Velozes - R9 / GP da Áustria

Rindt estava tão hesitante em assinar
com a Lotus, que o acordo só foi firmado
na semana da abertura do Mundial de
1969. Cedo ele provou o seu argumento!
Os dois carros sofreram quebras dos
altos suportes dos aerofólios na segunda
corrida, na Espanha, e ambos bateram
em alta velocidade nos guard rails. Rindt
quebrou o nariz e, por isso, perdeu a
corrida seguinte, mas as consequências
poderiam ter sido mais graves. O circuito
de Monjuïc tinha acabado de receber as
novas cercas de alumínio. Sem elas, as
Lotus teriam ido parar nas árvores ou
prédios do parque de Barcelona.
Quando Rindt voltou, a FIA já tinha
proibido os aerofólios altos nos carros. A
fragilidade das Lotus também se
manifestava em outras quebras, e ele
abandonou todas as corridas até o GP da
Inglaterra. E mesmo nessa, ele teve que
parar nos boxes para consertar o carro,
mas mesmo assim terminou em 4º lugar
depois de dar caça à imbatível Matra-
Ford de Jackie Stewart.
Na Itália, ele participou da maluca guerra
de vácuo que costumava acontecer em
Monza, com cinco pilotos trocando de
posição na liderança a cada volta, e no
rush final ele acabou superado por
Stewart na linha de chegada por míseros
0,08seg (isso mesmo, oito centésimos!) e
tinha a mesma vantagem sobre Beltoise,
o terceiro, na outra Matra-Ford.
Assim se encerrava a Fórmula 1 na
Europa em 1969, e todos seguiram para
o outro lado do Atlântico para as três
etapas finais, Canadá, Estados Unidos e
México, mas o título já era de Stewart e
da Matra.
No Canadá, fez um ótimo terceiro lugar,
num dia que as Brabhams estava
insuperáveis e Ickx venceu com Black
Jack em segundo lugar.
Rindt tinha largado da pole quatro vezes
nas nove corridas anteriores de 1969,
liderado cinco delas, mas ainda corria
atrás de sua primeira vitória.
Em Watkins Glen, ele mais uma vez deu
dura batalha a Stewart. Largando da
pole, Rindt assumiu a liderança, mas
errou numa curva na volta 12 e Stewart
passou. Com raiva por seu erro estúpido,
Rindt atacava o carro azul a cada freada,
e retomou a liderança na volta 21.
Na volta 33, Stewart abandonou, e então
Rindt só precisou levar o carro até a
bandeirada, terminando 47 segundos à
frente de Piers Courage, na Brabham
alugada de Frank Williams.
Infelizmente, nessa prova Hill teve um
pneu explodido no final da reta e bateu,
sendo jogado para fora do carro e
quebrando as duas pernas. Ele tinha
desatado os cintos de segurança para
empurrar o carro depois que o motor
morreu numa rodada e ia para os boxes.
Com Graham preso numa cama de
hospital, Rindt foi guindado à condição
de Número 1 da Lotus para 1970.
Ao mesmo tempo, ele e Ecclestone
fundaram uma equipe de Fórmula 2 para
Rindt, e Jochen continuou seu reinado
nessa categoria. Já multi-milionário,
Bernard...digo, Bernie, já tinha muita
experiência como dirigente de equipes
desde o final dos anos 50, e o time era
muito bem preparado.
Na Fórmula 1, Chapman estava
cozinhando mais uma de suas idéias
geniais, mas ela não ficaria pronta para a
corrida inaugural, em Kyalami, assim lá
foi a boa e velha Lotus 49 fazer as honras
da casa, mas Rindt teve que abandonar.
Seu parceiro John Miles chegou em
quinto, segundos à frente de um
surpreendente Graham Hill com a Lotus
particular da equipe de Rob Walker.
A nova revolução de Chapman para a F-1
veio nas lindas formas em cunha e
radiadores laterais (outra idéia roubada
por Chapman a Indianápolis no projeto
do Mk.56, o Lotus Turbina, que correu
em 1968) e atendia pelo nome de Lotus
72. Muito diferente de qualquer outro
carro da F-1 até então, ele foi inscrito
para Rindt na corrida seguinte, o Grande