Osho - A Harmonia Oculta
um conhecedor, então Pitágoras seria o maior conhecedor do mundo" — porque Pitágoras viajou pelo mundo todo daquela época. Chegou até a Índia; viveu no Egito, viajou por toda parte, reuniu muito conhecimento. Pitágoras foi contemporâneo de Heráclito e é mais conhecido do que ele. Na história da filosofia, Pitágoras é um marco. Reuniu muita coisa, conheceu muito, mas sem saber absolutamente nada. O que fez ele? Juntou informações através de escrituras, de professores, de escolas, de ashrams, de sociedades secretas. Quando você junta informações, elas se tornam parte da sua memória — você não é afetado. Seu coração não é tocado, seu ser nem mesmo tem consciência daquilo que você guardou em sua memória. A menos que seu ser seja tocado e transformado, esse conhecimento é ignorância — e muito mais perigoso do que a ignorância comum, pois uma pessoa ignorante comum sabe que é ignorante, e o filósofo pensa que sabe. E uma vez que você se afeiçoa às informações, pensa que essas informações são conhecimento. É claro que você sabe demais, mas no fundo nada foi conhecido, nada mudou; você não evoluiu para um plano superior de ser. O conhecimento real consiste em se alcançar níveis mais altos de ser, planos superiores de ser — não mais informações, mas mais ser. Ser mais, não saber mais, é o caminho real. Saber mais e não ser mais é um falso caminho. Os filósofos falam sobre as coisas. Eles não têm nem mesmo um vislumbre de Deus, de moksha, de libertação, de outros mundos, de céu e inferno. Não apenas falam sobre isso, mas falam com autoridade — mas não podem enganar. Não estão enganando ninguém exceto eles mesmos. Conta-se que um dia, andando pelo cemitério, Mulla Nasrudin encontrou o túmulo de um filósofo da cidade que havia morrido pouco antes. Na lápide estava escrito: "Estou dormindo, não estou morto." Mulla deu uma gargalhada e disse: "Você não está enganando ninguém, só você mesmo!" Mas o filósofo engana a si mesmo continuamente. Em vez de conhecer, ele depende da informação. Quando o conhecimento é conseguido existencialmente, é autêntico. Por exemplo, você pode reunir muito conhecimento sobre o amor sem nunca ter se apaixonado. As bibliotecas estão repletas de informações; você pode Ir o coletar tudo o que já foi dito sobre o amor — mas 'sobre' o amor do é amor, 'sobre' Deus não é
Deus. Saber sobre o amor significa ficar dando voltas sem nunca penetrar no centro. Amar é totalmente diferente. Você pode teorizar sobre o que é o amor, pode concluir sobre a natureza do amor, mas se você" nunca se apaixonou, para quê serve esse conhecimento? O que você ganha com ele? O que você vai encontrar através disso? Uma decepção, talvez. Conhecendo sobre o amor você pode começar a acreditar que conhece o amor; e se isso acontecer você terá fechado as portas para a possibilidade de se apaixonar. Apaixonar-se é perigoso. Conhecer sobre o amor é esperto e ladino. Apaixonar-se significa mudar a si mesmo; apaixonar-se significa encarar milhões de dificuldades, pois interagir com uma pessoa viva é penetrar no desconhecido. Ninguém sabe o que vai acontecer no momento seguinte. Você é tirado da sua clausura, está sob céu aberto, e a cada momento haverão novos problemas para serem resolvidos, novas ansiedades a serem superadas. Tem de ser assim, pois os problemas e as ansiedades são os passos. Se você dá esses passos, você cresce; se fica atemorizado e foge, permanece juvenil. O amor é uma oportunidade para crescer, mas o crescimento é sempre doloroso porque alguma coisa tem de ser destruída antes que você possa criar alguma coisa. O passado tem de ser destruído antes que um novo futuro nasça. Todo crescimento é como a dor da mãe ao dar à luz um filho. Todo crescimento significa que você está constantemente dando à luz a si mesmo; a cada momento uma criança nasce. E é um processo contínuo, não pára nunca; nunca chega a um fim. Você pode descansar por algum tempo, mas a jornada é interminável. Você tem de dar a luz a si mesmo constantemente, e a cada momento haverá dor. Mas se você puder ver que a partir da dor nasce uma nova vida, se aceitar isso, não só aceitar, mas dar boas vindas, será belo pois é através dela que se cresce. Não há outra maneira de crescer. O amor lhe trará dor, o amor o fará sofrer, porque através do amor se cresce. Nunca houve crescimento sem sofrimento. Este é o significado da cruz: Jesus sofre, e sofre totalmente. Quando ele sofre totalmente, renasce totalmente, ressuscita. Então não é mais um homem, torna-se um deus. Ele amou a humanidade tão profundamente que o amor pela humanidade transformou-se na cruz. Você tem medo de amar um único indivíduo. Como crescerá? E você pode enganar sua mente. Pode ir à biblioteca, pode coletar informações sobre o amor e sobre os amantes, e pode saber muito sem conhecer absolutamente nada.
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um conhecedor, então Pitágoras seria o maior conhecedor do mundo" — porque<br />
Pitágoras viajou pelo mundo todo daquela época. Chegou até a Índia; viveu no Egito,<br />
viajou por toda parte, reuniu muito conhecimento.<br />
Pitágoras foi contemporâneo de Heráclito e é mais conhecido do que ele. Na<br />
história da filosofia, Pitágoras é um marco. Reuniu muita coisa, conheceu muito, mas sem<br />
saber absolutamente nada.<br />
O que fez ele? Juntou informações através de escrituras, de professores, de<br />
escolas, de ashrams, de sociedades secretas. Quando você junta informações, elas se<br />
tornam parte da sua memória — você não é afetado. Seu coração não é tocado, seu ser<br />
nem mesmo tem consciência daquilo que você guardou em sua memória. A menos que<br />
seu ser seja tocado e transformado, esse conhecimento é ignorância — e muito mais<br />
perigoso do que a ignorância comum, pois uma pessoa ignorante comum sabe que é<br />
ignorante, e o filósofo pensa que sabe. E uma vez que você se afeiçoa às informações,<br />
pensa que essas informações são conhecimento. É claro que você sabe demais, mas no<br />
fundo nada foi conhecido, nada mudou; você não evoluiu para um plano superior de ser.<br />
O conhecimento real consiste em se alcançar níveis mais altos de ser, planos<br />
superiores de ser — não mais informações, mas mais ser. Ser mais, não saber mais, é o<br />
caminho real. Saber mais e não ser mais é um falso caminho.<br />
Os filósofos falam sobre as coisas. Eles não têm nem mesmo um vislumbre de<br />
Deus, de moksha, de libertação, de outros mundos, de céu e inferno. Não apenas falam<br />
sobre isso, mas falam com autoridade — mas não podem enganar. Não estão enganando<br />
ninguém exceto eles mesmos.<br />
Conta-se que um dia, andando pelo cemitério, Mulla Nasrudin encontrou o túmulo<br />
de um filósofo da cidade que havia morrido pouco antes. Na lápide estava escrito: "Estou<br />
dormindo, não estou morto."<br />
Mulla deu uma gargalhada e disse: "Você não está enganando ninguém, só você<br />
mesmo!"<br />
Mas o filósofo engana a si mesmo continuamente. Em vez de conhecer, ele<br />
depende da informação. Quando o conhecimento é conseguido existencialmente, é<br />
autêntico. Por exemplo, você pode reunir muito conhecimento sobre o amor sem nunca<br />
ter se apaixonado. As bibliotecas estão repletas de informações; você pode Ir o coletar<br />
tudo o que já foi dito sobre o amor — mas 'sobre' o amor do é amor, 'sobre' Deus não é