Como Criar o Cão Perfeito desde Filhotinho - Cesar Millan
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O adestramento na guia<br />
Quando se trata de criar um vínculo com seu filhote, mais uma vez, você tem a Mãe<br />
Natureza ao seu lado, já que, <strong>desde</strong> que nasce até os oito meses, o cãozinho está programado<br />
para seguir sempre seu líder. Quando a mãe natural está fora de cena, você se torna o líder da<br />
matilha do filhote, e, se o orientar com a mesma energia assertiva e calma a que ele está<br />
habituado <strong>desde</strong> que nasceu, ele vai segui-lo automaticamente aonde quer que você vá. É<br />
como se houvesse uma guia invisível entre vocês.<br />
Mesmo assim, quando seu filhote está com você no mundo público humano, uma guia<br />
invisível não basta. Há muitas distrações e muitos perigos por ali. Quando entra na<br />
adolescência, ele vai querer ir longe. Você precisa adestrá-lo na guia <strong>desde</strong> cedo, de tal forma<br />
que a ela mal seja notada por ele e só tenha conotações positivas. Feito como deve ser feito, o<br />
adestramento na guia fortalece a ligação entre você e filhote. A guia se torna um umbigo físico<br />
pelo qual a sua energia passa para ele e vice-versa.<br />
Muitos criadores conscientes começam a adestrar o filhote na guia para você. Brooke<br />
Walker já tinha Angel bem adiantado quando ele veio para casa comigo, com oito semanas.<br />
Brooke inicia o processo colocando pequenas tiras de papel no pescoço dos cãezinhos quando<br />
eles começam a andar. Ela primeiro faz isso para fins de identificação — foi assim que<br />
conheci Angel, quando ele era simplesmente o sr. Coleira Verde, ao lado do irmão sr. Coleira<br />
Azul, e da irmã, srta. Coleira Rosa. “<strong>Como</strong> meus filhotes raramente saem de casa antes dos<br />
três meses, em geral começo a apresentá-los à guia com oito ou nove semanas. Apenas cinco<br />
minutos, duas vezes por dia. Faço períodos curtos com uma guloseima suspensa perto do nariz<br />
deles para encorajá-los a andar para a frente. Gosto de comparar isso ao ensino da natação a<br />
crianças, quando o instrutor fica recuando para elas terem que dar mais uma braçada para<br />
alcançá-lo.<br />
O método de Brooke de adestramento na guia segue a mesma linha da minha filosofia de ser<br />
parceiro em vez de ditador quando se trata do aprendizado do cão. Recomendo deixar um<br />
filhote arrastar uma coleira muito curta por intervalos rápidos enquanto estiver brincando —<br />
sempre sob supervisão, claro — só para poder se acostumar com a sensação antinatural de ter<br />
algo em volta do pescoço, enquanto ainda está experimentando a diversão e a liberdade da<br />
brincadeira. Lembre-se, como humanos, nós estamos acostumados a nos levantar todas as<br />
manhãs e botar em nossos corpos objetos estranhos como roupas, sapatos e joias, mas, para<br />
um cão, guia, arreio, sapatinhos ou suéteres são exatamente isso — completamente estranhos.<br />
Condicionar é fazer com que o que não é natural passe a sensação de naturalidade. Os<br />
adestradores que trabalham com animais silvestres ou exóticos — por exemplo, grandes<br />
felinos que atuam em shows de mágica — sempre começam a condicionar seus animais a<br />
guias e coleiras o mais cedo possível. Quanto mais cedo um filhote se acostumar à sensação<br />
da guia, mais normal será essa sensação para ele.<br />
Quanto às ferramentas propriamente ditas, sou grande partidário do lema “menos é mais”<br />
quando se trata da guia para o filhote. Na verdade, com todos os filhotes que criei para este<br />
livro, meu enforcador de náilon simples e barato enfiado pela cabeça do filhote e mantido na<br />
parte superior do pescoço para possibilitar o controle foi minha ferramenta número um.<br />
Também sou fã de “colares de exposição” — guias estreitas de couro puro com uma alça na<br />
ponta, usadas em exposições de cães. Elas são curtas, leves e permitem um máximo de