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Osho - A Harmonia Oculta

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Você já observou um rio? Às vezes vai para a esquerda, às vezes para a direita, às<br />

vezes vai para o sul, às vezes para o norte, e você pode ver o quanto ele é incoerente —<br />

mas há uma harmonia oculta; ele chega ao oceano. Onde quer que esteja indo, a meta é o<br />

oceano. Às vezes ele se move para o sul porque a inclinação é para o sul; outras vai para o<br />

lado oposto, para o norte, porque a inclinação é para o norte — mas em todas as direções<br />

que ele se move está buscando o mesmo objetivo: o oceano. E você pode ver que ele o<br />

alcança.<br />

Imagine um rio coerente, um rio que diga: "Sempre me dirijo para o sul; como<br />

posso me mover para o norte? — as pessoas diriam que sou incoerente". Esse rio jamais<br />

chegaria ao oceano. Os rios dos Russells e dos Aristóteles jamais chegam ao oceano; são<br />

coerentes demais, são superficiais demais. E não conhecem a harmonia oculta: através<br />

dos opostos pode-se alcançar o mesmo objetivo. O mesmo objetivo pode ser alcançado<br />

através dos opostos. Esta possibilidade é completamente desconhecida por eles — mas<br />

ela existe.<br />

A harmonia oculta é superior à aparenie.<br />

Mas é difícil, porque você terá constantes dificuldades. As pessoas esperam<br />

coerência de sua parte e a harmonia oculta não pertence à sociedade. Pertence ao cosmo,<br />

mas não à sociedade. A sociedade é um acontecimento criado pelo homem, e todo o<br />

plano elaborado por ela considera as coisas estáticas. Criou milhões de moralismos, de<br />

códigos, como se tudo fosse imóvel.<br />

É por isso que os moralismos permanecem durante séculos. Tudo muda e as regras<br />

mortas permanecem. Tudo está sempre mudando e os chamados moralistas estão sempre<br />

pregando as mesmas coisas que são absolutamente irrelevantes — mas são coerentes em<br />

relação ao passado. Coisas absolutamente irrelevantes permanecem...<br />

Por exemplo: no tempo de Maomé, os países árabes tinham quatro vezes mais<br />

mulheres do que homens, porque os árabes eram guerreiros e estavam constantemente<br />

guerreando, continuamente se matando e cometendo assassinatos entre eles. As<br />

mulheres nunca foram tão tolas, e assim sobreviveram em número cada vez maior: quatro<br />

mulheres para cada homem — o que fazer então? Se numa sociedade há quatro vezes<br />

mais mulheres, é possível entender o quanto é difícil existir nela algum moralismo; a partir<br />

daí surgem muitos problemas. Assim Maomé criou uma lei pela qual cada muçulmano<br />

poderia se casar quatro vezes... e ainda hoje essa lei é válida.<br />

Agora isso se tornou uma coisa feia, mas eles se dizem coerentes em relação ao<br />

Alcorão. Agora a situação é inteiramente outra, é absolutamente diferente: já não existe o

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