Osho - A Harmonia Oculta

09.05.2017 Views

certa porque ela brotou de seus corações. A minha é inútil porque veio do meu aprendizado. Não me ouçam. Simplesmente esqueçam e façam o que estavam fazendo." A prece não pode ser aprendida. Você precisa passar pela vida com os olhos abertos, com um coração compreensivo, para chegar a orar. Então, a prece será sua. Ela brotará de seu coração, verterá de seu coração. As palavras não significam muito é o coração que está por trás delas. Mas pode-se aprender muito através da mente; pode-se esquecer completamente o coração — porque o coração cresce através da experiência, e a mente cresce através... do pensamento. E o pensamento é simplesmente morto. Não existe nenhum crescimento através do pensamento. Você pode ficar dando voltas na mente. A mente é apenas um computador, um computador biológico; coleta informações. O mesmo pode ser feito por um computador, ainda melhor do que por sua mente. Mas o coração não é um computador. O coração é totalmente diferente da mente: ele não coleta, não tem memória simplesmente vive cada momento; responde ao momento vivo de uma maneira viva. Conheci uma pessoa, um colega de universidade. Estava doente e alguma coisa sempre estava errada com ele. Eu lhe disse: "Por que não procura um médico? Por que não consulta alguém sobre o seu corpo? Está sempre reclamando de uma coisa ou outra." Então, ele foi. No dia seguinte, ele veio me ver e disse: "O doutor disse que terei de desistir de metade da minha vida sexual." Fiquei surpreso e disse: "O que você decidiu?" Ele respondeu: "Obedecerei." Então eu lhe perguntei: "Que metade? — a que você fala ou a que pensa a respeito." Porque eu conhecia o homem: ele não tinha nenhuma vida sexual, mas falava e pensava sobre ela. Existem pessoas que não têm vida religiosa. Falam sobre ela, pensam a respeito, mas não têm vida religiosa; se você ouvir o que elas dizem pode achar que são religiosas. Religião não é uma coisa relacionada ao falar ou pensar — mas sim relacionada ao viver. Ou você a vive ou não a vive. É um jeito de viver, não uma filosofia; não são teorias sobre grandes assuntos, mas um profundo inter-relacionamento com tudo o que a vida significa.

Observe sua mente, como ela aproveita as oportunidades nas quais você poderia ter se tornado religioso. Você vê uma flor e começa a pensar sobre ela — não vive o momento. A flor está ali, abrindo suas pétalas — um fenômeno imensamente belo, um milagre. Os cientistas dizem que a vida é um milagre — não há razão para ela, por que deveria haver? Milhões e milhões de planetas e estrelas, e apenas nesta pequena terra, e ainda assim é somente há alguns milhares de anos que a vida tem existido. Ninguém sabe porque, não se sabe por quanto tempo existirá, ninguém sabe porque, qual é o seu destino, a sua fonte. E os cientistas dizem, no máximo, que simplesmente um milagre, parece ser apenas um acidente. Não se pode dizer nada. A flor é um milagre porque está viva. Neste universo morto — milhões de planetas, milhões de estrelas, que são só pedras e mais pedras, infinitamente rochosas — uma pequena semente tornou-se planeta e a planta está celebrando. Uma flor desabrocha e você começa a pensar e a falar sobre ela. Diz: "Que linda!", e perde toda a beleza, pois se ela é realmente bela você se torna silencioso. Sempre que alguma coisa grandiosa é encontrada, é tão misterioso o seu assombro, você fica tão maravilhado, como é possível falar? Falar é uma profanação. Nesse momento, falar é uma tolice — você não está aproveitando. Simplesmente permaneça em silêncio, beba, saboreie o momento; permita que a flor desabroche dentro de você. De uma maneira sutil, a dualidade sujeito e objeto desaparece. Você não é mais o sujeito e a flor não é mais o objeto; as fronteiras se diluem e fundem-se. De repente a flor está dentro de você e você está na flor — pois a vida é uma só. Você também é uma flor; a consciência é um florescimento. É por isso que os hindus sempre a simbolizaram por um lótus, pelo desabrochar de uma flor. E uma flor também é uma consciência, viva. Encontre-se com a flor, não comece a falar e a pensar. Então saberá o que é uma flor. Talvez você não seja capaz de dizer o que é uma flor. Talvez você seja capaz de dizer o que conhece, não consiga criar uma teoria sobre o seu conhecimento. É difícil quando se conhece, é muito difícil criar uma teoria a respeito. É tão vasto, a experiência é tão vasta, e a teoria tão estreita. Você talvez não seja capaz de filosofar, mas esse não é o ponto — você conhece, é esse o ponto. Esse ponto é o ponto de intersecção em que os filósofos e os religiosos se separam. Os filósofos continuam falando e pensando e os religiosos seguem aprofundando suas experiências — e chega um momento no qual se perdem completamente. O filósofo no final toma-se apenas um ego, e a pessoa religiosa simplesmente se perde. Você não pode encontrá-la, não pode saber onde ela está.

Observe sua mente, como ela aproveita as oportunidades nas quais você poderia<br />

ter se tornado religioso. Você vê uma flor e começa a pensar sobre ela — não vive o<br />

momento. A flor está ali, abrindo suas pétalas — um fenômeno imensamente belo, um<br />

milagre.<br />

Os cientistas dizem que a vida é um milagre — não há razão para ela, por que<br />

deveria haver? Milhões e milhões de planetas e estrelas, e apenas nesta pequena terra, e<br />

ainda assim é somente há alguns milhares de anos que a vida tem existido. Ninguém sabe<br />

porque, não se sabe por quanto tempo existirá, ninguém sabe porque, qual é o seu<br />

destino, a sua fonte. E os cientistas dizem, no máximo, que simplesmente um milagre,<br />

parece ser apenas um acidente. Não se pode dizer nada.<br />

A flor é um milagre porque está viva. Neste universo morto — milhões de planetas,<br />

milhões de estrelas, que são só pedras e mais pedras, infinitamente rochosas — uma<br />

pequena semente tornou-se planeta e a planta está celebrando. Uma flor desabrocha e<br />

você começa a pensar e a falar sobre ela. Diz: "Que linda!", e perde toda a beleza, pois se<br />

ela é realmente bela você se torna silencioso. Sempre que alguma coisa grandiosa é<br />

encontrada, é tão misterioso o seu assombro, você fica tão maravilhado, como é possível<br />

falar? Falar é uma profanação. Nesse momento, falar é uma tolice — você não está<br />

aproveitando. Simplesmente permaneça em silêncio, beba, saboreie o momento; permita<br />

que a flor desabroche dentro de você. De uma maneira sutil, a dualidade sujeito e objeto<br />

desaparece. Você não é mais o sujeito e a flor não é mais o objeto; as fronteiras se diluem<br />

e fundem-se. De repente a flor está dentro de você e você está na flor — pois a vida é uma<br />

só. Você também é uma flor; a consciência é um florescimento. É por isso que os hindus<br />

sempre a simbolizaram por um lótus, pelo desabrochar de uma flor. E uma flor também é<br />

uma consciência, viva.<br />

Encontre-se com a flor, não comece a falar e a pensar. Então saberá o que é uma<br />

flor. Talvez você não seja capaz de dizer o que é uma flor. Talvez você seja capaz de dizer o<br />

que conhece, não consiga criar uma teoria sobre o seu conhecimento. É difícil quando se<br />

conhece, é muito difícil criar uma teoria a respeito. É tão vasto, a experiência é tão vasta,<br />

e a teoria tão estreita. Você talvez não seja capaz de filosofar, mas esse não é o ponto —<br />

você conhece, é esse o ponto.<br />

Esse ponto é o ponto de intersecção em que os filósofos e os religiosos se<br />

separam. Os filósofos continuam falando e pensando e os religiosos seguem<br />

aprofundando suas experiências — e chega um momento no qual se perdem<br />

completamente. O filósofo no final toma-se apenas um ego, e a pessoa religiosa<br />

simplesmente se perde. Você não pode encontrá-la, não pode saber onde ela está.

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