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Como Criar o Cão Perfeito desde Filhotinho - Cesar Millan

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A educação da raça<br />

Quando tiver satisfeito o cão-animal em seu filhote por meio de passeios e certos tipos de<br />

brincadeira estruturada, você pode depois iniciá-lo no mundo das atividades pré-programadas<br />

nele pela raça. Satisfazendo todos os lados da natureza do seu filhote — animal, cão e raça —<br />

você abrirá uma linha de comunicação mais profunda, um canal melhor para a intimidade.<br />

Blizzard, o retriever<br />

Os retrievers labradores são cães de caça, planejados por humanos para procurar e<br />

recuperar a presa morta em uma caçada. Os labradores têm uma “boca leve”, o que significa<br />

que eles carregam a presas suavemente para não destruí-las nem mutilá-las. Isso também os<br />

torna companheiros de brincadeira perfeitos para crianças, embora a boca leve do labrador<br />

deva ser cultivada pelos donos <strong>desde</strong> a fase de filhote. “O Blizzard gosta de brincar de<br />

morder o Christian”, Terry me conta. “A Sabrina toca no pescoço dele e o faz parar com<br />

aquilo na mesma hora, mas, com o Christian, ele realmente testa os limites.” Meu próximo<br />

trabalho é ajudar a família a treinar novamente Christian para ter uma liderança mais forte<br />

com Blizzard sempre que ele começar a usar a boca um pouquinho demais.<br />

Quando se trata de buscar objetos, todos os ingredientes estão nos genes de um labrador.<br />

Mas o que é inato nem sempre vem naturalmente, como John Grogan descobriu em Marley e<br />

Eu:<br />

Ele era perfeito para caçar sua presa. O conceito de devolução é que ele parecia não ter<br />

entendido muito bem. Sua atitude geral parecia querer dizer: “Se você quiser pegar esta vareta<br />

tanto assim, vá VOCÊ buscá-la na água…” Ele deixou a vareta aos meus pés… mas quando<br />

me abaixei para pegá-la, Marley estava preparado. Mergulhou, agarrou-a com a boca e correu<br />

ziguezagueando pela praia. Corcoveou de volta, quase se chocando comigo, provocando-me<br />

para persegui-lo.<br />

— Você deveria se comportar como um labrador — eu gritei. — Não um labrador fugitivo!<br />

A solução de John para esse problema foi seduzir Marley com uma segunda vareta, baseado<br />

na teoria de que um cão tende a querer mais o que outro cão (ou humano) tem do que a vareta<br />

que já tem na boca. Após um exaustivo dia de tentativa e erro, ele e seu labrador rebelde<br />

fizeram, sim, alguns progressos, mas a sua descrição do acontecimento deixa duas coisas<br />

claras — primeiro, Marley não respeitava John e, segundo, John com certeza não era o líder<br />

da matilha dele. Marley tratava John como poderia tratar um irmão de outra ninhada ou da<br />

mesma — provocando e seduzindo —, mas um seguidor não brinca de “pegar” com um líder.<br />

Marley pode ter confiado em John e ter sido ligado a ele, mas John não exigia respeito<br />

suficiente de Marley para conseguir guiar o filhote que crescia depressa para ser o labrador<br />

que os genes dele pretendiam que ele fosse.<br />

Tenho uma boa notícia para todos os futuros donos de Marley por aí: há uma maneira muito<br />

mais fácil e direta de explorar os recursos das habilidades de busca de um labrador — ou de<br />

qualquer cão — do que fazer o frustrante jogo de “o meu é melhor que o seu”. Tudo remete ao<br />

conceito de ser o líder da matilha e controlar o jogo por meio da conexão com o seu filhote.<br />

Tão logo Blizzard veio para casa comigo, levei-o até as colinas do Centro de Psicologia do

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