Geminações N 0

Caminha
Vila Praia: Um clube a formar sobre rodas
Foi criado em 2014 apenas. No entanto têm já tempo suficiente para recuperar uma modalidade que tem tradição em Vila Praia de Âncora, Caminha:
o hóquei em patins. Se nos seniores já conseguiu o feito de subir à II Divisão Nacional, o Vila Praia está a destacar-se na área da formação de crianças
e jovens. Uma curiosidade? É o clube com mais meninas a praticar a modalidade em todo o Minho.
A aventura, como diz Francisco Pereira, presidente da coletividade, nasceu
da vontade de um grupo de amigos, muitos deles ex-praticantes
da modalidade. “Há trinta, quarenta anos, Vila Praia de Âncora tinha
imensa tradição no hóquei. Ao longo dos anos a prática foi-se perdendo,
mas alguns dos “antigos” ficaram com o “bichinho”, diz sorrindo o
responsável pelo clube.
Depois da vontade foi fácil reiniciar a modalidade, dadas as condições
existentes. “Temos um pavilhão extraordinário para a prática. Temos
condições que raramente encontramos nos clubes que defrontamos”,
realça Francisco Pereira.
Os resultados começam a dar resultados. Ao nível dos seniores, o clube
conseguiu a subida à II Divisão Nacional e isto “com a prata da casa,
pois apenas dois jogadores são fora do concelho, oriundos do Porto”. E
este rumo é para se manter: “uma casa deve começar pelos alicerces. E
por isso a nossa aposta na formação que será o futuro do clube”, garante
Francisco Pereira.
O Vila Praia tem, neste momento, 55 crianças a praticar a modalidade
e espera vir a alcançar as 70 no próximo ano. “Estamos a semear para
colher mais tarde”, analisa.
Este é um clube que tem a particularidade de ser aquele que tem o maior
número de meninas na região do Minho. “Têm entre sete e 11 anos e
possuem muito valor, o que nos está a fazer pensar em organizar uma
equipa feminina”, anuncia o presidente.
A formação será sempre o sonho permanente: “a formação estará em
primeiro lugar, pois queremos que daqui saiam miúdos a pensar sempre
que foi o Vila Praia que os formou”.
Até porque com a prática dos jovens da modalidade está-se a contribuir
para a formação de melhores cidadãos. “Isto acontece nas questões práticas
pois é uma disciplina em que temos de ter o raciocínio rápido, temos
de ter uma boa visão e saber esperar para colocar a bola no momento
certo. Algo que pode ser alicerce para muitos comportamentos posteriores.
Depois a formação permite um começo de uma vida com responsabilidade,
com companheirismo e a aprender a saber lidar com os outros.
É um desporto nobre que lhes desenvolve estas qualidades na vida”.
Francisco Pereira visiona no futuro e acredita já que este é um clube “que
orgulha os ancorenses, mas, também, os nossos emigrantes que estão
em França e em outros pontos do mundo. Acho que contribuímos para
aquele sentimento - de quem está fora - de não perder o que é nosso.
Outros clubes orgulham e dão exemplo
O remo, é provavelmente um dos desportos com mais notoriedade
em Caminha. O Sport Clube Caminhense, formado
há 90 anos e com pouco mais de 20 atletas nos primeiros anos,
tem sido, atualmente, responsável por trazer para o município
vários prémios nacionais e internacionais e incluindo a participação
de atletas por Portugal nos Jogos Olímpicos. Também
aqui a representação feminina é garantida com valores competitivos
e os jovens fazem parte da vida do clube.
A apostar também na formação de jovens e crianças existem
outras coletividades que têm vindo cada vez a ganhar mais visibilidade.
Exemplos disso, podem-se referenciar o Clube de
Andebol de Caminha, ou o Clube de Karaté de Caminha, passando
pelas camadas de formação dos clubes de futebol.
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