Como Criar o Cão Perfeito desde Filhotinho - Cesar Millan
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Condicionamento<br />
Adestramento e comandos<br />
As habilidades de conexão e comunicação que desenvolvemos com nossos filhotes fazendo<br />
passeios estruturados, estabelecendo limites e desenvolvendo jogos criam uma base sólida<br />
para o que se chama condicionamento ou adestramento canino. Neste livro, preocupo-me mais<br />
com o equilíbrio psicológico geral do seu filhote, em evitar que ele desenvolva problemas e<br />
em fazê-lo entender regras, restrições e limites do que em saber se ele tem capacidade de<br />
responder às palavras vem, junto, senta ou fica. Criei todos os meus cães usando energia,<br />
linguagem corporal, toque ou sons muito simples, nessa ordem. Uma vantagem da minha visão<br />
do “menos som é mais” é limitar automaticamente a superexcitação. Muita gente confunde a<br />
“excitação” de um cão com “felicidade”, mas a verdade é que, se um filhote estiver logo de<br />
início em um estado hiperativo e superestimulado, ele terá muito mais dificuldade de reter<br />
qualquer coisa que você tentar lhe ensinar. Por isso um elogio muito animado de “Bom garoto,<br />
você é um bom garoto!” por parte de um adestrador pode na verdade ser uma recompensa<br />
menos eficiente do que o reforço silencioso da felicidade e da aprovação. A outra vantagem<br />
do uso do silêncio é me comunicar com meus cães de uma forma muito parecida da que eles se<br />
comunicam entre si. Sempre consigo reconhecer os sinais sutis que me enviam, e respondo<br />
lhes dizendo com a energia e a linguagem corporal: “entendo o que você quer dizer”,<br />
“concordo”, ou “não concordo” com isso. Quando humanizamos nossos cães, tendemos a<br />
perder os sinais mais importantes que eles nos enviam a cada minuto do dia. Eles tentam se<br />
comunicar conosco o tempo todo, mas muitas vezes não ouvimos. Quando um cão sente que<br />
você não está lhe dando ouvidos, ele não vai lhe dar ouvidos. Percebendo todos os pequenos<br />
sinais, aparentemente insignificantes, que seu filhote lhe envia, e respondendo a eles, você<br />
abre as portas para uma grande possibilidade — a possibilidade de ter uma relação realmente<br />
íntima com ele.<br />
Mesmo assim, muita gente quer ter certeza de que o filhote é capaz de responder a alguns<br />
comandos, ou pelo menos a sons. Afinal de contas, seu cão nem sempre está olhando para<br />
você. Quando ele cresce, pode ir passear longe de você, do outro lado do quintal ou do parque<br />
para cães. Ele não consegue sentir a sua energia nem ler a sua linguagem corporal se você não<br />
estiver perto, portanto será preciso usar sons para comunicar o que você quer. Gosto de<br />
começar com dois sons simples — um para significar um comportamento que me agrada (para<br />
mim, normalmente é um som de “beijo”, e o outro para chamar a atenção para um<br />
comportamento com o qual não concordo (minha marca registrada “shhh!”). Mais tarde,<br />
acrescento o nome do filhote como um comando de “vem”. Algumas pessoas batem palmas ou<br />
assobiam como um comando de “vem”. Outras preferem usar a linguagem humana.<br />
<strong>Como</strong> diz o adestrador de cães da Flórida, Martin Deeley,<br />
Para os cães, as palavras são ruídos. As palavras não têm que ser palavras específicas. Se<br />
você preferir fazer o seu cão sentar com a palavra Natal, então “Natal” torna-se o sinal para o<br />
seu cão sentar. Quaisquer palavras que usarmos com os cães devem estar na ponta da língua e<br />
precisamos ser consistentes no uso delas para ações específicas exigidas. E é melhor usar uma<br />
palavra do que uma frase ou mesmo duas palavras, porque o cão só ouvirá a última. Por isso<br />
se desejarmos usar o nome dele, dizemos: “Ben”, para lhe chamar a atenção. Aí, um segundo