Velozes - R9 / GP da Áustria

As negociações com Chapman – um osso
duro de roer em qualquer situação, ficou
a cargo de um novo amigo de Rindt,
Bernard Ecclestone.
Foi Ecclestone quem o aconselhou a
trocar a Cooper pela Brabham. E agora
Bernard, negociava sua ida para a
principal equipe da Fórmula 1.
A propósito, conta a lenda que foi Rindt
quem começou a chamar Ecclestone de
Bernie em vez de Bernard. A amizade
entre os dois era assentada sobre um
profundo respeito mútuo, desenvolvido
desde que John Cooper os apresentara
dois anos antes.
Era comum naquele tempo os pilotos
correrem em diversas categorias num
mesmo ano, eles corriam praticamente
todos os fins de semana. Não era
diferente com Jochen Rindt, que se
mantinha participando das provas de
Fórmula 2 apesar de não pontuar para o
Campeonato Europeu da categoria por
ser piloto graduado da FIA, apenas pelo
dinheiro dos prêmios.
Team Lotus. O sonho de qualquer piloto.
Um ano antes, Chapman – que sempre
foi um inovador da F-1 desde os tempos
da Vanwall, inovou também no
marketing, trazendo para a F-1 o
patrocínio de empresas que nada tinham
a ver com peças e carros, como ele tinha
visto os norte-americanos fazerem em
Indianápolis e na NASCAR.
Trocando o British Racing Green
tradicional dos carros ingleses por
vermelho, branco e dourado, ele “vestiu”
suas Lotus com as cores da marca de
cigarros Gold Leaf.
Dinheiro, portanto, não faltava à Lotus. E
dinheiro é o combustível das corridas de
carros. O campeão mundial Graham Hill
seria o primeiro piloto em 1969, Rindt
seria seu coadjuvante.
Mas Rindt não estava feliz. Se
preocupava com a notória fragilidade dos
carros de Chapman. Chegou a dizer
“Estou aqui pelo dinheiro e pela
oportunidade de ser campeão, mas na
Lotus, eu posso tanto ganhar o mundial
quanto perder a minha vida!”.