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livro RS 2030

O projeto RS 2030 se estruturou a partir de dois fóruns de troca de ideias, e registro de sugestões e reflexões - as Perspectivas Regionais e Perspectivas Temáticas. Nos encontros regionais, cada região e cidade por meio de seus gestores, lideranças locais e comunidade puderam expressar abertamente suas opiniões e demandas, trazendo direta e indiretamente uma visão de prioridade para o Estado.

O projeto RS 2030 se estruturou a partir de dois fóruns de troca de
ideias, e registro de sugestões e reflexões - as Perspectivas Regionais e
Perspectivas Temáticas. Nos encontros regionais, cada região e cidade
por meio de seus gestores, lideranças locais e comunidade puderam expressar
abertamente suas opiniões e demandas, trazendo direta e indiretamente
uma visão de prioridade para o Estado.

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<strong>RS</strong><br />

20<br />

30<br />

<strong>RS</strong> hoje<br />

Unipolar e<br />

polaridades não<br />

integradas<br />

Porto<br />

Alegre<br />

<strong>RS</strong> <strong>2030</strong><br />

Multipolar<br />

e integrado<br />

As Perspectivas Regionais do <strong>RS</strong> <strong>2030</strong> partem de uma abordagem diversa<br />

da comumente trabalhada no planejamento público. A questão regional<br />

não é abordada como uma perspectiva de assuntos de interior, de<br />

infraestrutura, mas sim no centro da estratégia.<br />

As políticas públicas do Rio Grande do Sul historicamente foram unicêntricas,<br />

ou seja, construídas a partir da capital e da Região Metropolitana,<br />

e trabalhadas sobre agregados setoriais ou por região de influência<br />

de obras de infraestrutura.<br />

Apesar do regionalismo e da noção de planejamento regional já estarem<br />

presentes na esfera governamental do Rio Grande do Sul desde<br />

a década de 1990, principalmente a partir da criação dos COREDEs, até<br />

hoje não foi aperfeiçoado um modelo institucional executivo que realmente<br />

alavancasse soluções para as prioridades das diferentes regiões<br />

do Rio Grande do Sul, sendo que em alguns casos estas prioridades vêm<br />

de décadas e não possuem uma necessidade de investimento extremamente<br />

elevada.<br />

A economia do Estado é formada por diversos sistemas produtivos<br />

que precisam ser considerados de forma sistêmica, e não como elos isolados,<br />

envolvidos em um modelo econômico “genérico”.<br />

Para isso, devem ser consideradas a eficiência e a montagem de condições<br />

para o modelo armazenamento-logística de distribuição-comercialização<br />

à maioria dos sistemas produtivos, sejam os de baixa quanto<br />

os de alta complexidade.<br />

Um sistema regional para o Rio Grande do Sul precisa atender, e ter<br />

condições de enfrentar e conviver, os contrapontos e as dualidades existentes<br />

no Estado, em todas as regiões:<br />

Porto<br />

Alegre<br />

Singularidades e<br />

Multiplicidades<br />

Muitas regiões do Estado têm situações e<br />

prioridades bastante comuns. Com pequenas<br />

variações, fazem parte do mesmo sistema,<br />

e podem ter soluções convergentes. Esse<br />

é o aspecto principalmente dos temas ligados<br />

à infraestrutura e organização da gestão. No<br />

entanto, as multiplicidades e especialmente<br />

as singularidades devem ser levadas em conta<br />

– as diversidades geográficas, culturais e até<br />

mesmo climáticas.<br />

Tradição e Valores<br />

Uma das grandes crises não-explicitadas no<br />

Rio Grande do Sul de hoje é o conflito entre<br />

valores tradicionais e a contemporaneidade, a<br />

globalização. Parece existir um mito no conflito<br />

que é mundial, mas que é enfrentado com inteligência<br />

em outros locais. A forma de manutenção<br />

de valores tradicionais é inseri-los em uma<br />

visão contemporânea. A prosperidade torna a<br />

tradição e valores visíveis e fortalecidos, o empobrecimento<br />

e esvaziamento leva à sua marginalização.<br />

É preciso que a sociedade gaúcha<br />

entenda que não há conflito entre as oportunidades<br />

da contemporaneidade e as tradições<br />

e valores das diversas culturas e sagas que<br />

construíram a história e a estrutura do Estado.<br />

A contemporaneidade é revisitar a tradição e<br />

valores, dar a eles releitura e uma contextualização,<br />

valorizando as singularidades existentes<br />

no Rio Grande do Sul.<br />

História e<br />

Gradualismo<br />

Afinidades<br />

Contemporaneidade<br />

Inovação e<br />

Expertise Técnica<br />

Na prática, o conflito entre tradição e contemporaneidade<br />

se reflete na antiga resistência<br />

à mudança de alguns segmentos do Rio<br />

Grande do Sul. Podemos, a partir dos depoi-<br />

mentos e prioridades elencadas, afirmar que a<br />

fase do triunfalismo, da negação da crise, da afirmação<br />

da tradição, é passada. Hoje é majoritária<br />

uma fase posterior, em que convive uma certa<br />

perplexidade diante de um quadro de estagnação<br />

consolidado e o apontamento de caminhos<br />

e uma preparação maior para um momento de<br />

reação, ao se estar mais aberto à inovação e à<br />

expertise técnica. O uso das melhores técnicas<br />

e a inovação são fundamentais na construção<br />

das estratégias para o Estado, tendo em vista a<br />

necessidade imperativa de queimar etapas, de<br />

passar-se para soluções contemporâneas sobre<br />

problemas tradicionais. Uma das grandes vantagens<br />

da não-implementação de mudanças institucionais<br />

de maior impacto no <strong>RS</strong> nas últimas<br />

décadas é que estas tiveram a oportunidade de<br />

ser testadas em outros Estados, e regiões. Há um<br />

aprendizado que deve ser aproveitado. A mudança<br />

gradual e incremental, em muitos casos,<br />

não é mais possível, sequer recomendável.<br />

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<strong>RS</strong><br />

20<br />

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