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2.º Boletim Informativo da Acerva Paranaense - agosto/2017

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N.º02<br />

Mai/Ago <strong>2017</strong><br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong><br />

ACERVA PARANAENSE<br />

A MELHOR CERVEJA<br />

CASEIRA DO PAÍS<br />

É NOSSA!<br />

Entrevista<br />

com<br />

cervejeiros <strong>da</strong><br />

Qu4drilha, que<br />

venceram o B.O.S.<br />

no Nacional <strong>da</strong>s<br />

ACervas em Natal-RS<br />

com a (fabulosa)<br />

R4in Gose<br />

P R O P A G A N D O π A π C U L T U R A π D A π C E R V E J A π C A S E I R A


2<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

periodici<strong>da</strong>de: Q U A D R I M E S T R A L<br />

ACervA PARANAENSE<br />

Eleitos em Assembleia Ordinária de 28 de novembro de<br />

2016, de forma voluntária, dirigem a <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong>:<br />

DIRETORIA <strong>2017</strong><br />

Gabriel Henrique Batista do Nascimento π Presidente<br />

Vilmar José Sidoski π Vice-Presidente<br />

Luis Claudio Damiati Theossi π 1.º Secretário<br />

Henrique Stefani e Silva Neto π 1.º Tesoureiro<br />

José Roberto Calixto Júnior π <strong>2.º</strong> Tesoureiro<br />

COORDENAÇÕES<br />

Lenir Filho, Helio Lambais e Carlos Paiva π Coordenação de Eventos<br />

eventos@acervaparanaense.com.br<br />

Lenir Filho e Vilmar José Sidoski π Coordenação Técnica<br />

cursos@acervaparanaense.com.br<br />

Fabrício Friedemann, Francisco Kaseker e Ramiro Luz π Coordenação de TI<br />

suporte@acervaparanaense.com.br<br />

Adriane Baldini e Darice Zanardini π Coordenação de Comunicação<br />

falecom@acervaparanaense.com.br<br />

Mauricio Cardozo e Michel Sfredo π Coordenação de Ações Coletivas<br />

parcerias@acervaparanaense.com.br<br />

André Feofiloff π Coordenação Jurídica<br />

Carlos Radigon<strong>da</strong> π Coordenação de Integração<br />

equipe boletim informativo<br />

O <strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> ACervA-PR é uma publicação feita<br />

de modo voluntário e altivo e está sob responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

Coordenação de Comunicação <strong>da</strong> Associação dos Cervejeiros<br />

Artesanais <strong>Paranaense</strong>s; a publicação é gratuita e dirigi<strong>da</strong> aos seus<br />

respectivos associados e parceiros. É proibi<strong>da</strong> a reprodução total<br />

ou parcial de textos e fotografias sem a autorização <strong>da</strong> instituição,<br />

do colaborador e/ou <strong>da</strong> jornalista responsável.<br />

Adriane Baldini π Jornalista Responsável FENAJ/PR 6.462<br />

Adriane Baldini π Pauta, Diagramação, Design Gráfico e Editoração<br />

Darice Zanardini e Carlos Paiva π Revisão<br />

Adriane Baldini π Foto de Capa<br />

Freeimages, Freepik e Darice Zanardini π Fotografias e Ilustrações<br />

On-line e on demand π Método de Distribuição<br />

Você tem críticas, elogios, sugestões de pauta ou deseja anunciar aqui?<br />

Mande-nos um e-mail para falecom@acervaparanaense.com.br!<br />

Encontre-nos!<br />

www.facebook.com/<br />

<strong>Acerva</strong><strong>Paranaense</strong><br />

www.instagram.com/<br />

acerva_paranaense<br />

www.acervaparanaense.com.br


Editorial<br />

Por Adriane Baldini,<br />

Editoria-Chefe<br />

Vilmar José Sidoski, 48, é contador e natural de<br />

Marmeleiro, interior do Paraná. Atualmente exerce<br />

a função de vice-presidente <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong><br />

e, até o momento, é um dos nomes que mais ficarão<br />

marcados na história desta associação devido à<br />

altivez e efetivi<strong>da</strong>de do cargo que exerce.<br />

Vilmar teve o primeiro contato com a cerveja<br />

artesanal em 2011, ao tomar alguns rótulos<br />

diferentes disponíveis no mercado — e, desde então,<br />

estas novas experiências mu<strong>da</strong>ram completamente<br />

a maneira de como enxergava a bebi<strong>da</strong>. Juntamente<br />

com o compadre Sérgio Amauri Pimentel (que<br />

também virou sócio), naquele mesmo ano fizeram<br />

um curso de cerveja de panela na Bodebrown e, no<br />

início de novembro, celebraram a primeira cerveja<br />

engarrafa<strong>da</strong> que fizeram na vi<strong>da</strong>.<br />

Daquele momento até hoje, passou a produzir<br />

a média de 12 brassagens por ano com diversos<br />

outros amigos, acumulando o total de 18 estilos.<br />

Pouco tempo depois, em 2012, se associou à<br />

<strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> para participar apenas do<br />

concurso nacional (que, naquele ano, foi realizado<br />

em Curitiba), vendo, ano após ano, a evolução não<br />

só <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong>, mas como de to<strong>da</strong>s as<br />

outras associações.<br />

O convite para ser vice veio no fim de 2016<br />

pelo presidente, Gabriel Nascimento, para<br />

compor a nova chapa <strong>da</strong> gestão de <strong>2017</strong>.<br />

Segundo ele, o papel de vice não compete<br />

apenas em concor<strong>da</strong>r ou discor<strong>da</strong>r de tudo,<br />

mas de se fazer presente, trocar opiniões em<br />

tudo o que puder. Ain<strong>da</strong>, diz que criação <strong>da</strong>s<br />

Comissões foi uma <strong>da</strong>s coisas mais acerta<strong>da</strong>s<br />

que poderia ter ocorrido para a Associação e,<br />

que hoje, os membros formam um grupo que<br />

realmente age como uma família, estando<br />

todos em sintonia. Vilmar ain<strong>da</strong> enfatiza que<br />

as decisões do grupo jamais são decidi<strong>da</strong>s<br />

apenas por uma única pessoa; as opiniões<br />

de todos são constantemente consulta<strong>da</strong>s e<br />

quem decide é sempre e unicamente o grupo.<br />

E, devido a isso, ele tem percebido que os associados,<br />

por meio dos eventos, também têm sentido o reflexo<br />

<strong>da</strong> gestão e agido <strong>da</strong> mesma forma, transformando<br />

ca<strong>da</strong> encontro <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> — seja a Noite <strong>da</strong>s<br />

Artesanais, churrascos, cursos entre outros — em<br />

boas experiências fraternas e familiares, no qual<br />

já foi testemunha dos laços que foram firmados e<br />

transformados em promissoras parcerias.<br />

Ao ser questionado sobre a satisfação <strong>da</strong> atual<br />

gestão, ele é consciente de que muita coisa ain<strong>da</strong><br />

precisa ser feita, mas que também é muito dificil<br />

atingir um alto nível quando to<strong>da</strong> a gestão é feita de<br />

forma voluntária. A atual bandeira que defende é a<br />

campanha de retorno dos inativos, que ain<strong>da</strong> tem<br />

muito a compartilhar com os novatos <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong>.<br />

Pensem que nós, <strong>da</strong>qui há 10 anos, seremos<br />

os cervejeiros que incentivarão a futura<br />

geração a não deixar esse movimento morrer,<br />

até porque cerveja artesanal não é e nunca foi<br />

mo<strong>da</strong> — ela veio para ficar, já conquistamos<br />

e estamos mantendo 1% do mercado. Mas é<br />

pouco, claro. Precisamos conquistar outros<br />

99% e para isso é fun<strong>da</strong>mental evitar que<br />

as brigas de egos impeçam a (r)evolução<br />

cervejeira! π<br />

Vilmar José Sidoski<br />

Vice-Presidente<br />

Gestão <strong>2017</strong><br />

3<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


<strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

4<strong>Boletim</strong><br />

Noite <strong>da</strong>s Artesanais<br />

Ranking parcial<br />

rumo aos melhores do ano!<br />

MÊS DIA LOCAL 3.º LUGAR <strong>2.º</strong> LUGAR 1.º LUGAR<br />

Janeiro 25<br />

Fevereiro 7<br />

Sapopemba<br />

SJP<br />

Drakkar<br />

Beer & Food<br />

Ricardo Harmuch<br />

(Saison de ameixa)<br />

Lenir Filho,<br />

Michele Winters e<br />

Erasmo Fraccalvieri<br />

(Gose)<br />

e Erasmo Fraccalvieri<br />

(Berliner de framboesa)<br />

Lenir Filho e<br />

Michelle Winters<br />

(Black IPA)<br />

Carlos Monteforte<br />

(Stout)<br />

Rodrigo Gabiatti<br />

(American Blond Ale)<br />

Guilherme Perito<br />

(Specialty Beer com brett)<br />

Fevereiro 22<br />

Drakkar<br />

Beer & Food<br />

Gustavo Salles<br />

(Session IPA)<br />

Alceu Pires<br />

(APA)<br />

e João Maximiniano<br />

(Trippel)<br />

Helio Lambais<br />

(British Golden Ale)<br />

Rite<br />

Março 3<br />

Monde Hop<br />

Pinheirinho<br />

João Maximiniano<br />

(Dubbel)<br />

Lucas Bonancin<br />

(Saison com car<strong>da</strong>momo)<br />

e Ricardo Harmuch<br />

(Berliner de amora)<br />

Angelo Adriano<br />

(APA)<br />

Março 22<br />

Monde Hop<br />

Pinheirinho<br />

Eugênio Fabian<br />

(APA)<br />

Paulo Matulle<br />

(Brown Ale)<br />

Lucas Bonacin<br />

(Roggenbier)<br />

Abril 4<br />

The Fish<br />

n'Chips English<br />

Pub<br />

Lenir Filho e<br />

Michelle Winters<br />

(Saison de cupuaçu)<br />

Rodrigo Gabiatti<br />

(Porter com amêndoas)<br />

e Maurício Werneck<br />

(Fruit Beer de manga)<br />

Carlos Paiva<br />

(IPA)<br />

Abril 19<br />

The Fish<br />

n'Chips English<br />

Pub<br />

Mario Novak<br />

(American Barleywine)<br />

Guilherme Cominese (APA)<br />

Diego e Belisa<br />

(RIS Stout)<br />

Maio 9<br />

Mr. Hoppy<br />

Matheus Leme<br />

Hélio Lambais e<br />

Michel Sfredo<br />

(Wood Aged)<br />

e Luciano de Bortolo<br />

(IPA RYE)<br />

Lenir Filho e<br />

Michelle Winters<br />

(IPA)<br />

José Claudino<br />

(Berliner de jabuticaba)<br />

Maio 24<br />

Mr. Hoppy<br />

Matheus Leme<br />

Marcos Vinhoti<br />

(Pumpikin ale)<br />

Luciano de Bortolo,<br />

Marcos Vinhoti e<br />

Clóvis Myoshie<br />

(Gose) e<br />

Hélio Lambais e<br />

Michel Sfredo<br />

(Belgian Tripel)<br />

Fábio Valério<br />

(IPA) e<br />

Carlos Paiva<br />

(Double IPA)<br />

Junho 6 Masmorra<br />

Leandro Negrão<br />

(Saison)<br />

e Ramiro Luz<br />

(Stout)<br />

Leandro Moreno<br />

(Dunkel)<br />

Lucas Wszolek<br />

(Saison frutas vermelhas)<br />

Junho 21 Masmorra<br />

Erasmo Fraccalvieri<br />

(Berliner Weiss)<br />

e Paulo Matulle<br />

(Hidromel)<br />

João Maximiniano<br />

(RIS)<br />

Luciano de Bortolo<br />

(American Strong Ale)<br />

e Paulo Matulle<br />

(RIS)<br />

Julho 4 Tiwanaku<br />

Pedro Hespanha<br />

(Belgian Blond Ale)<br />

Lenir, Michele,<br />

Felipe e Luciano<br />

(Berliner Weisse)<br />

Eugenio Fabian<br />

(Black IPA)<br />

Julho 19 Tiwanaku<br />

Robinson Czelusniak e<br />

Wallison Guizilini<br />

(Weiss Doppelbock)<br />

Carlos Paiva<br />

(Quadruppel)<br />

Everton Delfino<br />

(Porter 2013)<br />

Agosto 9<br />

We Are<br />

Bastards Pub<br />

Lucas Bonancin (APA) e<br />

Raphael Godoy (Stout)<br />

Lenir e Michelle<br />

(English Pale Ale) e<br />

Felipe Lessio<br />

(NE Brown Ale)<br />

Felipe Lessio<br />

(Berliner Weisse) e<br />

Lucas Bonancin e<br />

Eugênio Fabian<br />

(Rauchbier)<br />

Agosto 23<br />

We Are<br />

Bastards Pub<br />

Eduardo Reiner<br />

(fruit stout com amora e<br />

cubos de cerejeira)<br />

Leandro Moreno,<br />

Marcos e Carlos<br />

(saison com pimenta)<br />

Qu4drilha<br />

(tripel sour)


<strong>Acerva</strong>-PR fica<br />

em 3.º lugar<br />

no concurso<br />

<strong>da</strong> brasil brau<br />

por Alexandre Neto<br />

premiação disponível em<br />

www.brasilbrau.com.br/vencedores<br />

em alta<br />

De 26 a 28 de julho ocorreu mais uma edição <strong>da</strong><br />

Brasil Brau – XIV Feira Internacional de Tecnologia em<br />

Cerveja, no São Paulo Expo Exhibition & Convention<br />

Center, na capital paulista. Segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong><br />

assessoria de imprensa do evento, participaram<br />

73 expositores com representantes de 10 países<br />

diferentes e de 7 estados brasileiros.<br />

No último dia do evento ocorreu o <strong>2.º</strong> Prêmio Brasil<br />

Brau de Gestão de Negócios em Cerveja, encabeçados<br />

por Cilene Saorin, <strong>da</strong> Doemens Academy, e Luana<br />

Cloper, que abraçaram a causa em incentivar a<br />

profissionalização <strong>da</strong> gestão do negócio de cervejas.<br />

Cilene, no discurso de premiação disse que é<br />

“necessário um olhar holístico e imprescindível<br />

na gestão contemporânea de negócios ligados às<br />

cervejas”, explicando que nesta área devem ser<br />

engloba<strong>da</strong>s as diferentes uni<strong>da</strong>des de negócio e os<br />

impactos gerados na socie<strong>da</strong>de e no meio ambiente,<br />

além <strong>da</strong> visão clássica <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> do líquido.<br />

O concurso teve como os objetivos 1) Provocar o<br />

profissionalismo e comprometimento <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />

cervejeira acerca dos impactos sociais e ambientais<br />

de seus negócios no longo prazo; 2) Divulgar e<br />

valorizar iniciativas existentes em diferentes frentes<br />

de negócio e, ain<strong>da</strong>, 3) Inspirar mais iniciativas neste<br />

âmbito no Brasil e no mundo. As empresas cervejeiras<br />

que se identificaram com alguns destes objetivos<br />

puderam se inscrever nas categorias: (A) Design de<br />

embalagem; (B) Comunicação <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong>s cervejas;<br />

(C) Sustentabili<strong>da</strong>de e (D) Responsabili<strong>da</strong>de Social.<br />

A <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> inscreveu o <strong>Boletim</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong><br />

<strong>Paranaense</strong> na categoria “Comunicação <strong>da</strong> cultura<br />

<strong>da</strong>s cervejas” e ficou com o 3.º lugar!<br />

A principal informação que foi defendi<strong>da</strong> pela editorachefe<br />

Adriane Baldini no Sumário Executivo na<br />

apresentação do projeto foi que “o <strong>Boletim</strong> informativo<br />

<strong>da</strong> <strong>Acerva</strong>-PR tem como objetivos de 1) VALORIZAR E<br />

PRESERVAR a história dos cervejeiros de panela, <strong>da</strong><br />

troca de experiências, apresentando também novi<strong>da</strong>des,<br />

entre outros em um veículo de comunicação que pode<br />

ser baixado no computador, no celular ou ser enviado por<br />

e-mail para qualquer outra pessoa no país e no mundo;<br />

2) Escrever a história do nascimento de importantes<br />

cervejas (produtos) paranaenses, que até então não era<br />

registra<strong>da</strong>, como uma ata ilustra<strong>da</strong>”.<br />

Um dos fatores que foram decisivos para a colocação,<br />

segundo a jura<strong>da</strong> Beatriz Marques, jornalista <strong>da</strong><br />

Revista Menu, foi a defesa do potencial do <strong>Boletim</strong><br />

<strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong>: “Além de gerar um<br />

conteúdo seguro, que despertará a curiosi<strong>da</strong>de de<br />

novos consumidores e a maturação dos conhecedores<br />

<strong>da</strong> cerveja artesanal, o <strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong><br />

<strong>Paranaense</strong> sai na frente com o intuito de despertar<br />

a mesma intenção em outras <strong>Acerva</strong>s, com o objetivo<br />

de catalogar informações que poderão consoli<strong>da</strong>r,<br />

futuramente, a trajetória <strong>da</strong>s associações deste nicho<br />

no Brasil e juntar exemplos de casos para fun<strong>da</strong>mentar<br />

a (tão sonha<strong>da</strong>) escola brasileira de cerveja. E já para<br />

que tudo tenha um começo, segue o nosso primeiro<br />

passo”.<br />

Além de Beatriz na categoria de Comunicação, as<br />

profissionais do ramo cervejeiro Kátia Jorge e Petra<br />

Westphal também avaliaram todos os projetos,<br />

de to<strong>da</strong>s as categorias. Na categoria vencedora, o<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> concorreu com otros<br />

cinco trabalhos.<br />

Ain<strong>da</strong>, no mesmo espaço ocorreu o Degusta Beer &<br />

Food, que ocorreu de 26 a 29 de julho, e contou com<br />

52 expositores no festival de cervejas artesanais.<br />

SOBRE O BOLETIM INFORMATIVO<br />

O <strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> é<br />

coman<strong>da</strong>do pela jornalista e especialista em gestão<br />

e tecnologia <strong>da</strong> cerveja, Adriane Baldini, e conta com<br />

a colaboração de outros coordenadores como Darice<br />

Zanardini e Carlos Paiva. π<br />

5<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


6<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Coluna do Bar do Celso<br />

<br />

para que te quero<br />

Por luis celso sniecikoski junior<br />

A acidez é um dos componentes inerentes<br />

de qualquer cerveja, e esteve presente na<br />

história <strong>da</strong> bebi<strong>da</strong> desde o início. Detectamos<br />

esse gosto na boca graças às nossas papilas<br />

gustativas, junto com outros como amargor,<br />

dulçor e salgado, por exemplo.<br />

Distinguimos os tipos<br />

de ácido por meio do<br />

olfato, fora ou dentro<br />

<strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de bucal,<br />

percebendo nuances<br />

como cítrico, lático<br />

e acético. E mesmo<br />

que hoje seja quase<br />

imperceptível em<br />

alguns estilos, ela<br />

sempre está lá.<br />

Quando a cerveja foi descoberta por acaso,<br />

em mais ou menos 9 mil a.C., a acidez estava<br />

lá. Basta lembrar que a fermentação ocorreu<br />

natural e expontaneamente, a partir de cereais<br />

germinados que, depois, foram molhados.<br />

Esse líquido adocicado ficou exposto a<br />

leveduras selvagens e bactérias que estão no<br />

ar e no ambiente. As primeiras fermentaram<br />

seus açúcares, que geraram álcool; as outras,<br />

produziram ácidos. Portanto, as cervejas<br />

áci<strong>da</strong>s foram, de certa forma, as primeiras<br />

cervejas.<br />

Ain<strong>da</strong>, para quem não sabe, a acidez <strong>da</strong><br />

cerveja já salvou vi<strong>da</strong>s. Isso porque em meios<br />

ácidos não se desenvolvem microorganismos<br />

patogênicos. Mesmo sem saber o motivo, o<br />

homem descobriu isso muito cedo e, desde<br />

a I<strong>da</strong>de Antiga até a Média, usou a bebi<strong>da</strong><br />

pela sua segurança alimentar. Na I<strong>da</strong>de<br />

Média, com a precarização <strong>da</strong>s condições<br />

sanitárias e a falta endêmica de higiene, a<br />

Pestre Negra se proliferava devido a falta de<br />

água de quali<strong>da</strong>de, inclusive, para beber. E<br />

foi assim, bebendo cerveja (que passa por<br />

processo de fervimento), que muitos vilarejos<br />

foram salvos.


7<br />

Até o isolamento <strong>da</strong>s leveduras e sua aplicação<br />

para a produção de cervejas em 1700, a<br />

fermentação ocorria com uma mistura maior<br />

ou menor de leveduras e bactérias. Ou seja,<br />

to<strong>da</strong> a cerveja era mais ou menos áci<strong>da</strong>.<br />

Não é segredo para vocês, queridos leitores<br />

que fazem cerveja em casa, que o Potencial<br />

Hidrogênico (PH) de uma cerveja é ácido<br />

por conta <strong>da</strong> fermentação, mesmo que não<br />

estejam envolvidos outros microorganismos<br />

além de leveduras.<br />

Todo esse tempo de produção de cervejas<br />

áci<strong>da</strong>s produziu alguns estilos que valorizavam<br />

a alta acidez como uma característica<br />

sensorial, chama<strong>da</strong>s, genericamente, de Sour<br />

Beers — podendo não ser de fermentação<br />

expontânea, como as tradicionais cervejas<br />

Lambics, produzi<strong>da</strong>s na região do Vale do Rio<br />

Senne, na Bélgica.<br />

descobriram as<br />

cervejas áci<strong>da</strong>s<br />

e produziram<br />

suas versões, com<br />

diferentes métodos de<br />

ACIDIFICACÃO, <strong>da</strong>ndo<br />

origem À divisão atual<br />

dos principais estilos<br />

ácidos dentro do guia<br />

de estilos do BJCP: 23 -<br />

European Sour Ales e 28<br />

- American Wild Ale.<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Aliás, foi por<br />

meio delas que os<br />

norte-americanos<br />

Ao fazer cervejas áci<strong>da</strong>s lembrem, queridos<br />

cervejeiros, que estão reproduzindo sabores<br />

históricos e até refazendo, de certa forma na<br />

casa e na panela de vocês, parte <strong>da</strong> história<br />

<strong>da</strong> cerveja. π


8<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Coluna <strong>da</strong> Pompeia Hidromeis<br />

hidromel<br />

e brasil,<br />

temos tudo<br />

em mãos!<br />

Por luis felipe de moraes<br />

Acredito que o hidromel seja um conhecido de<br />

todos. Se você não o conheceu pessoalmente,<br />

com certeza tem amigos que já o conhecem e<br />

já falaram dele para você — e é uma questão<br />

de tempo até que a apresentação formal<br />

aconteça. E, inevitavelmente, como acontece<br />

com muitos, pode ser que você acabe se<br />

encantando por ele. Ou ain<strong>da</strong>, quem sabe,<br />

decidir que deve trilhar as possibili<strong>da</strong>des de<br />

produzir o seu próprio hidromel?<br />

Bem, de qualquer<br />

maneira, vou<br />

apresentá-lo para<br />

vocês: Hidromel é uma<br />

bebi<strong>da</strong> fermenta<strong>da</strong>,<br />

em que a maioria dos<br />

acúcares fermentados<br />

são provenientes do<br />

mel, pode ou não conter<br />

outros ingredientes que<br />

água, mel e leveduras.<br />

E como a cerveja, a varie<strong>da</strong>de de estilos e<br />

características que o hidromel pode ter é<br />

ilimitado, bastando apenas a criativi<strong>da</strong>de<br />

e bom senso do produtor em estu<strong>da</strong>r as<br />

matérias-primas — e esse artigo traz alguma<br />

luz sobre estas possibili<strong>da</strong>des para vocês.<br />

Atualmente, o hidromel é largamente<br />

produzido de modo artesanal em vários<br />

estados do país, no qual são usados muitos<br />

ingredientes distintos em sua produção. Mas<br />

ain<strong>da</strong> é notória a carência de informações<br />

essenciais sobre o ingrediente fun<strong>da</strong>mental<br />

<strong>da</strong> bebi<strong>da</strong>: o mel. É sabido que existem<br />

iniciativas para que seja criado um<br />

mapeamento dos méis brasileiros e seus<br />

varietais (chama-se mel varietal ou flora<strong>da</strong><br />

específica o mel com mais de 70% do néctar


9<br />

proveniente de um determinado tipo de planta), em que regiões<br />

ocorrem, bem como suas principais características — informações que<br />

podem ser um ver<strong>da</strong>deiro norte para o produtor de hidromel, mas que<br />

carece enormemente de colaboradores e pessoas que se disponham a<br />

enviar <strong>da</strong>dos sobre os méis que ocorrem em sua região.<br />

O Brasil tem um enorme potencial<br />

de producão de méis únicos no mundo<br />

devido À nossa rica flora e, também,<br />

fauna (sim, existem méis até de<br />

secrecões de insetos e seiva de<br />

árvores, chamado de mel de melato),<br />

e temos grande chance de criar<br />

hidroméis únicos no mundo.<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

E isso tudo é limitado ao mel de Apis mellífera (abelha europeia<br />

africaniza<strong>da</strong>); ain<strong>da</strong> temos a exclusivi<strong>da</strong>de (América Central e do Sul<br />

principalmente) <strong>da</strong>s Meliponinas, que são as abelhas sem ferrão (ASF),<br />

que também produzem méis de excelente quali<strong>da</strong>de de totalmente<br />

únicos em textura, aromas e sabores, e que podem conduzir o produtor<br />

de hidromel para diferentes mundos — não vou me alongar sobre as<br />

ASF, pois é um assunto extenso, mas vale a pesquisa!


10<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Sobre as dúvi<strong>da</strong>s que são comuns quando se<br />

busca adquirir um mel de quali<strong>da</strong>de, farei<br />

algumas observações: deve-se pensar muito<br />

na receita e no perfil desejado do hidromel<br />

antes de escolher o mel a ser usado. Não<br />

faz sentido, por exemplo eu utilizar um mel<br />

complexo e intenso, como o mel de bracatinga<br />

(bastante comum no oeste do Paraná), para<br />

um hidromel onde se objetiva leveza e<br />

refrescância; para isso seria mais proveitoso<br />

um mel floral/cítrico e delicado, como um<br />

mel de laranjeira, e, <strong>da</strong> mesma maneira,<br />

sempre escolher méis de personali<strong>da</strong>de forte<br />

para hidroméis intensos.<br />

Ain<strong>da</strong>, sugiro produzir uma receita para um<br />

mel em particular. Às vezes nos deparamos<br />

com algum mel especial, que nos é ofertado,<br />

ou, que encontramos por acaso (e você não<br />

quer perder a chance de criar algo com ele),<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong>s as suas características surpreendentes.<br />

Então pense na receita a partir do mel. Eu<br />

já criei inúmeras receitas (e algumas <strong>da</strong>s<br />

minhas melhores) partindo dessa maneira.<br />

Você deve também pensar, além do perfil de<br />

sabor e aroma, na cor do hidromel. A cor do<br />

mel, obrigatoriamente, vai impactar na cor do<br />

hidromel após estar finalizado. O mel claro<br />

vai originar a bebi<strong>da</strong> clara e o mel escuro, o<br />

hidromel escuro. Salvo, claro, se você utilizar<br />

adjuntos que emprestem cor para o hidromel<br />

(como frutas ou especiarias, por exemplo)<br />

ou, ain<strong>da</strong>, utilizar método que alterem o mel,<br />

como o caramelizar (o que obrigatoriamente<br />

vai escurecer o mel).<br />

Quanto mais escuro o<br />

mel, mais mineral,<br />

sabor, aroma e<br />

cor ele possui. As<br />

caracterísicas do<br />

mel claro é o oposto,<br />

considerado pobre<br />

em minerais, é mais<br />

leve e delicado nos<br />

aromas e sabores e<br />

frequentemente frutado<br />

(frutas brancas,<br />

delica<strong>da</strong>s) e floral.<br />

Misturar dois ou mais méis para obter efeitos<br />

e cama<strong>da</strong>s mais complexas também é uma<br />

técnica muito bem-vin<strong>da</strong>. É comum nos<br />

depararmos com dois méis que, sozinhos,<br />

são absolutamente sem graça. Então, juntos<br />

eles podem criar um hidromel muito melhor<br />

e mais complexo. Claro que, ao misturar dois<br />

méis (e a coisa <strong>da</strong>r certo) é preciso que uma<br />

característica de ca<strong>da</strong> se complementem.<br />

Sempre vale a prova — principalmente a<br />

título de estudo e para ampliar a capaci<strong>da</strong>de<br />

sensorial!<br />

Conhecer o produtor, sua idonei<strong>da</strong>de (e olha<br />

que tem muito mel alterado no mercado!) e<br />

principalmente o entorno do local onde estão<br />

as colméias, é essencial. Lembre-se de que<br />

as abelhas percorrem quilômetros atrás <strong>da</strong>s<br />

fontes de néctar e essa fonte pode ser até<br />

mesmo um depósito de lixo nos arredores (!)<br />

então, conhecer esses detalhes faz to<strong>da</strong> a<br />

diferença na quali<strong>da</strong>de do seu hidromel.<br />

E além de méis exclusivos, o hidromel, assim<br />

como a cerveja, tem a possibili<strong>da</strong>de de<br />

usar inúmeros adjuntos em sua composição,<br />

o que nos leva a pensar nas viabili<strong>da</strong>des de<br />

hidroméis com características regionais, por<br />

exemplo, um hidromel elaborado no nordeste<br />

com mel varietal de flor de caju, e, ain<strong>da</strong>,<br />

usando o caju como adjunto na receita do<br />

hidromel.<br />

Pensando desta forma, há a chance futura<br />

de pensar em hidroméis com a indicação de<br />

procedência específica, e, com isso, valorizar<br />

os produtos de determina<strong>da</strong> região, já que<br />

isso já ocorre Brasil afora.<br />

Além de frutas únicas, o país é produtor de<br />

cachaça, que nos traz uma enorme riqueza


no uso de madeiras específicas para envelhecimento como Amburana,<br />

Cabreúva, Jequitibá dentre outras, que podem ser muito interessantes<br />

para o envelhecimento de hidroméis. Estas madeiras podem ser de<br />

primeiro uso, quando emprestarão apenas os sabores e aromas <strong>da</strong>s<br />

mesmas para a bebi<strong>da</strong>, ou, ain<strong>da</strong>, barris que foram usados previamente<br />

para envelhecer cachaça ou outra bebi<strong>da</strong> e que, além <strong>da</strong> madeira,<br />

ain<strong>da</strong> emprestarão um toque <strong>da</strong> bebi<strong>da</strong> que morou anteriormente ali.<br />

Ain<strong>da</strong> cascas de árvores também têm sido historicamente utiliza<strong>da</strong>s<br />

para aromatizar bebi<strong>da</strong>s no nosso imenso país como sassafrás (estude<br />

bem o seu uso!), canela (não a especiaria), arru<strong>da</strong>, entre outras, que<br />

podem ser de imensa aju<strong>da</strong> para caracterizar o seu hidromel.<br />

Como juiz de hidromel, vejo um<br />

bom crescimento na quali<strong>da</strong>de dos<br />

hidroméis, ano após ano, e, ain<strong>da</strong>,<br />

vejo que caminhamos em uma ótima<br />

direcão para nossos fermentados.<br />

continuem o grande trabalho!<br />

11<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

A ideia desse artigo é trazer um pouco <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des que existem<br />

para se aventurar na criação uma receita de hidromel. Claro que ain<strong>da</strong><br />

é preciso falar, ain<strong>da</strong>, dos adjuntos que são usados na cerveja e que<br />

quase sempre fazem um bom casamento com o hidromel, mas este é<br />

um assunto para a próxima edição.π


acao social<br />

Campanha<br />

do Agasalho<br />

INVERNO<br />

de <strong>2017</strong><br />

MATÉRIA E FOTOS<br />

DE ADRIANE BALDINI/<br />

FABRÍCIO FRIEDEMANN<br />

12<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Depois de seis anos de fun<strong>da</strong>ção, a <strong>Acerva</strong><br />

<strong>Paranaense</strong> decidiu fazer a sua parte para que o<br />

mundo em que vivemos se torne melhor. Deste ano<br />

em diante, uma <strong>da</strong>s palavras que poderá definir<br />

a associação também é SOLIDARIEDADE —<br />

sentimento fun<strong>da</strong>mental para atingir até mesmo<br />

aqueles que desconhecemos.<br />

Um grande sucesso desta decisão foi inicia<strong>da</strong> com<br />

a primeira Campanha do Agasalho do INVERNO de<br />

<strong>2017</strong>, que arrecadou aproxima<strong>da</strong>mente 350 peças<br />

de roupas em apenas uma Noite <strong>da</strong>s Artesanais,<br />

realiza<strong>da</strong> em 19 de julho, no Bar Tiwanaku.<br />

A campanha se estendeu até 23 de julho, na qual o<br />

Tiwanaku deu uma grande força para a campanha,<br />

doando um copo de chopp (300ml) como cortesia.<br />

A contraproposta <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> foi a doação de uma<br />

garrafa de cerveja de 330ml, com edição limita<strong>da</strong> a<br />

60 uni<strong>da</strong>des, que foi concebi<strong>da</strong> em uma brassagem<br />

coletiva no Bar MasmorrA com os insumos doados<br />

pelo Acervo do Malte, em 18 de fevereiro.<br />

As roupas foram doa<strong>da</strong>s para o Centro de Referência<br />

de Assistência Social <strong>da</strong> Vila Hauer, aos cui<strong>da</strong>dos <strong>da</strong><br />

assistente social Lucirene Kaminski Friedemann,<br />

que, segundo ela, foram decisivas para que as<br />

baixíssimas temperaturas do frio curitibano não<br />

estragassem as próximas primaveras dos que mais<br />

necessitam.<br />

E aguardem que ain<strong>da</strong> temos novas campanhas!<br />

A todos que colaboraram para que esta campanha<br />

fosse um grande sucesso, fica aqui o nosso muito<br />

obrigado!π<br />

Fotos <strong>da</strong>s roupas<br />

arreca<strong>da</strong><strong>da</strong>s em 19 de julho.<br />

Novas doações ocorreram<br />

até dia 23 e o total de<br />

doações chegou a 400 peças<br />

de roupas. Valeu galera!<br />

A priori, como foi divulgado na<br />

campanha, as doações seriam reverti<strong>da</strong>s<br />

para o Centro de Referência de<br />

Assistência Social (CRAS) Boqueirão.<br />

Mas a assistente social que nos ajudou na<br />

campanha, Lucirene Kaminski Friedemann<br />

(de blusa bordô), mãe do associado<br />

Fabrício Friedemann, achou melhor<br />

destinar as doações para o CRAS <strong>da</strong> Vila<br />

Hauer, onde a situação <strong>da</strong>s pessoas com<br />

vulnerabili<strong>da</strong>de por lá eram mais graves.<br />

Valeu Lucirene!


Rótulo <strong>da</strong> campanha<br />

impresso em adesivo<br />

vinílico. Nele contamos<br />

a história <strong>da</strong><br />

campanha, confira!<br />

Fotos <strong>da</strong> Coordenação<br />

de Eventos preparando as<br />

garrafas em 17 de <strong>agosto</strong>.<br />

A tampinha azul foi cortesia<br />

do Ingnácio Contreras, <strong>da</strong><br />

Homebrewers.<br />

13<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Agradecimento<br />

especial para<br />

+ os cervejeiros<br />

Paulo Matulle e<br />

Azenildo Biella!


14<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

O que rolou por aqui<br />

IV Concurso<br />

Sul Brasileiro<br />

de Cervejas Caseiras<br />

De 28 a 30 de abril ocorreu o IV Concurso<br />

Sul Brasileiro de Cervejas Caseiras em<br />

Curitiba-PR, chancelado pela <strong>Acerva</strong><br />

<strong>Paranaense</strong>.<br />

O regulamento do concurso foi divulgado<br />

em 20 de fevereiro e o período de<br />

inscrições ocorreu de 1.º de março a 18 de<br />

abril. Os interessados puderam inscrever<br />

até 4 estilos com 4 garrafas ca<strong>da</strong>. O valor<br />

por inscrição de amostra foi de R$ 50,00 e<br />

recebeu 118 participantes. O julgamento<br />

teve o total de 38 juízes e 23 auxiliares.<br />

A lista dos vencedores pode ser encontra<strong>da</strong><br />

no site <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> (www.<br />

acervaparanaense.com.br).<br />

fonte/foto:<br />

adriane baldini<br />

Dos três estados, o Paraná foi o que<br />

teve mais vencedores, acumulando 19<br />

me<strong>da</strong>lhas, seguido de Santa Catarina, com<br />

13 e o Rio Grande do Sul, que ficou com<br />

apenas 3.<br />

A Comissão Organizadora do IV Concurso<br />

Sul Brasileiro de Cervejas, composta pelos<br />

associados Helio Lambais Neto, Adriane<br />

Baldini, Fabricio Friedemann, Vilmar José<br />

Sidoski, Lenir Gonçalves Filho, Michelle<br />

Scot Winters, Luis Claudio Theossi, Gabriel<br />

Nascimento e Mauricio Cardozo, remeteu<br />

as súmulas aos participantes dentro de 10<br />

dias e disponibilizou um Relatório Geral<br />

sobre o evento, também disponível no site<br />

oficial <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong>. Confira lá!.π


Curso de off-flavors<br />

fonte/foto:<br />

<strong>da</strong>rice zanardini<br />

Nos dias 16, 17 e 18 de maio e 13 e 14<br />

de junho ocorreu o curso de Off-Flavors<br />

promovido pela <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> e<br />

ministrado por Fernan<strong>da</strong> Lazzari, mestrecervejeira<br />

frente à Mora<strong>da</strong> Cia. Etílica.<br />

O curso abordou os conceitos do que é a análise<br />

sensorial, <strong>da</strong>s características de malte, lúpulo<br />

e fermentação. A primeira prática consistiu<br />

em os participantes sentirem aromas variados<br />

de flavors como cravo, car<strong>da</strong>momo, nibs de<br />

chocolate, faja sijuan, pimenta rosa, erva<br />

doce, anis-estrelado, canela em rama, cravo,<br />

laranja bahia, zimbro, lima, ajwan, banana<br />

prata verde, maçã, casca de limão tahiti,<br />

coentro e cominho, mas sem visualizar os<br />

Off-flavors são reacões<br />

químicas ou microbiológicas,<br />

perceptíveis sensorialmente,<br />

que podem se formar<br />

em diversas etapas <strong>da</strong><br />

cerveja - desde o processo<br />

de fabricacão, passando<br />

pela maturacão, envase,<br />

distribuicão até o<br />

armazenamento, também<br />

considerados como “defeitos”.<br />

ingredientes; essa prática teve como objetivo<br />

identificar as primeiras impressões com o<br />

olfato.<br />

Pouco depois ocorreu a segun<strong>da</strong> prática,<br />

volta<strong>da</strong> para técnicas de degustação dos<br />

off-flavors — ácido acético, metálico,<br />

papelão, acetato de isoamila, amêndoas,<br />

dimetilsulforeto (DMS), mercaptano e<br />

butírico, hexanoato de etila, baunilha,<br />

isovalérico, acetaldeído, acetato de etila,<br />

diacetil 1 e 2, caprílico, fenólico (spicy),<br />

geraniol, butirato de etila, alcalino, azedo,<br />

gramíneo, sulfítico, tanino e clorofenol —<br />

ca<strong>da</strong> uma segui<strong>da</strong> por explicações quanto às<br />

características sensoriais, possíveis causas e<br />

correções.<br />

Esse curso é de suma importância para que<br />

os cervejeiros, sendo profissionais ou não,<br />

consigam identificar como estão os quesitos<br />

fisicos-químicos <strong>da</strong>s cervejas que produzem,<br />

podendo identificar possíveis falhas em<br />

processos que, muitas vezes, são simples de<br />

serem resolvi<strong>da</strong>s.<br />

Outro curso está programado para ocorrer de<br />

13 a 14 de setembro, com valor de R$100<br />

para associados e R$200 não-associados.<br />

Valeu pela força, Fernan<strong>da</strong>! π<br />

15<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


O que rolou por aqui<br />

Curso de Lúpulo Avançado<br />

Em 10 de junho ocorreu o curso de Lúpulo<br />

Avançado ministrado por Leonardo Sewald<br />

(no meio, na foto ao lado), <strong>da</strong> cervejaria<br />

Seasons, promovido pelo associado Fabio<br />

Schneider e Maria Helena Bybyk.<br />

O curso abordou diversos segredos do<br />

ingrediente, responsável pelo amargor, aroma,<br />

sabor e em definir estilo <strong>da</strong> cerveja, bem<br />

como países produtores, características e<br />

varie<strong>da</strong>des, botânica, cultivo e componentes,<br />

formatos e classificações, degra<strong>da</strong>ção,<br />

armazenagem e conservação, aromas e óleos<br />

essenciais. Também foram cita<strong>da</strong>s diversas<br />

dicas para dry hopping e do uso de acessórios.<br />

No fim do evento, foram degusta<strong>da</strong>s algumas<br />

cervejas <strong>da</strong> cervejaria Seasons.<br />

fonte/fotos:<br />

fabio schneider<br />

16<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

O curso custou R$250 e teve a duração<br />

de 6h, no qual participaram 35 pessoas, a<br />

maioria de associados <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong>-PR.π<br />

palestra sobre os<br />

erros mais comuns<br />

em concursos<br />

fonte: michelle winters<br />

foto: <strong>da</strong>rice zanardini<br />

Ocorreu na fria noite de terça de 20 de junho a palestra “10 erros mais comuns em concursos de<br />

cerveja”, ministra<strong>da</strong> pelo jornalista e beer sommelier Luis Celso. Ele iniciou explicando o que é<br />

o Beer Judge Certification Program (BJCP) - Programa Internacional para formação, qualificação<br />

e certificação de juízes de cerveja, hidromel e cidra, fun<strong>da</strong>do em 1985. O programa, por meio de<br />

seus juízes, já avaliou mais de 1 milhão de cervejas em centenas de competições mundo afora<br />

(inclusive nos concursos brasileiros),<br />

sendo considerado um dos mais famosos<br />

guias de estilo usado atualmente.<br />

Dentre os erros mais comuns que ele citou<br />

estão a inscrição <strong>da</strong> cerveja artesanal<br />

na categoria erra<strong>da</strong>, envio fora do prazo<br />

e mal acondionamento, contaminação,<br />

excesso de leveduras, e fugir do estilo.<br />

A palestra teve o custo de R$30 para<br />

associados e R$50 para não-associados.<br />

Valeu pela grande noite de aprendizado,<br />

Celso!π


Curso de hidromel<br />

para iniciantes<br />

fonte: luis felipe de moraes<br />

foto: adriane baldini<br />

No domingo, 26 de junho, ocorreu<br />

na Masmorra Cervejaria o curso<br />

de nível básico de Hidromel,<br />

ministrado por um dos maiores<br />

especialistas <strong>da</strong> bebi<strong>da</strong> no país<br />

e também associado <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong>-<br />

PR, Luis Felipe de Moraes, <strong>da</strong><br />

Pompeia Hidroméis.<br />

O preço do curso foi de R$175<br />

e associados <strong>Acerva</strong>-PR tiveram<br />

desconto (R$150), com almoço<br />

incluso.<br />

Nele foram abor<strong>da</strong>dos a história<br />

do hidromel, equipamentos, técnicas de preparo do mosto e de fermentação, maturação,<br />

melhorias, uso de madeira, criação de receitas, envase entre outros. No fim do evento houve<br />

degustação de três estilos de hidroméis. O curso teve a duração de 6 horas e contou com a<br />

participação de 15 pessoas.π<br />

17<br />

Curso de microdestilacao<br />

fonte e fotos:<br />

fabio schneider<br />

A ligação <strong>da</strong> destilação com a cerveja artesanal é ampla, já que ambas são bebi<strong>da</strong>s que<br />

começam com um mosto de grãos fermentáveis. E seguindo essa tendência, algumas cervejarias<br />

famosas como a DogFish Head, Brew Dog e Ballast Point estão usando a “sobra” <strong>da</strong> cerveja<br />

do tanque para fazer seu próprio Gin, Bourboun, Whisky, Moonshine e Vodka. Pensando<br />

nisso, em 19 de <strong>agosto</strong>, associado Fabio Schneider e Maria Helena Bybyk promoveram o<br />

curso de Microdestilação Artesanal com Stanley Hodge. O curso abordou técnicas básicas de<br />

micro destilação, segurança no processo de produção de etanol, montagem de equipamentos,<br />

produção de fermentados, filtragem, maturação por adição de madeira entre outros tópicos<br />

relacionados.<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong> 7<br />

O valor do curso<br />

para associados<br />

foi de R$ 350<br />

e para nãoassociados<br />

R$400 com o<br />

total de 6h de<br />

duração.π


capa<br />

fotos e matéria<br />

de adriane baldini<br />

Das respostas mais comuns que você responderia estão: 1.º) realizar uma<br />

brasagem colaborativa ou, então, <strong>2.º</strong>) uma longa ro<strong>da</strong><strong>da</strong> de degustações.<br />

Ou as duas respostas juntas (e porquê não?!), no qual o resultado são,<br />

certamente, laços fraternos fortemente firmados.<br />

18<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

E foi exatamente dessa forma que foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> a Qu4drilha (lê-se<br />

Quadrilha), em uma sexta-feira qualquer de dezembro de 2016. Se<br />

juntaram o casal de advogados Lenir Gonçalves Filho (42) e Michelle Scot<br />

Winters (41), <strong>da</strong> Cervejaria Magnatas, o engenheiro florestal Luciano de<br />

Bortolo (37), <strong>da</strong> Cervejaria Aves Raras, o empresário Erasmo Fraccalvieri<br />

(41), <strong>da</strong> Birrificio Citrone, e o holandês Martijn Doelman (44), <strong>da</strong> Hops<br />

Cervejaria, para brassarem uma gose de 50L na casa do Luciano, no qual<br />

a panela elétrica foi coloca<strong>da</strong> na parte de trás <strong>da</strong> casa, que estava em<br />

construção — bem no meio dos cômodos que estavam sendo levantados,<br />

entre os alicerces.<br />

Luciano contou que a conversa entre os cinco estava<br />

anima<strong>da</strong>, quando, de repente, comeCou a chover.<br />

“A panela estava exposta ao tempo e ficamos<br />

desesperados porque comecou a cair muita água<br />

<strong>da</strong> chuva lá dentro. Largamos os copos de qualquer<br />

jeito e corremos para improvisar uma cobertura<br />

com um tapume que estava largado por ali”, lembra<br />

ele, rindo de nervoso. <br />

Luciano<br />

martijn<br />

lenir<br />

michelle<br />

erasmo


Rain gose,<br />

a cerveja do ano de <strong>2017</strong>,<br />

<strong>da</strong> cervejaria qu4drilha:<br />

vencedora do BEST OF SHOW<br />

V Concurso Sul Brasileiro<br />

de Cervejas Caseiras<br />

(curitiba-PR)<br />

e DO BEST OF SHOW do<br />

XII encontro nacional<br />

<strong>da</strong>s ACERVAS (natal-RN).<br />

19<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


capa<br />

Depois que acabou o tempo de fervura, Erasmo, que mora no mesmo<br />

condomínio que Luciano, encarregou-se de finalizar a cerveja, cui<strong>da</strong>ndo<br />

<strong>da</strong> parte <strong>da</strong> acidificação, fermentação e maturação.<br />

No dia do envase, a divisão foi de 12L por cervejeiro, <strong>da</strong>ndo em torno de<br />

25 garrafas de 600ml para ca<strong>da</strong>. Martijn foi o único que teve a ideia de<br />

levar garrafas menores de 330ml que, segundo ele, era para que a cerveja<br />

“rendesse” mais — e esse foi um fator decisivo para que os cervejeiros<br />

do país conhecessem essa receita. Erasmo também foi o responsável pelo<br />

nome <strong>da</strong> cerveja, bem como pelo design do rótulo, batizando-a de “R4IN<br />

GOSE”, em homenagem à chuva. O tempo foi passando e as garrafas de<br />

alguns quadrilheiros acabaram, “devido à cerveja ter ficado, realmente,<br />

espetacular”, lembrou Luciano.<br />

Em abril ocorreu o IV Concurso Sul Brasileiro de Cervejas Caseiras, em<br />

Curitiba, realizado pela <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong>. Apenas uma semana depois<br />

do fim <strong>da</strong>s inscrições é que Martijn avisou os amigos que inscreveu a<br />

R4in Gose no concurso, com o objetivo único de receber o feedback do<br />

aspecto <strong>da</strong> cerveja por meio <strong>da</strong>s súmulas dos juízes.<br />

20<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Martijn contou que soube que a cerveja deles foi a<br />

grande vencedora do Best Of Show do Sul Brasileiro<br />

quando ele recebeu uma enxurra<strong>da</strong> de ligacões e<br />

mensagens no celular de amigos e conhecidos que<br />

viram seu nome na lista dos vencedores, assim que<br />

foram divulgados. “Foi mesmo uma grande surpresa<br />

ao saber que ganhamos! A chuva realmente nos deu<br />

sorte!” disse ele, rindo.<br />

A premiação deu um grande incentivo aos quadrilheiros, que não<br />

esperavam ganhar mais nenhum destaque. Luciano ain<strong>da</strong> lembrou: “A<br />

gente se reuniu, primeiramente, porque tivemos uma grande afini<strong>da</strong>de. E<br />

todo mundo que se reúne, além de se divertir, é para trocar conhecimento.<br />

Ca<strong>da</strong> cervejeiro tem uma mania, um toque único. Brassar junto é para<br />

que ca<strong>da</strong> um apren<strong>da</strong> com o toque do outro, todos contribuem, e a R4in<br />

Gose surgiu assim, sem compromisso com a vitória”.<br />

Os dias avancaram, o furor do Sul Brasileiro passou<br />

e Martijn, ligeiro, inscreveu novamente a gose no<br />

Concurso Nacional de Cervejas Caseiras em Natal-<br />

RN, “sem compromisso”. Então, em 18 de junho, todos<br />

os cervejeiros do país passaram a conhecer a R4in<br />

Gose como a melhor cerveja caseira do Brasil!<br />

Luciano arrisca a dizer que o fato de ter vencido os dois principais<br />

concursos do país foi uma questão do acaso: “temos que pensar que<br />

há diversos fatores que influenciaram para que essa cerveja fosse a<br />

vencedora, principalmente pelo estilo gose estar em alta. Mas acredito


durante a entrevista, os qu4drilheiros se reuniram para<br />

brassar a segun<strong>da</strong> cerveja <strong>da</strong> história <strong>da</strong> cervejaria: uma<br />

Belgian Tripel Sour, que tem nome holandês “Ik schaam mij<br />

niet” (se pronuncia com um sotaque forte: “ishammeniet!!!”),<br />

que quer dizer “Eu não tenho vergonha!” — em homenagem<br />

ao martijn.<br />

que a garrafa tenha chegado no momento certo na mesa, pois se os juízes<br />

tivessem tomado uma cerveja excepcional antes dela, provavelmente<br />

não teria ganhado tanto destaque. Pode ser que existam outras cervejas<br />

sensacionais tanto quanto essa, mas que ela foi para a mesa de julgamento<br />

no momento certo, seja no Sul Brasileiro, seja no Nacional”, observou.<br />

Mérito mesmo a ser citado está na forma de como Erasmo cuidou do<br />

processo de acidificação, que, segundo Michelle, foi “o pulo do gato”:<br />

“a chuva pode ter <strong>da</strong>do sorte, mas a forma correta de como o mosto foi<br />

acidificado e os procedimentos quase ‘clínicos’ do Erasmo para que não<br />

houvesse contaminação, realmente, foram os fatores decisivos para que a<br />

cerveja ficasse perfeita!”, finaliza ela.<br />

21<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Lenir conta que, quando terminou a brassagem <strong>da</strong><br />

gose, alguém se lembrou que ela deveria pertencer a<br />

uma cervejaria, mas qual seria? (já que todo mundo<br />

já possuía a sua). Então alguém citou “quadrilha”,<br />

e todos riram muito. Martijn, que é holandês, foi<br />

o único que não entendeu a pia<strong>da</strong> e, eis então, que<br />

alguém explicou: onde tem mais de quatro espertos<br />

reunidos, o resultado só pode <strong>da</strong>r nisso, né!π


cervejolandia<br />

MADE IN<br />

por adriane baldini<br />

*imagens cedi<strong>da</strong>s gentilmente pelos<br />

ENTREVISTADOS, de mai à jul/ <strong>2017</strong><br />

PARANA<br />

Conheça alguns dos cervejeiros caseiros <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong>!<br />

BRONCO BEER<br />

PONTAL DO PARANÁ<br />

22<br />

Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica e Informática Industrial, Roberto Teixeira<br />

Alves, 39, produz cerveja artesanal há dois anos.<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

A história dele com a cerveja é inusita<strong>da</strong>, já que começou a beber cerveja apenas<br />

quando passou a conviver com a família <strong>da</strong> esposa — a dele não tinha esse hábito<br />

por ser protestante. Ele teve o primeiro contato com a cerveja artesanal em viagens,<br />

onde percebeu uma grande diferença entre as cervejas de massa.<br />

Dos estilos que mais teve trabalho de produzir até hoje foi a Barley Wine, pois,<br />

segundo ele, é um estilo de quali<strong>da</strong>de que exige muito do cervejeiro. “Agora estou estu<strong>da</strong>ndo a escola belga, embora não<br />

seja a minha preferi<strong>da</strong> para beber, mas considero um etapa importante para vali<strong>da</strong>r o conhecimento adquirido e evoluir<br />

como cervejeiro”, diz ele, que costuma fazer de 3 a 4 brassagens por mês.<br />

Atualmente Roberto tem um canal no YouTube (www.youtube.com/robertotalves), que chegou à marca de 5 mil seguidores.<br />

Nele há pouco mais de 50 vídeos com conteúdos diversos, que abor<strong>da</strong>m desde informações sobre estilos, leveduras,<br />

perguntas e respostas, e até mesmo gambiarras (vale muito a pena conferir!). Em relação ao uso de equipamentos (que<br />

são temas constantes de seus vídeos), Roberto diz que, sempre quando<br />

possível, investe em novos equipamentos, “pois estou sempre em busca de<br />

algo que possa tornar o processo de produção mais eficiente e um produto<br />

melhor, com a preocupação de não perder a liturgia do hobby. Quanto à<br />

cervejas novas, sempre compro para entender conceitos e evoluir minhas<br />

análises sensoriais”.<br />

E, ao contrário do que pode parecer, Roberto nunca quis participar de<br />

concursos cervejeiros. “Nunca dei muito valor para eles, pois <strong>da</strong>do como<br />

o processo é feito atualmente, questiono até onde vai a capaci<strong>da</strong>de do<br />

julgamento de amostras ser isonômico do início ao fim. No entanto, não<br />

questiono caráter ou idonei<strong>da</strong>de dos avaliadores, mas como o disse, o<br />

processo tende a tornar o critério de avaliação subjetivo do início ao fim.<br />

Se bem que agora pretendo participar de alguns até o fim desse ano para<br />

brincar um pouco e quebrar um pouco esse preconceito que tenho”.<br />

Ain<strong>da</strong>, sobre a produção caseira, ele diz que sua relação com a produção<br />

caseira é absolutamente intimista: “Primeiro porque é uma válvula de<br />

escape, um ambiente sacro onde consigo me conectar quase espiritalmente<br />

com o processo. Depois porque considero uma arte. Não estou satisfeito em<br />

simplesmente fazer cerveja, quero sempre fazer a melhor cerveja possível<br />

sem esquecer de imprimir minha digital e personali<strong>da</strong>de em ca<strong>da</strong> receita.<br />

Muitas vezes não é possível — não consigo obter uma cerveja excepcional<br />

sempre, mas ain<strong>da</strong> assim, ter a tranquili<strong>da</strong>de que dei meu melhor, já me<br />

conforta”, finaliza ele.


MARINGÁ<br />

UNDERBREW<br />

A Underbrew foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 2015 pelo analista de<br />

sistemas Hudson Alexandre Albanez Bezerra, 45,<br />

me<strong>da</strong>lhista de prata no IV Concurso Sul Brasileiro<br />

de Cervejas Caseiras/<strong>2017</strong> na categoria “Escuras”,<br />

com uma Oatmeal Stout.<br />

Hudson teve o primeiro contato com a cerveja artesanal na Cervejaria Araucária,<br />

em 2013 — mas foi apenas dois anos depois que fez um curso de produção<br />

artesanal, ministrado pelos funcionários <strong>da</strong> mesma cervejaria. Para ele, “produzir<br />

cerveja artesanal é uma arte cheia de desafios, o prazer de ver as pessoas tomando<br />

sua cerveja e elogiando é indescritível. Com base nisso tento sempre melhorar e<br />

servir o melhor!”<br />

Atualmente ele produz cerca de três brassagens/mês com uma panela de 90L<br />

de inox com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> esposa, Sandra Zuniga. “Como gosto muito <strong>da</strong> escola<br />

inglesa e americana, acabo produzindo mais Ales. A última que produzi foi uma<br />

California Common com levedura lager, com fermentação em torno de 18°. Foi<br />

uma experiência bem interessante!”, finaliza.<br />

CURITIBA<br />

NEGRON<br />

HOMEBREW<br />

O Analista de sistemas Leandro Victor Montoril<br />

Negrão, 34, é o cervejeiro frente a Negron<br />

Homebrew. Ele disse que sequer tomava cerveja,<br />

mas quando tomou o primeiro rótulo de uma<br />

artesanal, felizmente, não parou mais - tanto que reconhece que hoje há dezenas de<br />

garrafas de novos rótulos espalhados pelos cantos de casa.<br />

De experimentar para produzir foi um pulo: já li<strong>da</strong> com as panelas há dois anos e meio,<br />

produzindo, em média, duas brassagens de 50L por mês. Os estilos que costuma<br />

produzir são Belgian Tripel (feita com mais frequência), Belgian Saison, Witbier,<br />

Oatmeal Stout e American IPA, sendo este último estilo o mais desafiador de ser<br />

produzido ultimamente.<br />

Leandro também ficou em 3.º lugar no V Concurso <strong>Paranaense</strong> de Cerveja Feita em<br />

Casa/2016 com a Belgian Tripel na categoria “Belgas”.<br />

CURITIBA<br />

cervejaria<br />

<strong>da</strong>vy jones<br />

Coman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo engenheiro químico Felipe Lessio, 29, a<br />

Cervejaria Davy Jones surgiu há pouco mais de um ano.<br />

23<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

O gosto pela cerveja se destacou bem na época em que amigos<br />

e familiares consumiam apenas as cervejas convencionais.<br />

Aos poucos ele começou a provar algumas artesanais e se<br />

surpreendeu com a grande varie<strong>da</strong>de que existe no mundo cervejeiro: “E, então, entrei em<br />

um caminho sem volta (grazadeuso)”, brinca ele. A vontade de produzir cerveja veio com o<br />

Trabalho de Conclusão de Curso <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de, quando ele e mais dois colegas projetaram<br />

uma indústria cervejeira. “Alí comecei a entender sobre o processo, equipamentos e boa<br />

parte <strong>da</strong> físico-química envolvi<strong>da</strong> na arte”.<br />

Apesar do pouco tempo de brassagem, ele já ostenta uma me<strong>da</strong>lha de ouro conquista<strong>da</strong><br />

no 3.º Concurso Sul Brasileiro de Cerveja Caseira/2016 na categoria Specialty IPA com<br />

uma New England IPA, chama<strong>da</strong> de Crazy Hazy New England IPA. Ele costuma produzir<br />

cerveja a ca<strong>da</strong> 20 dias e, também, com os parceiros <strong>da</strong> Qu4drilha, na qual tornou-se o<br />

mais novo membro em julho desse ano.


cervejolandia<br />

CERVEJARIA<br />

SANREIS<br />

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS<br />

Recém-associados <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong>, os cervejeiros Leandro Reis Serafim, 37, e Claudio Roberto<br />

Santana, 42, se uniram para fazer um curso de cerveja na panela em julho do ano<br />

passado e logo depois investiram em equipamentos para produzir cerveja em casa. Hoje<br />

são os responsáveis pela Cervejaria<br />

SanReis, no qual fazem, no<br />

mínimo, uma brassagem por mês. “No momento, continuamos com<br />

o pensamento inicial em manter a produção devagar, já que isso é<br />

um hobby — mas como todos temos sonhos, no futuro queremos<br />

ter um processo de fabricação mais moderno e, consequentemente,<br />

um volume maior e diversi<strong>da</strong>des de cervejas!”, diz Leandro (que<br />

está no lado esquerdo <strong>da</strong> foto).<br />

Das receitas que já produziram estão a Porter, Hop Weiss, IPA,<br />

American IPA, APA, Stout, Pilsen e Belgian Strong Ale. Eles ain<strong>da</strong><br />

não inscreveram nenhuma cerveja em campeonatos, pois estão<br />

aprimorando algumas técnicas, mas não descartam a inscrição em<br />

breve!<br />

Confraria<br />

gigante maringá<br />

24<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

O engenheiro civil Flávio Henrique Zanin Meneguetti,<br />

35, faz parte <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> há pouco mais<br />

de um ano e produz cerveja em casa há dois - e junto<br />

com amigos, formaram a Confraria Gigante, no qual<br />

se reunem para brassar coletivamente e degustar<br />

uma boa cerveja artesanal.<br />

Flávio, mesmo com tão pouco tempo de brassagem, já ostenta uma me<strong>da</strong>lha de<br />

ouro na categoria Wood-Aged & Sours com uma Lichtenhainer, que também foi<br />

eleita a Best Of Show do III Concurso Sul Brasileiro de Cervejas Caseiras/2016.<br />

Antes de produzir qualquer estilo, ele procura estu<strong>da</strong>r bastante: “costumo<br />

pesquisar bastante em matérias especializa<strong>da</strong>s, cursos e palestras, além de troca de ideias com outros cervejeiros”,<br />

diz ele. Ain<strong>da</strong>, há igual importância naquilo que ele chama de “hora-copo”, fun<strong>da</strong>mental para aprimorar outras<br />

percepções que contribuam para uma melhor análise de resultados.<br />

rust.co brewing<br />

company curitiba<br />

Guilherme Perito Manzochi, 26, é funcionario público e conheceu<br />

a cerveja artesanal com amigos em uma loja do segmento. Em<br />

fevereiro de 2015 fez o curso de cerveja na panela na Bodebrown e<br />

a primeira brassagem ocorreu em junho <strong>da</strong>quele ano; após algumas<br />

brassagens lançou a Rust.CO Brewing Company.<br />

Atualmente ele está sem regulari<strong>da</strong>de para as brassagens, mas, quando o faz, está<br />

acompanhado do também associado Pedro Moritz ou de familiares e amigos. “Gosto<br />

de ca<strong>da</strong>strar minhas cervejas no Untappd como forma de acompanhar a evolução ou o<br />

declínio <strong>da</strong>s levas, permitindo que outras pessoas possam <strong>da</strong>r suas opiniões sobre a minha<br />

cerveja”, diz Guilherme.<br />

A pior experiência que teve até hoje ao fazer uma cerveja em casa foi de uma pumpkin ale:<br />

“Foi horrível! O Pedro ganhou uma abóbora gigante em um sorteio e resolvemos usar uma<br />

parte dela para tentar fazer uma Pumpkin Ale. Adicionamos cerca de 2,5kg de abóbora<br />

assa<strong>da</strong> na mostura, mas a abóbora gelatinizou com os maltes e foi péssimo para fazer a filtragem”, lembra ele, rindo.<br />

Guilherme, até o momento participou de um único concurso, porém não ganhou nenhuma me<strong>da</strong>lha. “Só ganhei uma<br />

edição <strong>da</strong> Noite <strong>da</strong>s Artesanais promovi<strong>da</strong> pela <strong>Acerva</strong>-PR, mas tenho a consciência de que ain<strong>da</strong> tenho muito o que<br />

aprender!!”, finaliza.π


II Costelão Fogo de Chão<br />

O II Costelão Fogo de Chão ocorreu no sábado<br />

de 27 de maio, no Rancho Silva Neto, Colombo,<br />

voltado exclusivamente para associados.<br />

Nem mesmo o dia nublado impediu que<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 70 pessoas se reunissem para<br />

desfrutar do carneiro e costela assados no fogo<br />

de chão. Além <strong>da</strong> excelente carne, os associados<br />

também apreciaram (claaaro) cervejas artesanais,<br />

pães au levain e de pequenas produções de<br />

charcutaria produzi<strong>da</strong>s por eles mesmos.<br />

Fonte: fabricio friedemann<br />

foto: adriane baldini<br />

reunioezinhas<br />

A <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> agradece especialmente ao Sr. José Sebastião <strong>da</strong> Silva Neto, que<br />

cedeu gentilmente o espaço para a realização do evento, que durou cerca de 13h (do meio<br />

dia até quando deu para o último ficar de pé). O próximo está marcado para ocorrer em 9<br />

de dezembro, não perca! π<br />

Churrasco Aberto<br />

Fonte: adriane baldini<br />

foto de talita carvalho<br />

Em 8 de julho ocorreu mais um churrasco aberto de confraternização entre associados e nãoassociados<br />

<strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> na Way Beer, Pinhais, no esquema “leve-o-que-for-beber-ecomer”.<br />

O evento recebeu a média de 40 pessoas, que puderam se divertir nas dependências<br />

<strong>da</strong> fábrica acompanhados do mestre-cervejeiro, Alessandro Oliveira — que fez a gentileza de<br />

servir algumas cervejas experimentais que ain<strong>da</strong> estão em fase de maturação aos associados<br />

— além, claro, <strong>da</strong> degustação <strong>da</strong>s cervejas feitas pelos próprios associados. Valeu galera! π<br />

25<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


ARTIGO<br />

a cerveja<br />

nos filmes<br />

por Paulo Procópio Burian<br />

Revolucaoartesanal.blogspot.com<br />

26<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Para quem tem alguma dúvi<strong>da</strong> de que<br />

cervejas artesanais estão realizando uma<br />

ver<strong>da</strong>deira revolução, basta observar como<br />

esse tema tem sido ca<strong>da</strong> vez mais retratado<br />

em filmes e documentários.<br />

O pontapé inicial de filmes que retratam<br />

a bebi<strong>da</strong> está no célebre “Beer Hunter the<br />

movie” (O caçador de cerveja - o filme, em<br />

tradução livre) que Michael Jackson fez em<br />

1989 para o Discovery Channel. Obviamente<br />

não estamos falando aqui do rei do pop<br />

mundial, mas sim do inglês e ícone do mundo<br />

cervejeiro. Autor de diversos livros sobre<br />

cerveja, a começar com The World Guide to<br />

Beer, sendo o primeiro guia que abordou<br />

o tema, publicado em 1977, Michael<br />

Jackson viajou o mundo atrás de segredos de<br />

cervejas e acabou desempenhando um papel<br />

fun<strong>da</strong>mental para a valorização de diversos<br />

estilos e de cervejas locais.<br />

É possível encontrar o “Beer Hunter the<br />

movie” legen<strong>da</strong>do no YouTube, no qual possui<br />

seis episódios — ca<strong>da</strong> um abor<strong>da</strong>ndo as<br />

particulari<strong>da</strong>des de cervejas de alguma região<br />

do mundo. No primeiro, em visita à Bélgica, o<br />

jornalista apresenta o universo <strong>da</strong>s Lambics,<br />

cervejas de fermentação espontânea. No<br />

segundo, ele explora a tradição cervejeira<br />

<strong>da</strong> Baviera, na Alemanha; no terceiro,<br />

explora o país com maior consumo<br />

per capita de cerveja do mundo, a<br />

República Tcheca (na época ain<strong>da</strong> como<br />

Tchecoslováquia), onde desven<strong>da</strong>, entre<br />

outros segredos, a tradicional fábrica <strong>da</strong><br />

Pilsner Urquell. No quarto episódio ele<br />

visita o Monastério de Koningshoeven,<br />

único produtor de cervejas Trapistas<br />

situa<strong>da</strong> na Holan<strong>da</strong>. No quinto, Michael<br />

Jackson cruza o Atlântico e vai para a<br />

Califórnia investigar a Anchor Steam,<br />

ver<strong>da</strong>deira jóia rara <strong>da</strong>s cervejarias<br />

artesanais. No último episódio, ele<br />

retorna à Inglaterra para o evento<br />

anual que serviu de inspiração para<br />

o renascimento <strong>da</strong>s tradicionais Real<br />

Ales inglesas.<br />

Embora seja um documentário com<br />

quase 30 anos, acabou desempenhando<br />

um papel fun<strong>da</strong>mental para a<br />

valorização <strong>da</strong> cultura cervejeira,<br />

usado como referência até os dias de


hoje. Falecido em 2007, Michael Jackson<br />

(o cervejeiro) foi uma figura marcante. Vale<br />

muito a pena também conhecer seus livros.<br />

Para não ficar atrás, a National Geographic<br />

também resolveu investir em documentários<br />

sobre cerveja, mas optou pelo caminho<br />

inverso ao abor<strong>da</strong>r as gigantes Guinness,<br />

irlandesa, e a holandesa Heineken, em uma<br />

série chama<strong>da</strong> “Megafactories”. Sem ser<br />

tão interessante como a série de Michael<br />

Jackson, o documentário <strong>da</strong> National<br />

Geographic acaba apelando para cervejas<br />

mais comerciais.<br />

Outro documentário interessante e bemhumorado<br />

é “Como a Cerveja Salvou o Mundo”.<br />

O filme faz uma viagem pela história <strong>da</strong><br />

humani<strong>da</strong>de para demonstrar que, em vários<br />

momentos, a cerveja desempenhou um papel<br />

fun<strong>da</strong>mental. O primeiro feito <strong>da</strong> cerveja foi <strong>da</strong>r<br />

condições para que os humanos se fixassem<br />

em algum local, já que o objetivo <strong>da</strong> revolução<br />

agrícola que permitiu que se cultivasse grãos<br />

como a ceva<strong>da</strong> seria a produção <strong>da</strong> cerveja,<br />

e não o pão. O pão é que seria uma cerveja<br />

sóli<strong>da</strong> (e não o contrário como dizem por aí).<br />

Em segui<strong>da</strong>, são relata<strong>da</strong>s a influência direta<br />

<strong>da</strong> cerveja em outros momentos cruciais,<br />

como a escrita (uma forma para perpetuar<br />

receitas de cervejas), a substituição <strong>da</strong> água<br />

infecta<strong>da</strong> durante a i<strong>da</strong>de média, o processo<br />

de pasteurização, a refrigeração e até mesmo<br />

a indústria moderna, entre outros. Exagero<br />

ou não, o fato é que o documentário, além de<br />

entreter, serve como ótima justificativa para<br />

que a gente continue a louvar a cerveja nossa<br />

de ca<strong>da</strong> dia.<br />

Disponível na Netflix está o documentário<br />

“Crafting a Nation” (“Novos Mestres<br />

Cervejeiros” em tradução livre), que abor<strong>da</strong><br />

o universo e os bastidores de cervejeiros<br />

artesanais em diferentes ci<strong>da</strong>des dos EUA,<br />

tendo como fio condutor a luta e empenho<br />

pessoal para a construção <strong>da</strong> cervejaria Black<br />

Shirt, em Denver, Colorado.<br />

O filme discorre sobre a emergência e o<br />

fortalecimento de cervejarias artesanais<br />

naquele país, transcendendo o aspecto<br />

<strong>da</strong>s brassagens e de suas quali<strong>da</strong>des para<br />

identificar uma filosofia por trás desse<br />

movimento. Os casos relatados abor<strong>da</strong>m<br />

áreas desde São Francisco, Califórnia, na<br />

costa oeste, até Boston, Massachusetts, na<br />

costa leste. Merece destaque a cervejaria<br />

Schlafly, que em 1991 teve a “audácia” de<br />

se estabelecer em Saint Louis, Missouri —<br />

ci<strong>da</strong>de onde funciona a sede mundial <strong>da</strong><br />

Budweiser (hoje Anheuser-Busch InBev –<br />

AB InBev, a gigante do setor, que dispensa<br />

apresentações). Por trás do confronto<br />

Schlafly x Anheuser-Busch InBev é possível<br />

identificar uma ver<strong>da</strong>deira guerra em curso<br />

entre as microcervejarias e a grande indústria<br />

cervejeira.<br />

Esse cenário também é retratado no<br />

documentário “Beer Wars”, que apresenta<br />

provas de ação de lobistas para prejudicar as<br />

cervejarias artesanais. Embora a história se<br />

passe nos EUA, certamente retrata questões<br />

muito familiares ao universo dos cervejeiros<br />

artesanais, não muito diferente do que<br />

os cervejeiros brasileiros também passam<br />

atualmente.π<br />

27<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


entrevista<br />

A doce arte <strong>da</strong><br />

homebrew<br />

entrevista de adriane baldini<br />

fotos de <strong>da</strong>rice zanardini<br />

Everton Luiz Delfino, 30, tem como profissão a de economista. De<br />

semblante e tom de voz aparentemente calmos, numa primeira<br />

impressão, chega a transparecer timidez; porém, quando uma<br />

conversa é inicia<strong>da</strong> com quem não o conhece, definitivamente, é<br />

possível surpreender-se.<br />

28<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Ele é o cervejeiro frente à homebrew Pandorga — sinônimo de pipa,<br />

papagaio ou raia, no qual associou a doce arte de fazer cerveja em<br />

casa como quando era criança e soltava a pandorga pelas ruas —<br />

ou seja, um hobby.<br />

Quando começou a produzir cerveja em casa há quatro anos,<br />

Everton disse que não havia tantas informações, equipamentos e<br />

insumos disponíveis quanto há hoje. “Se a cerveja não aze<strong>da</strong>va,<br />

já era considera<strong>da</strong> boa”, diz ele, rindo. Então, eis que um dia ele<br />

soube de um amigo que havia vencido um concurso de cerveja<br />

artesanal, e passou a se questionar sobre aprimoramentos. Ain<strong>da</strong>,<br />

inspirado em um americano que ganhou uma me<strong>da</strong>lha em ca<strong>da</strong><br />

estado <strong>da</strong>quele país com sua respectiva cerveja, Everton se impôs a<br />

mesma meta — e atualmente é famoso por atingir a marca de maior<br />

me<strong>da</strong>lhista de cerveja caseira do estado do Paraná (e também um<br />

dos maiores do país) com 32 me<strong>da</strong>lhas conquista<strong>da</strong>s em concursos<br />

de níveis estaduais, regionais e nacional. Ele também venceu o<br />

projeto Wanted em 2016, <strong>da</strong> Bastards Brewery, com uma Rye<br />

Lager, no qual a cervejaria produziu e distribuiu 1000L <strong>da</strong> receita<br />

em nível industrial.<br />

Porém, Everton destaca que ganhar me<strong>da</strong>lhas ou prêmios não o torna<br />

como “o melhor cervejeiro caseiro” do momento, pois acredita que<br />

a premiação em concursos pode variar muito de ocasionali<strong>da</strong>des.<br />

“Ganhar uma me<strong>da</strong>lha é mais uma questão de satisfação pessoal;<br />

vejo como a coroação de um trabalho bem feito”, enfatiza.


Everton Luiz Delfino é<br />

Associado <strong>da</strong> ACervA<br />

<strong>Paranaense</strong> desde 2014;<br />

é conhecido por<br />

ter acumulado<br />

(até o momento)<br />

32 me<strong>da</strong>lhas com<br />

cervejas diversas, em<br />

dezenas de importantes<br />

concursos – isso sem<br />

contar as menções<br />

honrosas que recebeu<br />

em concursos<br />

internacionais.<br />

29<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


entrevista<br />

“A maioria dos cervejeiros caseiros<br />

iniciantes já começa buscando inovações<br />

ou tenta reproduzir as novas tendências.<br />

Sempre enfatizo que antes de qualquer<br />

receita diferencia<strong>da</strong>, fun<strong>da</strong>mental é fazer<br />

o básico muito bem feito”.<br />

30<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


Ele também é juiz BJCP de nível recognized. “Tornei-me juiz apenas para<br />

saber como são julga<strong>da</strong>s as minhas cervejas, e quero proceder <strong>da</strong> mesma<br />

maneira com a dos outros, avaliando sempre <strong>da</strong> melhor maneira possível”,<br />

explica ele. Everton comenta que a maiora dos juízes brasileiros ain<strong>da</strong> estão<br />

em ascensão, mas falta muito para o país se destacar dentro do universo<br />

BJCP: “não há nenhum incentivo vindo de nenhuma instituição, a não ser<br />

pela vontade própria <strong>da</strong> pessoa querer crescer na área. Mas nem tudo está<br />

perdido; uma <strong>da</strong>s poucas experiências adquiri<strong>da</strong>s nesta área está em quando<br />

os juízes mais velhos trocam experiências com os mais novos, e isso é muito<br />

promissor”.<br />

E aí jovem, #SóVai?”<br />

A #SóVai surgiu com a formação de chapa que concorreu à Diretoria <strong>da</strong><br />

<strong>Acerva</strong> em 2014. Não ganharam a eleição, mas continuaram a se reunir<br />

como confraria e, mais tarde, como grupo de estudos para a prova do BJCP.<br />

Em 2015, em um congresso Técnico em Florianópolis, Everton conheceu<br />

Drew Beechum, membro <strong>da</strong> homebrew Maltose Falcons, de Woodland Hills,<br />

California, EUA (que hoje possui aproxima<strong>da</strong>mente 300 membros). “Fiquei<br />

curioso com aquele formato e conversamos bastante sobre o assunto. Achei<br />

bem interessante a ideia e começamos a aplicar em nosso grupo”, diz ele.<br />

31<br />

Atualmente a #SóVai possui 16 integrantes, que se encontram oficialmente<br />

uma vez ao mês, em uma confraria bimestral e em encontros esporádicos.<br />

Os encontros oficiais sempre acontecem na casa de algum membro, de<br />

acordo com a disponibili<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> um.<br />

Ego<br />

Ao ser questionado se a maior parte dos problemas que envolvem o progresso<br />

do mercado cervejeiro e, consequentemente, <strong>da</strong>s homebrewers é o ego,<br />

Everton acredita que sim. “Ain<strong>da</strong> somos 1% do mercado. Não podemos<br />

continuar brigando para dividir este 1%, temos que nos unir para conquistar<br />

mais 1%, e depois mais 1%... ‘Together we stand, divided we fall’ (juntos<br />

estamos de pé, divididos, nós caímos)”.<br />

Everton diz que o amadurecimento vindo com a i<strong>da</strong>de e a convivência com<br />

outras pessoas o fez se questionar, inclusive, sobre filosofias de vi<strong>da</strong>. Hoje<br />

ele dá valor para outros trabalhos manuais, apostando também nos hobbies<br />

<strong>da</strong> charcutaria e panificação au levain, além de cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> horta de casa.<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Futuro<br />

Ele afirma que cerveja ain<strong>da</strong> será, por um bom tempo, o seu hobby;<br />

atualmente ele tem estu<strong>da</strong>do as cervejas embarrila<strong>da</strong>s e sidras. “Quero<br />

continuar a fazer o básico bem feito. Na hora que eu saturar, parto para as<br />

inovações”, finaliza ele.π


eventos cervejeiros<br />

por adriane baldini<br />

fotos instagram<br />

@acerva_paranaense<br />

32<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Promovido pela Associação <strong>da</strong>s<br />

Microcervejarias do Paraná (Procerva), o<br />

Festival <strong>da</strong> Cultura Cervejeira Artesanal<br />

ocorreu de 5 a 13 de <strong>agosto</strong> em Curitiba,<br />

com diversos eventos evidenciando a cerveja<br />

artesanal. O primeiro deles foi a experiência<br />

12 Beers, que consitiu em os participantes<br />

visitarem 12 bares em um único dia, a pé,<br />

provando uma cerveja diferente em ca<strong>da</strong><br />

estabelecimento (dia 5), seguido do Beer<br />

Train, promovido pela Cervejaria Bodebrown<br />

(dia 6). Ain<strong>da</strong> ocorreram dois Cursos de<br />

Capacitação para Profissionais de Bares e<br />

Restaurantes (dias 7 e 8), tour com visitas<br />

técnicas em algumas cervejerias de Curitiba<br />

e <strong>da</strong> Região Metropolitana e, ain<strong>da</strong>, jantares<br />

harmonizados (dias 9 e 10).<br />

A <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> estreou a participação no<br />

festival com a Noite <strong>da</strong>s Artesanais no We Are<br />

Bastards Pub na quarta, 9 de <strong>agosto</strong>, e contou<br />

com a participação de aproxima<strong>da</strong>mente 120<br />

No dia 12, o prefeito de<br />

Curitiba, Rafael Greca,<br />

anunciou a criacão do circuito<br />

“Curitibéra”, que consiste<br />

no reconhecimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

como a Capital <strong>da</strong> Cerveja<br />

Artesanal.<br />

após o anúncio, o prefeito fez<br />

questão de caminhar entre<br />

os stands <strong>da</strong>s cervejarias<br />

e finalizou a visita no <strong>da</strong><br />

<strong>Acerva</strong>, mexendo o mosto<br />

junto com os cervejeiros.<br />

pessoas. Os vencedores <strong>da</strong> noite foram os<br />

associados Felipe Lessio, com uma Berliner<br />

Weisse, e a dupla Lucas Bonancin e Eugênio<br />

Fabian, com uma Rauchbier.<br />

Focado para fun<strong>da</strong>mentar ain<strong>da</strong> mais o setor<br />

cervejeiro, ocorreu pela manhã do dia 10<br />

o 1.º Encontro de Negócios <strong>da</strong>s Cervejarias<br />

Artesanais do Paraná no Salão de Eventos<br />

do MON, promovido pelo SEBRAE, no qual<br />

diversos compradores como sommeliers,<br />

supermercados, distribuidoras, clubes de<br />

vantagens, bares e restaurantes tiveram<br />

a oportuni<strong>da</strong>de conversar e negociar<br />

diretamente com as cervejarias artesanais.<br />

Pela tarde, ocorreram as palestras no auditório<br />

Poty Lazarotto, no MON, com Ronaldo Pinto<br />

Flor (Mercado Cervejeiro Brasileiro), Pete<br />

Slosberg (Como crescer o mercado brasileiro<br />

de cervejas artesanais de 2% para 10%),<br />

Glauco Bertoldo (Papel do MAPA no Mercado<br />

Cervejeiro) e Lucas Ribeiro, do SEBRAE<br />

(Tributação no Setor Cervejeiro: riscos e<br />

oportuni<strong>da</strong>des).<br />

No dia 11, pela manhã, também no auditório<br />

Poty Lazarotto, ocorreu a 2.ª Competição de<br />

Planos de Negócio de Cerveja. Pela tarde,<br />

palestraram Alexander Weckl, <strong>da</strong> Agrária, e<br />

Lucas Leon Lacer<strong>da</strong>, <strong>da</strong> Lallemand (tema:<br />

Produção de fermento seco e importância<br />

do Zinco), Brian Labore (Identificando e<br />

corrigindo defeitos decorrentes do processo<br />

de fabricação) e Carlos Muller (Cenários<br />

do Mercado Brasileiro de Cervejas). Os<br />

associados <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> tiveram acesso às<br />

palestras gratuitamente. Às 19h30 houve


33<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


34<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


a exibição do documentário “Petroleum é<br />

nosso: a ebulição <strong>da</strong> cerveja artesanal no<br />

Brasil”, <strong>da</strong> Cervejaria Dum.<br />

Para evidenciar a cultura <strong>da</strong><br />

producão <strong>da</strong> cerveja caseira, a<br />

<strong>Acerva</strong> fez quatro brassagens<br />

ao vivo no Museu Oscar Niemeyer!<br />

Na quinta, dia 10, o responsável por tocar as<br />

panelas foi o cervejeiro Luciano de Bortolo,<br />

que fez uma Rye IPA, e na sexta, dia 11, a<br />

cervejeira <strong>da</strong> vez foi Michelle Scot Winters,<br />

que fez uma New England IPA.<br />

No sábado dia 12 ocorreu a Procervafest,<br />

evento de encerramento do Festival <strong>da</strong> Cultura<br />

Cervejeira Artesanal; o responsável pela<br />

brassagem do dia foi o associado Guilherme<br />

Cominese, que produziu uma Bière de Garde.<br />

Na mesma <strong>da</strong>ta, pela tarde, foram anunciados<br />

os vencedores <strong>da</strong> 2.ª Competição de Planos<br />

de Negócio de Cerveja, no qual os associados<br />

<strong>da</strong> <strong>Acerva</strong>, Haroldo Rocha Almei<strong>da</strong>, ficou em<br />

1.º lugar com o projeto “12 Beers” e Henrique<br />

Cruz com o <strong>2.º</strong> lugar, com o projeto “Hump<br />

Beer”. Ain<strong>da</strong>, o 3.º lugar ficou com Luis<br />

Gustavo Almei<strong>da</strong>, com o projeto “Confrades<br />

Beer Club”.<br />

O evento contou com a participação <strong>da</strong>s<br />

cervejarias Araucária, Asgard, Bastards<br />

Brewery, BierHoff, BierHerr, Bodebrown,<br />

Fortuna, Tormenta, Bonato, Gersten Brewery,<br />

Haus Dreizehn, Insana, Klein, Oner,<br />

Palta, Providência, Von Borstel, Vosgerau,<br />

Columbus, Das Bier, Dom Haus, Dum,<br />

F#%*ing Beer, Gauden, Pagan, Gobe Brew,<br />

Gram Bier, Hardbop, Hop’n Roll, Ignorus,<br />

Insecta, Maniacs Brewing Co., Mora<strong>da</strong> Cia<br />

Etílica, Ogre Beer, Ol Beer, Queen´s, Rari<strong>da</strong>de,<br />

Schimitz BierHaus, Sunset, Swamp Brewing,<br />

Tupiniquim, Way Beer e Wensky Beer, que<br />

venderam doses de 150ml de cerveja a partir<br />

de R$3,00.<br />

O festival também contou com as opções<br />

gastronômicas O Limoeiro, Bon Vivant,<br />

Girassol, La Santa, Pizza, Quintana Café e<br />

Restaurante, Rio Grande Churrasco, Simples<br />

Assim, Gelataio, Churros Fan Club, Franck’s<br />

Ultra Coffee e Cini Bebi<strong>da</strong>s.<br />

As outras atrações que também agitaram<br />

o festival foram as diversas apresentações<br />

musicais, espaço kids com o projeto<br />

Pintando na Calça<strong>da</strong>, a exposição Fotográfica<br />

do Coletivo Sibilas: “O Olhar Feminino na<br />

Produção <strong>da</strong> Cerveja Artesanal de Curitiba<br />

e Região Metropolitana”, além de ser um<br />

evento pet friendly.<br />

Os Ingressos custaram R$25 por dia ou R$<br />

45 para o fim de semana, com desconto de<br />

30% para todos os associados <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong>.<br />

A <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> deseja<br />

agradecer Às grandes parcerias<br />

que ocorreram durante o<br />

festival <strong>da</strong> cultura cervejeira<br />

artesanal <strong>2017</strong> - em especial<br />

a Ignácio Contreras e Ivonete<br />

Zomer, ambos <strong>da</strong> Homebrewers,<br />

que, juntamente com a Agrária<br />

Malte, cederam os insumos<br />

para as brassagens dos quatro<br />

dias; Também o convite em<br />

participar do festival vindo do<br />

presidente <strong>da</strong> Procerva, Richard<br />

Buschmann, e <strong>da</strong> organizadora<br />

do evento, Daniele Volcov, além<br />

de todo o suporte e cortesia<br />

que concederam à <strong>Acerva</strong><br />

<strong>Paranaense</strong>. valeu, pessoal! π<br />

eventos cervejeiros<br />

35<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


ponto de vista<br />

Curitiba virou a capital<br />

<strong>da</strong> cerveja artesanal.<br />

Mas é preciso ir além<br />

por gabriel nascimento,<br />

presidente <strong>da</strong> acerva<br />

paranaense <strong>2017</strong><br />

edição de adriane baldini<br />

Foi positivo o governo municipal ter reconhecido Curitiba como a capital <strong>da</strong> cerveja<br />

artesanal – isso traz relevância ao movimento cervejeiro, que foi iniciado há mais de<br />

dez anos por aqui. Estabelecer o mês de <strong>agosto</strong> como o período onde se executam<br />

ações e eventos relacionados é importante, mas só o tempo dirá o quanto isso será<br />

bom de fato.<br />

36<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Mesmo o decreto sendo um primeiro e importante passo —<br />

só lembrando que este título não apenas se decreta, mas<br />

se conquista, algo que Curitiba já ostentava naturalmente<br />

há um bom tempo — as medi<strong>da</strong>s de valorização deve se<br />

estender além.<br />

O próximo aspecto que o governo municipal tem de tratar é a flexibilização <strong>da</strong>s<br />

exigências para a instalação de cervejarias. Nosso zoneamento urbano é muito restritivo.<br />

Também é preciso juntar-se à outras prefeituras e questionar a legislação nacional, que<br />

caracteriza leis e impostos para cervejarias de modo igual, independentemente se<br />

produzem 10 mil ou 10 milhões de litros. Curitiba poderia ter muito mais brewpubs<br />

(local que funciona como um bar e fábrica <strong>da</strong> própria cerveja), isso sim fomentaria o<br />

cenário cervejeiro e, também, o turismo. Mas como não há regulamentação específica<br />

para esse tipo de estabelecimento, logo acabam sendo configurados como comércio e<br />

indústria ao mesmo tempo, aumentando exponencialmente as exigências e restrições<br />

para viabilizá-los. A prefeitura de Foz do Iguaçu teve uma iniciativa excelente ao<br />

sancionar uma lei que facilita a instalação de microcervejarias e brewpubs na ci<strong>da</strong>de,<br />

porém não deixou muito claro como serão tratados os impactos decorrentes (trânsito,<br />

logística, “poluição”) – se bem que tais assuntos deveriam ser tratados por esferas<br />

superiores à municipal.<br />

Curitiba não deve ostentar apenas o nicho turístico de capital cervejeira, pois qualquer<br />

ci<strong>da</strong>de tem todo o direito de focar nisso, ca<strong>da</strong> qual à sua maneira. Fun<strong>da</strong>mental<br />

mesmo é ter reconhecimento nos mais diversos níveis — do entusiasta ao industrial,<br />

do ci<strong>da</strong>dão à autori<strong>da</strong>de federal; a ci<strong>da</strong>de precisa, mais do que o título de capital<br />

cervejeira, ser a referência para as mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong>s leis que o país precisa, refletindo<br />

naturalmente a evolução <strong>da</strong> cultura de consumo e também de produção.


Há ain<strong>da</strong> questões tributárias, flexibilização de normas,<br />

por parte do MAPA, acesso à linhas de crédito e novas<br />

leis direciona<strong>da</strong>s especificamente ao setor. Sabemos<br />

que estes fatores envolvem também as esferas estadual<br />

e federal, porém, o movimento de mu<strong>da</strong>nça está vindo<br />

debaixo, ou seja, <strong>da</strong> esfera local, no qual cervejeiros e<br />

cervejarias estão chamando a atenção dos governos<br />

sobre a urgência destas mu<strong>da</strong>nças — e isso sim seria<br />

um grande ganho.<br />

Medi<strong>da</strong>s como estas fortalecem o movimento cervejeiro artesanal, gerando quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

massa crítica e notorie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> inovação. O papel <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong>, representa<strong>da</strong> na<br />

figura dos cervejeiros caseiros, aju<strong>da</strong> a estabelecer e fortalecer o cenário, tanto quando<br />

consomem o que é produzido pelas marcas regionais, promovendo a aproximação <strong>da</strong>s<br />

cervejarias com bares, fomentando a cultura por meio de palestras e educação cultural,<br />

quanto quando decidem empreender no ramo.<br />

Por mais que seja um tanto distante de nossa reali<strong>da</strong>de, precisamos nos basear<br />

nos incentivos existentes nos Estados Unidos para os pequenos produtores. Por lá<br />

eles abraçaram esta questão com unhas e dentes, além de serem especialistas em<br />

estabelecer um cenário competitivo. Enquanto o Brasil não cui<strong>da</strong>r bem dos pequenos<br />

empreendedores, tudo ain<strong>da</strong> será burocrático e complexo: tributação onerosa e<br />

complica<strong>da</strong>, regulamentações excessivas e desnecessárias. E tendemos a um<br />

permanente diagnóstico (já sabido) para os cervejeiros artesanais, caso esse assunto<br />

não seja tratado com urgência pelas nossas autori<strong>da</strong>des.<br />

37<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Temos muito o que fazer para transformar a reali<strong>da</strong>de que queremos. Todos nós.π


calen<strong>da</strong>rio<br />

Tem muito evento ain<strong>da</strong> pra rolar na <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong>! Prepare-se para nossos<br />

próximos encontros! Mais informações disponíveis em nossas redes sociais!<br />

**DATAS, HORÁRIOS e INFORMAÇÕES SUJEITAS À ALTERAÇÕES!**<br />

38<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

2.ª Avaliação<br />

Coordena<strong>da</strong><br />

Receptação <strong>da</strong>s<br />

amostras de<br />

19 a 22/setembro,<br />

<strong>da</strong>s 17h às 22h<br />

Local: Fermentaria<br />

Avaliação em<br />

23 de setembro,<br />

<strong>da</strong>s 14h às 17h<br />

Noite <strong>da</strong>s Artesanais<br />

* 5 e 20 / SETEMBRO<br />

Hendrix<br />

* 3 e 18 / OUTUBRO<br />

Under Construction<br />

* 7 e 22 / NOVEMBRO<br />

Fermentaria<br />

* 5 e 20 / DEZEMBRO<br />

Hop n’Holl<br />

1 CONGRESSO TÉCNICO<br />

<strong>da</strong> <strong>Acerva</strong>PR<br />

15 a 17 de novembro<br />

Eleição <strong>da</strong> NOVA<br />

Diretoria 2018-2020<br />

de 1 a 15/OUTUBRO<br />

Inscrição e homologação de chapas<br />

17/ OUTUBRO<br />

Divulgação <strong>da</strong>s chapas homologa<strong>da</strong>s<br />

Até 1/NOVEMBRO (<strong>da</strong>ta a definir)<br />

Debate <strong>da</strong>s chapas inscritas<br />

15 e 16/NOVEMBRO<br />

Eleição ONLINE <strong>da</strong> próxima Diretoria<br />

17/NOVEMBRO<br />

Assembleia Geral para<br />

homologação <strong>da</strong> chapa eleita<br />

18/NOVEMBRO<br />

Posse <strong>da</strong> Nova Diretoria<br />

na Festa do <strong>Paranaense</strong>


Campanha Cervejeira<br />

do Outubro Rosa<br />

02 /set - 1.ªbrassagem (Homebrewers)<br />

02 a 27/out - Beer Trip<br />

(Dias de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s cervejas <strong>da</strong><br />

campanha nos bares participantes)<br />

28/out - Ação final <strong>da</strong> Campanha<br />

Cervejeira do Outubro Rosa<br />

e 2.ª brassagem (Fermentaria)<br />

Cursos de<br />

BeerSmith<br />

(8h)<br />

TURMA 1:<br />

11 e 12 de setembro<br />

(segun<strong>da</strong> e terça)<br />

<strong>da</strong>s 19h às 22h<br />

TURMA 2:<br />

16 de setembro (sábado)<br />

<strong>da</strong>s 14h às 22h<br />

com Gabriel Nascimento<br />

Curso de Off-Flavors (8h)<br />

Dias 13 e 14 de setembro<br />

(quarta e quinta)<br />

<strong>da</strong>s 19h às 22h<br />

com Fernan<strong>da</strong> Lazzari<br />

39<br />

VI CONCURSO<br />

PARANAENSE DE<br />

CERVEJAS CASEIRAS<br />

Inscrições de 1 a 30/10<br />

Valor de R$50 por estilo (3 garrafas)<br />

(inscrições de até 5 estilos)<br />

Envio <strong>da</strong>s amostras De 16/10 a 10/11<br />

Recebimento de até 250 amostras<br />

Bares que receberão as amostras:<br />

MasmorrA, Monde Hop Sul, Swamp, Drakkar,<br />

Fermentaria, Sapopemba e Way Beer.<br />

Local de Recebimento <strong>da</strong>s amostras do interior:<br />

Fermentaria<br />

R. Doutor Alexandre Gutierrez, 711<br />

Bairro Água Verde, Curitiba-PR 80240-130<br />

Julgamento: 15 a 17/11, <strong>da</strong>s 8h às 18h<br />

Local: Rua Gregório de Matos, 525<br />

Festa do <strong>Paranaense</strong> - Way Beer<br />

18/11 (sábado) <strong>da</strong>s 12h às 18h<br />

Anúncio dos vencedores às 15h<br />

I Mazer Cup Brasil<br />

Inscrições de 07/08 a 15/10<br />

Pagamento de 15/09 a 15/10<br />

Envio <strong>da</strong>s amostras de 10/10 a 11/11<br />

Julgamento em 24 e 25/11<br />

Divulgação dos resultados em 02/12<br />

Mais informações acesse<br />

https://ashbrasil.com.br<br />

III Costelão de<br />

Fogo de Chão<br />

+<br />

Campanha de<br />

Arreca<strong>da</strong>ção de<br />

Brinquedos<br />

9 de dezembro<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong>


chave de ouro<br />

por adriane Baldini<br />

FOTOS CEDIDAS PELO<br />

ENTREVISTADO<br />

40<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> n.º02 <strong>agosto</strong>/<strong>2017</strong><br />

Ocorreu em junho o genial concurso “Wanted:<br />

Dead or Drunk”, pertence à Bastards Brewery<br />

que visa produzir, anualmente, a receita de um<br />

cervejeiro caseiro. Os interessados enviaram suas<br />

receitas à cervejaria e o processo de seleção<br />

escolheu, dentre 50 receitas diferencia<strong>da</strong>s, uma<br />

Berliner Weisse com jabuticaba — receita do<br />

nosso associado José Luiz Claudino, <strong>da</strong> cervejaria<br />

Kuribrew.<br />

Zé Claudino, como é conhecido por nós <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong><br />

<strong>Paranaense</strong>, disse que inscreveu duas receitas:<br />

uma hop lager e a berliner weisse de jabuticaba.<br />

A ideia de fazer uma cerveja a base de fruta foi<br />

inspira<strong>da</strong> nos 3kg de jabuticaba que ganhou<br />

<strong>da</strong> mãe. Ele pensou inicialmente em fazer uma<br />

saison ou uma berliner weisse — já que ambas<br />

nunca havia feito; acabou optando pela segun<strong>da</strong><br />

receita, sendo influenciado pela on<strong>da</strong> <strong>da</strong>s sours<br />

que estão, aos poucos, desbancando as IPAs do<br />

mercado.<br />

A cerveja que enviou para a Bastards pertence aos<br />

20L <strong>da</strong> primeira brassagem que fez <strong>da</strong> receita,<br />

no qual venceu também em 9 de maio uma <strong>da</strong>s<br />

Noite <strong>da</strong>s Artesanais. Ispirado nessa vitória, ele<br />

pensou, então, em porquê não enviá-la ao Projeto<br />

Wanted? Eis que deu super certo.<br />

As fotos abaixo são do Zé Claudino produzindo os<br />

1000L <strong>da</strong> receita vencedora na Bastards em 11<br />

de <strong>agosto</strong>, e que chegará, em breve, aos nossos<br />

copos. Parabéns por essa conquista, piá!<br />

É também <strong>da</strong> <strong>Acerva</strong> <strong>Paranaense</strong> o vencedor <strong>da</strong><br />

1ª edição do Projeto “Wanted: Dead or Drunk”<br />

2016: Everton Delfino, <strong>da</strong> Pandorga Cervejaria<br />

Artesanal, que produziu a Pandorga Rye Lager.<br />

Eta piaza<strong>da</strong> porreta!π

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