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fim com a lógica que diz para tornar o corpo humano completamente saudável, sem<br />
doença nenhuma, o final lógico será ter órgãos de plástico.<br />
Este coração, o coração natural, fatalmente adoece algumas vezes e, cansado,<br />
esgotado, precisa repousar. Um coração de plástico não precisa descansar; nunca se<br />
cansa. E se alguma coisa sair errada você poderá simplesmente trocar a peça. Poderá ir à<br />
oficina simplesmente trocar a peça; poderá levar consigo peças sobressalentes. Mais cedo<br />
ou mais tarde, todo o corpo — se Aristóteles continuar vencendo e Heráclito não for<br />
ouvido, não for introduzido na consciência humana — se Aristóteles continuar<br />
influenciando, o final lógico será um corpo de plástico com peças sobressalentes. Não o<br />
sangue fluindo nas veias, mas uma outra química qualquer que possa ser imediatamente<br />
retirada e reabastecida.<br />
Mas, que tipo de homem será esse? É claro que não terá doença mas também não<br />
terá saúde. Imagine a si próprio como sendo esse homem com todos os órgãos de plástico<br />
— rins de plástico, coração de plástico, tudo de plástico, pele plástica e um interior de<br />
plástico — você será saudável? Será capaz de sentir um bem-estar? Não, você não terá<br />
doenças, isso é certo. Os mosquitos não o molestarão — você poderá meditar sem ser<br />
perturbado, eles não poderão picá-lo. Mas você estará fechado numa concha,<br />
completamente isolado da natureza. Não terá necessidade de respirar, porque tudo<br />
poderá ser impelido por uma bateria.<br />
Imagine-se completamente enclausurado num fenômeno mecânico — poderá ser<br />
saudável! Nunca ficará doente, isso é certo, mas jamais será saudável. E sempre que se<br />
apaixonar não poderá levar as mãos ao coração; porque não haverá nada além de<br />
plástico.<br />
Isso irá acontecer se Heráclito não for ouvido. Aristóteles é deficiente, mas<br />
Heráclito não. Aristóteles está errado, mas Heráclito não.<br />
É pela doença que a saúde dá prazer;<br />
é pelo mal que o bem apraz...<br />
Ele está se tornando cada vez mais difícil. Podemos concordar, com relutância, que<br />
tudo bem, sem doença não haverá saúde — mas então ele diz que é pelo mal que o bem<br />
apraz, pelo Demônio que Deus dá contentamento, pelos pecadores que os santos são tão<br />
belos,<br />
Se os pecadores desaparecerem, os santos desaparecerão. E se houver um santo<br />
de verdade, fatalmente será também um pecador. Só existem duas possibilidades para se