16.09.2017 Views

Consciente_Janeiro2017

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

‘O bom<br />

acompanhamento<br />

da esquizofrenia<br />

vai ditar o futuro<br />

do homem ou da<br />

mulher a qual se<br />

suspeita da<br />

doença’<br />

Muitos pacientes tem uma perda da capacidade de<br />

reagir emocionalmente às circunstâncias, ficando<br />

indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes<br />

os pacientes apresenta reações afetivas que são<br />

incongruentes em relação ao contexto em que se<br />

encontra. Há uma inadequação que não é<br />

momentanêa, circunstancial ou discontínua. Pode<br />

tornar-se pueril e se comportar de modo<br />

excêntrico ou indiferente ao ambiente à volta.<br />

Controlável ou não, consciente ou não, destas<br />

podem resultar o seu retraiamento já habitual,<br />

perda de vontade de se relacionar ou integrar num<br />

grupo de pessoas, o que dificulta a possibilidade<br />

de modelação das suas reações. Outros sintomas<br />

podem surgir, tais como dificuldade de<br />

concentração e alterações da motricidade tambem<br />

são muito comuns. A esquizofrenia, dependente<br />

dos sintomas e da sua organização e/ou<br />

intensidade, pode e está caracterizada em alguns<br />

sub-tipos, os quais não vamos estender, neste<br />

artigo. Importa-nos continuar a compreender o<br />

fenómeno à luz da ciência psicológica. Com<br />

fixações importantes, precoces, ou recemnascidas,<br />

a intoxicação por modelos e ritmos<br />

primários evenenados é aquilo que nos suscita<br />

pensar quando falamos de esquizofrenia. Alguem<br />

que é porque tem um corpo mas não é. A sua<br />

existência mental - e fisica e civil tambem - é a<br />

tentativa, vã, de se desembaraçar de um mundo (o<br />

seu, o engolfado num pantâno materno) maléfico<br />

totalmente tomado por um outro, outro esse<br />

desviante, selvático desde o primeiro esboço de<br />

vida. Sofrimento é do que se trata, apenas, sem<br />

este ter sequer possibilidade de ser nomeado,<br />

identificado, o que deixa o doente, sem defesa<br />

possível. Ninguem se defende daquilo que não<br />

conhece. Um heroi de si próprio, numa luta sem<br />

fim, que é aprisionado desde cedo, em saberes<br />

toscos que se dizem cientificos, porque é sobre o<br />

outro que se fala, do sofrimento que doi no outro.<br />

Desde pequenos são notados, e até morrer, uns<br />

'desgraçados'. Real ou não, a mãe, os primeiros<br />

cuidados são a razão principal do seu sofrimento.<br />

16 CONSCIENTE Janeiro

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!