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Osho - A Harmonia Oculta

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Eis aqui a diferença básica entre o conceito comum de religião e a verdadeira<br />

religião.<br />

Os hindus dizem que aquilo que muda é a aparência, é maya; e o que nunca muda,<br />

que é permanente, é Brahma. Heráclito diz exatamente o oposto: o que parece<br />

permanente é a aparência, é maya, e o que muda é Brahma. E a compreensão de Buda é a<br />

mesma, que só a mudança é permanente, a mudança é o único fenômeno eterno —<br />

somente a mudança permanece, nada mais. Eu também sinto o mesmo.<br />

Em busca de uma verdade permanente, você não busca nada além do ego. Em<br />

busca de um Deus permanente, o que você está buscando? De uma maneira ou de outra,<br />

está buscando a permanência. Você gostaria de poder permanecer de modo que se este<br />

mundo mudar não haverá com o que se preocupar. A sua mente diz: "Busque o divino e<br />

não haverá nenhuma mudança; você viverá eternamente."<br />

O conceito religioso comum — hindu, judaico ou cristão — é basicamente uma<br />

viagem ao ego. Por que você diz que a mudança é aparente? Porque você tem medo da<br />

mudança. Ela se parece com a morte. Você gostaria de algo absolutamente permanente<br />

sobre o qual se apoiar. Gostaria de uma casa que existisse eternamente. Neste mundo<br />

você não pode encontrar uma casa que permaneça. Neste mundo não pode encontrar um<br />

relacionamento que permaneça. Então você projeta um relacionamento com Deus,<br />

porque Deus permanece, e com Deus você permanecerá.<br />

Mas essa procura> esse desejo, essa busca de durar para sempre — esse é o<br />

problema! Por que você quer ser? Por que não ser? Por que você tem tanto medo de não<br />

ser? Se você tem medo do não ser, do nada, do vazio, da morte, não pode encontrar a<br />

verdade. Conhece-se a verdade quando se está pronto para abandonar a si totalmente,<br />

completamente.<br />

É por isso que Buda diz: "Não há nenhuma alma. Você não é um eu, não é um<br />

atma. Você é um artatta, um não-eu. Não há nada permanente em você, nada<br />

substancial. Você é um fluxo, um rio."<br />

Por que Buda insiste num não-eu? Insiste porque se você aceita o não-ser, se<br />

aceita o nada, então não teme a morte, pode abandonar-se completamente. E quando<br />

você se abandona completa-mente surge a visão. Você é capaz de conhecer. Com o ego,<br />

você não pode conhecer. Somente na ausência do ego, num abismo profundo, a<br />

percepção acontece — então você se torna um espelho.

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