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Osho - A Harmonia Oculta

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Existem dois tipos de pessoas. Se você quer compreender Aristóteles não precisa<br />

mudar nada em seu ser, precisa somente de algumas informações. Uma escola pode<br />

providenciar algumas in-formações sobre lógica e filosofia; você reúne algum<br />

conhecimento intelectual e assim pode compreender Aristóteles. Não precisa se<br />

transformar para compreendê-lo, só tem de acrescentar algumas coisas ao que já sabe. O<br />

ser permanece o mesmo, você permanece o mesmo. Não é preciso estar num plano<br />

diferente de consciência; isso não é exigido.<br />

Aristóteles é claro. Se você quiser compreendê-lo, basta um pequeno esforço;<br />

qualquer pessoa de inteligência mediana pode compreendê-lo. Mas para compreender<br />

Heráclito, o terreno é acidentado e difícil, porque tudo o que você souber não o ajudará<br />

muito; uma cabeça muito bem educada não irá servir para nada. Você vai precisar de uma<br />

outra qualidade de ser — e isso é difícil; você precisará de uma transformação. Por isso<br />

chamam-no de obscuro.<br />

Ele não é obscuro! Você é que está abaixo do nível de ser no qual ele pode ser<br />

compreendido. Quando você alcança esse nível de ser, subitamente toda a escuridão que<br />

o envolvia desaparece. Ele se torna um dos seres mais luminosos; não é obscuro, não é<br />

absolutamente obscuro — é você que está cego. Lembre-se sempre disso, porque se<br />

disser que ele é obscuro, estará jogando a responsabilidade sobre ele e tentando fugir de<br />

uma transformação possível, através da qual pode encontrá-lo. Não diga que ele é<br />

obscuro. Diga: "Somos cegos"; ou: "Nossos olhos estão fechados".<br />

Aí está o sol: você pode parar diante dele com os olhos fechados e dizer que ele é<br />

escuro. Às vezes também acontece de você abrir os olhos, mas a luz é tanta que se fica<br />

temporariamente cego. É luz demais para suportar, é insuportável — subitamente tudo<br />

escurece. Os olhos estão abertos e o sol está aí, mas ele é demais para os seus olhos e<br />

você sente a escuridão.<br />

E esse é o caso — Heráclito não é obscuro. Ou você está cego ou seus olhos estão<br />

fechados, ou há ainda uma terceira possibilidade: quando você olha para Heráclito, ele é<br />

um ser tão luminoso que seus olhos simplesmente perdem a capacidade de ver; é<br />

insuportável, a luz é demais para você. Você não está acostumado a tanta luz e por isso<br />

terá de fazer alguns ajustamentos antes de compreender Heráclito. E quando ele fala<br />

parece enigmático, parece gostar de charadas, porque usa paradoxos para falar.<br />

Aqueles que sabem sempre falam através de paradoxos. Há alguma coisa nisso —<br />

não são enigmáticos, são muito simples; mas o que podem fazer? Se a própria vida é<br />

paradoxal, o que eles podem fazer? Para evitar paradoxos você pode criar teorias nítidas e<br />

claras, mas serão falsas, não serão verdadeiras em relação à vida. Aristóteles é muito

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