velozes F1 / R13 Monza

Em 1975, Jody teve a alegria de vencer em casa, o Grande
Prêmio da África do Sul, mas foi a única boa notícia do ano.
O ano de 1976 traria uma revolução radical para a Tyrrell!
O projetista Derek Gardner desenhou um carro especial, o
modelo P34, o famoso, inesquecível, Tyrrell de seis rodas. Seu
principal objetivo era reduzir a tendência a sair de frente que
os carros tinham com tanques cheios no começo das corridas.
Claro que os dois pneus baixinhos na frente também ajudava
na aerodinâmica, mas isso era secundário.
Assim, o piloto deveria conseguir uma vantagem no começo
das provas suficiente para vencer fácil, mas nem sempre
funcionou direito.
O six-wheeler (seis-rodas) estrou no GP da Espanha, onde os
dois carros abandonaram, mas em seguida Jody e Patrick
demonstraram todo o potencial do novo desenho, Jody
terminando em quarto na Bélgica e a dupla terminando em
segundo e terceiro no GP de Mônaco.
A corrida seguinte era na Suécia, onde Jody conquistara sua
primeira vitória em 1974. E novamente a Tyrrell venceu em
terras nórdicas, com outra brilhante vitória dupla. Mario
Andretti, com JPS Lotus, queimou a largada e pulou na frente.
Tomou 1 minuto de penalização e começou a voar para abrir
essa vantagem impossível, enquanto Jody controlava a corrida.
Na volta 46 (de 72) o motor da Lotus abriu o bico.
Daí em diante, liderando de direito e de fato, as duas Tyrrells
passearam até a bandeirada. Foi a primeira e única vitória de
um carro de seis rodas na Fórmula 1. Jody ao volante.
Apesar desse ótimo retrospecto, Jody não estava feliz na
Tyrrell: todos os acertos do carro eram feitos com base nas
opiniões de Depailler. Scheckter raramente era ouvido. Ou
mesmo consultado! Além disso, sentiu que o carro de seis
rodas não era o caminho a seguir e foi aos poucos vendo
outras opções no grid, mas com McLaren e Ferrari fechados
em suas duplas de pilotos, não restavam mais lugares que lhe
dessem uma oportunidade de vencer o Mundial.
Mas numa conversa de bar com seu mecânico Roy Topp, ele
soube do novo projeto do milionário Walter Wolf, que tinha
entrado na Fórmula 1 comprando a Hesketh e contratando
Frank Williams para operar a equipe em 1976. Walter e Frank
não se entenderam bem, e Wolf estava montando uma nova
equipe a partir do pessoal da Hesketh, com um novo carro
desenhado por Harvey Postlethwaite e Patrick Head, tendo
Peter Warr como chefe de equipe. Estavam à procura de um
piloto para uma equipe de apenas 1 carro. Jacky Ickx estava no
mapa, mas pediu muito alto e Jody entrou no radar. No final
da corrida de Monza, Scheckter fechou para correr pela Wolf
Racing em 1977.
Seu amigo James Hunt (eles eram vizinhos em Marbella, na
Espanha, fugindo do alto imposto de renda inglês) achava que
Jody foi pelo dinheiro, mas o sul-africano viu ali uma chance de
fazer as coisas como ele pensava que deveriam ser, e não
como era na Tyrrell – tudo à maneira de Depailler.
O carro era uma nova versão do antigo Hesketh de Hunt.
O que ninguém esperava é que a vida da nova equipe
começasse como um conto de fadas.