MERCADO ACESSO À INFORMAÇÃO TÉCNICA APREENSÃO e INCERTEZA 40 <strong>PME</strong> Líder & Excelência Aftermarket Junho <strong>2017</strong>
O acesso à informação técnica é cada vez mais difícil para as oficinas independentes. Atualmente, os fabricantes de veículos têm o controlo exclusivo dos sistemas telemáticos e de reprogramação, enquanto o aftermarket continua apreensivo em relação ao que o futuro lhe reserva Na última reunião do Conselho Europeu do Comércio e da Reparação Automóvel (CECRA), foram tratados assuntos de importância para o setor reparador, como o acesso à informação técnica ou a situação dos sistemas telemáticos, em concreto o eCall. Relativamente ao acesso à informação técnica, foi dado destaque às conclusões do estudo elaborado pela consultora britânica Ricardo-AEA, a pedido da Comissão Europeia. Dos seus resultados, depreende-se que, na atualidade, existe um controlo exclusivo dos sistemas telemáticos e de reprogramação por parte dos fabricantes de veículos, bem como um acesso “difícil” para as oficinas independentes. Perante esta situação, o estudo da Ricardo-AEA inclui nas suas conclusões “a necessidade de se solicitar a igualdade de direitos para concorrer no mercado e que a norma clarifique questões como o preço razoável para o acesso à informação técnica”. As oficinas independentes denunciam que não podem reparar os veículos Euro 5 e Euro 6 por não terem à disposição as ferramentas de comunicação veículo-software do construtor (VCI). Afirmam que as máquinas de diagnóstico multimarca não acedem a certas áreas porque têm bloqueados esses acessos, estando restringidos ao software das marcas. Além disso, garantem que também não dispõem das acreditações para aceder ao software do construtor para realizar diagnósticos e reprogramações online porque “as marcas não disponibilizam ou demoram excessivamente no processamento das acreditações”. Outro dos pontos de maior controvérsia, e que consideram “ilógico”, é que os dados das reparações realizadas pelas oficinas sejam administrados e registados nos servidores das marcas, “sendo sua concorrência direta”. O problema das acreditações deixará de existir com a entrada em vigor do sistema SERMI, encarregue de proporcionar uma única acreditação para todas as marcas. Simultaneamente, perante o dilema em torno da telemática do veículo (obrigatória a partir de março de 2018) e da administração dos dados gerados nas oficinas independentes por parte das marcas, o CECRA advoga um sistema duplo no qual os dados são armazenados tanto em servidores de acesso partilhado como no veículo, acedendo-se à informação através de um conector standard de 16 pinos (OBD). FABRICANTES VÃO DOMINAR? A controvérsia surgiu com os novos automóveis equipados com conectividade de série, o novo conceito de “Extended Vehicle” (veículo ampliado) promovido pelos fabricantes de automóveis e que, na prática, implica que é apenas o fabricante a decidir quem tem acesso funcional aos dados registados no veículo, além de outras considerações de privacidade que afetam os consumidores. Todos os fabricantes estão a estruturar os seus sistemas e protocolos técnicos de modo a que apenas os seus respetivos servidores possam recolher e dar acesso a estes dados do veículo, o que supõe o controlo exclusivo de cada automóvel e uma mais do que evidente posição tecnológica dominante para determinar unilateralmente quais os reparadores e fornecedores de serviços autorizados a aceder. É evidente que a investigação e o desenvolvimento da tecnologia automóvel estão nas mãos dos construtores, cujo peso económico e “lobístico” como setor é muito relevante em toda a UE. Até agora, cada consumidor podia escolher livremente a sua oficina de confiança com base nos dois princípios gerais do mercado europeu, que são a livre circulação de bens e serviços e a livre escolha do consumidor. No entanto, com os novos veículos conectados, estas liberdades ficam comprometidas. “Esta realidade não pode ser um instrumento para manipular o mercado e os preços, nem para condicionar a liberdade dos consumidores ou prejudicar o trabalho leal de 2,9 milhões de profissionais que prestam um serviço eficaz, próximo e de qualidade a 228 milhões de veículos ligeiros e a 38,5 milhões de veículos comerciais na UE”, refere o CECRA em comunicado. SETOR INDEPENDENTE AVALIA Há poucas coisas mais importantes para um negócio de reparação de automóveis do que o acesso a uma informação técnica de qualidade. É assim agora e, se é que é possível, ainda o será mais no futuro. Em 2014, a UE colocou em andamento um estudo para conhecer o estado do acesso à informação técnica no setor. Agora, publicou um relatório com as suas conclusões. “Para competir no mercado de reparação de automóveis, os operadores independentes devem ter um acesso fácil, livre de restrições e padronizado à informação técnica”, afirma o relatório. As associações europeias do aftermarket (AFCAR, FIGIEFA, CECRA, EGEA, AIRC, UEIL, ADPA e FIA) e, também, operadores de leasing e renting (Leaseurope), mostram-se satisfeitas pelo reconhecimento por parte de Bruxelas da importância do acesso à informação técnica para garantir a concorrência e o bom funcionamento do mercado: “A existência de operadores independentes garante a concorrência no mercado de <strong>PME</strong> Líder & Excelência Aftermarket Junho <strong>2017</strong> 41
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