Consciente_Janeiro2017
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Á espreita do rebentamento psíquico, sério, como<br />
o autista, está o esquizofrénico numa angústia<br />
incessante de fragmentação, a mesma, a dor que<br />
sustenta na vida. Os opostos intensos e bárbaros,<br />
numa incessante luta. A pontos de explodir, nas<br />
ligações que já não existem. Assim se vive em<br />
esquizofrenia. A nível cerebral as diferenças<br />
estendem-se em relação à dita normalidade. A<br />
produção invasora de projeção que retorna ainda<br />
com mais força, o cerebro ocupa-se, cansa-se e<br />
submerge a tamanha intensidade, sem fim. Ao<br />
esquizofrénico resta superar a dor psíquica,<br />
irreconhecível para qualquer um, pela alucinação,<br />
pela projeção que lhe tapa a realidade. Real ou<br />
percepcionado, desde idade muito precoce, assim<br />
é a realidade do esquizofrénico. A esquizofrenia é<br />
uma psicose. Um sofrimento inpensável e pouco<br />
conhecido. O tratamento desta passa<br />
inevitavelmente pelos medicamentos mas passa<br />
em especial pela psicoterapia efetuada pelo<br />
especialista conhecedor, experiente e formado. O<br />
sucesso do tratamento passa tambem pelo<br />
envolvimento da família, a benéfica para o doente.<br />
Uma vez que é a rede social que lhe vai permitir<br />
nova integração, que lhe vai permitir a possivel<br />
contenção. Já adulto, ainda em estudo, a solução<br />
para pelos outros. A titulo de exemplo, original e<br />
com sucesso, está a AIEPS, que ganhou Prémio<br />
Gulbenkian de beneficiência. Na sua base está um<br />
principio fundamental — o suporte social tem um<br />
impacto grande sobre os danos que situações de<br />
stress trazem a qualquer pessoa. A rede social<br />
serve de suporte possível àquilo que outrora não<br />
existiu. Em residências comunitárias, pessoas<br />
com doença mental grave como a esquizofrenia,<br />
vivem e evoluem em qualidade de vida, com<br />
autonomia e independência. Na prevenção do<br />
isolamento e do crescimento os residentes, passo a<br />
passo, participam na comunidade, usufruindo dos<br />
seus recursos, tão naturais para todos os outros,<br />
contudo, em conquista para aquele que está<br />
doente. Habitação, desporto, emprego. Vale a<br />
pena visitar<br />
18 CONSCIENTE Janeiro