Osho - A Harmonia Oculta

09.05.2017 Views

amor. O outro pode ser um escravo, mas o amor fará dele um rei. Ninguém sabe! A vida é misteriosa. Não é aritmética, não é econômica. O rei tentou muito, mas quanto mais ele fazia maior era o fracasso. Ficou então muito zangado. Mas estava realmente apaixonado pela mulher e por isso temia matar, o escravo. Podia tê-lo matado: bastava uma palavra. Mas temia que a mulher ficasse ferida. E ele realmente a amava, assim isso se tornou um problema — o que fazer? Ela poderia sentir-se ferida, poderia se suicidar — ela estava tão louca. O rei foi consultar um sábio. O sábio devia ser como Heráclito. Todos os sábios são como Heráclito; Heráclito é um sábio soberbo. O sábio disse: "O que você tem feito está errado." Pois o Rei tentava de todas as maneiras mantê-los separados. Disse: "Isso está errado. Quanto mais os mantiver separados, mais eles quererão estar juntos. Deixe-os juntos e logo tudo estará acabado. E mantenha-os juntos de tal maneira que não possam se separar." O rei perguntou: "Como faço isso?" Ele disse: "Prenda os dois juntos. Force-os a fazerem amor, acorrente-os, amarreos um ao outro. E não permita que se separem." Isso foi feito. Foram acorrentados num pilar, nus, fazendo amor. Mas se você estiver amarrado a uma mulher ou a um homem, por quanto tempo poderá amar essa pessoa? É por isso que o amor desaparece no casamento. Vocês estão acorrentados, estão no cativeiro; não podem fugir. Mas a experiência foi feita. Depois de alguns minutos os dois começaram a se odiar. Depois de algumas horas começaram a sujar os corpos um do outro — porque é impossível esperar, os intestinos começaram a funcionar, a urina precisa ser expelida da bexiga. O que fazer? Eles se contiveram durante algumas horas. Sentiram que não seria bom. Mas depois de um certo ponto não se pode fazer nada. Os intestinos funcionaram, as bexigas esvaziaram, eles sujaram um ao outro, e se odiaram ainda mais. Fecharam os olhos. Não queriam se ver. E isso durante vinte e quatro horas — uma maratona! Depois de vinte quatro horas foram soltos. Conta-se que eles nunca mais viram a cara um do outro. Fugiram no momento em que foram libertados do palácio. Fugiram em direções diferentes. Nunca mais viram a cara um do outro. Tudo ficou tão feio. Os casamentos ficam feios porque seguem o princípio desse sábio.

É preciso que haja um ritmo de aproximação e afastamento, de estar junto e estar só. Se você puder se aproximar livremente e afastar-se outra vez, a fome e a saciedade serão criadas. Se você comer durante vinte e quatro horas, não haverá fome nem saciedade. Coma e depois jejue! A palavra "desjejum" referente à alimentação matinal é boa. Significa quebrar o jejum; você jejuou durante a noite. Se quiser saborear o que come, você precisa jejuar. Essa é a harmonia oculta dos opostos. As coisas frias tornam-se quentes e as quentes, frias. úmido seca, o ressecado umedece. pela doença que a saúde dá prazer . . . Assim, às vezes é ótimo estar doente. Não há nada de errado nisso. Uma pessoa saudável fatalmente cairá doente algumas vezes. Mas você tem concepções diferentes; pensa que uma pessoa saudável jamais adoece — isso é pura tolice. Não é possível! Só uma pessoa morta não adoece nunca. Uma pessoa saudável tem de adoecer algumas vezes. Através da doença ela recupera a saúde, e então a saúde é nova. Passando pela doença, passando pelo oposto, ela se renova. Você já observou? Depois de uma longa febre, ao melhorar você sente um frescor, uma virgindade; todo o corpo sente-se rejuvenescido. Se durante setenta anos você estiver constantemente saudável, a sua saúde será como uma doença, uma morte, porque ela nunca foi rejuvenescida, nunca foi refrescada. O oposto sempre dá um frescor. Você envelhecerá se nunca adoecer; a sua saúde se tornará uma carga. Às vezes é bonito adoecer. Não estou dizendo para você ficar de cama para sempre. Estar sempre doente é mau. Qualquer coisa que se torne permanente é má. Qualquer coisa que se mova e flua para o outro lado é boa, está viva. Por causa de afirmações como essa, Aristóteles chama Hera-dito de deficiente — um caráter deficiente, fisiologicamente deficiente, com alguma deficiência biológica. Pois como alguém pode dizer que a doença é boa? Aristóteles é lógico. Diz que a saúde é boa, a doença é má; é preciso evitar a doença, e se você puder evitá-la completamente, será a melhor coisa. É isso que a ciência ainda fazendo em todo o mundo — tentando remover completa-mente a doença. Ela segue Aristóteles: mas eu lhe digo que quanto mais a ciência evitar a doença, mais novas doenças surgirão. Existem várias doenças novas que nunca estiveram no mundo. Porque se você fecha uma porta para a doença, outra precisa ser imediatamente aberta pela natureza — porque sem doença, nenhuma saúde é possível; você está cometendo uma tolice. Você

É preciso que haja um ritmo de aproximação e afastamento, de estar junto e estar<br />

só. Se você puder se aproximar livremente e afastar-se outra vez, a fome e a saciedade<br />

serão criadas. Se você comer durante vinte e quatro horas, não haverá fome nem<br />

saciedade. Coma e depois jejue! A palavra "desjejum" referente à alimentação matinal é<br />

boa. Significa quebrar o jejum; você jejuou durante a noite. Se quiser saborear o que<br />

come, você precisa jejuar. Essa é a harmonia oculta dos opostos.<br />

As coisas frias tornam-se quentes e as quentes, frias.<br />

úmido seca, o ressecado umedece.<br />

pela doença que a saúde dá prazer . . .<br />

Assim, às vezes é ótimo estar doente. Não há nada de errado nisso. Uma pessoa<br />

saudável fatalmente cairá doente algumas vezes. Mas você tem concepções diferentes;<br />

pensa que uma pessoa saudável jamais adoece — isso é pura tolice. Não é possível! Só<br />

uma pessoa morta não adoece nunca. Uma pessoa saudável tem de adoecer algumas<br />

vezes. Através da doença ela recupera a saúde, e então a saúde é nova. Passando pela<br />

doença, passando pelo oposto, ela se renova. Você já observou? Depois de uma longa<br />

febre, ao melhorar você sente um frescor, uma virgindade; todo o corpo sente-se<br />

rejuvenescido.<br />

Se durante setenta anos você estiver constantemente saudável, a sua saúde será<br />

como uma doença, uma morte, porque ela nunca foi rejuvenescida, nunca foi refrescada.<br />

O oposto sempre dá um frescor. Você envelhecerá se nunca adoecer; a sua saúde se<br />

tornará uma carga. Às vezes é bonito adoecer. Não estou dizendo para você ficar de cama<br />

para sempre. Estar sempre doente é mau.<br />

Qualquer coisa que se torne permanente é má. Qualquer coisa que se mova e flua<br />

para o outro lado é boa, está viva.<br />

Por causa de afirmações como essa, Aristóteles chama Hera-dito de deficiente —<br />

um caráter deficiente, fisiologicamente deficiente, com alguma deficiência biológica. Pois<br />

como alguém pode dizer que a doença é boa? Aristóteles é lógico. Diz que a saúde é boa,<br />

a doença é má; é preciso evitar a doença, e se você puder evitá-la completamente, será a<br />

melhor coisa. É isso que a ciência ainda fazendo em todo o mundo — tentando remover<br />

completa-mente a doença. Ela segue Aristóteles: mas eu lhe digo que quanto mais a<br />

ciência evitar a doença, mais novas doenças surgirão.<br />

Existem várias doenças novas que nunca estiveram no mundo. Porque se você<br />

fecha uma porta para a doença, outra precisa ser imediatamente aberta pela natureza —<br />

porque sem doença, nenhuma saúde é possível; você está cometendo uma tolice. Você

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