2017 - Revista PME

ENTREVISTA Miguel Cruz, Presidente do IAPMEI
O contexto económico tem levado, ainda,
as empresas a procurar aumentar quotas
nos mercados tradicionais e a procurar
diversificar as suas exportações para fora
da Europa. É importante ver que os resultados
da diversificação extracomunitária
das empresas portuguesas estão acima
do que se verifica na média europeia.
Considera que ainda estamos a viver
uma época de constrangimentos económicos
ou a crise já está ultrapassada?
Há determinadas características que
marcaram a crise – que teve origem no
sistema financeiro norte-americano –
que já não se verificam. Mas a situação
económica mantém uma complexidade
e níveis de incerteza que nos devem manter
muito alerta.
Qual o contributo do IAPMEI para ajudar
os empresários a ultrapassar esta situação
difícil?
Para além dos instrumentos que já referi,
gostaria de destacar ainda o facto de
termos já 1.000 empresas que recorreram
à ferramenta de early warning desenvolvida
pelo IAPMEI para diagnosticarem
e fazerem benchmarking da sua posição
financeira e operacional.
É, também, de salientar o papel que temos
vindo a desempenhar no acompanhamento
e diagnóstico das necessidades
das empresas, em colaboração com
mais de uma centena e meia de parceiros
e participadas, desde associações, centros
tecnológicos, universidades, sociedades
financeiras, câmaras municipais. Não é
em vão que a área de atendimento e licenciamento
no IAPMEI recebeu a certificação
da qualidade no final de 2016.
O IAPMEI atua com base num conjunto
de instrumentos transversais de política
pública, mas sempre num contexto de
proximidade às empresas.
As linhas de crédito PME Crescimento
têm tido um papel importante? Como?
Sim, como referi, tiveram-no, em 2008,
num contexto difícil, e continuam a ter
hoje. Por exemplo, no crédito a fundo de
maneio de que as empresas necessitam
para se adaptarem a mudanças rápidas e
cada vez mais exigentes do seu segmento
de clientes. A capacidade de adaptação é
essencial para concorrer.
Pode fazer-nos o ponto de situação da
execução das linhas de crédito?
As linhas concederam crédito a mais de
85.000 empresas, com mais de 1.000.000
de trabalhadores envolvidos. Estamos a
falar de mais de 16 mil milhões de eu-
ESTATUTO DE PME EXCELÊNCIA
Desde quando é atribuído o estatuto de PME Excelência?
Desde 2008, como no caso do estatuto de PME Líder.
Como foi feita a seleção das PME Excelência 2016?
A escolha das empresas PME Excelência é realizada sobre o universo de empresas PME Líder. Com
limites inferiores mais exigentes no conjunto dos indicadores, são escolhidas as melhores. São, efetivamente,
as melhores entre as melhores.
Pode resumir os principais fatores que levam uma empresa a ser PME Excelência?
São, basicamente, os mesmos que são utilizados para identificar uma empresa como PME Líder, mas
com critérios mais exigentes.
Que vantagens tem uma empresa ao adquirir o estatuto de PME Excelência?
Ser PME Excelência acarreta ainda mais vantagens em produtos e serviços do que ser PME Líder. Por
exemplo, ao nível da formação. No que toca a financiamento, várias das linhas que são financiadas
pelo IAPMEI e que atuam através da Garantia Mútua têm discriminação positiva para estas empresas.
Como caracteriza as PME Excelência 2016, a nível de postos de trabalho, volume de negócios,
e distribuição regional e setorial?
A indústria reúne o maior número de empresas PME Excelência, sendo que a indústria e o comércio
representam mais de 60% do total. Seguem-se os serviços e o turismo. O volume de negócios associado
a estas empresas aumentou 35,7% e é superior a 7 mil milhões de euros. Estamos a falar,
neste universo, de cerca de 62 mil postos de trabalho, com um valor médio ligeiramente inferior a
35 trabalhadores por empresa. Porto, Lisboa e Aveiro lideram no número de empresas, logo seguidos
por Braga e Leiria.
06 PME Líder & Excelência Aftermarket Junho 2017