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Como Criar o Cão Perfeito desde Filhotinho - Cesar Millan

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O faro de um schnauzer<br />

<strong>Como</strong> um bom líder, quero educar e cultivar todas as habilidades especiais dos membros da<br />

minha matilha, começando cedo, quando eles ainda são filhotes. Os schnauzers miniaturas têm<br />

o nome derivado da palavra Schnauze, que significa “focinho”, em alemão. Eles foram<br />

criados para caçar ratos e outras pragas em celeiros, e basta dizer que têm um faro poderoso.<br />

Quando Angel tinha apenas dois ou três meses, comecei a fazer exercícios olfativos com ele<br />

na garagem, usando uma técnica semelhante àquela que usei para educar o faro de Mr.<br />

President, porém mais avançada. Eu escondia a comida dele dentro de um objeto — por<br />

exemplo, uma caixa de papelão — e o deixava achá-la e descobrir uma estratégia para tirá-la<br />

do esconderijo. Mas a ligação e a comunicação comigo fazem parte do exercício. Quando<br />

achava o esconderijo, Angel olhava para mim pedindo ajuda e reconhecimento. Quero<br />

encorajar essa parte da sua genética que sabe avisar a mim, o líder da matilha, quando ele<br />

localiza o objeto que procura. (Mr. President, por outro lado, simplesmente saía correndo<br />

direto para o prêmio.) Eu usava o silêncio como meu comando de adestramento, comunicando<br />

a Angel que ele deveria resolver o problema sozinho. Quando ele finalmente descobria como<br />

chegar à comida, esta seria a recompensa, mas eu também o elogiava.<br />

Aos quatro meses, comecei a iniciar Angel em um desafio mais difícil — cheirar e<br />

identificar algo que não vem com a recompensa óbvia da comida. Tive a ideia desse exercício<br />

depois de assistir a um documentário na televisão sobre como os cães são adestrados para<br />

farejar câncer, e decidi aproveitar o hábito recente de Angel de cheirar guimbas de cigarro no<br />

parque ou em outros locais a que eu o levava. Eu queria agir de acordo com o que ele já fazia<br />

para condicioná-lo a selecionar um determinado cheiro e me alertar para ele.<br />

Após lavar seis vidros de papinha para bebê, coloquei-os emborcados, lado a lado, com<br />

cerca de cinco centímetros entre um e outro, com uma guimba de cigarro no interior. Então<br />

trouxe Angel ali e segurei-o até ver que seu focinho já estava no “modo procurar” e ele<br />

esticava o pescoço para cheirar os vidros. Da primeira vez, seis vidros demonstraram ser<br />

demais, pois Angel começou a ficar aflito e distraído, e reduzi o número de vidros para<br />

quatro. Observei Angel enquanto ele cheirava todos os potes, mas empurrava o que continha a<br />

guimba e o cheirava por mais tempo. Repetimos o exercício três vezes, até Angel olhar para<br />

mim após encontrar a guimba, como se perguntasse: “Então, o que eu ganho por ter encontrado<br />

isso?” Recompensei-o com muito carinho, por bastante tempo. Ele entendeu a mensagem: “Ei,<br />

só levei um segundo para achar essa coisa, mas recebo esse carinho todo como recompensa!<br />

Imediatamente, depois do carinho, ele se voltou para os vidros, empurrou o que tinha a<br />

guimba, e olhou novamente para mim.<br />

Aos quatro meses de idade, mais de dez minutos de um exercício como esse ultrapassa o<br />

limite da capacidade de atenção de qualquer filhote. Mas se eu continuar a estimular Angel<br />

dessa forma, quem sabe um dia ele pode ser contratado pela Cidade de Los Angeles para<br />

limpar todas as guimbas de cigarro da praia em Malibu! Educando o faro de Angel, eu o<br />

estimulo como cão e honro a sua raça de terrier.

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