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Os jainistas e os budistas vêm a mim e dizem: "Mas isso é Jesus! — ele também<br />
bebe, come, como as pessoas comuns; convive com as pessoas comuns. Como se pode<br />
dizer que ele é da mesma envergadura de um Buda ou de um Mahavir?" Mas eu digo a<br />
eles que Jesus é exatamente como se deve ser. Mahavir ou Buda podem ser excepcionais,<br />
mas nem todos podem ser excepcionais, e não há ne-cessidade disso. Pode ser natural<br />
para eles, portanto é ótimo que sigam as suas naturezas. Mas milhares de pessoas,<br />
milhares e milhões, não podem sentar-se sob uma árvore sem fazer nada. Precisam<br />
mover-se no mundo, trabalhar e fazer coisas. E se não houver meios de alcançar o Logos<br />
de uma maneira comum, então isso continuará sendo apenas para alguns poucos<br />
escolhidos. Isso não parece justo; toda a existência então parece favorecer somente a<br />
alguns. Mas lembre-se: se a Existência só favorece alguns, se é parcial, então para que<br />
nascer? Não, a natureza nunca favorece ninguém — é para todos, para todos os que estão<br />
prontos a participar. Essa graça é para todos, se você estiver pronto para participar.<br />
Jesus é um filho de carpinteiro, um homem pobre. E para milhares de pessoas<br />
também é assim. Uns são filhos de carpinteiros, outros de relojoeiros, outros de<br />
sapateiros — assim é a vida! Nós temos vivido muito de acordo com as pessoas<br />
excepcionais, e por causa disso tanta miséria tem sido criada desnecessariamente.<br />
Viva de uma maneira comum, encontre o que é comum e não tente o incomum,<br />
senão o próprio esforço cortará as suas raízes do Logos.<br />
O Logos é comum a todos;<br />
mesmo assim, os homens vivem como se cada um<br />
tivesse uma inteligência privada.<br />
E se você viver de acordo com o que é comum, se seguir o comum sem tentar<br />
tornar-se um indivíduo, você estará mais próximo do Logos e será capaz de entendê-lo.<br />
Este é o paradoxo: aqueles que tentam ser indivíduos excepcionais perdem,<br />
perdem toda a individualidade e perdem tudo o que é extraordinário; aqueles que<br />
permanecem com o que é comum, que são comuns, que não têm nada a reivindicar,<br />
aqueles que nunca se esforçam para serem individuais, conseguem a maior<br />
individualidade que a existência pode lhe oferecer. Aqueles que permanecem comuns são<br />
os mais extraordinários. Mas o extraordinário vem como um presente; não é nada que<br />
você faça, e nada pelo qual você esteja lutando.<br />
A natureza humana não tem nenhuma compreensão<br />
real; só a natureza divina a tem.