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TS 45

Edição 45 - 30 Chevrolet entre Caravans e Opalas, todos preparadíssimos

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Evolução<br />

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contato@revistatechspeed.com.br<br />

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Evandro N. Lima<br />

Internet:<br />

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Joni Gularte<br />

Vinicius Fonseca<br />

Ketlen Krug<br />

Fábio HotChevy<br />

Clio Corbetta Pingret<br />

André Maeda<br />

Em qualquer negócio sempre haverá a necessidade de acompanhar<br />

a evolução do mercado. E no mercado editorial as coisas<br />

não funcionam de forma diferente, temos que ficar atentos para<br />

novidades e também para mudanças de direção no vento. Há<br />

tempos eu temia a transição da área impressa para a digital na<br />

Tech Speed, mas era inevitável, e mesmo adiando o que pude<br />

para isso chegou o momento de acontecer. Sinceramente, eu<br />

temia a saída dos anunciantes e a redução no número de visualizações<br />

que a grosso modo comandam o sucesso da revista<br />

bem como a sua sobrevivência em um mercado altamente<br />

volátil. Graças a Deus deu tudo certo, o sucesso é inegável e a<br />

cada dia que passa estamos mais satisfeitos com a mudança<br />

para a área digital, a diferença de alcance público e visualizações<br />

concretas é infinitamente superior quando comparamos a<br />

impressa com a digital, na verdade, a comparação chega a ser<br />

ridícula. Me arrependo profundamente por não ter feito isso<br />

antes, pouparia algumas centenas de dinheiro e tempo, que<br />

hoje é até mais precioso. E mesmo com a fase conturbada no<br />

Brasil seguimos progredindo de forma segura com os pés bem<br />

plantados sem arriscar em projetos ousados, afinal não é hora<br />

para correr riscos desnecessários, o momento é propicio para<br />

investir maciçamente na divulgação. Sim, parece incrível, mas<br />

também dependemos da divulgação da editora, do marketing<br />

bem executado para que tenhamos visualizações e com<br />

isso levar resultados aos nossos anunciantes. O sucesso é<br />

inquestionável, somos a revista mais nova do mercado, mas<br />

não a menos experiente, ninguém alcança <strong>45</strong>0.000 fãs sem<br />

competência para isso, ainda mais em tão pouco tempo como<br />

fizemos. Nossa meta é trazer a você leitor edições diferentes a<br />

tudo que você já viu, como essa edição especial da revista Tech<br />

Speed onde reunimos em uma única edição matérias sobre os<br />

Chevettes mais incríveis do Brasil, inclusive alguns inéditos por<br />

aqui como o Chevette alucinante do piloto “Zé Louquinho”, que<br />

quebrou o recorde nacional percorrendo os 201 metros em 5.1<br />

segundos neste mês de junho. No total temos 18 Chevettes com<br />

as mais diferentes configurações; rua, pista e equipados com os<br />

mais variados motores. Tem para todos os gostos! Bem-vindo a<br />

edição 44 da revista Tech Speed.<br />

Departamento Técnico:<br />

tech@revistatechspeed.com.br<br />

Departamento Comercial:<br />

comercial@revistatechspeed.com.br<br />

Assinaturas e exemplares anteriores<br />

assinaturas@revistatechspeed.com.br<br />

Um grande abraço a todos<br />

Evandro N. Lima<br />

Editor – Revista Tech Speed<br />

Revista TechSpeed é<br />

distribuída em todo o Brasil por:<br />

Auto Tech - Editora<br />

(44) 3029-7677<br />

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RevistaTechSpeed<br />

A Revista Tech Speed é uma publicação<br />

mensal destinada aos aficionados em alta<br />

performance automotiva, incluindo em seu<br />

editorial matérias especialmente dedicadas<br />

aos automóveis modificados e artigos<br />

ténicos sobre mecânica automotiva voltada<br />

a alta performance.


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Opala V8 biturbo<br />

por: HotCampinas<br />

Opala aspirado 9.8s<br />

- por HotCampinas


<strong>TS</strong> #332 Los Hermanos<br />

por:Turbo Garage Oficial<br />

OLD STOCK em Interlagos<br />

por: Replay XD Brasil - Oficial -<br />

46 16


Caravan STT tirando as rodas dianteiras do chão<br />

por: dragsterbrasil<br />

Último Chevrolet Opala fabricado no Brasil<br />

- por AutoDataEditora


Por: Vinicius Fonseca<br />

Quando se fala automóveis, não importa se<br />

você é fã de carros pequenos com motores<br />

4 cilindros, médios com motores 6 cilindros,<br />

superesportivos com motores V10 ou até com<br />

o moderníssimo W16, com certeza alguma<br />

vez o belo ronco de um motor V8 já te deixou<br />

arrepiado.<br />

História<br />

Esta configuração de motor, que nasceu<br />

praticamente junto aos motores de combustão<br />

interna, foi a solução utilizada pelos<br />

construtores para aumentar a potência dos<br />

motores sem aumentar muito os custos de<br />

produção e as dimensões do motor. No início<br />

os motores em “V” eram construídos através<br />

da união de dois blocos de 4 cilindros. Com a<br />

evolução dos processos de fundição, surgiram<br />

os blocos em “V” como conhecemos hoje em<br />

dia.<br />

Apesar de não ser o criador do motor V8,<br />

o grande responsável pelo sucesso desses<br />

motores e que possibilitou sua popularização<br />

em todo o mundo foi Henry Ford, que em 1932<br />

lançou como opção para o modelo B um motor<br />

V8 de 221 polegadas cúbicas de deslocamento<br />

(3.6L) e 65cv com acréscimo de apenas U$10<br />

no preço em relação a versão de 4 cilindros.<br />

Esses motores, conhecidos como V8 Flathead,<br />

devido ao formato plano de seus cabeçotes,<br />

fizeram tanto sucesso graças ao seu excelente<br />

desempenho que até famosos traficantes de<br />

bebidas e criminosos como Bonnie e Clyde<br />

fizeram questão de elogiar a obra de Henry<br />

Ford, que facilitou as fugas da polícia em suas<br />

atividades ilícitas.<br />

Ford 302” no Brasil<br />

No Brasil, o motor V8 mais famoso, e por<br />

consequência mais comumente utilizado em<br />

preparações de rua, competições, hot rods etc<br />

é o Ford V8 small block de 302” (5.0L). Lançado<br />

em 1963 nos EUA para equipar o Fairlaine e<br />

com apenas 221” e bloco compacto e leve em<br />

relação ao que era produzido na época, logo<br />

se popularizou e foi constantemente sendo<br />

aprimorado, tendo sua cilindrada aumentada<br />

para 260”, 289”, até chegar ao conhecido 302”,<br />

que durou até 2001 equipando o SUV Ford<br />

Explorer.<br />

22


O mestre dos motores 302”<br />

Quando se fala de Ford V8 no Brasil, é<br />

impossível automaticamente não se lembrar<br />

de um senhor grisalho, de estatura média e<br />

jeito calmo de falar. O Sr. Luís Francisco Batista,<br />

também conhecido como “Batistão”, é uma<br />

verdadeira lenda viva quando o assunto são<br />

carros antigos, automobilismo nacional e<br />

principalmente os clássicos da montadora norte<br />

americana Ford, a qual Sr. Batista é autoridade<br />

no assunto e não esconde o grande amor e


dedicação pela marca durante os 54 anos como<br />

mecânico/preparador/chefe de equipe. Mesmo<br />

próximo de completar 80 anos de idade,<br />

“Batistão” permanece a frente da tradicional<br />

oficina AutoMotor, fundada em 1975 e que é<br />

um santuário para os fãs dos motores Ford V8.<br />

Em sua longa e vitoriosa carreira, Sr. Batista já<br />

teve carros competindo em corridas de circuito,<br />

endurance, track day, arrancada, entre outras,<br />

todas passagens com direito a vitórias, títulos<br />

e resultados extremamente expressivos, isso<br />

sem falar os carros preparados para rua e<br />

os clássicos restaurados para ficarem como<br />

saíram de fábrica.<br />

desenvolvida originalmente para fabricação de<br />

motores diesel, que oferece maior resistência<br />

em relação a liga do bloco original. Além disso,<br />

nestes blocos é adicionado material nas áreas<br />

mais críticas do bloco original, além dos sistemas<br />

de lubrificação terem seus dutos melhorados.<br />

Outra grande diferença está nos mancais<br />

centrais com 4 parafusos de fixação, ao invés<br />

dos 2 parafusos da peça original. Os cilindros<br />

vêm abertos para 4.125”, contra 4.000” nos 302<br />

originais e os colos de virabrequim suportam<br />

peças de até 3.400”. Motores montados com<br />

estes blocos chegam facilmente em 363”<br />

de deslocamento mantendo a durabilidade<br />

mesmo sob uso severo, enquanto nos blocos<br />

originais geralmente se extrai no máximo 347”<br />

já com grandes riscos de quebras”, nos conta<br />

“Batistão”.<br />

A prata da casa, não poderia ser diferente,<br />

são os Ford Maverick V8 302”, os quais<br />

inúmeros exemplares deixaram a AutoMotor<br />

para ganhar as ruas e pistas e incomodar os<br />

adversários, em especial da Chevrolet e Dodge,<br />

principais adversários até hoje quando se fala<br />

de “muscle car” nacionais.<br />

Polêmica na Arrancada<br />

Recentemente uma polemica envolvendo<br />

os motores Ford V8 302 veio a tona na<br />

Arrancada nacional, pois o recorde da categoria<br />

TO (Traseira Original), que até então pertencia a<br />

um Opala com seu motor 6 cilindros em linha,<br />

foi batido por um Maverick V8. Ocorre que o<br />

bloco utilizado no Maverick seria um modelo<br />

fabricado pela divisão de alta performance<br />

e competições da Ford, a Ford Performance<br />

Parts, portanto estaria fora da regra da<br />

categoria, que diz que o bloco do motor deve<br />

ser original de fábrica, podendo ser substituído<br />

por uma peça de reposição do mesma marca e<br />

modelo, respeitando as especificações técnicas<br />

do bloco original.<br />

Para ajudar a esclarecer a questão,<br />

procuramos Sr. Batista, que é uma verdadeira<br />

autoridade no assunto, a fim de nos mostrar<br />

as principais diferenças entre um bloco Ford<br />

302” original de fábrica e um especial para alta<br />

performance.<br />

“Os blocos da Ford Performance Parts,<br />

também conhecida como Ford Racing,<br />

são construídos com uma liga especial,<br />

Em resumo, os blocos fabricados pela<br />

divisão de alta performance da Ford oferecem<br />

diversos recursos que possibilitam extrair<br />

maior cilindrada, algo primordial principalmente<br />

em motores aspirados, e ainda assim garantir<br />

confiabilidade mesmo em preparações<br />

extremas e uso severo.<br />

Seja nas ruas, nas pistas de Arrancada<br />

ou circuito, o clássico motor Ford V8 302”<br />

continuará seu legado e terá a importante<br />

missão de mostrar aos mais jovens, cada vez<br />

mais acostumados com motores de 4 cilindros<br />

ou menos graças a tendência do Downsizing,<br />

a imponência e o desempenho que um<br />

verdadeiro motor V8 possuem.


SANGUE CHEVROLET<br />

Some dedicação a uma preparação conhecida e adicione equipamentos de ponta. Essa é a receita<br />

que fez este Opala vencer a primeira etapa do campeonato Brasileiro de Arrancada de 2013 em Santa<br />

Luzia – Minas Gerais (MG).<br />

Evandro Lima Leonardo Silva Pearl Jam - Jeremy<br />

Os Opalas carregam uma legião de<br />

ferrenhos admiradores pelo mundo a fora.<br />

Cristiano Botelho – o dono deste Opala –<br />

também faz parte deste grupo. Ele possui<br />

em sua garagem mais três modelos além<br />

desse, cada um com sua “especialidade” em<br />

particular e faz questão de utilizar todos.<br />

Para o corre-corre diário ele tem a moral de<br />

usar um legítimo SS 1979 em seu dia a dia no<br />

trajeto da sua casa ao escritório. É mole?!<br />

Nos dias atuais a linha esportiva do<br />

Opala é cara independente do ano que foi<br />

fabricado. Um autêntico SS passou a custar<br />

mais que um par de rins para quem o desejar<br />

em sua garagem. Definitivamente nem todos<br />

estão dispostos a pagar a conta inflacionária<br />

movida pelo mercado explorador. Para<br />

escapar do alto preço e manter os órgãos<br />

intactos, Cristiano Botelho resolveu pegar<br />

um Comodoro 1980 comprado em fevereiro<br />

de 2011 e o deixar com a aparência externa<br />

de um SS do mesmo ano. Foram quase dois<br />

anos entre a compra e a finalização de todo<br />

o serviço, concluído em novembro de 2012.<br />

O carro passou a maior parte do tempo na<br />

funilaria e pintura onde toda a lataria foi<br />

lixada, tratada e recebeu a cor vermelho<br />

Bonanza e as tradicionais faixas pretas do SS<br />

80. Com a parte mais complicada finalizada<br />

Cristiano decidiu levar o carro a empresa<br />

Action Racing de Belo Horizonte – MG para<br />

que a pacata mecânica fosse substituída por<br />

um seis cilindros matador.<br />

Costa e “Dadi” são os executores do<br />

projeto e sócios na Action. Possuem uma<br />

larga experiência na preparação de veículos<br />

destinados a competições de arrancada e<br />

circuito e vem arrecadando vitórias desde<br />

1987 quando os irmãos resolveram se unir<br />

para formar a empresa. Além da experiência,<br />

hoje contam com ferramental de primeiro<br />

mundo, dinamômetro de bancada e agora um<br />

de esteira, próprio para desenvolvimentos<br />

mais refinados.<br />

No novo projeto uma velha e conhecida<br />

receita de sucesso entre todos os entusiastas:<br />

o temido 4400 “de Holley”. A receita na<br />

preparação do motor foi uma opção clara<br />

para pista de arrancada onde quase tudo<br />

são de proporções generosas. Para começar,<br />

o carburador é um “quadri-jet” 950cfm da<br />

Holley projetado para motores de competição<br />

alimentados a metanol. Na base do carburador<br />

entre o coletor de admissão, da empresa<br />

gaúcha Engine, foi instalado uma placa<br />

espaçadora em alumínio de duas polegadas<br />

para melhorar a distribuição do fluxo entre<br />

os cilindros. Internamente o 4400 recebeu<br />

novos pistões forjados IAPEL de 101,6mm<br />

que foram capazes de elevar a cilindrada<br />

para exatos 4363 centímetros cúbicos de<br />

deslocamento, com direito a um jogo de<br />

bielas em alumínio da BME, um fabricante<br />

americano de bielas para a mais bandida<br />

48 24


de todas as categorias, a Top Fuel, onde os motores<br />

alcançam mais de 8000 cavalos, dispensando maiores<br />

apresentações. O kit de comando de válvulas é “roller”,<br />

um special order da Crower encomendado especialmente<br />

para o projeto, onde suas preciosas informações foram<br />

reservadas. Não fiquem decepcionados, é comum<br />

em competições guardar alguns segredos que para os<br />

preparadores são importantes, e BH é distante daqui<br />

para eu levar o ferramental de tortura que o Vinicius –<br />

dono do meu couro - utiliza constantemente neste quase<br />

careca editor.<br />

Na parte superior do motor o cabeçote recebeu<br />

atenção especial do “Boy” da equipe Paula Faria, que foi o<br />

responsável por todo o trabalho na peça. Os alojamentos<br />

das sedes foram abertos para acomodar as válvulas de<br />

49 mm x 40,6 mm em aço inoxidável e melhorar o fluxo<br />

para adequar as necessidades do motor solicitadas pela<br />

Action. Com a preparação, segundo o piloto, o motor<br />

rendeu 308 cavalos no motor.<br />

A transmissão é clássica. Um F-260 “doado” por<br />

um Dodge onde foram substituídas as engrenagens por<br />

modelos forjados específicos para engate rápido, tudo<br />

fabricado pela catarinense Recuperg. Um diferencial<br />

Dana 44 segura o tranco sem problemas no fim da<br />

linha de transmissão. Apesar de manter a suspensão<br />

praticamente original sem a adição de barras ou outro<br />

sistema de melhoria de tração, os amortecedores foram<br />

substituídos, são da Moroso específicos para competições<br />

de Arrancada e ajudam o piloto a fazer os 2,2 nos 60 pés<br />

na pista com pouco grip. Com a carroceria levando só o<br />

básico e no regulamento, a preparação descrita acima<br />

obteve um ótimo resultado, 8,2 nos 201m e um honroso<br />

primeiro lugar.<br />

Em breve teremos mais um carro do piloto em nossas<br />

paginas, desta vez um seis caneco mais alterado com<br />

direito a kit stroker de 5 litros. É só aguardar!


SANGUE CHEVROLET<br />

Opala 1980<br />

Potência:308cv<br />

Ficha Técnica<br />

Nome<br />

Cristiano Botelho<br />

Profissão<br />

Contador<br />

Preparador<br />

Action Racing<br />

Motor: GM 250<br />

Cabeçote: 12V - Preparado na Paula Faria<br />

Pistões: IASA Boxer 101,6mm<br />

Bielas:<br />

GRP - Alumínio<br />

Virabrequim: Original 89,7mm<br />

Comandos: Crower Roller Special Order<br />

Coletor Adm. Engine<br />

Coletor Esc. Dudu Escapamentos<br />

Bomba de óleo: Melling M62HV<br />

Carburador Holley 950 cfm<br />

Combustível: Metanol<br />

Eletronica: MSD<br />

Ignição: MSD 6 AL - HVC-2<br />

Bomba de<br />

combustível:<br />

Reguládor de<br />

combustível:<br />

Transmissão:<br />

Holley Black 12-815-1<br />

Holley<br />

Clark 260 - Recuperg<br />

Cardã:<br />

Original<br />

Diferencial: Dana 44<br />

Amortecedores Impacto<br />

dianteiros:<br />

Amortecedores Impacto<br />

traseiros:<br />

Rodas: Weld Magnum Black 15”<br />

Pneus dianteiros: M/T Drag<br />

Pneus traseiros: Goodyear Excellence 205/65<br />

Agradecimentos:<br />

A minha esposa, sem ela nada disso seria possível.<br />

26


ESCOLA ANTIGA<br />

Dois apaixonados por Opala montam exemplares de cair o queixo. Aqui injeção eletrônica não tem vez! Quem manda<br />

são as borboletas das Weber e o visual de época.<br />

Evandro Lima<br />

Jimi Hendrix - Purple Haze<br />

28


A evolução é uma coisa normal do ser humano e, na grande<br />

maioria das vezes, trás grandes benefícios ao homem, isso não se<br />

pode negar. Cada novo conhecimento adquirido quando sabiamente<br />

aplicado é capaz de facilitar nossas vidas de forma que acabamos<br />

por esquecer o que veio antes da atual descoberta. Pergunte ao seu<br />

filho ou ao seu sobrinho nascido há mais de 10 anos se ele já teve<br />

o prazer de ouvir um disco de vinil. É possível que ele nunca tenha<br />

ouvido falar em fita cassete e nem saiba o que é um CD, pois só ouve<br />

músicas em MP3 baixadas na internet. No meio da alta performance<br />

isso fica mais ainda mais evidente, já que graças ao desenvolvimento<br />

de novas tecnologias, principalmente o uso da eletrônica em<br />

diversos componentes antes controlados mecanicamente, os carros<br />

ficaram bem mais rápidos, constantes, com uma durabilidade bem<br />

maior, mas isso também tem seu lado negativo. O investimento<br />

inicial pra se montar um motor de alto padrão dotado de todos os<br />

recursos eletrônicos disponíveis hoje é consideravelmente mais alto<br />

e alguns consideram que a tocada do motorista/piloto e o talento<br />

do preparador não sejam tão importantes quanto era antigamente.<br />

Há cerca de 10 anos um carro top, de rua ou pista, tinha belos<br />

carburadores Weber, acertados com muito trabalho pelo preparador,<br />

que tinha que testar inúmeras opções de giclês, canetas etc., no<br />

máximo alguns bicos suplementares controlados por pressostato no<br />

caso dos turbos mais fortes e aos poucos o preparador ia criando<br />

um acerto “na unha” como se costumava dizer. As ferramentas de<br />

trabalho eram chaves de boca, fenda, alicate, e não data loggers<br />

e notebooks. Seja como for, assim como existem os que são a favor<br />

da modernidade dos downloads de MP3, ainda existem inúmeros fãs<br />

de discos de vinil, que não dispensam boa música tocada em um<br />

toca discos. Em se tratando de preparação, também existem os que<br />

preferem abdicar de toda tecnologia e as facilidades da eletrônica e<br />

mantém seus motores carburados, com distribuidor e todo o charme<br />

das décadas anteriores. O empresário Sidney Bernardo Koppe (48)<br />

proprietário do Opala Comodoro 1980 branco e o mecânico Mateus<br />

Cetnarski (38) dono do Opala Comodoro 1977 verde são grandes<br />

adeptos da velha escola dos motores preparados e você irá conferir<br />

essas verdadeiras raridades em detalhes:


Preparação séria e acabamento primoroso fazem deste Opala um dos mais bem executados do país.<br />

Tripla de Weber, comando Crane 310-320, ignição MSD 6AL e distribuidor Billet da mesma marca.<br />

Opala Comodoro 1980<br />

Olhar o belíssimo exemplar de Sidney por fora e com o<br />

motor desligado é como estar de volta aos anos 80. O carro foi<br />

completamente restaurado seguindo a risca o padrão de época em<br />

todos os detalhes, utilizando exclusivamente peças originais GM e o<br />

resultado é de dar inveja a muitos carros placa preta por aí. Agora,<br />

quando o motor está ligado logo se percebe que de original aquele<br />

ronco não tem nada. Apesar de apreciar carros antigos originais,<br />

inclusive possuindo e mantendo um Diplomata cupê 88 todo original,<br />

após observar o trabalho do preparador Rodrigo Kovalek da oficina<br />

ROTEK, Koppe decidiu partir para uma preparação aspirada em seu<br />

Comodoro, mas teria de ser um motor montado como na época em<br />

que seu carro era foi fabricado.<br />

Isso significa basicamente o seguinte em um Opala: motor 6<br />

cilindros em linha com pistões do Opala 4 cilindros, dando origem<br />

ao famoso 4.400 (exatos 4.363 cc), com uma bela bancada de 3<br />

carburadores Weber 40 IDF e um comando que é figurinha carimbada<br />

dos 6 cilindros brutos: o saudoso Crane 310º x 320º (248º x 258º @<br />

0.50). Válvulas de admissão da Chevrolet Brasil (49,2mm), molas,<br />

pratos e travas todos são Iskenderian.<br />

30


Além de muito bem montato o carro conta com acessórios da época. O jogo de rodas Scorro ainda<br />

é um dos mais cobiçados entre os “Opaleiros”. Sem dó nem piedade, este carro foi feito para brigar.<br />

Opala Comodoro 1977<br />

Mateus é proprietário desse belo exemplar a quase 15 anos, e<br />

como um casamento que presa a fidelidade e respeito, esse foi, é e<br />

será seu único Opala. Por isso o Comodoro 77 recebe todo carinho e<br />

atenção do proprietário, mas isso não quer dizer que ele não coloque<br />

o seu carro para moer. O mecânico já participou até de arrancadas<br />

na terra com o carro, mas acalmem-se: isso foi antes do Opala passar<br />

por uma reforma completa que o deixou no estado invejável que<br />

é possível conferir nas fotos. No exterior, somente as belas e raras<br />

rodas Dragster aro 15 não são originais de fábrica, mas tratam-se de<br />

cobiçados acessórios de época que fazem os olhos dois mais velhos<br />

brilharem!<br />

Como mecânico, o próprio Mateus realizou o prazeroso trabalho<br />

de montar o motor de seu cupê 77, que segue o mesmo principio<br />

do cupê 80 de Sidney, mas com um pouco mais de brutalidade.<br />

As diferenças estão nos carburadores, que são Weber 44 IDF e no<br />

cabeçote, que trata-se de um desejado 586, que permite mais<br />

liberdade na preparação da peça, serviço executado pela Retifica<br />

Hercules. O comando de válvulas é um Iskenderian 290º x 290º (242º<br />

x 242º @ 0.50).<br />

De resto ambos os carros contam com parte de transmissão<br />

idêntica: o bom e velho Clark 260 F e diferencial Dana 30 no Opala<br />

branco e 40 com blocante no verde.<br />

Não importa se você é da época da injeção eletrônica e nunca<br />

ouvir falar em giclê, mas fique atento, pois mesmo com toda<br />

tecnologia de seu carro, esses velhinhos estão em muito boa forma.<br />

Portanto se você estiver nas ruas de Curitiba e avistar um desses<br />

belos cupês passeando por aí, cuidado, pois apesar da aparente<br />

originalidade, o 4.400 está lá, pronto para responder com as 6<br />

borboletas das senhoras italianas junto ao ronco do 6X2 a qualquer<br />

momento!


OPALA 4400<br />

Ficha Técnica<br />

Nome<br />

Sidney Bernardo<br />

Koop<br />

Preparador<br />

Rodrigo Kovalek<br />

Motor:<br />

Cabeçote:<br />

Pistões:<br />

GM 6 cilindros<br />

GM - Rodrigo Kovalek<br />

101,6mm<br />

Bielas: GM 5,7”<br />

Virabrequim:<br />

Comando:<br />

GM 89,7mm<br />

Crane 310ºx320º<br />

Molas: Isky 6005<br />

Escapamentos:<br />

Carburador:<br />

Coletor de<br />

Admissão:<br />

Ignição<br />

Distribuidor:<br />

Bobina:<br />

Combustível:<br />

Transmissão:<br />

Shalom<br />

3 Weber 40IDF<br />

Drako<br />

MSD 6AL<br />

MSD<br />

Mallory<br />

Álcool<br />

Clark 260F<br />

Embreagem:<br />

Amortecedores:<br />

Diferencial: Dana 30<br />

Bomba de<br />

combustível:<br />

Pneus:<br />

Platô GM disco 6 pastilhas<br />

Cofap Turbo Gas<br />

GTI<br />

225/60 R14<br />

32


Ficha Técnica<br />

OPALA 4400<br />

Motor:<br />

Cabeçote:<br />

Pistões:<br />

GM 6 cilindros<br />

GM - Retifica Hercules<br />

101,6mm<br />

Bielas: GM 5,7”<br />

Virabrequim:<br />

GM 89,7mm<br />

Comando: Iskenderian 290º<br />

Molas: Isky 6005<br />

Escapamentos:<br />

Carburador:<br />

Coletor de<br />

Admissão:<br />

Ignição<br />

Distribuidor:<br />

Bobina:<br />

Combustível:<br />

Transmissão:<br />

Shalom<br />

3 Weber 44IDF<br />

Engine<br />

MSD 6AL<br />

MSD<br />

Mallory<br />

Álcool<br />

Clark 260F<br />

Embreagem:<br />

Amortecedores:<br />

Diferencial: Dana 30<br />

Bomba de<br />

combustível:<br />

Pneus:<br />

Platô GM disco 6 pastilhas<br />

Cofap Turbo Gas<br />

GTI<br />

205/55 R15 BF Goodrich<br />

Nome<br />

Mateus Cetnarski<br />

Preparador<br />

Mateus Cetnarski


A GRANDE FAMÍLIA<br />

Apoiado por todos os membros de sua família, Rodrigo A. Barra decide preparar a Caravan 78 para provas de arrancada<br />

no interior paulista e competições no Drag Race Interlagos.<br />

Vinícius AirPower<br />

Monster Magnet - Space Lord<br />

A família é a base de tudo. Essa batida frase é levada muito a sério<br />

pelo motorista particular Rodrigo Augimeri Barra, vulgo “Alemão”. A<br />

formação inicial de caráter de qualquer pessoa, suas atitudes e gostos<br />

vem do que se aprendeu com seus pais e irmãos. Alemão cresceu<br />

andando de 6 cilindros. Seu pai é o feliz proprietário de uma Caravan<br />

79 que pertence a ele desde que se conhece por gente. Sem falar que<br />

seu progenitor levava o então pequeno Rodrigo às saudosas etapas do<br />

campeonato paulista de arrancada, que aconteciam no autódromo de<br />

Interlagos, onde o menino teve a oportunidade de assistir hipnotizado<br />

às puxadas da lendária Caravan #135 do piloto e preparador Geraldo<br />

Jafet, que competia pela categoria TTO, equivalente à atual STT.<br />

Desde então seu sonho sempre foi montar uma Caravan que tivesse<br />

um desempenho e um ronco no mínimo semelhantes aos da Caravan<br />

#135 que, conforme conta, até hoje guarda na memória: “Lembro<br />

como se fosse hoje. Aquela marcha lenta embaralhando e o berro<br />

quando o pinheirinho descia. Só de lembrar já fico até arrepiado!”.<br />

Em uma das visitas que fez à saudosa feira de antigos e<br />

especiais que ocorria toda sexta feira à noite em frente ao estádio<br />

36


do Pacaembu (SP), Rodrigo viu uma bela Caravan 1978 de cor<br />

bege areia com interior monocromático, em estado impecável de<br />

conservação e ficou namorando o exemplar, que até então não estava<br />

à venda. Alguns meses depois, conforme quis o destino, em uma<br />

concessionária próxima a casa do adolescente, que possuía apenas<br />

17 anos, adivinhem quem apareceu com placa de venda: sim, a<br />

mesma Caravan 78 que ele havia namorado no evento noturno. Já<br />

que não trabalhava e, portanto não tinha condições de adquirir o<br />

tão sonhado modelo, Alemão recorreu a seus pais, mas a resposta<br />

foi categórica: não! Mesmo sendo um entusiasta dos 6 cilindros em<br />

linha, o pai do menino alegou que um veículo desses na mão de um<br />

adolescente que sequer habilitação tinha seria muito perigoso. Mas<br />

ao ver a decepção de seu filho, mesmo contra a vontade do marido,<br />

a mãe de Rodrigo arrematou a Caravan e foi conduzindo o carro até<br />

a porta de sua escola para entregar o presente ao filho. A partir de<br />

então sua vida mudou: não importava o dia ou a hora, tudo o que<br />

conseguia pensar era em sua Caravan na garagem, esperando que<br />

tirasse sua habilitação. Todo dinheiro que conseguia era destinado


à wagon e assim começaram os up grades na mecânica, já que o<br />

restante do modelo era zerado e só pediu um banho de tinta para<br />

ficar impecável.<br />

Foi cursando o Técnico em Automobilística que Alemão conheceu<br />

seu atual preparador, Arthur Lima, o responsável pela oficina W.O.T<br />

Preparações, localizada na zona norte de São Paulo. A primeira<br />

montagem do motor foi realizada em uma oficina de grande renome,<br />

mas que só trouxe dores de cabeça, inclusive com uma quebra que<br />

obrigou Rodrigo a ficar dois anos se recuperando financeiramente<br />

para montar um novo motor. Foi então que levou seu carro até a<br />

oficina de Arthur, onde juntos criaram um conjunto simples, mas<br />

com atenção aos pequenos detalhes que realmente fazem diferença,<br />

mostrando-se extremamente competente no que se propõe, que<br />

é ser um carro de rua de verdade, capaz de ir e voltar rodando a<br />

encontros de Opalas, inclusive em cidades vizinhas de São Paulo, e<br />

não fazer feio nas pistas para carros de rua nos rachas organizados<br />

nos autódromos.<br />

Trata-se de um 4.100 cc, que ainda usa o conjunto móvel original,<br />

com pistões Metal Leve 0,40 com cavas feitas artesanalmente, câmaras<br />

de combustão polidas e equalizadas, bielas 5,7” e virabrequim com<br />

damper Power Tech. Maior atenção foi dada ao cabeçote, que possui<br />

válvulas Manley Race Flow com 1,94” na admissão e 1,60” no escape<br />

com 3 ângulos em cada sede, tuchos mecânicos Crower e o clássico<br />

comando 763 da mesma marca, que é assimétrico, possui 304º na<br />

admissão e 310º no escape e faixa de giro entre 3.500 e 7.000 RPM,<br />

que junto a uma solitária Weber 44 IDF e um coletor de escape 6X2<br />

Preparada de forma simples e bastante eficiente a Caravan tem chamado a atenção por onde passa.<br />

O próximo passo será a instalação de uma tripla de Weber para deixar o motor ainda mais potente.<br />

Se assim o carro já dá algumas “empinadas” na rua, imaginem depois das alterações!<br />

46


que termina embaixo da parece corta fogo, garantem um ronco<br />

incomparável. Não importa se você gosta de AP, V8 ou motor elétrico,<br />

o negócio impõe respeito (confira digitando “Caravan aspirada WOT”<br />

no YouTube ). A taxa de compressão é de 12,4:1 queimando álcool.<br />

Que Rodrigo é um grande fã dos motores 6 cilindros em linha<br />

já ficou claro, mas outra preferência do Opaleiro são os motores<br />

aspirados, que ele diz jamais abrir mão, mas como os turbos estão<br />

vindo para cima e as coisas estão ficando difíceis para o “linguição”<br />

naturalmente aspirado, já estão na manga tripla carburação Weber<br />

<strong>45</strong> DCOE (as famosas “deitadas”) que funcionarão com metanol,<br />

pistões e bielas forjadas, e se for necessário, um kit nitro com uns<br />

150 cv só para garantir no final da reta. Já a nova suspensão traseira<br />

do carro, com barras de tração construídas pelo preparador Arthur,<br />

junto com o conjunto de rodas Weld Pro Star e pneus Hoosier DOT<br />

Drag Radial, garantem uma bela tração na hora H.<br />

A Caravan finalmente fará sua estreia na próxima edição do Treino<br />

Livre em Interlagos no dia 10 de agosto e piloto e preparador esperam<br />

virar ao menos 8 segundos baixos com a configuração atual no asfalto<br />

quase sem grip do autódromo paulistano. Na arquibancada, além da<br />

esposa, que inclusive chegou à igreja no dia do casamento dos dois a<br />

bordo do carro, estarão também os pais de Alemão apoiando o filho.<br />

Isso que é família unida!


CARAVAN ASPIRADA<br />

Ficha Técnica<br />

Motor:<br />

GM 250 6 cilindros<br />

Cabeçote: W.O.T. - 1,94”x1,60” Manley<br />

Pistões: Originais 98,4mm<br />

Bielas: Originais 5,7”<br />

Virabrequim: Original 89,7mm<br />

Comando: Crower 304x310<br />

Ignição: MSD 6 AL<br />

Bobina: MSD Blater 2<br />

Distribuidor: MSD Pro Billet<br />

Cabos de velas: MSD<br />

Carburador: Weber 44 IDF<br />

Bomba de Holley Black<br />

combustível<br />

Transmissão: Clark 260F 4 marchas<br />

Nome<br />

Rodrigo Augimeri<br />

Barra<br />

Preparador<br />

Arthur Lima<br />

W.O.T preparações<br />

Embreagem:<br />

FF Embreagens<br />

Diferencial: Dana 30<br />

Bloqueio:<br />

Barras de<br />

tração:<br />

Pneus:<br />

Rodas:<br />

Solda<br />

W.O.T Preparações<br />

D 24x5 - T 225x50 15 Hoosier<br />

Weld Pro Star<br />

40


PEDREIRA<br />

No termo popular esportivo quando um competidor tem um adversário de nível elevado dizem que a competição<br />

será uma pedreira. Um trabalho tão duro e difícil de realizar quanto ao de quebrar pedras com as mãos. Considere<br />

estes dois opalas da categoria Standard como verdadeiras rochas, das mais difíceis de serem quebradas.<br />

Evandro Lima<br />

42


#5001<br />

Eu sempre sonhei em poder escolher um local inusitado para<br />

fotografas os carros para a Tech Speed. Locações são difíceis e o<br />

trabalho em fotografar carros fica cada vez mais complicado. Sempre<br />

quando ligo ao proprietário de algum carro de matéria pergunto<br />

se tem ou conhece algum local bacana para as fotos, e desta vez<br />

recebi um presente quando o Rodrigo me disse que trabalhava em<br />

uma pedreira. Obviamente confirmei o local na hora. Eu nunca havia<br />

conhecido uma pedreira, jamais imaginava a quantidade de máquinas<br />

e equipamentos para literalmente “movimentar” pedras. Ao chegar<br />

ao local fiquei extasiado, é lindo, mesmo quando a mineradora está<br />

a pleno vapor com toda a movimentação de caminhões gigantescos e<br />

máquinas de deixar qualquer fã de mecânica com os olhos brilhando.<br />

Ao final do dia, o silêncio invade o local, e transforma o que já é belo<br />

em maravilhoso.<br />

Uma das vantagens em fotografar e fazer matérias sobre carros<br />

é de conhecer as pessoas que formam todo o contexto da história.<br />

Preparadores, pilotos, auxiliares e às vezes até mesmo membros<br />

da família como pais e irmãos. Desde o início da Tech Speed venho<br />

levando muita sorte nesse sentido em conhecer pessoas bacanas.<br />

Neste caso em especial conheci os irmãos gêmeos Rodrigo e Rudimar,<br />

que decidiram transformar dois Opalas quase que idênticos em<br />

verdadeiras máquinas de arrancada.<br />

Os Opalas foram comprados e restaurados em tempos diferentes,<br />

cada um com suas peculiaridades de dificuldades no caminho. Quem<br />

está no ramo sabe das dificuldades de encontrar peças na restauração<br />

dos Opalas, principalmente de acabamento para os modelos abaixo<br />

de 75. Após alguns anos de muito trabalho os dois Opalas ficaram<br />

prontos. Rudimar é dono do Opala 1974 “meio teto” em vinil e o<br />

Rodrigo do Opala 1973 com “teto inteiro” em vinil. Gêmeos quase<br />

idênticos, os Opalas idem.<br />

44


#144<br />

Os dois Opalas participam em provas regionais no Paraná na<br />

categoria Standard 6-8 cilindros. A categoria não permite exageros<br />

e é bem limitada em relação à alimentação, eletrônica e tração.<br />

Nessa categoria a potência dos motores e desempenho dos carros<br />

são bem equilibrados devido ao regulamento restrito e os “pegas”<br />

são sensacionais. A grande diferença está na remoção dos “pelos”<br />

na preparação do motor e dos carros, tão importante quanto a<br />

tocada dos pilotos. Ambas mecânicas dos Opalas são muito parecidas<br />

e possuem o mesmo preparador. Anderson Beilner é o responsável<br />

em remover os “pelos” e transformar com sucesso estes dois carros<br />

em foguetes de 201 metros na categoria. Gêmeos até na preparação<br />

dos motores em termos de equipamento e preparador. Os motores<br />

contam com pistões forjados da americana JE na medida de 0,60”,<br />

montados com anéis Total Seal. As bielas são originais com 5.7<br />

polegadas de distância entre centros no virabrequim original GM. Os<br />

dois cabeçotes também foram preparados pelo Basílio de Cascavel,<br />

com válvulas de admissão de 1,94” e escapamento de 1,6” possuem<br />

126 cfm de fluxo medidos a 10” na admissão. Devido à restrição do<br />

regulamento, ambos são alimentados por carburadores Weber de<br />

duplo corpo com borboletas de 44 mm, e operam com comandos<br />

Crower 304 x 310 graus.<br />

Os resultados nas pistas tem sido excelentes para os pilotos.<br />

Rudimar é um pouco mais rápido que o irmão “mais velho”, fez com<br />

o “meio teto” 2s048 nos 60 pés e 8s150 no final dos 201 metros.<br />

Rodrigo sai mais rápido desde o nascimento, 1s940 e final de 8,232.<br />

Obviamente, o sarro come!<br />

Obrigado Rodrigo e Rudimar, conhecer vocês com toda a educação<br />

e humildade que possuem de berço, os Opalas maravilhosos e a<br />

pedreira que dispensa comentários foi uma experiência impar em<br />

minha vida! Valeu!


OPALA #144<br />

Ficha Técnica<br />

Nome<br />

Rodrigo Tondo<br />

Preparador<br />

Anderson Alfredo<br />

Beilner<br />

(<strong>45</strong>) 3038 7571<br />

Motor:<br />

GM 250 6 cilindros<br />

Cabeçote: Basilio - 1,94”x1,60” - 126 cfm’’<br />

Molas de válvulas:<br />

Iskenderian 6005<br />

Pratos de Iskenderian<br />

molas:<br />

Pistões: Dome JE 99,8 mm<br />

Bielas: Originais 6”<br />

Virabrequim: Original 89,7mm<br />

Comando: Crower 304x310<br />

Ignição: MSD 6 AL<br />

Bobina: MSD Blater SS<br />

Distribuidor: Original<br />

Cabos de velas: Accel<br />

Carburador: Weber 44 IDF<br />

Bomba de Holley<br />

combustível<br />

Transmissão: Clark 260F 4 marchas<br />

Embreagem:<br />

Displato<br />

Diferencial: Dana 44<br />

Bloqueio:<br />

Solda<br />

Pneus: Goodyear Excellence D - 185/65<br />

T - 205/60<br />

Coletor de Engine<br />

admissão:<br />

Coletor de Giba 6x2<br />

escapamento:<br />

Combustível: Etanol<br />

Lubrificante: Castrol GTX 20w50<br />

RPM máx: 7500<br />

Tempo de pista 8,232 segundos<br />

201mts:<br />

46<br />

Rodas:<br />

Summit Star


OPALA #5001<br />

Ficha Técnica<br />

Motor:<br />

GM 250 6 cilindros<br />

Cabeçote: Basilio - 1,94”x1,60” - 126 cfm’’<br />

Molas de válvulas:<br />

Iskenderian 6005<br />

Pratos de Iskenderian<br />

molas:<br />

Pistões: Dome JE 99,8 mm<br />

Bielas: Originais 6”<br />

Virabrequim: Original 89,7mm<br />

Comando: Crower 304x310<br />

Ignição: MSD 6 AL<br />

Bobina: Mallory<br />

Distribuidor: Original<br />

Cabos de velas: Accel<br />

Carburador: Weber 44 IDF<br />

Bomba de GTi<br />

combustível<br />

Transmissão: Clark 260F 4 marchas<br />

Embreagem:<br />

Displato<br />

Diferencial: Dana 44<br />

Bloqueio:<br />

Solda<br />

Pneus: Goodyear Excellence D - 185/65<br />

T - 205/60<br />

Coletor de Engine<br />

admissão:<br />

Coletor de Dudu escapamentos 6x2<br />

escapamento:<br />

Combustível: Etanol<br />

Lubrificante: Castrol GTX 20w50<br />

RPM máx: 7500<br />

Tempo de pista 8,150 segundos<br />

201mts:<br />

Nome<br />

Rudimar Tondo<br />

Preparador<br />

Anderson Alfredo<br />

Beilner<br />

(<strong>45</strong>) 3038 7571<br />

Rodas:<br />

Scorro Dragster


FAIXA PRETA<br />

O preparador Rodrigo Kovalek já é um velho conhecido dessa publicação. Na edição 02 de Tech Speed nos apresentou um<br />

belíssimo Opala Comodoro. Desta vez Rodrigo nos brinda com um Chevrolet Caravan SS 1979, digna do último Dan da faixa<br />

preta!<br />

Evandro Lima<br />

50


Se existe unanimidade entre os admiradores da linha Opala e<br />

Caravan os modelos SS estão no topo. São sem sombra de dúvidas os<br />

mais cobiçados entre todos os modelos. Os fanáticos por performance<br />

chegam a encher os olhos quando avistam um modelo da estirpe<br />

SS em boas condições. Hoje em dia os modelos SS passaram a ser<br />

considerados raridades e o valor já chega a estratosfera. Encontrar<br />

um modelo em boas condições é uma missão complicada que exige<br />

tempo, paciência e algumas solas de sapato na procura e se der sorte<br />

encontrar um colecionador disposto a se desfazer de um exemplar.<br />

E foi justamente o que aconteceu com o Adriano Franco de Curitiba-<br />

Pr, atual dono da mais bandida entre as Caravan de rua em Curitiba.<br />

Fanático por Chevrolet Adriano escolheu a dedo o modelo SS para ser<br />

restaurado e preparado. Foi buscar pessoalmente nas mãos de um<br />

colecionador em São Bento do Sul-SC a raridade dos sonhos. O carro<br />

já foi comprado em boas condições, era um SS legítimo e com motor<br />

original de 4 cilindros. Em Curitiba e nas mãos do Adriano o carro foi<br />

deixado aos cuidados da RT restaurações, onde foi completamente<br />

desmontado e restaurado nos mínimos detalhes. Já a parte mecânica<br />

foi executada pela preparadora Rotek. Ambas as empresas são<br />

experts em devolver a vida aos carros antigos e realizar sonhos com<br />

uma qualidade espantosa.<br />

Após o término da restauração que levou cerca de um ano e meio<br />

o carro seguiu para a Rotek para receber os componentes mecânicos.<br />

Um novo motor de 6 cilindros já devidamente preparado aguardava<br />

a chegada da Caravan, assim como a transmissão Clarck 260-F com<br />

direito a engrenagens forjadas e engate rápido, diferencial Dana 44 e<br />

todos os detalhes em acabamento no cofre do motor, tudo realizado<br />

pela Rotek. O bloco do motor é da última fase dos Opalas, onde a<br />

gaxeta deu lugar ao retentor no mancal traseiro. O 6 cilindros foi<br />

montado com componentes internos forjados. Os pistões são do tipo<br />

dome fabricados pela americana JE com 101,6mm de diâmetro, com<br />

anéis Total Seal. As bielas também forjadas também são importadas,<br />

da marca Scat com 6 polegadas entre centros, tudo feito para<br />

suportar abusos. O cabeçote foi preparado pela empresa Benato<br />

Racing também de Curitiba que tem tradição e um histórico de<br />

sucesso nas competições de provas de arrancada. Molas de válvulas,<br />

pratos, travas e válvulas de admissão com 49,2mm e escapamento<br />

com 38,1mm foram providenciadas para que o motor pudesse<br />

render mais e com confiabilidade garantida para alcançar 7500 RPM.<br />

Apesar de ter potência de sobra e componentes dignos de um carro<br />

de corridas, ele é utilizado somente em passeios esporádicos para<br />

esticar os músculos e aparições em eventos de alguns clubes. Adriano<br />

faz questão de ir e voltar com a Caravan em todos e dirigindo, nada<br />

de carretinha ou plataforma, vai e volta como todo carro deve ir,<br />

rodando sobre os próprios pneus. Ver este carro de perto foi algo<br />

fantástico. Observar a qualidade da restauração aliada à escolha<br />

da preparação me deixou entusiasmado. O funcionamento do carro<br />

é áspero, tão imponente que intimida só pelo barulho do motor. O<br />

Chevrolet Caravan aqui mostrado aos leitores é um carro maravilhoso<br />

de ser admirado. Mas não se engane, é belo, rápido e mortal como<br />

um golpe preciso aplicado por um mestre.<br />

52


CARAVAN ASPIRADA<br />

Ficha Técnica<br />

Nome<br />

Adriano Franco<br />

Preparador<br />

Rotek<br />

(41)9641-4100<br />

Motor:<br />

GM 250 retentor<br />

Diâmetro x curso 101,6 x 89,7 mm<br />

Pistões:<br />

JE<br />

Anéis:<br />

Total Seal<br />

Bielas: Scat 6”<br />

Cabeçote: Benato Racing<br />

Válvulas:<br />

49,2x39,1 mm<br />

Comando: Crower 310x320<br />

Escapamento:<br />

Alimentação:<br />

Ignição:<br />

Bobina:<br />

Distribuidor:<br />

Bomba de combustível:<br />

Regulador:<br />

Transmissão:<br />

Engrenagens:<br />

Embreagem:<br />

Shalon<br />

Carburado -Weber 3x40 IDF<br />

MSD 6Al<br />

Mallory<br />

MSD<br />

Holley HP 650<br />

Holley<br />

Clarck 260F<br />

Recuperg engate rápido<br />

Displatec Pró Street - multidisco<br />

Diferencial: Dana 44<br />

Blocante:<br />

F1000<br />

Amortecedores: Turbogás COFAP<br />

Pneus:<br />

Rodas:<br />

Coletor de<br />

escapamento:<br />

Combustível:<br />

BF Goodrich - 225/60 R14<br />

Chevrolet SS<br />

Giba 6x2<br />

Etanol<br />

54


56


OBJETO DE DESEJO<br />

Poucas coisas podem se superar a realização em ter um carro que sempre sonhou. Conseguir “garimpar” um veículo de<br />

acordo com as características desejadas pode levar muito tempo e algumas desilusões.<br />

Evandro Lima


Cleverson José da Cruz procurou por vários anos um modelo<br />

específico de Opala. Safra de 74, cor Caju, série De Luxo com teto<br />

inteiro em vinil na cor preta. Por sorte um amigo que possui uma<br />

garagem ligou dizendo que um Opala com as características exigidas<br />

havia entrado como pagamento de outro negócio. Mais que feliz com<br />

a notícia imediatamente foi à garagem para ver o Opala. A primeira<br />

impressão foi impactante, o carro era perfeito em todos os detalhes<br />

e pouca coisa seria necessária para deixá-lo em perfeitas condições.<br />

Carro examinado e com a baba escorrendo pela boca fez a oferta e,<br />

infelizmente, não saiu o negócio. Para piorar ainda mais a situação<br />

do Cleverson o carro foi vendido alguns dias depois, uma desilusão<br />

tremenda para quem estava já “dando pulos” para concretizar o<br />

negócio. Após alguns meses o mesmo carro retorna à mesma garagem,<br />

só que em uma situação diferente da anterior. Para concretizar o<br />

negócio o Opala precisava entrar “comprado” por outro, e foi aí que<br />

o sonho se realizou.<br />

Com o carro em mãos Cleverson partiu para a restauração dos<br />

pequenos detalhes. A pintura estava em perfeitas condições, apenas o<br />

cofre foi pintado novamente antes da instalação do motor preparado<br />

para que tudo ficasse na mais perfeita ordem. Internamente o painel<br />

clássico e bancos individuais são os originais do carro, bem como os<br />

acabamentos das portas e demais partes que compõem toda a interna<br />

do carro. O friso externo na porta é um acessório de época, feito em<br />

aço inoxidável para proteção das quinas em eventuais “esbarros” em<br />

estacionamentos. Apesar de ser um acessório e o carro jamais ficar<br />

em “áreas de risco” Cleverson não dispensou a proteção de época.<br />

preparação e foi equipado com válvulas de 49,2mm na admissão e<br />

38,1 no escapamento para atribuir maior fluxo ao motor. O comando<br />

de válvulas é um Crane 310 x 320 graus, um dos preferidos pelos<br />

entusiastas Opaleiros e de rendimento mais do que comprovado nas<br />

pistas. Apesar da lenta embaralhada denunciando que existe “vida”<br />

sob o capô a aparência externa evoca saudosismo, inclusive nos<br />

“mais experientes”, pois este modelo de carro foi sonho de consumo<br />

de uma geração inteira. Externamente só as rodas foram substituídas<br />

por modelos Cragar, também da década de 70, que combinaram<br />

perfeitamente com o carro. Um verdadeiro Opala de corpo e alma!<br />

A Rotek foi quem fez toda a preparação e montagem da<br />

mecânica do carro. A tradicional receita do motor 4400 com a<br />

tripla de carburadores duplos foi aplicada com sucesso. O cabeçote<br />

preparado pela Benato Racing também faz parte do conjunto da<br />

58


techspeed | ano 01 | #04


OPALA ASPIRADO<br />

Ficha Técnica<br />

Nome<br />

Cleverson J. da<br />

Cruz<br />

Preparador<br />

Rotek<br />

(41) 9641 4100<br />

Motor: GM 250<br />

Transmissão:<br />

Embreagem:<br />

Clark 260F 4 marchas<br />

Displatec 6 pastilhas<br />

Diferencial: Dana 30<br />

Diâmetro x 101,6x89,7 mm<br />

curso:<br />

Pistões: Metal Leve com dome<br />

Bielas: Originais 5,7”<br />

Cabeçote: Benato Racing<br />

Válvulas: 49,2x39,1 mm<br />

Comando: Crane 310x320<br />

Escapamento: German 6x2<br />

Alimentação: Carburado - EMPI IDF 40<br />

Ignição: MSD 6Al<br />

Bobina: MSD<br />

Bomba de combustível:<br />

GTi<br />

Dosador: HP<br />

Combustível: Etanol<br />

Amortecedores:<br />

Turbogás COFAP<br />

Pneus:<br />

Rodas:<br />

BF Goodrich 225/60 R14<br />

Cragar<br />

60


ESTRANHA NO NINHO<br />

Caravan aspirada nitro surpreende os desavisados e despacha muitos turbos para casa mais cedo no Drag Race 2013<br />

Vinícius AirPower<br />

62


Quem participa ativamente do meio da alta performance nacional,<br />

principalmente do eixo sul-sudeste sabe a proporção que tomaram as<br />

arrancadas para carros de rua disputadas em autódromos. É raro ver<br />

uma etapa em que menos de 100 carros participaram da competição,<br />

isso sem falar nas arquibancadas, que estão sempre cheias, com um<br />

público que está interessado em ver puxadas de carros improváveis,<br />

como Gordini e Versailles, ou mesmo carros bem mais comuns, como<br />

um Opala turbo contra um Opala aspirado, uma cena impossível de se<br />

ver na arrancada devido ao regulamento e a divisão por categorias.<br />

Mas justamente graças a essa ausência de separação por motorização<br />

(aspirado ou turbo), é extremamente raro encontrar quem se<br />

aventure nessas competições com um motor aspirado, visto que os<br />

sobrealimentados hoje alcançam potências absurdas e alcançam os<br />

resultados mais facilmente. Sorte que ainda existem entusiastas que<br />

remam contra a maré e se destacam no meio da multidão, alinhando<br />

sem medo de ser feliz, pois além de ver quem chega na frente no<br />

final da reta, o importante é buscar sempre o desenvolvimento do<br />

conjunto e a consequente melhora nos tempos de pista. Conheçam<br />

Marcio Caffeu e sua bela Caravan 1988, um típico exemplo do caso<br />

citado acima.<br />

Marcio, que junto ao preparador Gustavo “Alemão”, é sócio da<br />

oficina Victória Racing, localizada na zona sul de São Paulo. Possui<br />

este carro há vinte e cinco anos, mas a atual configuração só foi<br />

montada há quatro meses e ainda encontra-se em desenvolvimento,<br />

principalmente no quesito tração. Mesmo sendo um carro aspirado,<br />

teoricamente mais fácil de transferir a potência para o chão, quando<br />

falamos de um tração traseira montado de 1.490 kg com motor<br />

na dianteira, a suspensão faz muita diferença. Mesmo nessa fase,<br />

a Caravan já mandou muito carro turbo para casa mais cedo, com<br />

o melhor tempo de 8.004s a 147km/h nos 201 metros da reta de<br />

Interlagos durante o 5º Treino Livre 2013. Esse tempo garantiu a 8ª<br />

colocação entre 35 carros, sendo que do 7º ao 1º colocado, todos<br />

64


Ficha Técnica<br />

Nome:<br />

Marcio Caffeu (Batata)<br />

Preparador:<br />

Gustavo Alemão – victoriaracing@gmail.com<br />

Motor:<br />

GM 250 6 cilindros<br />

eram turbinados. O mesmo se repetiu na 6ª etapa do Treino Livre 2013, onde o<br />

tempo de 8.108s a 152km/h garantiu a 6ª colocação entre 17 competidores. Ou<br />

seja, aqui o aspirado impõe respeito!<br />

Debaixo de um capô com um scoop construído especialmente para abrigar as 6<br />

belas e imponentes cornetas da tripla de Weber 44, um poderoso Seizão repousa.<br />

Com 4.800 cc de deslocamento, obtidos graças a pistões forjados JE de 4”, bielas<br />

forjadas Scat e virabrequim cursado, um conjunto reforçado para aguentar a<br />

patada de 200 cv de nitro que são injetados por um kit nitro NOS com dois cilindros<br />

acomodados no cavernoso porta malas da wagon. Garantindo a alimentação da<br />

usina, uma bomba de combustível Holley Black para o metanol e uma Holley Blue<br />

para o nitro.<br />

O cabeçote é uma unidade original de ferro e recebeu trabalho da Auto Fluxo<br />

Cabeçotes Especiais de acordo com as especificações de Gustavo. Válvulas Manley,<br />

comando de válvulas Crower Roller 308ºx316º, pratos de titanium da mesma<br />

marca e molas e travas Iskenderian são responsáveis por uma subida de giros nada<br />

educada. Tive o prazer de dar uma voltinha no brinquedo e lhes digo: o sistema<br />

é bruto! O giro sobe muito rápido, o ronco do escape 6x2 em inox fabricado pela<br />

German impõe respeito e o cheiro de metanol arde o nariz e os olhos, ou seja:<br />

perfeito! Hehehe. Distribuidor, cabos de vela, módulo (6AL) e módulo de retardo de<br />

ponto, para quando o nitro é acionado, são todos da MSD. A bobina é uma Mallory<br />

Promaster e as velas são NGK Iridium.<br />

Em conjunto com o Serginho da Impacto, foi desenvolvida uma suspensão<br />

traseira com ladder bar com amortecedores coilover que tratam de manter os<br />

pneus Goodyear SS 275/60R15 montados em rodas Weld Pro Star tala 10” no chão<br />

quando o pé afunda no acelerador. Todas buchas e a suspensão dianteira também<br />

foram construídas pela Impacto. O câmbio é um clássico Clark 260F 4 marchas<br />

com diferencial Dana 44, blocante Spool Sapinho e eixos encurtados para manter<br />

o conjunto de rodagem dentro das caixas de rodas. A embreagem é uma Displatec<br />

Multidisco e o carro conta com Line Lock para ajudar nas largadas.<br />

Agora quando alinhar na reta com seu turbão de treiquilimei de pressão, não<br />

subestime um “simples” aspirado, porque ao simples apertar de um pedal, a fúria<br />

instantânea de um motor assim pode deixar seu sobrealimentado para trás sem dó<br />

nem piedade!<br />

Cabeçote: Preparado: Victória Racing e<br />

Auto Fluxo Cabeçotes especiais<br />

Válvulas: Manley<br />

Molas de Iskenderian<br />

válvulas:<br />

Pratos de Crower titanium<br />

válvulas:<br />

Travas:<br />

Iskenderian<br />

Comando: Crower Roller<br />

Pistões: JE 4”<br />

Bielas:<br />

Scat<br />

Bronzinas: Clevite<br />

Bomba de óleo: Sead Power<br />

Ignição:<br />

MSD 6Al<br />

Bobina:<br />

Bomba de<br />

combustível:<br />

Combustível:<br />

Mallory<br />

Carburador: 3 x Weber 44<br />

Coletor de<br />

admissão:<br />

Coletor de escapamento:<br />

Transmissão:<br />

Embreagem:<br />

Eixo-cardã:<br />

Holley Black (metanol); Holley<br />

Blue (nitro)<br />

Metanol<br />

Engine<br />

German 6x2 Inox<br />

Dodge 4 marchas engate rápido<br />

Displatec Multi Disco<br />

Capital Cardans<br />

Diferencial: Dana 44<br />

Bloqueio:<br />

Spool<br />

Suspensão: Diant: original; Tras: Impacto<br />

sistema Land Bar<br />

Amortecedores: Diant. retrabalhado Impacto;<br />

Tras. Coil over Impacto<br />

Pneus: Tras. Godyear SS 275 60R 15<br />

Rodas:<br />

Potência:<br />

Melhor tempo:<br />

Agradecimentos:<br />

Weld Racing Pro Star. Diant.<br />

3,5”; Tras. 10”<br />

398cv motor + 200 nitro<br />

60ft: 2s135; 201mt: 8s004<br />

Interlagos<br />

Victoria Racing, Auto Fluxo<br />

Cabeçotes Especiais, Impacto<br />

Amortecedores Especiais e ao<br />

nosso colaborador Betão.<br />

techspeed | ano 01 | #05


PEDRA NO<br />

SAPATO<br />

Fotos e Texto: Vinicius AirPower<br />

68


“<br />

Opala turbo carburado atinge 700 cv e graças ao grande<br />

desenvolvimento incomoda oponentes com muito mais tecnologia e<br />

investimento”<br />

Um Opala turbo incomoda muita gente. Um Opala<br />

turbo carburado com 700 cv, montado grande parte<br />

na garagem de casa com a metade dos equipamentos<br />

e investimentos dos concorrentes e virando o mesmo<br />

tempo incomoda muito maais! Essa verdadeira pedra<br />

no sapato dos concorrentes tem a forma de um Opala<br />

Diplomata 1984 4 portas e pertence a Lívio Tomaz. Se<br />

você costuma acessar o YouTube à procura de vídeos<br />

interessantes de carros preparados possivelmente já<br />

viu alguma peripécia de Livio e seu Opala na internet.<br />

Isso porque o empresário paulistano não abre mão de<br />

algumas voltas na rua, inclusive com direito a burnouts<br />

de respeito.<br />

A história da dupla já é antiga. Lívio se apaixonou pelos<br />

6 cilindros ainda criança, quando acompanhava seu pai<br />

nas corridas de Stock Car, onde na época o carro oficial<br />

da categoria era o Opala. Em 2005 surgiu a oportunidade<br />

de adquirir esse exemplar de um amigo, não demorou<br />

muito tempo e o sedã já estava rodando por aí com uma<br />

preparação aspirada simples, porém eficiente. Em uma<br />

das etapas do antigo Racha em Interlagos de 2009 (atual<br />

Drag Race), o empresário conheceu o preparador Rafael<br />

Henrique da oficina Rafael Racing e após aceitar o convite<br />

para dar uma volta em seu Opala turbo, Lívio se encantou<br />

com a força do L6 turbinado e decidiu partir para uma<br />

preparação sobrealimentada. Desde então o carro<br />

vem evoluindo cada vez mais, com muitas melhorias<br />

executadas pelo próprio proprietário em sua garagem e<br />

hoje faz frente a alguns dos melhores Opalas turbo nos<br />

70


achas disputados em autódromos, tendo como melhor<br />

resultado 7s204 nos 201 metros, com parcial de 1s811s<br />

nos 60 pés e 177 km/h no final da pista de Arthur Nogueira.<br />

A base desta usina é composta por pistões forjados<br />

Iapel, bielas forjadas Scat e virabrequim original (STD),<br />

mantendo a cilindrada original de 4.097 cm3, o famoso<br />

4.100. A parte de cima é formada por um desejado<br />

cabeçote 831 equipado com válvulas de aço inox 1,94”<br />

na admissão e 1,60” no escape, molas pratos e travas<br />

Iskenderian e um comando Crower 00763, que possui<br />

duração de 304º na admissão e 310º no escape e<br />

lobe center de 107º. Sim caro leitor, este é um clássico<br />

comando utilizado em motores aspirados, mas se tornou<br />

uma das características do preparador, que sempre utiliza<br />

comando de aspirado em motores turbo. Rafael também é<br />

mestre no acerto de carburadores, e tem que ser mesmo,<br />

pois extrair 723 cv de potência a 5.600 RPM e 100 kgf.m<br />

de torque a 4.900 RPM de um motor carburado sem bicos<br />

suplementares não é uma tarefa fácil. Sim é isso mesmo,<br />

você não leu errado caro leitor: o motor é alimentado por<br />

somente 1 carburador Weber 48 IDF montado em coletor<br />

Engine sem nenhum bico suplementar e com 3 bombas<br />

de Mercedes 12 bars empurrando etanol de posto.<br />

Não se engane pelo módulo FuelTech FT300 no painel,<br />

nem pelo módulo SparkPro-6, ambos só estão lá pois a<br />

ignição é comandada por roda fônica com 6 bobinas VW<br />

Mi, livrando o motor do distribuidor e dando um toque<br />

de modernidade ao Seizão. Um turbo Garrett GT42 com<br />

carcaça fria .72 e rotor 68,5 mm, carcaça quente 1.44<br />

e eixo 78,5 mm empurra “apenas” 1,7 bar de pressão


máxima para o motor através de 2 boosters manuais que<br />

ajudam na tarefa de tracionar a barca sem controle de<br />

tração.<br />

Aliás, uma das últimas mudanças que o carro sofreu<br />

para ajudar na tração foi na parte de suspensão, onde<br />

foi adotada uma suspensão traseira ladder bar da<br />

Rápidos de Limeira, que em conjunto com pneus Hoosier<br />

275/50R15 montados em rodas Infinty modelo Pro Star<br />

tala 8” tentam passar a cavalaria para o chão. O câmbio<br />

com carcaça 260F 4 marchas possui engate rápido e<br />

engrenagens forjadas da Recuperg e a embreagem é<br />

uma multidisco Ceramic Power de 1800 lbs.<br />

Se em uma das puxadas da vida você se deparar com<br />

essa pedra no sapato, saiba que mesmo sendo um Opala<br />

4 portas, carburado e montado em casa, suas chances<br />

de tropeçar nessa pedra são grandes. O aviso foi dado,<br />

depois não adianta reclamar.<br />

Ficha Técnica<br />

Nome:<br />

Carlos Bento<br />

Preparador:<br />

Rafael Henrique – Rafael Racing – (11) 7803-4410<br />

MOTOR<br />

Motor:<br />

Cabeçote:<br />

Diâmetro das<br />

válvulas:<br />

Molas de<br />

válvulas:<br />

Pratos de<br />

válvulas:<br />

Comando de<br />

válvulas:<br />

Pistões:<br />

GM 250 - 6 cilindros<br />

Original 831 Retrabalhado por<br />

Mauricio Racing<br />

1.94 adm x 1.60 esc<br />

Isky 6205<br />

Isky<br />

Crower 304x310<br />

Iapel Flat Top 98,43 mm<br />

(anéis Metal Leve)<br />

Bielas: Scat – ARP 8740<br />

Turbo: Garret GT 42. Caixa fria .72<br />

x quente 1.44 / rotor 68,5 /<br />

Eixo 78,5<br />

Carburador: Weber 48 IDF<br />

Coletor de<br />

admissão:<br />

Coletor de<br />

escapamento:<br />

ELETRÔNICA<br />

Engine<br />

Binho Escapamentos<br />

Módulo de<br />

injeção:<br />

TRANSMISSÃO<br />

FuelTech FT 300 (apenas<br />

para roda fônica)<br />

Câmbio:<br />

4 marchas engate rápido com<br />

engrenagens Recuperg<br />

Diferencial: Dana 44<br />

Embreagem:<br />

Ceramic Power Multidisco<br />

1800lbs<br />

Pneus:<br />

Tras. Hossier 275x50 R15 Dot<br />

Drag Radial<br />

Rodas: Infinity Pro Star. Diant. 4”.<br />

Tras. 8”Tras: Magnum Black<br />

TEMPO<br />

72<br />

Melhor tempo:<br />

Agradecimentos:<br />

60ft: 1s811. 201mt: 7s204<br />

Agradeço à NewAmpdrive<br />

Eletrônica, equipe Rafael<br />

Racing liderada por Rafael Henrique,<br />

aos amigos Everton, Rodrigo<br />

e Daniel pelo apoio durante<br />

o projeto. E a esposa Patrícia<br />

e filha Lívia pela paciência e<br />

compreensão.


Laços de FamíLia<br />

Após idas e vindas, Caravan SS que está desde 0 km na família recebe clássica preparação<br />

aspirada para manter as lembranças da família em alta rotação<br />

Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower<br />

Por mais que a lógica diga o contrário, algumas coisas<br />

simplesmente tem que acontecer e o empresário Diego<br />

Henrique Rosa de Oliveira é testemunha disso. Em 1978 essa<br />

Caravan SS foi adquirida 0 km pelo patrão do tio de Diego,<br />

que após um tempo a repassou a seu funcionário. A wagon<br />

inclusive foi o primeiro carro que Diego andou, já que saiu<br />

da maternidade a bordo deste exemplar. Após oito anos de<br />

serviços bem prestados, chegou a hora de mudar de carro e<br />

a Caravan foi vendida para um comerciante da cidade. Alguns<br />

anos depois, uma tia de Diego que mora na cidade de Cuiabá<br />

viajou até Rio Claro, onde o empresário reside, procurando<br />

algum carro para comprar e levar para sua cidade e adivinhem<br />

que carro acabou comprando sem mesmo saber que se<br />

tratava da mesma wagon que havia pertencido a seu irmão?<br />

Exato, novamente a Caravan SS estava na família. Depois o<br />

carro foi trazido novamente para Rio Claro e ficou sob posse de<br />

outro tio de Diego por quase 15 anos e só em 2009, após muita<br />

insistência e uma troca muito vantajosa, onde Diego deu uma<br />

Ford Belina para seu tio em troca da Caravan “companheira de<br />

pescarias” de seu tio, finalmente seu sonho estaria realizado.<br />

Ou melhor, seu sonho teria início, pois em nenhum momento a<br />

intenção foi deixar a SS original e aí que o projeto teria inicio.<br />

O carro, que originalmente já se tratava de uma Caravan<br />

SS 6 cilindros no documento, passou por uma criteriosa<br />

restauração com todas as peças originais GM, para trazer de<br />

volta seus dias de glória e então estava apta a receber uma<br />

preparação básica em se tratando de 6 cilindros aspirado,<br />

mas que tem margem para evoluir muito com pequenas<br />

mudanças, que ficam de acordo com a escolha do proprietário.<br />

A responsabilidade dessa preparação foi dada ao mestre em<br />

6 cilindros, Mauricio, da oficina Mauricio Racing. Na parte de<br />

baixo, pistões forjados Iasa Box com 0,60” em relação aos<br />

originais, bielas de Silverado (6”) e virabrequim original com<br />

polia damper Powertech, formando um 4.200 cc. O cabeçote<br />

recebeu válvulas de admissão de Blazer V6 (49,5mm),<br />

comando de válvulas Iskenderian 525-B, que possui 278ºx278º<br />

(238ºx238º @0,50), com tuchos, molas e pratos da mesma<br />

marca. A encarregada de lubrificar tudo isso é uma bomba de<br />

74


Ficha Técnica<br />

Nome:<br />

diego Henrique Rosa de oliveira<br />

Preparador:<br />

mauricio Racing (11) 3294-4368<br />

moToR<br />

motor:<br />

Gm 6 cilindros em linha<br />

alto volume da Melling High Volume.<br />

Como o carro saiu recentemente da oficina e o proprietário ainda está<br />

pegando o jeito do carro. Inicialmente a alimentação ficou a cargo de uma<br />

Weber 40 IDF montado no coletor original alimentando de álcool o seizão, que<br />

daqui algum tempo receberá mais 2 senhoras italianas. Tirando as velas, que<br />

são da marca NGK, modelo Iridium, toda parte de ignição é MSD, com modulo<br />

6AL, bobina Blaster SS e cabos de vela da gigante norte americana.<br />

A parte de transmissão não poderia deixar de ser clássica: Câmbio Clark<br />

260F 4 marchas com diferencial Dana 44, embreagem Displatec com disco<br />

de cerâmica de 6 pastilhas e platô com 1200 libras. A cereja do bolo é o belo<br />

jogo de rodas da marca Billet Specialties, aro 15” tala 4” com pneus Goodyear<br />

175/65R15 na dianteira e 15” tala 7” com borrachudos Toyo 235/60R15.<br />

Agora Diego curte sua Caravan SS do jeito que mais gosta: com o pé<br />

cravado no assoalho e, se depender dele, o carro ficará na família por muitas<br />

outras gerações, e cada vez mais forte!<br />

Cabeçote:<br />

diâmetro das<br />

válvulas:<br />

molas de<br />

válvulas:<br />

Pratos de<br />

válvulas:<br />

Comando de<br />

válvulas:<br />

Pistões:<br />

original retrabalhado<br />

mauricio Racing<br />

adm: 49,5mm (Blazer) x esc:<br />

original<br />

iskenderian<br />

iskenderian<br />

iskenderian 525-B 278ºx278º<br />

(238ºx238º @0,50)<br />

iasa Box 0,60, anéis iasa<br />

Bielas: silverado 6”<br />

Virabrequim: original 89,7 mm<br />

Bomba de óleo: melling High Volume<br />

Carburador: High Volume by autotec<br />

Corpo de<br />

Weber 40 idF<br />

borboleta:<br />

Combustível: etanol<br />

Coletor de original<br />

admissão:<br />

Coletor de dudu 6x2<br />

escapamento:<br />

Potência:<br />

280 cv (estimado)<br />

eLeTRÔNiCa<br />

ignição<br />

msd 6al<br />

Bobina:<br />

TRaNsmissÃo<br />

msd Blaster ss<br />

Câmbio:<br />

4 marchas Clark 260 F<br />

diferencial: dana 44<br />

embreagem: displatec 6 pastilhas, 1200<br />

lbs<br />

Pneus: diant: Goodyear 175/65 R15;<br />

Tras: Toyo 235/60 R15<br />

Rodas: Billet specialties. diant: 15x4;<br />

Tras: 15x7<br />

76


EXTERMINADOR<br />

DE FERRARI<br />

Comodoro impecável com preparação aspirada de propriedade de grande piloto da<br />

arrancada faz esportivos atuais passarem vergonha nas ruas de SP<br />

Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower<br />

78


Para a grande maioria das pessoas “normais” uma<br />

Ferrari é o suprassumo automotivo. É o Olimpo dos<br />

carros. Já para os que têm no sangue, além do gosto pela<br />

velocidade, uma pitada de ferrugem e nostalgia, os carros<br />

antigos serão sempre superiores às máquinas atuais. Eles<br />

podem não ser tão confortáveis, seguros, econômicos e<br />

confiáveis quanto os carros novos, mas a história, o visual,<br />

o ronco, e até os defeitos são inigualáveis e, cá entre nós,<br />

os velhinhos dão muito mais emoção na tocada do que<br />

uma Ferrari ou um esportivo atual, sem falar no prazer de<br />

você mesmo montar o projeto ao seu gosto, saber cada<br />

parafuso que foi colocado nele, isso não tem preço.<br />

Se você acompanha a arrancada há alguns anos, com<br />

certeza já ouviu falar do nome Valter Costa, ou só Valtinho,<br />

como é mais conhecido. O cara já andou de tudo quanto<br />

é coisa: de Fusca turbo, passando por Mazda RX-7 V8 até<br />

Dragster 6 cilindros biturbo nitro. No momento ele está<br />

afastado das pistas, mas em nenhum momento deixou<br />

de lado o gosto por alta performance. Apesar de possuir<br />

carros importados para usar no dia a dia, o corretor de<br />

seguros gosta mesmo é de passear com seus velinhos<br />

por aí. E em um destes passeios mais animados é que<br />

aconteceu um fato que deixou os presentes indignados<br />

e, graças à filmagem de um anônimo, está registrado


para quem quiser ver (procure no YouTube por Opala vs<br />

Ferrari): sim, caros leitores, o Comodoro 1979 6 cilindros<br />

aspirado fez uma pomposa Ferrari 599 GTB Fiorano<br />

passar vergonha em uma brincadeira nas ruas da zona<br />

leste de São Paulo.<br />

Em conjunto com o amigo e preparador Everaldo<br />

Carlos Hipólito, da oficina Flórida Racing, Valtinho montou<br />

um “6zão” de responsa, mas que não o impede de dar<br />

voltinhas tranquilas com sua família em dias ensolarados.<br />

Trata-se de um 4.400 cm3 aspirado montado com<br />

pistões Mahle de 4 polegadas do Opala 4 cilindros,<br />

bielas 5,7” e virabrequim originais, que só receberam um<br />

balanceamento para facilitar a subida de giros. O cabeçote<br />

é uma peça 586 retrabalhada por Everaldo, onde foram<br />

instaladas válvulas de aço inox Manley de 2,02”x1,60”,<br />

molas triplas, pratos e travas de aço da ISKY, balanceiros<br />

Crower 1.75 roletados e um comando Crane assimétrico<br />

de 300ºx310º. A taxa de compressão é de 14,0:1 e o<br />

combustível queimado é o etanol.<br />

O derivado da cana de açúcar chega até as câmaras<br />

de combustão através de uma linha de combustível<br />

composta por uma bomba elétrica com filtro e dosador<br />

Holley e três Weber 40 IDF montadas em um coletor de<br />

admissão Engine, que são as grandes responsáveis por<br />

alimentar as 6 bocas. Mesmo com um comando nada<br />

dócil em baixas rotações e com as gargantas das Webers<br />

alimentando o monstro é possível rodar nas ruas com<br />

certa tranqüilidade, graças ao acerto do preparador.<br />

A ignição conta com equipamentos da Multiple Spark<br />

Discharge, mais conhecida como MSD: módulo 6AL, bobina<br />

Blaster SS, cabos da marca norte americana, enquanto o<br />

distribuidor é original e as velas são NGK Iridium.<br />

Um par de pneus Cooper Cobra 235/60R14 montados<br />

em rodas originais do Opala SS com tala alargada para 7”<br />

são os responsáveis por transferir os 372 cv de potência a<br />

6.000 RPM e 62 kgf.m de torque a 4.800 RPM medidos em<br />

dinamômetro para o chão e, devido ao fato do carro não<br />

contar com blocante e as suspensões contarem somente<br />

com amortecedores recalibrados e molas cortadas,<br />

digamos que esta tarefa não é muito fácil. O câmbio é<br />

um Clark 260F com 4 marchas, diferencial Dana 44 e a<br />

embreagem é uma Displatec com 6 pastilhas de cerâmica<br />

e platô de 1200 libras.<br />

Se você tem um esportivo importado atual e costuma<br />

desfilar por aí achando que é o rei das ruas, a revista<br />

Tech Speed adverte: cuidado, pois ao menor sinal de<br />

desrespeito com este impecável Comodoro, tenha certeza<br />

que seu dono não levará desaforo para casa e você voltará<br />

para sua residência com vontade de atear fogo em seu<br />

brinquedinho de milhões de reais. Quem avisa amigo é!<br />

80


Ficha Técnica<br />

Nome:<br />

Valter Costa (Valtinho)<br />

Preparador:<br />

Flórida Racing (Everaldo) (11) 2346-5775 Id 100*112082<br />

MOTOR<br />

Motor:<br />

GM 6 cilindros em linha<br />

“<br />

Tripla Weber, comando Crane, cabeçote<br />

preparado e o tradicional 4400. Receita<br />

largamente utilizada e de sucesso<br />

garantido no 6 cilindros Chevrolet”<br />

Cabeçote:<br />

GM 586 by Florida Racing<br />

Diâmetro das<br />

válvulas:<br />

Manley 2,02” (adm) x1,60”<br />

(esc)<br />

Balanceiros: Crower roletados 1.75<br />

Molas de<br />

Triplas ISKY<br />

válvulas:<br />

Pratos de<br />

ISKY<br />

válvulas:<br />

Comando de Crane 300º x 310º<br />

válvulas:<br />

Pistões: Mahle Opala 4 Cilindros (4”)<br />

Dome<br />

Bielas:<br />

Originais 5,7” balanceadas<br />

Carburador: 3 x Weber 40 IDF<br />

Coletor de Engine<br />

admissão:<br />

Combustível: Etanol<br />

Bomba de<br />

Holley<br />

combustível:<br />

Regulador de Holley<br />

pressão:<br />

ELETRÔNICA<br />

Módulo de<br />

injeção:<br />

Bobina:<br />

TRANSMISSÃO<br />

MSD 6AL<br />

MSD Blaster SS<br />

Câmbio:<br />

Clark 260 F - 4 marchas<br />

Diferencial: Dana 44<br />

Embreagem:<br />

Displatec disco de cerâmica<br />

de 6 pastilhas e platô 1200<br />

libras<br />

Pneus:<br />

Cooper Cobra: D: 225/60R14;<br />

T: 235/60R14<br />

Rodas:<br />

Originais Opala SS. Traseira<br />

alargada para 7”<br />

Potência: 372 cv a 6.000 RPM e 62<br />

kgf.m a 4.800 RPM na roda<br />

Agradecimentos: Ao pessoal da Cronomac, da<br />

4D Garage, da Allen funilaria<br />

e pintura, ao Marcio da<br />

tapeçaria, e principalmente à<br />

minha esposa Claudia que me<br />

deixa viajar em minhas ideias<br />

de vez em quando.


84


PRato do dia<br />

Se você não gosta de pimenta é melhor virar a página. O Chevrolet Caravan dessa matéria é uma mistura<br />

de “sabores” que parte de um motor 6 preparadíssimo ao tempero ardido do oxido nitroso. O resultado<br />

da receita do dia é a disposição de potência tão bruta como mastigar uma Naga Jolokia .<br />

Fotos e Reportagem: Evandro Lima<br />

Misturar um motor bem preparado com<br />

a pimenta do sistema de óxido nitroso é uma<br />

receita extremamente saborosa. Poucos que<br />

se arriscam ficam felizes com o resultado e<br />

praticidade em se conseguir potência extra.<br />

Só quem não gosta é a concorrência que acha<br />

“picante” demais. Acredito que o carro dessa<br />

matéria seja um sonho de consumo de muitos,<br />

pelo menos para este editor meia boca. O motor<br />

6 cilindros com preparação naturalmente<br />

aspirada regado a muito óxido nitroso é capaz<br />

de surpreender. Já tive a oportunidade de<br />

construir alguns motores utilizando o óxido<br />

nitrosos como “músculo extra”, e posso garantir<br />

aos leitores que poucas coisas em performance<br />

podem trazer tanto resultado de maneira tão<br />

fácil e rápida como o gás do riso. A felicidade é<br />

garantida. O cozinheiro que elaborou a receita<br />

ardida é um dos “tunners” da empresa InjePro<br />

de Cascavel. Fã dos 6 em linha, Eduardo Deitos<br />

conseguiu deixar o familiar Chevrolet com um<br />

gosto mais do que agradável.<br />

Se não bastasse o motor preparado<br />

rendendo algo acima dos 300 cavalos, adicionar<br />

mais 200 de oxido nitroso chega a ser insano.<br />

Para chegar a este nível, Deitos tratou de<br />

reforçar a parte interna do motor instalando<br />

pistões forjados da empresa Argentina IASA e<br />

bielas também forjadas SCAT. O vira é original<br />

do 250” sem alterações de curso e suporta<br />

com tranquilidade o despejo de potência do<br />

sistema de nitro que entrega em uma pancada<br />

200 cavalos a mais. São mais de 500 cavalos<br />

disponíveis em um carro legitimamente de<br />

rua. O cabeçote foi alterado pela empresa<br />

cascavelense Stumpf elevando a capacidade<br />

de fluxo para 110 CFM na admissão, utilizando<br />

válvulas de 1,94 polegadas. O comando<br />

é Iskenderian special order elaborado<br />

especialmente para este motor. Possui 320<br />

graus de permanência simétrica com 115 graus<br />

de separação dos lobes. Alimentando a tropa<br />

3 borboletas de Omega V6 instaladas em um<br />

coletor de admissão individual deixando uma<br />

borboleta para cada 2 cilindros. O sistema<br />

de óxido nitroso é argentino feito pelo piloto<br />

e preparador Caride que é especialista no<br />

assunto e possui mais de uma dezena de<br />

recordes em competições de arrancada na<br />

terra do Maradona.<br />

Mesmo com um comando de dimensões<br />

continentais o carro é até dócil em trânsito<br />

pesado. O pipoco da marcha lenta é maravilhoso<br />

e o ajuste do sistema de injeção e ignição<br />

InjePro deixou o carro limpo em rotações mais<br />

baixas, sem aquele desagradável solavanco<br />

intermitente abaixo da linha dos 3000 rpm,<br />

que faz você lembrar o que comeu dois dias


antes. Ao pisar com mais “apetite” no acelerador as coisas mudam de figura,<br />

o conta-giros ganha a escala dos 7 mil com uma facilidade incrível. Alimentado<br />

a gasolina V-Power o carro é “macio” na entrega de torque quando se está<br />

passeando e estúpido como deve ser ao ver o TPS colar na escala de 100%.<br />

Nem chegamos a beliscar o botão de disparo do óxido nitroso por falta de<br />

local para isso, fiquei lambendo os beiços. Imaginem, 200 cavalos na “patada”<br />

na rua seria no mínimo loucura, ainda mais em um carro com tração traseira.<br />

A disposição do motor só no aspiradão já me fez ter saudades e começar a<br />

pensar em retomar o meu 292, o mamute!<br />

Ficha Técnica<br />

Nome:<br />

Eduardo Marcheti deitos<br />

Preparador:<br />

Jose albari deitos – Mecânica oeste - (<strong>45</strong>) 3227 4344<br />

MotoR<br />

Motor:<br />

GM 6 cilindros<br />

Cabeçote: Retrabalhado by Stumpf: 110<br />

CFM de fluxo<br />

diâmetro das 1,60 adm x 1,90 esc<br />

válvulas:<br />

Molas de<br />

iSKY<br />

válvulas:<br />

Comando de iskenderian 320x320<br />

válvulas:<br />

Pistões: iasa Flat top 3” 7/8 (0,30),<br />

anéis NPR<br />

Bielas: Scat 6”<br />

Coletor de Gerey em inox<br />

admissão:<br />

Coletor de Gerey<br />

escapamento:<br />

Bomba de<br />

2 x Mercedes<br />

combustível:<br />

Óxido nitroso Caride (argentino) – 200cv<br />

ELEtRÔNiCa<br />

Módulo de<br />

injeção:<br />

Bobina:<br />

tRaNSMiSSÃo<br />

injePro EFi-PRo<br />

BoSCH-3<br />

Câmbio:<br />

diferencial:<br />

Embreagem:<br />

Caixa dodge montada por<br />

Claudio deitos<br />

dana 44 com mini-spool<br />

Embrevel<br />

Pneus:<br />

diant: Goodyear 195/60R15;<br />

tras: 215/65R15<br />

Rodas: Summit Pro Star diant: 15x5;<br />

tras: 15x8<br />

Suspensão: diant: bandejas encurtadas,<br />

amortecedores a gás. tras:<br />

Four-link com amortecedores<br />

coil-over e molas dynamol<br />

agradecimentos:<br />

agradeço a deus em primeiro<br />

lugar. À minha família que há 8<br />

anos tem paciência comigo. ao<br />

meu pai que me ajuda muito neste<br />

sonho e à injePro que me fornece<br />

excelentes equipamentos. ao<br />

amigo Francisco (Chico Chicote)<br />

que me fez a elétrica da injeção.<br />

ao Evandro (Vandão) da injePro<br />

que me ajuda no acerto. ao Carlos<br />

(Carlão) da injePro que me ensina<br />

tudo que sabe sobre acertos e<br />

motores.


VELOCIDADE FINAL<br />

Com projeto elaborado para estradas e velocidade final, Caravan aspirada de grande entusiasta da marca<br />

é montada com muito saudosismo e exclusividade<br />

Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower<br />

88


No já longínquo ano de 1991 um Opala Stock Car<br />

conduzido pelo piloto Fábio Sotto Mayor bateu o recorde<br />

brasileiro de velocidade, atingindo uma média de 303,157<br />

km/h em um trecho de 5 km da rodovia Rio-Santos.<br />

Com a substituição dos Opalas pelo Omegas na Stock<br />

Car, nosso muscle car brasileiro se limitou as retas de<br />

201 e 402 metros das competições de arrancada e<br />

hoje dificilmente vemos projetos diferentes de Opalas<br />

ou Caravans que façam curvas ou acelerem em retas<br />

maiores que as dos dragstrips. Com essa pulga atrás<br />

da orelha, o gerente Renato Dias Magalhães resolveu<br />

retomar o espaço perdido. Chapola, como Renato é mais<br />

conhecido, é fanático por Chevrolet desde seus 10 anos,<br />

quando ia com seu pai e seu irmão assistir rachas de rua<br />

e arrancada em Interlagos e via os Opalões despachando<br />

seus concorrentes. Só para terem uma ideia da doença,<br />

aos 15 anos Renato ganhou de seu irmão um VW Fusca<br />

com motor 1.900, mas se desfez do besouro e comprou<br />

um “pequeno” Impala 1963, que pertence a ele até hoje. Os<br />

6 cilindros em linha também sempre estiveram presentes<br />

em sua vida, e suas amizades só aumentaram ainda mais<br />

o vicio pelo L6. Em 2012 surgiu a oportunidade de adquirir<br />

uma Caravan 1985 impecável que pertencia a seu amigo<br />

Rodrigo Augimeri Barra, proprietário também de outra<br />

bela Caravan aspirada alvo de matéria em nossa edição<br />

#02. O carro já chegou às mãos de Chapola com uma<br />

preparação leve, porém interessante, mas que não era<br />

suficiente para os planos que tinha em mente.


Renato decidiu partir para um projeto bastante<br />

diferente, baseado em preparações dos antigos<br />

Stock Cars, mas sempre priorizando o desempenho e<br />

durabilidade do carro, para que pudesse atingir e manter<br />

velocidades acima dos 200 km/h pelas madrugadas sem<br />

enfrentar quebras. Sabendo que não precisaria de um<br />

motor ultra potente e pouco durável, Chapola partiu para<br />

um projeto que buscou manter a maior parte das peças<br />

intocadas, diminuindo assim as chances de quebras.<br />

Sendo assim foram utilizados pistões Mahle com medida<br />

0,20, bielas e virabrequim originais, resultando em 4.111<br />

cm3. As bronzinas utilizadas são da consagrada Clevitte e<br />

a bomba de óleo é uma Melling High Volume.<br />

Para Renato, o sucesso ou o fracasso de uma<br />

preparação está definido no cabeçote, principalmente no<br />

caso dos aspirados. Por isso o maior tempo e investimento<br />

foram dedicados nesta peça. Saudosista como poucos,<br />

Renato nos conta sua visão sobre a preparação de<br />

cabeçotes: “Imagino quantos dias, horas e até anos que<br />

os preparadores de antigamente perdiam em cima dos<br />

cabeçotes para chegar a um padrão de excelência e hoje<br />

pegamos tudo de mão beijada. Todos nós devemos muito<br />

aos preparadores da velha escola, graças a eles temos<br />

“<br />

Aqui o negocio é acelerar sem<br />

medo. Provas de velocidade<br />

final exigem muito do motor e<br />

transmissão”.<br />

os cabeçotes que hoje são a chave do nosso sucesso.”<br />

Alguns segredos não foram revelados, mas sabemos<br />

que foi utilizado um trem de válvulas completo (comando,<br />

molas, pratos, travas e polia) da Iskenderian e válvulas<br />

de aço inox com 2,02” na admissão e 1.60” no escape,<br />

além de um trabalho de fluxo realizado com muito critério<br />

por seu amigo e preparador Sylvinho Luongo, o qual<br />

recebeu até uma homenagem na tampa de cabeçote da<br />

Caravan. Os coletores de admissão são ABP individuais<br />

e pertenceram a ninguém mais ninguém menos que o<br />

piloto Ingo Hoffmann, que tem “apenas“ 12 títulos de<br />

campeão da Stock Car. Esses coletores são diferentes<br />

por não estrangularem o fluxo permitindo uma maior<br />

passagem da mistura ar/combustível. Sustentam um<br />

trio de Weber 48 IDF sedentas por etanol, recebido de<br />

uma bomba Holley Black com regulador de pressão da<br />

mesma marca. O encarregado da expulsão dos gases é<br />

um coletor de escape 6X2 German envolvido em manta<br />

térmica e que vai somente até o eixo traseiro e emite um<br />

ronco maravilhoso e que chama um pouco de atenção nas<br />

ruas, se é que vocês me entendem... A ignição conta com<br />

distribuidor, cabos, bobina Blaster SS e módulo 6AL Digital<br />

todos MSD e velas NGK Iridium.<br />

Como a proposta do carro é de altas velocidades,<br />

foi utilizado um câmbio Clark 2205B, que conta com 5<br />

marchas e é original dos Opalas e Caravans 6 cilindros<br />

do ano de 1992, último ano de produção do clássico da<br />

Chevrolet no Brasil, em conjunto com um diferencial Dana<br />

30 com blocante Richmond. A suspensão utiliza somente<br />

molas especiais. No exterior o destaque fica para as<br />

belas e exclusivas rodas aro 16” do Corvette C4 tala 7” na<br />

dianteira com pneus BF Goodrich G-Force Sport Comp 2<br />

205/55R16 e tala 8” na traseira com pneus 255/50R16,<br />

que casaram perfeitamente com o visual do carro.<br />

Olhando para o projeto desta bela Caravan e após<br />

provar um pouco de seu apetite em algumas aceleradas,<br />

nós da Tech Speed damos a letra: apesar do saudosismo<br />

na montagem, o desempenho do 6 cilindros em linha<br />

não está ultrapassado e aqui a brincadeira é mais séria e<br />

não para nos 200 km/h, muito pelo contrário, é aí que a<br />

diversão tem início...<br />

90


Nome:<br />

Renato Dias Magalhães “Chapola”<br />

Preparador:<br />

Sylvinho Racing<br />

Motor:<br />

GM 6 cilindros<br />

Cabeçote:<br />

Molas de<br />

válvulas:<br />

Pratos de<br />

válvulas:<br />

Travas:<br />

Comando de<br />

válvulas:<br />

Pistões:<br />

Bielas:<br />

Virabrequim:<br />

Bomba de óleo:<br />

Carburadores:<br />

Coletor de<br />

admissão:<br />

Coletor de<br />

escapamento:<br />

Ignição:<br />

Bobina:<br />

Combustível:<br />

Bomba de combustível:<br />

Transmissão:<br />

Retrabalhado 2,02” (adm) x<br />

1,60” (esc)<br />

Iskenderian<br />

Iskenderian<br />

Iskenderian<br />

Iskenderian<br />

Mahle P1015/ 98,9 mm<br />

(0,20”); anéis Metal Leve<br />

OEM<br />

Original 89,7 mm; bronzinas<br />

Clevite<br />

Melling High Volume<br />

3 x Weber 48 IDF<br />

ABP<br />

German 6x2<br />

Módulo MSD 6AL Digital; distribuidor<br />

MSD<br />

MSD Blaster SS<br />

Etanol<br />

Holley Black<br />

Clark 2205b – 5 marchas<br />

Agradecimentos: Agradeço ao Sylvinho, Marcão e ao Carlos “Torneiro”. O responsável<br />

maior na execução, juntamente comigo, foi Marcelo Chohfi, que ajudou na compra, confecção e<br />

montagem das peças. Vinicius “Grohmann” esteve muitas madrugadas lado a lado trabalhando<br />

no carro. Marcio Honorato da MAR Projetos Especiais com seu conhecimento e bagagem foi<br />

responsável pela parte elétrica do carro. Fabio “Turcão” me indicou e mostrou o caminho de<br />

adaptar as rodas e vestir no carro. Agradeço muito à minha mãe e pai pela compreensão, pelos<br />

presentes do meu irmão “Nani” para o carro e todos que me ajudaram de alguma forma, afinal,<br />

uma andorinha só não faz verão!<br />

Diferencial: Dana 30<br />

Blocante:<br />

Pneus:<br />

Rodas:<br />

Richmond<br />

BF Goodrich G Sport Comp<br />

2. Diant: 205/55R16; Tras:<br />

255/50R16<br />

Chevrolet Corvette C4. Tala<br />

Diant: 7”; Tras: 8”


EVOLUÇÃO TURBINADA<br />

Acompanhando a evolução do mundo da alta performance, Opala 1973 membro da família há 20 anos<br />

recebe equipamentos de ponta para alcançar os 1000 cv no 6 cilindros em linha<br />

Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower<br />

Se você acompanha o mundo da alta performance<br />

há pelo menos 10 anos, irá se recordar que há pouco<br />

mais de 5 anos atrás, falar que um Chevrolet Opala<br />

turbo renderia mais de 1000 cv e mesmo assim teria<br />

durabilidade seria um atestado de loucura tão válido<br />

quanto rasgar dinheiro. Geralmente os 6 cilindros em<br />

linha eram equipados com turbinas pequenas para sua<br />

cilindrada, o que gerava uma contra pressão no escape<br />

que além de impedir o ganho de potência ainda causava<br />

quebras devido as altas temperaturas acarretadas pela<br />

restrição. A alimentação, outro quesito muito deficiente<br />

na época em que os carburadores e bicos suplementares<br />

reinavam, também impedia melhores resultados. Dessa<br />

forma, 500 cv era uma marca respeitável para um 4.100<br />

na época. Mas graças aos estudos e ousadia de alguns<br />

preparadores e a colaboração de empresas nacionais, que<br />

desenvolveram produtos de qualidade igual ou superior<br />

ao que é encontrado lá fora, começaram a ser utilizados<br />

turbos de dimensões generosas de carcaças e rotor/eixo<br />

e instalação de injeção eletrônica programável com até 2<br />

bancadas de bicos injetores de alta vazão, controle total<br />

de ignição, entre outras inovações, e o resultado pode<br />

ser conferido nas pistas e nas ruas. Já se fala que alguns<br />

destes motores chegam a atingir 1500 cv para provas<br />

de arrancada, e nas ruas ou nos rachas disputados em<br />

autódromos não é incomum encontrar Opalas com 1000<br />

cv ou mais.<br />

Dois grandes entusiastas deste motor e que<br />

acompanharam de perto toda essa evolução do GM<br />

6 cilindros em linha são o empresário Evandro José<br />

Mendonça Oliveira e a dona de casa Paola Faria, mais<br />

conhecidos como Tião e Pah. Sim, você não leu errado, o<br />

94


carro pertence ao casal, que já contaminou também seu<br />

casal de filhos com o amor pelo Opala, então podemos<br />

dizer que o belo sedã 1973 pertence a toda família, que<br />

não se limita a admirar ou torcer na arquibancada. Pah não<br />

tem medo de se sujar e põe a mão na massa e, além de<br />

gostar do assunto, entende de motor e em breve pretende<br />

pilotar o bólido em alguma etapa do Drag Race, isso caso o<br />

ciumento maridão liberar, é claro.<br />

Tião é proprietário deste Opala há 20 anos. Quando<br />

adquiriu o carro era 4 cilindros mas prontamente recebeu<br />

um 6 cilindros em linha, só que nem sempre foi um<br />

veículo voltado a alta performance. O carro já possuiu<br />

rodas aro 17”, pneus de perfil baixo e sistema de som<br />

digno de campeonatos, mas felizmente Tião tomou o<br />

rumo certo em sua vida e graças as influências de um<br />

mecânico resolveu turbinar o Opalão, isso em meados<br />

de 1999. De lá para cá muitas coisas mudaram e o sedã<br />

passou por diversas configurações até chegar ao estágio<br />

atual, voltado exclusivamente a rachas disputados em<br />

autódromos e que rendeu 1015 cv de potência a 5.500<br />

RPM e 130 kgf.m de torque na mesma rotação medidos<br />

no dinamômetro utilizando 2,3 bar de pressão máxima,<br />

tudo pelas mãos do expert em 6 cilindros em linha Rafael<br />

Henrique, da Rafael Racing, localizada na cidade de<br />

Jandira, interior de São Paulo.<br />

Entre diversos outros componentes especiais<br />

utilizados no projeto, que você pode conferir em detalhes<br />

na ficha técnica no final desta matéria, grande parte do<br />

segredo do sucesso está na turbina Master Power, uma<br />

das empresas nacionais que mais investem no segmento<br />

da alta performance, que tem caixa fria .66 com rotor<br />

de 66 mm, caixa quente 1.22 com eixo de 76 mm e em<br />

conjunto com um escape construído pela Jé Escapes com<br />

saída lateral de modestas 4” garantem uma exaustão<br />

livre do maléfico back pressure. Do outro lado, produtos<br />

da também brasileiríssima FuelTech estão presentes em<br />

todo sistema de alimentação e ignição do seizão: Módulo<br />

FT400, BoostController2 e WideBand02 Datalogger<br />

são todos da empresa gaúcha e controlam os 12 bicos<br />

injetores Ford Racing de 160 lbs montados em coletor<br />

de admissão plenum da Fôlego. Quatro bombas saradas


Nome:<br />

Evandro (Tião)<br />

Preparador:<br />

Rafael, Oficina RR (11) 7803 4410<br />

Motor:<br />

GM 6 cilindros<br />

da Dinâmica modelo Full jorram etanol com vontade para<br />

serem queimados graças às faíscas das velas NGK Iridium,<br />

que recebem corrente de 6 bobinas Bosch individuais<br />

utilizadas originalmente no Marea e que tem seu controle<br />

por roda fônica.<br />

Outro tabu que impedia que os Opalas obtivessem<br />

bom desempenho quando equipados com turbo era a<br />

transmissão de potência para o chão, mas tanto o câmbio<br />

quanto a suspensão também contaram com exaustivo<br />

desenvolvimento e hoje conseguem acompanhar o<br />

desenvolvimento do 6 cilindros em linha. Toda suspensão<br />

traseira, que utiliza sistema ladder bar (saiba mais sobre<br />

esse sistema nessa edição na terceira e última parte<br />

da matéria técnica exclusiva sobre suspensão traseira)<br />

foi elaborada pelo Serginho da Impacto Especiais, que<br />

utilizou toda sua experiência para fazer os Goodyear SS<br />

275/60R15 tracionarem o máximo possível.<br />

Se depender da paixão de Tião e Pah, esse será só<br />

mais um estágio do Opala 1973, que tende a ter cada vez<br />

mais potência e tempos mais baixos, pois aqui a evolução<br />

nunca para, ela é turbinada.<br />

Cabeçote:<br />

Molas de<br />

válvulas:<br />

Pratos de<br />

válvulas:<br />

Travas:<br />

Comando de<br />

válvulas:<br />

Pistões:<br />

Bielas:<br />

Virabrequim:<br />

Bomba de óleo:<br />

Turbo:<br />

Corpo de<br />

borboleta:<br />

Coletor de<br />

admissão:<br />

Coletor de<br />

escapamento:<br />

Módulo de<br />

injeção:<br />

Ignição:<br />

Bobina:<br />

Acessórios<br />

adicionais:<br />

Bicos Injetores:<br />

Combustível:<br />

Bomba de<br />

combustível:<br />

Transmissão:<br />

586 preparação Paulo Faria<br />

Manley<br />

Manley<br />

Manley<br />

Crower<br />

Venolia 0,30; anéis Mahle<br />

Scat 6 polegadas; bronzinas<br />

Clevite<br />

Original faqueado<br />

Melling<br />

Turbina Master Power caixa<br />

quente 1.22 eixo 76mm caixa<br />

fria .66 com rotor 66mm<br />

Folego<br />

Folego plenum<br />

Jé Escapes<br />

FuelTech FT 400<br />

FuelTech<br />

6 x Bosch Fiat Marea<br />

DataLogger, roda fônica,<br />

BoostController , CO2, line<br />

lock, Peak and Hold<br />

12 x Ford Racing 160lbs<br />

Etanol<br />

4 x Dinâmica Full<br />

4 marchas Dodge<br />

Diferencial: Dana 44<br />

Embreagem:<br />

FF embreagens 1.200 lbs<br />

Pneus: Goodyear SS 275/60R15<br />

Rodas: BMW 15”<br />

Suspensão: Ladder-bar; Amortecedores,<br />

molas, buchas e barras Impacto<br />

Especiais<br />

Potência:<br />

1015,11 cv e 130,37 Kgf.m a<br />

5575 RPM<br />

Melhor tempo: 60ft: 1s980; 201mt: 8s122;<br />

em fase de acerto com pneus<br />

radiais<br />

Agradecimentos: FF Embreagem, Impacto Suspensão,<br />

Racer x Jé Escapes, e<br />

claro a oficina RR Preparações<br />

(Rafael) e minha família<br />

por me apoiar e ter muita<br />

paciência<br />

96


LOBO EM<br />

PELE DE CORDEIRO<br />

A aparência quase imaculada desse Opala esconde com perfeição o que<br />

este Chevrolet é capaz.<br />

Fotos: Thiago Miranda e Douglas Straub - Reportagem: Evandro Lima<br />

98


Eu havia terminado de escrever<br />

a matéria do Gol e a próxima na lista<br />

era a deste Opala. Preparava-me<br />

para recolher informações na ficha<br />

técnica e ler a entrevista, quando me<br />

deparo com mais uma historia bacana<br />

contata pelo dono desse maravilhoso<br />

Chevrolet. Não tenho como escrever<br />

tão perfeitamente a história desse<br />

carro como o seu proprietário. Sendo<br />

assim, quem dita o texto daqui para<br />

frente é o dono do carro, Carlos<br />

Augusto Wilbbelt, que nos conta tudo<br />

como em uma conversa entre amigos.<br />

C.A.W. - Desde o ano de 1998 até o<br />

presente momento tive diversos Opalas<br />

e Caravans, foram 11 no total, os mais<br />

diversos modelos desde o ano 1975<br />

até o ano 1992. Mas sempre tive um<br />

encantamento especial pelos Cupês da<br />

linha 1980-1984, que até bem pouco<br />

tempo atrás eram tratados como o<br />

patinho feio no meio dos admiradores de<br />

Opalas, uma vez que a preferência fica<br />

sempre com os Cupês da linha 1975-1979.<br />

Fiz praticamente toda minha faculdade<br />

de engenharia mecânica na Universidade<br />

do Estado de Santa Catarina em Joinville/<br />

100


SC, utilizando um Cupê 1986 4cc a álcool,<br />

posteriormente um Diplomata Cupê 4100<br />

1984 e no já final do curso, próximo da<br />

graduação, a cereja do bolo, um Diplomata<br />

Cupê 1983 250 S com pouco mais de<br />

50.000 Km, comprado do segundo dono.<br />

A bordo dos Opalas sempre ia assistir os<br />

rachas que o pessoal fazia em Joinville<br />

na Avenida Beira Rio nas sextas-feiras<br />

de madrugada, nunca participava, mais<br />

ficava empolgado com as marchas lentas<br />

embaralhadas dos 6cc. Dessa mesma<br />

época e até hoje, quando posso, não deixo<br />

de assistir as provas de arrancada no AIC<br />

e sempre quando os Opalas apontam na<br />

reta o público vai ao delírio. Por estes e<br />

outros motivos fui alimentando a vontade<br />

de montar um Opala com mecânica forte,<br />

e queria um Cupê da linha 80-84, sem<br />

abrir mão da procedência, quilometragem<br />

e estado de conservação do carro. Foi<br />

quando me apareceu este Comodoro<br />

Cupê 1983 4cc Prata Formal da mesma cor<br />

do Diplomata Cupê que tive nas épocas da<br />

faculdade.<br />

O carro estava com apenas 57.000<br />

Km originais e sempre na mão da mesma<br />

família, com rádio toca-fitas Bosch Rio de<br />

Janeiro, manual do proprietário e estepe<br />

original sem uso. Quando bati o olho no<br />

carro em Ponta Grossa - estava a trabalho<br />

na cidade - fechei o negócio na hora e<br />

pedi para um grande amigo e parceiro,<br />

Paulo José Becker, pegar um Ônibus para<br />

vir buscar o Opala, pois não podia perder<br />

o negócio. Após a compra do carro, o<br />

preparador Cléber Segantini já começou<br />

a fazer o motor, enquanto em Rio Negro<br />

eu cuidava da parte da lataria, interior<br />

e acabamentos junto com os parceiros.<br />

Outro ponto importante de destacar é<br />

que fiz questão de manter o visual igual<br />

aos dos Opalas que admirava no final dos<br />

anos 80. Escapamento tipo espingarda e<br />

rodas “Dragster” em aro 15 polegadas. O<br />

que difere é que nesta época a suspensão<br />

dianteira era mais baixa que a traseira e<br />

não se utilizava pneus com letras brancas,<br />

este que por sua vez, é influência dos<br />

muscle cars norte americanos.<br />

Neste capítulo da história tem um<br />

aspecto bem legal e que para mim gerou<br />

um apego bastante especial por este<br />

carro: Sempre gostei de eu mesmo<br />

102


fazer várias coisas, principalmente nas<br />

etapas de desmontagem e montagem<br />

de acabamentos e acessórios dos carros<br />

que tive, e com este não foi diferente. Só<br />

que desta vez tive uma ajudante muito<br />

especial, minha filha Júlia, que neste mês<br />

completa apenas três anos passava horas<br />

a fio do meu lado. Nos sábados à tarde<br />

e nos domingos pela manhã, ficávamos<br />

pegando peças, frisos, acabamentos e<br />

ferramentas. Ela já é aficionada pelo carro,<br />

aponto de não pode escutar o Opala que<br />

para tudo que está fazendo para ir junto.<br />

E o resultado está aí, acho que ficou um<br />

carro bem bacana, com um visual sóbrio,<br />

mas ao mesmo tempo invocado, bom<br />

de dirigir e rápido ao mesmo tempo. Da<br />

até para curtir alguns passeios de final<br />

de semana com a esposa e a filha. Um<br />

verdadeiro “sleeper”!<br />

Ficha Técnica<br />

Motor:<br />

GM 6 cilindros, 380 cv pistões DOME 4”,<br />

bielas originais, bomba de óleo Melling Hi<br />

Volume<br />

Cabeçote:<br />

GM 586, preparado por Segantini By Stone,<br />

molas e comando Crower 310ºx320º, pratos<br />

e travas Iskenderian<br />

Alimentação<br />

Etanol, 3 Weber 40 IDF, regulador de pressão<br />

bomba de combustível Holley 150<br />

Eletrônica<br />

Distribuidor e bobina MSD<br />

Transmissão<br />

Clark 260-F, embreagem 1200 lbs,<br />

diferencial Dana 44, blocante Enfer F 1000<br />

Pneus e rodas<br />

Pneus BF Goodrich Radial T/A 205/60R15<br />

Rodas Scorro – Dragster 15”<br />

Agradecimentos:<br />

Gostaria de agradecer as seguintes pessoas<br />

que participaram da montagem do carro,<br />

são eles: Cléber e Cleverson da Segantini By<br />

Stone (toda a montagem do trem de força),<br />

Zezo (funilaria), Carlos Taucher (pintura),<br />

Marcelo (colocação do vinil las vegas e<br />

montagem do interior) e Alexandre Zielinski<br />

(Estopa) (revisão e montagem de freios e<br />

suspensão).<br />

104


Bom<br />

fruto<br />

Este carro faz parte da última “safra” produzida<br />

pela equipe Julieta. E pelo que mostrou na pista,<br />

parece ser uma das melhores.<br />

Fotos: Thiago Miranda e Douglas Straub<br />

Reportagem: Evandro Lima<br />

106


108<br />

Há pouco tempo atrás as conversas<br />

entre vários mecânicos sobre a<br />

evolução dos motores 6 cilindros<br />

equipados com turbo compressores<br />

contava uma outra história. Todos<br />

acreditavam no gigantesco potencial<br />

do motor 250, mas poucos apostaram<br />

suas fichas para desenvolver de<br />

verdade o motor 6 cilindros com<br />

doses cavalares no volume de ar e<br />

na pressão positiva. Na época, dois<br />

pilotos representavam os 6 cilindros<br />

sobrealimentados com maestria, o<br />

piloto Agenor Scortegagna e o piloto<br />

Cezar Degreas, cada um com seus<br />

monstros extremamente capazes<br />

marcaram uma época na Arrancada<br />

Brasileira. Após ambos se afastarem da<br />

Arrancada, o Brasil ficou por um longo<br />

tempo sem que Opalas e Caravans com<br />

alimentação forçada fizessem tempos<br />

de pista “sobrenaturais”. Alguns pilotos<br />

e preparadores não desistiram do<br />

motor e dedicaram tempo e algum<br />

dinheiro para desenvolver o cultuado<br />

seis em linha. Um desses preparadores<br />

é o Vilson Ferreira, da equipe Julieta<br />

Preparações, que vem mostrando<br />

resultados nas categorias mais tensas<br />

da Arrancada brasileira com tempos<br />

incrivelmente baixos, e provando a<br />

todos que o motor 250, mesmo sendo<br />

um projeto antigo com bloco e cabeçote<br />

feito em ferro fundido, ainda consegue<br />

prover excelentes frutos.


Acreditando no trabalho e empenho<br />

da equipe paranaense, Juliano Pierini<br />

levou o seu belíssimo Opala a Julieta<br />

para ser preparado especificamente para<br />

competir na categoria Traseira Turbo.<br />

Foram longos meses entre a fabricação<br />

de peças e desenvolvimento, mas tudo<br />

valeu a pena, pois com a experiência<br />

da equipe e a tocada precisa do piloto,<br />

esse carro fez história durante o último<br />

Festival Força Livre em Curitiba quando<br />

cravou 8.792 segundos nos 402 metros<br />

passando a 286 km/h. Impressionante<br />

para um piloto que inicia a sua carreira<br />

em um carro extremamente violento, e<br />

assustador ao ver as empinadas de quase<br />

<strong>45</strong> graus durante as largadas. Um show<br />

presenciado por milhares de pessoas na<br />

prova mais importante do país.<br />

O 73 foi adquirido por Juliano em<br />

excelentes condições, já estava equipado<br />

com o motor turbo e a documentação<br />

legalizada para andar na rua. Mas no<br />

intuito de fazer alguns up grades, procurou<br />

a equipe Julieta para a execução. “A ideia<br />

inicial era em manter o carro “na rua”,<br />

mas vendo e ouvindo os carros na Julieta<br />

não deu para resistir, decidi transformar<br />

o Opala em um legítimo TT” – Nos conta<br />

Juliano Pierini.<br />

O carro é um show a parte. Muito<br />

bem projetado e executado, não há como<br />

não perceber a dedicação da equipe e do<br />

Juliano. O cuidado aplicado neste carro<br />

parte desde o esmerado acabamento<br />

a preparação, que é extensa e exigiu<br />

esforços das pessoas envolvidas no<br />

projeto. Todos os pontos importantes em<br />

um carro de competição de Arrancada<br />

receberam a atenção e modificações<br />

providenciadas pela equipe Julieta. Santo<br />

Antônio eficiente, suspensão traseira do<br />

110


tipo Ladder Bar utilizando molas calibradas<br />

e amortecedores QA1, específicos para<br />

carros de arrancada, transferem com<br />

perfeição toda a potência para os pneus.<br />

O interior da carroceria precisou de<br />

alterações para acomodar os pneus<br />

Mickey Tompson 275/60/15 que calçam<br />

as rodas Weld Pro Star de 10 polegadas.<br />

E tudo foi “embutido” dentro da carroceria,<br />

exigindo alterações na carroceria interna.<br />

O motor 6 cilindros que equipa<br />

esse Opala é algo fantástico. Vilson<br />

descobriu o “caminho das pedras” e vem<br />

fazendo barbaridades nos 6 “canecos”<br />

independente de serem turbo ou não,<br />

basta ver a lista de Opalas e Caravans<br />

que prepara. Neste Opala o motor é<br />

alimentado com a poderosa mistura<br />

de combustíveis exóticos, metanol e<br />

nitrometano a 5% garantem a potencia<br />

do motor seis cilindros em linha, que<br />

rende absurdos 1230 cavalos com a<br />

pressão do turbo em 2,5 Bar. Se os<br />

1230 cavalos já são impressionantes,<br />

os 170 kgf.m de torque distribuído nas<br />

rodas chegam à beira do terror. Como<br />

se trata de um motor onde a potência e<br />

torque alcançam índices monstruosos,<br />

algumas modificações estruturais no<br />

bloco do motor foram necessárias para<br />

manter a estabilidade e confiabilidade<br />

do conjunto móvel, mantendo os “órgãos<br />

internos” no local correto. O bloco do<br />

motor não possui circulação de agua para<br />

a refrigeração. Todas as galerias de agua<br />

foram preenchidas com cimento especial<br />

para que os cilindros não sofram com<br />

distorções, tricas ou rachaduras impostas<br />

pela carga absurda nas paredes durante as<br />

explosões do ciclo. Para concentrar ainda<br />

mais resistência às paredes dos cilindros,<br />

elas foram abertas para acomodar<br />

pistões forjados da fabricante Argentina<br />

IASA, do tipo cabeça plana e com 99 mm<br />

de diâmetro, sobrando ainda uma boa<br />

margem de segurança na espessura das<br />

paredes. As bielas são confeccionadas em<br />

alumínio de alta resistência e usinadas<br />

em ferramental CNC com tolerâncias<br />

extremamente baixas. O conjunto de<br />

bielas é fabricado pela americana GRP que<br />

fica em Denver no Colorado, e fornecem o<br />

conjunto sob encomenda para os motores<br />

6 cilindros nacionais. O virabrequim possui<br />

curso de deslocamento original, deixando<br />

a cilindrada com exatos 4142cc. O cabeçote<br />

feito em ferro fundido de numero final<br />

586, também foi preparado, utilizando<br />

válvulas de 1.94 pol. na admissão e 1.60<br />

no escapamento, provendo fluxo de 140<br />

Cfm @ 10 pol. Tudo é grande nesse motor.<br />

O comando de válvulas também, é um<br />

modelos especial produzido pela Crower<br />

com 308 graus na admissão e 304 graus<br />

no escapamento, feito para motores turbo<br />

alimentados e capaz de fazer o linguiça<br />

girar acima dos 8 paus. Neste carro o giro<br />

é limitado eletronicamente pela FT500


em 8400 rotações. O turbo é uma unidade<br />

fabricada pela Garrett especialmente<br />

para motores de competição e com<br />

a mais alta tecnologia em termos de<br />

turbo compressores. A GTX<strong>45</strong>08R, de<br />

proporções enormes, tem caixa quente de<br />

1.44 e opera a pressão máxima de 2,5 Bar<br />

entregando ao motor mais de 100 libras de<br />

ar por minuto, ainda dentro da linha central<br />

da ilha de eficiência máxima! Todo o acerto<br />

do motor é feito pelo Heraldo Bueno, tuner<br />

oficial da FuelTech e um grande parceiro<br />

da equipe Julieta.<br />

Com tamanha desenvoltura nos<br />

170 kgf.m de torque um sistema de<br />

transmissão à altura foi providenciado.<br />

A caixa de cambio G-Force de quatro<br />

velocidades possui engates rápidos e<br />

precisos, e o parrudo diferencial Ford 9<br />

completa o sistema. (veja mais na ficha<br />

técnica). O piloto e equipe já provaram<br />

que não estão para brincadeiras. O tempo<br />

efetuado durante o Festival é prova disso.<br />

Fique de olho, esse Opala ainda vai dar<br />

muito que falar!<br />

Ficha Técnica<br />

Motor:<br />

GM 250 6 cilindros com reforço cimentado,<br />

potencia 1.230 HP e 170kgfm torque, pistões<br />

Flat Top Iasa, anéis Total Seal com Gaples,<br />

bielas alumínio GRP, virabrequim original<br />

balanceado, bronzinas Clevitte<br />

Cabeçote:<br />

GM original 586 preparado por Hércules<br />

Cabeçotes, fluxo do cabeçote 140 cfm banca<br />

de fluxo, válvulas de adm. e esc Manley 1.94”<br />

x 1.60”, polia comando Joseph Argentina,<br />

comando Crower 306x304, molas e pratos<br />

Crower, travas Manley titânio<br />

Alimentação<br />

Metanol + 5% nitrometano, bomba combustível<br />

Aeromotive mecânica, pressão de<br />

Bomba 2.8 bar inicial e 5.8 bar final filtro<br />

de combustível Aeromotive, regulador de<br />

pressão Weldon<br />

Eletrônica<br />

Modulo FT500 Fuel Tech, Spark Pro 6 Fuel<br />

Tech, Peak and Hold três 4A FuelTech<br />

bobinas bosch marea turbo 006, acessorios<br />

eletronicos Pro 24, dataloger Slim, PS 10B,<br />

Bicos 12 Deka 225lbs, Eletrônica Shoker<br />

Heraldo Bueno<br />

Turbo<br />

GTX <strong>45</strong>08r Garret, modificações caixa<br />

quente 1.44, Pressão 2.5,wastegate Tial<br />

60mm, blow-off Tial<br />

Transmissão<br />

G-Force 4 marchas engate rápido,<br />

engrenagens e carcaça G-Force, diferencial<br />

Ford 9, eixo cardan confeccionado na Julieta<br />

Competições, embreagem Multidisco de fibra<br />

de carbono, eixos e blocante De Pauli Race<br />

Car<br />

Supensão<br />

Leadder bar, amortecedor e molas QA1,<br />

barras De Pauli Race Cars<br />

Rodas e pneus<br />

Rodas Weld Pro Star 10 polegadas, pneus<br />

traseiros Mickey Tompson 275/60/15<br />

112


114


poker<br />

face<br />

Fotos e Reportagem: Evandro Lima<br />

O piloto de Arrancadas Rodrigo<br />

Tondo já é figurinha carimbada em<br />

nossa publicação. A edição três de Tech<br />

Speed foi presenteada com a matéria<br />

de dois Opalas que pertencem aos<br />

irmãos Tondo, fotografados em um<br />

dos lugares mais bonitos que conheço,<br />

a Pedreira Trevo. Incrivelmente, após<br />

passadas 20 edições eu recebo a<br />

ligação do Rodrigo me contando sobre<br />

seu o novo brinquedo, uma Caravan<br />

negra preparada para a categoria STT.<br />

Após um longo bate-papo combinamos<br />

a matéria, mas fiz uma única ressalva,<br />

que gostaria de fazê-la no mesmo local<br />

da edição três.<br />

Com a proposta aceita tratei<br />

convidar meu fiel escudeiro e<br />

companheiro de viagens, o Nenê, um<br />

amigo-irmão gasolina que tenho e<br />

nunca recusa viagem e restaurante.<br />

Com tudo certo partimos para a viagem<br />

com destino a cidade de Cascavel para<br />

fotografar a Caravan, visitar amigos<br />

e matar a saudade da pedreira que<br />

me traz uma paz de espirito imensa.<br />

Chegando a Cascavel seguimos<br />

diretamente à casa do Rodrigo para<br />

conhecer o carro. A garagem fica na<br />

parte de baixo da casa e é preciso<br />

descer uma grande rampa para chegar<br />

ao carro. No fundo da garagem com<br />

pouca iluminação e já carregada<br />

na carreta, estava a Caravan negra<br />

“fitando-me” diretamente nos olhos<br />

como um Rottweiler. Você deve estar<br />

se perguntando por que o gordo do<br />

editor acha que a Caravan parece um<br />

Rottweiler, e vou explicar. Rottweiler<br />

é o único cão que conheço capaz de<br />

fazer um “Poker face” perfeito. Ele não<br />

esboça o que sente e você não sabe<br />

o que passa na cabeça dele, o que é<br />

suficiente para quem tem o mínimo<br />

de juízo entrar em modo “estátua”<br />

instantaneamente. A Caravan é<br />

assim, você não consegue identificar<br />

a primeira vista “qual é a dela”, se é


um clássico restaurado, um carro de<br />

rua ou pista. Um legítimo “Poker Face”! E<br />

quem arriscar a sorte pode ser mordido<br />

por seis dentes de <strong>45</strong> mm de diâmetro,<br />

pois se trata de um carro de Arrancada,<br />

construído com ensinamentos da escola<br />

antiga em sua melhor forma.<br />

Confesso que passei algum tempo<br />

observando os detalhes e fiquei admirado<br />

com o serviço executado na pintura<br />

e funilaria -feita pelo sogro - na parte<br />

externa. Geralmente carros escuros<br />

tendem a demonstrar com mais facilidade<br />

as imperfeições da carroceria, a cor preta<br />

entrega fácil qualquer pequena ondulação.<br />

Mas ela é lisa, curvas e detalhes de lata<br />

muito bem executados pelos profissionais<br />

que ali puseram suas mãos, inclusive<br />

com o talento competente do Claudio, da<br />

empresa Exclusive estética automotiva,<br />

que faz questão de cuidar pessoalmente<br />

de todos os carros da família. Compondo<br />

a cena, o jogo de rodas Weld Pro Star<br />

cromadas, calçadas com pneus de rua<br />

permitidos para a categoria. O motor<br />

6 cilindros foi preparado por Andreson<br />

Beilner, um especialista da melhor<br />

qualidade no estilo “old School”. A usina<br />

é alimentada a base de Metanol puro<br />

por 3 carburadores de corpo duplo com<br />

borboletas de <strong>45</strong> milimetros de diâmetro,<br />

e montados em coletores de admissão da<br />

saudosa e eficiente Engine do Rio Grande<br />

do Sul. O cabeçote possui fluxo de 127 Cfm<br />

e foi preparado pela Basílio cabeçotes<br />

utilizando válvulas em aço inoxidável na<br />

admissão com 49 mm e no escapamento<br />

40,6 mm. No bloco do motor, componentes<br />

forjados como as bielas Scat de 6<br />

polegadas entre centros e os pistões JE<br />

de 99,8mm de diâmetro vestidos com<br />

anéis Total Seal, garantem a resistência do<br />

conjunto rotativo a 7500 rotações que o<br />

motor é limitado eletronicamente. O trem<br />

de comando de válvulas é Crower, com<br />

pratos, molas, travas e varetas especiais<br />

para altas rotações proporcionadas pelo<br />

comando assimétrico de 304x306 graus.<br />

Na ignição um sistema eletrônico da<br />

InjePro, o ISD 6 controla as 6 bobinas do<br />

Gol Mi através dos sinais da roda fônica.<br />

“Segurando as pontas” o diferencial Dana<br />

44 e o cambio F-260 de 4 marchas com<br />

sincronizados fazem o casal perfeito para<br />

sistema. A Caravan ainda não participou<br />

de nenhuma prova, é estreante. Já o<br />

piloto é velho conhecido das pistas, pois<br />

participa de provas a 14 anos. Agora com<br />

a Caravan na garagem, o Opala Coupe<br />

1973 tem grandes chances de ser o carro<br />

do filho mais velho, mais um fanático por<br />

velocidade e carros alterados.<br />

116


PAIXÃO À<br />

PRIMEIRA<br />

VISTA<br />

Fotos e Reportagem: Alexandre R. de Azevedo<br />

120 42


Tudo começou quando os irmãos<br />

Haroldo e Wagner herdaram de seu<br />

avô um Voyage 1982 LS, porém o carro<br />

precisava de uma minuciosa restauração,<br />

o que resultaria em um alto investimento,<br />

tempo de espera e disponibilidade de<br />

um bom profissional. Por outro lado,<br />

os irmãos sempre foram apaixonados<br />

por carros grandes, preparados, mais<br />

especificamente da linha Chevrolet: Opala<br />

e Caravan.<br />

Foi quando em um belo dia, em uma<br />

agência de veículos, avistaram uma<br />

Caravan 1979 saltou aos olhos de ambos.<br />

Equipada com motor de 4 cilindros 151S,<br />

na cor dourada, com aparência original e<br />

muito alinhada, Haroldo e Wagner viram<br />

ali uma oportunidade de troca no saudoso<br />

Voyage LS e, para surpresa de ambos, a<br />

troca foi aceita!<br />

Na época, o negócio feito para que<br />

a troca pudesse ser realizada com um<br />

investimento muito menor do que a<br />

restauração do Voyage LS. E a Caravan,<br />

de fato, estava muito integra, pois além de<br />

nunca ter passado por uma reforma seria<br />

recebida de braços abertos na casa de seu<br />

terceiro dono.<br />

“O primeiro proprietário foi um médico<br />

que ficou pouco tempo com ela, já o<br />

segundo dono a adquiriu em uma revenda<br />

Chevrolet e ficou por cerca de 25 anos.<br />

Durante esses longos anos a Caravan foi<br />

utilizada para levar sua esposa à igreja, ao<br />

supermercado e, uma vez por ano, à praia.<br />

Infelizmente, devido ao delicado estado de<br />

122


saúde de seu então proprietário, a Caravan<br />

ficou por cerca de 10 anos totalmente<br />

parada”, comentou Haroldo.<br />

Inicialmente a ideia era deixar o bólido<br />

completamente original, mas a vontade de<br />

ter um carro com a mecânica modificada<br />

foi maior. Descartando a hipótese de<br />

mudar a mecânica para seis cilindros, o<br />

turbo seria a melhor opção para que os<br />

irmãos fizessem um automóvel forte<br />

e com aparência original. Sem poupar<br />

esforços, Haroldo e Wagner investiram<br />

pesado para que projeto funcionasse<br />

perfeitamente e hoje, o motor de quatro<br />

cilindros não apreciado por muitos, faz<br />

frente aos desavisados, sobretudo aos<br />

motores de seis cilindros.<br />

Aliado a grande tecnologia das injeções<br />

atuais o motor 151S de 2.5 litros se mostra<br />

valente, rendendo cerca de 280 cavalos<br />

124<br />

completamente original, comprovados<br />

em dinamômetro e utilizando apenas<br />

1 Bar de pressão de turbo. A Caravan<br />

tem um acerto liso e pode ser conduzida<br />

com o conforto característico da linha<br />

Chevrolet, mas não se deixe levar pelas<br />

linhas originais. Se provocada, oferece um<br />

ronco lindo do escapamento direto de 3”<br />

polegadas e uma pegada extremamente<br />

forte devido ao alto torque em baixa<br />

rotação, provavelmente, a última coisa<br />

que o incauto verá será sua linda traseira...<br />

Os irmãos fazem parte do Clube de<br />

Autos Antigos da Cidade de Araras, interior<br />

de São Paulo e o carro chama a atenção<br />

nos encontros em que participa, pois<br />

todos ficam admirados com a ousadia do<br />

projeto que embora seja simples, foi feito<br />

em cima de um motor quatro cilindros, que<br />

é pouco explorado atualmente.


TO<br />

773<br />

126


O retOrnO<br />

Piloto e Opala Comodoro 1980 retornam à competição de Arrancada após um longo tempo distante das pistas, e<br />

dessa vez com o carro inteiramente reformulado.<br />

Fotos e reportagem: Evandro Lima


O piloto Eduardo Montemor é um<br />

grande entusiasta da Arrancada e também<br />

faz parte da nação de apaixonados<br />

pelo Chevrolet Opala. Há alguns anos<br />

passados decidiu iniciar a carreira de<br />

piloto de Arrancada, e juntamente com<br />

seu amigo e mecânico Alessandro<br />

Santos, ingressar nas provas com um<br />

carro inteiramente novo. Com a decisão<br />

do projeto Alessandro tratou de sair em<br />

busca de um carro com boa estrutura.<br />

Após alguns meses conseguiu achar<br />

este Opala Comodoro 1980 em muito<br />

bom estado. Após a compra, Alessandro<br />

procurou uma empresa no Rio Grande<br />

do Sul para que o carro fosse reformado<br />

e alterado para a nova proposta. Foram<br />

quase 2 anos até que ficasse pronto, mas<br />

128<br />

infelizmente o projeto não deu certo. O<br />

carro chegou com problemas críticos no<br />

motor e na suspensão. E mesmo após<br />

várias tentativas não conseguiram atingir<br />

o resultado esperado, o que acabou<br />

desanimando a equipe que resolveu<br />

afastar o carro das competições e<br />

reformular todo o projeto por completo,<br />

e desta vez “em casa”. Mais uma vez<br />

foram quase 2 anos entre desmontagens,<br />

desenvolvimento e a montagem final do<br />

carro que agora conta com um novo motor,<br />

trabalhos na carroceria e a suspensão<br />

feita de forma correta. Alessandro<br />

Santos é o responsável pela preparação<br />

e nos conta – “Sofremos demais com<br />

problemas no carro, estava tudo errado.<br />

O motor com problemas no sistema de


lubrificação e no cabeçote. A distribuição<br />

de massas na carroceria e o sistema de<br />

suspensão do carro estavam totalmente<br />

errados, não funcionava! Resolvemos<br />

desmontar tudo, começar do zero e tudo<br />

feito aqui com a ajuda de parceiros da<br />

cidade”. Para o novo projeto a carroceria<br />

foi aliviada para voltar ao peso original.<br />

Foi necessária a remoção de algumas<br />

centenas de quilos de chumbo colocados<br />

pela antiga preparadora. A suspensão que<br />

também estava critica foi completamente<br />

desmontada para que novos ajustes<br />

fossem feitos no alinhamento, cargas<br />

de molas e setup dos 4 amortecedores<br />

Strange feitos em alumínio e que possuem<br />

ajustes de compressão e expansão.<br />

Além disso, a suspensão traseira foi<br />

totalmente reformulada onde as Ladder<br />

Bars foram reposicionadas e o diferencial<br />

devidamente alinhado. O novo motor foi<br />

elaborado utilizando o bloco baixo dos 250,<br />

mas com a cilindrada elevada com uso do<br />

virabrequim do caminhão A-60 com 104,6<br />

milímetros de curso. As bielas forjadas<br />

Scat possuem 6 polegadas de distancia<br />

entre centros e pistões forjados são do<br />

tipo “cabeçudos”, fabricados pela IASA na<br />

medida 0,60”, e são especiais para este<br />

tipo de conjunto, pois possuem o pino<br />

deslocado. O cabeçote foi extensamente<br />

alterado, calça válvulas de 49,28 mm na<br />

admissão e 40,64 mm no escapamento,<br />

possui “Lump Ports” e rende 153 Cfm<br />

a 10”. Todo o trem de válvulas é da<br />

americana Crower, com balancins 1.75<br />

e comando de válvulas também roller,<br />

feito por encomenda com 304 graus na<br />

admissão e 308 graus no escapamento.<br />

Na alimentação um conjunto Carlini com<br />

3 corpos duplos de <strong>45</strong>mm de diâmetro<br />

nas 6 borboletas, injetores de 160 lbs/h<br />

e todo o sistema de ignição e injeção<br />

comandados por equipamentos FuelTech.<br />

O gerenciador é um FT300 que funciona<br />

com roda fônica que esta instalada no<br />

frente do Damper gringo da Fluidamper.<br />

Na ignição, 6 bobinas Bosch do Fiat Marea<br />

ligadas diretamente nas velas Iridium de<br />

grau 9. A preparação do motor rendeu<br />

com Metanol puro 407 cavalos nas rodas<br />

com motor ainda em fase de amaciamento<br />

e girando 6700 rotações por minuto sem<br />

qualquer adição de Nitrometano. Segundo<br />

Alessandro Santos, este motor é capaz de<br />

girar 7700 rotações e conseguir potência<br />

ainda maior, pois o carro estava amaciando<br />

e com a relação estequiométrica ainda<br />

bem “gorda”, a curva de potencia foi<br />

cortada em ascendente. O sistema de<br />

transmissão conta com diferencial Dana<br />

44 com Spool, cambio de 4 marchas com<br />

engates rápidos e engrenagens forjadas.<br />

O carro iniciará os testes de pista no<br />

próximo mês, e tudo leva a crer que<br />

teremos mais um bom competidor na<br />

categoria TO para dar o Show à legião de<br />

fanáticos pelo Opala.<br />

130


“<br />

O Opala foi totalmente reconstruído.<br />

Agora conta com um novo motor que rende<br />

mais de 400 cavalos e a suspensão traseira<br />

do tipo Ladder-Bar com amortecedores<br />

Strange.”


134


A categoria mais radical da Arrancada Brasileira ganha um novo guerreiro, e ele esta armado até os dentes!<br />

o desafiante<br />

Fotos: Fabio Felix Pascoal reportagem: Evandro Lima


Para os aficionados por veículos de<br />

tração traseira e motores aspirados a<br />

categoria <strong>TS</strong> é o topo do mundo. Motores<br />

absurdamente modificados inseridos<br />

nos Muscle Cars brasileiros transformam<br />

as disputas nas pistas em verdadeiras<br />

batalhas campais. A rivalidade na pista é<br />

tão grande que são formados grupos de<br />

torcedores fanáticos por cada marca. O<br />

reinado atual pertence à equipe Castañon<br />

com o Ford Maverick V8 pilotado por<br />

Gustavo Castañon, o mais rápido da<br />

atualidade nos 402 metros com o tempo<br />

de 7.853 segundos marcados na pista do<br />

Velopark no Rio Grande do Sul. Na disputa<br />

do reinado o piloto Marcio Julio com a<br />

Caravan da equipe Los Hermanos vinha<br />

ganhado terreno a cada prova, mesmo<br />

estando ainda equipada com o motor de 6<br />

cilindros no nitrometano. Estes dois carros<br />

que travaram disputas maravilhosamente<br />

memoráveis, são os responsáveis pela<br />

mais agradável rivalidade das pistas de 402<br />

metros entre duas marcas expressivas<br />

no país. Agora, a categoria <strong>TS</strong> tem um<br />

novo guerreiro que também representa a<br />

“gravatinha” Chevrolet, Diego Busato, que<br />

fez sua estreia enfiando um 8.1s na pista<br />

de Curitiba com seu Opala negro equipado<br />

com um monstruoso “Small Block” Chevy<br />

de 407 polegadas regado a altas doses<br />

de óxido nitroso, preparado pela Speed<br />

Unlimited. Senhoras e senhores, o que<br />

temos aqui entre essas três importantes<br />

equipes é algo insanamente maravilhoso<br />

em termos de competição, e talvez<br />

tenhamos o contra-ataque Chevrolet<br />

vindo fazer o que já era bom ficar ainda<br />

melhor em todos os aspectos.<br />

A equipe paranaense Speed Unlimited<br />

tem sede em Curitiba, o time de feras<br />

é responsável pelo desenvolvimento e<br />

montagem desse maravilhoso Opala.<br />

O projeto vem sendo desenvolvido há<br />

três anos para chegar ao estagio atual<br />

e segundo a piloto Diego Busato, o carro<br />

esta em fase de acertos com poucos<br />

testes realizados somente na pista de<br />

Curitiba – “Andei apenas em Curitiba, não<br />

tive oportunidade de andar em uma pista<br />

100% como a do Grandão ou no Velopark.<br />

Em Curitiba a pista infelizmente não é<br />

regular, tem problemas de ondulações e<br />

falta de grip. É importante salientar que<br />

devíamos ter o mesmo regulamento em<br />

todas as regiões do Brasil, pois aqui em<br />

Curitiba é diferente do Rio grande do Sul<br />

aonde tem uma das melhores pistas do<br />

país – Nos conta Diego.<br />

Quem pode acompanhar a ultima<br />

etapa de Curitiba “sentiu na pele” o poder<br />

do SBC “nitrado”. O ruído produzido pelo V8<br />

é ensurdecedor, coisa de arrepiar mesmo.<br />

A preparação do motor foi feita com o que<br />

existe de mais moderno na atualidade. A<br />

receita é “bem simples”, pegue “Pack” com<br />

tudo o que comprovadamente funciona<br />

e que existe de melhor e entregue a<br />

um profissional competente. Vocês<br />

não imaginam como foi difícil conseguir<br />

arrancar algumas coisas da equipe,<br />

que obviamente prefere manter alguns<br />

segredos sobre algumas especificações,<br />

e respeitamos, pois não é fácil conseguir<br />

alcançar o nível de desenvolvimento<br />

atual, e passar tudo aqui seria insanidade,<br />

principalmente em uma categoria onde<br />

não se tem “limites” e leitores Tech Speed<br />

não costumam “cochilar”! Para conseguir<br />

algumas informações tive que amarrar o<br />

Diego e faze-lo ouvir o som de um motor<br />

Ford por algumas horas (hahaha). O bloco<br />

do motor é um V8 em ferro fundido de 350<br />

polegadas regulamentado pela CBA, mas<br />

foi alteradíssimo. A capacidade cúbica foi<br />

elevada por intermédio de pistões forjados<br />

do tipo “dome”, da americana Diamond<br />

Pistons, montados nas parrudas bielas<br />

BME também fabricadas em alumínio. O<br />

virabrequim de curso é Crower feito em<br />

aço forjado e capaz de suportar rotações<br />

e cargas absurdas. Os cabeçotes e o<br />

coletor de admissão, também “gringos”,<br />

foram fabricados pela CFE Heads, uma<br />

empresa conceituadíssima na fabricação<br />

do componente, e que também fornece<br />

equipamentos para a várias categorias nos<br />

EUA, servindo pilotos consagrados como<br />

Allen Johnson, Erica Stevens, Jeg Coughlin<br />

entre outros. No pacote dos cabeçotes,<br />

todo o sistema de trem de válvulas da<br />

Jesel e varetas Manton com a espessura<br />

136


do seu polegar. O sistema de lubrificação<br />

é feito por bomba externa e cárter seco<br />

da Moroso, e se você esta esperando<br />

algo sobre o comando de válvulas, eu<br />

também, acho que mais algumas horas<br />

de Ford ele entregaria! O sistema de<br />

injeção eletrônica é comandado pela<br />

Fueltech FT500 que também gerencia<br />

o oxido nitroso no estilo seco, isto é, sem<br />

para domar toda disposição da usina<br />

Diego usa da experiência adquirida nas<br />

pistas e informações valiosas vindas do<br />

seu irmão Roderjan e equipe da Speed<br />

Unlimited. Diego Busato tem história na<br />

Arrancada Brasileira. Fez sua estreia nas<br />

provas de 201 metros com um Voyage<br />

turbo e participou de vários tipos de<br />

campeonatos e categorias. - “Sempre fui<br />

a adição de combustível juntamente fã de carros e incentivado pelo meu irmão<br />

com o gás. Isso é possível graças ao<br />

sofisticado sistema de gerenciamento da<br />

FT500, capaz de controlar com precisão<br />

e permitir que o preparador elabore uma<br />

curva independente de combustível e<br />

ignição com o sistema de oxido nitroso<br />

ativado. A categoria não permite a divisão<br />

de estágios do sistema de oxido nitroso,<br />

e na configuração deste motor são mais<br />

de 500 cavalos entregues de uma só vez<br />

para serem queimados com o auxilio dos<br />

módulos de ignição M&W, outro fabricante<br />

Roderjan Busato e meu pai Dalton Busato<br />

- ambos correm até hoje nas Arrancadas<br />

do Brasil. Depois disso fui para provas de<br />

regularidade que seria na época a DES<br />

14S, andei por alguns anos neste tipo<br />

de corrida com este mesmo Voyage e<br />

depois com um gol turbo e um bug turbo.<br />

Meu irmão sempre me incentivou nas<br />

provas, até que em um dia ele me fez<br />

uma surpresa e comprou este Opala <strong>TS</strong>.<br />

Fizemos diversas mudanças no carro<br />

conforme a categoria foi evoluindo até<br />

conceituadíssimo em equipamentos chegarmos no bom desempenho de hoje,<br />

para alta performance. Nada neste carro<br />

foi impensado, do motor ao sistema de<br />

transmissão o conjunto é perfeito. O<br />

tenho muito a agradecer ao meu irmão,<br />

que foi com certeza o maior incentivador,<br />

ao meu pai e hoje a nossa Equipe Speed<br />

cambio G Force é de 5 machas e as trocas Unlimited – Revela Diego<br />

“<br />

são feitas manualmente, mas de forma Para nós da revista Tech Speed nos<br />

eletrônica. Com um simples “apertar de resta aguardar o duelo imperdível entre os<br />

botão” as engrenagens são trocadas Titans da equipe Los Hermanos, Castañon<br />

atuando solenoides de comando. A e Speed Unlimited no Velopark. Talvez a<br />

Equipamentos de ponta e montagem<br />

suspensão é do tipo Four-link totalmente disputa mais acirrada do país entre as<br />

profissional, tudo para buscar o<br />

ajustável em pontos de ataque para o marcas Chevrolet e Ford. Você vai perder<br />

melhor tempo nas pistas de 402 m”.<br />

ajuste em cada situação de pista. E não o show?<br />

pense que o carro “faz tudo” sozinho,<br />

138


142 34


ABSOLUTO<br />

Um dos maiores ídolos da Arrancada nacional acaba de conquistar mais um título em sua espetacular carreira, o<br />

recorde da categoria TO nos 402 metros da pista do Velopark.<br />

Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Evandro Lima


Talvez não exista outro piloto no<br />

país com tantas conquistas carregando<br />

a bandeira do Rio Grande do Sul e da<br />

Chevrolet na Arrancada Brasileira. O<br />

gaúcho Joacir Cavagnoli, o Curinga,<br />

faz parte importante da história da<br />

Arrancada onde os seus 197 recordes<br />

conquistados, 1314 troféus nas<br />

participações em praticamente todas<br />

as provas no Rio Grande do Sul atestam<br />

sua incrível capacidade. Competidor nato,<br />

Joacir é referência quando o assunto<br />

é competição com Opalas aspirados, e<br />

carrega a sua legião de fãs espalhados<br />

em todo o país. Absolutamente preciso<br />

na tocada, constante e rápido, não há<br />

campeonato que participe que não brigue<br />

– e na grande maioria das vezes, vença<br />

– disputas acirradas com os adversários<br />

da categoria. Seu apetite por competição<br />

é tão grande que chega a participar<br />

de 5 campeonatos em seu estado de<br />

forma simultânea, vencendo boa parte<br />

de todos eles. Só para termos uma ideia<br />

do que estamos escrevendo, no ano de<br />

2014 o piloto conquistou nada mais nada<br />

menos do que 11 títulos, participando<br />

quando possível em 3 categorias no<br />

mesmo evento. Não é atoa que boa parte<br />

da casa e da oficina do Jaocir esteja<br />

repleta de troféus, que segundo ele, são<br />

exatas 1314 premiações nesses vinte<br />

anos de pista. Seu amigo do peito e fiel<br />

escudeiro também faz parte disso tudo,<br />

o Chacal, um especialista na construção e<br />

preparação de motores é corresponsável<br />

pelo sucesso do bólido nas pistas. Toda a<br />

144 36


construção do carro foi feita basicamente<br />

a quatro mãos em horas disponíveis<br />

entre Joacir e o Chacal. Geralmente após<br />

as 18 horas ambos dedicavam tempo<br />

e experiência no desenvolvimento de<br />

cada componente aplicado ao carro<br />

dessa matéria, que levou quase 2 anos<br />

para chegar ao estágio atual, mesmo<br />

com a experiência de ambos nos<br />

campeonatos anteriores. O carro já<br />

provou ser competitivo mesmo antes de<br />

cravar o atual recorde da categoria TO no<br />

Velopark, em etapas anteriores no ano<br />

de 2014, em outras cidades do estado, o<br />

carro já havia feito tempos excelentes,<br />

mas com a quebra do motor em uma<br />

das etapas tiveram que recomeçar todo<br />

o projeto novamente. Com a notícia da<br />

reabertura do Velopark em 2015 a equipe<br />

tratou de fazer um novo motor.<br />

Neste Opala não existe um<br />

componente sequer que não tenha sido<br />

devidamente “lapidado” e desenvolvido<br />

para Arrancada. O Chacal é o responsável<br />

pela preparação do carro e do motor.<br />

Possui uma oficina completa e repleta<br />

de ferramentas capazes de construir um<br />

veículo partindo de um único parafuso.<br />

Balanças, mesa de chassi, dinamômetro,<br />

bancada de fluxo e uma infinidade de<br />

ferramentas e conhecimento técnico,<br />

foram decisivas para a elaboração e<br />

sucesso do projeto. No processo de<br />

construção deste carro a carroceria foi<br />

despida de tudo, o monobloco passou<br />

por um criterioso estudo e foi alinhado<br />

na mesa para que posteriormente todos<br />

os componentes fossem instalados.<br />

Suspensão dianteira e traseira, barras,<br />

reforços, equilíbrio das massas e o<br />

desenvolvimento do motor fazem parte<br />

do pacote de alterações desse Opala.<br />

Nem tudo são flores, a quebra do motor<br />

“campeão” ocorrida no final de 2012<br />

destruiu grande parte das peças, adiando<br />

esse resultado que já era almejado em<br />

2013. Chacal revela que grande parte do<br />

sucesso no desenvolvimento do motor<br />

vem daquela época, pois já apostavam no<br />

banimento do Nitrometano na categoria<br />

TO. Com isso ambos trataram de focar<br />

o trabalho no novo motor para extrair o<br />

máximo de potencia utilizando apenas o<br />

Metanol como combustível. E deu certo!<br />

Joacir enfiou um assustador 10.092 nos<br />

402 metros da pista do Velopark logo na<br />

segunda puxada, com 1,536 nos 60 pés,<br />

4,279 nos 100 metros, 6,530 nos 201<br />

metros, 8,401 nos 330 metros. “O carro<br />

tem muito potencial, lutaremos para<br />

entrar nos sonhados 9 segundos, mas<br />

competição é competição, só na pista<br />

para sabermos isso” – Revela Chacal. Ele<br />

também nos conta que este motor é bem<br />

próximo em termos de desempenho ao<br />

antigo, possui 505 cavalos e 56kgf.m em<br />

torque. “Não foi levado próximo ao limite<br />

justamente para que o equipamento<br />

ganhe em segurança e durabilidade”<br />

– Conta Chacal. A meta da equipe é<br />

participar de várias provas durante o ano,<br />

e se possível, baixar ainda mais o tempo<br />

de pista com o Opala TO Metal guiado por<br />

um dos pilotos mais respeitados do Brasil.


Campeonato Brasileiro (201 e 402m):<br />

Campeão nos anos de 2004, 2008,<br />

terceiro colocado no ano de 2012 e campeão<br />

novamente em 2014.<br />

Campeonato Sul Brasileiro (201m):<br />

Campeão nos anos de 2000 e 2001;<br />

Campeonato Gaúcho de Arrancada<br />

(201 e 402m):<br />

1992 até 2012 foram 20 títulos<br />

consecutivos conquistados em duas e/<br />

ou três categorias (2013 atipicamente<br />

conquistaram o terceiro lugar devido<br />

adversidades financeiras), e em 2014<br />

campeao.<br />

Campeonato Metropolitano (201m):<br />

Campeão nos anos de 2011 e 2012 em<br />

duas categorias;<br />

Campeonato Serrano (201m):<br />

Campeão nos anos de 2011, 2012, 2013 e<br />

2014 em duas categorias;<br />

Copa Serra de Arrancada (201m):<br />

2007 a 2014 campeão em duas e/ou três<br />

categorias;<br />

Copa Sul de Arrancada (201m):<br />

1992-2014 foram 22 títulos consecutivos<br />

em duas e/ou quatro categorias;<br />

18º Festival Internacional de Arrancada<br />

(402m):<br />

Terceiro lugar e recordista da categoria;<br />

Festival Dragster Summer Show de<br />

Arrancada (201m):<br />

Campeão no ano de 2010 em duas<br />

categorias.<br />

38 146


BATE PAPO<br />

Tech Speed: Qual a sua profissão e<br />

em que ramo?<br />

Chacal :Técnico em Soluções<br />

Automotivas<br />

Curinga: Mecânico<br />

<strong>TS</strong>: Quando comprou o veículo da<br />

matéria?<br />

Esta carroceria teve seu trabalho<br />

iniciado em 2008, após a aposentadoria<br />

do antigo “Corvo da Serra”<br />

<strong>TS</strong>: Como e quando surgiu a ideia de<br />

alterar o carro?<br />

Curinga: Competíamos pela Street<br />

Tração Traseira e em meados de 2010<br />

deslumbramos a possibilidade de adaptar<br />

o carro para a Traseira original e assim<br />

aconteceu.<br />

<strong>TS</strong>: Qual foi a parte mais difícil na<br />

construção do carro?<br />

Curinga: A construção do carro é<br />

primordial e o projeto deve ser solido,<br />

mas sempre olhando para o futuro<br />

fazendo com que os investimentos de<br />

maior monta não sejam desperdiçados<br />

ou fiquem obsoletos, porem o<br />

desenvolvimento em pista é o fator<br />

determinante. Muito dificilmente um carro<br />

saído da prancheta ira ter resultados sem<br />

que a equipe tenha um banco de dados<br />

muito forte, tais dados e informações<br />

extras só são obtidos com experiências,<br />

erros e acertos provenientes da vivencia<br />

e da quilometragem de pista.<br />

<strong>TS</strong>: Quando iniciou o trabalho e<br />

quanto tempo durou?<br />

Curinga: O trabalho nunca para e o<br />

desenvolvimento é uma coisa constante,<br />

nunca pode e nem deve ser interrompido.<br />

Propriamente falando deste resultado,<br />

este desenvolvimento já estava<br />

alcançando suas metas em 2012 quando<br />

uma quebra de motor ocorreu e somada<br />

aos limitados recursos financeiros adiou<br />

essa conquista. Mesmo não tendo uma<br />

forte expressão para a mídia, em 2013 e<br />

2014 competimos em praticamente todas<br />

as provas de todos os campeonatos<br />

regionais, alcançando objetivos muito<br />

expressivos solidificando cada vez mais<br />

o projeto deste carro que não esta só<br />

baseada em motor e potencia. Muito<br />

importante ressaltar isto, pois a sincronia<br />

piloto/carro/preparador é o fator<br />

dominante para superar as dificuldades<br />

e problemas que são normais em um dia<br />

de prova. Este entendimento e sintonia<br />

se refletem também nos bastidores onde<br />

faço uma grande ressalva; “As quebras<br />

são iminentes em qualquer parte ou nível<br />

de carro” então a solidez da confiança<br />

que o piloto deposita no preparador não<br />

deve ser abalada.<br />

<strong>TS</strong>: O que você acha mais fácil e<br />

difícil na “tocada” do seu carro?<br />

Curinga: A sintonia minha com o<br />

“CHEFE”, e incrível , muitas vezes em<br />

duas palavras consigo lhe passar que<br />

esta acontecendo, como todas as<br />

partes do carro passaram por nossas<br />

mãos , dificilmente deixamos de superar<br />

adversidades. A eletrônica e seus<br />

recursos tem sido grande parceira nesta<br />

caminhada, a FUELTECH tem seu mérito,<br />

porém, sem ninguém atrás dos botões,<br />

acho que apenas seriamos “mais um”.<br />

Dedicamos esse recorde a Mateus<br />

Piccoli e Alemão chapeador , que foram<br />

incansáveis durante os 6 meses de<br />

reforma. Muitos amigos nos apoiam,<br />

torcedores e simpatizantes. É por vocês<br />

que corremos. Lutamos contra nosso<br />

próprio tempo ,tentando superar nossas<br />

metas e objetivos .


FICHA TÉCNICA<br />

Opala Metal<br />

Piloto: - Joacir Cavagnolli “Curinga”<br />

Preparador: Chacal www.dcchacal.com.br<br />

Carro: Opala Metal<br />

Categoria: Traseira Original<br />

Melhor tempo em 60 pés e onde e quando aconteceu:<br />

1s536 no Velopark 05/07/2015 (1s488 em 2012 no<br />

Velopark)<br />

Melhor tempo em 201 e onde e quando aconteceu m:<br />

6s520 no Velopark 05/07/2015<br />

Melhor tempo em 402m e onde e quando aconteceu:<br />

10s092 no Velopark 05/07/2015<br />

Velocidade máxima em 201m e onde e quando<br />

aconteceu:<br />

179km/h no Velopark 05/07/2015<br />

Velocidade máxima em 402m e onde e quando<br />

aconteceu:<br />

227km/h no Velopark 05/07/2015<br />

148<br />

Motor: GM 6 cilindros retrabalhado por DcChacal com 5190cc, pistões,<br />

Iasa Box Stroker Dome com anéis MT Racing, bielas MT Racing forjadas,<br />

virabrequim cursado, bomba de óleo High Volume MT Racing, giro máximo<br />

8700rpm<br />

Cabeçote: GM, original de ferro retrabalhado por Dc Chacal com<br />

197cfm/132cfm válvulas de adm e esc: 1,94x1,60 MT Racing, polia do comando<br />

e molas MT Racing, comando Special Order 324º roletado, pratos e travas<br />

Crower<br />

Alimentação: Metanol, Bomba de combustível Magna Fuel, Regulador de<br />

pressão SPA, coletor de admissão Carlini 6 Borboletas <strong>45</strong>mm, 6 injetores de<br />

225lbs<br />

Ignição e acessórios eletrônicos: Fueltech FT500, Peak and Hold:<br />

Fueltech 2 peças 4A/1A, Bobinas individuais de Marea, Gear Controller/<br />

Pro24/6Slims/6ETMs/Múltiplos Sensores Fueltech, eletrônica instalado por<br />

DcChacal<br />

Transmissão: F260 Forjada 4 marchas com engate rápido, Embreagem<br />

Embremax, Diferencial Dana 44<br />

Suspensão: Dianteira original retrabalhada, Traseira Ladder Bar<br />

amortecedores: Special Order<br />

Pneus e Rodas: Dianteiros Hoosier Front Runner, Traseiros Drag Dot, Rodas<br />

Weld Magnum Black<br />

Santo Antônio: Conforme regulamento 2015 / Aço Carbono feito na<br />

DcChacal


O rei da TT<br />

A categoria Turbo Traseira está sob um novo reinado! O piloto Jader Krolow acaba de quebrar o recorde da pista<br />

de 402 metros do Velopark e é o primeiro piloto brasileiro a entrar nos 7 segundos com pneus “Drag Radial”.<br />

Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Evandro Lima<br />

150


Para as pessoas que adoram<br />

veículos com potências extremas<br />

em carros de tração traseira a<br />

categoria TT é, sem dúvida alguma,<br />

a mais emocionante no esporte de<br />

Arrancada. A combinação da aparência<br />

quase imaculada na carroceria dos<br />

veículos e seus motores absurdamente<br />

potentes, consegue atrair entusiastas<br />

espalhados em todos os cantos do<br />

mundo. Dominada por completo por<br />

veículos Chevrolet, os Opalas, Caravans<br />

e Chevettes proporcionam um show à<br />

parte com empinadas e acelerações<br />

descomunais nas pistas de 201 e 402<br />

metros. Não é uma categoria “normal”,<br />

não possui pilotos “normais”. O nível é<br />

altíssimo em tudo, da construção dos<br />

carros ao emprego da experiência e<br />

tecnologia em cada detalhe são decisivos.<br />

A competitividade é enorme, equipes<br />

buscando o melhor setup reunindo<br />

informações diversas trazidas por<br />

dezenas de dados das telemetrias,<br />

vídeos, e entre os pilotos e preparadores<br />

só existem feras com sede de vitória,<br />

e que tentam a todo custo levar seus<br />

carros com motores que superam os<br />

1000 cavalos ao lugar mais alto do<br />

pódio. Uma dessas equipes já vem a<br />

algum tempo dominando o cenário com<br />

carros incrivelmente rápidos, a Julieta<br />

Competições. A equipe possui um extenso<br />

currículo com mais de uma centena de<br />

vitórias e recordes em praticamente<br />

todas as pistas do país. Comandada<br />

pelo preparador Vilson Ferreira, não há<br />

em sua “matilha” um único “lobo” sem<br />

condições de destroçar um recorde ou<br />

lutar por posições mais altas no pódio.<br />

No auxilio da equipe Julieta um dos mais<br />

experientes “afinadores” de sistemas<br />

de injeção eletrônica em carros de<br />

competição do Brasil, o Heraldo Bueno,<br />

que presta suporte técnico para diversas<br />

equipes que utilizam equipamentos<br />

FuelTech. Na equipe a dedicação de<br />

Vilson Ferreira e Heraldo Bueno é<br />

absurda. Ambos descobriram o caminho<br />

das pedras a base de muito trabalho<br />

e estudo, e com competência vem<br />

mostrando aprimoramento e resultados<br />

verdadeiramente expressivos no mundo<br />

da Arrancada. A junção entre dois<br />

cérebros favorecidos e pilotos capazes só<br />

poderia resultar nisso, Recorde atrás de<br />

Recorde.<br />

Este carro pertence e é pilotado<br />

pelo gaúcho Jader Krolow, um dos<br />

pilotos mais ávidos por velocidade em<br />

competições de Drag Race. Além do<br />

temido “Metal”, Jader Krolow possui<br />

outros carros extremamente preparados<br />

para Arrancada e às vezes participa com<br />

vários em um único evento. O melhor é<br />

que o piloto não “coleciona” carros de<br />

corrida para “passear” na pista, ele os<br />

faz serem rápidos, mas muito rápidos.<br />

O Opala “Metal” que ilustra essa matéria<br />

é um deles, foi adquirido a pouco e<br />

mesmo sem estar completamente<br />

“familiarizado” destruiu o antigo recorde<br />

da categoria TT marcando um histórico<br />

tempo de 7,988s passando a 310 km/h


em 402 metros. O carro é um monstro<br />

em todos os sentidos, seus números<br />

em torque e potência são insanos para<br />

um motor de apenas 6 cilindros. 1515<br />

cavalos nas rodas e torque suficiente<br />

para tirar o planeta do seu eixo se<br />

tivessem onde apoiar, são 1754.6 N.m<br />

(178.0 Kgf.m) nas rodas. Confesso que<br />

levei alguns segundos para poder digerir<br />

essa informação, principalmente por<br />

ter que levantar-me do chão após cair<br />

da cadeira! Quem pode acompanhar a<br />

prova no Velopark apreciou de perto<br />

toda a energia desprendida por este<br />

carro. Do ritual da largada a liberação do<br />

paraquedas é algo além do fantástico!<br />

Tudo começa um Burnout sério, mas as<br />

coisas ficam verdadeiramente tensas<br />

um pouco antes de o carro alinhar no<br />

primeiro sensor de “Pré- Stage” do<br />

“pinheirinho”. O giro do motor é elevado<br />

ao corte programado para que o turbo<br />

tenha capacidade de alcançar a pressão<br />

definida pelo “Tuner”. Com isso uma<br />

série de pipocos ensurdecedores é<br />

liberada pelo escapamento, cuspindo<br />

Metanol e Nitrometano que quando<br />

entram em contato com a atmosfera<br />

queimam formando chamas enormes.<br />

Conforme o carro ganha poder, Jader vai<br />

liberando o sistema de travamento aos<br />

poucos procurando a melhor distância na<br />

aproximação do sensor do “Stage”. Nesse<br />

ponto não só o sangue do piloto fervilha,<br />

qualquer um que tenha Drag Race nas<br />

veias vai extasiar. Quando a luz verde<br />

acende temos a sensação maravilhosa<br />

ao vermos o “Metal” ser catapultado para<br />

frente, com as duas rodas dianteiras no ar<br />

e duas listas mais negras que a pista no<br />

piso por quase toda a extensão dos 402<br />

metros. E não pense que todos os 1500<br />

cavalos já estão disponíveis na primeira<br />

marcha, a potencia é dosada com a<br />

Foto: Fabio Felix Pascoal<br />

152


BaTe PaPO<br />

com Heraldo Bueno<br />

Tech Speed: Como um acertador de<br />

carros, no caso deste Opala qual a parte<br />

mais complicada do acerto?<br />

Heraldo Bueno: O conjunto entre<br />

mecânico, piloto e tuner funciona mais<br />

fácil quando todos estão correndo atrás<br />

do melhor objetivo e tem em mente<br />

beneficio mutuo. Dosar a potência<br />

e torque desse carro e uma tarefa<br />

complicada também.<br />

calibragem do gerenciador eletrônico do<br />

turbo, o BoostController FuelTech, que<br />

reduz a pressão para que o carro não<br />

“despregue” no lançamento e durante<br />

a continuidade da aceleração na pista.<br />

Para isso Heraldo utiliza um “mapa” onde<br />

elabora uma rampa de pressão do turbo<br />

para cada situação de pista/tração. Para<br />

as próximas etapas a equipe Julieta<br />

espera melhorar ainda mais o tempo<br />

obtido no recorde do Velopark, pois o<br />

carro e o piloto são capazes disso... E os<br />

números não mentem!<br />

<strong>TS</strong>: Qual o procedimento que<br />

você utiliza para fazer o acerto no<br />

dinamômetro?<br />

Heraldo Bueno: Sou muito detalhista<br />

em tudo. Procuro todos os cavalos<br />

que puder sempre comparando o<br />

gráfico anterior ao atual vendo onde o<br />

motor gostou de mais ponto ou mais<br />

combustível e onde não deu resultado.<br />

Quando não consigo ganho algum a mais<br />

com 1bar eu passo a 2bar de pressão do<br />

turbo e começo tudo outra vez. Procuro<br />

não me importar com quanto de pressão<br />

final que vou ter que usar, tem um<br />

objetivo de potência e paramos quando<br />

chegamos a ele.<br />

<strong>TS</strong>: Qual o procedimento que você<br />

utiliza para fazer as configurações na<br />

pista?<br />

Heraldo Bueno: Tenho cada passe de<br />

cada carro armazenado e sempre atribuo<br />

uma nota a pista, com tanta informação<br />

disponível, basta buscar uma nota para<br />

pista na hora que vai correr e selecionar<br />

o mapa, controles, configuração do Boost<br />

Controller e Gear Controller. Gravo 3<br />

mapas com controles diferentes e ao<br />

chegar na pista decido qual vou utilizar.<br />

<strong>TS</strong>: Você recebe as informações do<br />

Logger e também do piloto?<br />

Heraldo Bueno: Sim, recebo<br />

informações do logger, mas quem diz o<br />

que sentiu do carro é o piloto. Eu o escuto<br />

primeiro e então vou avaliar o logger.<br />

Normalmente tenho vídeos também e<br />

observo o conjunto procurando onde<br />

podemos melhorar ou de que maneira<br />

posso ajudar mais. Nesse caso o trabalho<br />

em equipe unindo piloto, preparador e<br />

tuner tem dado excelentes resultados.


FICHA TÉCNICA<br />

Opala Metal Turbo<br />

Piloto: - Jader Krolow<br />

Preparador: Vilson Ferreira Julieta Competições<br />

Carro: Opala 1974 Luxo<br />

Categoria: Traseira Turbo<br />

acertador: Heraldo Bueno<br />

Melhor tempo em 60 pés:<br />

1,330s Balneario Camburiu<br />

Melhor tempo em 201:<br />

5,387s @ 215km/h Balneario Camburiu<br />

recorde nacional TT em pistas 201m<br />

Melhor tempo em 402m:<br />

7,988s @ 310km/h Velopark recorde nacional pistas<br />

402m primeiro e único TT na casa dos 7s<br />

Velocidade máxima em 201m:<br />

225km/h Maringá<br />

Velocidade máxima em 402m:<br />

312km/h Velopark<br />

154<br />

Motor: GM 250 6cilindros, com reforços estruturais feitos na Julieta<br />

Competições, potência e torque 1515.1whp @ 6800rpms 1754.6, pistões JE<br />

com dome special order, anéis Total Seal, bielas GRP de alumínio special order,<br />

virabrequim Hércules Argentino, brozinas Clevitte, bomba de óleo Barnes<br />

Cabeçote: Original GM preparado por Hércules Cabeçotes 130 cfm na<br />

admissão x 104cfm escape a 10”, válvulas de adm e esc: 1.94x1.60”, polia<br />

do comando regulável Joseph, comando de válvulas Bullet 300x290, molas<br />

K-motiom, pratos Crower titânio, travas Maley titanium<br />

alimentação: Metanol + Nitrometano, coletor de admissão Belquip, Corpo<br />

de borboleta Belquip, bicos 12 Siemens 2200cc/m Bomba de combustível<br />

Aeromotive mecânica, filtro de combustível Aeromotive, regulador de pressão<br />

Weldon<br />

Turbo e escapamento: Pro Mod 91 Gen2 Precision turbo, wastegate Tial<br />

60mm, blow-off Pro Charger, coletor de espamento Shalom<br />

ignição e acessórios eletrônicos: FT-500, Spark pro, peak and hold 3<br />

peças 4A/1A, bobina Bosch Marea Turbo, Gear Controller, Boost Controller 2,<br />

Pro24, wideband slim todos Fueltech e instalado por Shocker Electric Systems<br />

Eduardo Bueno<br />

Transmissão: G-Force 5 machas, embreagem multidisco carbono, eixocardã<br />

fibra de carbono, diferencial Ford-9 Strange, eixos Strange, blocante<br />

Spool Strange<br />

Suspensão: Laderbar, amortecedores Koni, molas QA-1, barras Engineering<br />

Competition, buchas Unibol cromo molibidenio<br />

Pneus e rodas: Traseiros MT 275x60x15, Rodas Aluma Bid lock 10pol. X 3.0<br />

bake space


1979 GM/OPALA COMODORO<br />

Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Evandro Lima<br />

COMEÇANDO<br />

DO ZERO<br />

Iniciar um novo projeto para Arrancada requer muito mais do que tempo e dinheiro.<br />

Paciência, empenho e muita dedicação são palavras chaves para o sucesso.<br />

156


Projetos destinados a Arrancada<br />

notoriamente são complicados,<br />

demorados e requerem muita paciência<br />

entre todos os envolvidos. De um lado<br />

o piloto e proprietário que junta todo<br />

o seu suado dinheiro para a aquisição<br />

de peças e mão de obra. Por outro<br />

lado, mais de uma centena de pessoas<br />

estão envolvidas mesmo sem que o<br />

“dono” do carro tenha consciência.<br />

Mecânicos dedicam seu tempo,<br />

conhecimento e paciência na montagem<br />

e desenvolvimento do projeto e terceiros<br />

fabricam peças, constroem equipamentos<br />

e formam uma cadeia gigantesca em<br />

cada componente empregado no carro.<br />

Agora imagine iniciar um projeto do<br />

zero, onde têm somente nas mãos uma<br />

carroceria completamente desmontada<br />

e um sonho a ser realizado. Foi assim que<br />

Fabio Luiz Wisniewski encontrou o seu<br />

Opala, completamente desmontado para<br />

uma reforma inacabada da qual o antigo<br />

proprietário havia desistido. Encontrar um<br />

carro dessa forma apesar de assustador,<br />

mas tem suas vantagens, ainda mais<br />

quando foi adquirido e destinado a ser<br />

o carro de Arrancadas desde o início. O<br />

exame do monobloco e as condições<br />

reais de estrutura podem ser feitos<br />

com facilidade, evitando problemas<br />

maiores em relação a isso. Após o exame<br />

completo da estrutura e a finalização da<br />

compra o carro seguiu para a montagem.<br />

“Fiquei durante quase um ano<br />

inteiro envolvido na montagem do carro.<br />

Após este período ele ficou parado por<br />

158


aproximadamente mais um ano enquanto<br />

eu comprava as peças para preparação<br />

de motor/suspensão e eletrônica. Em<br />

agosto de 2014 começamos a fabricar<br />

o Santo Antônio, reforços de chassis<br />

e Suspensão traseira, que em <strong>45</strong> dias<br />

foi concluída. Levamos mais 30 dias<br />

para colocar o motor, caixa de câmbio,<br />

suportes, pressurização, descarga e<br />

elétrica. Em meados de outubro de 2014 o<br />

carro funcionou” – Conta Fabio.<br />

Após o funcionamento Fabio e a<br />

equipe decidiram levar o carro para<br />

uma prova em Santa Cruz do Sul para<br />

o primeiro teste de chassi e saber se<br />

tudo estava dentro do previsto. Após o<br />

teste e como o carro andou “na linha”<br />

foram ao dinamômetro para extrair o<br />

suco. Partiram com 1 Bar e 600 cavalos<br />

nas rodas, quando começaram a elevar<br />

a pressão e a medida que a potência ia<br />

subindo começaram as quebras.<br />

“Primeiro foram as pontas de eixo.<br />

Refizemos as pontas novas e quebrou de<br />

novo. Comprei as forjadas e finalmente<br />

não tive mais problemas em relação as<br />

pontas. Ai foi a vez da junta de cabeçote.<br />

Concertamos e queimou de novo.<br />

Colocamos O’ring e finalmente tínhamos<br />

segurança na junta para elevarmos a<br />

pressão, o que foi feito. Ai quebrou caixa<br />

de marchas por duas vezes que já era<br />

forjada. Partimos para os estudos e<br />

fizemos uma nova transmissão com<br />

rolamento de reforço na rabeta e<br />

dentes retos. Simplificando, passei 9<br />

meses tentando andar sem sucesso,<br />

e finalmente depois de todos esses<br />

contratempos conseguimos andar com<br />

tranquilidade marcando 1.6 s de primeira<br />

parcial e 6.7 s nos 201 metros usando 1,7<br />

Bar de pressão, 70 de sonda em um carro<br />

que pesa 1370kgs com piloto. Pode-se<br />

dizer que foi a primeira prova do carro,<br />

antes os problemas sempre apareciam<br />

na primeira largada. A parte mais difícil<br />

do projeto com certeza foi a escolha<br />

das peças a serem utilizadas. Existem<br />

receitas prontas e que funcionam, mas a<br />

um custo muito caro, por isso decidimos<br />

fazer algo “em casa” mais em conta.<br />

Ai é que vieram parte dos problemas,<br />

por uma certa falta de experiência<br />

foram escolhidos alguns caminhos<br />

mais “baratos” que logo se mostraram<br />

ineficazes, quebrava, eu insistia de novo<br />

e depois disso tinha que por coisas<br />

boas gerando custos adicionais e não<br />

conseguindo andar. Mas esta parte já<br />

está sendo superada”. Revela Fabio.<br />

Após todos os pesadelos do<br />

desenvolvimento Fabio nos contou que<br />

agora o carro está em perfeita ordem e<br />

pronto para participar de provas oficiais<br />

e não oficias nas pistas do Rio Grande do<br />

Sul. O carro já mostrou potencial de sobra<br />

e capaz de fazer bons tempos com o<br />

decorrer das etapas. Nós estaremos por<br />

aqui sempre torcendo, parabéns a equipe<br />

e ao Fabio pela dedicação no projeto.<br />

Veja todos os detalhes da preparação em<br />

nossa ficha técnica.


FICHA TÉCNICA<br />

Opala Turbo Traseira<br />

Piloto e preparador: - Fabio Luiz Wisniewski<br />

Acertador: Diego Venzon<br />

Carro: Opala Comodoro 1979<br />

Categoria: Traseira Turbo<br />

Melhor tempo em 60 pés e onde e quando aconteceu:<br />

1.663s – Sta Cruz do Sul – 16/08/2015<br />

Melhor tempo em 201 e onde e quando aconteceu m:<br />

6.773s – Sta Cruz do Sul – 16/08/2015<br />

Velocidade máxima em 201m e onde e quando<br />

aconteceu:<br />

181km/h - Sta Cruz do Sul –16/08/2015<br />

160<br />

Motor: GM 6 Cilindros 600cv e 69kgf.m, pistões Iasa flat top, anéis Iasa,<br />

pino JE, bielas forjadas, bonzinas Clevitte, bomba de óleo Melling HV<br />

Cabeçote: Cabeçote original retrabalhado por Auto Motor Preparações,<br />

válvulas de adm 1,90” e esc 1,60” Manley Race Flow, polia de comando Pro<br />

Comp, comando Crower TCS7 280ºx268º, Molas, travas, pratos Iskenderian<br />

Alimentação: Metanol, coletor de admissão Santilli plenum longo, corpo<br />

de borboleta 80mm Belquip, bicos : 6x Siemens 83lbs / 6x siemens 225lbs,<br />

bomba de combustível Mecânica Aeromotive, filtro de combustível Magna<br />

Fuel, regulador de pressão Aeromotive<br />

Turbo e escapamento: Master Power 7677, carcaça quente 1.28 com rotor/<br />

eixo 76 x 77mm, wastegate FTX 60mm, blow-off FTX modelo Tial 60mm,<br />

coletor de escapamento German<br />

ECU e acessórios eletrônicos: Fuel tech FT 400, Spark pro-6, bobina 6x Gol<br />

Mi, booster Controller / Gear Controller Fuel Tech, peak and hold Fuel Tech 4A,<br />

eletrônica instalado por Trash Racing<br />

Transmissão: Clark 260F 4M forjado com engate rápido, embreagem<br />

multidisco, diferencial Ford 9”, blocante Spool De Paulli<br />

Suspensão: Lader Bars, amortecedores Impacto Especiais Coil Over e<br />

molas Impacto Especiais, barras Trash Racing<br />

Pneus e Rodas: Dianteiros Pirelli P4, Traseiros Hosier 275/60 R15, rodas<br />

Infinity 4” Dianteiras e 8” traseiras


Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Clio Corbetta<br />

162


A escolha pelo motor V8 Chevrolet fechou com chave de ouro a realização de um dos<br />

melhores projetos com Opala no Brasil. Um legítimo “Pro Street” nacional.<br />

Marcos Aguzolli é um grande<br />

entusiasta da linha Chevrolet.<br />

Apaixonado por carros com motores<br />

potentes e da escola antiga, possui em<br />

sua garagem dois exemplares do modelo<br />

Opala restaurados com perfeição. Um L6,<br />

de cor verde também veiculado nessa<br />

edição, e este magnifico SS equipado<br />

com o motor V8, exibindo “poder de<br />

fogo” impressionante. Marcos Aguzolli<br />

encontrou este Opala SS 1978 em 2002<br />

por indicação de um amigo. O carro<br />

precisava de uma restauração completa<br />

e melhorias mecânicas, porém, contava<br />

com todos os acessórios originais em<br />

seus respectivos lugares, o que cativou<br />

ainda mais a aquisição do modelo. Ao<br />

contrario de muitos puristas, Marcos<br />

Aguzolli o comprou o Opala com a<br />

intenção de realizar um projeto mais<br />

ousado, equipando o SS comum motor<br />

Chevrolet V8 de 400 polegadas, com<br />

direito a transmissão automática, ladders<br />

bars e muita preparação. E se você leu<br />

tudo isso e pensou que se tratava de um<br />

carro de pista, engano seu. Este Opala<br />

é um legítimo Pro Street, um monstro<br />

concebido para acelerações brutais na<br />

estrada, o seu habitat natural, tranquilo<br />

suficiente para frequentar eventos e<br />

competições por onde passe.<br />

O PROJETO<br />

O primeiro projeto na realidade era<br />

equipar o Opala com um V8 283, quadrijet<br />

de 650CFM e um comando mais esperto,<br />

o que já ficaria muito bom para um carro<br />

de rua. Mas mudou o projeto e acabou<br />

comprando um Chevrolet “centerbolt”<br />

de 305 polegadas, originário de uma<br />

camionete, juntamente com a caixa<br />

automática TH400. A essa altura o<br />

carro ainda estava na oficina Curitibana<br />

Totty Hot Toys, onde o motor 305 foi<br />

adaptado, mas perceberam que a<br />

transmissão modificada utilizando um<br />

conversor com “Stall” de 2400 rpm havia<br />

ficado inadequado. Posteriormente,<br />

Marcos ficou sabendo de um motor<br />

400 polegadas a venda e o comprou.<br />

Resolvido o problema da motorização<br />

Marcos tratou de fazer a preparação do<br />

SBC 400 herdado de um Chevrolet Monte<br />

Carlo, encomendando um jogo de pistões<br />

da marca Keith Black 0,030, o par de<br />

cabeçotes da marca Patriot Performance<br />

e as bielas forjadas Scat. O virabrequim<br />

desse motor é original, porem forjado de<br />

fabrica e foi aliviado e balanceado com<br />

o conjunto. O grande responsável pela<br />

embaralhada maravilhosa na marcha<br />

lenta é o comando de válvulas Edelbrock<br />

Performer Rpm com 308 x 318 graus


de permanência e com 114 graus de<br />

lobe center. Na parte de alimentação,<br />

Marcos optou pelo uso de uma injeção<br />

eletrônica programável MSD com corpo<br />

de borboleta também da marca. Marcos<br />

estuda a possibilidade do uso de outra<br />

injeção programável devido a atual não<br />

ter tantos recursos como as fabricadas<br />

no Brasil, impossibilitando extrair o<br />

máximo em cavalaria e dirigibilidade. O<br />

motor foi acertado na Fast Custom de<br />

Caxias do Sul que também é responsável<br />

pela magnifica montagem da mecânica,<br />

inclusive a construção de um “SubFrame”<br />

dianteiro fixado nas longarinas,<br />

melhorando a rigidez estrutural e a<br />

dinâmica do carro em qualquer situação.<br />

Ao abrir o capo do SS você se depara<br />

com cofre totalmente limpo onde o<br />

chicote elétrico do carro foi previamente<br />

“escondido” ao melhor estilo “Wire<br />

Tuck”. O visual é incrivelmente “clean”.<br />

Completando o pacote foi instalado um<br />

kit de polias de correias em alumínio,<br />

deixando-as correias organizadas. O<br />

cilindro mestre é da marca Tilton e ficou<br />

estrategicamente posicionado para<br />

não alterar o visual limpo do cofre. Os<br />

coletores de escapamento foram feitos<br />

de maneira artesanal pela Fast Custom,<br />

que também equipou o sistema de<br />

exaustão com duas válvulas elétricas, que<br />

quando acionadas liberam a passagem<br />

dos gases de maneira livre, sem a<br />

interferência dos abafadores Flowmaster<br />

da série 40. Com o sistema liberado o som<br />

é animal, um legítimo V8 gritando em alto<br />

e bom som! A vantagem do sistema, além<br />

de prover alguns cavalos extras é evitar<br />

alguns problemas com vizinhos no bairro<br />

e a fiscalização na estrada e cidade.<br />

Para segurar toda a estupidez desse<br />

motor foi instalada uma caixa TH400<br />

com o kit Shift Improvment da marca<br />

B&M. O diferencial usado é um Dana 44<br />

com pontas de eixo forjadas, fabricadas<br />

pela Strange. A suspensão traseira conta<br />

com barras de tração do tipo “Ladder-<br />

Bars”, amortecedores “Strange do tipo<br />

“coil-over” na traseira e na dianteira.<br />

Para melhorar o sistema de freios foram<br />

instalados discos de maiores dimensões<br />

e pinças Wilwood de 4 pistões nas rodas<br />

dianteiras e traseiras e pode ser ajustado<br />

pelo cilindro mestre de duplo canal da<br />

marca Tilton. Para calçar o SS no chão<br />

foram instaladas as clássicas rodas do SS<br />

mais antigos, com pneus BF GOODRICH<br />

195/60 R15 nas rodas dianteiras e<br />

295/60 R15 na traseira, deixando o visual<br />

do carro ainda mais bandido.<br />

No interior a originalidade foi mantida,<br />

o visual é quase imaculado a não serem<br />

pelo painel de instrumentos, substituído<br />

pelo novo modelo fabricado pela ODG,<br />

os bancos do tipo concha e cinto de<br />

segurança, ambos da marca SPARCO.<br />

Esse carro não se trata de<br />

uma simples adaptação, tudo foi<br />

meticulosamente pensado. Peças foram<br />

desenhadas e construídas especialmente<br />

para atender ao projeto, dos parafusos<br />

que prendem a grade dianteira até a<br />

pintura nada ficou para traz. Esse Opala<br />

é uma prova que temos profissionais<br />

capazes em nosso país para executar<br />

serviço de qualidade. Como disse Marcos<br />

Aguzolli, “Esse carro foi um desafio e para<br />

se chegar a esse resultado final foram 7<br />

anos de muita paciência, trabalho e um<br />

grande investimento financeiro”.<br />

164


FICHA TÉCNICA<br />

Opala V8<br />

Proprietário: Marcos Aguzzoli<br />

Preparador: : Totty Hot Toys<br />

(rafaelhotrod@gmail.com)/ Fast Custom Car<br />

Carro: Opala SS 1978<br />

Acertador: Totty Hot Toys<br />

Motor e transmissão: Fast Custom Car<br />

168<br />

Motor: GM Small Block 8 cilindros 400, pistões<br />

flat top Keith Black, bielas Scat I Beam, virabrequim<br />

GM forjado, brozinas Feredal Mogul, bomba de óleo<br />

Saelded Power<br />

Cabeçote: Patriot Performance de alumínio,<br />

câmara 63cc , com balanceiros roletados, válvulas de<br />

admissão 2,020”, válvula de escape 1,600”, comando<br />

de válvulas Edelbrock 308ºx318º com lobe center<br />

114º, lift 0.488”/0,510, molas, pratos e travas Patriot<br />

Performance<br />

Alimentação: Gasolina Podium, coletor de<br />

admissão Edelbrock Air Gap, corpo de borboleta MSD<br />

Atomic Fuel, bomba de combustível e bicos MSD<br />

Escapamento: Totty Hot Toys em aço inox por<br />

João Ivo Trevisan<br />

ECU e acessórios eletrônicos: Modulo de injeção<br />

MSD Atomic Fuel, ignição MSD 6 AL, bobina MSD<br />

Blaster 2, distribuidor MSD Pro Billet, instalado por<br />

Totty Hot Toys<br />

Transmissão: Câmbio automático TH 400 3<br />

velocidade com kit de acionamento rápido de engate<br />

( shift improovment ), engate B&M Bandit, Semieixos<br />

forjados Strange Performance, conversor B&M,<br />

diferencial Dana 44 blocado<br />

Suspensão:coilover nas 4 rodas, amortecedores<br />

Strange com dupla regulagem, barras Four Link<br />

traseiras, buchas P.U.<br />

Pneus e rodas: Pneus BF Goodrich 195/60R15 na<br />

dianteira, BF Goodrich 295/60R15 na traseira, rodas<br />

Originais SS transformadas 6” na dianteira e 10”<br />

traseiras


PELE dE<br />

CORDEIRO<br />

Medico anestesista gaúcho monta um Opala impecável com<br />

preparação inspirada na década de 70. O resultado não poderia<br />

ser outro, um carro perfeito para andar no dia a dia e capaz de<br />

surpreender alguns desavisados.<br />

Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Clio Corbetta<br />

170 44


Marcos Aguzolli, além de ter um<br />

opala SS com mecânica V8 que também<br />

faz parte dessa edição, também possui<br />

este Opala que é raro atualmente. Um<br />

Opala Coupe De Luxo, 6 cilindros, cambio<br />

no assoalho e com uma cor incomum, o<br />

azul turquesa, além de outros acessórios<br />

que iremos contar ao longo da matéria. A<br />

história desse carro é muito interessante,<br />

Marcos cruzava com esse Opala com<br />

certa freqüência a caminho de um dos<br />

hospitais onde ele trabalha. O Opala<br />

pertencia a um casal de velhinhos e quem<br />

dirigia era o motorista particular do casal,<br />

ou seja, um carro que rodava levando o<br />

casal aos seus compromissos diários.<br />

Porém, em um determinado tempo<br />

Marcos Aguzolli perdeu o Opala de vista,<br />

o que aguçou mais a curiosidade em<br />

procurar o carro, tanto que ele acabou<br />

descobrindo que o carro havia sido<br />

vendido para um mecânico e que por<br />

pura sorte é um grande amigo. Marcos<br />

acabou o comprando do amigo mecânico,<br />

completamente original onde apenas<br />

os bancos haviam sido refeitos. Após<br />

a compra Marcos resolveu partir para<br />

uma restauração completa, e deixou<br />

o carro oficina Perfect Restauradora,<br />

localizada em Caxias do Sul e conhecida<br />

pelo excelente serviço de funilaria e<br />

pintura. Lá o Opala foi todo desmontado<br />

e a antiga pintura removida, pois assim<br />

poderiam ter uma dimensão melhor do<br />

estado geral e planejar o trabalho. Após<br />

a correção dos defeitos na carroceria<br />

o carro foi para a pintura onde foram<br />

aplicadas quatro camadas generosas de<br />

tinta Azul Turquesa. Após algum tempo<br />

cuidando da carroceria era hora de dar<br />

um UP na antiga mecânica e transformar<br />

um carro em um autentico “Street”, um<br />

carro agradável no dia a dia porém com<br />

maior potência. Para isso Marcos deixou<br />

a mecânica a cargo de seu grande amigo,<br />

o Carlos Abreu, um grande conhecedor<br />

de motores Chevrolet 4 e 6 cilindros. O<br />

resultado da preparação foi sensacional,<br />

no melhor estilo da escola antiga<br />

utilizando os três carburadores simples,<br />

comando de baixa duração e cabeçote<br />

172<br />

46


preparado. Além da mecânica, esse opala<br />

traz alguns acessórios interessantes por<br />

ter sido fabricado em novembro de 1974<br />

– um mês antes da mudança do modelo<br />

onde a carroceria foi completamente<br />

alterada. Este carro veio equipado<br />

com travas no capô e com rodas Rallye,<br />

acessórios de época, porem não se sabe<br />

se foram instalados na concessionária ou<br />

se veio realmente da fabrica. Por fora o<br />

carro denuncia que não é completamente<br />

original devido a sua suspensão alterada<br />

para deixar o carro mais estável em uso<br />

esportivo, mais baixa, firme e utilizando<br />

amortecedores Monroe a gás na dianteira<br />

e na traseira. Além é claro da rodas<br />

Scorro Dragster 17 polegadas. A No<br />

interior apenas melhorias estéticas, como<br />

o volante e a alavanca SS. Marcos usa o<br />

carro com cuidado, porem quando precisa<br />

mostrar o potencial do conjunto ele não<br />

faz questão nenhuma de esconder o<br />

poder de força do Azul Turquesa. E se<br />

você acha que o proprietário do carro faz<br />

o tipo “tiozão”... Cuidado, ele acelera sem<br />

dó!


48 174


FICHA TÉCNICA<br />

Opala Aspirado<br />

Proprietário: Marcos Aguzzoli<br />

Preparador: Carlos Abreu<br />

Mecânica Abreu em Caxias do Sul<br />

Carro: Opala Luxo 1974<br />

176 50<br />

Motor: GM 250 6 cilindros pistões Red Line, bielas<br />

originais, bronzinas Kit Red Line, bomba de óleo Hi<br />

Volume, virabrequim balanceamento<br />

Cabeçote: Original GM, retrabalhado dutos,<br />

rebaixado 1 mm e com válvulas em inox 1,9 admissão<br />

e 1,6 no escape, polia regulável Dumper duplo canal,<br />

comando hidráulico Comp Cams 268ºx268º com lobe<br />

center 109º, molas, pratos e travas Comp Cams<br />

Alimentação: Gasolina Podium, Solex 40 mm tripla<br />

com acionamento simultâneo<br />

Escapamento: GM Omega Power Tech<br />

Eletrônicos: Modulo de ignição MSD 6 AL, bobina<br />

MSD Blaster 2 instalado por Mecânica Abreu<br />

Transmissão: 4 marchas, diferencial Dana<br />

Suspensão:Original Opala 6 cilindros com Ar<br />

Condicionado<br />

Pneus e rodas: Pneus Yokohama C Drive<br />

205/<strong>45</strong>R17” na dianteira e Yokohama C Drive<br />

235/<strong>45</strong>R17” na traseira, rodas Scorro Dragster 17x7”<br />

Instrumentos: voltímetro, pressão do óleo e<br />

temperatura de água, manômetro de pressão da<br />

linha de combustível posicionado no sistema de<br />

carburação


OPALA SS<br />

Clássico esportivo da década de 70 ganha preparação leve para curtir nas ruas e<br />

algumas provas de Arrancada.<br />

178


Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Evandro Lima


180


Aficionado por carros esportivos nacionais, o gaúcho<br />

João Batista Rodrigues Junior possuía em sua garagem<br />

dois ícones da indústria Brasileira, um Passat G<strong>TS</strong> 1983 e<br />

um Kadett GSI 1984. Inspirado pelo avô que o apresentou<br />

ao Opala 6 cilindros nos anos 80, João decidiu que era<br />

hora de adquirir mais um carro para a coleção, foi quando<br />

pintou a oportunidade de adquirir veículo da matéria vindo<br />

de um amigo preparador, o David da Siqueira, da David<br />

Car Preparações. O carro em questão é o Opala SS 1974,<br />

na cor “Verde Atibaia”, equipado com motor 6 cilindros<br />

já levemente preparado utilizando carburador. Após a<br />

negociação e já conhecendo o trabalho do preparador, João<br />

tratou de encomendar o upgrade no motor substituindo o<br />

carburador por um sistema de injeção eletrônica, utilizando<br />

3 corpos duplos de borboletas, injetores de 80 libras/<br />

hora e a preparação do cabeçote realizada por Betinho<br />

e RDF Preparações. Apesar de ser uma preparação<br />

relativamente leve utilizando o “miolo original” e comando<br />

de válvulas com 278 graus de duração, o motor possui cerca<br />

de 300 cavalos, segundo o proprietário. Externamente<br />

o que chama a atenção são as rodas Cragar aro 15 x 8<br />

polegadas de largura na traseira, calçadas com pneus BF<br />

Goodrich Radial T/A/ 2<strong>45</strong>/60-14 na traseira e 215/60-14 na<br />

dianteira, reforçando a esportividade do SS. A segurança<br />

não foi esquecida, e para melhorar o sistema de freios o<br />

equipamento original foi substituído por um novo, com<br />

freios a disco nas 4 rodas, sendo os dianteiros com pinças<br />

Wilwood de 4 pistões com a linha feita com aeroquipes e os<br />

traseiros com pinças de Golf. Internamente o carro conta<br />

com bancos do tipo concha reclináveis fabricados pela<br />

San Marino e cintos de segurança Simpson de 5 pontas.<br />

A instrumentação é composta por modelos Auto Meter<br />

da série Pro Comp, sendo 6 manômetros e 1 contagiros<br />

Monster 5” com canhões de shift light e pressão óleo. João<br />

começou a se aventurar nas competições de Arrancada de<br />

forma amadora participando de uma prova em Viamão e<br />

gostou do esporte. O próximo passo é finalizar a instalação<br />

do sistema de óxido nitroso e acrescentar 100 cavalos no<br />

motor.


Proprietário: João Batista Rodrigues Junior<br />

Preparador: David da Silveira - David Car Mêcanica<br />

Carro: GM/Opala SS - 1974<br />

Motor: GM 6 cilindros, pistões, bielas e virabrequim<br />

OEM<br />

Cabeçote: GM, comando Iskenderian 278 X<br />

278, tuchos mecânicos Crower, varetas Comp<br />

Cams, molas Engle Cams, pratos Isky, balanceiros<br />

Rolamentados Crane Cams<br />

Alimentação: 3 TBI duplos com 6 bicos de 80<br />

lbs/h retrabalhados, flauta com manômetro, bomba<br />

combustível FullTurbos 5bar, regulador de pressão<br />

SPA<br />

Escapamento: 6x2 44mm de cerâmica Dudu<br />

Escapamentos<br />

Eletrônica: Módulo de injeção programável,<br />

Ignição MSD 6AL, bobina MSD Blaster SS, 3 step MSD,<br />

cabos de Velas MSD 8.8<br />

Transmissão: GM 4 marchas, diferencial Dana<br />

Rodas e Pneus: CRAGAR SS 14”, pneus traseiros BF<br />

Goodrich Radial 2<strong>45</strong>/60 R14, dianteiros BF Goodrich<br />

Radial 215/60 R14<br />

182


184<br />

Jovem ferramenteiro que trabalha na General<br />

Motors no Rio Grande do Sul monta um<br />

PRO STREET capaz de deixar qualquer entusiasta<br />

americano boquiaberto.


Herança de<br />

família<br />

Opala Diplomata é herdado por entusiasta e recebe<br />

preparação aspirada no motor 6 cilindros para ganhar as<br />

estradas e manter as boas memórias<br />

Fotos e reportagem: Vinicius Fonseca


Quantos Opala Diplomata cupê com motor 6 cilindros<br />

250S e câmbio automático você conhece? Achar um<br />

desses, ainda mais em bom estado, não é tarefa fácil.<br />

Facilita, e muito, se essa mosca branca dos olhos azuis em<br />

dois tons estiver na sua família desde 0 km. Esse é o caso<br />

do empresário Renato Costa, que recebeu como herança de<br />

seu avô o belíssimo Opala Diplomata 1986 que ilustra essa<br />

matéria. Renato nos conta um pouco de sua história com o<br />

cupê:<br />

“A Brigitte, como eu carinhosamente chamo esse<br />

Opala, foi adquirida zero km por meu avô em novembro de<br />

1986, e como eu nasci dois anos antes, cresci admirando<br />

aquele carro. Adorava andar com ele, principalmente pegar<br />

estrada junto a meu avô. Como na família eu era o único fã<br />

de carros antigos, quando fiz 15 anos meu avô prometeu<br />

que me daria a Brigitte quando eu completasse 18 anos, o<br />

que acabou não acontecendo. Infelizmente em 2006 meu<br />

avô veio a falecer e o carro ficou largado durante 9 anos<br />

enquanto eu aguardava a finalização do inventário para<br />

poder adquirir a Brigitte, o que só aconteceu em janeiro de<br />

2015”<br />

Depois de finalmente colocar as mãos no desejado<br />

Opala, Renato o enviou diretamente a MG2 da zona leste<br />

de São Paulo, onde os preparadores Mauricio Mantovani<br />

(mecânica) e Weslei Ferreira (elétrica) criaram um projeto<br />

sob medida para o empresário: “Como o Renato pega<br />

estrada praticamente todos os finais de semana para<br />

participar de competições de ciclismo, projetei um conjunto<br />

forte e robusto, mas relativamente econômico para garantir<br />

boa autonomia, isso tudo mantendo o câmbio automático<br />

de 3 marchas original do carro (TH180), que até o momento<br />

vem se comportando bem”, conta Mauricio.<br />

O clássico 4100 foi vitaminado com a instalação<br />

de pistões Mahle de 4” (101,60mm) vindos do Opala<br />

4 cilindros. Bielas (5,7”) e virabrequim (89,70mm) se<br />

mantiveram originais e só foram devidamente equalizados<br />

e balanceados, respectivamente. O resultado são 4363cc<br />

de deslocamento, o popular 4400. O cabeçote foi rebaixado<br />

para alcançar 12:1 de taxa de compressão e teve as câmaras<br />

e dutos retrabalhados e equalizados na própria oficina.<br />

As válvulas de admissão originais foram substituídas<br />

pelas utilizadas na Blazer V6, que possuem 49,5mm e<br />

186


assentadas com 3 ângulos nas sedes, enquanto as de<br />

escape foram mantidas originais (38,1mm). O comando de<br />

válvulas escolhido foi um Iskenderian 525-A, que possui<br />

graduação de 268º de duração (228º @.050”) e 109º de lobe<br />

center e funciona com engrenagens da mesma marca.<br />

Para alimentar esse conjunto uma Weber 40, legitima<br />

senhora italiana, trabalha com etanol montada no coletor<br />

de admissão original retrabalhado, com combustível<br />

empurrado por uma bomba elétrica de 3 bar. Na ignição,<br />

cabos de vela Accel e bobina Blaster 2, enquanto o escape<br />

6x2 foi feito na Binho Escapes e recebeu fita térmica.<br />

A suspensão foi completamente revisada e os freios<br />

traseiros a tambor foram substituídos por freios a disco,<br />

enquanto as rodas originais modelo “ralinho” aro 14”<br />

receberam pneus BF Goodrich 215/60 R14 na dianteira e<br />

235/60 R14 na traseira.<br />

A ansiedade de Renato para poder cair na estrada com<br />

seu Diplomata era tão grande que uma semana após tirar<br />

o carro da oficina ele já havia rodado 700km! E as viagens<br />

aos fins de semana não param. O próximo passo, segundo<br />

ele, é trocar o câmbio para uma caixa manual (Clark)<br />

com diferencial Dana 44, e assim poder partir para uma<br />

preparação mais pesada, com injeção eletrônica, borboletas<br />

e bobinas individuais, e quem sabe até um gás do riso entre<br />

na jogada. Onde quer que esteja, o avô de Renato está<br />

muito feliz, pois sabe que a Brigitte, sua companheira de<br />

tantas décadas está nas mãos certas e senso muito bem<br />

cuidada.


Proprietário: Renato Costa<br />

preparador: Maurício Mantovani / Weslei Ferreira –<br />

mg2preparacoes@gmail.com – (11) 3486-1341<br />

Carro: Opala Diplomata - 1986<br />

Motor: GM 250, pistões Mahle 4”, bielas GM 5,7”,<br />

bronzinas e anéis Mahle<br />

Cabeçote: Original GM 831, válvulas admissão<br />

49,5mm, escape 38,1mm, comando Iskenderian 525-<br />

A 268º, retrabalho, equalização e polimento de dutos<br />

e câmara de combustão, feito por MG2 Preparações<br />

Alimentação: Etanol, Weber IDF 40, bomba de<br />

bombustível Monza 3bar, regulado de pressão Beep<br />

Turbo<br />

Escapamento: 6x2 41mm dimensionado by Binho<br />

Escapes<br />

Transmissão: Câmbio automático TH 180<br />

Rodas e pneus: Original GM 14” pneus BFgoodrich<br />

235/60 R14 (traseira) e 215/60 R14 (dianteira<br />

188


190


Escola<br />

antiga<br />

Fotos e Reportagem: Evandro Lima


192 26


Entre praticamente todos os entusiastas da “família<br />

Opaleira” existem algumas receitas de preparação preferidas e<br />

que estão entre as mais utilizadas. Particularmente acredito que<br />

este Opala tenha no motor uma das receitas de maior sucesso<br />

para os adeptos da “velha escola”, o velho e bom carburador de<br />

duplo corpo Weber 44 mm, pistões de 4 polegadas de diâmetro,<br />

cabeçote preparado “de leve”, escapamento do tipo seis<br />

em dois e fechando com o consagrado comando de válvulas<br />

simétrico de 278 graus, projetado por Ed Iskenderian para ser<br />

utilizado exatamente com este tipo de configuração, o Isky<br />

525-B. Dificilmente um entusiasta da escola antiga não tenha<br />

experimentado essa receita, certeira para aqueles que buscam<br />

alto desempenho sem importar-se com a dirigibilidade em<br />

baixas rotações e o consumo de combustível, afinal, o “tropeço”<br />

da marcha lenta e o desempenho progressivo supera qualquer<br />

coisa. E neste motor ainda foram adicionados balancins 1.75 da<br />

Crower para apimentar ainda mais o desempenho.<br />

Mas antes de receber este motor o carro passou por um<br />

longo processo de restauração, e como sabemos qualquer<br />

processo de reforma e restauração de um veículo exige doses<br />

enormes pesquisa, tempo, dinheiro e muita paciência. Escolher<br />

bons profissionais para a realização do um projeto é a parte<br />

principal para quem busca os mínimos detalhes, e conseguir<br />

adequar ao orçamento é a fórmula mágica para o sucesso do<br />

projeto. Este Opala Diplomata pertence a Alexandre Marcon,<br />

funcionário público no estado do Paraná e um fanático por<br />

Opalas. Marcon dedicou mais de 4 anos para realizar o sonho<br />

em possuir um carro como queria na garagem de casa, e ter<br />

o prazer em poder utiliza-lo em passeios e encontros da<br />

“Nação Opaleira” dos quais faz questão de participar levando o<br />

Diplomata 1990. Além de todo o trabalho de funilaria e pintura,<br />

o carro passou por uma série de cuidados para adequar ao<br />

gosto pessoal do proprietário. O Opala recebeu a pintura em<br />

vermelho vivo que é contrastada por detalhes em preto vindos<br />

do jogo de rodas do Opala 1991-1992 e dos apliques da lataria,<br />

deixando o carro com o visual mais agressivo. O interior foi<br />

completamente restaurado por uma empresa especializada<br />

utilizando couro nos bancos e forrações internas. Toda a parte<br />

elétrica também foi refeita, inclusive, o painel de instrumentos<br />

que agora conta com um sistema translucido onde é possível<br />

substituir as cores da iluminação dos instrumentos via


controle remoto. O sistema de som foi instalado visando<br />

a qualidade, inclusive o assoalho recebeu manta especial<br />

para melhorar o isolamento acústico. Todas as borrachas,<br />

buchas e componentes da suspensão também foram<br />

revisados e substituídos por novos, deixando o carro<br />

“justo” na direção como um Opala novo. Para suportar<br />

a preparação do motor e garantir maior resistência aos<br />

abusos o sistema de transmissão também foi substituído,<br />

agora o câmbio é o Clark de 4 marchas modelo 260-F e<br />

o diferencial é um Dana 44, vindo de um Ford Maverick<br />

e adaptado para os suportes originais da carroceria do<br />

Opala e o sistema de suspensão com bandejas, já que o<br />

Ford utiliza os feixes de molas.<br />

A preparação do motor é uma legítima “Old School”.<br />

A receita aplicada foi realizada por Alexandre Betine,<br />

da Evolution performance, de Foz do Iguaçu, o mesmo<br />

preparador do Subaru dessa edição. Estima-se que<br />

a potência esteja em torno de 250 cavalos, o que<br />

certamente deixa este Opala muito mais ágil em qualquer<br />

situação. Um prato cheio para diversões em estradas nos<br />

finais de semana!<br />

Proprietário: Alexandre Marcon<br />

Preparador: Alexandre Betini -<br />

Evolution Performance (<strong>45</strong>) 3028-3014<br />

Carro: Opala Diplomate SL/E 1990<br />

Motor: ): pistões Keith Black com dome, anéis<br />

Sealed Power, bielas originais, bronzinas Clevitte,<br />

bomba de óleo Hi Volume Melling<br />

Cabeçotes: Original GM com dutos polidos,<br />

balanceiros roletados, comando, 278º pratos e travas<br />

Iskenderian, molas Comp Cams<br />

Alimentação: : Etanol, carburador Weber 44,<br />

coletor de admissão Engine, bomba de combustível<br />

Dinâmica Full 12 bar<br />

Transmissão: Câmbio é o Clark de 4 marchas<br />

modelo 260-F, embreagem cerâmica de 980lbs ,<br />

diferencial Dana 44<br />

Rodas e pneus: Rodas originais Opala 1992 15” e<br />

Aderenza 205/60 R15<br />

Agradecimentos: Evolution Performance, San<br />

Marino Tapeçaria, Hidraufoz e Mecânica Safety Car<br />

194


SONHO<br />

REALIZADO<br />

Idealizado para atender um sonho antigo, entusiasta monta um<br />

Opala preparado para utilização diária com preparação leve.<br />

42 196


Fotos e Reportagem: Evandro Lima


198 26 44


Após passar um longo tempo à procura de um carro clássico<br />

para realização de seu sonho, Ricardo Prestes encontrou um<br />

Opala 1975, de cor azul claro, em uma oficina de um amigo<br />

fazendo manutenção do motor de 4 cilindros que equipava o<br />

carro originalmente. Com o negócio concretizado quase que<br />

imediatamente solicitou ao preparador Alan Beline da oficina<br />

Pró Auto/FL Preparações, para fazer a substituição do motor<br />

original por um 6 cilindros em linha levemente preparado,<br />

utilizando pistões originais do modelo movido a álcool, cabeçote<br />

rebaixado em 2 milímetros e levemente retrabalhado, conjunto<br />

balanceado dinamicamente, comando Iskenderian 525-B<br />

e o carburador 446 preparado, onde as borboletas foram<br />

substituídas por modelos de 41mm de diâmetro. A preparação<br />

apesar de ser leve é eficiente, consegue agregar uma boa<br />

dirigibilidade ao desempenho no carro de uso “civil”. Com o<br />

motor novo agora seria a vez de a carroceria acompanhar<br />

a esportividade. Como o carro estava com boa estrutura de<br />

lataria, mas um pouco judiado pelos quase 40 anos de uso,<br />

após a instalação do motor Ricardo resolveu partir para a<br />

reforma.<br />

“Em abril de 2015 resolvi fazer a restauração da funilaria,<br />

ai sim começou o dilema! qual seria a escolha? Manter a<br />

originalidade ou fazer algo diferente? Tinha vontade de ter<br />

um SS, mas não sabia se seria uma boa opção fazer uma<br />

transformação de tamanha proporção... Comecei a pesquisar<br />

modelos e cores, mas a dúvida sempre esteve presente, por<br />

fim, filtrei as possibilidades e em conjunto com meu filho Artur,<br />

de 8 anos, optamos pelo amarelo trigo com a caracterização<br />

do SS Tigrado 75. Em 50 dias já estávamos com o carro pronto<br />

para começar a montar e como desde o início queria poder<br />

participar e ajudar colocando a mão na massa, na parte da<br />

montagem dos detalhes a possibilidade de fazer alguma coisa,<br />

lógico que com a ajuda de vários amigos, me recordo muito<br />

bem nos detalhes finais, fizemos um mutirão para tentar<br />

terminar, pois tinha um encontro de carros antigos e queria<br />

muito ir nesse primeiro encontro, dando quase tudo certo pois<br />

quem já montou um sabe “ mexer com carro antigo nunca tem<br />

fim “.


200 46


Com o fim da reforma e já com o carro em mãos,<br />

Ricardo faz questão de utilizá-lo semanalmente em<br />

longos passeios com a família, e de vez em quando uns<br />

pneus queimados – e ele gosta disso, muito! Ainda bem<br />

que ele não precisa explicar para a esposa como os pneus<br />

traseiros desgastam “rapidamente”...<br />

Proprietário: Ricardo Prestes<br />

Preparador: A l a n B e li n i / T i ago Marques<br />

pro_auto@hotmail.com<br />

Carro: Opala 1975<br />

Motor: 6 cilindros em linha, pistões 0,20, bielas<br />

originais, virabrequim original<br />

Cabeçotes: comando de válvulas Isky 525-b, molas<br />

recalibradas, pratos e molas originais, feito por Paulo<br />

Hotz<br />

Alimentação: Etanol, carburador 446 retrabalhada,<br />

bomba de combustível Mercedes 12bar, dosador HP<br />

Transmissão: Original 4 marchas, embreagem<br />

cerâmica 6 pastilhas<br />

Rodas: Rodas originais Opala 1992 15”


114 204


Fotos e reportagem:<br />

Ale Roaz<br />

Fotos: Joni Gularte Reportagem: Evandro Lima


206


O<br />

Opala que ilustra a matéria pertence<br />

a Rafael Lopes, empresário, que<br />

também é piloto da Old Stock Race<br />

- categoria esta que trouxe à tona<br />

as belas disputas entre os Opalas<br />

da década de 70, nos primórdios<br />

da Stock Car. O Opala pilotado por<br />

ele é o amarelo de numeral 54, que<br />

foi construído pela Oficina Allen,<br />

mas sobre esse Old #54 vamos falar em outra<br />

oportunidade.<br />

A paixão de Rafael por Opalas vem de longa<br />

data, tudo começou com seu avô, que teve mais<br />

de vinte Opalas e acabou influenciando seu neto<br />

a gostar desse “Muscle Car” brasileiro. O piloto<br />

demorou cerca de um ano para encontrar o carro<br />

dessa matéria, pois queria o tão sonhado modelo<br />

de 1970, que é justamente um dos modelos<br />

mais difíceis de se encontrar em boas condições,


208 32 118


ou seja, com todas as peças em ordem. Com<br />

o carro em mãos, Rafael o levou para Oficina<br />

Allen que fica situada em Osasco, chefiada<br />

pelo preparador Rogério “Força” Rascio - uma<br />

lenda das arrancadas brasileira - para que uma<br />

restauração completa fosse realizada, pois ele<br />

queria um carro perfeito!<br />

A Oficina Allen realizou o trabalho com muito<br />

perfeccionismo e toda a restauração durou cerca<br />

de quatro meses, oportunidade em que foi feita<br />

a carroceria, frisos, cromeação de peças etc.<br />

É impossível encontrar um detalhe sequer no<br />

carro: sua lataria é perfeita, sem ondulações,<br />

sem vincos, sem riscos. O carro ficou realmente<br />

muito íntegro e alinhado, mas com a parte<br />

estrutural finalizada, faltava algo debaixo do<br />

capô que fizesse jus ao visual.<br />

Rafael então conversou novamente com


210


122 212


o Rogério, “Força”, da Allen, para que uma<br />

mecânica nervosa fosse introduzida no carro.<br />

O motor escolhido foi um 4.100 que teve seu<br />

curso aumentado e sua cilindrada foi para 5.100,<br />

internamente a mecânica recebeu pistões Iasa<br />

forjados e bielas Scat forjadas, tuchos mecânicos<br />

Crower, cabeçote com trabalho realizado em<br />

banca de fluxo, balanceiros roletados Crower,<br />

válvulas, prato, molas e travas em aço inox da<br />

Iskenderian, comando de válvulas de 310 x<br />

320 graus roletado da Crower, polia damper<br />

e coletor de escapamento 6x2 com banho de<br />

cerâmica, feito pela Rogério Dudu Escapamentos<br />

Especiais, que proporciona um ronco imponente<br />

e inigualável.<br />

O capricho no cofre é o mesmo do exterior,<br />

simplesmente maravilhoso e com certeza faz<br />

jus ao visual externo, o compartimento do<br />

motor recebeu ainda um reservatório de óleo<br />

confeccionado pela Oficina Allen. O câmbio<br />

utilizado é um Tremek de 5 velocidades manual,<br />

aliado a uma embreagem de cerâmica com<br />

acionamento hidráulico, que dispensa o uso<br />

de cabos. O diferencial é um Dana 44 de V8 e o<br />

Opala recebeu ainda freio a disco nas 4 rodas<br />

que atendem bem a necessidade de uso do<br />

brinquedo.<br />

Na admissão, o Opala recebeu três corpos<br />

duplos da Power Tech de 44 mm e 8 bicos<br />

injetores de 160 lbs Siemens Deka, que recebem<br />

o combustível enviado por uma bomba Holley<br />

americana. O bólido conta com uma injeção<br />

programável da Fuel Tech modelo FT 400, que<br />

fica escondida no porta-luvas e monitora todo<br />

o funcionamento do motor, que agora conta<br />

com roda fônica externa e, visando uma melhor<br />

queima de combustível, o motor também<br />

recebeu bobinas individuais, para que as faíscas<br />

sejam distribuída na ordem de explosão.<br />

Para suportar e transferir toda essa força, o<br />

“trem de pouso” teve que ser refeito e recebeu<br />

214 124


216<br />

amortecedores e molas especiais, com carga<br />

aumentada em 30% na dianteira e 40% na<br />

traseira, rodas do Opala SS aumentadas<br />

para 15”, calçadas com pneus Cooper Cobra,<br />

sendo 235/60 R15 na traseira e 215/60 R15 na<br />

dianteira, mantendo um estilo clássico.<br />

O projeto foi completamente desenvolvido<br />

para rua, devendo assim, manter uma margem<br />

longe de quebras, para que o Opala possa ir a<br />

qualquer lugar do Brasil esbanjando beleza e<br />

segurança. Rogério menciona que, com toda a<br />

preparação desenvolvida na mecânica, o seis<br />

em linha possui cerca de 430 cavalos na roda,<br />

utilizando álcool de posto.<br />

Portanto meu amigo, quando ver esse Opala<br />

do ano de 1970 pelas ruas de São Paulo, tome<br />

cuidado, pois sua aparência original e impecável<br />

esconde uma preparação muito bem elaborada<br />

que visa fazer frente a qualquer tipo de carro,<br />

seja ele nacional ou importado, seja em curvas<br />

ou em retas. O carro atinge com facilidade altas<br />

velocidades quando provocado, logo, mantenha<br />

distância!


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