2017 - Revista PME
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Houve um aumento ou uma diminuição<br />
do número de empresas comparativamente<br />
ao ano de 2015?<br />
Há mais <strong>PME</strong> Excelência. E quase o mesmo<br />
número, embora um pouco menor,<br />
de <strong>PME</strong> Líder. Existe um número crescente<br />
de “repetentes”, o que constitui um<br />
importante sinal de consolidação.<br />
Que vantagens tem uma empresa com<br />
o estatuto de <strong>PME</strong> Líder ou Excelência?<br />
As vantagens são, essencialmente, reputacionais.<br />
O estatuto constitui um sinal<br />
de credibilidade, um sinal de que existe<br />
qualidade de gestão e transparência<br />
nos fluxos de informação. É curioso que<br />
até mesmo empresas internacionais vão<br />
atribuindo cada vez maior importância<br />
a este estatuto. Para além desses ganhos<br />
reputacionais, as empresas <strong>PME</strong> Líder<br />
e <strong>PME</strong> Excelência têm acesso a um<br />
conjunto de benefícios na utilização de<br />
bens e serviços diversos, em resultado<br />
da participação numa rede dedicada.<br />
Esses benefícios vão desde o acesso a<br />
financiamento, passando por combustível,<br />
conteúdos formativos e informação<br />
de gestão. Aproveito para recordar que<br />
o IA<strong>PME</strong>I recebeu, da Comissão Europeia,<br />
em 2016, o prémio de boas práticas<br />
de promoção empresarial com este estatuto<br />
de <strong>PME</strong> Líder, sinal da sua importância<br />
e potencial de replicação.<br />
“Inovar” tornou-se numa palavra chave<br />
nos discursos políticos, nos programas<br />
de governação e na estratégia de muitos<br />
empresários. A chave está só na inovação?<br />
A chave não está apenas na inovação,<br />
pois outras palavras têm, também, a<br />
maior importância na promoção da<br />
competitividade empresarial. Parcerias,<br />
capitalização, adaptabilidade, internacionalização.<br />
Mas uma coisa é certa: sem<br />
uma estratégia continuada virada para<br />
a inovação, que deveremos interpretar<br />
num sentido amplo, associando se quiser<br />
a diferenciação, dificilmente haverá<br />
capacidade competitiva em mercado<br />
global que seja estável. Isto implica uma<br />
mudança na cultura organizacional. Por<br />
isso, é tão importante que essa palavra se<br />
mantenha (e com prioridade) no léxico<br />
corrente.<br />
A exportação e internacionalização são<br />
as únicas alternativas viáveis para as<br />
<strong>PME</strong> conseguirem crescer e ser mais<br />
rentáveis?<br />
Sem dúvida. O crescimento empresarial<br />
está associado a uma aposta crescente na<br />
internacionalização.<br />
Quais os apoios previstos para as <strong>PME</strong><br />
que pretendam internacionalizar e vender<br />
os seus produtos no exterior?<br />
A generalidade dos instrumentos de<br />
política pública geridos pelo IA<strong>PME</strong>I,<br />
sejam financeiros ou não financeiros,<br />
têm, entre os seus objetivos, as <strong>PME</strong> e<br />
a internacionalização. A internacionalização<br />
não se obtém como resultado de<br />
um mero “estalar de dedos”, razão pela<br />
qual é indispensável apostar na capacitação<br />
empresarial, na inovação e no investimento.<br />
Destaco alguns apoios, como os sistemas<br />
de incentivos para a qualificação e internacionalização<br />
das <strong>PME</strong> virados para a<br />
aposta em fatores dinâmicos de competitividade<br />
e abordagem a mercados externos.<br />
Destaco o sistema de incentivos<br />
à inovação, virado para a diferenciação<br />
competitiva de produtos, processos ou<br />
serviços, bem como as linhas de crédito<br />
financiadas pelo IA<strong>PME</strong>I, como a recente<br />
linha de Crédito Capitalizar, como<br />
instrumento de apoio a estratégias viradas<br />
para o mercado global. Em 2016, o<br />
IA<strong>PME</strong>I passou para a economia mais<br />
de 500 milhões de euros apenas em sistemas<br />
de incentivos, um valor recorde,<br />
sem considerar as linhas de crédito, que<br />
se concentram, maioritariamente, em<br />
<strong>PME</strong> e que são, exclusivamente, virados<br />
para a inovação e internacionalização.<br />
O que podem as <strong>PME</strong> nacionais fazer<br />
pelo desenvolvimento de Portugal?<br />
As <strong>PME</strong> nacionais, até por serem mais de<br />
99% das empresas não financeiras, são a<br />
base do desenvolvimento da economia<br />
portuguesa. Com base nos instrumentos<br />
de política pública que lhes são disponibilizadas<br />
e apoiadas numa rede envolvente,<br />
que inclui centros tecnológicos,<br />
incubadoras, universidades, politécnicos,<br />
clusters e institutos públicos, devem<br />
investir, apostar na diferenciação, diversificar<br />
mercados, subir na cadeia de valor,<br />
apostar (quando razoável) em marca<br />
própria e crescer.<br />
De que forma as <strong>PME</strong> têm sido afetadas<br />
pelo atual abrandamento económico?<br />
O abrandamento económico teve uma<br />
consequência imediata na dimensão do<br />
mercado nacional. Por isso, as empresas<br />
apostaram tão fortemente nas exportações,<br />
sendo esse um esforço a continuar.<br />
O contexto económico condicionou<br />
muito fortemente o acesso a financiamento,<br />
razão pela qual os estatutos de<br />
<strong>PME</strong> Líder e <strong>PME</strong> Excelência são tão<br />
importantes. São, também, importantes<br />
as linhas de crédito. Importa recordar<br />
que lançámos as linhas de crédito<br />
<strong>PME</strong> Investe em 2008, num contexto<br />
de extraordinária retração de crédito. E<br />
que este instrumento desempenhou um<br />
papel essencial na manutenção do esforço<br />
exportador de muitas empresas. São,<br />
também, muito importantes os sistemas<br />
de incentivos para financiamento de investimento<br />
que tenha as características<br />
de sustentabilidade de médio prazo de<br />
que falámos.<br />
<strong>PME</strong> Líder & Excelência Aftermarket Junho <strong>2017</strong><br />
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