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Como Criar o Cão Perfeito desde Filhotinho - Cesar Millan

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ainda as trazem de volta perturbadas ou com pena do cão, sentindo-se culpadas por ir embora.<br />

Muitas vezes, as pessoas que eles trazem de volta também lhes trazem guloseimas. Então, a<br />

mensagem que ele recebe é: “Eles não estão aqui para impedir a minha ansiedade, estão aqui<br />

para recompensar a minha ansiedade”. Não podemos levar para o lado pessoal a ansiedade da<br />

separação dos nossos cães, nem sentir que estamos perpetrando algo horrível contra eles, para<br />

“fazer” com que eles se sintam assim.<br />

Se os cães não conseguem nos trazer de volta, o próximo passo lógico para eles é tentar<br />

abrir um buraco na parede de casa para sair, caso não nos encontrem de outra forma. Em<br />

Marley e Eu, John Grogan diz que a ansiedade da separação e o medo de trovoadas de Marley<br />

ficaram tão graves que ele fez realmente buracos na parede, cavando até as patas sangrarem,<br />

tentando sair e encontrar de novo a matilha. O problema foi que os Grogan deixaram a<br />

ansiedade de Marley chegar a um ponto que não tinha mais volta. Você não quer esperar até<br />

seus vizinhos ligarem para a administradora do imóvel ou para o síndico dizendo: “Esse<br />

cachorro tem que sair daqui ”. Em vez disso, prepare seu cão para tais situações<br />

estabelecendo a separação por etapas, para que ela nunca se transforme em ansiedade<br />

declarada.<br />

Para condicionar Angel a vencer sua ansiedade da separação, eu colocava os outros cães na<br />

garagem ou dentro de casa, deixando-o sozinho do lado de fora. Então eu me escondia dele.<br />

Ele demorava um pouco, mas acabava chorando. Quando eu esperava muito, o choro se<br />

transformava em gritaria, e eu não queria que chegasse tão longe. Em vez disso, eu saía do<br />

esconderijo e imediatamente interferia no comportamento dele. Eu ficava longe o máximo<br />

possível, já que, no final, quero ser capaz de estar a quilômetros dele, e mantinha uma<br />

conversa usando meu som “shhh”, minha linguagem corporal e minha energia para lhe<br />

comunicar: “Não concordo com o seu comportamento. Quero que você relaxe”. Um dedo para<br />

cima significa “senta” e, quando Angel obedecia, eu testava a energia dele. Da primeira vez,<br />

embora ele estivesse sentado, eu percebia que ele continuava em um estado de alerta,<br />

bocejando. Muita gente comete o erro de achar que, quando boceja, o cão está relaxado, mas<br />

os filhotes muitas vezes bocejam quando estão ansiosos ou frustrados por uma situação que<br />

não entendem. Eu podia dizer pelo contato visual de Angel e pela rigidez do seu corpo que ele<br />

ainda não estava relaxado, então eu ficava onde estava até ele entrar no estado de relaxamento<br />

que eu buscava. Uns trinta segundos depois, ele se afastava. Aí eu me escondia de novo.<br />

Na segunda vez que deixei Angel sozinho, um ou dois minutos depois, ele começou a andar<br />

de um lado para o outro. Então, começou a correr para o lado da casa. Isso é típico — ele<br />

estava tentando encontrar uma saída. Faz parte do programa de sobrevivência dele, que diz:<br />

“Preciso encontrar um jeito de voltar a fazer parte da minha família”. Por isso, devemos ser<br />

muito pacientes, e por isso a preparação para a separação deve ser feita em etapas. Nesse<br />

caso, eu voltei, interagi novamente com Angel, esperei, depois me escondi. Eu tentava me<br />

dirigir a ele de uma distância um pouco maior a cada vez. E, a cada vez que eu fazia o<br />

exercício, Angel demorava mais um pouco a passar do estado de calma para o de ansiedade.<br />

Vi que estava progredindo com Angel depois da terceira vez que o corrigi. Após esperar<br />

vários minutos sem ouvir nenhum ganido dele, voltei furtivamente para a sala e fui em direção<br />

à janela. Lá estava o meu pequeno schnauzer largado no pátio, descansando ao sol de olhos<br />

fechados. Era exatamente o que eu queria. Não havia necessidade de ficar agitado nem de<br />

recompensá-lo, porque o comportamento dele — superar a ansiedade — era em si uma

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