Como Criar o Cão Perfeito desde Filhotinho - Cesar Millan
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O adestramento silencioso<br />
Angel Aprende o “Deita”<br />
O sangue azul de Angel — sua linhagem como herdeiro de cães de exposição premiados —<br />
já de saída lhe dá uma vantagem genética no processo de obediência. Os schnauzers<br />
miniaturas são frequentemente considerados uma das raças de cães mais “adestráveis”.<br />
Ensinei facilmente Angel a sentar usando um sinal da mão com um dedo em riste praticamente<br />
assim que ele veio para casa comigo. Sentar é uma resposta automática do filhote quando ele<br />
não sabe ao certo o que fazer, então só levei alguns dias recompensando com consistência<br />
(primeiro dando uma guloseima e depois apenas elogiando) a resposta correta de Angel ao<br />
meu dedo em riste até ele entender totalmente o que deveria fazer. Foi exatamente assim que<br />
condicionei Daddy, Junior e todos os outros cães que criei para sentar ao receber o comando.<br />
Quando ele tinha quatro meses, a noite que passou na casa de Melissa demonstrou que ele<br />
havia internalizado esse comportamento, pois ela conseguiu facilmente pedir-lhe com o dedo<br />
que se sentasse, e também estabelecer imediatamente limites espaciais usando a mão. Esta é<br />
outra vantagem do adestramento silencioso nos comandos <strong>desde</strong> cedo — é facilmente<br />
transferível para outro humano que vá cuidar do seu cão.<br />
O “deita” é uma resposta um pouco mais complicada para os filhotes aprenderem, porque<br />
deitar pode lhes parecer antinatural se eles não estiverem cansados. Quando Angel tinha<br />
apenas quatro meses, levei-o ao Centro de Psicologia Canina para começar a condicioná-lo a<br />
deitar sob comando. O gesto que eu queria que ele aprendesse era um dedo em riste, depois<br />
abaixado, significando que ele devia fazer o mesmo movimento com o corpo.<br />
Minhas únicas ferramentas eram algumas guloseimas de adestramento e três mesas<br />
compridas dobráveis, emendadas. Montar uma “passarela” de mesas é uma forma maravilhosa<br />
para trabalhar com um filhote, porque você pode manter contato visual com um cachorro<br />
pequeno sem ter que se abaixar e forçar a coluna. Isso também obriga o filhote a ficar focado<br />
em você, porque você é seu único caminho de volta para o chão e ele não pode sair das mesas<br />
caso se aborreça ou se distraia. É importante você usar a ideia do “trabalho em equipe” para<br />
colocar o filhote na mesa: use uma rampa ou degraus e conduza-o à frente com um cheiro ou<br />
uma guloseima (escondida atrás da sua mão para que ele não a pegue, mas sim a fareje ou a<br />
lamba), ou, como fiz com Angel, levante-o pelo cangote, colocando só as mãos dele na mesa,<br />
de modo que ele possa deduzir sozinho como levantar as patas traseiras. Isso faz com que seu<br />
filhote sempre participe de bom grado do exercício.<br />
Para iniciar a sessão, escolhi uma ponta da mesa e atraí o faro de Angel com uma guloseima<br />
em minha mão. Deixei-o cheirar a guloseima, mas não pegá-la, depois me agachei, segurandoa<br />
na mão bem abaixo da superfície da mesa. Fiz contato visual com ele, e lentamente movi o<br />
dedo de uma posição para cima a uma para baixo. Então aguardei que ele entendesse. Eu<br />
poderia facilmente ter empurrado o seu traseiro para baixo para criar uma posição deitada,<br />
depois lhe ter dado a recompensa, como uma forma de ilustrar o que eu queria. Esse é o<br />
método “apressado” usado por algumas instituições de adestramento que prometem resultados<br />
“instantâneos” para seus cães, e não se pode dizer que não funciona. Mas acho que se o cão<br />
inventa uma estratégia sozinho, ela fica gravada mais profundamente na mente dele, e fica mais<br />
fácil de lembrar. Isso também aumenta a autoestima do animal, porque lhe propus um desafio e<br />
ele descobriu a solução sozinho. Assim, ele se sentirá capaz de tentar resolver quaisquer