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Osho - A Harmonia Oculta

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então, depois de ter celebrado o máximo, está pronto para ir, pronto para partir — sem<br />

rancores, sem reclamações.<br />

Você viveu o dia e a noite chegou. E quando o dia foi tão bonito — você subiu com<br />

as ondas até o céu, e fez tudo que o momento exigiu — repousar, voltar à terra é bonito.<br />

A índia tem renunciado, e uma religião que renuncia é falsa. A religião que o torna<br />

capaz de celebrar até o máximo é uma verdadeira religião. E essa é a beleza: se você viver<br />

a vida, a renúncia virá automaticamente. Ela acontece! Assim é a natureza.<br />

Se você come bem, a saciedade vem. Se você bebe bem, a sede desaparece. Se você<br />

viveu bem, o apego à vida desaparece.<br />

Tem de ser assim! Essa é a lei, o Logos. Se você não tem vivido bem, permanecerá<br />

sempre apegado, sempre sonhando sobre como viver. E se você renunciar a esta vida, terá<br />

de projetar uma outra. Você precisa de um eu permanente, senão como fará? Você<br />

perdeu esta vida, e não existe outra? Você precisa de um eu permanente. Tem de se<br />

consolar e acreditar que "Tudo bem, o corpo morre mas o eu não morre nunca."<br />

Se você ouvir Buda, ou Heráclito, ou a mim, o eu morrerá até mesmo antes do<br />

corpo morrer — porque o eu possui uma substancia mais sonhadora do que o corpo. O<br />

corpo é mais substancial — pelo menos leva setenta anos para morrer — e o eu morre a<br />

todo momento.<br />

Observe! De manhã você tem um eu, à tarde tem outro. De manhã você se sentia<br />

feliz e o eu era diferente. A tarde ele já desapareceu, foi embora! Sim, Heráclito está<br />

certo: "Não podemos pisar duas vezes no mesmo rio." Apenas parece que à tarde o seu eu<br />

é o mesmo. Apenas parece! Onde está o eu da manhã, com o qual você estava se sentindo<br />

tão feliz, podia cantar com os pássaros, podia dançar com o nascer do sol? Onde está esse<br />

eu? A tarde você já está triste; a noite desceu sobre você. No meio da tarde ele já se<br />

tornou noite — você está triste.<br />

É o mesmo eu? Quando você ama ou quando odeia, pensa que o eu é o mesmo?<br />

Quando está deprimido ou quando alcança um pico de alegria, é o mesmo eu? Não é!<br />

Apenas parece ser. Parece o mesmo, exatamente como o Ganes: de manhã, à tarde e à<br />

noite, o Gariges parece o mesmo — mas não é. Está completamente fluindo.<br />

Heráclito ama o símbolo do rio, Buda ama o símbolo da chama. O símbolo da<br />

chama é ainda mais sutil. A chama parece ser igual mas não é. Está desaparecendo a cada<br />

momento: o velho se vai e o novo está chegando. Buda diz que à noite você acende uma<br />

vela, e pela manhã você a apaga — mas não pense nunca que a vela seja a mesma. Não

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