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entrevista<br />
Qual é o movimento estratégico?<br />
A Accenture começou a fazer<br />
aquisições <strong>de</strong> agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
em todo o mundo. A última<br />
foi a da australiana The Monkeys.<br />
No Brasil, adquiriu a AD. Dialeto;<br />
na Inglaterra, a AMJ; e na Alemanha,<br />
a SinnerSchra<strong>de</strong>r. As aquisições<br />
fazem parte do movimento<br />
<strong>de</strong> integrar empresas com vocaeco<br />
moliterno<br />
não basta a<br />
i<strong>de</strong>ia ser boa,<br />
ela tem <strong>de</strong> ser<br />
funcional<br />
Especializada em tecnologia, gestão <strong>de</strong><br />
negócios e outsourcing, a Accenture enxergou<br />
uma oportunida<strong>de</strong> no marketing para ampliar<br />
seu portfólio <strong>de</strong> serviços. E a criativida<strong>de</strong> faz<br />
parte da estrutura da Accenture Interactive, listada<br />
pela Advertising Age como a <strong>maio</strong>r agência digital do<br />
mundo, com receitas <strong>de</strong> US$ 4,4 bihões. A expansão<br />
tem sido feita por aquisições, como a da australiana<br />
The Monkeys, no último dia 7. No Brasil, montou a<br />
área Branding, Strategy and Planning, que tem como<br />
CCO o executivo Eco Moliterno. Nesta entrevista, ele<br />
explica os <strong>de</strong>safios da empresa.<br />
Paulo Macedo<br />
Quais são os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>ssa nova<br />
fase da sua carreira?<br />
Apren<strong>de</strong>r mais em uma empresa<br />
como a Accenture. Principalmente<br />
sobre esse novo mundo<br />
dos negócios. Não existe mais<br />
a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fazer comunicação<br />
sem garantia <strong>de</strong> resultado para o<br />
cliente. Não há mais espaço para a<br />
i<strong>de</strong>ia pela i<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong>scolada da experiência<br />
do consumidor. Antes o<br />
importante era criar uma marca e<br />
fazer campanhas que chamassem<br />
a atenção. E o Brasil virou referência<br />
<strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo. Hoje em<br />
dia, porém, se a comunicação não<br />
estiver plugada no objetivo <strong>de</strong><br />
negócios, não faz mais sentido.<br />
Para fazer essa transição, percebi<br />
que era hora <strong>de</strong> mudar. Comecei<br />
no digital, mas para apren<strong>de</strong>r<br />
sobre o universo offline fui para<br />
a Africa, para conhecer <strong>de</strong> perto<br />
as sutilezas da comunicação <strong>de</strong><br />
massa. E o Nizan Guanaes é mestre<br />
nisso. A terceira perna <strong>de</strong>sse<br />
tripé é construir uma mentalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> dono. Não basta a i<strong>de</strong>ia ser<br />
boa, ela tem <strong>de</strong> ser funcional.<br />
Qual é a essência da Accenture?<br />
É uma empresa com expertise<br />
em termos <strong>de</strong> negócios e conhecimento<br />
profundo do cliente. Ela<br />
tem o background <strong>de</strong> consultoria.<br />
Ou seja, <strong>de</strong> fornecer todo o suporte<br />
<strong>de</strong> negócios, tecnologia e<br />
estratégia. Eles sempre trabalharam<br />
com os C-level (CEOs, CIOs<br />
e CFOs). Os lí<strong>de</strong>res das empresas.<br />
Agora querem explorar os CMOs.<br />
A empresa enxergou um gap não<br />
observado pelas agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>?<br />
O processo é <strong>de</strong> convergência.<br />
E para a mesma direção. Assim<br />
como as consultorias querem ter<br />
domínio em relação à comunicação<br />
das marcas, as agências querem<br />
entrar no universo dos negócios<br />
dos seus clientes. Cada vez<br />
mais as agências estão contratando<br />
profissionais <strong>de</strong> BI, tecnologia<br />
e estatística, por exemplo. A Accenture<br />
agora está investindo na<br />
área <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> marca.<br />
A Accenture atua no B2B empresarial<br />
e prospecta o B2C?<br />
É o B2B2C. A partir do momento<br />
que se muda a experiência do<br />
consumidor com as empresas,<br />
estamos ajudando no seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
E vice-versa. A Fjord,<br />
uma empresa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign digital,<br />
incorporada há dois anos, está<br />
sob o guarda-chuva da Accenture<br />
Interactive, é focada nos dois lados:<br />
quem ven<strong>de</strong> e quem compra.<br />
A palavra experiência é onipresente<br />
na Accenture. Quem compra<br />
melhor fica mais satisfeito. A<br />
experiência não po<strong>de</strong> ficar aquém<br />
da promessa da marca. A partir do<br />
momento que o consumidor ingressa<br />
nos pontos <strong>de</strong> contato com<br />
uma marca, a Fjord está por trás<br />
revendo todas as situações, <strong>de</strong> um<br />
recall <strong>de</strong> produto à comunicação.<br />
Minha expertise sempre foi realacionada<br />
à parte final, quando a<br />
comunicação é embalada para o<br />
consumidor. Na Accenture é diferente.<br />
Na agência, o profissional<br />
encontra o produto pronto; aqui<br />
participamos da criação do produto<br />
e <strong>de</strong> todos os processos, inclusive<br />
comunicação.<br />
A Accenture é uma agência?<br />
O mo<strong>de</strong>lo é ser mais do que<br />
uma agência <strong>de</strong> propaganda,<br />
mais do que tecnologia e mais<br />
do que uma consultoria. É a junção<br />
disso tudo em busca <strong>de</strong> algo<br />
novo. O projeto agrega algumas<br />
coisas do formato das agências,<br />
principalmente em termos <strong>de</strong><br />
criação e estruturação <strong>de</strong> marca.<br />
Como a criativida<strong>de</strong> será contemplada?<br />
A busca pela i<strong>de</strong>ia e pela comunicação<br />
criativa vai continuar,<br />
mas adaptada às necessida<strong>de</strong>s<br />
da Accenture. Encontrar uma<br />
forma diferente vai ser sempre<br />
muito valorizada, especialmente<br />
com engajamento emocional.<br />
Vou continuar fazendo o que<br />
sempre fiz, mas com a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> influenciar no processo<br />
relacionado ao negócio do cliente.<br />
Quando a Accenture faz uma<br />
consultoria ela sugere a criação<br />
<strong>de</strong> produtos, serviços e pacotes<br />
novos. É cocriação pura!<br />
Os processos criativos são outros?<br />
São mais profundos: end-to-<br />
-end. Isso é muito rico para os<br />
profissionais <strong>de</strong> criação. Influenciar<br />
projetos mais longevos é a<br />
diferença latente.<br />
E como é a jornada do novo consumidor,<br />
que é mais crítico e reativo?<br />
Com um elenco <strong>de</strong> expertises<br />
para ele observar relevância.<br />
Empresas como Uber e Airbnb<br />
começaram dando ênfase a uma<br />
experiência disruptiva. Só <strong>de</strong>pois<br />
investiram em comunicação <strong>de</strong><br />
massa. Antes viveram do boca-<br />
-a-boca. Esse público reverbera,<br />
recomenda e <strong>de</strong>sconstrói. Com<br />
a minha chegada para o novo<br />
núcleo Branding, Stretegy and<br />
Planning conseguimos proporcionar<br />
esse conceito <strong>de</strong> experiência<br />
total. A Accenture tem cinco<br />
divisões verticais: consultoria,<br />
operações, estratégia, tecnologia<br />
e digital. Minha área está sob o<br />
digital, mas no braço Accenture<br />
Interactice, que, segundo o Advertising<br />
Age, é a <strong>maio</strong>r operação<br />
global entre as agências digitais.<br />
“Estamos<br />
saindo dE<br />
uma Era do<br />
um por todos<br />
para uma<br />
na qual são<br />
todos por<br />
um”<br />
<strong>22</strong> <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark