Osho - A Harmonia Oculta
Com o ego, você interpretará sempre, não pode conhecer a verdade. Com o ego, você está sempre interpretando de maneiras sutis, e a sua interpretação não é a verdade. Você é o veiculo de toda falsificação. Através de você tudo se torna falso. Quando você não está ai, a verdade reflete. De alguma maneira você precisa chegar a uma compreensão: a compreensão do não-eu, de um fluxo imutável, nenhuma substância em si — apenas um rio fluindo, fluindo. Então você é um espelho, uma claridade. Não há ninguém para perturbar, ninguém para interpretar, ninguém para distrair. Então a existência se reflete em você assim como ela é. Esse reflexo da existência, tal como ela é, é a verdade. Segunda coisa: se você quer durar para sempre, não vive o momento. Aquele que vive a sua vida de um modo verdadeiro, autêntico, aquele que goza a vida, está sempre pronto para morrer, sempre pronto para viver. Aquele que não se alegra nem celebra a vida, aquele que não vive o momento, a vida, tem sempre medo de morrer — porque "chegou a hora de partir e ainda não estou realizado." O medo da morte não é o medo da morte, é o medo de permanecer não realizado. Você vai morrer, e não experimentou nada, absolutamente nada da vida — nenhuma maturidade, nenhum crescimento, nenhum florescimento. De mãos vazias você veio e de mãos vazias está indo. Esse é o medo! Aquele que viveu está sempre pronto para morrer. Sua prontidão não é uma atitude forçada. Sua prontidão é assim como uma flor. Quando a flor desabrocha, exala seu perfume aos cantos in-finitos da existência, desfruta do momento, vive-o, dança-o com a brisa, ergue-se contra o vento, olha para o céu, vê o nascer do sol, vive-o, e à noite sente-se satisfeita e está pronta para deixar a terra, para voltar, para repousar. E é sempre bonito — quando você vive, o repouso é belo. É o que há! A flor simplesmente deixa a terra e vai dormir. Não há nenhuma tensão, nenhuma angústia, nenhum choro, nenhum esforço ao qual se prender. Você se prende à vida porque sua vida não está satisfeita. Você não se ergue contra o vento forte. Não conheceu a manhã e a noite chegou. Nunca foi jovem e a velhice está batendo à sua porta. Nunca amou e a morte está chegando. Esse estado de insatisfação e a chegada da morte criam o medo. Buda diz que se você viveu, estará sempre pronto para morrer. E essa prontidão não será algo forçado sobre você. Será o que é! Será uma coisa natural! Assim como nasceu, você morre. Assim como veio, você vai. Essa é a roda da existência.
Você viveu a parte do ser, agora viverá a do não-ser. Você existiu, agora não existirá. Você se ergueu, se manifestou, agora entrará no não manifesto. Você estava visível, encarnado, agora entrará sem o corpo no invisível. Você teve o seu dia! Agora terá o seu repouso, a noite. O que há de errado nisso? É por causa da busca de espetáculos permanentes que você permanece insatisfeito. A busca para obter um eu permanente é uma prisão. Você sabe que a morte vai chegar, o que fazer então? O corpo se desintegrará, desaparecerá. Agora você tem esperanças de que exista um eu permanente que perdure. Lembre-se: aqueles que sentem medo sempre acreditam na alma eterna. Veja este paqs: todos acreditam que a alma é eterna, mas não se pode encontrar no mundo um país mais covarde. Não é acidental. Por que os hindus são tão covardes? Se eles soubessem de fato que a alma nunca irá morrer, seriam os mais bravos — porque a morte não existe! Estão sempre falando da imortalidade e se você observar a vida deles verá que temem a morte mais do que qualquer outro povo. Senão, como se explicariam os milhares de anos de escravidão deste país? Raças muito pequenas — a Inglaterra não é maior do que uma província da Índia. Três crore de pessoas foram capazes de dominar um país de cinqüenta crore. Parece simplesmente impossível! Como isso aconteceu? Porque este é um país covarde. Não pode entrar, teme a morte. Fala de imortalidade — e isso não é acidental, há alguma razão por trás disso. Sempre que alguém fala demais sobre a imortalidade, isso significa que tem medo da morte, que é um covarde. E a índia tem vivido por causa dos sacerdotes. Eles têm ensinado as pessoas a renunciarem, e assim todo o mundo está pronto para renunciar antes de ter vivido. Vem então o medo. Se você viveu, viveu com toda a sua capacidade, se alcançou um ponto máximo, o medo da morte desaparece. Só então o medo da morte desaparece, nunca antes disso. Se você renuncia à vida, se você não ama, se não come, se não curte e não dança: se você simplesmente renuncia, condena e diz: "Isso tudo é materialismo. Sou contra isso" — quem é esse "eu" que diz: "Sou contra isso"? É o ego. Você não pode encontrar maiores egoístas do que aqueles chamados de espiritualistas. Estão sempre condenando os materialistas. Estão sempre dizendo: "O quê! Você está desperdiçando a Ria vida. Comer, beber e ser feliz — essa é a sua religião. Você é um peso sobre a terra. Tem de ser atirado ao inferno." Quem está condenando? O que há de errado em comer, beber e ser feliz? O que há de errado nisso? Essa é a primeira parte da vida. Tem de ser assim. Você tem de comer, beber e ser feliz. Tem de celebrar! Só
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Você viveu a parte do ser, agora viverá a do não-ser. Você existiu, agora não<br />
existirá. Você se ergueu, se manifestou, agora entrará no não manifesto. Você estava<br />
visível, encarnado, agora entrará sem o corpo no invisível. Você teve o seu dia! Agora terá<br />
o seu repouso, a noite. O que há de errado nisso?<br />
É por causa da busca de espetáculos permanentes que você permanece<br />
insatisfeito. A busca para obter um eu permanente é uma prisão. Você sabe que a morte<br />
vai chegar, o que fazer então? O corpo se desintegrará, desaparecerá. Agora você tem<br />
esperanças de que exista um eu permanente que perdure. Lembre-se: aqueles que<br />
sentem medo sempre acreditam na alma eterna.<br />
Veja este paqs: todos acreditam que a alma é eterna, mas não se pode encontrar<br />
no mundo um país mais covarde. Não é acidental. Por que os hindus são tão covardes? Se<br />
eles soubessem de fato que a alma nunca irá morrer, seriam os mais bravos — porque a<br />
morte não existe! Estão sempre falando da imortalidade e se você observar a vida deles<br />
verá que temem a morte mais do que qualquer outro povo. Senão, como se explicariam<br />
os milhares de anos de escravidão deste país? Raças muito pequenas — a Inglaterra não é<br />
maior do que uma província da Índia. Três crore de pessoas foram capazes de dominar um<br />
país de cinqüenta crore. Parece simplesmente impossível! Como isso aconteceu? Porque<br />
este é um país covarde. Não pode entrar, teme a morte. Fala de imortalidade — e isso não<br />
é acidental, há alguma razão por trás disso.<br />
Sempre que alguém fala demais sobre a imortalidade, isso significa que tem medo<br />
da morte, que é um covarde. E a índia tem vivido por causa dos sacerdotes. Eles têm<br />
ensinado as pessoas a renunciarem, e assim todo o mundo está pronto para renunciar<br />
antes de ter vivido. Vem então o medo.<br />
Se você viveu, viveu com toda a sua capacidade, se alcançou um ponto máximo, o<br />
medo da morte desaparece. Só então o medo da morte desaparece, nunca antes disso. Se<br />
você renuncia à vida, se você não ama, se não come, se não curte e não dança: se você<br />
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Você está desperdiçando a Ria vida. Comer, beber e ser feliz — essa é a sua religião. Você<br />
é um peso sobre a terra. Tem de ser atirado ao inferno." Quem está condenando? O que<br />
há de errado em comer, beber e ser feliz? O que há de errado nisso? Essa é a primeira<br />
parte da vida. Tem de ser assim. Você tem de comer, beber e ser feliz. Tem de celebrar! Só