2017 - Revista PME
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A relação entre a banca e as <strong>PME</strong> é antiga<br />
e veio para ficar. A primeira precisa das<br />
segundas. E as segundas, seguramente,<br />
precisam da primeira. Ambas as partes<br />
estão “condenadas” a entender-se para<br />
que os negócios aconteçam. O “bem-estar”<br />
deste “namoro” é de tal modo importante<br />
para as contas do país, que tanto<br />
o primeiro-ministro, António Costa,<br />
como o ministro da Economia, Mário<br />
Centeno, têm manifestado a sua satisfação<br />
pela estabilização do setor financeiro<br />
em Portugal. Inclusivamente, no<br />
Programa de Estabilidade do Governo,<br />
não faltam referências aos benefícios<br />
que a economia tem com uma banca<br />
nacional mais sólida.<br />
Para António Costa, o sistema bancário<br />
encontra-se, neste momento, mais estável<br />
do que num passado recente. Mas, para<br />
que a economia possa florescer, importa,<br />
segundo o Executivo, estimular mais<br />
a concessão de crédito às empresas e a<br />
produtividade das mesmas. Segundo o<br />
primeiro-ministro, um sistema bancário<br />
fortalecido é um elemento-chave para o<br />
aumento dos fluxos de crédito – tanto por<br />
via de maior oferta como de maior procura<br />
- e para a sua mais eficiente alocação”,<br />
conforme consta do documento. Um problema<br />
acrescido para as empresas de menor<br />
dimensão, aquelas que mais sofrem<br />
com as oscilações da banca nacional.<br />
Nesse sentido, o grande objetivo do Governo<br />
passa por assegurar um maior dinamismo<br />
na concessão de crédito, potenciando<br />
a inovação e a aposta tecnológica<br />
das empresas, bem como a internacionalização<br />
da sua atividade. De acordo<br />
com diversos estudos realizados pelo<br />
Banco de Portugal, ao longo de vários<br />
anos, a recapitalização pública da banca<br />
contribuiu para o aumento do crédito,<br />
sobretudo quando o buffer de capital<br />
dos bancos capitalizados é reduzido.<br />
Mais: o acesso mais facilitado ao crédito<br />
“é determinante para a sobrevivência de<br />
novas empresas” e para o investimento<br />
das pequenas empresas. Tanto até que<br />
existe uma correlação positiva entre um<br />
sistema financeiro mais estável e o crescimento<br />
da produtividade a curto e longo<br />
prazos.<br />
António Costa admite, porém, que um<br />
dos maiores handicaps da banca nacional<br />
permanece por superar: o crédito<br />
malparado, que ainda mantém elevados<br />
níveis no nosso país. No balanço do ano<br />
de 2016, o crédito em risco, no sistema<br />
financeiro lusitano, ascendeu a um total<br />
de 30,5 mil milhões de euros, valor esse<br />
que corresponde a 11,8% do valor dos<br />
empréstimos concedidos. Um problema<br />
que o Governo pretende resolver através<br />
de reformas no setor.<br />
Hoje, são muitos os bancos que têm<br />
programas específicos para as <strong>PME</strong><br />
Excelência, uma marca registada do<br />
IAMPEI e um estatuto de qualificação<br />
empresarial ao qual o sistema financeiro<br />
nunca será alheio. Seguem-se três<br />
exemplos, entre vários que existem, de<br />
programas das instituições bancárias<br />
nacionais especialmente concebidos<br />
para apoiar as <strong>PME</strong>.<br />
BPI LIDERA APOIO ÀS <strong>PME</strong><br />
No caso do BPI, na sua relação com as<br />
<strong>PME</strong> nacionais, os números falam por<br />
si. Estamos perante o parceiro financeiro<br />
mais procurado: 29% das <strong>PME</strong> Líder<br />
aderiram via BPI; 60% destas são clientes<br />
do banco; 38% das <strong>PME</strong> Excelência aderiram<br />
via BPI; 62% são clientes desta instituição<br />
bancária. Trata-se, também, do<br />
líder em valor contratado nas linhas <strong>PME</strong><br />
Investe e <strong>PME</strong> Crescimento: 19% do valor<br />
total das operações contratadas, no conjunto<br />
de ambas as linhas referidas, corresponderam<br />
a um valor global aproximado<br />
de 2.318 milhões de euros.<br />
O BPI disponibiliza ainda um seguro de<br />
crédito destinado às <strong>PME</strong> exportadoras.<br />
Uma oferta exclusiva e que permite a cobertura<br />
do risco de incumprimento em<br />
operações de exportação e fatura.<br />
NOVO BANCO, NOVA LINHA<br />
O Novo Banco dispõe de uma nova linha<br />
de crédito na ordem dos 150 milhões<br />
de euros, destinada, especificamente, às<br />
<strong>PME</strong> portuguesas que procuram investimento<br />
e reforço de capitais. Um valor<br />
que se junta a outras linhas já existentes<br />
no seio desta instituição bancária e que<br />
reforça a sua posição como parceiro das<br />
empresas que apostam na inovação e na<br />
exportação. O prazo máximo do financiamento<br />
será de cinco anos, incluindo<br />
carência máxima de um ano de capital, e<br />
a amortização poderá ser mensal, trimestral<br />
e semestral.<br />
CAPITALIZAR COM O BIC<br />
A linha de crédito bonificado “Capitalizar”,<br />
do Banco BIC, possibilita o acesso<br />
das micro e <strong>PME</strong> a vários tipos de financiamento.<br />
Trata-se de uma linha que nasce<br />
no decurso do protocolo estabelecido<br />
entre o IA<strong>PME</strong>I, a <strong>PME</strong> Investimento,<br />
a FINOVA e as Sociedades de Garantia<br />
Mútua. Para concorrerem ao programa,<br />
as empresas interessadas terão de ser certificadas<br />
e dispor de uma declaração eletrónica<br />
do IA<strong>PME</strong>I. Refira-se que a linha<br />
de crédito ascende 400 milhões de euros<br />
no caso das micro e pequenas empresas.<br />
A linha de fundo de maneio do programa<br />
“Capitalizar” é de 700 milhões de euros: 1<br />
milhão, máximo, por empresa, sendo que,<br />
no caso das <strong>PME</strong> Líder, esse valor cifra-se<br />
em 1,5 milhões.<br />
<strong>PME</strong> Líder & Excelência Aftermarket Junho <strong>2017</strong><br />
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