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Com o ego, você interpretará sempre, não pode conhecer a verdade. Com o ego,<br />
você está sempre interpretando de maneiras sutis, e a sua interpretação não é a verdade.<br />
Você é o veiculo de toda falsificação. Através de você tudo se torna falso.<br />
Quando você não está ai, a verdade reflete.<br />
De alguma maneira você precisa chegar a uma compreensão: a compreensão do<br />
não-eu, de um fluxo imutável, nenhuma substância em si — apenas um rio fluindo,<br />
fluindo. Então você é um espelho, uma claridade. Não há ninguém para perturbar,<br />
ninguém para interpretar, ninguém para distrair. Então a existência se reflete em você<br />
assim como ela é. Esse reflexo da existência, tal como ela é, é a verdade.<br />
Segunda coisa: se você quer durar para sempre, não vive o momento. Aquele que<br />
vive a sua vida de um modo verdadeiro, autêntico, aquele que goza a vida, está sempre<br />
pronto para morrer, sempre pronto para viver. Aquele que não se alegra nem celebra a<br />
vida, aquele que não vive o momento, a vida, tem sempre medo de morrer — porque<br />
"chegou a hora de partir e ainda não estou realizado."<br />
O medo da morte não é o medo da morte, é o medo de permanecer não realizado.<br />
Você vai morrer, e não experimentou nada, absolutamente nada da vida — nenhuma<br />
maturidade, nenhum crescimento, nenhum florescimento. De mãos vazias você veio e de<br />
mãos vazias está indo. Esse é o medo!<br />
Aquele que viveu está sempre pronto para morrer. Sua prontidão não é uma<br />
atitude forçada. Sua prontidão é assim como uma flor. Quando a flor desabrocha, exala<br />
seu perfume aos cantos in-finitos da existência, desfruta do momento, vive-o, dança-o<br />
com a brisa, ergue-se contra o vento, olha para o céu, vê o nascer do sol, vive-o, e à noite<br />
sente-se satisfeita e está pronta para deixar a terra, para voltar, para repousar. E é sempre<br />
bonito — quando você vive, o repouso é belo. É o que há! A flor simplesmente deixa a<br />
terra e vai dormir. Não há nenhuma tensão, nenhuma angústia, nenhum choro, nenhum<br />
esforço ao qual se prender.<br />
Você se prende à vida porque sua vida não está satisfeita. Você não se ergue<br />
contra o vento forte. Não conheceu a manhã e a noite chegou. Nunca foi jovem e a velhice<br />
está batendo à sua porta. Nunca amou e a morte está chegando.<br />
Esse estado de insatisfação e a chegada da morte criam o medo. Buda diz que se<br />
você viveu, estará sempre pronto para morrer. E essa prontidão não será algo forçado<br />
sobre você. Será o que é! Será uma coisa natural! Assim como nasceu, você morre. Assim<br />
como veio, você vai. Essa é a roda da existência.