Velozes / R7 canada

1978 não começou com bons resultados. Uma série da
abandonos após um apagado 8º lugar na primeira
corrida começou a abalar a permanência do
canadense na equipe. Boa parte da fraca performance
podia ser atribuída aos novos pneus radiais Michelin,
que a Ferrari começava a usar, mas vai convencer um
italiano disso!
No GP dos Estados Unidos-Oeste, em Long Beach, as
Ferraris foram os mais velozes na classificação, e Gilles
logo assumiu a ponta à frente de Reutemann. Na volta
39 (de 80), Gilles foi dar uma volta em Regazzoni, que
duelava com a Renault turbo de Jabouille. Afobado, o
líder não esperou uma oportunidade mais clara e
enfiou a Ferrari na traseira da Shadow de Rega, indo
ambos pararem nos guard rails.
A imprensa italiana uivava de raiva, exigindo a
imediata demissão do piloto que batia tanto! Mas
Enzo Ferrari insistiu no seu “picolo canadese”.
Os primeiros pontos vieram em maio, no GP da
Bélgica, disputado em Zolder. Quarto tempo no grid,
Gilles deveria ter chegado em segundo, mas um furo
no pneu o jogou para o 4º posto final.
Suas posições de largada começaram a ficar mais
próximas da primeira fila, e na Áustria ele obteve seu
primeiro pódio, terceiro lugar.
Enquanto isso, seu parceiro de Ferrari dava sinais de
descontentamento com o fraco desempenho da
Ferrari com pneus radiais. E como El Lole sabia
infernizar a vida de todos quando não estava feliz!
Bernie tinha sofrido isso em 1976 quando equipou
seus Brabhams com problemáticos motores Alfa
Romeo. Agora era a vez de Enzo Ferrari sofrer as dores
de Reutemann. Mas Enzo Ferrari é Enzo Ferrari! Logo
coloca de lado o “Atormentato i atormentante”, como
ele chamou o argentino, e elege Villeneuve como o
líder da equipe.
O acidente na largada do GP da Itália, que resultou na
morte de Ronnie Peterson, antecipou o ciclo de
contratos da F-1 para 1979. Ronnie estava acertado
com a McLaren, no lugar de James Hunt, abrindo uma
vaga na dominadora Lotus, na qual Reutemann pulou
de cabeça. Sua vaga em Maranello será preenchida
por Jody Scheckter, que deixa seu posto na Wolf para
Hunt. Enorme dança das cadeiras!
Com tudo isso, e mais um tanto de sorte, Gilles vai
vencer sua primeira corrida de F-1.
O palco era perfeito para isso: ele vence no Canadá.
A primeira vitória! Terceiro no grid atrás de Jarier, da Lotus, e Scheckter
com o Wolf, Gilles é surpreendido na largada por Alan Jones, no
Williams branco na foto acima. Jones se segurou em segundo por 18
voltas, enquanto Jarier sumia na frente. Na volta 25 ele supera seu
futuro companheiro de Ferrari, Scheckter, e assume o segundo lugar.
Como no Brasil/75, Jarier é inalcançável, mas então um problema na
bomba de óleo força seu abandono, como no Brasil/75, e Gilles assume
a ponta para vencer pela primeira vez pela Ferrari, correndo em casa.
Momentaneamente guindado a primeiro piloto no final de 78, Gilles é
convencido por Enzo Ferrari a trabalhar como segundo de Scheckter em
1979, com a promessa de que terá sua vez como primeiro piloto depois
que o sul-africano for embora. Gilles aceita ser segundo de Jody.
Mas essa promessa terá sérias consequências no futuro...
Em 1979, a despeito da vantagem técnica dos carros-asa sobre a Ferrari
312-T4, cujo motor largo não permite esse tipo de chassis, a Ferrari
acabará vencendo o Mundial de Pilotos e o de Construtores com 6
vitórias no ano, 3 para cada piloto, e tudo acaba bem em Maranello.