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mErcado<br />
Especialistas avaliam que<br />
ciberataques ten<strong>de</strong>m a aumentar<br />
Na opinião <strong>de</strong>les, faltam conhecimento técnico e proteção correta <strong>de</strong><br />
pessoas e empresas contra programas maliciosos, os chamados malware<br />
CLAUDIA PENTEADO<br />
Diversos ciberataques nas últimas<br />
duas semanas po<strong>de</strong>m<br />
ter espalhado vírus por centenas<br />
<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> computadores em<br />
todo o mundo, provando que é<br />
preciso muito mais do que bons<br />
softwares <strong>de</strong> segurança para<br />
estar <strong>de</strong> fato protegido na re<strong>de</strong>.<br />
Programas maliciosos, os chamados<br />
malware, estão cada vez<br />
mais sofisticados, num processo<br />
semelhante ao combate travado<br />
diariamente pelos cientistas em<br />
busca <strong>de</strong> vacinas contra vírus cada<br />
vez mais potentes.<br />
No mundo da re<strong>de</strong>, a criminalida<strong>de</strong><br />
se amplia, ultrapassando<br />
o velho conceito <strong>de</strong> hackers que<br />
conhecemos, se enquadrando<br />
numa indústria multimilionária<br />
– que atacou, por exemplo, os sistemas<br />
da se<strong>de</strong> da Telefônica em<br />
Madri, na Espanha, chegando a<br />
exigir, inclusive, o pagamento <strong>de</strong><br />
resgate em bitcoins, o chamado<br />
“ouro digital”, a moeda virtual<br />
anônima, porém rastreável, segundo<br />
Rodrigo Batista, CEO do<br />
Mercado Bitcoin.<br />
De acordo com ele, muitas<br />
pessoas já preferem receber por<br />
serviços em bitcoins, pois ele é<br />
mais rápido e barato para transacionar.<br />
A moeda vem sendo<br />
regulamentada aos poucos: Alemanha<br />
e Japão já têm regulações<br />
que liberam seu uso no dia a dia,<br />
e nos Estados Unidos e Europa<br />
algumas empresas, como Dell e<br />
Microsoft, aceitam os bitcoins,<br />
além <strong>de</strong> ONGs como Greenpeace<br />
e Wikipedia. No Brasil, seu uso<br />
ainda é mais restrito.<br />
A especialista em marketing<br />
digital Sandra Turchi afirma que<br />
bitcoin é um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> livre<br />
mercado <strong>de</strong>scentralizado, sem<br />
interferência <strong>de</strong> governos, que<br />
está sujeito a problemas como<br />
roubos e até brusca <strong>de</strong>svalorização<br />
– ligado à especulação, por<br />
exemplo. Ela alerta para o fato<br />
<strong>de</strong> que se trata, ainda, <strong>de</strong> um investimento<br />
<strong>de</strong> retorno financeiro<br />
incerto, apesar <strong>de</strong> sua eficiência<br />
Wolmer Godoi, diretor <strong>de</strong> cibersecurity da Cipher: “os ataques são comuns e ainda vão crescer muito mais”<br />
“Combater<br />
ameaças digitais<br />
é algo dinâmiCo<br />
por natureza,<br />
porque o Cenário<br />
<strong>de</strong> ameaças evolui<br />
e se transforma<br />
a todo tempo”<br />
como dinheiro real em transações<br />
eletrônicas.<br />
Wolmer Godoi, diretor <strong>de</strong> cibersecurity<br />
da Cipher, empresa<br />
especializada em serviços <strong>de</strong><br />
cibersegurança, afirma que há<br />
uma soma <strong>de</strong> fatores para que<br />
os ataques <strong>de</strong> cibercriminosos<br />
aconteçam com uma frequência<br />
cada vez <strong>maio</strong>r, entre eles o<br />
fato <strong>de</strong> que a vida das pessoas e<br />
os negócios estão cada vez mais<br />
digitais.<br />
“Uma vez online, as informações<br />
po<strong>de</strong>m ser acessadas se não<br />
forem protegidas corretamente.<br />
Os ataques são comuns e ainda<br />
vão crescer muito mais”, analisa<br />
Godoi.<br />
Segundo ele, não há nenhuma<br />
lei regulamentada no Brasil<br />
para tratar <strong>de</strong> falhas cibernéticas,<br />
o que nos leva a tomar conhecimento<br />
<strong>de</strong> um menor número <strong>de</strong><br />
ataques.<br />
“É da natureza humana a<br />
curiosida<strong>de</strong>, o apreço pelo <strong>de</strong>sa-<br />
Divulgação<br />
fio e até a vonta<strong>de</strong> (mesmo que<br />
velada) <strong>de</strong> subverter. Isto posto,<br />
não <strong>de</strong>vemos assumir que o cibercrime<br />
vá diminuir, ele ten<strong>de</strong> a<br />
aumentar”, garante. Para Godoi,<br />
o erro mais comum das empresas<br />
é tentar gerenciar segurança sem<br />
o conhecimento técnico necessário.<br />
“Combater ameaças digitais é<br />
algo dinâmico por natureza, porque<br />
o cenário <strong>de</strong> ameaças evolui<br />
e se transforma a todo tempo”,<br />
conclui.<br />
O primeiro passo para melhorar<br />
a segurança <strong>de</strong> pequenos ou<br />
gran<strong>de</strong>s negócios é, segundo Godoi,<br />
<strong>de</strong>sconfiar sempre, <strong>de</strong> tudo e<br />
<strong>de</strong> outros. “Os criminosos estão<br />
se especializando cada vez mais<br />
em engenharia social, um recurso<br />
que tenta levar o usuário a clicar<br />
em um link malicioso sem saber,<br />
pensando ser algo legítimo.<br />
Confira URLs, confirme e-mails<br />
recebidos suspeitos, não clique<br />
em anúncios ‘milagrosos’”, recomenda.<br />
18 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark