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Treinamento do Goleiro de Futebol Base

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O treinamento <strong>do</strong><br />

goleiro <strong>de</strong> futebol base<br />

Autor: Roberto Valeiro<br />

Fotos: Shutterstock<br />

JUSTIFICAÇÃO DO<br />

NOSSO MODELO DE<br />

TREINAMENTO.<br />

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JULHO <strong>Goleiro</strong> © Artigo publica<strong>do</strong> em www.futbol-tactico.com<br />

<strong>Goleiro</strong><br />

JULHO<br />

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Até não faz muito tempo o treinamento <strong>do</strong> goleiro se reduzia a intermináveis rondas <strong>de</strong> disparos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

bor<strong>de</strong> da área e centros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os laterais. Tarefas com reduzida ou nula transferência ao jogo real.<br />

No artigo que <strong>de</strong>senvolveremos a continuação tentaremos expor o porquê da estrutura <strong>do</strong> processo<br />

<strong>de</strong> treinamento que proporemos para os goleiros <strong>de</strong> categorias inferiores.<br />

Para po<strong>de</strong>r levar a cabo a organização <strong>de</strong> dito processo, em primeiro lugar <strong>de</strong>vemos<br />

conhecer quais são as exigências as que a competição somete a nossos pupilos.<br />

Para isso seguiremos o seguinte esquema (Samba<strong>de</strong>, J. 2006)<br />

1. De elevada incerteza informacional.<br />

Em competição, as <strong>de</strong>cisões que toma o goleiro<br />

estão condicionadas por muitos aspectos<br />

(bola, companheiros, adversários, goleiro,<br />

terreno <strong>de</strong> jogo...)<br />

2. De caráter aberto e situacional.<br />

A situação <strong>de</strong> jogo é cambiante e<br />

se modifica a gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. A<br />

<strong>de</strong>cisão correta no segun<strong>do</strong> 1, po<strong>de</strong> não<br />

sê-lo 2 segun<strong>do</strong>s mais tar<strong>de</strong>.<br />

3. De uma reduzida frequência <strong>de</strong><br />

participação.<br />

Geralmente existe um perío<strong>do</strong> longo <strong>de</strong> pausa<br />

entre intervenções. Segun<strong>do</strong> Vales e Samba<strong>de</strong> (2001), a<br />

duração media <strong>do</strong>s esforços é <strong>de</strong> 0’5’’-1’’ e a racional pausa/<br />

esforço é <strong>de</strong> 88’/2’.<br />

4. Com elevada complexida<strong>de</strong> técnico coor<strong>de</strong>nativa.<br />

A gran<strong>de</strong> maioria das ações <strong>do</strong> goleiro tem uma gran<strong>de</strong> exigência a<br />

nível coor<strong>de</strong>nativo, incrementada pela velocida<strong>de</strong> a que geralmente<br />

se realizam.<br />

5. De importante transcendência no resulta<strong>do</strong>.<br />

To<strong>do</strong>s somos conscientes <strong>de</strong> que um erro <strong>do</strong> goleiro implica, na<br />

maioria das ocasiões, o encaixar um gol. É o posto especifico que<br />

mais carga <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> leva associada a cada uma <strong>de</strong> suas<br />

ações.<br />

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JULHO <strong>Goleiro</strong> © Artigo publica<strong>do</strong> em www.futbol-tactico.com<br />

<strong>Goleiro</strong><br />

JULHO<br />

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Do exposto até o momento po<strong>de</strong>mos sacar as seguintes conclusões:<br />

A. Se a duração media <strong>do</strong>s esforços é <strong>de</strong> 1’’ com um gran<strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> pausa até a seguinte intervenção,<br />

como norma geral planejaremos tarefas <strong>de</strong> duração reduzida e com amplos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> recuperação.<br />

B. Os exercícios <strong>de</strong> tipo analítico têm gran<strong>de</strong> relevância para a aprendizagem e mecanização <strong>do</strong>s elementos<br />

técnicos. A partir <strong>de</strong> ai, <strong>de</strong>verão plantear-se tarefas mistas ou globais com uma gran<strong>de</strong> exigência a nível<br />

técnico-coor<strong>de</strong>nativo e perceptivo-<strong>de</strong>cisório, que facilitarão a aplicação <strong>de</strong>stes elementos técnicos ao<br />

jogo real. Tentaremos que nossos pupilos entendam o jogo. Deste mo<strong>do</strong> po<strong>de</strong>rão antecipar respostas e<br />

suas <strong>de</strong>cisões serão mais rápidas e acor<strong>de</strong>s a situação <strong>de</strong> jogo a solucionar.<br />

C. As tarefas propostas <strong>de</strong>verão estar adaptadas ao nível e esta<strong>do</strong> evolutivo <strong>do</strong>s executantes. Não por<br />

levar a cabo uma tarefa mais complicada vou a ter um melhor e mais rápi<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>.<br />

ESTIMULO + MADURAÇÃO = APRENDIZAGEM<br />

D. O goleiro <strong>de</strong>ve saber conviver com a pressão e a responsabilida<strong>de</strong> que seu posto implica. Pouco a<br />

pouco <strong>de</strong>vemos fazer conscientes a nossos jovens goleiros da gran<strong>de</strong> relevância <strong>de</strong> cara ao resulta<strong>do</strong><br />

que têm suas ações e <strong>de</strong>cisões. Estas não <strong>de</strong>verão estar mediatizadas pelo me<strong>do</strong> a falhar, mas sim pela<br />

responsabilida<strong>de</strong>. Conforme nossos pupilos vão recorren<strong>do</strong> etapas evolutivas, <strong>de</strong>veremos incrementar a<br />

exigência neste ponto.<br />

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JULHO <strong>Goleiro</strong> © Artigo publicda<strong>do</strong> em www.futbol-tactico.com<br />

<strong>Goleiro</strong><br />

JULHO<br />

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