livro RS 2030

O projeto RS 2030 se estruturou a partir de dois fóruns de troca de ideias, e registro de sugestões e reflexões - as Perspectivas Regionais e Perspectivas Temáticas. Nos encontros regionais, cada região e cidade por meio de seus gestores, lideranças locais e comunidade puderam expressar abertamente suas opiniões e demandas, trazendo direta e indiretamente uma visão de prioridade para o Estado. O projeto RS 2030 se estruturou a partir de dois fóruns de troca de
ideias, e registro de sugestões e reflexões - as Perspectivas Regionais e
Perspectivas Temáticas. Nos encontros regionais, cada região e cidade
por meio de seus gestores, lideranças locais e comunidade puderam expressar
abertamente suas opiniões e demandas, trazendo direta e indiretamente
uma visão de prioridade para o Estado.

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ando, lentamente, o Rio Grande da sua posição de liderança. Com a quarta mudança geracional, surge uma nova geração que tem como missão administrar a crise: Jair Soares, Pedro Simon, Alceu Collares, Antonio Brito, Olivio Dutra, Germano Rigotto, Yeda Crusius, Tarso Genro e José Ivo Sartori. Em um ambiente extremamente polarizado, o estado volta a se dividir. Não há continuidade administrativa e os eleitores mantém a tradição, desde 1947, não reelegendo nenhum projeto. não basta a simples redução das despesas, é preciso também aumentar a receita, não com o aumento da carga tributária, mas com eficientização, modernização e inteligência fiscal, enfrentando o tema da sonegação. É necessária uma revisão criteriosa das isenções e incentivos avaliando seus resultados, benefícios e impactos. Os incentivos são necessários para nossa competitividade e atratividade de investimentos, mas devem ser utilizados com parcimônia e responsabilidade. As sequelas políticas do Borgismo e seus 30 anos de reeleições sucessivas marcaram profundamente a sociedade gaúcha, gerando um sentimento antireeleição. Podemos observar um fenômeno similar com a experiência de Porfírio Diaz que governou durante 30 anos o México, levando o país a uma revolução, depois de tantas fraudes eleitorais. Os mexicanos até hoje não aceitam a reeleição para nenhum cargo executivo. A quarta geração chegou ao fim de seu ciclo na eleição de 2014 e podemos vislumbrar para 2018 uma troca geracional. Esta nova geração, forjada pela experiência democrática, acostumada com os limites da escassez, nascida de experiências mais inovadoras em gestão pública e aberta ao diálogo, terá a missão de superar a crise, buscar alternativas e reconduzir o Rio Grande do Sul ao caminho do desenvolvimento. Não há soluções mágicas, mas ancorados nas marcas vitoriosas das três primeiras gerações –reestruturação da máquina pública, pacificação política e investimento na educação – e com a busca incessante da inovação é possível criar alternativas para a superação da crise. REGENERAÇÃO DO ESTADO É preciso um Estado que esteja a altura dos novos desafios. O modelo forjado por Júlio de Castilhos sobreviveu ao tempo, mas está inadequado para a situação atual. Fomos os pioneiros e inovadores no final do século XIX, precisamos ser novamente no século XXI. A velha fórmula de cortar ou fundir secretarias ou mesmo vender estatais, propostas repetidas em todos os processos eleitorais, é inadequada, superada e insuficiente para produzir a mudança necessária. Avançar num novo desenho de gestão, um modelo que garanta transversalidade, funcionalidade e resolutividade. Enfrentar a burocracia, acelerar os processos de decisão, dar velocidade aos fluxos e reduzir drasticamente os níveis hierárquicos. Devemos criar mecanismos de valorização dos servidores públicos a partir da resolutividade e estabelecer metas de gestão conectadas com o programa de governo que possam ser aferidos plena e livremente pela sociedade. O Rio Grande precisa de uma Lei de Responsabilidade Geracional, que estabeleça em sintonia com a Responsabilidade Fiscal, metas e indicadores que desejamos para a saúde, educação, segurança, infraestrutura e desenvolvimento. De forma democrática, envolvendo o conjunto da sociedade gaúcha devemos definir onde queremos chegar, qual o tamanho do Estado que desejamos e quais as prioridades que iremos pactuar. Tudo isto, não para um governo apenas, mas para ciclos mais longos de 15 a 20 anos. Precisamos estabelecer metas e políticas públicas estruturantes que devem ser implantadas ao longo dos anos pelos governos, independente da alternância de poder. A criação da Lei de Responsabilidade Geracional, com o estabelecimento de metas decenais e de indicadores que nos permitam avaliar publicamente e de forma periódica os resultados, permitirá um debate mais racional e produtivo e uma pactuação junto a todos os protagonistas envolvidos. PARADIGMA DO DIÁLOGO O Rio Grande vive sob o paradigma do conflito. A política continua sendo presidida pela polarização, uma distinção permanente entre “nós e eles”, uma ausência de alteridade e de reconhecimento do outro e de suas idéias. Não conseguimos forjar uma pactuação efetiva e duradoura que possa nos levar a tomar coletivamente decisões difíceis, mas necessárias. Devemos trilhar um novo caminho onde o paradigma do diálogo possa imperar. Em um cenário de vencidos e vencedores iremos mergulhar cada vez mais na crise, não será dividindo o estado, colocando um setor contra o outro que iremos avançar. Precisamos desenvolver um novo modelo onde, de forma colaborativa e dialógica, todos os segmentos estejam envolvidos na construção das soluções. Hoje no Rio Grande há uma consciência da gravidade da crise. Em todas as áreas e classes existe uma concordância que caminhamos rapidamente para um processo de insolvência. É papel do Estado construir democraticamente as soluções, só de forma pactuada elas sobreviverão as disputas políticas e poderão deflagrar um ciclo virtuoso em nossa economia e na gestão administrativa. Com estruturas administrativas horizontais, organizadas de forma temática e transversal, a redução dos níveis gerenciais, a informatização dos processos, a implantação de mecanismos gerenciais de controle é possível fazer mais com menos. É absolutamente necessário termos uma métrica do custo efetivo de cada serviço público com transparência para toda a sociedade. O Governo deve estar presente naquilo que é estratégico e o Estado necessário, indutor, empreendedor, em rede, dever ser uma organização exponencial, moldado a partir da vontade dos gaúchos. A austeridade é um dever dos governantes e deve ser adotada sempre, mas Não será com as velhas e surradas fórmulas da disputa que iremos romper esse processo. A estratégia de ouvir, acreditando que o outro tem a contribuir, superando o conflito, exige tolerância, iniciativa, exemplo e, especialmente, liderança. REVOLUÇÃO NA EDUCAÇÃO Antes de 2030 o Rio Grande começará a reduzir sua população. Vivemos o fim do bônus demográfico e as gerações futuras terão que produzir mais para 13 RS 20 30

ando, lentamente, o Rio Grande da sua posição de liderança. Com a quarta<br />

mudança geracional, surge uma nova geração que tem como missão administrar<br />

a crise: Jair Soares, Pedro Simon, Alceu Collares, Antonio Brito, Olivio Dutra,<br />

Germano Rigotto, Yeda Crusius, Tarso Genro e José Ivo Sartori. Em um ambiente<br />

extremamente polarizado, o estado volta a se dividir. Não há continuidade<br />

administrativa e os eleitores mantém a tradição, desde 1947, não reelegendo<br />

nenhum projeto.<br />

não basta a simples redução das despesas, é preciso também aumentar a receita,<br />

não com o aumento da carga tributária, mas com eficientização, modernização<br />

e inteligência fiscal, enfrentando o tema da sonegação. É necessária<br />

uma revisão criteriosa das isenções e incentivos avaliando seus resultados, benefícios<br />

e impactos. Os incentivos são necessários para nossa competitividade<br />

e atratividade de investimentos, mas devem ser utilizados com parcimônia e<br />

responsabilidade.<br />

As sequelas políticas do Borgismo e seus 30 anos de reeleições sucessivas<br />

marcaram profundamente a sociedade gaúcha, gerando um sentimento antireeleição.<br />

Podemos observar um fenômeno similar com a experiência de Porfírio<br />

Diaz que governou durante 30 anos o México, levando o país a uma revolução,<br />

depois de tantas fraudes eleitorais. Os mexicanos até hoje não aceitam a<br />

reeleição para nenhum cargo executivo.<br />

A quarta geração chegou ao fim de seu ciclo na eleição de 2014 e podemos<br />

vislumbrar para 2018 uma troca geracional. Esta nova geração, forjada pela<br />

experiência democrática, acostumada com os limites da escassez, nascida de<br />

experiências mais inovadoras em gestão pública e aberta ao diálogo, terá a<br />

missão de superar a crise, buscar alternativas e reconduzir o Rio Grande do Sul<br />

ao caminho do desenvolvimento.<br />

Não há soluções mágicas, mas ancorados nas marcas vitoriosas das três primeiras<br />

gerações –reestruturação da máquina pública, pacificação política e<br />

investimento na educação – e com a busca incessante da inovação é possível<br />

criar alternativas para a superação da crise.<br />

REGENERAÇÃO DO ESTADO<br />

É preciso um Estado que esteja a altura dos novos desafios. O modelo forjado<br />

por Júlio de Castilhos sobreviveu ao tempo, mas está inadequado para a<br />

situação atual. Fomos os pioneiros e inovadores no final do século XIX, precisamos<br />

ser novamente no século XXI.<br />

A velha fórmula de cortar ou fundir secretarias ou mesmo vender estatais,<br />

propostas repetidas em todos os processos eleitorais, é inadequada, superada<br />

e insuficiente para produzir a mudança necessária. Avançar num novo desenho<br />

de gestão, um modelo que garanta transversalidade, funcionalidade e resolutividade.<br />

Enfrentar a burocracia, acelerar os processos de decisão, dar velocidade<br />

aos fluxos e reduzir drasticamente os níveis hierárquicos. Devemos criar<br />

mecanismos de valorização dos servidores públicos a partir da resolutividade<br />

e estabelecer metas de gestão conectadas com o programa de governo que<br />

possam ser aferidos plena e livremente pela sociedade.<br />

O Rio Grande precisa de uma Lei de Responsabilidade Geracional, que estabeleça<br />

em sintonia com a Responsabilidade Fiscal, metas e indicadores que desejamos<br />

para a saúde, educação, segurança, infraestrutura e desenvolvimento.<br />

De forma democrática, envolvendo o conjunto da sociedade gaúcha devemos<br />

definir onde queremos chegar, qual o tamanho do Estado que desejamos e<br />

quais as prioridades que iremos pactuar. Tudo isto, não para um governo apenas,<br />

mas para ciclos mais longos de 15 a 20 anos. Precisamos estabelecer metas<br />

e políticas públicas estruturantes que devem ser implantadas ao longo dos<br />

anos pelos governos, independente da alternância de poder.<br />

A criação da Lei de Responsabilidade Geracional, com o estabelecimento de<br />

metas decenais e de indicadores que nos permitam avaliar publicamente e de<br />

forma periódica os resultados, permitirá um debate mais racional e produtivo e<br />

uma pactuação junto a todos os protagonistas envolvidos.<br />

PARADIGMA DO DIÁLOGO<br />

O Rio Grande vive sob o paradigma do conflito. A política continua sendo<br />

presidida pela polarização, uma distinção permanente entre “nós e eles”, uma<br />

ausência de alteridade e de reconhecimento do outro e de suas idéias. Não<br />

conseguimos forjar uma pactuação efetiva e duradoura que possa nos levar a<br />

tomar coletivamente decisões difíceis, mas necessárias.<br />

Devemos trilhar um novo caminho onde o paradigma do diálogo possa imperar.<br />

Em um cenário de vencidos e vencedores iremos mergulhar cada vez<br />

mais na crise, não será dividindo o estado, colocando um setor contra o outro<br />

que iremos avançar. Precisamos desenvolver um novo modelo onde, de forma<br />

colaborativa e dialógica, todos os segmentos estejam envolvidos na construção<br />

das soluções.<br />

Hoje no Rio Grande há uma consciência da gravidade da crise. Em todas as<br />

áreas e classes existe uma concordância que caminhamos rapidamente para<br />

um processo de insolvência. É papel do Estado construir democraticamente as<br />

soluções, só de forma pactuada elas sobreviverão as disputas políticas e poderão<br />

deflagrar um ciclo virtuoso em nossa economia e na gestão administrativa.<br />

Com estruturas administrativas horizontais, organizadas de forma temática<br />

e transversal, a redução dos níveis gerenciais, a informatização dos processos, a<br />

implantação de mecanismos gerenciais de controle é possível fazer mais com<br />

menos. É absolutamente necessário termos uma métrica do custo efetivo de<br />

cada serviço público com transparência para toda a sociedade. O Governo<br />

deve estar presente naquilo que é estratégico e o Estado necessário, indutor,<br />

empreendedor, em rede, dever ser uma organização exponencial, moldado a<br />

partir da vontade dos gaúchos.<br />

A austeridade é um dever dos governantes e deve ser adotada sempre, mas<br />

Não será com as velhas e surradas fórmulas da disputa que iremos romper<br />

esse processo. A estratégia de ouvir, acreditando que o outro tem a contribuir,<br />

superando o conflito, exige tolerância, iniciativa, exemplo e, especialmente, liderança.<br />

REVOLUÇÃO NA EDUCAÇÃO<br />

Antes de <strong>2030</strong> o Rio Grande começará a reduzir sua população. Vivemos o<br />

fim do bônus demográfico e as gerações futuras terão que produzir mais para<br />

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