Como Criar o Cão Perfeito desde Filhotinho - Cesar Millan

04.08.2017 Views

quinze, e assim por diante. Nunca feche a caixa se ele estiver excitado ou ansioso, mas se depois ele começar a chorar, ignore-o. Não recompense inadvertidamente esse comportamento tentando acalmá-lo com o som da sua voz. Faça um “Shhh” firme, ou o som que você escolher para transmitir a mensagem “discordo deste comportamento”, espere até o cãozinho se acalmar, depois afaste-se e finja não ouvir. Sempre recompense com elogios, carinho ou guloseimas a verdadeira submissão calma dentro da caixa. Seu objetivo é desenvolver um filhote que consiga ficar calmo e tranquilo por várias horas. Fazer com que ele durma na caixa facilita isso. Quando ele tiver aprendido a controlar as necessidades, ele será capaz ficar ali de sete a nove horas seguidas por noite.

Uma história bem-sucedida de adestramento na caixa A noitada de Angel Minha coautora, Melissa Jo Peltier, não está em condições de ter um cachorro, atualmente, porque mora com o marido em Nova York mas vem muito para Los Angeles a trabalho. Enquanto trabalhávamos neste livro, ofereci-lhe a oportunidade de levar Angel para passar a noite em seu pequeno apartamento de temporada perto dos estúdios da Universal. Angel tinha apenas quatro meses e nunca havia passado a noite longe da matilha. Como parte do seu programa de aprendizado, eu estava curioso para ver como ele se sairia. Numa sexta-feira à tarde, colocamos Angel em uma caixa de tamanho médio, que prendemos firmemente com o cinto de segurança no banco do carona do carro conversível de Melissa. Mostrei a ela como deixar Angel entrar na caixa sozinho, seguindo um vergalho pelo cheiro. Também coloquei à disposição dele uma toalha com o cheiro de “casa”, e ela colocou lá dentro um par de meias suas também, para ele poder se acostumar com o cheiro dela (ele já a conhecia como visitante regular da matilha). “No momento em que o carro saiu da porta da casa de Cesar, Angel me olhou para se tranquilizar, depois se deitou na caixa e logo adormeceu”, contou Melissa. “Ele dormiu a viagem inteira — apesar do trânsito lento da hora do rush e do barulho ensurdecedor da autoestrada, que distrai muito mais em um conversível com a capota arriada. Ele só começou a acordar depois que eu já tinha saído da autoestrada e estava a meia quadra do nosso destino. Acho que ele foi sensível à minha energia a esse ponto, embora nunca tivesse estado antes aonde íamos.” Melissa e o marido passaram uma noite deliciosa brincando com Angel, levaram-no a um café ao ar livre (o primeiro da vida dele!) para o jantar, para um passeio longo e dois curtos no Ventura Boulevard e em um parque próximo, e certificaram-se de que ele fazia as necessidades no horário certo. “Ele passou a última metade da noite recebendo cafuné na barriga deitado no sofá enquanto assistíamos a um DVD”, contou-me Melissa. Mesmo assim, eu não sabia como ele lidaria com a sua primeira experiência real de dormir fora de casa. Ele só tinha quatro meses e até então jamais havia vivido nenhuma noite traumática, graças ao adestramento na caixa iniciado por Brooke desde cedo e, claro, à presença reconfortante dos outros cães da minha matilha. Mas ele estava acostumado a dormir na mesma caixa que o irmão adotivo, Mr. President, toda santa noite. Como ele se sairia sozinho, em um ambiente estranho, com dois completos desconhecidos? No fim das contas, Angel foi um anjo, mesmo longe de casa. Melissa contou: Levei-o para um último passeio para ele poder se aliviar, e dei uma corridinha curta acelerada com ele, para ajudar a cansá-lo. Havia sido um longo dia, afinal, e quando chegou a hora de deitar, botei a caixa em um canto do quarto que eu podia vigiar, e convidei Angel a entrar com aquele seu vergalho. Ele estava pronto para dormir, a essa altura. A caixa obviamente representava relaxamento para ele, e ele logo se deitou e começou a roer o vergalho tranquilamente. Quando tive certeza de que ele estava relaxado, fechei a porta e fomos nos preparar para dormir. Cesar tinha me dito recear que Angel pudesse chorar se acordasse durante a noite, mas ele não deu um pio. Quando abri os olhos de manhã, ele estava em pé dentro da caixa tentando fazer contato visual comigo, visivelmente pronto para sair, mas nada ansioso com isso… Só esperando pacientemente que eu fosse pegá-lo. Foi muito

Uma história bem-sucedida de adestramento na caixa<br />

A noitada de Angel<br />

Minha coautora, Melissa Jo Peltier, não está em condições de ter um cachorro, atualmente,<br />

porque mora com o marido em Nova York mas vem muito para Los Angeles a trabalho.<br />

Enquanto trabalhávamos neste livro, ofereci-lhe a oportunidade de levar Angel para passar a<br />

noite em seu pequeno apartamento de temporada perto dos estúdios da Universal. Angel tinha<br />

apenas quatro meses e nunca havia passado a noite longe da matilha. <strong>Como</strong> parte do seu<br />

programa de aprendizado, eu estava curioso para ver como ele se sairia.<br />

Numa sexta-feira à tarde, colocamos Angel em uma caixa de tamanho médio, que<br />

prendemos firmemente com o cinto de segurança no banco do carona do carro conversível de<br />

Melissa. Mostrei a ela como deixar Angel entrar na caixa sozinho, seguindo um vergalho pelo<br />

cheiro. Também coloquei à disposição dele uma toalha com o cheiro de “casa”, e ela colocou<br />

lá dentro um par de meias suas também, para ele poder se acostumar com o cheiro dela (ele já<br />

a conhecia como visitante regular da matilha). “No momento em que o carro saiu da porta da<br />

casa de <strong>Cesar</strong>, Angel me olhou para se tranquilizar, depois se deitou na caixa e logo<br />

adormeceu”, contou Melissa. “Ele dormiu a viagem inteira — apesar do trânsito lento da hora<br />

do rush e do barulho ensurdecedor da autoestrada, que distrai muito mais em um conversível<br />

com a capota arriada. Ele só começou a acordar depois que eu já tinha saído da autoestrada e<br />

estava a meia quadra do nosso destino. Acho que ele foi sensível à minha energia a esse<br />

ponto, embora nunca tivesse estado antes aonde íamos.”<br />

Melissa e o marido passaram uma noite deliciosa brincando com Angel, levaram-no a um<br />

café ao ar livre (o primeiro da vida dele!) para o jantar, para um passeio longo e dois curtos<br />

no Ventura Boulevard e em um parque próximo, e certificaram-se de que ele fazia as<br />

necessidades no horário certo. “Ele passou a última metade da noite recebendo cafuné na<br />

barriga deitado no sofá enquanto assistíamos a um DVD”, contou-me Melissa. Mesmo assim,<br />

eu não sabia como ele lidaria com a sua primeira experiência real de dormir fora de casa. Ele<br />

só tinha quatro meses e até então jamais havia vivido nenhuma noite traumática, graças ao<br />

adestramento na caixa iniciado por Brooke <strong>desde</strong> cedo e, claro, à presença reconfortante dos<br />

outros cães da minha matilha. Mas ele estava acostumado a dormir na mesma caixa que o<br />

irmão adotivo, Mr. President, toda santa noite. <strong>Como</strong> ele se sairia sozinho, em um ambiente<br />

estranho, com dois completos desconhecidos?<br />

No fim das contas, Angel foi um anjo, mesmo longe de casa. Melissa contou:<br />

Levei-o para um último passeio para ele poder se aliviar, e dei uma corridinha curta<br />

acelerada com ele, para ajudar a cansá-lo. Havia sido um longo dia, afinal, e quando chegou a<br />

hora de deitar, botei a caixa em um canto do quarto que eu podia vigiar, e convidei Angel a<br />

entrar com aquele seu vergalho. Ele estava pronto para dormir, a essa altura. A caixa<br />

obviamente representava relaxamento para ele, e ele logo se deitou e começou a roer o<br />

vergalho tranquilamente. Quando tive certeza de que ele estava relaxado, fechei a porta e<br />

fomos nos preparar para dormir. <strong>Cesar</strong> tinha me dito recear que Angel pudesse chorar se<br />

acordasse durante a noite, mas ele não deu um pio. Quando abri os olhos de manhã, ele estava<br />

em pé dentro da caixa tentando fazer contato visual comigo, visivelmente pronto para sair, mas<br />

nada ansioso com isso… Só esperando pacientemente que eu fosse pegá-lo. Foi muito

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