ABISMO PORT
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>ABISMO</strong> é um coletivo formado pela<br />
artista visual Camila Krantz e pela<br />
pesquisadora da área de filosofia da<br />
imagem Renata Passos. Desde 2012 vêm<br />
pesquisando o ambiente aquático enquanto<br />
matéria plástica em interação com o<br />
corpo humano, desvendando suas<br />
propriedades físicas e significados<br />
simbólicos na construção do imaginário.<br />
Para isso foram explorados diversos<br />
meios, incluindo performace, vídeo,<br />
escultura, texto e áudio.<br />
Ao tentar entender o corpo enquanto matéria plástica no meio aquático o corpo se dissolveu.<br />
Virou o próprio meio e a água cai. Sempre cai. Cai quando corre, cai quando chove, cai quando<br />
transborda, cai quando penetra, cai quando escorre, cai quando molha. Abismos.<br />
Abismo é o buraco. O buraco. O.<br />
Flutuamos nessa matéria em constante queda sem nos dar conta da contradição física desse ato.<br />
Nós deslizamos. A cima da superfície as naus transportam sonhos estranhos e barbárie. Abaixo<br />
os monstros. Os olhos humanos fixam a linha que nos certifica da imutabilidade universal. Ela<br />
é a realidade do estado de suspensão. O tempo já acontece, o simultâneo se dissolve e é tudo<br />
I don’t want to be human, I am monster. I am water. I am the huge global liquid body. I am<br />
everywhere. I am fear. I am the end of time, this time.
MONSTRO.00/01 Roupas aquáticas<br />
desenvolvidas para experiência de<br />
desestruturação do corpo humano na água através<br />
de pesos e bóias.
monstro 00, 2012, roupas aquáticas. Registro: fotografia analógica PB.
monstro 01, 2014, roupas aquáticas. Registro: vídeo digital: http://zonabissal.wixsite.com/abismo/<br />
monstro-01
abismo; monstromáquina, 2016, escultura inflável e projeção, 60x30cm<br />
trabalho exibido no seminário Uso Impróprio no Museu de Arte Contemporânea de Niterói em 2016<br />
vídeo projetado disponível em: http://zonabissal.wixsite.com/abismo/monstro-4
abismo; monstros aquáticos, 2016, performance<br />
performance realizada no seminário Uso Impróprio no Museu de Arte Contemporânea de Niterói em 2016<br />
vídeo disponível: http://zonabissal.wixsite.com/abismo/monstros-aquaticos
abismo; monstros aquáticos, 2016, performance<br />
performance realizada no seminário Uso Impróprio no Museu de Arte Contemporânea de Niterói em 2016<br />
vídeo disponível: http://zonabissal.wixsite.com/abismo/monstros-aquaticos
CARAVELAS Para além de um registro da<br />
performance monstros aquáticos a série<br />
fotográfica se emancipa em uma narrativa própria<br />
de aparição misteriosa e corpos estranhos, meio<br />
humanos, num ambiente em que tudo se dissolve.<br />
O corpo se dissolveu. Virou o próprio meio e a<br />
água cai. Cai quando corre, cai quando chove,<br />
cai quando transborda, cai quando penetra, cai<br />
quando escorre, cai quando molha.
abismo; da série caravelas, 2016, 33,5x45cm, fotografia digital sobre<br />
papel algodão
abismo; da série caravelas, 2016, 33,5x45cm, fotografia digital sobre<br />
papel algodão
TSUNAMI nesta série cada imagem é composta<br />
pela sobreposição em camadas de de frames de<br />
vídeos documentários de tsunamis. A sobreposição<br />
desconstrói a linha temporal do vídeo,<br />
condensando fragmentos temporais em imagens<br />
estáticas. Ao mesmo tempo constrói na impressão<br />
fotográfica a profundidade física evocada pela<br />
imensidão aquática do oceano em revolta.
abismo; da série tsunami, 2017, 80x45cm, impressão digital em voil
abismo; da série tsunami, 2017, 80x45cm, impressão digital em voil
PROPOSTA<br />
Untittled - work in progress<br />
INTERCONEXÃO
A extensa reflexão sobre a relação do homem com a água, que surgiu para nós através da<br />
relação mais direta do corpo submerso em uma série de performances aquáticas, se<br />
desenvolveu em diversas perspectivas. A queda e a monstruosidade aparecem como elementos<br />
centrais: A queda é a própria condição natural da água em estado líquido; e a<br />
monstruosidade é a condição de estranho que o homem tem em relação a este meio, o homem não<br />
é um ser aquático, cria as condições de sua interação quando controla a água, quando<br />
navega, quando projeta sua imaginação em qualquer imensidão molhada, quando destrói, quando<br />
constrói sobre ela, quando faz dela energia, quando imerge suas profundezas.<br />
E no entanto, somos água em proporção majoritária, assim como o próprio planeta. A água<br />
interconecta. (https://youtu.be/LsQP0Ks41mQ). Dessa maneira encontramos o percurso para o<br />
desenvolvimento do nosso trabalho em uma produção textual criada através da junção de<br />
fragmentos sobre diferentes aspectos dessa interação, homem/água. Uma narração sem começo<br />
nem fim, uma espécie de saga deste corpo estranho na água em constante mutação.<br />
O projeto encontra-se em estado absolutamente germinal (pode ser lido e ouvido aqui:<br />
http://zonabissal.wixsite.com/abismo/mar). Sua estrutura é a de um texto linkado à<br />
diferentes fontes: vídeos, artigos da wikipedia, textos, imagens, etc... que são como<br />
detonadoras do desenvolvimento poético/ficcional de suas realidades. O caráter narrativo do<br />
texto é reforçado por sua versão em áudio; a oralidade nos parece central neste trabalho,<br />
ela remonta à tradição oral dos mitos e dos relatos de viagem que cantaram por séculos as<br />
aventuras dos homens nos mares (de Homero à Camões, no espectro da cultura ocidental) e<br />
seguem ecoando. O retorno à oralidade é um convite às imagens mentais.
O processo de escrita se dá através de um pequeno dado através do qual iniciamos um<br />
procedimento ficcional de escrita livre, com o acúmulo dos diversos fragmentos em mão<br />
traçaremos o fio condutor entre eles através da cadência sonora e inserção de ruídos na<br />
gravação, formando uma narrativa aberta.<br />
O texto em formato hiperlink mimetiza a motriz fluida do corpo aquático numa construção<br />
narrativa formada por infinitos fragmentos de informação. Da mesma maneira, pensamos em<br />
estruturar um banco sonoro para compor a experiência oralizada com um sistema similar de<br />
interferências e ruídos, que podem ser captados ou recortados de filmes, noticiários,<br />
músicas, etc....<br />
Nos propomos então a desenvolver esse texto/hypertexto, e essa narrativa em áudio. As<br />
temáticas que temos como perspectiva para nossa pesquisa são:<br />
Tsunamis<br />
Desastre de Mariana (MG)<br />
Mitologia indígena<br />
Mitologia Grega<br />
Circulação de mercadorias<br />
Rios submersos na cidade de São Paulo<br />
Tecnologia de submarinos<br />
Lembranças pessoais de experiências com água (à serem colhidas)<br />
Relatos de viagem (histórico)