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torna-se falso, e o seu Demônio também torna-se falso, pois o negativo e o positivo<br />
coexistem, não estão separados. Mas tudo o que você gosta põe do lado de Deus, e tudo o<br />
que não gosta põe do lado do Demônio. A divisão é sua.<br />
Deus não pode ser dividido — Ele é indivisível.<br />
Primeira coisa: Deus não é uma pessoa. E lembre-se: você também não é uma<br />
pessoa. Isso é ignorância, é auto-ignorância: é por isso que você parece ser uma pessoa.<br />
Se você for mais fundo, logo a personalidade começará a ficar embaçada; chegará um<br />
momento no qual você não saberá quem é. Você já deve ter observado isso: às vezes,<br />
quando alguém o desperta subitamente, acontece de, de repente, você não saber onde<br />
está — se é de manhã ou de noite, se está em sua casa ou em algum outro lugar, que<br />
cidade é; por um momento tudo fica confuso, não tem noção de espaço, não tem noção<br />
de tempo, e você não sabe quem você é. Por que isso acontece? Porque dormindo<br />
profundamente você se move para o centro, é claro que inconscientemente, mas no<br />
centro não existe personalidade — existe uma energia impessoal. E se de repente alguém<br />
o desperta, você tem de se mover do centro para a periferia tão depressa, que<br />
simplesmente não há tempo para recobrar a personalidade. Nessa pressa você<br />
simplesmente perde a identidade — e essa é a sua realidade, é isso o que de fato você é.<br />
Em profunda meditação, cada vez mais você se tornará consciente do indefinível,<br />
do ilimitado. No começo se parecerá com um fenômeno anuviado, e você poderá até<br />
sentir medo, ficar assustado. O que está lhe acontecendo? Está perdendo a cabeça? Está<br />
ficando louco? Se você sentir medo, perderá. Não se preocupe, é natural — você está se<br />
movendo do definido para o indefinido; no meio haverá um terreno onde tudo será<br />
confuso.<br />
É por isso que os Mestres Zen disseram: "Antes da pessoa entrar no caminho, os<br />
rios são rios e as montanhas são montanhas. Quando ela entra no caminho, os rios não<br />
são mais rios e as montanhas não são mais montanhas. E quando ela alcança o objetivo,<br />
outra vez os rios são rios e as montanhas são montanhas."<br />
O que eles querem dizer? Querem dizer que chega um momento no qual tudo se<br />
torna confuso. E nesse momento é necessária uma escola, um Mestre, pois quando tudo<br />
está confuso você é de novo uma criança — desamparada, sem saber quem é, perde a<br />
identidade, não sabe para onde está indo, não sabe o que está acontecendo; uma escola é<br />
necessária. Esta é a utilidade de um ashram, de um mosteiro, onde há muitas pessoas em<br />
diferentes níveis que podem ajudar-se mutuamente. E há um Mestre no nível supremo —<br />
você não precisa ter medo, pode olhar sempre para ele.