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quádruplo de mulheres — mas a lei permanece. E uma coisa que numa dada situação<br />
particular da história foi uma bela resposta, agora se tornou muito feia. Mas eles<br />
obedecem porque os muçulmanos são pessoas muito coerentes. Não podem mudar; e<br />
não podem consultar Maomé outra vez, ele não está mais aqui.<br />
E os muçulmanos são muito espertos: fecharam as portas para quaisquer novos<br />
profetas que possam vir; eles poderiam fazer alguma coisa, alguma mudança. Assim,<br />
Maomé é o último — a porta está fechada mesmo que o próprio Maomé queira voltar. Ele<br />
não pode vir porque eles fecharam as portas. Isso sempre acontece.<br />
Os moralistas sempre fecham as portas porque qualquer novo profeta sempre<br />
criará problemas, pois não será coerente em relação às regras. Viverá o momento. Terá<br />
seus próprios discípulos — será coerente com a realidade atual. Mas quem garante que<br />
será coerente com a passado? Não existe garantia. Assim, toda tradição moral fecha suas<br />
portas.<br />
Os jainistas fecharam suas portas: dizem que Mahavir é o último e que agora não<br />
há mais Teerthankers. Os muçulmanos dizem que Maomé é o último; os cristãos dizem<br />
que Jesus é o filho unigênito de Deus, agora nunca mais haverá outro — todas as portas<br />
estão fechadas. Por que os moralistas sempre fecham as portas? Apenas por medida de<br />
segurança, porque se um profeta vier, um homem que vive cada momento, virará tudo de<br />
pernas para o ar, criará um caos. De alguma maneira você se estabeleceu: numa igreja,<br />
num moralismo, num código; tudo é fixo — e você obedece as regras. Na superfície você<br />
conseguiu uma harmonia aparente. Novamente vem um profeta e recria tudo, perturba<br />
tudo, começa a criar tudo outra vez.<br />
Um moralista é um homem superficial. É ele quem vive para as regras, e não as<br />
regras para ele. Vive para as escrituras, e não as escrituras para ele. Ele obedece às regras,<br />
e não à consciência. Se você obedecer à consciência, à observação, alcançará uma<br />
harmonia oculta. Não ficará preocupado com os opostos, poderá usá-los. E quando se<br />
pode usar os opostos, tem-se uma chave secreta: pode-se tornar o amor mais bonito<br />
através do ódio.<br />
O ódio não é inimigo do amor. Ele é o próprio sal que torna o amor mais belo — é<br />
o fundo. Assim, você pode intensificar a sua compaixão através da raiva, e elas não serão<br />
opostas. E é isto que Jesus afirma quando diz: "Ame os seus inimigos". Significa: ame os<br />
seus inimigos, pois eles não são inimigos — são amigos, você pode usá-los. Numa<br />
harmonia oculta eles tombam e tornam-se um.