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osho - faça seu coração vibrar

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verde para um verde mais claro e daí para um sutil cor-de-rosa.<br />

Numa determinada manhã, depois de um raro dia cheio de sol na<br />

véspera, as hortênsias estavam no auge da cor. A transformação<br />

ocorrida durante a noite era de tirar o fôlego, e, no momento em que<br />

eu passava em frente à casa, ouvi a garotinha dizer: "Mamãe!!<br />

Mamãe, olhe!!!" Eu sabia que ela as vira também. A mãe disse devagar,<br />

enfatizando cada sílaba, como quem ensina a uma criança: "E,<br />

querida. São hor-tên-sias."<br />

Durante o resto da minha caminhada até a estação de trem,<br />

esse curto diálogo ficou na minha cabeça. Será que a mente dessa<br />

garotinha associaria para sempre a palavra hortênsia aos momentos de<br />

admiração e beleza? Diante de <strong>seu</strong> primeiro pôr-do-sol estonteante na<br />

praia, dos primeiros sinais de romance em <strong>seu</strong> <strong>coração</strong>, será que ela<br />

diria "Isso é tão... tão hortênsia''? Eu não sabia se ria ou chorava. Isso<br />

já aconteceu a todos nós de tantas maneiras diferentes. Essa<br />

transformação da criança cheia de admiração para o adulto cheio de<br />

respostas, em geral para perguntas que sequer fizemos. Aprendemos<br />

a rotular as coisas, a compará-las e a separá-las em categorias —<br />

hortênsia —, para acrescentá-las ao jugo cada vez mais pesado das<br />

respostas e convenções costumeiras e para começar a coletar outras<br />

mais.<br />

Não quero dizer com isso que as respostas às vezes não sejam<br />

úteis. Elas são. Mas quando deixamos que a pilha de respostas vá<br />

crescendo sem nunca questioná-las ao longo dos anos — das<br />

gerações e até mesmo dos séculos —, é claro que acabamos em meio a<br />

uma grande confusão.<br />

Em sua busca por vida inteligente no universo, Trudy nos conta<br />

que descobriu que a mente humana se parece com uma piñata,<br />

aquele objeto de papel ou argila que as pessoas enchem de doces e<br />

presentes e penduram no teto nas festas mexicanas, os quais as<br />

crianças golpeiam com um bastão para esparramar o conteúdo no<br />

chão. "Quando você abre a piñata, descobre todo tipo de surpresa ali<br />

dentro", diz a personagem.

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