TS 45
Edição 45 - 30 Chevrolet entre Caravans e Opalas, todos preparadíssimos
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Evolução<br />
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Fábio HotChevy<br />
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André Maeda<br />
Em qualquer negócio sempre haverá a necessidade de acompanhar<br />
a evolução do mercado. E no mercado editorial as coisas<br />
não funcionam de forma diferente, temos que ficar atentos para<br />
novidades e também para mudanças de direção no vento. Há<br />
tempos eu temia a transição da área impressa para a digital na<br />
Tech Speed, mas era inevitável, e mesmo adiando o que pude<br />
para isso chegou o momento de acontecer. Sinceramente, eu<br />
temia a saída dos anunciantes e a redução no número de visualizações<br />
que a grosso modo comandam o sucesso da revista<br />
bem como a sua sobrevivência em um mercado altamente<br />
volátil. Graças a Deus deu tudo certo, o sucesso é inegável e a<br />
cada dia que passa estamos mais satisfeitos com a mudança<br />
para a área digital, a diferença de alcance público e visualizações<br />
concretas é infinitamente superior quando comparamos a<br />
impressa com a digital, na verdade, a comparação chega a ser<br />
ridícula. Me arrependo profundamente por não ter feito isso<br />
antes, pouparia algumas centenas de dinheiro e tempo, que<br />
hoje é até mais precioso. E mesmo com a fase conturbada no<br />
Brasil seguimos progredindo de forma segura com os pés bem<br />
plantados sem arriscar em projetos ousados, afinal não é hora<br />
para correr riscos desnecessários, o momento é propicio para<br />
investir maciçamente na divulgação. Sim, parece incrível, mas<br />
também dependemos da divulgação da editora, do marketing<br />
bem executado para que tenhamos visualizações e com<br />
isso levar resultados aos nossos anunciantes. O sucesso é<br />
inquestionável, somos a revista mais nova do mercado, mas<br />
não a menos experiente, ninguém alcança <strong>45</strong>0.000 fãs sem<br />
competência para isso, ainda mais em tão pouco tempo como<br />
fizemos. Nossa meta é trazer a você leitor edições diferentes a<br />
tudo que você já viu, como essa edição especial da revista Tech<br />
Speed onde reunimos em uma única edição matérias sobre os<br />
Chevettes mais incríveis do Brasil, inclusive alguns inéditos por<br />
aqui como o Chevette alucinante do piloto “Zé Louquinho”, que<br />
quebrou o recorde nacional percorrendo os 201 metros em 5.1<br />
segundos neste mês de junho. No total temos 18 Chevettes com<br />
as mais diferentes configurações; rua, pista e equipados com os<br />
mais variados motores. Tem para todos os gostos! Bem-vindo a<br />
edição 44 da revista Tech Speed.<br />
Departamento Técnico:<br />
tech@revistatechspeed.com.br<br />
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comercial@revistatechspeed.com.br<br />
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Um grande abraço a todos<br />
Evandro N. Lima<br />
Editor – Revista Tech Speed<br />
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distribuída em todo o Brasil por:<br />
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A Revista Tech Speed é uma publicação<br />
mensal destinada aos aficionados em alta<br />
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editorial matérias especialmente dedicadas<br />
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14
Opala V8 biturbo<br />
por: HotCampinas<br />
Opala aspirado 9.8s<br />
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<strong>TS</strong> #332 Los Hermanos<br />
por:Turbo Garage Oficial<br />
OLD STOCK em Interlagos<br />
por: Replay XD Brasil - Oficial -<br />
46 16
Caravan STT tirando as rodas dianteiras do chão<br />
por: dragsterbrasil<br />
Último Chevrolet Opala fabricado no Brasil<br />
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Por: Vinicius Fonseca<br />
Quando se fala automóveis, não importa se<br />
você é fã de carros pequenos com motores<br />
4 cilindros, médios com motores 6 cilindros,<br />
superesportivos com motores V10 ou até com<br />
o moderníssimo W16, com certeza alguma<br />
vez o belo ronco de um motor V8 já te deixou<br />
arrepiado.<br />
História<br />
Esta configuração de motor, que nasceu<br />
praticamente junto aos motores de combustão<br />
interna, foi a solução utilizada pelos<br />
construtores para aumentar a potência dos<br />
motores sem aumentar muito os custos de<br />
produção e as dimensões do motor. No início<br />
os motores em “V” eram construídos através<br />
da união de dois blocos de 4 cilindros. Com a<br />
evolução dos processos de fundição, surgiram<br />
os blocos em “V” como conhecemos hoje em<br />
dia.<br />
Apesar de não ser o criador do motor V8,<br />
o grande responsável pelo sucesso desses<br />
motores e que possibilitou sua popularização<br />
em todo o mundo foi Henry Ford, que em 1932<br />
lançou como opção para o modelo B um motor<br />
V8 de 221 polegadas cúbicas de deslocamento<br />
(3.6L) e 65cv com acréscimo de apenas U$10<br />
no preço em relação a versão de 4 cilindros.<br />
Esses motores, conhecidos como V8 Flathead,<br />
devido ao formato plano de seus cabeçotes,<br />
fizeram tanto sucesso graças ao seu excelente<br />
desempenho que até famosos traficantes de<br />
bebidas e criminosos como Bonnie e Clyde<br />
fizeram questão de elogiar a obra de Henry<br />
Ford, que facilitou as fugas da polícia em suas<br />
atividades ilícitas.<br />
Ford 302” no Brasil<br />
No Brasil, o motor V8 mais famoso, e por<br />
consequência mais comumente utilizado em<br />
preparações de rua, competições, hot rods etc<br />
é o Ford V8 small block de 302” (5.0L). Lançado<br />
em 1963 nos EUA para equipar o Fairlaine e<br />
com apenas 221” e bloco compacto e leve em<br />
relação ao que era produzido na época, logo<br />
se popularizou e foi constantemente sendo<br />
aprimorado, tendo sua cilindrada aumentada<br />
para 260”, 289”, até chegar ao conhecido 302”,<br />
que durou até 2001 equipando o SUV Ford<br />
Explorer.<br />
22
O mestre dos motores 302”<br />
Quando se fala de Ford V8 no Brasil, é<br />
impossível automaticamente não se lembrar<br />
de um senhor grisalho, de estatura média e<br />
jeito calmo de falar. O Sr. Luís Francisco Batista,<br />
também conhecido como “Batistão”, é uma<br />
verdadeira lenda viva quando o assunto são<br />
carros antigos, automobilismo nacional e<br />
principalmente os clássicos da montadora norte<br />
americana Ford, a qual Sr. Batista é autoridade<br />
no assunto e não esconde o grande amor e
dedicação pela marca durante os 54 anos como<br />
mecânico/preparador/chefe de equipe. Mesmo<br />
próximo de completar 80 anos de idade,<br />
“Batistão” permanece a frente da tradicional<br />
oficina AutoMotor, fundada em 1975 e que é<br />
um santuário para os fãs dos motores Ford V8.<br />
Em sua longa e vitoriosa carreira, Sr. Batista já<br />
teve carros competindo em corridas de circuito,<br />
endurance, track day, arrancada, entre outras,<br />
todas passagens com direito a vitórias, títulos<br />
e resultados extremamente expressivos, isso<br />
sem falar os carros preparados para rua e<br />
os clássicos restaurados para ficarem como<br />
saíram de fábrica.<br />
desenvolvida originalmente para fabricação de<br />
motores diesel, que oferece maior resistência<br />
em relação a liga do bloco original. Além disso,<br />
nestes blocos é adicionado material nas áreas<br />
mais críticas do bloco original, além dos sistemas<br />
de lubrificação terem seus dutos melhorados.<br />
Outra grande diferença está nos mancais<br />
centrais com 4 parafusos de fixação, ao invés<br />
dos 2 parafusos da peça original. Os cilindros<br />
vêm abertos para 4.125”, contra 4.000” nos 302<br />
originais e os colos de virabrequim suportam<br />
peças de até 3.400”. Motores montados com<br />
estes blocos chegam facilmente em 363”<br />
de deslocamento mantendo a durabilidade<br />
mesmo sob uso severo, enquanto nos blocos<br />
originais geralmente se extrai no máximo 347”<br />
já com grandes riscos de quebras”, nos conta<br />
“Batistão”.<br />
A prata da casa, não poderia ser diferente,<br />
são os Ford Maverick V8 302”, os quais<br />
inúmeros exemplares deixaram a AutoMotor<br />
para ganhar as ruas e pistas e incomodar os<br />
adversários, em especial da Chevrolet e Dodge,<br />
principais adversários até hoje quando se fala<br />
de “muscle car” nacionais.<br />
Polêmica na Arrancada<br />
Recentemente uma polemica envolvendo<br />
os motores Ford V8 302 veio a tona na<br />
Arrancada nacional, pois o recorde da categoria<br />
TO (Traseira Original), que até então pertencia a<br />
um Opala com seu motor 6 cilindros em linha,<br />
foi batido por um Maverick V8. Ocorre que o<br />
bloco utilizado no Maverick seria um modelo<br />
fabricado pela divisão de alta performance<br />
e competições da Ford, a Ford Performance<br />
Parts, portanto estaria fora da regra da<br />
categoria, que diz que o bloco do motor deve<br />
ser original de fábrica, podendo ser substituído<br />
por uma peça de reposição do mesma marca e<br />
modelo, respeitando as especificações técnicas<br />
do bloco original.<br />
Para ajudar a esclarecer a questão,<br />
procuramos Sr. Batista, que é uma verdadeira<br />
autoridade no assunto, a fim de nos mostrar<br />
as principais diferenças entre um bloco Ford<br />
302” original de fábrica e um especial para alta<br />
performance.<br />
“Os blocos da Ford Performance Parts,<br />
também conhecida como Ford Racing,<br />
são construídos com uma liga especial,<br />
Em resumo, os blocos fabricados pela<br />
divisão de alta performance da Ford oferecem<br />
diversos recursos que possibilitam extrair<br />
maior cilindrada, algo primordial principalmente<br />
em motores aspirados, e ainda assim garantir<br />
confiabilidade mesmo em preparações<br />
extremas e uso severo.<br />
Seja nas ruas, nas pistas de Arrancada<br />
ou circuito, o clássico motor Ford V8 302”<br />
continuará seu legado e terá a importante<br />
missão de mostrar aos mais jovens, cada vez<br />
mais acostumados com motores de 4 cilindros<br />
ou menos graças a tendência do Downsizing,<br />
a imponência e o desempenho que um<br />
verdadeiro motor V8 possuem.
SANGUE CHEVROLET<br />
Some dedicação a uma preparação conhecida e adicione equipamentos de ponta. Essa é a receita<br />
que fez este Opala vencer a primeira etapa do campeonato Brasileiro de Arrancada de 2013 em Santa<br />
Luzia – Minas Gerais (MG).<br />
Evandro Lima Leonardo Silva Pearl Jam - Jeremy<br />
Os Opalas carregam uma legião de<br />
ferrenhos admiradores pelo mundo a fora.<br />
Cristiano Botelho – o dono deste Opala –<br />
também faz parte deste grupo. Ele possui<br />
em sua garagem mais três modelos além<br />
desse, cada um com sua “especialidade” em<br />
particular e faz questão de utilizar todos.<br />
Para o corre-corre diário ele tem a moral de<br />
usar um legítimo SS 1979 em seu dia a dia no<br />
trajeto da sua casa ao escritório. É mole?!<br />
Nos dias atuais a linha esportiva do<br />
Opala é cara independente do ano que foi<br />
fabricado. Um autêntico SS passou a custar<br />
mais que um par de rins para quem o desejar<br />
em sua garagem. Definitivamente nem todos<br />
estão dispostos a pagar a conta inflacionária<br />
movida pelo mercado explorador. Para<br />
escapar do alto preço e manter os órgãos<br />
intactos, Cristiano Botelho resolveu pegar<br />
um Comodoro 1980 comprado em fevereiro<br />
de 2011 e o deixar com a aparência externa<br />
de um SS do mesmo ano. Foram quase dois<br />
anos entre a compra e a finalização de todo<br />
o serviço, concluído em novembro de 2012.<br />
O carro passou a maior parte do tempo na<br />
funilaria e pintura onde toda a lataria foi<br />
lixada, tratada e recebeu a cor vermelho<br />
Bonanza e as tradicionais faixas pretas do SS<br />
80. Com a parte mais complicada finalizada<br />
Cristiano decidiu levar o carro a empresa<br />
Action Racing de Belo Horizonte – MG para<br />
que a pacata mecânica fosse substituída por<br />
um seis cilindros matador.<br />
Costa e “Dadi” são os executores do<br />
projeto e sócios na Action. Possuem uma<br />
larga experiência na preparação de veículos<br />
destinados a competições de arrancada e<br />
circuito e vem arrecadando vitórias desde<br />
1987 quando os irmãos resolveram se unir<br />
para formar a empresa. Além da experiência,<br />
hoje contam com ferramental de primeiro<br />
mundo, dinamômetro de bancada e agora um<br />
de esteira, próprio para desenvolvimentos<br />
mais refinados.<br />
No novo projeto uma velha e conhecida<br />
receita de sucesso entre todos os entusiastas:<br />
o temido 4400 “de Holley”. A receita na<br />
preparação do motor foi uma opção clara<br />
para pista de arrancada onde quase tudo<br />
são de proporções generosas. Para começar,<br />
o carburador é um “quadri-jet” 950cfm da<br />
Holley projetado para motores de competição<br />
alimentados a metanol. Na base do carburador<br />
entre o coletor de admissão, da empresa<br />
gaúcha Engine, foi instalado uma placa<br />
espaçadora em alumínio de duas polegadas<br />
para melhorar a distribuição do fluxo entre<br />
os cilindros. Internamente o 4400 recebeu<br />
novos pistões forjados IAPEL de 101,6mm<br />
que foram capazes de elevar a cilindrada<br />
para exatos 4363 centímetros cúbicos de<br />
deslocamento, com direito a um jogo de<br />
bielas em alumínio da BME, um fabricante<br />
americano de bielas para a mais bandida<br />
48 24
de todas as categorias, a Top Fuel, onde os motores<br />
alcançam mais de 8000 cavalos, dispensando maiores<br />
apresentações. O kit de comando de válvulas é “roller”,<br />
um special order da Crower encomendado especialmente<br />
para o projeto, onde suas preciosas informações foram<br />
reservadas. Não fiquem decepcionados, é comum<br />
em competições guardar alguns segredos que para os<br />
preparadores são importantes, e BH é distante daqui<br />
para eu levar o ferramental de tortura que o Vinicius –<br />
dono do meu couro - utiliza constantemente neste quase<br />
careca editor.<br />
Na parte superior do motor o cabeçote recebeu<br />
atenção especial do “Boy” da equipe Paula Faria, que foi o<br />
responsável por todo o trabalho na peça. Os alojamentos<br />
das sedes foram abertos para acomodar as válvulas de<br />
49 mm x 40,6 mm em aço inoxidável e melhorar o fluxo<br />
para adequar as necessidades do motor solicitadas pela<br />
Action. Com a preparação, segundo o piloto, o motor<br />
rendeu 308 cavalos no motor.<br />
A transmissão é clássica. Um F-260 “doado” por<br />
um Dodge onde foram substituídas as engrenagens por<br />
modelos forjados específicos para engate rápido, tudo<br />
fabricado pela catarinense Recuperg. Um diferencial<br />
Dana 44 segura o tranco sem problemas no fim da<br />
linha de transmissão. Apesar de manter a suspensão<br />
praticamente original sem a adição de barras ou outro<br />
sistema de melhoria de tração, os amortecedores foram<br />
substituídos, são da Moroso específicos para competições<br />
de Arrancada e ajudam o piloto a fazer os 2,2 nos 60 pés<br />
na pista com pouco grip. Com a carroceria levando só o<br />
básico e no regulamento, a preparação descrita acima<br />
obteve um ótimo resultado, 8,2 nos 201m e um honroso<br />
primeiro lugar.<br />
Em breve teremos mais um carro do piloto em nossas<br />
paginas, desta vez um seis caneco mais alterado com<br />
direito a kit stroker de 5 litros. É só aguardar!
SANGUE CHEVROLET<br />
Opala 1980<br />
Potência:308cv<br />
Ficha Técnica<br />
Nome<br />
Cristiano Botelho<br />
Profissão<br />
Contador<br />
Preparador<br />
Action Racing<br />
Motor: GM 250<br />
Cabeçote: 12V - Preparado na Paula Faria<br />
Pistões: IASA Boxer 101,6mm<br />
Bielas:<br />
GRP - Alumínio<br />
Virabrequim: Original 89,7mm<br />
Comandos: Crower Roller Special Order<br />
Coletor Adm. Engine<br />
Coletor Esc. Dudu Escapamentos<br />
Bomba de óleo: Melling M62HV<br />
Carburador Holley 950 cfm<br />
Combustível: Metanol<br />
Eletronica: MSD<br />
Ignição: MSD 6 AL - HVC-2<br />
Bomba de<br />
combustível:<br />
Reguládor de<br />
combustível:<br />
Transmissão:<br />
Holley Black 12-815-1<br />
Holley<br />
Clark 260 - Recuperg<br />
Cardã:<br />
Original<br />
Diferencial: Dana 44<br />
Amortecedores Impacto<br />
dianteiros:<br />
Amortecedores Impacto<br />
traseiros:<br />
Rodas: Weld Magnum Black 15”<br />
Pneus dianteiros: M/T Drag<br />
Pneus traseiros: Goodyear Excellence 205/65<br />
Agradecimentos:<br />
A minha esposa, sem ela nada disso seria possível.<br />
26
ESCOLA ANTIGA<br />
Dois apaixonados por Opala montam exemplares de cair o queixo. Aqui injeção eletrônica não tem vez! Quem manda<br />
são as borboletas das Weber e o visual de época.<br />
Evandro Lima<br />
Jimi Hendrix - Purple Haze<br />
28
A evolução é uma coisa normal do ser humano e, na grande<br />
maioria das vezes, trás grandes benefícios ao homem, isso não se<br />
pode negar. Cada novo conhecimento adquirido quando sabiamente<br />
aplicado é capaz de facilitar nossas vidas de forma que acabamos<br />
por esquecer o que veio antes da atual descoberta. Pergunte ao seu<br />
filho ou ao seu sobrinho nascido há mais de 10 anos se ele já teve<br />
o prazer de ouvir um disco de vinil. É possível que ele nunca tenha<br />
ouvido falar em fita cassete e nem saiba o que é um CD, pois só ouve<br />
músicas em MP3 baixadas na internet. No meio da alta performance<br />
isso fica mais ainda mais evidente, já que graças ao desenvolvimento<br />
de novas tecnologias, principalmente o uso da eletrônica em<br />
diversos componentes antes controlados mecanicamente, os carros<br />
ficaram bem mais rápidos, constantes, com uma durabilidade bem<br />
maior, mas isso também tem seu lado negativo. O investimento<br />
inicial pra se montar um motor de alto padrão dotado de todos os<br />
recursos eletrônicos disponíveis hoje é consideravelmente mais alto<br />
e alguns consideram que a tocada do motorista/piloto e o talento<br />
do preparador não sejam tão importantes quanto era antigamente.<br />
Há cerca de 10 anos um carro top, de rua ou pista, tinha belos<br />
carburadores Weber, acertados com muito trabalho pelo preparador,<br />
que tinha que testar inúmeras opções de giclês, canetas etc., no<br />
máximo alguns bicos suplementares controlados por pressostato no<br />
caso dos turbos mais fortes e aos poucos o preparador ia criando<br />
um acerto “na unha” como se costumava dizer. As ferramentas de<br />
trabalho eram chaves de boca, fenda, alicate, e não data loggers<br />
e notebooks. Seja como for, assim como existem os que são a favor<br />
da modernidade dos downloads de MP3, ainda existem inúmeros fãs<br />
de discos de vinil, que não dispensam boa música tocada em um<br />
toca discos. Em se tratando de preparação, também existem os que<br />
preferem abdicar de toda tecnologia e as facilidades da eletrônica e<br />
mantém seus motores carburados, com distribuidor e todo o charme<br />
das décadas anteriores. O empresário Sidney Bernardo Koppe (48)<br />
proprietário do Opala Comodoro 1980 branco e o mecânico Mateus<br />
Cetnarski (38) dono do Opala Comodoro 1977 verde são grandes<br />
adeptos da velha escola dos motores preparados e você irá conferir<br />
essas verdadeiras raridades em detalhes:
Preparação séria e acabamento primoroso fazem deste Opala um dos mais bem executados do país.<br />
Tripla de Weber, comando Crane 310-320, ignição MSD 6AL e distribuidor Billet da mesma marca.<br />
Opala Comodoro 1980<br />
Olhar o belíssimo exemplar de Sidney por fora e com o<br />
motor desligado é como estar de volta aos anos 80. O carro foi<br />
completamente restaurado seguindo a risca o padrão de época em<br />
todos os detalhes, utilizando exclusivamente peças originais GM e o<br />
resultado é de dar inveja a muitos carros placa preta por aí. Agora,<br />
quando o motor está ligado logo se percebe que de original aquele<br />
ronco não tem nada. Apesar de apreciar carros antigos originais,<br />
inclusive possuindo e mantendo um Diplomata cupê 88 todo original,<br />
após observar o trabalho do preparador Rodrigo Kovalek da oficina<br />
ROTEK, Koppe decidiu partir para uma preparação aspirada em seu<br />
Comodoro, mas teria de ser um motor montado como na época em<br />
que seu carro era foi fabricado.<br />
Isso significa basicamente o seguinte em um Opala: motor 6<br />
cilindros em linha com pistões do Opala 4 cilindros, dando origem<br />
ao famoso 4.400 (exatos 4.363 cc), com uma bela bancada de 3<br />
carburadores Weber 40 IDF e um comando que é figurinha carimbada<br />
dos 6 cilindros brutos: o saudoso Crane 310º x 320º (248º x 258º @<br />
0.50). Válvulas de admissão da Chevrolet Brasil (49,2mm), molas,<br />
pratos e travas todos são Iskenderian.<br />
30
Além de muito bem montato o carro conta com acessórios da época. O jogo de rodas Scorro ainda<br />
é um dos mais cobiçados entre os “Opaleiros”. Sem dó nem piedade, este carro foi feito para brigar.<br />
Opala Comodoro 1977<br />
Mateus é proprietário desse belo exemplar a quase 15 anos, e<br />
como um casamento que presa a fidelidade e respeito, esse foi, é e<br />
será seu único Opala. Por isso o Comodoro 77 recebe todo carinho e<br />
atenção do proprietário, mas isso não quer dizer que ele não coloque<br />
o seu carro para moer. O mecânico já participou até de arrancadas<br />
na terra com o carro, mas acalmem-se: isso foi antes do Opala passar<br />
por uma reforma completa que o deixou no estado invejável que<br />
é possível conferir nas fotos. No exterior, somente as belas e raras<br />
rodas Dragster aro 15 não são originais de fábrica, mas tratam-se de<br />
cobiçados acessórios de época que fazem os olhos dois mais velhos<br />
brilharem!<br />
Como mecânico, o próprio Mateus realizou o prazeroso trabalho<br />
de montar o motor de seu cupê 77, que segue o mesmo principio<br />
do cupê 80 de Sidney, mas com um pouco mais de brutalidade.<br />
As diferenças estão nos carburadores, que são Weber 44 IDF e no<br />
cabeçote, que trata-se de um desejado 586, que permite mais<br />
liberdade na preparação da peça, serviço executado pela Retifica<br />
Hercules. O comando de válvulas é um Iskenderian 290º x 290º (242º<br />
x 242º @ 0.50).<br />
De resto ambos os carros contam com parte de transmissão<br />
idêntica: o bom e velho Clark 260 F e diferencial Dana 30 no Opala<br />
branco e 40 com blocante no verde.<br />
Não importa se você é da época da injeção eletrônica e nunca<br />
ouvir falar em giclê, mas fique atento, pois mesmo com toda<br />
tecnologia de seu carro, esses velhinhos estão em muito boa forma.<br />
Portanto se você estiver nas ruas de Curitiba e avistar um desses<br />
belos cupês passeando por aí, cuidado, pois apesar da aparente<br />
originalidade, o 4.400 está lá, pronto para responder com as 6<br />
borboletas das senhoras italianas junto ao ronco do 6X2 a qualquer<br />
momento!
OPALA 4400<br />
Ficha Técnica<br />
Nome<br />
Sidney Bernardo<br />
Koop<br />
Preparador<br />
Rodrigo Kovalek<br />
Motor:<br />
Cabeçote:<br />
Pistões:<br />
GM 6 cilindros<br />
GM - Rodrigo Kovalek<br />
101,6mm<br />
Bielas: GM 5,7”<br />
Virabrequim:<br />
Comando:<br />
GM 89,7mm<br />
Crane 310ºx320º<br />
Molas: Isky 6005<br />
Escapamentos:<br />
Carburador:<br />
Coletor de<br />
Admissão:<br />
Ignição<br />
Distribuidor:<br />
Bobina:<br />
Combustível:<br />
Transmissão:<br />
Shalom<br />
3 Weber 40IDF<br />
Drako<br />
MSD 6AL<br />
MSD<br />
Mallory<br />
Álcool<br />
Clark 260F<br />
Embreagem:<br />
Amortecedores:<br />
Diferencial: Dana 30<br />
Bomba de<br />
combustível:<br />
Pneus:<br />
Platô GM disco 6 pastilhas<br />
Cofap Turbo Gas<br />
GTI<br />
225/60 R14<br />
32
Ficha Técnica<br />
OPALA 4400<br />
Motor:<br />
Cabeçote:<br />
Pistões:<br />
GM 6 cilindros<br />
GM - Retifica Hercules<br />
101,6mm<br />
Bielas: GM 5,7”<br />
Virabrequim:<br />
GM 89,7mm<br />
Comando: Iskenderian 290º<br />
Molas: Isky 6005<br />
Escapamentos:<br />
Carburador:<br />
Coletor de<br />
Admissão:<br />
Ignição<br />
Distribuidor:<br />
Bobina:<br />
Combustível:<br />
Transmissão:<br />
Shalom<br />
3 Weber 44IDF<br />
Engine<br />
MSD 6AL<br />
MSD<br />
Mallory<br />
Álcool<br />
Clark 260F<br />
Embreagem:<br />
Amortecedores:<br />
Diferencial: Dana 30<br />
Bomba de<br />
combustível:<br />
Pneus:<br />
Platô GM disco 6 pastilhas<br />
Cofap Turbo Gas<br />
GTI<br />
205/55 R15 BF Goodrich<br />
Nome<br />
Mateus Cetnarski<br />
Preparador<br />
Mateus Cetnarski
A GRANDE FAMÍLIA<br />
Apoiado por todos os membros de sua família, Rodrigo A. Barra decide preparar a Caravan 78 para provas de arrancada<br />
no interior paulista e competições no Drag Race Interlagos.<br />
Vinícius AirPower<br />
Monster Magnet - Space Lord<br />
A família é a base de tudo. Essa batida frase é levada muito a sério<br />
pelo motorista particular Rodrigo Augimeri Barra, vulgo “Alemão”. A<br />
formação inicial de caráter de qualquer pessoa, suas atitudes e gostos<br />
vem do que se aprendeu com seus pais e irmãos. Alemão cresceu<br />
andando de 6 cilindros. Seu pai é o feliz proprietário de uma Caravan<br />
79 que pertence a ele desde que se conhece por gente. Sem falar que<br />
seu progenitor levava o então pequeno Rodrigo às saudosas etapas do<br />
campeonato paulista de arrancada, que aconteciam no autódromo de<br />
Interlagos, onde o menino teve a oportunidade de assistir hipnotizado<br />
às puxadas da lendária Caravan #135 do piloto e preparador Geraldo<br />
Jafet, que competia pela categoria TTO, equivalente à atual STT.<br />
Desde então seu sonho sempre foi montar uma Caravan que tivesse<br />
um desempenho e um ronco no mínimo semelhantes aos da Caravan<br />
#135 que, conforme conta, até hoje guarda na memória: “Lembro<br />
como se fosse hoje. Aquela marcha lenta embaralhando e o berro<br />
quando o pinheirinho descia. Só de lembrar já fico até arrepiado!”.<br />
Em uma das visitas que fez à saudosa feira de antigos e<br />
especiais que ocorria toda sexta feira à noite em frente ao estádio<br />
36
do Pacaembu (SP), Rodrigo viu uma bela Caravan 1978 de cor<br />
bege areia com interior monocromático, em estado impecável de<br />
conservação e ficou namorando o exemplar, que até então não estava<br />
à venda. Alguns meses depois, conforme quis o destino, em uma<br />
concessionária próxima a casa do adolescente, que possuía apenas<br />
17 anos, adivinhem quem apareceu com placa de venda: sim, a<br />
mesma Caravan 78 que ele havia namorado no evento noturno. Já<br />
que não trabalhava e, portanto não tinha condições de adquirir o<br />
tão sonhado modelo, Alemão recorreu a seus pais, mas a resposta<br />
foi categórica: não! Mesmo sendo um entusiasta dos 6 cilindros em<br />
linha, o pai do menino alegou que um veículo desses na mão de um<br />
adolescente que sequer habilitação tinha seria muito perigoso. Mas<br />
ao ver a decepção de seu filho, mesmo contra a vontade do marido,<br />
a mãe de Rodrigo arrematou a Caravan e foi conduzindo o carro até<br />
a porta de sua escola para entregar o presente ao filho. A partir de<br />
então sua vida mudou: não importava o dia ou a hora, tudo o que<br />
conseguia pensar era em sua Caravan na garagem, esperando que<br />
tirasse sua habilitação. Todo dinheiro que conseguia era destinado
à wagon e assim começaram os up grades na mecânica, já que o<br />
restante do modelo era zerado e só pediu um banho de tinta para<br />
ficar impecável.<br />
Foi cursando o Técnico em Automobilística que Alemão conheceu<br />
seu atual preparador, Arthur Lima, o responsável pela oficina W.O.T<br />
Preparações, localizada na zona norte de São Paulo. A primeira<br />
montagem do motor foi realizada em uma oficina de grande renome,<br />
mas que só trouxe dores de cabeça, inclusive com uma quebra que<br />
obrigou Rodrigo a ficar dois anos se recuperando financeiramente<br />
para montar um novo motor. Foi então que levou seu carro até a<br />
oficina de Arthur, onde juntos criaram um conjunto simples, mas<br />
com atenção aos pequenos detalhes que realmente fazem diferença,<br />
mostrando-se extremamente competente no que se propõe, que<br />
é ser um carro de rua de verdade, capaz de ir e voltar rodando a<br />
encontros de Opalas, inclusive em cidades vizinhas de São Paulo, e<br />
não fazer feio nas pistas para carros de rua nos rachas organizados<br />
nos autódromos.<br />
Trata-se de um 4.100 cc, que ainda usa o conjunto móvel original,<br />
com pistões Metal Leve 0,40 com cavas feitas artesanalmente, câmaras<br />
de combustão polidas e equalizadas, bielas 5,7” e virabrequim com<br />
damper Power Tech. Maior atenção foi dada ao cabeçote, que possui<br />
válvulas Manley Race Flow com 1,94” na admissão e 1,60” no escape<br />
com 3 ângulos em cada sede, tuchos mecânicos Crower e o clássico<br />
comando 763 da mesma marca, que é assimétrico, possui 304º na<br />
admissão e 310º no escape e faixa de giro entre 3.500 e 7.000 RPM,<br />
que junto a uma solitária Weber 44 IDF e um coletor de escape 6X2<br />
Preparada de forma simples e bastante eficiente a Caravan tem chamado a atenção por onde passa.<br />
O próximo passo será a instalação de uma tripla de Weber para deixar o motor ainda mais potente.<br />
Se assim o carro já dá algumas “empinadas” na rua, imaginem depois das alterações!<br />
46
que termina embaixo da parece corta fogo, garantem um ronco<br />
incomparável. Não importa se você gosta de AP, V8 ou motor elétrico,<br />
o negócio impõe respeito (confira digitando “Caravan aspirada WOT”<br />
no YouTube ). A taxa de compressão é de 12,4:1 queimando álcool.<br />
Que Rodrigo é um grande fã dos motores 6 cilindros em linha<br />
já ficou claro, mas outra preferência do Opaleiro são os motores<br />
aspirados, que ele diz jamais abrir mão, mas como os turbos estão<br />
vindo para cima e as coisas estão ficando difíceis para o “linguição”<br />
naturalmente aspirado, já estão na manga tripla carburação Weber<br />
<strong>45</strong> DCOE (as famosas “deitadas”) que funcionarão com metanol,<br />
pistões e bielas forjadas, e se for necessário, um kit nitro com uns<br />
150 cv só para garantir no final da reta. Já a nova suspensão traseira<br />
do carro, com barras de tração construídas pelo preparador Arthur,<br />
junto com o conjunto de rodas Weld Pro Star e pneus Hoosier DOT<br />
Drag Radial, garantem uma bela tração na hora H.<br />
A Caravan finalmente fará sua estreia na próxima edição do Treino<br />
Livre em Interlagos no dia 10 de agosto e piloto e preparador esperam<br />
virar ao menos 8 segundos baixos com a configuração atual no asfalto<br />
quase sem grip do autódromo paulistano. Na arquibancada, além da<br />
esposa, que inclusive chegou à igreja no dia do casamento dos dois a<br />
bordo do carro, estarão também os pais de Alemão apoiando o filho.<br />
Isso que é família unida!
CARAVAN ASPIRADA<br />
Ficha Técnica<br />
Motor:<br />
GM 250 6 cilindros<br />
Cabeçote: W.O.T. - 1,94”x1,60” Manley<br />
Pistões: Originais 98,4mm<br />
Bielas: Originais 5,7”<br />
Virabrequim: Original 89,7mm<br />
Comando: Crower 304x310<br />
Ignição: MSD 6 AL<br />
Bobina: MSD Blater 2<br />
Distribuidor: MSD Pro Billet<br />
Cabos de velas: MSD<br />
Carburador: Weber 44 IDF<br />
Bomba de Holley Black<br />
combustível<br />
Transmissão: Clark 260F 4 marchas<br />
Nome<br />
Rodrigo Augimeri<br />
Barra<br />
Preparador<br />
Arthur Lima<br />
W.O.T preparações<br />
Embreagem:<br />
FF Embreagens<br />
Diferencial: Dana 30<br />
Bloqueio:<br />
Barras de<br />
tração:<br />
Pneus:<br />
Rodas:<br />
Solda<br />
W.O.T Preparações<br />
D 24x5 - T 225x50 15 Hoosier<br />
Weld Pro Star<br />
40
PEDREIRA<br />
No termo popular esportivo quando um competidor tem um adversário de nível elevado dizem que a competição<br />
será uma pedreira. Um trabalho tão duro e difícil de realizar quanto ao de quebrar pedras com as mãos. Considere<br />
estes dois opalas da categoria Standard como verdadeiras rochas, das mais difíceis de serem quebradas.<br />
Evandro Lima<br />
42
#5001<br />
Eu sempre sonhei em poder escolher um local inusitado para<br />
fotografas os carros para a Tech Speed. Locações são difíceis e o<br />
trabalho em fotografar carros fica cada vez mais complicado. Sempre<br />
quando ligo ao proprietário de algum carro de matéria pergunto<br />
se tem ou conhece algum local bacana para as fotos, e desta vez<br />
recebi um presente quando o Rodrigo me disse que trabalhava em<br />
uma pedreira. Obviamente confirmei o local na hora. Eu nunca havia<br />
conhecido uma pedreira, jamais imaginava a quantidade de máquinas<br />
e equipamentos para literalmente “movimentar” pedras. Ao chegar<br />
ao local fiquei extasiado, é lindo, mesmo quando a mineradora está<br />
a pleno vapor com toda a movimentação de caminhões gigantescos e<br />
máquinas de deixar qualquer fã de mecânica com os olhos brilhando.<br />
Ao final do dia, o silêncio invade o local, e transforma o que já é belo<br />
em maravilhoso.<br />
Uma das vantagens em fotografar e fazer matérias sobre carros<br />
é de conhecer as pessoas que formam todo o contexto da história.<br />
Preparadores, pilotos, auxiliares e às vezes até mesmo membros<br />
da família como pais e irmãos. Desde o início da Tech Speed venho<br />
levando muita sorte nesse sentido em conhecer pessoas bacanas.<br />
Neste caso em especial conheci os irmãos gêmeos Rodrigo e Rudimar,<br />
que decidiram transformar dois Opalas quase que idênticos em<br />
verdadeiras máquinas de arrancada.<br />
Os Opalas foram comprados e restaurados em tempos diferentes,<br />
cada um com suas peculiaridades de dificuldades no caminho. Quem<br />
está no ramo sabe das dificuldades de encontrar peças na restauração<br />
dos Opalas, principalmente de acabamento para os modelos abaixo<br />
de 75. Após alguns anos de muito trabalho os dois Opalas ficaram<br />
prontos. Rudimar é dono do Opala 1974 “meio teto” em vinil e o<br />
Rodrigo do Opala 1973 com “teto inteiro” em vinil. Gêmeos quase<br />
idênticos, os Opalas idem.<br />
44
#144<br />
Os dois Opalas participam em provas regionais no Paraná na<br />
categoria Standard 6-8 cilindros. A categoria não permite exageros<br />
e é bem limitada em relação à alimentação, eletrônica e tração.<br />
Nessa categoria a potência dos motores e desempenho dos carros<br />
são bem equilibrados devido ao regulamento restrito e os “pegas”<br />
são sensacionais. A grande diferença está na remoção dos “pelos”<br />
na preparação do motor e dos carros, tão importante quanto a<br />
tocada dos pilotos. Ambas mecânicas dos Opalas são muito parecidas<br />
e possuem o mesmo preparador. Anderson Beilner é o responsável<br />
em remover os “pelos” e transformar com sucesso estes dois carros<br />
em foguetes de 201 metros na categoria. Gêmeos até na preparação<br />
dos motores em termos de equipamento e preparador. Os motores<br />
contam com pistões forjados da americana JE na medida de 0,60”,<br />
montados com anéis Total Seal. As bielas são originais com 5.7<br />
polegadas de distância entre centros no virabrequim original GM. Os<br />
dois cabeçotes também foram preparados pelo Basílio de Cascavel,<br />
com válvulas de admissão de 1,94” e escapamento de 1,6” possuem<br />
126 cfm de fluxo medidos a 10” na admissão. Devido à restrição do<br />
regulamento, ambos são alimentados por carburadores Weber de<br />
duplo corpo com borboletas de 44 mm, e operam com comandos<br />
Crower 304 x 310 graus.<br />
Os resultados nas pistas tem sido excelentes para os pilotos.<br />
Rudimar é um pouco mais rápido que o irmão “mais velho”, fez com<br />
o “meio teto” 2s048 nos 60 pés e 8s150 no final dos 201 metros.<br />
Rodrigo sai mais rápido desde o nascimento, 1s940 e final de 8,232.<br />
Obviamente, o sarro come!<br />
Obrigado Rodrigo e Rudimar, conhecer vocês com toda a educação<br />
e humildade que possuem de berço, os Opalas maravilhosos e a<br />
pedreira que dispensa comentários foi uma experiência impar em<br />
minha vida! Valeu!
OPALA #144<br />
Ficha Técnica<br />
Nome<br />
Rodrigo Tondo<br />
Preparador<br />
Anderson Alfredo<br />
Beilner<br />
(<strong>45</strong>) 3038 7571<br />
Motor:<br />
GM 250 6 cilindros<br />
Cabeçote: Basilio - 1,94”x1,60” - 126 cfm’’<br />
Molas de válvulas:<br />
Iskenderian 6005<br />
Pratos de Iskenderian<br />
molas:<br />
Pistões: Dome JE 99,8 mm<br />
Bielas: Originais 6”<br />
Virabrequim: Original 89,7mm<br />
Comando: Crower 304x310<br />
Ignição: MSD 6 AL<br />
Bobina: MSD Blater SS<br />
Distribuidor: Original<br />
Cabos de velas: Accel<br />
Carburador: Weber 44 IDF<br />
Bomba de Holley<br />
combustível<br />
Transmissão: Clark 260F 4 marchas<br />
Embreagem:<br />
Displato<br />
Diferencial: Dana 44<br />
Bloqueio:<br />
Solda<br />
Pneus: Goodyear Excellence D - 185/65<br />
T - 205/60<br />
Coletor de Engine<br />
admissão:<br />
Coletor de Giba 6x2<br />
escapamento:<br />
Combustível: Etanol<br />
Lubrificante: Castrol GTX 20w50<br />
RPM máx: 7500<br />
Tempo de pista 8,232 segundos<br />
201mts:<br />
46<br />
Rodas:<br />
Summit Star
OPALA #5001<br />
Ficha Técnica<br />
Motor:<br />
GM 250 6 cilindros<br />
Cabeçote: Basilio - 1,94”x1,60” - 126 cfm’’<br />
Molas de válvulas:<br />
Iskenderian 6005<br />
Pratos de Iskenderian<br />
molas:<br />
Pistões: Dome JE 99,8 mm<br />
Bielas: Originais 6”<br />
Virabrequim: Original 89,7mm<br />
Comando: Crower 304x310<br />
Ignição: MSD 6 AL<br />
Bobina: Mallory<br />
Distribuidor: Original<br />
Cabos de velas: Accel<br />
Carburador: Weber 44 IDF<br />
Bomba de GTi<br />
combustível<br />
Transmissão: Clark 260F 4 marchas<br />
Embreagem:<br />
Displato<br />
Diferencial: Dana 44<br />
Bloqueio:<br />
Solda<br />
Pneus: Goodyear Excellence D - 185/65<br />
T - 205/60<br />
Coletor de Engine<br />
admissão:<br />
Coletor de Dudu escapamentos 6x2<br />
escapamento:<br />
Combustível: Etanol<br />
Lubrificante: Castrol GTX 20w50<br />
RPM máx: 7500<br />
Tempo de pista 8,150 segundos<br />
201mts:<br />
Nome<br />
Rudimar Tondo<br />
Preparador<br />
Anderson Alfredo<br />
Beilner<br />
(<strong>45</strong>) 3038 7571<br />
Rodas:<br />
Scorro Dragster
FAIXA PRETA<br />
O preparador Rodrigo Kovalek já é um velho conhecido dessa publicação. Na edição 02 de Tech Speed nos apresentou um<br />
belíssimo Opala Comodoro. Desta vez Rodrigo nos brinda com um Chevrolet Caravan SS 1979, digna do último Dan da faixa<br />
preta!<br />
Evandro Lima<br />
50
Se existe unanimidade entre os admiradores da linha Opala e<br />
Caravan os modelos SS estão no topo. São sem sombra de dúvidas os<br />
mais cobiçados entre todos os modelos. Os fanáticos por performance<br />
chegam a encher os olhos quando avistam um modelo da estirpe<br />
SS em boas condições. Hoje em dia os modelos SS passaram a ser<br />
considerados raridades e o valor já chega a estratosfera. Encontrar<br />
um modelo em boas condições é uma missão complicada que exige<br />
tempo, paciência e algumas solas de sapato na procura e se der sorte<br />
encontrar um colecionador disposto a se desfazer de um exemplar.<br />
E foi justamente o que aconteceu com o Adriano Franco de Curitiba-<br />
Pr, atual dono da mais bandida entre as Caravan de rua em Curitiba.<br />
Fanático por Chevrolet Adriano escolheu a dedo o modelo SS para ser<br />
restaurado e preparado. Foi buscar pessoalmente nas mãos de um<br />
colecionador em São Bento do Sul-SC a raridade dos sonhos. O carro<br />
já foi comprado em boas condições, era um SS legítimo e com motor<br />
original de 4 cilindros. Em Curitiba e nas mãos do Adriano o carro foi<br />
deixado aos cuidados da RT restaurações, onde foi completamente<br />
desmontado e restaurado nos mínimos detalhes. Já a parte mecânica<br />
foi executada pela preparadora Rotek. Ambas as empresas são<br />
experts em devolver a vida aos carros antigos e realizar sonhos com<br />
uma qualidade espantosa.<br />
Após o término da restauração que levou cerca de um ano e meio<br />
o carro seguiu para a Rotek para receber os componentes mecânicos.<br />
Um novo motor de 6 cilindros já devidamente preparado aguardava<br />
a chegada da Caravan, assim como a transmissão Clarck 260-F com<br />
direito a engrenagens forjadas e engate rápido, diferencial Dana 44 e<br />
todos os detalhes em acabamento no cofre do motor, tudo realizado<br />
pela Rotek. O bloco do motor é da última fase dos Opalas, onde a<br />
gaxeta deu lugar ao retentor no mancal traseiro. O 6 cilindros foi<br />
montado com componentes internos forjados. Os pistões são do tipo<br />
dome fabricados pela americana JE com 101,6mm de diâmetro, com<br />
anéis Total Seal. As bielas também forjadas também são importadas,<br />
da marca Scat com 6 polegadas entre centros, tudo feito para<br />
suportar abusos. O cabeçote foi preparado pela empresa Benato<br />
Racing também de Curitiba que tem tradição e um histórico de<br />
sucesso nas competições de provas de arrancada. Molas de válvulas,<br />
pratos, travas e válvulas de admissão com 49,2mm e escapamento<br />
com 38,1mm foram providenciadas para que o motor pudesse<br />
render mais e com confiabilidade garantida para alcançar 7500 RPM.<br />
Apesar de ter potência de sobra e componentes dignos de um carro<br />
de corridas, ele é utilizado somente em passeios esporádicos para<br />
esticar os músculos e aparições em eventos de alguns clubes. Adriano<br />
faz questão de ir e voltar com a Caravan em todos e dirigindo, nada<br />
de carretinha ou plataforma, vai e volta como todo carro deve ir,<br />
rodando sobre os próprios pneus. Ver este carro de perto foi algo<br />
fantástico. Observar a qualidade da restauração aliada à escolha<br />
da preparação me deixou entusiasmado. O funcionamento do carro<br />
é áspero, tão imponente que intimida só pelo barulho do motor. O<br />
Chevrolet Caravan aqui mostrado aos leitores é um carro maravilhoso<br />
de ser admirado. Mas não se engane, é belo, rápido e mortal como<br />
um golpe preciso aplicado por um mestre.<br />
52
CARAVAN ASPIRADA<br />
Ficha Técnica<br />
Nome<br />
Adriano Franco<br />
Preparador<br />
Rotek<br />
(41)9641-4100<br />
Motor:<br />
GM 250 retentor<br />
Diâmetro x curso 101,6 x 89,7 mm<br />
Pistões:<br />
JE<br />
Anéis:<br />
Total Seal<br />
Bielas: Scat 6”<br />
Cabeçote: Benato Racing<br />
Válvulas:<br />
49,2x39,1 mm<br />
Comando: Crower 310x320<br />
Escapamento:<br />
Alimentação:<br />
Ignição:<br />
Bobina:<br />
Distribuidor:<br />
Bomba de combustível:<br />
Regulador:<br />
Transmissão:<br />
Engrenagens:<br />
Embreagem:<br />
Shalon<br />
Carburado -Weber 3x40 IDF<br />
MSD 6Al<br />
Mallory<br />
MSD<br />
Holley HP 650<br />
Holley<br />
Clarck 260F<br />
Recuperg engate rápido<br />
Displatec Pró Street - multidisco<br />
Diferencial: Dana 44<br />
Blocante:<br />
F1000<br />
Amortecedores: Turbogás COFAP<br />
Pneus:<br />
Rodas:<br />
Coletor de<br />
escapamento:<br />
Combustível:<br />
BF Goodrich - 225/60 R14<br />
Chevrolet SS<br />
Giba 6x2<br />
Etanol<br />
54
56
OBJETO DE DESEJO<br />
Poucas coisas podem se superar a realização em ter um carro que sempre sonhou. Conseguir “garimpar” um veículo de<br />
acordo com as características desejadas pode levar muito tempo e algumas desilusões.<br />
Evandro Lima
Cleverson José da Cruz procurou por vários anos um modelo<br />
específico de Opala. Safra de 74, cor Caju, série De Luxo com teto<br />
inteiro em vinil na cor preta. Por sorte um amigo que possui uma<br />
garagem ligou dizendo que um Opala com as características exigidas<br />
havia entrado como pagamento de outro negócio. Mais que feliz com<br />
a notícia imediatamente foi à garagem para ver o Opala. A primeira<br />
impressão foi impactante, o carro era perfeito em todos os detalhes<br />
e pouca coisa seria necessária para deixá-lo em perfeitas condições.<br />
Carro examinado e com a baba escorrendo pela boca fez a oferta e,<br />
infelizmente, não saiu o negócio. Para piorar ainda mais a situação<br />
do Cleverson o carro foi vendido alguns dias depois, uma desilusão<br />
tremenda para quem estava já “dando pulos” para concretizar o<br />
negócio. Após alguns meses o mesmo carro retorna à mesma garagem,<br />
só que em uma situação diferente da anterior. Para concretizar o<br />
negócio o Opala precisava entrar “comprado” por outro, e foi aí que<br />
o sonho se realizou.<br />
Com o carro em mãos Cleverson partiu para a restauração dos<br />
pequenos detalhes. A pintura estava em perfeitas condições, apenas o<br />
cofre foi pintado novamente antes da instalação do motor preparado<br />
para que tudo ficasse na mais perfeita ordem. Internamente o painel<br />
clássico e bancos individuais são os originais do carro, bem como os<br />
acabamentos das portas e demais partes que compõem toda a interna<br />
do carro. O friso externo na porta é um acessório de época, feito em<br />
aço inoxidável para proteção das quinas em eventuais “esbarros” em<br />
estacionamentos. Apesar de ser um acessório e o carro jamais ficar<br />
em “áreas de risco” Cleverson não dispensou a proteção de época.<br />
preparação e foi equipado com válvulas de 49,2mm na admissão e<br />
38,1 no escapamento para atribuir maior fluxo ao motor. O comando<br />
de válvulas é um Crane 310 x 320 graus, um dos preferidos pelos<br />
entusiastas Opaleiros e de rendimento mais do que comprovado nas<br />
pistas. Apesar da lenta embaralhada denunciando que existe “vida”<br />
sob o capô a aparência externa evoca saudosismo, inclusive nos<br />
“mais experientes”, pois este modelo de carro foi sonho de consumo<br />
de uma geração inteira. Externamente só as rodas foram substituídas<br />
por modelos Cragar, também da década de 70, que combinaram<br />
perfeitamente com o carro. Um verdadeiro Opala de corpo e alma!<br />
A Rotek foi quem fez toda a preparação e montagem da<br />
mecânica do carro. A tradicional receita do motor 4400 com a<br />
tripla de carburadores duplos foi aplicada com sucesso. O cabeçote<br />
preparado pela Benato Racing também faz parte do conjunto da<br />
58
techspeed | ano 01 | #04
OPALA ASPIRADO<br />
Ficha Técnica<br />
Nome<br />
Cleverson J. da<br />
Cruz<br />
Preparador<br />
Rotek<br />
(41) 9641 4100<br />
Motor: GM 250<br />
Transmissão:<br />
Embreagem:<br />
Clark 260F 4 marchas<br />
Displatec 6 pastilhas<br />
Diferencial: Dana 30<br />
Diâmetro x 101,6x89,7 mm<br />
curso:<br />
Pistões: Metal Leve com dome<br />
Bielas: Originais 5,7”<br />
Cabeçote: Benato Racing<br />
Válvulas: 49,2x39,1 mm<br />
Comando: Crane 310x320<br />
Escapamento: German 6x2<br />
Alimentação: Carburado - EMPI IDF 40<br />
Ignição: MSD 6Al<br />
Bobina: MSD<br />
Bomba de combustível:<br />
GTi<br />
Dosador: HP<br />
Combustível: Etanol<br />
Amortecedores:<br />
Turbogás COFAP<br />
Pneus:<br />
Rodas:<br />
BF Goodrich 225/60 R14<br />
Cragar<br />
60
ESTRANHA NO NINHO<br />
Caravan aspirada nitro surpreende os desavisados e despacha muitos turbos para casa mais cedo no Drag Race 2013<br />
Vinícius AirPower<br />
62
Quem participa ativamente do meio da alta performance nacional,<br />
principalmente do eixo sul-sudeste sabe a proporção que tomaram as<br />
arrancadas para carros de rua disputadas em autódromos. É raro ver<br />
uma etapa em que menos de 100 carros participaram da competição,<br />
isso sem falar nas arquibancadas, que estão sempre cheias, com um<br />
público que está interessado em ver puxadas de carros improváveis,<br />
como Gordini e Versailles, ou mesmo carros bem mais comuns, como<br />
um Opala turbo contra um Opala aspirado, uma cena impossível de se<br />
ver na arrancada devido ao regulamento e a divisão por categorias.<br />
Mas justamente graças a essa ausência de separação por motorização<br />
(aspirado ou turbo), é extremamente raro encontrar quem se<br />
aventure nessas competições com um motor aspirado, visto que os<br />
sobrealimentados hoje alcançam potências absurdas e alcançam os<br />
resultados mais facilmente. Sorte que ainda existem entusiastas que<br />
remam contra a maré e se destacam no meio da multidão, alinhando<br />
sem medo de ser feliz, pois além de ver quem chega na frente no<br />
final da reta, o importante é buscar sempre o desenvolvimento do<br />
conjunto e a consequente melhora nos tempos de pista. Conheçam<br />
Marcio Caffeu e sua bela Caravan 1988, um típico exemplo do caso<br />
citado acima.<br />
Marcio, que junto ao preparador Gustavo “Alemão”, é sócio da<br />
oficina Victória Racing, localizada na zona sul de São Paulo. Possui<br />
este carro há vinte e cinco anos, mas a atual configuração só foi<br />
montada há quatro meses e ainda encontra-se em desenvolvimento,<br />
principalmente no quesito tração. Mesmo sendo um carro aspirado,<br />
teoricamente mais fácil de transferir a potência para o chão, quando<br />
falamos de um tração traseira montado de 1.490 kg com motor<br />
na dianteira, a suspensão faz muita diferença. Mesmo nessa fase,<br />
a Caravan já mandou muito carro turbo para casa mais cedo, com<br />
o melhor tempo de 8.004s a 147km/h nos 201 metros da reta de<br />
Interlagos durante o 5º Treino Livre 2013. Esse tempo garantiu a 8ª<br />
colocação entre 35 carros, sendo que do 7º ao 1º colocado, todos<br />
64
Ficha Técnica<br />
Nome:<br />
Marcio Caffeu (Batata)<br />
Preparador:<br />
Gustavo Alemão – victoriaracing@gmail.com<br />
Motor:<br />
GM 250 6 cilindros<br />
eram turbinados. O mesmo se repetiu na 6ª etapa do Treino Livre 2013, onde o<br />
tempo de 8.108s a 152km/h garantiu a 6ª colocação entre 17 competidores. Ou<br />
seja, aqui o aspirado impõe respeito!<br />
Debaixo de um capô com um scoop construído especialmente para abrigar as 6<br />
belas e imponentes cornetas da tripla de Weber 44, um poderoso Seizão repousa.<br />
Com 4.800 cc de deslocamento, obtidos graças a pistões forjados JE de 4”, bielas<br />
forjadas Scat e virabrequim cursado, um conjunto reforçado para aguentar a<br />
patada de 200 cv de nitro que são injetados por um kit nitro NOS com dois cilindros<br />
acomodados no cavernoso porta malas da wagon. Garantindo a alimentação da<br />
usina, uma bomba de combustível Holley Black para o metanol e uma Holley Blue<br />
para o nitro.<br />
O cabeçote é uma unidade original de ferro e recebeu trabalho da Auto Fluxo<br />
Cabeçotes Especiais de acordo com as especificações de Gustavo. Válvulas Manley,<br />
comando de válvulas Crower Roller 308ºx316º, pratos de titanium da mesma<br />
marca e molas e travas Iskenderian são responsáveis por uma subida de giros nada<br />
educada. Tive o prazer de dar uma voltinha no brinquedo e lhes digo: o sistema<br />
é bruto! O giro sobe muito rápido, o ronco do escape 6x2 em inox fabricado pela<br />
German impõe respeito e o cheiro de metanol arde o nariz e os olhos, ou seja:<br />
perfeito! Hehehe. Distribuidor, cabos de vela, módulo (6AL) e módulo de retardo de<br />
ponto, para quando o nitro é acionado, são todos da MSD. A bobina é uma Mallory<br />
Promaster e as velas são NGK Iridium.<br />
Em conjunto com o Serginho da Impacto, foi desenvolvida uma suspensão<br />
traseira com ladder bar com amortecedores coilover que tratam de manter os<br />
pneus Goodyear SS 275/60R15 montados em rodas Weld Pro Star tala 10” no chão<br />
quando o pé afunda no acelerador. Todas buchas e a suspensão dianteira também<br />
foram construídas pela Impacto. O câmbio é um clássico Clark 260F 4 marchas<br />
com diferencial Dana 44, blocante Spool Sapinho e eixos encurtados para manter<br />
o conjunto de rodagem dentro das caixas de rodas. A embreagem é uma Displatec<br />
Multidisco e o carro conta com Line Lock para ajudar nas largadas.<br />
Agora quando alinhar na reta com seu turbão de treiquilimei de pressão, não<br />
subestime um “simples” aspirado, porque ao simples apertar de um pedal, a fúria<br />
instantânea de um motor assim pode deixar seu sobrealimentado para trás sem dó<br />
nem piedade!<br />
Cabeçote: Preparado: Victória Racing e<br />
Auto Fluxo Cabeçotes especiais<br />
Válvulas: Manley<br />
Molas de Iskenderian<br />
válvulas:<br />
Pratos de Crower titanium<br />
válvulas:<br />
Travas:<br />
Iskenderian<br />
Comando: Crower Roller<br />
Pistões: JE 4”<br />
Bielas:<br />
Scat<br />
Bronzinas: Clevite<br />
Bomba de óleo: Sead Power<br />
Ignição:<br />
MSD 6Al<br />
Bobina:<br />
Bomba de<br />
combustível:<br />
Combustível:<br />
Mallory<br />
Carburador: 3 x Weber 44<br />
Coletor de<br />
admissão:<br />
Coletor de escapamento:<br />
Transmissão:<br />
Embreagem:<br />
Eixo-cardã:<br />
Holley Black (metanol); Holley<br />
Blue (nitro)<br />
Metanol<br />
Engine<br />
German 6x2 Inox<br />
Dodge 4 marchas engate rápido<br />
Displatec Multi Disco<br />
Capital Cardans<br />
Diferencial: Dana 44<br />
Bloqueio:<br />
Spool<br />
Suspensão: Diant: original; Tras: Impacto<br />
sistema Land Bar<br />
Amortecedores: Diant. retrabalhado Impacto;<br />
Tras. Coil over Impacto<br />
Pneus: Tras. Godyear SS 275 60R 15<br />
Rodas:<br />
Potência:<br />
Melhor tempo:<br />
Agradecimentos:<br />
Weld Racing Pro Star. Diant.<br />
3,5”; Tras. 10”<br />
398cv motor + 200 nitro<br />
60ft: 2s135; 201mt: 8s004<br />
Interlagos<br />
Victoria Racing, Auto Fluxo<br />
Cabeçotes Especiais, Impacto<br />
Amortecedores Especiais e ao<br />
nosso colaborador Betão.<br />
techspeed | ano 01 | #05
PEDRA NO<br />
SAPATO<br />
Fotos e Texto: Vinicius AirPower<br />
68
“<br />
Opala turbo carburado atinge 700 cv e graças ao grande<br />
desenvolvimento incomoda oponentes com muito mais tecnologia e<br />
investimento”<br />
Um Opala turbo incomoda muita gente. Um Opala<br />
turbo carburado com 700 cv, montado grande parte<br />
na garagem de casa com a metade dos equipamentos<br />
e investimentos dos concorrentes e virando o mesmo<br />
tempo incomoda muito maais! Essa verdadeira pedra<br />
no sapato dos concorrentes tem a forma de um Opala<br />
Diplomata 1984 4 portas e pertence a Lívio Tomaz. Se<br />
você costuma acessar o YouTube à procura de vídeos<br />
interessantes de carros preparados possivelmente já<br />
viu alguma peripécia de Livio e seu Opala na internet.<br />
Isso porque o empresário paulistano não abre mão de<br />
algumas voltas na rua, inclusive com direito a burnouts<br />
de respeito.<br />
A história da dupla já é antiga. Lívio se apaixonou pelos<br />
6 cilindros ainda criança, quando acompanhava seu pai<br />
nas corridas de Stock Car, onde na época o carro oficial<br />
da categoria era o Opala. Em 2005 surgiu a oportunidade<br />
de adquirir esse exemplar de um amigo, não demorou<br />
muito tempo e o sedã já estava rodando por aí com uma<br />
preparação aspirada simples, porém eficiente. Em uma<br />
das etapas do antigo Racha em Interlagos de 2009 (atual<br />
Drag Race), o empresário conheceu o preparador Rafael<br />
Henrique da oficina Rafael Racing e após aceitar o convite<br />
para dar uma volta em seu Opala turbo, Lívio se encantou<br />
com a força do L6 turbinado e decidiu partir para uma<br />
preparação sobrealimentada. Desde então o carro<br />
vem evoluindo cada vez mais, com muitas melhorias<br />
executadas pelo próprio proprietário em sua garagem e<br />
hoje faz frente a alguns dos melhores Opalas turbo nos<br />
70
achas disputados em autódromos, tendo como melhor<br />
resultado 7s204 nos 201 metros, com parcial de 1s811s<br />
nos 60 pés e 177 km/h no final da pista de Arthur Nogueira.<br />
A base desta usina é composta por pistões forjados<br />
Iapel, bielas forjadas Scat e virabrequim original (STD),<br />
mantendo a cilindrada original de 4.097 cm3, o famoso<br />
4.100. A parte de cima é formada por um desejado<br />
cabeçote 831 equipado com válvulas de aço inox 1,94”<br />
na admissão e 1,60” no escape, molas pratos e travas<br />
Iskenderian e um comando Crower 00763, que possui<br />
duração de 304º na admissão e 310º no escape e<br />
lobe center de 107º. Sim caro leitor, este é um clássico<br />
comando utilizado em motores aspirados, mas se tornou<br />
uma das características do preparador, que sempre utiliza<br />
comando de aspirado em motores turbo. Rafael também é<br />
mestre no acerto de carburadores, e tem que ser mesmo,<br />
pois extrair 723 cv de potência a 5.600 RPM e 100 kgf.m<br />
de torque a 4.900 RPM de um motor carburado sem bicos<br />
suplementares não é uma tarefa fácil. Sim é isso mesmo,<br />
você não leu errado caro leitor: o motor é alimentado por<br />
somente 1 carburador Weber 48 IDF montado em coletor<br />
Engine sem nenhum bico suplementar e com 3 bombas<br />
de Mercedes 12 bars empurrando etanol de posto.<br />
Não se engane pelo módulo FuelTech FT300 no painel,<br />
nem pelo módulo SparkPro-6, ambos só estão lá pois a<br />
ignição é comandada por roda fônica com 6 bobinas VW<br />
Mi, livrando o motor do distribuidor e dando um toque<br />
de modernidade ao Seizão. Um turbo Garrett GT42 com<br />
carcaça fria .72 e rotor 68,5 mm, carcaça quente 1.44<br />
e eixo 78,5 mm empurra “apenas” 1,7 bar de pressão
máxima para o motor através de 2 boosters manuais que<br />
ajudam na tarefa de tracionar a barca sem controle de<br />
tração.<br />
Aliás, uma das últimas mudanças que o carro sofreu<br />
para ajudar na tração foi na parte de suspensão, onde<br />
foi adotada uma suspensão traseira ladder bar da<br />
Rápidos de Limeira, que em conjunto com pneus Hoosier<br />
275/50R15 montados em rodas Infinty modelo Pro Star<br />
tala 8” tentam passar a cavalaria para o chão. O câmbio<br />
com carcaça 260F 4 marchas possui engate rápido e<br />
engrenagens forjadas da Recuperg e a embreagem é<br />
uma multidisco Ceramic Power de 1800 lbs.<br />
Se em uma das puxadas da vida você se deparar com<br />
essa pedra no sapato, saiba que mesmo sendo um Opala<br />
4 portas, carburado e montado em casa, suas chances<br />
de tropeçar nessa pedra são grandes. O aviso foi dado,<br />
depois não adianta reclamar.<br />
Ficha Técnica<br />
Nome:<br />
Carlos Bento<br />
Preparador:<br />
Rafael Henrique – Rafael Racing – (11) 7803-4410<br />
MOTOR<br />
Motor:<br />
Cabeçote:<br />
Diâmetro das<br />
válvulas:<br />
Molas de<br />
válvulas:<br />
Pratos de<br />
válvulas:<br />
Comando de<br />
válvulas:<br />
Pistões:<br />
GM 250 - 6 cilindros<br />
Original 831 Retrabalhado por<br />
Mauricio Racing<br />
1.94 adm x 1.60 esc<br />
Isky 6205<br />
Isky<br />
Crower 304x310<br />
Iapel Flat Top 98,43 mm<br />
(anéis Metal Leve)<br />
Bielas: Scat – ARP 8740<br />
Turbo: Garret GT 42. Caixa fria .72<br />
x quente 1.44 / rotor 68,5 /<br />
Eixo 78,5<br />
Carburador: Weber 48 IDF<br />
Coletor de<br />
admissão:<br />
Coletor de<br />
escapamento:<br />
ELETRÔNICA<br />
Engine<br />
Binho Escapamentos<br />
Módulo de<br />
injeção:<br />
TRANSMISSÃO<br />
FuelTech FT 300 (apenas<br />
para roda fônica)<br />
Câmbio:<br />
4 marchas engate rápido com<br />
engrenagens Recuperg<br />
Diferencial: Dana 44<br />
Embreagem:<br />
Ceramic Power Multidisco<br />
1800lbs<br />
Pneus:<br />
Tras. Hossier 275x50 R15 Dot<br />
Drag Radial<br />
Rodas: Infinity Pro Star. Diant. 4”.<br />
Tras. 8”Tras: Magnum Black<br />
TEMPO<br />
72<br />
Melhor tempo:<br />
Agradecimentos:<br />
60ft: 1s811. 201mt: 7s204<br />
Agradeço à NewAmpdrive<br />
Eletrônica, equipe Rafael<br />
Racing liderada por Rafael Henrique,<br />
aos amigos Everton, Rodrigo<br />
e Daniel pelo apoio durante<br />
o projeto. E a esposa Patrícia<br />
e filha Lívia pela paciência e<br />
compreensão.
Laços de FamíLia<br />
Após idas e vindas, Caravan SS que está desde 0 km na família recebe clássica preparação<br />
aspirada para manter as lembranças da família em alta rotação<br />
Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower<br />
Por mais que a lógica diga o contrário, algumas coisas<br />
simplesmente tem que acontecer e o empresário Diego<br />
Henrique Rosa de Oliveira é testemunha disso. Em 1978 essa<br />
Caravan SS foi adquirida 0 km pelo patrão do tio de Diego,<br />
que após um tempo a repassou a seu funcionário. A wagon<br />
inclusive foi o primeiro carro que Diego andou, já que saiu<br />
da maternidade a bordo deste exemplar. Após oito anos de<br />
serviços bem prestados, chegou a hora de mudar de carro e<br />
a Caravan foi vendida para um comerciante da cidade. Alguns<br />
anos depois, uma tia de Diego que mora na cidade de Cuiabá<br />
viajou até Rio Claro, onde o empresário reside, procurando<br />
algum carro para comprar e levar para sua cidade e adivinhem<br />
que carro acabou comprando sem mesmo saber que se<br />
tratava da mesma wagon que havia pertencido a seu irmão?<br />
Exato, novamente a Caravan SS estava na família. Depois o<br />
carro foi trazido novamente para Rio Claro e ficou sob posse de<br />
outro tio de Diego por quase 15 anos e só em 2009, após muita<br />
insistência e uma troca muito vantajosa, onde Diego deu uma<br />
Ford Belina para seu tio em troca da Caravan “companheira de<br />
pescarias” de seu tio, finalmente seu sonho estaria realizado.<br />
Ou melhor, seu sonho teria início, pois em nenhum momento a<br />
intenção foi deixar a SS original e aí que o projeto teria inicio.<br />
O carro, que originalmente já se tratava de uma Caravan<br />
SS 6 cilindros no documento, passou por uma criteriosa<br />
restauração com todas as peças originais GM, para trazer de<br />
volta seus dias de glória e então estava apta a receber uma<br />
preparação básica em se tratando de 6 cilindros aspirado,<br />
mas que tem margem para evoluir muito com pequenas<br />
mudanças, que ficam de acordo com a escolha do proprietário.<br />
A responsabilidade dessa preparação foi dada ao mestre em<br />
6 cilindros, Mauricio, da oficina Mauricio Racing. Na parte de<br />
baixo, pistões forjados Iasa Box com 0,60” em relação aos<br />
originais, bielas de Silverado (6”) e virabrequim original com<br />
polia damper Powertech, formando um 4.200 cc. O cabeçote<br />
recebeu válvulas de admissão de Blazer V6 (49,5mm),<br />
comando de válvulas Iskenderian 525-B, que possui 278ºx278º<br />
(238ºx238º @0,50), com tuchos, molas e pratos da mesma<br />
marca. A encarregada de lubrificar tudo isso é uma bomba de<br />
74
Ficha Técnica<br />
Nome:<br />
diego Henrique Rosa de oliveira<br />
Preparador:<br />
mauricio Racing (11) 3294-4368<br />
moToR<br />
motor:<br />
Gm 6 cilindros em linha<br />
alto volume da Melling High Volume.<br />
Como o carro saiu recentemente da oficina e o proprietário ainda está<br />
pegando o jeito do carro. Inicialmente a alimentação ficou a cargo de uma<br />
Weber 40 IDF montado no coletor original alimentando de álcool o seizão, que<br />
daqui algum tempo receberá mais 2 senhoras italianas. Tirando as velas, que<br />
são da marca NGK, modelo Iridium, toda parte de ignição é MSD, com modulo<br />
6AL, bobina Blaster SS e cabos de vela da gigante norte americana.<br />
A parte de transmissão não poderia deixar de ser clássica: Câmbio Clark<br />
260F 4 marchas com diferencial Dana 44, embreagem Displatec com disco<br />
de cerâmica de 6 pastilhas e platô com 1200 libras. A cereja do bolo é o belo<br />
jogo de rodas da marca Billet Specialties, aro 15” tala 4” com pneus Goodyear<br />
175/65R15 na dianteira e 15” tala 7” com borrachudos Toyo 235/60R15.<br />
Agora Diego curte sua Caravan SS do jeito que mais gosta: com o pé<br />
cravado no assoalho e, se depender dele, o carro ficará na família por muitas<br />
outras gerações, e cada vez mais forte!<br />
Cabeçote:<br />
diâmetro das<br />
válvulas:<br />
molas de<br />
válvulas:<br />
Pratos de<br />
válvulas:<br />
Comando de<br />
válvulas:<br />
Pistões:<br />
original retrabalhado<br />
mauricio Racing<br />
adm: 49,5mm (Blazer) x esc:<br />
original<br />
iskenderian<br />
iskenderian<br />
iskenderian 525-B 278ºx278º<br />
(238ºx238º @0,50)<br />
iasa Box 0,60, anéis iasa<br />
Bielas: silverado 6”<br />
Virabrequim: original 89,7 mm<br />
Bomba de óleo: melling High Volume<br />
Carburador: High Volume by autotec<br />
Corpo de<br />
Weber 40 idF<br />
borboleta:<br />
Combustível: etanol<br />
Coletor de original<br />
admissão:<br />
Coletor de dudu 6x2<br />
escapamento:<br />
Potência:<br />
280 cv (estimado)<br />
eLeTRÔNiCa<br />
ignição<br />
msd 6al<br />
Bobina:<br />
TRaNsmissÃo<br />
msd Blaster ss<br />
Câmbio:<br />
4 marchas Clark 260 F<br />
diferencial: dana 44<br />
embreagem: displatec 6 pastilhas, 1200<br />
lbs<br />
Pneus: diant: Goodyear 175/65 R15;<br />
Tras: Toyo 235/60 R15<br />
Rodas: Billet specialties. diant: 15x4;<br />
Tras: 15x7<br />
76
EXTERMINADOR<br />
DE FERRARI<br />
Comodoro impecável com preparação aspirada de propriedade de grande piloto da<br />
arrancada faz esportivos atuais passarem vergonha nas ruas de SP<br />
Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower<br />
78
Para a grande maioria das pessoas “normais” uma<br />
Ferrari é o suprassumo automotivo. É o Olimpo dos<br />
carros. Já para os que têm no sangue, além do gosto pela<br />
velocidade, uma pitada de ferrugem e nostalgia, os carros<br />
antigos serão sempre superiores às máquinas atuais. Eles<br />
podem não ser tão confortáveis, seguros, econômicos e<br />
confiáveis quanto os carros novos, mas a história, o visual,<br />
o ronco, e até os defeitos são inigualáveis e, cá entre nós,<br />
os velhinhos dão muito mais emoção na tocada do que<br />
uma Ferrari ou um esportivo atual, sem falar no prazer de<br />
você mesmo montar o projeto ao seu gosto, saber cada<br />
parafuso que foi colocado nele, isso não tem preço.<br />
Se você acompanha a arrancada há alguns anos, com<br />
certeza já ouviu falar do nome Valter Costa, ou só Valtinho,<br />
como é mais conhecido. O cara já andou de tudo quanto<br />
é coisa: de Fusca turbo, passando por Mazda RX-7 V8 até<br />
Dragster 6 cilindros biturbo nitro. No momento ele está<br />
afastado das pistas, mas em nenhum momento deixou<br />
de lado o gosto por alta performance. Apesar de possuir<br />
carros importados para usar no dia a dia, o corretor de<br />
seguros gosta mesmo é de passear com seus velinhos<br />
por aí. E em um destes passeios mais animados é que<br />
aconteceu um fato que deixou os presentes indignados<br />
e, graças à filmagem de um anônimo, está registrado
para quem quiser ver (procure no YouTube por Opala vs<br />
Ferrari): sim, caros leitores, o Comodoro 1979 6 cilindros<br />
aspirado fez uma pomposa Ferrari 599 GTB Fiorano<br />
passar vergonha em uma brincadeira nas ruas da zona<br />
leste de São Paulo.<br />
Em conjunto com o amigo e preparador Everaldo<br />
Carlos Hipólito, da oficina Flórida Racing, Valtinho montou<br />
um “6zão” de responsa, mas que não o impede de dar<br />
voltinhas tranquilas com sua família em dias ensolarados.<br />
Trata-se de um 4.400 cm3 aspirado montado com<br />
pistões Mahle de 4 polegadas do Opala 4 cilindros,<br />
bielas 5,7” e virabrequim originais, que só receberam um<br />
balanceamento para facilitar a subida de giros. O cabeçote<br />
é uma peça 586 retrabalhada por Everaldo, onde foram<br />
instaladas válvulas de aço inox Manley de 2,02”x1,60”,<br />
molas triplas, pratos e travas de aço da ISKY, balanceiros<br />
Crower 1.75 roletados e um comando Crane assimétrico<br />
de 300ºx310º. A taxa de compressão é de 14,0:1 e o<br />
combustível queimado é o etanol.<br />
O derivado da cana de açúcar chega até as câmaras<br />
de combustão através de uma linha de combustível<br />
composta por uma bomba elétrica com filtro e dosador<br />
Holley e três Weber 40 IDF montadas em um coletor de<br />
admissão Engine, que são as grandes responsáveis por<br />
alimentar as 6 bocas. Mesmo com um comando nada<br />
dócil em baixas rotações e com as gargantas das Webers<br />
alimentando o monstro é possível rodar nas ruas com<br />
certa tranqüilidade, graças ao acerto do preparador.<br />
A ignição conta com equipamentos da Multiple Spark<br />
Discharge, mais conhecida como MSD: módulo 6AL, bobina<br />
Blaster SS, cabos da marca norte americana, enquanto o<br />
distribuidor é original e as velas são NGK Iridium.<br />
Um par de pneus Cooper Cobra 235/60R14 montados<br />
em rodas originais do Opala SS com tala alargada para 7”<br />
são os responsáveis por transferir os 372 cv de potência a<br />
6.000 RPM e 62 kgf.m de torque a 4.800 RPM medidos em<br />
dinamômetro para o chão e, devido ao fato do carro não<br />
contar com blocante e as suspensões contarem somente<br />
com amortecedores recalibrados e molas cortadas,<br />
digamos que esta tarefa não é muito fácil. O câmbio é<br />
um Clark 260F com 4 marchas, diferencial Dana 44 e a<br />
embreagem é uma Displatec com 6 pastilhas de cerâmica<br />
e platô de 1200 libras.<br />
Se você tem um esportivo importado atual e costuma<br />
desfilar por aí achando que é o rei das ruas, a revista<br />
Tech Speed adverte: cuidado, pois ao menor sinal de<br />
desrespeito com este impecável Comodoro, tenha certeza<br />
que seu dono não levará desaforo para casa e você voltará<br />
para sua residência com vontade de atear fogo em seu<br />
brinquedinho de milhões de reais. Quem avisa amigo é!<br />
80
Ficha Técnica<br />
Nome:<br />
Valter Costa (Valtinho)<br />
Preparador:<br />
Flórida Racing (Everaldo) (11) 2346-5775 Id 100*112082<br />
MOTOR<br />
Motor:<br />
GM 6 cilindros em linha<br />
“<br />
Tripla Weber, comando Crane, cabeçote<br />
preparado e o tradicional 4400. Receita<br />
largamente utilizada e de sucesso<br />
garantido no 6 cilindros Chevrolet”<br />
Cabeçote:<br />
GM 586 by Florida Racing<br />
Diâmetro das<br />
válvulas:<br />
Manley 2,02” (adm) x1,60”<br />
(esc)<br />
Balanceiros: Crower roletados 1.75<br />
Molas de<br />
Triplas ISKY<br />
válvulas:<br />
Pratos de<br />
ISKY<br />
válvulas:<br />
Comando de Crane 300º x 310º<br />
válvulas:<br />
Pistões: Mahle Opala 4 Cilindros (4”)<br />
Dome<br />
Bielas:<br />
Originais 5,7” balanceadas<br />
Carburador: 3 x Weber 40 IDF<br />
Coletor de Engine<br />
admissão:<br />
Combustível: Etanol<br />
Bomba de<br />
Holley<br />
combustível:<br />
Regulador de Holley<br />
pressão:<br />
ELETRÔNICA<br />
Módulo de<br />
injeção:<br />
Bobina:<br />
TRANSMISSÃO<br />
MSD 6AL<br />
MSD Blaster SS<br />
Câmbio:<br />
Clark 260 F - 4 marchas<br />
Diferencial: Dana 44<br />
Embreagem:<br />
Displatec disco de cerâmica<br />
de 6 pastilhas e platô 1200<br />
libras<br />
Pneus:<br />
Cooper Cobra: D: 225/60R14;<br />
T: 235/60R14<br />
Rodas:<br />
Originais Opala SS. Traseira<br />
alargada para 7”<br />
Potência: 372 cv a 6.000 RPM e 62<br />
kgf.m a 4.800 RPM na roda<br />
Agradecimentos: Ao pessoal da Cronomac, da<br />
4D Garage, da Allen funilaria<br />
e pintura, ao Marcio da<br />
tapeçaria, e principalmente à<br />
minha esposa Claudia que me<br />
deixa viajar em minhas ideias<br />
de vez em quando.
84
PRato do dia<br />
Se você não gosta de pimenta é melhor virar a página. O Chevrolet Caravan dessa matéria é uma mistura<br />
de “sabores” que parte de um motor 6 preparadíssimo ao tempero ardido do oxido nitroso. O resultado<br />
da receita do dia é a disposição de potência tão bruta como mastigar uma Naga Jolokia .<br />
Fotos e Reportagem: Evandro Lima<br />
Misturar um motor bem preparado com<br />
a pimenta do sistema de óxido nitroso é uma<br />
receita extremamente saborosa. Poucos que<br />
se arriscam ficam felizes com o resultado e<br />
praticidade em se conseguir potência extra.<br />
Só quem não gosta é a concorrência que acha<br />
“picante” demais. Acredito que o carro dessa<br />
matéria seja um sonho de consumo de muitos,<br />
pelo menos para este editor meia boca. O motor<br />
6 cilindros com preparação naturalmente<br />
aspirada regado a muito óxido nitroso é capaz<br />
de surpreender. Já tive a oportunidade de<br />
construir alguns motores utilizando o óxido<br />
nitrosos como “músculo extra”, e posso garantir<br />
aos leitores que poucas coisas em performance<br />
podem trazer tanto resultado de maneira tão<br />
fácil e rápida como o gás do riso. A felicidade é<br />
garantida. O cozinheiro que elaborou a receita<br />
ardida é um dos “tunners” da empresa InjePro<br />
de Cascavel. Fã dos 6 em linha, Eduardo Deitos<br />
conseguiu deixar o familiar Chevrolet com um<br />
gosto mais do que agradável.<br />
Se não bastasse o motor preparado<br />
rendendo algo acima dos 300 cavalos, adicionar<br />
mais 200 de oxido nitroso chega a ser insano.<br />
Para chegar a este nível, Deitos tratou de<br />
reforçar a parte interna do motor instalando<br />
pistões forjados da empresa Argentina IASA e<br />
bielas também forjadas SCAT. O vira é original<br />
do 250” sem alterações de curso e suporta<br />
com tranquilidade o despejo de potência do<br />
sistema de nitro que entrega em uma pancada<br />
200 cavalos a mais. São mais de 500 cavalos<br />
disponíveis em um carro legitimamente de<br />
rua. O cabeçote foi alterado pela empresa<br />
cascavelense Stumpf elevando a capacidade<br />
de fluxo para 110 CFM na admissão, utilizando<br />
válvulas de 1,94 polegadas. O comando<br />
é Iskenderian special order elaborado<br />
especialmente para este motor. Possui 320<br />
graus de permanência simétrica com 115 graus<br />
de separação dos lobes. Alimentando a tropa<br />
3 borboletas de Omega V6 instaladas em um<br />
coletor de admissão individual deixando uma<br />
borboleta para cada 2 cilindros. O sistema<br />
de óxido nitroso é argentino feito pelo piloto<br />
e preparador Caride que é especialista no<br />
assunto e possui mais de uma dezena de<br />
recordes em competições de arrancada na<br />
terra do Maradona.<br />
Mesmo com um comando de dimensões<br />
continentais o carro é até dócil em trânsito<br />
pesado. O pipoco da marcha lenta é maravilhoso<br />
e o ajuste do sistema de injeção e ignição<br />
InjePro deixou o carro limpo em rotações mais<br />
baixas, sem aquele desagradável solavanco<br />
intermitente abaixo da linha dos 3000 rpm,<br />
que faz você lembrar o que comeu dois dias
antes. Ao pisar com mais “apetite” no acelerador as coisas mudam de figura,<br />
o conta-giros ganha a escala dos 7 mil com uma facilidade incrível. Alimentado<br />
a gasolina V-Power o carro é “macio” na entrega de torque quando se está<br />
passeando e estúpido como deve ser ao ver o TPS colar na escala de 100%.<br />
Nem chegamos a beliscar o botão de disparo do óxido nitroso por falta de<br />
local para isso, fiquei lambendo os beiços. Imaginem, 200 cavalos na “patada”<br />
na rua seria no mínimo loucura, ainda mais em um carro com tração traseira.<br />
A disposição do motor só no aspiradão já me fez ter saudades e começar a<br />
pensar em retomar o meu 292, o mamute!<br />
Ficha Técnica<br />
Nome:<br />
Eduardo Marcheti deitos<br />
Preparador:<br />
Jose albari deitos – Mecânica oeste - (<strong>45</strong>) 3227 4344<br />
MotoR<br />
Motor:<br />
GM 6 cilindros<br />
Cabeçote: Retrabalhado by Stumpf: 110<br />
CFM de fluxo<br />
diâmetro das 1,60 adm x 1,90 esc<br />
válvulas:<br />
Molas de<br />
iSKY<br />
válvulas:<br />
Comando de iskenderian 320x320<br />
válvulas:<br />
Pistões: iasa Flat top 3” 7/8 (0,30),<br />
anéis NPR<br />
Bielas: Scat 6”<br />
Coletor de Gerey em inox<br />
admissão:<br />
Coletor de Gerey<br />
escapamento:<br />
Bomba de<br />
2 x Mercedes<br />
combustível:<br />
Óxido nitroso Caride (argentino) – 200cv<br />
ELEtRÔNiCa<br />
Módulo de<br />
injeção:<br />
Bobina:<br />
tRaNSMiSSÃo<br />
injePro EFi-PRo<br />
BoSCH-3<br />
Câmbio:<br />
diferencial:<br />
Embreagem:<br />
Caixa dodge montada por<br />
Claudio deitos<br />
dana 44 com mini-spool<br />
Embrevel<br />
Pneus:<br />
diant: Goodyear 195/60R15;<br />
tras: 215/65R15<br />
Rodas: Summit Pro Star diant: 15x5;<br />
tras: 15x8<br />
Suspensão: diant: bandejas encurtadas,<br />
amortecedores a gás. tras:<br />
Four-link com amortecedores<br />
coil-over e molas dynamol<br />
agradecimentos:<br />
agradeço a deus em primeiro<br />
lugar. À minha família que há 8<br />
anos tem paciência comigo. ao<br />
meu pai que me ajuda muito neste<br />
sonho e à injePro que me fornece<br />
excelentes equipamentos. ao<br />
amigo Francisco (Chico Chicote)<br />
que me fez a elétrica da injeção.<br />
ao Evandro (Vandão) da injePro<br />
que me ajuda no acerto. ao Carlos<br />
(Carlão) da injePro que me ensina<br />
tudo que sabe sobre acertos e<br />
motores.
VELOCIDADE FINAL<br />
Com projeto elaborado para estradas e velocidade final, Caravan aspirada de grande entusiasta da marca<br />
é montada com muito saudosismo e exclusividade<br />
Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower<br />
88
No já longínquo ano de 1991 um Opala Stock Car<br />
conduzido pelo piloto Fábio Sotto Mayor bateu o recorde<br />
brasileiro de velocidade, atingindo uma média de 303,157<br />
km/h em um trecho de 5 km da rodovia Rio-Santos.<br />
Com a substituição dos Opalas pelo Omegas na Stock<br />
Car, nosso muscle car brasileiro se limitou as retas de<br />
201 e 402 metros das competições de arrancada e<br />
hoje dificilmente vemos projetos diferentes de Opalas<br />
ou Caravans que façam curvas ou acelerem em retas<br />
maiores que as dos dragstrips. Com essa pulga atrás<br />
da orelha, o gerente Renato Dias Magalhães resolveu<br />
retomar o espaço perdido. Chapola, como Renato é mais<br />
conhecido, é fanático por Chevrolet desde seus 10 anos,<br />
quando ia com seu pai e seu irmão assistir rachas de rua<br />
e arrancada em Interlagos e via os Opalões despachando<br />
seus concorrentes. Só para terem uma ideia da doença,<br />
aos 15 anos Renato ganhou de seu irmão um VW Fusca<br />
com motor 1.900, mas se desfez do besouro e comprou<br />
um “pequeno” Impala 1963, que pertence a ele até hoje. Os<br />
6 cilindros em linha também sempre estiveram presentes<br />
em sua vida, e suas amizades só aumentaram ainda mais<br />
o vicio pelo L6. Em 2012 surgiu a oportunidade de adquirir<br />
uma Caravan 1985 impecável que pertencia a seu amigo<br />
Rodrigo Augimeri Barra, proprietário também de outra<br />
bela Caravan aspirada alvo de matéria em nossa edição<br />
#02. O carro já chegou às mãos de Chapola com uma<br />
preparação leve, porém interessante, mas que não era<br />
suficiente para os planos que tinha em mente.
Renato decidiu partir para um projeto bastante<br />
diferente, baseado em preparações dos antigos<br />
Stock Cars, mas sempre priorizando o desempenho e<br />
durabilidade do carro, para que pudesse atingir e manter<br />
velocidades acima dos 200 km/h pelas madrugadas sem<br />
enfrentar quebras. Sabendo que não precisaria de um<br />
motor ultra potente e pouco durável, Chapola partiu para<br />
um projeto que buscou manter a maior parte das peças<br />
intocadas, diminuindo assim as chances de quebras.<br />
Sendo assim foram utilizados pistões Mahle com medida<br />
0,20, bielas e virabrequim originais, resultando em 4.111<br />
cm3. As bronzinas utilizadas são da consagrada Clevitte e<br />
a bomba de óleo é uma Melling High Volume.<br />
Para Renato, o sucesso ou o fracasso de uma<br />
preparação está definido no cabeçote, principalmente no<br />
caso dos aspirados. Por isso o maior tempo e investimento<br />
foram dedicados nesta peça. Saudosista como poucos,<br />
Renato nos conta sua visão sobre a preparação de<br />
cabeçotes: “Imagino quantos dias, horas e até anos que<br />
os preparadores de antigamente perdiam em cima dos<br />
cabeçotes para chegar a um padrão de excelência e hoje<br />
pegamos tudo de mão beijada. Todos nós devemos muito<br />
aos preparadores da velha escola, graças a eles temos<br />
“<br />
Aqui o negocio é acelerar sem<br />
medo. Provas de velocidade<br />
final exigem muito do motor e<br />
transmissão”.<br />
os cabeçotes que hoje são a chave do nosso sucesso.”<br />
Alguns segredos não foram revelados, mas sabemos<br />
que foi utilizado um trem de válvulas completo (comando,<br />
molas, pratos, travas e polia) da Iskenderian e válvulas<br />
de aço inox com 2,02” na admissão e 1.60” no escape,<br />
além de um trabalho de fluxo realizado com muito critério<br />
por seu amigo e preparador Sylvinho Luongo, o qual<br />
recebeu até uma homenagem na tampa de cabeçote da<br />
Caravan. Os coletores de admissão são ABP individuais<br />
e pertenceram a ninguém mais ninguém menos que o<br />
piloto Ingo Hoffmann, que tem “apenas“ 12 títulos de<br />
campeão da Stock Car. Esses coletores são diferentes<br />
por não estrangularem o fluxo permitindo uma maior<br />
passagem da mistura ar/combustível. Sustentam um<br />
trio de Weber 48 IDF sedentas por etanol, recebido de<br />
uma bomba Holley Black com regulador de pressão da<br />
mesma marca. O encarregado da expulsão dos gases é<br />
um coletor de escape 6X2 German envolvido em manta<br />
térmica e que vai somente até o eixo traseiro e emite um<br />
ronco maravilhoso e que chama um pouco de atenção nas<br />
ruas, se é que vocês me entendem... A ignição conta com<br />
distribuidor, cabos, bobina Blaster SS e módulo 6AL Digital<br />
todos MSD e velas NGK Iridium.<br />
Como a proposta do carro é de altas velocidades,<br />
foi utilizado um câmbio Clark 2205B, que conta com 5<br />
marchas e é original dos Opalas e Caravans 6 cilindros<br />
do ano de 1992, último ano de produção do clássico da<br />
Chevrolet no Brasil, em conjunto com um diferencial Dana<br />
30 com blocante Richmond. A suspensão utiliza somente<br />
molas especiais. No exterior o destaque fica para as<br />
belas e exclusivas rodas aro 16” do Corvette C4 tala 7” na<br />
dianteira com pneus BF Goodrich G-Force Sport Comp 2<br />
205/55R16 e tala 8” na traseira com pneus 255/50R16,<br />
que casaram perfeitamente com o visual do carro.<br />
Olhando para o projeto desta bela Caravan e após<br />
provar um pouco de seu apetite em algumas aceleradas,<br />
nós da Tech Speed damos a letra: apesar do saudosismo<br />
na montagem, o desempenho do 6 cilindros em linha<br />
não está ultrapassado e aqui a brincadeira é mais séria e<br />
não para nos 200 km/h, muito pelo contrário, é aí que a<br />
diversão tem início...<br />
90
Nome:<br />
Renato Dias Magalhães “Chapola”<br />
Preparador:<br />
Sylvinho Racing<br />
Motor:<br />
GM 6 cilindros<br />
Cabeçote:<br />
Molas de<br />
válvulas:<br />
Pratos de<br />
válvulas:<br />
Travas:<br />
Comando de<br />
válvulas:<br />
Pistões:<br />
Bielas:<br />
Virabrequim:<br />
Bomba de óleo:<br />
Carburadores:<br />
Coletor de<br />
admissão:<br />
Coletor de<br />
escapamento:<br />
Ignição:<br />
Bobina:<br />
Combustível:<br />
Bomba de combustível:<br />
Transmissão:<br />
Retrabalhado 2,02” (adm) x<br />
1,60” (esc)<br />
Iskenderian<br />
Iskenderian<br />
Iskenderian<br />
Iskenderian<br />
Mahle P1015/ 98,9 mm<br />
(0,20”); anéis Metal Leve<br />
OEM<br />
Original 89,7 mm; bronzinas<br />
Clevite<br />
Melling High Volume<br />
3 x Weber 48 IDF<br />
ABP<br />
German 6x2<br />
Módulo MSD 6AL Digital; distribuidor<br />
MSD<br />
MSD Blaster SS<br />
Etanol<br />
Holley Black<br />
Clark 2205b – 5 marchas<br />
Agradecimentos: Agradeço ao Sylvinho, Marcão e ao Carlos “Torneiro”. O responsável<br />
maior na execução, juntamente comigo, foi Marcelo Chohfi, que ajudou na compra, confecção e<br />
montagem das peças. Vinicius “Grohmann” esteve muitas madrugadas lado a lado trabalhando<br />
no carro. Marcio Honorato da MAR Projetos Especiais com seu conhecimento e bagagem foi<br />
responsável pela parte elétrica do carro. Fabio “Turcão” me indicou e mostrou o caminho de<br />
adaptar as rodas e vestir no carro. Agradeço muito à minha mãe e pai pela compreensão, pelos<br />
presentes do meu irmão “Nani” para o carro e todos que me ajudaram de alguma forma, afinal,<br />
uma andorinha só não faz verão!<br />
Diferencial: Dana 30<br />
Blocante:<br />
Pneus:<br />
Rodas:<br />
Richmond<br />
BF Goodrich G Sport Comp<br />
2. Diant: 205/55R16; Tras:<br />
255/50R16<br />
Chevrolet Corvette C4. Tala<br />
Diant: 7”; Tras: 8”
EVOLUÇÃO TURBINADA<br />
Acompanhando a evolução do mundo da alta performance, Opala 1973 membro da família há 20 anos<br />
recebe equipamentos de ponta para alcançar os 1000 cv no 6 cilindros em linha<br />
Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower<br />
Se você acompanha o mundo da alta performance<br />
há pelo menos 10 anos, irá se recordar que há pouco<br />
mais de 5 anos atrás, falar que um Chevrolet Opala<br />
turbo renderia mais de 1000 cv e mesmo assim teria<br />
durabilidade seria um atestado de loucura tão válido<br />
quanto rasgar dinheiro. Geralmente os 6 cilindros em<br />
linha eram equipados com turbinas pequenas para sua<br />
cilindrada, o que gerava uma contra pressão no escape<br />
que além de impedir o ganho de potência ainda causava<br />
quebras devido as altas temperaturas acarretadas pela<br />
restrição. A alimentação, outro quesito muito deficiente<br />
na época em que os carburadores e bicos suplementares<br />
reinavam, também impedia melhores resultados. Dessa<br />
forma, 500 cv era uma marca respeitável para um 4.100<br />
na época. Mas graças aos estudos e ousadia de alguns<br />
preparadores e a colaboração de empresas nacionais, que<br />
desenvolveram produtos de qualidade igual ou superior<br />
ao que é encontrado lá fora, começaram a ser utilizados<br />
turbos de dimensões generosas de carcaças e rotor/eixo<br />
e instalação de injeção eletrônica programável com até 2<br />
bancadas de bicos injetores de alta vazão, controle total<br />
de ignição, entre outras inovações, e o resultado pode<br />
ser conferido nas pistas e nas ruas. Já se fala que alguns<br />
destes motores chegam a atingir 1500 cv para provas<br />
de arrancada, e nas ruas ou nos rachas disputados em<br />
autódromos não é incomum encontrar Opalas com 1000<br />
cv ou mais.<br />
Dois grandes entusiastas deste motor e que<br />
acompanharam de perto toda essa evolução do GM<br />
6 cilindros em linha são o empresário Evandro José<br />
Mendonça Oliveira e a dona de casa Paola Faria, mais<br />
conhecidos como Tião e Pah. Sim, você não leu errado, o<br />
94
carro pertence ao casal, que já contaminou também seu<br />
casal de filhos com o amor pelo Opala, então podemos<br />
dizer que o belo sedã 1973 pertence a toda família, que<br />
não se limita a admirar ou torcer na arquibancada. Pah não<br />
tem medo de se sujar e põe a mão na massa e, além de<br />
gostar do assunto, entende de motor e em breve pretende<br />
pilotar o bólido em alguma etapa do Drag Race, isso caso o<br />
ciumento maridão liberar, é claro.<br />
Tião é proprietário deste Opala há 20 anos. Quando<br />
adquiriu o carro era 4 cilindros mas prontamente recebeu<br />
um 6 cilindros em linha, só que nem sempre foi um<br />
veículo voltado a alta performance. O carro já possuiu<br />
rodas aro 17”, pneus de perfil baixo e sistema de som<br />
digno de campeonatos, mas felizmente Tião tomou o<br />
rumo certo em sua vida e graças as influências de um<br />
mecânico resolveu turbinar o Opalão, isso em meados<br />
de 1999. De lá para cá muitas coisas mudaram e o sedã<br />
passou por diversas configurações até chegar ao estágio<br />
atual, voltado exclusivamente a rachas disputados em<br />
autódromos e que rendeu 1015 cv de potência a 5.500<br />
RPM e 130 kgf.m de torque na mesma rotação medidos<br />
no dinamômetro utilizando 2,3 bar de pressão máxima,<br />
tudo pelas mãos do expert em 6 cilindros em linha Rafael<br />
Henrique, da Rafael Racing, localizada na cidade de<br />
Jandira, interior de São Paulo.<br />
Entre diversos outros componentes especiais<br />
utilizados no projeto, que você pode conferir em detalhes<br />
na ficha técnica no final desta matéria, grande parte do<br />
segredo do sucesso está na turbina Master Power, uma<br />
das empresas nacionais que mais investem no segmento<br />
da alta performance, que tem caixa fria .66 com rotor<br />
de 66 mm, caixa quente 1.22 com eixo de 76 mm e em<br />
conjunto com um escape construído pela Jé Escapes com<br />
saída lateral de modestas 4” garantem uma exaustão<br />
livre do maléfico back pressure. Do outro lado, produtos<br />
da também brasileiríssima FuelTech estão presentes em<br />
todo sistema de alimentação e ignição do seizão: Módulo<br />
FT400, BoostController2 e WideBand02 Datalogger<br />
são todos da empresa gaúcha e controlam os 12 bicos<br />
injetores Ford Racing de 160 lbs montados em coletor<br />
de admissão plenum da Fôlego. Quatro bombas saradas
Nome:<br />
Evandro (Tião)<br />
Preparador:<br />
Rafael, Oficina RR (11) 7803 4410<br />
Motor:<br />
GM 6 cilindros<br />
da Dinâmica modelo Full jorram etanol com vontade para<br />
serem queimados graças às faíscas das velas NGK Iridium,<br />
que recebem corrente de 6 bobinas Bosch individuais<br />
utilizadas originalmente no Marea e que tem seu controle<br />
por roda fônica.<br />
Outro tabu que impedia que os Opalas obtivessem<br />
bom desempenho quando equipados com turbo era a<br />
transmissão de potência para o chão, mas tanto o câmbio<br />
quanto a suspensão também contaram com exaustivo<br />
desenvolvimento e hoje conseguem acompanhar o<br />
desenvolvimento do 6 cilindros em linha. Toda suspensão<br />
traseira, que utiliza sistema ladder bar (saiba mais sobre<br />
esse sistema nessa edição na terceira e última parte<br />
da matéria técnica exclusiva sobre suspensão traseira)<br />
foi elaborada pelo Serginho da Impacto Especiais, que<br />
utilizou toda sua experiência para fazer os Goodyear SS<br />
275/60R15 tracionarem o máximo possível.<br />
Se depender da paixão de Tião e Pah, esse será só<br />
mais um estágio do Opala 1973, que tende a ter cada vez<br />
mais potência e tempos mais baixos, pois aqui a evolução<br />
nunca para, ela é turbinada.<br />
Cabeçote:<br />
Molas de<br />
válvulas:<br />
Pratos de<br />
válvulas:<br />
Travas:<br />
Comando de<br />
válvulas:<br />
Pistões:<br />
Bielas:<br />
Virabrequim:<br />
Bomba de óleo:<br />
Turbo:<br />
Corpo de<br />
borboleta:<br />
Coletor de<br />
admissão:<br />
Coletor de<br />
escapamento:<br />
Módulo de<br />
injeção:<br />
Ignição:<br />
Bobina:<br />
Acessórios<br />
adicionais:<br />
Bicos Injetores:<br />
Combustível:<br />
Bomba de<br />
combustível:<br />
Transmissão:<br />
586 preparação Paulo Faria<br />
Manley<br />
Manley<br />
Manley<br />
Crower<br />
Venolia 0,30; anéis Mahle<br />
Scat 6 polegadas; bronzinas<br />
Clevite<br />
Original faqueado<br />
Melling<br />
Turbina Master Power caixa<br />
quente 1.22 eixo 76mm caixa<br />
fria .66 com rotor 66mm<br />
Folego<br />
Folego plenum<br />
Jé Escapes<br />
FuelTech FT 400<br />
FuelTech<br />
6 x Bosch Fiat Marea<br />
DataLogger, roda fônica,<br />
BoostController , CO2, line<br />
lock, Peak and Hold<br />
12 x Ford Racing 160lbs<br />
Etanol<br />
4 x Dinâmica Full<br />
4 marchas Dodge<br />
Diferencial: Dana 44<br />
Embreagem:<br />
FF embreagens 1.200 lbs<br />
Pneus: Goodyear SS 275/60R15<br />
Rodas: BMW 15”<br />
Suspensão: Ladder-bar; Amortecedores,<br />
molas, buchas e barras Impacto<br />
Especiais<br />
Potência:<br />
1015,11 cv e 130,37 Kgf.m a<br />
5575 RPM<br />
Melhor tempo: 60ft: 1s980; 201mt: 8s122;<br />
em fase de acerto com pneus<br />
radiais<br />
Agradecimentos: FF Embreagem, Impacto Suspensão,<br />
Racer x Jé Escapes, e<br />
claro a oficina RR Preparações<br />
(Rafael) e minha família<br />
por me apoiar e ter muita<br />
paciência<br />
96
LOBO EM<br />
PELE DE CORDEIRO<br />
A aparência quase imaculada desse Opala esconde com perfeição o que<br />
este Chevrolet é capaz.<br />
Fotos: Thiago Miranda e Douglas Straub - Reportagem: Evandro Lima<br />
98
Eu havia terminado de escrever<br />
a matéria do Gol e a próxima na lista<br />
era a deste Opala. Preparava-me<br />
para recolher informações na ficha<br />
técnica e ler a entrevista, quando me<br />
deparo com mais uma historia bacana<br />
contata pelo dono desse maravilhoso<br />
Chevrolet. Não tenho como escrever<br />
tão perfeitamente a história desse<br />
carro como o seu proprietário. Sendo<br />
assim, quem dita o texto daqui para<br />
frente é o dono do carro, Carlos<br />
Augusto Wilbbelt, que nos conta tudo<br />
como em uma conversa entre amigos.<br />
C.A.W. - Desde o ano de 1998 até o<br />
presente momento tive diversos Opalas<br />
e Caravans, foram 11 no total, os mais<br />
diversos modelos desde o ano 1975<br />
até o ano 1992. Mas sempre tive um<br />
encantamento especial pelos Cupês da<br />
linha 1980-1984, que até bem pouco<br />
tempo atrás eram tratados como o<br />
patinho feio no meio dos admiradores de<br />
Opalas, uma vez que a preferência fica<br />
sempre com os Cupês da linha 1975-1979.<br />
Fiz praticamente toda minha faculdade<br />
de engenharia mecânica na Universidade<br />
do Estado de Santa Catarina em Joinville/<br />
100
SC, utilizando um Cupê 1986 4cc a álcool,<br />
posteriormente um Diplomata Cupê 4100<br />
1984 e no já final do curso, próximo da<br />
graduação, a cereja do bolo, um Diplomata<br />
Cupê 1983 250 S com pouco mais de<br />
50.000 Km, comprado do segundo dono.<br />
A bordo dos Opalas sempre ia assistir os<br />
rachas que o pessoal fazia em Joinville<br />
na Avenida Beira Rio nas sextas-feiras<br />
de madrugada, nunca participava, mais<br />
ficava empolgado com as marchas lentas<br />
embaralhadas dos 6cc. Dessa mesma<br />
época e até hoje, quando posso, não deixo<br />
de assistir as provas de arrancada no AIC<br />
e sempre quando os Opalas apontam na<br />
reta o público vai ao delírio. Por estes e<br />
outros motivos fui alimentando a vontade<br />
de montar um Opala com mecânica forte,<br />
e queria um Cupê da linha 80-84, sem<br />
abrir mão da procedência, quilometragem<br />
e estado de conservação do carro. Foi<br />
quando me apareceu este Comodoro<br />
Cupê 1983 4cc Prata Formal da mesma cor<br />
do Diplomata Cupê que tive nas épocas da<br />
faculdade.<br />
O carro estava com apenas 57.000<br />
Km originais e sempre na mão da mesma<br />
família, com rádio toca-fitas Bosch Rio de<br />
Janeiro, manual do proprietário e estepe<br />
original sem uso. Quando bati o olho no<br />
carro em Ponta Grossa - estava a trabalho<br />
na cidade - fechei o negócio na hora e<br />
pedi para um grande amigo e parceiro,<br />
Paulo José Becker, pegar um Ônibus para<br />
vir buscar o Opala, pois não podia perder<br />
o negócio. Após a compra do carro, o<br />
preparador Cléber Segantini já começou<br />
a fazer o motor, enquanto em Rio Negro<br />
eu cuidava da parte da lataria, interior<br />
e acabamentos junto com os parceiros.<br />
Outro ponto importante de destacar é<br />
que fiz questão de manter o visual igual<br />
aos dos Opalas que admirava no final dos<br />
anos 80. Escapamento tipo espingarda e<br />
rodas “Dragster” em aro 15 polegadas. O<br />
que difere é que nesta época a suspensão<br />
dianteira era mais baixa que a traseira e<br />
não se utilizava pneus com letras brancas,<br />
este que por sua vez, é influência dos<br />
muscle cars norte americanos.<br />
Neste capítulo da história tem um<br />
aspecto bem legal e que para mim gerou<br />
um apego bastante especial por este<br />
carro: Sempre gostei de eu mesmo<br />
102
fazer várias coisas, principalmente nas<br />
etapas de desmontagem e montagem<br />
de acabamentos e acessórios dos carros<br />
que tive, e com este não foi diferente. Só<br />
que desta vez tive uma ajudante muito<br />
especial, minha filha Júlia, que neste mês<br />
completa apenas três anos passava horas<br />
a fio do meu lado. Nos sábados à tarde<br />
e nos domingos pela manhã, ficávamos<br />
pegando peças, frisos, acabamentos e<br />
ferramentas. Ela já é aficionada pelo carro,<br />
aponto de não pode escutar o Opala que<br />
para tudo que está fazendo para ir junto.<br />
E o resultado está aí, acho que ficou um<br />
carro bem bacana, com um visual sóbrio,<br />
mas ao mesmo tempo invocado, bom<br />
de dirigir e rápido ao mesmo tempo. Da<br />
até para curtir alguns passeios de final<br />
de semana com a esposa e a filha. Um<br />
verdadeiro “sleeper”!<br />
Ficha Técnica<br />
Motor:<br />
GM 6 cilindros, 380 cv pistões DOME 4”,<br />
bielas originais, bomba de óleo Melling Hi<br />
Volume<br />
Cabeçote:<br />
GM 586, preparado por Segantini By Stone,<br />
molas e comando Crower 310ºx320º, pratos<br />
e travas Iskenderian<br />
Alimentação<br />
Etanol, 3 Weber 40 IDF, regulador de pressão<br />
bomba de combustível Holley 150<br />
Eletrônica<br />
Distribuidor e bobina MSD<br />
Transmissão<br />
Clark 260-F, embreagem 1200 lbs,<br />
diferencial Dana 44, blocante Enfer F 1000<br />
Pneus e rodas<br />
Pneus BF Goodrich Radial T/A 205/60R15<br />
Rodas Scorro – Dragster 15”<br />
Agradecimentos:<br />
Gostaria de agradecer as seguintes pessoas<br />
que participaram da montagem do carro,<br />
são eles: Cléber e Cleverson da Segantini By<br />
Stone (toda a montagem do trem de força),<br />
Zezo (funilaria), Carlos Taucher (pintura),<br />
Marcelo (colocação do vinil las vegas e<br />
montagem do interior) e Alexandre Zielinski<br />
(Estopa) (revisão e montagem de freios e<br />
suspensão).<br />
104
Bom<br />
fruto<br />
Este carro faz parte da última “safra” produzida<br />
pela equipe Julieta. E pelo que mostrou na pista,<br />
parece ser uma das melhores.<br />
Fotos: Thiago Miranda e Douglas Straub<br />
Reportagem: Evandro Lima<br />
106
108<br />
Há pouco tempo atrás as conversas<br />
entre vários mecânicos sobre a<br />
evolução dos motores 6 cilindros<br />
equipados com turbo compressores<br />
contava uma outra história. Todos<br />
acreditavam no gigantesco potencial<br />
do motor 250, mas poucos apostaram<br />
suas fichas para desenvolver de<br />
verdade o motor 6 cilindros com<br />
doses cavalares no volume de ar e<br />
na pressão positiva. Na época, dois<br />
pilotos representavam os 6 cilindros<br />
sobrealimentados com maestria, o<br />
piloto Agenor Scortegagna e o piloto<br />
Cezar Degreas, cada um com seus<br />
monstros extremamente capazes<br />
marcaram uma época na Arrancada<br />
Brasileira. Após ambos se afastarem da<br />
Arrancada, o Brasil ficou por um longo<br />
tempo sem que Opalas e Caravans com<br />
alimentação forçada fizessem tempos<br />
de pista “sobrenaturais”. Alguns pilotos<br />
e preparadores não desistiram do<br />
motor e dedicaram tempo e algum<br />
dinheiro para desenvolver o cultuado<br />
seis em linha. Um desses preparadores<br />
é o Vilson Ferreira, da equipe Julieta<br />
Preparações, que vem mostrando<br />
resultados nas categorias mais tensas<br />
da Arrancada brasileira com tempos<br />
incrivelmente baixos, e provando a<br />
todos que o motor 250, mesmo sendo<br />
um projeto antigo com bloco e cabeçote<br />
feito em ferro fundido, ainda consegue<br />
prover excelentes frutos.
Acreditando no trabalho e empenho<br />
da equipe paranaense, Juliano Pierini<br />
levou o seu belíssimo Opala a Julieta<br />
para ser preparado especificamente para<br />
competir na categoria Traseira Turbo.<br />
Foram longos meses entre a fabricação<br />
de peças e desenvolvimento, mas tudo<br />
valeu a pena, pois com a experiência<br />
da equipe e a tocada precisa do piloto,<br />
esse carro fez história durante o último<br />
Festival Força Livre em Curitiba quando<br />
cravou 8.792 segundos nos 402 metros<br />
passando a 286 km/h. Impressionante<br />
para um piloto que inicia a sua carreira<br />
em um carro extremamente violento, e<br />
assustador ao ver as empinadas de quase<br />
<strong>45</strong> graus durante as largadas. Um show<br />
presenciado por milhares de pessoas na<br />
prova mais importante do país.<br />
O 73 foi adquirido por Juliano em<br />
excelentes condições, já estava equipado<br />
com o motor turbo e a documentação<br />
legalizada para andar na rua. Mas no<br />
intuito de fazer alguns up grades, procurou<br />
a equipe Julieta para a execução. “A ideia<br />
inicial era em manter o carro “na rua”,<br />
mas vendo e ouvindo os carros na Julieta<br />
não deu para resistir, decidi transformar<br />
o Opala em um legítimo TT” – Nos conta<br />
Juliano Pierini.<br />
O carro é um show a parte. Muito<br />
bem projetado e executado, não há como<br />
não perceber a dedicação da equipe e do<br />
Juliano. O cuidado aplicado neste carro<br />
parte desde o esmerado acabamento<br />
a preparação, que é extensa e exigiu<br />
esforços das pessoas envolvidas no<br />
projeto. Todos os pontos importantes em<br />
um carro de competição de Arrancada<br />
receberam a atenção e modificações<br />
providenciadas pela equipe Julieta. Santo<br />
Antônio eficiente, suspensão traseira do<br />
110
tipo Ladder Bar utilizando molas calibradas<br />
e amortecedores QA1, específicos para<br />
carros de arrancada, transferem com<br />
perfeição toda a potência para os pneus.<br />
O interior da carroceria precisou de<br />
alterações para acomodar os pneus<br />
Mickey Tompson 275/60/15 que calçam<br />
as rodas Weld Pro Star de 10 polegadas.<br />
E tudo foi “embutido” dentro da carroceria,<br />
exigindo alterações na carroceria interna.<br />
O motor 6 cilindros que equipa<br />
esse Opala é algo fantástico. Vilson<br />
descobriu o “caminho das pedras” e vem<br />
fazendo barbaridades nos 6 “canecos”<br />
independente de serem turbo ou não,<br />
basta ver a lista de Opalas e Caravans<br />
que prepara. Neste Opala o motor é<br />
alimentado com a poderosa mistura<br />
de combustíveis exóticos, metanol e<br />
nitrometano a 5% garantem a potencia<br />
do motor seis cilindros em linha, que<br />
rende absurdos 1230 cavalos com a<br />
pressão do turbo em 2,5 Bar. Se os<br />
1230 cavalos já são impressionantes,<br />
os 170 kgf.m de torque distribuído nas<br />
rodas chegam à beira do terror. Como<br />
se trata de um motor onde a potência e<br />
torque alcançam índices monstruosos,<br />
algumas modificações estruturais no<br />
bloco do motor foram necessárias para<br />
manter a estabilidade e confiabilidade<br />
do conjunto móvel, mantendo os “órgãos<br />
internos” no local correto. O bloco do<br />
motor não possui circulação de agua para<br />
a refrigeração. Todas as galerias de agua<br />
foram preenchidas com cimento especial<br />
para que os cilindros não sofram com<br />
distorções, tricas ou rachaduras impostas<br />
pela carga absurda nas paredes durante as<br />
explosões do ciclo. Para concentrar ainda<br />
mais resistência às paredes dos cilindros,<br />
elas foram abertas para acomodar<br />
pistões forjados da fabricante Argentina<br />
IASA, do tipo cabeça plana e com 99 mm<br />
de diâmetro, sobrando ainda uma boa<br />
margem de segurança na espessura das<br />
paredes. As bielas são confeccionadas em<br />
alumínio de alta resistência e usinadas<br />
em ferramental CNC com tolerâncias<br />
extremamente baixas. O conjunto de<br />
bielas é fabricado pela americana GRP que<br />
fica em Denver no Colorado, e fornecem o<br />
conjunto sob encomenda para os motores<br />
6 cilindros nacionais. O virabrequim possui<br />
curso de deslocamento original, deixando<br />
a cilindrada com exatos 4142cc. O cabeçote<br />
feito em ferro fundido de numero final<br />
586, também foi preparado, utilizando<br />
válvulas de 1.94 pol. na admissão e 1.60<br />
no escapamento, provendo fluxo de 140<br />
Cfm @ 10 pol. Tudo é grande nesse motor.<br />
O comando de válvulas também, é um<br />
modelos especial produzido pela Crower<br />
com 308 graus na admissão e 304 graus<br />
no escapamento, feito para motores turbo<br />
alimentados e capaz de fazer o linguiça<br />
girar acima dos 8 paus. Neste carro o giro<br />
é limitado eletronicamente pela FT500
em 8400 rotações. O turbo é uma unidade<br />
fabricada pela Garrett especialmente<br />
para motores de competição e com<br />
a mais alta tecnologia em termos de<br />
turbo compressores. A GTX<strong>45</strong>08R, de<br />
proporções enormes, tem caixa quente de<br />
1.44 e opera a pressão máxima de 2,5 Bar<br />
entregando ao motor mais de 100 libras de<br />
ar por minuto, ainda dentro da linha central<br />
da ilha de eficiência máxima! Todo o acerto<br />
do motor é feito pelo Heraldo Bueno, tuner<br />
oficial da FuelTech e um grande parceiro<br />
da equipe Julieta.<br />
Com tamanha desenvoltura nos<br />
170 kgf.m de torque um sistema de<br />
transmissão à altura foi providenciado.<br />
A caixa de cambio G-Force de quatro<br />
velocidades possui engates rápidos e<br />
precisos, e o parrudo diferencial Ford 9<br />
completa o sistema. (veja mais na ficha<br />
técnica). O piloto e equipe já provaram<br />
que não estão para brincadeiras. O tempo<br />
efetuado durante o Festival é prova disso.<br />
Fique de olho, esse Opala ainda vai dar<br />
muito que falar!<br />
Ficha Técnica<br />
Motor:<br />
GM 250 6 cilindros com reforço cimentado,<br />
potencia 1.230 HP e 170kgfm torque, pistões<br />
Flat Top Iasa, anéis Total Seal com Gaples,<br />
bielas alumínio GRP, virabrequim original<br />
balanceado, bronzinas Clevitte<br />
Cabeçote:<br />
GM original 586 preparado por Hércules<br />
Cabeçotes, fluxo do cabeçote 140 cfm banca<br />
de fluxo, válvulas de adm. e esc Manley 1.94”<br />
x 1.60”, polia comando Joseph Argentina,<br />
comando Crower 306x304, molas e pratos<br />
Crower, travas Manley titânio<br />
Alimentação<br />
Metanol + 5% nitrometano, bomba combustível<br />
Aeromotive mecânica, pressão de<br />
Bomba 2.8 bar inicial e 5.8 bar final filtro<br />
de combustível Aeromotive, regulador de<br />
pressão Weldon<br />
Eletrônica<br />
Modulo FT500 Fuel Tech, Spark Pro 6 Fuel<br />
Tech, Peak and Hold três 4A FuelTech<br />
bobinas bosch marea turbo 006, acessorios<br />
eletronicos Pro 24, dataloger Slim, PS 10B,<br />
Bicos 12 Deka 225lbs, Eletrônica Shoker<br />
Heraldo Bueno<br />
Turbo<br />
GTX <strong>45</strong>08r Garret, modificações caixa<br />
quente 1.44, Pressão 2.5,wastegate Tial<br />
60mm, blow-off Tial<br />
Transmissão<br />
G-Force 4 marchas engate rápido,<br />
engrenagens e carcaça G-Force, diferencial<br />
Ford 9, eixo cardan confeccionado na Julieta<br />
Competições, embreagem Multidisco de fibra<br />
de carbono, eixos e blocante De Pauli Race<br />
Car<br />
Supensão<br />
Leadder bar, amortecedor e molas QA1,<br />
barras De Pauli Race Cars<br />
Rodas e pneus<br />
Rodas Weld Pro Star 10 polegadas, pneus<br />
traseiros Mickey Tompson 275/60/15<br />
112
114
poker<br />
face<br />
Fotos e Reportagem: Evandro Lima<br />
O piloto de Arrancadas Rodrigo<br />
Tondo já é figurinha carimbada em<br />
nossa publicação. A edição três de Tech<br />
Speed foi presenteada com a matéria<br />
de dois Opalas que pertencem aos<br />
irmãos Tondo, fotografados em um<br />
dos lugares mais bonitos que conheço,<br />
a Pedreira Trevo. Incrivelmente, após<br />
passadas 20 edições eu recebo a<br />
ligação do Rodrigo me contando sobre<br />
seu o novo brinquedo, uma Caravan<br />
negra preparada para a categoria STT.<br />
Após um longo bate-papo combinamos<br />
a matéria, mas fiz uma única ressalva,<br />
que gostaria de fazê-la no mesmo local<br />
da edição três.<br />
Com a proposta aceita tratei<br />
convidar meu fiel escudeiro e<br />
companheiro de viagens, o Nenê, um<br />
amigo-irmão gasolina que tenho e<br />
nunca recusa viagem e restaurante.<br />
Com tudo certo partimos para a viagem<br />
com destino a cidade de Cascavel para<br />
fotografar a Caravan, visitar amigos<br />
e matar a saudade da pedreira que<br />
me traz uma paz de espirito imensa.<br />
Chegando a Cascavel seguimos<br />
diretamente à casa do Rodrigo para<br />
conhecer o carro. A garagem fica na<br />
parte de baixo da casa e é preciso<br />
descer uma grande rampa para chegar<br />
ao carro. No fundo da garagem com<br />
pouca iluminação e já carregada<br />
na carreta, estava a Caravan negra<br />
“fitando-me” diretamente nos olhos<br />
como um Rottweiler. Você deve estar<br />
se perguntando por que o gordo do<br />
editor acha que a Caravan parece um<br />
Rottweiler, e vou explicar. Rottweiler<br />
é o único cão que conheço capaz de<br />
fazer um “Poker face” perfeito. Ele não<br />
esboça o que sente e você não sabe<br />
o que passa na cabeça dele, o que é<br />
suficiente para quem tem o mínimo<br />
de juízo entrar em modo “estátua”<br />
instantaneamente. A Caravan é<br />
assim, você não consegue identificar<br />
a primeira vista “qual é a dela”, se é
um clássico restaurado, um carro de<br />
rua ou pista. Um legítimo “Poker Face”! E<br />
quem arriscar a sorte pode ser mordido<br />
por seis dentes de <strong>45</strong> mm de diâmetro,<br />
pois se trata de um carro de Arrancada,<br />
construído com ensinamentos da escola<br />
antiga em sua melhor forma.<br />
Confesso que passei algum tempo<br />
observando os detalhes e fiquei admirado<br />
com o serviço executado na pintura<br />
e funilaria -feita pelo sogro - na parte<br />
externa. Geralmente carros escuros<br />
tendem a demonstrar com mais facilidade<br />
as imperfeições da carroceria, a cor preta<br />
entrega fácil qualquer pequena ondulação.<br />
Mas ela é lisa, curvas e detalhes de lata<br />
muito bem executados pelos profissionais<br />
que ali puseram suas mãos, inclusive<br />
com o talento competente do Claudio, da<br />
empresa Exclusive estética automotiva,<br />
que faz questão de cuidar pessoalmente<br />
de todos os carros da família. Compondo<br />
a cena, o jogo de rodas Weld Pro Star<br />
cromadas, calçadas com pneus de rua<br />
permitidos para a categoria. O motor<br />
6 cilindros foi preparado por Andreson<br />
Beilner, um especialista da melhor<br />
qualidade no estilo “old School”. A usina<br />
é alimentada a base de Metanol puro<br />
por 3 carburadores de corpo duplo com<br />
borboletas de <strong>45</strong> milimetros de diâmetro,<br />
e montados em coletores de admissão da<br />
saudosa e eficiente Engine do Rio Grande<br />
do Sul. O cabeçote possui fluxo de 127 Cfm<br />
e foi preparado pela Basílio cabeçotes<br />
utilizando válvulas em aço inoxidável na<br />
admissão com 49 mm e no escapamento<br />
40,6 mm. No bloco do motor, componentes<br />
forjados como as bielas Scat de 6<br />
polegadas entre centros e os pistões JE<br />
de 99,8mm de diâmetro vestidos com<br />
anéis Total Seal, garantem a resistência do<br />
conjunto rotativo a 7500 rotações que o<br />
motor é limitado eletronicamente. O trem<br />
de comando de válvulas é Crower, com<br />
pratos, molas, travas e varetas especiais<br />
para altas rotações proporcionadas pelo<br />
comando assimétrico de 304x306 graus.<br />
Na ignição um sistema eletrônico da<br />
InjePro, o ISD 6 controla as 6 bobinas do<br />
Gol Mi através dos sinais da roda fônica.<br />
“Segurando as pontas” o diferencial Dana<br />
44 e o cambio F-260 de 4 marchas com<br />
sincronizados fazem o casal perfeito para<br />
sistema. A Caravan ainda não participou<br />
de nenhuma prova, é estreante. Já o<br />
piloto é velho conhecido das pistas, pois<br />
participa de provas a 14 anos. Agora com<br />
a Caravan na garagem, o Opala Coupe<br />
1973 tem grandes chances de ser o carro<br />
do filho mais velho, mais um fanático por<br />
velocidade e carros alterados.<br />
116
PAIXÃO À<br />
PRIMEIRA<br />
VISTA<br />
Fotos e Reportagem: Alexandre R. de Azevedo<br />
120 42
Tudo começou quando os irmãos<br />
Haroldo e Wagner herdaram de seu<br />
avô um Voyage 1982 LS, porém o carro<br />
precisava de uma minuciosa restauração,<br />
o que resultaria em um alto investimento,<br />
tempo de espera e disponibilidade de<br />
um bom profissional. Por outro lado,<br />
os irmãos sempre foram apaixonados<br />
por carros grandes, preparados, mais<br />
especificamente da linha Chevrolet: Opala<br />
e Caravan.<br />
Foi quando em um belo dia, em uma<br />
agência de veículos, avistaram uma<br />
Caravan 1979 saltou aos olhos de ambos.<br />
Equipada com motor de 4 cilindros 151S,<br />
na cor dourada, com aparência original e<br />
muito alinhada, Haroldo e Wagner viram<br />
ali uma oportunidade de troca no saudoso<br />
Voyage LS e, para surpresa de ambos, a<br />
troca foi aceita!<br />
Na época, o negócio feito para que<br />
a troca pudesse ser realizada com um<br />
investimento muito menor do que a<br />
restauração do Voyage LS. E a Caravan,<br />
de fato, estava muito integra, pois além de<br />
nunca ter passado por uma reforma seria<br />
recebida de braços abertos na casa de seu<br />
terceiro dono.<br />
“O primeiro proprietário foi um médico<br />
que ficou pouco tempo com ela, já o<br />
segundo dono a adquiriu em uma revenda<br />
Chevrolet e ficou por cerca de 25 anos.<br />
Durante esses longos anos a Caravan foi<br />
utilizada para levar sua esposa à igreja, ao<br />
supermercado e, uma vez por ano, à praia.<br />
Infelizmente, devido ao delicado estado de<br />
122
saúde de seu então proprietário, a Caravan<br />
ficou por cerca de 10 anos totalmente<br />
parada”, comentou Haroldo.<br />
Inicialmente a ideia era deixar o bólido<br />
completamente original, mas a vontade de<br />
ter um carro com a mecânica modificada<br />
foi maior. Descartando a hipótese de<br />
mudar a mecânica para seis cilindros, o<br />
turbo seria a melhor opção para que os<br />
irmãos fizessem um automóvel forte<br />
e com aparência original. Sem poupar<br />
esforços, Haroldo e Wagner investiram<br />
pesado para que projeto funcionasse<br />
perfeitamente e hoje, o motor de quatro<br />
cilindros não apreciado por muitos, faz<br />
frente aos desavisados, sobretudo aos<br />
motores de seis cilindros.<br />
Aliado a grande tecnologia das injeções<br />
atuais o motor 151S de 2.5 litros se mostra<br />
valente, rendendo cerca de 280 cavalos<br />
124<br />
completamente original, comprovados<br />
em dinamômetro e utilizando apenas<br />
1 Bar de pressão de turbo. A Caravan<br />
tem um acerto liso e pode ser conduzida<br />
com o conforto característico da linha<br />
Chevrolet, mas não se deixe levar pelas<br />
linhas originais. Se provocada, oferece um<br />
ronco lindo do escapamento direto de 3”<br />
polegadas e uma pegada extremamente<br />
forte devido ao alto torque em baixa<br />
rotação, provavelmente, a última coisa<br />
que o incauto verá será sua linda traseira...<br />
Os irmãos fazem parte do Clube de<br />
Autos Antigos da Cidade de Araras, interior<br />
de São Paulo e o carro chama a atenção<br />
nos encontros em que participa, pois<br />
todos ficam admirados com a ousadia do<br />
projeto que embora seja simples, foi feito<br />
em cima de um motor quatro cilindros, que<br />
é pouco explorado atualmente.
TO<br />
773<br />
126
O retOrnO<br />
Piloto e Opala Comodoro 1980 retornam à competição de Arrancada após um longo tempo distante das pistas, e<br />
dessa vez com o carro inteiramente reformulado.<br />
Fotos e reportagem: Evandro Lima
O piloto Eduardo Montemor é um<br />
grande entusiasta da Arrancada e também<br />
faz parte da nação de apaixonados<br />
pelo Chevrolet Opala. Há alguns anos<br />
passados decidiu iniciar a carreira de<br />
piloto de Arrancada, e juntamente com<br />
seu amigo e mecânico Alessandro<br />
Santos, ingressar nas provas com um<br />
carro inteiramente novo. Com a decisão<br />
do projeto Alessandro tratou de sair em<br />
busca de um carro com boa estrutura.<br />
Após alguns meses conseguiu achar<br />
este Opala Comodoro 1980 em muito<br />
bom estado. Após a compra, Alessandro<br />
procurou uma empresa no Rio Grande<br />
do Sul para que o carro fosse reformado<br />
e alterado para a nova proposta. Foram<br />
quase 2 anos até que ficasse pronto, mas<br />
128<br />
infelizmente o projeto não deu certo. O<br />
carro chegou com problemas críticos no<br />
motor e na suspensão. E mesmo após<br />
várias tentativas não conseguiram atingir<br />
o resultado esperado, o que acabou<br />
desanimando a equipe que resolveu<br />
afastar o carro das competições e<br />
reformular todo o projeto por completo,<br />
e desta vez “em casa”. Mais uma vez<br />
foram quase 2 anos entre desmontagens,<br />
desenvolvimento e a montagem final do<br />
carro que agora conta com um novo motor,<br />
trabalhos na carroceria e a suspensão<br />
feita de forma correta. Alessandro<br />
Santos é o responsável pela preparação<br />
e nos conta – “Sofremos demais com<br />
problemas no carro, estava tudo errado.<br />
O motor com problemas no sistema de
lubrificação e no cabeçote. A distribuição<br />
de massas na carroceria e o sistema de<br />
suspensão do carro estavam totalmente<br />
errados, não funcionava! Resolvemos<br />
desmontar tudo, começar do zero e tudo<br />
feito aqui com a ajuda de parceiros da<br />
cidade”. Para o novo projeto a carroceria<br />
foi aliviada para voltar ao peso original.<br />
Foi necessária a remoção de algumas<br />
centenas de quilos de chumbo colocados<br />
pela antiga preparadora. A suspensão que<br />
também estava critica foi completamente<br />
desmontada para que novos ajustes<br />
fossem feitos no alinhamento, cargas<br />
de molas e setup dos 4 amortecedores<br />
Strange feitos em alumínio e que possuem<br />
ajustes de compressão e expansão.<br />
Além disso, a suspensão traseira foi<br />
totalmente reformulada onde as Ladder<br />
Bars foram reposicionadas e o diferencial<br />
devidamente alinhado. O novo motor foi<br />
elaborado utilizando o bloco baixo dos 250,<br />
mas com a cilindrada elevada com uso do<br />
virabrequim do caminhão A-60 com 104,6<br />
milímetros de curso. As bielas forjadas<br />
Scat possuem 6 polegadas de distancia<br />
entre centros e pistões forjados são do<br />
tipo “cabeçudos”, fabricados pela IASA na<br />
medida 0,60”, e são especiais para este<br />
tipo de conjunto, pois possuem o pino<br />
deslocado. O cabeçote foi extensamente<br />
alterado, calça válvulas de 49,28 mm na<br />
admissão e 40,64 mm no escapamento,<br />
possui “Lump Ports” e rende 153 Cfm<br />
a 10”. Todo o trem de válvulas é da<br />
americana Crower, com balancins 1.75<br />
e comando de válvulas também roller,<br />
feito por encomenda com 304 graus na<br />
admissão e 308 graus no escapamento.<br />
Na alimentação um conjunto Carlini com<br />
3 corpos duplos de <strong>45</strong>mm de diâmetro<br />
nas 6 borboletas, injetores de 160 lbs/h<br />
e todo o sistema de ignição e injeção<br />
comandados por equipamentos FuelTech.<br />
O gerenciador é um FT300 que funciona<br />
com roda fônica que esta instalada no<br />
frente do Damper gringo da Fluidamper.<br />
Na ignição, 6 bobinas Bosch do Fiat Marea<br />
ligadas diretamente nas velas Iridium de<br />
grau 9. A preparação do motor rendeu<br />
com Metanol puro 407 cavalos nas rodas<br />
com motor ainda em fase de amaciamento<br />
e girando 6700 rotações por minuto sem<br />
qualquer adição de Nitrometano. Segundo<br />
Alessandro Santos, este motor é capaz de<br />
girar 7700 rotações e conseguir potência<br />
ainda maior, pois o carro estava amaciando<br />
e com a relação estequiométrica ainda<br />
bem “gorda”, a curva de potencia foi<br />
cortada em ascendente. O sistema de<br />
transmissão conta com diferencial Dana<br />
44 com Spool, cambio de 4 marchas com<br />
engates rápidos e engrenagens forjadas.<br />
O carro iniciará os testes de pista no<br />
próximo mês, e tudo leva a crer que<br />
teremos mais um bom competidor na<br />
categoria TO para dar o Show à legião de<br />
fanáticos pelo Opala.<br />
130
“<br />
O Opala foi totalmente reconstruído.<br />
Agora conta com um novo motor que rende<br />
mais de 400 cavalos e a suspensão traseira<br />
do tipo Ladder-Bar com amortecedores<br />
Strange.”
134
A categoria mais radical da Arrancada Brasileira ganha um novo guerreiro, e ele esta armado até os dentes!<br />
o desafiante<br />
Fotos: Fabio Felix Pascoal reportagem: Evandro Lima
Para os aficionados por veículos de<br />
tração traseira e motores aspirados a<br />
categoria <strong>TS</strong> é o topo do mundo. Motores<br />
absurdamente modificados inseridos<br />
nos Muscle Cars brasileiros transformam<br />
as disputas nas pistas em verdadeiras<br />
batalhas campais. A rivalidade na pista é<br />
tão grande que são formados grupos de<br />
torcedores fanáticos por cada marca. O<br />
reinado atual pertence à equipe Castañon<br />
com o Ford Maverick V8 pilotado por<br />
Gustavo Castañon, o mais rápido da<br />
atualidade nos 402 metros com o tempo<br />
de 7.853 segundos marcados na pista do<br />
Velopark no Rio Grande do Sul. Na disputa<br />
do reinado o piloto Marcio Julio com a<br />
Caravan da equipe Los Hermanos vinha<br />
ganhado terreno a cada prova, mesmo<br />
estando ainda equipada com o motor de 6<br />
cilindros no nitrometano. Estes dois carros<br />
que travaram disputas maravilhosamente<br />
memoráveis, são os responsáveis pela<br />
mais agradável rivalidade das pistas de 402<br />
metros entre duas marcas expressivas<br />
no país. Agora, a categoria <strong>TS</strong> tem um<br />
novo guerreiro que também representa a<br />
“gravatinha” Chevrolet, Diego Busato, que<br />
fez sua estreia enfiando um 8.1s na pista<br />
de Curitiba com seu Opala negro equipado<br />
com um monstruoso “Small Block” Chevy<br />
de 407 polegadas regado a altas doses<br />
de óxido nitroso, preparado pela Speed<br />
Unlimited. Senhoras e senhores, o que<br />
temos aqui entre essas três importantes<br />
equipes é algo insanamente maravilhoso<br />
em termos de competição, e talvez<br />
tenhamos o contra-ataque Chevrolet<br />
vindo fazer o que já era bom ficar ainda<br />
melhor em todos os aspectos.<br />
A equipe paranaense Speed Unlimited<br />
tem sede em Curitiba, o time de feras<br />
é responsável pelo desenvolvimento e<br />
montagem desse maravilhoso Opala.<br />
O projeto vem sendo desenvolvido há<br />
três anos para chegar ao estagio atual<br />
e segundo a piloto Diego Busato, o carro<br />
esta em fase de acertos com poucos<br />
testes realizados somente na pista de<br />
Curitiba – “Andei apenas em Curitiba, não<br />
tive oportunidade de andar em uma pista<br />
100% como a do Grandão ou no Velopark.<br />
Em Curitiba a pista infelizmente não é<br />
regular, tem problemas de ondulações e<br />
falta de grip. É importante salientar que<br />
devíamos ter o mesmo regulamento em<br />
todas as regiões do Brasil, pois aqui em<br />
Curitiba é diferente do Rio grande do Sul<br />
aonde tem uma das melhores pistas do<br />
país – Nos conta Diego.<br />
Quem pode acompanhar a ultima<br />
etapa de Curitiba “sentiu na pele” o poder<br />
do SBC “nitrado”. O ruído produzido pelo V8<br />
é ensurdecedor, coisa de arrepiar mesmo.<br />
A preparação do motor foi feita com o que<br />
existe de mais moderno na atualidade. A<br />
receita é “bem simples”, pegue “Pack” com<br />
tudo o que comprovadamente funciona<br />
e que existe de melhor e entregue a<br />
um profissional competente. Vocês<br />
não imaginam como foi difícil conseguir<br />
arrancar algumas coisas da equipe,<br />
que obviamente prefere manter alguns<br />
segredos sobre algumas especificações,<br />
e respeitamos, pois não é fácil conseguir<br />
alcançar o nível de desenvolvimento<br />
atual, e passar tudo aqui seria insanidade,<br />
principalmente em uma categoria onde<br />
não se tem “limites” e leitores Tech Speed<br />
não costumam “cochilar”! Para conseguir<br />
algumas informações tive que amarrar o<br />
Diego e faze-lo ouvir o som de um motor<br />
Ford por algumas horas (hahaha). O bloco<br />
do motor é um V8 em ferro fundido de 350<br />
polegadas regulamentado pela CBA, mas<br />
foi alteradíssimo. A capacidade cúbica foi<br />
elevada por intermédio de pistões forjados<br />
do tipo “dome”, da americana Diamond<br />
Pistons, montados nas parrudas bielas<br />
BME também fabricadas em alumínio. O<br />
virabrequim de curso é Crower feito em<br />
aço forjado e capaz de suportar rotações<br />
e cargas absurdas. Os cabeçotes e o<br />
coletor de admissão, também “gringos”,<br />
foram fabricados pela CFE Heads, uma<br />
empresa conceituadíssima na fabricação<br />
do componente, e que também fornece<br />
equipamentos para a várias categorias nos<br />
EUA, servindo pilotos consagrados como<br />
Allen Johnson, Erica Stevens, Jeg Coughlin<br />
entre outros. No pacote dos cabeçotes,<br />
todo o sistema de trem de válvulas da<br />
Jesel e varetas Manton com a espessura<br />
136
do seu polegar. O sistema de lubrificação<br />
é feito por bomba externa e cárter seco<br />
da Moroso, e se você esta esperando<br />
algo sobre o comando de válvulas, eu<br />
também, acho que mais algumas horas<br />
de Ford ele entregaria! O sistema de<br />
injeção eletrônica é comandado pela<br />
Fueltech FT500 que também gerencia<br />
o oxido nitroso no estilo seco, isto é, sem<br />
para domar toda disposição da usina<br />
Diego usa da experiência adquirida nas<br />
pistas e informações valiosas vindas do<br />
seu irmão Roderjan e equipe da Speed<br />
Unlimited. Diego Busato tem história na<br />
Arrancada Brasileira. Fez sua estreia nas<br />
provas de 201 metros com um Voyage<br />
turbo e participou de vários tipos de<br />
campeonatos e categorias. - “Sempre fui<br />
a adição de combustível juntamente fã de carros e incentivado pelo meu irmão<br />
com o gás. Isso é possível graças ao<br />
sofisticado sistema de gerenciamento da<br />
FT500, capaz de controlar com precisão<br />
e permitir que o preparador elabore uma<br />
curva independente de combustível e<br />
ignição com o sistema de oxido nitroso<br />
ativado. A categoria não permite a divisão<br />
de estágios do sistema de oxido nitroso,<br />
e na configuração deste motor são mais<br />
de 500 cavalos entregues de uma só vez<br />
para serem queimados com o auxilio dos<br />
módulos de ignição M&W, outro fabricante<br />
Roderjan Busato e meu pai Dalton Busato<br />
- ambos correm até hoje nas Arrancadas<br />
do Brasil. Depois disso fui para provas de<br />
regularidade que seria na época a DES<br />
14S, andei por alguns anos neste tipo<br />
de corrida com este mesmo Voyage e<br />
depois com um gol turbo e um bug turbo.<br />
Meu irmão sempre me incentivou nas<br />
provas, até que em um dia ele me fez<br />
uma surpresa e comprou este Opala <strong>TS</strong>.<br />
Fizemos diversas mudanças no carro<br />
conforme a categoria foi evoluindo até<br />
conceituadíssimo em equipamentos chegarmos no bom desempenho de hoje,<br />
para alta performance. Nada neste carro<br />
foi impensado, do motor ao sistema de<br />
transmissão o conjunto é perfeito. O<br />
tenho muito a agradecer ao meu irmão,<br />
que foi com certeza o maior incentivador,<br />
ao meu pai e hoje a nossa Equipe Speed<br />
cambio G Force é de 5 machas e as trocas Unlimited – Revela Diego<br />
“<br />
são feitas manualmente, mas de forma Para nós da revista Tech Speed nos<br />
eletrônica. Com um simples “apertar de resta aguardar o duelo imperdível entre os<br />
botão” as engrenagens são trocadas Titans da equipe Los Hermanos, Castañon<br />
atuando solenoides de comando. A e Speed Unlimited no Velopark. Talvez a<br />
Equipamentos de ponta e montagem<br />
suspensão é do tipo Four-link totalmente disputa mais acirrada do país entre as<br />
profissional, tudo para buscar o<br />
ajustável em pontos de ataque para o marcas Chevrolet e Ford. Você vai perder<br />
melhor tempo nas pistas de 402 m”.<br />
ajuste em cada situação de pista. E não o show?<br />
pense que o carro “faz tudo” sozinho,<br />
138
142 34
ABSOLUTO<br />
Um dos maiores ídolos da Arrancada nacional acaba de conquistar mais um título em sua espetacular carreira, o<br />
recorde da categoria TO nos 402 metros da pista do Velopark.<br />
Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Evandro Lima
Talvez não exista outro piloto no<br />
país com tantas conquistas carregando<br />
a bandeira do Rio Grande do Sul e da<br />
Chevrolet na Arrancada Brasileira. O<br />
gaúcho Joacir Cavagnoli, o Curinga,<br />
faz parte importante da história da<br />
Arrancada onde os seus 197 recordes<br />
conquistados, 1314 troféus nas<br />
participações em praticamente todas<br />
as provas no Rio Grande do Sul atestam<br />
sua incrível capacidade. Competidor nato,<br />
Joacir é referência quando o assunto<br />
é competição com Opalas aspirados, e<br />
carrega a sua legião de fãs espalhados<br />
em todo o país. Absolutamente preciso<br />
na tocada, constante e rápido, não há<br />
campeonato que participe que não brigue<br />
– e na grande maioria das vezes, vença<br />
– disputas acirradas com os adversários<br />
da categoria. Seu apetite por competição<br />
é tão grande que chega a participar<br />
de 5 campeonatos em seu estado de<br />
forma simultânea, vencendo boa parte<br />
de todos eles. Só para termos uma ideia<br />
do que estamos escrevendo, no ano de<br />
2014 o piloto conquistou nada mais nada<br />
menos do que 11 títulos, participando<br />
quando possível em 3 categorias no<br />
mesmo evento. Não é atoa que boa parte<br />
da casa e da oficina do Jaocir esteja<br />
repleta de troféus, que segundo ele, são<br />
exatas 1314 premiações nesses vinte<br />
anos de pista. Seu amigo do peito e fiel<br />
escudeiro também faz parte disso tudo,<br />
o Chacal, um especialista na construção e<br />
preparação de motores é corresponsável<br />
pelo sucesso do bólido nas pistas. Toda a<br />
144 36
construção do carro foi feita basicamente<br />
a quatro mãos em horas disponíveis<br />
entre Joacir e o Chacal. Geralmente após<br />
as 18 horas ambos dedicavam tempo<br />
e experiência no desenvolvimento de<br />
cada componente aplicado ao carro<br />
dessa matéria, que levou quase 2 anos<br />
para chegar ao estágio atual, mesmo<br />
com a experiência de ambos nos<br />
campeonatos anteriores. O carro já<br />
provou ser competitivo mesmo antes de<br />
cravar o atual recorde da categoria TO no<br />
Velopark, em etapas anteriores no ano<br />
de 2014, em outras cidades do estado, o<br />
carro já havia feito tempos excelentes,<br />
mas com a quebra do motor em uma<br />
das etapas tiveram que recomeçar todo<br />
o projeto novamente. Com a notícia da<br />
reabertura do Velopark em 2015 a equipe<br />
tratou de fazer um novo motor.<br />
Neste Opala não existe um<br />
componente sequer que não tenha sido<br />
devidamente “lapidado” e desenvolvido<br />
para Arrancada. O Chacal é o responsável<br />
pela preparação do carro e do motor.<br />
Possui uma oficina completa e repleta<br />
de ferramentas capazes de construir um<br />
veículo partindo de um único parafuso.<br />
Balanças, mesa de chassi, dinamômetro,<br />
bancada de fluxo e uma infinidade de<br />
ferramentas e conhecimento técnico,<br />
foram decisivas para a elaboração e<br />
sucesso do projeto. No processo de<br />
construção deste carro a carroceria foi<br />
despida de tudo, o monobloco passou<br />
por um criterioso estudo e foi alinhado<br />
na mesa para que posteriormente todos<br />
os componentes fossem instalados.<br />
Suspensão dianteira e traseira, barras,<br />
reforços, equilíbrio das massas e o<br />
desenvolvimento do motor fazem parte<br />
do pacote de alterações desse Opala.<br />
Nem tudo são flores, a quebra do motor<br />
“campeão” ocorrida no final de 2012<br />
destruiu grande parte das peças, adiando<br />
esse resultado que já era almejado em<br />
2013. Chacal revela que grande parte do<br />
sucesso no desenvolvimento do motor<br />
vem daquela época, pois já apostavam no<br />
banimento do Nitrometano na categoria<br />
TO. Com isso ambos trataram de focar<br />
o trabalho no novo motor para extrair o<br />
máximo de potencia utilizando apenas o<br />
Metanol como combustível. E deu certo!<br />
Joacir enfiou um assustador 10.092 nos<br />
402 metros da pista do Velopark logo na<br />
segunda puxada, com 1,536 nos 60 pés,<br />
4,279 nos 100 metros, 6,530 nos 201<br />
metros, 8,401 nos 330 metros. “O carro<br />
tem muito potencial, lutaremos para<br />
entrar nos sonhados 9 segundos, mas<br />
competição é competição, só na pista<br />
para sabermos isso” – Revela Chacal. Ele<br />
também nos conta que este motor é bem<br />
próximo em termos de desempenho ao<br />
antigo, possui 505 cavalos e 56kgf.m em<br />
torque. “Não foi levado próximo ao limite<br />
justamente para que o equipamento<br />
ganhe em segurança e durabilidade”<br />
– Conta Chacal. A meta da equipe é<br />
participar de várias provas durante o ano,<br />
e se possível, baixar ainda mais o tempo<br />
de pista com o Opala TO Metal guiado por<br />
um dos pilotos mais respeitados do Brasil.
Campeonato Brasileiro (201 e 402m):<br />
Campeão nos anos de 2004, 2008,<br />
terceiro colocado no ano de 2012 e campeão<br />
novamente em 2014.<br />
Campeonato Sul Brasileiro (201m):<br />
Campeão nos anos de 2000 e 2001;<br />
Campeonato Gaúcho de Arrancada<br />
(201 e 402m):<br />
1992 até 2012 foram 20 títulos<br />
consecutivos conquistados em duas e/<br />
ou três categorias (2013 atipicamente<br />
conquistaram o terceiro lugar devido<br />
adversidades financeiras), e em 2014<br />
campeao.<br />
Campeonato Metropolitano (201m):<br />
Campeão nos anos de 2011 e 2012 em<br />
duas categorias;<br />
Campeonato Serrano (201m):<br />
Campeão nos anos de 2011, 2012, 2013 e<br />
2014 em duas categorias;<br />
Copa Serra de Arrancada (201m):<br />
2007 a 2014 campeão em duas e/ou três<br />
categorias;<br />
Copa Sul de Arrancada (201m):<br />
1992-2014 foram 22 títulos consecutivos<br />
em duas e/ou quatro categorias;<br />
18º Festival Internacional de Arrancada<br />
(402m):<br />
Terceiro lugar e recordista da categoria;<br />
Festival Dragster Summer Show de<br />
Arrancada (201m):<br />
Campeão no ano de 2010 em duas<br />
categorias.<br />
38 146
BATE PAPO<br />
Tech Speed: Qual a sua profissão e<br />
em que ramo?<br />
Chacal :Técnico em Soluções<br />
Automotivas<br />
Curinga: Mecânico<br />
<strong>TS</strong>: Quando comprou o veículo da<br />
matéria?<br />
Esta carroceria teve seu trabalho<br />
iniciado em 2008, após a aposentadoria<br />
do antigo “Corvo da Serra”<br />
<strong>TS</strong>: Como e quando surgiu a ideia de<br />
alterar o carro?<br />
Curinga: Competíamos pela Street<br />
Tração Traseira e em meados de 2010<br />
deslumbramos a possibilidade de adaptar<br />
o carro para a Traseira original e assim<br />
aconteceu.<br />
<strong>TS</strong>: Qual foi a parte mais difícil na<br />
construção do carro?<br />
Curinga: A construção do carro é<br />
primordial e o projeto deve ser solido,<br />
mas sempre olhando para o futuro<br />
fazendo com que os investimentos de<br />
maior monta não sejam desperdiçados<br />
ou fiquem obsoletos, porem o<br />
desenvolvimento em pista é o fator<br />
determinante. Muito dificilmente um carro<br />
saído da prancheta ira ter resultados sem<br />
que a equipe tenha um banco de dados<br />
muito forte, tais dados e informações<br />
extras só são obtidos com experiências,<br />
erros e acertos provenientes da vivencia<br />
e da quilometragem de pista.<br />
<strong>TS</strong>: Quando iniciou o trabalho e<br />
quanto tempo durou?<br />
Curinga: O trabalho nunca para e o<br />
desenvolvimento é uma coisa constante,<br />
nunca pode e nem deve ser interrompido.<br />
Propriamente falando deste resultado,<br />
este desenvolvimento já estava<br />
alcançando suas metas em 2012 quando<br />
uma quebra de motor ocorreu e somada<br />
aos limitados recursos financeiros adiou<br />
essa conquista. Mesmo não tendo uma<br />
forte expressão para a mídia, em 2013 e<br />
2014 competimos em praticamente todas<br />
as provas de todos os campeonatos<br />
regionais, alcançando objetivos muito<br />
expressivos solidificando cada vez mais<br />
o projeto deste carro que não esta só<br />
baseada em motor e potencia. Muito<br />
importante ressaltar isto, pois a sincronia<br />
piloto/carro/preparador é o fator<br />
dominante para superar as dificuldades<br />
e problemas que são normais em um dia<br />
de prova. Este entendimento e sintonia<br />
se refletem também nos bastidores onde<br />
faço uma grande ressalva; “As quebras<br />
são iminentes em qualquer parte ou nível<br />
de carro” então a solidez da confiança<br />
que o piloto deposita no preparador não<br />
deve ser abalada.<br />
<strong>TS</strong>: O que você acha mais fácil e<br />
difícil na “tocada” do seu carro?<br />
Curinga: A sintonia minha com o<br />
“CHEFE”, e incrível , muitas vezes em<br />
duas palavras consigo lhe passar que<br />
esta acontecendo, como todas as<br />
partes do carro passaram por nossas<br />
mãos , dificilmente deixamos de superar<br />
adversidades. A eletrônica e seus<br />
recursos tem sido grande parceira nesta<br />
caminhada, a FUELTECH tem seu mérito,<br />
porém, sem ninguém atrás dos botões,<br />
acho que apenas seriamos “mais um”.<br />
Dedicamos esse recorde a Mateus<br />
Piccoli e Alemão chapeador , que foram<br />
incansáveis durante os 6 meses de<br />
reforma. Muitos amigos nos apoiam,<br />
torcedores e simpatizantes. É por vocês<br />
que corremos. Lutamos contra nosso<br />
próprio tempo ,tentando superar nossas<br />
metas e objetivos .
FICHA TÉCNICA<br />
Opala Metal<br />
Piloto: - Joacir Cavagnolli “Curinga”<br />
Preparador: Chacal www.dcchacal.com.br<br />
Carro: Opala Metal<br />
Categoria: Traseira Original<br />
Melhor tempo em 60 pés e onde e quando aconteceu:<br />
1s536 no Velopark 05/07/2015 (1s488 em 2012 no<br />
Velopark)<br />
Melhor tempo em 201 e onde e quando aconteceu m:<br />
6s520 no Velopark 05/07/2015<br />
Melhor tempo em 402m e onde e quando aconteceu:<br />
10s092 no Velopark 05/07/2015<br />
Velocidade máxima em 201m e onde e quando<br />
aconteceu:<br />
179km/h no Velopark 05/07/2015<br />
Velocidade máxima em 402m e onde e quando<br />
aconteceu:<br />
227km/h no Velopark 05/07/2015<br />
148<br />
Motor: GM 6 cilindros retrabalhado por DcChacal com 5190cc, pistões,<br />
Iasa Box Stroker Dome com anéis MT Racing, bielas MT Racing forjadas,<br />
virabrequim cursado, bomba de óleo High Volume MT Racing, giro máximo<br />
8700rpm<br />
Cabeçote: GM, original de ferro retrabalhado por Dc Chacal com<br />
197cfm/132cfm válvulas de adm e esc: 1,94x1,60 MT Racing, polia do comando<br />
e molas MT Racing, comando Special Order 324º roletado, pratos e travas<br />
Crower<br />
Alimentação: Metanol, Bomba de combustível Magna Fuel, Regulador de<br />
pressão SPA, coletor de admissão Carlini 6 Borboletas <strong>45</strong>mm, 6 injetores de<br />
225lbs<br />
Ignição e acessórios eletrônicos: Fueltech FT500, Peak and Hold:<br />
Fueltech 2 peças 4A/1A, Bobinas individuais de Marea, Gear Controller/<br />
Pro24/6Slims/6ETMs/Múltiplos Sensores Fueltech, eletrônica instalado por<br />
DcChacal<br />
Transmissão: F260 Forjada 4 marchas com engate rápido, Embreagem<br />
Embremax, Diferencial Dana 44<br />
Suspensão: Dianteira original retrabalhada, Traseira Ladder Bar<br />
amortecedores: Special Order<br />
Pneus e Rodas: Dianteiros Hoosier Front Runner, Traseiros Drag Dot, Rodas<br />
Weld Magnum Black<br />
Santo Antônio: Conforme regulamento 2015 / Aço Carbono feito na<br />
DcChacal
O rei da TT<br />
A categoria Turbo Traseira está sob um novo reinado! O piloto Jader Krolow acaba de quebrar o recorde da pista<br />
de 402 metros do Velopark e é o primeiro piloto brasileiro a entrar nos 7 segundos com pneus “Drag Radial”.<br />
Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Evandro Lima<br />
150
Para as pessoas que adoram<br />
veículos com potências extremas<br />
em carros de tração traseira a<br />
categoria TT é, sem dúvida alguma,<br />
a mais emocionante no esporte de<br />
Arrancada. A combinação da aparência<br />
quase imaculada na carroceria dos<br />
veículos e seus motores absurdamente<br />
potentes, consegue atrair entusiastas<br />
espalhados em todos os cantos do<br />
mundo. Dominada por completo por<br />
veículos Chevrolet, os Opalas, Caravans<br />
e Chevettes proporcionam um show à<br />
parte com empinadas e acelerações<br />
descomunais nas pistas de 201 e 402<br />
metros. Não é uma categoria “normal”,<br />
não possui pilotos “normais”. O nível é<br />
altíssimo em tudo, da construção dos<br />
carros ao emprego da experiência e<br />
tecnologia em cada detalhe são decisivos.<br />
A competitividade é enorme, equipes<br />
buscando o melhor setup reunindo<br />
informações diversas trazidas por<br />
dezenas de dados das telemetrias,<br />
vídeos, e entre os pilotos e preparadores<br />
só existem feras com sede de vitória,<br />
e que tentam a todo custo levar seus<br />
carros com motores que superam os<br />
1000 cavalos ao lugar mais alto do<br />
pódio. Uma dessas equipes já vem a<br />
algum tempo dominando o cenário com<br />
carros incrivelmente rápidos, a Julieta<br />
Competições. A equipe possui um extenso<br />
currículo com mais de uma centena de<br />
vitórias e recordes em praticamente<br />
todas as pistas do país. Comandada<br />
pelo preparador Vilson Ferreira, não há<br />
em sua “matilha” um único “lobo” sem<br />
condições de destroçar um recorde ou<br />
lutar por posições mais altas no pódio.<br />
No auxilio da equipe Julieta um dos mais<br />
experientes “afinadores” de sistemas<br />
de injeção eletrônica em carros de<br />
competição do Brasil, o Heraldo Bueno,<br />
que presta suporte técnico para diversas<br />
equipes que utilizam equipamentos<br />
FuelTech. Na equipe a dedicação de<br />
Vilson Ferreira e Heraldo Bueno é<br />
absurda. Ambos descobriram o caminho<br />
das pedras a base de muito trabalho<br />
e estudo, e com competência vem<br />
mostrando aprimoramento e resultados<br />
verdadeiramente expressivos no mundo<br />
da Arrancada. A junção entre dois<br />
cérebros favorecidos e pilotos capazes só<br />
poderia resultar nisso, Recorde atrás de<br />
Recorde.<br />
Este carro pertence e é pilotado<br />
pelo gaúcho Jader Krolow, um dos<br />
pilotos mais ávidos por velocidade em<br />
competições de Drag Race. Além do<br />
temido “Metal”, Jader Krolow possui<br />
outros carros extremamente preparados<br />
para Arrancada e às vezes participa com<br />
vários em um único evento. O melhor é<br />
que o piloto não “coleciona” carros de<br />
corrida para “passear” na pista, ele os<br />
faz serem rápidos, mas muito rápidos.<br />
O Opala “Metal” que ilustra essa matéria<br />
é um deles, foi adquirido a pouco e<br />
mesmo sem estar completamente<br />
“familiarizado” destruiu o antigo recorde<br />
da categoria TT marcando um histórico<br />
tempo de 7,988s passando a 310 km/h
em 402 metros. O carro é um monstro<br />
em todos os sentidos, seus números<br />
em torque e potência são insanos para<br />
um motor de apenas 6 cilindros. 1515<br />
cavalos nas rodas e torque suficiente<br />
para tirar o planeta do seu eixo se<br />
tivessem onde apoiar, são 1754.6 N.m<br />
(178.0 Kgf.m) nas rodas. Confesso que<br />
levei alguns segundos para poder digerir<br />
essa informação, principalmente por<br />
ter que levantar-me do chão após cair<br />
da cadeira! Quem pode acompanhar a<br />
prova no Velopark apreciou de perto<br />
toda a energia desprendida por este<br />
carro. Do ritual da largada a liberação do<br />
paraquedas é algo além do fantástico!<br />
Tudo começa um Burnout sério, mas as<br />
coisas ficam verdadeiramente tensas<br />
um pouco antes de o carro alinhar no<br />
primeiro sensor de “Pré- Stage” do<br />
“pinheirinho”. O giro do motor é elevado<br />
ao corte programado para que o turbo<br />
tenha capacidade de alcançar a pressão<br />
definida pelo “Tuner”. Com isso uma<br />
série de pipocos ensurdecedores é<br />
liberada pelo escapamento, cuspindo<br />
Metanol e Nitrometano que quando<br />
entram em contato com a atmosfera<br />
queimam formando chamas enormes.<br />
Conforme o carro ganha poder, Jader vai<br />
liberando o sistema de travamento aos<br />
poucos procurando a melhor distância na<br />
aproximação do sensor do “Stage”. Nesse<br />
ponto não só o sangue do piloto fervilha,<br />
qualquer um que tenha Drag Race nas<br />
veias vai extasiar. Quando a luz verde<br />
acende temos a sensação maravilhosa<br />
ao vermos o “Metal” ser catapultado para<br />
frente, com as duas rodas dianteiras no ar<br />
e duas listas mais negras que a pista no<br />
piso por quase toda a extensão dos 402<br />
metros. E não pense que todos os 1500<br />
cavalos já estão disponíveis na primeira<br />
marcha, a potencia é dosada com a<br />
Foto: Fabio Felix Pascoal<br />
152
BaTe PaPO<br />
com Heraldo Bueno<br />
Tech Speed: Como um acertador de<br />
carros, no caso deste Opala qual a parte<br />
mais complicada do acerto?<br />
Heraldo Bueno: O conjunto entre<br />
mecânico, piloto e tuner funciona mais<br />
fácil quando todos estão correndo atrás<br />
do melhor objetivo e tem em mente<br />
beneficio mutuo. Dosar a potência<br />
e torque desse carro e uma tarefa<br />
complicada também.<br />
calibragem do gerenciador eletrônico do<br />
turbo, o BoostController FuelTech, que<br />
reduz a pressão para que o carro não<br />
“despregue” no lançamento e durante<br />
a continuidade da aceleração na pista.<br />
Para isso Heraldo utiliza um “mapa” onde<br />
elabora uma rampa de pressão do turbo<br />
para cada situação de pista/tração. Para<br />
as próximas etapas a equipe Julieta<br />
espera melhorar ainda mais o tempo<br />
obtido no recorde do Velopark, pois o<br />
carro e o piloto são capazes disso... E os<br />
números não mentem!<br />
<strong>TS</strong>: Qual o procedimento que<br />
você utiliza para fazer o acerto no<br />
dinamômetro?<br />
Heraldo Bueno: Sou muito detalhista<br />
em tudo. Procuro todos os cavalos<br />
que puder sempre comparando o<br />
gráfico anterior ao atual vendo onde o<br />
motor gostou de mais ponto ou mais<br />
combustível e onde não deu resultado.<br />
Quando não consigo ganho algum a mais<br />
com 1bar eu passo a 2bar de pressão do<br />
turbo e começo tudo outra vez. Procuro<br />
não me importar com quanto de pressão<br />
final que vou ter que usar, tem um<br />
objetivo de potência e paramos quando<br />
chegamos a ele.<br />
<strong>TS</strong>: Qual o procedimento que você<br />
utiliza para fazer as configurações na<br />
pista?<br />
Heraldo Bueno: Tenho cada passe de<br />
cada carro armazenado e sempre atribuo<br />
uma nota a pista, com tanta informação<br />
disponível, basta buscar uma nota para<br />
pista na hora que vai correr e selecionar<br />
o mapa, controles, configuração do Boost<br />
Controller e Gear Controller. Gravo 3<br />
mapas com controles diferentes e ao<br />
chegar na pista decido qual vou utilizar.<br />
<strong>TS</strong>: Você recebe as informações do<br />
Logger e também do piloto?<br />
Heraldo Bueno: Sim, recebo<br />
informações do logger, mas quem diz o<br />
que sentiu do carro é o piloto. Eu o escuto<br />
primeiro e então vou avaliar o logger.<br />
Normalmente tenho vídeos também e<br />
observo o conjunto procurando onde<br />
podemos melhorar ou de que maneira<br />
posso ajudar mais. Nesse caso o trabalho<br />
em equipe unindo piloto, preparador e<br />
tuner tem dado excelentes resultados.
FICHA TÉCNICA<br />
Opala Metal Turbo<br />
Piloto: - Jader Krolow<br />
Preparador: Vilson Ferreira Julieta Competições<br />
Carro: Opala 1974 Luxo<br />
Categoria: Traseira Turbo<br />
acertador: Heraldo Bueno<br />
Melhor tempo em 60 pés:<br />
1,330s Balneario Camburiu<br />
Melhor tempo em 201:<br />
5,387s @ 215km/h Balneario Camburiu<br />
recorde nacional TT em pistas 201m<br />
Melhor tempo em 402m:<br />
7,988s @ 310km/h Velopark recorde nacional pistas<br />
402m primeiro e único TT na casa dos 7s<br />
Velocidade máxima em 201m:<br />
225km/h Maringá<br />
Velocidade máxima em 402m:<br />
312km/h Velopark<br />
154<br />
Motor: GM 250 6cilindros, com reforços estruturais feitos na Julieta<br />
Competições, potência e torque 1515.1whp @ 6800rpms 1754.6, pistões JE<br />
com dome special order, anéis Total Seal, bielas GRP de alumínio special order,<br />
virabrequim Hércules Argentino, brozinas Clevitte, bomba de óleo Barnes<br />
Cabeçote: Original GM preparado por Hércules Cabeçotes 130 cfm na<br />
admissão x 104cfm escape a 10”, válvulas de adm e esc: 1.94x1.60”, polia<br />
do comando regulável Joseph, comando de válvulas Bullet 300x290, molas<br />
K-motiom, pratos Crower titânio, travas Maley titanium<br />
alimentação: Metanol + Nitrometano, coletor de admissão Belquip, Corpo<br />
de borboleta Belquip, bicos 12 Siemens 2200cc/m Bomba de combustível<br />
Aeromotive mecânica, filtro de combustível Aeromotive, regulador de pressão<br />
Weldon<br />
Turbo e escapamento: Pro Mod 91 Gen2 Precision turbo, wastegate Tial<br />
60mm, blow-off Pro Charger, coletor de espamento Shalom<br />
ignição e acessórios eletrônicos: FT-500, Spark pro, peak and hold 3<br />
peças 4A/1A, bobina Bosch Marea Turbo, Gear Controller, Boost Controller 2,<br />
Pro24, wideband slim todos Fueltech e instalado por Shocker Electric Systems<br />
Eduardo Bueno<br />
Transmissão: G-Force 5 machas, embreagem multidisco carbono, eixocardã<br />
fibra de carbono, diferencial Ford-9 Strange, eixos Strange, blocante<br />
Spool Strange<br />
Suspensão: Laderbar, amortecedores Koni, molas QA-1, barras Engineering<br />
Competition, buchas Unibol cromo molibidenio<br />
Pneus e rodas: Traseiros MT 275x60x15, Rodas Aluma Bid lock 10pol. X 3.0<br />
bake space
1979 GM/OPALA COMODORO<br />
Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Evandro Lima<br />
COMEÇANDO<br />
DO ZERO<br />
Iniciar um novo projeto para Arrancada requer muito mais do que tempo e dinheiro.<br />
Paciência, empenho e muita dedicação são palavras chaves para o sucesso.<br />
156
Projetos destinados a Arrancada<br />
notoriamente são complicados,<br />
demorados e requerem muita paciência<br />
entre todos os envolvidos. De um lado<br />
o piloto e proprietário que junta todo<br />
o seu suado dinheiro para a aquisição<br />
de peças e mão de obra. Por outro<br />
lado, mais de uma centena de pessoas<br />
estão envolvidas mesmo sem que o<br />
“dono” do carro tenha consciência.<br />
Mecânicos dedicam seu tempo,<br />
conhecimento e paciência na montagem<br />
e desenvolvimento do projeto e terceiros<br />
fabricam peças, constroem equipamentos<br />
e formam uma cadeia gigantesca em<br />
cada componente empregado no carro.<br />
Agora imagine iniciar um projeto do<br />
zero, onde têm somente nas mãos uma<br />
carroceria completamente desmontada<br />
e um sonho a ser realizado. Foi assim que<br />
Fabio Luiz Wisniewski encontrou o seu<br />
Opala, completamente desmontado para<br />
uma reforma inacabada da qual o antigo<br />
proprietário havia desistido. Encontrar um<br />
carro dessa forma apesar de assustador,<br />
mas tem suas vantagens, ainda mais<br />
quando foi adquirido e destinado a ser<br />
o carro de Arrancadas desde o início. O<br />
exame do monobloco e as condições<br />
reais de estrutura podem ser feitos<br />
com facilidade, evitando problemas<br />
maiores em relação a isso. Após o exame<br />
completo da estrutura e a finalização da<br />
compra o carro seguiu para a montagem.<br />
“Fiquei durante quase um ano<br />
inteiro envolvido na montagem do carro.<br />
Após este período ele ficou parado por<br />
158
aproximadamente mais um ano enquanto<br />
eu comprava as peças para preparação<br />
de motor/suspensão e eletrônica. Em<br />
agosto de 2014 começamos a fabricar<br />
o Santo Antônio, reforços de chassis<br />
e Suspensão traseira, que em <strong>45</strong> dias<br />
foi concluída. Levamos mais 30 dias<br />
para colocar o motor, caixa de câmbio,<br />
suportes, pressurização, descarga e<br />
elétrica. Em meados de outubro de 2014 o<br />
carro funcionou” – Conta Fabio.<br />
Após o funcionamento Fabio e a<br />
equipe decidiram levar o carro para<br />
uma prova em Santa Cruz do Sul para<br />
o primeiro teste de chassi e saber se<br />
tudo estava dentro do previsto. Após o<br />
teste e como o carro andou “na linha”<br />
foram ao dinamômetro para extrair o<br />
suco. Partiram com 1 Bar e 600 cavalos<br />
nas rodas, quando começaram a elevar<br />
a pressão e a medida que a potência ia<br />
subindo começaram as quebras.<br />
“Primeiro foram as pontas de eixo.<br />
Refizemos as pontas novas e quebrou de<br />
novo. Comprei as forjadas e finalmente<br />
não tive mais problemas em relação as<br />
pontas. Ai foi a vez da junta de cabeçote.<br />
Concertamos e queimou de novo.<br />
Colocamos O’ring e finalmente tínhamos<br />
segurança na junta para elevarmos a<br />
pressão, o que foi feito. Ai quebrou caixa<br />
de marchas por duas vezes que já era<br />
forjada. Partimos para os estudos e<br />
fizemos uma nova transmissão com<br />
rolamento de reforço na rabeta e<br />
dentes retos. Simplificando, passei 9<br />
meses tentando andar sem sucesso,<br />
e finalmente depois de todos esses<br />
contratempos conseguimos andar com<br />
tranquilidade marcando 1.6 s de primeira<br />
parcial e 6.7 s nos 201 metros usando 1,7<br />
Bar de pressão, 70 de sonda em um carro<br />
que pesa 1370kgs com piloto. Pode-se<br />
dizer que foi a primeira prova do carro,<br />
antes os problemas sempre apareciam<br />
na primeira largada. A parte mais difícil<br />
do projeto com certeza foi a escolha<br />
das peças a serem utilizadas. Existem<br />
receitas prontas e que funcionam, mas a<br />
um custo muito caro, por isso decidimos<br />
fazer algo “em casa” mais em conta.<br />
Ai é que vieram parte dos problemas,<br />
por uma certa falta de experiência<br />
foram escolhidos alguns caminhos<br />
mais “baratos” que logo se mostraram<br />
ineficazes, quebrava, eu insistia de novo<br />
e depois disso tinha que por coisas<br />
boas gerando custos adicionais e não<br />
conseguindo andar. Mas esta parte já<br />
está sendo superada”. Revela Fabio.<br />
Após todos os pesadelos do<br />
desenvolvimento Fabio nos contou que<br />
agora o carro está em perfeita ordem e<br />
pronto para participar de provas oficiais<br />
e não oficias nas pistas do Rio Grande do<br />
Sul. O carro já mostrou potencial de sobra<br />
e capaz de fazer bons tempos com o<br />
decorrer das etapas. Nós estaremos por<br />
aqui sempre torcendo, parabéns a equipe<br />
e ao Fabio pela dedicação no projeto.<br />
Veja todos os detalhes da preparação em<br />
nossa ficha técnica.
FICHA TÉCNICA<br />
Opala Turbo Traseira<br />
Piloto e preparador: - Fabio Luiz Wisniewski<br />
Acertador: Diego Venzon<br />
Carro: Opala Comodoro 1979<br />
Categoria: Traseira Turbo<br />
Melhor tempo em 60 pés e onde e quando aconteceu:<br />
1.663s – Sta Cruz do Sul – 16/08/2015<br />
Melhor tempo em 201 e onde e quando aconteceu m:<br />
6.773s – Sta Cruz do Sul – 16/08/2015<br />
Velocidade máxima em 201m e onde e quando<br />
aconteceu:<br />
181km/h - Sta Cruz do Sul –16/08/2015<br />
160<br />
Motor: GM 6 Cilindros 600cv e 69kgf.m, pistões Iasa flat top, anéis Iasa,<br />
pino JE, bielas forjadas, bonzinas Clevitte, bomba de óleo Melling HV<br />
Cabeçote: Cabeçote original retrabalhado por Auto Motor Preparações,<br />
válvulas de adm 1,90” e esc 1,60” Manley Race Flow, polia de comando Pro<br />
Comp, comando Crower TCS7 280ºx268º, Molas, travas, pratos Iskenderian<br />
Alimentação: Metanol, coletor de admissão Santilli plenum longo, corpo<br />
de borboleta 80mm Belquip, bicos : 6x Siemens 83lbs / 6x siemens 225lbs,<br />
bomba de combustível Mecânica Aeromotive, filtro de combustível Magna<br />
Fuel, regulador de pressão Aeromotive<br />
Turbo e escapamento: Master Power 7677, carcaça quente 1.28 com rotor/<br />
eixo 76 x 77mm, wastegate FTX 60mm, blow-off FTX modelo Tial 60mm,<br />
coletor de escapamento German<br />
ECU e acessórios eletrônicos: Fuel tech FT 400, Spark pro-6, bobina 6x Gol<br />
Mi, booster Controller / Gear Controller Fuel Tech, peak and hold Fuel Tech 4A,<br />
eletrônica instalado por Trash Racing<br />
Transmissão: Clark 260F 4M forjado com engate rápido, embreagem<br />
multidisco, diferencial Ford 9”, blocante Spool De Paulli<br />
Suspensão: Lader Bars, amortecedores Impacto Especiais Coil Over e<br />
molas Impacto Especiais, barras Trash Racing<br />
Pneus e Rodas: Dianteiros Pirelli P4, Traseiros Hosier 275/60 R15, rodas<br />
Infinity 4” Dianteiras e 8” traseiras
Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Clio Corbetta<br />
162
A escolha pelo motor V8 Chevrolet fechou com chave de ouro a realização de um dos<br />
melhores projetos com Opala no Brasil. Um legítimo “Pro Street” nacional.<br />
Marcos Aguzolli é um grande<br />
entusiasta da linha Chevrolet.<br />
Apaixonado por carros com motores<br />
potentes e da escola antiga, possui em<br />
sua garagem dois exemplares do modelo<br />
Opala restaurados com perfeição. Um L6,<br />
de cor verde também veiculado nessa<br />
edição, e este magnifico SS equipado<br />
com o motor V8, exibindo “poder de<br />
fogo” impressionante. Marcos Aguzolli<br />
encontrou este Opala SS 1978 em 2002<br />
por indicação de um amigo. O carro<br />
precisava de uma restauração completa<br />
e melhorias mecânicas, porém, contava<br />
com todos os acessórios originais em<br />
seus respectivos lugares, o que cativou<br />
ainda mais a aquisição do modelo. Ao<br />
contrario de muitos puristas, Marcos<br />
Aguzolli o comprou o Opala com a<br />
intenção de realizar um projeto mais<br />
ousado, equipando o SS comum motor<br />
Chevrolet V8 de 400 polegadas, com<br />
direito a transmissão automática, ladders<br />
bars e muita preparação. E se você leu<br />
tudo isso e pensou que se tratava de um<br />
carro de pista, engano seu. Este Opala<br />
é um legítimo Pro Street, um monstro<br />
concebido para acelerações brutais na<br />
estrada, o seu habitat natural, tranquilo<br />
suficiente para frequentar eventos e<br />
competições por onde passe.<br />
O PROJETO<br />
O primeiro projeto na realidade era<br />
equipar o Opala com um V8 283, quadrijet<br />
de 650CFM e um comando mais esperto,<br />
o que já ficaria muito bom para um carro<br />
de rua. Mas mudou o projeto e acabou<br />
comprando um Chevrolet “centerbolt”<br />
de 305 polegadas, originário de uma<br />
camionete, juntamente com a caixa<br />
automática TH400. A essa altura o<br />
carro ainda estava na oficina Curitibana<br />
Totty Hot Toys, onde o motor 305 foi<br />
adaptado, mas perceberam que a<br />
transmissão modificada utilizando um<br />
conversor com “Stall” de 2400 rpm havia<br />
ficado inadequado. Posteriormente,<br />
Marcos ficou sabendo de um motor<br />
400 polegadas a venda e o comprou.<br />
Resolvido o problema da motorização<br />
Marcos tratou de fazer a preparação do<br />
SBC 400 herdado de um Chevrolet Monte<br />
Carlo, encomendando um jogo de pistões<br />
da marca Keith Black 0,030, o par de<br />
cabeçotes da marca Patriot Performance<br />
e as bielas forjadas Scat. O virabrequim<br />
desse motor é original, porem forjado de<br />
fabrica e foi aliviado e balanceado com<br />
o conjunto. O grande responsável pela<br />
embaralhada maravilhosa na marcha<br />
lenta é o comando de válvulas Edelbrock<br />
Performer Rpm com 308 x 318 graus
de permanência e com 114 graus de<br />
lobe center. Na parte de alimentação,<br />
Marcos optou pelo uso de uma injeção<br />
eletrônica programável MSD com corpo<br />
de borboleta também da marca. Marcos<br />
estuda a possibilidade do uso de outra<br />
injeção programável devido a atual não<br />
ter tantos recursos como as fabricadas<br />
no Brasil, impossibilitando extrair o<br />
máximo em cavalaria e dirigibilidade. O<br />
motor foi acertado na Fast Custom de<br />
Caxias do Sul que também é responsável<br />
pela magnifica montagem da mecânica,<br />
inclusive a construção de um “SubFrame”<br />
dianteiro fixado nas longarinas,<br />
melhorando a rigidez estrutural e a<br />
dinâmica do carro em qualquer situação.<br />
Ao abrir o capo do SS você se depara<br />
com cofre totalmente limpo onde o<br />
chicote elétrico do carro foi previamente<br />
“escondido” ao melhor estilo “Wire<br />
Tuck”. O visual é incrivelmente “clean”.<br />
Completando o pacote foi instalado um<br />
kit de polias de correias em alumínio,<br />
deixando-as correias organizadas. O<br />
cilindro mestre é da marca Tilton e ficou<br />
estrategicamente posicionado para<br />
não alterar o visual limpo do cofre. Os<br />
coletores de escapamento foram feitos<br />
de maneira artesanal pela Fast Custom,<br />
que também equipou o sistema de<br />
exaustão com duas válvulas elétricas, que<br />
quando acionadas liberam a passagem<br />
dos gases de maneira livre, sem a<br />
interferência dos abafadores Flowmaster<br />
da série 40. Com o sistema liberado o som<br />
é animal, um legítimo V8 gritando em alto<br />
e bom som! A vantagem do sistema, além<br />
de prover alguns cavalos extras é evitar<br />
alguns problemas com vizinhos no bairro<br />
e a fiscalização na estrada e cidade.<br />
Para segurar toda a estupidez desse<br />
motor foi instalada uma caixa TH400<br />
com o kit Shift Improvment da marca<br />
B&M. O diferencial usado é um Dana 44<br />
com pontas de eixo forjadas, fabricadas<br />
pela Strange. A suspensão traseira conta<br />
com barras de tração do tipo “Ladder-<br />
Bars”, amortecedores “Strange do tipo<br />
“coil-over” na traseira e na dianteira.<br />
Para melhorar o sistema de freios foram<br />
instalados discos de maiores dimensões<br />
e pinças Wilwood de 4 pistões nas rodas<br />
dianteiras e traseiras e pode ser ajustado<br />
pelo cilindro mestre de duplo canal da<br />
marca Tilton. Para calçar o SS no chão<br />
foram instaladas as clássicas rodas do SS<br />
mais antigos, com pneus BF GOODRICH<br />
195/60 R15 nas rodas dianteiras e<br />
295/60 R15 na traseira, deixando o visual<br />
do carro ainda mais bandido.<br />
No interior a originalidade foi mantida,<br />
o visual é quase imaculado a não serem<br />
pelo painel de instrumentos, substituído<br />
pelo novo modelo fabricado pela ODG,<br />
os bancos do tipo concha e cinto de<br />
segurança, ambos da marca SPARCO.<br />
Esse carro não se trata de<br />
uma simples adaptação, tudo foi<br />
meticulosamente pensado. Peças foram<br />
desenhadas e construídas especialmente<br />
para atender ao projeto, dos parafusos<br />
que prendem a grade dianteira até a<br />
pintura nada ficou para traz. Esse Opala<br />
é uma prova que temos profissionais<br />
capazes em nosso país para executar<br />
serviço de qualidade. Como disse Marcos<br />
Aguzolli, “Esse carro foi um desafio e para<br />
se chegar a esse resultado final foram 7<br />
anos de muita paciência, trabalho e um<br />
grande investimento financeiro”.<br />
164
FICHA TÉCNICA<br />
Opala V8<br />
Proprietário: Marcos Aguzzoli<br />
Preparador: : Totty Hot Toys<br />
(rafaelhotrod@gmail.com)/ Fast Custom Car<br />
Carro: Opala SS 1978<br />
Acertador: Totty Hot Toys<br />
Motor e transmissão: Fast Custom Car<br />
168<br />
Motor: GM Small Block 8 cilindros 400, pistões<br />
flat top Keith Black, bielas Scat I Beam, virabrequim<br />
GM forjado, brozinas Feredal Mogul, bomba de óleo<br />
Saelded Power<br />
Cabeçote: Patriot Performance de alumínio,<br />
câmara 63cc , com balanceiros roletados, válvulas de<br />
admissão 2,020”, válvula de escape 1,600”, comando<br />
de válvulas Edelbrock 308ºx318º com lobe center<br />
114º, lift 0.488”/0,510, molas, pratos e travas Patriot<br />
Performance<br />
Alimentação: Gasolina Podium, coletor de<br />
admissão Edelbrock Air Gap, corpo de borboleta MSD<br />
Atomic Fuel, bomba de combustível e bicos MSD<br />
Escapamento: Totty Hot Toys em aço inox por<br />
João Ivo Trevisan<br />
ECU e acessórios eletrônicos: Modulo de injeção<br />
MSD Atomic Fuel, ignição MSD 6 AL, bobina MSD<br />
Blaster 2, distribuidor MSD Pro Billet, instalado por<br />
Totty Hot Toys<br />
Transmissão: Câmbio automático TH 400 3<br />
velocidade com kit de acionamento rápido de engate<br />
( shift improovment ), engate B&M Bandit, Semieixos<br />
forjados Strange Performance, conversor B&M,<br />
diferencial Dana 44 blocado<br />
Suspensão:coilover nas 4 rodas, amortecedores<br />
Strange com dupla regulagem, barras Four Link<br />
traseiras, buchas P.U.<br />
Pneus e rodas: Pneus BF Goodrich 195/60R15 na<br />
dianteira, BF Goodrich 295/60R15 na traseira, rodas<br />
Originais SS transformadas 6” na dianteira e 10”<br />
traseiras
PELE dE<br />
CORDEIRO<br />
Medico anestesista gaúcho monta um Opala impecável com<br />
preparação inspirada na década de 70. O resultado não poderia<br />
ser outro, um carro perfeito para andar no dia a dia e capaz de<br />
surpreender alguns desavisados.<br />
Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Clio Corbetta<br />
170 44
Marcos Aguzolli, além de ter um<br />
opala SS com mecânica V8 que também<br />
faz parte dessa edição, também possui<br />
este Opala que é raro atualmente. Um<br />
Opala Coupe De Luxo, 6 cilindros, cambio<br />
no assoalho e com uma cor incomum, o<br />
azul turquesa, além de outros acessórios<br />
que iremos contar ao longo da matéria. A<br />
história desse carro é muito interessante,<br />
Marcos cruzava com esse Opala com<br />
certa freqüência a caminho de um dos<br />
hospitais onde ele trabalha. O Opala<br />
pertencia a um casal de velhinhos e quem<br />
dirigia era o motorista particular do casal,<br />
ou seja, um carro que rodava levando o<br />
casal aos seus compromissos diários.<br />
Porém, em um determinado tempo<br />
Marcos Aguzolli perdeu o Opala de vista,<br />
o que aguçou mais a curiosidade em<br />
procurar o carro, tanto que ele acabou<br />
descobrindo que o carro havia sido<br />
vendido para um mecânico e que por<br />
pura sorte é um grande amigo. Marcos<br />
acabou o comprando do amigo mecânico,<br />
completamente original onde apenas<br />
os bancos haviam sido refeitos. Após<br />
a compra Marcos resolveu partir para<br />
uma restauração completa, e deixou<br />
o carro oficina Perfect Restauradora,<br />
localizada em Caxias do Sul e conhecida<br />
pelo excelente serviço de funilaria e<br />
pintura. Lá o Opala foi todo desmontado<br />
e a antiga pintura removida, pois assim<br />
poderiam ter uma dimensão melhor do<br />
estado geral e planejar o trabalho. Após<br />
a correção dos defeitos na carroceria<br />
o carro foi para a pintura onde foram<br />
aplicadas quatro camadas generosas de<br />
tinta Azul Turquesa. Após algum tempo<br />
cuidando da carroceria era hora de dar<br />
um UP na antiga mecânica e transformar<br />
um carro em um autentico “Street”, um<br />
carro agradável no dia a dia porém com<br />
maior potência. Para isso Marcos deixou<br />
a mecânica a cargo de seu grande amigo,<br />
o Carlos Abreu, um grande conhecedor<br />
de motores Chevrolet 4 e 6 cilindros. O<br />
resultado da preparação foi sensacional,<br />
no melhor estilo da escola antiga<br />
utilizando os três carburadores simples,<br />
comando de baixa duração e cabeçote<br />
172<br />
46
preparado. Além da mecânica, esse opala<br />
traz alguns acessórios interessantes por<br />
ter sido fabricado em novembro de 1974<br />
– um mês antes da mudança do modelo<br />
onde a carroceria foi completamente<br />
alterada. Este carro veio equipado<br />
com travas no capô e com rodas Rallye,<br />
acessórios de época, porem não se sabe<br />
se foram instalados na concessionária ou<br />
se veio realmente da fabrica. Por fora o<br />
carro denuncia que não é completamente<br />
original devido a sua suspensão alterada<br />
para deixar o carro mais estável em uso<br />
esportivo, mais baixa, firme e utilizando<br />
amortecedores Monroe a gás na dianteira<br />
e na traseira. Além é claro da rodas<br />
Scorro Dragster 17 polegadas. A No<br />
interior apenas melhorias estéticas, como<br />
o volante e a alavanca SS. Marcos usa o<br />
carro com cuidado, porem quando precisa<br />
mostrar o potencial do conjunto ele não<br />
faz questão nenhuma de esconder o<br />
poder de força do Azul Turquesa. E se<br />
você acha que o proprietário do carro faz<br />
o tipo “tiozão”... Cuidado, ele acelera sem<br />
dó!
48 174
FICHA TÉCNICA<br />
Opala Aspirado<br />
Proprietário: Marcos Aguzzoli<br />
Preparador: Carlos Abreu<br />
Mecânica Abreu em Caxias do Sul<br />
Carro: Opala Luxo 1974<br />
176 50<br />
Motor: GM 250 6 cilindros pistões Red Line, bielas<br />
originais, bronzinas Kit Red Line, bomba de óleo Hi<br />
Volume, virabrequim balanceamento<br />
Cabeçote: Original GM, retrabalhado dutos,<br />
rebaixado 1 mm e com válvulas em inox 1,9 admissão<br />
e 1,6 no escape, polia regulável Dumper duplo canal,<br />
comando hidráulico Comp Cams 268ºx268º com lobe<br />
center 109º, molas, pratos e travas Comp Cams<br />
Alimentação: Gasolina Podium, Solex 40 mm tripla<br />
com acionamento simultâneo<br />
Escapamento: GM Omega Power Tech<br />
Eletrônicos: Modulo de ignição MSD 6 AL, bobina<br />
MSD Blaster 2 instalado por Mecânica Abreu<br />
Transmissão: 4 marchas, diferencial Dana<br />
Suspensão:Original Opala 6 cilindros com Ar<br />
Condicionado<br />
Pneus e rodas: Pneus Yokohama C Drive<br />
205/<strong>45</strong>R17” na dianteira e Yokohama C Drive<br />
235/<strong>45</strong>R17” na traseira, rodas Scorro Dragster 17x7”<br />
Instrumentos: voltímetro, pressão do óleo e<br />
temperatura de água, manômetro de pressão da<br />
linha de combustível posicionado no sistema de<br />
carburação
OPALA SS<br />
Clássico esportivo da década de 70 ganha preparação leve para curtir nas ruas e<br />
algumas provas de Arrancada.<br />
178
Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Evandro Lima
180
Aficionado por carros esportivos nacionais, o gaúcho<br />
João Batista Rodrigues Junior possuía em sua garagem<br />
dois ícones da indústria Brasileira, um Passat G<strong>TS</strong> 1983 e<br />
um Kadett GSI 1984. Inspirado pelo avô que o apresentou<br />
ao Opala 6 cilindros nos anos 80, João decidiu que era<br />
hora de adquirir mais um carro para a coleção, foi quando<br />
pintou a oportunidade de adquirir veículo da matéria vindo<br />
de um amigo preparador, o David da Siqueira, da David<br />
Car Preparações. O carro em questão é o Opala SS 1974,<br />
na cor “Verde Atibaia”, equipado com motor 6 cilindros<br />
já levemente preparado utilizando carburador. Após a<br />
negociação e já conhecendo o trabalho do preparador, João<br />
tratou de encomendar o upgrade no motor substituindo o<br />
carburador por um sistema de injeção eletrônica, utilizando<br />
3 corpos duplos de borboletas, injetores de 80 libras/<br />
hora e a preparação do cabeçote realizada por Betinho<br />
e RDF Preparações. Apesar de ser uma preparação<br />
relativamente leve utilizando o “miolo original” e comando<br />
de válvulas com 278 graus de duração, o motor possui cerca<br />
de 300 cavalos, segundo o proprietário. Externamente<br />
o que chama a atenção são as rodas Cragar aro 15 x 8<br />
polegadas de largura na traseira, calçadas com pneus BF<br />
Goodrich Radial T/A/ 2<strong>45</strong>/60-14 na traseira e 215/60-14 na<br />
dianteira, reforçando a esportividade do SS. A segurança<br />
não foi esquecida, e para melhorar o sistema de freios o<br />
equipamento original foi substituído por um novo, com<br />
freios a disco nas 4 rodas, sendo os dianteiros com pinças<br />
Wilwood de 4 pistões com a linha feita com aeroquipes e os<br />
traseiros com pinças de Golf. Internamente o carro conta<br />
com bancos do tipo concha reclináveis fabricados pela<br />
San Marino e cintos de segurança Simpson de 5 pontas.<br />
A instrumentação é composta por modelos Auto Meter<br />
da série Pro Comp, sendo 6 manômetros e 1 contagiros<br />
Monster 5” com canhões de shift light e pressão óleo. João<br />
começou a se aventurar nas competições de Arrancada de<br />
forma amadora participando de uma prova em Viamão e<br />
gostou do esporte. O próximo passo é finalizar a instalação<br />
do sistema de óxido nitroso e acrescentar 100 cavalos no<br />
motor.
Proprietário: João Batista Rodrigues Junior<br />
Preparador: David da Silveira - David Car Mêcanica<br />
Carro: GM/Opala SS - 1974<br />
Motor: GM 6 cilindros, pistões, bielas e virabrequim<br />
OEM<br />
Cabeçote: GM, comando Iskenderian 278 X<br />
278, tuchos mecânicos Crower, varetas Comp<br />
Cams, molas Engle Cams, pratos Isky, balanceiros<br />
Rolamentados Crane Cams<br />
Alimentação: 3 TBI duplos com 6 bicos de 80<br />
lbs/h retrabalhados, flauta com manômetro, bomba<br />
combustível FullTurbos 5bar, regulador de pressão<br />
SPA<br />
Escapamento: 6x2 44mm de cerâmica Dudu<br />
Escapamentos<br />
Eletrônica: Módulo de injeção programável,<br />
Ignição MSD 6AL, bobina MSD Blaster SS, 3 step MSD,<br />
cabos de Velas MSD 8.8<br />
Transmissão: GM 4 marchas, diferencial Dana<br />
Rodas e Pneus: CRAGAR SS 14”, pneus traseiros BF<br />
Goodrich Radial 2<strong>45</strong>/60 R14, dianteiros BF Goodrich<br />
Radial 215/60 R14<br />
182
184<br />
Jovem ferramenteiro que trabalha na General<br />
Motors no Rio Grande do Sul monta um<br />
PRO STREET capaz de deixar qualquer entusiasta<br />
americano boquiaberto.
Herança de<br />
família<br />
Opala Diplomata é herdado por entusiasta e recebe<br />
preparação aspirada no motor 6 cilindros para ganhar as<br />
estradas e manter as boas memórias<br />
Fotos e reportagem: Vinicius Fonseca
Quantos Opala Diplomata cupê com motor 6 cilindros<br />
250S e câmbio automático você conhece? Achar um<br />
desses, ainda mais em bom estado, não é tarefa fácil.<br />
Facilita, e muito, se essa mosca branca dos olhos azuis em<br />
dois tons estiver na sua família desde 0 km. Esse é o caso<br />
do empresário Renato Costa, que recebeu como herança de<br />
seu avô o belíssimo Opala Diplomata 1986 que ilustra essa<br />
matéria. Renato nos conta um pouco de sua história com o<br />
cupê:<br />
“A Brigitte, como eu carinhosamente chamo esse<br />
Opala, foi adquirida zero km por meu avô em novembro de<br />
1986, e como eu nasci dois anos antes, cresci admirando<br />
aquele carro. Adorava andar com ele, principalmente pegar<br />
estrada junto a meu avô. Como na família eu era o único fã<br />
de carros antigos, quando fiz 15 anos meu avô prometeu<br />
que me daria a Brigitte quando eu completasse 18 anos, o<br />
que acabou não acontecendo. Infelizmente em 2006 meu<br />
avô veio a falecer e o carro ficou largado durante 9 anos<br />
enquanto eu aguardava a finalização do inventário para<br />
poder adquirir a Brigitte, o que só aconteceu em janeiro de<br />
2015”<br />
Depois de finalmente colocar as mãos no desejado<br />
Opala, Renato o enviou diretamente a MG2 da zona leste<br />
de São Paulo, onde os preparadores Mauricio Mantovani<br />
(mecânica) e Weslei Ferreira (elétrica) criaram um projeto<br />
sob medida para o empresário: “Como o Renato pega<br />
estrada praticamente todos os finais de semana para<br />
participar de competições de ciclismo, projetei um conjunto<br />
forte e robusto, mas relativamente econômico para garantir<br />
boa autonomia, isso tudo mantendo o câmbio automático<br />
de 3 marchas original do carro (TH180), que até o momento<br />
vem se comportando bem”, conta Mauricio.<br />
O clássico 4100 foi vitaminado com a instalação<br />
de pistões Mahle de 4” (101,60mm) vindos do Opala<br />
4 cilindros. Bielas (5,7”) e virabrequim (89,70mm) se<br />
mantiveram originais e só foram devidamente equalizados<br />
e balanceados, respectivamente. O resultado são 4363cc<br />
de deslocamento, o popular 4400. O cabeçote foi rebaixado<br />
para alcançar 12:1 de taxa de compressão e teve as câmaras<br />
e dutos retrabalhados e equalizados na própria oficina.<br />
As válvulas de admissão originais foram substituídas<br />
pelas utilizadas na Blazer V6, que possuem 49,5mm e<br />
186
assentadas com 3 ângulos nas sedes, enquanto as de<br />
escape foram mantidas originais (38,1mm). O comando de<br />
válvulas escolhido foi um Iskenderian 525-A, que possui<br />
graduação de 268º de duração (228º @.050”) e 109º de lobe<br />
center e funciona com engrenagens da mesma marca.<br />
Para alimentar esse conjunto uma Weber 40, legitima<br />
senhora italiana, trabalha com etanol montada no coletor<br />
de admissão original retrabalhado, com combustível<br />
empurrado por uma bomba elétrica de 3 bar. Na ignição,<br />
cabos de vela Accel e bobina Blaster 2, enquanto o escape<br />
6x2 foi feito na Binho Escapes e recebeu fita térmica.<br />
A suspensão foi completamente revisada e os freios<br />
traseiros a tambor foram substituídos por freios a disco,<br />
enquanto as rodas originais modelo “ralinho” aro 14”<br />
receberam pneus BF Goodrich 215/60 R14 na dianteira e<br />
235/60 R14 na traseira.<br />
A ansiedade de Renato para poder cair na estrada com<br />
seu Diplomata era tão grande que uma semana após tirar<br />
o carro da oficina ele já havia rodado 700km! E as viagens<br />
aos fins de semana não param. O próximo passo, segundo<br />
ele, é trocar o câmbio para uma caixa manual (Clark)<br />
com diferencial Dana 44, e assim poder partir para uma<br />
preparação mais pesada, com injeção eletrônica, borboletas<br />
e bobinas individuais, e quem sabe até um gás do riso entre<br />
na jogada. Onde quer que esteja, o avô de Renato está<br />
muito feliz, pois sabe que a Brigitte, sua companheira de<br />
tantas décadas está nas mãos certas e senso muito bem<br />
cuidada.
Proprietário: Renato Costa<br />
preparador: Maurício Mantovani / Weslei Ferreira –<br />
mg2preparacoes@gmail.com – (11) 3486-1341<br />
Carro: Opala Diplomata - 1986<br />
Motor: GM 250, pistões Mahle 4”, bielas GM 5,7”,<br />
bronzinas e anéis Mahle<br />
Cabeçote: Original GM 831, válvulas admissão<br />
49,5mm, escape 38,1mm, comando Iskenderian 525-<br />
A 268º, retrabalho, equalização e polimento de dutos<br />
e câmara de combustão, feito por MG2 Preparações<br />
Alimentação: Etanol, Weber IDF 40, bomba de<br />
bombustível Monza 3bar, regulado de pressão Beep<br />
Turbo<br />
Escapamento: 6x2 41mm dimensionado by Binho<br />
Escapes<br />
Transmissão: Câmbio automático TH 180<br />
Rodas e pneus: Original GM 14” pneus BFgoodrich<br />
235/60 R14 (traseira) e 215/60 R14 (dianteira<br />
188
190
Escola<br />
antiga<br />
Fotos e Reportagem: Evandro Lima
192 26
Entre praticamente todos os entusiastas da “família<br />
Opaleira” existem algumas receitas de preparação preferidas e<br />
que estão entre as mais utilizadas. Particularmente acredito que<br />
este Opala tenha no motor uma das receitas de maior sucesso<br />
para os adeptos da “velha escola”, o velho e bom carburador de<br />
duplo corpo Weber 44 mm, pistões de 4 polegadas de diâmetro,<br />
cabeçote preparado “de leve”, escapamento do tipo seis<br />
em dois e fechando com o consagrado comando de válvulas<br />
simétrico de 278 graus, projetado por Ed Iskenderian para ser<br />
utilizado exatamente com este tipo de configuração, o Isky<br />
525-B. Dificilmente um entusiasta da escola antiga não tenha<br />
experimentado essa receita, certeira para aqueles que buscam<br />
alto desempenho sem importar-se com a dirigibilidade em<br />
baixas rotações e o consumo de combustível, afinal, o “tropeço”<br />
da marcha lenta e o desempenho progressivo supera qualquer<br />
coisa. E neste motor ainda foram adicionados balancins 1.75 da<br />
Crower para apimentar ainda mais o desempenho.<br />
Mas antes de receber este motor o carro passou por um<br />
longo processo de restauração, e como sabemos qualquer<br />
processo de reforma e restauração de um veículo exige doses<br />
enormes pesquisa, tempo, dinheiro e muita paciência. Escolher<br />
bons profissionais para a realização do um projeto é a parte<br />
principal para quem busca os mínimos detalhes, e conseguir<br />
adequar ao orçamento é a fórmula mágica para o sucesso do<br />
projeto. Este Opala Diplomata pertence a Alexandre Marcon,<br />
funcionário público no estado do Paraná e um fanático por<br />
Opalas. Marcon dedicou mais de 4 anos para realizar o sonho<br />
em possuir um carro como queria na garagem de casa, e ter<br />
o prazer em poder utiliza-lo em passeios e encontros da<br />
“Nação Opaleira” dos quais faz questão de participar levando o<br />
Diplomata 1990. Além de todo o trabalho de funilaria e pintura,<br />
o carro passou por uma série de cuidados para adequar ao<br />
gosto pessoal do proprietário. O Opala recebeu a pintura em<br />
vermelho vivo que é contrastada por detalhes em preto vindos<br />
do jogo de rodas do Opala 1991-1992 e dos apliques da lataria,<br />
deixando o carro com o visual mais agressivo. O interior foi<br />
completamente restaurado por uma empresa especializada<br />
utilizando couro nos bancos e forrações internas. Toda a parte<br />
elétrica também foi refeita, inclusive, o painel de instrumentos<br />
que agora conta com um sistema translucido onde é possível<br />
substituir as cores da iluminação dos instrumentos via
controle remoto. O sistema de som foi instalado visando<br />
a qualidade, inclusive o assoalho recebeu manta especial<br />
para melhorar o isolamento acústico. Todas as borrachas,<br />
buchas e componentes da suspensão também foram<br />
revisados e substituídos por novos, deixando o carro<br />
“justo” na direção como um Opala novo. Para suportar<br />
a preparação do motor e garantir maior resistência aos<br />
abusos o sistema de transmissão também foi substituído,<br />
agora o câmbio é o Clark de 4 marchas modelo 260-F e<br />
o diferencial é um Dana 44, vindo de um Ford Maverick<br />
e adaptado para os suportes originais da carroceria do<br />
Opala e o sistema de suspensão com bandejas, já que o<br />
Ford utiliza os feixes de molas.<br />
A preparação do motor é uma legítima “Old School”.<br />
A receita aplicada foi realizada por Alexandre Betine,<br />
da Evolution performance, de Foz do Iguaçu, o mesmo<br />
preparador do Subaru dessa edição. Estima-se que<br />
a potência esteja em torno de 250 cavalos, o que<br />
certamente deixa este Opala muito mais ágil em qualquer<br />
situação. Um prato cheio para diversões em estradas nos<br />
finais de semana!<br />
Proprietário: Alexandre Marcon<br />
Preparador: Alexandre Betini -<br />
Evolution Performance (<strong>45</strong>) 3028-3014<br />
Carro: Opala Diplomate SL/E 1990<br />
Motor: ): pistões Keith Black com dome, anéis<br />
Sealed Power, bielas originais, bronzinas Clevitte,<br />
bomba de óleo Hi Volume Melling<br />
Cabeçotes: Original GM com dutos polidos,<br />
balanceiros roletados, comando, 278º pratos e travas<br />
Iskenderian, molas Comp Cams<br />
Alimentação: : Etanol, carburador Weber 44,<br />
coletor de admissão Engine, bomba de combustível<br />
Dinâmica Full 12 bar<br />
Transmissão: Câmbio é o Clark de 4 marchas<br />
modelo 260-F, embreagem cerâmica de 980lbs ,<br />
diferencial Dana 44<br />
Rodas e pneus: Rodas originais Opala 1992 15” e<br />
Aderenza 205/60 R15<br />
Agradecimentos: Evolution Performance, San<br />
Marino Tapeçaria, Hidraufoz e Mecânica Safety Car<br />
194
SONHO<br />
REALIZADO<br />
Idealizado para atender um sonho antigo, entusiasta monta um<br />
Opala preparado para utilização diária com preparação leve.<br />
42 196
Fotos e Reportagem: Evandro Lima
198 26 44
Após passar um longo tempo à procura de um carro clássico<br />
para realização de seu sonho, Ricardo Prestes encontrou um<br />
Opala 1975, de cor azul claro, em uma oficina de um amigo<br />
fazendo manutenção do motor de 4 cilindros que equipava o<br />
carro originalmente. Com o negócio concretizado quase que<br />
imediatamente solicitou ao preparador Alan Beline da oficina<br />
Pró Auto/FL Preparações, para fazer a substituição do motor<br />
original por um 6 cilindros em linha levemente preparado,<br />
utilizando pistões originais do modelo movido a álcool, cabeçote<br />
rebaixado em 2 milímetros e levemente retrabalhado, conjunto<br />
balanceado dinamicamente, comando Iskenderian 525-B<br />
e o carburador 446 preparado, onde as borboletas foram<br />
substituídas por modelos de 41mm de diâmetro. A preparação<br />
apesar de ser leve é eficiente, consegue agregar uma boa<br />
dirigibilidade ao desempenho no carro de uso “civil”. Com o<br />
motor novo agora seria a vez de a carroceria acompanhar<br />
a esportividade. Como o carro estava com boa estrutura de<br />
lataria, mas um pouco judiado pelos quase 40 anos de uso,<br />
após a instalação do motor Ricardo resolveu partir para a<br />
reforma.<br />
“Em abril de 2015 resolvi fazer a restauração da funilaria,<br />
ai sim começou o dilema! qual seria a escolha? Manter a<br />
originalidade ou fazer algo diferente? Tinha vontade de ter<br />
um SS, mas não sabia se seria uma boa opção fazer uma<br />
transformação de tamanha proporção... Comecei a pesquisar<br />
modelos e cores, mas a dúvida sempre esteve presente, por<br />
fim, filtrei as possibilidades e em conjunto com meu filho Artur,<br />
de 8 anos, optamos pelo amarelo trigo com a caracterização<br />
do SS Tigrado 75. Em 50 dias já estávamos com o carro pronto<br />
para começar a montar e como desde o início queria poder<br />
participar e ajudar colocando a mão na massa, na parte da<br />
montagem dos detalhes a possibilidade de fazer alguma coisa,<br />
lógico que com a ajuda de vários amigos, me recordo muito<br />
bem nos detalhes finais, fizemos um mutirão para tentar<br />
terminar, pois tinha um encontro de carros antigos e queria<br />
muito ir nesse primeiro encontro, dando quase tudo certo pois<br />
quem já montou um sabe “ mexer com carro antigo nunca tem<br />
fim “.
200 46
Com o fim da reforma e já com o carro em mãos,<br />
Ricardo faz questão de utilizá-lo semanalmente em<br />
longos passeios com a família, e de vez em quando uns<br />
pneus queimados – e ele gosta disso, muito! Ainda bem<br />
que ele não precisa explicar para a esposa como os pneus<br />
traseiros desgastam “rapidamente”...<br />
Proprietário: Ricardo Prestes<br />
Preparador: A l a n B e li n i / T i ago Marques<br />
pro_auto@hotmail.com<br />
Carro: Opala 1975<br />
Motor: 6 cilindros em linha, pistões 0,20, bielas<br />
originais, virabrequim original<br />
Cabeçotes: comando de válvulas Isky 525-b, molas<br />
recalibradas, pratos e molas originais, feito por Paulo<br />
Hotz<br />
Alimentação: Etanol, carburador 446 retrabalhada,<br />
bomba de combustível Mercedes 12bar, dosador HP<br />
Transmissão: Original 4 marchas, embreagem<br />
cerâmica 6 pastilhas<br />
Rodas: Rodas originais Opala 1992 15”
114 204
Fotos e reportagem:<br />
Ale Roaz<br />
Fotos: Joni Gularte Reportagem: Evandro Lima
206
O<br />
Opala que ilustra a matéria pertence<br />
a Rafael Lopes, empresário, que<br />
também é piloto da Old Stock Race<br />
- categoria esta que trouxe à tona<br />
as belas disputas entre os Opalas<br />
da década de 70, nos primórdios<br />
da Stock Car. O Opala pilotado por<br />
ele é o amarelo de numeral 54, que<br />
foi construído pela Oficina Allen,<br />
mas sobre esse Old #54 vamos falar em outra<br />
oportunidade.<br />
A paixão de Rafael por Opalas vem de longa<br />
data, tudo começou com seu avô, que teve mais<br />
de vinte Opalas e acabou influenciando seu neto<br />
a gostar desse “Muscle Car” brasileiro. O piloto<br />
demorou cerca de um ano para encontrar o carro<br />
dessa matéria, pois queria o tão sonhado modelo<br />
de 1970, que é justamente um dos modelos<br />
mais difíceis de se encontrar em boas condições,
208 32 118
ou seja, com todas as peças em ordem. Com<br />
o carro em mãos, Rafael o levou para Oficina<br />
Allen que fica situada em Osasco, chefiada<br />
pelo preparador Rogério “Força” Rascio - uma<br />
lenda das arrancadas brasileira - para que uma<br />
restauração completa fosse realizada, pois ele<br />
queria um carro perfeito!<br />
A Oficina Allen realizou o trabalho com muito<br />
perfeccionismo e toda a restauração durou cerca<br />
de quatro meses, oportunidade em que foi feita<br />
a carroceria, frisos, cromeação de peças etc.<br />
É impossível encontrar um detalhe sequer no<br />
carro: sua lataria é perfeita, sem ondulações,<br />
sem vincos, sem riscos. O carro ficou realmente<br />
muito íntegro e alinhado, mas com a parte<br />
estrutural finalizada, faltava algo debaixo do<br />
capô que fizesse jus ao visual.<br />
Rafael então conversou novamente com
210
122 212
o Rogério, “Força”, da Allen, para que uma<br />
mecânica nervosa fosse introduzida no carro.<br />
O motor escolhido foi um 4.100 que teve seu<br />
curso aumentado e sua cilindrada foi para 5.100,<br />
internamente a mecânica recebeu pistões Iasa<br />
forjados e bielas Scat forjadas, tuchos mecânicos<br />
Crower, cabeçote com trabalho realizado em<br />
banca de fluxo, balanceiros roletados Crower,<br />
válvulas, prato, molas e travas em aço inox da<br />
Iskenderian, comando de válvulas de 310 x<br />
320 graus roletado da Crower, polia damper<br />
e coletor de escapamento 6x2 com banho de<br />
cerâmica, feito pela Rogério Dudu Escapamentos<br />
Especiais, que proporciona um ronco imponente<br />
e inigualável.<br />
O capricho no cofre é o mesmo do exterior,<br />
simplesmente maravilhoso e com certeza faz<br />
jus ao visual externo, o compartimento do<br />
motor recebeu ainda um reservatório de óleo<br />
confeccionado pela Oficina Allen. O câmbio<br />
utilizado é um Tremek de 5 velocidades manual,<br />
aliado a uma embreagem de cerâmica com<br />
acionamento hidráulico, que dispensa o uso<br />
de cabos. O diferencial é um Dana 44 de V8 e o<br />
Opala recebeu ainda freio a disco nas 4 rodas<br />
que atendem bem a necessidade de uso do<br />
brinquedo.<br />
Na admissão, o Opala recebeu três corpos<br />
duplos da Power Tech de 44 mm e 8 bicos<br />
injetores de 160 lbs Siemens Deka, que recebem<br />
o combustível enviado por uma bomba Holley<br />
americana. O bólido conta com uma injeção<br />
programável da Fuel Tech modelo FT 400, que<br />
fica escondida no porta-luvas e monitora todo<br />
o funcionamento do motor, que agora conta<br />
com roda fônica externa e, visando uma melhor<br />
queima de combustível, o motor também<br />
recebeu bobinas individuais, para que as faíscas<br />
sejam distribuída na ordem de explosão.<br />
Para suportar e transferir toda essa força, o<br />
“trem de pouso” teve que ser refeito e recebeu<br />
214 124
216<br />
amortecedores e molas especiais, com carga<br />
aumentada em 30% na dianteira e 40% na<br />
traseira, rodas do Opala SS aumentadas<br />
para 15”, calçadas com pneus Cooper Cobra,<br />
sendo 235/60 R15 na traseira e 215/60 R15 na<br />
dianteira, mantendo um estilo clássico.<br />
O projeto foi completamente desenvolvido<br />
para rua, devendo assim, manter uma margem<br />
longe de quebras, para que o Opala possa ir a<br />
qualquer lugar do Brasil esbanjando beleza e<br />
segurança. Rogério menciona que, com toda a<br />
preparação desenvolvida na mecânica, o seis<br />
em linha possui cerca de 430 cavalos na roda,<br />
utilizando álcool de posto.<br />
Portanto meu amigo, quando ver esse Opala<br />
do ano de 1970 pelas ruas de São Paulo, tome<br />
cuidado, pois sua aparência original e impecável<br />
esconde uma preparação muito bem elaborada<br />
que visa fazer frente a qualquer tipo de carro,<br />
seja ele nacional ou importado, seja em curvas<br />
ou em retas. O carro atinge com facilidade altas<br />
velocidades quando provocado, logo, mantenha<br />
distância!
218
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