Osho - A Harmonia Oculta
O momento da despedida mostra tudo porque é a culminância. E então por toda a sua vida você se queixará daquela pessoa: ela destruiu sua vida. E continuará reclamando. Então estará sempre carregando uma 'ferida. Um amor devia fazer de você uma flor. Mas como ele acontece, como vejo acontecer por aí, no mundo inteiro, sempre deixa uma ferida. Enquanto você estiver com alguém, ame, pois ninguém conhece o próximo passo, e o momento da despedida chega. Se você amar alguém realmente, a despedida será bela. Se você criou a vida, se despedirá dela de um modo bonito também. Sentirá gratidão. As suas últimas palavras, partindo desta para a outra margem, serão de gratidão — essa vida deu-lhe tanto, proporcionoulhe tantas experiências. A vida fez de você tudo o que você é. Houve misérias, mas houve bênçãos também. Houve sofrimento, mas houve felicidade também. E se você viveu as duas coisas, saberá que o sofrimento só existe para que você seja feliz. A noite existe para lhe dar um novo dia. É uma gestalt — porque a felicidade não pode existir sem o sofrimento, por isso ela existe. Você se sentirá grato, não apenas nos momentos de felicidade, mas também nos de sofrimento, porque sem eles os bons momentos não poderiam existir. Você será grato à vida na sua totalidade. Não haverá nenhuma escolha, porque o homem que passou pela vida, cresceu e conheceu o que é a vida, na sua graça, no seu sofrimento, saberá o que Heráclito diz: Deus é inverno e verão. Deus é vida e morte. Deus é dia e noite. Deus é sofrimento e graça... ambos! Não diz então que o sofrimento estava errado. Se alguém diz que o sofrimento estava errado, não cresceu. Não diz então: "Prefiro somente os momentos de felicidade. Não quero o sofrimento, ele está errado." Se você faz isso, você é infantil, é imaturo. Está querendo o impossível! Está querendo as montanhas e os picos, sem querer os vales. É simplesmente estúpido. Não é possível! Não está na natureza das coisas. O vale precisa existir com o pico, mais profundo será o vale. E a pessoa que entende isso é feliz com os dois. E existem momentos em que você quer descer do pico ao vale, porque o vale proporciona repouso. O pico é bom — é excitante, é um clímax. Mas depois da excitação e do clímax a pessoa sente-se cansada existe então o vale. Entrar na escuridão do vale,
descansar e ser esquecido completamente, como se você não existisse ... as duas coisas são belas: tanto o sofrimento quanto a felicidade. Se alguém diz: "Escolho apenas a felicidade, não escolho o sofrimento, está sendo imaturo, ainda não conheceu o que é a realidade. Tudo flui e nada permanece. Tudo cede e nada se fixa. As coisas frias tornam-se quentes e as quentes, frias. O úmido seca, o ressecado umedece. é pela doença que a saúde dá prazer; pelo mal que o bem apraz; pela fome, a saciedade, pela exaustão, o repouso. Não escolha! Se você escolher, cairá na armadilha. Permaneça sem escolher e permita que a vida flua na sua totalidade. Metade é impossível. Este é o absurdo: a mente se prende. Ela quer a metade. Você gostaria de ser amado, mas não quer ser odiado — mas os amantes também odeiam. Com o amor entra o ódio. E se o amante não puder odiar, não poderá amar. Amar significa aproximar-se; odiar significa afastar-se. É um ritmo. Vocês se aproximam — um pico; depois se afastam; entram em suas próprias individualidades. É isso que significam os momentos de ódio. Eles o criam novamente, deixam-no pronto para se aproximar outra vez. A vida é um ritmo. É como um ritmo centrífugo. Tudo se separa e tudo se aproxima, separa e aproxima. Aconteceu num país muçulmano: o Rei apaixonou-se por uma mulher. Essa mulher estava apaixonada por outro — por um escravo, um escravo do próprio Rei. E isso era muito difícil para o Rei entender: que a mulher não lhe desse atenção, a ele, o Rei — e quisesse o escravo que não era nada! O rei podia matá-lo imediatamente, ele era apenas uma poeira! Mas foi assim que aconteceu. A vida é misteriosa. Não se pode ser matemático em relação a ela. Ninguém sabe. Você pode ser um rei, mas não pode forçar o
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descansar e ser esquecido completamente, como se você não existisse ... as duas coisas<br />
são belas: tanto o sofrimento quanto a felicidade.<br />
Se alguém diz: "Escolho apenas a felicidade, não escolho o sofrimento, está sendo<br />
imaturo, ainda não conheceu o que é a realidade.<br />
Tudo flui e nada permanece.<br />
Tudo cede e nada se fixa.<br />
As coisas frias tornam-se quentes<br />
e as quentes, frias.<br />
O úmido seca, o ressecado umedece.<br />
é pela doença que a saúde dá prazer;<br />
pelo mal que o bem apraz;<br />
pela fome, a saciedade,<br />
pela exaustão, o repouso.<br />
Não escolha! Se você escolher, cairá na armadilha. Permaneça sem escolher e<br />
permita que a vida flua na sua totalidade.<br />
Metade é impossível.<br />
Este é o absurdo: a mente se prende. Ela quer a metade. Você gostaria de ser<br />
amado, mas não quer ser odiado — mas os amantes também odeiam. Com o amor entra o<br />
ódio. E se o amante não puder odiar, não poderá amar. Amar significa aproximar-se; odiar<br />
significa afastar-se. É um ritmo. Vocês se aproximam — um pico; depois se afastam;<br />
entram em suas próprias individualidades. É isso que significam os momentos de ódio.<br />
Eles o criam novamente, deixam-no pronto para se aproximar outra vez.<br />
A vida é um ritmo. É como um ritmo centrífugo. Tudo se separa e tudo se<br />
aproxima, separa e aproxima.<br />
Aconteceu num país muçulmano: o Rei apaixonou-se por uma mulher. Essa mulher<br />
estava apaixonada por outro — por um escravo, um escravo do próprio Rei. E isso era<br />
muito difícil para o Rei entender: que a mulher não lhe desse atenção, a ele, o Rei — e<br />
quisesse o escravo que não era nada! O rei podia matá-lo imediatamente, ele era apenas<br />
uma poeira! Mas foi assim que aconteceu. A vida é misteriosa. Não se pode ser<br />
matemático em relação a ela. Ninguém sabe. Você pode ser um rei, mas não pode forçar o