Jan/Mai 2017 - ano 100 | número 1125 a 1129

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CAPA Nos primeiros anos de existência do MBC destacam-se a dedicação e o trabalho dinâmico de Setúbal que imprimiu uma gestão que conferiu grande representatividade ao Mensário e preencheu uma lacuna na Contabilidade como prática e ciência, transformando esse periódico numa publicação oficial da classe contábil fluminense. Entre os textos publicados, normalmente estavam divulgadas matérias, cuidadosamente selecionadas, de interesse imediato dos militantes na profissão contábil, abordando a questão do conhecimento técnico-científico no campo da atividade contábil, especialmente no tocante ao ensino comercial, aos livros contábeis, à escrituração mercantil e à mecanografia. Em 1918, o MBC tornou-se um periódico nacional, ampliando sua circulação para todos os Estados da União. Nessa trajetória do MBC, sumariamente, foi sendo preenchida a lacuna causada pela falta de uma revista contábil na imprensa e os saltos de excelência levaram-no a estar sempre presente nas atividades desenvolvidas no âmbito de atuação do IBC, como ocorrido com a divulgação do I Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado na cidade do Rio de Janeiro (RJ), de 16 a 24 de agosto de 1924, na Associação dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro (AEC RJ), e vários outros eventos sociais e científicos sucedidos no círculo contábil brasileiro ao longo desses cem anos. Por isso, tornou-se, rapidamente, uma revista contábil de renome na imprensa do país, que imprimiu grande desenvolvimento intelectual na área contábil. Dado o crescimento na aceitação e no interesse pela revista, houve a consequente necessidade de nomeação de um secretário para ajudar na condução dos trabalhos editoriais. Para o posto foi escolhido o também sócio fundador do Instituto e seu primeiro tesoureiro João Ignácio Monteiro. Com a morte de Setúbal, em 1928, Joaquim Telles assumiu a direção do Mensário e durante os anos 1928 e 1929 contou com o auxílio de Rinaldo Testemunhas da história Assim como o MBC já registrou a história do SINDICONT-Rio ao longo de um século, os locais que sediaram o Sindicato desde a fundação testemunharam os principais fatos e conquistas da classe. Gonçalves de Sousa que emprestou à revista o vigor de sua capacidade. Com o secretariado de Hugo da Silveira Lobo, em 1931, teve a revista nova feição externa. Telles permaneceu na direção até o ano de 1931, quando foi substituído nessa função por Erimá Carneiro. Este, tendo Aristarco W. Mignon como secretário, reestruturou a revista, dando-lhe nova função externa e uma eficiente administração. Os resultados são comprovados no aumento do número de páginas com que passou a ser editada e no fato dela se firmar definitivamente no conceito da classe contábil e na apreciação do público em geral, que não lhe negava preferência e apoio. A reforma dos estatutos do IBC criou o cargo de Diretor de Publicidade com função especial na direção do Mensário. Em 1933, Carlos Domingues, já respeitado na imprensa, foi eleito para assumir a direção do Mensário e, com o auxílio de Ivo Tomaz Gomes, imprimiu-lhe nova orientação e deu-lhe o aspecto discreto das revistas técnicas modernas. Registre-se que o MBC, além de ser porta-voz das aspirações da classe contábil, como órgão oficial da mais antiga associação profissional da área contábil no Brasil, é decano das revistas de Contabilidade em língua portuguesa e, continuamente, tem cumprido a missão que lhe foi atribuída nos termos dos estatutos, com um programa que em suas colunas oferecia desde subsídios para estudantes até sugestões técnicas de caráter contábil, econômico, financeiro e administrativo para os mais complexos problemas da classe contábil brasileira no exercício de sua atividade profissional. 10 | 2017 | JAN-MAI | MBC
Atualmente, a revista é vinculada ao Sindicato dos Contabilistas do Município do Rio de Janeiro (SINDICONT-Rio) e conta em seu conteúdo com entrevistas e notícias que são publicadas a cada edição com profissionais de grande relevância para os avanços da atividade contábil, além de artigos técnicos sobre prática da contabilidade escritos por profissionais da área. Desde que foi lançado em 1917, o MBC segue como uma publicação respeitada no campo sindical do País, pois conta com 1.124 números editados ininterruptamente. Ao chegar aos seus 100 anos de vida, sua contribuição histórica representa inestimável registro e difusão do reconhecimento da Contabilidade como ciência e profissão e, por conseguinte, da consolidação de uma cultura contábil corporativa que visa aprimorar, defender e incentivar a prática contábil íntegra, confiável e precisa, sem perder de vista a luta incansável pelos direitos do trabalhador no campo da contabilidade. O leitor, ao percorrer as páginas dos vários volumes editados ao longo desses cem anos de MBC, vai se dar conta de que não está lendo apenas textos escritos por diferentes insignes mestres da época como Herculano Marcos Inglês de Souza, Carlos de Carvalho, Sampaio Vidal, João Lyra, Antonio Orsino, João Francisco Dias Lessa, José Mattos de Vasconcellos, Joaquim Telles, Moraes Junior, Manoel Marques de Oliveira, Francisco D’Auria, Horácio Berlinck, Cornélio Marcondes da Luz, Ubaldo Lobo, João Luiz dos Santos, Alberto Almada Rodrigues, entre outros, mas a memória da Contabilidade e da profissão contábil no Brasil. Ainda que seja uma memória relativizável da realidade contábil, é importante conhecêla para identificar marcos, fatos e eventos que constituíram os primórdios da atividade contábil no nosso país, permitindo identificar e compreender como avançamos como profissão e ciência e, também, como foram sendo construídos os fundamentos institucionalizantes que hoje sustentam e valorizam a profissão contábil no mercado profissional e na sociedade em geral. Por isso, ficamos na torcida para que, algum dia, esse acervo possa ser preservado, com sua digitalização e posterior disponibilização ao público no site do SINDICONT-Rio. Edições do MBC de 1922, 1978 e 1990 MBC | JAN-MAI | 2017 | 11
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