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É melhor não fazer nenhuma conjectura.<br />
Muito aprendizado não ensina compreensão.<br />
E você pode aprender muito sobre essas conjecturas, as quais são todas arbitrárias,<br />
pode tornar-se um grande pândita, um grande erudito. Em primeiro lugar, são todas<br />
conjecturas, e em segundo lugar, você acumula todo esse lixo e torna-se um grande<br />
estudioso; as pessoas o respeitarão e acharão que você sabe — mas você sabe? Falando<br />
sobre Deus, provando a favor ou contra, você consegue chegar a alguma conclusão? Os<br />
teístas, os ateus, estão todos no mesmo barco.<br />
Conta-se que Mulla Nasrudin trabalhava como maquinista dirigindo uma balsa. Um<br />
dia, um padre estava atravessando para a outra margem. Exatamente na metade do<br />
caminho, perguntou a Nasrudin: "Você chegou a aprender alguma coisa, Nasrudin?"<br />
E ele respondeu: "Sou ignorante, não sei nada — nunca estive numa escola."<br />
O padre disse: "Então metade da sua vida foi praticamente desperdiçada, pois o<br />
que é um homem sem instrução?"<br />
Nasrudin não disse nada. Veio então uma tempestade e a balsa começou a<br />
afundar. Ele disse: "Oh, grande pândita, você aprendeu a nadar?"<br />
O homem disse: "Não, nunca. Eu não sei nadar."<br />
Mulla disse: "Então toda a sua vida foi desperdiçada, pois eu já estou indo!"<br />
Informações não podem se transformar em natação — e a existência necessita de<br />
experiência. Informação não pode ser conhecimento. Conhecer é alguma coisa que você<br />
experimentou e você chegou a conhecer. O conhecer é sempre original, a informação é<br />
sempre emprestada. Os outros podem ter conhecido, podem não ter conhecido; você não<br />
pode decidir — simplesmente acredita. Lembre-se: a crença não servirá; ela faz parte da<br />
informação. A confiança, a fé, é totalmente diferente. Você experimentou alguma coisa e<br />
então veio a confiança. Se você não experimentou, a confiança não existe, existe apenas<br />
uma crença superficialmente forçada. Você acredita; a crença é emprestada, é morta. E<br />
quanto mais você acredita, mais morto se torna. Confiar é totalmente diferente. Não é<br />
crença, não é descrença. Não tem nada a ver com a crença, com a descrença ou com a<br />
mente. As pessoas dizem: "Acreditamos em Deus". E existem pessoas que dizem: "Não<br />
acreditamos em Deus".<br />
Um homem procurou Sri Aurobindo e perguntou: "Você acredita em Deus?"