes ele <strong>guerra</strong>. Tanto a artilharia como as munições<br />

foram leva<strong>da</strong>s á mão por espaço de mais ele uma legua.<br />

Ao amanhecer, o corpo foi occupar' a trincheira de saccos ele areia<br />

construi<strong>da</strong> á noite, e ahi passou a responeler ao fogo que o inimigo já fazia.<br />

Meia hora depois um <strong>do</strong>s nossos canhões obuzes e um Withworth<br />

cessaram o fogo por terem as flechas quebra<strong>da</strong>s, As estativas tambem<br />

não atiraram mais por se terem acaba<strong>do</strong> os foguetes. Proseguiram a<br />

4 peças que restavam, até que o general em chefe man<strong>do</strong>u cessar o<br />

fogo no momento em que a infantaria se lançou ao assalto.<br />

Ganho o entrincheiramento inimigo, avançaram 2 peças commall<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

pelo capitão 1\1. J. Pereira Junior, e pouco depois, por outra<br />

ordem <strong>do</strong> general em chefe, marchou o resto <strong>do</strong> corpo até o ponto em<br />

que parou to<strong>do</strong> o exercito. A' tarde quan<strong>do</strong> o inimigo atirava <strong>do</strong> matto<br />

aos nos os piquetes marchou para aUi o capitão Domingos <strong>do</strong> antas<br />

com 1 peça, e, não sen<strong>do</strong> sufficiente o fogo elesta para afugentar os<br />

<strong>contra</strong>rias, seguiram para o mesmo lagar 2 <strong>da</strong>s toma<strong>da</strong>s n'essa manhã,<br />

e que estavam a cargo <strong>do</strong> 4° ele artilharia a pé. Essas peças retir'aram-se<br />

ao anoitecer, fican<strong>do</strong> apenas uma que fez fogo até as 2 <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong><br />

e recolheo-se então ao acampamento por ordem <strong>do</strong> general em<br />

chefe quan<strong>do</strong> o inimigo deixou de fazer tiro.'. .<br />

O corpo teve 1 official e 4 ínfe<strong>do</strong>re>; e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, e 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

contuso.<br />

Pl'Otegeram a nossas bocas de fogo o 00['130 de pontoneil"os, o 4°<br />

batalhão de artilharia a pé e o 36° batalhão de voluntarioso<br />

4° BATALHÃO DE A.RTILHARIA A PÉ, - Com man<strong>da</strong>nte, !najor Rego<br />

Montei?·o. Acompanhou o corpo de artilharia a cavallo para pro-


421<br />

tegel-o. Postou- e á e quer<strong>da</strong> <strong>da</strong> bateria de se corpo e ahi a sistio aO<br />

canhoneio que durou uma hora, pouco mais ou menos.<br />

Teve I sol<strong>da</strong><strong>do</strong> feri<strong>do</strong> gravemente e 2 contusos.<br />

Começan<strong>do</strong> o inimigo, depois <strong>do</strong> meio dia, a fazer tiros ele uma<br />

matta fronteira ao nosso acampamento, seguiram, por ordem <strong>do</strong> general, 2<br />

peças de 13 <strong>da</strong>s que se tinham toma<strong>do</strong> ao inimigo, e, uni<strong>da</strong>s a 1 <strong>do</strong><br />

corpo provi orio de artilharia monta<strong>da</strong>, afugentaram os <strong>contra</strong>rios. A<br />

2 peças foram comman<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo lu tenente Gustavo Fortes e tenente<br />

J. P. Conêa.<br />

CORPO DE PONTONEIROS. - Comman<strong>da</strong>nte, major Umbel-ino A. de<br />

Cam'[lo Limpo. Desembarcou no dia'}, de Setembro á 1 hora <strong>da</strong> tarde<br />

e começou logo a fazer os trabalhos nece'sarios para o de embarque <strong>da</strong><br />

artilharia. A' tarde seguio para a frente e ahi construio um fos o<br />

e parapeito ligeiro para abrigar a infantaria que estava a alcance de<br />

fuzil <strong>do</strong> inimigo. A's 7 <strong>da</strong> noite reuniO-3e á artilharia, e às 9 começou,<br />

reuni<strong>do</strong> á commissão de engenheiros, a fazer a bateria que cobrio a'<br />

6 bocas de fogo com que entramos em acção. A's 5 horas <strong>da</strong> manhã<br />

de 3 foi es a bateria entregue á artilharia. O corpo de pontoneiros ficou<br />

de protecção a esta, postan<strong>do</strong>-se á direita <strong>da</strong> bateria.<br />

Teve 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> mortos e 1 feri<strong>do</strong>.<br />

t P6)'<strong>da</strong>s (1M tivei'a'm os B-razileiros e os Pai'aguayos en~ W't62õlt<br />

Trophéos 1'ewlhi<strong>do</strong>s pelos B1"a;:;/lei?'o .<br />

1)<br />

Per<strong>da</strong>s elos Paragllayos<br />

O forte de Cllruzú era defendi<strong>do</strong> pelo tenente-coronel Jimenez, que<br />

tinha ás 'u-as ordens os batalhões de infantaria 4 0 (direIta), 27 (centro)<br />

e 10" (esquer<strong>da</strong>), uma força de cavallaria desmonta<strong>da</strong>, e contingente'<br />

de artilharia de marinha e de posição. Os marinheiros eram didgi<strong>do</strong>s<br />

pelo tenente Gill. (lnformações <strong>do</strong> Sema?íario).<br />

O SC'lnanario, descreven<strong>do</strong> o ataque <strong>do</strong>s Brazileiros, diz: - «el ene­<br />

!Digo cargó con impetu... » Accl'escenta que foram repelli<strong>do</strong>s no centro e·<br />

na direita, e já pediam de joelhos misericordia quan<strong>do</strong> o batalhão 100 afrouxou<br />

e pêJz-se em retira<strong>da</strong>, porque for~as brazileira tinham rodea<strong>do</strong> a lagêJa<br />

Diz mais o me. mo periodico que. em Curuzú só tinham os <strong>Paraguay</strong>os<br />

3 bocas de fogo. Ficaram, entreLanto, l3.eill nosso po<strong>do</strong>r.


422<br />

Thompson dá a Ollruzú ~.500 homens e l3 peças. O general Porto<br />

Alegee eleva o numero <strong>do</strong>s defensores <strong>do</strong> forte a quasi 3.000<br />

Os <strong>Paraguay</strong>os tiveram 700 homens mortos (segun<strong>do</strong> Thompson, e segunclo<br />

Porto-Alegre 800) entre os quaes 1 major e varias officiaes, 1.700<br />

feri<strong>do</strong>s (Thom pson) e 1 capitão e 29 sol<strong>da</strong>clos prisioneiros (Porto Alegre).<br />

Jour<strong>da</strong>n dá aos <strong>Paraguay</strong>os 852 mortos.<br />

Tl:!ompson diz que o general Diaz era quem com man<strong>da</strong>va as forças<br />

que defendiam Cllruzú; e que o major Lagos dirigia a artilharia de<br />

posição; os tenentes Gill e Ortiz a artilharia de marinha; e o capitão<br />

Montiel um regimento de cavallaria desmonta<strong>da</strong>.<br />

2)<br />

l'ropMos 1'eoolhi<strong>do</strong>s pelos B1'/uileiros<br />

<strong>do</strong>s<br />

Tomamos os seguintes trophéos:<br />

A?"tilll a1";a :<br />

Bocas de fogo de alma lisa:<br />

I peça de ferro de calibre (JS, desmonta<strong>da</strong> pela .esquadra, ten<strong>do</strong> um<br />

munhões parti<strong>do</strong>;<br />

2 peça' de ferro de calibre 32;<br />

I columbrina de bronze de calibre U;<br />

3 canhões obuzes de calibre 12;<br />

I obuz de br onze de 4 pollega<strong>da</strong>s;<br />

;) peças de ferro de calibre 6;<br />

13 bocas de fogo.<br />

Bandeú"as:<br />

1 que fiuctuava na trincheira, tomaua pelo capitao Marcolino Dias,<br />

<strong>do</strong> 8" de voluntarios· (Rio de Janeiro);<br />

1 <strong>do</strong> batalhão 4°, toma<strong>da</strong> pelo sol<strong>da</strong><strong>do</strong> José AntonÍ0 <strong>da</strong> Penha <strong>do</strong><br />

S' de voluntarios;<br />

1 de outm batalhão inimigo, toma<strong>da</strong> pelo sol<strong>da</strong><strong>do</strong> Paulo José de<br />

Souza Guimarães <strong>do</strong> 1° de voluntarios (Rio de Janeiro) adcli<strong>do</strong><br />

. o IS' de voluntarios (Minas).<br />

B banueira.,;<br />

Tomamos além disso muito armamento, varias caixas de <strong>guerra</strong> e<br />

outros troph(·os.<br />

PU!' la<br />

<strong>do</strong>s B!'!lzilciro;;<br />

Segun<strong>do</strong> os <strong>do</strong>cumenios officiM8 que examinàmos, foram estas ·as<br />

per<strong>da</strong>s <strong>do</strong> 2" corpo braGileiro na Loma<strong>da</strong> de Curuzu:


423<br />

TO)JilDA DE Cunuzu' - 3 de S~tembro<br />

de 186G<br />

MORTIJS FERIDV CONTU os<br />

., .,<br />

"


424<br />

"<br />

~ ~ ~<br />

'" '" '" '" '"<br />

,~ ~'"' .~ ~'"' .~ ~'"' .g .. ~ ~"" ~ .. R.<br />

o P, o P, o R; o Q.,<br />

---- --------<br />

18 0 bahlhão de voluntarios (Minas<br />

GerRes) ......................... 1 16 10 8 11 102<br />

3~0 dito (Rio de Janeiro), ....... 15 1 40 3 4 55<br />

36 0 elito (Maranhão c Rio Grande<br />

elo Norte) .............•........ 5 1 I 5<br />

----<br />

1 31 11 131 4 16 162<br />

Somma . 5 96 322 7 ...... 36 1118<br />

11----------1------------<br />

3' DIVISÃO.-Coronel LUCAS<br />

DE LL\L~<br />

6" BRIGADA-Tenente-coronel VASCO<br />

ALVES (BaTão de Sant'Anna <strong>do</strong><br />

Livramento)<br />

4 0 COTpO provisorio de cavallaria<br />

<strong>da</strong> gllaT<strong>da</strong> nacion~l (Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Sul) .<br />

50 elito (idem) .<br />

I MORTO. FI1RIDOS O,''1'USOS<br />

'rO'1'AL FÓRA<br />

DE O~mATE<br />

I TOMADA DE CURUZU' -3 de Sctem-<br />

'-'<br />

bro de 1866 't:l '"<br />

't:l '"<br />

't:l 't:l<br />

1<br />

14 15<br />

1 7 :: :::: :::::: ....i 7<br />

------1-<br />

1 2 1 22<br />

8" BRIGADA.-Tenente-coronel BAL­<br />

BINO DE SOUZ.l.<br />

100 corpo provisorio de cavallaria<br />

~~ lt~lr~~.~~.c~o~~:. ~~.i~. ~.r.~~~~<br />

110 dito (idem) .<br />

150 elito (idem) .. .. ..<br />

BRIG'illA LIGEffi.l..-Tenente-coronel<br />

A.S'1'ROGlLDO DA COSTA<br />

13° corpo provisorio de cavallaria<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional (Rio Grande<br />

<strong>do</strong> aul) .<br />

}tj,o dito (idem) . . . .. . .<br />

15 0 dito (idem ..<br />

1 1<br />

R<br />

72<br />

17<br />

2<br />

4<br />

1<br />

1<br />

1 9<br />

I 1 8<br />

2 4<br />

----<br />

3 2 21<br />

--<br />

2<br />

5<br />

1<br />

-----------<br />

8<br />

Somma.....•••.................... 2 2 45 4 3 51


425<br />

Resumo'<br />

MORTOS FERI.DO. CON'l'U os<br />

'rO'f.lL ~'ÓR,l<br />

DE COMB,lTE<br />

TOMADA DE CUIluzu'-3 de Setem-<br />

'I)<br />

'I)<br />

'I)<br />

'l:! ~<br />

bro de 1866 '!li ~ '"<br />

" ",'" ~<br />

"<br />

~<br />

'" 8 ::; "-<br />

8l" ti<br />

.~ 8 .~<br />

'e ~<br />

""- I ""~<br />

c:Rt t:l0' ""'"<br />

<br />

8'"<br />

~ \.. ~<br />

~~<br />

~a ~ &:;!i. ~<br />

o R. o o o ~Rt<br />

---- ----------<br />

Eng~lIhei1os, art'ilharia e pOlltOnelros<br />

... ,.... ' ...•.... , ........ 1 ;!, 2 G ...... 3 3 11<br />

GENEHAL ALBINO DE GARVALHO (10-<br />

fau Laria e 1 brigall.a LI e cavallaria<br />

npea'la .. . . . . . .. .... . .. " ..... - -18 11 187 4- 10 20 245<br />

GENERAL FO"'TES (Infantaria)..... 5 96 N S:a 7 .... Sti 4.8<br />

COHO~'EL LUCAS DE LrnA (Cavallaria<br />

a pé)......... .... ... ... ..... 2 2 45 1 4 3 51<br />

11 148 40 560 12 17<br />

159 600 29 7<br />

Estes são os algarismos que constnm d'ls partes olliciaes I ublica<strong>da</strong>s, mns a <strong>do</strong><br />

cirurgião-mór <strong>do</strong> exercito, Dr. M1noel Feliciano Pereira de Carvalho. diz que o Eponina<br />

conduzia para Corriente$ 338 feri<strong>do</strong>s, o 16 de Abril ~lô, o Mal"oilio Dias no e o 11 de<br />

J1'nho 60; ao to<strong>do</strong> 704, seo<strong>do</strong> 8 ou !.l paraguayos. Como se vê, poi", ba n'l relação<br />

offici1l <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s umfL dimiuuiOão de cerca de 100, englobad03 os <strong>do</strong> dia 2.<br />

A esquadra perdeu o encouraça<strong>do</strong> Rio ele J anei?"o, e teve fóra de<br />

combate:<br />

Os<br />

Mortos 5 officiaes e 52 mlrinheiros e sold:t<strong>do</strong>s;<br />

Feri<strong>do</strong>s 1 official e 2:3 » »<br />

Total 6 officiaes 75 » »<br />

officiaes mortos foram:<br />

lo tenente Silva<strong>do</strong>, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> encouraça<strong>do</strong> Rio de J anewo.<br />

lo tenente Napoleão J. Müller, <strong>da</strong> guarnição <strong>do</strong> Rw de Janeiro.<br />

2° tenente Coelho <strong>da</strong> Silva, <strong>da</strong> guarnição <strong>do</strong> Rio de J anei?'o.<br />

Guar<strong>da</strong>-marinha Raymun<strong>do</strong> <strong>da</strong> Silva, <strong>do</strong> R.-io de Janeú·o.<br />

Escrivão Azeve<strong>do</strong> e Albuquerque, <strong>do</strong> Rio de Janeiro.<br />

O official feri<strong>do</strong> foi o l° tenente J. Bernardino de Queiroz, <strong>da</strong><br />

guarnição <strong>do</strong> Bahia.<br />

o dia 2 o 2° corpo de exercito teve as seguintes baixas (não<br />

affirmamos a ex.actidão d'estes a1gari mos, que são <strong>da</strong><strong>do</strong>s por uma corr,espondencia<br />

<strong>do</strong> exercito):<br />

Mortos 12 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s;<br />

Feri<strong>do</strong>s 3 ofliciaes e 49 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Ao 54


4:20<br />

Assim a posse de Curuzú custou-nos, além <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de um enCOlll'aça<strong>do</strong>,<br />

O seguinte prejuizo:<br />

Mortos Feri<strong>do</strong>s e contusos Total<br />

Officiaes Praças<br />

de pr t<br />

Offici'tes<br />

-<br />

Praças<br />

de prut<br />

Esquadra (1 a 4 de Setembro) 5 52 1 23<br />

ExercHo:<br />

Officiaes<br />

6<br />

Praças<br />

de pret<br />

75<br />

No dia 2 de Setembro... 12 ? 3 49 ? 3 GP<br />

7')~<br />

~o dia 3 de Setembro... 11 148 5:'>- 577 63 _<br />

Ou 933 homens f6ra de<br />

16 212 56 649 72 861<br />

combate.<br />

Eis os nomes <strong>do</strong>s ofliciaes <strong>do</strong> 2° corpo <strong>do</strong> exercito mortos, feri<strong>do</strong>s<br />

ou contusos na toma<strong>da</strong> de Ouruzú:<br />

DIVISÃO DO GENERAl. ALBINO DE CARVALHO (direita)<br />

1& Briga<strong>da</strong> (Oal<strong>da</strong>s):<br />

E. ta<strong>do</strong>-maior de briga<strong>da</strong>.-Major Oesar de Loureiro .<br />

29" de voluntarioso ..... -Oapitão Abranches (J. A.) .<br />

Tenente Almei<strong>da</strong> e Silva (Antonio<br />

Gomes) ... , o" o. o' o'<br />

» Rodrigues <strong>do</strong>s Santos (8everiano)<br />

.<br />

Alfflres Nogueira Pontes•.....<br />

» L. Portel1a.. o.......•<br />

» Telles <strong>da</strong> Ounha Sande..<br />

34° de voluntarios ... o.•-Tenente Fortunato Lima......•<br />

» J. Sebastião de Souza••<br />

» Virgolino Leal... o. o..<br />

» Araujo Nobre (Oamillo)<br />

47" de voluntarios. o. o'- Tenente-coronel Albuquerque Maranhão<br />

. o..... o.. o•.<br />

Tenente Alves <strong>da</strong> Ounha o .<br />

Alferes Flavio de Queiroz .<br />

» A I b u que r que e Si!va<br />

(J. a.) .. o. o.... o.•••<br />

1<br />

2<br />

3<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

2<br />

3


427<br />

4" briga,la (Piquet):<br />

...><br />

C o o<br />

1° corpo de 'laça<strong>do</strong>res a<br />

cavallo .... o. o.. o' .-Capitão J. Franzen Filho..•... l<br />

Tenente Avila e Souza .<br />

2° corpo de caça<strong>do</strong>res a<br />

cavalloo. o..... o.....-Capitão Tavares (Julião J.) .<br />

Tenente Isi<strong>do</strong>ro de Oliveira .<br />

Alferes Alves <strong>do</strong> Couto .<br />

.<br />

4<br />

10<br />

<strong>II</strong><br />

DIVISÃ,l) DO GENERAL FONTES (esquer<strong>da</strong>)<br />

Esta<strong>do</strong>-maior -Major Araujo Vianna.. , .<br />

2' bl·igad7. (Barros e Vasconcellos):<br />

5° de voluntarios - Tenente Teixeira de Andrade. o<br />

Alferes Costa Mattos .<br />

:. SIlva Lopes.......•...<br />

» Su<strong>da</strong>rio <strong>do</strong> Amaral .<br />

» Marciano <strong>do</strong>s Santos .<br />

» Baptista Martins .<br />

» Cunha Pinto o.<br />

» Bernardino Gravam .<br />

8 de voluntarios.. . . . .. Capitão Travassos (F. J.)•.....<br />

» Marcolino Dias .<br />

Tenente Joaquim de Calazans..<br />

» Silveira <strong>da</strong> Veiga (Eduar<strong>do</strong>)<br />

o: .<br />

A.lfere.; Fonseca Dorea .<br />

» Caetano de Tavora. o<br />

» M. A <strong>da</strong> Silva .<br />

llo pruvisorio de linha.. - Major Lopes de Oliveira (comman<strong>da</strong>nte).....<br />

o.. o.....<br />

Tenente HeJeo<strong>do</strong>ro de Meneze·.<br />

'\.lferes Clariano Garcp) o.<br />

.? Raphael loquet.. .<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

12<br />

16<br />

17<br />

18<br />

19<br />

20<br />

21<br />

22<br />

2~<br />

6<br />

7<br />

3' briga<strong>da</strong> (J. d. Barreto):<br />

l~' de voluntario, -~lajor Pinto Homem o<br />

Capitão Dias Sampaio.•.... o..<br />

;) Co ta Estrella .<br />

10<br />

25<br />

2'j


428<br />

Capitão Espirito-Santo •........<br />

Tenente Hermogene Silva.•..•<br />

» Felippe Santiago .<br />

Alferes ardes Moniz .<br />

» Silva Conra<strong>do</strong> .<br />

» Gonçalves Damasceno .<br />

» Augusto Barroso...•...<br />

» Soares de Aguiar .<br />

32·· de voluntarios ~Alferes Menezes Leria....•...<br />

» Bolivar de Araripe .<br />

« Avellino Gama .<br />

» ? .<br />

3jo de voluntarios - Alferes Sacramento Sallustiano.<br />

27<br />

28<br />

-"9<br />

30<br />

31<br />

32<br />

33<br />

34<br />

35<br />

...,<br />

c o o<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

DIVISlo DO CORONEL LUCAS m: LIMA<br />

Assistente <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

aju<strong>da</strong>nte-general. ..-Capitão Joaquim L. de Lima ..<br />

flo<br />

6" briga<strong>da</strong> (Vasco AI ves) :<br />

corpo p r ov i s o r i o <strong>da</strong><br />

guar<strong>da</strong> nacionaL ..... _. Capitão Propicio ria<br />

8" brigrula (Florentino Bueno):<br />

FOlltonra<br />

10 0 corpo provisorio <strong>da</strong><br />

gnar<strong>da</strong> nacionaL ..-Capitão A. F. de Imei<strong>da</strong>....•<br />

11" corpo p r o v i s o r i o <strong>da</strong><br />

guar<strong>da</strong> nacional. ..-Tenente Claro Borges ,.<br />

36<br />

3'1<br />

38<br />

1


429<br />

Conferencia YataitY-Corá (12 àll Se.(,emlJTo<br />

te l8(6)<br />

entre Lopez e Mitre<br />

1)<br />

T?"echos <strong>do</strong> Relatorio <strong>do</strong> ministerio <strong>da</strong> guer1'a e correspondencia<br />

t?"oca<strong>da</strong> entre Lopez e 111itre .<br />

Do Relatorio apresenta<strong>do</strong> em Maio de 1867 ao parlamento brazileiro<br />

pelo ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> extrahimos o seguinte:<br />

« No dia 10 de Setembro deu-se no acampamento um facto notaval<br />

que veio revelar o desanimo profuu<strong>do</strong> que lavrava na' fileiras inimigas<br />

apoz a toma<strong>da</strong> de Curuzú.<br />

« Na tarde d'aquelle dia appareceu uma bandeira branca sobre o<br />

:f:1an'co esquer<strong>do</strong> <strong>da</strong>s trincheiras inimigas e com ena caminhavam algumas<br />

pessoas para a direita d'essa linha, guar<strong>da</strong><strong>da</strong> então pelos Argentinos;<br />

d'alli partiram alguns tiros, sem duvi<strong>da</strong> porque o oflicial comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong>s avança<strong>da</strong>s não tinha distingui<strong>do</strong> essa bandeira, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> em resulta<strong>do</strong><br />

regressarem ao campo inimigo as pessoas que a traziam.<br />

( No dia 11 pela manhã tornou a apparecer a mesma bandeira e<br />

com ella avançou um parlamentario, que entregou ao general Mitre<br />

a seguinte nota:<br />

« Ao Exm. Sr. brigadeiro general Dr. Bartholomeu Mitre, presidente<br />

<strong>da</strong> Republica Argentina e general em chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>.<br />

(1 Quartel general em Passo-Pucú, 11 de Setembro de 1866.<br />

« Tenho a honra de convi<strong>da</strong>r a V. Ex. para uma entrevista pessoal<br />

entre a.' .nossas linhas, no dia e hora que V. Ex. marcar.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« Francisco §ol~no Lopez. »<br />

« Reuniram-se logo os generaes Mitre, Flores e PolJ'<strong>do</strong>ro no acampamento<br />

brazileiro, e deliberaram que, tratan<strong>do</strong>-se apenas de uma entrevista<br />

<strong>do</strong> presidente <strong>da</strong> Republica <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> e o general Mitre,


4301<br />

conviria aceitar o convite, em consequencia <strong>do</strong> que remetteu-se pelo<br />

mesmo parlamentario a seguinte resposta, redigi<strong>da</strong> em presença d'aquelle<br />

generaes:<br />

« -- Ao Exm. Sr. marechal D. Francisco Lopes, presidente <strong>da</strong> Republica<br />

<strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, e general em chefe <strong>do</strong> seu exercito.<br />

« Quartel general <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>, <strong>II</strong> de Setembro de 1866.<br />

« Tive a honra de receber a communicação de V. Ex. <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de<br />

JJ hoje, convi<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-me para uma entrevista pessoal, entre nossas linhas,<br />

» no dia e hora que se convencionasse; e, responden<strong>do</strong>, devo dizer a<br />

« V. Ex. que aceito a entrevista proposta e me acharei amanhã, às 9<br />

« horas <strong>da</strong> manhã, no ponto de nossas respectivas linhas, no passo de<br />

«Yataity-Oorà, levan<strong>do</strong> uma escolta de vinte homens, que deixarei na<br />

« altura de minhas avança<strong>da</strong>s, adiantan<strong>do</strong>-me em pessoa no terreno inter­<br />

« mediario para o .fim indica<strong>do</strong>, se V. Ex. se conformar com isso.<br />

« Deus guarde a V. Ex. muitos annos.<br />

« Bart,hololDeu It;lit,....e. »<br />

« Na tarde cl'esse mesmo dia tornou a appal'ecer a bandeira parlamentaria,<br />

sen<strong>do</strong> entregue ao general Mitre, por parte <strong>do</strong> general Solano<br />

Lopez, a resposta <strong>do</strong> theor seguinte:<br />

« - Ao Ex. Sr. brigadeiro general D. Bartholomeu Mitre, presidente<br />

<strong>da</strong> Republica Argeniina, e general em chefe <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>.<br />

« Qual'tel general em Pas O-IJ<strong>II</strong>CÚ, 11 de Setembro de 1866.<br />

« Acabo de ter a honra de receber a resposta que V. Ex. dig­<br />

« nau-se <strong>da</strong>r à minha proposta de entrevista d'e. ta manhã e agL'a­<br />

« decen<strong>do</strong> a V. Ex. a aceitação que d'el1a faz, me conformal'ei com<br />

« o proceder' que V. Ex. se pl'opõe, e cumprirei o dever de não fal­<br />

« tal' à hora indica<strong>da</strong>.<br />

« Deus guarde a V. Ex. muito' anno j.<br />

« Francisco 80lano Lopez. »<br />

« o dia 1 : ~I bora apraza<strong>da</strong> ieve logar a entrevi ta, e durante o terllpo<br />

em que o general Mitre esteve com o pl'esidente Lopez, recebeu o general<br />

Poly<strong>do</strong>ro por pal'te d'este um cum pl'imento de civili<strong>da</strong>de e convite para<br />

ir ao lagar <strong>da</strong> conferencia,. o nos'o genel'al agradeceu, desculpan<strong>do</strong>-se<br />

de não comparecer,<br />

« Regressan<strong>do</strong> d'alli, o generJ.I~Qiire dirigia ao generae allia<strong>do</strong>~


-i3l<br />

() seguinte 7nem01Ytndum, c verbalruente decla 1'ou-lhe8 que nenhum resulta<strong>do</strong><br />

definitivo tinha produzi<strong>do</strong> tal conferencia, e a operaçãe de<br />

<strong>guerra</strong> continuariam como e acham di posta :<br />

« - . Ex. o marechal Lopez, pre idente <strong>da</strong> Republica <strong>do</strong> Para­<br />

«guay, na S:la entrevista de ]2 de Setembro, convi<strong>do</strong>u . Ex. o r.<br />

« pre'idente <strong>da</strong> Republica Argentina general em chefe <strong>do</strong> exercito al­<br />

« lia<strong>do</strong>, a procurar meios conciJiatorio e igualmente homo os para to<strong>do</strong><br />

« o belligerantes, afim de ver-o e e o :-:angue até aqui derrama<strong>do</strong> não<br />

« pode considerar- e sufficiente para lavar os mutuo aggravo, pon<strong>do</strong><br />

« termo á <strong>guerra</strong> mais anguinolenta <strong>da</strong> America <strong>do</strong> ul por meio de<br />

« sati fações mutuas, e igualmente honrúsa e equitativa, que garantam<br />

« um esta<strong>do</strong> permanente de paz e sincera. amizade entre os belligerantes.<br />

« O general Mitre, limitan<strong>do</strong>-se a ouvir, re pondeu que ,e referia<br />

«ao eu <strong>governo</strong> e á deci ão <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s, egun<strong>do</strong> O' eu compromissos. »<br />

« Com as dua seguint"es nota' deu- e por termina<strong>da</strong> a questão:<br />

« Quartel-general em Curuzú, 14 de Setembro de 1866.<br />

« A S. Ex. o r. marechal D. Franci co olano Lope/;, pre idente<br />

« <strong>da</strong> Republica <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> e general em chefe <strong>do</strong> seu exercito.<br />

« Tenho a honra de tran mittir ao conhecimento de V. Ex., se­<br />

« gun<strong>do</strong> o que tinhamos combina<strong>do</strong>, que, haven<strong>do</strong> communica<strong>do</strong> aos<br />

« Allia<strong>do</strong>s, como me cumpria, o convite conciliatorio que V. Ex...e er­<br />

« vio fazer-me no dia 12 d 1 corrente em nossa entrevista.de Yataity­<br />

« Corá, resolvemos, de conformi<strong>da</strong>de com o já declara<strong>do</strong> por mim<br />

«n'aquella occasião, referir tu<strong>do</strong> á. deci ão <strong>do</strong>s respectivos <strong>governo</strong>,<br />

« sem fazer modificação alguma na situação <strong>do</strong>s belligerante.<br />

« Deus guarde a V. Ex. muitos annos.<br />

« nartholoDleu Mitre.»<br />

« Ao Exm. Sr. brigadeiro general D. Bartholomeu Mitre, etc.<br />

« Quartel-general em Passo Pucú, 15 de Setembro de 1866.<br />

« Accuso recebi<strong>da</strong> a nota que hontem á tarde V. Ex. me fez a<br />

« honra de dirig'ir <strong>do</strong> seu quartei general em Curuzú, dizen<strong>do</strong>-me que<br />

« havia concor<strong>da</strong><strong>do</strong> com seus Allia<strong>do</strong>s referir a seus respectivos gover­<br />

« nos o assumpto de nossa entrevista de 12 em Yataity-Corá. a<strong>da</strong><br />

«me deteve ante a idéa de olferecer por minha parte a ulti na<br />

« tentativa de conciliação, que ponha termo â torrente de sangue que


432<br />

« derramamos na presente <strong>guerra</strong>, e me assiste a satisfação de haver<br />


-133<br />

conferencia. Agradeci o comprimeu.t0 e desculpei-me de não poder comparecer.<br />

« Com o general Flores houve igual procedimento, e foi elfe ao<br />

logar <strong>da</strong> confer.encia, onde demorou- e muito pouco tempo.<br />

«Regressan<strong>do</strong> d'alli o general Mitre apre entou-no a nota ou<br />

memorandum, cuja copia envio a V. Ex. sob n. 4, e verbalmente declarou<br />

que nenhum re ulta<strong>do</strong> definitivo tinha prodUZI<strong>do</strong> tal conferencia,<br />

fican<strong>do</strong> entendi<strong>do</strong> que as opel'aç5es de <strong>guerra</strong> contiu1lariam como se<br />

achavam dispostas.<br />

« Hoje ao romper <strong>do</strong> dia pal'tio o general Mitre para o acampamento<br />

<strong>do</strong> barão de Porto-Alegre, para onde anteriormente tinha egui<strong>do</strong><br />

t(l<strong>da</strong> a força destina<strong>da</strong> a incorporar-se ao 2° corpo de exercito.<br />

« Da:n<strong>do</strong> d'isto conhecimento a V. Ex., previno-o de que igual participação<br />

faço n'esta <strong>da</strong>ta ao conselheiro Francisco Octaviano de Almei<strong>da</strong><br />

Rosa, ministro <strong>do</strong> Brazil em missão especial no Rio <strong>da</strong> Pl'ata.<br />

« Deus guarde a V. Ex..<br />

« lUm. e Exm. Sr. conselheiro Angelo Moniz <strong>da</strong> iha FelTaz,<br />

ministro e secretario dtesta<strong>do</strong> <strong>do</strong> negocios <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

t( Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca Quintanilha Jordão,<br />

« Marechal de Campo.»<br />

Em officio posterior o general Poly<strong>do</strong>ro remetteu copia <strong>da</strong>s ultimas<br />

notas troca<strong>da</strong>s entre Mitre e Flores no dias 14 e 15.<br />

+RETIRADA DO GOVERNADOR FLORES (25 de etembro)<br />

1)<br />

Offleio dirigi<strong>do</strong> ao mini.~/?'O <strong>da</strong> gue'l'1'a pelo '[ iseonde de anta The're",a<br />

« Comman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> l° corpo de exercito em operações no<br />

<strong>Paraguay</strong>.<br />

« Quartel-general em Tuyuty,. 26 de Setembro de 1866.<br />

« Illm. e Exm. Sr.-Em 24 de Agosto <strong>do</strong> corrente anno me dirigio<br />

o Sr. general Venancio Flores a circular cuja copia inclusa envio a<br />

Á 55


434<br />

V. Ex. sob n. I, à qual respondi com a que remetto por copia<br />

sob n. 2.<br />

« Rontem me participou o mesmo general, que ten<strong>do</strong> de retirar-se<br />

<strong>do</strong> exercito, como anteriormente havia resolvi<strong>do</strong>, deixava o general Henrique<br />

Castro comman<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a divisãO oriental, composta de 2 batalhões<br />

de infantaria, 8 peças de artilharia e 1 esquadrão de caval1aria, escolta<br />

<strong>do</strong> mesmo g'eneral, fican<strong>do</strong> incorpora<strong>do</strong> a essa divisão 1 regimento<br />

de caval1aria argentina, o denomina<strong>do</strong> «General San Martin.» Accrescentou<br />

o general Flores que de mim devia o general Castro receber<br />

as ordens relativas ao serviço que presia essa divisão na força <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> exercito allia<strong>do</strong>.<br />

«Effectivumente retirou-se hontem O general Venancio Flor~s,<br />

deixan<strong>do</strong> a proclamação que em tres exemplares inclu~os tenho a honra<br />

de passar às mãos' de V. Ex.<br />

« Tenho, pois, designa<strong>do</strong> o general Henrique Caslro para interinamente<br />

comman<strong>da</strong>r as forças <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, visto que a 4 a divisão de<br />

infantaria deste exercito, que faz parte dessas forças acha-se comman<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelo coronel. Resin, em consequencia de ter <strong>da</strong><strong>do</strong> parte de <strong>do</strong>ente<br />

o brigadeiro Bruce.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« Illm. e Exm. Sr. conselheiro Angelo Ferraz.<br />

«Pol~<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> F. Q. JÓl'dâo,<br />

« Marechal ele Oampo.»<br />

Nuta elo gove?"naclo?" Flo1"eS ao gene?"al 1 isconcle de Sct/~ta 1'he1'eZa<br />

« El general en jefe deI ejército alia<strong>do</strong> de vangual'dia.<br />

« Cuartal general en Tuyuty, Agosto 2-1 de 1866.<br />

« Exm. Sr. consejero mariscaI de campo D. Poli<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> Fonseca<br />

Quintanilha Jordão, general en jefe deI 1 0 1" ejército brasilero.<br />

« Una comunicacion deI ministro de la Republica Oriental en Rio<br />

Janero me hace saber que el gobier no' dtl S. M. 1. ha si<strong>do</strong> impuesto<br />

de mi resolucion de separarme de estos ejércitos temporariamente para<br />

regresar à la Republica, la cual resolucion como las causas que la motivan<br />

se han hecho coristar en un protocolo levanta<strong>do</strong> aI effectu eIl<br />

aquella cÔrte.<br />

« En consecuencia y De acuercl0 con mis anteriore notas sobre<br />

este a umpto, cumpleme hacer saber a V. E. que las crecientes diffi-


cultades de mi pai me han hecho fijar mi regreso á el para el 5 deI<br />

eutrante etiembre lo qne tenO"o el honor de comnnicar con anticipacioll<br />

. á V. E. afin de que pue<strong>da</strong> a<strong>do</strong>ptar en ese concepto la providencia<br />

que creyere oportunas.<br />

K Dia guarde á V. E.<br />

«Venancio Flores.»<br />

~)<br />

Resposta <strong>do</strong> general visconde de anta The?'eza ao gove?'na<strong>do</strong>r Flo~'es :<br />

« Oomman<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> lo corpo ae exercito brazileieo em operações<br />

no <strong>Paraguay</strong>. - Quartel-general em Tuyuty, 29 de _ gosto<br />

de 1866.<br />

« 111m. e Exm. 81'. - Tenho a honra de accusar a circular de<br />

V. Ex <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de 24 <strong>do</strong> corrente, na. qual V. Ex. me dá. conhecimento<br />

<strong>da</strong> resolução em que está dé deixar temporariamente no dia 5 <strong>do</strong> mez<br />

proximo futuro, os exercitas allia<strong>do</strong>. com o fim de recolher-se á ua<br />

patria, onde motivos importante reclamam a presença de V. Ex.<br />

« Como Brazileiro e como comman<strong>da</strong>nte em chefe deste corpo de<br />

exercita, apresso-me em testemunhar a V. E:c o pe ar que e. a participa.ão<br />

me cau ou, pai o exercito sob meu comman<strong>do</strong> tem sempre<br />

en<strong>contra</strong><strong>do</strong> no valor e na pericia de V. Ex. um concur'o efficaz para<br />

os triumphos que. tem alcan.a<strong>do</strong> sobre o inimigo commum, e lhe será<br />

muito sensivel a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> chefe que no comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>quelles exercitas os cobria de gloria com a e plendi<strong>da</strong> victoria de<br />

Yatay.<br />

« e para sati fazer imperio 'as nece si<strong>da</strong>de <strong>do</strong> E ta<strong>do</strong> Oriental de<br />

Uruguay hoje e treitamente liga<strong>do</strong> à minha patria pelo laços <strong>da</strong> alliança<br />

e de reciproco' interesses, que ão tambem os <strong>da</strong> causa <strong>da</strong> civilísação <strong>do</strong><br />

continente sul-americano, é V. Ex. obriga<strong>do</strong> a afa tar-se temporariamente<br />

<strong>do</strong> eminente posto que dignamente tem occupaclo nos campos de<br />

batalha, fa.o votos para que lhe ejam afortuna<strong>do</strong>s o dias de au eneia,<br />

que e pera sejam tão rapi<strong>do</strong>s quanto o requerem a urgencia <strong>da</strong><br />

<strong>guerra</strong>.<br />

« Re peital1<strong>do</strong>, IJO['8il1, aí! pondero 'as razões qL1G impellem V. Ex.<br />

a semelhante re.olução, cumpro amai' imperio'o dever, agradecen<strong>do</strong>,<br />

em nome <strong>do</strong> exercito brazileiro, o leal e ilecidi<strong>do</strong> a110io (le \'. Ex.;<br />

sen<strong>do</strong>-me grato patentear a respeito a sympathia que V. Ex. t m sabi<strong>do</strong><br />

conquistar entre o. Brazileiros, pela sua intrepidez nos combatec;, e<br />

pelo <strong>do</strong>m especial ue se fazer queri<strong>do</strong> ne 'eu. commall<strong>da</strong><strong>do</strong>..


436<br />

« Queira V. Ex. receber os protestos de minha particular estima<br />

e mui distincta consideração.<br />

« Deus guarde á V. Ex.-Illm. e Exm. Sr. brigadeiro general D. Venancio<br />

Flores, comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito alllia<strong>do</strong> de vanguar<strong>da</strong>.<br />

« Poly<strong>do</strong>ro <strong>da</strong> F. Q. Jordão,<br />

(I Marechal de campo. »<br />

4)<br />

Proclamação <strong>do</strong> goüe?'na<strong>do</strong>r Flores, despedin<strong>do</strong>-se elos e;Jje?'citos allia<strong>do</strong>s:<br />

« PROCLAMA<br />

« Cuartel general en Tuyuty, 25 de Seitem bre de 1866<br />

« Sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s Brasileros, Asgentinos y Orientales!<br />

«Una de esas fatali<strong>da</strong>des que el destino se complace en hacer<br />

superiores á los esfuerzos de mi voluntad, me obliga ã. separarme oe<br />

vosotros momentaneamente. Este momentu es uno de los mas sensibles<br />

para mi corazon!<br />

~ AI alejarme deI frente de los heroes que en cien combates probarou<br />

aI mun<strong>do</strong> su valor in<strong>do</strong>mable, su morali<strong>da</strong>d ,Y disciplina i que<br />

les pue<strong>do</strong> recommen<strong>da</strong>r que. desde ya no lo vea cumpli<strong>do</strong>?<br />

« col<strong>da</strong><strong>do</strong>s!-Segui en el honroso camino que os' habeis traza<strong>do</strong> y<br />

el dia deI combate tened presente vuestros gloriosos antecedentes,<br />

para no mancillarlos; y ca<strong>da</strong> uno de yosotros sereis un' heroe, destina<strong>do</strong><br />

à vengar lo manes illustres de Sampaio, Rivera, Palleja, Argüero<br />

y tantos otros, nobles victimas immola<strong>da</strong>s por el fanatismo de nueséros<br />

enemigos.<br />

« No olvideis, eu medio de vuestro arrojo como valientes, que una<br />

de las primeras cuali<strong>da</strong>des de los ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de nue tro tiempo es ser<br />

generoso y humanos con eI venci<strong>do</strong>, pues el móvil de la presente<br />

cruza<strong>da</strong> solo tiene por objecto hacer la <strong>guerra</strong> aI ma bil'baro de los<br />

tiranos deI igl0 diez y nueve y no aI puebIo paraguayo, aI que solo<br />

,enimos à <strong>da</strong>rle Libertac1 Patria é iu tituciolle...<br />

« Se despide de vosotro. vue tro General y amigo,<br />

« V enancio Flol" i'. »


431<br />

Ataque de Curupaity (22 de etemlJfo de 1866<br />

t Doe ~lENTOS OFFIClAE RELATl o .\. PARTE Q'E TOMO - \<br />

ESQ -ADRA BRAZILmRA NO AT QUE DE CCR P ITY<br />

1)<br />

Parle otficial elo<br />

almú"ante 2'wnan<strong>da</strong>ré:<br />

« Comman<strong>do</strong> em chefe <strong>da</strong> for~a naval <strong>do</strong> Brazil no Rio <strong>da</strong>. Prat<br />

bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> vapor Apa, em frente a Cu;uZú, 24 de Setembro de 1866.<br />

« 111m. e Exm. Sr.-Depois <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de Curuzu as operaçõe <strong>da</strong><br />

e quadra têm continua<strong>do</strong> a produzir o re ulta<strong>do</strong>s que e podia esperar<br />

de sua acção nas circumstancias especiaes em que ena e tem d ­<br />

envolvi<strong>do</strong>, e posso assegurar a V. Ex. que muito tem contribui<strong>do</strong> para<br />

a gloria <strong>da</strong> marinha brazileira, pelas exuberantes prova de valor digni<strong>da</strong>de<br />

e patriotismo que têm <strong>da</strong><strong>do</strong> nos ultimos combate' to<strong>do</strong> o chefe<br />

comman<strong>da</strong>ntes, Ol'ficiaes e guamições em geral, que tenho a honra tIe<br />

comman<strong>da</strong>r, entre os quaes não houve um sÓ homem que fraquea e no<br />

cumprimento de seus deveres, por mais arduos e al'r~ ca<strong>do</strong>' que fo~ em.<br />

« Para que o <strong>governo</strong> imperial po sa apreciar devi<strong>da</strong>mente o serviço<br />

<strong>da</strong> esquadra no decur o <strong>do</strong> COlrente mez, vou narrar . uccintamente<br />

os successo occorri<strong>do</strong>s no theatro actual <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> de de o dia<br />

6, dàta em que communiquei a V. Ex. o re ultadn <strong>da</strong>. ho tili<strong>da</strong>des<br />

activa enceta<strong>da</strong> no dia 1.<br />

~ Ten<strong>do</strong>-se elfectua<strong>do</strong> no dia 13 a vin<strong>da</strong> rio general 1itre para<br />

o Curuzu com 4.000 homens de infantaria <strong>do</strong> exercito argentino e<br />

mais urna }lriga<strong>da</strong> de 2,000 homen <strong>da</strong> me. ma arma <strong>do</strong> lo corp I <strong>do</strong><br />

nosso ex;ercito para refor(":ar o :20 corpo, Ó no dia 17 puderam e ta'<br />

forças reuni<strong>da</strong>s ficar prompta para atacar o Ourupait em con equencia<br />

<strong>da</strong>s delongas que resultaram dfl um movimento tão con. ideravel de tropas.<br />

« Sobrevin<strong>do</strong>, porém, um forte temporal na madruga<strong>da</strong> de 17 ao<br />

qual seguio-se copiosa chuva por espaço de tres dia, re olvemo em<br />

urna junta de <strong>guerra</strong> feita entre o generae Mitre, Porto-Alegre e eu,<br />

de aceor<strong>do</strong> com os generaes Poly<strong>do</strong>ro e Flores, que o ataque <strong>do</strong> Curupaity<br />

pela esquadra e pelos <strong>do</strong>u' exercitos tivesse logar a 22, fazen<strong>do</strong>


438<br />

ao mesmo tempo o general Flores com 3.000 homens de cavallaria o<br />

movimento anteriormen.te projecta<strong>do</strong> pela esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito inimigo<br />

de Tuyuty, ao passo que o general Poly<strong>do</strong>ro emprehendesse desalojaI-o<br />

de seus entrincheiramentos.<br />

« Apezar de não terem si<strong>do</strong> inefficazes os bombardeamentos que fiz<br />

com a esquadra por diversas vezes, até mesmo de noite, os <strong>Paraguay</strong>os<br />

augmentaram consideravelmente as fortificaçõeli de Curupaity durante os<br />

19 dias decorri<strong>do</strong>s desde a toma<strong>da</strong> de Curuzú; e quan<strong>do</strong> no dia 22 os<br />

generaes visconde de Porto-Alegre e Mitre atacaram aquella posição,<br />

en<strong>contra</strong>ram uma resistencia terrivel, que os obrigou a desistir <strong>do</strong> assalto<br />

depois de soffrerem per<strong>da</strong>s consideraveis em seus exercitos, convenci<strong>do</strong>s<br />

de que á hora avança<strong>da</strong> a que tinham chega<strong>do</strong> não era mais<br />

possivel obter resulta<strong>do</strong>.<br />

« Peço desculpa a V. Ex. por não referir mais detalha<strong>da</strong>mente<br />

o que occorreu por terra no ataque ao Curupaity, porque o tempo de<br />

que posso dispôr ê apenas bastânte para relatar a partI'! que tomou a<br />

esquadra naquella jcrna<strong>da</strong>.<br />

« No dia 22, achan<strong>do</strong>-se a esquadra ancora<strong>da</strong>, ás 7 horas <strong>da</strong> manhã,<br />

nas posições representa<strong>da</strong>s no plano incluso sob n. I (1), ordenei que avançassem<br />

os encouraça<strong>do</strong>s Balua e Lima Barros até d~scobrirem o forte<br />

de Curupaity, e que rompessem o fogo <strong>contra</strong> elle, ao mesmo tempo<br />

que to<strong>da</strong> a linha de trincheiras <strong>do</strong> inimigo era bombardea<strong>da</strong> pelos navios<br />

seguintes: Brazil, Barro~o, Twnanela'''(;, Ypiranga, Bel monte, Parnahyba<br />

e bombardeiras Pedl'o Alfonso, POl'tu ele Coimb?"a e chatas ns. 1,<br />

2 e 3. Successivamente foram os outros navios <strong>da</strong> esquadra toman<strong>do</strong> a<br />

posições indica<strong>da</strong>s no plano junto sob n. 2, abaixo de Curupaity, <strong>da</strong>s quaes<br />

bombardeavam o campo inimigo sem esta,'em expo ,tos aos fogos <strong>do</strong> forte.<br />

« A's 8 horas jit o inimigo fallia vivo fogo de artilharia sobre as<br />

columnas <strong>do</strong> exercito que marchavam.<br />

« Ao meio dia o capitão de mar e guerri\ Jo~é Maria Rodrigues<br />

rompia a estaca<strong>da</strong> com os eucouraça<strong>do</strong>s B?""zit, /)a;'!'oso e Tamcmclw'e,<br />

e e collocava em po~itiãO de metralhar a bateria iniiDig,l, ao pas'o que<br />

o Litna Barros, o Bahw, o Par,whyva, o neveriue, (com a insignia<br />

<strong>do</strong> barão <strong>do</strong> Amazonas) e o i.Ifage, colloca<strong>do</strong>s obliquamente à eUa <strong>do</strong><br />

la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Chaco, tratavam de desmontar a sua artilharia, composta de<br />

6 pe.a, de calibre 68 e algumas de calibre 32.<br />

«N'esta occasião mandei cOJlvergü' to<strong>do</strong>' o fogos para o forte,<br />

porque já avança.vam os assaltantes, e o fogo de artilharia e fuúlaria<br />

era geral em to<strong>da</strong> a extemão <strong>da</strong>s tt'incheiras.<br />

(1) Os Ilanos n qlte se refertl eSL'3 <strong>do</strong>cull1enb nãu cl.lCgaram :i. so


439<br />

« As canhoneiras fundea<strong>da</strong> à margem esquer<strong>da</strong> come.aram a trabalhar<br />

s6mente com o rodizio de prõa.<br />

« A's 3 hora ain<strong>da</strong> continuava o fogo vivi imo de al'tilharía <strong>do</strong>s<br />

<strong>Paraguay</strong>os, e o exercito allia<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> não havia tira<strong>do</strong> vantagem<br />

alguma.<br />

« 'essa occasião resolveram os generaes Mitr~ e vi conde de Porto­<br />

Alegre effectuar a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong>s <strong>do</strong>u exercitas para a po ições que occupavam<br />

no Curuzu.<br />

« O forte de Curupaity dirigio eu fogos para os navio que. e<br />

achavam <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ohaco, de de o meio dia, e principalmente para<br />

os encourdça<strong>do</strong>s Brozil e Tamandm'é, os quaes ficaram com a couraça<br />

de E. B. seriamente arruina<strong>da</strong>.<br />

« Alguma chapas foram quebra<strong>da</strong>, muitas cavilha saltaram e o<br />

enchimento de madeira <strong>da</strong>s casamatas d'estes navios a E. B. ficou gravemente<br />

allui<strong>do</strong>.<br />

« Duas peças de 68 <strong>do</strong> Brazil foram desmonta<strong>da</strong>s, e grande numero<br />

de balas entraram nas casamatas pelas portinholas, causan<strong>do</strong> os estragos<br />

e ferimentos que con tam <strong>da</strong>s partes inclusas que transmitto a V. Ex.<br />

.: As avarias <strong>do</strong>s outros encoura~a<strong>do</strong> não foram de consideração.<br />

« o esta<strong>do</strong> em que se achavam estes navios, retiran<strong>do</strong>- e o exercito,<br />

a posiÇãO occupa<strong>da</strong> por elles acima <strong>da</strong> estaca<strong>da</strong> era difficillima de ustentar-se,<br />

pelo que mandei que a esquadra se retirasse em ordem para<br />

as posições que occupava precedentemente.<br />

« Tres peças de calibre 68 <strong>da</strong> bateria de Curupaity foram demonta<strong>da</strong>s<br />

pela esquadra.<br />

« A canhoneira Pa?'1i ahyba recebeu duas balas e algumas metralhas,<br />

mas não teve avarias de importancia.<br />

«Causou bastantes per<strong>da</strong>s aos artilheiros paraguayos o fogo de<br />

fm:ilaria que mandei fazer <strong>do</strong> Chaco pelo batalhão 16° de voluntario ,<br />

que se acha embarca<strong>do</strong> na esquadra.<br />

« A esquadr."l. teve 21 homens fóra de combate e varios feri<strong>do</strong>s<br />

levemente (1) .. Entre estes o capitão de mar e <strong>guerra</strong> Elizíario Antonio<br />

<strong>do</strong>s Santos (2), comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2" divisão.<br />

« Os navios forma<strong>do</strong>s <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong> receberam algum fogo<br />

de metralha e fuzilaria. e algumas balas que o inimigo atirava por<br />

elevação: mas não soffreram avaria alguma. Apenas tiveram os feri<strong>do</strong>s<br />

que constam <strong>da</strong> relação inclusa sob n. 3.<br />

« N'essa occasião nilo posso deixar de recommen<strong>da</strong>r muito a . Ex.<br />

to<strong>do</strong>s os chefes, comman<strong>da</strong>ntes. e officiaes de to<strong>da</strong>s as cla ses e guar-


440<br />

nições em geral <strong>da</strong> esquadra pelo enthusiasmo e decisão com que entraram<br />

em combate, não deixan<strong>do</strong> na<strong>da</strong> a desejar pelo la<strong>do</strong> <strong>da</strong> pericia e disciplina.<br />

« Peço tambem a attenção de V. Ex. para os serviços de meu<br />

esta<strong>do</strong>-maior, cujos officiaes, durante o combate, occupei sempre na<br />

transmissão de minhas ordens em escaleres aos navios empenha<strong>do</strong>s na<br />

acção, serviço este q~le sempre fizeram com a maior satisfação.<br />

« O barão <strong>do</strong> Amazonas, chefe <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior, continúa a prestar<br />

serviços condignos com o seu procedimento herolco no combate <strong>do</strong> Riachuelo<br />

e no comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra <strong>do</strong> Parana durante quasi um anno.<br />

« Releve V. Ex. que eu recommende tambem a V. Ex. o 2° tenente<br />

<strong>da</strong> marinha sueca Alfre<strong>do</strong> Lindback, que tem assisti<strong>do</strong> em minha companhia<br />

a to<strong>da</strong>s as operações <strong>da</strong> esquadra e que em diversos combates<br />

no Passo Patria e aqui no rio <strong>Paraguay</strong> tem-se porta<strong>do</strong> como um digno<br />

official <strong>da</strong> illustra<strong>da</strong> marinha de seu paiz.<br />

« Amanhã pretendemos celebrar uma junta de <strong>guerra</strong> em que tomará<br />

parte o general Poly<strong>do</strong>ro, que virá aqui para este fim, afim de resolver-se<br />

sobre a operação que convém fazer nas actuaes circumstancias.<br />

« Faltam algumas partes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes que serão remetti<strong>da</strong>s<br />

na primeira occasião.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« mm. e Exm. S~. conselheiro Affonso Celso de Assis Figueire<strong>do</strong>,<br />

ministro e secretario de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negocios <strong>da</strong> marinha.<br />

« Visconde de TalDan<strong>da</strong>~é. JI> (1)<br />

2)<br />

Parte official <strong>do</strong><br />

chefe <strong>da</strong> 30. divísão <strong>da</strong> esquadm<br />

« Comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> 3- divisão <strong>da</strong> esquadra em ope1'ações.- Bor<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

corveta encouraça<strong>da</strong> B?"azíl, no rio <strong>Paraguay</strong>, 23 de Setembro de 1866.<br />

« IUm. e Exm. S1'.- Participo a V. Ex. p,ara que se sirva levar<br />

ao conhecimento' de S. Ex. o Sr. vice-almirante Tisconde de Taman<strong>da</strong>ré,<br />

comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>da</strong> esquadra, que hontem, pouco antes <strong>do</strong> meio<br />

dia, depois ele ba:rer este navio bombardea<strong>do</strong> a bateria de Curupaity,<br />

de conformi<strong>da</strong>de com a ordem verbal que recebi <strong>do</strong> mesmo Exm. Sr.<br />

seguimos a forçar a estaca<strong>da</strong> fronteira á dita bateria, a qual passámos<br />

(*) A ordem <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> almirante está publica<strong>da</strong> na Historia <strong>da</strong> Guerra <strong>do</strong> Bmzil<br />

C01'lt,'a as Republicas <strong>do</strong> U"UgUO,1j e Parag1l.aty, tomo rn, pago 217 e seguintes.


441<br />

.-<br />

pouco depois <strong>do</strong> meio dia, partin<strong>do</strong> uma estaca <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>, que fez diminuir<br />

a veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> navio, e separan<strong>do</strong> as <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s, que e tavam<br />

visiveis, deixan<strong>do</strong> a lancha e o terceiro escaleI', que estavam amarra<strong>do</strong>s ao<br />

costa<strong>do</strong> de bombor<strong>do</strong> atravessa<strong>do</strong>s n'ellas, os quaes depois se desprenderam<br />

pelo effeito <strong>da</strong> corrente e foram agarra<strong>do</strong>s pelos navios <strong>da</strong> retaguar<strong>da</strong>.<br />

« Logo que ficámos em posição de atirar sobre a bateria com to<strong>da</strong>s<br />

as peças de éstebor<strong>do</strong>, demos fun<strong>do</strong> em tres braças e meia d'agua.<br />

« D'esta posição fizemos fogo ãte às 2 horas <strong>da</strong> tarde, quan<strong>do</strong> o<br />

navio almirante fez signal para cessar. A1.irámos com metralha grossa e<br />

algumas bombas, porém, o inimigo, pertinaz, apenas aban r l.0nava a artilharia<br />

por momerrtos, e segui<strong>da</strong>mente nos fazia fogo, ao prmcipio com<br />

2 peças de calibre 68, e depois com 1 s6 em rodizio, com a qua.l nos<br />

dirigIram tiros tã.o certeiros, que, pela pequena distancia em que no<br />

achavamos, alguns entraram pelas portinholas, inutilisan<strong>do</strong> 1 peça<br />

de calibre 68, que ficou com um munhfio parti<strong>do</strong>, a carreta d'esta<br />

peça e mais outra <strong>da</strong> immediata, que eram as <strong>do</strong> centro e se prestavam<br />

a fazer mais vivo fogo.<br />

« Logo que cessou o fogo, manaei retirar a guarnição <strong>da</strong>s peças<br />

'- <strong>da</strong> casamata para a coberta, fican<strong>do</strong> eu só com o capitão de fragata<br />

AntoniO Lopes de Mesquita, o lo tenente Veiga, o:ffi.cial de quarto, e<br />

o lo tenente Vaz: que dirigia a artilharia, este para examinar o que<br />

era preciso reparar na bateria.<br />

« Quan<strong>do</strong> se retiravam as ultimas praças <strong>da</strong> casamata, foi quan<strong>do</strong><br />

uma bala partin<strong>do</strong> o munhã.o <strong>da</strong> peça foi de encontro á forqueta <strong>da</strong><br />

ro<strong>da</strong> <strong>do</strong> leme e a fez em pe<strong>da</strong>ços, in<strong>do</strong> os estilhaços ferir as 7 praças<br />

constantes <strong>da</strong> inclusa relação n. 1.<br />

« Outras muitas praças foram levemente toca<strong>da</strong>s pelos innumeros<br />

estilhaços miu<strong>do</strong>s que cahiram dentro <strong>da</strong> casamata, e posso dizer, que<br />

não houve uma s6 pessoa ou cousa que não fossem toca<strong>do</strong>s por eUes.<br />

« As avarias que o navio soffreu são as menciona<strong>da</strong>s na relação<br />

n. 2 tambem inclusa.<br />

« A parte <strong>da</strong> casamata <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de E. B., comprehendi<strong>da</strong> entre a primeira<br />

portinhola de ré e a terceira, está to<strong>da</strong> allui<strong>da</strong> e as respectivas<br />

cantoneiras f6ra de seus lugares.<br />

« Segun<strong>do</strong> a opiniãO <strong>do</strong> lo machinista não poderá rl:Jsistir a outros<br />

tiros semelhantes aos que ultimamente recebeu sem abater.<br />

e: O pequeno numero de feri<strong>do</strong>s que temos não é devi<strong>do</strong> ás providencias<br />

que se tomaram, e sim ao Poder Supremo a quem approuve<br />

poupar ao Brazil mais alguns <strong>do</strong>s seus filhos, que com tanta dedicação<br />

defendem a honra e digni<strong>da</strong>de <strong>do</strong> pavilhão nacional confia<strong>do</strong> á sua guar<strong>da</strong>.<br />

... õ6


442<br />

« A. guarnição em gel'al esta'ra tão anima<strong>da</strong> que logo que foram<br />

vistos os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> nossso exercito, proxi'uos ás baterias <strong>do</strong> inimigo<br />

pela margem <strong>do</strong> rio, rompeo enthusiasticamente em vivas ao Impera<strong>do</strong>r<br />

e aos Brazileiros.<br />

« To<strong>do</strong>s oi!! o:fficiaes portaram-se bem em seus respectivos postos,<br />

e aju<strong>da</strong>n<strong>do</strong> tambem, como podiam, a tratar <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, que foram to<strong>do</strong>s<br />

recolhi<strong>do</strong>s a praça d'armas, para estarem com mais commodi<strong>da</strong>de e serem<br />

mais promptamente soccolTidns.<br />

«O cirurgião Dr. José Caetano <strong>da</strong> Costa portou-se como devia e<br />

com humani<strong>da</strong>de.<br />

« O capitão de fragata Lopes le Mesquita sempre me acompanhou<br />

na tol<strong>da</strong> e na casamata, conforme as circlllUstancias Jfediam e,'tar n'este<br />

ou n'aquelle lagar.<br />

« O pratico Manoel Ferreira, se bem um pouco timorato pela responsabili<strong>da</strong>de<br />

que assumia, não deixou de cumprir com seus deveres.<br />

« Quan<strong>do</strong> tivemos <strong>do</strong> nos retirar para a posi~ão <strong>do</strong>nde partimos, e<br />

que foi ao sol posto e por ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. c )mman<strong>da</strong>nte em chefe,<br />

forçámos a estaca<strong>da</strong> com a pôpa, e, in<strong>do</strong> o navio com o helice sobre<br />

uma estaca que se não via, parou a machina. Se não fosse tão habil<br />

e intelligente o lo machinista James Hornesby, talvez -tivessemos de<br />

soffrer algum desastre. .<br />

« E' tu<strong>do</strong> quanto me éumpre levar ao conhecimento de V. Ex.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« Ulm. e Exm. Sr. b'l.rãu <strong>do</strong> Amazonas, chefe de diviSãO e <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>..<br />

maior <strong>da</strong> esquadra dó Brazil no Rio <strong>da</strong> Prata e <strong>Paraguay</strong>.<br />

([ José Maria Rodrigues,<br />

" Comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3 a dh'Í.são <strong>da</strong> esquadra. »<br />

3)<br />

Parle ofTicial elo chefe <strong>da</strong> 2- ({.Í/..:isão ela esquad,'d<br />

« Bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> fragata encouraça<strong>da</strong> Lima Bar?'os, em operações <strong>contra</strong><br />

a Republica <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong>, 23 de Setembro de 1866.<br />

« 111m. e Exm. Sr.-Em cumprimento <strong>da</strong>s ordens de V. Ex. suspendeu<br />

hontem esta fragata pelas 8 1/2 horas <strong>da</strong> manhã, bem como<br />

outros navios <strong>da</strong> esquadra, e foi collocar-se na frente <strong>da</strong> linha, onde<br />

deu fun<strong>do</strong> ás 8 horas e 45 minutos, em posição de dirigir os seus tiros<br />

para o forte de Ourupaity, que era já 'bombardea<strong>do</strong> desde as 7 horas<br />

~)elos navio que estiveram na vanguar<strong>da</strong>. Dei então começo ao ataque.


143<br />

A's 9 1/2 horas, vin<strong>do</strong> V. Ex. a bor<strong>do</strong>, ordenou-me que subisse<br />

mais para a frente <strong>do</strong> forte, occupan<strong>do</strong> a põpa <strong>do</strong> Bahia, que seria<br />

preceçli<strong>do</strong> pelo BarrosQ e Bra:;il deven<strong>do</strong> este tomar POSiÇãO junto á<br />

estaca<strong>da</strong> que atraves a o rio; e logo que estes navios passaram por<br />

esta fragãta, fui tomar a pOSiÇiLO que me foi destina<strong>da</strong>.<br />

« Em começo <strong>do</strong> ataque dnas balas entl'aram neste navio, <strong>da</strong>s<br />

quaes uma de 68 existe a bor<strong>do</strong>; outras se seguiram, haven<strong>do</strong> uma,<br />

pelas 3 horas e 15 minutos, destrui<strong>do</strong> a colUlhna de ferro que apoia a<br />

casamata <strong>do</strong> com man<strong>da</strong>nte, e, passanrlo depois pelo grosso <strong>do</strong> tampo de<br />

madeira <strong>da</strong> mesma casamata, fez diversos estilhaços, produzin<strong>do</strong> em mim,<br />

que me achava proximo, uma contusão no braço direito e leve ferimento<br />

no rosto; e ás 3 e 45 minutos foi tambem feri<strong>do</strong>, ma~ gravemente,<br />

em nm braço, o guardião José Ooelho de Brito.<br />

« A's 4 horas veio de novo V. Ex. a bor<strong>do</strong>, e a essa hora principiou<br />

a affrouxar o fogo <strong>do</strong> nosso exercito, que tinha começa<strong>do</strong> á 1<br />

'hora e 15 minutos.<br />

« Haven<strong>do</strong> na praia alguns feri<strong>do</strong>s nossos, que alli tinham si<strong>do</strong><br />

deixa<strong>do</strong>s pela forçi\ a que pertenciam, mandei recebeI-os e levaI-os para<br />

o vapor Eponinfl, onde esta o hospital de sangue <strong>do</strong> exercito. Pouco<br />

antes <strong>da</strong>s 5 horas veio a bor<strong>do</strong> o lo tenente Antonio Joaquim de Mello<br />

Tamborim, com ordem de V. Ex. para occupat a posição anterior logo<br />

que os tres encouraça<strong>do</strong>s, que tinh[' m ultrapassa<strong>do</strong> a estaca<strong>da</strong> a repassassem;<br />

e a esta hora, ao signal n. 33, para os navios tomarem as<br />

primeiras posi~ões, su pendi e vim tomar a que me comlletia.<br />

« Além <strong>da</strong>s balas menciona<strong>da</strong>s tocaram mais este navio quatro no<br />

co ta<strong>do</strong>, tres nas torres e uma atravessou a escotilha <strong>da</strong> machina,<br />

fazen<strong>do</strong> grande estilhaço com ri co de prejudicar a mesma machina; (1<br />

esta escotilha já se acha summame'.Jte e traga<strong>da</strong> por outras balas que<br />

anteriormente a têm toca<strong>do</strong>. Tambem soffreram a saia <strong>do</strong> canu<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

fumo, as casinhas de ré e outro: pontos. haven<strong>do</strong> este nal'io <strong>da</strong><strong>do</strong> 105<br />

tiros de bala raza e 25 com bombas.<br />

« a comman<strong>da</strong>nte interino deste navio, capitão de fragata Antonio<br />

Alfonso Lima, os I" tenentes Lui~ ua Oosta Fernande', Antonio Seve­<br />

.riano Nunes e José Oarlos Palmeira, o commi aria Manoel Jorge Velloso,<br />

o escrivão Manoel Franci co de Moura Bastos, o guar<strong>da</strong> marinha<br />

Luiz de Paula MascareDha~ e o pratico Bernardino Gustaviuo po<strong>da</strong>ram-se<br />

com a mesma digni<strong>da</strong>de que já tinham manifesta<strong>do</strong> no ataque anterior<br />

<strong>da</strong>quelle fOI te; e o 2· tenente Gregorio Ferreira de Paiva, flue tornou<br />

para este navio, e o cirurgião engaja<strong>do</strong> Dr, William Rogers igualmente<br />

portara/li- se bem, a, sim como to<strong>da</strong>s as" pra'.'a d guarnição.


444<br />

«Na<strong>da</strong> direi sobre o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> acção, porque V. Ex., que<br />

tu<strong>do</strong> presenciou, mais recto juizo tera feito de11e.<br />

-o: Junto remetto a V. Ex. a parte <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

encouraça<strong>do</strong> Bahia, cujos servi~os foraru importantes pelas certeiras<br />

pontarias de suas peças.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« 111m. e Exm. Sl'. vice-almirante visconde de Taman<strong>da</strong>ré, com~<br />

man<strong>da</strong>nte em chefe <strong>da</strong> esquadra em operações.<br />

« Elisiario Antonio <strong>do</strong>IS Santos,<br />

« Comman<strong>da</strong>nle <strong>da</strong> 2' divisão »<br />

4)<br />

Extraotos <strong>da</strong>s partes oftioiaes <strong>do</strong>s oomman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong>s enoouraça<strong>do</strong>s<br />

- Encouraça<strong>do</strong> «BRAZIL».-Comman<strong>da</strong>l1te interino, capitão de fragata<br />

A. Lopes de M esquita.-A parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3'<br />

divisilo (J. M. Rodrigues), refere as occurrencias que se deram a bor<strong>do</strong><br />

deste navio.<br />

- Encouraça<strong>do</strong>'« LIMA BARROS ».-Comman<strong>da</strong>nte interino, capitão de<br />

fragata A.. A ffuns() de Lima.- Vej . a parte o:ffi.cial <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 2' divisg,o (Elisiario <strong>do</strong>s Santos, barão de Angra).<br />

- Encouraça<strong>do</strong> «BARROSO ». -: Oomman<strong>da</strong>nte lo tenente Salga<strong>do</strong>.<br />

(3 a divisão).-A's 7 <strong>da</strong> manhã, ao ,primeir) tiro <strong>do</strong> Brazil, rompeo o<br />

fogo <strong>contra</strong> o entrincheiramento inimigo, atiran<strong>do</strong> sempre com bomba.<br />

A' 1 1/2 o Bar,"oso cessou o fogo por ter recebi<strong>do</strong> <strong>do</strong> almirante ordem<br />

para forçar a estaca<strong>da</strong>, seguin<strong>do</strong> nas aguas <strong>do</strong> Brazil, Pouco depois<br />

passou este: o Barroso seguio em sua pôpa, e, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> to<strong>da</strong> a força á<br />

machina, rompeo a estaca<strong>da</strong>, que, «terminava no la<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraguay</strong><br />

por uma restinga de torpMos» Ao passar pela bateria inimiga o Bm"r'osO<br />

soffreu vivo fogo de artilharia, ao qual respondeu com a mesma força.<br />

O B,'azil fundeou em frente a bateria e o Bar1'OSO deu fun<strong>do</strong> pela<br />

prôa em distancia de meia amarra, e duas <strong>da</strong> bateria. Dessa posição<br />

metralhou o inimigo até ás 4 horas e '20 minutos, momento em que o navio<br />

almirante fez signal para que to<strong>do</strong>s os navios voltassem á primitiva<br />

posiÇãO. a volta, paSiaram primeiro o B1'Ctzil e o l'aman~la1"é e depois<br />

o Ba1"roso, rompen<strong>do</strong> de novo a estaca<strong>da</strong> debaixo de fogo de artilharia<br />

e mosquetaria.<br />

Da guarnição ficaram feri<strong>do</strong>s gravemente 2 foguistas e levemente<br />

1 pratico e 1 imperial marinheiro.


445<br />

« Muitas balas» diz o comman<strong>da</strong>nte, « foram emprega<strong>da</strong> ne te navio,<br />

isto na face de E. B. <strong>da</strong> casamata: 2 fizeram depres ões de dua pollega<strong>da</strong>s<br />

e afastaram a chapas uma pollega<strong>da</strong> e sete oitavos, e dua<br />

pollega<strong>da</strong>s e um oitavo; outra, ao nivel d'agua, fez uma depres ão de<br />

pollega<strong>da</strong> e meia, e afastou a chapa meia pollega<strong>da</strong>; dua nas arestas<br />

<strong>da</strong>s portinholas; uma na cantoneira de ré de E. B. fez uma mossa<br />

irregular; uma na braçola <strong>da</strong> escotilha <strong>da</strong> machina avante <strong>da</strong> casamata,<br />

auancou parte deIla, partio o xadrez de ferro que a cobria, e os<br />

estilhaços foram ferir gravemente a <strong>do</strong>us foguistas que estavam em frente<br />

ás caldeiras; tres no canu<strong>do</strong> de ferro, e seis no taboa<strong>do</strong> inferior <strong>da</strong><br />

casamata.<br />

« Duas quali<strong>da</strong>des de projectis foram lança<strong>do</strong>s pelo inimigo com<br />

peças de 68: a bala explosiva usa<strong>da</strong> por nós, e uma outra á semelhança<br />

<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Dr. Minessinger, modifica<strong>da</strong>~, isto é, com ponta de aço, e<br />

ten<strong>do</strong> na base seis azas de helice e não quatro, como as que apresentou<br />

o Dr. Minessinger nos Esta<strong>do</strong>s-Uni<strong>do</strong>, em Março de 1849. Tive occasião<br />

de notar, que essas balas têm o movimento. semelhante ao <strong>da</strong> palanqueta<br />

e tocam ao acaso com a ponta ou com a base, isso reconhece se<br />

nas móssas que tem este navio. »<br />

- Encouraça<strong>do</strong> «BAIDA.-Comman<strong>da</strong>nte, capitão de fraga<strong>da</strong> .J. Rod?'igu,es<br />

<strong>da</strong> Costa (:2 a clivisão).-A parte official deste comman<strong>da</strong>nte<br />

limita-se a dizer que o lo tenente Bernardino de Queiroz e o 2 0 tenente<br />

Lopes Ferraz Castro diriglram alterna<strong>da</strong>mente os fogos <strong>da</strong> torre, e pelas<br />

acerta<strong>da</strong>s pontarias, desmontaram I canhão inimigo de calibre 68, e<br />

inutilisaram outro, causan<strong>do</strong> grande mal ás suas guarni~oes,<br />

Ficaram feri<strong>do</strong>s, gravemente, o officiaI de fazen<strong>da</strong> Marques <strong>do</strong>s Santos,<br />

e levemente 2 imperias marinheiros.<br />

O Bahia recebeu 19 balas ele calibre 6~, sen<strong>do</strong> na couraça 8, na<br />

torre 3" no tubo <strong>do</strong> fu:no 3, no cabrestante I e na tol<strong>da</strong> 4.<br />

- Encoura~a<strong>do</strong> « TAMANDARÉ ». -Comman<strong>da</strong>nte, capitão-tenente Elisia"io<br />

J. Barbosa (2" divisão).-Suspendeu á 8 horas <strong>da</strong> manhã de '2'2<br />

e tomou posição junto à margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio, na vanguar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

navios de madeira, toman<strong>do</strong> com eUes parte no bombardeamento.<br />

Ao meio dia seguio com a dlvi ão <strong>do</strong>s encouraça<strong>do</strong>s, que devia fort;ar<br />

a estaca<strong>da</strong>, para bater as fortificações inimigas. a oeca. ião em que tomava<br />

a posiÇão que lhe fôru ordena<strong>da</strong>, abaixo <strong>da</strong> estaca<strong>da</strong>, recebeu ordem<br />

para forçar esta, como já o haviam feito os encouraça<strong>do</strong>s Br'azil e<br />

Barrow, afim de transmittir ao Gomman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3' divisão a ordem para<br />

ofender o inimigo com metralha. TO poden<strong>do</strong>, porém, o B,"a


4'16<br />

debaixo <strong>da</strong>~ fortifieaçr'e!i inimIgasl na di8taneia de menos de dUM<br />

amarras.<br />

O fogo foi renhi<strong>do</strong> de parte a parte até o momento em que os<br />

eneouraça<strong>do</strong>s tiveram ordem para a retira<strong>da</strong>.<br />

O Tll'm.anc~aré suspendeu o ferro debaixo de um fogo nutri<strong>do</strong> de<br />

mosquetaria e artilharia, e, não poden<strong>do</strong>, pela estreiteza <strong>do</strong> rio naquelle<br />

Iogar, passar para baixo <strong>da</strong> estaca<strong>da</strong> pelo pouto por onde a tinha monta<strong>do</strong>,<br />

tomou o canal mais chega<strong>do</strong> á. barranca e ,\ bateria, para evitar<br />

o choque com um torpê<strong>do</strong>, que se achava no meio <strong>do</strong> canal à 'fiôr<br />

d'agua.<br />

Ao pôr <strong>do</strong> sol estava o Tamanclat'é fundea<strong>do</strong> em sua primitiva<br />

posição, contan<strong>do</strong> avarias consideraveis na couraça, e na guarnição I gl'Umete<br />

morto, 1 2' tenente (Dyionisio Manhães Barreto), 1 official de fazen<strong>da</strong><br />

(Rozalvo J. de Oarvalho), 1 piloto (J. Bernar<strong>do</strong> de Araujo) e 5 imperiaes<br />

marinheiros feri<strong>do</strong>s.<br />

5)<br />

Extractos' <strong>da</strong>s [Ja.?"tes offiuiaes elos commctn'lantes <strong>da</strong>s bombCl?"cleií as<br />

o eapitao de fragata JO..é Antonio lie Faria comman<strong>da</strong>va as bombardeiras<br />

Ped?"o A ffonso e Forte d·! Coimbra. e as chatas n. 1, n. '2<br />

e n. 3.<br />

A parte offieial <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte J. A. de Faria não dá. pormenore...<br />

As partes <strong>do</strong>s 6. eomman<strong>da</strong>ntes, que serviam ás suas ordens dizem<br />

o seguinte:<br />

- Bombardeira «PEDR':J Al-'F:lNSO. »-Comman<strong>da</strong>nte, 1" tenente j oão<br />

Go'rnes (le Par-ia JunioJ'.-Nos bombardeamentos de Curuzú, em 1 e<br />

2 de Setembro, de Curupaity, em 4, 19,


441<br />

./. Candi.lo <strong>do</strong>s Rei~. - Durante o bombardeamento de Curllzú e o de<br />

Olll'llpaity esta bombardeil'a lan~ou 120 bombas, cessan<strong>do</strong> o fogo quan<strong>do</strong><br />

o navio almirante i~ava o signal 45.<br />

A guarnição na<strong>da</strong> soffreu.<br />

- Chata bombardeira «N. 3. »-Comman<strong>da</strong>nte, l° tenente JI. CarneÍ7'o<br />

<strong>da</strong> Rocha.-Esta chata di parou <strong>contra</strong> Curuzu 25 tiros, e <strong>contra</strong><br />

Cllrupaity 67, além de 4 de metralha, emprega<strong>do</strong>s no matto, quan<strong>do</strong><br />

o inimigo ahi apparecia com fuzilaria.<br />

Os tiros foram <strong>da</strong><strong>do</strong> com peças de calibre 68, carga de 8 libra, en<strong>do</strong><br />

as bombas de duração de 4" e 6".<br />

- Chata bombardeira « N. 1».-Comman<strong>da</strong>nte, lo tenente W. uarés<br />

Pinto.- o dia 2 de Setembro bombardeou Curuzú, fazen<strong>do</strong> sobre as<br />

suas trincheiras 11 tiros de bala oca. Nos dias 17 e 22 bombardeou<br />

Curupaity, disparan<strong>do</strong> 53 tiros ele bala ôca. Nenhum prejuízo a bor<strong>do</strong>.<br />

- Chata bombardeira « . 2. »-Comman<strong>da</strong>nte, capitilo de artilharia<br />

K. J. R-ice.-Bombardeou Curuzu no dia 2 de Setembro, de de a<br />

7 horas e 30 minutos <strong>da</strong> manhã até às 9 horas e 30 minutos, lançan<strong>do</strong><br />

bomba de 15 em 15 minutos. Houve então um intervallo de 2 horas,<br />

fin<strong>do</strong> o qual recomeçou o fogo, atiran<strong>do</strong> de 20 em 20 minutos, por<br />

ordem superior. A's 2 horas e 30 minutos cessou o fogo.<br />

Jo dia 3 sÓ deu 1 tiro. Nos <strong>do</strong>us dias gastou l7 bombas.<br />

Jo dia 4 foi reboca<strong>da</strong> pela canhonheil'a 111al'acaJlã e tomou posição<br />

para hostilisar Gurupai ty. Atirou nove bombas, com interval10s de um<br />

quarto de hora.<br />

No dia 22 as 81/2 <strong>da</strong> manhã deu 2 tiros com interval10s de 15 minutos,<br />

estan<strong>do</strong> pouco abaixo <strong>da</strong> B3monte. Em segui<strong>da</strong> subio com a chata à<br />

sirga até 1.800 jar<strong>da</strong>s <strong>da</strong> bateria inimiga. e deu 11 tiros. Approximou-se<br />

ain<strong>da</strong> mais e deu 2 tiros, cessan<strong>do</strong> o fogo por estar o exercito junto<br />

ás trincheiras.<br />

Em to<strong>do</strong>s esses dias gastou 41 bombas.<br />

6)<br />

Ext)'aclos <strong>da</strong>s partes otfi';iues <strong>do</strong>s outros navios ela esquadra<br />

Canhoneira «PARNAHYBA:I>. - Comman<strong>da</strong>nte capitão tenente Castro<br />

A,-aujo (P. T.).-« Suspendi e segui para a vanguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> esquadra, acima<br />

<strong>da</strong>s trincheiras <strong>do</strong> Curuzú, no dia 5 <strong>do</strong> corrente, ás 8 horas e 30 minutos<br />

<strong>da</strong> rr-anhã, rebocan<strong>do</strong> a bombardeira Pedro Alfonso, fundean<strong>do</strong> uma<br />

hora depois pela p'Ôpa <strong>da</strong> Belmonte. D'ahi avistámos o acampamento


448<br />

<strong>do</strong>s inimigos em Curupaity; o que communican<strong>do</strong>, a V. Ex. (o almirante),<br />

ol:'denou-me que bombardeasse. Assim o fiz, conseguin<strong>do</strong> deban<strong>da</strong>I-os<br />

em sua trincheira.<br />

« No dia 16 <strong>do</strong> corrente de novo bombardeamos o mesmo acampamento,<br />

conseguin<strong>do</strong> pôr o inimigo em deban<strong>da</strong><strong>da</strong> depois de tres horas<br />

de fogo compassa<strong>do</strong>.<br />

« No dia 19 recebi ordem para atirar soure uma peça inimiga occulta<br />

no matto, que fazia fogo sobre o acampamento <strong>do</strong> 2° corpo. Essa<br />

ordem foi cumpri<strong>da</strong> e o inimigo mu<strong>do</strong>u suas pontarias para este navio,<br />

conseguin<strong>do</strong> apenas_ cortar alguns cabos <strong>do</strong> apparelho e calan<strong>do</strong>-se afinal.<br />

« 'o dia 22 principiámos a bombardear de -novo o referi<strong>do</strong> acampamento<br />

de Curupaity pelas 7 horas e 30 minutos <strong>da</strong> manhã, e ás 11<br />

horas e 50 minutos suspe~demos e seguimos para Curupaity, ten<strong>do</strong> pouco<br />

antes vin<strong>do</strong> para bor<strong>do</strong> V. Ex., ordenan<strong>do</strong> que içasse a sua insignia.<br />

Meia hora depois estavamos em frente à bateria inimiga, onde pairamos<br />

proximo ao encouraça<strong>do</strong> Lima BarJ'os, debaixo <strong>do</strong> fogo <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> bateria,<br />

e a tres amarras de distancia.<br />

« D3pois de atirarmos, como nos foi passiveI, conseguimos desmontar<br />

uma peça <strong>do</strong> inimigo, como V. Ex. testemunhou, e fazer outros estragos<br />

na mesma bateria.<br />

«Recebeu este navio tres balas de calibre 68, além de outras<br />

muitas que o cruzavam, e metralha; <strong>da</strong>s balas, uma, tocan<strong>do</strong> ao lume<br />

d'agua no costa<strong>do</strong> de E. B., se reflectia pela direcção que trazia; uma outra<br />

ferio a. mão <strong>do</strong> sol<strong>da</strong><strong>do</strong> André Alves <strong>da</strong> Cruz, que foi mister amputar, e<br />

finalmente tocou a E. B. parte <strong>da</strong> trincheira a terceira. Parámos n'esse<br />

lagar até às 5 horas <strong>da</strong> tarde, instante em que recebi ordem de V. Ex.<br />

para occupar a ultima posição .<br />

« Hoje, 23, pelas 11 horas e meia <strong>da</strong> manhã, continuámos a bombardear<br />

sobre as trincheiras inimigas, e pouco depois começaram a vir<br />

sobre nós balas razas e bombas, não ten<strong>do</strong> a lastimar per<strong>da</strong> alguma<br />

de vi<strong>da</strong>s: tivemos apenas o 2° escaler arromba<strong>do</strong> e algumas móssas no<br />

costa<strong>do</strong> por estilhaços de bomba. Durou o fogo até ás 4 e 15 minutos <strong>da</strong><br />

tarde, ten<strong>do</strong> o <strong>do</strong> inimigo já cessa<strong>do</strong>.... »<br />

Corveta « MAGÉ ». - Comman<strong>da</strong>nte, capitão tenente Mamede Símões.-Bolllbardeou<br />

Curupaity. Nenhuma bala inimiga tocou este navio. A<br />

bor<strong>do</strong> foi trata<strong>do</strong> um sol<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> 16° de vaIuntarias, feri<strong>do</strong> no ChaGO.<br />

Corveta « BEBERIBE ». - Comman<strong>da</strong>nte, capitão de fragata Delphirn<br />

de Carvaiho (barãO <strong>da</strong> Passagem).-A bor<strong>do</strong> estava o chefe de esquadra<br />

Barroso, barão <strong>do</strong> Amazonas, chefe <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> maior <strong>da</strong> esquadra.<br />

Suspendeo, e, approximan<strong>do</strong>-se <strong>da</strong> bateria inimiga, rompeo o fogo.<br />

Pouco depois atracou a bor<strong>do</strong> o almirante Taman<strong>da</strong>r~, e ordenou que


449<br />

a Bebe~'íbe seguisse nas aguas <strong>da</strong> Pm'nahyba, in<strong>do</strong> o almirante para<br />

este ultimo navio, onde içou o seu pavilhão.<br />

A Beberibe sustentou o bombardeamento até que houve ordem de<br />

retira<strong>da</strong>, e foi <strong>da</strong>r fun<strong>do</strong> ás 6 horas e 30 mihuto <strong>da</strong> tarde.<br />

Por esta parte offieial vê-se que o barão <strong>do</strong> Amazonas conservou-se<br />

sempre sobre o pas adiço, e que o visconde de Taman<strong>da</strong>ré por vezes<br />

cruzou o rio em um escaleI', dirigin<strong>do</strong>-se <strong>da</strong> Pal'nahyba á Bebcl'ibc, e<br />

fanan<strong>do</strong> aos outros navios.<br />

Canhoneira « AUAGUARY ». - Comman<strong>da</strong>nte, ~° tenente 1. L. VOlt<br />

Hoonholtz (barão de Teffe).- A's 8 horas <strong>da</strong> manhã suspendeu a ..l' (J,­<br />

gucwy, juntamente com as canhoneiras Ivahy, "J-.harim e Ar'aguaya..<br />

Seguiram pam junto <strong>da</strong> ponta <strong>da</strong> bateria de CUl'upaity abaixo <strong>da</strong> qual<br />

fundearam, perto <strong>da</strong> margem. Logo ql1e largaram começaram a fazer<br />

fogo co_m o rodizio de prôa, porque as peças de ré ficavam em má posiÇãO<br />

e podiam olfender as no sas a "ança<strong>da</strong>s, espalha<strong>da</strong>s pelo matto.<br />

A A raguary arrojou 80 projectis sobre o acampamento inimigo. A<br />

balas inimigas cortaram alguns cabos, cravaram-se nos mastros e no<br />

costa<strong>do</strong> de E. B. A bor<strong>do</strong> ficaram feri<strong>do</strong>s 1 machinista e 1 ,sol<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

batalhão naval.<br />

Canhoneira «ARAGUAYA ». -Coruman<strong>da</strong>nte, lo tenente Fernandes<br />

Pinheiro.- Não solfreu avarias. Um sol<strong>da</strong><strong>do</strong> de voluntal'io' que ervia<br />

a bor<strong>do</strong> recebeu uma bala de artilharia na cabeça.<br />

Canhoneira « YPIRANGA ». - Comman<strong>da</strong>nte, lo tenente F. J. ele<br />

Fl'eilas. - Durante o bombar<strong>da</strong>mento na<strong>da</strong> soffreu este navio. Teve 2<br />

marinheiros feri<strong>do</strong>s.<br />

Canhoneira « IGUATl-MY ». - Comman<strong>da</strong>nte, lo tenente Alves Nogueira.<br />

Fundeou por ordem <strong>do</strong> almirante, entre a Ypiranga e a hal1y,<br />

a B. B. d'e sas canhoneiras, e ahi sÓ pôde utilisar-se <strong>do</strong> rodizio de<br />

prÔa e de uma peça. Nenhum <strong>da</strong>mno soffreu este navio.<br />

C~nhoneira « MEARl.\I ».- Comman<strong>da</strong>nte, lo tenente Foste?' Tlí<strong>da</strong>l.­<br />

Apenas teve o cobre arregaça<strong>do</strong> por uma bala de artilharia, que tocou<br />

ao lume d'agua, e a trincheira de E. B. parti<strong>da</strong> por outra de metralha.<br />

A guarnição na<strong>da</strong> soffreu.<br />

C h .<br />

an oneIra « BELMONTE, »<br />

O almirante não remetteu ao <strong>governo</strong><br />

J as partes officiaes <strong>do</strong>s com man<strong>da</strong>ntes<br />

»<br />

»<br />

« IvAHY,»<br />

« HENRIQUE MARTINS,»<br />

desses navios, que, segun<strong>do</strong> a sua<br />

ordem <strong>do</strong> dia, fizeram nutri<strong>do</strong> bom-<br />

» « CHUY, » bordeamento.<br />

N. B. -O vapor Greenhalgh esteve encarrega<strong>do</strong> <strong>da</strong>s communicações<br />

<strong>do</strong> almirante com os <strong>do</strong>is generaes em chefe, Mitre e Porto-Alegre.<br />

Os transportes 16 de Abril, Ma? 'cilio D2'as e outros, occu param-se<br />

em conduzir feri<strong>do</strong>s.<br />

A 57


130<br />

39<br />

UÜCUTh'ENTOS RELATlVOS Á PAUTE Q oE TOMOU O 2° CORPO DO<br />

EXERCITO BRAZILEJnO NO ATAQUE DE C U 'PAITY (22 de Selembro<br />

de 1866)<br />

1)<br />

P?nimei1'a communicação offirírrl elo gr.nercbl Porfo-ÁlerJ1'e:<br />

« Quartel-general <strong>do</strong> comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> 2" coq)O <strong>do</strong> exercito em operações<br />

<strong>contra</strong> o <strong>Paraguay</strong>.- Curuzú, 22 de Setembro de 1866.<br />

« 111m. e Exm. Sr.- Houtem ás 11 horas ela manhã, depois de<br />

haver a esquadra, com um vivo e bem dirigi<strong>do</strong> canhoneio, bombardea<strong>do</strong><br />

o forte e linhas de fortificações de Curupaity, desde as 7 horas até áquelle<br />

momento, conforme havíamos combina<strong>do</strong> com o Sr. vice-almirante visconde<br />

de Taman<strong>da</strong>ré, na occasião em que os encouraça<strong>do</strong>s Brazit, Tamancla?'é<br />

e Barroso forçavam a estaca<strong>da</strong>, debaixo <strong>do</strong> mais vivo fogo <strong>da</strong><br />

bateria inimi.ga, tiveram ordem de avançar as duas columnas de ataque e<br />

uma de reserva <strong>do</strong> exercito sob meu aomman<strong>do</strong>, que aguar<strong>da</strong>vam em<br />

posições convenientes esse signal. A columna <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> dirigia o<br />

seu ataque à extrema direita <strong>do</strong> entrincheiramento inimigo, onde começa<br />

a bateria de Curupaity, e a segun<strong>da</strong> columna ao cenh'Q <strong>do</strong> mesmo<br />

entrincheiramento. Ao mesmo tempo avançava sobre a extrema esquer<strong>da</strong><br />

inimiga uma columna de infantaria argentina, ten<strong>do</strong> outra de reserva.<br />

« O ataque foi vigoroso, forçan<strong>do</strong> o inimigo à abandcnar a sua primeira<br />

linha de entrincheiramento, que consistia n'um vallo de 12 palmos<br />

de largo e 10 de fun<strong>do</strong> com o correspondente parapeit0 guarneci<strong>do</strong> de<br />

artilharia de campanha, que retirou.<br />

«Transposto este primeiro obstaculo debaixo de uma chuva de<br />

metralha, que lançavam um grande numero de peças de 68 e 32, foi<br />

impossivel abor<strong>da</strong>r o centro <strong>da</strong> segund.1 linha de defeza,' que consistia<br />

em altos parapeitos com um fosso de 27 palmos· de largura e 18 de<br />

profundi<strong>da</strong>de, em cujos extremos haviam os <strong>contra</strong>rios levanta<strong>do</strong> o terreno,<br />

e sobre elie construi<strong>do</strong> <strong>do</strong>us fortes baluartes, que estavam, como<br />

to<strong>da</strong> a)inha, eriça<strong>do</strong>s de grossa artilharia, exislindô mais entre os <strong>do</strong>us entrincheiramentos<br />

um banha<strong>do</strong>, que haviam torna<strong>do</strong> insuperavel collocan<strong>do</strong><br />

sobre~elle abatzses.<br />

~< Em presença, pois, de tantos e tão poderosos obstaculos, foi<br />

impossivel levar de assalto tão forte. posição, na qual o inimigo havia


451<br />

concentra<strong>do</strong> a maior parte de suas forças. Mesmo assim, <strong>da</strong> colnmua<br />

<strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, segun<strong>do</strong> as informações que tenho, enetraram no forte<br />

ele Curupaity mais de 40 bravos que chegaram a apoderar-se de 4<br />

bocas de fogo, e que, como era le esperar, foram victimas <strong>do</strong> eu<br />

patriotico arrojo.<br />

« Logo que tenha conhecimento de seus nome , que trato de in<strong>da</strong>gar,<br />

levaI-as-hei á pre ença de V. Ex para que não fiquem em<br />

recompen a não só estes como outros actos de ver<strong>da</strong>deira abnegação.<br />

«En<strong>contra</strong>n<strong>do</strong> a columna argentina no seu ataque as me'lma<br />

insupera veis difficul<strong>da</strong>des a vencer, não ob tante a galhardia com que<br />

avançou, de accor<strong>do</strong> com o general Mitre, ordenei a retira<strong>da</strong>, a qual<br />

se operou na melhor ordem passiveI, fazen<strong>do</strong> carregar não ó o no o.<br />

feri<strong>do</strong>s, como os mortos, sem que um só <strong>do</strong>s inimigos ousas e sahir <strong>da</strong><br />

sua linha de fortificação para nos vir <strong>da</strong>r um tiro, posto que ó cessasse<br />

o fogo <strong>da</strong> sua artilharia às 3 e ]12 horas, quan<strong>do</strong> a força que<br />

cobria a nossa retira<strong>da</strong> ficou fóra <strong>do</strong> alcance d'ella.<br />

« Numerosas e mui senslveis foram as per<strong>da</strong> occasiona<strong>da</strong>s por este<br />

mallogra<strong>do</strong> ataque, como V. Ex.. verá pela relação nominal <strong>do</strong>s officiaes<br />

e resumo <strong>do</strong>s mortos, feri<strong>do</strong>s e cuntusos, que junto tenho a honra<br />

de passar ás mãos de V. Ex.<br />

« Conforme uma nota que me mo trou o<br />

o exercito argentino mais de 1,500 praças fóra<br />

muitos ofliciaes superiores.<br />

r. general Mitre, teve<br />

de combate, entre ellas<br />

« Logo que pos a <strong>da</strong>rei a V. Ex., como me cumpre, uma parte<br />

circumstancia<strong>da</strong> de to<strong>da</strong>s a occurrencias que e deram no ataque de<br />

22 d'este mez.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« mm. e E. m. Sr. conselheiro Angelo Muniz <strong>da</strong> Silva Ferraz,<br />

ministro e secretario de estarlo <strong>do</strong>s negocias <strong>da</strong> guel'ra<br />

« 7i coilde de Port,o- legre,'<br />

« TeIl8J1f.e-g p ncl' 11. ))<br />

(h-rlr'1n. dn dir! r' se(jlfll,r!a IJOl'Yl?m,-nW(i .ão (ei/n. rUI {fOI' ','/U' 11('10 (JP.Ylf'1'lIl<br />

Pol'lo-.1 hp'"<br />

« Comman<strong>do</strong> em cbefe <strong>do</strong> 90 c no <strong>do</strong> exercito brazileiro em opera~ões<br />

<strong>contra</strong> o Paragua".-Quartel-general, no forte de Curuzú, 10<br />

de Outub o de 1r'6'i.


452<br />

« Ordem <strong>do</strong> dia n. 88.<br />

« Sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s! Reconhecer e tomar, se fosse possivel, a posi~!to de<br />

Curupaity foi o nosso empenho na jorna<strong>da</strong> de 22 de Setembro.<br />

« A bandeira <strong>do</strong> Brazil não tremulou sobre os muros d'aquelle<br />

forte, mas ain<strong>da</strong> assim bem merecestes <strong>da</strong> patria, que, solicita, vos<br />

contempla.<br />

a Cincoenta e oite bocas de fogo, convenientemente colloca<strong>da</strong>s, e<br />

13,000 homens de infantaria arremessavam-nos aboba<strong>da</strong>s de balas. Os<br />

insuperaveis fossos, revesti<strong>do</strong>s com os accessorios que a arte ensina,<br />

<strong>da</strong>vam animo aos escravisa<strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> tyranno Lopez.<br />

« Sobre essa posição, assim artilha<strong>da</strong> e defendi<strong>da</strong>, investistes com deno<strong>do</strong>.<br />

A vosso la<strong>do</strong> pelejavam os valentes Argentinos. Elles e \ 613 cumpristes<br />

com admiravel intrepidez o sacrificio que a patria e a honra ordenam.<br />

« Muitos <strong>do</strong>s nossos conterraneos en<strong>contra</strong>ram morte gloriosa sobre<br />

as ultimas baterias inimigas. H/)nra a esses bravos, cuja memoria<br />

jamais perecera I<br />

« O vaccuo de vossas fileiras attesta com eloquencia irrespondivel<br />

quão mortifera foi a peleja, e o vosso deno<strong>do</strong> conteve o inimigo em<br />

suas posições, observan<strong>do</strong>, admira<strong>do</strong>, a mais tranquilla <strong>da</strong>s retira<strong>da</strong>s. Quatro<br />

horas tinha dura<strong>do</strong> à combate.<br />

« Sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s! Ain<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> o movimento <strong>do</strong> dia 22 pudesse ser considerad~<br />

um revez para as armas allia<strong>da</strong>s, elIe retemperou os no sos<br />

animas sem diminuir o brilho <strong>da</strong>s nossas arma. Os bravos que tomaram<br />

parte n 'aquelle glorioso combate podem com arrogante altive I dizer<br />

ao mun<strong>do</strong>;- em Curupaity ficou ille,a a honra <strong>da</strong> bandeira brazileira !<br />

« Das part.es que abaixo vão tran criptas constam os nomes d'aquelles<br />

que mais se dUinguiram, e cujos servi(~os chegarão ao alto conhecimento<br />

de S. M. o Impera<strong>do</strong>r.<br />

«Visconde de I>o.··t;o-A.legre »<br />

S, guncla communicação offi.cial elo general jJoJ'lo-Alegl'e<br />

« Com man<strong>do</strong> em chefe <strong>do</strong> 2" corpo de exercito brazileiro cm operações<br />

<strong>contra</strong> o <strong>Paraguay</strong>.- Quartel··general no forte de CUfUZU, 10 de<br />

Outubro de ! 8~6.<br />

« IUm. e Exm. 81'.- Para complemento <strong>do</strong> que tive a honra<br />

ele lJartieipar a V. Ex. em meu offieio de 23 de 'etembro proximo fin<strong>do</strong>,<br />

aoorca elo ataque ele Curupait'y cl~a elescrip~ão então fiz, submetto a


-153<br />

c',nsideração de V. Ex. as<br />

comman<strong>da</strong>ntes de divisJes,<br />

engajaram n'aquella acção.<br />

partes que a se'11elhante respeíto deram o<br />

briga<strong>da</strong>s e corpos dteste exercito, que e<br />

« Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> em geral digno <strong>do</strong>s maiores louvores o arroja<strong>do</strong><br />

comportamento d'este e~ercito no mais descommuual combaLe d'e ta<br />

cam) anha, to<strong>da</strong>via mencionarei os nomes d'aquelles que pelejaram sob<br />

minhas mais lmmediatas vistas, ou que se tor'naram mais llotaveis .por<br />

seus feitos de bravura.<br />

« As jJartes !1 que acima me refiro <strong>da</strong>rão a "'. Ex. detalha<strong>da</strong>s<br />

informações acerca d'aquelles cujos nomes não menciono.<br />

« Não menos di tincto e digno de louvor foi n'este rude ataque<br />

<strong>do</strong> que no dia 3 o comportamento <strong>do</strong> valente coronel Antonio Peixoto ele<br />

Azeve<strong>do</strong>, deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aju<strong>da</strong>nte-general e chefe <strong>do</strong> estaclo-maior interino,<br />

não só executan<strong>do</strong> com intelligencia e promptidão as minhas ordens,<br />

como prevenin<strong>do</strong>-as com acerta<strong>da</strong>s providencias.<br />

« O tenente-cúronel José Antonio Corrêa <strong>da</strong> Camara, deputa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

quartel-mestre general nteste ataque portau--se com o mesmo valor com<br />

que se havia porta<strong>do</strong> no dia 3 d'aquelle mez, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> immediata éxecução<br />

á~ minhas ordens, e providencian<strong>do</strong> acerca <strong>da</strong> conduc.ão e curativo<br />

<strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, que eram leva<strong>do</strong>s para o hospital de ~angue.<br />

« O major Rufino Enéas Gustavo Gaivão, digno che.fe <strong>da</strong> commi siLo<br />

de engenheiros, traçou e fez levantar o espaldão onde se estaheleceu<br />

a nossa bateria, coadjuva<strong>do</strong> nesse impol'tante e arrio ca<strong>do</strong> serviço pelo<br />

officiae', que eUe na sua parte menciona; sendl! mui digno de louvor,<br />

como foi no dia 3 de Setembro proximo pa sa<strong>do</strong>, o vali,r e dedicação<br />

com que se houve no desempenho de eu. deveres.<br />

« A repartição de . audp, de qU(~ e tá encarrega<strong>do</strong> o cirurgião-mól'<br />

<strong>do</strong> exercito Christovão José Vieira, como con. ta <strong>da</strong> parte junta, que<br />

e te distincto chefe deu, é digna de especial menção pela pericia e<br />

promptidão com que se houve no desempenho de seus humanitarios<br />

deveres, como o comprovam as numerosas e difficeis opera~ões que<br />

praticou.<br />

« Da parte que acima me refiro constam os l'eligiosos e humanitarios<br />

servi~os que prestaram no curativo <strong>do</strong>s ferides o Revs. capellães<br />

paàre Joaquim Lopes Rodrigues e Dr. Jo.>é Raymun<strong>do</strong> <strong>da</strong> Cunha.<br />

« O capitão de ostaclo-maior (le I" classe Julio Anacleto Falcão <strong>da</strong><br />

Frota, que, pertencen<strong>do</strong> á commis ão de engenheil'Os, está servin<strong>do</strong> interinamente<br />

de secretario deste com man<strong>do</strong> em chefe, e os capitães de<br />

commissào Sebastião Lino de Azambuja, Justiniano Amaro de Freitas e<br />

o tenente de commissão Jo.é Mal'ia Ribeiro, aquelles <strong>do</strong>is meus aju<strong>da</strong>ntes<br />

de ordem, e e::;te servin<strong>do</strong> de meu aju<strong>da</strong>nte de campo, fizeram-se dignos


454<br />

de _especial menção pelo distincto comportamento com que se houveram<br />

na transmissão <strong>da</strong>s minhas orrlens.<br />

« O capitão de commis ão Jose Mendes Jacques, cOlllman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong><br />

meu piquete, ain<strong>da</strong> uma vez distinguio-se, portan<strong>do</strong>-se com o valor e<br />

sangue frio, que em outras occasiões tem ostenta<strong>do</strong>.<br />

« O brigadeiro Alexandre Manoel Albino de Carvalho, que, â testa<br />

<strong>da</strong> columna sob seu commanilo, atacou o centro <strong>do</strong> entrincheiramento<br />

de CUl'llpaity, confirmou a reputação de bravo que, com justiça,<br />

adquirio no ataque <strong>do</strong> dia 3 de Setembro ultimo, sobre as trincheiras <strong>do</strong><br />

Curuzu.<br />

« O não menos bravo coronel Manoel Lucas de Lima, comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>da</strong> 3- divisão de cavallaria desmonta<strong>da</strong>, que formava a columna<br />

de reserva, ten<strong>do</strong> ordem par::.L secun<strong>da</strong>r o ata.que <strong>da</strong> columna <strong>do</strong> centro,<br />

executou-a com admiravel deno<strong>do</strong> e na melhor ordem, collocan<strong>do</strong>-se<br />

debaixo de mortífero fogo, nas proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> trincheira,. ob<br />

as quaes tiveram morte glQriosa muitos <strong>do</strong>s bravos <strong>da</strong> sua divisão.<br />

« O incansavel, activo e deno<strong>da</strong><strong>do</strong> tenente-coronel Astrogil<strong>do</strong> Pereira<br />

<strong>da</strong> Costa, comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira, a quem eu havia encarrega<strong>do</strong><br />

de guiar ao ataque <strong>do</strong> forte de CUl'Upaity, extrema direita <strong>da</strong><br />

linha fortifica<strong>da</strong> inimiga, a columna que avitnçou pela e~quer<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong><br />

uma vez tornou-se digno <strong>da</strong> alta consideração <strong>do</strong> <strong>governo</strong> imperial,<br />

pelos esforços que empregou para realizar o assalto. que, os insuperavei<br />

meios de defeza, tomaram naquella occa ião impossivel.<br />

« Fez-se ain<strong>da</strong> digno de especial men~ão neste renhi<strong>do</strong> ataque o<br />

comportamento <strong>do</strong> bravo, activo e inLelligente major Manoel de Almei<strong>da</strong><br />

Gama Lobo d'Eçé1, comman<strong>da</strong>nte d..o c~lrpo provisol'io de artilharia a<br />

cavallo, que, guarnecen<strong>do</strong> uma bate<strong>da</strong> de 12 bocas de fogo e 4 estativas<br />

de foguetes á congréve, levanta<strong>da</strong> á conveniEmte disbncia elo entrincneiramento<br />

inimigo, desde as 8 e meia <strong>da</strong> manhã ate I e meia<br />

p.ora <strong>da</strong> tarde, sustentou um vivissimo fogo <strong>contra</strong> a artilharia de<br />

gr03so calibre com peças de campanha, e, receben<strong>do</strong> ordem de avançar<br />

com a sua bateria, a-fim de a se tal-a sobre a primeira trincheira, já<br />

occupa<strong>da</strong> pelas nossas força, para <strong>da</strong>lli praticar com mais efficacia o<br />

ataque á segun<strong>da</strong> linha de <strong>da</strong>feza inimiga, executou com a maior promptidão<br />

e 'se movimento que o collocava sob o alcance <strong>da</strong> metralha.<br />

« E' tambem digno de encomios' o major de esta<strong>do</strong>-maior de 1'1<br />

ela. se Dmbelino Alberto de Campo Limpo, comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> corpo de<br />

pontoneiros, tanto pela pericia e presteza com que fez levantar o e paIdão<br />

em que se collocarain as 12 peças e 4 estativas, de que acima fallei,<br />

ÇOIllO pelo sangue frio com que, a frente <strong>do</strong> oorpo d~ seu commanc1o,


455<br />

se conservou de. de que principiou até que ce ou o fogo <strong>da</strong> no sa<br />

bateria.<br />

« A' munificencia de Sua Magestade o Impera<strong>do</strong>r julgo <strong>do</strong> meu<br />

dever recommen<strong>da</strong>r as famílias <strong>do</strong>s bravos que, na sustentação <strong>da</strong> honra<br />

e digni<strong>da</strong>de nacional, morreram com gloria naquelle memoravel dia.<br />

« ão terminarei esta exposição sem declarar a \- Ex. que a desp.eito<br />

<strong>do</strong>s arroja<strong>do</strong>s e forças <strong>do</strong>s a saltantes, deve-se o mallogro deste<br />

acommettimento aos insuperavei obstaculos, por mim previstos e opportunamente<br />

declara<strong>do</strong>s.<br />

« Deus guarde a V. Ex.<br />

« Illm. e Exm. Sr. con elheiro Angelo Moniz <strong>da</strong> Silva Ferraz,<br />

ministro e secretario de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negocio <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

« Visconde de Po."t.o-A.legre. »<br />

3)<br />

Helatorio <strong>do</strong> chefe <strong>da</strong> commíssão de engenheiros junto ao<br />

2° corpo <strong>do</strong> exercito<br />

q: !lIm. e Exm. Sr. - Cumprin<strong>do</strong> o determina<strong>do</strong> na instrucçoes<br />

que V. Ex. se dignou transmittir-me sobre esta commissão, passo a<br />

expôr a V. Ex. os trabalhos effectua<strong>do</strong>s pela me ma em relação ao<br />

combate <strong>do</strong> forte de Curupaity, <strong>da</strong><strong>do</strong> no dia 22 d'este mn, bem como<br />

as occurrencias que precedei'am a esta operação e sua descripção.<br />

« o dia 11 <strong>do</strong> corrente mez desembarcou junto a e te forte o<br />

exercito argentino, cuja força elevava-se a perto le 4,000 homen (I), e no<br />

dia seguinte reunia-se a este 2 0 corpo de exercito uma briga<strong>da</strong> auxiliar<br />

<strong>do</strong> lo corpo, tambem <strong>do</strong> nos o exercito, que pouco excedia de 2,000<br />

homens.<br />


456<br />

aquella 110si\:1l:o, no qual estão marca<strong>do</strong>s c10us fortes, um á direita e<br />

outro á. esquer<strong>da</strong>, liga<strong>do</strong>s por uma cortina. N'esses fortes tremulava a<br />

b;mdeira paragllaya.<br />

« No dia 15, depois <strong>do</strong> meio dia, os Exms. Srs. generaes em chefe<br />

vi conde de Porto-Alegre e Mitre, fizeram um reconhecimento <strong>da</strong> po­<br />

SiÇãO <strong>do</strong> inimigo, acompanha<strong>do</strong>s <strong>do</strong> chefe <strong>da</strong> commissilo de engenheiros<br />

d'este exercito, de alguns membros <strong>da</strong> mesma e de outros officiaes, regressan<strong>do</strong><br />

a seus acampamentos ás 4 1/2 horas <strong>da</strong> tarde.<br />

« No dia seguinte fui, em cumprimento <strong>da</strong> ordem <strong>do</strong> Exm. Sr.<br />

general em chefe d'este exercito, e colher com o major comman<strong>da</strong>nte<br />

<strong>do</strong> corpo provisol'Ío de artilharia a cavallo uma posição para collocar<br />

nos~as bocas de fogo. O batalhão 29° de voluntarios foi de protecr,ão a esse<br />

serviço.<br />

« Dan<strong>do</strong> parte de ter si<strong>do</strong> escolhi<strong>da</strong> a posição e receben<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo<br />

Exm Sr. odem de levantar um espaldão com 12 canhoneiras, marchei<br />

ao escurecer com o batalhão provisorio de engenheiros e com os<br />

seguintes membros d'estd. commissão: major Maximiliano Emerick, capitães<br />

Francisco Xavier Lopes de Araujo e Conra<strong>do</strong> Jacob de Niemeyer<br />

e tenente José Arthur Murinelly.<br />

« Trabalhou-se até ao romper <strong>do</strong> dia 17, notan<strong>do</strong>-se durante a<br />

noite muito movimento de carretas no acampamento <strong>do</strong> inimigo, que<br />

conservou grandes fogos em diversos pontos, e passava alerta de 5 em<br />

5 minutos por meio de gritos estupen<strong>do</strong>s.<br />

« I elas 11 1/2 <strong>da</strong> noite vimos <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> inimigo surgir ao ar<br />

<strong>do</strong>us foguetes.<br />

«. Parece que, pelo movimento que observamos, não percebeu o<br />

inimigo que tão proximo á sua posição levantavamos uma bateria.<br />

« Pelas 7 horas <strong>da</strong> ma nhã d'aquelle dia veio um piquete de cHallaria~<br />

d') inimigo, que tinha sahi<strong>do</strong> á descoberta, até proximo ao espa~dão,<br />

talvez por ter avista<strong>do</strong> o batalhão que esteve de protecção ao<br />

trabalho, e que lá ficou, trocan<strong>do</strong>-se alguns tiros entre aquelle piquete<br />

e alguns de nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s,. dirigin<strong>do</strong> em segui<strong>da</strong> o inimigo alguns<br />

tiros de artilharia <strong>contra</strong> o batalhão, que era o 36° de voluntarioso<br />

« A's 9 1/2 horas <strong>da</strong> manhã principiou a chover, prolongan<strong>do</strong>-se o<br />

mão tempo até á noite <strong>do</strong> dia 18.<br />

« Ten<strong>do</strong> ti<strong>do</strong> orrlem de terminar no dia seg'llnte o espaldão, voltei<br />

ao mesmo logar ás 6 horas <strong>da</strong> manhã d'esse dia com o capitão Lopes<br />

de Araujo e tenente M.urinelly, e batalhão provisorio de engenheiros.<br />

« Trabalhava-se n'aquelle serviço, quan<strong>do</strong> ás 10 horas e 15 minutos<br />

<strong>da</strong> manhil uma pequena força inimi~a, que veio encoberta pelo malto,<br />

que margeia o rio, approximou-se <strong>do</strong> espaldão e deu uma descarga con-


457<br />

tra os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> batalhão de engenheiros que trabalhavam no espaldão.<br />

" Immediatamente formou-se o dito batalhão atraz <strong>do</strong> espaldão e<br />

fez algumas descargas.<br />

« A pequena força paraguaya retirou-se logo, principian<strong>do</strong> o inimigo<br />

a dirigir bombas de calibré 3'~ <strong>contra</strong> o espaldão, baten<strong>do</strong>-lhe<br />

algumas, e outras chegan<strong>do</strong> aquem e além; felit:mente não tiremos o<br />

menor prej uizo<br />

4: Man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> S. Ex. uspender o trabalho, regressei ao acampamento<br />

e dei-lhe parte <strong>do</strong> occorri<strong>do</strong>.<br />

« Ao escurecer voltei a continuar o serviço <strong>do</strong> espaldão, in<strong>do</strong> commigo<br />

o major Maximiliano Emerick e o capitão Conra<strong>do</strong> Jacob de Niemeyer,<br />

bem como o citaQo batalhão.<br />

« O maior silencio observou-se no inimigo, nem fogos nem alertas.<br />

4: A's 11 1/2. horas <strong>da</strong> noite terminou-se o trabalho, constan<strong>do</strong> o<br />

espaldão de 12 canhoneiras.<br />

« .0 ãia foi chuvoso, porém a noite esteve boa até perto <strong>da</strong> meianoite.<br />

O sol que fez durante os dias 20 e 21 seccou o terreno, e na<br />

noite d'aquelle dia tocou muita musica no acampamento inimigo.<br />

« O exercito, que tinha ti<strong>do</strong> ordem para combater no dia 22, formou-se<br />

às 7 horas <strong>da</strong> manhã em tres columnas, sen<strong>do</strong> duas de infantaria<br />

e uma de cavallaria (apea<strong>da</strong>) de reserva.<br />

« A esquadra principiou a bombardear aquella hora o forte de<br />

Ourupaity, prolongan<strong>do</strong>-se essa operação até pouco depois <strong>do</strong> meio dia,<br />

rompen<strong>do</strong> os encouraça<strong>do</strong>s B1"azil, Taman<strong>da</strong>re e Bar"J"f1So a estaca<strong>da</strong>,<br />

abaixo <strong>do</strong> mesmo forte, subin<strong>do</strong> além.<br />

« Nossa artilharia, composta de 10 bocas de fogo e de 2 estativas<br />

de foguetes a congreve, que ás 8 1/2 horas <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> dia 22 tinha<br />

occupa<strong>do</strong> o espaldüo levanta<strong>do</strong> pela commissão, cessou o fogo â meia<br />

hora depois <strong>do</strong> meio dia quan<strong>do</strong> avançaram nossas c


458<br />

trincheira, in<strong>do</strong> grande numero até ú forte <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, cahiam "ictimas<br />

de tanta metralha.<br />

« O Exm. general Mitre, que às :4 1/-1: horas já tinha man<strong>da</strong><strong>do</strong> retirar<br />

seus sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, communicou ao nosso general em chefe essa ordem e a<br />

conveniencia de fazer retirar tambem os nossos, que achavam-se entre<br />

a primeira e segun<strong>da</strong> trincheira.<br />

« O Exm. Sr. general em chefe deste corpo de exercito man<strong>do</strong>u<br />

então tocar a reunir, movimento que nossas tropas fizeram vagarosamente,<br />

sen<strong>do</strong> preciso que S. Ex. se achasse nos mais arrisca<strong>do</strong>s pontos, para<br />

que nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s se retirassem com mais presteza, e trouxe sem os<br />

nossos feri<strong>do</strong>s e mortos.<br />

« A's 3 1/.2 horas <strong>da</strong> tarde retirou-se o mesmo Fxm. ,~r., a instancias<br />

<strong>do</strong> Exm. general Mitre, deix.an<strong>do</strong> o tenente-coronel Astrogil<strong>do</strong><br />

Pereira <strong>da</strong> Costa na primeira trincheira, afim de reunir o resto e fazer<br />

conduzir o restante <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e mortos.<br />

« A columna de caval1aria, que tambem foi além <strong>da</strong> primeira trincheira,<br />

e que sempre conservou ordem e portou-se com valor, ficou de<br />

protecção.<br />

« Acompanhei sempre o Exm. Sr. general em chefe, retiran<strong>do</strong>-me<br />

eom S. Ex.<br />

« Durante o dia fez sol forte.<br />

« O espaldão que levantou a commissão supportou um fogo vivo<br />

e certeiro de artilharia de calibre 68 e 32 por mais de quatro horas,<br />

fican<strong>do</strong> arruina<strong>do</strong> nos <strong>do</strong>us extremos, principalmente no esquer<strong>do</strong>.<br />

« Curupaity é uma POSiÇãO muito forte, constan<strong>do</strong> de duas trincheiras,<br />

e flanquea<strong>da</strong> a interna de <strong>do</strong>us respeitaveis baluartes guarneci<strong>do</strong>s,<br />

bem como a cortina, de dezenas de bo.;a de fogo de grosso calibro, sen<strong>do</strong><br />

o terreno em frente as duas trincheiras tão palu<strong>do</strong>so, que obrigou no sas<br />

tropas a procurarem desvio, expon<strong>do</strong>-se assim a um fogo mais mortifero,<br />

sobretu<strong>do</strong> em um ligeiro aterra<strong>do</strong>, que era defendi<strong>do</strong> por uma<br />

peça de grosso calibre.<br />

« O ligeiro esboço que acompanha esta exposição dá uma idéa <strong>do</strong><br />

que pudemos observar a respeito de Curupaity antes e depois <strong>do</strong> combate<br />

de :22 <strong>do</strong> corrente mez.-Sem duvi<strong>da</strong> já era uma posiçãO muito<br />

bem fortifica<strong>da</strong>, cuja defeza foi augmenta<strong>da</strong> por obras acce sorias, depoi<br />

<strong>do</strong> glorioso combate de 3 tambem deste mez.<br />

« Durante o combate mandei, por ordem <strong>do</strong> Exm. Sr. general em<br />

chefe, fazer uma ligeira ponte sobre o fosso <strong>da</strong> primeira trincheira, e<br />

.obstruir no mesmo pouco mais de uma braça, serviços que encarreguei<br />

ao capitão Oonra<strong>do</strong> Jacob de iemeyer, membro desta commi são, que<br />

. ~'.<br />

"


459<br />

portou-se com coragem, as im como o major Maximiliano Emerick, também<br />

membro <strong>da</strong> commissão.<br />

« Achan<strong>do</strong>-se a pé os outro membros <strong>da</strong> commissão presentes, capitão<br />

Francisco Xavier Lopes de Araujo e tenente José Arthnr de Murinelly,<br />

apezar <strong>do</strong>s esforços que empregaram para obter cavallo, ordenei-lhes<br />

que se reunis em ao batalhão provisorio de engenheiros, afim de serem<br />

incumbi<strong>do</strong> de qualquer trabalho que fos e necessario durante a acção;<br />

porém, saben<strong>do</strong> o Exm. Sr. general em chefe <strong>da</strong> falta de cavalgaduras<br />

que tinham os ditos officiaes, e pon<strong>do</strong> á di po ição <strong>do</strong>u de sua montaria<br />

mandei-os chamar por minha ordenança, que não p6de transmíttir-lhes<br />

e a ordem por não o ter avista<strong>do</strong>. Depois que retirei-me <strong>da</strong><br />

frente apresentaram-se os' referi<strong>do</strong>s officiaes e declararam que esti eram<br />

junto ao espaldão, onde se achava a artilharia e o menciona<strong>do</strong> batalhão<br />

de engenheiros, de cuja po ição retiraram-se para o hospital de sangue.<br />

« Tivemos fôra de combate 1,854 homens, en<strong>do</strong> perto de 200<br />

officiae'.<br />

« Alguns feri<strong>do</strong>s que por terem cahi<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> macegal<br />

e <strong>do</strong> matto, ficaram, consta que o inimigo teve a barbari<strong>da</strong>rle de mataI-os;<br />

e no dia 24 tivemos de presenciar outra scena de selvageria, que como<br />

aquella revela a ua feroci<strong>da</strong>de.<br />

«Ao amanhecer d'quqlle dia principiaram a descer, pa an<strong>do</strong> entre<br />

O, navios de GO sa esquadra, o. ca<strong>da</strong>vere de no sos bravos que não<br />

pudemos trazer por terem fica<strong>do</strong> encoberto, sen<strong>do</strong> a maior parte des e corpos<br />

liga<strong>do</strong> por cor<strong>da</strong>. de <strong>do</strong>us a <strong>do</strong>us. e em completo esta<strong>do</strong> de nudez. S. Ex.<br />

o Sr. general em chefe man<strong>do</strong>u reunir esses ca<strong>da</strong>vere e <strong>da</strong>r-lhes sepultura.<br />

!'; Entretanto qu~o differente procedemo nós com o feri<strong>do</strong> e mortos<br />

de tão barbaro inimigo!<br />

« Aquelles são recolhi<strong>do</strong>s em di'l'tincção aos no so hospitaes, e trata<strong>do</strong>s<br />

com a maior cari<strong>da</strong>de po. ivel, e os outros epulta<strong>do</strong>s.<br />

« Determinou-me o Exm. r. general em chefe que désse mais<br />

oUdez ao entrincbeiramento que aqui levantámo., e que circula se a<br />

lagôa que flanquea-nos pela esquer<strong>da</strong> por uma linha de trincheira. Deu-se<br />

comer;o a e e ervíço no die '1" achan<strong>do</strong>- e tambem em con trucção<br />

uma outra lJateria para cinco boca de fogo, sobre urna eminencia junto<br />

à margem <strong>da</strong> mesma lagôa.<br />

" esses· trabalhos acham-se emprega<strong>do</strong>' o membros desta commissão<br />

major Maximiliano Emerick, capitão Conra<strong>do</strong> Jacob de .-iemeyer e Francisco<br />

Xavier Lopes de Araujo.<br />

« Deus guarde a V. Ex.-Acampamento <strong>do</strong> 2 n corpo no exercito<br />

no Ir rie de Curuzu (Paragua.\) 28 de Setembro de l8(j6.-<strong>II</strong>lm. e EXill.


460<br />

Sr. conselheiro Angelo Muniz <strong>da</strong> Silva Ferraz, ministro e secretario<br />

de esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negocias <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>.<br />

« Rufino Ené:ls Gust.avo GaIvão,<br />

{< Chefe <strong>da</strong> comnussão de engenheiros. »<br />

4)<br />

Partes officiaes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> cP'lillla?"ia e tpQnloneiros;<br />

CORPO PROVISORIO DE ARTILHARIA A C'AVALLo.-Comman<strong>da</strong>nte, major<br />

Manoel de Alme~<strong>da</strong>Gama Lobo d'Eça.-« A's 8 horas <strong>da</strong> manha marchei<br />

com o corpo de artilharia a cavalIo de meu comman<strong>do</strong> e o 4° batalhão<br />

de artilharia a pé, aquelIe com 8 peça'> raia<strong>da</strong>s e 4 estativas de<br />

foguetes, e este com 2 canhões obuzes e 2 obuzes de montanha, para<br />

o logar que me foi designa<strong>do</strong>, e ahi, assesta<strong>da</strong> a artilharia, por ordem<br />

<strong>do</strong> Exm. Sr. general fiz romper o fogo, que foi sustenta<strong>do</strong> por mais de<br />

4 horas <strong>contra</strong> o entrincheiramento inimigo Creio que as pontarias <strong>do</strong>s<br />

nossos canhões, drigi<strong>da</strong>s á artilharia que o inimigo tinha dissemina<strong>da</strong><br />

em suas linhas entrincheira<strong>da</strong>s, produziram bom effeIto, por isso que<br />

to<strong>da</strong>s as peças com que <strong>da</strong> I a linha nos fazia fogo cerca de 2 horas depois<br />

foram passa<strong>da</strong>s á segun<strong>da</strong>.<br />

« Calaram-se nossas baterias com o assalto <strong>da</strong> infantaria, e depois<br />

que elIa transpô~ a primeira linha, avancei, por ordem <strong>do</strong> Sr. general<br />

em chefe, e colIoquei a artilharia áquem <strong>do</strong> tosso. Ahi fiz fogo até<br />

que recebi ortlem para cessar e retirar me.<br />

« O 4° batalhão de artilharia a pé, que se achava tambem sob o<br />

meu comman<strong>do</strong>, assestou sua bateria á direita <strong>da</strong>s de meu corpo e combateu<br />

com bastante coragem. »<br />

Teve este corpo 1 oflicial e 6 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 12 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s<br />

e 2 officiaes contusos.<br />

4° BATALHÃO DE ARTILHARIA A pÉ.-Com man<strong>da</strong>nte, major Rego M Olílei?"o.-Marchou<br />

às ordens <strong>do</strong> com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> corpo de artilharia monta<strong>da</strong>.<br />

Collocou a sua bateria de 2 cauhões obuzes, um de l~ (<strong>do</strong>s toma<strong>do</strong>s<br />

ao inimigo em Curuzú) e outro de 14, e 2 de montanha, á direia <strong>da</strong>s<br />

8 peças raia<strong>da</strong>s <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> corpo.<br />

Sustentou o fogo até ao meio dia.<br />

O tenente Volesio de Albuquerque, quan<strong>do</strong> o llllmlgo augmentou<br />

o seu fogo e cahiam muitas grana<strong>da</strong>s j unto ás nossas peças, subio à


~~'. -.<br />

461<br />

trincheira e ahi conservou-se empunhan<strong>do</strong> a bandeira (1) e <strong>da</strong>n<strong>do</strong> vivas<br />

ao Impera<strong>do</strong>r.<br />

a batalhão t"'ve 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos e 2 feri<strong>do</strong>s.<br />

CORPO DE PONToNEmos.-Comman<strong>da</strong>nte, major Umbelino J. :i. nn'lltpo<br />

Limpo.-Formou este corpo com 13 officiaes e 170 praça de preto tJ:archou<br />

ás 8 1/2 <strong>da</strong> manhã com a artilharia para a bateria que construíra, e ahl<br />

conservou-se de protecção atê as 121/2 horas <strong>da</strong> tarde. Terminan<strong>do</strong> o<br />

fogo <strong>da</strong> bateria foi o corpo .subdividi<strong>do</strong> em quatro partes para satisfazer<br />

a ordens que recebeu <strong>do</strong> quartel general: ala parte para conduzir<br />

de bor<strong>do</strong> munição de infantaria; a 2- e 3 a partes seguiram, ca<strong>da</strong><br />

uma por sua vez, de fouces, macha<strong>do</strong>s, pás e picaretas para ervi~os<br />

na primeira linha de trincheiras inimigas; a 4 a ficou de guar<strong>da</strong> ãs<br />

munições.<br />

Teve o corpo 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, I official e 9 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e<br />

2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contusos.<br />

3)<br />

DIYISlo DA<br />

DIRFITA (general Albino de Carvalho)<br />

Formavam esta divisão a briga<strong>da</strong>s Maia Bittencourt, Piquet e<br />

I'aranho .<br />

Ei a porte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> divisão.<br />

« 2° corpo <strong>do</strong> Axercito em operações <strong>contra</strong> o Par,lgua . - Acampamento<br />

<strong>da</strong> ala direita de infantaria, junto á ruínas de Curuzú, 23<br />

de etembro de l86fi.<br />

« rlim. Sr. - Ten<strong>do</strong> havi<strong>do</strong> hontem um combate entre as forças<br />

allia<strong>da</strong>s existente neste lagar, e a inimigas concentra<strong>da</strong>s no forte de<br />

Curupaity, pas o a relatar, para ser pre ente a . Ex. o r. general<br />

em chefe vi conde de Porto-Alegre, a parte que coube á diYisão de<br />

meu comman<strong>do</strong>, nesse sanguinolento combate.<br />


462<br />

parte <strong>do</strong> tempo que durou o bombardeio <strong>da</strong> nossa esquadra, e aquel1e<br />

com que o inimigo nos <strong>contra</strong>riava, 1ivemos ja fóra de combate, varias<br />

praças. Dalli mesmo, e em virtude de ordem que recebi, mandei que<br />

avançassem em protecção <strong>da</strong> nos a trinheira <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, que sofi'ria<br />

vivíssimo fogo <strong>do</strong> inimigo, os batalhões 20° e 46° de voluntarioso<br />

« Pouco depoi <strong>do</strong> meio-<strong>da</strong>, e tambem em virtude de ordem recebi<strong>da</strong>,<br />

passei a occupar nova posição proxinu a referi<strong>da</strong> nossa trincheira.<br />

Poucos minutos depois, e em observancia de novas ordens, mandei avançar<br />

sobre o centro <strong>da</strong> fortificação inimiga., determinan<strong>do</strong> que os corpos<br />

seguissem debaixo <strong>da</strong>s formaturas exigi<strong>da</strong>s pelos varia<strong>do</strong>s accidentes <strong>do</strong><br />

terreno. Esta marcha teve lagar debaixo de um vivo e extraordinario<br />

fogo. de artilharia inimiga, que nos ceifou muita gente. Venci<strong>do</strong> um<br />

es aço não menor de 300 braças, achámo-nos á bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> primeiro fosso<br />

e trincheira <strong>do</strong> inimigo, onde seus fogos, dispara<strong>do</strong>s <strong>da</strong> linha geral de<br />

fortificação, augmentaram prodigiosamente, aproveitan<strong>do</strong>-se então o mesmo<br />

inimigo <strong>da</strong> desvantagem em que nos achavamos , quer pela altura <strong>do</strong><br />

nivel <strong>da</strong> dita primeira trincheira, quer pelo tempo que os nos~os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

tiveram de empregar para vencer este obstaculo. Depois de grande<br />

esforço, conseguimos transpôr a trincheira em questão; e o nosso ataque<br />

teve de pender para a extrema direita <strong>do</strong> inimigo. O combate tornou-se<br />

então de tal mo<strong>do</strong> morLifero, 'lue depois de podia<strong>da</strong> luta, sem conseguimento<br />

de vantagem correspondente, tive ordem para reunir as forças<br />

sob meu commall<strong>do</strong> e com eUas retil'al'-me para este acampamento; o<br />

que fiz, chegan<strong>do</strong> aqui pelas 5 horas <strong>da</strong> tarrle, haven<strong>do</strong> recolhi<strong>do</strong> at4<br />

então os feri<strong>do</strong>s ao alcance <strong>da</strong> ac:ão de minha ala Neste memoravel<br />

combate, tão cheio de periFecias, deram-se actos de valor que fariam<br />

honra ao exercito mais aguerri<strong>do</strong>. O com man<strong>da</strong>ntes de briga<strong>da</strong>s e<br />

batalhões, esforçaram-se para bem cumprir os seus deveres. Da mesma<br />

fórma procedeu o tenente-coronel Al'ltrogil<strong>do</strong> Pereira <strong>da</strong> Co'ta, posto às<br />

minhas ordens para guia <strong>da</strong> mal'cha. Junto achal'a V. S. as partes detalha<strong>da</strong>s<br />

<strong>do</strong>s ditos com man<strong>da</strong>ntes, r.onfecciona<strong>da</strong> em observallcia <strong>da</strong>.<br />

ordens em vigor, e com aUas a' respectivas reln0õe. nominae <strong>do</strong>.<br />

mortos, feri<strong>do</strong>::;, contusos e extravia<strong>do</strong>s dt! que acima faltei, e a es 'e~<br />

<strong>do</strong>cumentos me reporto.<br />

« Alexandre Manoel _ lbino de Carvalho,<br />

't( Brig.\<strong>do</strong>iJ'o e cOll1man<strong>da</strong>nle. li


464<br />

47° BATALHÃO DE VOLUNTARIOS DA. PATRIA (Parahyba e Pernambuco),<br />

--Comman<strong>da</strong>nte tenente-coronel Alb~tqLtwrque ~l{aranhã:J (Luiz r. Leopol<strong>do</strong><br />

de).-Não d.á. pormenores. Diz que sustentou o fogo, retiran<strong>do</strong>-se ás<br />

5 horas por ordem superior.<br />

A relação official publica<strong>da</strong> dá a este batalhão :2 officiaes e 16 so;­<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 7 officiaes e 6j sol<strong>da</strong><strong>do</strong>3 feri<strong>do</strong>s, 5 officiaes e 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

contusos (99 homens).<br />

B)<br />

Brigaria Piquet (4" brigaàa, divisão Albino).<br />

A 4' briga<strong>da</strong>, <strong>do</strong> tenente-coronel Piquet, compunha-se <strong>do</strong> l°, 2° e<br />

5° corpos de caça<strong>do</strong>res a cavallo. Esses corpos conbatiam a pé, f1.rma<strong>do</strong>s<br />

como a infantaria.<br />

Avançou esta briga<strong>da</strong> á.~ 12 1/2 horas na retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> ala direita<br />

(iam na frente as briga<strong>da</strong>s Maia Bittencourt e Paranhos). Na marcha<br />

para o ataque a briga<strong>da</strong> Piquet occupou a esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha forma<strong>da</strong><br />

pela ala direita. Apezar <strong>do</strong> esforço emprega<strong>do</strong> pelos officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

não puderam transpôr o fosso <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> trincheira.<br />

A briga<strong>da</strong> retirou-se com o resto <strong>da</strong> ala direita quan<strong>do</strong> teve ordem<br />

para isso.<br />

Ficaram fóra de combate 146 homens,<br />

sen<strong>do</strong> 11 officiaes.<br />

to CORPO DE CAÇADORES A CAVALLO (Rio Grande <strong>do</strong> Sul). - Comman<strong>da</strong>nte,<br />

major Teixeira Lopes. - Não dá promenores. Teve este corpo<br />

2 officiaes e 12 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 1 official e 57 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 1<br />

.sol<strong>da</strong><strong>do</strong> contuso (73 homens).<br />

2° CORPO DE C.AÇADORES A CAVALT.O (Rio Grande <strong>do</strong> Sul).-Comman<strong>da</strong>nte,<br />

major Tranquillino Velloso.-Teve este corpo 1 official e<br />

] O sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos) 2 pfficiaes e 30 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 3 officiaes contusos,<br />

sen<strong>do</strong> um d'elles o major Car<strong>do</strong>so <strong>da</strong> Costa (47 homens). A parte<br />

offieial não dã pormenores.<br />

5° CORPCl DE CAÇADORES A- CAVALLO (Rio Grande <strong>do</strong> 8u1).- Comman<strong>da</strong>nte,<br />

major /VIanoel A. Rodrigues Junior.- Não dà pormenores.<br />

Teve este corpo 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 2 officiaes e 1 I sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e<br />

6 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contusos (~6 homens).


4ô5<br />

5 O)<br />

Brigaela Pil1ymJIOs (Briga la « Auxiliar »,<br />

Divi ão Albino).<br />

Oompunha-se <strong>do</strong>' bata.lhões 6" d.; infantaria de linha, 10, 11', 20<br />

e 46" de voluntarioso O 20· e o 46' ficaram protegen<strong>do</strong> a artilharia.<br />

Avançaram o ô· de linha e lO· e 11" de voluntal'Ío.• O 20· e o<br />

46° só ma' tarde avança!'am.<br />

« Marcheimos n'esta ordC'lTI, » diz o commanc1ante Paranho. I « até de'­<br />

cobril' a fortificaçõe ele Ourupali" , e as atacâm03 logo depoi. A briga<strong>da</strong><br />

conservou a ordem passiveI em um terreno ele macegal e pe." 0, e nrto<br />

sem difficuI<strong>da</strong>de pôde transpôr a trinclleira avançad·t, que, com u lU<br />

fosso profun<strong>do</strong>, serve de obra accessoria a foetificlÇãO de Ourupaity. A<br />

metralha e a fuzilaria dr) inimigo não imI ediram que nos fos os <strong>da</strong><br />

segun<strong>da</strong> linha ficas. em ca<strong>da</strong>veres de ofliciaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>' d'csLa brigll<strong>da</strong>.<br />

Ourupait} nilo ficou ain<strong>da</strong> em nosso poder, mas deve estar admiran<strong>do</strong><br />

os bravos que em seu. muros foram deixar a existencia, e pOl' certo<br />

temerá a vindicta <strong>do</strong>s seus companheiros de armas.<br />

« V. Ex. testemunhou de perto o comportamento <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, e por<br />

isso na<strong>da</strong> mais direi. Os com man<strong>da</strong>nte <strong>do</strong>s batalhões esforçaram-se im<br />

não ser excedi<strong>do</strong>s... »<br />

E ta briga<strong>da</strong> protegeu depois a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> exercito.<br />

O coruman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 6· de linhá foi feri<strong>do</strong>, ma não quiz recolher-se<br />

ao hospital. Os comman<strong>da</strong>nLes <strong>do</strong> 10" e 16° falam mortos junto<br />

às trincheiras inimigas.<br />

A briga<strong>da</strong> teve 356 homens fôra de combate, sen<strong>do</strong> 54 ofliciae .<br />

6· BATALHÃO DE IN.'A~TARIA D" LINHA.- Comman<strong>da</strong>nte interino,<br />

major Genuíno ele Sampaio (feri<strong>do</strong>).- Foi até à conLra e carpa <strong>da</strong><br />

fortificações de Curupaity. Retirou-se <strong>da</strong>s ':3 para as 4 horas <strong>da</strong> tal'de,<br />

O tenente Athayde Seixas CO~llman<strong>da</strong>va a linha de atira<strong>do</strong>l'es. Foi feri<strong>do</strong><br />

sobi'e a trincheira inimiga, e depo's <strong>do</strong>s primeiros curativos voltou ao<br />

combate.<br />

Na parte oflicial d'es~e comman<strong>da</strong>nte lê-se o seguinte:<br />

«.. , O alferes F. <strong>da</strong>s Chagas Pinheiro feZ-59 depo itario <strong>da</strong> bandeira<br />

<strong>do</strong> batalhão (I) na occasião em que o cadete que a conduzia cahio ao<br />

pé.<strong>da</strong> trincheira inimigas... »<br />

Teve estL\ batalhão 2 ofliciae'> e 10 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 5 o eiae e<br />

59 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 5 ofliciae e 11 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contuso (92 homen).<br />

(1) Vista a Thompson.<br />

A. 59


466<br />

10° BAT~LHÃ 1 DE VOLUNTARIOS (Bahia), - Comman<strong>da</strong>nte, major<br />

João A<strong>do</strong>lpho de Souza Bal'reto (morto). - Assumio o comman<strong>do</strong>, depois<br />

<strong>da</strong> morte d'este, junto á segun<strong>da</strong> linha de trincheiras, o capitão fi~cal<br />

Estevão Caetano <strong>da</strong> Cunha. Sen<strong>do</strong> este otRciai feri<strong>do</strong>, passou a dirigir<br />

o corpo O capitão A. <strong>do</strong> O' de Almei<strong>da</strong>.<br />

A parte official não dá pormenores. Entre os nomes <strong>do</strong>s officiaes<br />

elogia<strong>do</strong>s figura o <strong>do</strong> alferes A. Alves Henriques, « que conduzia a<br />

banc1eipa » (1).<br />

O comman<strong>da</strong>nte ouza Barreto, apezar de ter recebi<strong>do</strong> c10us ferimentos,<br />

não quiz deixar o batalhão, mas pouco (lepois foi fulminarlo<br />

por uma descarga de metralha,<br />

Este batalhão teve ;3 o:fficiM e !fi inferiore, e ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s morto', 8<br />

officiaes e 60 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, e 3 officiaes e 3 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

contusos (93 homens).<br />

110 BAT LHÃO DE VOLUNTARIOS (Pernambuco).- Comman<strong>da</strong>nte, major<br />

Ribeiro de Lima.- Marchou ás 7 horas <strong>da</strong> manhã e fi 'ou forn,a<strong>do</strong><br />

junto á primeira matta. Avançou depois sobre as trincheiras inimigas<br />

á 1 hora <strong>da</strong> tarde. Junto á bateria <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> « a briga<strong>da</strong> desen·<br />

volveu em columnas contiguas por batalhões, e carregou em accelera<strong>do</strong><br />

sobre o primeiro entrincheiramento inimigo. » Assalta<strong>do</strong> e ganho este,<br />

sem demora avançou o batalhão com o 6° de linha e o 10° de voluntarioso<br />

Chegaram os tres á segun<strong>da</strong> trincheira e empregaram inuteis esforços<br />

para venceI-a. Os alferes Coriolan <strong>do</strong>s Santos, Mendes Lins e Cypriano<br />

<strong>da</strong> Costa, foram' mortos « monta<strong>do</strong>s sobre a segun<strong>da</strong> trincheira. »<br />

« A bandeira <strong>do</strong> batalhãO (2) já na segun<strong>da</strong> trincheira foi despe<strong>da</strong>ça<strong>da</strong><br />

por um estilhaço, e o alferes Deoclecio Paula, que a conduzia,<br />

portou-se com uma bravura acima de to<strong>do</strong> o elogio. <strong>II</strong><br />

Ficaram fóra de combate: 3 officiaes e 16 ;inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

mortos; 9 officiaes e 47 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s; 2 officiaes e 6<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contusos (83 homens).<br />

20' BATALHÃO DE VOLUN'1'A1HOS (Alagôas)- Com man<strong>da</strong>nte, tenentecoronel<br />

CY?"lllo de Caslro.- Ficou protegen<strong>do</strong> a artilharia. Mais tarde<br />

recebeu <strong>do</strong> chefe interino <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>-maior, coronel Peixoto de Azeve<strong>do</strong>,<br />

ordem para avançar, porém pouco antes de começar a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

exercito.<br />

Fóra de combate ficaram 2 officiaes e 5 ol<strong>da</strong>d s mortos, 5 officiaes<br />

e 39 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s I'l ~ sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s cont Il, os (53 homen),<br />

(1) Vista a Thompson.<br />

(2) Idem.


46;<br />

16° BATALHÃO DH OL NTARlO (Bahia).- mman<strong>da</strong>n e, major AI_<br />

{w!e de _lbnm mar 0).- Ficou proteaen<strong>do</strong> a artilharia. Ayançou depo'<br />

por ordem <strong>do</strong> !renera] em chefe. Perto <strong>da</strong> egun<strong>da</strong> linha inimi!!a foi<br />

morto o comman<strong>da</strong>nte. O major Aniceto az pua dirimI' o batalhão,<br />

mas foi con u o na retira<strong>da</strong>, e eutreaou en . o o comman<strong>do</strong> ao capi ao<br />

Rodrigue ianna. E te batalhao foi um <strong>do</strong> que prot aeram a rem a<br />

<strong>do</strong> exercito.<br />

Ficaram<br />

"fficial e 19<br />

fóra de combate: morto' 1 official e -! sol<strong>da</strong><strong>do</strong> . feri<strong>do</strong>~ 1<br />

l<strong>da</strong><strong>do</strong> . can li o~. officia ~ e 5 ~ l<strong>da</strong><strong>do</strong>~ (35 homen) .<br />

6)<br />

DIVISÃO DA RS URRD\ (Ooronel A. F. al<strong>da</strong>s).<br />

Formavam esta divisão a briga<strong>da</strong> Barro e a concello , Landnlpho<br />

~Iedra<strong>do</strong> e Albino Pereira. omman<strong>da</strong>.a-a interinamente o tenente c0­<br />

ronel Augu o Francisco Cal<strong>da</strong> .<br />

Eis o principaes trecho' <strong>da</strong> parte o:fficial d'este chefe:<br />

(j Illm. r. -Ten<strong>do</strong> honiem, às 9 hora <strong>do</strong> dia, avan~a<strong>do</strong> com a.<br />

ala esquer<strong>da</strong>. de infantaria sob meu comman<strong>do</strong>, composta <strong>da</strong> ~ e 3"<br />

briga<strong>da</strong>s, e <strong>da</strong> 7" de cavallaria arma<strong>da</strong> á infantaria, occupei a boca<br />

<strong>da</strong> pica<strong>da</strong> em frente <strong>da</strong>s trincheiras <strong>do</strong> forte Ourupait", em sua extrema<br />

direita, conforme me foi ordena<strong>do</strong> pelo Exm. r. general comman<strong>da</strong>n e<br />

em chefe, e ahi agnardei as suas ordens para . , ltar o en rincheiramento.<br />

Meia hora depoi de meio dia, ao toque de avançar parti<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> quartel general em chefe, a marche-marche desfilaram uccessixamente,<br />

e estenderam em linha. o corpos 12° de voluntario , 11° de linha e<br />

5° 18°, 32° e 36° de voluntario que em pouco tempotran puzeram, cheio de<br />

valor e enthnsiasmo, as primeira obra-<strong>do</strong> inimigo, no meio de uma chn a<br />

de metralha, yomila<strong>da</strong> por dezenas (le bocas de fOlTo colloca<strong>da</strong>s na alta e<br />

extensa fortificação inimiga, logo augmenta<strong>da</strong> por 'Ova fuzilaria obre<br />

nos a linh1! . _ ~iro mandei avançar duas brigad ' de infantaria à direita<br />

<strong>da</strong> fortificação inimiga. in<strong>do</strong> em protecÇão a 7" briga<strong>da</strong>, que teve nece 5i<strong>da</strong>de<br />

de en rar immediatamente em acção, à .ií5ta <strong>do</strong> mortifero fogo que<br />

fazia o inimigo sobre no-~as briga<strong>da</strong>s de infantaria, tornan<strong>do</strong>- e quasi ímpo<br />

ivel a toma<strong>da</strong> de taes fortificações em raz(io <strong>do</strong> fo I) d artilh ri •<br />

que flanqueava e varria a~ no ~as linhas.<br />

O 8° batalhão de voluntario, pertencente á 2" briga<strong>da</strong>, achan<strong>do</strong>- e<br />

de protecção á artilharia, Ó appareceu depois de enaaja<strong>do</strong> o comba e,<br />

atacan<strong>do</strong> juntamente com a ala direi a o ponto que me hana si<strong>do</strong> con-


468<br />

fia<strong>do</strong>. Parte 'de nossa força galgou, pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> rir), .a fortificação inimiga,<br />

sen<strong>do</strong> victima <strong>da</strong> sua intrepidez, e na impossibili<strong>da</strong>de de susten·<br />

tar-se nessa po ição, forçoso foi retirar-Ne ao toque de rt'lunir, emana<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>.. quartel general em chefe.<br />

« Das partes j untas, <strong>do</strong>s di verso' com man<strong>da</strong>ntes de briga<strong>da</strong>s e corpos,<br />

verá V. S. to<strong>da</strong>s as circumstancias que se deram durante a ac~ão;<br />

cumprin<strong>do</strong>-me o dever de fazer chegar ao conhecimento elo Exm. Se.<br />

tenente general comman<strong>da</strong>nte em chefe <strong>do</strong> exercito, a maneira brio a por<br />

que se portaram os 81's. comman<strong>da</strong>ntes, de briga<strong>da</strong>, tenentes-coroneis<br />

Barros Vasconcellos, Landulpho Medra<strong>do</strong> e Albino Pereira..... »<br />

A parte official elogia varias outros chefes e officiaes, e declara<br />

que foram mortos os comman<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong> 32° e 36° de voluntarioso<br />

6 A).<br />

Brigalla Par? os e<br />

fT aSt'oncel/os (2 a Briga<strong>da</strong>, Di visão <strong>da</strong> l'SrlUer<strong>da</strong>)<br />

A 2' briga<strong>da</strong>, com man<strong>da</strong><strong>da</strong> interinamente pelo tenente coronel Barros<br />

e VasconcelloS' (depois brigadeiro honürario e barão de Penalva), compunha-se<br />

<strong>do</strong>s batalhões 5°, 8° e 12° de voluntarios e <strong>do</strong> 11° provisorio<br />

de linha.<br />

O 8' ficou protegen<strong>do</strong> a artilharia ~ s6 â ultima hora recebeu ordem<br />

para avan~ar, <strong>da</strong><strong>da</strong> p'elo chefe <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> maior.<br />

A parte <strong>do</strong> com man<strong>da</strong>nte (la briga<strong>da</strong> diz o , guinte:<br />

« Ten<strong>do</strong> feito formar ás 7 1/2 <strong>da</strong> manhã os batalhõe <strong>da</strong> '2' briga<strong>da</strong><br />

seguia esta com a ala esquer<strong>da</strong> rla 1d divisão, a que pertence, até peeto<br />

<strong>da</strong> extremi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pica<strong>da</strong>. que desemboca no campestre, a pequena distancia<br />

<strong>da</strong>s primeiras trincheiras <strong>do</strong> inimigo, e ahi fez alto, haven<strong>do</strong><br />

logo ao entrar na pic~.<strong>da</strong> estendi<strong>do</strong> em linha ele atira<strong>do</strong>res uma grande<br />

divisãO. <strong>do</strong> 11' de infantaria. Pela volta <strong>do</strong> meio dia,


A'~ -1 horas, pouco mai ou meno, a b['iaa<strong>da</strong> t\}V ord fi) d . r<br />

começo à retira<strong>da</strong>, pro egen<strong>do</strong> ao me mo tempo a COuducçãO <strong>do</strong> f~ll'ilh~<br />

en<strong>contra</strong><strong>do</strong>~ em caminho.<br />

Foram elogia<strong>do</strong>~ o comman<strong>da</strong>nte Ra.-mun<strong>do</strong> de úuza <strong>do</strong> d<br />

volllntari , e ,ario o ciae <strong>do</strong> lU mo ba allião, q le Cl rajo, ..:lUte .:;e<br />

lançaram omtr:! a e:l"un a trincheira; o alfere' Lopes F rreira,<br />

porta-bandeira (1) <strong>do</strong> 12° de ,oluo ario . o ,araento <strong>do</strong> 1 provi- rio<br />

de linha, icente Ferreira de a concello que, â fI' n e de '>0 e AR<br />

ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, cheaou a galgar a 'egun<strong>da</strong> trincheira e <strong>do</strong> ahi moI' O' o'<br />

comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> !2°. de 01untario e lI" provi' rio. e "ario, ou 1'0<br />

officiaes.<br />

: briga<strong>da</strong> te;-e 33: homen, fóra de combate, en<strong>do</strong> 92 omc·· es.<br />

5° BA.TALHÃO DE \'01•.TT3.RIO. .Rio de Janeiro). - omman<strong>da</strong>n e,<br />

major Raym.u <strong>do</strong> de o!tza.-.d.. hor <strong>da</strong> manhã marchou o batalhão<br />

com o demais <strong>da</strong> 2' briga<strong>da</strong>, e em column' con i!ru:l .<br />

«Fizemo alto na entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> pica<strong>da</strong> em frente ao entrincheiramento<br />

de te acampamento e depois de alauma hora de para<strong>da</strong> avançou a<br />

me ma briga<strong>da</strong> com a esquer<strong>da</strong> em frente, em 'egui<strong>da</strong> <strong>da</strong> ma ta dentro<br />

<strong>da</strong> qual de novo fazen<strong>do</strong> alto, no conset',â.mo até depoi <strong>do</strong> meio dia.<br />

Antes <strong>do</strong> toque de avan-;ar fui preveni<strong>do</strong> pelo re~pecú\-O chefe de q e<br />

logo que fo-se a dita matta tran po. ta, fo ~e mettend o meu ba alhã<br />

em linha, o que se effectuan<strong>do</strong> e ,en<strong>do</strong> pouco o e paço que inha a<br />

se ,encer 'obre o primeiro entrincheirameuto inimigo, foi e l!m o<br />

com promptidão. Forman<strong>do</strong> então linha as l' e ')5 grand dhisõ avançaram<br />

em freute, e a- 3' e 4', fOl'man<strong>do</strong> i"ualmenle linha bre a esquer<strong>da</strong>,<br />

elfectuaram a me; ma frente,. e, nesta ordem, ayançan<strong>do</strong> bre<br />

o entrincheiramentos de Curu taity fomo ob adus i ar UIU arande banha<strong>do</strong>,<br />

'en<strong>do</strong> preciso á divi õe <strong>da</strong> direita oita,arem para o mesmo franco<br />

e ás dua <strong>da</strong> ala e quer<strong>da</strong> sobre a matta ta po ição o foao de attilharia<br />

e fuzilal'ia inimiga foi terrivel e de-trui<strong>do</strong>r a l)Onto de o afiCO<br />

direito er quasi to<strong>do</strong> derrota<strong>do</strong>, e em mai poder avaUi'al : a ala esquer<strong>da</strong><br />

e o' demais corpos que atacavam sobre a mat a caerEloaaram com<br />

deno<strong>do</strong>; porém a ~orte quiz que na<strong>da</strong> e pude e fazer a tenta a u­<br />

perior po ição <strong>do</strong> inimigo. Da ala direita, onde me achava bem pouco<br />

bravos voltaram ao toque de reunir..... lt<br />

O comman<strong>da</strong>nte passa a elogiar o~ officiae yue mai e d- inl) iram<br />

en<strong>do</strong> um d'elles o tenente .~anto ilveira que COI duzia a bandeira e)·<br />

8° B.\TALHÃO 'IR VOL • TARJO..: Rio de Jaoeiro).- COlTIman<strong>da</strong>nte lajor<br />

Voltaú'e ('aj'CtIJl'!Ja. - Ficou' pr te en<strong>do</strong> a ar ilharia_ _--a I 'iç~o foi<br />

(1, Vj (, a Th'Jmp_vu.<br />

2) Vibt 'l ThJwp~()ll<br />

9


410<br />

morto por bala de canhão, as 7 1/2 <strong>da</strong> manhã « o bravo vo1untario paisano<br />

Francisco de Oamerino. »<br />

Mais tarde, jâ quasi termina<strong>do</strong> o combate, o chefe <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> maior<br />

ar [enou que o batalhão avança se. Essa ordem foi cumpri<strong>da</strong>.<br />

Teve o bata1 hão 9 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, '2 officiaes e 17 sol<strong>da</strong>d IS feri<strong>do</strong>s,<br />

4 officiaes e 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contusos (36 homens).<br />

12° BATALHÃO DE VOL NTARIOS. (Oorpo Policial <strong>da</strong> provincia <strong>do</strong> Rio<br />

de Janeiro).- Oomman<strong>da</strong>ute, tenente coronel J. J. ele Brito.- Este batalhãO<br />

chegou á <strong>contra</strong>-escarpa <strong>do</strong> 2° fôsso, e varias otliciaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

puderam penetrar em Ourupaity, sen<strong>do</strong>, porém, mortos ou repelli<strong>do</strong>s. O<br />

alferes que conduzia a bandeira (1), Lopes Ferreira, no momento em que<br />

a ia cravar na trincheira, teve a mão despe<strong>da</strong>ça<strong>da</strong> por uma bala. O<br />

alferes Garcia apoderou-se logo <strong>do</strong> estan<strong>da</strong>rte nacional, e, sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>,<br />

entregou-o ac, sargento Par<strong>da</strong>l. Travou-se então uma luta renhi<strong>da</strong> no<br />

alto <strong>da</strong> trincheira e junto ao fôsso, ,procuran<strong>do</strong> os i-'araguayos apoderar-se<br />

d'essa insignia, que afinal foi salva, « criva<strong>da</strong> de balas, ensanguenta<strong>da</strong><br />

e com a haste parti<strong>da</strong>. »<br />

Em uma <strong>da</strong>s notas ao Cap. X<strong>II</strong> (pag. 126 <strong>do</strong> pL'esente vaI.) ficou reproduzi<strong>do</strong><br />

este trecho <strong>da</strong> pa.rte o:ffi.ciaI.<br />

O batalhãO teve ~ officiaes e 30 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s lUortos, 6 officiaes<br />

e 54 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 14 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s contusos (106 homens).<br />

11 ° BATALHÃO PROVISORIO DE INFA. TARfA DE LINHA.-Oomman<strong>da</strong>nte,<br />

major PereÍl'a ele jJface<strong>do</strong>. - A parte o:fijcial limita-se a dizer que o<br />

batalhão cheguu à segun<strong>da</strong> triucheira. \ per<strong>da</strong> que teve foi de 2 oili.<br />

ciaes e 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 3 o:ffi.ciaes e 61 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e 11 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

contusos (94 homens).<br />

6 B.)<br />

Brigaria Landul{Jho }It'Clm lo (3' Briga<strong>da</strong>, Di"isão <strong>da</strong> e,quer<strong>da</strong>)<br />

A briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> tenente-coronel Landulpho <strong>da</strong> Hocha Medra<strong>do</strong> com<br />

punha-se <strong>do</strong>s batalhões 18°, 32° e :JCO de voluntarioso<br />

A parte official diz o eguiote:<br />

« A's 7 1/2 horas, estan<strong>do</strong> forma<strong>da</strong> a briga<strong>da</strong> com 1.051 praças,<br />

avançou na rctaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> 2·, metten<strong>do</strong> em columna de fun<strong>do</strong> de grandes<br />

divisões, formatura esta que conservou até à estreita sahi<strong>da</strong> de nos as<br />

trincheiras, onde passou de costa<strong>do</strong>; depois, forman<strong>do</strong> naquella ordem,<br />

(l) Vista li- ThompEon.


471<br />

man<strong>do</strong>u V. S. metter em linha de columna contiguas á. esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

2 1 briga<strong>da</strong>, mas a falta de terreno só permittio que marchassem nesta<br />

ordgm I)S corpos 18 0 e 32° seguin<strong>do</strong> o :36° na retaguar<strong>da</strong> de te ultimo,<br />

até o matto à entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> pica<strong>da</strong>, onde fizemos alto. Meia hora depois,<br />

por ordem de V. S., que se achava na frente com um batalhão, segui<br />

na retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> 2" briga<strong>da</strong> com os corpos forma<strong>do</strong>s a 4 por cau a<br />

<strong>da</strong> estreitesa <strong>da</strong> pica<strong>da</strong>. A's 9 1/4 fizemos alto no centro <strong>da</strong> matta, não<br />

teri<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> a cau<strong>da</strong> <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> entra<strong>do</strong> na pica<strong>da</strong>, onde fomos inquieta<strong>do</strong> PUl'<br />

algumas bombas <strong>da</strong> trincheiras inimigas, que feriram gravemente a<br />

varias officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Permanecemos nesta pica<strong>da</strong> até poucos minutos<br />

depois <strong>do</strong> meio dia, quan<strong>do</strong> deu-se o toque de avançar, cujo rui<strong>do</strong> despertou<br />

o inimigo a nosso respeito, fazen<strong>do</strong> logo sobre nós uma araiva<strong>da</strong><br />

de metralha. Ao desembocar <strong>da</strong> pica<strong>da</strong>, no pequeno campo corta<strong>do</strong> pelu<br />

pequena linha de fossos inimigos,' recebi ordem de V. S. de metter a<br />

briga<strong>da</strong> em linha, na extrema esquer<strong>da</strong>, e atacar a direita <strong>do</strong> inimigo;<br />

pelo que fiz avançar os COTpOS 18° e 32°, obliquan<strong>do</strong> â esquer<strong>da</strong>, por<br />

dentro de matto tão cerra<strong>do</strong> que, por vezes, o sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s foram obriga<strong>do</strong>s<br />

a abrir passagem com os sabres.-Sati fez-me completamente o<br />

enthusiasmo com que ava.nçavam OH corpos 18" e 32° em accelera<strong>do</strong>, pela<br />

.matta, e o 36°, ten<strong>do</strong> á sua frente o seu bravo comman<strong>da</strong>nte o capitão<br />

Hypolito Mendes <strong>da</strong> Fonseca, a quem dei ordem que desembocasse pela<br />

pica<strong>da</strong> e atacasse as trincheiras na sua frente, forman<strong>do</strong> a direita <strong>da</strong><br />

briga<strong>da</strong>, e acompanhel-o a pé por ter deixa<strong>do</strong> o me~ cavallo, para<br />

fazer avançar os <strong>do</strong>us primeiros corpos pelo matto. Oheguei ao primeiro<br />

fosso inimigo a tempo de fazer avançar tre companhias <strong>do</strong> 36", que se<br />

curvavam a um terrivel fooo de metralha e fuzilaria, sen<strong>do</strong> naquelle<br />

momento feri<strong>do</strong>s a meu la<strong>do</strong> o tenente aju<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 32°, ('unha, Guimarães,<br />

e algumas praças. Fiz passar o fôsso, que era largo e profun<strong>do</strong>,<br />

ás ditas tres companhias <strong>do</strong> 36° que, a despeito <strong>da</strong>s ordens e gritos que<br />

<strong>da</strong>va, que eguissem em frente para se reunirem ao seu batalhão, que<br />

naquelle momento batia-se com o maior deno<strong>do</strong> na segun<strong>da</strong> linha de trincheiras,<br />

obliquavam á esquer<strong>da</strong> e iam combater juntas aos corpos l8° e<br />

32°. O corpo 32° batia-se com deno<strong>do</strong>, atacan<strong>do</strong> a direita <strong>do</strong> inimigo,<br />

guarneci<strong>da</strong> de numerosa artilharia que fazia vivissimo fogo; notan<strong>do</strong>-se<br />

algumas peças na sua extrema direita que pareciam desmonta<strong>da</strong>s. O<br />

bravo capitão Joaquim Fabricio de Mattos, que comman<strong>da</strong>va interinamente<br />

o 32° cahio morto quan<strong>do</strong> mais vivamente animava os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s' para um<br />

vigoroso ataque; morreu em seu posto de honra. O 18° guia<strong>do</strong> pelo seu<br />

comman<strong>da</strong>nte, o tenente-coronel Antonio Martins de Amorim Rangel, com<br />

a sua habitual calma e bravura, fez quanto cabia no passiveI; a artilharia<br />

e fuzilaria inimiga abriam grandes claros nesses <strong>do</strong>us batalhõ'es.


472<br />

o 36°, anima<strong>do</strong> pelo eu brirJso e bravo comman<strong>da</strong>nte o capitão Hypolito<br />

Mende <strong>da</strong> Fonseca, atacou com deno<strong>do</strong>, forman<strong>do</strong> a direita <strong>da</strong> brjga<strong>da</strong>,<br />

mas muito ce<strong>do</strong> teve ue lastimar a morte deste di tincto oflicial cujo<br />

ca<strong>da</strong>ver muitas praç'ls <strong>do</strong> corpo affirmam ter visto junto ás trincheiras.<br />

Os tres corpos <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> demm tres violentos ataques com alguns outros<br />

C.J1'pOS ela CQlumna <strong>do</strong> centro, at.é que á chega<strong>da</strong> de alguns outros corpos nossos<br />

de lanceirüs a. pé, fez sahir dentre elies gritos de-a cavalla'l"ifh nos cOI'ia<br />

a ~'claguar<strong>da</strong>-que fizeram deban<strong>da</strong>r muitos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, e as linhas, recuan<strong>do</strong><br />

em desordem, entrincheiraram-se na matta, sem que se conseguisse mais<br />

fazeI os avan~ar, e assim sus,tentaram o fogo até ao toque de retirar, combaten<strong>do</strong><br />

já dispersa<strong>do</strong>s. Pos o garantir a V. S. que a 3' briga<strong>da</strong> cumpria<br />

o seu dever, combaten<strong>do</strong> com a maior coragem debaixo <strong>do</strong> vivissimo<br />

fogo de artilharia e fuzilaria inimiga, em uma posição que nos <strong>do</strong>minava<br />

completamente. »<br />

A briga<strong>da</strong> teve 30· homens fóra de combate, sen<strong>do</strong> 26 officiaes.<br />

18° BATALHÃO DE~VOLUNTARIOS (Minas Geraes).-Comman<strong>da</strong>nte, tenentecoronel<br />

Amo,'mt Rang l.-Avançou <strong>contra</strong> a segun<strong>da</strong> linha entrincheira<strong>da</strong>.<br />

Teve fóra de combate: mortos, 1 offieia1 e 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s,<br />

3 offieiaes e 59 inferiores e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; contusos, 6 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (71 homens),<br />

3'2° BATA; HÃo DE VOLUNTATlIOS (Rio de Janeiro e Bahia), - Comman<strong>da</strong>nte,<br />

capitão Fabricio ele M attos (morto). Foi substitui<strong>do</strong> pelo<br />

capitão Justino Mello.<br />

Este batalhão e o 18° atacaram tres vezes a trincheira inimiga.<br />

No ultimo ataque foi morto 0 comman<strong>da</strong>nte, e vin<strong>do</strong> de reforço os<br />

nossos lanceit'os a pé, appareceram na -frente gritos de - «a cavallaria<br />

nos corta a retaguar<strong>da</strong>». Começaram os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s d'este e <strong>do</strong>~ outros<br />

corpos <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> a recuar para a matta e ahi se entrincheil'aram sustentan<strong>do</strong><br />

o fogo. Os tres batalhões <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> já estavam reduzi<strong>do</strong>s a pouco mais<br />

de 700 praças, incluin<strong>do</strong> as que se occupavam na conducção <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s<br />

e por isso não foi mais passiveI voltar á carga. A's 4 hOl'as <strong>da</strong> tarde,<br />

a" toque de retira<strong>da</strong>, o capitão Justino de Mello reunia a custo as<br />

praças <strong>do</strong> carpI}, pois pela maior parte combatiam dispersas.<br />

A per<strong>da</strong> <strong>do</strong> batalhüo foi de 4 officiaes e 24 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 4 officiaes<br />

e 62 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s, e 2 offieiaes e 1 solJa<strong>do</strong> contusos (91<br />

homens).<br />

36° BATALHÃO DE VüLUNTARI0S (MaranhãO). -Oommanclante, capitão<br />

<strong>II</strong>ypolito <strong>da</strong> Fonseca. Foi morto sobre a segun<strong>da</strong> trincheira inimiga em<br />

uma <strong>da</strong>s investi<strong>da</strong>s que fez. Sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s os cajJitães A, A. Alves e<br />

'Abbadie, voltou o batalhão sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente J. A. <strong>da</strong> Cunha.


473<br />

Ficaram f6ra de combate Ô officiaes e 45 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s morto. 5 officiaell<br />

e 73 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>~, 1 official e 9 ol<strong>da</strong><strong>do</strong> contuso e 1 'ol<strong>da</strong><strong>do</strong> extravia<strong>do</strong><br />

(14') homens).<br />

6 C)<br />

Briga<strong>da</strong> _llbino Perewa (7' Briga<strong>da</strong>, Divi ão <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>)<br />

A briga<strong>da</strong> <strong>do</strong> tenente coronel Albino J. Pereira c mpunha-se <strong>do</strong>s<br />

corpos provisorios de cavallaria <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional 7°, 8° e 9°. {archaram<br />

a pé, arma<strong>do</strong>s ele carabinas e lan~as.<br />

A parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga.<strong>da</strong> diz apenas que e ta<br />

avançou na retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> 2,' e :1" e que atacou depois com deno<strong>do</strong> o<br />

entrincheiramento inimigo.<br />

Ficaram fóra de combate 184 homens, sen<strong>do</strong> 19 officiae .<br />

7° CORPO PROVISClRIO DA GUARDA NACIONAL (Rio Grande <strong>do</strong> ul).­<br />

Comman<strong>da</strong>nte, major Rodl'igues Lima (feri<strong>do</strong> e substitui<strong>do</strong> pelo capitão<br />

Gonçalves Cabral,. que tambem foi feri<strong>do</strong>). A per<strong>da</strong> que soffreu este<br />

corpo foi esta: mortos, 1 official e 16 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s, 1 official e<br />

51 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; contusos, 6 officiaes e 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (77 homens).<br />

8° CORPO PROVIS RIO DA GUARDA NACIONAL (Rio Grande <strong>do</strong> 8ul).­<br />

Oomman<strong>da</strong>nte, tenente coronel Nunes ele Souza. Teve este corpo 1 official<br />

e 9 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, e 5 ofticiaes e O 'ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong> (65 homen).<br />

9° OOIlPO PROVISORIO DA GUARDA. NACIoNAL. - Com man<strong>da</strong>nte, major<br />

AU1'eliano de Andrade. Foi feri<strong>do</strong>, assim como o capitão que servia<br />

de fiscal, Xavier de Azambuja. O comman<strong>do</strong> passou ao capitão Justino<br />

Bueno.<br />

O corpo teve 11 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, 4 o.fficiaes e 25 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s,<br />

e I oflicial e 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> contusos (42 homens).<br />

As partes ofliciaes d'e tes commanc1antes não dãO outro pormenores.<br />

3' fnVlSÃO (Ooronel Lucas de Lima),<br />

A 3" divisão, <strong>do</strong> coronel Lucas de Lima, compunha- e na O, e 8'<br />

briga<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> briga<strong>da</strong> ligeira. Só a primeira e ultima entraram em COm­<br />

A<br />

(lO


ate. Da 8& briga<strong>da</strong> o corpo n. 12 <strong>da</strong> guarJa nacional teve varios fe~<br />

ri<strong>do</strong>, cujo numero não podemos fixar porque a relaçã.o nominal publica<strong>da</strong><br />

apenas faz menção de 1 alferes.<br />

A 6' briga<strong>da</strong> (Va co Alves) e a briga<strong>da</strong> ligeira (Astrogil<strong>do</strong>) protegeram<br />

a retaguar<strong>da</strong> ela infantaria, mas afinal foram reforçar as columnas<br />

de ataque e chegaram tambem a inve til' a segun<strong>da</strong> linha<br />

inimiga. Iam arma<strong>da</strong> de lanças.<br />

O comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 6' briga<strong>da</strong>, tenente coronel Va co Alves (depoi<br />

barão de Santa Anna elo Livramento) foi feri<strong>do</strong>.<br />

Tiveram as 2 briga<strong>da</strong>s 312 homens fÓl'a L1e comba.te, sen<strong>do</strong> :n officiaes.<br />

7 A)<br />

'Briga<strong>da</strong> TlasGo .Uves (6" Brig'a<strong>da</strong>, 3- Divião),<br />

Esta briga<strong>da</strong>, composta elos corpo provi orios <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional<br />

4°,5° e 10°, teve 177 homens fóra de combate, sen<strong>do</strong> 13 officiaes.<br />

Haven<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> um ferimento o cOlUman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, passou<br />

a dirigil-a na retira<strong>da</strong> o tenente coronel cO!;!lman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 5° corpo.<br />

Ll° CORPO PROVISORIO DE CAVALLARU. DA GUARDA -ACIOl AL (Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Sul).-Comman<strong>da</strong>nte interino, capitão Castilho <strong>do</strong>s Reis (morto)­<br />

Segun<strong>do</strong> a parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>, foi eSte capitão<br />

quem comman<strong>do</strong>u o corpo, estan<strong>do</strong> enfermo o major Oliveira Ayres,<br />

Foram mortos o com man<strong>da</strong>nte tnterinó e 9 praça de pret, feri<strong>do</strong> 2<br />

officiaes e 23 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e contusos \) sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (44 homen).<br />

5° CORPO PROVI ORro DE CAVALLAltIA DA GUARDA ACIO~AL (Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Sul). -Comman<strong>da</strong>nte, tenente-coronel Gom.es de Carüalho. Este official<br />

comman<strong>do</strong>u tambem a briga<strong>da</strong> no fim <strong>do</strong> combate, depois <strong>do</strong> ferimento<br />

de Vasco Alves.<br />

Fóra de combate ficaram: mortos, 3 officiae e 14 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s,<br />

3 officiaes e 76 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; contusos, 3 ol<strong>da</strong><strong>do</strong> (99 homens).<br />

10° CORPO PROVISORlO DE CAYA.LLARI DA GUARDA 1 ACIONAL (Rio<br />

Grande <strong>do</strong> :::iul). -Comman<strong>da</strong>nte, major Rod1~igttes Cwulié. - Ficaram<br />

mortos 4 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, feri<strong>do</strong>s 2 officiae e 19 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>, e contusos 1 official<br />

e 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> (33 homen).


475<br />

7 B)<br />

Briga<strong>da</strong> Ast?'ogil<strong>do</strong> (Briga<strong>da</strong> ligeira, 3" Divisão) .<br />

o tenente-coronel A trogil<strong>do</strong> Pereira <strong>da</strong> Costa deixou, por ordem<br />

<strong>do</strong> general em chefe, o comman<strong>do</strong> <strong>da</strong> brIga<strong>da</strong> ligeira, para ir servir<br />

de guia á columna <strong>da</strong> esquel'<strong>da</strong>.<br />

A briga<strong>da</strong> ficou, por isso, durante o ataque, sob a direcção <strong>do</strong><br />

major Bento Gonçalves <strong>da</strong> Silva, o qual foi feri<strong>do</strong>.<br />

Os tres corpos que formavam esta briga<strong>da</strong> (13°, 14° e 15° <strong>da</strong> guar<strong>da</strong><br />

nacional) avançaram tambem <strong>contra</strong> a trincheiras inimigas para reforçar<br />

a infantaria, que já havia soffri<strong>do</strong> grand,es per<strong>da</strong>s. F6ra de combate<br />

ficaram 133 homens, sen<strong>do</strong> 16 officiaes.<br />

13· CORPO PROVISORIO DE CAVALLARIA DA GUARDA AOIONAL (Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Slll).-Comman<strong>da</strong>nte, major Vasco <strong>da</strong> Gosla.- Deste corpo<br />

estavam monta<strong>do</strong>s 2 eS'luadrões. O alferes Melchior Soares e o sargento<br />

Leopoldina de Paiva combateram ao la<strong>do</strong> <strong>da</strong>s tropas argentinas, por<br />

terem si<strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong>s de mostrar-lhe o terreno por onde deviam<br />

avançar. Na ordem <strong>do</strong> dia n. 9~, foi publica<strong>do</strong> um ofncio <strong>do</strong><br />

coronel argentino Avalos, e um atte ta<strong>do</strong> com a assignatura de varias<br />

officiaes <strong>da</strong> mesma nacionali<strong>da</strong>d. esses <strong>do</strong>cumentos declara- e que<br />

o argento Leopoldino Paiva, déra prova «de um valor incomparavel »<br />

O l° sargento que conduzia o e tan<strong>da</strong>rte (1), A. J. de Faria, cravou-o<br />

na trin.cheira paraguaya. O e tan<strong>da</strong>rte voltou dilacera<strong>do</strong> pela metralha<br />

e balas inimigas.<br />

Entre os officiae e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>. elogia<strong>do</strong> figura o nome <strong>do</strong> sargento<br />

Partiria Brazil, que servia sem perceber vencimento algum, e pela segun<strong>da</strong><br />

vez portou-se com o maior den <strong>do</strong>.<br />

Teve este corpo 1 official e 7 s l<strong>da</strong><strong>do</strong> morto., 1 official e 1G sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

contu ·os (43 homen).<br />

14° C:.>RPO PROVI ORIO DE OA-YALLARIA DA GUARD.~ ~ A. lONAL (Rio<br />

G,rande <strong>do</strong> Sul). - Comman<strong>da</strong>nte, majol' Bento Gnnçalve <strong>da</strong> ':'tl~ a<br />

(feri<strong>do</strong>).-A parte official elogia, entre outros officiae os porta-estan<strong>da</strong>r··<br />

tas (2) alferes Ismael Alve, Bento zambuja e Cornelio Bueno. O<br />

segun<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>, cahio: o argento ~Iâ.noel de Lemos passou a<br />

substituil-o. O terceiro, por estar enfermo e fatiga<strong>do</strong>, teve de retirar-se:<br />

(1) Vi La a Thompson.<br />

'2, Vista a Thom 50 .


476<br />

o sargento Gustavo Don<strong>do</strong>rf tomou o estan<strong>da</strong>rte e o conduzio até ao<br />

fim <strong>do</strong> combate.<br />

Depoi <strong>do</strong> ferimento <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte, dirigia este corpo o capitão<br />

Henrique J. Barbosa.<br />

Ficaram fóra de combate: mortos, 1 official e 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s,<br />

5 officiaes e 33 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; e contusos, 5 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (49 homens).<br />

15° CORPO PROVISORIO DE CAVALLARlf\. DA GUARDA NA 'IONAL (Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Sul). - Comman<strong>da</strong>nte, major A ntonio Alves Pere~ra. - A<br />

parte official diz que ao toque de avançar seguia o corpo com o maior<br />

enthusiasmo, cumprin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s o seu dever.<br />

Foram mortos 2 officiaes e 11 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s, 3 officiaes e 19<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>; e contuso, 90íficiaes e 4 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> (41 homens).<br />

60<br />

Doe '3m. TUS RELATH O" ,\. PARTE QUE TOMOU O EXERCiTO<br />

ARGENTINO ~O ATAQ E DE C R PAITY (1)<br />

1)<br />

Po?'1e Offic;i(l~ <strong>do</strong> gel1e?'al em chete elo CXBi'cito alUaclo<br />

« El Presidente de la Republica, Jeneral en Jefe deI Ejército.<br />

« Cuadel jenera1 em Curuzú, Setiembre 24 de 1866.<br />

« \.l Exmo. r. mini tI'O interino de la <strong>guerra</strong>, coronel D. Julian<br />

lIlartin z.<br />

« Síl'va e E. poner eu conocimiento de . E. el ;31'. Vice-<br />

Pre idente de la República, que el 22 deI corriente à la cabeza deI lo<br />

y 90 cuerpo de ejército argentino bajo la immediata óldenes deI jeneral<br />

Paunero y deI jenera 1 Emilio Mitre 'deI 2° cuerpo de ejército brasilero à<br />

las órdenes deI teniente jeneral barou de Porto-Alegre, forman<strong>do</strong> un total de<br />

ma de le .000 homb.re_, hallàn<strong>do</strong> e equilibra<strong>da</strong> la fuerza de ambos alia<strong>do</strong>_,<br />

emprendi el ataque obre la liDe' de fortificacion de Curupayty,<br />

artilla<strong>da</strong> por -6 pieza, y guam ci<strong>da</strong> por 14 batallone. . errun la<br />

noticia adquiri<strong>da</strong>.<br />

« EI ataque fu precedi<strong>do</strong> por uu vivo b mbardeo de 4 hora,<br />

hecho por la escuadra, brasilera à la órden deI almirante vízconde de<br />

:1) O gOYOl'UO' ul'g nUno Cl'Gon uUla me<strong>da</strong>lha d (li IiUC~ii


477<br />

Taman<strong>da</strong>ré, la que forzó las estaca<strong>da</strong>s deI rio frente à Clu'upayty, salvan<strong>do</strong><br />

la línea de torpe<strong>do</strong>s.<br />

« A las 12 del dia se dió la sefíal de asalto h las tropa de<br />

tierra, el que se emprendió en 4 columnas de ataque convenientemente<br />

apoya<strong>da</strong>s por sus reservas y por 2 baterias, una argentina y v.l'.l brasilera,<br />

que obraban cruzan<strong>do</strong> sus fuegos desde los <strong>do</strong> flanco deI frente<br />

de ataque.<br />

«Las 2 columnas de ataque de la izquier<strong>da</strong>, por la parte deI<br />

rio, erau compuestas de tropas brasileras y las 2 de la derecha pertencian<br />

aI ejército argentino. Las :2 columnas centrales que constituian<br />

la base deI ataque, marcharon deno<strong>da</strong><strong>da</strong>mente aI as alto, vigorosamente<br />

apoya<strong>da</strong>s por las columna. de los flancos que marchaban paralelamente,<br />

. y en este órden se llevó el asaIto bajo el fuego de fasileria y de<br />

me~ralla deI enemigo, forzan<strong>do</strong> su primera linea de fortificaciones y<br />

avanzan<strong>do</strong> hasta el foso de la segun<strong>da</strong> linea, defendi<strong>da</strong> por una ancha<br />

linea de abatis, sobre la cual converjian to<strong>do</strong>s los tiros de la artilleria<br />

enemiga.<br />

« Conteni<strong>do</strong> eI impetu deI ataque por la línea de' abatis que se<br />

componia de gruesos árboles espinosos enterra<strong>do</strong>s por los troncos, y<br />

que en mas de 30 varas obstruian el acceso de la trinchera, los cuales<br />

no era posible incendiar, se procuró abrir en ella algunos portillos,<br />

hacien<strong>do</strong> penetrar por elIos algunas compafí.ias que <strong>do</strong>minasen con su<br />

fuegos el parapeto enemigo J" permitiesen colmar el foso con fajinas y<br />

plantar las escalas que se llevaban prepara<strong>da</strong>s. Como V. E. lo sabe<br />

muy bien, las lineas de abatis no han si<strong>do</strong> forza<strong>da</strong>s nunca en asalto<br />

franco, ni aun por las primeras tropas deI mun<strong>do</strong>, asi es que fué necesario<br />

reforzar el ataque con la segun<strong>da</strong> línea de re erva parciales,<br />

comprometien<strong>do</strong> en las 2 columnas de ataque central 24 batallone' (12<br />

en ca<strong>da</strong> una de ellas), mientras que las otras <strong>do</strong> columnas de lo<br />

estremas maniobraban á fin de forzar los flancos de la linea enemiga<br />

que se apoyaba, por la derecha, en el rio <strong>Paraguay</strong> cubierta por un<br />

triple recinto y un bosque, y por la izquier<strong>da</strong> en <strong>do</strong>s lagos con una<br />

<strong>do</strong>bla línea cubierta por un bosque y <strong>do</strong>s estero impenetrables que se<br />

prolongaban hàcia la retaguard:a ele nuestra derecha, <strong>do</strong>nde se lIabian<br />

estabeleci<strong>do</strong> algunas baterias ele flanco y de revé.<br />

« Salva<strong>do</strong>s por la columna arjentina la' espresa<strong>da</strong>s bateria. de<br />

flanco y de raves, á cu,yo frente se elejó una cuarta linea de observacion<br />

que á la vez de cnbrir nue tro flanco, apoyaba la tercera linea<br />

de reservas jenerales, se estableci6 alli una bateria arjentina para<br />

<strong>contra</strong>batirlas, no sien<strong>do</strong> posible flanquear por alli la posicion enemiga<br />

por 'er los estero' y el bosque de to<strong>do</strong> punto impenetrable .


478<br />

« Reforza<strong>do</strong>, como que<strong>da</strong> antes dicho, el ataque central se muntuvo<br />

por el espacio de 2 horas y cuarto, <strong>do</strong>minan<strong>do</strong> la ultima linea deI<br />

enemigo, hacien<strong>do</strong> fuego desde lo alto de los abatis bajo las disparos<br />

incesantes de 30 piezas que tiraban á metralla, plantan<strong>do</strong>se algunas<br />

escalas en el fosso y penetran<strong>do</strong> algunos hasta la cresta deI parapeto.<br />

« En esta circunstancia, habién<strong>do</strong>nos puesto de acuer<strong>do</strong> con el<br />

baron de Porto-Alegre, y vien<strong>do</strong> que no 0:"0. posible forza'r vantajosamente<br />

la linea de abatis pal'a llevar el as alto jeneral smó comprometien<strong>do</strong><br />

nuestras ultimas reservas y que una vez' <strong>do</strong>mina<strong>da</strong> la trinchera<br />

no se obtendrian los frutos de tal victoria parcial desde que no<br />

se conservasen tropas suficientes para penetrar eu órden aI interiol'<br />

de las lineas y hacer frente alli á las reservas deI enemigo, acor<strong>da</strong>mos<br />

ma?-<strong>da</strong>r replegar simultáneamente y en órden las columna<br />

comprometi<strong>da</strong>s eu el ataque, reunien<strong>do</strong> préviamente to<strong>do</strong>s nuestros heri<strong>do</strong>s<br />

y trayén<strong>do</strong>los á nuestras res.ervas. Asi se efectuó despues de las 2 de<br />

la tarde, replegán<strong>do</strong>se los batallones con sus banderas de plega<strong>da</strong>s à.<br />

retaguardia de nuestra }inea de reservas', que convenientemente forma<strong>da</strong><br />

se estableció dentro de! tiro de metralla á 400 varas de la linea. enemiga,<br />

protejien<strong>do</strong> este movimiento.<br />

« Desde la hora en que se efectuó el movimiento hasta despues<br />

de las 5 de la tarde, es decil', por espacio de mas de 3 hora me<br />

mantuve en la misma disposlcion y ã la misma distancia, avanzan<strong>do</strong><br />

una linea de tira<strong>do</strong>res sobre la trinchel'a enemiga y mantenien<strong>do</strong> el<br />

fuego hajo el tiro de metralla, sin que un solo enemigo e atreviese<br />

ii. salir de sus fortificaciones y sin sufrir mas hostili<strong>da</strong>d que la de su<br />

artilleria, que era convenientemente contesta<strong>da</strong> por la nuestra.<br />

« Pasa<strong>da</strong>s las 3 de la tarde y recoji<strong>do</strong>s to<strong>do</strong> nuestros heri<strong>do</strong>',<br />

ordené el movimiento en retira<strong>da</strong> por escalones, salvan<strong>do</strong> nuevamente<br />

y con muy poca pérdi<strong>da</strong> las baterias de flanco deI enemigo, regresan<strong>do</strong><br />

antes deI auochecer á ocupar nuestra.' anteriores lJosiciones en<br />

Curuzú, <strong>do</strong>nde permanecemos hasta la fecha.<br />

« El denue<strong>do</strong> de las tropas tanto brasilera como arjentinas no<br />

lia podi<strong>do</strong> ser mas grande en esta jorna<strong>da</strong> y ningun elojio necesitan<br />

para que to<strong>do</strong>s le hagan la mereci<strong>da</strong> justicia; por lo tanto, me limitará<br />

á decil' que la comportacion de to<strong>do</strong>' ha si<strong>do</strong> heroica, y que,<br />

presente en el fuego durante la. 5 horas de combate, co.usidero a to<strong>do</strong>s,<br />

sin escepcion alguna, acree<strong>do</strong>res à. la gratitud deI pueblo y à. la considel'acion<br />

deI gobiemo, recomen<strong>da</strong>n<strong>do</strong> mu,v especialmeute â. los que con<br />

tanto denue<strong>do</strong> mardlaron aI a:'alto y murierotl glorio amente encima<br />

de la trineheras.<br />

« Nuestra pérdi<strong>da</strong>s han si<strong>do</strong> con lderables J' sensibles. Las pàr-


79<br />


480<br />

serva janeral, a cuya cabeza me coloqué, para dirijir el to<strong>do</strong> de la<br />

operacion, bajo la inmediata inspiracion dê . E., estaba forma<strong>da</strong> por<br />

la seguncla diVlsion aI man<strong>do</strong> deI coronel D. José M. Arre<strong>do</strong>n<strong>do</strong>, compuesta<br />

de los batallones 4° y 6° de línea, « Riojano » y lejion« la<br />

ele Voluntaríos », y lercercl division bajo el man<strong>do</strong> deI coronel D. José<br />

R. EsquiveI, compuesta de los batallones «Correntino », « Rosario »,<br />

«Catamarque:íi.o » y «Tucumano ».<br />

« EI asalto de los atrincheramientos eÍlemigos se inició a las <strong>do</strong>ce<br />

y cuarto deI dia con las divisiones cuarta y primera, avan3an<strong>do</strong> sus batallonas<br />

bajo un fuego mortífero de bombas, metralla y fusilaria, hasta<br />

la orilla deI ancho y profun<strong>do</strong> foso yue, precedi<strong>do</strong> y segui<strong>do</strong> de inabor<strong>da</strong>bles<br />

abatis de ramas y troncos de arboles, y de un eleva<strong>do</strong> parapeto,<br />

hacia imposible cruzar nuestras bayonetas con las enemigas, no obstante<br />

haber ocupa<strong>do</strong> el foso mucha parte de lluestra infanteria.<br />

« Comprometi<strong>do</strong> a la vez el ataque á nuestra izquier<strong>da</strong> por el 2·<br />

cuerpo brasilero, cuya 2 a columna formaba sistema con la que man<strong>da</strong>ba<br />

el coronel Rivas, y este habién<strong>do</strong>me pedi<strong>do</strong> refuerzo, desprendi<br />

en su apoyo la 2 a division. cuya intrepidez no menos brillante que la<br />

de aquellas otras, la condujo hasta desplegar el pié de las trincheras<br />

deI enemigo.<br />

« Cuan<strong>do</strong> V j E. j uzg6 ineficaces los grandes esfuerzos de aquelas<br />

tropas, pues atrincheramientos de tal naturaleza nunca fueron salva<strong>do</strong>s<br />

por el mas pujante heroismo, V. E. se sirvi6 impartir la órden de<br />

retirarse sacan<strong>do</strong> los heri<strong>do</strong>s, á la cual se dió cumplímiento con to<strong>da</strong><br />

la regulari<strong>da</strong>d deseable.<br />

«La tercera division coloca<strong>da</strong> de antemano á menos de 300 metros<br />

de las fortíficaciones, proteji6 esta operacion; conserván<strong>do</strong>se el grueso<br />

de ella en espectativa bajo un fuego incesante de bombas y metrallas<br />

que de to<strong>da</strong>s sus baterias dirijia eI enemigo; desprendién<strong>do</strong>se á la vez<br />

guerrillas por nuestra parte para ejecutar un minucioso recojimiento<br />

de heri<strong>do</strong>s.<br />

~ Durante mas de 2 horas de ataque sobre la tnismas trincheras,<br />

y en segui<strong>da</strong>, en las 3 horas mas que fué necesario intervir para<br />

sacar á nuestros heri<strong>do</strong>s. fuera deI alcance de las baterias, un solo<br />

enemigo no tuvo el coraje de aparecer aI exterior de sus fortificaciones.<br />

« La marcha escalona,ia de la tercera division apoya<strong>da</strong> por parte<br />

deI 2° cuerpo arjentino en reserva, se comenzó á las 5 de la tarde,<br />

cerrán<strong>do</strong>la 2 piezas de artilleria, y sien<strong>do</strong> ella tau descansa<strong>da</strong> que,<br />

hora y media despues, ya entra<strong>da</strong> la uoche, recien penetraba á este<br />

campameuto.<br />

(( La comportacion unámme deI cuerpo de ejército que tengo eI


481<br />

honor de coman<strong>da</strong>r, presencia<strong>da</strong> por V. E. en to<strong>do</strong>s su momento e<br />

ha hecho acree<strong>do</strong>ra á la alta cou ideracion de V. E. - Tmpo ible aria<br />

exijir mas noble bravura en el asalto, ni mas imponente sereni<strong>da</strong>d n<br />

la retira<strong>da</strong>- Mencionan<strong>do</strong> â los jefes de divi ion coronele Rivas, ne<strong>da</strong>n<strong>do</strong>,<br />

Suzini e EsquiveI, menciono tambien a los jefes de briga<strong>da</strong> y<br />

de batallon, oficiales y tro;)a que con tanto brio combatieron á su<br />

órdenes respectivas.<br />

« Las adjuntas relaciones impondrán à V. E. de las muy sen ibles<br />

perdi<strong>da</strong>s que ha sufri<strong>do</strong> el 1 0 1' cuerpo; ellas son-muerto; 4 jefes,<br />

22 oficiales y 370 indIviduos de t;opa; heri<strong>do</strong>s: 8 jefes, 74 o .ciales<br />

y 758 individuas de tropa, y contusos, 1jefe, 15 oficiales y 77 individuas<br />

de tropa.<br />

« Mucho se lamenta, Exmo. Sr., â los distingni<strong>do</strong>s jefe; coronel<br />

gradua<strong>do</strong> E. Manuel Roseti, teniente coronel D. Alejaudro Diaz, muertos<br />

eu el campo de batalla; coronel gradua<strong>do</strong> D. Juan Bautista Oharlone<br />

y teniente coronel D. Manuel Fraga muertos á cou ecuencia de sus<br />

heri<strong>da</strong>s; quienes sellaron asi su reputacion nunca desmenti<strong>da</strong> de nobles<br />

y valientes sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, cabien<strong>do</strong> igual destino á aquello 22 bravos<br />

oficiales de estos distintos cuerpos.<br />

« El bizarro coronel D. Ignacio Rivas, proclama<strong>do</strong> por V. E., en<br />

media deI campo de batana, jeneral de la Republica, se haIla con <strong>do</strong>s<br />

heri<strong>da</strong>s, y en esta<strong>do</strong> análogo los tenientes coroneles D. Rufino Vic:orica,<br />

D. Gaspar Campos, D. Luis Maria Oampo, D. José P. Giribone<br />

y sarjentos mayores D. Joaquin Lora, D. Pedro Retolaza y 1). Bald'Jmero<br />

SoteIa.<br />

« o debo cerrar, Ex.mo. Sr., este parte sin hacer an justo elojio<br />

deI cuerpo médico deI ejército arjentino, tanto delI· como deI 9.<br />

cuerpo ; cuyos inclividuos establecieron sus ambulancias bajo el fuego de<br />

la metralla y bomba deI enemigo; desplegan<strong>do</strong> en segui<strong>da</strong> ese empeüo<br />

y duro trabajo con que tan recomen<strong>da</strong>ble se hace en to<strong>do</strong>s los ra os<br />

consiguientes á suce os de armas como los que en la presente <strong>guerra</strong><br />

tienen lugar.<br />

« Dios guarde á V. E.<br />

« "". Puunero. »<br />

 61


482<br />

3)<br />

Parle offi :ial <strong>do</strong> ge,Ler"l E mil.ia 111itre :<br />

« Coman<strong>da</strong>ncia en Jefe deI 2' Cuerpo deI Ejército Arjentino.<br />

« Campamento en Curuzú, Setiembre 27 de 1866.<br />

« AI Exmo. Sr. Presidente de la Republica Arjentina y Jeueral<br />

en Jefe de los Ejércitos Alia<strong>do</strong>s, Bl'igadier Jeneral D. Bartolomé Mitre.<br />

«Tengo el honor de <strong>da</strong>r cuenta à V. E. de la parte que ha<br />

tomaclo este 2° Cuerpo deI Ejército eu eI combate deI 22 deI actual<br />

sobre la" trincheras de Curupaiti. Como V. E. se ha. haIla<strong>do</strong> presente<br />

durante to<strong>da</strong> la accion, y las ót·denes que el infra.'crito ha imparti<strong>do</strong><br />

hau si<strong>do</strong> dicta<strong>da</strong>s casi en su t(ltali<strong>da</strong>d por V. E. sobre eI terreno mismo,<br />

seré breve en la esposicion de lo aconteci<strong>do</strong> en esa memorable jorna<strong>da</strong><br />

« Con arreglo á las órdenes de V. E. disfluse que la 4' Division,<br />

man<strong>da</strong><strong>da</strong> por e1 COL'Onel D, Mateo J. Martint\z, se dispusiese para el<br />

ataque, debíen<strong>do</strong> iniciarlo la 8' Briga<strong>da</strong> compuesta de los batallones<br />

\:l y J


fuerzas deI lu nerpo que - à la sazon cor n han 1<br />

tién<strong>do</strong> e encarniza<strong>da</strong>men e à tiro de pi ola..<br />

« Y. E. abe lo prodijk de inaudi o nl r<br />

to<strong>do</strong>s deI Ejército hicieron en ~ j lrn <strong>da</strong>. ' pua.<br />

que firma haga de ello lo elojio tau j u tament mer id<br />

e tableci<strong>do</strong> que de lo 3 batallon de e ~o uerpo qu n<br />

la trinchera, lo ha que<strong>da</strong><strong>do</strong> en actitud de com til' un t<br />

de ca<strong>da</strong> uno de elio para probal' aI denue<strong>do</strong> y la bravura d qu<br />

hallaban animad , '\ diaron sangri nt prueba. Cuan<strong>do</strong> la~ 3 d la.<br />

tarde, próximamente ordenó Y, E. la retira<strong>da</strong> e:5tos 3 bizarro<br />

se retiraron en el ma 01' órden p 'ibla à pe ar de<br />

6 hel'i<strong>do</strong> us jefes , oficial .<br />

« V. E. conoce bien como e efectuó nu ' 1'0 I' pli ue. P I'manecim,l'<br />

cerca de <strong>do</strong>s horas media despues deI asaIto aI frente de la lioe forti.­<br />

ca<strong>da</strong> ce Curupaiti in que durante este tiempo ni aI emprender nu ira<br />

retira<strong>da</strong>, no haya hostiliza<strong>do</strong> ninguna fuerza enemiga, 1) que viene à probal'<br />

que el arrojo de nuestras tropa habrá lle,a<strong>do</strong> una vez ma el t rror â<br />

us filas.<br />

« Cuan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s ~e han comporta<strong>do</strong> tan dignamente, no hay luo-al'<br />

recomen<strong>da</strong>cione especial A ; pero éame permiti<strong>do</strong> hacer mencion dei Temente<br />

Coronel D. Benjamin Calvete heri<strong>do</strong> en UJ1 brazo; deI Jefe d 1 I<br />

de linea de igual ela,e, D. Juan Ayala, tambien heri<strong>do</strong>: deI coman<strong>da</strong>nte<br />

deI 3- de Entre-Rio, D. J:>edro Garcia; deI arjento asor I'. Lucia<br />

'alva<strong>do</strong>res, muerto dur-ante eI a 'alto; deI de igual clase, deI 12 de linea<br />

D. Locio V. Man illa, contuso de metral1a' dei apitan la cooga, l' 1 9<br />

de linea, que es quien ha man<strong>da</strong><strong>do</strong> el batallon dlleant el a alto i<br />

coroo de to<strong>do</strong> los oficiale y tropa de esto' tre batall ne. Lo J fe ,<br />

oficiales J' tropa de la <strong>do</strong>mas divi ione, i bie.l no han tenid, la fortuna<br />

de medir e de cerca con el enemigo, cooperaron no ob lant, aI<br />

movimiento jeneral, sufrien<strong>do</strong> durante iete hora larga eI fuego de<br />

canon que las baterias de to<strong>da</strong> la linea no han cesa<strong>do</strong> de hacer obr<br />

nuestras columnas. El cuerpo m~ dico e ha mo tra<strong>do</strong> tambien eo e ta 0­<br />

Iemne ocasion digno de los honOl'ables antt'cediente qUf:l tiene conqui ­<br />

ta<strong>do</strong>.<br />

« Me permito acoml'afiar la relacione de lu .iefes oficial y tropa<br />

muertos, heri<strong>do</strong>s y contuso, que eI 2° Cuerpo deI Ejército ha teni<strong>do</strong> en<br />

el glorioso combate dei 22, a'i como una relacion nominal de lo ,'efe ,\T<br />

oficiale~ á. till perteneciente que han asi ti<strong>do</strong> a. e ·te hecho de al'ma', cou<br />

especificacion de los que han sidú muertos y heri<strong>do</strong> .<br />

« Dios guarde â V. E.<br />

'3<br />

« I


484<br />

4).<br />

1 Proclamação <strong>do</strong> <strong>governo</strong> argentino depois <strong>do</strong> ataque ele C-urupuity.<br />

(RetraducÇão).<br />

« Argentinos! - Quan<strong>do</strong> esperavamos sau<strong>da</strong>r o annuncio de uma victoria,<br />

fomos sorprendi<strong>do</strong>s com a nova <strong>do</strong> desastre parcial soffri<strong>do</strong> por<br />

uma parte <strong>do</strong>s exercitas alUa<strong>do</strong>s, no ataque leva<strong>do</strong> <strong>contra</strong> a fortaleza<br />

de OUI upait,Y. Não obstante o valor heroico de nossos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, e sua'<br />

bravura incomparavel, foram eUes deti<strong>do</strong>s pelas difficul<strong>da</strong>des natUl'aes<br />

<strong>do</strong> terreno, e pelos meios de defesa agglomera<strong>do</strong>s por um inimigo que ha<br />

vinte annos se prepara para esta luta.<br />

« A communicação <strong>do</strong> general em chefe vos instruirá <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s sensiveis<br />

que experimentámos n'este feito d'armas, mais <strong>do</strong>loroso, por esse<br />

motivo, <strong>do</strong> que pelo grande numero de homens que ficaram fóra de<br />

combate. Não é uma derrota; mas, se viesse a sêl-o, o <strong>governo</strong> não hesitaria<br />

em o declarar com franqueza, porque elle nãu receia que diminua<br />

a tempera viril <strong>do</strong> povo <strong>da</strong>s tradi~õe heroicas, <strong>do</strong>s grandes feitos d'armas<br />

e <strong>da</strong>s grandes glorias<br />

« E apenas lHú accidente commum na sorte varia <strong>da</strong>s armas, accidente<br />

que em breve sera repara<strong>do</strong> pelos recursos e vigor <strong>da</strong>s potencias<br />

aUia<strong>da</strong>s. Entretanto, honra e gloria a to<strong>do</strong>s (IS que morreram a morte<br />

<strong>do</strong>s bra\ os, cahin<strong>do</strong> sobre as trincheiras que escalararu envolvi<strong>do</strong>s nas<br />

<strong>do</strong>bras <strong>da</strong> bandeira nacional!<br />

I' Buenos-:üres, 28 de Setembro de 1866. »<br />

« .l\'l.arco8 Paz,<br />

« Vice-presidento ela RelJublica Argentina. "<br />

61<br />

Pe ?'<strong>da</strong>s elos A llia<strong>do</strong>s no ataque cl,~<br />

Cur'upaity<br />

1)<br />

o exercito argentino, como se verá adiante, teve :l.ü82 home. s<br />

fóra de combate, sen<strong>do</strong> 163 oftieiae .


o exerci o brazileiI<br />

201 ofileia ~;<br />

sen<strong>do</strong> 4 offieia e<br />

de comba e.<br />

A pe a to al <strong>do</strong>~ ..<br />

eve 1 homen Iótl e<br />

v 3;) homen~ fó<br />

d 'n ha 1<br />

foi<br />

MO)"fOS<br />

Offis.-Pra. de pre<br />

EsqU:\llrn .. _. .. _. 1<br />

B1'llweiros - 'lA iradur ~ no Ch~ ~<br />

-)0 corpo <strong>do</strong> exe:rcilo. 1,);:1<br />

Argentinos. _.. __ _ " .. . 3-1' - 1:~~<br />

9~[ 1 }.,.<br />

FJra de combate ficaram, poi > 4.093 hom l'n<strong>do</strong><br />

leiro e 2.C 2 árgentino .<br />

Na demon tra


486<br />

1" PIV1SÃO (Albino de Carvalho)<br />

Bl'igacla<br />

Maia Bitlencovrl:<br />

29° de vo1untarios -Comman<strong>da</strong>nte Souza e Mello .•..<br />

Capitão Rocha Medra<strong>do</strong> (Marciano<br />

L.) servia de fiscal. ..<br />

» Costa Lima (Feliciano) .<br />

Tenente Ro<strong>da</strong>Ipho Procopio .<br />

» Militão Teixeira .<br />

Alferes Virgínio de Aquillo .<br />

» Ribeiro <strong>do</strong> Couto... '"<br />

» Silva e Mello .<br />

» Manoel S. Car<strong>do</strong>so .<br />

34 de vaI untarios -Capitão Carvalho e Silva .<br />

» Martins <strong>da</strong> Rocha .<br />

Tenente VirgolinÇl LeaL .<br />

» MerguIh·ío .<br />

Alferes Aurelio :·'onseca .<br />

» Marcolino Car<strong>do</strong>so .<br />

» Fl'uctuoso de Souza .<br />

» Feliciano de Souza .<br />

» Mouro Leal .<br />

» Canuto <strong>da</strong> Pai: .<br />

47° de voluta rios - Capitão Macha<strong>do</strong> Lemos (fiscal) ..<br />

» Albuquerque GaIvão (J.<br />

Campos) .<br />

» Pereira Lima(JoaqllimL.)<br />

» Medeiros Furta<strong>do</strong>.•..•.<br />

Tenente Cavalcanti de Albuquerque<br />

(Francisco Fr·ança) •..<br />

» Brazil M(,raes .<br />

» Arlin<strong>do</strong> Camboim .<br />

» Leite Bastos (A. J.) .<br />

» Oscar Lisboa .<br />

» João M. <strong>do</strong>s. antos .<br />

» Fernandes de Carvalho•..•<br />

» Cosia Lima...•..... " .•<br />

\) Freita..; Sal<strong>da</strong>nha .<br />

... J. P. \'ianna........•...<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

fi)<br />

o<br />

] ~<br />

f>;, '" o<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

<strong>II</strong><br />

l"..~<br />

13<br />

14<br />

15<br />

4<br />

7<br />

g<br />

D<br />

16<br />

17<br />

18 .<br />

10<br />

11


4'n<br />

• o'"<br />

'::l<br />

~ OE:<br />

..><br />

::<br />

/Jriga<strong>da</strong> P ic,uel : ;;s '"<br />

o<br />

~ o<br />

lo corpo de caça<strong>do</strong>re a cavallo•.........•.<br />

-Capitiio Camboim.............. H)<br />

Alferes Belarmino Gaspat'.... 10<br />

» Oliveira (J M.) ..... 11<br />

2· corpo de caça<strong>do</strong>res a cavallo....•.....•<br />

~ Major Car<strong>do</strong>so <strong>da</strong> Costa........ , 12<br />

Capitão Pereira <strong>da</strong>. Stiva (M.) ... 13<br />

» C. Ki-l.mer............. 11:<br />

Tenente Isi<strong>do</strong>rú de Oliveira..... 12<br />

» Si! verio Vaz........... 2)<br />

Alferes Alves <strong>do</strong> Couto....... " 2l<br />

5" corpo de ca~a<strong>do</strong>re,,; ,~ cavallo........•...<br />

- Capitão Olinto de Carvalho (fiscal) 22<br />

Alferes Leopoldino <strong>da</strong> Fontoura.• 23<br />

B"iga<strong>da</strong> Pa?'anhos :<br />

Batalhllú n. 6 de infantaria<br />

de linha.••.•....-Major Genuino de Sampaio, (comman<strong>da</strong>nte.........•.•<br />

24<br />

Tellente Vianna de Paiva ...... 13<br />

» Athayde Seixas André<br />

de !'..........•.. 25<br />

» Rodrigues Portugal (Antonio......<br />

...... 15<br />

Alfere~ Rodrigues <strong>da</strong> Silva (João) 11<br />

» Ribeiro de Carvalho (João) 2{)<br />

» Narciso de Siqueira....• 27<br />

» Medeiros e Aguiar. .... '28<br />

» Raymun<strong>do</strong> <strong>da</strong> Conceição. 16<br />

» Vieira de Mello e Silva<br />

(Miguel)....... o. 17<br />

» Mello Guimarães (Thomaz<br />

de) ....... o. 1<br />

« Miguel Tamborim .•.... 19<br />

lO· de voluntarios... . - Major Souza Barreto (João A<strong>do</strong>lpho)<br />

(comman<strong>da</strong>nte)•.. 15<br />

Capitão Estevão C. <strong>da</strong> Cunha,<br />

(fiscal).•.•.....•..... 2,~


488<br />

Oapitão Militão Pires ...•...... 30<br />

~ Oustodio Fragoso. • . . • . . . 20<br />

Tenente Nascimento e Almei<strong>da</strong>.. 16<br />

» Cesar Tupinambá. . • . . . . . 31<br />

» Borges de Figu e i r e d o<br />

(Aurelio) . . . . . . . • . • 32<br />

» Erico J. Franco. . • . . • • . 33<br />

» S. Thiago (J. F.)....... 34<br />

» Nicoláo r avarro. . . . . . . :H<br />

Alferes Bento Pires. . . . . . . • • • . 17<br />

» Oapistrano Teixeira. . .• . 35<br />

» Olementino Malagueta. . 36<br />

» A. de Vasconcellos.. . . . :l2<br />

11" de voluntarios.. . .. -Capitão Hermillo Madeira.. . . .. . 37<br />

» Rego Barros(J. Xavier <strong>do</strong>) 38<br />

Tenente Hermogenes Pitta. . • . • • 39<br />

Alferes Cypriano <strong>da</strong> Costa .•... 18<br />

» Coriolano <strong>do</strong>s Santos... 19<br />

» Mendes Lins (J. O.). . . .• 20<br />

» R e g o B a r r o s (Miguel<br />

Junior. . . . . . . • . • 40<br />

» Hei(Spinola (Mariano).. 41<br />

)) Oerqueira Torres (A. J.). 42<br />

» Rego Barros (Domingos<br />

de Souza Leão). . . • 43<br />

» Aguiar Montarroio (F.<br />

P. de).......... 44<br />

» Passos Ramos (G. M.). . . 45<br />

» Porfirio <strong>da</strong> Costa...... 23<br />

» Azeve<strong>do</strong> Pimentel. . . . . • 24<br />

20° de voluntarios -Capitão Nunes Pinto.... 21<br />

Tenente Anacléto <strong>do</strong>s Reis. . . . . . 46<br />

» Rosa Lima. . . . . . . . . . . . 47<br />

Alferes Santos Lima. . . . . . . . . .. 22<br />

» Tenorio de Albuquerque.. 48<br />

" Gomes Calaza. . . . . . . . . . . 49<br />

.» Serapião Lapemberg. . . . . 50<br />

46° de voluntarios. , ....-Major Antunes de Abreu, comman<strong>da</strong>nte.<br />

. . . . . . . . .. 23


4~9<br />

Major Aniceto Vaz ,<br />

Capitão Justino <strong>da</strong> Silveira .<br />

» Constancio Gallo .<br />

» Pereira Dutra.. . .<br />

Tenente Maraes Matto- Grosso .<br />

Alferes Rodrigues Vaz 'F. Wenceslào)<br />

.<br />

tR<br />

.8 ;..<br />

o<br />

::>t<br />

:)1<br />

!i<br />

s:l<br />

o<br />

:?5<br />

26<br />

27<br />

28<br />

29<br />

2,' DIVIS\O<br />

(Cal<strong>da</strong>s)<br />

Brigacla Barros Vasconccllos:<br />

;)0 ba talhão ele voluntarios Capitão Corrêa de Albuquerque<br />

(L. A) ...................•<br />

Tenente Santos :'ilverra Filho .<br />

Alferes Pacifico de Carvalho .<br />

» » . -- Capitão Francellino de Andrade.<br />

Alferes França Amaral (Leopol<strong>do</strong>)<br />

>'> Geral<strong>do</strong> de Abreu .<br />

» Emesto Pontfls .<br />

» Jacintho <strong>da</strong> Conceição..<br />

» 'Menezes Fraga.•.......<br />

» » .-Alferes Santino de Mello .<br />

» DelfinJ Dias .<br />

» Lopes Fel',·eira .<br />

» Luiz Garcia .<br />

» Candi<strong>do</strong> Lopes.... . .<br />

» Bernardino de Paiva .<br />

» Mello Barreto (Viriato T)<br />

» Firmino <strong>da</strong> Co ta .<br />

11° batalhito ae'l inha. -Capitão Baptista ele Moura (J. G.)<br />

comman<strong>da</strong>nte .<br />

Tenente Fernandes <strong>da</strong> Silva .<br />

» A. Robem .<br />

» Costa Monteiro .<br />

Alferes ~Janoel A. ela Silva..<br />

:!4<br />

25<br />

26<br />

27<br />

52<br />

53<br />

54<br />

53<br />

56<br />

57<br />

58<br />

59<br />

60<br />

6l<br />

62<br />

63<br />

61<br />

.0<br />

31<br />

32<br />

3<br />

34<br />

Brigaria Lancl'Ulpho' U eclraclo .-<br />

18° bato de voluntarios.-Capitão Lino T. de Araujo. . . . . . 65<br />

Tenente Pinheiro Guerra (E. G.) 66<br />

.4 62


493<br />

...<br />

o'"<br />

o<br />

.... 'tl .;:: ..<br />

::E r:r..<br />

Tenente Basilio de Mello (A).... 28<br />

(Falta 1 official d'este batalhão,<br />

feri<strong>do</strong>)..................... 67<br />

o<br />

lO:<br />

Q)<br />

o<br />

32-<br />

.-Capitão Fabricio de Mattos. comman<strong>da</strong>nte...........<br />

29<br />

"<br />

» Ribeiro <strong>da</strong> Luz......... 68<br />

Tenente Theo<strong>do</strong>ro <strong>do</strong>s Santos... 30<br />

» Rego Barros (João <strong>do</strong>) ... 31<br />

» Thiago Moreira........ 32<br />

» Salustiano Ferreira..... 69<br />

)) Acelino <strong>do</strong>s Santos (M. F.) 70<br />

» Gomes Ribeiro (José).... 71<br />

» Cunha Guimarães (A. M.) 35<br />

Alferes Souza Maia (J. L,) ...•.. 36<br />

36- » I> .-CapitãoHypolito <strong>da</strong> Fonseca (comman<strong>da</strong>nte)<br />

. lO.· •. ,. ••• 33<br />

» A. A. Alves............ 7'2<br />

» Abbadie (J. C.)........ , 73<br />

Tenente Isi<strong>do</strong>ro <strong>do</strong>s Reis...... 34<br />

» Azeve<strong>do</strong> Freixo..•...•.. 74<br />

» Gentil PulgãO.......... 75<br />

» Sílva Rocha........... 37<br />

Alferes Pereira <strong>do</strong> Lago CAureliano<br />

S.)....•...•... 35<br />

» Maia Carvalho (Raymun<strong>do</strong>)<br />

.••..•....... 36<br />

» Nasiasento Pitta•...•... 37<br />

» Cantanhedes (R. Eustaquio)<br />

...•...•....•. 38<br />

» Aguiar Magalhães.•••.. 7()<br />

Briga<strong>da</strong> Albino Pet'eira:<br />

7° corpo provis. de cavallaria<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> naciona1.-Major Rodrigues Lima (comman<strong>da</strong>nte).....................<br />

38<br />

Capitão Gonçalves Cabral. ..... 39<br />

» Vicente Ferraz... " .. , 40<br />

» Fontella (J. M.)........ 41<br />

Tenente Xavier de Azambuja.•.. 42<br />

o


.191<br />

Tenente Rodrigu ~ Paz........ 43<br />

llieres Araujo (Franci~ A.)... 3<br />

...............................................<br />

8° corpo provi. decavallaria<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional.- apitão 2oares.. , .. .. 40<br />

» unha veira ' .<br />

Jp Fernandes Lima. . .<br />

Tenente Leal Famo o. . . . . . . . . . 30<br />

Alferes Fontella (J. Q.).. . . 1<br />

» Flores (A Jacintho) 2<br />

Qo » » .-Major Corrêa de Andrade comman<strong>da</strong>nte.............<br />

.... 3<br />

Capitão Xavier de Azambuja. . . . 44<br />

Tenente <strong>Schneider</strong> (Germano)... 84<br />

Alferes Macha<strong>do</strong> Ramo....... 85<br />

» uza acha<strong>do</strong> ~J. F.) ..<br />

~<br />

3" DIVI~ÃO (Lucas de Lima)<br />

Esta<strong>do</strong> maior. - Alferes Feliciano T. de Almei<strong>da</strong>..<br />

» Mendes Carneiro (Vicente)<br />

B"ig(j,(j,a<br />

Vasco Alves:<br />

Comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> briga<strong>da</strong>.-Ten.-coronel Va co Alv .•..... 9<br />

4° corpo provis. de ca~allal'ia<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional. -Capitão Castilho <strong>do</strong> Rei, comman<strong>da</strong>nte.<br />

. . . . . . . . . .. 4i<br />

Alferes Guilherme Bormann. • . . 90<br />

» Co ta Mello........... 1<br />

. - Capitao Belarmino <strong>do</strong>s Santos .<br />

» Pires de Almei<strong>da</strong> .<br />

» Ismael Alves .<br />

» Edlo de Carvalho .<br />

Tenente Oliveira Pavão .<br />

Alferes Florencio <strong>da</strong> Trin<strong>da</strong>de..<br />

» .-Tenente A. J. de Moura....•<br />

Alferes unes Coelho .<br />

,. 'chneider (Pedro) .<br />

42<br />

43<br />

44<br />

92<br />

?<br />


492<br />

n"iga<strong>da</strong> Ast?'ogilclo :<br />

13° corpo de provo cavallaria<br />

ela guar<strong>da</strong> nacional --CajJitão Alves <strong>da</strong> Silva. . . . . . . .. 45<br />

» Henrique Barbúsa. . . . . . . 46<br />

Tenente MaxinlÍano )lonte. . . . . . 97<br />

14°» » ».-Major Bento Gonçalves <strong>da</strong> :3ilva<br />

(comman<strong>da</strong>nte) . . . . . . . . . . . . . 90<br />

Capitão Azambuja Guimarães.. . . 99<br />

Tenente Vieira Rodrigues...... 100<br />

Alferes Boaventura Soares.. . . .. 46<br />

» Cypr'ano Ribeiro.... 101<br />

» Luciano Ribeiro. . . .. .' 102<br />

15°» » ».-Capitão Eusebio Almei<strong>da</strong>.. ..... 10)<br />

Tenente Cunha Pereira.. . . . . . . . 104<br />

» Barbosa Ci<strong>da</strong>de..... .. 47<br />

Alferes Durãe ele Faria. . . . . . .. 47<br />

» Alexandre <strong>do</strong>s Santos.. 48<br />

» Rodrigues Pavão .. ... !05<br />

» J. J. Tavares......... 48<br />

Total. 48 lO::> 4S<br />

São, pois, 4 ~ officiaes mortos e 153 feri<strong>do</strong>s e. COfttusos (20).<br />

A bor<strong>do</strong> <strong>da</strong> esquadra foram feri<strong>do</strong>" 4 officiae <strong>da</strong> arma<strong>da</strong> e classes<br />

anllexas : - o capitão de mar e <strong>guerra</strong> Elisiario <strong>do</strong>s Santos (barão de<br />

Angra), o 2° tenente Manhães Barreto, o official de fa'l,encla Rozaivo<br />

de Carvalho e o piloto Bernardino de Araujo.


o<br />

----<br />

..Hl3<br />

20<br />

eorpo<br />

elo exercito hl'azileiro<br />

ATAQUE DI;<br />

:llORTO FFlU1JO OXTUSO. EXTRAVI.\ DOS TOT.\L<br />

URUP.UTY,<br />

Q<br />

ue "<br />

'" " '" '"<br />

'"<br />

~~ '" '" ~~<br />

" '"<br />

~'"<br />

~ o<br />

l- o<br />

:.. o<br />

.~"\:j o't!<br />

~<br />

'" o't! '" S~<br />

.~<br />

.~ t3<br />

.~ '" ';"


•• ...<br />

4M<br />

MORTOS FERIDOS CONTUSOS EXTRAVIADOS TaTU<br />

ATAQUE DE CURUPAJTY,<br />


495<br />

ATAQUE DE CURUPAlTY,<br />

2~ de<br />

Setembro de 18G1i<br />

7' Bl


496<br />

Resumo<br />

MORTOS FERlDns OONTUSOS EXTRAVIADOS TOTAL<br />

\ ATAQUE DE OURfi'Al'ry<br />

\)<br />

2~ de "" " " " "<br />

~~ ~ "" ~"" ""<br />

l- o<br />

~;g ".,<br />

l- o<br />

Setembro de 1866<br />

"" '"<br />

~ ~~<br />

" .~~ '- "" o't:!<br />

.S~ ... ti<br />

" "'"<br />

.~ .~ .~ l-'tj<br />

.~ 't t:3 .~ 'tl<br />

c ,,'tj<br />

~~ c t~ c ~~ c ~~ c<br />

IS::: .:0 .. o<br />

IS::: IS::: :dl IS::: . ~ ~ l!':: ~õ<br />

o ..... "" o ';'" o ..... o o ..... ""<br />

I<br />

I Pi~lete<br />

--- ------- ------ -'- --<br />

uo g'neral elD<br />

. efe c repartição <strong>do</strong><br />

ajuchnte-genel'1l1 . .. .... .. 1 3 . .... . 1 0'0 .," ..... I -I<br />

ARTlLFlAIUA. .. .., _. 1 ii" 1 93 2 2 o, •.•• .. ..' 4 36<br />

DIVISlo D.\ DIREI'rA (AL-<br />

BINO DE c.• RVALHO) (Infantaria<br />

e cWlllari-l. a<br />

pé) .............. 22 118 49 5'15 27 50 0.00.0 2 9S 675<br />

DIvIslo DA E QUERDA 1<br />

(CALDAS) (Infantarin e<br />

cav'Illn'ia a pé)...... 17 18l 35 ólG 15 5 " .... 1 61<br />

DIVISÃO DE RESERVA<br />

I 757<br />

(J:'UCAS DE LUfA) (C:\-<br />

().<br />

valhria a pé)........ 8 50 19 186 ,1 45 o-o " ..... v' 281<br />

F e r.i ti o s<br />

cUJos corpos prisi~nei..ros<br />

Ignoramos<br />

•................ ...... . ..... . ..... ...... " .... .... " . ..... 7 . ... 7<br />

--- --- ----- -- ------- ----<br />

--------<br />

~<br />

48 360 105<br />

,,.<br />

33 ·18 157 ...... 10 201 t.76C<br />

-----------<br />

,~<br />

4'.l:S 1.33:) ---------- 205 10 1.961<br />

N. B. A relação nominal publica-Iaem oruem cio dh dá an 20 de ca~a<strong>do</strong>res a cava110 11. sol-<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s mm"tos e ao 60 no inf1ntari'l la. Em vez d'esses algarismos <strong>da</strong>m'Js ao 20 de caçauores<br />

la sol<strong>da</strong>·los mortos e ao 60 de infantaria 9. E' que paSSfl.lnOS para a colu.mn'!<br />

los extravia<strong>do</strong>s 2 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s que foram considera<strong>do</strong>s mortos, l11'lS qne apenas ficaram<br />

feri<strong>do</strong>s, cal1illclo vi·.'os aind:r em poder lo inimigo: José Antonio ,h Silva, <strong>do</strong> 2° de<br />

caça<strong>do</strong>res, e Felisberto Braz Lemos, <strong>do</strong> 60 d infantaria. T'or igual motivo passamos <strong>da</strong><br />

columna <strong>do</strong>s mortos para a. <strong>do</strong>s extravia<strong>do</strong>s 1 sol<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> :36° de voluntarios, Jorge Joaluim<br />

de Oliveira.<br />

Além d'estes 3 ficJ.l",1m feri<strong>do</strong>s em poder <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os mais 7 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s brazileitos<br />

cujos nomes não figuram nas relações officiaes e que por i so não po emos verificar<br />

a que corpos pertenciam: Amaro Vieira <strong>da</strong> Silva, JllS o Colombo, Antonio AC~~io<br />

d Souza, Salva<strong>do</strong>r Corrêa, Luiz Pedro <strong>da</strong> Cruz, João Frnncisco e Manoel Gregono.<br />

Do exercito argentino fica.ram prisioneiros 29 feri<strong>do</strong>s, entre os tuaes um tenente.<br />

Ao to<strong>do</strong>, pois, fizer,lm os <strong>Paraguay</strong>os, segun<strong>do</strong> as suas declaraçõe ofliciaes, 39 prisioneiros<br />

feri<strong>do</strong>s, entre os quaes um tenente argentino.<br />

Escapou vivo, sen<strong>do</strong> liberta<strong>do</strong> dep'.is d'!s batalhas de Dezembro de 1. 68, um sol<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> exercito argentino, francez de nascimento, e cujas cUl'iosas declarações ares·<br />

peito <strong>do</strong>s tormentos que soffi:iam os prisioneiros de <strong>guerra</strong> no <strong>Paraguay</strong>, podem ser<br />

li<strong>da</strong>s no appendice á obra de Mastermann, edição le Bllenos-Aires.<br />

Aos sol<strong>da</strong><strong>do</strong> mortos <strong>do</strong> 8 0 batalhão de voluntarios accrescentamos um, cujo nome,<br />

tão popular em to<strong>do</strong> o Brazil, não figlU'a na relação publica<strong>da</strong> em ordem <strong>do</strong> dia. E'<br />

o valente sergipano F?'ancisco de Camerino, poeta e guen-eiro, que marcholl para a. campanlli<br />

~em alist'1r-se em corpo algum, e que, muni<strong>do</strong> de uma cr,rabina, combaba, segun<strong>do</strong><br />

a sua bhrase, como liv?'e caça<strong>do</strong>r, ora em um ponto ora em outro, enthusiasman<strong>do</strong><br />

por to<strong>da</strong> :l parte os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o C'xemplo e com fi palavra ins ira<strong>da</strong>. .<br />

Delle disse o conde de Porto-AlegrJ na ordem <strong>do</strong> dia em que descreveu a toma<strong>da</strong> de ClU'UZU:<br />

« Torna-se tambem digno de menção o volunt'lrio Francisco de Can erino, porque,<br />

glúac10 unicamente pelos seu sentimentos patrioticos, combateo heroic'lmente nas fileiras<br />

<strong>do</strong> 80 bat lhão de volt1.l1tal'ios rIa patria.<br />

« Eete indivi~uo nem é alista<strong>do</strong>, nem recebe <strong>do</strong>s Mfres publicas remuner ção alguma: <strong>II</strong><br />

Na parte officlal <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> 8 0 de voluntarios sobre o at'lque de Curupf\llly<br />

lê-se o seglúnte: .<br />

« ... Logo ahi (antes <strong>do</strong> ataque, quan<strong>do</strong> o b, talhão fazia as avança<strong>da</strong>s, na manhã<br />

de 22 de ete~bro). teve o corpo de meu c011ll11an<strong>do</strong> fóra de combate, por morte, o<br />

brll-vo voluntano p::usano, que o acomp9.Jlhava, Francisco de Camerino... »<br />

Fica assim ex,.lica<strong>do</strong> o augmento que se nota no mappa acima.<br />

lunpre ain<strong>da</strong> notar que o 12° corpo provisol'io <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional teve, segun<strong>do</strong><br />

a : arte official <strong>do</strong> C· mmal1<strong>da</strong>nte, ta1"ios feti<strong>do</strong>s. Seus nomes não foram pn1Jlica<strong>do</strong>s e<br />

por isso na<strong>da</strong> podemos dizer quanto ao seu numero.<br />

.,


49<br />

Exercit.o<br />

argentino<br />

ATAQUE<br />

DE CORUPAlTV<br />

22 de<br />

MORTO FERIDO C01\"'}'U. OS Ia:I:1'R.IVIADOS TOTAL<br />

Setembro de 1866 'l3<br />

'l3 " "l:j " I~<br />

~<br />

'" i3 .,<br />

~ " ., .,<br />

Divisões e Briga<strong>da</strong>s


498<br />

MORTOS FERIDOS C(·"TOSOS EXTRA VI~DOS TOTAL<br />

ATAQUE DE COROP.UTY<br />

112 <strong>do</strong><br />

.,<br />

SfJtembl'o de Ifl66 "<br />

" ~<br />

'ti "<br />

'ti 'ti 'ti,.<br />

~<br />

'" " õl "<br />

" " " .g " " ~ ~ ..<br />

Divisões e Briga<strong>da</strong>s


499<br />

I<br />

MORTl)3 FERIDUS CONTO OS EXTRAVIADOS TOTAL<br />

AT.,QUE DE COROPllTY<br />

22 de<br />

.,<br />

Setembro de 186G {l {l ~{l<br />

"<br />

't!<br />

't!<br />

., .. ..<br />

~ ~ líS<br />

~ '" ..<br />

Divisões e Briga<strong>da</strong>s .g .~ ~ .g ., " .g ., .,<br />

~~<br />

o ""- "" ... "" ... "" ... ';:;<br />

.,"<br />

<br />

.," .," e" "" ...<br />

l!::: ..... ~ Jt~ ll:::: .... ll:::: . ...<br />

~ ~I'l,<br />

C) ~I'l, C) C) ~I'l, C)<br />

R;1'l, 'l,.<br />

, ---- ------------ -<br />

~" BRIGADA. - Coronel<br />

Mateo i\fan·tine.:r<br />

20 bat;úhão de linha... ...... 4<br />

o" " 9 ...... ....... ...... .. ..... .... 13<br />

10 batalhão <strong>do</strong> 30 regimeot?<br />

<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional<br />

............... 1 5 1 10 2<br />

1<br />

...... 4 ...... ......<br />

90 batallião de linha... ...... 50 9 fiZ 2 18 ...... ...... 11<br />

120 bLlt-llhão de linha.. 3 52 8 69 1 1~1<br />

21 ..... 16 12 1581<br />

30 b3tal11ão de Entre-<br />

Rios .....•...•....•. 1 62 6 90 3 30 ..... ...... 10 1 2<br />

-------------- ------<br />

5 173 2-1 270 6 73 ...... 16 35 582<br />

---------------------<br />

OMYA (Divisão Emilio<br />

Mitre ....... ....... 6 187 26 293 8 74 . ..... 16 ~O 573<br />

---------------- - --<br />

TOTAL.......... " 31<br />

557 108 1.054 2-1 1:"3 ...... 155<br />

I<br />

163 1.91~<br />

------------<br />

~ ~<br />

--------- ---- -----<br />

I<br />

588 1.162 177 155 2.082<br />

N. B.-Parn ha\'lllOnisar este rua.Jpn com o anterior, a<strong>do</strong>ptamos esta nomenchtura.<br />

Ao que Cham>lmos aqui - d'ivisões - <strong>da</strong>vam os Argentinos o nome de - COI-PO de<br />

Exel-eito -; e a'J que designamos por - b;-iga<strong>da</strong>s - chamavam êlies - divisões.<br />

. Ca<strong>da</strong> Corpo d~ ~xe;'oito argentino tinha uns 4.000 homens, isto é. a força de lima<br />

divisão 00 exercito braziJeiro. As divisões argentinas compunh'lm-se de 4 on fi ba lliões<br />

e ca<strong>da</strong> um d'estes tinha de 21tO a 300 homens; raros excetli.m deste ultimo algarisD1 .<br />

As divisões repartiam-se em brigad'ls ele 2 ou 3 batllhõds. As inl, segun<strong>do</strong> a organiação<br />

<strong>do</strong> exercito argentino, cmla divisão vinha a ter 1.000 e tantos bomeos, e alguuns<br />

menos; as brig;l<strong>da</strong>s teriam termo médio 500 homens, isto é, a força de um b>1L'llbão<br />

incompleto.<br />

Tu<strong>do</strong> isso era calcula<strong>do</strong> J?ara simula.r um numeroso exercito, visl..:l como a agitação<br />

que se not\\va em v'lrias prOlvJl1cias e li, imjJopularid\\de (h allianç'l.. com o BraziL nã<br />

permiLtiam ao <strong>governo</strong> 110 gclneral Mit,re augmentar as forças em operaçõlls.


500<br />

62<br />

Per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s belligerantes até 22 de Setembro<br />

de 1866. -- Trophéosl<br />

1)<br />

PERDAS DOS ALLIAD03<br />

011 seguintes mappas dão, em resumo, as per<strong>da</strong>s soffri<strong>da</strong>s pelos Allia<strong>do</strong>s<br />

,desde o começo <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> até 22 de Setembro de 1866, dia <strong>do</strong> ataque<br />

de Curupaity:<br />

Brazllei?"OS<br />

MORTOS FERIDOS EXTRAVIADOS TO'J'AL<br />

~ '1:l " '1:l " '1:l "<br />

[;l ~ t:j "'~<br />

'" '" " '" " .,<br />

'1:) 0.1-<br />

t!" ~ '" .~ t! .g<br />

.~ (,)I~<br />

t:j~<br />

,,~<br />

o.~<br />

~ t:j" <br />

0."<br />

~<br />

t! I-<br />

o ~ o ~~<br />

1> I


••••• , •• , •••••••<br />

o..<br />

501<br />

A"gentinos<br />

ACÇÔE' " "<br />

"'"<br />

'" '"<br />

.~


502~<br />

pontos no mais completo desaccol'<strong>do</strong> com os jJroprios <strong>do</strong>cumentos officiaes argentinos:<br />

algumas vezes exagera as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s nossos allia<strong>do</strong>s, e outras<br />

vezes as diminue ou supprime inteiramente. Assim é que na<strong>da</strong> diz sobre os 6<br />

officiaes e 43 marinheiros, aprisiona<strong>do</strong>s em 13 de Abril de 1865; eleva<br />

as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong> exercito argentino no dia 2 de Maio de 1866 a 2 chefes, 7<br />

officiaes e 96 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, e apenas 4 officiaes e 12 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s;<br />

eleva consideravelmente o numero d"l'; mortos e feri<strong>do</strong>s no dia 24,<br />

e engana-se <strong>da</strong>n<strong>do</strong> 657 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos em Curupaity, em vez de 557,<br />

que é o algarismo aliciaI, como já vimos.<br />

Teqlos certeza de que o mapp I que aqui apresentamos approxio:.<br />

ma-se muito mais <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de (1).<br />

Q'J"ientaes<br />

Infelizmente não nos foi passiveI obter <strong>da</strong><strong>do</strong>s minuciosos sobre as<br />

per<strong>da</strong>s <strong>do</strong> exercito oriental. os diarios de Montevidéo, <strong>do</strong> tempo <strong>da</strong><br />

(L) O leitor desejará t~lvez conhecer desde já os alglrismos <strong>do</strong> Mappa official a<br />

que nos referimos. Eil-o (até Curupaity) :<br />

Toma<strong>da</strong> <strong>do</strong>s vapores argentinos pelos Pa,-aguayos (13 de Abril de 186~): - 8 olficiaes e<br />

40 marinheiros mortos (algarismos inexactos; I'ej. o 10 1'01. ; só prisioneiros ficaram<br />

6 officiaes e 43 marinheiros).<br />

Combate de COl-rientes (25 de Maio de 18135): - mortos, 1 chefe, 2 oíIiciaes e 69 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s;<br />

feri<strong>do</strong>s 2 chef'Js, 17 officiaes e 160 sal<strong>da</strong><strong>do</strong>s ('1.<strong>do</strong>ptámos no ~hppa acima estes<br />

algarismos, não obshnte nos parecerem eX'1.gera<strong>do</strong>s, e serem muito superiores aos<br />

<strong>da</strong> p'ute official de Paunero publica<strong>da</strong> nos jornaes <strong>do</strong> tempo).<br />

B....'fALIlA DO YATAY (17 rle Agosto) : - mortos, 2 chefes, 2 offici'.\es e 21 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s,<br />

2 chefes, 9 officiaes e 71 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (não a<strong>do</strong>ptám)s estes algarismos)<br />

GAJON PARA.GUAYO (27 de Setembro): ~ s I<strong>da</strong><strong>do</strong>s .mortJs, 3 ofilciaes e 7 sol<strong>da</strong>'los feri·<br />

<strong>do</strong>s. ('ão as unicas pel'tlas, que, segun<strong>do</strong> o mappa omcial, tiveram os A rgen·<br />

tinos nos tir.,teio e guerrilhas de Corrientes; no mapp'1. acima calcula'110S em<br />

!lO homens fÓra de c,ambate o prejuizo qu elles t.iven·n n'esses choqnes Tambem<br />

na<strong>da</strong> diz o l1lappa official sobre a passag€lu de Cuevas).<br />

ORRALEs.-(=31 de Janeiro de 1 66) : - Dlort·,s, 2 chefes, fi otlkiaes e 1'1 sold'ld,)s; fe·<br />

ridOS,2 chefes, 27 officiaes e 2.1) sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s (a<strong>do</strong>ptámos estes algarismos embora<br />

nos pareçam exagera<strong>do</strong>s).<br />

ESTERO BELLACO (2 de Mqio): - mortos. 2 eh~res, 7 officiaes e 96 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s, ,1<br />

offici'lIJS e 1'l solaa<strong>do</strong>s (estes algarismos são inteiramente ina Imis iveis; vejo as<br />

partes officiaes argentin t~ no Appendice á obra l~ Thompson, e a nota 5", pag. ln,<br />

Cap. X <strong>do</strong> presente volume).<br />

TUYUTY (24 de Maio\:-mortos, 6 ehJfes, 13 olneiaes e ;6') soll!\duti; fericb :2 eh fes, 31 ameiae<br />

e 445 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s ;dis)ersos, 30 sl)l<strong>da</strong><strong>do</strong>s (alg'll'ismos inadmis iveis; vejo a' p'1.rl 5<br />

omciaes argentinas que publicamos n'este A.ppendice'.<br />

yAT...."I'y·COR,i 'lO e 11 de Julho): mortos, ·1 chefes e 26 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; feri<strong>do</strong>s, L chefe, 1c<br />

o.fficiaes e lOS sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s ,h'\ aqtú engano para menos, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s f .<br />

n<strong>do</strong>s e contusos 'W8 e nãl) LO ; y j. a pe os offieiaes lue publie·lJl1os).<br />

~OQUI];RO~ E A11CI]; (16 a 18 de Julho) : - mortos, fi eh'1fB~, ameiaes, 202 sll<strong>da</strong>d. s; fe·<br />

n<strong>do</strong>s. ü chefes. a6 oJ:li'liaes e 45:4 soll'l<strong>do</strong>s (nã estão exa ·tos ustlJ algan lllO ;<br />

ha algum desaccor<strong>do</strong> com as peça, officia'. ).<br />

PA ·so VAI (4 de Sltembro): n·t<strong>da</strong> ele mort.o n·)m feri I s.<br />

CURUP,UTY (22 de Set.embro): - ruort s, .j, chefes, ~7 uffieiaes, Gil sol<strong>da</strong>Jos; feriJas!<br />

12 cbefe, 120 officiaes e 1 207 :ol<strong>da</strong><strong>do</strong>s; rli pelo os, li:;; sJl<strong>da</strong><strong>do</strong>s (só ha AqUI<br />

um en~ano quant.o ao numero <strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s mortos, el va<strong>do</strong> a 657 Quan<strong>do</strong><br />

foram ::>57). .<br />

O mappa oflieial não faz mBllção <strong>do</strong>s officiaes e sJltladú: mortos, feri<strong>do</strong>s oxt.ra·<br />

viatl·~s em alguns t.ir·Jt.eiQs o IJombarJe.Jlllenlo de Maio:1 et.emlJro de 1806.


503<br />

<strong>guerra</strong>, devem ter si<strong>do</strong> publica<strong>da</strong>s as par es officiae, e Ó xllminan<strong>do</strong><br />

uma por uma se poderà calcular ao cert{).<br />

a secretaria <strong>da</strong> <strong>guerra</strong> <strong>da</strong> Republica na<strong>da</strong> con ta de po . ivo, e­<br />

gun<strong>do</strong> nos foi informa<strong>do</strong>.<br />

Em 1865 o Orientae apena tomaram parte na batalha de a a ,<br />

onde tiveram 188 homens fóra de rombate e desde a p agem <strong>do</strong><br />

Paranà até 22 de Setembro de 1866, tiveram como temo visto no mapp<br />

parciae , 972 homens, pouco mai on meno, morto, feri<strong>do</strong> ou extravia<strong>do</strong>s.<br />

Ao to<strong>do</strong>, portanto, 1.160. ão podemo, porém, fixar o num~ro<br />

<strong>do</strong> officiaes e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>, nem <strong>do</strong> mortos, feri<strong>do</strong> ou pr' ioneiro .<br />

Daremos sempre o seguinte resumo, embora imperfei~o, porque não<br />

faltará em Montevidéo quem o po a completar rom algum trabalho:<br />

ACÇÕE<br />

1865<br />

B.lTALHA DO YATAY (l7 de Agosto)<br />

Tiroteios de 20<br />

1866<br />

e 26 de Abril no<br />

FERIDOS<br />

E.,(TRAVIADOS<br />

00<br />

MORTOS 00 PRI-<br />

CO,,'TOSO TOTAL<br />

SIOlmIROS<br />

o<br />

~ .,<br />

~ ~ ~<br />


1·idns ou extravia<strong>do</strong>s nos dias 2 de Maio, 1 4J ele Junho, 118 de.<br />

Julho, 4 e 22 de Setembro de 1866:<br />

Resumo:<br />

Com estes <strong>da</strong><strong>do</strong>s podemos fazer o seguinte calculo <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s<br />

Allia<strong>do</strong>s até 22 de Setembro de 1866;<br />

Mortos Feri<strong>do</strong>s Extravia<strong>do</strong>s<br />

BRAZILEIROS·•.•• 2.708 9.513 215<br />

ARGENTINOS••..... 1.?85 3.277 250<br />

3.993 12.790 465<br />

ORlENTAES••.••.•• ? ? ?<br />

TOTAL .•••••.•••••..•.••••.•••••••.•••••<br />

Total<br />

12.436<br />

4.812<br />

17.248<br />

1.160<br />

18.408<br />

2)<br />

PERDAS<br />

DOS PARAGUAYOS<br />

Até 30 de Abril de 1866 tinham os <strong>Paraguay</strong>os perdi<strong>do</strong> (Vej. lo vaI.<br />

Appendice, pago 218), pouco mais ou menos, 4,000 homens mortos;<br />

3,000 feri<strong>do</strong>s e 7,200 prisioneiros.<br />

De Maio de 1866 até 22 de Setembro tiveram fóra de combate:<br />

Até 30 de Abril de 1866 .<br />

Estero Bellaco, 2 de Maio .<br />

Passo Sidra, 20 de Maio.. . ..•...<br />

Tuyuty, 24 de Maio .<br />

Escaramuças e bombardeamentos em<br />

Maio e Junho .<br />

Idem em Julho.•......•..........<br />

Yataity-Corá (10 e 11 de Julho)....<br />

Boqueron (16 de Julho).•......•..<br />

Sauce (18 de Julho) .<br />

Escaramuças e bombardeamentos em<br />

Agosto e Setembro.•..•........<br />

Curuzú (2 e 3 de Setembro) .<br />

Passo-Vai (4 de Setembro) .<br />

Chichi (5 de Setembro) .<br />

Passo Canôa (~2 de Setembro) .<br />

Curupaity (22 de Setembro) .<br />

Mortos<br />

4.000<br />

1.000<br />

6<br />

6.000<br />

30<br />

20<br />

150<br />

800<br />

200<br />

20<br />

800<br />

20<br />

4<br />

10<br />

50<br />

Feri<strong>do</strong>s Prisioneiros Total<br />

3.000 7.200 14.200<br />

1.3:0 ]50 2.450<br />

30 5 41<br />

8.000 370 14.370<br />

(30<br />

40<br />

300<br />

1.'i00<br />

700<br />

30<br />

1.800<br />

10<br />

20<br />

200<br />

20 lIO<br />

10 70<br />

30 480<br />

2.500<br />

900<br />

10 60<br />

32 2.632<br />

7 37<br />

1 5<br />

18 48<br />

~50<br />

Somma... .... .... ... 13.nO 17.190 7.853 38',15p


5 5<br />

o leitor comprehen<br />

um calculo approxima<strong>do</strong>.<br />

fonte paragua a.<br />

bem que te' a ri m ~ n<br />

P1'Ocm'âm ' d pl'


506<br />

Até essa <strong>da</strong>ta (22 de Setembro de 1866), p0rtanto, tinha o inimigo<br />

perrlH.o 30 bandeira'l, 6'~ can~õ 'I vapore e Iv chatas. Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />

rep~rL1<strong>do</strong>s igualmente pelos Allia<strong>do</strong>,:; os canhões e bandeiras toma<strong>do</strong>s em<br />

Uruguayana, cabiam aos Brazileiros os seguintes trophéos:<br />

13 1>andeiras por elles toma<strong>da</strong>s, e 3 de Uruguayana,-16;<br />

51 canhões.<br />

Desde a passagem <strong>do</strong> Paraná (16 de Abril) até 22 de Setembro<br />

de 1866 tomaram os <strong>Paraguay</strong>os os seguintes trophéos aos Allia<strong>do</strong>s (1):<br />

Aos Brazileiros, 4 canhoes em 2 de Maio;<br />

Aos Argentinos, 2 estan<strong>da</strong>rtes em 24 de Maio;<br />

Aos Orientaes, 1 bandeira em 24 <strong>da</strong> Maio,<br />

63<br />

A<br />

imprensa paraguáya durante a <strong>guerra</strong><br />

No Semanario, na Estrella e na Centinela en<strong>contra</strong>m-se muitos<br />

pormenores interessantes sobre a <strong>guerra</strong>, mas poucas informações dignas<br />

de credito: o numero <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os é diminuí<strong>do</strong> sempre nas descripções<br />

<strong>do</strong>s com~ates ; o seu heroismo exagera<strong>do</strong> e canta<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os<br />

tons; e os Brazileiros, Argentinos e Orientaes são invariavelmente<br />

descriptos como ban<strong>do</strong>s de escravos vis, incapazes de re. istir ao embate<br />

<strong>da</strong>s legiões « deI GENrO», que assim era chama<strong>do</strong>, na mais<br />

abjecta linguagem, o dicta<strong>do</strong>r Lopez.<br />

(I) Damo-nos pressa em rectificar algumas informações incompletas que demos no<br />

final <strong>da</strong> nota 70., pago 12, f1ap. X, <strong>do</strong> presente vohune.<br />

Sem faUar nos trophéos, que, graças á sorpreza, Lopez recolheu em Mato-Grosso<br />

e em Corrientes, s6 conseguio eUe tomar, depois que começou a ver<strong>da</strong>deira <strong>guerra</strong>, os<br />

s ,glúnteS canhõe e bancleirãs:<br />

A os Bl'(lzíleiros:<br />

2 de Maio de 1866, no Estero Bellaco, 4 car,hões raia<strong>do</strong>s de c'llibre quatro (foram<br />

retoma<strong>do</strong>s pelo duque de Caxias, 2 na ponte de Ytõrôr6, em 6 de Dezembro, e os<br />

outros 2 em Lomas ValentinHs, no dia 21 <strong>do</strong> mesmo mez e anno de 1808).<br />

3 de Novembro de 1807, em Tuyuty, 1 cwnhão Withworth de calibre 3'2 (retoma<strong>do</strong><br />

pelo duque de Caxias em Lomas Valentinas, no dia .25 de Dezembro de 1868), 1 bQll'laeira<br />

<strong>do</strong> 4° batalhão de artilharia, que foi aprisiona<strong>do</strong> touo n


507<br />

To<strong>da</strong>s as derrota, excepto as <strong>do</strong> Yata)', Curuzú, Ava e Loma<br />

"\ alentinas, eram festeja<strong>da</strong>s como explendi<strong>da</strong>s victoria.<br />

Daremos aqui algumas amostras <strong>da</strong>s descripçoes paraguay~ para<br />

que o leitor po sa avaliar o e forços que a impren a de Lopez empregaya<br />

para illudir e e mi ero povo e crear uma fal a opinião no estrangeiro:<br />

'I­<br />

* *<br />

BATALHÁ NAV\L DO RIACHUELO (11 de Junho de 1865).<br />

Trechos de um artigo <strong>da</strong> Rstrella (Piribebui, 13 de Junho de 1862):<br />

« ..... AI fin de la 1ucha la escuadra brasilera f~6é totalmente<br />

venci<strong>da</strong>, y la sagra<strong>da</strong> ensena nacional de la Jibe7'tad quedó tri~m­<br />

(ante el 11 ele Junio de 1865 en el ma formi<strong>da</strong>ble y e traordinario<br />

combate naval de la America deI Sud.<br />

« Perdimos algunos buques, pel'o alcanzamos una victoria tan explendi<strong>da</strong><br />

como imposible. EI enemigo perdió Duques, y perdió to<strong>do</strong>...<br />

« •........••......... , ..•..•...•... , , ...••.•.•••...<br />

«Era el sol de] 11 de J.unio que reflejaba sobre nue tra<br />

patria los destellos de la inmorta] victoria de] Riachuelo. Era el 4°<br />

anniversario que celebrâbamos de ese triunfo que ha pa ma<strong>do</strong> aI mun<strong>do</strong>,<br />

de ose triunfo que babria <strong>da</strong><strong>do</strong> de un solo golpe en tier -a con to<strong>do</strong> el<br />

poder maritimo deI Imperio, i mas exactituà .e hubie e desplega<strong>do</strong><br />

en la realizacion deI plan y cumplimiento de las ordene de S. E. EL<br />

SENOR fARISOAL LOPEZ (1) .... »<br />

Justifican<strong>do</strong> o dicta<strong>do</strong>r, diz a Eslrella, que, segun<strong>do</strong> o plano d'este,<br />

o chefe Meza devia eis J horas <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> <strong>da</strong>r abor<strong>da</strong>gem aos<br />

navios brazileiros, e assegura que, se e a ordem houve e si<strong>do</strong> cumpri<strong>da</strong><br />

com exactidão, seriam toma<strong>do</strong> infallivelmente os me mos navios.<br />

Mas o chefe Meza perdeo muito tempo, pretenden<strong>do</strong> reparar o desarranjo que<br />

soffreo um <strong>do</strong>s vapores paraguayos. O combate, por i o, travou-se .J<br />

J/2 h07'as clepois <strong>da</strong> des'/,grtarla 'flor Lope;;.· D'ahi resultou que a<br />

viclQ?'ia fosse alJe1ws brilhante, mas sem os resulta<strong>do</strong>s que eram <strong>da</strong><br />

esperar, isto é, sem a toma<strong>da</strong> de to<strong>da</strong> a esquadra brazileira.<br />

li i Y quien puede du<strong>da</strong>r », coutinúa a me ma folha,« que toma<strong>da</strong><br />

la escuadra enemiga habria felizmente termina<strong>do</strong> la <strong>guerra</strong>?<br />

« Oa<strong>da</strong> vez que se refresca en nuestra memoria la idea deI Ria·,<br />

chueIo: Oh! Meza! esclamamos: qur.e te dementia ccepit! Un tilde<br />

---<br />

(1) o nome <strong>do</strong> u}Rl'ech,l L 'pez. assim como o.; qualiflc-ltivos- genio,- héroe pal'aguayo,-<br />

salva<strong>do</strong>t, de la patria,,- eLe.. flppar cem sf'miJro !l'esses periodicos em VERSAES,<br />

como ai\lli.


508<br />

que so preten<strong>da</strong> variar en los designios deI GEl: ro, se abre á los<br />

piés deI atrevi<strong>do</strong> un abismo! Hombros presumi<strong>do</strong>s, cobardes ó arroja<strong>do</strong>s,<br />

temblad! I O preten<strong>da</strong>is medir con vuestro pequeno brazo lo que<br />

es inmensurable ii la razon comun! En las riberas deI Paraná, en ese<br />

mismo Riachuelo, que, á pesar de la defectuosa comportacirm deI gefa<br />

de nuestra escuadra, agregó uno de los primeros y mas esplen<strong>do</strong>rosos<br />

blasones á las armas nacionales, en ese mismo Riachuelo habriase conclui<strong>do</strong><br />

esta <strong>guerra</strong> colosal, cuyo nu<strong>do</strong> gordiano iha á cortarse irrimisiblemente,<br />

practican<strong>do</strong> sin titubiar las órdenes deI HEROE PARAGUAYO,<br />

de ese GENro para quien la rliflcultad no existe, j' ante cuyas emanaciones<br />

luminosas los grandes hombres deI siglo, los militares encaneci<strong>do</strong>s,<br />

los diplomaticos consuma<strong>do</strong>s, las grandes figuras cont~mporaneas<br />

son pequenas... »<br />

'f<br />

* *<br />

BATALHA DE TUYOTY, (24 de Maio de 1


501<br />

dente <strong>do</strong> Semana,riQ em Pa,SSfJ PQçú escreve s~ a eguinte e cnfio as<br />

linhas:<br />

«.... El dia 24, anniversario de la bataIla, que on e te mi mo lug,u'<br />

han so teni<strong>do</strong> nuestras armas con tanto denue<strong>do</strong> J' glorio~o resulta<strong>do</strong>,<br />

presenciamos escenas muy originales en el campo alia<strong>do</strong>.<br />

« Es sabi<strong>do</strong> que, como en to<strong>da</strong>s las acciones, e110s se atribu en la<br />

victoria de aquella memorable bataIla, y, en consecuencia de e to, habian<br />

hecho rui<strong>do</strong>sas demonstraciones en las p .blacione alia<strong>da</strong>s. e prevalecian<br />

de la incomunicacion para mentir à u humor y poner las<br />

cosas bajo el punto - de vista de su peculiar interes ; sinembargo la ver<strong>da</strong>d<br />

no puede ocultarse por mucho tiempo, y aquella mismas poblacione<br />

a quienes se anunciara la victoria, tuvieron que rectificar su opinion<br />

en vista de <strong>da</strong>to po itivos, que no dejaban du<strong>da</strong> de la mala suerte<br />

que ha toca<strong>do</strong> aquel dia a las armas alia<strong>da</strong> Q podia dejar de aberse,<br />

que una gran parte del ejército J.rgentino, en el mas grande de órden,<br />

se precipitó, huyen<strong>do</strong>, ha ta Itapirú; que las fuerzas de cabaIleria<br />

de la izquier<strong>da</strong>, como las de infanteria que cayeron sobre los demas<br />

punt JS, habian hecho desalojar la trincharas enemigas, dejan<strong>do</strong> sus<br />

caiíones; que, en fin, Ilevó el enemigo e a oca ion tan terrible descalabro,<br />

que los mas ar<strong>do</strong>rosos é inteligentes gefes de la alianza declararon<br />

que aquel dia habia desapareci<strong>do</strong> to<strong>da</strong> la e paranza de la conquista<br />

deI <strong>Paraguay</strong>.<br />

« Pet'O solamente con examinar el esta<strong>do</strong> a tual en que e. tan se<br />

puede ver i han si<strong>do</strong> vence<strong>do</strong>res Ó venci<strong>do</strong>s. Si han venci<strong>do</strong>, i como és<br />

que no en<strong>contra</strong>mos ocupan<strong>do</strong> los mismos pllesto que entonce.' defendiamo.<br />

? Su rol de invasore y su programa de Ilegal' en algllnos me es<br />

á la capital de la Republica, lo ponian en la nece i<strong>da</strong>cl de avanzal'<br />

como lo hllbi8rou hecho si obtuvieran una sola vict, ria.<br />

« Pnes bien! despues que tan patentemente e ta conoci<strong>da</strong> Ta parte<br />

que 1]a toca<strong>do</strong> ã. la la allianza en la )·ataIla del 24, to<strong>da</strong>via viene<br />

ahora a representar una ridicula farsa, como ya V. vã. ã. ver... »<br />

Segue- e a descripçilo <strong>do</strong>s festejos no acampamento allia<strong>do</strong> de Tuyuty.<br />

Era es a a fu:rça a que se rpferia o erre pondente.<br />

A Estrelta de :26 de Maio de 1869, sau<strong>da</strong>n<strong>do</strong> o 3° anuiver ario<br />

<strong>da</strong> victoria de Tuyuty, diz que o exercito allia<strong>do</strong>, em l6 de Abril de<br />

1866, quan<strong>do</strong> passou o Paraná, tinha « cerca de 1l)0 000 1Ja:/o fi. el'/s. »<br />

As Doti<strong>da</strong> que o emal~ar'io <strong>da</strong>va eram CJ.uasi sempre fal. as: victorias<br />

imaginaria, ou derrotas converti<strong>da</strong>s em victorias; prodigios de valor


510<br />

pratica<strong>do</strong>s pelos <strong>Paraguay</strong>os e cobardia.l escan<strong>da</strong>losa <strong>do</strong>s Allia<strong>do</strong>s; desanimo,<br />

ruina e desastres continua<strong>do</strong>s no Brazil, na republica argentina<br />

e no Esta<strong>do</strong> Oriental; proxima declaração <strong>da</strong> guerl'a <strong>do</strong> Chile, <strong>da</strong><br />

BolivÍ.1, <strong>do</strong> Perú e Colombia ái tres potencias alUa<strong>da</strong>s, e outras cousas<br />

<strong>do</strong> mesmo jaez.<br />

Em 1867, por exemplo, o Semanario entreteve os seus leitores<br />

com os pormenores de suppostas revoluçõ.;~ nas provincias brazileiras<br />

<strong>da</strong> Bahia, Perna,mb1+co e M""eanhão.<br />

• •<br />

Para que o leitor fique conhecen<strong>do</strong> melhor a imprensa paraguaya<br />

durante o tempo <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>, transcreveremos os seguintes trechos de<br />

um m"tigo ediclo?'tal <strong>da</strong> EstrtJla (numero de 1 de Julho de 1.')69):<br />

« •••.•Hombres que marchan à su destino, tiene el pueblo paraguayo,<br />

y un GENIO que és la alta espresion de superiori<strong>da</strong>d de to<strong>do</strong>s<br />

los hombres es el que preside y dirije sus destinos.<br />

« En el Pueblo <strong>Paraguay</strong>o está un reflejo de la Dívin<strong>da</strong>d.<br />

« En el GE IO que le preside y le dirige está un vivo destello<br />

de la misma Divin<strong>da</strong>d.<br />

« Es por eso que el mun<strong>do</strong> con sus volcanes, sus aguas, sus vapores,<br />

sus materias sulfúreas y bítuminosas, sus metales, sus truenos,<br />

sus arenas, su' píedras, sus fíeras to<strong>da</strong>s, y sus infierno ha si<strong>do</strong> ante<br />

el Pueblo l?araguayo infinitamente mas insignificante liue un átomo de<br />

polvo ele carbon ante eI universo entero.<br />

« EI enemigo, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> <strong>contra</strong> e1" destino deI hombre, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> <strong>contra</strong><br />

la libertad y la ncionali<strong>da</strong>d, ha desconoci<strong>do</strong> las ver<strong>da</strong>des eternas, y<br />

ha caí<strong>do</strong> bajo su peso.<br />

« Ha ~ueri<strong>do</strong> trastornar la naturaleza; ha crei<strong>do</strong> esterminar la<br />

razon y la libertad; ha crei<strong>do</strong> poder aplastal' aI GE 10; ha .creí<strong>do</strong>,<br />

en fin, anona<strong>da</strong>r á Dias en uno de su::; destellos, en us leyes y en su<br />

obra la ma privilegia<strong>da</strong>. Y el enemigo en proporciun de su número y<br />

de la fuerza de su embates, no ha recogi<strong>do</strong> síuó la medi<strong>da</strong> ele su 1111­<br />

potencia en su elesastl'es.<br />

« Que han sil\o nueskos enemigos en presencia deI MARISCAL<br />

LOPEZ? Sombras pavorosas y fugitivas, conclen a<strong>do</strong> varores deI crimen,<br />

que aI fuego de una sola mira<strong>da</strong> deI GENrO han elescarga<strong>do</strong> sobre<br />

ellos sangre y desolacion.<br />

( i De que les han ervi<strong>do</strong> á nuestros enemigos to<strong>do</strong>s los planes,<br />

to<strong>do</strong>s los elementos, to<strong>do</strong>s los crimell8s y to<strong>do</strong>s los medias de que se<br />

han vali<strong>do</strong>?


511<br />

« i De que les ha servi<strong>do</strong> á nuestros enemigo~ que harto i pesaroso<br />

y sensible es decirlo! 'en la illlsma mesa deI MARISOAL LOPEZ, Y<br />

delante de los mismos altares de Dias hayan pue to asesinos con punal<br />

en mano que corte el vuelo de la existencia deI GENIO?<br />

« i De que les ha vali<strong>do</strong> á nue -tros enemigos que eu to<strong>do</strong> el curso<br />

de la <strong>guerra</strong> hayan emplea<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s sus medias, to<strong>do</strong>s sus elementos<br />

propios y agenos, to<strong>da</strong>s sus balas y sus bombas, y to<strong>do</strong>s sus conatos<br />

y .to<strong>do</strong> su tiempo <strong>contra</strong> la vi<strong>da</strong> dei GE IO?<br />

« i No han dicho nue tro) enemig'os que hacian la <strong>guerra</strong> a ese<br />

GE IO; y no han emplea<strong>do</strong> <strong>contra</strong> ese GENIO to<strong>do</strong>s lo elementos, la<br />

vi<strong>da</strong> misma de un Imperio y <strong>do</strong>s Republicas y to<strong>do</strong>s lo hombres y<br />

elementos que el mun<strong>do</strong> entem ha podi<strong>do</strong> <strong>da</strong>rles?<br />

« i Y que han consegui<strong>do</strong> de tan monstruoso é infernal empeno?<br />

Anona<strong>da</strong>rse, y auoua<strong>da</strong>rse.... cubrir-se de bal<strong>do</strong>n·é infamia, sepultarse<br />

en el polvo de las derrotas, ahogarse en su propria sangre, y sorber<br />

su propria ruina.<br />

. «i Que prueba mas espléndi<strong>da</strong> que esta de la ver<strong>da</strong>d de que hacemos<br />

pali<strong>da</strong> mencion,?<br />

«i Ouan<strong>do</strong> en la histol'ia deI munuo ha apareci<strong>do</strong> en la cumbre<br />

de los tiempos un GENIO cual el MARISOAL LOPEZ?<br />

« Tunca.... jamas..• _<br />

« Um Alejandro, un Julio César, un Constantino, un Freder'ico<br />

Guilh'3?'me, un N apolp.on, han si<strong>do</strong> atletas que se han levanta<strong>do</strong> con<br />

las alas deI Genio sobre el nivel de los campeones de Marte; to<strong>do</strong>s<br />

eUos han labra<strong>do</strong> su vi<strong>da</strong> con 61 buril de la inmortali<strong>da</strong>d; pera<br />

i cual de eUos ha remonta<strong>do</strong> á tanta altura y ha <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> los espacios<br />

hasta la misma inmensi<strong>da</strong>d, cual el IARI~OAL LOPEZ?<br />

« Oonsultense las épocas; cou ultense los. siglo, consultense las<br />

luces y los elementos, y consultense los accidentes, las circunstancias<br />

y los medias, y se verá que el MARISOAL LOPEZ és el GENIO de los<br />

Genios 1. •. »<br />

•• •<br />

Os seguintes trechos de um paralielo eutre Lopez e Jesus Ohristo<br />

são toma<strong>do</strong>s tambem á Est?-dla (artigo editorial de 13 de Junho de l869) :<br />

« La formi<strong>da</strong>ble y extraordinaria <strong>guerra</strong>, gigante en to<strong>da</strong>s sus proporciones<br />

y detalies, que ba si<strong>do</strong> provoca<strong>da</strong> a sostener la Republica,<br />

es ciertamente el gran elaboratorio de su existencia politica.<br />

« Es e1 apremiante y decisivo debate de su pasa<strong>do</strong>, su presente y<br />

su porvenir.


512<br />

« Patria, liber~ad, sJberania, independencia, religion, vi<strong>da</strong>, to<strong>do</strong>.....<br />

to<strong>do</strong>..... ha estadb amenaza<strong>do</strong> de muerte, y de muerte alevosa, vil é infame<br />

...<br />

« EI huracan estermina<strong>do</strong>r pariÍa de su cráter, ...el Brasil, en nubes<br />

de sangre, fuego y humo.- Arrasaba las regiones deI anchuroso Plata,<br />

y sacudia el santuario de la democracia.<br />

« Los rios se secaban, las ànditas mon tanas inclinaban amedronta<strong>da</strong>s<br />

su colosal cerviz, y la historia y la geografia enmudecian aI atronante<br />

y estermina<strong>do</strong>r rugi<strong>do</strong> de la tempestad.<br />

« La misma existencia de to<strong>do</strong> un DIOS era problématica para algunos,<br />

y desconoci<strong>da</strong> y bofetea<strong>da</strong> por la muchedumbre atea.<br />

« Mas, à manera de la rosa<strong>da</strong> aurora, que cenia los divinos destinos<br />

de la VIRGEN DE AZARETH, existia en el corazon de América<br />

una VIRGEN NAOIO ALIDAD; que, si AQUELLA dió un DIOS,<br />

ESTA habia <strong>da</strong><strong>do</strong> un GENIO: que si AQUEL habia redimi<strong>do</strong> li la humani<strong>da</strong>d<br />

entera, habia inaugura<strong>do</strong> la libertad y la igual<strong>da</strong>d, y habia con la <strong>do</strong>ctrina<br />

de sus hechos y de sus palabras edifica<strong>do</strong> la paz y la felici<strong>da</strong>d de las naciones<br />

y la paz, la felici<strong>da</strong>d y la gloria deI genero humano, ESTE estaba<br />

llama<strong>do</strong> á salvar el esplen<strong>do</strong>r de esa divina <strong>do</strong>ctrina: estaba llama<strong>do</strong><br />

á defender y so tener esa libertad y igual<strong>da</strong>d; y estaba llama<strong>do</strong> á<br />

defeuder y sostener esa pa ~ y feliciclad de las naciones, y esa paz,<br />

fe~ici<strong>da</strong>cl y gloria de la humani<strong>da</strong>d.<br />

« Si AQUEL habia liberta<strong>do</strong> las naciones y aI hombre de la pesaria<br />

esclavitud de las tinieblas y deI peca<strong>do</strong>, ESTE estaba destina<strong>do</strong> á libertar<br />

esas naciones y ese hombre de la oprobiosa esclavitud, de la desenfrena<strong>da</strong><br />

ambicion y deI cruento despotismo que hacen de las naciones y<br />

deI hombre i una simple cosa!<br />

« La hora sonÓ: las trompetas' de la barbarie, sopla<strong>da</strong>s por las<br />

furias infernales, conturbaban los espacios; la tempestad dirigia sus pasos<br />

de desolacion sobre la VIRGE AOWNALIDAD de America, y la<br />

sentencia de la degollacion estaba tira<strong>da</strong>.<br />

« Empero, el GENrO SALVADOR no partió para el Egipto, no:<br />

partió, si, para el campo de la <strong>guerra</strong>, para el campo de prueba!<br />

« FUE EL 8 DE JUNIO de 1865!<br />

« No dejó el PESEBRE cuyo verde follaje formaba su cuna; dejó<br />

si el Fausto de las comodi<strong>da</strong>des de su alta posicion social y politica;<br />

dejó los dulces halagos deI hombre. y corrió por las asperezas de la<br />

austera vi<strong>da</strong> deI hér, e.<br />

« S. E. el Senor MARISOAL LOPEZ, vencien<strong>do</strong> la oposiciou del<br />

congresso y deI pueblo, y cedien<strong>do</strong> á los patrióticos impulsos de su<br />

magnânimo y generoso corazon, como á las inspiraciones deI GENIO


513<br />

partió de la A uncion, dejan<strong>do</strong> la marnificenci' deI a~'i nte guberlli\­<br />

mental, para poner su fortun u~ ufrimento,:"tI P' a r li ,id.\<br />

en pró de la salva_cion de u Patri


INDICE<br />

OBseRVAçõES SOBRE OS MAPPA,; QUE ACOYP.L~HAM<br />

ESTA EnI lo...<br />

Capitulo X<br />

ESTERO BELLACO e TU'iUTY (Batalha <strong>do</strong> Estero Bellaco, em de Maio: ncção <strong>do</strong><br />

Passo 'idra, em 20 de Maio; batalha de Tllyuty, em 24 de Maio de 1866).....<br />

Capitulo XI<br />

YATAl'1'Y-lJO~Á, BOQl'ERO::-; E POTRERO SAUeI;: (Combate de Yatait.y-Corà em 11 d<br />

Julho; toma'.\'t <strong>do</strong> B.)que1'oll, em 16 de Julho; at.\quc <strong>do</strong> Sauee, em 18 <strong>do</strong><br />

.Julho) .. '" . .. .. .........•.......... ..I.ó<br />

Capit,ulo X<strong>II</strong>.<br />

'UltUZO' E ORUP,UTY (Tom'1<strong>da</strong> de Curuzú em 3 de etembro; conferencia de Yntaity-Coni<br />

em 12 de ,etemb1'o; alaque de CUl'U~nity em 22 de ,'etemb1'o)...... 79<br />

Capit,ulo XIU<br />

INIEltVENCÃO DA. DIl'LOMAClf (Bons omcios, ameaças e protestos de alguns <strong>governo</strong>s).<br />

A divulg l({â) d) tntta<strong>do</strong> SCCl'.:t'J d \ <strong>triplice</strong> alli·lUça. 13>1<br />

Capitulo XIV<br />

INACCÃO EM TU\'OTY E CURUZO' (Rcol'ganiswão <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>. Começa o comll1antlo<br />

<strong>do</strong> Bl'1.recIJai Caxi'l.. 13ombarueam.mto o e caramugas, preparali\'os pam<br />

a l1lan·.ha 1· 11 lOCO. RoLi1'al! \ Li Mitre. ,holer l-mo1'bus) ,. H9<br />

Ct. pitulo X V<br />

A HEI'UBLIC\ ARGENTL'iA (Visla 1'0llio 5.,b1' a su" bistori politica d\lsde 1 10)... 17<br />

A.PPENDICE<br />

'l.-Sob,-e o combate d'J COI'dentes (2' de ",bit) de 1 ~G5 .-Rectific'Ições ao que<br />

Iicou elilo no \0 vol. , . .•... 1<br />

.... -Pe'·<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s B,'a;;ileil'Os atI! 30 de Ab"il d: t865.-Reclific-lções a·) lo Vol...... 'l<br />

a.-Sob,-e o sitio de U,·ug!Ulyana.-Accrescimo· e illformaç59s ". 4<br />

I<br />

DOU l\I1~NTO' E I> 01'.\ ti 'UBRE O .A L'l'l'ULO X D'ESTA OBttA ,.. 6<br />

R\1'AL<strong>II</strong>A DE E,rrlillO BELLACO (! (1


TI<br />

".-» lJ<br />

PAGS.<br />

4.-Parte otficial <strong>da</strong> geneY'al Ozal"io ao Ministro <strong>da</strong> Guerra ,.................... 6<br />

l) Flores ao genel"al Mitre :..... 7<br />

6.- lJ» )) Mtt1"e ao vioe presidente <strong>da</strong> Republioa Argentina, ... : 8<br />

'1. -O)"dem <strong>da</strong> Dia <strong>do</strong> general Ozorio , .. , . .. ., ,......................... 10<br />

Perdns que tiveram os Brazileiros no dia 2 de Maio 11<br />

O:fficiaes brazileiros mortos, f~ridus ou pl'isioueiros , ,....... 12<br />

S.-Out,"OS por,menores sobre a batalha de 2 de l\tlaio de 1866.................... l-l<br />

9.-:JOMBAl'E DO PASSO IDRA (20 de Maio)............................ 19<br />

BATALHA DE 'l'UYUTY (24 de Máio)............................................ 20<br />

tO,-Forças paraguayas e aUia<strong>da</strong>s ; per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s duis exel·citos ,....... 20<br />

'l'l'ophéos " ' .........•.. " .. , ,., , ,.......... 24<br />

Mappa <strong>do</strong> prej llizo que teve o exercito brazileiro no dia 24 de Maio ,.. 25<br />

Per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s A.rgentinos ,.................... 29<br />

» <strong>do</strong>s Odentaes , ,...... 30<br />

» <strong>do</strong>s AlIia<strong>do</strong>s , c........... .. 30<br />

O:ffic'aes brazileiros mortos... . '...................................... 31<br />

1i .-A batalha de 24 de Maio desc?"ipta pelo coronel oriental Palleja ,.... 35<br />

i·1 a.-Observações sobre a descl"ipçào <strong>do</strong> ooronol PaUr,ja feitas por ?mo official <strong>do</strong><br />

exercito brazíl&i,"o.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43<br />

i2.-Primeil·Os <strong>do</strong>oumentos officiaes sobre a batalha de 24 de N[wio de 1866 e,m<br />

TWlJuty ............•........... .•.......... ,.".............................. 48<br />

A.} Primeira parte o:fficial <strong>do</strong> presidente Mitre ao vice-presidente <strong>da</strong> Republica<br />

Argentina. . . . . . . . .. . , ,................. 48<br />

B) Boletim <strong>do</strong> exercito allia<strong>do</strong>........................ 50<br />

C} Parte oflicial <strong>do</strong> general Flores ,.. .' .. , , ,.......... 51<br />

D) Primeira parte official <strong>do</strong> general Ozorio a Mitre.. . , ".... 5H<br />

-J3.-0utros <strong>do</strong>oumentos I"elativos á par·te ljue o eallwcito a'I';Jentíno tomou na batalha<br />

de 24 de Maio ,., .......•.... , ,......................... 55<br />

A} SegllU<strong>da</strong> parte omcial <strong>do</strong> general l\1:itre , , _" 55<br />

B) Parte oflicial <strong>do</strong> general Pallnero, commanuante lIa la divisão argentin'\' 58<br />

O) Parle olicial <strong>do</strong> general Entilio Mitre, CJUllll1U<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 2' livisão argentina (;2<br />

D) Parle ofilcial <strong>do</strong> gfmeral Gel1y y Obes, chofe <strong>do</strong> est!\lIo m~ior <strong>do</strong> exercito<br />

argentino.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 65<br />

i4.-01"dem <strong>do</strong> .Dia <strong>do</strong> general O:


<strong>II</strong>I<br />

PAG••<br />

1) Parte offi. ial <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte interino <strong>da</strong> divisão e <strong>da</strong> 7IJ. briga<strong>da</strong> (Macha<strong>do</strong><br />

Bittencourt). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 10<br />

2) Parte official <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 5' brigad" Oliveira Beilo).............. ]11<br />

~~.-E) 4' Divisão brazileira (general Guilherme de Souza).......................... 120<br />

]) Parte ofiicial <strong>do</strong> general Guilherme de Souza.............. LO<br />

2») » <strong>do</strong> -omman<strong>da</strong>ote <strong>da</strong> 11' briga<strong>da</strong> (Auto Guimarães)....... 123<br />

3) Parte official <strong>do</strong> com man<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 13 a brigad'l (('osta Pereira)............... H7<br />

~3.-F) 5' Divisão brazileira (coronel Tristão Pinto) 132<br />

1) Parte official <strong>do</strong> coronel Tristão Pinto. 132<br />

2») » <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3' briga<strong>da</strong> (Sezefre<strong>do</strong> de Mesquita) '" 131<br />

3)) » <strong>II</strong> » <strong>da</strong> 15' » (Guedes <strong>da</strong> Luz)............ 134,<br />

~4.-'J) 6' Divisão brazileira (general Vctorino Monteiro)............................ 136<br />

1) Parte official <strong>do</strong> general Victorino Monteiro............................... 136<br />

2»1 » <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 12- briga<strong>da</strong> (Coelho Keily)... 138<br />

3») » I) » <strong>da</strong> l.J.a )} (Sallustiano <strong>do</strong>s Reis)....... 139<br />

4») »» I) <strong>da</strong> 18 a )1 (Evaristo Silva).............. 141<br />

~I>.-H) Briga<strong>da</strong> ligeira (general Netto)...... .. 144<br />

1) Parta official <strong>do</strong> general Netto........................................... .. 14J<br />

2fJ.-Gombate de 28 de Maio de 1866 H7<br />

2'1.-Fol·tificações de Hwmaitá.-Resumo de uma communicn.ção feita ao ministro<br />

inglez em Buenos-Aires pelo comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> canhoneir'l « Dotterel )1..... 148<br />

<strong>II</strong><br />

DOCUMENTOS E NOTAS SOBRE O CAP. XI DE TA OBRA.... );j')<br />

28.-Inacção <strong>do</strong>s AUia<strong>do</strong>s. Falta de elementos de mobili<strong>da</strong>de. Accal'<strong>do</strong> pal'a a compra<br />

de cavallos (Junho de 18(6) 150<br />

29.-Tiroteios, bombardeamentos e combates dtwante os l11.eZes de Junho e Julho de<br />

1866 -...•............................................. 151<br />

30.-Sobl·e a juncçiZo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is corpos <strong>do</strong> exercito b)·a..ileiro no Passo <strong>da</strong> Patria<br />

(Junho a Agosto de 1866). Correspondencia troca<strong>da</strong> entre o genera s allia<strong>do</strong>s,<br />

a esse respeito, desde a Junt'l. de Guerra cclebrad, cm Ul'uguayana, até<br />

J ll1ho de 1866..... . . . . . . 157<br />

3i .-ComB.TE DE YAT.UTy-CORÃ. (11 <br />

~} » <strong>do</strong>s Brazileiros (ana1yse ilo~ <strong>do</strong>cu1Jlentos offLciues publica<strong>do</strong>' e exame<br />

<strong>do</strong>s re erv;ld:>s) 185<br />

Mappas organisa<strong>do</strong>s á vista <strong>da</strong>s parLes olliciaes (combaLes de 16 e 1 de Julho) 191<br />

Olliciaes uperiores <strong>do</strong> exercito urazileiro qlle ficaram fóra ele combate " 19<br />

3) Per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s Argentino..................... .. .. 200<br />

-1) » <strong>do</strong>s Ddentaes .•................... , 201<br />

5) ToU <strong>da</strong> perd <strong>do</strong>s Alli I<strong>do</strong>s.......... 2(J_


IV<br />

PA.Gs.<br />

36.-Relação düs ofliciaes brazileiros que ficaram fórt1. de cümbate nos dias 16 e 18 de<br />

Julho de 1866.......... . ,... 202<br />

PARTICIPAÇÕES OFFIOIAES SOBRE OS COmlATE DE 16 E 18 DE JULHO.......... 211<br />

31' .-Officios <strong>do</strong> oomman<strong>da</strong>nte em ohefe <strong>do</strong> 10 oorpo <strong>do</strong> exe1'cito r·mperial (gmeml<br />

Polyd01"O Jordão) ao ministro <strong>da</strong> guerj"a (descripção <strong>do</strong>' combates de 16 e<br />

18 de Julho) ,. 211<br />

38.-01"dem <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> giJneral Poly<strong>do</strong>ro Jordão (combatGs de 16 e 18 de Julho)... 219<br />

39.-Partes offioiaes <strong>do</strong>s 'oomman<strong>da</strong>ntes de divis~es, b. iga<strong>da</strong>s e oórpos sobre o oom...<br />

bate de 16 de Julho de 1866................................................ 22-1<br />

A) Parte oflicial <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>llte <strong>da</strong> 4 a Divisão (general Guilherme de Souza) 221<br />

A 1) Brigl<strong>da</strong> Auto Guimarães................................................... 227<br />

A 2) » Cost!\ Pereir,l . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . •. . . . . • . . . . . . . . . . .. 230<br />

A 3) Artilharia .....•.............................. , ... ,.................... . '. 231<br />

B) Parte oflicial <strong>do</strong> commall<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> la divisão (general Argollo)............. 235<br />

B 1 Briga<strong>da</strong> Si!veira '" .,. 238<br />

B 2) » Faria Rocha. . . . .. . 241<br />

C) Parte oflicial <strong>do</strong> comman<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> 3' Divisão (coronel Machaclo Bittencourt) 2,13<br />

C J) Brigrt<strong>da</strong> Bello . :.. .. .. . . 2-1


DI<br />

PAOS.<br />

DOCUMENTO E I'OTA' OBRE O CAP. X<strong>II</strong> D'E~TA OBRA. 3()j<br />

48.-1Ilformações e <strong>do</strong>cumentos sobl'e os ataques de CW'lt::Í1 e Clwupaity: nlal;<br />

de <strong>guerra</strong> celebra<strong>da</strong>s entre os generae alliaJos nos diols 1 e 2 d Ago to;<br />

phno de operações; desintelligencias entre o chefes alül\<strong>do</strong>-: tomad de<br />

Curllzú; correspondencia troca<strong>da</strong> enh'e os generaes allh<strong>do</strong>s antes <strong>do</strong> ataque<br />

de urupaity; ~untas de <strong>guerra</strong> de 4, 6 e 8 de etembro em Tu)"uty, e<br />

acta assigna<strong>da</strong> nesse dia; conferencias em Curuzú nos dias 5 e 7 de ~ ­<br />

tembro; reclamações e protesto de Porto- Alegre e Taml\n<strong>da</strong>ré; prep'lrativos<br />

para o ataque de ClU'upaity " :105<br />

O que se fez em Tuyuty durante o ataque de Curupaity................... 3li<br />

Confidencial de 15 de Setembro <strong>do</strong> general Poly<strong>do</strong>ro Jordão ao Ministro li,}<br />

Guerra (completa<strong>da</strong> pelas inform ções que demos anteriormente)......... 315<br />

Carta escript,'l por um official <strong>da</strong> marinha brazileirll em 11 de etembro sobre<br />

as occurrencias que se deram depois <strong>do</strong> ataque de w'uzú 356<br />

Nota <strong>do</strong>s Srs. Lewis e Estra<strong>da</strong>, commenta<strong>do</strong>res de Thompson, sobre o ataque<br />

de Curupaity.-Rectificações a essa nota L....... 3;9<br />

49.-Depois <strong>do</strong> ataque de CUt·upaity.-Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercito aUia<strong>do</strong> (de cripçiio feita<br />

pelo general Poly<strong>do</strong>ro Jord'io ao ministro <strong>da</strong> <strong>guerra</strong>) ; desintelligencias entre<br />

os generaes Porto-Alegre e Poly<strong>do</strong>ro Jordão , oo.... 370<br />

TO:<strong>II</strong>ADA DE UROZO' (3 de Setembro de 1866)................................. ~7<br />

"O.-Parte ofticid <strong>do</strong> almit-attte Tamall<strong>da</strong>ré sobloe o bombl1Jl'deamento B toma<strong>da</strong> de<br />

Cur·uz'Ú. . . . . •• . . . . . .. . ...•.......•..........•.•............•........ o • • • • • • •• 378<br />

Ordem <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> almirante '" o ••••••••••••••••••••••• o •••••• o • • • • • • • • • • • • • • • • 2<br />

I>-I.-PQ/l,tes ofticiaes <strong>do</strong>s commandOtlúes <strong>da</strong> 2- e 3'0 divisões <strong>da</strong> esqltadt'a B <strong>do</strong>s conlman<strong>da</strong>mes<br />

<strong>do</strong>s encouraça<strong>do</strong>s :. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1.'89<br />

52.-0rde11~ <strong>do</strong> dia e parte official <strong>do</strong> general Porto-A.legre o ••••••••• ' 3!l5<br />

63 .- pQ/l·te oflicial <strong>do</strong> chefe <strong>da</strong> commissão de engenheit,os ............•.. o ••••••••• " 402<br />

54.-Pat'tes ofticíaes <strong>do</strong>s comman<strong>da</strong>ntee de divisões, briga<strong>da</strong>-s e corpos sobl'e a toma<strong>da</strong><br />

de CU1'lwÍf •• o •••••••• o o •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• o • • • • • • • • • •• 406<br />

A) Divisão <strong>do</strong> general Albino de Cal'valho o •• o • " 406<br />

A 1) Briga<strong>da</strong> Cal<strong>da</strong>s '" .. , . o • • • • • • •• 4.<br />

A 2) " Piquet o •••••••••••••••••••••••••••• o • " ••• o • • • • • • • • •• 410<br />

B) Divisão <strong>do</strong> general Fontes '" .. o 41l<br />

B 1) Briga<strong>da</strong> Barros e Vasconcellos . .. . . .. . .. . .. .. .. .. . . . .. . .. . .. .. . 413<br />

B 2) <strong>II</strong> Bal'1'eto o •• o ••• o ••••••••••••••• o, 4L6<br />

C) Divisão <strong>do</strong> Coronel Lucas de Lima ..•............ o ••••••••••••• o' • • • • • • • •• 41<br />

C 1) Briga<strong>da</strong> Vasco Alves '. 41<br />

O 2) <strong>II</strong> Florentino Bueno ••.................. o • • •• ••••••••••••••••••••••••• 419<br />

C 3) li Astrogil<strong>do</strong> , o • ••• •••••••• •••• •••• • ••••• 4L9<br />

!?) ArtiLharill e engenheiros....... .............................•............. 4'W<br />

5r; .-Per<strong>da</strong>s que tiveram os Brazileít-os e Pa'l'aguQ/lJos em C1.U'1.IZ'l6.................... 421<br />

1) Per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s <strong>Paraguay</strong>os o...... 421<br />

2) Trophéos recolhi<strong>do</strong>s pelos Brazileil'os o •••••••• , •••••• o 422<br />

3) Per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s Brazileiros em Curuzú........ 422<br />

Mappa d~s per<strong>da</strong>s soffi:i<strong>da</strong>s pelo 2° corpo <strong>do</strong> exercito brazileiro .. o •••• o •••• 423<br />

Perclas <strong>da</strong> esquadra braziLeil'a•... o ••••••••••••••••••••••• o ••••••••••••• o ••••• 425<br />

Total <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s Brazileiros.............................................. 420<br />

Relação <strong>do</strong>s officiqes mortos, ferI<strong>do</strong>s e contusos o. 12G<br />

1'>0. -Confe.'encía de Yataitll-Cor-á o ••••••••••••••••••• o ••• '" ••••• o' • o ••••••••• , 429<br />

50.-Regresso <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r' Flol'es a Montevidéo . ,,, . 4.33<br />

AT4QUll: DE CURUPA1TY (22 de Setembro) , o .. 437


YI<br />

PAGS.<br />

5.Jc.-DocUllnentos ,'<strong>da</strong>tivos á pal'te que tomou a esquadra b;'(~zileü'a no ataque:,.. 437<br />

1) Parte offici'l.l <strong>do</strong> almirante Taman<strong>da</strong>re...... . 437<br />

2)) » <strong>do</strong> chefe <strong>da</strong> 3" divisão <strong>da</strong> esquadra........................... 440<br />

3)) » » <strong>da</strong> 20.» ».. . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . .. 4


N<br />

o<br />

o<br />

DAS<br />

HERVAS<br />

•..9<br />

S·<br />

BO<br />

Jftu:ora.<strong>da</strong>arQ <strong>do</strong>.r<br />

~/l.COrQYlL'à<strong>do</strong>s no<br />

~ d~ ns.l'cÓJ:O<br />

«<br />

,<br />

,<br />

[;<br />

.o<br />

E<br />

Ii'<br />

\6<br />

OiúLVa. !Hlária, .9<br />

ba.teria,·c!ocollVrcamlJu,úS *<br />

rk CQlowra. ti'<br />

le-o-a s em Humaitá.<br />

;'<br />

to,<br />

. - ~ .."., A, ~<br />

......


I<br />

I<br />

,<br />

:,<br />

1.1<br />

/<br />

I<br />

Explica:ção.<br />

. ,,<br />

"I<br />

_________ ~,O/1w.l·fJfU7Z;f/1L'!f0J; ~hoSÚFUSt.LiPros<br />

.... Mira<strong>do</strong>sjJ{UYff'lUfr~ uiraáLu órasdw-o.s<br />

1.,.<br />

X CU7TlÓrdf' ~ fLViVu:adcM<br />

I<br />

A<br />

.~I/<br />

--//<br />

trindlLiras}Part.lfftuyra.s<br />

____<br />

órlMiZei.ras<br />

IJ<br />

ITAPIRU li <strong>II</strong><br />

POR W. H. L.GREEN.<br />

11<br />

TA<br />

----_ .., ..------<br />

,<br />

..<br />

"<br />

"<br />

,,'<br />

_<br />

outros ediIi<strong>do</strong>s<br />

= conlHlO1:io ffei.ra)<br />

== froptLó'<br />

.,. l' l' alJaúÃlM<br />

. ,,~~.,ç~<br />

P. ~';:'... '"nu<strong>do</strong><br />

..<br />

____ fõj'SOS Ele atira<strong>do</strong>re.l'<br />

EscaJo.~<br />

I<br />

«~~~<br />

,'''1\- .. ­<br />

/'<br />

... :<br />

,,' ;<br />

•<br />

,,<br />

•,<br />

I<br />

"0<br />

I I<br />

I<br />

I<br />

c<br />

•I<br />

I<br />

I<br />

r<br />

I<br />

~:<br />

I<br />

I<br />

I<br />

f _-..J/<br />

!r ..------- 1<br />

ri<br />

I!<br />

,: .'<br />

,:<br />

t:<br />

,;<br />

r. '.<br />

~<br />

"I'<br />

,:<br />

.. ~!..._.<br />

to<br />

,:<br />

..<br />

,;<br />

.","<br />

<strong>II</strong><br />

lO'<br />

,.<br />

...<br />

..........<br />

,.<br />

I:<br />

I:<br />

PASSO:' POC<br />

...... d<br />

-"-li ...... ~<br />

l,.<br />

.... ­<br />

. ~' .....<br />

..<br />

s<br />

o<br />

.....<br />

o<br />

o"<br />

.t<br />

'r_ ,///<br />

f<br />

;<br />

~.. !<br />

....<br />

.~•..<br />

..., .<br />

......./'.<br />

·1<br />

jl<br />

r<br />

"" í<br />

I~'<br />

/ 1.<br />

I<br />

..yI<br />

./<br />

I<br />

! li.<br />

I<br />

l·...<br />

/ ~.: ....<br />

í ~<br />

1­<br />

I<br />

..<br />

X<br />

í<br />

!<br />

.'" !<br />

; :0"<br />

r"o'<br />

"'1<br />

• J<br />

.....~/<br />

...,.<br />

...<br />

Il<br />

5<br />

.,.<br />

"0<br />

.... ;<br />

o'<br />

,~,""'o<br />

,e.<br />

....... 1..<br />

•<br />

0'0<br />

.././<br />

.~ • ..//1.<br />

-.1'"<br />

O ,...


'I<br />

I'<br />

<strong>II</strong><br />

iI<br />

11<br />

I


I<br />

I I<br />

I<br />

Lnh.ln.sü\u~v-WiIh.GTom,Berhn.


. I<br />

~iP.l.~tª"<br />

dJ @$:<br />

Q@!imJlbJ(ljt~~<br />

:no<br />

Distancia 1: 75000.<br />

fOfoZ ~tlO f ~ .Ki1om.<br />

Gez vonWH L.Green.<br />

Llth.InstitutvWilh.GreveBerlin.


~~ ~t?~<br />

N.<br />

I<br />

g (@1 ~Ilmtl b i8 t (0<br />

w.<br />

o.<br />

<strong>do</strong> 1.<br />

de Dez~m<br />

br<br />

0 1868.<br />

Dislancia<br />

1:75000.<br />

I<br />

s.<br />

C.hélOO<br />

(Jez. von WH 1 Gree.n<br />

1iü\ <strong>II</strong>\! tlwtv.WiUdireve,E erlin


• I<br />

-o.<br />

tl'JAPtg.<br />

ldl fil S; ~ ~ !'rmJ 1m eJ1tfj;; $<br />

:no<br />

I~I T[!IU~IJAI\f~<br />

Distancia 1: 75000.<br />

fOtOOH. ~oo f<br />

2 Jrzlom.<br />

I<br />

Gaz vonW:Hl.Green.<br />

I.1th-InsuutvWilh.Greve Bulill


Q<br />

<strong>do</strong>m<br />

~al ~t?~<br />

<strong>do</strong>mb.t••<br />

w.<br />

N.<br />

- o.<br />

<strong>do</strong> TI:\. Z<br />

de Oeze mbro 1868.<br />

Distancia<br />

1:75000.<br />

2 I<br />

3 Jr<strong>do</strong>m.<br />

I<br />

s.<br />

O:raIl<br />

Clzaoo<br />

(Jez vonWH 1 Green<br />

1itldnstlwtV...j ""lh.GTev.E<br />

".\<br />

'W


......<br />

W ------1----=-0<br />

.<br />

,<br />

I<br />

\<br />

I<br />

I<br />

<strong>II</strong> I·<br />

..........<br />

\<br />

\<br />

.,<br />

l.UELA<br />

....<br />

--"L",'...,.<br />

t..,\<br />

, o~~:-/--_.-;'_.. ".---. -~~)<br />

I<br />

\<br />

.1: '1o-••Y<br />

.."<br />

IC,'"<br />

o<br />

CARAPEGUA<br />

SI<br />

nos mezes de Abril a Setembro<br />

d 1869.<br />

POR W.H.L.GREEN<br />

Escala Q<br />

2ÓO:OOO<br />

'."O======:==,S,=,=======0"==~======~ __====1;;,D==============;j2!O KILDM.<br />

e. 8. JunAo<br />

Lith.lnst.vo1l Wil1'.Greve in Bel'lin.


3B<br />

38<br />

na<br />

de Setembro 1869 ao fim <strong>da</strong><br />

Guerra.<br />

------"-122<br />

23 I------!---X\\\---,,~-~<br />

'24: 1--0--------'----------_<br />

Z5<br />

---1 25<br />

,<br />

40 w:r.v::Feno<br />

_.J.....,.-__-=-=-- ~~~::.c.......~~=-----"-'-----.L----""'~-~.!---_+:'"--------- --'-::>.-__-IWL- ~<br />

39<br />

37,<br />

(icr.:v. W.H.l.G REEN.<br />

JJJélro..o l00n0.;QOO<br />

o<br />

Distancia 1: LOOOfiOO.<br />

$0 60<br />

o<br />

80<br />

,ooXilom.<br />

heguos ,·0~===;l8;==:;=6==!=~~«;;===;l2;==~0======,);=- ====~==~,O======:,'s'zegu=.<br />

Lith.Tnstitllí.v~~.GTeve,Berli.n.


ao<br />

,<br />

•.,<br />

I<br />

,<br />

"<br />

:,.I,<br />

l­<br />

I<br />

:'<br />

, .'<br />

I<br />

:'<br />

o<br />

h<br />

r<br />

,,<br />

q;<br />

,<br />

I,.<br />

<strong>II</strong> l/lfla-1U7n.<br />

':1111(/ .- \<br />

UJ {J<br />

\\ .:\\('<br />

.\ lIlI/IS 1'('('I'\\\I'~<br />

or<br />

W"L.O" N

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!