Velozes / R7 canada

O resto do ano foi de mais quebras e acidentes, com uma única exceção do
Canadá, quando foi ao pódio.
Outra corrida que fez aumentar o mito Gilles Villeneuve com o público, depois
que ele pilotou normalmente um carro com o bico todo amassado para trás
numa colisão com Elio de Angelis da Lotus (na imagem ao lado), interrompendo
a visão do piloto da pista, até se separar do carro e cair. Livre do estorvo, Gilles
prosseguiu em frente a toda a velocidade, mesmo sem nenhum apoio
aerodinâmico na frente do carro, e terminou no pódio. Ah sim: para facilitar,
chovia muito sobre Montreal naquele domingo.
Um novo carro foi projetado para 1982, eliminando todos os problemas e falhas
de projeto do carro de 1981. Belo, forte e veloz. Assim foi o modelo 126C2.
Alain Prost começou o ano vencendo e vencendo com a nova Renault, mas
depois abandonou duas vezes. As Ferraris começaram ao contrário disso,
quebrando e quebrando, mas em San Marino, quarta corrida do Mundial, as
Ferraris dominaram e venceram. Mas essa corrida foi marcada pela desavença.
Primeiro, por causa da desclassificação da Brabham de Piquet e da Williams de
Rosberg no GP do Brasil, punição confirmada pouco antes da corrida em Ímola,
as equipes inglesas boicotaram a prova. Apenas Ferrari, Alfa Romeo e Renault,
dentre as equipes de fábrica, se inscreveram. De última hora, a Tyrrell também
participou. As demais era as equipes pequenas, tipo Osella, Toleman e ATS.
As Renaults dominaram os treinos, mas foram pressionadas por Ecclestone e
decidiram se retirar da prova. Assim, a Ferrari correu sozinha.
A outra desavença foi interna. Na Ferrari.
Quando Villeneuve aceitou ser coadjuvante de Scheckter em 1979, teve a
promessa de Enzo Ferrari que seria o primeiro piloto assim que Jody saísse. Jody
saiu, e agora Gilles contava com a palavra do Comendador para liderar a equipe.
Não foi assim em Ímola!
Disparados na frente, as duas Ferraris receberam ordens para diminuir o ritmo e
assim evitar uma quebra. Villeneuve obedeceu, mas Pironi não, e ultrapassou
seu companheiro. Gilles pensou que era apenas uma brincadeira de Pironi e
passou a Ferrari número 28 de novo, sem grandes dramas.
Didier voltou a passar Villeneuve, e então tudo ficou claro: Pironi resistiu a uma
nova investida de Villeneuve, e os dois começaram a duelar pela vitória.
Para Villeneuve, era uma traição de Pironi, mas o pior era que não vinha
nenhuma ordem dos boxes para que a ordem fosse reajustada.
Pironi venceu, e Villeneuve jamais o perdoou por isso.