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Consciente_Janeiro2017

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Janeiro 2017<br />

Número 15<br />

Janeiro 2017 Número 15 Volume 1<br />

consciente<br />

Como se Proteger do<br />

BURNOUT?<br />

Entrevista de Emprego.<br />

Como Lidar com a<br />

Dor Crónica<br />

Alimentos e Saúde<br />

Intestinal<br />

A Esquizofrenia. Espaço Sem Ser. Tempo Só em Dor.


Revista<br />

Edição de Janeiro, Nº 15, 2017<br />

Jesslopes.uc@gmail.com<br />

Ana Filipa Coelho—Nutricionista<br />

Psicologia, Saúde e Bem—Estar<br />

www.revistaconsciente.tk<br />

Nº15 | Janeiro 2017 | Revista Mensal<br />

Diretora<br />

Maria Paula Dias<br />

consciente.pql@gmail.com<br />

Marketing & Publicidade<br />

consciente.pql@gmail.com<br />

Editora<br />

Maria Paula Dias — psicologia clínica<br />

consciente.pql@gmail.com<br />

Sugestões e Correspondências<br />

consciente.digital@gmail.com<br />

Subscrições<br />

anafilipacoelho88@gmail.com<br />

Helena Rogério—Enfermagem<br />

Helena.nrogerio@gmail.com<br />

Andreia Rodrigues de Almeida—Psicóloga Social e das Organizações<br />

andreiarodrigues88@gmail.com<br />

Cláudia Oliveira—Psicologia Clínica<br />

A.c. borgesoliveira@gmail.com<br />

___________<br />

É expressamente proibido a reprodução desta edição em qualquer língua, no seu todo ou em parte, sem a prévia<br />

autorização escrita da CONSCIENTE,<br />

Todos as opiniões expressas são da inteira responsabilidade dos autores.<br />

O Estatuto Editorial está disponível na pagina de internet : www.revistaconsciente.tk<br />

As imagens/fotografias aqui utilizadas foram pesquisadas com recurso à internet não sendo portanto nenhuma<br />

original à publicação <strong>Consciente</strong><br />

consciente.digital@gmail.com<br />

Entrevistas<br />

consciente.digital@gmail.com<br />

Gabinetes de Apoio<br />

Suporte On-Line Digital<br />

Periodicidade Mensal<br />

Registo Nº 126882<br />

Propriedade: Maria Paula Dias<br />

consciente.digital@gmail.com<br />

Sede de Redação<br />

Avenida da Liberdade, nº 244, 1º Andar<br />

91 254 71 26<br />

Cronistas<br />

Jessica Lopes– psicologia clínica—psicologia clínica<br />

Alguns Dias Especiais:<br />

1 de Janeiro—Dia Ano Novo<br />

6 de Janeiro—Dia de Reis<br />

16 de Janeiro—Dia<br />

Internacional da comida picante<br />

18 de Janeiro—Dia<br />

Internacional do Riso<br />

23 de Janeiro—Dia Mundial da<br />

Liberdade<br />

31 de Janeiro—Dia Mundial do<br />

Mágico<br />

janeiro 2017<br />

dom seg ter qua qui sex sáb<br />

1 2 3 4 5 6 7<br />

8 9 10 11 12 13 14<br />

15 16 17 18 19 20 21<br />

22 23 24 25 26 27 28<br />

29 30 31


Nesta Edição<br />

15<br />

3 Editorial<br />

Mês de Janeiro<br />

12<br />

7 Frações e Números<br />

8 Emprego & Carreiras<br />

Entrevista de Emprego<br />

12 Dossier Experiência<br />

Esquizofrenia<br />

20 A Nossa Saúde<br />

Como se proteger do Burnout<br />

24 Escolhas de Saúde<br />

28 Um Imagem, Uma<br />

Reflexão<br />

29 Caminhos a Descobrir<br />

30 Super Alimentos<br />

A Saúde Intestinal<br />

31 Acontecimentos de Vida<br />

A Dor Crónica<br />

42 Agenda Formativa<br />

44 Boas Leituras<br />

30<br />

20<br />

54 QUER SABER ….Você é<br />

uma pessoa Atenta?<br />

31<br />

31 de Outubro<br />

Janeiro CONSCIENTE 3


Editorial<br />

O MÊS de…………Janeiro<br />

Por Maria Paula Dias<br />

Mais um ano que passou! Janeiro de 2017. Novas promessas, novas dietas, novas<br />

esperanças para um novo ano. Este novo ano, tambem nós, pretendemos mudar. Trazer<br />

mais informação e mais orientação para quem nos lê. O caminho tem sido efetuado com<br />

alguns precalços mas continuamos firmes, nesta aventura que é produzir uma revista.<br />

Temos tido um bom acolhimento dos leitores e pretendemos continuar, com mais energia,<br />

para este novo ano. Para começar este ano, porque vivemos em contínuo, abordamos em<br />

saúde, temas relacionados com os excessos. Excesso de trabalho, no tema como se proteger<br />

do Burnout, na crónica A Nossa Saúde. Excesso de alimentos, no tema A saúde Intestinal,<br />

na crónica Super Alimentos, com a distinção das doenças intestinais mais comuns e<br />

sugestões em nutrição para prevenir e preservar a saúde intestinal. Tambem em<br />

acontecimentos de vida, falamos sobre a Dor Crónica, o sofrimento e o incomódo insistente<br />

que muitas pessoas têm com outro excesso: a dor. No dossier experiência, abordamos a<br />

esquizofrenia, doença ainda com muito desconhecimento por parte dos técnicos, quer em<br />

termos de interpretação dos sinais quer em termos de tratamento. Outro excesso. Por fim,<br />

last but not least, em emprego & carreiras, abordamos<br />

a entrevista de emprego, com<br />

sugestões importantes, de mais uma especialista.<br />

A não perder. Sem esquecer a nossa<br />

agenda formativa e as sugestões de leituras. E Feliz e Próspero Ano Novo!!


NUMEROS E FRAÇÕES<br />

2 biliões<br />

2.254.570.838 pesquisas no Google<br />

no dia 20 de Dezembro de 2016<br />

Fonte: INE<br />

38.568.852<br />

Pessoas infectadas<br />

com VI-<br />

H/SIDA<br />

78,8 anos<br />

É MÉDIA DE<br />

IDADE , ACTUAL,<br />

PARA A<br />

EXPETATIVA DE<br />

VIDA NO MUNDO<br />

FONTE: WORLDMETERS, CDC<br />

1.471.140<br />

mortes de doente<br />

com SI-<br />

DA, este ano.<br />

4.551.397<br />

Arvores destruídas<br />

este ano, em<br />

Portugal<br />

Fonte: INE, pordata<br />

Fonte: INE, pordata<br />

Janeiro CONSCIENTE 7


EMPREGO & CARREIRAS<br />

Entrevista<br />

de<br />

EMPREGO<br />

Por Andreia Rodrigues de Almeida<br />

14 CONSCIENTE Janeiro


U<br />

ma das etapas determinantes para se<br />

conseguir entrar no mercado do<br />

trabalho, é a entrevista de emprego.<br />

Apesar de para algumas pessoas,<br />

mostrar-se naturalmente confiante e demonstrar<br />

aptidão para o cargo a que se candidata, possa<br />

aparentar ser uma tarefa simples, para a maior parte<br />

dos entrevistados ainda é fundamental aprender a se<br />

preparar acertadamente para uma entrevista de<br />

emprego, de forma a tentar evitar aqueles erros que<br />

podem vir a pôr em causa o cargo, inclusive dos que<br />

se sentem mais preparados. O objetivo do<br />

entrevistador numa entrevista de emprego, é o de<br />

conhecer o candidato, as suas experiências<br />

anteriores, e o que pode fazer para o<br />

desenvolvimento da empresa na qual pretende<br />

trabalhar. Efetivamente, muitos são os candidatos<br />

que acreditam estar realmente preparados para certa<br />

vaga de emprego, contudo a relutância em evidenciar<br />

isto na entrevista, faz com que o entrevistador não<br />

consiga perceber que o candidato deveras contém as<br />

capacidades apresentadas pelo entrevistado. Outros<br />

candidatos, além de serem capazes de manifestar<br />

peremptoriamente, acabam muitas vezes por se<br />

esquecer de pequenos pormenores, aparentemente<br />

não muito significativos, mas que no entanto, podem<br />

custar a vaga de emprego até mesmo dos mais<br />

preparados e experientes. Aprendermos a saber<br />

expressar com clareza as nossas ideias, dar<br />

respostas objetivas e demonstrar confiança<br />

numa entrevista de emprego, é uma mais-valia<br />

para se obter um maior acesso ao mercado de<br />

trabalho. Algumas dicas importantes: A primeira<br />

impressão é sempre a que fica. De modo a<br />

escolher a roupa mais adequada, o candidato<br />

deve ter em conta as características da empresa<br />

em que pretende trabalhar, e através dessa<br />

análise definir se é necessário um estilo de roupa<br />

mais formal ou mais casual; Nunca chegar tarde<br />

a uma entrevista! (cont..)<br />

Janeiro CONSCIENTE 9


O indicado será chegar entre 10 a 15 minutos<br />

antes da mesma, mais do que isso poderá mostrar<br />

desespero; A linguagem corporal e um bom<br />

aperto de mão são essenciais para criar a<br />

impressão certa. Nós dizemos muito sobre nós<br />

mesmos com linguagem não – verbal. Nunca<br />

evitar o contacto visual e manifestar<br />

comportamentos repetitivos (por exemplo, olhar<br />

várias vezes para os lados, brincar muito com as<br />

mãos…); Obter o máximo de informação possível<br />

sobre a empresa. Fazer uma pesquisa sobre os<br />

seus serviços, clientes, concorrência…; Sorrir de<br />

vez em quando e mostrar interesse nas questões<br />

que se coloca; Certificar sempre que se<br />

compreendeu o que foi questionado, e obter mais<br />

esclarecimentos se não se tiver a certeza, e ser<br />

conciso e sincero nas respostas dadas; Saber<br />

reconhecer não só as nossas qualidades como as<br />

nossas imperfeições, também é uma virtude;<br />

Fazer perguntas! Muitos candidatos não o fazem e<br />

perdem a oportunidade de obter informações<br />

valiosas. Ao fazer perguntas irá demonstrar não<br />

só interesse na empresa como igualmente na<br />

oferta; Desmontar sempre boa disposição e<br />

atitude positiva. A atitude certa realmente pode<br />

ter impacto. De facto, não se deve julgar um livro<br />

pela sua capa, no entanto, a maioria de nós o faz,<br />

e o mesmo sucede nas entrevistas de emprego. É<br />

importante aprender com as más experiências em<br />

vez de nos debruçarmos sobre elas. Conhecer<br />

alguns princípios básicos pode realmente ajudar a<br />

sair da sala de entrevista com o sentimento de<br />

“objetivo cumprido”. É verdade que as entrevistas<br />

são frequentemente assustadoras, às vezes<br />

intimidantes e sempre stressantes. No entanto, é<br />

importante nunca esquecer por que motivo se<br />

decidiu comparecer na entrevista, ser claro sobre<br />

o que se quer dizer e o que se quer perguntar, e<br />

manter a calma.<br />

Leituras Sugeridas<br />

Respostas Brilhantes para Entrevistas de Emprego – O que dizer, o que perguntar e o que não deve fazer<br />

de Susan Hodgson;<br />

Entrevista de Emprego para Totós de J oyce Lain Kennedy;<br />

Como se destacar numa entrevista de Emprego de Judi James;<br />

Preparação para entrevistas de Emprego de Mar k Par kinson;<br />

Como conseguir o emprego que deseja – Manual de preparação para a entrevista que pode mudar a sua vida<br />

de H. Anthony Medley;<br />

Técnicas para Entrevistas – Conquiste o seu emprego de Aggie White.<br />

10 CONSCIENTE Janeiro


DOSSIER<br />

EXPERIÊNCIA<br />

Esquizo<br />

Espaço Sem Ser.<br />

Tempo Só em Dor.<br />

12 CONSCIENTE Janeiro


frenia<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Por Maria Paula Dias<br />

A esquizofrenia é a impossibilidade de ser alguém. É um<br />

espaço sem o Ser, um tempo só em Dor. Sem mais, Sem menos.<br />

Alguém perdido. É a impossibilidade existência. Violenta,<br />

massiva e solteira na dor. Ser– se esquiofrénico hoje em dia,<br />

não é, como outrora viver num hospital psiquiátrico, a<br />

cantorolar uma música de embalo em movimentos repetitivos,<br />

à espera que a vida passe, o corpo ceda quando a mente já o fez<br />

há muito. Ser-se esquizofrénico, hoje em dia, pode ser,<br />

sobreviver, sofrer mas tambem sobreviver.


‘ Foge por um<br />

instante do<br />

homem irado,<br />

mas foge<br />

sempre do<br />

homem<br />

hipócrita’<br />

Confúsio<br />

14 CONSCIENTE Janeiro<br />

A<br />

esquizofrenia é uma doença complexa do<br />

foro psicológico. É descrita e estudada<br />

desde os primórdios da psicologia e da<br />

medicina, sem tratamento possível à vista.<br />

Toda a ação benéfica sobre os pacientes diagnosticados<br />

corretamente com esquizofrenia, recaem sobre os<br />

sintomas, a sua integração social e comunitária. Recaem<br />

sobre, com orientação e acompanhamento, a<br />

possibilidade de ter uma vida digna, dentro dos<br />

conceitos hoje conhecidos para a doença. A<br />

esquizofrenia desde cedo é notada. A criança isola-se,<br />

tem comportamentos e afetos desapropriados para as<br />

situações , é um bébé ou criança ‘diferente’. Os seus<br />

afetos parecem descoordenados, tem algumas ‘manias’<br />

ou ‘ritmos’. Pensamentos estranhos ou ‘esquizitos’. É<br />

diagnosticada, com poucas ou nenhumas raras<br />

excepções, na adolescência, sendo aquilo que mais se<br />

diferencia em cada diagnóstico, a intensidade dos seus<br />

sintomas. A esquizofrenia é uma doença mental séria.<br />

Ainda é levianamente confundida. Há um contínuo de<br />

estranheza e uma violenta intensidade que se denota<br />

porque sai, sempre, de qualquer parametro conhecido.<br />

Estes não podem ser os comuns adaptados à ciência da<br />

mente mas concepções próprias que lhe façam justiça<br />

significativa. Não se diagnostica um esquizofrénico<br />

como tal com base em pressupostos comuns com os<br />

quais vivemos. Isso são parametros do tecnico tosco, da<br />

ciência manienta e lobby. Para isso, temos os psicólogos,<br />

por excelência, e porque a sua função primordial é<br />

diagnosticar. Não se sabem ao certo as causas da<br />

esquizofrenia. A psicologia, tem sido aquela que melhor<br />

e de perto consegue esclarecer e compreender, aquilo<br />

que é do foro mental, em especial, na esquizofrenia.<br />

Nesta doença o que mais se revela é o comprometimento<br />

da percepção da realidade. Noutras palavras, a realidade<br />

não é vista tal como é e quanto mais subjetiva fica mais<br />

irreal. Desta forma, tudo de ordem interna e externa fica<br />

transformado, numa distorção máxima, fora da<br />

compreensão alheia. Do mais básico ou mais profundo.<br />

Do mais objeto ao mais subjeto. Por isso, a primeira<br />

procura, em caso de suspeita de esquizofrenia, deverá<br />

ser a psicologia.


‘Não se diagnostica um esquizofrénico<br />

como tal com base em pressupostos<br />

comuns com os quais ajuizamos no dia-adia’<br />

O bom profissional tem que ser procurado. O<br />

estudioso e humano. O que olha e vê, o que ouve e<br />

escuta, não o que julga que pensa e estuda. O bom<br />

acompanhamento da esquizofrenia vai ditar o<br />

futuro do homem ou da mulher a qual se suspeita<br />

da doença. Ainda no século passado, os<br />

esquizofrénicos estavam condenados às paredes de<br />

uma enfermaria e ao isolamento, com colete de<br />

forças ou eletrochoques. Escandalosamente mal<br />

tratados, sob um poder médico que continua a<br />

achar que detêm o poder sobre a saude mental dos<br />

seus semelhantes, a esquizofrenia, continua a ser<br />

um fenómeno para ditos estudiosos e cientistas<br />

acharem que estão a molestar ratos de laboratório.<br />

Lobotomias, torturas e mordaças de diversas<br />

naturezas, os esquizofrénicos ainda estão sob a<br />

alçada do aprisionamento. Se outrora era fisico,<br />

agora é psicofármaco. E não duvidamos que o DSM,<br />

o ‘grande’ manual do médico e que serve para<br />

diagnosticar rapidamente um doente mental, serve<br />

as grandes industrias farmacêuticas. A relação e o<br />

pensamento, não são cadeira na faculdade, não são<br />

cadeira em consultório e duvidamos que sejam nas<br />

suas próprias vidas. Mesmo em respeito por<br />

aqueles que vão além esta barreira económica ou a<br />

tentação comum da falta de seriedade, continuamos<br />

a defender, que a compreensão da esquizofrenia<br />

cabe, exclusivamente à ciência, da compreensão da<br />

psicologia pois só pela compreensão se pode<br />

identificar, se pode diagnosticar. Na esquizofrenia<br />

há produção intensa de pensamentos surreais. As<br />

alucinações e os delírios são os sintomas que mais<br />

se impôem. O tema da perseguição, é um dos temas<br />

delirantes mais comuns tambem na estrutura<br />

psicótica, que é a esquizofrenia. Num dos casos<br />

mais conhecidos em psicanálise, originalmente<br />

analisado por Sigmund Freud, Dr. Schreber, Juiz<br />

brilhante, homem católico, era um homem que<br />

viveu uma vida atormentado pelos seus delírios. Por<br />

várias vezes, se afirmou perseguido por Deus.<br />

Sentia-se e vivia realmente, no seu afeto e dor<br />

psíquica, sem estômago e sem laringe. Esta última,<br />

ele própria, como dizia, tinha-a comido. Entre uma<br />

vida dedicada à uma carreira brilhante na<br />

magistratura e ao serviço de um tribunal, Daniel<br />

Paul Schreber, achava-se numa missão que lhe<br />

tinha sido confiada por Deus. Tinha que se<br />

transformar em mulher e criar uma nova raça para<br />

assim salvar a humanidade. Tambem era<br />

perseguido por pássaros que estavam enchertados<br />

em cadáveres de peixes. Neste mundo vivo e morto,<br />

num emaranhado que era a característica do seu<br />

mundo, vivia o juíz. Faleceu num manicónio.<br />

Janeiro CONSCIENTE 15


‘O bom<br />

acompanhamento<br />

da esquizofrenia<br />

vai ditar o futuro<br />

do homem ou da<br />

mulher a qual se<br />

suspeita da<br />

doença’<br />

Muitos pacientes tem uma perda da capacidade de<br />

reagir emocionalmente às circunstâncias, ficando<br />

indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes<br />

os pacientes apresenta reações afetivas que são<br />

incongruentes em relação ao contexto em que se<br />

encontra. Há uma inadequação que não é<br />

momentanêa, circunstancial ou discontínua. Pode<br />

tornar-se pueril e se comportar de modo<br />

excêntrico ou indiferente ao ambiente à volta.<br />

Controlável ou não, consciente ou não, destas<br />

podem resultar o seu retraiamento já habitual,<br />

perda de vontade de se relacionar ou integrar num<br />

grupo de pessoas, o que dificulta a possibilidade<br />

de modelação das suas reações. Outros sintomas<br />

podem surgir, tais como dificuldade de<br />

concentração e alterações da motricidade tambem<br />

são muito comuns. A esquizofrenia, dependente<br />

dos sintomas e da sua organização e/ou<br />

intensidade, pode e está caracterizada em alguns<br />

sub-tipos, os quais não vamos estender, neste<br />

artigo. Importa-nos continuar a compreender o<br />

fenómeno à luz da ciência psicológica. Com<br />

fixações importantes, precoces, ou recemnascidas,<br />

a intoxicação por modelos e ritmos<br />

primários evenenados é aquilo que nos suscita<br />

pensar quando falamos de esquizofrenia. Alguem<br />

que é porque tem um corpo mas não é. A sua<br />

existência mental - e fisica e civil tambem - é a<br />

tentativa, vã, de se desembaraçar de um mundo (o<br />

seu, o engolfado num pantâno materno) maléfico<br />

totalmente tomado por um outro, outro esse<br />

desviante, selvático desde o primeiro esboço de<br />

vida. Sofrimento é do que se trata, apenas, sem<br />

este ter sequer possibilidade de ser nomeado,<br />

identificado, o que deixa o doente, sem defesa<br />

possível. Ninguem se defende daquilo que não<br />

conhece. Um heroi de si próprio, numa luta sem<br />

fim, que é aprisionado desde cedo, em saberes<br />

toscos que se dizem cientificos, porque é sobre o<br />

outro que se fala, do sofrimento que doi no outro.<br />

Desde pequenos são notados, e até morrer, uns<br />

'desgraçados'. Real ou não, a mãe, os primeiros<br />

cuidados são a razão principal do seu sofrimento.<br />

16 CONSCIENTE Janeiro


Olhados e desviados da relação afetiva, acima<br />

de tudo porque são vistos como ‘perigosos’<br />

mas tambem porque esse outro empunha<br />

uma arma para o matar, assim o vê, embora<br />

já quase morto por dentro. Ensopado que<br />

está em mal, mal absorve aquilo que lhe pode<br />

ser benéfico. Essa é a questão psíquica que o<br />

consome para o delírio e alucinação.<br />

Preenche onde não há, quando o espaço<br />

empiolhado de quem (des)cuidou afrouxa. A<br />

sua auto-estima é rala, vaporosa e rente ao<br />

chão, embora o contrário possam dizer, pela<br />

megalomania aparente. Está pendente na<br />

vida, por uma castração primária.<br />

Massividade projetiva que ultrapassa a<br />

necessidade fisiológia que pode chegar a não ser<br />

coordenada mas pode ser contida pelos<br />

esfincteres físicos. Sem fralda ou contenção<br />

psicológica, fica o corpo em dor que cresce até<br />

adulto. De ego peuril, não se desenvolveu nas<br />

mãos enfiesadas que não o seguraram num colo<br />

sem fundo, negro e frio, assim, a não integração<br />

do corpo físico e psíquico cresce, num<br />

emaranhado de desejo que não é o seu. Prazer e<br />

desprazer encontram caminho pela realidade já<br />

obscena desde que nasceu. O simbolo é o objeto<br />

original, sempre, sem descanso. Falicismo<br />

bárbaro assemelhado a uma lamina gigante que o<br />

mutila por inteiro. O desejo não existe, a não ser,<br />

o não sonhado, como quem diz, não simbolizado.<br />

Ao adiamento da satisfação não chega, tambem<br />

porque o prazer se confunde com o desprazer ao<br />

mais nível profundo do seu ser. A qualidade da<br />

expectativa sobrevive na penumbra, vive no<br />

sonho, no inconsciente, na neo-realidade,<br />

desmedida, onde corpos se fundem, não em amor,<br />

mas em pedaços que se desfazem para dar lugar<br />

aos mesmos, pedaços. Fora do seu universo<br />

simbólico subvive, porque só existe o cartão da<br />

caixa mole, das lágrimas que não chorou, Cartão<br />

mole que não contem, que não se formou ou não<br />

se enformou como esqueleto mental. A<br />

intemporalidade marcada em passos reais, é onde<br />

se agarra, já em decaiamento, como um eletrão<br />

num universo que é o próprio, infimo.mas<br />

infinito. A mãe que não tocou no bébé ou tocou e<br />

até à exasutão, intoxicou. Há pois uma inaptidão<br />

a pensar mas talvez mais para trás, a mentalizar,<br />

elaborar e representar, sempre, mas sempre ao<br />

nível mais elementar. Está aquém do<br />

pensamento. Está aquém de (ser) alguém. Aquém<br />

da relação, aquém do desejo, aquém do<br />

reconhecimento. Em delírio preenche o conteúdo<br />

num espaço interno sem continente, mas não há<br />

ausência para a criação do sentido, pois tambem<br />

não chega ao vazio porque não existe. E por isso,<br />

em delíro. (cont.)<br />

Janeiro CONSCIENTE 17


Á espreita do rebentamento psíquico, sério, como<br />

o autista, está o esquizofrénico numa angústia<br />

incessante de fragmentação, a mesma, a dor que<br />

sustenta na vida. Os opostos intensos e bárbaros,<br />

numa incessante luta. A pontos de explodir, nas<br />

ligações que já não existem. Assim se vive em<br />

esquizofrenia. A nível cerebral as diferenças<br />

estendem-se em relação à dita normalidade. A<br />

produção invasora de projeção que retorna ainda<br />

com mais força, o cerebro ocupa-se, cansa-se e<br />

submerge a tamanha intensidade, sem fim. Ao<br />

esquizofrénico resta superar a dor psíquica,<br />

irreconhecível para qualquer um, pela alucinação,<br />

pela projeção que lhe tapa a realidade. Real ou<br />

percepcionado, desde idade muito precoce, assim<br />

é a realidade do esquizofrénico. A esquizofrenia é<br />

uma psicose. Um sofrimento inpensável e pouco<br />

conhecido. O tratamento desta passa<br />

inevitavelmente pelos medicamentos mas passa<br />

em especial pela psicoterapia efetuada pelo<br />

especialista conhecedor, experiente e formado. O<br />

sucesso do tratamento passa tambem pelo<br />

envolvimento da família, a benéfica para o doente.<br />

Uma vez que é a rede social que lhe vai permitir<br />

nova integração, que lhe vai permitir a possivel<br />

contenção. Já adulto, ainda em estudo, a solução<br />

para pelos outros. A titulo de exemplo, original e<br />

com sucesso, está a AIEPS, que ganhou Prémio<br />

Gulbenkian de beneficiência. Na sua base está um<br />

principio fundamental — o suporte social tem um<br />

impacto grande sobre os danos que situações de<br />

stress trazem a qualquer pessoa. A rede social<br />

serve de suporte possível àquilo que outrora não<br />

existiu. Em residências comunitárias, pessoas<br />

com doença mental grave como a esquizofrenia,<br />

vivem e evoluem em qualidade de vida, com<br />

autonomia e independência. Na prevenção do<br />

isolamento e do crescimento os residentes, passo a<br />

passo, participam na comunidade, usufruindo dos<br />

seus recursos, tão naturais para todos os outros,<br />

contudo, em conquista para aquele que está<br />

doente. Habitação, desporto, emprego. Vale a<br />

pena visitar<br />

18 CONSCIENTE Janeiro


A associação está disponível a quem precisa dela.<br />

Basta visitar o site www.aeisp.pt.<br />

‘ O bom profissional tem<br />

que ser procurado. O<br />

estudioso e humano. O<br />

que olha e vê, o que ouve<br />

e escuta, não o que julga<br />

que pensa e estuda ‘<br />

John Forbes Nash , Jr.<br />

John Forbes Nash Jr., professor universitário,<br />

investigador sénior da Universidade de<br />

Princeton, que ganhou o prémio nobel de<br />

economia, foi diagnosticado como<br />

esquizofrénico. Nascido nos Estados Unidos,<br />

Jonh Nash, foi um génio da matemática que<br />

trabalhou teorias de jogos e geometria<br />

diferencial. Ficou conhecido pelo seu trabalho de<br />

excelência desenvolvido na matemática mas<br />

tambem pela sua dita excentricidade que foi<br />

diagnosticada como esquizofrenia. Desde<br />

pequeno, diferente da sua irmã, John Forbes<br />

Nash, isolava-se e vivia uma vida paralela à<br />

relação interpessoal comum. As suas teorias de<br />

conspiração e megalomania desmedida, ficaram<br />

conhecidas na faculdade, já como assistente.<br />

Mensagens em código colocadas por seres<br />

intergaláticos, ou ser o ‘imperador da antartica’<br />

eram algumas dessas. Foi internado diversas<br />

vezes, passando por diversos tratamentos,<br />

acabando por melhorar e deixando os<br />

psicofarmacos. Morreu em 2015, aos 86 anos,<br />

juntamente com a sua mulher, num acidente de<br />

viação, o mesmo ano em que recebeu o prémio<br />

nobel.<br />

Janeiro CONSCIENTE 19


A NOSSA SAÚDE<br />

Como se<br />

Proteger do<br />

BURNOUT ?<br />

Por Helena Rogério<br />

Um cansaço extremo que se vai instalando, por vezes sem nos<br />

darmos conta. Insónias de noite. Desmotivação para as tarefas<br />

mais simples. A cada pedido, a ansiedade cresce. A cada e-mail,<br />

o coração bate mais rápido. A cada toque de telefone queremos<br />

fugir. No limite, começa-se a cometer erros, o raciocínio<br />

começa a falhar e os colegas começam a falar entre si. Até que<br />

se chega ao fim da linha: o “burnout”, síndroma do qual se tem<br />

falado cada vez mais e que, segundo um estudo pioneiro<br />

realizado em Portugal, chega a colocar em risco quase metade<br />

dos trabalhadores portugueses afetando diretamente cerca de<br />

17,3% dos trabalhadores no ativo.<br />

20 CONSCIENTE Janeiro


Sente-se exausto, com vontade de desistir<br />

de tudo e de todos? Sente que não faz<br />

sentido continuar a viver assim?!<br />

Questione-se…reflita…porque poderá<br />

precisar de ajuda.<br />

Burnout…“queimar até à exaustão”. A síndrome<br />

burnout foi mencionada pela primeira vez pelo<br />

professor e psicanalista americano Herbert<br />

Freudenberger, depois de o diagnosticar em si<br />

mesmo. O psicanalista media o seu valor em<br />

função do seu sucesso e dedicava-se<br />

exageradamente ao trabalho, movido pelo desejo<br />

de ser o melhor. O burnout é considerado uma<br />

síndrome multifatorial, caracterizada por elevada<br />

exaustão emocional, desumanização ou<br />

despersonalização e reduzida realização<br />

profissional que conduz à erosão de valores<br />

pessoais e profissionais. Os primeiros casos de<br />

burnout foram inicialmente diagnosticados em<br />

profissionais de saúde tendo sido associado ao<br />

contacto direto e constante com pessoas. No<br />

entanto, assume hoje uma dimensão mais<br />

abrangente, sendo redefinido como uma crise no<br />

mercado de trabalho em geral. A crise financeira e<br />

a intensificação do ritmo de trabalho trouxeram à<br />

população em geral novos riscos laborais que<br />

comprometem o bem-estar físico e mental, bem<br />

como a própria produtividade. A síndrome é<br />

marcada inicialmente por uma fase de<br />

irritabilidade associada a uma falta de resposta ao<br />

trabalho que lhe é proposto. De seguida, existe<br />

uma tendência para o trabalhador culpabilizar-se<br />

pela sua situação e no sentido de se defender,<br />

tende a tratar os outros de maneira cínica criando<br />

uma barreira de interceção e relacionamento.<br />

Numa terceira fase da síndrome existem<br />

manifestações de falta de realização pessoal<br />

deixando de ter prazer no seu trabalho e de se<br />

sentir eficaz. O burnout é responsável por um<br />

excessivo stresse laboral afetando cerca de um<br />

quarto da população ativa e será, dentro de cinco<br />

anos, a segunda principal causa de doenças<br />

profissionais, segundo o Observatório Europeu dos<br />

Riscos da Agência Europeia para a Segurança e<br />

Saúde no Trabalho.<br />

Janeiro CONSCIENTE 21


Apatia<br />

Irritabilidade e agressividade<br />

Dificuldade de concentração<br />

Sintomas<br />

Psicológicos<br />

Ansiedade<br />

Alterações de humor repentinas<br />

Falta de interesse e desmotivação<br />

Isolamento social<br />

Baixa tolerância ao stresse<br />

Nervosismos e irritabilidade frequente<br />

Fadiga Crónica e falta de energia recorrente<br />

Insónias<br />

Cefaleias<br />

Tonturas<br />

Sintomas Físicos<br />

Dificuldade respiratória<br />

Sudorese excessiva<br />

Hipertensão arterial<br />

Problemas digestivos e dntestinais<br />

Falta de memoria a curto prazo<br />

Perda de peso rápido<br />

Cerca de 15% a 20% da população ativa<br />

desenvolve perturbações psicológicas no exercício<br />

da sua função. Portugal, ocupa o vigésimo sexto<br />

lugar entre 33 países com o stresse associado a<br />

exigências elevadas e baixos recursos. Se a isso<br />

acrescentarmos fracas possibilidades de<br />

promoção, reduções salariais, vínculos precários e<br />

mudanças dos fluxos laborais, a questão que se<br />

coloca é: estamos preparados para lidar com o<br />

aumento de casos de burnout? As consequências<br />

do burnout vão evidenciar-se principalmente no<br />

âmbito organizacional, individual e sóciorelacional.<br />

A nível organizacional, este fenómeno<br />

traduz-se em elevados custos para a organização<br />

devido ao aumento do número de horas<br />

extraordinárias e períodos de trabalho<br />

improdutivo originado pelos sucessivos períodos<br />

de absentismo. A prevenção desta síndrome surge<br />

então como imperativa, assentando numa<br />

intervenção no âmbito organizacional, individual<br />

e social/ relacional.<br />

22 CONSCIENTE Janeiro


Existem estudos que referem, que cerca de 30% de<br />

empresas europeias têm procedimentos específicos<br />

para lidar com situações de stresse, violência e<br />

assédio, mas em Portugal a percentagem é bastante<br />

inferior, cerca de 13%. Existe claramente a<br />

necessidade de serem assegurados serviços de apoio<br />

nos locais de trabalho, bem como, a existência de<br />

regimes de avaliação de desempenho claros e<br />

realistas e a promoção de realização de formação em<br />

gestão do tempo e dos conflitos.Entre as profissões<br />

de maior risco, foram realizados alguns estudos<br />

parcelares por várias instituições portuguesas. Uma<br />

amostra de 166 bancários apresentou níveis<br />

moderados de burnout, associados às exigências<br />

dos clientes e ao ambiente de incerteza. A síndrome<br />

também foi identificada em 75% dos técnicos de<br />

ambulância do INEM e entre 263 anestesistas<br />

inquiridos pela Ordem dos Médicos, a maioria sofria<br />

de exaustão emocional e 90% apresentava sintomas<br />

de despersonalização. Já este ano, um estudo<br />

europeu com 2.235 enfermeiros de unidades<br />

hospitalares permitiu apurar que dois em cada três<br />

apresentava sintomas de esgotamento e apesar de<br />

um terço trabalhar além do turno, 25% dos cuidados<br />

ficavam por realizar.<br />

A síndrome de esgotamento profissional<br />

é uma realidade cada vez mais presente e<br />

põe em risco quase metade dos<br />

trabalhadores portugueses.<br />

Reorganize o seu trabalho, dim inuindo as tarefas que é<br />

responsável.<br />

O que pode<br />

fazer ao longo<br />

de tratamento<br />

de burnout<br />

Incremente as atividades sociais, procurando estar<br />

próximo de amigos e família.<br />

Realize atividades relaxantes, aproveite o seu tem po livre<br />

para se dedicar a atividades relaxantes.<br />

Faça exercício físico, reduzindo o stresse que sente.<br />

Janeiro CONSCIENTE 23


Escolhas de Saúde<br />

Nesta edição as nossas propostas têm como objetivo principal o alívio de alguns sintomas do<br />

burnout<br />

Medicamento tradicional à base de plantas para alívio de sintomas<br />

ligeiros de stress mental. O produto é um medicamento tradicional à base<br />

de plantas para uso em indicações especificadas, exclusivamente com<br />

base no uso estabelecido de longa data. Valdispertstress é indicado em<br />

adultos e adolescentes de idade superior a 12 anos.<br />

Posologia: 1 comprimido, 3 vezes por dia.<br />

Preço médio: 12,75€<br />

Chá de Camomila, conhecido pelas suas<br />

propriedades relaxantes e ligeiramente sedativas<br />

que ajudam a tratar a insónia, a relaxar e a tratar a<br />

ansiedade e o nervosismo.<br />

Preço médio: 1,99€<br />

Angelicalm Spray Angelicalm emb. de 30 ml<br />

Angelicalm é um suplemento natural que associa o efeito regulador da Melatonina, a ação sedativa da Valeriana e calmante da<br />

Passiflora para proporcionar uma noite calma.<br />

Preço médio: 14,69€<br />

Massagem corpo inteiro relaxante e anti-stress<br />

A massagem pode proporcionar descontração e alívio do stress.<br />

Promove o relaxamento e atenua as tensões musculares.<br />

Preço médio: 49,50€<br />

24 CONSCIENTE Janeiro


Uma Imagem<br />

Uma<br />

Reflexão<br />

A 500 anos luz da Terra, o planeta Kleper 186 f , é o planeta<br />

descoberto, na zona de ouro, zona com condições semelhantes à<br />

terra. Milhares de planetas semelhantes à terra já foram<br />

descobertos pela Nasa. O Kepler 186 f , foi avistado em 2014.<br />

28 CONSCIENTE Janeiro


CAMINHOS A DESCOBRIR<br />

MARROCOS<br />

Mercados<br />

Especiarias, chá em folhas e em pequenos pacotes, em quantidade e qualidade, numa mistura de cores<br />

e aromas, são umas das atrações dos mercados em Marrocos. Muito conhecidos. Valem a pena visitar.<br />

Janeiro CONSCIENTE 29


SUPER ALIMENTOS<br />

A Saúde<br />

Intestinal<br />

A Doença<br />

Inflamatória do<br />

Intestino<br />

Por Ana Filipa Coelho<br />

A doença inflamatória do intestino (DII) é uma condição inflamatória crónica do<br />

cólon e intestino delgado. Este tipo de doença subdivide-se essencialmente em dois<br />

grupos, a doença de Crohn e a colite ulcerosa. A causa do aparecimento da DII ainda<br />

não é conhecida embora a medicina ainda investigue nessa tentativa. Sabemos que<br />

não existe cura para este tipo de doenças e por isso, o principal objetivo é que esta se<br />

mantenha o mais possível em fase de remissão. A DII tem vindo aumentar a sua<br />

incidência exponencialmente e Portugal surge com uma prevalência intermédia<br />

comparativamente a outros países. Ao longo dos tempos, no sentido de ajudar os<br />

pacientes surgiram várias associações como a Sociedade Portuguesa de<br />

Gastrenterologia e a APDI (Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do<br />

Intestino) que apoiam projetos de investigação e formação, bem como, prestam<br />

aconselhamento, divulgam informação sobre a doença para a população em geral.<br />

30 CONSCIENTE Janeiro


A<br />

doença inflamatória do intestino (DII)<br />

é uma condição inflamatória crónica do<br />

cólon e intestino delgado. Este tipo de<br />

doença subdivide-se essencialmente<br />

em dois grupos, a doença de Crohn e a colite<br />

ulcerosa, mas também inclui a colite de origem<br />

indeterminada, que representa uma percentagem<br />

muito baixa dos casos existentes. A causa do<br />

aparecimento da DII ainda não é conhecida embora,<br />

seja um tema bastante investigado pela medicina,<br />

existindo várias teorias explicativas. Atualmente<br />

suspeita-se que a DII provém de interações<br />

multifatoriais como fatores genéticos, ambientais<br />

(hábitos alimentares e estilos de vida) e respostas<br />

auto-imunes dos indivíduos. A DII tem vindo<br />

aumentar a sua incidência exponencialmente e no<br />

caso das populações mundiais, alguns estudos<br />

apontam que o seu aumento foi essencialmente, em<br />

países desenvolvidos ou em vias de<br />

desenvolvimento. No caso de Portugal, são<br />

afectados cerca de 150 doentes por cada 100,000<br />

habitantes, com predomínio no sexo feminino, em<br />

idades entre os 17-39 para a Doença de Crohn e 40-<br />

64 anos para a Colite Ulcerosa. Portugal coloca-se<br />

assim, com uma prevalência intermédia<br />

comparativamente aos países em que a doença se<br />

manifesta de forma elevada, embora cada vez mais<br />

surgem novos casos.<br />

Janeiro CONSCIENTE 31


Doença de Crohn VS Colite Ulcerosa<br />

Estas doenças embora diferentes entre si,<br />

apresentam muitas semelhanças. Ambas ocorrem<br />

com uma inflamação crónica do trato intestinal,<br />

com períodos de remissão e exacerbação/<br />

agudização.<br />

No caso da doença de Crohn, a inflamação é<br />

descontinua e pode ocorrer em qualquer<br />

segmento do tubo digestivo, desde a boca até ao<br />

ânus, incluindo a região perianal, sendo que o<br />

mais frequente é a manifestação no segmento<br />

terminal do íleo e no cólon, e atinge a espessura<br />

total da parede. Os sintomas mais comuns são a<br />

dor abdominal, que pode estar associada ao<br />

aparecimento de hemorragias, diarreias, perda de<br />

apetite e peso, fadiga, fraqueza, náuseas, febres.<br />

Por vezes a cirurgia pode ser necessária. Quando<br />

a inflamação da mucosa ocorre no intestino<br />

delgado, pode levar à má absorção e digestão de<br />

gorduras, pois a área fica bastante restrita e o<br />

transporte dos sais biliares fica comprometida<br />

(resultante da má absorção de ácido biliar devido<br />

ao íleo estar inflamado), podendo ocorrer défice<br />

de vitaminas lipossolúveis. Quando a doença de<br />

Crohn aparece em crianças atrasa o crescimento<br />

das mesmas. Na colite ulcerosa, a inflamação é<br />

continua e afeta a camada interna (mucosa) que<br />

reveste o intestino grosso (pode atingir o cólon<br />

ou o recto), provocando hemorragias, edema da<br />

mucosa, ulceração (formação de úlceras na<br />

superfície), fistulas. Nestes pacientes surgem<br />

diarreias com sangue, pús, dor abdominal. Numa<br />

fase mais aguda pode surgir sintomas como<br />

anemia, febre, cansaço. Por vezes equaciona-se a<br />

remoção do cólon como forma de tratamento.<br />

*Os sintomas em ambas as doenças podem surgir<br />

subitamente e de forma aleatória. Quando estes<br />

desaparecem (embora não de forma permanente)<br />

os pacientes encontram-se na fase de remissão da<br />

doença.<br />

* Em ambas as doenças, se a diarreia for muito<br />

intensa, pode desencadear desidratação e<br />

desequilíbrio eletrolítico. Por isso é importante a<br />

ingestão de água ao longo do dia.<br />

Além dos problemas gastrointestinais, por vezes<br />

surgem outros sintomas, como úlceras orais,<br />

erupções cutâneas, olhos avermelhados, artrite e<br />

dor nas articulações.<br />

Diagnóstico da DII<br />

Existem várias formas de diagnosticar as DII,<br />

sendo que o diagnóstico começa pela história<br />

clinica do paciente, e posteriormente recorre-se a<br />

exames médicos como endoscopia e<br />

colonoscopia, e a outros exames complementares<br />

como análises clínicas ao sangue e fezes e exames<br />

imagiológicos (radiografias e tomografias ao<br />

intestino).<br />

Tratamento e Prevenção da DII<br />

O tratamento varia de paciente para paciente,<br />

podendo ser médico e/ou cirúrgico (depende do<br />

tipo de doença e da sua extensão). O objectivo<br />

principal dos tratamentos é diminuir a<br />

inflamação e todos os sintomas associados à<br />

doença, conduzindo para a fase de remissão. O<br />

ideal é que o paciente se mantenha em fase de<br />

remissão para obter uma boa qualidade de vida.<br />

Esta questão é bastante importante, pois sendo<br />

tanto a colite ulcerosa como a doença de chron<br />

designadas como crónicas, quando mal<br />

controladas, a qualidade de vida diminui<br />

significativamente. (cont...)<br />

32 CONSCIENTE Janeiro


Não existe cura, mas a medicina tem evoluído<br />

bastante de forma a proporcionar aos doentes<br />

portadores da DII uma vida normal. Focamo-nos<br />

então nos tratamentos chave para aliviar os<br />

sintomas: atualmente recorre-se alguns<br />

medicamentos como os corticoides, antibióticos,<br />

imunossupressores e biológicos. Normalmente<br />

estes tratamentos são realizados por etapas<br />

progressivas até se obter uma resposta desejada.<br />

Para os casos em que a medicação não é eficaz e<br />

não se obtém os efeitos desejados e esperados, os<br />

doentes são conduzidos a cirurgia (casos mais<br />

graves). A manutenção da saúde no geral e a<br />

alimentação equilibrada são pontos chave para<br />

reduzir as complicações associadas às DII que não<br />

podem ser prevenidas. No caso do tabaco, é<br />

importante a exclusão do mesmo para evitar<br />

futuras fases de agudização da doença. Visto que, a<br />

doença inflamatória do intestino pode aumentar o<br />

risco de ocorrer cancro no cólon é importante uma<br />

avaliação médica regular.<br />

Então como é que os<br />

Nutricionistas podem ajudar os<br />

doentes portadores da DII?<br />

Nutrição VS DII<br />

Como vimos anteriormente, pensa-se que uma das<br />

causas inerentes ao aparecimento da DII está<br />

relacionada com fatores dietéticos. Uma boa<br />

alimentação é importante para evitar a má digestão<br />

e absorção de proteínas, água, gorduras, vitaminas<br />

e minerais. De uma forma geral alguns estudos<br />

apontam que, dietas que incluam fibras insolúveis,<br />

elevado teor de açúcar e gorduras de origem<br />

animal, constituem fatores de risco. Nas fases<br />

ativas das doenças, a restrição alimentar deve<br />

ajudar no controlo dos sintomas associados às<br />

mesmas e prevenir a perda de peso. Em muitas<br />

situações, deve-se incluir a administração de<br />

suplementos nutricionais, como por exemplo,<br />

suplementação de cálcio, vitamina D,<br />

multivitamínicos e minerais. Uma vez que, é<br />

necessário aumentar as necessidades nutricionais<br />

dos doentes, a dieta deve ser hipercalórica,<br />

hiperproteica, hipolipídica e com restrição de<br />

hidratos de carbono simples, bem como outros<br />

alimentos que causem flatulências. Por vezes, os<br />

doentes podem apresentar intolerância à lactose e<br />

glúten, e nestes casos a dieta deve ser bastante<br />

restrita e individualizada.<br />

Com a evolução clinica do paciente e com o inicio<br />

da fase de remissão da doença, os alimentos devem<br />

ser introduzidos de forma gradual e esperar pela<br />

adaptação dos mesmos, principalmente quando<br />

ocorrer a introdução dos lacticínios. Ao longo do<br />

dia, a alimentação deve ser fraccionada entre 6 a 8<br />

refeições e os alimentos devem ser bem<br />

mastigados.Existem outras formas de ajudar na<br />

DII, como é o caso da Nutrição Entérica e<br />

Parentérica, aumento do consumo de probióticos,<br />

antioxidantes e ácidos gordos polinsaturados. No<br />

caso da Nutrição Entérica é um tipo de dieta<br />

temporária que consiste numa dieta líquida<br />

composta por nutrientes de fácil digestão.<br />

Normalmente é utilizada em crianças com doença<br />

de Crohn, no caso dos adultos é usado com forma<br />

de complementação à alimentação em fases muito<br />

agudas da DII. A Nutrição Parentérica por sua vez,<br />

consiste na administração de nutrientes por via<br />

intravenosa e é usada normalmente em casos de<br />

síndrome do intestino curto e pós-cirurgias. De<br />

seguida, segue um quadro análise relativamente<br />

aos alimentos que devem ser consumidos e<br />

evitados: (cont...)<br />

Janeiro CONSCIENTE 33


Quadro resumo: Alimentos recomendados e evitados nas DII’s de acordo com a atividade da doença.<br />

34 CONSCIENTE Janeiro


*O álcool, bebidas com gás e cafeína também deve ser evitado.<br />

Para concluir, atualmente sabemos que não existe cura para a doença<br />

inflamatória intestinal e por isso, o principal objectivo é que esta se mantenha o mais<br />

possível em fase de remissão. Visto que os casos tem vindo a aumentar, a Sociedade<br />

Portuguesa de Gastrenterologia apoia projetos de investigação e formação de<br />

profissionais cada vez mais direcionados para este tipo de doenças. Existe também a<br />

APDI (Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino) que tem como<br />

objetivo prestar aconselhamento e apoio a pessoas que sofram deste tipo de doenças,<br />

divulgar informação da doença para a população em geral e coopera com os<br />

profissionais de saúde de forma a evoluírem com investigações e tratamentos.<br />

Janeiro CONSCIENTE 35


ACONTECIMENTOS DE VIDA<br />

A DOR CRÓNICA<br />

Por Jessica Lopes<br />

Dor é algo com que todos os seres humanos, há<br />

semelhança dos outros animais, tem de lidar. Ao<br />

contrário do que parece ser conhecimento<br />

instintivo, a dor é não só útil mas indispensável<br />

para a nossa sobrevivência. Quando essa dor<br />

ultrapassa a sua função, no entanto, o impacte<br />

estende-se, como uma força nociva, para lá de<br />

quem a sente, para a família e para a sociedade.<br />

A investigação mostra que a psicologia pode ser<br />

indispensável para a gestão desta dor e, por<br />

vezes, a única alternativa quando a medicina<br />

ainda não oferece respostas.<br />

36 CONSCIENTE Janeiro


O<br />

cérebro humano, no seu<br />

funcionamento natural, está<br />

sintonizado para prestar atenção à<br />

dor. É o sistema límbico, onde as<br />

emoções são em grande parte processadas, que<br />

modula a dor experienciada pelo individuo para<br />

cada estimulo nocivo. No seguimento de estudos<br />

publicados em 1991, com o objetivo de criar um<br />

modelo neurobiológico da depressão e da dor,<br />

Howard Fields mostrou que em pacientes com<br />

cancro é possível bloquear completamente a<br />

componente afetiva da dor através de uma cirurgia<br />

que retira parte do lobo cerebral frontal. Estes<br />

pacientes continuavam a registar dor severa, no<br />

entanto, essa dor não era incómoda. Estas<br />

descobertas ajudam a conceber a dor como um<br />

sinal com uma utilidade de alerta para algo de<br />

errado, sendo que apenas quando chega ao sistema<br />

límbico, o chamado cérebro emocional, se torna na<br />

experiência que reconhecemos como dor. Este<br />

alerta para a possibilidade de perigo para o<br />

organismo é útil na grande maioria das vezes,<br />

permitindo-nos usar este mecanismo na<br />

manutenção de ambas a nossa sobrevivência e<br />

saúde. Mas não é difícil lembrarmo-nos de um<br />

momento em que nos magoámos e a dor<br />

continuou, tendo servido o seu propósito de aviso<br />

mas permanecendo para lá da sua utilidade. A<br />

plasticidade do cérebro, igualmente fascinante no<br />

seu papel na resiliência humana e na quase<br />

imensurável capacidade de aprendizagem da<br />

espécie, tem um importante papel nesta possível<br />

permanência, aparentemente inútil, da dor. É esta<br />

plasticidade do sistema nervoso que contribui, em<br />

conjunto com alterações do seu funcionamento<br />

não totalmente percebidas, para a continuação de<br />

um sinal de dor durante o que podem ser meses ou<br />

anos após a sua utilidade. Quando a dor se estende<br />

por um período superior a seis meses, esteja ou<br />

não presente uma causa fisiológica subjacente,<br />

passa a ser considerado o diagnóstico de dor<br />

crónica. (cont..)<br />

Janeiro CONSCIENTE 37


O facto de percebermos ainda pouco dos<br />

mecanismos que levam ao desenvolvimento de<br />

alguns síndromes de dor crónica torna mais<br />

complicada a sua gestão medicamentosa, por um<br />

lado pela falta de conhecimento sobre as suas<br />

causas e, por outro, pelos efeitos secundários que<br />

a grande maioria destes medicamentos<br />

despoletam numa situação de uso continuado. Por<br />

estas razões, e com a ligação entre a perceção de<br />

dor e todo o aparelho psicológico do ser humano<br />

clara, o uso da psicologia na gestão da dor crónica<br />

é cada vez mais frequente, existindo na maioria<br />

dos grandes hospitais pelo mundo departamentos<br />

multidisciplinares de gestão da dor com recursos a<br />

técnicas psicoterapêuticas. Mas como é que a<br />

psicologia pode ajudar? É a dor, como indica a<br />

comum expressão, realmente psicológica?<br />

Que variáveis psicológicas afetam a perceção da dor?<br />

Diversas variáveis têm influência na perceção da<br />

dor, desde funções cognitivas (como a atenção e a<br />

memória) até a variáveis psicossociais<br />

(expectativas relativa à dor e aprendizagem por<br />

modelação do comportamento de outos). A<br />

perceção da dor, mesmo quando esta é aguda, é<br />

em grande parte dependente do contexto em que<br />

esta ocorre. Em estudos laboratoriais de dor<br />

experimental levados a cabo por Sternbach e<br />

publicados sobre o nome de ‘Dor. Uma análise<br />

psicofisiológica’ em 1968, quando o contexto, o<br />

medo e a ansiedade, foi controlado, ambos o efeito<br />

placebo e a medicação são menos eficazes. Estes<br />

resultados são explicados pelo facto de grande<br />

parte da utilidade de tanto o efeito placebo como<br />

da medicação, neste caso opioides, ser a própria<br />

redução do medo e da ansiedade associadas à<br />

experiência de dor. A forte ligação entre o nível de<br />

dor percebida e, tal como foi indicado<br />

anteriormente, o contexto - o estado<br />

psicofisiológico do individuo – oferece pistas para<br />

o já referido papel das diversas psicoterapias no<br />

aumento da qualidade de vida daqueles que<br />

sofrem de dor crónica. Para além do contexto, a<br />

atenção também influencia a experiencia de dor.<br />

Quando nos focamos na dor, esta torna-se mais<br />

percetível. Pacientes com preocupações<br />

hipocondríacas, que são hipervigilantes em relação<br />

a sensações corporais, podem aumentar estas ao<br />

ponto de criaram ou aumentarem o nível de dor.<br />

Outras variáveis psicossociais, como as crenças<br />

sobre a dor, as estratégias de coping, o sentimento<br />

de autoeficácia e a tendência para “catastrofizar”,<br />

têm também impacte na perceção da dor e na<br />

medida em que a dor tem uma influência negativa<br />

na vida dos indivíduos. A consciência destes<br />

fatores é claramente de significância para casos de<br />

dor crónica, sendo que oferecem tanto a terapeutas<br />

como a pacientes um ponto de partida para<br />

começar a trabalhar a dor sem necessidade de<br />

conhecer as possíveis causas fisiológicas desta.<br />

Pacientes com dor crónica mostram, com<br />

frequência, problemas com as dimensões<br />

psicológica e emocional da dor que foram<br />

discutidas anteriormente. De facto, fatores<br />

psicológicos preexistentes podem constituir uma<br />

vulnerabilidade ao desenvolvimento de dor<br />

crónica. O investigador Compton com os seus<br />

colaboradores, num estudo sobre a prevalência de<br />

adição em pacientes com dor crónica levado a<br />

cabo em 1998, (cont..)<br />

38 CONSCIENTE Janeiro


encontrou resultados que enaltecem a importância da<br />

psicologia nesta área, sendo que certa de 67% destes<br />

pacientes apresentavam algum tipo de<br />

comorbilidade com perturbações psicopatológicas.<br />

Independentemente de a psicopatologia estar ou não<br />

presente, a psicologia pode auxiliar grandemente<br />

quem sobre do que é agora reconhecido como uma<br />

doença de carácter independente. A dor crónica é<br />

uns dos problemas de saúde mais subestimados mas<br />

implica custos sérios tanto para a vida daqueles que<br />

a sentem como para os que os rodeiam e<br />

indiretamente, para a sociedade. Exercícios de<br />

relaxamento muscular, meditação ou mindfulness<br />

são algumas das opções que podem ser usadas para<br />

diminuir o stress resultante desta condição e, assim,<br />

ajudar a gerir a dor. O mais importante é que quem<br />

sofre desta doença perceba que, apesar de todas as<br />

incertezas, existem hoje alternativas de suporte<br />

baseadas em variadas técnicas psicoterapeutas que<br />

podem tornar cada pessoa mais capaz na gestão da<br />

sua dor e de uma vida com a melhor qualidade<br />

possível.<br />

O que é a síndrome da dor crónica?<br />

Qualquer dor que perdure mais que 6 meses é considerada dor<br />

crónica. Esta pode ter origem numa doença (cancro, por exemplo)<br />

ou lesão ou, por outro lado, surgir sem aparente causa fisiológica,<br />

tendo por vezes até uma clara ligação a perturbações psicológicas<br />

(depressão crónica, perturbações ansiosas, etc.). A síndrome<br />

engloba não apenas a dor mas as consequências que dor persistente<br />

acarreta, como a dificuldade em dormir, irritabilidade e humor<br />

negativo. Cria-se assim um ciclo vicioso, onde as consequências<br />

da dor aumentam o stress e este, por sua vez, aumenta a<br />

sensibilidade a esta.<br />

Janeiro CONSCIENTE 39


Números da Dor<br />

1 em 5 adultos sofrem de dor<br />

~ 31% da população portuguesa sobre de dor crónica<br />

1 em 10 adultos são diagnosticados com dor crónica a cada ano<br />

7 anos é a média do tempo de exposição à dor crónica<br />

40 CONSCIENTE Janeiro


Agenda<br />

Formativa<br />

WorkShop<br />

de<br />

Especiarias<br />

14 de Janeiro 2017<br />

Museu do Oriente<br />

WorkShop Winter<br />

Drip Cakes<br />

15 de Janeiro 2017<br />

Com Amor e Carinho<br />

http://www.comamorecarinho.com/<br />

workshops<br />

42 CONSCIENTE Janeiro


WorkShop Caixas de<br />

arrumação Origami<br />

25 de Janeiro 2017<br />

Museu do Oriente<br />

Www. museudooriente.pt<br />

WorkShop de Aguarela<br />

7,14,21, 28 de Janeiro 2017<br />

Campo das Artes<br />

https://campodasartes.wordpress.com/<br />

WorkShop Cup Cakes<br />

americanos<br />

14 de Janeiro 2017<br />

Com Amor e Carinho<br />

http://www.comamorecarinho.com/<br />

workshops<br />

Janeiro CONSCIENTE 43


BOAS<br />

LEITURAS<br />

Contos de Cães e<br />

Lobos Maus<br />

Valter Hugo Mãe<br />

Conjunto de contos que são para todas as<br />

idades e são feitos de uma esperança<br />

profunda. Entre a confiança e o receio,<br />

cães e lobos são apenas simbolos para a<br />

ansiedade perante a vida e a fundamental<br />

aprendizagem de valores e da capacidade<br />

de amar. Entre a confiança e o receio<br />

estabelecemos as entregas e a prudência<br />

de que precisamos para construir a<br />

felicidade<br />

Porto Editora<br />

Edição/ Reimpressão 2016<br />

Páginas : 160<br />

15,50 €<br />

A Perola<br />

John Steinbeck<br />

História comovente<br />

de uma pérola<br />

enorme, de como foi<br />

descoberta e de<br />

como se perdeu, levando com ela os sonhos<br />

bons e maus que representava. História<br />

também de uma família e da solidariedade<br />

especial entre uma mulher, um pobre<br />

pescador índio e o filho de ambos. Baseada<br />

num conto popular mexicano, A Pérola<br />

constitui uma inesquecível parábola poética<br />

sobre as grandezas e as misérias do mundo<br />

em que vivemos.<br />

Livros do Brasil<br />

Edição/Reimpressão 2016<br />

Páginas: 80<br />

11,00 €<br />

44 CONSCIENTE Janeiro


Ca ‘Nojo<br />

Jerry Scott, Rick Kirkman<br />

Os MacPherson estão de volta! Estão de volta as<br />

tropelias de Zoe, de Hammie e da pequena Wren que<br />

aprende com os irmãos mais velhos … onde é que já<br />

vimos isto acontecer? Wanda e Darryl dão o seu<br />

melhor para levar o barco a bom porto!<br />

Edição/Reimpressão: 2016<br />

Páginas: 168<br />

Editora Bizâncio<br />

12, 21 €<br />

Massagem Erótica Especial<br />

Kavida Rei<br />

Explore ao máximo o potencial da massagem sensual e<br />

mantenha uma ligação escaldante com o seu companheiro.<br />

Domine a arte da massagem erótica com técnicas para<br />

despertar e incendiar os sentidos. Sequências de massagens<br />

passo a passo que dão prazer e estimulam todo o corpo. Crie<br />

uma experiência de massagem mais enriquecedora com<br />

fantasias, personagens e jogos eróticos. As sugestões de<br />

automassagem, massagem oral e massagem íntima que<br />

encontra neste livro darão à sua vida sexual uma nova e<br />

poderosa dimensão<br />

Edição/Reimpressão: 2016<br />

Páginas: 192<br />

Editora: 5 Sentidos<br />

18, 80 €<br />

Terapia das<br />

Cores<br />

Sam Lomam<br />

Este caderno de notas<br />

inspiracional está<br />

recheado de belas ilustrações para colorir,<br />

páginas inteiras para desenhar e citações de<br />

escritores e artistas célebres para refletir.<br />

Edição/Reimpressão:2016<br />

Páginas: 128<br />

Editor: Nascente<br />

10.99 €<br />

Janeiro CONSCIENTE 45


TESTE<br />

Tem bengalas na sua<br />

linguagem?<br />

Há pessoas que têm um grande vício quando falam ou quando<br />

escrevem. Usam sempre determinadas palavras, a meio caminho do<br />

seu discurso, sempre as mesmas, repetidas em determinada<br />

cadência. Os portantos, enquantos, relativamentes, contudos, entre<br />

outros , são palavras que costumam apoiar um discurso cuidadoso,<br />

nervoso, angustiado ou que pretende disfarçar qualquer outro<br />

motivo mais escondido de quem escuta ou lê. Ou apenas apoiar o<br />

pensamento. A estas palavras da-se o nome de ‘bengalas’, bengalas<br />

que apoiam a intenção ou até mesmo o sentido da frase.<br />

Inconscientes ou pouco conscientes, para quem ouve, o panorama é<br />

outro.<br />

1.Utilizo os números registados no meu telemóvel sem memorizar os que ligo diariamente<br />

Sim ou não<br />

2. Recorro sistematicamente ao livro de moradas quando escrevo aos meus familiares e amigos<br />

próximos<br />

Sim ou não<br />

3. Faço uma lista para comprar menos de sete produtos no supermercado<br />

Sim ou não<br />

4.Preciso de anotar todos os códigos – porta de entrada, cartão de crédito, voice mail, telemóvel...<br />

Sim ou não<br />

5. Tenho de anotar as minhas ideias para não as esquecer<br />

Sim ou não<br />

6. Como fecho muitas vezes a porta com as chaves no interior, mandei instalar um puxador com<br />

que posso abrir por fora<br />

Sim ou não<br />

46 CONSCIENTE Janeiro


7. Consulto assiduamente a minha agenda para conferir as minhas atividades<br />

Sim ou não<br />

8. Olho para o calendário mais de duas vezes por dia para saber a data<br />

Sim ou não<br />

9.Antes de cada telefonema, anoto o que quero dizer<br />

Sim ou não<br />

10. Mudo frequentemente o relógio para a outra mão<br />

Sim ou não<br />

11.Escrevo na mão, o que tenho medo de esquecer<br />

Sim ou não<br />

12. Na minha cozinha há um quadro branco bem à vista<br />

Sim ou não<br />

Se a maioria das suas respostas são SIM<br />

Não se culpabilize! No nosso dia-a-dia, utilizamos ‘muletas’ com muita frequência, o que não significa<br />

forçosamente preguiça mental. Você tem pouca confiança na sua memória e habituou-se a ajudá-la. Não<br />

quer dizer que ela tenha diminuído ou que funcione mal. É necessário acima de tudo voltar a dar-lhe tempo<br />

para registar as informações.<br />

Se a maioria das suas respostas são NÃO<br />

Confia na sua memória e está satisfeito com ela. Continue!<br />

Janeiro CONSCIENTE 47

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