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edição de 22 de maio de 2017

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mErcado<br />

Especialistas avaliam que<br />

ciberataques ten<strong>de</strong>m a aumentar<br />

Na opinião <strong>de</strong>les, faltam conhecimento técnico e proteção correta <strong>de</strong><br />

pessoas e empresas contra programas maliciosos, os chamados malware<br />

CLAUDIA PENTEADO<br />

Diversos ciberataques nas últimas<br />

duas semanas po<strong>de</strong>m<br />

ter espalhado vírus por centenas<br />

<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> computadores em<br />

todo o mundo, provando que é<br />

preciso muito mais do que bons<br />

softwares <strong>de</strong> segurança para<br />

estar <strong>de</strong> fato protegido na re<strong>de</strong>.<br />

Programas maliciosos, os chamados<br />

malware, estão cada vez<br />

mais sofisticados, num processo<br />

semelhante ao combate travado<br />

diariamente pelos cientistas em<br />

busca <strong>de</strong> vacinas contra vírus cada<br />

vez mais potentes.<br />

No mundo da re<strong>de</strong>, a criminalida<strong>de</strong><br />

se amplia, ultrapassando<br />

o velho conceito <strong>de</strong> hackers que<br />

conhecemos, se enquadrando<br />

numa indústria multimilionária<br />

– que atacou, por exemplo, os sistemas<br />

da se<strong>de</strong> da Telefônica em<br />

Madri, na Espanha, chegando a<br />

exigir, inclusive, o pagamento <strong>de</strong><br />

resgate em bitcoins, o chamado<br />

“ouro digital”, a moeda virtual<br />

anônima, porém rastreável, segundo<br />

Rodrigo Batista, CEO do<br />

Mercado Bitcoin.<br />

De acordo com ele, muitas<br />

pessoas já preferem receber por<br />

serviços em bitcoins, pois ele é<br />

mais rápido e barato para transacionar.<br />

A moeda vem sendo<br />

regulamentada aos poucos: Alemanha<br />

e Japão já têm regulações<br />

que liberam seu uso no dia a dia,<br />

e nos Estados Unidos e Europa<br />

algumas empresas, como Dell e<br />

Microsoft, aceitam os bitcoins,<br />

além <strong>de</strong> ONGs como Greenpeace<br />

e Wikipedia. No Brasil, seu uso<br />

ainda é mais restrito.<br />

A especialista em marketing<br />

digital Sandra Turchi afirma que<br />

bitcoin é um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> livre<br />

mercado <strong>de</strong>scentralizado, sem<br />

interferência <strong>de</strong> governos, que<br />

está sujeito a problemas como<br />

roubos e até brusca <strong>de</strong>svalorização<br />

– ligado à especulação, por<br />

exemplo. Ela alerta para o fato<br />

<strong>de</strong> que se trata, ainda, <strong>de</strong> um investimento<br />

<strong>de</strong> retorno financeiro<br />

incerto, apesar <strong>de</strong> sua eficiência<br />

Wolmer Godoi, diretor <strong>de</strong> cibersecurity da Cipher: “os ataques são comuns e ainda vão crescer muito mais”<br />

“Combater<br />

ameaças digitais<br />

é algo dinâmiCo<br />

por natureza,<br />

porque o Cenário<br />

<strong>de</strong> ameaças evolui<br />

e se transforma<br />

a todo tempo”<br />

como dinheiro real em transações<br />

eletrônicas.<br />

Wolmer Godoi, diretor <strong>de</strong> cibersecurity<br />

da Cipher, empresa<br />

especializada em serviços <strong>de</strong><br />

cibersegurança, afirma que há<br />

uma soma <strong>de</strong> fatores para que<br />

os ataques <strong>de</strong> cibercriminosos<br />

aconteçam com uma frequência<br />

cada vez <strong>maio</strong>r, entre eles o<br />

fato <strong>de</strong> que a vida das pessoas e<br />

os negócios estão cada vez mais<br />

digitais.<br />

“Uma vez online, as informações<br />

po<strong>de</strong>m ser acessadas se não<br />

forem protegidas corretamente.<br />

Os ataques são comuns e ainda<br />

vão crescer muito mais”, analisa<br />

Godoi.<br />

Segundo ele, não há nenhuma<br />

lei regulamentada no Brasil<br />

para tratar <strong>de</strong> falhas cibernéticas,<br />

o que nos leva a tomar conhecimento<br />

<strong>de</strong> um menor número <strong>de</strong><br />

ataques.<br />

“É da natureza humana a<br />

curiosida<strong>de</strong>, o apreço pelo <strong>de</strong>sa-<br />

Divulgação<br />

fio e até a vonta<strong>de</strong> (mesmo que<br />

velada) <strong>de</strong> subverter. Isto posto,<br />

não <strong>de</strong>vemos assumir que o cibercrime<br />

vá diminuir, ele ten<strong>de</strong> a<br />

aumentar”, garante. Para Godoi,<br />

o erro mais comum das empresas<br />

é tentar gerenciar segurança sem<br />

o conhecimento técnico necessário.<br />

“Combater ameaças digitais é<br />

algo dinâmico por natureza, porque<br />

o cenário <strong>de</strong> ameaças evolui<br />

e se transforma a todo tempo”,<br />

conclui.<br />

O primeiro passo para melhorar<br />

a segurança <strong>de</strong> pequenos ou<br />

gran<strong>de</strong>s negócios é, segundo Godoi,<br />

<strong>de</strong>sconfiar sempre, <strong>de</strong> tudo e<br />

<strong>de</strong> outros. “Os criminosos estão<br />

se especializando cada vez mais<br />

em engenharia social, um recurso<br />

que tenta levar o usuário a clicar<br />

em um link malicioso sem saber,<br />

pensando ser algo legítimo.<br />

Confira URLs, confirme e-mails<br />

recebidos suspeitos, não clique<br />

em anúncios ‘milagrosos’”, recomenda.<br />

18 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark

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